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O Museu Memorial de Redenção, também chamado de Museu Memorial da

Liberdade, acarreta de forma geral um semblante comum aos aspectos históricos de


Redenção: a constante e exaustada significação da terra da liberdade. Os objetos
mostrados em sua maioria, referenciado o período monárquico escravista, bem como as
figuras cartonizadas e as pinturas africanas nas paredes, buscam trazer ao visitante a
perspectiva de um passado cruel, porém superado.
Afim de empreendermos uma crítica estrutura acerca do Museu de Redenção,
destaquemos a Lei nº 11.906, de 20 de janeiro de 2009:
Instituições sem fins lucrativos que conservam,
investigam, comunicam, interpretam e expõem, para
fins de preservação, estudo, pesquisa, educação,
contemplação e turismo, conjuntos e coleções de
valor histórico, artístico, científico, técnico ou de
qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a
serviço da sociedade e de seu desenvolvimento
(BRASIL, 2009).1
A ideia aqui é apresentar estabelecer os museus como agentes culturais e de
transformação social, bem como de democratizar o acesso as informações e bens
culturais.
No que diz respeito a comunicação, interpretação e exposição podemos destacar que
a agente presente no museu soube nos conduzir de forma satisfatória sobre o acervo, bem
como nos forneceu informações e documentos adicionais quando por nós questionada. A
mesma ainda apontou tomar os devidos cuidados no que concerne a preservação.
Tendo em vista que o espaço do museu se encontra próxima a zona central da cidade,
constatamos que há por assim dizer uma “democratização geográfica”, tendo em vista
que é um local acessível. Todavia, não nos ficou evidente a participação da dita instituição
em estudo, pesquisa e educação, porém cabe relatar o uso de um dos livros de notas
presente na coleção do museu em atividade da disciplina Laboratório de Fontes e Métodos
I, ministrada pela professora Fernanda.
Pelo livro de assinaturas percebemos que há uma constância relevante de visitas ao
museu, com uma presença considerável de pessoas do Maciço de Baturité.
Mesmo o prédio se tratado do histórico Paço Municipal, o que agrega ao ambiente
uma sensação de historicidade, ainda assim não nos pareceu o mais adequado uma
manutenção e exposição museológica. Uma vez que trata-se de um ambiente pequeno
composto por vão maior, onde centram-se os objetos manuscritos referentes ao período
escravista, e outros dois cômodos menores, como uma organização questionável dotada
de armários antigos e um velho confessionário.

1
BRASIL. Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009. Institui o Estatuto de Museus e dá outras providências.
Brasília: Presidência da República, 14 jan. 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11904.htm>. Visitando em
14/11/2017
Os artefatos e documentos em exposição possuem uma importância no sentido de
materializar a história redencionista, com ênfase na escravidão, localizados no primeiro
cômodo.
Além de documentos oficiais do referido período, alguns itens como antigos rádios
e vitrolas, moedas e cédulas históricas também se destacam no segundo cômodo (mas
com uma certa incoerência, sem transparecer uma coesão com os demais objetos). O
terceiro compartimento há o acervo especifico da igreja, que comumente é parte
importante da historiografia interiorana. Contudo, ressaltamos um certo vácuo entre estas
divisões, como se saíssemos do período Imperial para os anos 1930.
Como falamos anteriormente, a missão social do museu aparenta ser focar e
apresentar o passado escravista da cidade de Redenção, materializar esse período. Sendo
intitulado como Museu Memorial da Liberdade, a dita instituição trata e abarca mais a
escravidão do que propriamente a libertação.
Outra ressalva neste sentido é o fato de grande parte os objetos não se alocarem de
forma coerente uns com os outros, uma vez que ferramentas do século XIX dividiam
espaço com peças do século XX. Parte delas tratando-se de doações de moradores,
transparece ao museu um caráter de repositório de itens antigos, sem a devida
preocupação com a narrativa histórica da exposição, de encaixar os objetos na
historicidade local, considerando que sua presença por si só seja o suficiente.

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