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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Departamento ECASE
2017
1.INTRODUÇÃO.......................................................................................................04
1.1 Demonstrações Contábeis - Conceito e Finalidade.........................06
1.2 Elaboração e Divulgação das Demonstrações Contábeis.................................07
1.3 Balanço Patrimonial (BP)................................................................................07
1.3.1 Conceito........................................................................................................07
1.3.2 Grupos de Contas do Balanço.......................................................................08
1.3.3 Apresentação do Balanço Patrimonial.......................................................................08
1.4 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).............................................11
1.5 Demonstração dos Lucros ou Prejuizos Acumulados (DLPA)..........................12
1.6 Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL)............................13
1.7 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) ..........................................................14
1.8 Técnicas Contabeis ............................................................................................16
2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................17
2.1 Conceito.............................................................................................................18
2.2 Importância da Análise Contábil ...................................................................18
2.3 Interpretação dos Indicadores Obtidos..................................................18
2.4 Usos e Usuários da Análise.....................................................................19
3. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS..............................................................................................................19
3.1 Definição e Objetivo........................................................................................19
3.2 Produtos da Análise..........................................................................................20
3.3 Funções da Análise das demonstrações Contábeis ..........................................20
3.4 Validade e Limitações da Análise..................................................................20
3.5 Pressupostos Básicos para o Desenvolvimento da Análise..............................21
3.6 Principais Processos de Análise .......................................................................22
4. METODOLOGIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.....21
4.1 Etapas da Análise .............................................................................................22
5.ETAPAS DO PROCESSO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS E CONTÁBEIS .............................................................................22
5.1 Aspectos a serem Considerados na Análise das Demonstrações Contabeis......23
6. ANÁLISE VERTICAL.......................................................................................... 23
6.1 Objetivo da Análise Vertical ............................................................................24
7. ANÁLISE HORIZONTAL ...................................................................................27
7.1 Objetivos da Análise Horizontal..................................................................27
7.2 A análise Horizontal e a Inflação .......................................................................30
7.2 Relação entre Análise Vertical e análise Horizontal .............................31
7.4 Análise Vertical/Análise Horizontal das Demonstrações Contábeis na Previsão
de Insolvência ............................................................................................................32
8. ANÁLISE POR QUOCIENTES ............................................................................33
8.1 Objetivos da análise por Quocientes ou Índices.......................................35
8.2 Descrição dos Índices ...............................................................................35
8.2.1 Índices de Estrutura de capitais ou Índices de Endividamento..........................37
8.2.2 Indicadores de Liquidez (ou Solvência) ....................................................43
8.2.3 Quocientes de Rotatividade.............................................................................49
8.2.3.1 Quocientes de Rotatividade na Empresa Comercial.......................................49
8.2.3.2 Quocientes de Rotatividade na Empresa Industrial.......................................55
8.3 Quocientes de Rentabilidade (ou Lucratividade).......................................58
9. A IDENTIDADE DO SISTEMA DUPONT.......................................................67
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
9.1 Rentabilidade do P. L. (RPL)...........................................................................71
9.2 Taxa de Retorno.............................................................................................72
9.2.1 Análise da Margem Versus Giro................................................73
10. COMO AVALIAR OS ÍNDICES.........................................................73
10.1 Tipos de Comparação de Índices ............................................................74
10.2 Análise na sua Globalidade .......................................................................75
10.3 Processos de Avaliação de Índices Financeiros........................................75
10.4 Índices-Padrão...................................................................................................76
10.5 Quocientes Combinados....................................................................................79
11. ANÁLISE DE CAPITAL DE GIRO ..........................................................80
11.1 Diferença entre Capital de Giro Líquido e Capital de Giro Próprio..................81
11.2 Os ciclos da Empresa: A Inter-relação entre o Ciclo Financeiro e o Ciclo
Econômico .....................................................................................................81
11.3 Necessidade de Capital de Giro (NCG) ............................................................82
11.4 Reclassificação do Ativo Circulante...................................................................84
11.5 Apuração da Necessidade de Capital de Giro (NCG).........................................87
11.6 Cálculo do Saldo de Tesouraria .......................................................................89
11.7 Desdobramento da Análise da Necessidade de Capital de Giro .......................92
11.8 Efeito Tesoura (ou Overtrading ).......................................................................93
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................98
1. INTRODUÇÃO
Na maioria das ciências o diagnóstico é dado seguindo uma metodologia, assim é com a
análise. Como em qualquer diagnóstico, é necessário conhecer os sintomas do problema, que
são traduzidos pelos indicadores, índices e quocientes, calculados a partir dos dados
fornecidos pelas demonstrações financeiras. Por isso, o grau de confiabilidade nos dados
extraídos dos demonstrativos contábeis é de suma importância na Análise das
Demonstrações Contábeis.
A Contabilidade como é conhecida pela maioria das empresas, executa tarefas rotineiras
de apuração e registro dos fatos contábeis, obedecendo para tanto alguns princípios e
convenções (restrições aos princípios) que as regem.
O conjunto das doutrinas oficiais contábeis denominadas Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC) são aprovadas periodicamente pelas Resoluções do Conselho Federal
de Contabilidade (CFC), órgão que tem como objetivo orientar, normatizar e fiscalizar o
exercício da profissão contábil, aqui resumidos:
Postulados: Princípios: Convenções:
Entidade Custo como base de valor; Objetividade
Continuidade Denominador comum monetário; Materialidade
Realização da Receita; Conservadorismo
Confronto das despesas e das receitas e Consistência
com os períodos contábeis
Competência
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As informações geradas e fornecidas pela Contabilidade dão suporte à Administração
Financeira na tomada de decisões quanto à investimentos, financiamentos, pagamento das
obrigações, momento de substituição de ativos obsoletos, nível de estoque, fluxo de caixa
dentre outras.
Vale dizer que o administrador financeiro, no que diz respeito à empresa, está preocupado
em manter a sua solvência (Liquidez) e em maximizar a sua riqueza (Rentabilidade), tendo
como ponto de partida as informações oriundas da Contabilidade.
Algumas ocorrências que servem de comparativo entre a Contabilidade e a
Administração Financeira (pertinentes ao Brasil):
Contabilidade X Administração Financeira
Regime de Competência X Regime de Caixa
Depreciação Fiscal X Depreciação pelo uso
Rentabilidade (Lucratividade) X Liquidez (Solvência)
Resultado do Exercício X Fluxo de Caixa
Administração Patrimonial X Administração do Capital de Giro
Análise de resultados X Planejamento
Realidade X Cenários
Consistência Legal X Estratégia Global
Informações
Fatos ou eventos Demonstrações Técnicas de financeiras para a
Econômico- Processo financeiras = Análise de tomada de
financeiro dados Balanços
contábil decisões
Dessa forma, é possível, por meio da leitura das Demonstrações Contábeis (DC)
identificar:
a) A Situação Patrimonial - se refere aos bens, direitos e obrigações pertencentes à
entidade em dado momento (regra geral, ao final do ano-calendário). Os quais são
evidenciados na demonstração contábil denominada Balanço Patrimonial.
b) A Situação Financeira - se refere ao potencial que uma entidade possui de quitar suas
dívidas com terceiros, podendo esse potencial ser avaliado pelas informações obtidas
do balanço patrimonial da entidade, que fornecerá, dentre outras coisas, os valores
dos recursos aplicados no Caixa e Equivalentes de Caixa, bem como outros ativos
que se converterão em dinheiro no curto ou longo prazos, seja por recebimento (ex.:
duplicatas a receber) ou por vendas (ex.: mercadorias), além de indicar todas as
dívidas a pagar, classificadas no passivo da entidade.
c) A Situação Econômica (ou Situação de Desempenho) se refere ao Resultado, isto é,
ao lucro ou prejuízo da entidade referente a dado período (normalmente de 1 ano),
evidenciado na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).
d) Os Fluxos de Caixa correspondem aos movimentos de entradas e saídas de
disponibilidades (dinheiro) numa entidade ao longo de determinado período, sendo
esses movimentos evidenciados da DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa).
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Com relação à época da Elaboração o art. 176 da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por
Ações) determina que, ao final de cada exercício social, a diretoria da companhia fará
elaborar, com base na escrituração mercantil, as demonstrações contábeis, devendo ser
publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício anterior. A lei das S.A.
não determina quando as companhias devem encerrar seus exercícios, estabelecendo apenas
no seu art.175 que o exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data será fixada pelo
estatuto, sendo, na prática adotado o ano-calendário como exercício social, isto é, de 1º de
janeiro à 31 de dezembro.
Com relação à Divulgação (ou Publicação) das demonstrações, esta é efetuada uma vez
por ano, visto que o art. 132 da Lei nº 6.404/76 determina que, anualmente, nos 4 (quatro)
primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver uma Assembleia
Geral Ordinária (AGO) para, entre outras coisas, examinar, discutir e votar as demonstrações
financeiras, que deverá comunicar, até 1(um) mês antes da data marcada para a assembleia,
por anúncios de acordo com a lei. A lei ainda determina que a cópia da DC será publicada
até 5 (cinco) dias, pelo menos, antes da data marcada para a realização da AGO. Essa
publicação, portanto, deve ser feita até 25 de abril do ano seguinte ao exercício social ao qual
se refere tais demonstrações.
O Conjunto das Demonstrações Contábeis definidos pela Lei nº 6.404/76, Lei das
Sociedades Anônimas em seu art. 176, elenca os seguintes demonstrativos:
Balanço Patrimonial;
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
ATIVO
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
PASSIVO EXIGÍVEL
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
ATIVO
As contas do Ativo (Circulante e não Circulante) são agrupadas de acordo com a sua
rapidez de conversão em dinheiro, isto é, de acordo com seu grau de liquidez. Assim, os
grupos seguem uma ordem Decrescente de Liquidez, ou seja, representam os bens
numerários (dinheiro) e depois, aqueles que são mais rapidamente convertidos em
numerários.
ATIVO CIRCULANTE - é composto por 3 (três) partes:
Disponibilidades
Representam os bens numerários: Caixa (em espécie ou cheques de terceiros);
Bancos conta Movimento; Aplicações de Liquidez Imediata.
Direitos realizáveis no curso do exercício seguinte
Equivalem aos Direitos pessoais da empresa contra terceiros realizáveis no
exercício seguinte - (Duplicatas a Receber; ICMS a Recuperar); e aos direitos reais
realizáveis no exercício seguinte – (Mercadorias, Matérias-primas, Material de
Almoxarifado, etc.)
Aplicações de recursos em Despesas de exercício seguinte
Representam, em geral, as despesas pagas no exercício atual, cuja competência se
refere ao exercício seguinte.
ATIVO NÃO CIRCULANTE é composto por 4 (quatro) subgrupos
Ativo Realizável a Longo prazo
Direitos realizáveis, regra geral, após o término do exercício seguinte, derivados de
duplicatas que serão recebidas após o termino do próximo exercício, matérias-primas
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
que serão utilizadas na produção futuramente, aplicações financeiras com resgate
após o exercício seguinte. Também derivadas de vendas, adiantamentos ou
empréstimos à coligadas, sócios, diretores etc.
Ativo Investimentos
Composto pelas participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza não classificáveis no ativo circulante (e também não classificáveis
no ativo realizável a longo prazo) tais como ações de outras empresas, coligadas,
controladas, etc.; propriedades para investimento destinados a aluguel, arrendamento
e ou para uso futuro na expansão da empresa, obras de artes etc.
Ativo Imobilizado
Composto pelos bens corpóreos (tangíveis) destinados à manutenção das atividades
da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade (bens de uso), tais
como imóveis, benefícios em imóveis de terceiros, veículos, moveis e utensílios,
dentre outros.
Ativo Intangível
Composto pelos bens incorpóreos (intangíveis) destinados a manutenção das
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade (fundo de
comércio adquirido – goodwill): fundo de comercio, patentes, concessões obtidas,
softwares.
PASSIVO
As contas do Passivo (Circulante e Não Circulante) são agrupadas de acordo com sua
exigibilidade. Assim os grupos uma ordem Decrescente de exigibilidade, ou seja, pela
ordem decrescente de vencimento e o Patrimônio Líquido (Passivo não Exigível) - Não há
de se falar em ordem de exigibilidade.
PASSIVO CIRCULANTE
É composto pelas obrigações exigíveis no exercício seguinte, isto é, das dívidas que
a empresa terá que pagar até o encerramento do próximo exercício.
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Composto pelas obrigações vencíveis em prazo maior, após o termino do exercício
seguinte, a classificação tem sempre por base
PATRIMONIO LÍQUIDO (PL) - as contas mais conhecidas desse grupo são as seguintes:
CONTAS POSITIVAS:
Capital Social
Corresponde ao valor total de ações ou quotas subscritas na constituição da
sociedade, o qual poderá ser alterado posteriormente. Desse total, a parte ainda não
integralizada é chamada de Capital a Integralizar (ou a Realizar).
Reservas de Capital
De modo geral, as reservas representam valores acumulados no patrimônio líquido para
uso posterior. Dependendo de como a reserva surgiu e de como será utilizada, temos:
Reserva de Capital – constituídas por valores originários dos sócios ou de terceiros,
os quais entram no PL da companhia, sem transitar por contas de resultado. De
acordo com o § 1º. do art. 182 da Lei no. 6.404/76, são reservas de capital:
Ágio na emissão de ações;
Alienação de bônus de subscrição;
Alienação de partes beneficiárias.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Neste caso, entendem-se despesas como sendo os custos, as despesas, as deduções, ou seja, todos os
itens com saldo devedor, constantes na DRE.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
de terceiros – tais como tributos sobre vendas (ex.: PIS e COFINS não recuperáveis),
tributos sobre bens e serviços (ex.: ISS), e tributos sobre valor adicionado (ex: ICMS, PIS e
COFINS, todos recuperáveis) não são benefícios econômicos que fluam para a entidade,
não resultam em aumento de patrimônio líquido. Portanto, são EXCLUIDOS da receita.
O ponto de partida das destinações do resultado (lucro ou prejuízo) é a conta Lucros (ou
Prejuízos) Acumulados. Essa conta é uma espécie de “ponte” que liga a DRE à DLPA. Ao
final de das destinações, a cona “Lucros Acumulados deve ficar com saldo “zero”. A Lei nº
6.404/76 determina em seu § 6º do art. 202, determina que os lucros não destinados nos
termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Fluxo de caixa das atividades operacionais:
(+) dinheiro recebido nas vendas de mercadorias
(+) dividendos e juros sobre o capital próprio
(-) dinheiro pago aos fornecedores
(-) dinheiro pago em despesas operacionais
Nesses quadros são apresentados detalhes de itens que constam das Demonstrações
Financeiras, como:
Composição de Estoques;
Composição de Ativo Imobilizado;
Projetos em Execução;
Demonstrações Financeiras avaliadas a preço de reposição, etc.
Normalmente são anotações curtas que compõem o próprio corpo das Demonstrações
Financeiras, no sentido de evidenciar mais informações.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Análise Contábil - técnica que permite, através da utilização de instrumentos diversos, a
decomposição a comparação e a interpretação das demonstrações contábeis ou gerenciais e
suas extensões, com vistas a avaliar o desempenho e as tendências da entidade, para atender
determinado objetivo.
ESCRITURACAO CONTÁBIL
DEMONSTRACAO CONTÁBIL
ANÄLISE CONTÁBIL
Desse modo, a partir desta fase inicial de estudo de conceitos básicos, objetivos e
finalidades das Demonstrações Contábeis, ou Demonstrações Financeiras ou Relatórios
Contábeis que de forma técnica e sistematizada informam sucintamente a situação
patrimonial, financeira, econômica e de fluxos de caixa de uma entidade, o estudo passa
agora a focar na técnica de obtenção, comparação e interpretação de indicadores ou
quocientes e números índices extraídos das demonstrações contábeis, no intuito de
diagnosticar a situação econômica, financeira, patrimonial e de desempenho operacional das
entidades.
2.1 Conceito
Mesmo não sendo exigida por lei, a análise das demonstrações é essencial para que se
possa ter uma visão real da situação econômica, financeira e patrimonial de uma entidade,
tanto em termos estáticos (= situação atual), quanto em termos dinâmicos (= variação ao
longo do tempo) (FERRARI, 2014, p.66).
Demonstrações
Cálculo de números Avaliar a situação econômica,
Contábeis índices, coeficientes de financeira e desempenho da
participação e quocientes, entidade cujas demonstrações
a partir de elementos estão sendo analisadas
extraídos das
demonstrações contábeis
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.3 Interpretação dos Indicadores Obtidos
Decomposição
Consiste na determinação ou cálculo de índices (percentuais, coeficientes,
quocientes, etc.), indicadores econômico-financeiros, que evidenciam a situação da
empresa;
Comparação
Consiste na confrontação dos resultados apresentados pelos indicadores econômico-
financeiros da empresa com dados da própria empresa (dinâmica dos fatos) e de
outras empresas de preferência as concorrentes;
Interpretação
Consiste na definição de juízo de valores, onde o analista estabelece diagnóstico e
conclusões sobre a situação da empresa, com base nos indicadores da empresa e de
outras empresas (concorrentes de preferência).
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.4 Validade e Limitações da Análise Contábil
O analista deve ser cauteloso ao emitir sua opinião sobre o estado do patrimônio avaliado
a partir de processos ou aspectos gerais no seu trabalho em função das variáveis apresentadas
pelos diversos tipos de empresa e, desse modo deve considerar:
A natureza jurídica da organização (S/A, LTDA., etc.);
O ramo de negócio da empresa;
A dimensão e alcance da empresa;
As condições de giro do negócio;
O processo de formação do resultado;
As condições legais (leis que atingem para restringir ou incrementar as atividades);
As condições econômicas (conjunturas gerais dos negócios);
A localização da empresa (mercado no qual atua).
O analista, tal como um cientista, compara cada indicador com um padrão próprio
desenvolvido e aprimorado e, em seguida, ponderando conjuntamente seus indicadores,
elabora suas conclusões. Desse modo, a sequência lógica fica assim estabelecida: coleta e
exame, cálculo de índices e quocientes, diagnostico e decisão.
A etapa de tomada de decisão nem sempre será feita imediatamente após suas conclusões,
pois, provavelmente poderá ser tomada por outra pessoa.
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Escolha de Comparação Diagnóstico ou
indicadores com padrões conclusões Decisões
ANÁLISE
As três primeiras etapas devem ser feitas sempre em sequência e devem estar
perfeitamente coordenadas, cada uma delas se vale de técnicas próprias. A elaboração do
diagnóstico ou conclusões deve estar sustentada em comparações com padrões e as decisões
são confirmadas nesse diagnóstico.
4ª Etapa – Decisões - Tomada de decisões baseadas nos dados fornecidos pelos relatórios e
informações técnicas geradas pela análise.
Essa sequência deve ser obedecida para que a análise seja consistente e confiável e está
estabelecida da seguinte maneira:
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Tomada de decisões.
Para se alcançar uma análise consistente deverá ser construída uma base padrão de
índices que serão elementos de referência para as comparações. A falta de padrões pode
comprometer a qualidade da análise, pois não é possível afirmar determinada situação sem
elementos de referência.
6 . ANÁLISE VERTICAL
Resumindo, a análise vertical se limita à comparação das partes com o todo. Tal
comparação consiste na determinação dos resultados obtidos pela operação matemática de
divisão entre valores das partes componentes das demonstrações e totais da mesma natureza
referentes às respectivas demonstrações.
Desse modo, se o objetivo for saber a participação dos estoques no ativo circulante,
procede-se à divisão do valor daqueles pelo valor deste. Se for a participação do ativo
circulante em relação ao ativo total, do mesmo modo, efetua-se a divisão do valor do ativo
circulante pelo valor do ativo total. Se a finalidade for o conhecimento da participação do
lucro operacional na receita líquida, procede-se da mesma maneira, dividindo-se o valor do
lucro operacional pela receita líquida.
Assim, operando cálculos semelhantes a esses, está sendo efetuada a análise vertical, ou
conhecendo a estrutura dos demonstrativos.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
de todas as contas, podendo relacioná-las tanto ao total do Ativo ou do Passivo como ao total
do grupo a que pertencem, conforme o caso, indicando a Estrutura de Ativo e Passivo, bem
como de suas modificações, evidenciando os recursos tomados – financiamentos – e as
aplicações desses recursos – investimentos.
Esse tipo de análise propicia a comparação da porcentagem dos itens do Ativo em relação
a outras empresas, basicamente as concorrentes (empresa do mesmo ramo de atividade) e,
desse modo, é possível saber se os investimentos da empresa analisada são ou não
compatíveis aos da concorrência, se a alocação dos recursos do Ativo é típica ou não para
seu ramo de atividade, se o custo é mais elevado que o de outras empresas do mesmo ramo,
obtendo-se, então, um indicador relevante para melhor administração. Ou seja, se aplicada
no Ativo permite detectar a política de investimento da empresa em relação aos estoques,
duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a política financeira de
obtenção de recursos.
“Trata-se de uma análise simples, porém, revestida de grande utilidade, uma vez que
oferece visão da estrutura de lucros, custos e despesas da empresa em termos de
proporção em relação às vendas líquidas. Por exemplo, a redução do lucro líquido ou a
estagnação de um período para outro pode ser resultado de um aumento excessivo de
algum item de despesa, podendo ser facilmente verificado através da análise vertical”.
ATIVO 31.12.X2 AV - %
Ativo Circulante 173.257 18,68 %
Realizável a Longo Prazo 302.941 32,67%
Imobilizado 451.302 48,65%
TOTAL 927.500 100%
PASSIVO
Passivo Circulante 180.996 21,67%
Passivo não Circulante 274.200 29,56%
Patrimônio Líquido 472.304 51%
TOTAL 927.500 100%
Pode-se também verificar que apenas 18,68% dos recursos aplicados no patrimônio
constituem aplicações no curto prazo (ativo circulante), indicando que a empresa tem
baixo capital de giro, ao passo que os recursos correntes (passivo circulante)
representam 21,67% das origens dos recursos patrimoniais, tornando-se evidentes
indícios de uma má situação financeira da empresa, pois há uma grande tendência de
insolvência a curto prazo, ou seja, há grande possibilidade de a empresa apresentar
sérias dificuldades para pagar suas dívidas a curto prazo.
Porém, para que se possa precisar melhor a real situação financeira da empresa, não
basta apenas a análise vertical do balanço. Seria necessário fazer outro tipo de análise
(análise por quocientes), a fim de que se definisse um quadro mais completo da
empresa.
31.12.X2 %
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Receita Líquida 1.476.551 100%
(-) Custos das Mercadorias Vendidas (702.620) 47,6%
= Lucro Bruto 773.931 52,4%
Despesas Operacionais
Despesas Comerciais 367.482 24,9%
D.G. Administrativas 74.255 5%
(-) Outras Despesas (baixa de imobilizado) 24.452 1,67%
Total das Despesas (466.189) 31,57%
= Lucro antes das Despesas e Receitas Financeiras 307.842 20,85%
(-) Despesas Financeiras (73.827) 5%
Lucro ante do IR e CSL 234.015 15,85%
(-) Despesa com IR e CSSL (17.551) 1,19%
LUCRO LÍQUIDO EXERCICIO 216.464 14,66%
A Análise Vertical da DRE deve ter como ponto de partida a Receita Líquida de Vendas.
2- O Lucro antes do IR e CSL coincidente com o Lucro Operacional, haja vista que
pelas regras contábeis determinadas pelos pronunciamentos técnicos do CPC todas
as despesas e receitas são consideradas operacionais (não existindo mais no Brasil o
conceito de despesas e receitas não operacionais), conclui-se que a Margem
Operacional de lucro é de 15,85%, ou seja, 84,15% da Receita de Vendas foram
consumidas por custos e despesas operacionais.
Se aplicada a análise vertical em vários exercícios sociais será possível verificar quanto
da receita de vendas foi consumido pelas despesas no decorrer dos anos, essas informações
também indicam economias ou descontroles nas despesas. Lembrando que as economias,
associadas ao aumento da receita de vendas, propiciam o aumento da rentabilidade. O
descontrole de gastos em proporção maior que o aumento das vendas têm impacto direto no
Lucro Líquido do Exercício.
7. ANÁLISE HORIZONTAL
Também denominada como análise por meio de Números-Índice e tem por finalidade
evidenciar a evolução dos itens das Demonstrações Contábeis ao longo dos anos,
possibilitando o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas que compõem a
demonstração analisada, ressaltando as tendências evidenciadas, de evolução ou retração, em
cada uma delas.
Os números índices são obtidos a partir de um exercício social tomado como base, onde
todos os itens componentes das demonstrações nesse exercício são fixados em 1 ou 100% e,
a partir daí, são determinados os demais índices referentes às demonstrações dos outros
exercícios sociais, normalmente subsequentes ao exercício tomado como base.
Como já citado, o processo se resume à, iguala-se o primeiro índice ou cifra a 100 e, por
meio de uma regra de três simples encontra-se a evolução (com base em 100) de cada índice
ou cifra. Por esse método torna-se mais simples visualizar a evolução percentual da série
analisada. A variação de cada item do demonstrativo é percebida pelo resultado, maior que
100 ou menor que 100. A parcela que exceder a 100 indica um crescimento do item
analisado, a parcela que se apresentar menor que 100, indica um decréscimo.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Patrimônio Líquido 215.395 100% 260.600 121 472.304 256,4
TOTAL 478.320 100% 558.676 116,8 927.500 194
A conclusão que se tira pelos resultados acima é que o Ativo Circulante nos exercícios de
20X1 e 20X2 cresceu, respectivamente 35% e 81%, em relação ao exercício de 20X0.
A determinação das séries com base 100 é muito interessante para itens, por exemplo, da
DRE. Onde é possível conhecer a evolução das despesas e dos custos em relação às vendas
(e outros), tornando evidente ao analista as principais alterações no comportamento dos itens
daquela demonstração. As variações encontradas poderão ser positivas ou negativas.
R.: Por meio da regra de três simples é possível calcular a evolução com base em 100 para o
exercício de 20X0
A Análise Horizontal no Balanço Patrimonial mostra a quais itens a empresa vem dando
maior ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, de quais recursos adicionais
vem se valendo. É interessante observar na Análise Horizontal do Balanço,
comparativamente, os seguintes itens:
- Crescimento total do Ativo Permanente e do Ativo Circulante e de cada um dos seus
principais componentes;
- Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível a Longo Prazo comparativamente
ao crescimento do Ativo Permanente;
- Crescimento do Ativo Circulante em comparação do Passivo Circulante;
- Verificação de quanto cada balanço da série contribuiu para a variação final obtida
entre o primeiro e o último balanço.
Lucro antes das Despesas e 151.104 100% 264.864 175,3 307.842 203,7
Receitas Financeiras
(+/-) Despesas Financeiras (15.552) 100% (65.736) 422,7 (73.827) 474,7
LAIR 135.552 100% 199.128 146,9 234.015 172,6
Provisão p/ IR (10.166) (14.934) (17.551
LUCRO LÍQUIDO 125.386 100% 184.194 146,9 216.464 172,6
Pergunta: Qual a evolução da Receita Operacional Líquida no decorrer dos três exercícios?
R.: Por meio da regra de três simples é possível calcular a evolução. Com base em 100 para
o exercício de 20X0, verifica-se um aumento de Receita na ordem de 25% no exercício de
20X1 e de 88% para o exercício de 2.0X2.
Esse mesmo raciocínio aplicado em todos os itens da DRE informa como se comportaram
todos os componentes desse demonstrativo indicando se a empresa apresentou uma
tendência de crescimento, decrescimento ou estagnação.
30
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Despesas Financeiras: Esse item demonstra que houve um certo descontrole na
utilização de recursos de terceiros onerosos com crescimento muito acentuado na
ordem 474%.
Lucro Líquido do Exercício: O reflexo do aumento nas vendas líquidas da empresa
Beta, associado ao controle de suas despesas foi o que proporcionou um resultado
líquido melhor que o apresentado no ano anterior com aumento de 72,6%.
A diferença entre as formas citadas reside no fato de que na análise de evolução nominal
não são considerados os efeitos da variação do poder aquisitivo da moeda (inflação ou
deflação), ao passo que na evolução real, são considerados tais efeitos.
Quando se compara uma série de um mesmo índice (quocientes) não são detectados
grandes problemas com a inflação, pois os índices são grandezas inflacionadas de um ano
sobre outras grandezas inflacionadas naquele mesmo ano, é possível então afirmar que a
comparação de um mesmo índice, apurado em vários anos, não prejudica a Análise
Horizontal, entretanto, há casos em que se deve levar em conta a inflação para a Análise
Horizontal.
Essas situações ocorrem na comparação de valores em moeda corrente ($) de um ano para
o outro, pois a inflação pode concorrer para um crescimento aparente ou para a redução dos
valores da análise. Quando comparados valores em cifras de um ano para outro,
simplesmente, são comparados valores cujo poder aquisitivo da moeda é diferente em cada
período, sendo então conhecido, somente o crescimento nominal e não o crescimento real
dos itens analisados.
Aplicar o deflacionamento significa trazer valores do último período para o período mais
antigo, todavia, a técnica mais recomendada é converter em moeda do último ano. Dessa
forma, é feito o inflacionamento dos valores.
Para se inflacionar os valores será necessário conhecer as taxas oficiais da inflação (IGP,
IGPM, dentre outras) e aplica-las aos períodos anteriores.
Em resumo, a Análise Vertical e a Análise Horizontal devem ser usadas como uma só
técnica de análise, por isso denomina-se Análise Vertical/Horizontal. Essa análise, portanto,
encerra alguns objetivos específicos destacando-se:
A Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à DRE. Toda a
atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que determinam o que a
empresa pode consumir em cada item de despesas. Por isso, na Análise Vertical da DRE
igualam-se as Vendas a 100 e os demais itens têm seu percentual calculado em relação a
elas.
32
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A regularidade de comportamento dos diversos itens das demonstrações financeiras é
sinal de estabilidade e segurança. A excessiva flutuação representa elevação do risco
empresarial.
A prática mostra que grande parte das empresas que vão à insolvência apresenta
irregularidade de comportamento de diversos de seus itens. Existindo regularidade, há
grande chance de a empresa manter equilíbrio em seu fluxo de caixa.
Os índices ou quocientes são relações que se estabelecem entre duas grandezas, uma vez
que a apreciação de certas relações em percentuais é mais relevante que a observação de
montante, por si só.
Índices também podem ser entendidos como a relação entre contas ou grupos de contas
das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação
econômica ou financeira da empresa. Os índices servem como medida dos diversos aspectos
econômicos e financeiros da empresa.
34
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A análise segue uma metodologia a partir da coleta de dados e cálculos dos diversos
índices de modo a alcançar seus resultados, por isso devem ser considerados os meios e as
formas desenvolvidas para tal finalidade. Assim devem ser considerados o que segue:
Absoluta – quando avalia de forma fria se o índice é bom ou ruim apenas pelo seu
resultado algébrico.
Relativa – quando avalia um índice comparando-o com outros.
Variáveis:
Geração de recursos - Uma empresa capaz de gerar recursos para amortizar as dívidas
tem mais capacidade de endividar-se.
Renovação – Uma empresa capaz de renovar as dívidas vencidas, não terá problemas
de insolvência, porque, quando a empresa recorre a Capitais de Terceiros, faz isso por
insuficiência de Capitais Próprios, e assim, terceiros passam a financiar parte do Ativo.
Se para pagar esses terceiros for necessária a redução do Ativo, normalmente as
empresas não o querem fazer. Assim, a alternativa é manter o nível de Capital de
Terceiros renovando empréstimos ou tomando empréstimos novos para pagar antigos.
Quando isso não é possível a empresa torna-se incapaz de cumprir seus compromissos,
sobrevindo a iliquidez. Do sucesso de renovar empréstimos ou tomar novos pode
depender a continuidade da empresa.
Empresas que recorrem a dívidas como complemento dos Capitais Próprios para
realizar aplicações produtivas no seu Ativo (ampliação, expansão, modernização,
etc.) - este endividamento é sadio, mesmo quando elevado, pois as aplicações
produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido.
Empresas que recorrem à dividas para pagar outras dividas que estão vencendo. -
Por não gerarem recursos para saldar compromissos, elas recorrem a empréstimos
sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata a
insolvência, consequentemente, à falência.
36
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Prazo. As proporções existentes entre eles trazem informações dos níveis de decisão da
estrutura do endividamento, a saber:
Ou
Indica: Qual a proporção entre Capitais de Terceiros e Capitais Totais (Exigível Total +
Patrimônio Líquido), isto é, quanto a empresa utiliza de capitais de 3ºs para cada real de
todos os recursos aplicados. Se multiplicado por 100, qual o percentual de capital de
terceiros em relação aos recursos totais a disposição da empresa.
Esse índice pode ser chamado de Índice de Grau de Endividamento, visto que mede o
grau de endividamento da empresa.
Indica: Qual a proporção entre Capitais de 3ºs. e Capitais Próprios (PL), isto é, quanto a
empresa utiliza de capitais de 3ºs. para cada real de Capital Próprio.
Esse índice pode ser chamado de Índice de Grau de Endividamento, visto que mede,
também, o grau de endividamento da empresa.
38
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ativo R$ 135.000
Passivo Circulante R$ 12.000
Passivo não Circulante R$ 48.000
Patrimônio Líquido R$ 75.000
Para cada R$ 1,00 de capital próprio, a empresa utiliza R$ 1,50 de capitais de terceiros,
revelando um elevado grau de endividamento, isto é, os ativos da empresa estão muito mais
vinculados a capital de terceiros do que a capitais próprios, encontrando-se em pior situação
que do exemplo 2, onde o endividamento foi menor do que 1 (0,80), mostrando menor
dependência de capitais de terceiros.
Indica: Qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais, isto
é, quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações.
O resultado encontrado indica que 20% do montante de dívida da empresa vencem no Curto
Prazo e, portanto 80% tem vencimento no Longo Prazo, ou seja, terá maior prazo para
produzir recursos financeiros para quitar suas dívidas, haja vista o percentual maior de
dívidas vencendo no longo prazo.
No caso de ser menor que 100, a IPL mede a parcela do capital próprio (patrimônio
líquido) necessária para financiar o ativo fixo. Já, no caso de ser maior que 100, a IPL
indica que há capitais de terceiros financiando parte do ativo fixo, visto que todo o
patrimônio líquido não é suficiente para financiar os referidos recursos. De outro
modo, a IPL também indica quanto foi investido no ativo permanente para cada R$ 100
pertencente aos sócios ou acionistas da empresa. Assim, obteve-se a seguinte formula
para o cálculo:
IPL == Ativo
AtivoPermanente
Permanente__
(Fixo)_
x 100x 100
Patrimônio
PatrimônioLíquido
Líquido
Indica: Qual a parcela do Patrimônio Líquido (PL) foi utilizada para financiar a compra do
Ativo Fixo ou Permanente (AP), isto é, quanto a empresa imobilizou no Ativo Permanente
para cada $ 100 de Patrimônio Líquido.
Exemplo 5:
Ativo Permanente (Fixo) R$ 82.000
Ativo Realizável a Longo Prazo (RLP) R$ 22.000
Patrimônio Líquido R$ 75.000
40
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ou
80% do capital próprio (PL) financiam todo o ativo fixo ou imobilizado. De outro modo para
cada R$1,00 pertencente aos sócios da empresa, foram investidos R$ 0,80 no ativo fixo.
Graficamente estaria assim composto:
AC + ARLP PÇ + PNC
20% PL
Ativo Fixo 80% (PNC + PL)
Observa-se na estrutura do capital acima que 20% do capital próprio estariam financiando
paetê do AC e do ARLP, sendo o restante do AC e ARLP financiados por capitais de
terceiros.
A interpretação deste quociente deve ser direcionada ainda a verificar a existência ou não
do Capital Circulante Próprio – CCP.
Se o CCP ficar negativo, a empresa poderá perder a liberdade financeira, mas não quer
dizer que esteja em situação complicada. Essa situação pode ocorrer quando a empresa está
expandindo ou se modernizando e poderá ser corrigida com adequado financiamento de
longo prazo que suprima a necessidade de Capital Circulante Liquido (CCL), cobrindo
assim, seus compromissos a curto prazo tendo, portanto, tempo suficiente para que os
investimentos no Ativo Permanente gerem lucros, que permitirão a remuneração dos capitais
de terceiros tomados para pagamento a longo prazo.
Admitindo que o passivo são origens de recursos, podem-se dividir tais recursos em
Correntes e Não Correntes. Partindo-se do princípio que o passivo circulante corresponde ao
conceito de recursos “correntes", conclui-se que os recursos “não correntes”
correspondem à soma do passivo não circulante mais o patrimônio líquido. Daí estabeleceu-
se a seguinte fórmula para o cálculo da IRNC.
Indica: Qual a parcela do Passivo Total foi utilizada para financiar a compra do Ativo
Permanente, isto é, quanto a empresa imobilizou no Ativo Permanente (AP) para cada $ 100
das suas fontes de recursos (ELP + PL).
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Exemplo 5:
Ativo Permanente (Fixo) R$ 82.000
Passivo não Circulante R$ 30.000
Ativo Realizável a Longo Prazo (RLP) R$ 22.000
Patrimônio Líquido R$ 75.000
57% dos recursos não correntes financiam todo o ativo fixo. Graficamente estaria assim
composto:
AC + ARLP PÇ + PNC
43% PL
Ativo Fixo
57% (PNC + PL)
Este indicador mede garantia dada pelo Patrimônio Líquido em honrar seus
compromissos para com terceiros, pode ser obtido pela seguinte equação:
42
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Nesse caso a empresa encontra-se em situação financeira satisfatória, pois seu grau de
endividamento é baixo, inexistindo a necessidade de recursos externos para o giro de seu
negócio.
Quando o índice encontrado for Menor que 1 - Indica existência de maior participação
de capitais de terceiros que próprios aplicados na empresa.
Do ponto de vista de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com uma maior
participação de capitais de terceiros isso se, a remuneração (juros) paga a esses capitais for
menor do que o lucro obtido com a sua aplicação nos negócios.
O objetivo geral dos quocientes deste grupo é avaliar a situação Financeira da empresa,
medindo em geral, a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a Curto e/ou Longo Prazos,
utilizando os recursos aplicado no ativo.
Os índices deste grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices
que a partir do confronto dos Ativos Circulante (AC) e Realizável (R) com as Dívidas Totais
(ET), procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa. Pode-se ainda dizer que,
quando a análise dos quocientes de Estrutura de Capitais (Endividamento) indicar um grau
de endividamento aceitável, provavelmente a análise dos Quocientes de Liquidez mostrará
grau de solvência satisfatório.
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de apresentar boa capacidade
de pagar dívidas, mas, em função de outras variáveis, tais como prazo, renovação de dívidas
etc., poderá não estar, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia.
Esses índices são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é,
constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade de saldar seus compromissos.
Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada num longo prazo, num curto prazo e em
prazo imediato. Regra geral, quanto maior for o valor dos índices de liquidez, maior será a
capacidade de a empresa pagar suas dívidas, e, consequentemente, melhor sua situação
financeira.
LIQUIDEZ GERAL – LG
Mede a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a curto e longo prazos, utilizando
os recursos aplicados no ativo circulante e realizável a longo prazo.
Para que seja considerada com boa situação financeira, é necessário que a liquidez geral
seja superior a 1. Lembrando, no entanto, que todos os resultados na análise são relativos.
Sendo o índice apurado maior que a unidade, revela a existência de Capital de Giro
Próprio (capital próprio aplicado no giro da empresa), ou seja, que parte do capital de giro
da empresa é financiada com recursos próprios. Sendo o índice inferior a 1, fica evidente a
utilização de capitais de terceiros para financiamento de seu giro.
44
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O indicador de liquidez geral não faz restrição de prazo. Compara todas as dívidas (a
curto e a longo prazo) com a soma de todos os valores disponíveis e realizáveis.
Este indicador serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez) de
longo prazo do empreendimento. Mede quanto a empresa possui de recursos não aplicados
em ativos permanentes para cada real de dívida. É aferida pela divisão da soma do ativo
circulante com o realizável em longo prazo e com duplicatas descontadas.
Para possibilitar maior qualidade a esse indicador recomenda-se analisar o perfil dos
elementos, separando-os em períodos próximos de dois ou três anos, dos que se referem a
períodos maiores, de até 10, 15 anos. Além da análise do perfil de longo prazo, deve-se
também fazer a análise da natureza do realizável a longo prazo, pois pode contar com dados
de realização levando a zero, perto da condição de permanência.
SOLVÊNCIA – S
Mede a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a curto prazo (PC) e a longo prazo
(PNC), utilizando os recursos totais aplicados no patrimônio, isto é, utilizando todo o
(Ativo Circulante e Ativo não Circulante).
Indica: A capacidade da empresa pagar suas dívidas a curto prazo (PC) e a longo prazo
(PNC), utilizando os recursos totais aplicados no patrimônio, isto é, utilizando todo o (Ativo
Circulante e Ativo não Circulante).
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Exemplo 1:
Ativo Circulante (AC) R$ 11.000
Ativo não Circulante (ANC – RCP) R$ 34.000
Passivo Circulante (PC) R$ 18.000
Passivo não Circulante (PNC – ELP) R$ 42.000
LIQUIDEZ CORRENTE – LC
Mede a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a curto prazo, utilizando os
recursos aplicados no ativo circulante.
Exemplo 2:
Ativo Circulante (AC) R$ 40.000
Passivo Circulante (PC) R$ 25.000
LC = AC = 40.000 = 1,60
PC 25.000
Para cada real de capitais de terceiros de curto prazo (PC), a empresa dispõe de R$ 1,60 de
recursos aplicados no ativo circulante (AC). Observa-se a liquidez corrente é maior do que 1
(um), significando que a empresa, teoricamente, se encontra numa situação favorável de
liquidez, isto é, o Ativo Circulante, cobre todo o Passivo Circulante.
É um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da
situação de liquidez da empresa.
No entanto, havendo despesas a apropriar no ativo circulante, tais como “Seguros a
vencer”, “Alugueis a vencer” etc. essas devem ser desconsideradas no cálculo da LC, tendo
em vista que o objetivo geral dos índices de liquidez é medir a capacidade de a empresa
pagar suas dívidas utilizando recursos do ativo que se representam em forma de dinheiro ou
que poderão ser conversíveis em dinheiro, coisa esta que não acontece com as despesas a
apropriar (ou despesas pagas antecipadamente), dado que essas despesas não se converterão
em dinheiro e sim em despesas propriamente ditas, integrando desse modo o resultado.
Assim, o cálculo mais real da LC é feito mediante o uso da seguinte formula:
LC = Ativo Circulante - Despesas a Apropriar
Passivo Circulante
Qualquer indicador acima de 1,00 é considerado bom, pois indica capacidade de
pagamento de todas as dívidas de curto prazo. Um indicador na ordem de 1,50 pode ser
considerado bom, porém, pode ser até considerado excessivo por indicar imobilização
exagerada de capital de giro.
A liquidez corrente revela se a empresa tem boa situação financeira, ou seja, operando
com segurança no curto prazo ou dentro do seu ciclo financeiro.
Quando se diz que os investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as
dívidas, pode parecer que, se a empresa liquidasse seu Ativo Circulante, pagaria inteiramente
suas dívidas de curto prazo e ainda sobraria algum disponível. Mas tal afirmativa é muito
simplista e distanciada da realidade. Porque:
Em 1º lugar porque estaria sendo totalmente desconsiderado o fator tempo que atua de
várias formas:
É impossível vender instantaneamente todos os estoques (não há vendedores,
faturistas ou clientes interessados em comprar tudo de uma vez);
46
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
É impossível receber todas as duplicatas já emitidas como as que serão emitidas, por
que existe um ciclo financeiro na economia (as empresas esperam os recebimentos
de seus clientes para disporem de recursos e, por sua vez, cumprirem seus
compromissos com fornecedores, os assalariados esperam seus salários para
pagarem suas prestações, etc.);
As empresas arcam com várias despesas proporcionais ao tempo, alugueis, salários,
tributos que aumentam o Passivo Circulante.
LIQUIDEZ SECA – LS
Mede a situação de liquidez da empresa utilizando os recursos aplicados no ativo
circulante, sem contar com seus estoques, visto que algumas empresas podem em
muitas ocasiões, ter dificuldades para realizar financeiramente seus estoques.
Da mesma forma que no cálculo da LC, no cálculo da LS, havendo despesas a apropriar
(ou despesas pagas antecipadamente) essas devem ser desconsideradas. Assim, a fórmula
mais real no cálculo desse índice é a seguinte:
LC = Ativo Circulante - Estoques - Despesas a Apropriar
Passivo Circulante
Eliminando-se os estoques e as despesas antecipadas do numerador, são eliminadas fontes
de incerteza.
48
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
LIQUIDEZ IMEDIATA - LI
Mede a capacidade imediata de a empresa pagar suas obrigações a curtíssimo prazo. A
maior necessidade de um maior ou menor valor para esse índice está intimamente
relacionada ao ramo de atividade da empresa.
Os quocientes de rotatividade são obtidos pelo confronto dos elementos da DRE com
elementos do BP, evidenciando o tempo necessário para que os elementos do Ativo se
renovem. Neste grupo estudam-se quantos dias a empresa demora, em média, para receber
suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seus estoques.
RE = CMV
EM
Indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender seus estoques.
50
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ou
PMRE = 360 dias
RE
Interpretação: A cada 60 dias, em média, a empresa renova todo seu estoque, isto é, vende
todo seu estoque e adquire novamente mercadorias para revenda em média a cada 60 dias.
RC = Vendas a Prazo
Média de Clientes
Onde:
Média de Clientes = (SIC + SFC) /2
SIC = Saldo Inicial de Clientes (ou Duplicatas a Receber no balanço anterior)
SFC = (Saldo Final de Clientes (ou Duplicatas a Receber no balanço atual)
RC = 90.000 = 3
45.000 + 35.000
2
Indica, em média, quantos dias a empresa concede aos seus clientes para os
recebimentos
Ou
PMRV = 360 dias x 30.000 = 120 dias OU PMRV = 360 dias = 120 dias
90.000 3
Interpretação: A cada 120 dias, em média, a empresa realiza uma venda completa, isto é,
vende a prazo e recebe de seus clientes essas vendas a prazo a cada 120 dias, em média.
Por meio dos cálculos acima apresentados pode-se verificar uma importante informação,
qual seja, o Ciclo Operacional de empresas comerciais, a saber:
No caso de uma empresa comercial, o COP representa o tempo que a empresa leva para
vender todos seus estoques adquiridos e receber as vendas desses estoques dos clientes, ou
seja, o tempo que a empresa leva desde a compra das mercadorias até o recebimento de suas
vendas. O referido período, neste caso, pode ser calculado, com razoável aproximação,
através da seguinte fórmula:
52
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CICLO OPERACIONAL (COP) = PMRE + PMRV
Interpretação: A cada 180 dias, em média, a empresa fecha o seu ciclo operacional, ou seja,
compra mercadorias para revenda, revende todo o estoque e recebe as vendas de seus
clientes.
RF = Compras a Prazo
Média de Fornecedores
Onde:
Média de Fornecedores = (SIF + SFF) /2
SIF = Saldo Inicial de Fornecedores (saldo de Fornecedores no balanço anterior)
SFF = (Saldo Final de Fornecedores saldo de Fornecedores no balanço atual)
RC = 36.000 =4
11.000 + 7.000
2
Interpretação: Ao longo do exercício social de 20X2, a empresa realizou em média 4
compras a prazo completas, isto é, comprou a prazo e pagou as respectivas compras a seus
fornecedores em média 4 vezes no ano de 20X2.
Obs.: Para se calcular o valor das compras caso não conste dos dados disponíveis nas
informações contábeis:
Indica, em média, quantos dias a empresa demora para pagar suas compras.
Interpretação: A cada 90 dias, em média, a empresa realiza uma compra a prazo completa,
isto é, compra a prazo e paga de seus fornecedores a cada 90 dias, em média.
Interpretação: A cada 90 dias, em média, a empresa fecha o seu ciclo financeiro, ou seja,
compra mercadorias para revenda, revende todo o estoque, recebe as vendas de seus clientes
e paga seus fornecedores a cada 90 dias, em média.
O Ciclo Financeiro pode ser identificado sob duas óticas: Ciclo Financeiro Desfavorável e
Ciclo Financeiro Favorável.
No caso de o Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) ser MENOR que o Ciclo
Operacional (COP), o valor do Ciclo Financeiro é sempre DESFAVORÁVEL, visto que o
prazo da compra até o pagamento é MENOR do que o da compra até o recebimento, ou seja,
a empresa tem que pagar a seus fornecedores antes de receber de seus clientes, obrigando-
a a recorrer, em alguns casos, a capitais de terceiros para financiar parte de suas atividades e
saldar seus compromissos.
54
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
No caso de o Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) ser MAIOR que o Ciclo
Operacional (COP), o Ciclo Financeiro é sempre FAVORÁVEL, visto que o prazo da
compra até o pagamento é MAIOR do que o da compra até o recebimento, isto é, a empresa
recebe de seus clientes antes de pagar seus fornecedores, representando o ciclo financeiro o
tempo que a empresa dispõe de FOLGA DE CAIXA. É como se os fornecedores deixassem
seu dinheiro com a empresa durante todo o ciclo financeiro, sem cobrar juros.
CG = 360 dias
Ciclo Financeiro (CF)
Maior que todos os outros tipos de empresa, a empresa industrial adquire as Matérias
Primas (MP) de terceiros que integrarão os produtos em fabricação, os quais quando
concluídos integrarão os estoques de produtos prontos, que serão vendidos e. se forem a
prazo, posteriormente serão recebidos. Portanto, o ciclo operacional na indústria pode ser
entendido da seguinte maneira:
Compra
de MP
(1) PMRMP
Fabricação (prod.
em fabricação)
(2) PMRPF
= 1 Ciclo Operacional
Estocagem
(produtos prontos)
(3) PMRPP
Vendas
(produtos prontos)
Apostila - Prof. Ma. Marlene Ferreira Santiago
(4) PMRV
Recebimento de
Clientes
56
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
vender todo o estoque de produtos prontos.
Admitindo que o exercício social tenha 360 dias:
Todos os quocientes acima estudados acima compõem o que se conhece por Ciclo
Operacional e o Ciclo Econômico de uma indústria, assim conceituado:
O CICLO FINANCEIRO pode ser identificado, assim como na empresa comercial, sob
duas óticas: Ciclo Financeiro Desfavorável e Ciclo Financeiro Favorável.
GC = 360 dias
Ciclo Financeiro (CF)
Assim como ocorre na empresa comercial, na indústria, respeitando seu ramo, seu
segmento e suas variáveis próprias, o estudo dos Ciclos de Atividades traz oportunidades de
informações que a empresa necessita para administrar sua produção de maneira que tenha
perfeitamente equilibrados os Ciclos Operacional e Financeiro.
Todas as empresas, no sistema capitalista, visam à obtenção de lucros para expansão das
atividades. As operações empresariais devem, além de serem seguras e líquidas, têm de ser
rentáveis. A realização de operações não rentáveis compromete, a médio prazo, a própria
situação de liquidez da empresa.
58
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
investimento. Esses coeficientes podem ser usados para estimar a habilidade de uma
empresa em controlar as despesas e converter vendas em lucros.
GIRO DO ATIVO – GA
GA = Receita de Vendas
Ativo Total
Obs. 1: No caso de uma DRE apresentada de modo “tradicional”, conforme art. 187 da Lei
nº 6.404/76 a Receita de Vendas corresponde ao conceito de “Receita Líquida”, isto é, a
Receita Bruta menos DEDUÇÕES, onde essas deduções são as seguintes:
Devoluções de Vendas
Abatimentos sobre Vendas
Descontos Incondicionais Concedidos
Impostos e Contribuições sobre Vendas (ICMS, PIS e COFINS)
O volume de vendas deve ser compatível com o ramo de atividade da empresa. O ideal é
que esse índice seja superior a 1 (um) o que demonstra que o volume de vendas superou o
valor do capital investido.
DRE em 31/12/20X
Interpretação: Para cada R$ 1,00 investido no ativo total da empresa, esta obteve uma
receita de vendas de R$ 1,63.
O volume de vendas ideal para cada empresa é aquele que lhe proporciona lucratividade
suficiente para cobrir todos os gastos e oferecer boa margem de lucro. O desempenho
comercial de uma empresa pode variar de um exercício para outro dependendo de alguns
fatores, externos ou internos, tais como:
60
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Interpretação: Para cada R$ 1,00 investido no ativo operacional da empresa, esta obteve
uma receita de vendas de R$ 2,29.
MARGEM BRUTA – MB
Esse coeficiente mostra as relações entre Lucro Bruto x Vendas Líquidas. O inverso deste
coeficiente sinaliza o CMV e/ou CPV em relação às vendas liquidas. Uma margem bruta
maior indica um baixo custo de vendas. Testa a eficiência da empresa em usar suas despesas
para produzir e distribuir seus produtos, mercadorias ou serviços.
Para obter lucratividade, uma empresa comercial deve primeiro controlar sua seus custos
e distribuir despesas em relação aos seus níveis de vendas. Muitos custos e despesas são
variáveis e aumentam ou diminuem conforme o volume de vendas. Nem sempre um volume
alto de vendas é sinônimo de lucratividade garantida e vice-versa.
Obs.: Lucro Operacional (LOP) coincide com Lucro antes do I.R. e CSSL.
Margem Líquida – ML
62
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
da empresa no período. O melhor conceito de dimensão poderá ser o volume de vendas, ou
valor do ativo total, ou valor do patrimônio líquido, ou ainda o valor do ativo operacional,
dependendo da aplicação de for feita.
O Lucro a ser utilizado no cálculo para medir o desempenho da empresa pode ser o lucro
líquido; ou o lucro operacional; ou o lucro operacional antes de deduzir as despesas
financeiras e até mesmo o Ebtida em relação ao capital investido, podendo-se considerar o
total do ativo ou o ativo operacional.
O Ebtida do inglês (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortizing),
Seu cálculo se expressa em sua própria denominação, cuja tradução é “Lucro antes
dos juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) ”, é uma métrica muito
utilizada pelos analistas de mercado e investidores para avaliar o desempenho de um
negócio, sendo destacada pelas empresas quando da publicação do relatório anual.
Lucro Operacional
(+) Despesas financeiras líquidas
(+) Despesas de depreciação e amortização
(+)/(-) Resultado de equivalência patrimonial
= Ebtida
MARGEM EBTIDA – ME
ME = Ebtida x 100
Receita de Vendas
Apostila - Prof. Ma. Marlene Ferreira Santiago
Considerado como a capacidade de geração de caixa operacional e utilizado essencialmente
para analisar o desempenho das organizações, medindo a eficiência da empresa. Esse índice,
Indica: a eficiência da empresa em gerar recursos apenas com sua atividade fim.
Interpretação: Quanto maior, melhor
Dessa forma, verifica-se a possibilidade de diversas combinações a fim de medir o
desempenho de uma empresa, sendo que a empresa é quem decide em utilizar aquela que
atenda melhor a revelar a rentabilidade do negócio.
Indica: Quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 aplicados no Ativo investido.
Interpretação: quanto maior, melhor.
64
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
RA = 34.200 x 100 = 36%
96.000
Interpretação: Para cada R$ 1,00 de investimento total do ativo, a empresa obtém R$ 0,36
de lucro líquido. De outro modo, o lucro líquido da empresa deu um retorno de 36%, sobre
seu investimento total no ativo.
PAY-BACK (PB)
Interpretação: Foi possível calcular que o retorno do investimento se dará em 2,78 anos = 2
anos e 9 meses.
Interpretação: Para cada R$ 1,00 investido no ativo total, a empresa obtém um lucro
operacional de 0,47. De outro modo, o lucro operacional deu um retorno de 47% sobre o
investimento total no ativo.
Interpretação: Para cada R$ 1,00 investido no ativo operacional, a empresa obtém um lucro
operacional de 0,47. De outro modo, o lucro operacional deu um retorno de 66% sobre o
investimento total no ativo.
Esse índice indica quanto a empresa obtém de lucro operacional para cada R$ 100,00 de
investimento no seu ativo operacional. Seu cálculo pode ser feito mediante o uso da seguinte
relação:
Obs.: Lembrando que Margem Operacional = Lucro Operacional (LOP) / Receita de Vendas
(V) e Giro do Ativo Operacional = Receita de Vendas (V) / Ativo Operacional (AOP),
assim:
Indica: Quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de Capital Próprio médio
investido.
Interpretação: quanto maior, melhor.
66
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, alugueis,
Fundos de Investimentos, etc. Com isso, pode ser avaliado se a empresa oferece
rentabilidade superior ou inferior a essas opções.
Quanto maior esse quociente, maior o grau de rentabilidade apurado pela empresa em
relação ao Capital Próprio investido.
No exemplo da Comercial XY Ltda., representado por um único exercício social foi utilizado
o valor do ativo total do exercício informado e apurado a seguinte rentabilidade do ativo:
A rentabilidade de todo e qualquer tipo de negócio, pequeno, médio ou grande, pode ser
expressa pela multiplicação de dois elementos: margem e giro. A margem mostra quanto o
negócio é lucrativo, e o giro, quanto a administração é eficiente em utilizar os ativos
existentes transformando-os em vendas. Isto é, não basta que o que o produto ou serviço seja
lucrativo é imperativo vender, vender e vender.
Considerando que o índice de lucro líquido para com os ativos totais mede o retorno
sobre os ativos totais pós-juros e impostos, o cálculo do ROA, utilizando-se saldos finais, é
dado pela Equação 1.
LL
ROA Equação 1
Ativo total
onde: LL = lucro líquido
O sistema adotado pela DuPont obtém o ROA a partir do produto da margem líquida
pelo giro do ativo total.
V
GA =
Ativo total
Relacionando-se as duas:
LL V
ROA x .
V Ativo total
Já o índice ROE, que mede o retorno do lucro líquido em relação ao patrimônio líquido
da empresa, que representa também a taxa de retorno sobre o investimento dos acionistas,
pode ser obtido pela Equação 3.
LL
ROE Equação 3
PL
onde: LL = Lucro líquido
PL = Patrimônio líquido
O cálculo do ROE, dado pela Equação 3 e no sistema DuPont, é obtido pelo produto do
ROA pelo multiplicador de alavancagem financeira (MAF), conforme Equação 1
68
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Margem líquida = lucro / vendas;
Giro ativo total = eficiência do uso dos ativos;
Multiplicador de alavancagem financeira (MAF) = Total de ativos / PL.
Vendas
Demonstração
Menos
Dividido por
Despesas Margem líquida
de Resultados
Vendas
operacionais
Menos
Taxa de
Balanço Patrimonial
Imposto de
renda
Ativo circulante
Vendas Giro do Ativo
Mais Total
Dividido por
Exigível a longo
Patrimônio líquido Multiplicador
prazo
de
alavancagem
financeira
(MAF)
Patrimônio
líquido
LUCRO
VENDAS
VENDAS
ATIVO
ATIVO
70
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
MARGEM
LIQUIDA
GIRO DO
ROE ATIVO TOTAL
ALAVANCAGEM
FINANCEIRA
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Embora a tendência das empresas mundiais seja utilizar mais capital de terceiros do que
recursos próprios, no Brasil, devido às altas taxas de juros, essa tendência é vista como
arriscada e, na visão de inúmeros administradores experientes, trabalhar com endividamento
baixo e elevados índices de liquidez corrente ainda representa excelente política de
financiamento do capital da empresa.
RSA – Este coeficiente mede o Retorno Sobre o Ativo pela avaliação do balanço patrimonial
referente aos ativos. Com esta medida o analista pode identificar quão eficazmente a
empresa está empregando seus ativos para gerar lucros.
1- O Giro dos Ativos para vendas – indica quantas vezes os ativos foram convertidos em
vendas em cada exercício
2- Lucro nas vendas - A combinação desses dois coeficientes, resulta o RSA. Se o nível do
RSA é muito baixo, significa que não está compensando para os proprietários em seu
negócio o risco de investimento de seu capital em ativos. O RSA mede quão eficientemente
a empresa usa seus recursos (ativos totais) para produzir resultados líquidos.
1º Modo
RPL = Resultado Líquido x 100
P.L. Médio
3º Modo
RPL = Resultado Líquido x 100
PL Médio do Exercício Anterior
72
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Esses indicadores de Lucro sobre Vendas são conhecidos como lucratividade, ou seja,
apuram quantos centavos se ganha por real vendido.
b) Giro do Ativo – Significa a eficiência com que a empresa utiliza seus Ativos, com o
objetivo de gerar vendas reais. Quanto mais for gerado de vendas, mais eficiência na
utilização dos Ativos.
Existem empresas que ganham mais na margem, o que pode indicar que, normalmente
ganham no preço. Já as empresas que ganham no giro visam quantidade.
A rentabilidade de uma empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e
Quantidade, ou seja, Margem (Lucratividade) e Giro (Produtividade).
Então:
Margem x Giro
Empresa A → TRI → 15% 0,15 x 1,0
Empresa B → TRI → 15% 0,75 x 2,0
Empresa A → TRI → 15% 0,20 x 0,75
Empresas que dependem de grandes investimentos ganharão na margem para obter uma
boa Taxa Retorno sobre Investimento. São os casos das usinas hidrelétricas, do metrô, das
companhias telefônicas, isto é, empresas de grandes estruturas, bem como empresas que
comercializam ouro, seguradoras, butiques, hotéis de luxo, algumas companhias aéreas etc.
No que diz respeito à situação financeira, pode-se tentar qualificar a situação financeira
de uma empresa com base no índice de Liquidez Corrente.
Assim, se uma empresa apresentar um índice LC de 1,5 pode ser reconhecida como uma
empresa líquida, isto é, para cada real de dívida há curto prazo há R$ 1,50 de investimento a
curto prazo indica, portanto, uma folga de 50%.
A folga de 50% pode ser considerada suficiente como margem de segurança à empresa,
essa conclusão é feita por intuição ou por conhecimento de outras empresas que operam bem
com esse nível de Liquidez Corrente.
74
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
No caso de índices de rentabilidade, pode-se julgar bom ou ruim, dependendo da
expectativa dos empresários. De qualquer maneira, a análise do valor intrínseco de um índice
é limitada e só deve ser usada quando não se dispõe de índices-padrão proporcionados pela
análise de conjunto de empresas.
A comparação dos índices de uma empresa com os valores observados nos anos
anteriores revela-se bastante útil por mostrar tendências seguidas pela empresa. As
informações obtidas por meio dos índices de vários exercícios permitem ao analista formar
opinião a respeito das diversas políticas adotadas pela empresa, bem como tendências que
estão sendo registradas. É fundamental em qualquer avaliação que os índices sejam avaliados
conjuntamente.
Análise Cross-Sectional
Comparação de índices financeiros de empresas diferentes no mesmo ponto no
tempo envolvendo comparação dos índices das empresas com aquelas de outras
empresas no seu setor, ou com médias setoriais.
Benchmarking
Os índices são comparados com aqueles de um competidor-chave, ou grupo de
competidores, principalmente para identificar áreas com espaço para desenvolver o
desempenho.
Análise combinada
Combina a análise cross-sectonial e séries temporais, permitindo a avaliação de uma
tendência para o setor.
Comparação de Quocientes
Uma vez calculados os índices e comparados com padrões, pode-se fazer primeiro uma
avaliação individual de cada um deles, depois uma avaliação conjunta e, assim, avaliar a
empresa e sua administração. Essa forma de avaliação é uma técnica científica, seguida por
várias ciências não só pela Análise das Demonstrações Contábeis e que, basicamente tem a
seguinte ordem: Cálculo dos Indicadores: Índices Financeiros de Participação de Capitais de
Terceiros, Liquidez, Rotação e Rentabilidade, etc.
76
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Espera-se que qualquer análise baseada num conjunto de índices seja capaz de distinguir
as empresas saudáveis daquelas com as quais os negócios devam ser evitados.
Todas essas técnicas, porém, não superam a opinião dos analistas quanto à importância
atribuída a cada índice. A atribuição de pesos, pode ser altamente cientifica, porém não deixa
de ser intuitiva.
10.4 Índices–Padrão
O papel dos índices-padrão é permitir comparar uma empresa com outras semelhantes,
mas, além disso, os índices-padrão representam elementos extraordinariamente úteis para
análises macroeconômicas. A análise de Demonstrações Contábeis só será consistente e
objetiva quando os índices calculados forem comparados com índices-padrão, pois, do
contrário, as conclusões sujeitam-se a opinião do analista.
O analista tira informações das demonstrações financeiras por meio de cálculos dos
indicadores, mas, como avaliar se esses índices são bons? Qual o posicionamento dos
concorrentes? O endividamento é maior ou menor do que o das outras empresas da mesma
atividade? A grande diversidade de índices traz a necessidade de comparar nossos índices
com índices de outras empresas do mesmo ramo de atividade, que servirá de base de
comparação.
É necessário que o analista tenha muito cuidado para que possa refletir adequadamente o
comportamento médio de determinada empresa. Há casos que a situação econômico-
financeira da empresa não é boa mesmo tendo alcançado o padrão, ou é considerada ótima,
mesmo estando abaixo do padrão.
Média Aritmética: é usada, normalmente, para indicar algo que é característico do universo.
Obtida somando-se todos os elementos do conjunto e dividindo-se o resultado pelo número
de elementos.
Ex.: 1,20 + 1,35 + 1,16 + 1,15 + 1,25 + 1,02 + 1,47 + 1,79 + 1,63 + 0,98 = 1,30
10
Média aritmética = 1,30
1,20; 1,25; 1,27; 1,30; 1,30; 1,30; 1,55; 1,55; 1,55; 1,55; 1,62; 1,62; 1,78; 1,78; 1,78
Neste caso a Moda é 1,55, pois foi alcançada pelo maior número de empresas num universo
de 15 empresas.
0,86; 0,99; 1,02; 1,18; 1,20; 1,23; 1,30; 1,33; 1,35; 1,40 1,41; 1,63; 1,79; 1,81
Neste caso a Mediana é 1,30, pois é o elemento que se encontra no meio, pela ordem
crescente de grandeza.
78
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ex.: Supondo que existam, em uma mesma região, 40 empresas que atuam na mesma
atividade. Para calcular o Quociente Padrão devem-se seguir os seguintes passos:
0,76 – 079 – 0,82 - 0,91] - [0,97 – 1,02 – 1,05 – 1,11] - [1,16 – 1,18 – 1,10 – 1,24] - [1,29
- 1,33 - 1,35 – 1,38] - [1,39 – 1,41 – 1,45 – 1,49] - [1,50 - 1,54 – 1,55 – 1,60] – [1,63 –
1,67 – 1,70 - 1,71] - [1,72 – 1,76 – 1,79 – 1,80] – [1,82 -1,84 – 1,87 – 1,92] –[1,94 – 1,98 –
2,00 – 2,04
A mediana deste conjunto é representada pelo 5º decil que é 1,495, isto é, as empresas do
ramo que obtiveram Quociente de Liquidez Geral igual a 1,495 estarão operando na média
do padrão de suas concorrentes.
A avaliação dos índices de uma empresa por meio de Padrões, relativamente às demais
empresas do mesmo ramo e praça pode ser feita através do uso de tabelas de índices-padrão.
Com base nos 9 decis encontrados podem ser avaliados, com precisão, os índices
encontrados na análise da empresa objeto da análise.
Por meio da comparação com os padrões pode-se verificar em qual faixa de mercado a
empresa se situa. O ideal seria que a empresa estivesse próxima ao índice-padrão mediano,
não estando nem muito acima ou abaixo das demais concorrentes.
FATOR DE INSOLVÊNCIA = X1 + X2 + X3 – X4 – X5
Onde:
X1 = Rentabilidade do Capital Próprio x 0,05
80
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
X5 = Endividamento x 0,33
Quanto à apresentação:
Capital de Giro Financeiro – composto de Disponibilidades (Caixa, Bancos,
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata), pelas Aplicações Financeiras de Curto
Prazo (resgatadas até o término do exercício social seguinte) e pelos Empréstimos
Concedidos classificáveis no curto prazo.
Capital de Giro Operacional - também chamado de Ativo Circulante Operacional,
é a parte do capital de giro decorrente das operações da empresa necessários para a
concretização do seu ciclo operacional, tais como: Estoques (decorrentes da operação
de produção ou compra), Duplicatas a Receber (decorrentes de vendas a prazo)
Quanto à sazonalidade:
CGP = PL – ANC
PC
AC CGL = AC – PC PNC
CGP PL
ANC
Fonte: Ferrari (2014)
Observando o gráfico acima, pode-se concluir que o CGP é parte do Capital Próprio (PL)
APLICADO no Ativo Circulante, justificando assim sua denominação de “Giro Próprio”,
visto que Capital de Giro é o mesmo que Ativo Circulante, de modo que CGP também pode
ser visto como a parte do Capital de Giro (AC) financiada pelo Capital Próprio. Além disso,
do gráfico pode-se estabelecer mais duas igualdades:
De acordo com Fleuriet et al (2003) “O ciclo físico de uma produção compreende três
fases principais: 1) armazenagem de matérias-primas; 2) transformaçao das matérias-
primas em produtos acabados; e 3) armazenagem dos produtos acabados. A natureza
dos estoques difere em cada uma das fases, existindo três de estoques: matérias-primas,
produção em andamento e de produtos acabados”.
Os conceitos acima servem de base para aplicação de uma análise gerencial de balanços,
ou seja, para uma análise mais acurada faz-se necessário considerar as contas do ativo e do
passivo em relação à realidade dinâmica das empresas, desse modo, as contas devem ser
classificadas de acordo com o seu ciclo, ou seja, o tempo que leva para se realizar uma
rotação. Para utilizar o modelo dinâmico de análise financeira do capital de giro é necessário
reclassificar as contas patrimoniais e circulantes e não circulantes, bem como subdividir o
grupo das contas circulantes em operacionais e financeiras (MATARAZZO, 1998),
determinando a necessidade de capital de giro.
82
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Para efeitos de análise do capital de giro, o Ativo Circulante (AC) pode ser dividido em
Ativo Circulante Operacional (ACO) e Ativo Circulante Financeiro (ACF), sendo este
formado por disponibilidades e pelas aplicações financeiras resgatáveis até o final do
exercício seguinte, bem como empréstimos concedido por empresas que não sejam
instituições financeiras, sendo tais empréstimos classificados no ativo circulante, tendo em
vista que são semelhantes às aplicações financeiras.
AC = ACO – ACF
Quando se afirmar que AC = ACO + ACF, essa igualdade é sempre válida somente para
efeitos de análise do capital de giro, visto que existem contas no AC que, para fins de
análise, não são consideradas ACO e nem ACF, como por exemplo, contas a receber por
conta de venda de ativo imobilizado, dado que tais créditos não compõem o ACO, pois não
fazem parte do ciclo operacional da empresa e nem compõem o ACF, pois não são
disponibilidades nem aplicações financeiras. Para utilizar o modelo dinâmico de análise
financeira do capital de giro é necessário reclassificar as contas patrimoniais e circulantes e
não circulantes, bem como subdividir o grupo das contas circulantes em operacionais e
financeiras (MATARAZZO, 2010).
Quando, no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, a
operação da empresa cria uma necessidade de aplicação permanente de fundos, que se
evidencia no balanço por uma diferença positiva entre o valor das contas operacionais do
ativo e das contas operacionais do passivo. O valor da NCG revela o montante necessário
de recursos para manter o giro dos negócios.
Com base no Modelo Fleuriet é possível:
“[...]identificar certas contas que apresentam uma movimentação
lenta, quando analisadas isoladamente ou em relação ao conjunto de
outras contas, que em uma análise de curto prazo, podem ser
consideradas como “permanentes ou não cíclicas” – realizável a
84
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Disponibilidade 173.188 60.827 Fornecedores 91.184 96.106
Aplic. Financeiras 1.168.874 851.391 Empréstimos 1254.449 997.823
Clientes 408.822 275.231 Impostos a Vencer 13.895 9.618
Estoques 289.133 231.080 Sal e Encargos 42.428 42.597
Outras Ctas. Rec. 559.352 40.831 Contas a Pagar 79.536 31.904
Imp. Recuperar 27.601 34.294 Empr.Relacionados 640.527 326
Imp. Diferidos 138.123 53.450 Dividendos a Pagar 70.228 50.320
Desp. Antecipadas 9.037 7.296 I.R. e Cont. Social 1.926 36.154
2.765.093 1.554.400 2.194.173 1.264.848
Fonte: Balanço publicado na Gazeta Mercantil (apud De Santi Filho & Olinquevitch, 2009).
Ainda sob a ótica da análise financeira tradicional, outro instrumento é muito usado, é o
Capital Circulante Líquido – CCL, também fornece uma visão dos aspectos financeiros de
curto prazo.
86
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
PARA O FUTURO DA EMPRESA, é necessário estudar a composição do Ativo e do
Passivo Circulantes, relacionado os saldos contábeis com a atividade da empresa sob a ótica
financeira.
Sempre que o valor das FONTES DE CAPITAL DE GIRO for maior do que o valor
das APLICAÇÕES DE CAPITAL DE GIRO, tem-se a indicação de que a empresa Não
necessita de recursos para financiar o giro dos negócios e, pelo contrário, dispõe de fontes
do próprio giro para financiar outras aplicações.
Vale notar que o valor das NCG pode ser positivo ou negativo.
88
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Quando for positivo indica que as Aplicações de Capital de Giro são maiores do que
as Fontes de Capital de Giro, expressando que a empresa está investindo recursos
próprios no giro dos negócios, por outro lado,
Quando for negativo, indica que as Fontes de Capital de Giro são maiores que as
Aplicações de Capital de Giro, expressando que a empresa está obtendo (se
financiando) com recursos oriundos do giro dos negócios.
ST = ACF – PCF
Nesse caso, a soma do valor das Operações Financeiras e Demais Valores a Pagar é
superior à soma do valor das Disponibilidades, Aplicações Financeiras e Demais Valores a
Receber.
90
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Tesouraria Negativa – Indica que o saldo de Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras
não é suficiente para cobrir compromissos expressos nas contas Empréstimos,
Instituições Financeiras, Duplicatas Descontadas, etc. Indica, ainda, que a empresa está
se utilizando de Outras contas do PC para financiar atividades.
A existência de saldos negativos nesta variável não implica, necessariamente,
situação financeira apertada. O que deve ser analisado com atenção é a
proporção da Tesouraria negativa em relação a NCG e a tendência dessa
relação.
Ativo Circulante
(-) Passivo Circulante
(=) Capital Circulante Líquido
(-) NLCDG
(=) Tesouraria.
No final do ano de X1 a Empresa Suzano apresenta folga financeira, medida pelo CCL,
no valor de $ 570.920 mil. Em relação ao final do ano anterior (X0)
o crescimento da folga financeira foi de 97%. Isso revela, na visão da análise financeira
tradicional, expressiva melhoria na situação financeira de curto prazo da empresa.
O CCL usado como folga financeira é uma medida parcial, uma vez que ele somente
pode ser efetivamente realizado como valor se a empresa for liquidada pelos valores da
contabilidade da data do balanço. É o caso da Suzano. Se a empresa fosse liquidada em
31.12.X1, a folga financeira medida pelo CCL seria de R$ 570.920 mil.
Contudo como deve ser objetivo da empresa continuar operando, muito embora os
valores da NCG sejam realizados – de forma cíclica e de acordo com os prazos embutidos
nos efeitos financeiros que determinam o saldo das contas que a compõem, a empresa
continuará investindo valores no giro dos negócios.
92
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Para avaliar corretamente e de forma global nas NCG é necessário desdobrá-la, assim
como já visto anteriormente a reclassificação das contas do Ativo e Passivo Circulantes
permite verificar a relação entre tais contas com o nível de atividade da empresa, ou seja, seu
faturamento.
Desse modo, se forem relacionadas as NCG com as Vendas Brutas, pode-se determinar
um parâmetro que reflete as necessidades de capitais para o giro dos negócios e suas
dimensões em relação ao nível de atividades. Esse parâmetro também será definido como
Ciclo Financeiro e tem a seguinte configuração:
__________________________________________________________________________
Instrumento: CLICLO FINANCEIRO
Fórmula: (NLDCG / VENDAS BRUTAS) X n)
Resultado: em dias (sem casa decimal)
Aspecto analisado: número de dias de vendas que se encontram aplicados
(financiados) no giro dos negócios Onde n = números de
dias das Vendas Brutas. Exemplo: se vendas anuais utilizar
360 dias, se vendas mensais 30 dias etc.
Valor das Vendas Brutas exclui as devoluções, abatimentos
e cancelamentos de vendas e inclui o valor dos impostos
faturados (impostos incidentes sobre o faturamento: IPI,
ICMS, ISS, PIS e COFINS, entre outros.
Conclusão
Esse fato ocorre quando, se propõe à produzir um muito maior do que sua capacidade
produtiva afim de atender uma determinada demanda. Lembrando que CGL = NCG + ST,
no efeito Tesoura acontece um crescimento das vendas e, consequentemente, um
crescimento da NCG, resultando um Saldo de Tesouraria negativo, ou seja, a empresa terá
mais Passivo Circulante Financeiro a curto prazo (empréstimos e financiamentos a curto
prazo) do que disponibilidades (caixa, bancos, aplicações financeiras de curtíssimo prazo)
fazendo com que aumento o risco do negócio, que se traduz por risco de insolvência.
Saldo de Tesouraria
NCG
RESUMO
Análise Completa da NDG
94
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1º Passo – Separar o Ativo e o Passivo Circulante em:
Atividades Operacionais – (Relação direta com a atividade)
Duplicatas a receber (vendas a prazo)
Estoques (m.p., produtos em elaboração, produtos acabados);
Fornecedores
Obrigações Fiscais (impostos sobre vendas)
Obrigações Trabalhistas (salários e encargos)
*Despesas Antecipadas (relacionadas com a atividade)
*Adiantamentos a Fornecedores
Adiantamento de Clientes
Outras contas – Expressam saldos de operações que, uma vez realizadas (no caso do Ativo)
ou liquidadas (no Passivo), transformam-se em entrada e saída de Caixa, e não
necessariamente renovadas.
Contas Operacionais - mantêm relação direta com o nível de atividade da empresa,
expressam aplicações de recursos permanentes e são contas cíclicas, à medida que se
renovam periodicamente, de acordo com os prazos das operações.
Desse modo: “Aplicações de Capital de Giro” = Contas ativas, e
“Fontes de Capital de Giro” = Contas passivas.
Quando: Fontes de Capital de Giro forem maiores que as Aplicações de Capital de Giro -
indicação da não necessidade de recursos para o giro dos Negócios,
(Aplicações de Capital de Giro - Fontes de capital de Giro) = NCG
Análise da T – Tesouraria
A variável T-Tesouraria – é resultado da reclassificação das contas do Ativo e
Passivo Circulantes – especificamente aquelas que não se relacionam com a atividade
operacional da empresa - Outras contas do AC e do PC – Se constituem em entradas e
saídas de caixa:
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa Empréstimos
Banco c/Movimento Instituições Financeiras
Outros Créditos a Receber Duplicatas Descontadas
Provisão para IR
Outras Contas a Pagar
96
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3- Fluxo de Tesouraria – Instrumento de grande importância para a compreensão da
situação econômico-financeira da empresa.
Aumento de Ativo = Aplicação
Redução de Ativo = Fonte
Aumento de Passivo = Fonte
Redução de Passivo = Aplicação
* Período a que se refere o volume de Vendas Brutas - se anuais 360 dias, se mensais 30
dias.
CHING et al. Contabilidade e finanças – para não especialistas. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010.
98
UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
gerencial. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
_______. Análise das Demonstrações Contábeis. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
RIBEIRO, O.M. Contabilidade Geral fácil. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
SANTOS, José Odálio dos. Análise de crédito. São Paulo: Atlas, 2000
_______________.Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2005.
SANTOS, José Luiz dos, SCHIMIDT, Paulo. Contabilidade societária. 3 ed. São
Paulo: Atlas, 2009.
ANEXO 1
MODELO DE RELATÓRIOS
PCT –(Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital próprio investido)
Quanto menor, melhor
20X4 20X5
48 49%
A empresa apresentou um baixo grau de endividamento nos últimos exercícios,
demonstrando pouca dependência de capital de terceiros.
IPL – (quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100 de P.L.)
Quanto menor, melhor
2.0X4 2.0X5
43% 40%
O Grau de imobilização de PL diminuiu em 2.002, demonstrando assim que a empresa
aplicou uma menor parcela em A. Permanente, apresenta um baixo grau de
imobilização. Acham-se aplicados no Ativo Permanente 40% do PL., portanto, 60%
estão aplicados no Ativo Circulante. Essa parcela de 60% é chamada de Capital de
Giro Próprio (CGP). Quanto maior for o investimento em Ativo Permanente, menos
recursos próprios estarão disponíveis para aplicação no Ativo Circulante e, em
consequência, maior será a dependência de capitais de terceiros para financiamento de
Ativo Circulante.
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
ICJ – Índice de cobertura de juros (mede de que forma do lucro operacional da empresa,
cobre o pagamento de juros – um valor de pelo menos 3,0 e mais próximo possível de 5,0 é o
aceitável, a inadimplência no pagamento de juros pode causar a falência de uma empresa.)
Quanto maior, melhor
20X4 20X5
13,63 4,11
Podemos verificar que o decréscimo acentuado em seu lucro operacional, causado pela
diminuição de vendas e aumento de despesas operacionais causou uma queda muito
grande na capacidade desta empresa de pagar as despesas com juros.
Índices de Liquidez
LG – (quanto a empresa possui de A .C + R.L.P. para cada $1,00 de dívida
total)
Quanto maior, melhor
20X4 20X5
2,19 2,22
O ILG de 2.0X5 indica que para cada $1,00 de dívida a empresa tem $ 2,22 de
investimentos realizáveis a Curto Prazo e Longo Prazo, consegue pagar todos seus
compromissos e ainda dispõe de folga. Esse índice apresentou melhora se comparado ao
índice do exercício anterior.
Esse índice também destinado a verificar a existência de CCL mostra que a empresa
possui capacidade financeira para saldar suas dividas de curto prazo. No exercício de
20X5 apresentou melhor situação comparada ao exercício anterior, passando a ter uma
maior folga financeira.
LS – (quanto a empresa possui de Ativo Circulante Líquido para cada $1,00 de Passivo Circulante)
Quanto maior, melhor
20X4 20X5
1,43 1,57
A empresa apresentou melhor índice no ano de 20X5, demonstrando assim que seu
Ativo Circulante Líquido (AC-Estoques) é capaz de saldar todas suas obrigações a curto
prazo com uma grande folga financeira, apresentando melhora de liquidez para o último
exercício.
Índices de Rotatividade
PMRE – (representa, em dias o prazo médio de renovação (venda) dos estoques da empresa
PMRE (PME) = 64 dias
PMRV - (indica o prazo médio, em dias, que a empresa recebe suas vendas)
PMRV (PMR) = 83 dias
Nesse caso, a empresa demora para vender (PMRE) e, para receber suas vendas (PMRV),
o prazo exagerado de 147 dias (64 + 83). O prazo de quase cinco meses é seu Ciclo
Operacional. Por outro lado, suas compras são pagas em 52 dias. Em outras palavras a
empresa nem vendeu ainda (PMRE = 64 dias) e já precisou pagar salários, aluguel,
fornecedores etc. Isso evidencia problemas de capital de giro, se não agora, pois apresenta
alto grau de liquidez, mas num futuro próximo.
Ciclo Financeiro
(PMRE + PMRV) - PMPC = Ciclo Financeiro
(64 + 83) - 52 = 95 dias
Índices de Rentabilidade
GA – (quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total)
Quanto maior, melhor
20X4 20X5
1,57 1,45
RPL – (quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de capital próprio investido)
Quanto maior, melhor
20X4 20X5
2,32 2,16
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UNITAU - APOSTILA - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A empresa apresentou no último exercício uma pior taxa de rentabilidade de seu
patrimônio se comparada ao exercício anterior, indicando que teve desempenho inferior
na rentabilidade dos capitais próprios aplicados na empresa.
Liquidez Geral – LG
Índice de Liquidez Geral em 20X5 foi de 2,21 contra 1,34 da media do setor, bastante acima,
portanto. O que representa uma grande capacidade de pagar todas as suas obrigações, de
curto e de longo prazo.
Liquidez Corrente – LC
Índice de Liquidez Corrente em 20X5 foi de 2,22 contra 1,68 do padrão do setor, bastante
acima da média, demonstrando grande capacidade de saldar suas dívidas a curto prazo.
Giro do Ativo – GA
Comparativamente ao setor, o Giro do Ativo apresentado em 20X5 foi de 1,45 contra 1,68 de
média. Demonstrando que a Empresa Andriello tem um bom desempenho comercial, mas
ficou abaixo da média da indústria do setor de confecções. O desempenho apresentado se
persistir poderá causar grandes perdas à empresa.
Margem Líquida – ML
Apresenta ML em 20X5 de 0,19% contra 8,07% da média do setor, 7,88 pontos percentuais
abaixo dos índices alcançados por maior número de empresas do mesmo setor,
demonstrando a deficiência de administração de custos e despesas e seu desempenho de
vendas.
Rentabilidade do PL – RPL
Enquanto a média do setor para 20X5 foi de 16,5% de RPL a empresa analisada apresenta
uma rentabilidade de 2,16%, demonstrando um desempenho infinitamente inferior na
aplicação de seus recursos próprios.
Com relação às suas Vendas Líquidas nota-se que a empresa em questão apresentou
Receita Líquida de Vendas muito inferior à média do setor, apresentando uma variação
negativa em seu Lucro Líquido e no Lucro da Atividade correspondente à 95,39% e 79,82%
respectivamente, demonstrando um desempenho comercial inferior à média, demonstrou
também pouca capacidade em administrar seus custos e despesas para alcançar um patamar
considerado regular, portanto conclui-se que esta empresa deverá estar atenta, devendo tomar
decisões estratégicas, que poderá acarretar uma mudança na organização, para obtenção de
melhores resultados.
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