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MILITAR
Aula 1 – Parte Geral
VALOR
A vida, portanto, é o bem supremo do indivíduo, o maior valor tutelado pelo direito e,
por isso, os crimes contra a vida são os mais graves na legislação de todos os países
civilizados.
Entretanto, para os integrantes das Forças Armadas, que são obrigados, em
determinados momentos, a morrer e a matar, há um outro valor que se sobrepõe à
própria vida. Este valor é a Pátria. Essa é uma circunstância absolutamente única,
especial, singular, incontornável.
E existência desse valor, não poder dar-se sem a que as Forças Armadas(FFAA) e
Auxiliares(PM BM) organizem-se com base na HIERARQUIA E DISCIPLINA, que são
os valores fundamentais de tais instituições constitucionalmente assegurados(CF art.
142)
NORMA
Da conjugação desses fatos e valores surge a necessidade de normas específicas
para a tutela da Hierarquia e Disciplina pilares das FFAA, seja no campo Penal como
Processual e mesmo Administrativo( Regulamentos Disciplinares)
DO CRIME SEGUNDO AS CONCEPÇÕES FINALISTAS E PÓS FINALISTAS (
FUNCIONALISTA)
Dolosa
Conduta
Culposa
Resultado
Nexo de Causalidade
Tipicidade: a) Formal: Adequação Típica
TIPICIDADE
b) Material: Criação de Riscos não
permitidos( Imputação Objetiva), Ofensa
relevante ao bem jurídico( Princípio da
Insignificância), Conduta Socialmente
reprovada(Adequação Social)
Estado de Necessidade
Legitima Defesa
Ilicitude(Antijuricidade)
Estrito Cumprimento de dever legal
CRIME
Excludente do Comandante
Imputabilidade
C) RATIONE LEGIS: São crimes militares aqueles que a lei define assim.
A Constituição de 1988 adota o critério do ratione legis( Art. 125) ao definir que
compete a Justiça Militar processar e julgar os crimes militares DEFINIDOS EM
LEI.
Assim, são crimes militares aqueles que a lei atribuiu tal característica. O que não
significa que a lei tenha abandonado os demais critérios, pois no art. 9º eles
são utilizados como circunstância para a definição do crime militar.
CRIME MILITAR
Por sua vez a constituição refere-se a uma espécie de crime militar
os PROPRIAMENTE MILITARES, dando-lhe efeitos relevantes( como
a dispensa de ordem escrita e fundamentada para a prisão de seus
autores) daí a necessidade de sistematização do crime militar em:
CRIMES IMPROPRIAMENTE(ACIDENTALMENTE)
MILITARES
CRIME PROPRIAMENTE MILITAR:
A Constituição Federal no art. 5º , LXI, permite a prisão independente de
mandado judicial, nos crimes propriamente militares, definidos em lei,
contudo, até o momento o conceito legal não sobreveio, dividindo-se a
doutrina no que vem a ser o crime propriamente militar:
TEORIA CLÁSSICA:
CLÁUDIO AMIM, CÉLIO LOBÃO , JORGE C. ASSSIS : Crime que só pode ser
cometido por militar, por consistirem em violações de deveres que lhe são
próprios.
TEORIA DE JORGE ROMEIRO
JORGE ROMERO, Celso COIMBRA : Crimes em que a ação penal só pode ser
promovida contra militar
Para a lei 6.880/81( Estatuto dos Militares – Art. 6º- são equivalentes as
expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa", "em
serviço", "em atividade" ou "em atividade militar".
STM : COMPETÊNCIA DA
JMU
CRIME MILITAR ( Ambos
são da ativa, mesmo de
estados diferentes)
STF : COMPETÊNCIA DA Mas o Militar réu é julgado
Justiça Comum pela Justiça Militar de seu
estado, mesmo que
É a predominante na
cometido o crime em
doutrina nacional outro
A QUESTÃO DO PM TEMPORÁRIO
Os imóveis residenciais(
PNR) destinados aos As unidades de
Militares enquadram-se no moraria( Apts) não,
conceito? pois a casa é asilo
As áreas comuns:
Corredores, Salões inviolável do indivíduo
de Festa, recepção
SÃO DUAS SITUAÇÕES: , enquadram-se
Ressalvado se
ambos forem
militares( Art.
9o, II, “a”)
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão
de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
CIRCUNSTÂNCIAS
CIRCUNSTÂNCIAS
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a
vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum. (Incluído
pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
CRIMES MILITARES COMETIDOS POR CIVIS
STM STF
Segundo o STM essa norma é Já segundo o entendimento do STF,
Inconstitucional, pois se o crime a lei 9.299/96 ao determinar a
enquadra-se em uma das competência do Júri para os crimes
circunstâncias do art. 9º do CPM, é, dolosos contra a vida cometidos
portanto, CRIME MILITAR, e a contra civis, o exclui do rol de
competência para o seu julgamento crimes militares( HC 260404-MG)
é da JM a quem, segundo a CF/88
compete, exclusivamente , julgar os
crime militares definidos em lei.
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
Civil Mata Militar da Ativa em área Militar de serviço mata Civil que
sob a administração militar: invade Unidade Militar:
CRIME MILITAR - JM CRIME COMUM - TJ
DO ERRO EM DIREITO PENAL MILITAR
CONCEITO DE ERRO: é a
falsa percepção da realidade, ERRO SOBRE OS ELEMENTOS DO TIPO
sendo a ignorância a ele
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo
equiparada para fins penais. do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei.
Reforma é a passagem
Ex. de Crimes com tal apenamento:
compulsória do Militar para a
reserva, segregando-o do Art. 204( Exercício de Comercio por Oficial)
Convívio de seus pares. So é
Art. 324 (Inobservância de lei, regulamento
admitida aos Militares com
ou instrução )
Estabilidade Assegurada.
PENAS ACESSÓRIAS
Com a reforma de 1984 o Código Penal Comum, deixou de prever a
Figura das Penas Acessórias, que são aquelas decorrentes da imposição
de uma das penas principais já estudadas.
Tomar cuidado com essa regras pois o Art. 142
da CF reza:
VI - o oficial só perderá o posto e a patente
Art. 98. São penas acessórias: se for julgado indigno do oficialato ou com
I - a perda de posto e patente; ele incompatível, por decisão de tribunal
II - a indignidade para o militar de caráter permanente, em tempo de
paz, ou de tribunal especial, em tempo de
oficialato; guerra;
III - a incompatibilidade com o VII - o oficial condenado na justiça
oficialato; comum ou militar a pena privativa de
IV - a exclusão das forcas armadas; liberdade superior a dois anos, por sentença
V - a perda da função pública, ainda que transitada em julgado, será submetido ao
eletiva; julgamento previsto no inciso anterior;
VI - a inabilitação para o exercício de função
pública;
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou
curatela;
VIII - a suspensão dos direitos políticos.
Assim, se o Oficial for condenado a pena
igual ou inferior a 2 anos, é submetido ao
Oficial Incompatível é aquele Conselho de Justificação, sendo após a
inconciliável com o Oficialato. decisão desse conselho submetida a
Indigno é aquele, torpe sórdido, Tribunal Militar( STM, TJM ou TJ). Se a
não merecedor dessa condição pena for superior a 2 anos o MP
representa diretamente ao tribunal.
Essa pena acessória é aplicada
Art. 98. São penas acessórias: aos Praças das FFAA
I - a perda de posto e patente; condenados a penas privativas
II - a indignidade para o de liberdade superiores a 2 anos
oficialato; ( CPM art. 102)
III - a incompatibilidade com o
oficialato;
IV - a exclusão das forcas
armadas;
V - a perda da função pública, Contudo as Praças das Forças
ainda que eletiva; Auxiliares somente podem perder a sua
VI - a inabilitação para o Graduação por decisão do Tribunal
exercício de função pública; Militar( Art. 125 da CF/88).
VII - a suspensão do pátrio
poder, tutela ou curatela;
VIII - a suspensão dos direitos
políticos. Com a exclusão das FFAA, o militar
passa a cumprir pena em Presídio civil,
ficando sujeito ao regramento da LEP,
inclusive com direito à progressão de
regime.
Inaplicabilidade das Penas Restritivas de direito no DPM