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COLETA DE VESTÍGIOS BIOLÓGICOS EM LOCAL DE CRIME Dezembro/2017

COLETA DE VESTÍGIOS BIOLÓGICOS EM LOCAL DE CRIME


Carlos Eduardo de Arruda Silveira – arrudasilveira@hotmail.com

Perícia Criminal & Ciências Forenses

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

Curitiba, PR, 09/12/2016

Resumo
Objetivou-se com este trabalho, fazer um resumo atualizado, sobre a coleta de vestígios
biológicos em local de crime, de maneira a manter a preservação do material coletado, bem
como, respeitar a respectiva cadeia de custódia, a fim de evitarmos questionamentos futuros
nos tribunais. O autor, atualmente papiloscopista policial no Instituto de Identificação do
Paraná – IIPR, estando lotado no Setor Operacional de Coleta Papiloscópica – SOCP, atuando
no Setor de Local de Crime e no Setor de Coleta Papiloscópica deste Instituto de
Identificação.Todo o levantamento deste trabalho foi realizado junto ao Instituto de
Criminalística do Paraná e ao Instituto Médico Legal do Paraná, onde o autor revisou os
procedimentos adotados pelos peritos, nos atendimentos de local de crime, bem como as
necropsias e respectivas coletas de materiais biológicos, em vítimas de crimes contra a vida e
crimes sexuais. Conclui o autor, que se forem realizados os procedimentos de coleta de
vestígios biológicos, dentro dos padrões pré-estabelecidos na doutrina forense, que a correta
coleta, embalagem e transporte do material biológico, bem o como a obediência irrestrita a
correta cadeia de custódia, estes centros de apoio à investigação criminal, (IC e IML), são
fundamentais na elucidação de crimes.

Palavras-chave: Vestígios, Local de Crime, Material Biológico e Crimes Sexuais.

1.Introdução

Atualmente o autor exerce suas atividades profissionais como papiloscopista policial, junto ao
plantão de local de crime e setor operacional de coleta Papiloscópica, do Instituto de
Identificação do Paraná – IIPR e no exercício profissional, tem se deparado com locais de
crime conta a vida, (homicídios e latrocínios) e crimes sexuais seguidos ou não de morte,
podendo acompanhar o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística do Paraná, bem
como do Instituto Médico Legal, onde este peritos desenvolvem com excelência e dedicação
este importantíssimo trabalho, mesmo em face de todos os problemas de estrutura e falta de
investimentos por parte do estado.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
COLETA DE VESTÍGIOS BIOLÓGICOS EM LOCAL DE CRIME Dezembro/2017

A correta identificação de vestígios passíveis de coleta para análise laboratorial, bem como a
coleta, armazenamento e transporte deste material até o laboratório, para posterior análise,
bem como a irrestrita obediência a cadeia de custódia, são fundamentais para a elucidação do
crime, com a identificação do autor e provas científicas irrefutáveis frente ao tribunal, na fase
processual do inquérito policial, trazendo para a sociedade, a sensação de segurança e devida
imputabilidade dos autores do fato criminoso.
Existem inúmeros desafios para atividade pericial no estado do Paraná, desde a falta de
pessoal, hoje o IC e o IML contam com uma defasagem de 50% em seus quadros de peritos
oficiais, até o comprometimento dos locais a serem periciados, quer por falta de treinamento
das forças policiais, quer pelo tempo decorrido, entre o fato criminoso e o respectivo
acionamento do Instituto de Criminalística.
Considerando que neste caso específico, o tempo entre o fato criminoso e o respectivo exame
do material biológico coletado, é um dos principais entraves ao sucesso na positivação do
autor, L. Kobachuk(2015) do IC do Paraná, possui um levantamento estatístico sobre a
positivação do autor x tempo de coleta da amostra em crimes sexuais:

__________________________________________________________________________
________ Amostra ________ Positivação____________
Amostras coletadas nas primeiras 24 horas 60% de positivação
Amostras coletadas de 24 a 48 horas 11% de positivação
Amostras coletadas de 48 a 72 horas 4% de positivação
Amostras coletadas após 72 horas 1% de positivação
Tempo da coleta não informado 24% de positivação__________
Tabela 1- Positivação do autor x tempo de coleta da amostra.
Fonte: L. Kobachuck (2015).

DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL


Art. 158 CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito,direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Vestígios, evidências e indícios:

Na atividade pericial quando os Peritos passam a buscar materiais, objetos, sinais, manchas,
etc, que estejam relacionados com um fato criminal investigado denomina-se de vestígios
(dado). A existência do vestígio está relacionada com um agente iniciador, um suporte que
recebeu a ação física, pessoal ou química do agente iniciador. Tudo que em um local de crime
é constatado como possível de ser transformado em prova pode ser considerado como
vestígio.

Antes de produzir-se a prova existe a evidência. Evidência é o vestígio que após ter sido
estudado, processado, analisado, constata-se que está relacionado com o fato que está sendo
periciado e examinado em seu sentido amplo.

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Evidência na perspectiva criminalística é todo vestígio que após o devido processamento pode
ser considerado como prova e está relacionado com o processo de investigação do fato
criminal.

Na fase de investigação, o vestígio e a evidência recebem a denominação de indício.


Esclarecemos que quando fala-se de indício está incluso não somente os vestígios e
evidências mas as informações subjetivas (testemunhos etc) que estão relacionados com o
fato. O indício seria uma hipótese para a investigação, isto é pode ser verdade ou não. Indício
é então a palavra que expressa no mundo legal o significado de cada uma das informações
objetivas e subjetivas que estejam relacionadas com a ocorrência do crime.

Sabe-se então que todo o processo criminalístico inicia-se com o vestígio. O vestígio possui
uma importância primordial para Criminalística. Primeiramente porque o eminente
Criminalista Edmond Locard formulou um dos princípios fundamentais de que todo contato
deixa um vestígio, que se constitui um dos pilares da Criminalística (LOCARD, 2010). Sendo
assim necessita-se de aprofundar o estudo do vestígio, que pode ser classificado em vestígio
verdadeiro, ilusório e forjado.

Em locaisde crime, existesempreatroca entre os agentes eoambiente.


geralmente, ocriminoso deixa algo seu no local, ou leva algo do local consigo.
Em Criminalística, vestígios são elementos materiais que podem conter informações
relacionadasaofatoquese busca apurar. Sãoalterações resultantes daconduta
humana que serelacionamcom o crime. Sua importância como meio probatório
é destacada no ordenamentojurídico.
Os vestígios do crime nem sempre estão à vista. Na maioria das vezes, é necessário
possuir umconhecimento técnico apuradopara sualocalização, coleta e
interpretação.
Apósainterpretação desses vestígios pela Criminalística,tem-sea prova
pericial ouprovamaterial.No Brasil, onde ainda existem duas fases distintas na
persecução penal, aprova materialé elaborada, quase sempre, durante a
investigação penal, muitasvezes,antesmesmo dainstauração do próprio
inquérito policial. Mas, com certeza, é uma das poucas peças da fase policial que
não é refeita durante a instrução do processo.
A missão de realizar a investigação por meio do exame técnico e científicodos
vestígios, ou seja, da elaboração da prova material, é que constitui a tarefa da
Criminalística.
Embora o art. 157 do Código deProcesso Penal prescreva que “o juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova” e o art. 182 do mesmo diploma legal
registre que “o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte”, é certo que a prova material obtida por meio do exame cuidadoso
dos vestígios tem importância destacada tanto na elucidação dos crimes quanto na
decisão do juiz.
A experiência tem mostrado que o juiz, ainda que não seja obrigado a se prender ao
laudo, nas matérias mais complexas, não decide em sentido contrário à conclusão da
perícia. Aliás, o próprio Código de Processo Penal, em seu art. 158, estabelece
uma determinada prioridade à prova material, ao decretar quea confissão não torna

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dispensável o exame de corpo de delito.


Segundo Nunes (1999, p. 319): “Corpode Delito é o conjuntode provas
materiais ouvestígios da existência do fatocriminoso, obtido pelo exame da pessoa,
ou coisa sobre o que ele incidiu, e dos elementos utilizados na sua consumação.”
A ausência do exame do corpo de delito é um dos motivos que podem levar à
nulidade de um processo, como pode ser visto no artigo 564 do CPP:

a) Teoria geral dos vestígios;

Vestígiosrepresentam elementos materiais que servem como a matéria-prima da


PeríciaCriminal nos locais de crime. De acordo com oenfoque desejado em uma
investigação, éprecisoter em mente que os vestígios se apresentam ou, até mesmo,
ocultam-se sob as mais variadas formas.

b) - Vestígios relacionados com o fato;

Em função da sua relação com o fato, os vestígios podem ser classificados em:
Ilusórios: aqueles que se apresentam desde o início das investigações como muito
importantes,demandando muito tempo em sua análise, mas que, no fim, não
apresentam relação com o fato.
Forjados: aqueles que o autor do crime oprepara com o objetivo de desviar a
atenção dainvestigação e conduzi-la a uma direção contrária aos fatos em apuração.
Verdadeiros: aqueles que têm relação com o fato em investigação por serem resultado
da ação ou omissão do autor e cuja interpretação correta pode levar à elucidação do
crime.Em locais de crime, é quase sempre muito difícil para o policial diferenciar
entre os vestígiosverdadeiros, osilusórioseos forjados. Porisso, nenhum detalhe
podeser desprezado, tudo deveser investigado e analisado cuidadosamente.

c) - Vestígios relacionados com o autor;

De acordo com sua relação com o autor do crime, os vestígios são classificados em:
Absolutos: aqueles que permitem que se estabeleça relação absoluta, direta com o
autor,comoporexemplo, impressõesdigitais,manchasde sangue. Nesse caso, quem
deixou a impressão digital, ou o sangue no local, deixou uma parte identificável de si
mesmo.
Relativos: aqueles que não guardam relação absoluta, identificável de pronto com o
autor.

d) - Classificação dos vestígios quanto à origem;

Quanto à sua origem, os vestígios podem ser classificados em:


Biológicos – Fisiológicos: como, por exemplo, secreções corporais, sangue, etc.
Químicos: resultantes de transformações da matéria. São comuns emlocais de
explosão e de processamento de drogas.
Físicos – Mecânicos: aqueles em que não ocorre a modificação da matéria, mas
somente uma mudança de forma, sob a influência de forças em corpos rígidos ou
maleáveis.

Alguns vestígios são facilmente identificados pela sua forma, porque sãobastante
específicos (ex.: um fio de cabelo, um botão de roupa, etc.) ou porque guardam uma
relação muito clara com o seu agente provocador (ex.: estojo de munição de arma de

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fogo). Outros somente são identificados apóscriteriosas análises de laboratório (ex.:


amostra de pó branco),(BERTOLO, 2013:09).

O valor da evidência não é somente baseado na sua presença na cena de crime. A análise de
uma cena de crime demanda do Perito a necessidade de interpretação da evidência dentro do
contexto do fato criminal. A cena de crime é como um quebra-cabeça. Quando o perito chega
a uma cena de crime com vários equipamentos e materiais para serem aplicados conforme a
montagem das peças do quebra-cabeça. Infelizmente muitas vezes o Perito não possui todas
as peças do quebra-cabeça. Às vezes encontrar somente uma peça do quebra-cabeça fornece a
possibilidade de encontrar as demais peças. O grande significado da evidência está no tempo
e na sua relação com o contexto do fato criminal.
O Perito tem que colocar a evidência dentro do contexto do fato criminal. A habilidade de
distinguir a marca de um solado de sapato com tem sido produzido próximo do tempo em que
ocorreu o fato criminal, a localização do mesmo e sua direção é extremamente importante na
montagem de como os fatos ocorreram. Os aspectos do contexto e das evidências de forma
isolada nos possibilitam deduzir com razoável segurança como os fatos se sucederam. Daí a
importância de documentar rigorosamente a cena de crime.

Analisando o contexto da evidência, pode-se classificar da seguinte forma (GARDNER,


2012):

1. Efeitos previsíveis – são aqueles efeitos que ocorrem na cena de crime de forma regular e
em dado ritmo. Baseado nesta regularidade o Perito pode inferir o tempo em que o fato
ocorreu.
2. Efeitos imprevisíveis – ocorrem de forma aleatória sem condições de estimar uma
regularidade. Estes efeitos alteram a cena original e as evidências. Se não forem reconhecidos
de forma objetiva podem prejudicar seriamente a interpretação da cena de crime. Exemplo
clássico do mesmo é quando a entrada da Polícia na cena de crime modifica todo o ambiente e
os responsáveis pelo local não sabem onde os mesmos estiveram e tocaram. Estes fatos
modificativos podem ser catastróficos para a correta interpretação do fato;
3. Efeitos transitórios – manifestam-se na cena de crime de várias formas. Somente uma
percepção acurada consegue percebe-los e obter informações destas percepções. Exemplos
dos mesmo podem ser : presença de gelo dentro de um copo, odores de perfume ou
substâncias químicas no ambiente. Atualmente com a dificuldade de preservação ou de outras
variáveis tais como: falta de percepção, observação, tempo, nos estágios iniciais da cena de
crime pode resultar em perda de informações;
4. Detalhes relacionados – são aqueles que pertencem a variável de habilidade do Perito para
relacionar as provas físicas presentes na cena de crime. Exemplos: presença da arma próximo
ou distante da vítima, fragmentos de vidros longe do local do fato. Por meio dos detalhes
relacionados o Perito poderá estabelecer a correlação entre vários objetos. Quando o local é
externo as ações do tempo podem modificar a posição original. Normalmente é difícil para o
perito relacionar todos os vestígios encontrados na cena de crime, mas os que encontrarem
podem ser uteis na compreensão da totalidade do fato ocorrido;

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5. Detalhes funcionais – são os que resultam da operacionalidade dos objetos e vestígios


encontrados na cena de crime. Por exemplo:
A arma encontra-se eficiente para produzir disparos?
A porta teria condições de resistir a um chute com força equivalente a situação ocorrida?
O disparo de arma de fogo poderia ser ouvido àquela distância e condições?
Os detalhes funcionais podem desmanchar teorias e depoimentos que não condizem com a
verdade de como o crime ocorreu.
Um dos pontos importantes da atividade pericial é manter um nível de qualidade que
possibilite alcançar melhores resultados com menos recursos. Para que se possa buscar este
nível de desempenho é necessário que exista uma padronização das atividades periciais. O
objetivo é a busca de garantir um padrão de qualidade de determinada atividade.
Pode-se dizer que Procedimento Operacional Padrão são as técnicas e procedimentos
empregados em determinada atividade ou área que uma vez descritos e mapeados podem
possibilitar um determinado padrão de qualidade.
O Procedimento Operacional Padrão não pode também servir de uma lei que não pode ser
violada porque as atividades que foram relacionadas são as de rotina e em algumas situações
especiais pode não enquadrar-se nesta rotina.
Pode-se dizer que a prova situa-se nos limites entre o científico e o jurídico(CUNHA, 1987),
mas isso é o resultado de uma longa evolução do sistema probatório, pois o problema do
gerenciamento da prova sempre dominou as legislações de todas as épocas, de todos os
países. Somente nos últimos anos, em razão do crescimento da criminalidade e do incômodo
social, foi que os legisladores e a justiça passaram a considerar sua importância especialmente
nos países de filosofia jurídica positivista, tais como Brasil e países da América Latina.

O termo provaorigina-sedo latim – probatio -, que significa ensaio, verificação,


inspeção, exame, argumento, razão,aprovação ou confirmação. Dele deriva o
verbo provar, probare,significando ensaiar, verificar, examinar, reconhecer por
experiência, aprovar, estar satisfeito com algo,persuadir alguéma alguma coisa
oudemonstrar. Entretanto, noplano jurídico, cuida-se, particularmente, da
demonstraçãoevidente daveracidade ou autenticidade de algo. Vincula-se,
por óbvio,à ação de provar, cujo objetivo é tornar claro e nítido ao juiz a
realidade de um fato, de um acontecimento ou de um episódio,(NUCCI, 2013:23).

A prova é produzida com objetivo de verdade e certeza, que se ligam à realidade e aos fatos,
todas voltadas, entretanto, à convicção do tomador de decisão. O universo no qual estão
inseridos tais juízos do espírito ou valorações sensíveis da mente humana precisa ser
analisado tal como ele pode ser e não como efetivamente é (NUCCI, 2013).
Segundo Marinoni e Arenhart (2011) a prova é todo meio retórico, regulado pela lei, e
estabelecida dentro dos parâmetros legais e de critérios racionais, destinada a convencer o
Estado-Juiz da validade das proposições, objeto de impugnações feitas dentro de um processo.
Segundo Manzano (2011) o objetivo da prova é examinar sob o prisma da formação de
convicção do julgador, a exatidão das afirmações formuladas pelas partes no processo. A

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finalidade é então a de revelar no espírito do julgador a certeza suficiente para a formação do


convencimento necessário de que foi atingida a verdade possível e de legitimar a sentença.
A prova destina-se à formação do convencimento do julgador no que diz respeito à veracidade
de uma afirmação de forma a fundamentar a emissão da sentença; a finalidade do processo é o
retorno à paz social e a justiça, demandando assim dos atores da Justiça a mais acertada
verdade para a motivação da sentença proferida (MANZANO, 2011).

Princípios fundamentais da Perícia Criminal:


Os princípios são a essência da doutrina. Os princípios fundamentais referem-se à observação,
à análise, à interpretação, identificação, à descrição e a documentação da prova, segundo
Edmond Locard (GONZALEZ, 2006; FLETCHER, 2007; LOCARD, 2010).
1) Princípio da Observação: Todo contato deixa um vestígio .
Em locais (cenas) de crime, a investigação e a busca dos vestígios nem sempre é missão de
fácil execução, sabendo-se que, em muitos casos, tais elementos resultantes da ação delituosa
querem originários dos autores, quer originários das vítimas, somente podem ser detectados
através de análises microscópicas, ou mesmo, aparelhos de altíssima precisão. O que é
importante ter-se em mente, é que praticamente inexistem ações em que não resultem marcas
de provas, sabendo-se, ainda, que é sabida a evolução e pesquisa do instrumental científico
capaz de detectar esses vestígios, ou mesmo, micro-vestígios;
2) Princípio da Análise: A análise pericial deve sempre seguir o método científico.
A perícia científica visa definir como o fato ocorreu (teoria), através de uma criteriosa coleta
de dados (vestígios e indícios), que permitem que sejam estabelecidas hipóteses sobre como
se desenvolveu o fato. É esse o método científico que baseiam as condutas periciais, que
permitem estabelecer-se, às vezes no próprio local dos exames, uma teoria completa sobre o
fenômeno, ou, em outras oportunidades, dependendo de exames complementares. Daí a
importância de conhecermos os princípios do método científico mais aplicável ao caso em
estudo.
3) Princípio da Interpretação: Dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos.
Este princípio, também chamado de Princípio da Individualidade, preconiza que a
identificação deve ser sempre enquadrada em três graus, ou sejam: a identificação genérica, a
específica e a individual, sendo que os exames periciais deverão sempre alcançar este último
grau, que a torna inconfundível e individualizado.
4) Princípio da descrição: O resultado de um exame pericial é constante com relação ao tempo
e deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente perfeita.
Os resultados dos exames periciais, sempre baseados em princípios científicos, não podem
variar pela passagem do tempo; e, ainda, considerando que qualquer teoria científica deve
gozar da propriedade da refutabilidade ou falseabilidade, os resultados da perícia, quando
expostos através do Laudo, devem ser de uma forma bem clara, racionalmente disposta e
fundamentada. Aplica-se aqui o visum et repertum isto é, o Perito observa, percebe e descreve
o que processou em sua mente do fato observado e apresentado à perícia,(De JESUS, 2014).
5) Princípio da documentação: Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no
local de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico
completo e fiel de sua origem.

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Este princípio, baseado na Cadeia de Custódia da prova material, visa proteger,


seguramente, a fidelidade da prova material, evitando a consideração de provas forjadas,
incluídas no conjunto das demais, para provocar a incriminação ou a inocência de alguém.
Todo o caminho do vestígio deve ser sempre documentado em cada passo, com documentos
oficiais que o oficializem, de modo a não pairarem dúvidas sobre tais elementos probatórios.
A documentação correspondente a cada vestígio pode ser realizada por anotação e despacho
do próprio perito que o considerou. Deve existir rastreabilidade da cadeia de custódia, isto é,
saber-se em um dado momento com quem, quando, porque e para que está a prova. A
qualidade da cadeia de custódia estará relacionada diretamente com a confiabilidade da
produção da prova na Justiça. Caso a confiabilidade seja quebrada todos os resultados obtidos
podem ser invalidados.

2. Coleta de Vestígios Biológicos

Na cidade de Curitiba, onde este trabalho foi realizado, a preservação do local de crime com
morte, diferentemente dos locais de crime contra o patrimônio, embora longe do ideal, ainda
está dentro do mínimo aceitável, resultado de um trabalho desenvolvido pelo IC e IIPR de
treinamento e palestras aos agentes de segurança, agentes estes que são os primeiros a chegar
ao local de crime.
As coletas de vestígios biológicos, envase, identificação e transporte, são realizados em dois
momentos distintos, durante a perícia de local de crime, no local mediato e imediato e no
Instituto Médico Legal – IML de Curitiba, durante a realização da necropsia ou exame de
conjunção carnal.

2.1 Coleta de vestígios durante a perícia em local de crime

PESQUISA DE SÊMEN: vestes, preservativos, papel higiênico, toalhas, lençol, objetos e


outros.
PESQUISA DE SANGUE HUMANO: tapetes, armas, cobertores, partes de carros, vestes,
pedaços de rebocos e outros.
PESQUISA DE PELO HUMANO

PRESERVAÇÃO PARA EXAME GENÉTICO

PRESERVATIVOS
COLETA: Se houver fluido, atar a extremidade com um nó.
EMBALAGEM: Sacos plásticos ou placas de petri identificadas e lacradas.
ARMAZENAMENTO: em geladeira (2-8ºC) até encaminhar ao Laboratório.
TRANSPORTE:em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.

FLUIDOS LÍQUIDOS
COLETA: Colher o fluido com swab previamente identificado.

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ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar


ao Laboratório.
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.
Encaminhar material com requisição de exames.

FLUIDOS SECOS IMPREGNADOS EM MATERIAL MÓVEL


COLETA: Secar (se necessário), em temperatura ambiente, sem utilização de fontes de
calor artificial ou exposição ao sol.
EMBALAGEM: Individual em envelopes, sacos de papel ou caixas de papelão fechados.
NUNCA se deve utilizar embalagens plásticas ou potes de vidro fechado que possam reter
umidade. Identificar e lacrar.
ARMAZENAMENTO: Local protegido de luz solar (e outras fontes de calor excessivo) e da
umidade até enviar ao Laboratório.
TRANSPORTE: Temperatura ambiente.
Encaminhar material com requisição de exames

FLUIDOS SECOS IMPREGNADOS EM SUPERFÍCIES IMÓVEIS


- SUPERFÍCIE NÃO ABSORVENTE
COLETA: Umedecer o swab em soro fisiológico ou água destilada estéril e colher o
material FRICCIONANDO O SWAB, previamente identificado.
ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar
ao Laboratório.
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.
Encaminhar material com requisição de exames

FLUIDOS SECOS IMPREGNADOS EM SUPERFÍCIES IMÓVEIS


- SUPERFÍCIE ABSORVENTE
COLETA: Retirar a mancha com o auxílio de tesoura ou outro instrumento adequado
previamente limpo com álcool 70%. Deixar secar a temperatura ambiente.
EMBALAGEM: Individual em envelopes ou sacos de papel fechados. NUNCA se deve
utilizar embalagens plásticas ou potes de vidro fechado que possam reter umidade. Identificar
e lacrar.
ARMAZENAMENTO: Local protegido de luz solar (e outras fontes de calor excessivo) e da
umidade até enviar ao Laboratório.
TRANSPORTE: Temperatura ambiente
Encaminhar material com requisição de exames.

PELOS E CABELOS
COLETA: Com auxilio de pinça estéril / descartável.
EMBALAGEM: envelope de papel Identificado e lacrado.
ARMAZENAMENTO: Local protegido de luz solar (e outras fontes de calor excessivo) e da
umidade até enviar ao Laboratório.
TRANSPORTE: Temperatura ambiente.
Encaminhar material com requisição de exames
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FLUXOGRAMA PARA PESQUISA DE SANGUE HUMANO EM LOCAL DE CRIME

Fonte: L. Kobachuck (2015).

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Fonte: L. Kobachuck (2015).

COLETA DE MANCHA QUIMIOLUMINESCENTE APÓS PASSAR LUMINOL

SUPERFÍCIE NÃO ABSORVENTE


COLETA: colher o material FRICCIONANDO O SWAB, previamente identificado.
ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar
ao Laboratório.
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.
Encaminhar material com requisição de exames

SUPERFÍCIE ABSORVENTE
COLETA: RECORTAR a mancha com o auxílio de tesoura ou outro instrumento adequado
previamente limpo com álcool 70%. Deixar secar a temperatura ambiente. NUNCA ENVIAR
O TECIDO/OBJETO INTEIRO.
EMBALAGEM: Individual em envelopes de papel fechados, Identificado e lacrado.
ARMAZENAMENTO: Local protegido de luz solar (e outras fontes de calor excessivo) e da
umidade até enviar ao Laboratório.
TRANSPORTE: Temperatura ambiente.
Encaminhar material com requisição de exames.

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Todo material coletado, devera ser embalado em embalagem apropriada a preservação e ao


transporte e devidamente identificado, com etiquetas apropriadas para envio aos laboratórios
do Instituto de Criminalística.

Modelo de etiqueta em uso no IC de Curitiba


Fonte: L. Kobachuck (2015).

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Modelo de ficha de requisição de exames em uso do IC de Curitiba


Fonte: L. Kobachuck (2015).

Critérios para rejeição do material enviado ao laboratório:

Material não identificado ou com problemas na identificação:


Ilegível ou discrepante com o documento enviado;
Material não acompanhado de documento requisitante;
Dados incompletos no documento requisitante (exames, REP, delegacia, id perito);
Vestes armazenadas em embalagens plásticas;
Material submetido ao luminol sem identificação da região quimioluminescente.
2.2 Coleta e encaminhamento de vestígios biológicos de vítimas de violência sexual:

Sêmen;
Principal evidência biológica em crimes sexuais.
Individualização de evidência biológica para o confronto compossível(eis) suspeito(s).

Composição do sêmen;
Mistura de espermatozoides e plasma seminal
Volume sêmen/ejaculação: 2 - 6mL
70-100 milhões espermatozoides/mL
10% espermatozoides e fluidos testiculares
30% secreção da próstata
60% secreção vesícula seminal

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
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Espermatozoides
Produzidos nos Túbulos Seminíferos dos testículos
Cabeça – DNA
Cauda – mobilidade

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Estruturas do espermatozoide.
Fonte: L. Kobachuck (2015).

Plasma Seminal
Meio nutritivo para os espermatozoides
Estimula mobilidade dos espermatozoides
Antígeno Prostático Específico (PSA)

PSA
Proteína produzida pelas células epiteliais da próstata, com função de liquefazer o sêmen.
Encontrado em altas concentrações no sêmen, e em pequena quantidade no sangue.
Sua utilização forense baseia-se em sua “virtual” ausência em tecidos e fluidos femininos, e
níveis normais, em indivíduos azoospérmicos, oligoospérmicos ou vasectomizados.

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Fatores que limitam a detecção e recuperação do sêmen:


Disfunção sexual do agressor,
Uso de camisinha,
Tempo decorrido entre a agressão e a coleta de material,
Drenagem do conteúdo vaginal,
Degradação do sêmen,
Diluição por componentes endógenos,
Higienização da vítima, como banho, gargarejo ou ducha vaginal,
Atividade fisiológica da vítima, como menstruação, urina e fezes.
Segundo GREEN(2013) é possível encontrar sêmen do agressor na vítima, conforme abaixo:

Cavidade Vaginal: até 10 dias


Cavidade Cervical: até 19 dias
Cavidade Oral: 31 horas
Cavidade Retal: 113 horas
Cavidade Anal: 44 horas

Causa para ausência de espermatozoides no ejaculado coletado:


Vasectomia,
Trauma ou anomalia congênita,
Aplasia ou hipoplasia germinal,
Deficiência hormonal,
Irradiação nos testículos,
Uso de drogas,
Neoplasias,
Varicocele,
Infecções,
Temperatura escrotal elevada,
Alcoolismo crônico.

PESQUISA DE EVIDÊNCIAS DE CRIMES SEXUAIS:


VÍTIMA:
Swab vaginal, swab anal, swab vulvar, swab oral e swab de outras regiões do corpo.

CONTEÚDO VAGINAL, VULVAR, ANAL;


IDENTIFICAÇÃO: - nome completo da vítima- tipo do material – SV, SA, Svu
COLETA: Coletar swab do fundo do saco vaginal (SV), da região da vulva (Svu), da região
anal (SA)
ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar
ao Laboratório
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.
Encaminhar material com requisição de exames.

CONTEÚDO ORAL;
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IDENTIFICAÇÃO: - nome completo da vítima, tipo do material – SO


COLETA: Coletar swab por fricção na mucosa oral, principalmente nas regiões das
bochechas, da gengiva e abaixo da língua.
ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar
ao Laboratório
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.
Encaminhar material com requisição de exames.

CONTEÚDO OUTRAS REGIÕES DO CORPO


IDENTIFICAÇÃO: - nome completo da vítima, tipo do material – região do corpo coletada.
COLETA: Umedecer o swab em soro fisiológico ou água destilada estéril e colher o material
da região suspeita de conter algum vestígio de sêmen.
ARMAZENAMENTO: na própria embalagem do swab em freezer (≤ -20ºC) até encaminhar
ao Laboratório
TRANSPORTE: em caixa plástica térmica com gelo reciclável, de forma ordenada.

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Modelo de requisição de exames para crimes sexuais, em uso no IC do Paraná.


Fonte: L. Kobachuck (2015).
Critérios para rejeição de material coletado e enviado aos laboratórios do IC de Curitiba.

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Material não identificado ou com problemas na identificação:


Ilegível,
Discrepante com o documento enviado;
Material não acompanhado de documento requisitante;
Dados incompletos no documento requisitante (exames, vítima, id médico);
Requisição médica ilegível ou que possa gerar alguma dúvida;
Tubos de ensaio quebrados ou sem tampa;
Swabs imersos em tubos com solução salina, gel ou outros materiais inadequados;
Sangue encaminhado em seringas;
Amostras com hemólise acentuada ou volume insuficiente;
Vestes armazenadas em embalagens plásticas.

3. Conclusão

Objetivou-se com este trabalho, fazer um resumo atualizado, sobre a coleta de vestígios
biológicos em local de crime, de maneira a manter a preservação do material coletado, bem
como, respeitar a respectiva cadeia de custódia, a fim de evitarmos questionamentos futuros
nos tribunais. O autor revisou os procedimentos adotados pelos peritos, nos atendimentos de
local de crime, bem como as necropsias e respectivas coletas de materiais biológicos, em
vítimas de crimes contra a vida e crimes sexuais. Conclui o autor, que se forem realizados os
procedimentos de coleta de vestígios biológicos, dentro dos padrões pré-estabelecidos na
doutrina forense, que a correta coleta, embalagem e transporte do material biológico, bem o
como a obediência irrestrita a correta cadeia de custódia, estes centros de apoio à investigação
criminal, (IC e IML), são fundamentais na elucidação de crimes.

4. Referências Bibliográficas

BERTOLO, Geraldo. Local de Crime, resumo, elaboração, Fortaleza, 2013.

CUNHA, Benedito Paulo da . Doutrina Criminalística Brasileira. São Paulo: Ateniense,


1987.

FLETCHER, Connie. Não existe crime perfeito: todo contato deixa um vestígio. Trad.
Roberto Argus. São Paulo: Prestígio, 2007.

GARDNER, Ross M.. Practical Crime Scene Processing and Investigation. 2nd edition.
CRC Press: Boca Raton, 2012.

GONZALEZ, Rafael Moreno. Manual de Introduccion a La Criminalística. México:


Editorial Porrúa, 2006.

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GREEN, W. Sexual Assault and Semen Persistence. CLINICAL FORENSIC SCIENCE.

JESUS, Fernando. Criminalística. resumo, elaboração, Curitiba, 2014.

KOBACHUK, Luciellen. Vestígios Biológicos de Vítimas de Abuso Sexual, Curitiba, 2015.

LOCARD, Edmond. Manual de Técnica Policíaca. Trad. A. Bon. 1ª ed. Valladolid (España):
Editorial Maxtor, 2010.

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Prova. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2011.

MANZANO, Luis Fernando de Moraes. Prova pericial: admissibilidade e assunção da


prova científica e técnica no processo brasileiro. São Paulo: Atlas, 2011.

NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no processo penal. 3ª ed ver. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2013.

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