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VII Seminário de Saúde do Trabalhador e V Seminário O Trabalho em Debate

“Saúde Mental Relacionada ao Trabalho”


A TRAJETÓRIA POLÍTICA DA CUT:
DA INOVAÇÃO SINDICAL AO BUROCRATISMO

Tito Flávio Bellini Nogueira de Oliveira1

Resumo O presente artigo busca apresentar uma análise da trajetória


política da CUT a partir de sua fundação e desenvolvimento nos anos
80 e 90, apontando para as divergências ideológicas e perspectivas
teóricas, com impacto na ação sindical em foco.
Palavras – Chave Sindicalismo, CUT, Socialismo, Social-
Democracia.

INTRODUÇÃO

Ricardo Antunes (1998), ao longo de sua obra, deixa claro a relação intrínseca
entre burocratismo e ideologia. Ou seja, qualquer imersão nos princípios da
racionalidade burocrática não são apenas “desvios naturais”, mas representam opções
ideológicas de movimento político, aqui representado pelo movimento sindical.
Armando Boito Jr. (1991) já chamava a atenção ao relacionar a estrutura sindical
oficial, o sindicalismo de Estado, e sua perpetuação até a atualidade como decorrente de
um enraizamento ideológico do populismo no meio sindical, demonstrando que, na
realidade, a estrutura sindical ou mesmo sua crítica não são puramente sindicais, mas
ganham contornos políticos.
A questão do burocratismo não poderá ser realmente compreendida se analisada
como um instrumento isolado de controle do poder interno ao sindicato. Ao contrário,
uma elaboração ideológica em formação ao longo da história da CUT é o fator
determinante que transforma o controle burocrático não apenas em elemento de
hegemonia no aparelho, mas sim, vai impondo um novo ideário político, balizado pelas
teses assumidas com certa discrição, pelas corrente majoritárias no interior da central:
um “socialismo” embutido numa economia de mercado, que nega o socialismo
revolucionário, o que, para muitos autores, representa uma aproximação da social-
democracia.
Um pressuposto que também fundamentará o desenvolvimento deste artigo é a
conclusão quase consensual dos pesquisadores que apontam para uma forte
permanência da estrutura sindical corporativa nas organizações operárias em geral, e na
CUT, mais especificamente.

1
Professor Assistente da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM. Mestre em História e
Cultura Política – UNESP-Franca. Doutorando em História e Cultura Social – UNESP-Franca. Contato:
e-mail: thistoriador@yahoo.com.br
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CRÍTICA À ESTRUTURA SINDICAL: ORIGENS E MUDANÇAS

Um dos fatores que garantiu certa unidade do no processo de construção da CUT


em relação às correntes que a compuseram foi, sem dúvida, a crítica profunda ao
modelo sindical imposto pelo Estado militar às classes trabalhadoras: tanto os
sindicalistas “autênticos” quanto as “oposições sindicais” convergiram neste ponto para
constituir um bloco forte e coeso, o bloco dos combativos.
O pioneirismo desse processo é atribuído à Oposição Sindical Metalúrgica de
São Paulo, a maior oposição sindical brasileira até os dias de hoje. Ocorre que, após o
golpe de 1.º de abril de 1964, os movimentos sociais foram paulatinamente reprimidos,
através da severa aplicação da legislação já existente e com a ampliação e criação de
novos mecanismos cooptativos, mas, sobretudo, coercitivos.
Entre os principais instrumentos de controle sindical estabelecido pela ditadura
militar destaca-se o fim da estabilidade no trabalho em 1966, com a instituição do
FGTS, o que gerou, no plano econômico uma alta rotatividade no emprego e permitiu,
no plano político perseguições sem precedentes no Brasil ameaçando o emprego.
Fundamentalmente, destacam-se na legislação trabalhista do Estado Novo: a
unicidade sindical, o imposto sindical compulsório, o poder normativo do Ministério do
Trabalho e a estrutura vertical confederativa. Merece destaque o poder de outorga do
Estado, que deve reconhecer oficialmente os sindicatos para que estes possam funcionar
e usufruir do imposto sindical. Tal estrutura, aliada à repressão governamental, levou
ao esvaziamento do caráter político e reivindicativo dos sindicatos e ao surgimento de
uma casta burocrática sindical, além de inúmeros ‘sindicatos de carimbos’, fundados
exclusivamente com o intuito de beneficiarem-se dos recursos do imposto sindical.
Segundo Álvaro Augusto Comin, o imposto sindical continuou exercendo a
função de sustentar os sindicatos sem a necessidade da sua expressa permissão, ou seja,
compulsoriamente, servindo principalmente para a sustentação de uma infinidade de
pequenos sindicatos sem representatividade, além de estimular a criação de novas
entidades, muitas delas, denominadas “sindicatos de carimbo” devido a existirem
apenas no papel (COMIN, 1995, p. 48-49).
Nesse contexto, não restava aos sindicalistas combativos outra alternativa senão
fugir do burocratismo do sindicalismo oficial. Assim, multiplicaram-se experiências de
comissões de fábrica e oposições sindicais, estas inspiradas pela experiência na
Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM/SP).
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Os trabalhadores, sentindo as limitações para a participação nos sindicatos,
também se reuniram em organizações alternativas como Centros Comunitários e
Comunidades Eclesiais de Base (CEB). Nesse período a Igreja foi um canal importante
de mobilização, organização e discussão dos trabalhadores. As SABs (sociedades
amigos de bairro), surgidas em 1952 foram também importante espaço de discussão e
reivindicação popular.
Adam Przeworski2 confirma tal tendência, uma vez que a fábrica passou a ser
um dos únicos locais de encontro espontâneos (pois era obrigatório) dos trabalhadores,
fazendo uma analogia com os mercados populares.
Um dos principais movimentos que absorveram o impulso explosivo das classes
trabalhadoras foram as oposições sindicais. Estas, originadas pela ação de grupos
católicos progressistas (Juventude Operária Católica e Ação Católica Operária, que
iriam originar a Pastoral Operária – PO), devido ao seu caráter clandestino, conseguiram
impor um nível de radicalidade que não era permitido aos sindicatos oficiais.
As Oposições Sindicais, ao longo dos anos 70 caminharam para uma suavização
da crítica contra a estrutura sindical oficial, num sentido que levava cada vez mais a
uma aproximação com a crítica elaborada pelo sindicalismo “autêntico”.
Em março de 1979, o 1.º Congresso da Oposição Sindical Metalúrgica de São
Paulo foi realizado. No programa aprovado, pode-se perceber várias demandas
reivindicativas presentes em pautas de negociação dos sindicalistas “autênticos”,
principalmente no tocante a questão salarial e as formas de negociação (fim do arrocho,
reajustes diferenciados, negociação direta, entre outros). (RODRIGUES, 1993, p.60).
Em relação ao Sindicato, defendiam uma “sindicalização crítica”, com esclarecimentos
acerca do papel da estrutura sindical oficial Eram contra o atrelamento ao Estado,
desejando o fim da CLT. Apontavam ainda a importância de uma Central Única dos
Trabalhadores, da liberdade partidária, a autonomia sindical e o direito irrestrito de
greve.
Do outro lado, de dentro do sindicalismo oficial, gestava-se no interior de
algumas diretorias “pelegas”, uma geração de sindicalistas “independentes”, combativos
e dispersos. A maior referência do sindicalismo “autêntico” é, sem dúvida, o Sindicato

2
“Os trabalhadores são tipicamente a primeira e a maior força a se organizar de maneira autônoma, como
ocorreu na Europa Ocidental na virada do século, na Espanha (Comisiones Obreras), no Brasil (Sindicato
do ABC) e na Polônia (Solidariedade). Isto não é acidental. Os locais de trabalho são, juntamente com
os mercados populares (o bazar do Oriente), os únicos espaços onde as pessoas podem encontrar-se
espontaneamente, sem vigilância da polícia.” PRZEWORSKI, Adam. “Ama a incerteza e serás
democrático”. In: Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n.º 9, julho de 1984, pp. 42 e 43.
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dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, e Luis Inácio da Silva, o “Lula”, seu mais
influente expoente. A partir dele, diversos outros sindicalistas assumiram uma postura
mais combativa e reivindicativa que, se não negava toda a estrutura sindical oficial,
pleiteavam uma significativa mudança interna nesta estrutura. A origem desse “novo
sindicalismo” remonta a 1969, quando alguns diretores “independentes” na direção do
sindicato introduzem novas reivindicações e adotam uma postura mais combativa. Em
1972, Lula passou a fazer parte da diretoria, ladeando outros diretores moderados ou
pelegos.
Uma caracterização simples do sindicalismo “autêntico” é elaborada por Celina
Gomes Oliveira. Para ela, estes eram sindicalistas novos e independentes, sem
elaboração política ou ideológica que os norteassem, construindo sua identidade na
prática cotidiana de combatividade, ao contrário das Oposições, que tinham sindicalistas
com posições ideológicas mais definidas.3
A grande maioria das pesquisas aponta então para a unidade e convergência de
propostas entre Oposições Sindicais e os “autênticos”, redundando na constituição do
bloco que originou a CUT, sem a Unidade Sindical. É importante destacar que, até
1980, os “autênticos” faziam parte da Unidade Sindical, mas vieram a criar a
ANAMPOS (Associação Nacional do Movimento Popular e Sindical). Para Jácome
Rodrigues:

[...] essa nova corrente sindical que se formou no ABC paulista, a partir da
prática junto ao operariado no interior das empresas, e a sua preocupação
pela organização de base, estava chegando a conclusões idênticas às que
apareciam junto aos ativistas da Oposição Sindical. Em resumo, existia certa
convergência de concepção e prática sindicais, no momento em que
eclodiram as greves, entre essas duas correntes sindicais que serão o estuário
por onde vão correr as águas do “novo sindicalismo”.
Isso se deu: 1) mesmo sem manterem contato de forma mais direta; 2) pelo
menos até as greves de maio; 3) a partir de suas práticas cotidianas de
negação e/ou crítica da estrutura sindical vigente etc. Entre outros aspectos,
esse fatos levaram a que esses dois setores do sindicalismo brasileiro
terminassem se aproximando e [...] foram elementos fundamentais para a
formação, alguns anos depois, da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
(RODRIGUES, 1993, p.77).

Entretanto, a crítica dos “autênticos” em relação ao sindicalismo de Estado


nunca objetivo claramente o seu fim. Nos momento de intervenção do Sindicato dos

3
Leôncio Martins Rodrigues também faz uma excelente análise do processo que originou o “novo
sindicalismo” de São Bernardo, em seu artigo “As Tendências Políticas na Formação das Centrais
Sindicais” in BOITO JR., A. (org) O Sindicalismo Brasileiro nos Anos 80. RJ: Paz e Terra, 1991,
p.p.16-23.
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Metalúrgicos de São Bernardo, foi criado o Fundo de Greve, que funcionava como um
sindicato paralelo à estrutura oficial. Entretanto, as “aberturas” do governo, com o fim
das intervenções, levaram os “autênticos” de São Bernardo e adotarem o Fundo de
Greve como um mecanismo somente utilizado em casos emergenciais, abandonando
qualquer possibilidade de se constituir num sindicato autônomo. A autonomia aqui era
vista como opção tática, não como estratégica.
O “amálgama” que aproximou estas tendências e lapidou suas propostas no
sentido de convergirem foi, sem dúvida, a ala progressista da Igreja Católica, influência
presente tanto nos “autênticos” quanto nas “oposições sindicais”. A Igreja, ao longo do
regime militar e após os encontros de Puebla e Medelin, quando fazem a chamada
“opção pelos pobres” na América Latina, influenciada pela Teologia da Libertação,
lançou-se no apoio e na organização dos trabalhadores e explorados em geral.
Influenciou as Sociedades Amigos de Bairro, a criação de Centros Comunitários, além
de disseminar Comunidades Eclesiais de Base. Este “espírito democrático de base” foi
influência decisiva nas formulações dos ‘autênticos’ e, sobretudo, das oposições
sindicais.
Após a crise da Teologia da Libertação e com a institucionalização crescente dos
sindicalistas, que abandonam as Pastorais Operárias para se dedicarem a direções
sindicais, inicia-se, dentro da CUT, um processo de guerra de posições para definir sob
qual hegemonia a central será consolidada. Vale destacar que, todas as divergências
ideológicas posteriores dentro da CUT originam-se destas duas concepções sindicais
que se uniram taticamente para a construção da central.

A CONSOLIDAÇÃO DA CUT E OS BLOCOS SINDICAIS EM DISPUTA

Passados os momentos mais críticos após a criação da CUT, com a divisão


orgânica do sindicalismo brasileiro em dois grandes blocos, inicia-se, dentro da central
um novo processo que perdurará por toda sua história: a disputa pela hegemonia
político-ideológica. Esta unidade entre diferentes concepções sindicais conseguiu
perpetuar-se em torno de um objetivo maior, que já tinha sido alcançado.
O momento posterior era de busca de uma consolidação da central, que nasce à
margem da legislação oficial e, constantemente, burla as leis de exceção. Com isso,
todas as diferenças de formação e concepção sindical entre Oposições Sindicais e os
“autênticos”, até então sutilmente escamoteadas, agora vem à tona com vigorosa força.
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Um ano após sua fundação, foi realizado o I Congresso Nacional da CUT –
CONCUT (São Bernardo – 1984), quando são aprovados em ‘definitivo’ os estatutos da
central (que viriam a ser o alvo das maiores disputas ao longo da história da CUT). O
clima de unidade ainda é forte, o que garantiu um congresso sem grandes divergências,
convergindo nas críticas à atuação da CUT durante seu primeiro ano de existência e na
elaboração, apesar das críticas, de um novo Plano de Lutas, muito semelhante ao
aprovado em 1983.
O destaque deste CONCUT é o aprofundamento do debate de um ponto que
permitiu a união entre “autênticos” e Oposições Sindicais: a estrutura sindical brasileira.
Agora, passado o momento crucial que dividiu o sindicalismo brasileiro, era necessário
uma melhor caracterização e formulação destas críticas, até então muito genéricas. Isso
se deu com a aprovação de princípios que deveriam nortear os debates regionais e "na
base", como a democracia, o classismo4, a autonomia sindical e a organização por ramo
produtivo (RODRIGUES, 1990, p.10).
O II CONCUT (Rio – 1986) teve como destaque a assunção da central de ideais
notadamente anti-capitalistas, pelo menos no nível do discurso, quando foi aprovado o
socialismo como um de seus objetivos. Representa uma vitória dos campos mais
identificados com as teses mais à esquerda da central, mas que não se refletiram
numericamente na eleição da nova direção da CUT.
Neste CONCUT ficam evidentes as grandes divergências existentes entre o
bloco dos “autênticos”, de um lado, e o bloco das oposições e demais setores mais à
esquerda, de outro. Podemos referir como um fator importante que acirrou e despertou
tais divergências a discussão proposta pela tendência majoritária de alterar os estatutos
da central, numa perspectiva de garantir o controle e centralizar as decisões nas suas
mãos: fim da proporcionalidade na Executiva da Central, aumento do período entre
congressos, eleições indiretas para delegados, entre outras. Tais propostas, entretanto,
não foram colocadas em votação, uma vez que o campo majoritário percebeu que não
seriam aprovadas (GIANNOTTI, 1991, p.43).
Isso levou a um rearranjo interno que aproximou blocos e tendências no sentido
de garantirem a sobrevivência e a possibilidade de hegemonização no comando da
CUT. Não representou uma simples disputa pelo poder. Pode-se afirmar que é o início

4
Segundo os estatutos originais da central, o classismo é a afirmação de que a emancipação de
determinada classe social somente seria possível por meio de uma ação direta dessa classe social, ou seja,
a velha “máxima” de que a luta pela emancipação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios
trabalhadores.
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de uma disputa ideológica sem trégua, que abalará por várias vezes os pilares da central.
Também representou o início de uma ideologização crescente por parte do campo
majoritário, originado pelos “autênticos” que não tinham nenhuma vinculação
ideológica elaborada. Aqui tem início o que Ricardo Antunes chama de social-
democratização da CUT, processo capitaneado pela Articulação Sindical, que se valerá
de uma crescente burocratização como forma de se estabilizar no poder.
Neste CONCUT também surgiu um instrumento largamente utilizado dentro dos
congressos para determinar a força de cada tendência: a polemização em torno de
propostas sem conteúdo prático efetivo, muitas vezes em torno de questões semânticas.
O desfecho deste CONCUT não se deu, de forma alguma, em clima de unidade,
conforme nos descreve Vito Giannotti e Lopes Neto:

O Congresso terminou de forma melancólica, numa disputa aritmética das


três chapas, para ver qual tinha direito a uma vaga a mais na Executiva. A
disputa foi resolvida depois, numa votação da própria Executiva eleita,
beneficiando a corrente majoritária. Esse fato reforçou uma mentalidade, que
voltará à tona diversas vezes, de tentar transformar a Executiva Nacional da
Central, numa espécie de Supremo Tribunal para a resolução de questões
importantes, sem a participação de fóruns mais amplos, inclusive os previstos
nos estatutos. A tendência ao uso desse método voltará nos anos seguintes,
inclusive em questões muito mais sérias (GIANNOTTI, 1991, p.45).

O resultado da votação para a direção da central no II CONCUT foi: Chapa 1


(Articulação), com 59,9% dos votos; Chapa 2 (CUT Pela Base e aliados), com 28,95%
dos votos; e Chapa 3 (Convergência Socialista), com 11,07% dos votos.

O “RACHA IDEOLÓGICO” NA CENTRAL E A BUROCRACIA COMO


ESTRATÉGIA DE PODER

A partir do III CONCUT (BH – 1988) evidenciou-se a polarização e a divisão da


central em dois grandes blocos ideológicos, quando as diferenças históricas das
correntes que compuseram a CUT aparecem de forma violenta à tona. O primeiro e
mais forte, com 60% dos votos, é a Articulação Sindical, com traços originais do
sindicalismo “autêntico” (principalmente o Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo), que se empenha na luta econômica e nas reformas sociais dentro das leis de
mercado. No plano político-ideológico tem uma posição próxima à social-democracia
operária, sem entretanto assumi-la abertamente, bem como um certo legalismo latente,
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uma vez que sua massa de sindicalistas advinham de sindicatos oficiais. Com a
construção da CUT, passaram a controlar cada vez mais sindicatos oficiais.

Há também o campo mais à esquerda da CUT, composto por várias tendências.


As principais são a CUT Pela Base, originada das Oposições Sindicais ou sindicatos
conquistados por antigas oposições (principalmente a OSM/SP e a Oposição Sindical
Metalúrgica de Campinas), e a Convergência Socialista, tendência trotskista
internacional. Desempenham papel primordial na constante afirmação do caráter
socialista que a Central deve ter, pretendem não se ater apenas à luta econômica, sendo
a maioria forjada dentro de comissões de fábrica, na clandestinidade sindical.
Este CONCUT foi um marco para a história da Central. Foi o último congresso
de massas, bem como o momento de institucionalização de um novo perfil e projeto
para a CUT, que abandonou uma concepção de CUT-movimento para transformar-se
numa CUT-estrutura.
Uma característica marcante deste Congresso foi a forte queda do número de
delegados de base. No I CONCUT, estes eram 66% dos delegados. Já no II CONCUT,
foram 70%. No III CONTUT este número despenca para 51%. Outro fato curioso foi o
elevado percentual de delegados que não compareceram. Em agosto de 1988, haviam
8.364 delegados inscritos, dos quais 2.120, cerca de 25% do total, não foram ao
CONCUT em setembro.
Novamente com ampla maioria, mas desta vez decidida a implementar seu
projeto para a CUT, a Articulação Sindical aprovou com facilidade todas as mudanças
que julgou necessário no estatuto da Central, com vistas a estabilizá-la, e assegurar-se
no poder. A tese n.º 10, da Articulação, apresentou diversas e minuciosas propostas de
alteração estatutária que afetaria diretamente os princípios e a forma de funcionamento
da central. Tais propostas foram refutadas pelo bloco oposicionista, representando 40%
dos delegados.
Para Leôncio Rodrigues essas diferenças ideológicas são suavizadas.

As direções que compartilham das responsabilidades do poder são


freqüentemente acusadas de oportunistas e conciliadoras no trato com o
patronato e o governo, e de autoritárias no trato com a base. As facções mais
à esquerda, geralmente fora do poder, por sua vez, são acusadas de
irresponsáveis, sectárias, infantis, utópicas. Em geral, ambos os lados têm
alguma dose de razão, na medida em que duas lógicas se encontram: a da
situação, que pretende a manutenção do status quo e, consequentemente,
privilegia os interesses da organização, e a da oposição, que pretende a
mudança e, assim, valoriza o movimento.
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[...] Ocorre que situação e oposição (ou oposições) expressam concepções
políticas e ideológicas que implicam diferentes visões do papel do
sindicalismo: uma, majoritária, que pretende fazer da CUT uma central de
organizações sindicais, o que significa, inexoravelmente e qualquer que seja a
retórica, aceitar os parâmetros da economia de mercado e da ordem legal;
outra, minoritária, que pretende fazer da CUT uma central de luta contra o
sistema capitalista (RODRIGUES, 1990, p.22-23).

As tendências minoritárias consideram uma tentativa de desideologização da


CUT as posições expressas por Jair Meneguelli, ex-presidente eleito da CUT, ao
recusarem a definição da central como socialista, negando também a possibilidade do
socialismo como objetivo final. Jácome Rodrigues está atento à relação intrínseca entre
a questão burocrática e a ideologia:

A luta interna que se desencadeou no II CONCUT e continuou no III


CONCUT tinha como questão fundamental, aparentemente, as tentativas de
alterações, nos estatutos, propostas pela tendência majoritária, a Articulação.
No entanto, isso era apenas a superfície do problema. A questão de fundo era
inteiramente outra e dizia respeito, em última instância, ao papel que deve
desempenhar o sindicalismo no país e, especificamente, a CUT
(RODRIGUES, 1993, p.114).

Três anos depois, em 1991, acontecia o IV CONCUT, vigorando sob os novos


critérios de participação aprovados em 1988. Este congresso foi o mais tenso e
aguardado da história da CUT, com sua quase implosão em duas centrais.
Os ânimos exasperados do III CONCUT foram aprofundados ao longo dos anos
de 1989-1991, durante o processo de preparação para o quarto congresso e durante a
atuação da CUT neste intervalo de tempo.
A CUT, à revelia das posições tomadas em 1988, participou do chamado
“entendimento nacional” de Collor, em 1990, valendo-se para isso da semântica, arma
que passou a ser utilizada em larga escala para reinterpretar resoluções e o estatuto da
central.
A votação da executiva da CUT que optou pela participação do entendimento
nacional teve o resultado de 8 votos a favor e 6 contra, ou seja, uma pequena maioria.
Mesmo assim, a falta de sensibilidade política e o clima de tensão entre os blocos
ideológicos da CUT levaram-na à mesa do pacto social, desrespeitando 43% da direção
executiva da central. É a prática criticada pelas minorias cutistas da “ditadura da
maioria”., onde o mais importante passa a ser o número de votos absolutos, não levando
em conta o peso das minorias.
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A esquerda da CUT, desnorteada pela ação objetiva da Articulação no congresso
de 1988, foi abalada novamente, com o colapso do socialismo real e, via de regra, das
ideologias socialistas em escala mundial.
Neste CONCUT, a proporção dos delegados de base despencam, como já era
esperado: representam somente 17% dos 1.546 delegados credenciados (somente 8
delegados não compareceram). Alguns temas foram objeto de calorosos debates neste
“Congresso de Dirigentes Sindicais”: filiação à CIOSL, central sindical mundial de
orientação social-democrata; superestimação de algumas delegações; reduções de outras
delegações (principalmente das oposições); participação nos pactos sociais; e
proporcionalidade qualificada.
Por somente 21 votos de diferença foi aprovada a filiação a uma central sindical
mundial. Em março de 1992, durante a V Plenária Nacional da CUT, foi aprovado
oficialmente a filiação à CIOSL.
Outro ponto de divergência foi o número de delegados que alguns sindicatos
haviam tirado em assembléia. O critério para definir o número de delegados era o
número de sindicalizados em dia com o Sindicato, o que levou à manipulação destes
números por alguns sindicatos, e a criação de comissões de averiguação:
Tabela 1 – sindicalizados do Pará (após a averiguação)

Sindicato Rural Lista apresentada pela Número declarado à


Exetutiva da CUT – Pará Comissão de Averiguação
Bragança 30.000 filiados 13.365 filiados
Cametá 3.200 filiados 2.321 filiados
Altamira 9.476 filiados 600 filiados
Santarém 5.326 filiados 321 filiados
Óbidos 6.862 filiados 1.894 filiados
Almerim 4.000 filiados 643 filiados
Fonte: GIANNOTTI; LOPES NETO (1991, p.71).

Outro caso é descrito assim por Vito GIANNOTTI e LOPES NETO, acerca do
Sindicato dos Comerciários de Vitória - ES:
O Sindicato dos Comerciários, dirigido pela Articulação, declarou 12.000
sócios em dia com os cofres do Sindicato, em março de 91. Houve protestos,
pois o número era absurdo. Na declaração corrigida o resultado apresentado
foi 10.320. Nova recusa em aceitar esse número. Mas ficou por isso mesmo.
Dois meses depois a diretoria do Sindicato convocou eleições para renovação
da mesma, onde só votariam os sócios em dia. Essa mesma diretoria
declarou serem 1.800 os comerciários em dia com as mensalidades. Ficava
impossível provar que, dois meses antes, o número de sindicalizados era
10.320 (GIANNOTTI, 1991, p.72).
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Todas as posições defendidas pela Tese da Articulação foram aprovadas,
algumas por pequena margem de votos. Fica patente que, a Articulação preocupou-se
em assegurar seu controle a todo custo, o que implicou no redutor dos delegados da
Bahia e Minas Gerais e na anulação da votação de proporcionalidade qualificada,
aprovada por 1 voto de diferença5. A pequena margem de votos para a eleição da nova
direção (a menor diferença na história da CUT) foi de somente 2,16% (65 votos) dos
1.546 delegados. Por isso a oposição acusou a Articulação de, após ter feito a conta
dos delegados sob sua influência depois dos Encontros Estaduais, ter optado por
manobras que garantissem sua vitória naquele importante e decisivo CONCUT.
A fala de Jair Meneguelli, eleito presidente da CUT, ao Jornal da Tarde de 12 de
setembro de 1991 reflete o pensamento do campo majoritário cutista: “Em 1983, no
Congresso de fundação da CUT tiramos fora a direita. Neste IV CONCUT nos
livramos da esquerda”.
Para evitar o “racha” da CUT foi necessário a elaboração de um documento,
Bases para um compromisso, que estabeleceu uma trégua entre os campos em disputa,
mas não reviu nenhuma das propostas congressuais, principalmente a proporcionalidade
qualificada. Novamente, tal iniciativa partiu da Articulação, na política de “bater e
soprar” ao mesmo tempo.

CONCLUSÕES

A CUT entraria a década de 90 altamente burocratizada, mas não somente


burocratizada no sentido clássico weberiano de busca de uma racionalidade legal no
gerenciamento da máquina. Tratar-se-ia de uma racionalidade impregnada de
elementos ideológicos, não assumidos pela retórica, mas denunciados pela prática e
pelas correntes mais à esquerda do movimento operário brasileiro.
A sucessiva redução da participação das bases, o descumprimento de pontos
aprovados em plenárias e congressos, a falta de entendimento político interno, a
aproximação com as teses da social-democracia operária européia, com sua conseqüente
filiação à CIOSIL em 1992 são apenas alguns indicativos deste processo desencadeado

5
A proporcionalidade qualificada garantiria uma distribuição proporcional não apenas numérica, mas na
importância das funções na direção nacional da CUT. Maiores detalhes, GIANNOTTI, V. e NETO, S.L.,
op.cit, p.74 - 77.
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a partir de 1988, mas com raízes nas diferentes concepções de sindicalismo levada à
cabo por “autênticos” e oposições sindicais ao longo dos anos 60 e 70.
A convergência amistosa do fim dos anos 70 agora dá lugar a uma férrea disputa
interna, que leva constantemente a convergências com setores historicamente inimigos
da CUT em detrimento de entendimentos e acordos políticos que a pacifiquem por
dentro. As divergências passaram a ser o combustível que alimenta ortodoxias, tanto no
lado do campo majoritário quanto no campo da esquerda cutista.
Pode-se dizer que, do ponto de vista oposicionista, as normas internas, que
estabilizaram a central e a colocaram no caminho do sindicalismo-propositivo, também
contribuíram para a estabilização do movimento operário no Brasil. A participação, por
exemplo, nos órgãos tripartite, nas câmaras setoriais, levou a CUT para dentro de um
meio político complexo, cuja busca por respostas imediatas não permitiam proposições
propriamente políticas mais radicais. . Afinal, competiria agora também à CUT
gerenciar a crise do capitalismo.
A dimensão da sua estrutura interna, altamente verticalizada, fez com que
abandonasse objetivos históricos da classe trabalhadora, tornando-se a organização um
objetivo em si mesmo: dezenas de departamentos, algumas confederações e federações,
CUT-Regionais, Estaduais, distanciam cada vez mais a base do centro de poder da
CUT-nacional, sempre aos olhos da oposição de esquerda.
A tendência que a CUT adotou nos últimos anos nos leva a crer cada vez mais
numa convergência “propositiva” com o sindicalismo de resultados da Força Sindical.
A opção pela ordem, pelo sindicalismo oficial, dá à Central características parecidas
como o sindicalismo comunista da década de 60, assentado sobre o imposto sindical.
Conforme bem destaca Leôncio Rodrigues, é muito mais interessante controlar esta
estrutura do que destruí-la. Também é mais interessante assentar os sindicatos em
funções burocráticas e assistenciais, pondo de lado o avanço no processo de
sindicalização e envolvimento das bases. Boito Jr. (1991, p.80) destaca que a tendência
de adequação da CUT à ordem já se manifestara claramente desde a sua fundação:

[...] O Congresso de Fundação derrotou as propostas que previam alguns


tipos de filiação à CUT por fora da estrutura sindical oficial, para os
trabalhadores cujos sindicatos oficiais estivessem controlados por pelegos. O
III Congresso da CUT, em 1988, reforça essa integração ao diminuir a
representatividade das oposições sindicais nos congressos da central [...].
VII Seminário de Saúde do Trabalhador e V Seminário O Trabalho em Debate
“Saúde Mental Relacionada ao Trabalho”
Em 1995 a CUT assentava-se em mais de 2.000 sindicatos oficiais6, conquistou
a CONTAG7, além de controlar mais de 60% dos maiores sindicatos brasileiros, entre
eles a APEOESP, a entidade sindical com maior receita bruta na América Latina. Do
ponto de vista institucional, sim, a CUT avançou significativamente, ocupando o espaço
na estrutura oficial. Foi coerente com as novas concepções que passaram a norteá-la a
partir de 1988.
Entretanto, como destaca Boito Jr., os anos 80 foram os anos de maior atividade
grevista no Brasil, porém isso não redundou num aumento do nível de sindicalização
(pois, como era de se esperar, um sindicalismo assentado no imposto sindical
compulsório não necessita de grandes contingentes de associados). Além disso, ele
aponta, segundo dados do IBGE, uma propensão de sindicalização maior dos
trabalhadores menos propensos à greves: cerca de 73% dos associados buscariam
apenas os serviços jurídicos e assistenciais.
Levando em consideração o prisma de um segmento significativo da CUT (cerca
de 47%, das oposições, no IV CONCUT), a Central deveria ter uma ação política muito
mais efetiva no sentido de acirrar o conflito de classes e na construção de sua
independência diante da estrutura sindical corporativa.
Na mesma linhagem de argumentos, abandonar conscientemente o caráter de
"movimento", facilitou fortalecer o capital especulativo e a reestruturação produtiva
neoliberal e fragilizar ainda mais os trabalhadores. Contribuiu para o fracasso da greve
geral de 1996 e para a aceitação quase passiva da perda de direitos dos trabalhadores. A
adequação da Central ao sindicalismo corporativo, levou a abandonar a proposta de
uma nova estrutura sindical autônoma considerada aliás demasiadamente irreal por
alguns pesquisadores.
De qualquer modo, a CUT não avançou quase nada na conquista da estabilidade
no trabalho e na ratificação da Convenção 87 da OIT, que trata do pluralismo sindical.
Assistimos no Brasil, ressalvadas as diferenças, a um processo semelhante ao
ocorrido na Europa ao longo dos anos 80, período hegemonizado pela social-
democracia operária. Esta questão deveria ocupar o sindicalismo brasileiro.
6
Em 1993, a CUT possuía “35 mil dirigentes sindicais, 35 mil delegados sindicais e representantes de
CIPAS, 30 mil funcionários, sendo, por exemplo, 1300 advogados, 800 jornalistas, 300 economistas,
possibilitando a produção de seis milhões de boletins sindicais por mês, mais de 100 programas de rádio e
um programa nacional de televisão” RODRIGUES, I.J., APUD CARNEIRO, Gilmar . “Novo modelo de
desenvolvimento para o Brasil” mimeo, p.1, 04/05/93.
7
Segundo Iram Jácome Rodrigues, os departamentos, estruturas autônomas da CUT, estão sendo
gradativamente substituídos por federações e confederações, adequando-se ainda mais à estrutura vertical
oficial. Até 1995 a CUT controlava cerca de 12 dessas estruturas. Op.cit, p.183.
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“Saúde Mental Relacionada ao Trabalho”
Assentar o movimento operário apenas sobre o sindicalismo oficial e sua
estrutura é realmente limitar o poder de intervenção das massas. Inversamente, como
bem analisam Alain Bihr e Ricardo Antunes8 as novas tendências operárias na Europa,
há uma corrida e um ressurgimento grevista assentado em organismos
desburocratizados e autônomos do sindicalismo oficial.
A social-democracia, para Bihr, tem perspectivas que não ultrapassam as
reformas estruturais, regulando a relação capital e trabalho, mas não questionando o
poder e a forma de dominação burguesa. Sua política é institucionalizada e legalista
(sendo o socialismo reduzido à democratização da sociedade capitalista, centrando-se
prioritariamente na democracia política progressiva). É caracterizado também por um
forte fetichismo de Estado (BIHR, 1998, p.25).
Por fim, Ricardo Antunes, em seu artigo “Mundo do Trabalho e Sindicatos na
Era da Reestruturação Produtiva”, publicado inicialmente na Latin American Labor
News em 1993, texto incorporado às novas edições de Adeus ao Trabalho?, refere-se à
social-democratização da CUT e a seu acomodamento institucional:

Na Central Única dos Trabalhadores o quadro também é de grande


apreensão. Começa a ganhar cada vez mais força, em algumas de suas
principais lideranças, uma postura de abandono de concepções socialistas e
anticapitalistas, em nome de uma acomodação dentro da Ordem. O culto da
negociação, das câmaras setoriais, do programa econômico para gerir pelo
capital a sua crise, tudo isso está inserido num projeto de maior fôlego, cujo
oxigênio é dado pelo ideário e pela prática social-democráticas. Trata-se de
uma crescente definição política e ideológica no interior do movimento
sindical brasileiro. É uma postura cada vez menos respaldada numa política
de classe. E cada vez mais uma política para o conjunto do país, o “país
integrado do capital e do trabalho (ANTUNES, 1998, p.152-153).

REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Campinas: Editora Unicamp, 1998.
BIHR, Alain. Da Grande Noite à Alternativa: o movimento operário europeu em
crise. SP: Boitempo, 1998.
BOITO JR., Armando. Reforma e Persistência da Estrutura Sindical. In: BOITO JR.,
Armando (org.) O Sindicalismo Brasileiro nos Anos 80. Rio de Janeiro, RJ: Paz e
Terra, 1991.
8
“É por esse motivo que começam a ganhar maior expressão movimentos sindicais alternativos, que
questionam a ação eminentemente defensiva, praticada pelo sindicalismo tradicional, que se limita à ação
dentro da Ordem. Só a título de exemplo, pode-se citar os Cobas (Comitati di Base), que começaram a
despontar a partir de meados da década de 1980 na Itália (...) e que têm questionado fortemente os
acordos realizados pelas centrais sindicais tradicionais, especialmente a CGIL, de tendência ex-
comunista, que em geral têm pautado sua ação dentro de uma política sindical moderada”. ANTUNES, R.
Adeus ao Trabalho? Campinas: editora Unicamp, 1998, 5.ª ed, p.67.
VII Seminário de Saúde do Trabalhador e V Seminário O Trabalho em Debate
“Saúde Mental Relacionada ao Trabalho”
COMIN, A.A. A estrutura sindical corporativa: a consolidação das centrais sindicais
no Brasil. Dissertação de Mestrado. 1995. 171 f. Departamento de Sociologia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanos da Universidade de São Paulo, USP.
São Paulo. 1995.
GIANNOTTI, V. e NETO, S. L. CUT ontem e hoje. São Paulo, SP: Vozes, 1991.
MARTINS, H.H.T.S. O Estado e a Burocratização do Sindicato no Brasil. São
Paulo, SP: Hucitec, 1989.
OLIVEIRA, C.G. A Gênese da CUT. Campinas: Dissertação de Mestrado. 1995. 158
f. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, UNICAMP. 1996.
RODRIGUES, I. J. Trabalhadores, Sindicalismo e Democracia: a trajetória da CUT.
São Paulo, SP. Tese de doutorado. 1993. 251 f. Departamento de Sociologia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanos da Universidade de São Paulo, USP.
São Paulo. 1993.
RODRIGUES, L.M. CUT: os militantes e a ideologia. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra,
1990.
SALVADOR, S. Os Trabalhadores Param. São Paulo, SP: Ática, 1994, série Temas,
vol 32.

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