Professional Documents
Culture Documents
DA
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
0
Índice
1
Índice
2
A obrigação em sentido lato inclui o dever jurídico de prestar, bem, como correspectivos
estados de sujeição, ónus, poderes/deveres [deveres funcionais] e deveres acessórios. A
definição legal [art. 397º], ainda que insuficiente, é o ponto de partida…
Situação inelutável de uma pessoa ter de suportar na sua esfera jurídica a modificação a
Ónus jurídico que tende o exercício do poder conferido a outra pessoa (contrário de direito potestativo –
poder conferido a uma pessoa de mediante um acto unilateral introduzir ou modificar a
esfera jurídica de outra pessoa).
Estado de Necessidade de observância de certo comportamento, não por imposição de lei mas como
sujeição meio de abstenção ou manutenção de uma vantagem para o próprio onerado. (ex. ónus de
alegar ou ónus de provar).
Direito conferido não pelo interesse do particular mas de outra pessoa e só é legitimamente
Direito/dever ou exercido quando se mantenha fiel à função a que se encontra adstrito. (ex. poder paternal
poder funcional ou poder tutelar).
3
… a prestação mais frequente é, efectivamente, a obrigação de facere. Ressalve-
se que a adstrição à não realização de uma prestação [obrigação de non facere]
constitui, ainda, uma obrigação: vg a não construção de um muro.
Abrange não apenas o lado passivo, o dever de prestar, bem como o poder de
exigir a prestação conferido à outra parte.
Sendo que quando se quer distinguir entre os dois lados da relação, que são duas
faces da mesma realidade, chama-se crédito (direito de credito) ao seu lado activo
e débito (divida) ao lado oposto.
À pessoa que tem o poder de exigir a prestação dá-se o nome genérico de credor;
à outra, sobre a qual incide o correlativo dever de prestar, chama-se devedor.
4
Se o dever de prestar não for realizado, por incumprimento, opera o poder de prestar, mediante
concessão de uma vantagem sucedânea à vantagem inicial, ao credor. A obrigação não deve,
todavia, ser reduzida à garantia do cumprimento, já que tem cariz pessoal e não real…
O primeiro ponto em debate sobre a estrutura da obrigação é uma discussão sobre o objecto da obrigação
A obrigação é um dto de crédito. O dto de crédito é um direito subjectivo. O seu objecto é a prestação?
O verdadeiro objecto da obrigação é realmente a prestação ou o património do devedor? (pois é este,
e não o próprio devedor que vai responder em tribunal).
Temos duas prestações possíveis: 1) Prestação–conduta do devedor; 2) Património–bens do devedor.
5
A responsabilidade pelo incumprimento não se inclui no crédito, na medida em que é uma
consequência da sua violação e gera outra obrigação. Por via de regra, a obrigação constitui-se
e extingue-se pelo cumprimento, sem necessidade de recorrer à responsabilidade por dívidas…
● As teorias personalistas
O crédito como uma relação entre patrimónios: Não é o devedor que deve ao credor, mas
sim o património do devedor que deve ao património do credor.
2
É como um dto real, com a diferença que ñ incidiria sobre um bem em especial, mas sim sobre
a generalidade dos bens que constituem o património do devedor (Eugene Gaudemet, Bonelli)
8
● As teorias realistas
O direito de
crédito é
constituído por:
Dívida Responsabilidade
(elemento (elemento
autónomo) autónomo)
Obrigações
Naturais
São a última corrente de pensamento jurídico que tenta definir qual o objecto da
obrigação; se a prestação, se o património do devedor.
A Obrig. é uma realidade complexa, abrangendo uma série de elementos, nos quais se
encontraria tanto a prestação, como a possibilidade de execução do património do
devedor.
Karl Larenz também formulou uma importante teoria, em que defendeu a complexidade
do vinculo obrigacional. Este autor vincou a estrutura temporal da obrigação como finita
(a obrigação tinha um começo, e tinha um fim).
A patrimonialidade
A A mediação ou colaboração
doutrina aponta devida
como
características das A relatividade
obrigações
A autonomia
14
Em termos de estrutura
As obrigações são sempre relativas. E o facto de serem sempre relativas
prende-se com a relação que existe entre o credor e o devedor.
15
EFEITO EXTERNO DAS OBRIGAÇÕES
Recusa-se mas admite-se a possibilidade de responsabilidade de 3.º, qdo a sua
conduta puder ser considerada ilícita por violação do princípio do abuso do direito
(334º C.C) por contrariedade aos “bons costumes”.
16
Índice
17
Índice
18
Diferença DIREITOS DE CRÉDITO DIREITOS REAIS
1ª Dtos a prestações (de facto ou de Dtos sobre coisas certas e determinadas; não
Objecto
coisas indeterminadas). pode abrang mais q uma coisa (princ. especialid)
POSIÇÃO PREFERÍVEL
Os direitos pessoais de gozo são direitos de crédito, porque considera que foi essa a
intenção do legislador.
Aceita-se contudo, que algumas das características dos direitos pessoais de gozo os
aproxima por vezes dos direitos reais, como é o caso da inerência no direito pessoal de gozo
do arrendatário (1057). Assim, a tese intermédia deve ser rejeitada. 20
Índice
21
OS REQUISITOS LEGAIS DA PRESTAÇÃO: limitações de conteúdo
Possibilidade
•A impossibilidade: originária [280º] ou superveniente [401.º e 790º].
(física ou legal)
Licitude •A vinculação tem que ser lícita, sob pena de nulidade (281.º e 294.º).
(de meios e de
•O artº 281 apenas considera o negócio nulo se o fim ilícito for comum a
resultado)
ambas as partes.
Não contrariedade
•Incluem-se nestes “bons costumes”: regras de conduta familiar e
à ordem pública e sexual, e regras deontológicas estabelecidas para o exercício de certas
aos bons costumes profissões.
22
Índice
23
24
A COMPLEXIDADE INTRA-OBRIGACIONAL E OS DEVERES ACESSÓRIOS DE
CONDUTA
26
A responsabilidade civil pré-contratual (culpa in contrahendo) – artigo 227.
º
Abrange duas fases: uma negociatória e outra decisória (proposta e a aceitação).
3. Casos em que uma das partes crie a convicção da celebração dum contrato
válido, convicção essa que venha a ser frustrada por subsequentes invalidades
• Exemplos:
o Incapacidade que uma das partes tenha ocultado à outra (v.g. o dolo de menor);
o Falta ou vícios da vontade (v.g. coacção absoluta, falta de consciência da
declaração, declarações não sérias, erro-vício, dolo, coacção moral);
o Falta ou abuso de poderes de representação;
o Impossibilidade ou ilicitude do objecto.
28
V — A REPARAÇÃO DO “DANO DE CONFIANÇA”
Diferentes correntes doutrinárias…
1. O ressarcimento do interesse negativo (dano da confiança) – Antunes Varela
• Incluir-se tanto o dano emergente (as despesas efectuadas por causa das negociações) como o
lucro cessante (os benefícios que o lesado teria auferido em virtude de oportunidades negociais
falhadas se não se tivessem iniciado as negociações).
31
Índice
32
Índice
33
Obrigações com prestação de coisa
34
PRESTAÇÃO DE FACTO:
Nas obrigações com prestação de facto, o objecto da prestação é a realização de
uma conduta ou serviço (artigos 1154.º a 1156.º)
A prestação pode ser realizada por Só o devedor pode realizar a prestação, não
pessoa diferente do devedor, sendo assim sendo assim permitido que terceiro realiza a
permitido que terceiro realize a prestação prestação (artº767/2).
(artº767/1).
A infungibilidade pode ser:
• Convencional: “Quando se tenha acordado
expressamente em que esta deve ser feita pelo
devedor” – artº767/2-2ºparte;
• Natural: “ou quando a substituição o
prejudique” – artº767/2-3ªparte.
Exemplo: Um pintor de interiores que Exemplos: o pintor famoso contratado para pintar
celebra um contrato para a pintura de um quadro; ou a costureira famosa contratada
uma casa. para fazer um vestido.
Nestas obrigações, o devedor vincular-se-ia Nestas obrigações, o devedor não estaria obrigado a
efectivamente a fazer com que o credor obtivesse um proporcionar a obtenção do resultado ao credor, mas
determinado resultado, respondendo por incumprimento apenas a actuar com a diligência necessária para que
se esse resultado não fosse obtido. esse resultado fosse obtido.
Exemplo: o transportador que estaria obrigado a Exemplo: o médico que apenas estaria obrigado a
entregar uma coisa. prestar os seus melhores esforços para curar o doente.
39
Razões para que exista uma indeterminação da prestação no momento da
conclusão do negócio jurídico:
42
43
Obrigado
itiandroslovan@gmail.com
44
Índice
45
46