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Anatomia: O úmero proximal consiste da cabeça umeral, tubérculo menor, tubérculo maior,
sulco bicipital e diáfise umeral proximal. É importante diferenciar entre colo anatômico, que está
na junção da cabeça e dos tubérculos, e o colo cirúrgico, abaixo dos tubérculos maior e menor.
As fraturas do colo anatômico são raras, e apresentam prognóstico pobre, uma vez que o
suprimento sangüíneo para a cabeça é totalmente rompido. Por outro lado, as fraturas do colo
cirúrgico são comuns e está preservado o suprimento sangüíneo para a cabeça. O tubérculo
menor, área de inserção do músculo subescapular, fica no aspecto anterior do úmero e é
menor do que o tubérculo maior. O sulco bicipital fica entre os dois tubérculos,e está no
aspecto anterior do úmero proximal.O tendão do bíceps fica no sulco bicipital e está coberto
pelo ligamento umeral transverso. O tubérculo maior fica posterior e superiormente na diáfise
umeral e oferece inserção para os músculos supra-espinhal, infra-espinhal e redondo menor. O
tubérculo maior não protubera acima da cabeça do úmero. A glenóide é uma estrutura
convexa, rasa, conformada com aspecto de uma vírgula invertida, aproximadamente um terço
a um quarto da área da cabeça umeral. Articula-se com esta e também oferece inserção, em
seus limites externos, para o lábio e cápsula glenóides. O úmero proximal se articular com a
escapula e possui o ligamento glenoumeral. Os aspectos importantes dos músculos estão
explicados abaixo.
As fraturas do úmero proximal envolvem diáfise proximal, colos anatômico e cirúrgico, tubérculo
maior e menor e cabeça do úmero. São fraturas de tratamento geralmente cirúrgico, difícil, e
com muitas complicações, como pseudoartrose e fraturas viciosamente consolidadas. A
proximidade dessa região com os nervos ao redor predispõe a lesões. Nervos mais
comumente lesados: axilar (inerva deltoide e redondo menor), plexo braquial (medialmente ao
processo coracóide), nervo supra escapular (inerva mm supra e infra espinhais) e nervo
musculo-cutâneo (inerva bíceps braquial e coracobraquial).
O Conceito de quatro partes, nível mais frequente dos traços de fratura, divide úmero proximal
em: diáfise, tubérculo maior, tubérculo menor, cabeça.
. M. subescapular se insere no tubérculo menor e sofre desvio medial por rotação interna;
Quadro clínico é de dor, edema, crepitação local, impotência funcional e equimose, que
começa de 24 a 36h. Paciente deixa braço em rotação interna e abdução, apoiado no tórax. Se
a fratura esta no colo cirúrgico pode ter movimentos de rotação.
Sempre solicitar Rx em AP, escapular e axilar. TC pedida quando necessita-se de melhor
investigação sobre comunicação da cabeça do úmero.
>20%: cirúrgico.
: VELPEAU
Aula: Caso: luxação nunca deixa roxo. Pra articulação e planejamento cirúrgico, sempre pedir
TC. USG é para partes moles. RNM para tudo é boa. A equimose da foto é típica de fratura do
úmero proximal. Fraturas proximais do ombro: tipóia por 4 a 5 s, depois libera movimento sem
pegar peso. Ângulo cervicodiafisario, do centro da diáfise do úmero ate centro da cabeça, tem
que ter 135° - 150°. Quando esse ângulo estiver alterado, tratamento é cirúrgico. Úmero
proximal: Desviado mais de 1cm ou >5° dos fragmentos: é cirúrgico. Cada segmento do corpo
é uma regra.
Radiografia: AP, perfil, axial (para ver se tem luxação anterior ou posterior)
Tratamento conservador
. Imobilização em tipóia (4-6 sem) + Radiografias seriadas (nos primeiros 20 dias rx semanal
para ver se há desvio progressivo, sendo critérios de cirurgia.
. 2-3 sem.: ADM (amplitude de movimento) passivo; pendulo. Esses exercícios são prescritos
para casa, pessoa so tira tipoia para isso.
. 3 meses: força
Calo ósseo: forma em 15 a 20d. Depois de formado é mais difícil ter desvio.
Tratamento cirurgico: Placa bloqueada, fios percutâneos, aste intermedular, etc. Sempre com
angulação de 135. Prótese reversa (degeneração do tendão), se houver risco de necrose
sempre usar prótese.
FRATURA DE CLAVÍCULA
O prognóstico da fratura do terço distal varia de acordo com a classificação: tipo I: sem
desvio, distal aos ligamentos coracoclaviculares (conoide, trapezoide) e extra-articular; tipo IIA:
proximal aos ligamentos coracoclaviculares, o que provoca o desvio superior do fragmento
proximal da fratura; tipo IIB: entre o ligamento conoide e trapezoide, levando à rotura do
primeiro pelo deslocamento superior do fragmento proximal; tipo III: distal aos ligamentos
coracoclaviculares e intra-articular.
Anatomia
Mecanismo de trauma
• Trauma indireto:
Exame complementar
Exame clínico:
Tratamento
CIRURGICO:
Fraturas laterais (instável) por conta do ligamento coracovclavicular, as vezes o ligamento pode
estar inserido no terço proximal e distal 19 min
Indicações relativas:
Adultos:
- Fixação intramedular: 5-25% tem perda ou migração (fio de Kirschner dentro da medular da
clavícula)
Adultos:
→ Terço lateral:
Fixaçao coracoclavicular, placa e parafuso ou fio percutâneo (o parafuso tem que tirar entre 3 4
meses)
Fratura medial ao coracoide é tratada da mesma forma que o terço médio e lateral é tratada
igual à fratura lateral, por conta dos ligamentos coracoclaviculares
ANATOMIA:
MÚSCULOS DO
Vista Anterior – Dissecação Superficial
NERVO RADIAL DO BRAÇO
A diáfise é compreendida entre a inserção do músculo peitoral maior (na crista do tubérculo
maior) e início da borda supracondilar. As maiorias das fraturas ocorrem em seu terço médio.
Trauma indireto (quedas com o membro estendido) = fraturas oblíquas ou em espiral (idosos).
LESÃO DO NERVO RADIAL: nas fraturas diafisárias do terço médio e distal, especialmente
nas Lesões de Holstein- Lewis (tipo oblíquo ou espiral). Gerará paresia dos extensores do
punho (“mão caída”). Maioria com resolução espontânea em 3-4 meses, por se tratar de uma
neuropraxia (disfunção reversível do nervo).
Tratamento conservador (90%): imobilização com o braço junto ao corpo e cotovelo em ângulo
de 90º, através de tala engessada ou plástica tipo “pinça de confeiteiro” ou gesso cilíndrico com
tipóia, mantendo tração.
1-2 semanas, trocar método por órtese funcional (“BRACE”). Um tipo de imobilização que deixa
livre a articulação proximal e distal do membro, mantendo o mesmo alinhado. Manter por 6
semanas.
Tratamento cirúrgico: alinhamento inaceitável após a redução fechada, fraturas patológicas,
politraumatizado, fraturas associadas ao antebraço (“cotovelo flutuante”), lesão vascular,
fratura exposta, instabilidade grave.
Associação com a paralisia do nervo radial não indica cirurgia, pois maioria apresenta
recuperação espontânea. Cirúrgico quando paralisia após a redução, indicando o
aprisionamento do nervo no foco de fratura.
No caso de lesão do nervo radial o diagnóstico clínico é feito com a extensão dos punhos
fechados e extensão metacarpofalangica com as articulações interfalangianicas fletidas. O
estudo eletromiográfico e da velocidade de condução nervosa pode auxiliar no
acompanhamento somente a partir de, no mínimo, 3 semanas de lesão.
Após 6-8 meses sem a consolidação é considerada pseudoartrose, sendo mais significativa na
abordagem cirúrgica. Tratamento realizado com placas e parafusos ou haste intramedular,
ambos com enxertia óssea corticoesponjosa.
ÁUDIO DA AULA:
Na fratura de diáfise umeral podemos ter a fratura acima da inserção do músculo peitoral, no
meio entre peitoral e inserção do deltóide e abaixo da inserção do deltóide. As inserções
musculares que gerarão o desvio dos fragmentos. Caso seja proximal desvia para medial.
Fraturas distais do deltóide sempre lateral.
Sempre que há fratura de diáfise umeral há risco de lesão do nervo radial, que passa no terço
médio lateral, na região posterior. Se há essa lesão do nervo radial associada à fratura de
diáfise umeral chamamos de Lesão de Holstein-Lewis.
Avaliação da possível lesão de nervo radial: paciente apresenta sensibilidade na região dorsal
da mão? Consegue realizar a extensão dos punhos? A lesão deste nervo pode ser completa
ou apenas uma neuropraxia.
90% deste tipo de fratura trata-se conservadoramente. Observa-se os parâmetros que são
aceitos para que essa abordagem conservadora seja adotada.
SABER ESSES DESVIOS ACEITOS. Devemos olhar a cortical e ver se estão relativamente
alinhadas, paralelas. Não pode estar mais de 50% desalinhado.
CAI: 1º trata com a pinça de confeiteiro (vai da região lateral do ombro passa por toda a porção
lateral, cotovelo até face medial do braço, fazendo a imobilização com crepom). Fica dessa
forma por cerca de 2-3 semanas. Depois disso o edema estará reduzido, faremos, então, uso
do “BRACE” (idealizado por Sarmiento). Esse libera a movimentação do cotovelo (flexão e
extensão), e quanto mais movimentar o cotovelo, melhor é a consolidação da fratura, por ação
hidrostática muscular, comprimindo o foco de fratura.
GUARDAR SÓ ISSO: A grande maioria é com tratamento conservador.
Cirúrgico: pseudoartrose, fratura patológica (presença de osso não viável), fratura exposta-
NÃO PRECISA SABER ISSO NÃO.
Pseudoartrose é quando o osso não consolida, por mais de 6 meses. Tratamento conservador
de fratura de diáfise do úmero, 10% pode evoluir com pseudoartrose, quando fazemos uso da
abordagem cirúrgica até 15% vira pseudoartrose. Quando retira-se a placa e faz-se enxerto a
chance é de 20%, ou seja, sempre que possível devemos optar por uma abordagem não
cirúrgica.
FR: tipo de fratura (segmentar- mais de 2 fraturas no mesmo osso, transversa e cominuida),
fratura exposta, perda óssea, lesões múltiplas e imobilização inadequada.
ANATOMIA:
A articulação acromioclavicular (AAC) é uma diartrose plana vertical, localizada entre a parte
final da clavícula e medial a margem do processo acromial da escápula. A estabilidade da AAC
é realizada por ligamentos capsulares (ligamentos acromioclaviculares superior, inferior,
anterior e posterior) e ligamentos extracapsulares (ligamentos conoíde e trapezóide). É de
grande importância a estabilidade dinâmica proporcionada pelos músculos que cruzam a ACC
(deltóide e trapézio), promovendo suporte suspensório dinâmico durante o mecanismo de
elevação do membro superior. Na ruptura dos ligamentos acromioclaviculares e
coracoclaviculares, a estabilidade dinâmica proporcionada pela fáscia deltóide-trapézio torna-
se o principal estabilizador da AAC no mecanismo de elevação do MMSS. Principais funções
da AAC e de seus ligamentos são: suspender e ancorar a escápula na clavícula, sustentando o
peso do MMSS. Manter a largura do ombro por meio do comprimento da clavícula,
promovendo ancoragem e alavanca para guiar a rotação escapular, movendo o acrômio para
fora e evitando o impacto com o tubérculo maior durante a elevação do ombro. Proteger a parte
infraclavicular do plexo braquial, pelos ligamentos coracoclavicularesv, e os vasos subclávios.
A articulação acromioclavicular (AC) é uma juntura sinovial entre o acrômio da escápula e a
clavícula, envolvida nos movimentos de ombro acima dos 30º (>90º principalmente).
Estabilizada por ligamentos extracapsulares (ligamentos córaco-claviculares).
Causada por evento traumático, geralmente queda sobre o ombro. Mais comuns em homens.
CLASSIFICAÇÃO DE ROCKWOOD:
Tipo II: subluxação, com elevação mínima da clavícula e rotura da cápsula articular.
Tipo III: luxação com elevação da clavícula aponto de cavalgar sobre o acrômio e rotura das
cápsulas e dos ligamentos córaco-claviculares.
Imobilização não deverá exceder esse período- evitar a “síndrome do ombro congelado”
(capsulite adesiva).
Lesões tipo III em atletas, IV, V e VI= indicações cirúrgicas (redução aberta+ fixação
coracoclavicular).
ÁUDIO DA AULA:
Distancia do coracoide até a clavícula é maior que 1,3 cm, já pensamos neste tipo de fratura.
Tratamento cirúrgico: é cirúrgico para além do tipo III. Luxação até 100% do acrômio é
conservador, além disso, é cirúrgico.
A articulação Glenoumeral (GU) é a mais frouxa do corpo humano e permite o maior número
de movimentos (flexão, extensão, abdução, adução, rotação externa, rotação interna,
circundução).
Nas FIGURAS 1 e 3 você observa que a cavidade glenoide é rasa e tem uma superfície
articular menor que a da cabeça do úmero, o que traria grande instabilidade à articulação, não
fossem três fatores: (1) o labrum (lábio glenoidal) é uma estrutura fibrocartilaginosa que forma
uma orla que se prende ao contorno da glenoide, aumentando a sua profundidade para
articular a cabeça umeral; (2) reforço por ligamentos intracapsulares (ligamento
coracoumeral, ligamentos glenoumerais superior e inferior); e (3) reforço muscular (manguito
rotador: supraespinhoso, infraespinhoso, redondo menor e subescapular, e porção longa do
bíceps braquial). Os músculos do manguito rotador estão na FIGURA 5 do capítulo 5
(“Tendinites”). Esses ligamentos e músculos “seguram” a cabeça do úmero na glenoide,
prevenindo a luxação desta articulação...
AULA:
A luxação glenoumeral traumática é a mais frequente de todas articulações (45%), por conta da
ampla movimentação do ombro
Resulta de uma força em abdução, extensão e Rotação externa (no caso da luxação anterior)
• Direção da instabilidade
Radiografia:
- Série trauma (as vezes o paciente não consegue fazer a abdução do braço para fazer a axial
aí faz estas abaixo)
- Incidência de Stryker (põe a mão atrás da cabeça a 45°, com 10° de inclinação)
- Incidência oblíqua apical
. Hipócrates (antigamente)
. Imobilização: tempo?
LUXAÇÃO COTOVELO
AULA:
Homens entre 10-20 anos (principalmente com trauma por levantamento de peso)
Luxação no cotovelo ocorre mais no membro não dominante. Mais comum quando levanta
peso. Pode ser anterior, posterior, lateral ou medial, e quando cai com a mão estendida, ocorre
sempre no circulo de Horry. Sempre tem lesão ligamentar. Luxação simples de cotovelo lesa
sempre de lateral para medial (de acordo com a intensidade do trauma), lesa primeiro colateral
lateral, depois capsular e depois medial. Sempre avaliar neurovascular, se tem lesão de nervo
e de irrigação. Pedir Radiografia AP e Perfil e avaliar fraturas. Distância entre úmero e ulna é
até 1,02 cm. Mais que isto tem instabilidade. Reduzir, fazer supinação e pronação. Se estiver
luxando novamente mais de 30 graus, reduz novamente e imobiliza por 3 semanas. Quando
está instável, necessita de cirurgia, para fazer sutura dos ligamentos, ou colocar fixador
externo.
Compreende cerca de 11 a 28% dos traumas do cotovelo. Pode ser simples (sem associação
de fraturas) ou complexa (associada a fraturas) e representa quase 50% das luxações do
cotovelo. Tem-se encontrado luxação em todas as idades, com maior frequência nos pacientes
mais jovens, na terceira década. E a segunda luxação mais frequente, superada apenas pelo
ombro.
Mecanismo de trauma
A luxação do cotovelo ocorre por trauma indireto, quando o mesmo sofre uma força axial, em
valgo e supinação. Do ponto de vista anatomopatológico, a força traumática causa, a princípio,
ruptura do complexo ligamentar lateral, sobretudo a banda ulnar, e, em sequência, atinge a
cápsula anterior e a posterior e, finalmente, a banda anterior do complexo ligamentar medial.
Clinicamente, a deformidade é característica, percebendo-se a perda do triângulo formado
pelos epicôndilos e pelo olécrano, sendo de fácil diagnóstico. O mesmo é confirmado pela
radiografia em posições AP e perfil. A redução tende a ser tranquila sob anestesia focal ou
plexular. O tratamento tradicional é manter a imobilização por três semanas, e os resultados
costumam ser bons. Sempre que se reduz uma luxação, é preciso testar a estabilidade,
realizando movimento de flexão-extensão de 30 a 130°, que é o arco de movimento funcional
do cotovelo.
Quando, após a redução da luxação, há instabilidade na extensão até 60°, é preciso revisar,
detalhadamente, as radiografias, porque, em geral, existe associação de fratura, e esta deve
ser reparada. Em todas as luxações, principalmente nas laterais, é importante considerar a
possibilidade de interposição dos nervos mediano ou ulnar, tomando obrigatória a pesquisa
clínica destes antes e depois da redução. Tal interposição não é frequente, todavia, quando
ocorre, a indicação é cirúrgica.
Luxação instável
É muito raro que haja instabilidade do cotovelo após redução de luxação isolada, sem
associação com fratura. Sempre se deve recordar do conceito descrito por 0’Driscoll com
relação à luxação, ou seja, “sempre existe lesão da banda ulnar do ligamento colateral lateral e
da banda anterior do colateral medial, que é o último elemento a se romper”.
A “tríade terrível” descrita por Hotchkiss é constituída por: luxação do cotovelo com fratura da
cabeça do rádio e do processo coronóide. Causada por trauma de alta energia, há edema
acentuado, dor forte e restrição funcional da articulação. Após o estudo radiográfico, deve-se
reduzir a luxação, o que alivia a dor e facilita a interpretação das fraturas. Se houver dificuldade
de interpretação, a tomografia axial computadorizada com reconstrução em 3D facilita o
planejamento cirúrgico.
Instabilidade tardia
A técnica clássica descrita por Jobe, Stark e Lombardo (1986) utiliza o tendão palmar longo
como enxerto livre, que é inserido proximalmente no epicôndilo lateral através de orifícios, e
distalmente na ulna, no local da inserção do ligamento, após identificação do ponto isométrico
(Fig. 50.38). Pode-se usar, também, enxerto de cadáver de banco de tecidos, quando
disponível. Alguns cirurgiões preferem usar âncoras ósseas para reinserção do enxerto
tendíneo.
E preciso, ainda, lembrar a instabilidade medial, que pode surgir após trauma e ruptura aguda
da banda anterior do complexo ligamentar medial ou cronicamente em esportistas de
arremesso, quando o esforço repetitivo em valgo causa atenuação progressiva dessa porção
do ligamento. Os pacientes se queixam de dor aos esforços e dificuldade para atividades
diárias, mas, principalmente, quando fazem esforço ou arremessam (atletas). No exame físico,
observam-se instabilidade em valgo (teste com 30° de flexão), dor e/ou desconforto, com
manobra de milkingtest positiva (Fig. 50.39). Confirma-se a instabilidade com raio X em posição
AP com estresse em valgo. O tratamento consiste na plástica ligamentar com enxerto livre de
tendão (palmar longo, plantar delgado ou de banco de tecidos) com inserções proximal e distai
no ponto isométrico (cirurgia clássica de Jobe).
ANATOMIA:
FRATURAS DO ÚMERO DISTAL:
Anatomia: O úmero distal é formado por duas colunas, os côndilos medial e lateral, unidos
pelo “carretel” articular, formado pela tróclea e capítulo. A superfície articular se projeta
anteriormente em um ângulo de 30 graus. Este triangulo, formado pelas colunas e o carretel
de tróclea e capitulo, é fundamental para a estabilidade e mobilidade do cotovelo. O mau
alinhamento dos condilos causa limitação de extensão e flexão. A extensão do cotovelo é
limitada pelo contato do olecrano da ulna com a fossa do olecrano do úmero. Como a tróclea é
oblíqua, o cotovelo em extensão é em valgo. O capítulo umeral articula-se com a cabeça do
rádio.
No cotovelo, há pouca estabilidade óssea. A maior parte da estabilidade é feita pela cápsula e
os ligamentos. Os ligamentos colaterias mediais e laterais inserem-se diretamente na ulna.
Nenhum ligamento insere-se diretamente no rádio. O ligamento colateral lateral insere-se parte
no ligamento orbicular, parte na ulna e parte na fossa radial.
Fraturas de úmero distal não são comuns, mas são complexas, devido a grande extensão de
osso esponjoso. Pode ser divididas em três:
Tipo III – desvio sem contato entre as corticais. Os tipos 2 e 3 são tratados em 2 etapas. 1 -
redução fechada e 2 – fixação interna percutânea com gios de Kischner cruzados. Manter
imobilizado com cotovelo fletido por três semanas. Pode ter como sequela o cubitus varus, ou o
antebraço em varo, apenas estético, que pode ser corrigido cirurgicamente após 1 ano da
fratura.
- Nos adultos, a mais comum é a Intercondileana, após queda em cotovelo fletido. SEMPRE
exige tratamento cirúrgico, com redução aberta e fixação interna com placas e parafusos.
Deve ter mobilização precoce do cotovelo, para evitar rigidez articular posterior. Índice de
complicações de 30%!
- O terceiro tipo é a fratura de condilo lateral do úmero. Esta fratura é uma das poucas
indicações de redução aberta em crianças (cai muito em prova de residência, segundo o
Sinizio e medcurso).
FRATURA DE OLÉCRANO:
Classificação Mayo:
FRATURA DE MONTEGGIA
Fratura diáfise proximal da ulna + luxação da cabeça do rádio + fratura e luxação do rádio
proximal.
Mecanismo de lesão geral: queda da própria altura com a mão espalmada e antebraço em
pronação.
TIPO II: Fratura diáfise ulna + luxação posterior ou póstero lateral cabeça do rádio.
TIPO III: Fratura metáfise ulna + luxação lateral ou antero lateral cabeça do rádio.
TIPO IV: Fratura terço proximal rádio e ulna + luxação anterior da cebeça do radio.
Realizar redução anatômica da ulna e, a partir dessa, ocorre a redução do rádio. Se não
funcionar, cirurgia de cotovelo.
AULA: Sempre quando há fraturas no mesmo nível do rádio e ulna, há chances de ocorrer a
ancilostomose radio-ulnar, que é um osso sobe sobre o outro, perdendo o movimento de
pronosupinação. O antebraço nunca deve ser tratado com gesso, sempre cirúrgico, no intuito
de evitar a ancilostomose. Segundo ele, devemos guardar apenas o conceito dessa fratura.
FRATURA DO ESCAFÓIDE
Quando a artéria radial penetra no carpo ela se divide em dois ramos, um volar (palmar) e
outro dorsal. Estes dois ramos entrarão no Escafóide no sentido DISTAL para PROXIMAL, ou
seja, “no sentido contrário” (do órgão para o coração). O nome disto é circulação retrógrada.
Isto deixa a circulação do Escafóide mais lenta dificultando seu processo de consolidação,
permitindo a ocorrência de necrose avascular, não-consolidações e pseudoartroses.
Ligamento Radiocárpico Dorsal – É menos espesso e resistente que o palmar. Sua inserção
proximal é na borda posterior da extremidade distal do rádio. Suas fibras são dirigidas
obliquamente no sentido distal e ulnar e fixam-se nos ossos escafoide, semilunar e piramidal.
Ligamento Colateral Radial – Estende-se do ápice do processo estiloide do rádio para o lado
radial do escafoide.
Diagnóstico: dor à palpação do escafoide, Rx AP com dedos fortemente fletidos, perfil com 3
metacarpo em extensão, obliquas em 30° em pronação e supinação. É muito difícil ter
confirmação radiológica dessa fratura. Se os sinais clínicos forem muitos, deve-se
iniciar tratamento mesmo sem visão nos exames de imagem (Rx AP em desvio ulnar ou
punho fechado), que deverão ser repetidos em 2s. Se estiver normal, liberar a imobilização.
Se estiver com fratura evidente, continuar. Fraturas ocultas podem ser detectadas em TC ou
RNM.
Tratamento: Deve ser rápido para evitar complicações. As sem desvio devem ser tratadas com
imobilização, Gesso axilopalmar e cotovelo em 90° de flexão, antebraço em pronosupinação
media e punho em discreta extensão. Em 5s libera-se cotovelo. Em fraturas obliquas verticais
deve-se mobilizar articulações metacarpofalangicas dos dedos indicador e médio por 4s.
Fraturas do terço proximal tem maior tendência de necrose avascular, devendo o tempo de
imobilização ser maior. Fraturas instáveis >1mm, tratamento é cirúrgico (redução –
osteossintese). Fraturas do terço distal e tubérculo do escafoide são extraarticulares e de
prognostico excelente, tratamento com gesso curto, incluindo polegar e punho e discreta
extensão por 4 a 6s.
Complicações:
. Necrose do polo proximal: Suprimento sanguíneo desse polo se da por vassos intraosseos
que penetram pelo polo distal e tubérculo do escafoide. Com fratura proximal há prejuízo
circulatório. Não há prejuízo para consolidação, mas deve-se usar o mínimo de material de
síntese.
. Consolidação viciosa: Osso perde sua forma original e a relação com os ossos vizinhos
gera osteoartrose, gerando instabilidade no carpo. Deve ser feita osteotomia e interposição de
enxerto ósseo.
Aula: Caso clínico: primeiramente não foi visto no Rx fratura do escafoide. Se a dor
permanecer, repetir Rx AP com desvio ulnar ou punho fechado e RNM (padrão ouro para
avaliar escafoide) em 1/2s. Só assim pôde ser vista a lesão. A fratura oculta do escafoide
ocorre muito.
- Fratura do polo distal: gesso axilopalmar com extensão para o polegar, devido ao tendão que
se insere no escafoide. Pesquisar qual tendão é esse, eu ainda não achei.
- Por que usa luva gessada em alguns casos e axilo palmar em outros?
Braquial gessado (Áxilo Palmar gessado). Finalidade: fraturas, Tendinite, contusões e luxações
no cotovelo.
Necrose avascular é quando o osso morre e precisa fazer enxertia. A pseudoartrose é quando
não o osso não consolida.
Inervação sensitiva da mão: Em amarelo a área inervada pelo nervo ulnar, em roxo pelo nervo
mediano e em laranja o radial.
ANATOMIA DO RÁDIO
O rádio ocupa posição lateral à ulna e tem alguns pontos de referência ósseos importantes
para a função do cotovelo.
. Cabeça do rádio – localizada na extremidade proximal, tem formato cilíndrico com uma
depressão na superfície superior (fóvea articular) onde se articula com o corpo do úmero.
No espaço entre o rádio e a ulna há a membrana interóssea. Além de impedir a separação dos
dois ossos e aumentar a superfície para inserção dos mm. do antebraço e do “punho”, essa
membrana mantém as articulações radiulnares juntas.
As fraturas de rádio correspondem, em média, a 33% das fraturas do cotovelo; faixa etária
mais frequente 20-40 anos. Um em cada 3 casos envolve lesão associada (óssea e/ou
ligamentar). O mecanismo de trauma se dá por compressão axial da cabeça do rádio contra o
capítulo (do úmero), decorrente de queda com punho estendido e cotovelo em pronação,
forçando-o em valgo (fraturas por trauma direto são menos frequentes). O ligamento colateral
medial (LCM) - ou ligamento colateral radial - é uma das estruturas anexas mais importantes
para a estabilização da cabeça do rádio (esquema das “colunas gregas”). Quando o LCM é
lesado com a cabeça do rádio íntegra, ou vice-versa (ressecamento da cabeça do rádio com
LCM íntegro), o sistema se mantém estável. Já quando há ressecamento na cabeça do rádio +
lesão do LCM há descompensação.
Há ainda uma outa classificação (Morrey, 2000) que divide as fraturas em “simples”,
correspondendo aos tipos 1, 2 e 3, e “complicadas”, quando associadas a lesões ligamentares
(tipo 4).
DIAGNÓSTICO: radiografia simples (AP e perfil), podendo-se utilizar incidência oblíqua com o
cotovelo a 90º, com inclinação cefálica de 45º em relação ao úmero (ver imagem). Caso ainda
restem dúvidas é possível usar TC. Além disso, é importante lembrar que, caso o paciente
apresente dor na articulação radiulnar distal e na região da membrana interóssea, solicita-se
radiografia do punho (uma lesão ligamentar distal pode ser percebida pelo aumento do espaço
articular).
Mecanismo: queda da própria altura, com apoio palmar e cotovelo estendido com flexão maior
que 35º. Muito associado com luxação. Avaliar com radiografia AP e incidência de Greenspan
(oblíqua de com inclinação cefálica de 45º). Tratamento conservador (com gesso axilopalmar)
quando não há bloqueio da pronossupinação. Quando há bloqueio da pronossupinação é tipo 3
e está indicada a cirurgia. Quando a fratura é multifragmentar (mais de 3 fragmentos) está
indicada a ressecção + prótese (a prótese tem função apenas de espaçador) ou, quando
possível (a depender do número e tamanho dos fragmentos), pode-se fazer osteossíntese.
Quando a fratura é cominutiva e há uma perda de mais de 25% da cabeça do rádio o
tratamento é cirúrgico.
Em sua maioria ocorrem por força aplicada quando o punho encontra-se em flexão dorsal e o
antebraço em pronação. A fratura irá depender da posição da mão e do antebraço, da
qualidade do osso, da quantidade de força aplicada e do tipo de movimento.
. Fratura-extensão-compressão (Colles)
O quadro clínico pode ser composto por dor intensa na região distal do antebraço, deformidade
anatômica visível, com aspecto típico “em dorso em garfo” e desvio radial do punho. Deve-se
procurar alterações neurológicas por compressão do nervo mediano.
É definida por uma fratura da metáfise distal do rádio, com desvio angular posterior do
fragmento distal. O paciente chega com dor, tumefação e deformidade característica no punho
- deformidade “em dorso de garfo” (ver imagem). Pode vir associada à lesão da fibrocartilagem
triangular e à fratura por avulsão do processo estiloide da ulna. Há também a possibilidade de
lesão do nervo mediano.
FRATURA DE BARTON
FRATURA DE CHAUFFEUR
É a fratura do processo estiloide do rádio, devido a forças súbitas de desvio ulnar e supinação
(“fratura do motorista”), fazendo o ligamento radiocarpal produzir um mecanismo de avulsão. O
tratamento é cirúrgico, utilizando-se a fixação interna com fio de Kirschner ou parafuso.
ÁUDIO DA AULA:
As fraturas de Colles e Smith são extra-articulares. A diferença entre elas é que a de Colles
tem inclinação dorsal (se o paciente cair com a mão em supinação terá esse tipo de fratura) e a
de Smith tem a inclinação volar (queda com a mão em pronação).
A fratura de Barton (pode ser por flexão ou extensão) ocorre quando há comprometimento
intra-articular. No Barton verdadeiro há uma subluxação do carpo.
Parâmetros (aproximados): inclinação radial 20º; altura 10mm; inclinação do estiloide 10º.
ANATOMIA:
LIGAMENTOS
Correspondem a 10% das fraturas dos MMSS. Pedir RX PA, PERFIL E OBLÍQUA.
Para tratar sem cirurgia : ausência de pseudogarra e desvios rotacionais – Reduzir e imobilizar
por 3 semanas; retorno as atividades simples sem força de 4 a 6 semanas e todas as
atividades em 12 semanas. Tratamento cirúrgico: placas e parafusos, parafusos, fios de aço,
fixador externo dependendo de cada situação.
Fratura da Diáfise do metacarpo: caiu com algo na mão. As fraturas transversas dos
metacarpos centrais (3º e 4º metacarpos) são mais estáveis, pois estes ossos possuem
conexões ligamentares bilaterais, enquanto que as fraturas do 2º e 5º metacarpos tendem ao
desvio, que costuma ser dorsal. Tratamento semelhante ao das fraturas do colo do metacarpo,
porém aceita-se desvios de até 10 graus para o 2 e 3 metacarpos e 20 graus para o 4 e 5.
FRATURA INTERFALANGEANA
As luxações podem ser para medial, lateral, e mais comumente para dorsal.
Tratamento: reduzir (puxar o dedo), e manter estável, em leve flexão. Repetir radiografia em 7
dias. Testar a abertura para os 2 lados, se tiver abertura maior que 20 graus, tem lesão no
ligamento colateral e tem que operar. Imobilizar por 2 a 3 semanas. Se tiver lesão dos flexores,
fazer tenorrafia e imobilizar do lado oposto (em cima do dedo), para evitar a flexão destes
tendões. Se tiver lesão dos extensores, imobilizar em baixo do dedo.
FRATURAS DO POLEGAR
O segundo metacarpal mais fraturado, após o colo do quinto metacarpal, é o do polegar. Mais
de 80% dessas fraturas envolvem a base e são intra-articulares. Apesar de o primeiro
metacarpal estar sujeito a forças deformadoras representadas pelas musculaturas intrínseca e
extrínseca e não ter metacarpais adjacentes, o volume muscular da região tenar evita grandes
desvios, assim como diminui a possibilidade de aderência tendínea no foco da fratura.
As fraturas das falanges do polegar são menos comuns do que as das falanges dos outros
dedos e, na maioria das vezes, ocorrem por trauma direto. As fraturas da falange distai podem
ser classificadas como do tufo, longitudinais e transversas. As fraturas da falange proximal
podem envolver a cabeça, o colo, a diáfise (fraturas transversas ou oblíquas) e a base. As
fraturas instáveis costumam ser tratadas com fixação percutânea e fios de Kirschner.
AULA: Princípios:
– Aceita maior deformidade – Plano frontal: até 15-20˚ – Plano sagital: até 20-30˚
Programa de reabilitação