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PRATOS CERTEIROS
E OUSADOS PARA
HARMONIZAR
COM MALBEC
TERROIR BRASIL
RAIO-X DO NOVO GUIA ADEGA
ENOLOGIA REVELADA
EM LIVRO DO SÉCULO I
COMO EVITAR
VINHOS FALSIFICADOS
“OS OUTROS”
DE BORDEAUX
10 PRODUTORES
QUE VOCÊ PRECISA
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ISSN 1808-3722
ANO XIO-155
DA LISTA DE 1855
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EDITORIAL |
Os “outros”
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br
REDAÇÃO
Mouton, Latour, Haut-Brion, Margaux e Laite. É quase impossível falar EDITOR
de Bordeaux sem pensar nesses cinco nomes. Propriedades célebres que Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br
se tornaram famosas com o tempo e tiveram seu prestígio consagrado na DIRETOR DE ARTE
Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
histórica Classiicação de 1855, quando foram apontadas como sendo os
produtores dos melhores vinhos bordaleses (Mouton, na verdade, “subiu” Aldeniei ASSISTENTE DE ARTE
Gomes - arte@innereditora.com.br
de nível mais tarde, mas já aparecia na lista da época).
EDITOR DE VINHO
Passaram-se mais de 160 anos dessa classiicação e, até hoje, os Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
vinhos nela listados, majoritariamente da região do Médoc, são os mais CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS
lembrados pelos enóilos. Além dos cinco Premiers Crus Classés, há outras Patricio Tapia e Steven Spurrier
Nesta edição, também vamos nos embrenhar pelo Piemonte e REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
trazer uma lista de 10 coisas que precisam ser conhecidas sobre essa Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
região produtora de alguns dos melhores vinhos italianos. Aqui você vai
RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
encontrar curiosidades e descobrir que os vinhos piemonteses podem ir Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
tratados sobre enologia, escritos no século I por Columella e, acredite, INTERNATIONAL SALES
Estados Unidos
com princípios utilizados até hoje. Quais técnicas e ensinamentos Inner Publishing - sales@innerpublishing.net
perduram? FINANCEIRO
ADEGA também vai dar dicas para você tentar reconhecer vinhos inanceiro@innereditora.com.br
tratar ainda de possíveis harmonizações com Malbec, com opções certeiras CIRCULAÇÃO
R.Scola Marketing Editorial
e ousadas de pratos que combinam com o vinho símbolo da Argentina.
Aqui também vamos dar uma pequena prévia do Guia ADEGA de ASSINATURAS
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Vinhos do Brasil 2018/2019, que será lançado em breve. Levantamos +55 (11) 3876-8200
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vitivinicultura nacional após oito edições desse guia, que é a principal Machado Rodante ASSESSORIA JURÍDICA
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referência de vinhos brasileiros no mercado.
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Trazemos tudo isso juntamente com uma seleção sempre criteriosa EGB Editora Gráica Bernardi LTDA
de rótulos avaliados e também de notícias sobre tudo o que acontece de DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA O BRASIL
importante nesse encantador mundo do vinho. Total Publicações
Revista ADEGA
é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.
Saúde, A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
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38 54
38 DEGUSTAÇÃO
Um novo Marques de Casa
Concha para mudar a ilosoia
70 TERROIR BRASIL
Analisamos os números do
novo Guia ADEGA de Vinhos
de uma linha clássica do Brasil
40 LISTA
10 vinhos Crus Classés de
Bordeaux que não são da
74 ESCOLA DO VINHO
Dicas para você saber como
identiicar possíveis vinhos
Classiicação de 1855 falsiicados
54 ESCOLA DO VINHO
Dez coisas que você precisa
saber sobre a região do
78 HARMONIZAÇÃO
Listamos pratos certeiros e
ousados para combinar com
Piemonte, na Itália Malbec
CONTEÚDO |
74
78 85
80 CURIOSIDADES
Os primórdios da enologia,
ainda hoje válidos, em um livro 10|
TODO MÊS
CARTAS
do século I
12| ADEGA RESPONDE
14| PRESENTES
DROPS
16| MUNDOVINO
64 Última garrafa
Vinho de 1921 85| CAVE
66 Meia-idade
Benefícios à saúde
99| CLUBE ADEGA
68 Exportação
Números do Brasil
CARTAS| ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR
6 sommeliers visitaram
as melhores vinícolas chilenas
para seleccionar as melhores variedades.
Apresentaram ao público brasileiro,
que escolheu como a “Rainha de Copas"
ADEGA RESPONDE ENVIE SUAS DÚVIDAS PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM
O sommelier
e a rolha
“Por que o sommelier no restaurante saca a rolha e apresenta para o cliente?
O que eu deveria fazer com ela?”, questiona o leitor Jonas Ferrão
O
ritual é sempre o mesmo. Você selecio-Mas, então, se pouco se pode depreender
na o vinho, o sommelier traz a garrafa.
da rolha, por que existe esse hábito de entregá-
Mostra o rótulo para você conferir se
-la éao
o cliente? Acredita-se que isso tenha a ver
vinho que pediu. Você acena com a cabeça comcon-a veriicação de autenticidade dos vinhos
cordando. Ele começa a abrir a garrafa. Saca a ro-
de antigamente. Vale lembrar que os rótulos são
lha e geralmente a coloca em frente ao cliente. E
uma “invenção” relativamente recente e, antes,
agora? Por que isso? O que fazer com essaem rolha?
garrafas sem rótulo, a rolha era uma forma
Devo cheirar a rolha? Você até pode, mas de isso
garantir a origem, pois costuma vir com uma
não vai ajudar muito, a não ser que a rolha apre- do nome produtor e, às vezes, também
gravação
sente algum cheiro estranho que fuja do aroma
da safra. Ainda hoje essa é uma boa forma de evi-
do próprio vinho e da cortiça – o que poderia
tar sig-
possíveis fraudes, pois as gravações da rolha
niicar algum problema de armazenamento. devem condizer com as informações do rótulo.
Consigo detectar bouchonné (doença daPortanto, quando o sommelier lhe apresen-
rolha) ao cheirar a rolha? Não. Você só sentirá
tar a rolha, não se preocupe, apenas veriique
os desagradáveis aromas da infeção pelo se triclo-
não há nada de muito estranho.
ro anisol (TCA) no próprio vinho. Portanto,
cheirar a rolha não vai ajudar nisso.
Devo apertar a rolha? Isso tampouco deve
ser de muita valia. O que se pode depreender
do estado da rolha são pistas sobre como o vinho
pode ter sido conservado. A rolha costuma estar
parcialmente (geralmente só a ponta) úmida.
Se ela estiver completamente úmida, pode ter
ocorrido algum problema (a vedação pode não
ter sido perfeita) e o vinho estar oxidado. Se ela
quebrar ou estiver esfarelando, provavelmente
está ressecada demais e isso também serve de
alerta sobre a conservação, porém não quer di-
zer necessariamente que o vinho estará ruim.
Elefante
Além do formato inusitado, a bolsa em forma de elefante
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Antecipação também em
Champagne e na Alsácia
Calor faz com que colheitas sejam antecipadas em regiões frias da Europa
Homenagem
às mulheres
Leilão de caridade
homenageia mulheres
no vinho e supera US$ 1
milhão
All-Star Wine
LeBron James aproveita férias para degustar grandes vinhos
Enquanto a temporada NBA 2019vinhos não que havia provado juntamente Perguntados sobre as escolhas de
com seu amigo e empresário Maverick
começa, um dos jogadores mais famosos LeBron, os produtores dos vinhos se
do mundo, LeBron James aproveita Carter.
as Entre as garrafas estavammostraram
nada entusiasmados. “Estamos
férias para desfrutar de alguns prazeres
menos que Sassicaia, Screaming extremamente
Eagle, satisfeitos e honrados
do vinho. Em uma noite de segunda-
Guigal Côte-Rôtie La Landonne, pelo fato de Sassicaia estar entre os
feira de agosto, o astro do Caymus Cabernet Sauvignon e vinhos que ele prefere! E se ele é
basquete postou nas redes
Domaine du Pégau Châteauneuf-du-
fã de Sassicaia, nós também somos
sociais uma lista de Pape Cuvée da Capo. todos fãs de LeBron na Tenuta San
Guido!”, airmou Priscilla Incisa
Della Rocchetta. O
dono do Caymus,
Chuck Wagner,
revelou: “Claro
que sou um
grande fã
de LeBron
e estou
felicíssimo
por ele
gostar de
Caymus.”
Philippe
Guigal apontou:
“Sentimo-nos
honrados com a
sua escolha... Boa
jogada e uma vida
longa para ‘King
James’”.
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Champagne
du Soleil
Nicolas Feuillatte fechou
acordo com o Cirque du Soleil
A casa de Champagne Nicolas
Feuillatte assinou um acordo
com o grupo Cirque du Soleil
para ser seu fornecedor oicial de
Champagne na América do Norte.
A parceria começou em setembro
e durará até dezembro de 2020. É
a primeira vez que o grupo teatral
escolhe um fornecedor oicial de
Champagne.
Ao longo da parceria, o vinho
da cooperativa será servido em
mais de 800 apresentações por
ano em cidades como Chicago,
Los Angeles, São Francisco,
Vancouver, Toronto e Montreal.
Nicolas Feuillatte patrocinará
um salão para entretenimento
Serviço eficaz privado, enquanto os estandes
das concessionárias também
Empresa lança robô bartender para servir de tudo
venderão seus Champagnes,
Após dois anos de pesquisa e o emprego de ninguém. Nosso objetivo que também serão oferecidos
desenvolvimento, a empresa Robolab,é resolver esses problemas em um em lojas de varejo. “Estamos
da Estônia, divulgou o vídeo de umambiente muito ocupado, criando uma entusiasmados em ter essas
força de trabalho extra por um custo marcas incríveis trabalhando
protótipo do robô bartender, um braço
que baixo e benefícios adicionais”, juntas”, disse Christophe Juarez,
cibernético dentro de um quiosquemuito
a empresa airma que tornará o serviço
disse Alan Adojaan, CEO e fundador daCEO da Champagne Nicolas
de bebidas mais rápido e fácil em locais
Robolab. Feuillatte.
públicos, como aeroportos, salas de A Robolab lançará uma criptomoeda
concertos, espaços esportivos, bares ICOe e planeja lançar um protótipo
discotecas. Yanu, como foi chamado, completo de Yanu até o inal do ano.
pode preparar uma bebida em meio Feitos com três cores (preto, branco e
minuto, trabalhar um turno de 24 vermelho), os Yanus serão distribuídos
horas sem precisar de recarga e, usando
em todo o mundo até julho de 2019,
tecnologia de inteligência artiicial, se tudo correr conforme o plano. Cada
até mesmo fazer piadas ocasionaisunidade
ou Yanu custará cerca de US$
sugerir um coquetel. 150.000. Até o momento, a Robolab
“Há muitos fatores que minam tem parcerias com cinco aeroportos
o lucro do dono de um bar e na Europa e duas empresas de bebidas
causam insatisfação dos clientes. cujos coquetéis estarão entre as
Deinitivamente não pretendemos tirar primeiras especialidades do robô.
Fogo na porta
de Zanzibar
Polícia investiga vandalismo
contra o Château Cos d’Estournel
Na noite de 25 de julho, a equipe do Château
Cos d’Estournel foi alertada para um incêndio
em uma de suas portas. O fogo, que daniicou em
parte a famosa entrada da “porta de Zanzibar” do
château em Saint-Estèphe, foi apontado como
uma “ação odiosa e criminosa” pela propriedade
e está sendo investigado como um ato de
vandalismo pela polícia.
Um porta-voz de Cos d'Estournel disse que o
Fogo na Califórnia,
novamente
ato foi uma tentativa de destruir uma obra de arte
“inestimável”. A porta foi apenas parcialmente
daniicada no ataque e esforços estavam sendo Desta vez, porém, as vinícolas foram menos
feitos para a restauração. A arquitetura do afetadas do que no ano passado
château é toda inspirada em templos indianos.
Incêndios lorestais estão o CalFire, o serviço de
A polícia iniciou uma investigação por
preocupando cada vez maisbombeiros do estado, disse
suspeita de vandalismo. Um porta-voz disse
os produtores de vinho em que o incêndio estava 50%
que nunca tinha visto nada do tipo antes e que,
algumas regiões do planeta. contido.
no momento, não sabia dizer como o incêndio
No ano passado, Portugal, Os viticultores de
poderia ter sido iniciado ou por quê.
Chile e Estados Unidos Mendocino relataram
A imponente porta de madeira esculpida,
sofreram com incêndios que que o fogo em sua área
importada do palácio do sultão de Zanzibar,
chegaram a devastar algumas rapidamente se deslocou para
foi instalada pelo primeiro proprietário de Cos
áreas vinícolas. E, mesmo o leste, mantendo vinhedos
d’Estournel, Louis Gaspard d’Estournel, no
quando não houve perdas e vinícolas fora de perigo. A
início do século XIX. Ele também construiu as
diretas, a fumaça se tornoufumaça também desapareceu
torres exóticas de estilo pagode que fazem do
um fator de preocupação. nos últimos dias. No entanto,
château um marco em Bordeaux.
Em 2018, novamente umpelo menos duas vinícolas do
grande incêndio lorestal secondado receberam ordens
alastrou pela Califórnia, nosde evacuação. A equipe da
Estados Unidos, destruindoFetzer Vineyards evacuou
casas e plantações. Ele foi a área de 27 a 31 de julho,
apontado como o maior da embora o fogo não tenha
história na região, abrangendo
atingido sua propriedade.
uma área equivalente à cidadeApesar de a fumaça não ter
de Los Angeles. E, por sorte,sido tão intensa como no
até recentemente, nenhuma ano passado e em 2008, os
vinícola havia sido afetada.produtores farão testes em
Apesar de destruir mais suas uvas para avaliar o grau
de 100 casas, o fogo queimou de contaminação e tomar
principalmente através de medidas para que isso não
lorestas. No dia 8 de agosto,inluencie no vinho.
2 2 1122 - Wi att
G laa 33 0 3 - James Su
Ga li
pooooontos
93
Gala 4 2013 - Descorchhado
os
pontos
De olho no clima
Marca alemã cria rótulos inspirados nos mapas climáticos
a 30 minutos de Hamburgo, pelosairmou Hübner.
produtores Leon Zijlstra e Jörn Ele desenvolveu um sistema
Andresen. Hübner disse que o projeto
que gera simulações dos principais
foi pensado para “usar os próprios elementos climáticos usando software
elementos da natureza como força personalizado. Cada safra do vinho
motriz para desenvolver uma nova será
e embrulhada em papel que retrata
inovadora marca de vinho cultivada visualmente
no o clima suportado pela
clima brutal de Hamburgo”. vinha ao longo do ano. O sistema
“O cultivo de vinho em Hamburgo de Hübner pode ser visto online em
parecia uma escolha estranha, quase3D e tem a opção de ser animado. O
ousada, e exigia uma história nova esquema de cores muda conforme o
para levar as pessoas a abandonar anosuas
tenha sido quente ou frio, enquanto
A marca alemã Brute se associouexpectativas
à de como um ‘bom vinho’
o tamanho e a forma dos pontos e da
consultoria Landor e ao diretor dedeveria ser. Assim, a desvantagem linha
do são alterados dependendo do nível
criação Patrik Hübner para usar dados
clima tornou-se o elemento deinidordo vento, chuva e sol.
meteorológicos em tempo real deda suahistória. Uma história dos elementos
Brute plantou suas vinhas em junho
vinícola para criar uma imagem de brutais e as pessoas que cultivamdeste
este ano e produzirá vinhos brancos,
uma simulação de partículas 3D em vinho contra todas as probabilidades.
incluindo
E Riesel, que é uma variedade
seus rótulos. a história de um vinho que é marcado
híbrida suíça desenvolvida ao cruzar a
O vinho de edição limitada é por seus ingredientes deinidores de Cabernet Sauvignon com “um parceiro
produzido em uma vinícola orgânicavento, chuva, sol e… um algoritmo”,não revelado resistente a doenças”.
BatViti
Morcegos estão sendo usados como “pesticidas” em Bordeaux
Um estudo, encomendado pelo a traça da videira.
Conseil Interprofessionnel du Vin dePara garantir que esse
Bordeaux (CIVB), juntamente comcomportamento não se deva
a consultoria Eliomys e o Institutoà presença de outros insetos, o
Nacional de Pesquisa Agrícola (INRA),
estudo avaliou a dieta dos morcegos
descobriu que morcegos poderiam e analisou
ser seu excremento. O DNA
usados para ajudar a controlar a traça
da traça da videira formou um grande
constituinte
da videira. A pesquisa foi publicada no das fezes do morcego
início deste ano e concluiu que certas
em áreas de cultivo de videiras,
espécies caçam, sim, essa praga.mesmo quando havia um número
Nos 23 lotes de terra estudados relativamente baixo de mariposas.
no departamento de Gironde, que Sendo assim, produtores de vinho realizados nos próximos três anos.
inclui Bordeaux, 19 das 22 espéciesemde Bordeaux estão instalando caixas
O BatViti, como é conhecido, foi
morcegos que habitam a área foram de morcegos em torno de suas vinhas
estabelecido em 2016 e vem ganhando
registradas pelo menos uma vez. para força depois da publicação do estudo.
Alémincentivar os mamíferos voadores
disso, o estudo descobriu que certas
a agir como um “pesticida” natural.
O projeto faz parte do esforço da
espécies de morcegos aumentaram Cerca
suade 20 propriedades estão câmara de agricultura para reduzir
envolvidas com testes que devemsigniicativamente
atividade de caça quando encontraram ser o uso de pesticidas.
A Constellation Brands, uma acordo deverá ser concluído em de cannabis”, airma Rob Sands,
das maiores empresas da indústria outubro deste ano. “No ano passado,
diretor executivo da Constellation
da bebida nos Estados Brands.
Unidos, pretende Fundada em 2013 e
aumentar sua participação sediada em Ontário, a
na Canopy Growth, Canopy Growth já está
empresa canadense de presente em 11 países e é
produção de maconha especializada em inovação
medicinal, investindo de produção e pesquisa
US$ 4 bilhões para clínica. Em abril de 2014,
adquirir 38% do negócio. tornou-se a primeira
O acordo posicionaria a empresa de maconha na
Canopy Growth como América do Norte a ser
“líder global em produção negociada publicamente.
de cannabis, marca, Desde o investimento
propriedade intelectual e inicial da Constellation
varejo”. Brands no ano passado,
A empresa adquiriu o setor de cannabis tem
sua participação inicial em recebido considerável
outubro do ano passado atenção das empresas
por US$ 179 milhões, de bebidas. No início
quando a Canopy de agosto, a cervejaria
Growth tinha um valor Molson Coors fez uma
de mercado de US$ 1,6 parceria com a produtora
bilhão. O novo acordo, canadense de maconha,
“o maior até hoje no The Hydropothecary
mercado de cannabis”, Corporation, para lançar
cimenta a Canopy Growth um negócio autônomo
como a parceira mundial exclusiva entenderemos
de melhor o mercadode destartups para desenvolver “bebidas
cannabis para a Constellation. cannabis, a enorme oportunidadenão-alcoólicas com infusão de
Após o acordo, que ainda está de crescimento que ele apresentacannabis
e para o mercado canadense
sujeito a aprovação regulatória, os recursos da Canopy neste espaço.
após a legalização”. No entanto,
a Constellation indicará quatro Estamos ansiosos para apoiar a diversos produtores de vinho estão se
diretores para a diretoria da Canopy
Canopy à medida que eles aumentamassociando a produtores de maconha
Growth, presidida por Bruce Linton.
sua reconhecida posição de liderança
para criar produtos assim que a droga
for legalizada.
“Se for concedida a aprovação, o global no espaço médico e recreativo
Addio Rinaldi
Faleceu o enólogo Giuseppe
Rinaldi, ícone de Barolo
W W W . S O N O M A. C O M . B R
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Mudanças na Niepoort
Dirk Niepoort, depois mudar a gestão, está mudando a equipe enológica
Vestido equipado
Noiva aluga vestido feito com armação que suporta 50 taças de Prosecco
Ecce Homo
Tentativa frustrada de restauração inspira vinho espanhol
Uma tentativa fracassada de restaurarque umicou conhecida como “Ecce Mono”
afresco em uma igreja na cidade espanhola
(“Eis o macaco”).
de Borja inspirou a vinícola Bodegas Apesar do fracasso como restauração, o
Aragonesas a criar um vinho tinto baseado
trabalho se tornou famoso e atraiu turistas,
em Garnacha. A garrafa leva no rótuloquea começaram a se reunir para fotografar
a pintura, o que fez com que Giménez se
versão distorcida feita por Cecilia Giménez
na tentativa de recuperar uma pinturatornasse uma celebridade. Ela conseguiu
antiga. transformar seu empreendimento
Em 2012, Cecilia, de 81 anos, tentouartístico desastroso em algo lucrativo, já
restaurar um afresco de Jesus de 1930que a igreja cobra € 1 para ver o afresco
pintado na parede da igreja do Santuário
e os rendimentos são doados para uma
de Misericórdia, em Borja, na provínciainstituição de caridade local. Metade
espanhola de Zaragoza. A tentativa icoudos lucros vai para Giménez, que usa o
famosa devido à distorção criada na obra
dinheiro para cuidar de seu ilho, que tem
intitulada “Ecce Homo” (“Eis o homem”),paralisia cerebral.
Novo Marques
Etiqueta Negra muda filosofia da
clássica linha da Concha y Toro
O
Etiqueta Negra, até hoje o mais
limitadas. Entre os primeiros, como esperado, i-
ambiciosolançamentoda co- guram, além de Cabernet Sauvignon, Chardon-
nhecida linha Marques de Casanay, Merlot, Carménère, Syrah e Pinot Noir. No
Concha, da Concha y Toro, segundo grupo, há, por exemplo, um País/Cin-
marca importante mudança sault,na lançado com a safra 2014, que na prática é
ilosoia que orientou o desenvolvimento um dessa
varietal, já que a primeira contribui com 85%
linha, calcado em dois pilares: vinhos varietais,
do corte; e um rosé à base de Cinsault.
ainda que, em alguns casos, outras cepas entrem Ao criar o Etiqueta Negra, Papa está reali-
no blend inal; e “single vineyards”, ou seja, pro- pelo menos em parte, o antigo sonho de
zando,
venientes de um único vinhedo. Em sua primeira
acrescentar um Cabernet Franc à prestigiosa li-
safra, 2016, o Etiqueta Negra é um corte tipica-
nha. A qualidade que essa casta alcança nos vi-
mente bordalês de Cabernet Sauvignonnhedos (60%),do Maipo é muito alta e Papa contempla
Cabernet Franc (32%) e Petit Verdot (8%).essa possibilidade há muitos anos. Mas enfrenta
A seu favor, além da qualidade, pode-seum dizer
concorrente de peso internamente. Parte da
que o Etiqueta Negra é uma espécie de volta às
Cabernet Franc (e também da Petit Verdot, no
origens. As uvas das três castas que o compõem
2015) se destina a complementar a Cabernet
provêm do vinhedo de Puente Alto, nas cerca-
Sauvignon, sempre majoritária no corte do vi-
nias de Santiago, o mais famoso da Concha nho ícone y da empresa, o Don Melchor. Ainal,
Toro, que também abastece o Don Melchor, eleohomenageia o próprio fundador da empresa,
Almaviva (parceria entre Concha y Toro e DonMou-Melchor de Santiago Concha y Toro, o séti-
ton Rothschild) e o Viñedo Chadwick, este da
mo Marques de Casa Concha.
Errázuriz. Assim, mesmo não sendo um “varie-
tal”, ele é a melhor expressão de um terroir de
excelência, o Alto Maipo, o mesmo conceito que
orienta os demais vinhos da linha. AD 93 pontos
Não por acaso, o primeiro Marques, lança-MARQUES DE CASA CONCHA ETIQUETA NEGRA 2016
do em 1976, ainda com o prenome “Reserva Concha y Toro, Alto Maipo, Chile da linha, Marcelo Papa, além de
Especial” no rótulo, era um 100% Cabernet (VCT R$ 229). Embora integre a notas terrosas, de especiarias,
Sauvignon de Puente Alto, da safra 1972. E tal- linha Marques de Casa Concha, tabaco, embutidos e até uma
vez não seja coincidência que tenha sido lan- pode-se dizer que o Etiqueta Negraponta de grafite. Na boca, potência
é um irmão mais moço e abusadoe elegância convivem de forma
çado no mesmo ano em que ocorreu o célebre
do Don Melchor. Em comum, alémharmônica. De um lado, boa acidez,
“Julgamento de Paris”. Marcelo Papa, enólogo do celebrado terroir de Puente frescor e muita fruta; de outro,
responsável pela linha Marques desde 1999, Alto, que fornece uvas também uma estrutura tânica ainda bem
hoje também diretor técnico da Concha y Toro, para o Viñedo Chadwick, o corte depresente, mas de excelente textura,
lembra que os anos 1970 foram marcados pela Cabernet Sauvignon/Cabernet Franc madeira muito bem dosada (16
popularização do conceito de vinhos varietais, e Petit Verdot. A grande diferençameses em barricas de carvalho,
mas apenas 60% de primeiro uso)
entre os dois é que, enquanto o Don
liderada por produtores como Robert MondaviMelchor é quase uma expressão da e álcool sem exageros, à altura
e turbinada pelo sucesso dos vinhos norte-ame- Cabernet Sauvignon, que contribuido conjunto. Por ser um vinho
ricanos no evento parisiense. sempre com mais de 90% do muito saboroso em boca, já dá até
O crescimento da linha Marques é quase para bebê-lo com prazer agora,
corte, o Etiqueta Negra é um típico
uma linha do tempo da própria evolução do vi- corte bordalês: 60% Cabernet se acompanhado por carnes de
Sauvignon, 32% Cabernet Franc, caça (javali) num molho de vinho
nho chileno nos últimos 40 anos, mas também
8% Petit Verdot. O resultado é umou de uma boa picanha. Mas seria
foi inluenciado por mudanças no gosto do con-vinho rubi escuro, que, mesmo uma pena, porque ele ficará ainda
sumidor e, obviamente, por razões comerciais. ainda bem jovem, já oferece muitamelhor num prazo de (pelo menos!)
Hoje, com a recente adição do Etiqueta Negra riqueza
e aromática, com destaque três a cinco anos, quando trocar um
de um Malbec, ela abriga 12 rótulos. Alguns são para o característico cassis do pouco da potência atual por mais
Maipo, como ressalta o enólogo elegância. Álcool 13,5%. GV
permanentes e contemplam as principais castas
chilenas; outros integram as chamadas edições
Os outros
CRUS CLASSÉS
A classificação de Bordeaux de 1855 ainda hoje é a grande
referência da região, no entanto, há outras listas nas
quais você pode encontrar grandes vinhos
Classiicação
de Sauternes e Barsac
Na mesma época em que os vinhos tintos me Crus.
do Ao todo, 26 Châteaux foram listados, e
Médoc eram classiicados na famosa Exposition
eles representam 45% da área da denominação e
Universelle de Paris de 1855, as propriedades
são responsáveis
de por 30% da produção. Apenas um
Sauternes e Barsac também foram listadasprodutor
pelosfoi condecorado com um status superior
comerciantes. Elas, porém, foram divididas
aos em
demais, o Château d’Yquem, cuja classiicação
apenas duas categorias: Premiers Crus eé literalmente:
Deuxiè- Premier Cru Supérieur.
Piemonte
Confira 10 coisas que você precisa saber para entender melhor
uma das regiões mais clássicas do vinho italiano
H
á quem diga que Bordeaux está Quando se fala em Piemonte, obviamen-
para a Toscana assim como te que
a a primeira referência que surge é a sua
Borgonha está para o Piemon- uva tinta típica. É ela a base para as duas de-
te. Apesar de termos de nominações
fazer de origem mais faladas dessa re-
algumas ponderações,essa gião italiana, Barolo e Barbaresco. No entan-
correlação até que pode ser feita. E muitoto, da
assim como a Borgonha não se restringe à
ligação que os enóilos fazem da Borgonha Pinot Noir, o território piemontês traz muito
com o Piemonte se deve pelas variedades mais variedade
de do que se imagina, com uvas
uva tradicionais, a Pinot Noir no caso francês
e denominações menos comentadas, mas não
e a Nebbiolo no caso italiano, que, de menos
certa
importantes. ADEGA então vai apontar
forma, apresentam algumas características aquiem10 coisas que você precisa saber sobre essa
comum. importante região vitivinícola italiana.
fotos: divulgação
rompendo com tradições seculares, escandalizando
não só os produtores da região como também seus
próprios familiares, especialmente seu pai.
Como os Gaja só possuíam terras na região
A história de Barbaresco se
de Barbaresco, ele decidiu que a família não faria mistura com a de Angelo Gaja, o
mais Barolo, ou seja, não compraria mais a família
uvas comprasse algumas áreas especíicasgrande
de nome da região
das terras vizinhas. Foi uma decisão arrojada,
vinhedos das colinas da região – as em que a neve
pois Barbaresco era um vinho desacreditado derretia
na mais cedo depois do inverno, ditas Sorí.
época. Mas Angelo foi além e resolveu inovar na percebeu a excelência desses terrenos e
Angelo
viniicação, adquirindo barricas de carvalhocomeçou
para a produzir vinhos Single Vineyard, que
envelhecer os vinhos e sendo o primeiro ase fazer
tornaram seus maiores ícones (Sorí Tildin, em
fermentação malolática no Piemonte. homenagem à avó, é um deles). O empreende-
Muitos anos antes de ele decidir “romper”
dorismo de Angelo fez com que Barbaresco hoje
com Barolo, sua avó, Clotilde Rey, sugeriufosse
que um “rival” à altura de Barolo.
Barbera e Dolcetto
A Nebbiolo é indiscutivelmente a uva tinta mais
prestigiada do Piemonte, no entanto, não se pode
deixar de lado duas outras variedades tradicionais
da região: a Barbera e a Dolcetto. Enquanto a
Nebbiolo costuma dar vinhos mais complexos,
Barbera e Asti
que tendem a demandar tempo para se abrir por
Dolcetto
completo, Barbera e Dolcetto, por outro lado,
costumeiramente são vinhos mais diretos, fáceis
A comuna de Asti ica quase que literalmente no ce
tro da região do Piemonte. Juntamente com Alba, e
de beber mesmo quando jovens. são duas formam os dois povoados mais famosos dessa áre
variedades vinícola. No período romano, a cidade era conhecid
Os vinhos feitos de Barbera geralmente se
mostram muito fragrantes e com muitas frutas
de destaquecomo
vermelhas, levemente ácidas, em boca. São duas
Hasta Pompeia. A região, todavia, tornou-se
mosa por suas uvas Moscatel e, especialmente, po
no Piemonteespumante Moscato d’Asti, que deu origem ao fam
as regiões famosas pela produção de seus Barbe-
ra, as denominações de origem Barbera d’Asti, método Asti de fermentação. Diz-se que o process
uma região que compreende toda a província espumatização do Moscato foi elaborado prime
de Asti e parte de Alessandria, e Barbera d’Alba, mente por Carlo Gancia, em meados do século XIX
uma área menor ao redor de Alba. Há ainda os Gancia teria trabalhado na casa Piper Heidsieck e,
Barbera del Monferrato, dentro da região de Asti. chegar à vila de Canelli, tentou reproduzir o que h
Os Asti são considerados os principais Barbera e, aprendido na França.
entre os melhores estão os que ostentam a desig- Conhecido como “método Asti”, ele é uma
nação Vigna no rótulo, indicando alguma sub- variação do Método Charmat, pois o processo
-região renomada. fermentativotambémocorredentro deauto-
A Dolcetto tende a ser ainda menos prestigiada claves. Ele produz o espumante com apenas
que a Nebbiolo e a Barbera, mas produz um vinho uma fermentação, interrompendo o processo,
repleto de notas de cerejas, costumeiramente sem por meio de choque térmico, quando o açúcar
grandes pretensões, muito fácil de agradar, feito das uvas (Moscatel) ainda não foi inteiramente
para acompanhar qualquer refeição. Assim como transformado em álcool. Isso garante um produto
a Barbera, a Dolcetto tem duas denominações mais adocicado e de menor teor alcoólico. Essa
principais, Dolcetto d’Asti e Dolcetto d’Alba. Po- técnica de produzir vinhos com uvas Moscatel se
rém, ao contrário da Barbera, desta vez os melho- alastrou pelo mundo. Os Moscato d’Asti costu-
res exemplares costumam vir da região de Alba, mam surpreender por sua delicadeza, sendo óti-
próximo das colinas de Barolo e Barbaresco. mos para combinar com sobremesas leves.
Chardonnay
Uma uva tão melindrosa quanto a Pinot Noir e vi-
nhedos cada vez mais delimitados. Esses dois deta
lhes aproximam o Piemonte da Borgonha, todavia,
Acredita-se que Filippo recentemente a região tem demonstrado ter poten
Asinari, conde de San
Cavour e unificação Marzano e Costigliole, teria cial para desenvolver uma variedade que também
A região do Piemonte tem uma história rica plantado
e de- mudas vindas se consagrou na Borgonha, a Chardonnay.
de Montrachet na região
ve-se apontar que alguns personagens piemonte-
de Asti Acredita-se que essa casta tenha sido implan-
ses foram determinantes na história da Itália. Um tada na região no começo do século XIX. Naque-
deles foi Camilo Benso, conde de Cavour. Após la época, durante a dominação francesa na Itália
voltar de viagens pela França, Inglaterra e Suíça, por parte do exército de Napoleão, Filippo Asi-
ele decidiu implementar o que havia aprendido nari, conde de San Marzano e Costigliole, caiu
em termos de agricultura e administração em sua nas graças de Bonaparte. Além de hábil político,
região. Por volta de 1830, ele decidiu investir na Asinari mostrou-se interessado em viticultura e
Nebbiolo, para tornar os vinhos locais tão bons airma-se que ele teria plantado mudas vindas de
quanto os que havia provado na corte de Savoia. Montrachet na região de Asti. E elas teriam se
Diz-se que ele foi um dos principais responsáveis adaptado bem ao solo calcário-argiloso local.
por tornar Barolo conhecido mundialmente. Ao Diz-se ainda que Carlo Gancia, a quem se
mesmo tempo, Cavour foi um dos mais ativos na atribui o método Asti e a criação do famoso Mos-
propaganda pela uniicação da Itália, sendo um cato espumante da região, também teria testado
dos personagens centrais juntamente com Giu- os métodos que aprendeu na França com a Char-
seppe Garibaldi e Giuseppe Mazzini. Quando donnay e Pinot Noir (cultivada principalmente
Vitor Emanuel II declarou o Reino da Itália in- em Oltrepò Pavese, que atualmente faz parte da
dependente em 17 de março de 1861, Cavour foi Lombardia, mas que antes se chamava de Vec
nomeado primeiro-ministro. Ele, contudo, não chio Piemonte – Velho Piemonte).
viveu muito para ver o restante da glória italiana Desde meados dos anos 1980, a Chardonna
e de Barolo, falecendo quatro meses depois. No piemontesa tem chamado a atenção, com vinhos
entanto, graças a seus esforços, Barolo recebeu a que lembram o estilo borgonhês, com grande capa
alcunha de “o vinho dos reis e o rei dos vinhos”, cidade de envelhecimento, feitos por produtores d
por estar presente na corte italiana. renome como Coppo, Gaja, Pio Cesare etc.
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!POIO 2EALIZAǭǥO
DROPS |p o r ARNALDO GRIZZO
A última
garrafa
Gut Hermannsberg coloca em leilão o último vinho de
uma das safras mais célebres do século XX
A
credita-se que o ano de 1921 pode foi homenageado em festividades em
denburg
ter sido a “safra do século” na Ale-
Colônia. Aí, Hindenburg recebeu um vinho do
manha, tanto que quando alguém Domínio
se do Estado da Prússia, seu preferido. Na
depara com uma garrafa desse festa,
anoem 31 de março de 1926, foi servido um
não hesita em comprar. No entan-Kupfergrube Trockenbeerenauslese de 1921.
to, pouquíssimas ainda sobrevivem no mercado. Uma última garrafa deste mesmo vinho está
Logo após a I Guerra, o Vale do Nahe foi ocu-
para ser leiloada agora. O enólogo da Gut Her-
pado pela França, e os vinhos do Domínio mannsberg,
Vi- Karsten Peter, substituiu a rolha há
tivinícolado Estado PrussianoNiederhausendois anos e, ao examinar as condições do vinho,
Schlossböckelheim (hoje Gut Hermannsberg) icoudaespantado com a sua concentração, com-
safra de 1921 teriam, portanto, icado sob plexidade
a ad- e frescor. Gut Hermannsberg certa-
ministração francesa. Mas os diretores puderam
mente alcançará um novo recorde no leilão VDP
vender as garrafas em Frankfurt am Main (em antesque os produtores alemães oferecem seus
que os franceses assumissem o controle. vinhos) com esta garrafa. No ano passado, um
Quando o governo alemão conseguiu aTrockenbeerenauslese
saída de 2015 foi arrematado
das forças de ocupação, o presidente von por €Hin-
10.600.
meia-idade,
UMA TAÇA Estudo mostra que quem bebe moderadamente na meia-
idade tem menor probabilidade de desenvolver demência
U
ma pesquisamais de 14 unidades por semana, cada sete doses
publicada cionais aumentava o risco de demência em 17%.
em agosto O estudo aponta que as causas subjacentes par
apontou a aumento do risco são provavelmente diferentes pa
ligação en- cada um dos dois grupos de maior risco. Os abstin
tre o consumo moderadotes, de por exemplo, mostraram ter uma maior preva
bebidasalcoólicasdurante lência de doença cardiometabólica (acidente vascu
a meia-idade e uma menor lar cerebral, doença coronariana, ibrilação atria
chance de desenvolverinsuiciência
de- cardíaca e diabetes), o que poderi
mência. As descobertascontribuir
são para o desenvolvimento da demência. O
baseadas em dados do estu-
pesquisadores também descobriram que o históric
do Whitehall II, um projeto
de internação hospitalar por doenças relacionadas
que acompanha a saúdeálcoolde estava associado a um risco quatro vezes m
funcionários públicos britâ-
de demência.
Segundo pesquisa, nicos que estavam entre as idades de 35 e 55 anos
abstêmios e quem
bebe em excesso em 1985 (quando o projeto começou). Para Diferentes
a nova bebidas
apresentam pesquisa, a equipe de cientistas francesesOe estudo
britânicos
foi focado principalmente no consumo de
risco maior de
desenvolver algum reuniu 23 anos de dados de 9.087 participantes
álcool de forma genérica, mas os autores notaram
tipo de demência Whitehall II, incluindo registros hospitalares
ume padrão
níveis entre os diferentes tipos de bebidas. O
de consumo de álcool. participantes do grupo de 1 a 14 unidades por sem
Os participantes classiicados como “abstêmios”
na eram mais propensos a beber vinho, enqua
foram os que se abstiveram totalmente doaquelesálcool, osque consumiam mais de 14 unidades
que pararam de beber no início do estudo semana
e os quebebiam mais cerveja.
bebiam com pouca frequência durante o período. Os pesquisadores também reconheceram alg
Aqueles que bebiam regularmente foram divididos
mas das deiciências do estudo. “Uma limitação fun
em dois grupos adicionais: os que bebiamdamental,
entre 1 e como em outros estudos observacionais
14 unidades de álcool (uma unidade equivale é a medição
a 10 do consumo de álcool usando apenas
mililitros de álcool puro, ou um pouco maisque da ome-
paciente fornece de dados”, diz. Outra grand
tade de uma taça de vinho comum) por semana limitaçãoe osé a forma como bebedores e abstêmios f
que bebiam acima dessa taxa. ram categorizados. Como os participantes só come
çaram a registrar seus hábitos de consumo durant
Com base em 397 casos de demência registrados
em hospitais, os pesquisadores descobriram meia-idade,
que o faltam informações sobre o quanto ele
grupo que se absteve de álcool e o grupo beberam
que bebeu nos primeiros anos; e esses padrões pod
mais de 14 unidades por semana mostraram riam estar
ter tido
em um efeito. Além disso, o amplo uso do
maior risco de desenvolver demência do que termoos be-
“abstêmios” para incluir aqueles que ocasio
bedores moderados. Além disso, entre os nalmente
que bebiam bebiam pode ter resultados distorcidos.
BOM
MOMENTO
EXPORTAÇÕES
Janeiro a
Junho 2018
PARA EXPORTAR PRINCIPAIS
DESTINOS DAS
Exportações de vinhos e espumantes EXPORTAÇÕES
(Valor)
brasileiros crescem no
primeiro semestre
Vinhos tranquilos Vinhos e espumantes
1.450.301
Volume (litros) 1º
3.013.070 3º
2º
Valor (US$/FOB) 4º
5º
Vinhos
Espumantes
1º
142.836 2º
Volume (litros) 3º
4º
631.671 5º
Valor (US$/FOB)
Espumantes
Total 1º
1.593.137 3º
2º
Volume (litros)
4º
3.644.741 5º
Valor (US$/FOB)
A
s exportações de vinhos e espuman- Principal em valor. Os vinhos tranquilos, que representam
tes brasileiros tiveram alta de 39,3%destino a maior fatia das vendas, tiveram incremento de
em volume e 32,8% em valor no dos vinhos 37,4% no volume e 33,6% em valor.
primeiro semestre deste ano – em “Além dos mercados-alvosChina, Estados
comparação com o mesmo período
brasileiros Unidos e Reino Unido, pretendemos aumentar
do ano passado. Os produtos foram comercializa-
foi o as iniciativas de promoção e aprimorar a distr
Paraguai.
dos para 29 países, somando 1.593.137 litros e o buição em países próximos ao Brasil, como Pa-
montante de US$ 3,6 milhões. Os cinco princi- Chile é raguai, Colômbia, Chile e Peru, em função de
o maior
pais destinos são: Paraguai, Estados Unidos, Cin- vantagens competitivas, como logística e peril
gapura, Colômbia e Reino Unido. comprador dede produto. Os latino-americanos possuem pala-
Entre janeiro e junho de 2018, o melhor de-espumantes dar similar aos brasileiros, o que favorece nossa
sempenho icou com os espumantes, que obti- penetração”, explica Diego Bertolini, gerente de
veram crescimento de 61,2% em litros e 29,2% promoção do Ibravin.
VINHO T I N TO
SÓ COM
CARNE VERM
RU A GOM E S DE C A R VA LHO, 13
2 º A N DA R , V IL A OL Í M P I A
11 3814 - 7853
W W W. A B S - S P. C OM . BR
TERROIR BRASIL |p o r EDUARDO MILAN E ARNALDO GRIZZO
Raio-X do vinho
brasileiro
Novo Guia ADEGA de Vinhos do Brasil traz uma reflexão
sobre o que está acontecendo no mercado nacional
D
esde sua primeira edição em nature,2011, que tiveram média de quase 91 pontos.
o Guia ADEGA de Vinhos do Bra- Podemos airmar categoricamente que é difícil
sil vem acompanhando de perto encontrar
a espumantes importados até R$ 100
evoluçãoda produçãovitivinícola que rivalizem em qualidade com grande parte
nacional. Seus desaios e suas conquistas, dos espumantes nacionais dessa mesma
sempre evoluindo e ganhando consis- faixa de preço.
tência, ano após ano. NÚMEROS DO Falando de brancos,perce-
Nesse período, passaram por GUIA ADEGA VINHOS bemos um incremento da con-
DO BRASIL 2018-2019
nossas taças mais de 3.500 vinhos sistência e do nível médio dos
nacionais, dos mais variados esti-
los. Na primeira edição, avalia- 440
vinhos selecionados
vinhos provados(talvez in-
luenciado pela ótima safra
mos pouco mais de 220 amos- 2018),com resultadosmais
tras e, nessa oitava, a 2018/2019, que satisfatórios
nas diversas
degustamos quase 600 (um recor- 68
vinícolas
regiões do Rio Grande do Sul
de), de mais de 65 vinícolas. (Serra Gaúcha, Campanha Gaú-
Apesar de nosso principal objeti- cha, Serra do Sudeste), merecendo
vo com esse livro ser sempre um guia ao atenção especial os produzidos na Ser-
consumidor, para orientá-lo sobre o que ele ra pode
Catarinense, com a Sauvignon Blanc e com
e deve experimentar, acabamos, indiretamente,cepas italianas (ainda resumido a alguns poucos
traçando um verdadeiro e detalhado panorama produtores,
do mas de qualidade acima da média).
vinho brasileiro. Isso sem falar dos Chardonnay, que, no geral, ti-
Mais uma vez, os espumantes foram o desta-veram média superior a 89 pontos.
que, independentemente do estilo (brut, nature, Com relação aos tintos, assim como nos
extra brut ou Moscatel), mostrando consistência
brancos, percebe-se a consistência dos rótulos.
e qualidade. Os números comprovam. De As maismaiores médias deste ano novamente esti-
de 70 amostras feitas com método tradicional,veram no Vale dos Vinhedos e Pinto Bandeira.
a média raspou os 90 pontos. Destaque para Nasosdemais regiões, incluindo a Serra Gaúcha,
Merlot
Quantidade: 30
Média: 88,2
Charmat Tradicional Asti Brut Nature Extra Brut Moscatel Brut Rosé
MÉDIA
DE PREÇOS
50% R$
68, 73
$
40% 45,00% 15%
MÉDIA GERAL
$$
32,50% 88,66
30% PTS
27%
MÉDIA MÉDIA
20%
88,72
PTS
88,44
PTS
$$$
18,41%
29%
MÉDIA MÉDIA
88,85
PTS
3,41%
0,68%
$$$$$
Espumantes Tintos Brancos Rosés Doces 13%
CampanhaGaúcha, Serra Catarinense(que nho num determinado estilo por alguma cren-
teve média acima de 89 pontos) e o interior
ça,de
por exemplo, do que é comercial ou do que
São Paulo, temos tido, nos últimos dois anos,
é moda,
re- seria muito mais produtivo em médio/
sultados que merecem destaque. longo prazo buscar cada vez mais estudar o solo,
o microclima, as variedades mais adaptáveis, en-
Descobrir uma identidade im, um aprofundamento para tirar o que me-
Porém,no geral,mas principalmentequando lhor se pode de nossas regiões vitivinícolas; vi-
pensamos em tintos e brancos, uma questão nhos mais
que tenham de fato a nossa cara (para isso
ideológica do que propriamente de qualidade
precisamos
vem descobrir que cara temos), que reli-
à tona. Não temos dúvidas da capacidadetam técnica
um lugar, antes de mais nada, que tenham
dos enólogos atuantes no mercado nacional,umajáidentidade.
que
os vinhos provados raramente apresentam os Nós,defei-
de ADEGA, temos a certeza de que o
tos que eram muito comuns no passado. caminho da sobrematuração, da sobre-extração
Quando citamos questão ideológica, do referi-
uso excessivo da madeira, por exemplo, so
mo-nos ao que se busca ao elaborar um mentevinho.
cria vinhos que, independentemente de
E o que está dentro da taça nos diz, pela maioria
gostarmos ou não, podem ser feitos em qualquer
dos rótulos provados, que estamos emulandolugarum do mundo. Se já estamos satisfeitos em fa-
estilo que, de modo geral, não seria o “natural”
zer vinhos de qualidade, ótimo, mas se quisermos
para os nossos vinhos. mais (e, com certeza, podemos mais), ainda há
Ou seja, mais do que buscar elaborar umumvi-lindo e longo caminho pela frente.
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ESCOLA DO VINHO |p o r ARNALDO GRIZZO
N
ão há dados exatos sobre falsiica-
safras
sa asa i as asddii
ii entt e ll po
os.Se
ções de vinhos no mercado bra- es e Exc ção:: as de lotes
e. s
sileiro. Aliás, é difícil encontrar
an goss arro os e,à vezes,rotuladosova--
esse tipo de estatística em qual-mentep pe los produtor
o es.
quer lugar do mundo. As únicas
coisas que aparecem na mídia são as -grandes Ele está rasgado? Manchado? Arranhado? Des-
apreensões de bebidas contrabandeadas por botado?
parte Se estiver rasgado, esses rasgos parecem
da polícia (como em casos recorrentes na China)
ter sido produzidos por manuseio descuidado?
ou então casos extremamente notórios em Se estiver
que manchado, as manchas de umidade
muitas pessoas foram lesadas por um falsiicador
parecem genuínas? Se estiver arranhado, tam-
(como o caso de Rudy Kurniawan). bém parece problema de manuseio? Se estiver
Aí, você pode pensar que esse tipo de coisadesbotado,
dii- ele icou exposto à luz?
cilmente aconteceria por aqui e que está restrito a
um nível de vinhos de alta gama, mas não- devemos
O tamanho do rótulo está certo? Ele está posi-
nos enganar. O mercado de vinhos colecionáveiscionado corretamente na garrafa? Além dele,
no Brasil tem se aquecido e pode atrair algumas
deveriafor-haver alguma etiqueta no pescoço? As
mas de contrabando, e também, por que não, fontes
falsi-e imagens usadas condizem com as de
icação. Contudo, apesar de os vinhos de maior rótulos
va- de safras anteriores ou com o padrão
lor costumarem ser os principais alvos, não conhecido
se pode desse produtor?
desprezar o potencial de falsiicação dos de entrada.
Sendo assim, uma das formas de se garantir
- Há números de série? Se sim, uma boa ideia é che-
é evitar garrafas suspeitas. E o que faz comca-los
que com os produtores. Se esse número não pu-
uma garrafa se torne suspeita? ADEGA fez uma der ser veriicado, melhor não comprar a garrafa.
pequena lista com detalhes aos quais você deve
estar atento para evitar dissabores. - Há erros de ortograia? Há problemas na im-
pressão? Os nomes estão todos escritos corre-
Cuidados com o rótulo tamente? Não há nada estranho? Se houver,
- Ele parece condizer com sua idade? Rótulos de
certamente é uma falsiicação.
ACESSE JÁ O MELHOR
CONTEÚDO DE VINHOS DO
B R A S I L PA R A S E U TA B L E T Owww.revistaadega.com.br
U
SMARTPHONE. www.facebook.com/revistaadega
www.twitter.com/revistaadega
HARMONIZAÇÃO |p o r ARNALDO GRIZZO
Carne e
muito mais
Ideias de pratos para harmonizar com diferentes
versões de Malbec argentinos
M
albec está diretamente associada ao
churrasco,ou à parrillada,como
dizem (e fazem tão bem) os argen-
tinos. Aquelas carnes na brasa, especialmente
as mais gordas, combinam muito bem com o
vinho que se tornou símbolo da vitivinicultura
argentina, o Malbec. Então, quando falamos
de harmonização com carnes, talvez este seja o
varietal que primeiro nos vem à mente.
No entanto, assim como outras cepas, a
Malbec não possui uma única expressão, mes-
mo na Argentina. Então, é possível pensar em
diversos tipos de harmonizações além de um
belo corte de carne vermelha. Para nos ajudar
a pensar sobre o assunto, ADEGA convidou o
sommelier Manuel Luz, da Sonoma, para dar
algumas dicas.
Ele começa: “A uva Malbec é absoluta-
mente associada à Argentina, e é claro, à região
de Mendoza. O que temos que ter em mente
é que Mendoza é uma região vasta, e possui
diferentes altitudes e tipos de solo. A uva sofre
a inluência do clima e do solo, e este é um
ponto crucial na hora de levar uma garrafa de
Malbec para casa e harmonizar com comida”.
Seguem suas sugestões.
GALETO OU TAMBAQUI?
Os Malbecs de La Consulta, no
Vale de Uco, icam em altitudes
maiorese são mais leves,menos
encorpados e robustos. Neste caso,
arriscar um galeto seria o ponto exa-
to para contrapor, sem massacrar o
vinho. Se o galeto estiver com bas-
tante tomilho, toda a matiz de ervas
frescas e loral típica dos vinhos de
Tupungato se ampliam.
Para ousar,arriscariasem medo
uma costelinha suína ao molho mole
mexicano, aquele que tem base de choco-
late amargo e pimenta seca. Uma costela de
peixe tambaqui com alho assado dá água na
boca, embora o vinho seja tinto, há gordura
suiciente no peixe para suportar o corpo do
vinho.
De Re Rustica
Como os princípios da vitivinicultura, definidos
em um livro do primeiro século, ainda são válidos
Da vinha ao vinho
No quarto capítulo, Columella detalha as for-
mas como e quando as vinhas devem ser con-
duzidas, podadas (chega a falar sobre o formato
das facas usadas na poda da vinha), enxertadas
e colhidas. Ele cita até mesmo questões de ren-
dimento por planta e idade dos vinhedos, preservar
o que o vinho (antecipando a pasteuriza-
““Não tenho dúvidas de
que as vinhas devem ser
determinaria a qualidade dos vinhos. Comenta
ção?). No entanto, ele aponta que os melhoresseparadas de acordo com
ainda a altura das treliças como fator importan-
vinhos não deveriam levar conservantes:suas “Osespécies e colocadas
em seus lotes adequados”
te no sabor do vinho: “A altura adequada para
vinhos de maior excelência dão mais prazer
uma videira é de 1,5 metro; e não há dúvida
porde sua qualidade natural”.
que a videira produz vinho de melhor sabor emDiversas referências à vinha e ao vinho no tra-
relação à altura”. balho do Columella ainda se mostram atuais e isso
Sobre a colheita, Columella revela que deinitivamente revela o quanto a vitivinicultura se
muitos viticultores avaliam a maturidade baseia
das em tradições ancestrais e o quanto o vinho
uvas provando-as, mas ele tende a recomendar
depende delas, mesmo tendo se transformado ao
que o ponto de maturação seja veriicado pela
longo do tempo. E, por im, uma máxima do au-
cor das sementes, método que até hoje é tor
usadoromano também continua atual: “Acredite na
por enólogos. O autor romano conirma aindaminha experiência, Silvinus [seu discípulo], que
a importância da higiene das adegas para um vinhedo
re- bem plantado, de boa espécie, e sob
ceber as uvas, incentivando a fumigação. os cuidados
Ele de um bom viticultor, nunca deixou
ainda fala sobre ferver o mosto para ajudar
de recompensá-lo
a com grande interesse”.
Espumantes, página
Brancos, página
Rosé, página 8
Tintos, página 8
Doces, página 9
Eventos, página
Hora do saca-ro
ESPUMANTES BRANCOS
acesse: www.clubeadega.com.br
DOCE >>
ARTE
Castello di Ama tem um projeto de
curadoria em que artistas de renome
são convidados a criar trabalhos em
A seleção Black deste mês reúne suas dependências. Até o momento,
dois dos mais tradicionais vinhos nomes como Michelangelo Pistoletto,
elaborados em suas regiões. Do Anish Kapoor, e Louise Bourgeois já
Alentejo,em Portugal,selecio- deixaram obras por lá.
namos o Grande Reserva Rótulo
de Cortiça, um tinto com grande
capacidadede envelhecimento
feito pela Adegade Borba so-
mente em anos excepcionais. Da
Toscana, na Itália, conseguimos
trazer o Castello di Ama San Lo-
renzo, entre os melhores Chianti COOPERATIVA
Classico produzidos e capaz de DE PESO
rivalizar em qualidade com seus A Adega de Borba foi fun-
vizinhos de Brunello. dada em 1955 e atualmente
conta com mais de 300 viticul-
tores associados, que cultivam
cerca de 3.000 hectares de
vinhas.
AD
92
2 pts
AD
93
pts
CASTELLO DI AMA SAN LORENZO
CHIANTI CLASSICO GRAN SELEZIONE 2011
Castello di Ama / Mistral (R$ 457)
REGIÃO/PAÍS:Toscana, Itália
OS
DE
50% novas. De boa tipicidade, segue o pts do de mais de 70 anos em La Consul-
estilo carnudo e estruturado da casa, em ta. Dali, partimos para a Espanha, de
que prevalecem as frutas negras maduras AD
onde vem o Baloiro Seleccíon en Vig-
seguidas de notas defumadas e de
especiarias, tudo equilibrado por taninos de
92pts na, um Mencía de vinhas velhíssimas
ȕVKOCVGZVWTCGCEKFG\RWNUCPVGSWGVTC\ de Bierzo, um perfeito exemplo de que
frescor ao conjunto. Tem final persistente, é, sim, possível fazer tintos que sejam
EQOVQSWGUFGCOGKZCUǩNEQQN'/ reinados e potentes. Terminamos nos-
sa jornada na Toscana, onde elegemos
o Rosso di Montalcino da Pertimali,
BALOIRO SELECCIÓN
melhor que muitos Brunello disponí-
EN VIGNA MENCÍA 2010
veis no mercado.
$QFGIC.W\FKXKPC#OKIQ
Vind’Ame (R$ 209)
REGIÃO/PAÍS:$KGT\Q'URCPJC
GO
AD
91
pts
AD
No Grand Gold dessemês selecio-
namos vinhos de uvas que têm dado DE
SCORCHAD 90
pts
92
OS
ótimos resultados em suas regiões. De pts
Portugal, vem o Aldeia das Serras Touri-
ga Nacional, um tinto frutado e gastro- AD
TRADICIONAL
Apesar de Douro e Alentejo
estarem mais em voga
atualmente, o Dão foi e
continua sendo uma das
regiões mais tradicionais de
Portugal quando o assunto são
vinhos tranquilos, tanto tinto
quanto brancos.
AD
MELHOR 90 AD
90
pts
LUGAR pts
A Grenache (na Espanha
conhecida como Garnacha e
na Catalunha como Garnatxa)
é uma das tintas mais
cultivadas no mundo e se
adapta bem a climas
quentes e secos.
AGLIANICO
Uva muito cultivada na
Campania e na Basilicata, ela
é conhecida pelo seu caráter
gastronômico, pois além da
vibrante acidez, costuma ter
taninos marcantes em sua
juventude.
BE ADEG
LU A
C
SILVER
AIMÉ CABERNET SAUVIGNON 2016
Ruca Malen / La Pastina (R$ 50)
REGIÃO/PAÍS:/GPFQ\C#TIGPVKPC
AD
VALE CONHECER
88
pts
AD
DO TEJO
Até 2008 conhecida
como Ribatejo, a
região do Tejo obteve o
status de DOC somen-
te no ano de 2000.
B E A DEG
LU A
C
BRANCO
AD
90
pts
REGALEALI BIANCO 2016
Tasca d’Almerita / Mistral (R$ 125)
REGIÃO/PAÍS:Sicília, Itália AD
89
pts
Neste mês, começamos nossa jornada
$TCPEQEQORQUVQFG+P\QNKC AD
30% Grecanico e 30% Catarratto,
sem fermentação malolática e sem
91
pts
na Itália, onde elegemos um blend
com as pouco conhecidas Inzolia, Gre-
passagem por madeira, mas mantido canico e Catarratto, com assinatura da
com as borras por três meses antes Tasca d’Almerita, um dos mais respei-
de ser engarrafado. Mostra frutas tados produtores da Sicília. Das Rías
brancas e de caroço acompanhadas Baixas, escolhemos o Pazo das Bruxas,
de notas florais, minerais e de ervas um Albariño de muita tipicidade, re-
frescas. No palato, é tenso e vibrante,
pleto de frutas brancas e de caroço ma-
VGOȕVKOCCEKFG\IQUVQUCVGZVWTCG
duras. Da Espanha, percorremos um
final persistente, com toques cítricos e
UCNKPQUǩNEQQN'/ longo caminho até o Brasil, no Vale
dos Vinhedos, de onde trazemos o Ori-
gem, um Chardonnay de dicionário,
PAZO DAS BRUXAS produzido pela Casa Valduga.
ALBARIÑO 2016
Torres / Devinum (R$ 125)
REGIÃO/PAÍS: Rías Baixas, Espanha
CASA VALDUGA
ORIGEM CHARDONNAY 2018
Casa Valduga (R$ 47)
REGIÃO/PAÍS: Vale dos Vinhedos, Brasil