Havendo sentença normativa em vigência e sendo criadas novas
determinações sobre as condições de trabalho em Acordo ou Convenção Coletiva, estabelece-se uma espécie de conflito aparente de normas que se resolve conforme segue.
As normas coletivas são inferiores hierarquicamente à lei e à Constituição.
Entre as normas coletivas, todas têm a mesma hierarquia, sendo que a diferença está apenas na fonte de produção.
Toda sentença normativa tem vigência até que outra norma coletiva de mesma abrangência a modifique ou revogue, aplicando-se, analogicamente, o Artigo 2º da Lei de Introdução do Código Civil.
A eficácia da sentença normativa é limitada no tempo: até que seja
substituída por outra norma coletiva ou pelo decurso do prazo. Logo, é possível haver a modificação das condições de trabalho por meio de Acordo ou Convenção Coletiva posterior a Dissídio Coletivo em vigor. Contudo, o Acordo ou Convenção Coletiva não retroagirá à data de vigência do Dissídio Coletivo, mas terá validade a partir da data em que for pactuado, sendo que no período anterior vale o Dissídio.
Além disso, pelo princípio da especialização, o Acordo Coletivo deve ser
observado se superveniente ao dissídio coletivo por conter normas específicas, que levam em conta condições particulares de cada empresa.
Em síntese, o Acordo ou Convenção Coletiva superveniente ao dissídio
coletivo deve prevalecer sobre este último, por ser norma específica, além de privilegiar o sistema de autocomposição em que há concessões recíprocas em detrimento da solução dos conflitos pelo Poder Judiciário.