You are on page 1of 43

Técnico de Enfermagem

Módulo IV
Enfermagem em Urgência e
Emergência

Produzido por:
Depto. Pedagógico - Escola Info Jardins

Copyright © 2014 - Escola Info Jardins - Todos os Direitos Reservados.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida.
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

SUMÁRIO

Intrudução/ Conceitos em Pronto-Socorro....................................................................................................3

Triagem.........................................................................................................................................................3

Recursos Humanos e Materiais.....................................................................................................................5

Condutas Pré-Hospitalar e Transporte de Pacientes.....................................................................................5

Principais Situações de Emergência Cardiovasculares................................................................................6

Principais Situações de Emergência Respiratorias.....................................................................................10

Principais Situações de Emergência Neurológicas ....................................................................................13

Principais Situações de Emergência do trato gastrintestinal.........................................................................17


Principais Situações de Emergência Metabolicas..........................................................................................19

Principais Situações de Emergência Infecciosas ..........................................................................................21


Principais Situações de Emergência urológicas............................................................................................23

Principais Situações de Emergência ginecológicas e Obstétricas.................................................................24

Principais Situações de Emergência Psiquiatra e Sociais..............................................................................27

Principais Situações de Emergência Toxicológicas.......................................................................................29

Parada Cardio-Respiratória............................................................................................................................30

Assistência de Enfermagem na Emergencia..................................................................................................38

Bibliografia....................................................................................................................................................42

Escola Info Jardins 2


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

CONCEITOS EM PRONTO-SOCORRO OU PRONTO- ATENDIMENTO

1. Conceito
1.1. – Emergência
Pacientes que necessitam de tratamento ou avaliação imediatos. Exemplos: PC.R. choque, insuficiência
respiratória, hemorragias, convulsão em andamento.

1.2. – Urgência
Pacientes com doença ou ferimentos que necessitam de intervenção ou avaliação em 20 minutos a 2 horas.
Exemplos: fraturas sem comprometimento neurovascular, dor abdominal aguda, AVC, alterações
significativas dos sinais vitais.

1.3 Não- Urgente


Pacientes com ferimentos menores e condições não agudas que devem ser encaminhadas para o
ambulatório . Exemplos : luxação, entorse, congestão nasal, disúria, dor lombar.

1.4 – Departamento de Triagem


É um processo de classificação de pacientes de acordo com a necessidade para o tratamento de emergência
. Triagem significa classificar em três grupos.

TRIAGEM

Objetivos da triagem
- avaliar o paciente logo na sua chegada;
- obter breve relato sobre a queixa principal e dados objetivos (sinais vitais);
- realizar breve avaliação física;
- priorizar atendimento aos pacientes críticos;
- determinar a área de atendimento em nível primário (clínica, ginecologia, pediatria, ortopedia, etc.);
- fornecer documentação ao paciente (tratamento inicial – horário);
- avaliar quando o paciente deve ser encaminhada ao setor de emergência imediatamente – sem triagem.
- avaliar quando o paciente deve ser encaminhada ao setor de emergência imediatamente – sem triagem

Equipe de Triagem
De acordo com as características do hospital esta triagem pode ser feita por:
 recepcionista ( área burocrática);
 enfermeira especializada ou treinada,
 médico.

Processo de Triagem
- Obter breve anamnese da queixa atual.
- Obter informações além dos dados subjetivos. Avaliar a fala, marcha, dispnéia, sinais vitais;
- Determinar o mais rápido possível se a situação é emergente, urgente, ou não- urgente;
- Providenciar testes diagnósticos (glicose sangüínea com dextroix – dosagem de eletrólitos – ECO –
Raio X – etc.)

Escola Info Jardins 3


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Avaliação – Prioritária
- Vias Aéreas
- Presença de respiração, de corpo estranho, vomito, prótese dentária solta no interior da boca.
- Respiração
- FR- amplitude e tipo. Uso dos músculos acessórios da respiração.
- Circulação
- Presença de pulso caratídeo. FC – amplitude e ritmo do pulso. Presença de hemorragia. Cor,
temperatura e umidade da pele.
- Nível de Consciência
- Reação á voz, estímulo doloroso e pupilar.
- Avaliação completa:
- Cabeça e pescoço: drenagem pelo ouvido/nariz/boca; rigidez de nuca; e distensão completa.
- Tórax e coluna vertebral: auscultar ruídos adventícios; lesões externas; e palpar a coluna. Abdome e
pelve: auscultar e palpar – avaliar dissensão abdominal.
- Extremidades: sinais de lesão externa; sensibilidade; pulsos periféricos.

Critérios de Triagem (Conduta)


Serviço de Emergência para tomar decisões certas e rápidas deve estabelecer protocolos escritos para a
orientação da triagem. O uso de protocolos melhora a qualidade da assistência prestada porque oferece
base para a sua avaliação.
Exemplo de protocolo:

Categoria Emergência

Dor intensa e pressão torácica


Dor tipo angina
Sinais vitais instáveis
História da Angina ou ICC
Tiro ou ferimento pôr arma branca no tórax
Deve-se realizar exame médico imediato – ECG – acesso venoso e ofertar Oxigênio.

Categoria Urgente

Dor torácica sem irradiação


História de trauma por confusão
Sinais vitais normais
Dever- se realizar ECG, Raio X e gasometria.

Categoria Não - Urgente

Tosse e desconforto musculoesquelético


Ausência de sintomas ou história cardíaca.

Escola Info Jardins 4


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

RECURSOS: HUMANO E MATERIAL

Estrutura física
A área de pronto- socorro deve ser de fácil acesso, na entrada do hospital.
A área física deve ter: recepção, sala de espera, secretaria, salas de triagem, sala de emergência,
consultórios, posto de enfermagem, salas de sutura, sala de inalação, sala de repouso ou de observação,
sala de curativo ou de procedimentos, sanitários (público e privativo aos funcionários), copa, sala dos
médicos e plantonistas, sala de higienização de pacientes, rouparia, espaço reservado para macas e cadeiras
de rodas.

Área de Triagem
Esta área deve estar muito próxima à sala de emergência e também a área de tratamento, possibilitando a
visão dos que esperam pôr triagem na sala de espera. Deve- se sempre que possível, separa adultos e
pediatria. Possibilitar a privacidade para a realização da entrevista e exame físico. Ter disponível macas e
cadeiras de rodas, bem como equipamento de emergência. Essencial pia para a lavagem das mãos.

Recursos Humanos
Médicos plantonista/ socorristas com especialidades → socorrista, intensivista, traumatologista,
pneumologista, cardiologista, psiquiatra, cirurgião vascular, cirurgião geral, cirurgião plástico,
otorrinolaringologista, neurocirurgião, traumatologista em bucomaxilofacial. Enfermeiros, técnicos ou
auxiliares de enfermagem.
Recepcionistas, secretários, porteiros, assistente social, investigador de polícia.

Recursos Materiais
* Macas, cadeiras de rodas, materiais descartáveis para procedimentos invasivos, materiais esterilizados
para sutura, punção, curativos, flebotomias, cateterismo vesical, paracentese, materiais para higienização
de pacientes e eliminações fisiológicas,
Sala de emergência: monitor cardíaco, desfibrilador, bico de saída de oxigênio e vácuo, aparelhp de
pressão arterial, suporte de soro, material de reanimação cardio- respiratória (bandeja ou carrinho) com
jogo de lâminas de laringoscópio (curvas e retas), cânulas de Guedell e enditraqueais com cuff de diversos
calibres, fio guia metálico, cabo de laringoscópio, cadarço, pilhas, gel anestésico, medicações de
emergência (atropina, adrenalina, isuproterenol, noradrenalina, dobutamina, dopamina, soro fisiológico,
soro glicosado, solução de bicarbonato de sódio a 3 e 10%, manitol a 20%, expansores plasmáticos,
gluconato de cálcio, soro glicofisiológico, água destilada esterilizada ampola e frasco, medicamentos
antiarrítmicos, anti- hipertensivos, diuréticos, etc...), materiais para; cateterismo vesical, sondagem
nasogátrica, flebotomia ou passagem de intracath, punção abdominal e cervical ou lombar, etc...

CONDUTA PRÉ- HOSPITALAR E TRANSPORTE DE PACIENTE


O objetivo primário do cuidado pré- hospitalar é identificar o pacientes com risco de vida, tomar primeiras
medidas básicas e proporcionar atendimento hospitalar definitivo, o mais rápido possível.
A equipe médica e de enfermagem deve, ensinar a comunidade quanto a:

Avaliação do Paciente
Escola Info Jardins 5
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

* Detectar os indivíduos mais graves (inconscientes, dificuldade respiratória, choque).


* Avaliar a extensão das lesões e determinar suas complicações.
* Proceder a manobras de ressuscitação segundo o esquema básico americano ABC (ar respiração-
circulação).
* Comandar a remoção assistida o mais breve possível.

1.1. Procedimentos
* Quando a pessoa estiver inconsciente e em apnéia, deve- se fazer a verificação dos pulsos: carotídeo e
femural. Se ausentes proceder a massagem cardíaca e ventilação boca- a- boca.
* Manter constante cuidado com a imobilização da coluna cervical. Deve- se sempre imobilizar a coluna
cervical até que se tenha um diagnóstico definitivo- `I’CE e pacientes inconscientes.
* Para a remoção de acidentados, usar no mínimo três pessoas e a técnica de mobilização em bloco.
* Sangramento abundante → compreenção externa com pano limpo.
* Deformidades em extremidades (fraturas) imobilizar com talas adaptadas (jornal, papelão ou madeira).
* Inconscientes → tentar o transporte em dicúbito lateral- remover próteses dentárias ou resíduos da boca.
Evitar a flexão do pescoço ou tronco (trauma raquimedular).
* Queimaduras: químicas → lavar com água corrente imediatamente. Por fogo → evitar pomadas, pé de
café, etc.
* Em qualquer situação → evitar líquidos ou medicações pôr via oral.

PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS

1- Cardiovasculares
LIMA, Márcia C.R., BONORA, Nádia K.A.,FREITAS, Ana M.M

1.1- Dor torácica

Definição: Dor torácica ou desconforto torácico pode estar associado a doença cardíaca ou pulmonar.
História: É essencial obter-se uma descrição clara sobre a dor do paciente, como, o que provocou a dor, o
que piora ou melhora, a qualidade, a localização e quanto tempo está sentindo a dor? Uma história passada
pode ser obtida, incluindo doença cardíaca ou pulmonar anterior, hipertensão, diabetes e medicamentos
atuais.
Procedimentos de triagem: Verificar sinais vitais, avaliar no pescoço se há ou não desvio de traquéia,
valiar no tórax sinais de trauma e sensibilidade, auscultar área pulmonar (ruídos adventícios), auscultar
focos cardíacos, avaliar abdome quanto inspeção, palpação e ausculta, verificar as extremidades quanto
pulsos periféricos, sinais de edema e cianose.
Testes diagnósticos: hemograma, bloquímica sanguinea, gasometria arterial, ECG e Raio X.

Causas de dor torácica:


* Angina instável (dor pôr mais ou menos 30 minutos, não melhora com nitroglicerina, ocorre em repouso
ou em exercício).
* Infarto Agudo do Miocárdio (dor retroesternal que irradia e dura mais de 30 minutos, não aliviada pôr
repouso ou nitroglicerina).
* Aneurisma Aórtico Dissecante (dor retroesternal súbita e pode irradiar- se para a cabeça, costas e
bdome).
* Pneumonia (dor pleurítica, com tosse produtiva, febre, dispnéia e ruídos adventícios).

Escola Info Jardins 6


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

* Embolia Pulmonar (dor torácica pleurítica, ou sufocante, súbita, dispnéia, tosse seca e hemoptise. A dor
aumenta na inspiração).
* Pneutórax (dor pleurítica ou sufocante, dispnéia, súbita).

Intervenção de Enfermagem
- verificar sinais constantemente;
- ofertar oxigenoterapia;
- manter venóclise e controlar gotejamento;
- avaliar nível de consciência e grau de orientação;
- manter em repouso absoluto e evitar manobras de Valsava;
- manter monitorização cardíaca constante;
- avaliar dor e medicar conforme prescrição médica (diminuir ansiedade).

1.2- Hipertensao Arterial Sistemica

DEFINIÇAO: Segundo a OMS acima de 160/95 mmHg.


Hipertensão Essencial: elevação prolongada da PA sem causa conhecida.
Hipertensão Maligna: forma acelerada de hipertensão, pressão diastólica acima de 140 mmHg.

Emergências Hipertensivas
* Hipertensão Maligna
* Encefalopatia Hipertensiva
* Hipertensão associada á ICC
* Hipertensão associada ao IAM
* Toxemia da gravidez

História clínica atual: aparecimento, extensão em gravidade dos sintomas típicos, cefaléia, vômitos em
jato, palpitações e sincope postural. Perguntar sobre tratamentos anteriores para hipertensão quanto aos
medicamentos e dieta.

Procedimento de Enfermagem
- avaliar sinais vitais e P.A. em ambos os membros na posição supina;
- verificar as pupilas (indicado fundo de olho- edema de pupila);
- avaliar sinais neurológicos e nível de consciência ;
- auscultar áreas pulmonar e cardíaca;
- manter em repouso absoluto com cabeceira elevada a 30º;
- iniciar terapêutica medicamentosa conforme prescrição médica: diuréticos, ansiolíticos, inibidores do
sistema nervoso simpático, vasodilatadores sistêmicos (diretos), antagonistas do canal de cálcio.

1.3- Crise Hipertensiva


No uso de Nitroprussiato de sódio (Nipride®) que é um potente vasodilatador (arterial e venoso), deve-se
monitorar a pressão sangüínea de 5 em 5 minutos, iniciar a infusão com baixa dosagem, manter a pressão
diastólica em torno de 100 mmHg (evitar hipoperfusão tecidual), lembrar que o medicamento é
fotossensível (uso de protetor para o frasco e equipo microgotas especial- escuro) e tem que ser desprezado
após 24 horas.
Outras medicações também podem ser indicadas: Diazáxido, Tritnetafan e Labetalol.

Escola Info Jardins 7


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

1.4-Infarto Agudo do Miocárdio (Iam)


Definição: É a destruição do músculo cardíaco desprovido de suprimento sangüíneo suficiente causada
pela redução no fluxo sangüíneo coronariano.

Causas
* Estreitamento repentino de uma artéria coronariana pela arteriosclerose: Obstrução coronariana por trono
ou êmbolo: e a redução do suprimento sangüíneo por choque e hemorragia.

História Clínica e Exame Físico


* Indagar sobre: história de angina, hipertensão, tabagismo, drogas e doenças cardíacas.
Indagar sobre: presença e característica da dor, o que desencadeou, tempo e a duração. A dor no IAM é
subesternal, em “aperto”, irradia para o braço esquerdo, mandíbula, costa, ombro, e dura mais de 30
minutos não cessando com repouso ou nitratos.
O paciente apresenta respiração curta, palpitações, sudorese, fraquesa, náusea e vômito.

Procedimentos de Enfermagem
 Verificar sinais vitais entre 5 a 15 minutos
 Auscultar áreas: cardíaca e pulmonar.
 Observar presença de estase julgular.
 Estabelecer uma via venosa para coletar enzinas (CK-MB e CPK), Sódio, Potássio, Glicemia.
 Realizar um ECG e manter o paciente com monitor cardíaco constantemente.
 Manter com cateter nasal para oxigenoterapia.
 Manter o paciente em repouso absoluto, posição semi- Fowler, evitar manobras de Valsalva.
 Promover o alívio da dor atrvés da prescrição médica com: nitratos, morfina, mepedina e
nitroglicerina.
 Estar atento para as complicações: arritmias, falha ventricular esquerda avoluindo para edema
agudo de pulmão e choque cardiogênico, falha ventricular direita, dor persistente e hipotensão
secundária aos medicamentos.

1.5- Icc
Definição: É a incapacidade do coração de bombear a quantidade de sangue necessária a uma perfeita
perfusão tissular em repouso e durante a atividade normal.

Causas
Doença cardíaca hipertensiva, da artéria pulmonar e congênita. Insuficiência do coração esquerdo, doença
pulmonar obstrutivacrônica e cardiomiopatia.

História Clínica e Exame Físico


Indague sobre nictúria, oftopnéia, dispnéia paroxística noturna ou angina, história anterior de doença
cardíaca ou fatores de risco (hipertensão, diabetes, infarto anterior, história familiar).

Procedimentos de Enfermagem
- Manter em repouso absoluto e decúbito elevado.
- Manter acesso venoso, colher exames de sangue (hemograma, glicemia, Na+K- coagulograma, e
GSA.), infusão EV com Microgotejamento e controle rigoroso de gotejamento.

Escola Info Jardins 8


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Verificar sinais vitais de 5 a15 minutos.


- Avaliar presença de estaase jugular, hepotomegalia, edema de MMII e sinal de cacifo, pulsos
periféricos, cianose, perfusão periférica da extremidade.
- Auscultar áreas: cardíaca (sopro, ritmo de galope, atrito) e pulmonar (ruídos adventícios).
- Avaliar nível de consciência e de orientação.
- Restringir líquidos e realizar balanço hídrico com rigor.
- Oferecer dieta hipossódica.

1.6 Arritmia Cardíaca


Definição: É um distúrbio do ritmo cardíaco que provoca alteração na freqüência, ritmo ou em ambos.
Arritmias são anormalidades do sistema de condução e não da estrutura cardíaca, sendo identificadas pela
análise do registro eletrocardiográfico (ECQ).

Tipos de arritmias:
 Bradicardia (FC abaixo de 60 bpm) - devido intoxicação digitaliza, aumento da pressão intracraniana
(TCE) ou IAM.
 Taquicardia (FC acima de 100 bpm) - devido a choque, dor, hipertemia, hemorragia aguda, anemia,
ICC, estados hipermetabólicos - sepses).
 Taquicardia Atrial Paroxistica (FC entre 150 a 250 bpm) - inicio e interrupção súbitos, devido a tabaco,
álcool, fadiga, medicamentos, cafeína e emoções.
 Flutter Atrial (F.atrial entre 350 a 600 bpm) - por ICC, cardiopatia congênita, doença valvular,
 Taquicardia Ventricular (FC 150 a 200 bpm) - ritmo irregular - devido a irritabilidade do miocárdio -
doença coronariana. Complicação: fibrilação ventricular ou assistolia.
 Fibrilação Ventricular (FC acelerada e desordenada) - ritmo irregular e descoordenado NÃO ocorre
contração ventricular. Complicação: Assistolia.

Procedimentos de enfermagem:
 Manter em repouso absoluto, evitar manobra de Valsava.
 Manter acesso venoso, colher exames de sangue, controlar infusão
 Manter com cateter nasal para oxigenoterapia,
 Verificar sinais vitais de 5 a 15 minutos. Avaliar alterações.
 Manter monitorização cardíaca constante.
 Realizar balanço hídrico com rigor,
 Avaliar nível de consciência e de orientação.
 Manter material de reanimação cardiopulmonar próximo.
 Manter próximo: desfibrilador elétrico.

1.7.- Parada Capdiopulmonar


Definição: É a interrupção súbita da função cardíaca ou respiratória. cujo resultado é a lesão cerebral
irreversível e morte dentro de minutos. se medidas adequadas para restabelecer a ventilação e a circulação
não forem tomadas.

Causas:
IAM, arritmias cardíacas, afogamento, TCE, obstrução das vias aéreas. e desequilíbrio eletrolítico.

Avaliação clínica:
* Perda da consciência.
Escola Info Jardins 9
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

* Ausência de pulsos periféricos, carotídeo e femoral


* Apnéia.
* Palidez, pupilas midriáticas e fixas.

Procedimento de enfermagem e equipe médica de emergência:


- Providenciar material de reanimação: bandeja ou carrinho de entubação com cânulas endotraqueais
com cuff de diversos tamanhos, fio guia metálico, xilocaina gel, cadarço, cabo e lâminas de
taringoscópio de diversos tamanhos - retas e curvas - sonda de aspiração, cânula de Guedes.
- Desobstruir as vias aéreas inclinando a cabeça do paciente, é contra indicado se houver trauma
cervical (neste caso manter com colar cervical).
- Ventilar com Ambu com oxigênio instalado, usar máscara facial ou cânula de entubação.
- Aspirar se necessário.
- Realizar compressão cardíaca, intercalando com a ventilação na relação, 15 compressões para 02
ventilações.
- Manter desfibrilador elétrico ligado, caso haja fibrilação ventricular. Verificar os pulsos em
intervalos regulares,
- Manter o paciente sob monitorização cardíaca.
- Puncionar uma veia de grosso calibre, ou passagem de intracath ou flebotomia, para a medicação
de emergência: adrenalina bicarbonato de sadio, atropina. entre outras se recuperar a circulação.
Avaliar a resposta do paciente pós reanimação.
- Auscultar área pulmonar,
- Oferecer 100% de oxigênio e aspirar s/n. Colher GSA.
- Verificar constantemente os Sinais vitais.
- Passar SNG (para diminuir risco de aspiração e dissensão gástrica) e S. Vesical de demora (para
avaliar débito renal).
- Manter venóclise (catecolaminas e outras soluções).
- Anotar todas as medicações e dosagens que o paciente recebeu.

OBS.: Vide anexos - Enfermagem na Parada Cardiorrespiratória.

2. Respiratórias
RAMPAZZO. J.M.. SANTOS, R.R. dos. SILVA, J.M.da

2.1 -- Insuficiência Respiratória Aguda (IRA)

Definição: A IRA pode ser definida como uma queda aguda na pressão de oxigênio no sangue arterial
(PO) para igual ou inferior a 50 mmhg, e ou no aumento agudo da pressão de dióxido de carbono no
sangue arterial (PC02) para 50 mmhg ou mais. Se a P02 chegar a níveis muito baixos, cessa a oxigenação
aeróbica que será substituída pela glicólise anaeróbia, havendo formação e liberação de quantidades
crescentes de ácido láctico. Grandes quantidades de ácido láctico que se formam serão lançadas no sangue
e irão provocar quadro de acidose metabólica.

Etiologia:
- Depressão do SNC que resulta em ventilação inadequada, exemplos: overdose de drogas, anestesias,
TCE, tumores cerebrais, hipóxica e hipercapnia.

Escola Info Jardins 10


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Patologia que envolve músculos ou junção neuro muscular que participam na respiração, afetará a
ventilação, exemplos: Miastenia, Poliomielite e Polineurite.
- Traumas diretos na caixa torácica por acidente automobilístico. Doenças pulmonares (Edema agudo e
pneumonias).

Avaliação:

* História
Questionar sobre quadro infeccioso pulmonar - produção de escarro, febre e dor torácica. Indagar sobre
história de asma, bronquite, enfisema e tabagismo.
- Questionar sobre doença cardíaca (ICC e HAS), trauma torácico, exposição à fumaça ou inseticidas,
abuso de álcool ou drogas, uso de medicamentos que possam causar broncoespasmo, e sobre alergias à
drogas ou alimentos.

* Exame Físico,
- Verificar sinais vitais (padrão respiratório quanto a amplitude e freqüência).
- Avaliar extremidades: escoriações, equimoses, cianose.
- Avaliar cabeça em busca de sinais de trauma e diâmetro pupilar.
- Avaliar presença de : taquipnéia, sudorese, alteração do nível de consciência, inquietação, letargia,
agitação, estupor ou coma, dissensão da veia jugular, deslocamento da traquéia.
- Auscultar áreas: pulmonar e cardíaca.

*Testes diagnósticos,

- GSA - gasometria sangue arterial. Análise dos gases sanguíneo


imediatamente obtida, através da punção de uma artéria (radial, braquial, pedial ou femural), Extraia o
sangue em uma seringa de vidro heparinizada e envie para o laboratório rapidamente em um saco cheio de
gelo.

Intervenção de enfermagem:
- Manter material para entubação endotraqueal e traqueostomia preparados Aspirar cavidade
orotraqueal s/n.
- Ventilar adequadamente com oxigênio.
- Manter cabeceira ligeiramente elevada.
- Avaliar nível de consciência e grau de orientação e agitação.
- Manter acesso venoso.
- Monitorar administração de fluídos e eliminações,
- Avaliar sinais vitais com rigor, principalmente FR,
- Auscultar áreas: cardíaca e pulmonar.

2.2.- Obstrução das Vias Aéreas Superiores

Etiologia:
* Aspiração de partículas de alimentos, coágulos sangüíneos ou qualquer outra partícula que obstrua a
laringe ou a traquéia.
* Edema de laringe, carcinoma laríngeo ou abscesso.
* Presença de secreções espessas.
Escola Info Jardins 11
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Avaliação

*História:
Obter do paciente ou acompanhante as seguintes informações - duração e natureza dos sintomas como
rouquidão, desfaria, dispnéia, sibilos, presença de febre, aspiração de objeto estranho, alergia ou ingestão
recente de medicamento novo, exposição de fumaça ou fogo, trauma no pescoço ou garganta .

* Exame físico:
- Verificar sinais vitais, presença de cianose, salivarão excessiva.
- Avaliar sinais de queimaduras, infecção na cavidade oral, dentes e laringe, Avaliar pescoço - sinais
de trauma e desvio de traquéia. Auscultar área pulmonar e cardíaca.

Testes Diagnósticos

* GSA e Raio x

Intervenções de Enfermagem:
- Avaliar nível de consciência, grau de agitação e orientação.
- Avaliar padrão respiratório e demais sinais vitais.
- Preparar material de entubação e traqueostomia, Manter material para aspiração orotraqueal preparado.
- Avaliar presença de cianose, sinais de traumas, desvio de traquéia. Auscultar área pulmonar e cardíaca.
- Manter acesso venoso e colher GSA.
- Realizar manobra de HEIMLICH para remoção de obstrução - aplicar de 6.

a 1 O impulsos abdominais rápidos e agudos exatamente abaixo do apêndice xifóide para expelir a
obstrução, Também pode o enfermeiro ficar atrás do paciente, lançar seus braços em tomo dele com
seus pulsos juntos e pressionar a área subxifóide com uma secessão de arremetida vigorosas.
- Usar mascara e ambu para ventilação assistida.
- Auxiliar o médico na laringoscopia e remoção de obstrução com pinça.

Pneumotórax iatrogênico: pode ser causado por vários procedimentos, tais como entubação
endotraqueal, broncoscapia, toracocentese, passagem de intracath, ou pelo uso de ventilador
mecânico.

* Exame físico
- Avaliar sinais vitais observe hipotensão, taquicardia e taquipnéia.
- Avaliar presença de desvio de traquéia, veias distendidas no pescoço, evidencia de fraturas de costelas,
agitação, dor aguda ao inspirar, diminuição de sons cardíacos e ausência de movimento torácico do
lado afetado.

* Testes Diagnósticos:
- Raio X e GSA.

Intevenções de Enfermagem
Providenciar abertura para via aérea e oxigenação - administrar oxigênio por cânula ou máscara ter
equipamento de aspiração e Ambu.
Escola Info Jardins 12
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Pneumotórax é uma emergência extrema. Envolve a inserção de uma agulha ou cateter IV no segundo
espaço intercostal na linha medioclavicular, diretamente na cavidade pleural para alívio da pressão.
- Pneumotórax aberto: causado por ferimento torácico penetrante - coloque um curativo impermeável ao
ar diretamente sobre o ferimento torácico aberto, que talvez converterá um pneumotórax aberto em
fechado,
- Providenciar material para toracotomia. Os tubos torácicos geralmente serão inseridos no departamento
de emergência e conectados a um dispositivo de drenagem à prova d'água. Os tubos torácicos são
suturados no local e o sítio de lesão é coberto por um curativo oclusivo e compressivo. Providenciar
um Raio X posteriormente para avaliar a colocação do tubo e avaliar a expansão pulmonar. Mantenha o
sistema do tubo de drenagem abaixo do nível do tórax. Observe e anote a quantidade drenada, o
aspecto, e a cor. Os tubos torácicos devem ser "ordenhados" a cada hora sempre que a drenagem
estiver espessa (coágulos sanguíneos ou muco), para evitar obstrução.

3. Neurológicas
CARVALHO,L.J., MAXIMIANO, E.A., MELEIRO,A.B. DE S.

3.1. Convulsões
Convulsões são marcadas por perda súbita de consciência associada com atividade motora importante,
refletindo descarga simultânea de quase todos os neurônios do SNC. Há rigidez tônica com perda
concomitante da consciência, apnéia e cianose de 20 a 60 segundos, seguidos de espasmos crônicos. Há
flacidez subseqüente e coma. Quando a consciência retoma observa-se confusão, cefaléia e sonolência. As
convulsões verdadeiras comparadas com as histéricas são marcadas pelo desenvolvimento do sinal de
Babinski e pupilas dilatadas.
Convulsões focais (parciais) são marcadas por atividade convulsiva originando-se em uma parte do corpo,
ocasionando perturbações somatossensoriais. Estas implicam uma lesão focal, mais podem estar associadas
com desequilíbrio metabólico.
Um paciente em meio a uma convulsão precisa atenção imediata, manutenção de uma via aérea eficaz e
proteção contra traumatismo. A história e exame médico podem ser obtidos quando a condição do paciente
estiver estabilizada.
As convulsões podem ser causadas por abuso ou abstinência de álcool e ou drogas, traumatismo craniano,
tumores cerebrais e distúrbios metabólicos.

Avaliação:
* História: pontos importantes como idade do início, tipos de convulsões, freqüência, medicações
utilizadas, relacionamento das convulsões com ingestão de álcool ou outras drogas.
1 Avaliação física: Verificar sinais de incontinência urinária e fecal. Verificar sinais vitais, trauma
craniano e laceração da língua.

Intervenções de enfermagem:
- Manutenção das vias aéreas superiores (material de entubação s/n) - Não forçar o paciente a abrir a
boca - Secione a cavidade oral para evitar aspiração e após a crise manter o paciente em decúbito
lateral para facilitar a drenagem de secreções - Administrar oxigênio s/n. - Usar ambu e máscara de
oxigenação s/n para evitar hipóxia.
- Proteger contra traumatismo - permanecer sempre junto durante a crise, Medicamentos
anticonvulsivantes - puncione uma veia de, grosso calibre para administrar os medicamentos conforme
prescrição médica.
Escola Info Jardins 13
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

3.2. Acidente vascular cerebral (AVC)


AVC é um evento trombótico, embólicos ou hemorrágico, causando uma perda permanente da função
neurológica com importante grau de incapacidade.

Avaliação:
 História. obtenha informações relacionadas com aparecimento do déficit neurológico. A história
pregressa deve incluir medicamentos tomados. doenças cardiovasculares e hipertensão.
 Exame físico: Verificar sinais vitais - FC (ritmicidade e freqüência), P.A., padrão respiratório e
temperatura. Avaliar cabeça para excluir traumatismo, Auscultar área pulmonar e constatar presença de
ruídos adventícios. Avaliar nível de consciência e orientação, reflexos, função motora e sensorial.

Intervenções de enfermagem:
- Avaliar freqüentemente nível neurológico e sinais vitais.
- Manter vias aéreas permeáveis, um bom padrão respiratório, posição semi- Fowler (se possível).
- Aspirar secreções orotraqueais s/n.
- Monitorar ingesta bídrica e eliminações.
- Manter em cama -berço - manter vigilância - proteger de trauma a apresentar crise convulsiva. Manter
acesso venoso.
- Aproximar-se de modo calmo e tranqüilo.

3.3.-Coma
O estudo do coma representa uma grave manifestação clinica indicando falência dos mecanismos de
Manutenção de consciência. O coma é um estado prolongado de inconsciência onde o paciente não
responde aos estimules sensoriais. O objetivo da enfermagem em relação ao paciente inconsciente é de
manter as funções vitais e protege-[o de heterogenias ou traumas.
As causas da inconsciência podem ser:
* Distúrbios sistêmicos (hipo e hiperglicemia - hipotensão - acidose metabólica ou respiratória - hipóxia e
encefalopatia).
* Intoxicações exógenas.
* Infecções sistêmicas.
* Doenças intracerebrais (tumor - abscesso - meningite - encefalite - hemorragias),
* Distúrbios Psiquiátricos (histeria e catatonia),

Avaliação:
História: Obter da família história de diabetes ou distúrbios convulsivos, de abuso de álcool ou drogas, de
hipertensão ou AVC., de doença renal, pulmonar, hepática ou cardíaca, de tentativa de suicídio anterior.
Exame físico: Monitorar sinais vitais. Atenção para a qualidade da respiração (cetona, amônia, alcoólica).
- Avaliar sinais neurológicos (movimentos motores, presença ou ausência de reação de estímulos).
- Avaliar presença de trauma, movimentos extra-oculares, diâmetro pupilar, presença de otorréia ou
otorragia, rinorréia ou rinorragia.
- Examinar a cavidade oral se marcas de mordida durante a convulsão.
- Auscultar áreas: cardíaca e pulmonar.
- Avaliar as extremidades: sinal de cianose. edema. marcas de agulhas ou bolhas, presença de
icterícia, angioma (telangiectasia) ou escoriações.

Intervenções de enfermagem:
Escola Info Jardins 14
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Assegurar uma via aérea permeável - inspecionar e aspirar. s/n - remover próteses dentárias. Avaliar
padrão respiratório.
- Manter em decúbito lateral se não houver trauma cervical.
- Verificar constantemente os sinais vitais.
- Monitorar administração de fluídos e eliminações.
- Monitorar o ritmo e a freqüência cardíaca.
- Manter acesso venoso e coleta amostras de sangue para exames conforme solicitação médica.
- Avaliar presença de sinais neurológicos.

4 - Trauma
MOREIRA,Edson A., OLIVEIPA, Deize S. de., SANTOS, Vanda S. dos.

4.1.-Traumatismo
Trauma é a lesão produzida por um agente mecânico ou físico. Traumatismo é o estado geral ou local
produzido por um ferimento ou tesão.
As conseqüências de um traumatismo podem ser locais e gerais. Entre as gerais estão: perda de volume,
choque traumático, choque irreversível e morte, entre as locais: lesões reversíveis de tecidos e destruição
dos mesmos. A morte pode ser imediata se o traumatismo atingir órgãos ou sistemas vitais.
O traumatismo pode levar à hipovolemia, dor, anóxia dos tecidos, baixo débito cardíaco, acidose
metabólica e infecção. O primeiro atendimento ao traumatismo visa a manutenção da circulação do cérebro
e do coração, mesmo em detrimento de, outros órgãos e sistemas. Isto significa a manutenção da volemia e
da perfusão seletiva aos órgãos vitais, mesmo havendo diminuição do débito cardíaco. A enfermagem deve
chamar todo o auxílio possível e encontrar o paciente na entrada da ambulância. A avaliação deve-se
iniciar pela verificação das vias aéreas, respiração e circulação do paciente.

* Vias aéreas: verificar presença de respiração, de corpo estranho, sangue e Vômito.


* Respiração: avaliar freqüência e qualidade.
*Circulação: Presença, taxa, qualidade e regularidade dos pulsos periféricas e carótida e femural.
* Nível de consciência: grau e orientação.
*Avaliar sinais de choque: pele úmida fria e pálida, hemorragia.
*Avaliação física geral e rápida: cabeça e pescoço, tórax, abdome e pelve.

- O paciente traumatizado deve ser atendido na sala de emergência com o objetivo de interromper as
condições de desequilibro funcional que o levam à morte.
- Receber o paciente na sala de emergência e transferi-lo em bloco para a mesa de exames.
- Avaliar resposta neurológica, se o paciente responde aos comandos, reação e tamanho das pupilas.
- Imobilizar os suspeitos de traumatismo craniano, manter com colar cervical e o pescoço apoiado por
saco de areia.
- Retirar prótese dentária e aspirar a cavidade oral s/n.
- Remover roupas e objetos pessoais, e controlar sinais vitais.
- Manter rnonitorização cardíaca.
- Avaliar total e imediatamente o paciente em áreas vitais numa seqüência rápida (respiração, circulação
e neurológica).
- Manter preparado material de entubação e realizar manobras de reanimação cardio - respiratória s/n.
Manter oxigênio suplementar por cateter nasal ou máscara.

Escola Info Jardins 15


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Manter bom acesso venoso, de preferência central para verificar PVC, coletar amostra de sangue para
exames, GSA, e tipagern. Pode deixar o paciente com duas vias de acesso.
- Realizar cateterismo vesical e controlar rigorosamente o débito, realizar curativos e preparar material
para o procedimento médicos ( invasivos ou nâo)
- Controlar hemorragia e suas consequências, realizar compressão digital nas principais artériais
(temporal, facial, carótida, branquial, subclavia, auxilar, radial femural). Proteger a ferida com
compressas de gazes esterizados .
- Avaliar e restaurar o debito cardiaco. Prenir e tratar o choque mantendo uma circulação eficente.
- Realizar anotações de enfermagem. Deve ser obter informações da família ou acompanhante sobre
detalhes do acidente, localização, força e direção do impacto, tratamento dado no local,indagar sobre
doenças passadas ou atuais, uso de medicamento ou alergias.

Politraumatismo ou traumatismos múltiplos.


Podem afetar todo o sistema orgânico, sendo possível que após haja depressão geral das funções orgânicas,
redução da P.A., deficiência de oxigênio no sangue e nos órgãos principais, arritmias, insuficiência
respiratória e cardíaca. O mecanismo de defesa do organismo toma-se deprimido, contribuindo para
insuficiência orgânica total. Portanto deve-se:
- efetuar um exame físico simplificado para determinar o quadro geral do paciente, controlar pontos
de hemorragia, avaliar presença de trauma de crânio e pescoço, salvar a vida do paciente evitando
maiores lesões na manipulação do mesmo;
- manter permeabilidade das vias aéreas superiores, e ventilar;
- administrar quando prescrito: bicarbonato de sódio EV para compensar acidose, dexametasona EV
para proteger a função respiratória e prevenir infecção respiratória;
- prevenir e tratar o choque, manter acesso venoso central, coletar amostra de sangue para exames;
- manter débito urinário monitorizado;
- monitorizar ritmo cardíaco, controlar sinais vitais; * preparar o paciente para intervenção cirúrgica
s/n;
- imobilizar extremidades comprometidas para impedir movimentos dolorosos.

4.2. Queimaduras
As queimaduras são causadas por uma transferência de energia de uma fonte de calor para o corpo, que
podem ser térmicas, radioativas, elétricas ou químicas. A destruição do tecido resulta na coagulação,
desnaturação da proteína ou ionização dos conteúdos celulares.

* Profundidade da Queimadura
1º Grau - destrói a epiderme ou parte da derme é lesada. A área fica dolorosa, eritematosa e seca como
queimadura do Sol.
2º Grau - destruição da epiderme e das camadas superiores da derme, há exsudação de fluídos, área
eritematosa.
3º Grau - destruição total da epiderme e derme (podendo atingir hipoderme, músculos, ossos e vísceras) a
cor varia do branco ao vermelho, pardo ao preto, A queimadura é indolor devido a destruição das fibras
nervosas.

* Quanto a Extensão da Queimadura


A extensão é representada pela percentagem da área Corporal queimada. Um método prático para
avaliação é a "Regra dos Noções" Wallace e Pulaski) que atribui a cada segmento corporal o valor 9 ou
múltiplo deste para o adulto.
Escola Info Jardins 16
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Intervenções de enfermagem:
- Oferecer à equipe: gorros. máscaras, aventais e luvas.
- Revestir a mesa com campo cirúrgico esterilizado e remover o paciente para a mesma já desprovido de
roupas e objetos de uso pessoal.
- Avaliar junto com o médico a queimadura estabelecendo a percentagem da área lesada e a
profundidade das lesões. Avaliar eritemas ou bolhas nos lábios, queimadura de face, pescoço ou tórax,
rouquidão crescente indica lesão de árvore respiratória e risco de disfunção respiratória.
- Manter veia de grosso calibre com abocath (nº 14 ou 16), flebotomia ou intracath. Colher amostras de
sangue para exames laboratoriais. Administrar fluidos (cristalóides e colóides) pois há hipovolêmico
por perda de fluidos para a formação do edema, para os tecidos e pela secreção da ferida - a
possibilidade de choque hipovolêmico é muito grande. Avaliar P"¥,C - Estabelecer um rigoroso
balanço hídrico e eletrolítico.
- Tratamento local das queimaduras. - Lavar a área queimada corri soro fisiológico em temperatura
ambiente e sabão líquido neutro (auxílio de pinças, tesouras e gazes - para a retirada de tecidos
necrosados ou desvitalizados e corpos estranhos) Curativo local (método da oclusão ou exposição)
com o cuidado na manipulação da área. prevenindo infecção e propiciando meios para que haja uma
estilização rápida. E muito importante que a unidade de emergência tenha um protocolo para o
atendimento ao queimado.
- Manter paciente aquecido. Protegê-lo com campos cirúrgicos esterilizados - Controlar com rigor sinais
vitais. Detectar precocemente sinais complicações: choque, insuficiência respiratória o infecção.
- Passar S. Vesical de der-nora para controle rigoroso do débito urinário (detectar e evitar insuficiência
renal aguda).
- Manter. vias aéreas desobstruídas, posicionamento adequado, remoção das secreções e s/n ventilação
artificial. Fornecer oxigênio umidificado.
- Promover conforto aliviando a dor conforme prescrição médica: morfina, meperidina. Promover
suporte emocional.
- Preparar o paciente para sala de isolamento ou Centro Cirúrgico. Realizai transferência do paciente da
unidade de emergência para setor especializa o mais breve possível.

5.- TGI
FLORINDA.I.. MIGUEI.C.C., OLIVEIRA, C.V

5.1.Dor Abdominal

Em vista da presença de vários órgãos, todos sujeitos a


diversas afecções, muitas com sintomatologia semelhante, esse diagnóstico nem sempre é fácil, daí a
conhecida expressão que dentro do, abdome encontra-se uma caixa de surpresa.

Definição: A dor abdominal é uma queixa principal comum, caracterizando-se como sintoma de urna
ampla gama de doenças e disfunções.

Avaliação:

Anamnese:

Escola Info Jardins 17


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Deve-se enfatizar uma avaliação completa da causa da dor abdominal aguda. Obter uma descrição
detalhada do episódio da dor, incluindo localização precisa, aparecimento, duração, qualidade, severidade,
manobras provocativas ou paliativas e sintomas associados (febre, vômitos, diarréia, constipação, decúria,
secreção vaginal, sangramento). Episódios individuais de dor abdominal, seja similar ou diferente da dor
atual, devem ser observados juntamente com exames anteriores, diagnósticos prévios e tratamentos
realizados. História menstrual deve ser obtida de todas as mulheres em idade de reprodução com dor
abdominal. Relacione os medicamentos atuais com efeitos gástricos, como por exemplo: aspirina, e
antiinflamatórios. Use essa seqüência ao obter a história: data e início da doença;

- qual o sintoma inicial? localização, relação com algum fato que possa ter dado origem, intensidade,
irradiação e se está agravando ou regredindo;
- tipo de dor (pontada, agulhada, queimação, cólica) se o curso é contínuo ou em intervalos, fatores
que melhora ou piora, como, decúbito, movimentação, alimentação;
- investigar sintomas associados: cefaléia, sudorese náuseas e vômitos, tontura, febre, calafrios, diarréia
ou constipação, parada de eliminação de gases, melena, hematêmese;
- uso de medicamentos, ou algum tipo de droga;
- se teve crise idêntica, em que circunstância, há quanto telipoz) e quantas vezes,
- afecções ou cirurgias anteriores.

* Exame Físico:

- Observe se há palidez, cianose, icterícia ou sinais de choque. A posição e movimentos do paciente


podem variar de acordo com a natureza do desconforto, exemplo: cólica renal o cliente contorce-se de
dor.
- Avaliar hiperventilação ou taquicardia corri dor severa ou acidose. verificar pressão arterial oriostática.
Avaliar movimentos respiratórios, auscultar sons respiratórios.
- Observar movimento e auscultar som peristáltico em todos os quadrantes. Verificar distensão, presença
de ascite, pulsações e cicatrizes. Durante a palpação observe a fisionomia do paciente, sua reação,
expressão de dor. A dor pode estar localizada, como na apendicite, na região conhecida como ponto de
Mac Burnev, ou difusa pelos outros quadrantes. No abdome distendido é importante verificar o
timpanismo.

Testes Diagnósticos:

Testes laboratoriais: hemograma completo, cálcio. sadio. potássio, função hepática e amilase. Urina tipo 1
Tipagem e reserva de sangue. GSA.
ECG - quando história de doença cardíaca ou fatores de risco cardíacos, Raio X.
Parassíntese e lavagem peritoneal se há suspeita de hemoperitônio.
Sonda nasogástrica - indicada para todos os pacientes corri sinais de obstrução )u evidência de hemorragia
gastrintestinal.

Outros distúrbios gastrintestinais comuns associados com dor abdominal:

- Coleciste, apendicite, úlcera péptica, obstrução intestinal, sangramento gastrintestinal, pancreatite,


hepatite virar, intoxicação alimentar, gastrenterite bacteriana.

Escola Info Jardins 18


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Localização da Dor Abdominal


Classificação por local da dor – localizações mais comuns
Hipocôndrio Epigástrio Hipocôndrio Esquerdo
Direito
Colocistite aguda Infarto do Miocárdio Ruptura de baço
Úlcera duodenal Úlcera duodenal Úlcera duodenal
Pancreatite Esofagite Pancreatite
Pneumonia c/reação Pneumonia c/reação pleural
Pielonefrite Pielonefrite
Quadrante Inferior Direito Periumbilical Quad. Inferior Esquerdo
Apendicite Obstrução instestinal Salpingite
Salpingite Apendicite Prenhez ectópica
Prenhez ectópica Pancreatite Cisto de ovário
Cisto de ovário Trombose mesentérica Hérnia encarcerada
Hérnia encarcerada Aneurisma de aorta Diverticulite
Diverticulite Diverticulite Abscesso de Psoas
Abscesso de Psoas Cálculo renal
Cálculo renal

Intervenções de enfermagem:
- Manter equilíbrio de fluidos e eletrólitos.
- Manter em jejum até segunda ordem (determinar o diagnóstico médico).
- Manter acesso venoso e coletar amostra de exame de sangue.
- Verificar sinais vitais com rigor.
- Promover medidas de conforto: explicar ao paciente sobre o uso de, analgésicos que pode mascarar
diagnóstico.

6 - Metabólicas
BONARDI,Cleuza M., CARVALHO, Lizandra T.,MORAES, Mário H..

6.1. Cetoacidose Diabética (CAD)

Definição: CAD é causada por insuficiência insulínica, portanto ocorre. O aumento de corpos cetânicos,
ácidos graxos livres, hiperglicemia e depleção de volume.

Avaliação clínica:
História clínica: colher dados do paciente sobre história de diabetes, tratamento atual, terapia
medicamentosa, uso de álcool e patologias associadas

Sinais e Sintomas:
- Depleção de volume por diurese osmótica (hiperglicemia).
- Hipotensão e taquicardia por depleção de volume.
- Taquipnéia - respiração tipo Kussmaul.
- Hálito cetônico por diminuição do pH sanguíneo e aumento de cetonas.
- Confusão mental ou coma por hipóxia.
Escola Info Jardins 19
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Poliúria (diurese osmótica), e polidipsia por osmolaridade sanguínea e desidratação celular.


- Náusea e vômito, dor abdominal.
- Hipotermia por hipovolemia.
- Ausculta pulmonar com sibilos.

Intervenções de Enfermagem:
- Avaliar nível de consciência.
- Auscultar- área cardíaca e pulmonar.
- Verificar sinais vitais e manter área cardíaca monitorizada, observar arritmias.
- Manter acesso venoso de bom calibre e colher exames de sangue de emergência (glicemia, uréia, sódio,
potássio, creatina e GSA.).
- Manter oxigenação por cateter nasal para prevenir hipoxemia.
- Realizar balanço hídrico.

6.2.- Hipotermia
Definição: É a diminuição da temperatura corporal abaixo de 35'C, por exposição ao frio e/ou droga
(álcool).

* Sinais e Sintomas
- relacionados com a temperatura:- entre 30 e 35'C , calafrios- entre 29 e 30'C , diminuição de atividade
motora e medriase.
- cerca de 27'C , estupor, coma, arreflexia, hiperventilação e oligúria.

Avaliação Diagnéstica:
- Baseia-se na diminuição da temperatura do núcleo do corpo. Deve-se usar termômetro especial ou
sonda retal com termômetro para confirmar a hipotonia.
- Diagnóstico diferencial inclui morte, pois pacientes hipotéticos podem parecer mortos (frios, pálidos,
arreativos e com fibrilação ventricular)
- Hemograma completo (aumento do hematócrito).
- ECG. - quando temperatura varia entre 29 e ')O'C freqüentemente ocorre bradicardia, variação entre 27
e 29'C pode ocorrer arritmias como Bloqueio átrio,ventricular, taquicardia nodal e fibrilação
ventricular.

Intervenções de enfermagem:
- Manter acesso venoso de grosso calibre ou preparar material para flebotoraía ou intracath.
- Manter oxigenoterapia e suporte ventilatória s/n.
- Manter monitorização cardíaca para avaliar arritmia,
- Avaliar PVC e realizar balanço hídrico (miocárdio hipotônico tem pouca tolerância com carga
excessiva de volume).
- Reaquecer passivamente a superfície corporal (elevar a temperatura do ambiente 0,5'C por hora.
- Aquecer ativamente o núcleo corporal com Inalação de oxigênio quente e úmido (42 a 46'C), ou
diálise peritoneal com soluções aquecidas.
- Não é recomendado o aquecimento ativo de superficie pois pode causar vasodilatação e provocar
choque.
6.3. Insolação
Definição: Pode ser definida como uma tríade de temperatura acima de 40'C, estado mental alterado e
anidrose (ausência total de atividade, secretora das glândulas sudoríparas). Em pacientes mais idosos e sob
Escola Info Jardins 20
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

uso de medicamentos que interferem com o mecanismo de transpirarão, estes apresentarão anidrose, os
mais jovens e os que se exercitam de forma extenuante apresentarão hipertemia, disfunção do SNC e
sudorese.

* Sinais e Sintomas:
- Avaliar nível de consciência, reação pupilar, e buscar sinais de trauma. Avaliar alterações do SNC:
cefaléia, tontura, síncope, e convulsão. Verificar sinais vitais.
- Auscultar área pulmonar.
- Observar extremidades frias e pegajosas ou cianóticas. Nos idosos avaliar presença de pele seca e
quente (anidrótica) e petéquias que podem ocorrer por hemorragia nas glândulas sudoríparas.

Testes Diagnósticos:
- Exames laboratoriais: GSA, hemograma, glicose, urina tipo 1.
- ECG

Intervenções de Enfermagem
- Avaliar nível de consciência. grau de orientação, e alterações do SNC.
- Manter monitorização cardíaca - detectar arritmias.- Reali2ar resfriamento rápido: manter o paciente
despido, coberto corri lençol úmido, aplicação de gelo no pescoço, axilas e áreas inguinais.
- Manter acesso venoso de grosso calibre e realizar balanço hídrico,

7. Doenças Infecciosas

BOLZAN.M. A., OLIVEIRA. F.A. SANTOS. J. dos. SOARES, M..M.

7. 1. AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

DEFINIÇÃO : É a forma mais grave de doença associada a infecção pelo vírus da imunodifiência humana
(HIM. As manifestações da infecção pelo HIV vão desde alterações discretas na resposta imunológica,
sem sinais e sintomas visíveis, até uma imunossupressão profunda associada á várias infecções letais e
cânceres raros.

* Sinais e Sintomas.
- Pulmonares: dispnéia, tosse dor torácica, febre, associação com infecções oportunistas.
- Gastrintestinais: anorexia, náusea, vômito, candidíase oral e esofagiana e diarréia crônica.
- Neurológicas: algum tipo de comprometimento neurológico incluindo inflamações, atrofia,
desmielinização e necrose,
- Câncer: ocorre maior estimulação a formação de,células cancerígenas pelo HIV.

Intervenções de enfermagem:
- O profissional de enfermagem deve manipular sangue e secreções orgânicas utilizando as precauções
universais.
- Observar nível de consciência.
- Verificar sinais vitais.
- Ofertar oxigênio sob cateter nasal s/n.
- Manter acesso venoso quando necessário e realizar balanço hídrico.

Escola Info Jardins 21


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

7.2.- Meningite

Definição: É uma inflamação das meninges do cérebro e da coluna espinhal. A infecção meningeal é vista
com maior freqüencia em pacientes com bacteriana sistêmica, os que sofreram traumatismo craniano
evasivo ou os que passaram por cirurgia.
A meningite aguda é mais freqüente e resulta da infecção virótica ou bacteriana. As bactérias mais comuns
responsáveis pela meningite são : Streptococus pneumonia. Neisseria meningite ou Staphilococus sp.

* Sinais e Sintomas-
Meningite bacteriana:
- febre, cefaléia, rigidez de nuca, vômito, mialgia, confusão mental e coma. Meningite virótica:
- febre alta, rigidez de nuca, mialgia e artralgia, erupção maculopetequial que cobre face, pescoço e
tronco.

Intervenções de Enfermagem
- Verificar sinais vitais.
- Avaliar nível de consciência.
- Manter bom acesso venoso.
- Ofertar oxigenoterapia.
- Controlar débito urinário,
- Manter o paciente hidratado. Realizar balanço hídrico.
- Manter posição sermi-Fowler.
- Efetuar medidas para reduzir quadro febril.
- Manter preparado material de entubação (s/n).
- Manter em isolamento respiratório, se bacteriana, e por 48 horas (após ter iniciado a terapia
antimicrobiana).

7.3. Tétano

Definição: É uma doença aguda causada pelo bacilo tetânico Clostridium tetani, cujo esporos são
introduzidos no organismo quando um traumatismo e contaminado com terra, poeira de rua ou fezes de
animais ou humanos. O bacilo é aeróbio, e encontrado em pacientes portadores de ferimentos.

* Sinais e Sintomas:
Leve:
- desfaria , irritabilidade, agitação psicomotora, cefaléia, e febre baixa.
- Grave:
- rigidez de músculos, espasmos musculares tônicos, e convulsão devido à estímulos ambientais.
- Severo:
- acesso freqüente violento, fraturas vertebrais, morte por parada respiratória.

* Tratamento:
- Monoglobulina tetânica 2 horas antes do desbridamento da ferida,
- Diazepam e propanolol.

Intervenções de enfermagem:
Escola Info Jardins 22
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Verificar sinais vitais.


- Manter vias aéreas respiratórias permeáveis. Aspirar secreções orotraqueais s/n.
- Manter monitorização cardíaca.
- Manter ambiente tranqüilo, evitar estímulos súbitos que podem desencadear o espasmo paroxístico.
Manipular o paciente durante sedação. Manter acesso venoso permeável.
- Manter equilíbrio hidroeletrolítico.
- Avaliar sinais de infecção nos tratos: respiratório, urinário, e pele).
- Limpar a ferida para retirar fragmentos de tecido e corpos estranhos, pode ser necessário irrigação e
deixá-la aberta para facilitar a drenagem.

8. Urológicas

RODRIGUES, Elisabeth M., SIMÕES, Ana L. B., ZANONI, Elisângela P

8.1. -Cólica Renal


Definição- É uma dor intensa produzida pela obstrução completa ou parcial do trato de saída urinária por
um ou mais cálculos (pedras), coágulos sangüíneos ou papilas descartadas.

Etiologia:

* Nefrolitíase.

Sinais e Sintomas:
 Dor em cólica intensa que se origina na região lombar e irradia-se para a região inguinal, podendo
no homem atingir o testículo e a extremidade do pênis, e na mulher, o meato urinário e a vulva.
Inicia-se abruptamente durante a noite ou de manhã cedo - em repouso.
 Hematúria (macro ou microscópica), retenção urinária e polaciúria, piúria.
 Náusea e vômito.
 Calafrios, hipertemia e sudorese.

Avaliação Diagnóstica:

Anamnese:
 Tempo dos sintomas, padrão da dor e sintomas associados,
 História pessoal ou familiar de cálculos.
 História sobre dietas e medicamentos atuais,

Exame físico:
- Sinal de Giordano presente.
- Sinais vitais: febre baixa, P -A. e pulso instáveis por dor e agitação.

*Tratamento farmacológico:
- Dolantina EV.
- Buscopang Composto (Brometo de N-butilescopolamina) + Glicose 25% via EV - Analgésico e
antiespasmódico.
- Profenid (t (Cetoprofeno) via IM - antiinflamatório.
Escola Info Jardins 23
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Intervenções de enfermagem:
- Manter bom acesso venoso e realizar balanço hídrico.
- Administrar Brometo de N-butilescopolamina por via EV com paciente deitado e LENTAMENTE, a
aplicação deve durar no mínimo 5 minutos. Se IM, intraglútea profunda.
- Estimular aumento da ingesta hídrica de 2500 a 3000 ml em 24 horas,
- Coletar diurese para examinar presença de cálculos, hematúria ou piúria.
- Promover educação do paciente quanto ao hábito dietético e hídrico para evitar recidiva do quadro
doloroso e infecção secundária.

9. Ginecológicas e Obstétricas
AMARAL, Luciana A. do., MORASSATO, M.O,. PAVANI, Queila T

9. I. - Parto

O trabalho de parto é um processo fisiológico pelo qual o útero grávido expulsa o(s) produto(s) da
concepção após a 201 semana de gestação. Os períodos do trabalho de parto são: a) dilatação, b) expulsão,
c) dequitação, e d) pós-parto imediato.

Critérios para diferenciar o verdadeiro e o falso trabalho de parto

VERDADEIRO FALSO
Contrações regulares irregulares
Duração aumento gradativo sem alterações
Intervalos gradativamente decrescente sem diminuição
Intensidade aumento gradativo sem alterações
Alterações cervicais dilatação e apagamento progressivo sem alterações
Descida apresentação progressiva sem alterações
Localização da dor dorso e abdome apenas abdome
Efeitos da sedação as contrações não interrompem as contrações se interrompem

* Avaliação diagnostica.
* Histórico de enfermagem (se houver tempo hábil):
- hora e início do trabalho de parto;
- freqüência, duração e intensidade das contrações uterina;
- se a bolsa rompeu, se houve perda e qual a coloração do líquido amniótico;
- número de filhos (parto ou cesárea);
- atendimento pré-natal;
- ata provável do parto;
- complicações durante a gravidez;
- condições de saúde;
- alergias a medicamentos e remédios tomados.
*Exame físico:
- verificar sinais vitais e auscultar os batimentos cárdio-fetais;
- inspecionar área perenal;

Escola Info Jardins 24


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- palpar região abdominal;


- realizar toque vaginal.

Intervenções de Enfermagem
- Avaliar freqüentemente sinais vitais;
- Avaliar as contrações uterinas;
- Proporcionar ambiente seguro;
- Preparar material necessário ao parto (pacote obstétrico, equipamento para ressuscitarão, aspiração
para recém-nascidos, etc.);
- Puncionar vaso sanguíneo (tipagem. hidratação e analgésica);
- Posicionar a paciente,
- Calçar luvas e avental estéril;
- Auxiliar no parto no que for possível;
- Observar rompimento de membranas,
- Recepcionar e aspirar o recém-nascido,
- Estimular o choro s/n;
- Chapar e cortar o cordão umbilical; Aquecer o recém-nascido;
- Encaminhar ao berço aquecido (posição de declive);
- Liberar vias aéreas superiores e avaliar pela Tabela de Apgar;
- Prevenir oftalmia neo-natal (1 gota de nitrato de prata em cada olho do recém nascido), colher sangue
da placenta (R.N); Controlar estado geral da mãe.

9.2. Sangramento Vaginal

Definição: Eliminação de sangue pela vagina, devido a várias causas como: infecções, traumas,.
complicações da gravidez, etc. Pode ocorrer em qualquer idade, durar horas ou semanas e variar de
manchas a sangramento abundante.
Classificação: fisiológico, anatômico, sistêmico e disfuncional uterino (anovulatório e ovulatório).

Avaliação diagnostica:
Anamnese: - gravidez anterior, cicio menstrual (data do último período menstrual), uso de
anticoncepcional, tratamento anterior para doenças sexualmente transmissíveis, doença. inflamatória
pélvica, medicamentos tomados, se em período gestacional - data provável do parto, quantidade do sangue
eliminado, e se houve perda de algum tecido no trajeto até o hospital.

Exame Físico:
- avaliar sinais vitais;
- avaliar sinais de palidez, petéquias, equimoses;
- avaliar características da perda sanguínea,
- avaliar sinais de trauma, inflamação ou tumor.

Intervenções de Enfermagem-
- Puncionar veia de grosso calibre para coleta de exames(hemograma, coagulograma, tipagem).
Administrar fluidos e hemoderivados s/n;
- Avaliar nível de consciência;
- Verificar sinais vitais com rigor;
- Avaliar perdas sanguíneas e anotar as características; Manter a paciente aquecida;
Escola Info Jardins 25
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Monitorar: sinais de palidez, sudorese, pele fria e úmida, ritmo cardíaco, etc.).

9.3 Violências Sexuais

É uma relação sexual através da força ou artimanha e sem consentimento, deve-se estender a qualquer
orifício e válida para uma penetração forçada. Ato de violência com intercurso sexual como arma.
A vítima pode apresentar uma reação denominada como Síndrome de Trauma de Estupro, que manifesta-
se como uma reação de stress aguda a uma situação de ameaça à vida.
* Psicológicas: stress intenso, comportamento histérico ou apático, choque, medo, culpa, humilhação,
raiva, negação, agitação, insegurança, confusão e reação psicossomática.
* Físicas: trajes rasgados, sujos, lesões corporais como arranhaduras, lacerações, hematomas e edemas em
diversas partes do corpo.

* Avaliação diagnostica

Ananmese:
- tempo e local (horário e onde ocorreu o estupro), circunstâncias, grau de penetração, local de
ejaculação, data do último período menstrual, uso de contraceptivos, história anterior de D.S.T.,
alergias à drogas, se realizou higiene corporal, defecou ou urinou após a agressão.Anotar a história
com as próprias palavras da paciente e em presença de testemunha, colher história somente se a
paciente não tiver prestado esclarecimento à polícia, assistente social e outros.

Exames Físicos:
- Geral (aparência física, estado emocional, aparência das roupas) - avaliar pele, lesões, lacerações,
hematomas na cabeça, pescoço, mamas, coxas, costas e nádegas, cavidade oral e presença de resíduos
nas unhas das mãos;
- Ginecológico (realizado pelo médico: traumas, hematomas, mordidas, sêmen, condições do hímen,
vagina e colo uterino);
- Retal ( traumas e lacerações).

Intervenções de enfermagem.
- Tratar quaisquer fermentos físicos sérios;
- Preparar para tratamento cirúrgico;
- Oferecer suporte emocional.- Promover privacidade da paciente. Tranqüilizar a vítima com ambiente
seguro, não deixá-la sozinha;
- Explicar claramente os exames e procedimentos a serem realizados;
- Obter o consentimento da vítima ou responsável para provas legais e liberação de dados à polícia;
- Encaminhar para acompanhamento g' ecológico e psicológico.

* Aspectos Legais:
- coletar roupas e colocar cada peça num saco de papel;
- colher resíduos estranhos debaixo das unhas;
- colher amostra de secreção vaginal, de sangue, e de saliva, bem como materiais estranhos: gramas,
folhas, detritos e colocar em envelopes e identificar;
- colher pêlos pubianos estranhos e com folículos da vítima, colher secreções secas da pele com
cotonete umedecido em solução salina:

Escola Info Jardins 26


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- rotular cada amostra com nome, data, hora da coleta, área do corpo que retirada e identificação de
quem colheu:
- Encaminhar as provas as autoridades competentes.

10. Psiquiátricas e Sociais


BARBEIRO, E.S.B., CRUZ, A. O., SOAPES,F.R.

10. 1 - O Paciente Violento


O comportamento violento e agressivo em geral é esporádico e representa uma forma de manifestar os
sentimentos de raiva. medo ou desesperança sobre uma situação. Geralmente o paciente conta uma história
de explosão de raiva, de acesso temperamental ou de um comportamento impulsivo. As pessoas com
tendência violência perdem o controle com freqüência quando intoxicadas com álcool ou drogas. Os
membros da família são as vítimas mais comuns de suas agressões. Estes pacientes violentos costumam-se
enquadrar em suma das quatro categorias diagnosticas.
a) funcional (em geral - psicótica);
b) síndrome cerebral orgânica;
c) psicose tóxica e;
d) privação medicamentosa.

O objetivo do tratamento emergencial consiste em proteger o paciente e o pessoal de qualquer agressão e


em conter o episódio violento ou de perturbação.

Intervenções de Enfermagem:
- Manter a porta do quarto aberta ou conservar-se dentro do campo visual dos demais membros da
equipe, não bloquear o acesso do paciente até a porta, pois ele pode se sentir enclausurado e ameaçado.
- Evitar de deixar objetos que possam ser utilizados como arma ao alcance do paciente.
- Dar tempo ao paciente, não realizar movimento brusco, se estiver portanto uma arma, pedir-lhe que a
coloque numa área neutra.
- Manter uma abordagem calma e não crítica, ter o controle da situação. A calma e a estrutura externa
podem ajudar o paciente a recuperar o controle.
- Falar com o paciente e ouvi-lo:
- Dar oportunidade de externar sua raiva verbalmente;
- Tentar ouvir o que ele está dizendo;
- Comunicá-lo que pode dispor de ajuda para recuperar o controle; Reconhecer seu quadro de agitação
("Quero trabalhar com você para aliviar sua angústia").
- Comunicar-lhe que seu comportamento assusta as pessoas que o cercam, e
- Descrever-lhe a ajuda disponível nas situações de crise clínica, departamento de emergência e setor de
saúde mental.
- Permitir que o pessoal da segurança / policia intervenha se o paciente não se acalmar;
- Oferecer a proteção da hospitalização;
- Usar contenções com intervenção verbal. Dispor de pessoal suficiente ao aplicar contenções.
- Administrar medicamentos conforme prescrição médica (haloperidol, diazepam, clorpromazina,
fenergan, etc.).
- Encaminhá-lo para tratamento mental depois de vencer a combatividade, agitação e o medo.

Escola Info Jardins 27


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

10.2.- Pacientes Suicidas


O paciente de alto risco para suicídio é do sexo masculino, com mais de 45 anos. Desempregado,
divorciado, vive só e mostra uma depressão significativa (redução pondera), distúrbios do sono, queixas
somáticas e preocupação suicida). O suicídio constitui um ato cujas raízes assentam na depressão. Outros
que também correm risco são aquelas pessoas com uma história de tentativas. prévia de suicídio, com
doença psiquiátrica e falta de recursos, bem como aquelas que manifestam falta de esperança.

Intervenções de enfermagem:
- Tratar a condição de emergência desencadeada pela tentativa de suicídio. O paciente pode necessitar de
apoio respiratório ou circulatório, de lavagem ou de cirurgia.
- Prevenir autoclusões adicionais, um paciente que cometeu o ato de suicida poderá voltar a fazê-lo.
- Providenciar internação na unidade de tratamento intensivo ou psiquiátrica. - Jamais deixe o paciente
sozinho. Observe-o todo o momento.
- Proteger o paciente de ferimentos auto-inflingidos. Remova do alcance do paciente qualquer
equipamento potencialmente perigoso. Notifique a equipe de segurança do hospital para que fique
alerta.
- Não critique o comportamento do paciente, tente obter o foco sobre os aspectos positivos da vida.
- Informe ao paciente sobre o plano de tratamento e sobre as medidas tornadas para garantir sua
segurança.

10.3. Vítima de espancamento


- espancamento é uma queixa comum em todas as classes e grupos culturais, sua extensão e gravidade
podem ser fatais, e infelizmente, poucas são as equipes de saúde que reconhecem ou agem frente aos
atos de espancamento. As principais vitimas são as mulheres e crianças.
- A agressão a crianças, esposas, a velhos, e enfermos, quer em sua própria casa, quer numa clínica de
saúde, pode ser considerado como uma variante específica do problema humano geral de controlar a
agressão e hostilidade.
- Os traumas físicos podem ir desde fraturas, por vezes múltiplas, a deslocamentos, queimaduras por
cigarros, qualquer tipo de corte e contusões. Estatisticamente, as vítimas tendem a ser pequenas, a
maioria tendo menos de três anos de idade.
- A mulher espancada geralmente recebe tratamento sintomático porque as queixas são vistas apenas
como se apresentam, e os fatores causais não são considerados. O diagnóstico de agressão física à
crianças não é fácil, pois seus pais não admitem o fato, e os filhos por medo, vergonha, culpa ou um
remanescente sentimento de amor e lealdade, ou devido a idade não fornecem informações adequadas.

Os agressores:
- Os agressores de crianças ou de mulheres tendem a ser jovens, geralmente são os pais e maridos. Em
muitas situações, os agressores são alcoólatras ou estão alcoolizados. são drogados ou estão sob o
efeito de drogas. Tem-se verificado com freqüência que o pai e a mãe tem uma tendência especial para
ser agressivo com o filho.

Intervenções de enfermagem:
- Providenciar ambiente seguro e apoiar a vítima emocionalmente.
- Encaminhar o paciente a uma sala privada para entrevista. A mulher espancada pode ser levada ao
hospital pelo próprio agressor, que aparentemente apresentará características de super protetor com
medo de tê- a machucado muito e que a mesma possa a vir denunciá-lo, portanto deve- se permanecer

Escola Info Jardins 28


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

junto com a paciente, reconhecer o interesse do acompanhante e informá-lo que deve permanecer fora
da área de tratamento.
- Abordar o paciente empatia e interesse.
- Considere alguns diagnósticos de enfermagem ao planejar as intervenções: ansiedade, medo,
desesperança, aflição espiritual, impotência, e manejo familiar e individual inefetivo.
- Descreva cuidadosamente os ferimentos do paciente. Use as próprias palavras do paciente para
documentar como ocorreu o ferimento.
- Providenciar serviços de proteção para a vítima, recorrer ao Serviço Social de plantão.
- Perguntar para o paciente se gostaria de chamar a polícia para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.),
em caso de crianças o Serviço médico pode solicitar e registrar a ocorrência.
- Fotografias podem ser tiradas da mulher após seu consentimento, guardadas seladas e retidas no
hospital, até que a vítima solicite-as para entregar- as autoridades legais.
- Informar a equipe de saúde sobre as condições da vítima espancada, para a segurança do pessoal e para
facilitar um plano de alta.

11. Toxicológicas
FENÓLIO. M.A.. GPEJO, F.P., R-EIS, V.C. de 0.

Conceito:
Tóxico ou veneno é qualquer substância que introduzida no organismo prova arames alterações em um ou
mais sistemas: fisiológicos.

Principais tóxicos:
* Narcóticos - São drogas com efeitos similares à morfina. Ex.: diaectilmorfina (heroína), metoximorfina
(codeína).
* Barbitúricos - são drogas que causam sonolência, fala arrastada e excitação paradoxal. além de hipnose e
coma. Ex.: fenobarbital.
* Cocaína - anestésico local derivado da Erythronnxylon Coca. Uma dose excessiva pode causar tremores
musculares, hipertermia, convulsões, taquicardia, hipertensão respiração rápida e irregular, hipotensão,
coma, insuficiência cardíaca e circulatória, edema pulmonar, parada cardiorespiratória e morte,
* Álcool - pode mascarar e retardar o diagnóstico de lesão craniana, overdose de drogas e emergências
médica. tanto o abuso como a abstinência podem ser ameaçadores à vida.

Etapas para o atendimento ao intoxicado:


Verificar se o paciente apresenta distúrbios que evidenciam risco iminente de vida e procurar corrigi-los.
Observar condições: respiratórias, cardiocirculatórias, neurológicas, metabólicas e sangüíneas.
* Avaliação diagnostica:

Anamnese:
Nome e quantidade da(s) substância(s) ingerida(s), hora da ingestão, alterações comportamentais, história
de overdose anterior, alcoolismo, doença crônica menu, uso de medicamentos crônicos e doses, história de
trauma recente.

Exame físico:
Avaliar nível de consciência e grau de agitação e orientação. Avaliar atividade motora reatividade pupilar,
diâmetro pupilar, avaliação dos nervos Iranianos e presença de trauma craniano.
Escola Info Jardins 29
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Verificar corri rigor sinais vitais.


Avaliar a pele: rubor, palidez, cianose, sudorese, presença de marcas de agulhas.
Auscultar áreas: cardíaca e pulmonar.
Observar presença de rigidez de nuca.

Testes diagnósticos:
Hemograrna completo, análise de urina 1, GSA, Rx de tórax, e bioquímica para análise de substâncias
tóxicas (toxicologia).

Intervenções de enfermagem:
- Avaliar nível de consciência e reações psicomotoras;
- Manter vias aéreas permeáveis. Ter preparado material de entubacão, traqueostomia, e de reanimação
cardio-respiratória.
- Manter bom acesso venoso, controlar administração de fluidos.
- Não deixar o paciente sozinho, observá-lo constantemente para evitar autoferimento.
- Acionar suporte psiquiátrico.
- Obedecer esquemas terapêuticas:
a- Diminuição da exposição do organismo ao tóxico: lavagem gástrica com SNG calibrosa (contra-
indicada quando substâncias ingeridas forem cáusticas e derivados de petróleo); medidas
provocatórias de vômito(excitação da parede posterior da laringe ou xarope de ipeca, lavagem
gástrica com carvão ativado. diluição com água e leite pode ser usada para evitar a absorção de
substância cáusticas.
b- Aumentar a excreção do tóxico absorvido: depuração renal através de diversas técnicas e
medicamentos - diurese forçada, alcalinização ou acidificação da urina para facilitar a eliminação de
substâncias específicas (alcalinização com bicarbonato de sódio para acelerar a eliminação de
fenobarbital). Hemodiálise e hemoper-fusão são medidas de depuração do sangue fora do organismo
para a remoção do tóxico através de, material absorvente. Irrigação intestinal plena (enema).
c- Utilização de antídotos ou antagonistas: para narcóticos uso de naloxona (Narcan®).

ANEXOS

Enfermagem na Parada Cardio-Respiratória


Considerações Gerais
É necessário que o pessoal de enfermagem saiba e se mostre interessado, em prestar os primeiros socorros
na parada cardiorrespiratória. Para tanto é indispensável que os profissionais e ocupacionais de
enfermagem vençam o medo inicial que esse acidente causa, além da importância de adquirir a segurança
para a prestação do cuidado.
Sabendo-se que a morte é considerada urna síndrome cujos principais elementos são ausência de
batimentos cardíacos e arteriais, a falta de respiração, a coloração pálida ou azulada do corpo, a dilatação
das pupilas, ausência de reflexos e o esfriamento do corpo, o pessoa de enfermagem, vencendo a barreira
inicial, executará as primeiras manobras de ressuscitação, ao mesmo tempo em que chamará o médico
responsável.
Trabalhos demonstram que 20% das pessoas que fazem parada cardiorrespiratória podem ser recuperadas
quando são atendidas precocemente de maneira adequada, daí a grande importância de uma educação

Escola Info Jardins 30


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

contínua entre os membros da equipe de saúde para que executem com rapidez e segurança este
procedimento.
Segundo a Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, chama-se parada cardíaca a interrupção da
função mecânica do coração, independentemente da preservação ou não da atividade elétrica. Existem dois
tipos de parada cardíaca:
- assistolia: traduz um coração flácido, sem batimentos e sem atividade elétrica, observando-se
no ECG. Uma linha reta ou levemente ondulada;
- fibrilação ventricular: o coração bate desordenadamente, não consegue bombear o sangue e
aparece no ECG uma flutuação ondulante e irregular da linha basal. Para normalizas os
batimentos faz-se o uso do choque elétrico através do desfibrilador.
Parada respiratória, segundo também a referida Sociedade, é quando a respiração cessa, pois o 02 existente
no sangue dura somente de quatro a seis minutos e tecidos como o cérebro, que não têm capacidade de
estocar 02, param de funcionar rapidamente quando falta 02, o mesmo acontecendo com o coração.
O diagnóstico da parada cardiorrespiratória é dado pelos sinais de morte clínica; o aspecto geral é
cadavérico, a pele é amarelada e translúcida, ausência total de batimentos cardíacos, que são observados
pelo desaparecimento dos pulsos periféricos. A ausência da respiração é o sinal mais importante e pode
também preceder a parada cardíaca. A dilatação das pupilas demonstra morte cerebral progressiva assim
como a perda de reflexos.
A fim de evitar dano cerebral irreversível, a recuperação de uma pessoa em parada cardiorrespiratória deve
ser iniciada nos primeiros minutos, para que sejam estabelecidas prontamente a circulação e a ventilação
eficaz.

TÉCNICA DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

Material Necessário
Mesa de reanimação contendo:
- cânulas para Vias aéreas;
- ambu (bolsa e máscara);
- desfibrilador;
- medicamentos cardiotônicos de emergência.

Procedimento
- Colocar o paciente em posição horizontal sobre uma superfície firme e chamando o médico.
- Aplicar num único golpe firme sobre a parte média do esterno, a uma distância de 20 a 30 cm acima do
tórax, visando a porção carnosa do punho, até um minuto após a parada cardíaca.
- Inclinar a cabeça para trás, tracionar a mandíbula para frente e remover as secreções.
- Ventilar com a ambu (bolsa e máscara) ou boca a boca, observando se está ocorrendo expansão
torácica.
- Manter o mesmo posicionamento do paciente, fornecendo 12 inspirações por minuto.
- Colocar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno, próxima à ponta do apêndice
xifóide e dirigida em direção à cabeça do paciente.
- Comprimir rapidamente e com força a parte inferior do esterno em direção da coluna, de modo que o
osso do peito se desloque mais ou menos 4 a 5em.
- Manter os braços estendidos e o corpo curvado sobre as juntas do quadril.
- Liberar rapidamente a pressão sobre o osso do peito, para que o mesmo volte passivamente à posição
inicial.

Escola Info Jardins 31


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Fazer 60 compressões por minutos, devem ser uniformes, regulares.


- Realizar cinco compressões cardíacas para cada respiração num período de no máximo cinco segundo.
- Palpar o puso carotídeo ou femural periodicamente e obeservar o tamanho das pulpilas como
indicação da resposta.
- Providenciar durante a ranimação, se possível, uma infusão endovenosa, assim como ligação de
eletródios par ECG do paciente.
- Manter a reanimação até que o paciente apresente sinais vitais ou até que a situação se torne
irremediável.
- Ajudar o médico na conversão do ritmo cardiaco, quando correr fibrilação ventricular ou quando
houver indicação médica.
- Administrar a terapèutrica medicamentos conforme orientação médica.

Justificativa
Para a reanimação cardiorrespiratória ser rápida, evitando-se assim danos irreversíveis.
Para tentar o retomo dos batimentos cardíacos.
Para ser afastada a língua da parede posterior da faringe, abrir as vias aéreas e retirar as secreções.
Força a ventilação que ajudará a superar a obstrução das vias aéreas pelo aumento dó gradiente de pressão
do movimento do ar e dilatará a via aérea superior. A ausência da expansão torácica indica obstrução das
vias aéreas.
Obtém a ventilação esperada.
Reduz as possíveis complicações de fraturas costais ou de lesões de órgãos abdominais adjacentes. O
coração está localizado à esquerda do meio do tórax entre a parte inferior do esterno e a coluna.
Para o procedimento ser executado com segurança e eficácia.
Para a pequena quantidade de sangue do coração ser bombeada e levada até os tecidos, garantindo o
mínimo necessário de oxigênio e nutrientes, principalmente ao cérebro.
Transmite a pressão do corpo através dos braços e mãos para o osso do peito.
Para o sangue que vem das veias penetrar rápida e passivamente às cavidade cardíacas, deixando o
coração preparado para expelir o sangue na próxima compressão.
Mantém o fluxo sangüíneo adequado.
Para a reanimação cardiopulmonar ser efetuada.
Detecta se está ocorrendo urna circulação e oxigenação eficaz, bem como da nos cerebrais.
Para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e acompanhar a evolução do processo.
Para os objetivos de reanimação cardiopulmonar serem alcançados ou detectada a ineficácia do
tratamento.
Para a reanimação cardiopulmonar através do desfibrilador ser prontamente executada.
Garante a continuidade do procedimento.

Observações: É imponente que esse procedimento seja realizado por duas pessoas. Mas quando somente
urna estiver presente, deve-se realizar tanto a ventilação artificial quanto a massagem cardíaca externa. ou
seja. para cada 15 compressões 2 expansões pulmonares. O enfermeiro, como líder da equipe, decorrerá
Manter o mínimo de pessoas na sala. delegar atividades. quando for o caso. não esquecendo nunca que o
paciente. mesmo nessas condições. deverá ser tratado como um ser biopsicossocial.

Escola Info Jardins 32


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

Parada cardio-respiratória

Sala de Atendimento de
Emergência

Sala de Repouso U.T.I


e Observação

Sala de Repouso Sala de Repouso


e Observação e Observação

Atendimento na unidade
Duas áreas da unidade facilitam a assistência ao paciente em parada cárdiorespiratória e devem ser
utilizadas para esse fim: a Sala de atendimento de emergência e a Sala de repouso e observação,
O Objetivo no atendimento é reduzir ao máximo a duração da parada cárdiorespiratória, para atenuar os
danos produzidos pela estagnação sangüínea e a conseqüente baixa oxigenação dos tecidos. Na parada
cardíaca não há circulação de oxigênio e este, que não é " estocado" nos órgãos vitais, é rapidamente
consumido.
O atendimento na Sala de Emergência abrange a recuperação cardíaca propriamente dita, com a utilização
dos recursos disponíveis. Identificada a parada cardíaca, inicia-se o processo de reanimação: rápido
golpear do precórdio, com o punho fechado (paciente em decúbito dorsal horizontal), e manobras que
visam a manutenção das vias aéreas livres, o restabelecimento da respiração e da circulação e a
administração de drogas.
A hipertensão do pescoço e o deslocamento da mandíbula para frente aliviam a obstrução das vias aéreas,
ocasionada pela perda do tono muscular da língua, do palato mole e da epiglote na parada cardíaca (não
deve ser praticada em pacientes com traumatismo crânio-encefálico ou de coluna).
Ventilação pulmonar e compressão cardíaca são iniciadas. Numa primeira fase, a ventilação é feita através
de uma máscara acoplada a um "ambu", com oferta de oxigênio a 1 00% (1 5 I/min). A traquéia deve ser
intubada logo que possível. Se houver vomito, deve ser removido da boca através de aspiração ou com o
auxílio de gazes. Uma adequada ventilação, geralmente utiliza um volume de ar de 800 a 1200 ml.
A compressão cardíaca (coração comprimido entre o esterno e a coluna vertebral) deve ser rápida,
deprimindo o esterno em cerca de 4 a 5 cm, numa freqüência de 60 a 70 vezes por minuto, para que
produza um fluxo sangüíneo satisfatório.
É importante assegurar urna técnica correta na massagem cardíaca para evitar complicações como fratura
de costelas, do esterno e lacerações de órgãos.

Escola Info Jardins 33


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

A técnica da compressão externa do tórax consiste de uma aplicação seriada e rítmica de pressão sobre a
metade inferior do esterno. O sangue que circula para os pulmões, em conseqüência da compressão, recebe
oxigênio suficiente para a manutenção da vida quando há uma Ventilação eficaz.
A relação compressão-ventilação: é 5:1, com uma pausa de 1 a 11/2 segundos para a ventilação.
Compressão torácica e ventilação podem também ser usadas simultaneamente (é a técnica da
hiperventilação, recomendada na correção da acidose respiratória aguda, pela remoção do dióxido de
carbono).
A massagem é efetiva quando o fluxo sangüíneo ejetado do coração atinge os sistemas circulatórios
(sistêmico e pulmonar). Aparecem, então, os pulsos carotídeos e femorais, há contração das pupilas e,
espontaneamente, se restabelecem os reflexos.
O estabelecimento de uma via endovenosa é necessária, pois a administração de drogas e fluidos é
essencial no processo de reanimação. Uma veia nos membros superiores pode ser utilizada, se for
inacessível, uma dissecção pode ser indicada, preferencialmente em área que não interrompa a massagem
cardíaca para o procedimento (é desaconselhável, nesta fase, a punção percutânea de subclávia ou jugular
interna).
As drogas utilizadas no processo de reanimação visam:
- Correção da hipóxia;
- Correção da acidose metabólica;
- Aumento da perfusão durante a compressão torácica;
- Estímulo da contração miocárdica;
- Aceleração do ritmo cardíaco;
- Supressão das atividades ventriculares ectópicas. São elas:
1- Oxigênio
2- Em pacientes com hipoxemia, a administração de oxigênio (previamente umidificado) aumenta a
tensão do gás arterial, aumenta o conteúdo arterial e implementa a oxigenação dos tecidos.

11 - Bicarbonato de sódio
Durante a parada cárdiorespiratória, a hipóxia induz o metabolismo anaerábico que produz ácido lático e,
então, uma acidose metabólica. Ao mesmo tempo, a falência ventilatória ocasiona a retenção de dióxido de
carbono e, consequentemente, uma acidose respiratória. Uma pronta e eficiente ventilação pulmonar é
necessária para a excreção do dióxido de carbono, bem como para a oxigenação. A persistência de uma
ventilação insuficiente é apontada como um fator de aparecimento de uma acidose refratária durante a
parada cardíaca.
No combate à acidose metabólica é usado o bicarbonato de sódio, que provoca uma reação ácido-básica ( o
íon HCO3 combina com o íon H + no sangue e eleva o seu pH):

C 3 + + → C 3 → CO2 + H2O
← ←
O dióxido de carbono é produzido na reação, enfatizando a necessidade de uma adequada ventilação
alveolar durante a reanimação.
- Dosagem:
1 mEq/Kg de bicarbonato de sódio, como dose inicial (50 ml de uma solução a 8,4% = 50 mEq).
Se o período de parada cardíaca é curto, 1 ou 2 minutos, é provavelmente desnecessário administrar o
bicarbonato de sódio.
Uma análise do sangue arterial, com identificação do pH, da Pa CO2, e o cálculo da diferença de base (BE)
definem a necessidade do tratamento com bicarbonato de sódio.
Escola Info Jardins 34
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

A administração do mesmo, se realizada, deve abranger um período de 10 a 15


minutos
- Cálculo da quantidade aproximada de bicarbonato de sódio para
- correção da acidose:
- mEq HCO2 = peso do indivíduo x BE x 0,3.
- Efeitos indesejados:
- sobrecarga de sódio, em dosagem excessiva, provocando insuficiência cardíaca congestiva;
- alcalose metabólica;
- hipernatremia, com um estado de hiperosmolalidade (disfunção cerebral pós-parada cardíaca).

III - Epinefrina (Adrenalina)


É uma catecolamina endógena, que estimula os receptores a e b:
- aumento o ritmo cardíaco;
- aumenta a força de contração do miocárdio;
- aumenta a pressão arterial sangüínea;
- aumenta a necessidade miocárdica de oxigênio;
- aumenta o automatismo da fibra cardíaca.
Clinicamente, a epinefrina eleva a pressão de perfusão criada durante a compressão torácica, implementa o
estado de contratilidade miocárdica, estimula a contração espontânea e aumenta a força de fibrilação
ventricular. Esta ação toma a fibrilação ventricular mais suscetível à desfibrilação elétrica.
- Dosagem:
05, a 1,0 mg (5 a 10 ml de uma solução a 1:10000), EV, durante a ressuscitação.
Pode ser necessária repetir esta dosagem com intervalos de 5 minutos, pela curta duração do efeito da
epinefrina.
A droga pode ainda ser instilada diretamente na árvore brônquica, através do tubo endotraqual (1 O ml de
uma solução a 1: 1 0000), com uma interrupção momentânea da compressão torácica, seguida de uma
ventilação com pressão positiva.
A administração direta no coração pode também ser utilizada. Eventuais complicações desse método de
reanimação favorecem o seu abandono: laceração da artéria coronária, tamponamento cardíaco,
pneumotórax, injeção, produzindo fibrilação ventricular não tratável, interrupção da compressão torácica e
da ventilação.
As catecolaminas podem ser inativadas por soluções alcalinas e, por isso, a epinefrina não deve ser
administrada com o bicarbonato de sódio.

IV - Atropina (sulfato de atropina)


É uma droga parassimpatolítica. Sua ação vagolítica reduz o tono vagal cardíaco e acelera o ritmo de
descarga do nó sinusal; estimula a condução atrioventricular.
É usada no tratamento da bradicardia sinusal, acompanhada de hipotensão ou sinais de hipoperfusão
periférica, na presença de bloqueio atrioventricular e na presença de assistolia ventricular.

- Dosagem:
0,5 mg, EV, repetida com intervalos de 5 minutos, até se obter o ritmo desejado (usualmente, 60
batimentos por minuto).

- Efeitos indesejados:
Fibrilação , ventricular e taquicardia.

Escola Info Jardins 35


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

V- Lidocaína (xylocaína)
Clinicamente usada na supressão de arritmias de origem ventricular; é efetiva no controle de ativida
- Dosagem:
O uso mais comum consiste de uma administração em "bolus" de 50 a 100 mg (ou 1 mg/Kg), seguida de
urna infusão de 1 a 4 mg/min.
- Efeitos indesejados:
A dose excessiva provoca:
- depressão circulatória e miocárdica;
- alterações no Sistema Nervoso Central: sonolência, desorientação, diminuição da capacidade auditiva,
parestesias, contrações musculares, agitação, convulsões

VI - Isoproterenol (Isuprel)
É uma amina simpatomimética sintética que estimula os receptores adrenérgicos. Possui propriedades
inotrópica e cronotrópica, que contribuem para o aumento do débito cardíaco e do trabalho miocárdio. Sua
indicação é restrita aos casos em que há bradicardia refratária à atropina, em pacientes com pulso.
- Dosagem:
2 a 10 ug/min., administrados de acordo com o ritmo cardíaco. A solução com isoproterenol é preparada
adicionando-se 1 mg a 500 ml de solução glicosada a 5% (2 ug/ml).
- Efeitos indesejados:
Aparecimento de arritmias em função da sua potente ação como estimulante cardíaco; taquicardia.

VII - Gluconato de Cálcio


O cálcio aumenta a força contrátil do miocárdio; é usado para restaurar a
contração cardíaca, mas com limitações.
- Dosagem:
10 a 15 ml de uma solução a 10% (4. 8 a 7.2 mEq), Não deve ser administrado na presença de bicarbonato
de sódio, pois precipita como carbonato (Ca C03)
- Efeitos indesejados:
- provoca distúrbios da condução elétrica;
- em pacientes digitalizados pode favorecer a intoxicação digitálica.

VIII - Fluidos
Os fluidos intravenosos são empregados para manter as vias endovenosas durante a reanimação do doente.
Geralmente são utilizadas soluções glicosadas a 50%, com controle do volume administrado.
Pacientes em parada cárdio-respiratória, conseqüente à depleção sangüínea (rotura de aneurisma aórtico
abdominal, hemorragia intestinal, choque hemorrágico por trauma), devem receber, como expansores,
sangue e seus constituintes, soluções cristalóides (como Ringer lactato) ou soluções cristalóides (como
albumina humana) em grandes volumes, para que não haja esvaziamento das câmaras cardíacas.

- Desfibrilação
O aparecimento de fibrilação ventricular (provavelmente devido a uma combinação de desordens na
formação do impulso e na sua condução) durante o processo de reanimação indica a rápida desfibrilação
através de descarga elétrica.
A desfibrilação elétrica pode ser descrita como o processo de passar uma corrente através do coração em
fibrilação, para depolarizar as células e conduzi-las a uma repolarização uniforme, organizando a
contração. A força do desfibrilador é expressa em energia: Joules ou watt/ segundo.

Escola Info Jardins 36


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

É recomendada uma desfibrilação inicial de aproximadamente 200 J; na evidência de insucesso, usar um


segundo choque com 200 a 300 J. Imediatamente se este ainda não reverteu o coração em fibrilação,
epinefrina e bicarbonato de sódio podem ser administrados e, após a adequada circulação dessas drogas,
mais uma carga elétrica de aproximadamente 360 Joules deve ser aplicada.
Urna vez restabelecida a função cardíaca, é instalada a terapêutica definitiva, para que o paciente seja
preparado para deixar a Sala de Atendimento de Emergência. Pode ser encaminhado à Sala de Repouso e
Observação, onde seu atendimento terá continuidade durante algumas horas. Seu encaminhamento a esta
área só é recomendado quando suas condições estiverem estabilizadas do ponto de vista cardiológico.
Comumente, o paciente pós-parada cardíaca é dependente de drogas vasoativas, de drogas antiarrítmicas e
de assistência ventilatória mecânica. As drogas mais utilizadas são:

a) Norepinefrína (Noradrenalina)
É uma catecolamina, um potente vasoconstritor periférico, que geralmente provoca uma elevação da
pressão sangüínea. É, também, um forte agente inotrópico. Tem a desvantagem de causar vasoconstrição
renal e rnesentérica.
Na hipotensão severa ou no choque cardiogênico pode ser utilizada. É contra- indicada na hipotensão por
hipovolemia.
- Dosagem: .
16 ug/ml, por via endovenosa, em solução glicosada a 5%, corri uma infusão inicial de 2 a 3 ml/minuto.
- Efeitos indesejados:
- severa vasoconstrição;
- severa hipotensão na interrupção brusca.
-
b) Dopamina
É o precursor químico da noradrenalina. Produz vasodilatação renal e mesentérica em doses que podem
não aumentar a freqüência cardíaca ou a pressão sangüínea (1 a 2 ug/Kg/min.).
Nas doses de 2 a 10 ug/Kg,/min., a dopamina geralmente tem uma ação estimulante de receptor, que se
manifesta no aumento de débito cardíaco. Em doses acima de 1 O ug/Kg/min., é um estimulante do a -
receptor que provoca vasoconstrição periférica e pode causar constrição da artéria renal.
Em doses próximas a 20 ug/Kg/min., a ação estimulante sobre receptores se pode reverter a dilatação dos
vasos renal e mesentérico, ocasionando o declínio do fluxo sangüíneo. As diferentes respostas vasculares,
bem como as alterações específicas em relação à dosagem de dopamina no leito renal e mesentérico são
atribuídas a receptores especiais, denominados dopaminérgicos.
- Dosagem:
Inicialmente de 2 a 5 ug/Kg/ min., aumentada até que a pressão sangüínea, o débito urinário e a perfusão
estejam presentes.
Tem sido usada até um nível de 50 ug/Kg/min., visando uma perfusão satisfatória.
Usa-se uma solução glicosada a 5%, EV, 500 ml com 5 ampolas de Dopamina de 200 mg (400 ug/ml).
Efeitos indesejados:
- taquiarritmia: - vasoconstrição (dosagem alta):
- vasodilatação (dosagem baixa);
- batimentos cardíacos ectópicos;
- náusea e vômito,
- angina pectoris;
- necrose de tecido cutâneo ao extravasamento.
c) Dobutamina

Escola Info Jardins 37


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

É uma catecolamina sintética, estimulante de receptor adrenérgico, que aumenta diretamente a


contratilidade miocárdica.
Usualmente aumenta o fluxo sangüíneo renal e mesentérico, bem como o débito cardíaco, por exercer um
efeito direto sobre o suprimento arterial dessas áreas.
Pode ser utilizada com o Nitroprussiato de Sódio, favorecendo o débito cardíaco (o uso de Nitroprussiato
provoca uma diminuição da resistência arterial periférica, enquanto a pressão de perfusão coronariana pode
ser mantida pela dobutamina), numa dosagem de até 10,0 mg/Kg/rnin.
A dobutamina não deve ser usada em casos de falência cardíaca congestiva refratária.
- Dosagem:
Usualmente 2,5 a 10,0 ug/Kg/ min., EV, de uma solução de 1000 ml de glicose a 5%, com 250 mg de
dobutamina (1 ampola); concentração de 250 ug/ml.
- Efeitos indesejados:
Dobutamina: taquicardia e arritmias com doses maiores que 20 ug/Kg/min; Nitroprussiato de sódio:
intoxicação por cianide (thiocianato) zumbido no
ouvido, perturbação visual e delírio. Hipotensão.
O paciente na Sala de Repouso e Observação provavelmente estará em ventilação mecânica, recebendo
droga(s) vasoativa(s) e antiarritmica, com monitorização cardíaca, tendo ainda uma sonda nasogástrica,
uma sonda vesical de demora e, eventualmente, um marca-passo cardíaco temporário.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Sala de Atendimento de Emergência


Objetivo: restauração da função cardíaca e identificação da causa da Parada Cárdio-Respiratória.
- Recebimento do. paciente, passagem para a Mesa de exames e controle da hora de chegada:
- Retirada de prótese dentária aspiração ou limpeza da cavidade oral ventilação com “ambu" e máscaras
- Punção de veia em membros superiores, com instalação de soro glicosado 5%, coleta de sangue para
tipagem e exames laboratoriais e remoção de roupas;
- ferta de material para intubação orotraqueal, fixação da cânula após insuflação do “cuff”, aspirações
de secreção quando necessário, sondagem nasogástrica;
- Preparo e administração de drogas e soluções, monitorização cardíaca controle do aparecimento de
grandes pulsos (carotídeo, fernoral);
- Apresentação de material para procedimentos médicos invasivos;
- Ventilação e massagem cardíaca, substituindo o médico, se necessário;
- Apresentação de material para a desfibrilação, se necessário, e ajuste da carga elétrica no desfibrilador;
- Registro do traçado eletrocardiográfico (quantas vezes forem necessárias);
- Cateterismo vesical de demora;
- Apresentação e instalação, com o médico, do aparelho para ventilação mecânica;
- Instalação da terapêutica definitiva;
- Identificação de eventuais complicações;
- Anotações de enfermagem no impresso próprio; (Modelo 3)
- Preparo do paciente para a saída da sala.

ATENDIMENTO NA SALA DE EMERGÊNCIA


Nome: Registro:
___________________________ _________________________
Hora de Hora de saída:

Escola Info Jardins 38


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

entrada:____________________ _____________________
Causa da Utilização da Sala:
____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________
______________________________________________________________________
______________
______________________________________________________________________
______________
______________________________________________________________________
______________
Prodedimentos Executados: _______________________________________________
( ) Intubação Nasotraqueal Nº Tubo____________ Volume AR CUFF
_____ml
( ) Intubação Orotraqueal Nº Tubo____________ Volume AR CUFF
_____ml
( ) Traqueostomia Nº Cânula___________ Volume AR CUFF
_____ml
( ) Massagem Cardíaca
( ) Ventilação Manual ( ) Ventilação Mecânica
( ) Monitorização Cardíaca ( ) ECG
( ) Desfibrilação
( )J ( ) J ( )J ( )J ( J= Joules)
( ) Dissecção de Veia
( ) Femoral ( ) Radial ( ) Braquial ( ) Safena ( ) Jugular
( ) Dissecção de Artéria _____________________________
( ) Punção Percutânea: ______________________________
( ) Catéter Venoso Central
( ) Cateterismo Vesical Nº Sonda ________
( ) Sondagem Nasogástrica Nº Sonda ________
( ) Drenagem Tórax ( )D ( )E Nº Dreno ________
( ) Amostra Sangue ( ) Tipagem ( ) Análises ( ) Gasimetria
( ) Raio X ( ) Tórax ( ) Abdome ( ) Extremidades ( ) Crânio
( ) MMII
( )MMSS
( ) Coluna ( )Quadril
( ) Cervical
( ) Lombar
( ) Sacra
( ) Toracotomia ( ) Punção Suprapúbica ( ) Lavagem Peritoneal
Drogas e soluções:
( ) Adrenalina _______________ ( ) Dopamina _______ ( ) Outros: ________
( ) Atropina_________________ ( ) Dobutamina ______________
( ) Bic. Sódio ( ) 8,4% ( ) 3% ( )10% ( ) Nitroprussiato Na
( ) Xylocaína________________ ( ) S. Fisiológico ____________
( ) Gluconato Cálcio __________ ( ) S. Glicosado 5% __________

Escola Info Jardins 39


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

( ) Noradrenalina ____________ ( ) Sangue __________________


Observações: P: PA: T: R:

(Verso)
( ) Transferência ( ) UTI ( ) Sala de Repouso e Observação ( ) C.
Cirúrgico
( ) Isolamento ( ) Unidade de Internação ( ) Outra Instituição
( ) Óbito ( ) IML ( ) Anatomia Patológica ( ) Família
( ) Doação de Órgãos ( ) Coração ( ) Rim ( ) Fígado ( ) Córnea
Valores Arrolados: _____________________________________________________
( ) Entregues à Família ( ) Entregues ao Serviço Social

Enfermeiro

Sala de repouso e observação


Objetivo: estabilização da função cardíaca e tratamento da causa da Parada Cárdio-Respiratória.
- Recebimento do paciente com a transferência para o leito, checando tubos e conexões e instalando
respirador e monitor cardíaco;
- Checagem e observação das drogas e fluidos que estão sendo administrados, com imediata instalação
de bombas de infusão (principalmente para as drogas vasoativas) e controle dos sinais vitais;
- Exame físico e avaliação do doente para a elaboração do plano de cuidados imediatos;
- Registro de um traçado eletrocardiográfico; - OrientaçãQ a acompanhante. e fàmiliwes-, - Efetivação
da prescrição médica.

Pontos importantes na assistência.


- Vigilância
Atividade cardíaca/ drogas antiarrítmicas, ventilação/respiração, eliminação urinária, drogas
vasoativas/pressão arterial, equilíbrio ácido-básico.

- Controle de drogas:
Estabelecer a correlação dose/ efeito, com a preocupação de retirada precoce das mesmas. Os controles da
pressão arterial e da freqüência cardíaca se sucedem a curtos intervalos de tempo, concomitantemente com
a administração de drogas. Atenção aos efeitos indesejados!

- Eficiência da assistência ventilatória:


Traduzida por um volume de corrente adequado, por uma oferta de oxigênio ajustada às necessidades do
paciente (o uso de drogas vasoativas aumenta o consumo de oxigênio pelo miocárdio), pela manutenção
das vias aéreas livres de secreçào e por urna freqüência respiratória satisfatória.
Em havendo possibilidade da retirada do respirador, instalar os recursos para oferta de oxigênio em
condições seguras, ainda através do tubo endotraqueal ou através de máscara facial no caso da retirada
deste.

- Aquecimento do doente:
A hipotennia perpetua as condições de arritmia e instabilidade cardíaca. O quadro de hipoterrnia é
caracterizado por temperatura corporal abáxo de 35'C, medida com um termômetro de máxima e mínima
(termômetro de álcool), via retal. É comum nos pacientes que apresentam sinais de estado de choque.
Escola Info Jardins 40
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

- Atenção as necessidades emocionais do paciente e familiares:


Estabelecer um contato onde informações simples e objetivas podem colaborar até para a melhor aceitação
da situação crítica.
O desconforto físico pode ser intenso para o paciente e deve ser minimizado. A atitude do enfermeiro,
apoiada em um sólido conhecimento e na força de seu caráter e traduzida em ações, pode contribuir muito
para reduzir as tensões. "O fator expressivo na interação paciente enfermeiro refere-se a um estado
emocional que pode ser representado por palavras, inflexões no tom de voz, aperto de mão ou apenas por
um sorriso".
A assistência de enfermagem é completada com o acompanhamento e interpretação dos exames
laboratoriais e radiológicos, observação de sinais e sintomas que possam evidenciar complicações, controle
do volume urinário horário (a ser mantido em níveis de 30 a 50 ml/h), mudanças de decúbito, tão logo as
condições heinodinâmicas tenham se estabilizado, pronta interferência nas intercorrências que denotem
risco de vida.

Escola Info Jardins 41


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

BIBLIOGRAFIA

BEN-ZION.T. .Manual de Ginecologia e Emergências Obstétricas, São Paulo, Santos. 2006.

BRUNNER, L.S.. &, SUDDARTH, D., Tratado de Enfermagem .Médico- Cirzírgica, 7ed.. Rio de Janeiro,

Guanabara, 2011.

COSTA, R. C. Rotinas em Pronto-Socorro, Porto Alegre, Artes Médicas, 2004.

EISENBERG E COPASS. Terapêutica em Emergências Clínicas, 2' ed., São Paulo, Roca, 2004.

EISENBERG, G. Terapêutica em Emergências Clínicas, 5º ed., São Paulo, Roca. 2012.

ERAZO, G.A.C. ,Manual de urgências em Pronto-Socorro, 3º ed., Rio de Janeiro, Medsi, 2010.

FORTES, J.I.,Enfermagem em Emergências, São Paulo, EPU, 2008.

FREITAS, F., COSTA, S.M. Rotinas em Obstetrícia, 2º ed., Porto Alegre, Artes Médicas, 2013.

GOMES, Alice M. Emergência. Planejamento e Organização da Unidade. Assistência de Enfermagem.

São Paulo. EPU. 2009, p.45-56 e 73-84.

JONES , H.W., WENTTZ, A.C Tratado de Ginecologia, 11º. Ed. Rio de Janeiro Guanabara, 2008

KYES. J., HOLING CR. Conceitos Básicos em Enfermagem Psquiátrica Rio de janeiro, Guanabará, 2012.

MOORE, M.E.Manual de Emergência Médicas 2º ed. São Paulo, Manole, 2009

NASI, L.ª Rotinas em Pronto- Socorro. Porto Alegre – Artes Médicas 2013.

NITTRINI. R. & BOCHESCHL, LA. A. Neurologia que todo médico deve saber, São paulo, Maltetese,

2014.

PHIPPS, LONG, WOODS, Enfermagem Médicos – Cirúrgica – Conceitos e Práticas Clínicas, 2º ed.

Lisboa, LUSODIDACTA. 2010, Vol. II (610.73677-E56)

PORTO, Celmo C. Semiologia Médica Rio de Janeiro, Guanabara – Koogan, 2010

Escola Info Jardins 42


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em Urgência e Emergência

ROGERS, OSBORN, & POUSADA, Enfermagem de Emergência, Porto Alegre, Artes Médicas, 2011.

(610.7360202 – R727e)

SALOMÃO ªC. Abdome Agudo São Paulo, Sarvir, 2008

SCHVARTSMAN, Samuel, Intoxicações Agudas 4º ed. São Paulo, Sarvir, 2009.

TIRRNEY Jr. L. M. Diagnósticos e tratamento São Paulo, Atheneu, 2009

VEIGA, Deborahy de A Manual de Técnicas de Enfermagem 3ºed. Porto Alegre C.C. Editores LTDA. P.

74-179, 2007

WEST. J.B. Fisiopatologia Pulmonar Moderna 1º ed. São Paulo Manole, 2006

ZIEGEL, E.E. Enfermagem Obstétrica, 8º Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2014.

Escola Info Jardins 43

You might also like