A linguagem é um aspecto que, no decorrer dos estudos sobre a sua aquisição,
algo advindo bem antes da linguística, trouxe muitas discussões que foram imprescindíveis para formular teorias a fim de contribuírem para o avanço dos estudos sobre essa temática. Alguns debates muito vigentes são usados até hoje para explicar esse processo de aquisição de linguagem. As teorias principais e mais vistas são a Behaviorista, proposta por Skinner, o Gerativismo de Chomsky, o Construtivismo de Piaget, o Interacionismo de Vigotsky e Conexionismo de Rumelhart, Hintons e McClelland. O presente trabalho usará o teórico Vigotsky como referencial para fundamentar o que será apresentado no vídeo. O mesmo, como dito anteriormente, é autor da teoria do Interacionismo. Para Vigotsky, a aquisição e desenvolvimento da linguagem são mais culturais e sociais do que biológicas, contrapondo assim, Piaget. Para o Interacionismo, Pensamento e Linguagem são indissociáveis, não existe uma individualidade entre os dois. Ele também desenvolve a ideia de Mediação, que postula que o primeiro contato da criança com o conhecimento se dá a partir de seu acesso a ferramentas que representam algum significado, desenvolvendo, assim, a linguagem e, posteriormente, a linguística. Para adquirir e desenvolver a linguagem, a criança passa por um processo de aquisição de um sistema representativo, sistema conhecido como Signos. Que consiste em dois elementos, significante e significado. O significante seria a forma como se vê ou se ouve a palavra, já o significado tem a ver com a representatividade da palavra. Tal sistema é construído culturalmente e é capaz de modificar a ideia de que essa aquisição se dá apenas por origem Biológica. Ou seja, a partir da aproximação da criança à ferramentas culturais, esses Signos vão sendo construídos internamente. Vigotsky acredita que o conhecimento, na linha individual de desenvolvimento, é natural, ou seja, pode ser aprendido por conta própria, sem, necessariamente, que um adulto intervenha nesse processo de construção e sem uma estratégia de qualquer artefato. Já na linha cultural, de desenvolvimento cognitivo, ele se preocupa em explorar o tipo de conhecimento adquirido, que segundo ele, vem da capacidade cognitiva de ver o mundo a partir de um referencial que não é interno, ou seja, advinda de outrem. A partir desses estudos, Vigotsky postula três conceitos que até hoje contribuem para os estudos e aplicações na educação infantil e na Psicologia. O primeiro, conceito de Desenvolvimento Real, que consiste no estado atual de formação da criança, ou seja, o conjunto de comportamentos e conhecimentos que a criança é capaz de produzir, sem o intermédio de um adulto. O segundo, é o desenvolvimento Potencial, que já estuda a cerca das habilidades já construídas, mas ainda está em processo de desenvolvimento. O terceiro é a Zona de Desenvolvimento Proximal, esta se encontra entre a Zona Real e a Potencial. Consistindo assim, no intermédio entre linguagem já dominada e o que ainda está em processo. Por fim, para Vigotsky, a criança necessita de trocas de experiências e interações para desenvolver sua linguagem e para estruturar, elaborar, e assim, adquirir uma linguística bem desenvolvida.