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Livro Branco
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da Física da Química
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Ana Paula Gravito,
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Edite Ma F iúza, Isabel Malaquias,
Ma Manuela F. da Silva,
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Margarida Neves,
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u. Margarida Valadares,
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Miquelina Mendes,
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Rolando Soares
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PORTUGUESA
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Ficha Técnica
• INTRODUÇÃO
• I A
I A E DA QUÍMC
CAPÍTULo 2 - MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO DA FÍSC
• Tipologia de estudo em Física e Química ..... ........... ......... ..... ........ ... .. ...... . . 45
• Tempo dedicado a actividades fora da escola...... ........ ......... .. ...... .. ...... .... . . 47
- Ensino Básico......... ......... ........ ...... .............. .......... ...... .............. ........ .. . 47
- Ensino Secundário.... ......... .... .......... .. .... ............... ...... ........ ............... ... 48
• Tempo ocupado com actividades extracurriculares......... .......................... .. 50
- Ensino Básico. ............. ........ ............. ...... ..... .......... ............. ........... .. .... . 50
- Ensino Secundário....... ........... .................. ............................... .......... ... 50
• Opinião sobre os livros de texto......... ..... .. ....... ............... ........ ................... . 51
- Ensino Básico.. ....... ... ............ ......... ................... ......... ........ ................. . 51
- Ensino Secundário..... .......... ............................ ... ......... ............... .......... 52
- Ensino Superior.......... ............................... ........... .. ......... ....... .. ............ 52
• Factores de motivação... .................... ......... ........ ....... ........ .... ............... ...... . 53
- Ensino Básico ...... .... ....................... ..... ........... ......... .. ............. .... ... ... ... . 53
- Ensino Secundário.... ......... ....... ... ..... .... ....... .. ..... ........ ..... ... .. .. ...... ...... .. 54
- Ensino Superior ..... .............................. ................. .... .......... .......... ... .... . 55
• Razões da desmotivação............ .... ... ........... ......... .. .................. .............. .... . 57
- Ensino Básico..... ........... ....... .......... ..... ................. .... ... ....... ................. . 57
- Ensino Secundário.... ... ... ..... ...................... .. .. .................. ................... . . 58
- Ensino Superior............ ........ ........ ............................. ... .. .......... ..... ..... . . 59
II
III
IV
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniõts dos Alu nos 2003
I ntrodução
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I n trodução
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I ntrodução
II
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
I n trodução
Nos últimos 30 anos foram construída 344 escolas, uma média de cerca de I I
escolas por ano, com incidência de construção nas décadas de 70 e 80 (tabela
I ). Relativamente ao tipo de escola, predominaram as escolas secundárias com
3° ciclo. Na página 63 do mesmo relatório ( DGAE, 2002) pode ler-se . . . esta "
C ronologia do estudo
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Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opin iões dos Alu nos 2003
I ntrodução
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
este capítulo descrevem-se as amostras de alunos em função de características
como, sexo, idade, níveis de instrução do pai e da mãe, repetências nos ensinos
básico e secundário e opções de acesso ao ensino superior, agrupamentos
frequentados e agrupamentos e cursos que pretendem seguir e/ou q ue
frequentam. Faz-se também uma caracterização sucinta dos al unos que
frequentavam as escolas do estudo.
CAPÍTULO 2 - MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO DA FÍSICA E DA
Q U Í M ICA
Como factores de motivação foram consideradas as horas dedicadas a
actividades extra curricu lares ( fora e dentro da escola), opiniões sobre os l ivros
de texto uti l izados nos ensi nos básico e secundário, opiniões sobre a motivação
e desmotivação e respectivas causas.
FÍSICA E DA Q U Í M ICA
Neste capítulo apresentam-se as opiniões dos al unos sobre a auto-avaliação do
desenvolvi mento global, os processos de ensino com que aprendem melhor e as
relações destas variáveis com a classificação, o interesse e a motivação.
CAPÍTULO 5 P E RSPECTIV AS SOBRE ACTIV I DADES
-
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
I ntrodução
Os autores do
Livro Branco da Física e da Química - Opinião dos Alunos 2003
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opin iões dos Alu nos 2003
CAP Í T U LO 1 - C A RACTERIZAÇ Ã O DA A M OSTRA
Aveiro 85 16 30 19
Beja 24 5 lO 6
Braga 83 16 26 17
Bragança 23 4 13 8
Castelo Branco 28 5 13 8
Coimbra 46 9 23 15
Évora 22 4 9 6
Faro 56 I I 19 12
Guarda 27 5 15 10
Leiria 43 8 23 15
Lisboa 1 78 33 90 58
Portalegre 23 4 7 5
Porto 1 68 31 57 37
Santarém 56 I I 28 18
Setúbal 84 16 41 27
Viana do Castelo 29 5 16 10
Vila Real 34 6 18 12
Viseu 58 I I 26 17
TOTAL 1 067 200 464 300
Do total de 500 escolas, responderam 243, das quais 67 eram básicas (EB), 1 07
secundárias (ES), 49 secundárias com 3° c iclo ( ES3), 1 9 básicas com
secundário ( EB2,3/S) e I secundária artística (ESA). A amostra final das
escolas do estudo representava 49% da amostra i n i c i a l de escolas com 9° e I 1 °
anos e cerca de 1 6% da população.
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Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da A m ostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
Tabela 1.5. Distribuição dos alunos por nível de ensino e por distrito
A mostra fin a l de alu nos
DISTRITO %
9° ano % 1 1 ° ano Total / N
Aveiro 328 11 360 9 688
Beja 35 1 34 1 69
Braga 329 11 191 5 520
Bragança 1 23 4 76 2 1 99
Castelo B ranco 84 3 245 6 329
Coimbra 33 1 11 334 8 665
Évora 73 2 80 2 1 53
Faro 282 9 1 57 4 439
Guarda 1 27 4 1 46 4 273
Leiria 1 20 4 1 66 4 286
Lisboa 304 10 683 17 987
Portalegre 40 1 77 2 1 17
Porto 323 I I 410 10 733
Santarém 1 32 4 305 8 437
Setúbal 267 9 415 lO 682
Viana do Castelo 36 1 49 I 85
V i la Real 30 I 84 2 1 14
Viseu 97 3 227 6 324
Escola não identificada 7 12 19
TOTAL 3068 1 00 405 1 100 7 1 19
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Capítu lo 1 - Caracterização da Amostra
7-
Cursos gerais Cursos tecnológicos
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Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
Ensino Superior
• 3042 (99%) alunos do ensino básico, dos quais 55% dos alunos
respondentes eram do sexo feminino e 45% do sexo masculino;
• 4029 (99%) alunos do ensino secundário, dos quais 55% dos alunos
respondentes eram do sexo fem i nino e 45% do sexo mascul i no;
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Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
• 743 (95%) alunos do ensino superior, dos quais 49% dos al unos
respondentes eram do sexo feminino e 5 1 % do sexo masculino.
• 2998 (98%) alunos do ensino básico, com uma média de idades de 1 5,02
anos, (desvio padrão = 1 ,0 1 ), idade mínima 1 2 anoS (2 alunos) e máxima 20
anos (3 alunos).
• 3986 (98%) alunos do ensino secundário, com uma média de idades de
1 6,75 anos (desvio padrão = 0,84); idade mínima 1 4 anos e máxima 22
anos.
• 770 (99%) alunos do ensino superior, com uma média de idades de 1 9,5 anos,
(desvio padrão = 2,28), idade mínima 1 7 e idade máxima 38 ( I aluno).
A distribuição por idades dos alunos dos 3 níveis de ensino está representada
na tabel a 1 . 1 0, em percentagem de respostas.
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Capítulo 1 - Caracterização da A mostra
Ensino Básico
Responderam a esta questão 2983 al unos do 9° ano (97%) e os resultados estão
registados na tabela 1 . 1 1 , em percentagens de respostas.
O nível de instrução dos pais e mães da maioria dos alunos do 9° ano ( 85%)
situa-se entre um nível de instrução mínimo, a instrução primária completa e
um máximo, o equivalente ao 1 1 0 ano de escolaridade, veri ficando-se que, em
média, cerca de 4,5% dos pais e das mães nunca frequentaram a escola ou têm
a instrução primária incompleta e 1 4% têm o equivalente ao ensino secundário
( l 0°1 1 1 ° ano).
Apenas cerca de 1 1 % dos alunos do 9° ano referem que o pai e a mãe têm um
curso médio ou superior e 3% têm um nível de instrução correspondente a
pós-graduações, mestrados e doutoramentos. Comparando os níveis de instrução
do pai e da mãe, verifica-se que, sob o ponto de vista sociológico, existe a
tendência da maioria dos pais dos al unos do estudo terem o mesmo ou níveis de
instrução próximos.
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Capítulo 1 - Caracterização da A m ostra
Ensino Secundário
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
diminuição dos mínimos, isto é, em média, o nível de instrução dos pais dos
alunos do 1 1 ° ano é mais elevado do que o dos pais dos al unos do 9° ano.
Ensino Superior
Responderam a esta questão 778 dos alunos do ensino superior (99,6%) e os
resultados estão registados na tabela 1 . 1 3, em percentagens de respostas.
Tabela 1. 13. Níveis de instrução dopai e da mãe dos alunos do ensino superior (1/0)
Pai Mãe
Nunca frequentou a escola/Inst. primária incompleta 2 3
Instrução primária completa 25 25
2° ano l iceal (6° ano escolaridade) 9 I I
5° ano l iceal (9° ano escolaridade) 16 15
7° ano l iceal ( 1 0/ 1 1 anos escolaridade)
° 18 19
Curso médiolbacharelato 10 6
Curso superior/licenciatura 14 17
Outros (nível superior ao de l icenciatura*) 6 4
Total 1 00 1 00
* Pós-Graduação (pai 1, 4%; mãe 1, 0%), Mestrado (pai 1, 9%; mãe 1, 4%) e
Doutoramento (pai 2,3%; mãe 1,2%)
o nível de instrução da maioria dos pais dos alunos do ensino superior (69%)
situa-se entre um nível mínimo, instrução primária completa e um máxi mo,
equivalente ao actual J J O ano escolaridade (antigo 7° ano liceal),
verificando-se ainda que, em média, cerca de 2% dos pais e 3% das mães
nunca frequentaram a escola ou têm a instrução primária incompleta e 1 9%
possuem o equivalente ao ensino secundário. Aproximadamente 24% dos
alunos referem que o pai e 23% a mãe, possuem um curso méd io ou um curso
s uperior e uma méd ia de 5% têm níveis de in strução correspondentes a
pós-graduações, mestrados e doutoramentos.
No gráfico 1 . 1 apresentam-se os resultados globais dos alunos dos 9° e 1 1 ° anos
e ensino superior em percentagem de respostas, tendo-se associado os resultados
correspondentes às categorias 1 - nunca frequentou a escola e 2- instrução
primária incompleta e às categorias 9- pós-graduação, 1 0- mestrado e
1 1 - doutoramento
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Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
Gráfico l . l. Percentagens médias dos níveis de instrução dos pais dos alunos
do estudo (%)
35
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n í ve i s de i n s trução
o nível de instrução dos pais e das mães da maioria dos alunos do estudo (33%
EB, 26% ES, 25% ESup.) é o 4° ano de escolaridade, embora este nível de
instrução predomine sobretudo entre os pais e mães dos al unos do EB (gráfico
1 . 1 ). G lobalmente, o nível de instrução dos pais e mães dos al unos do 1 1 ° ano é
signi ficativamente mais e levado do que o dos alunos do 9° ano e o dos alunos
que frequentavam o ensino superior é também mais elevado do que o dos
alunos dos 9° e I I ° anos.
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2 003
Capítu lo 1 - Caracterização da A mostra
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Capítulo 1 - Caracterização da A mostra
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Capítulo 1 - Caracterização da A mostra
Raparigas 53 7 10 20 10 1 00
Ra azes 56 10 II 7 16 1 00
(chi quadrado estatisticamente significalivn cnm p <0, 0 1)
33
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
Ensino Secundário
Foi colocada aos alunos do 1 1 0 ano uma questão igual à dos alunos do 90 ano
sobre a intenção de prosseguir os estudos. Responderam 4046 (99%) dos
alunos do I 1 0 ano do ensino secundário, dos quais 84% dizem querer
prosseguir o estudos, 3% dizem não e 1 3% dizem não aber. Dos alunos que
dizem querer prosseguir os estudos, 90% prefere prosseguir estudos nas
Uni versidades e 1 0% nos I nstitutos Politécnicos. Na tabela 1 .20 estão
registados os resultados da intenção de prosseguir estudos de acordo com o
sexo, em percentagem de respostas.
Tabela 1. 20. intenção de prosseguimento de estudos de rapazes e raparigas
do 1 1 ° ano no ensino superior (%)
Pretendem continuar estudos Raparigas Rapazes G lobal
Sim 87 80 84
ão 3 4 3
Não sabem 10 16 13
Total 1 00 1 00 1 00
(chi-quadrado estatisticamente significativo com p <0,01)
Tal como nos alunos do 9° ano, há significativamente mais raparigas a
pretenderem prosseguir os estudos no ensino superior do que rapazes e estes
mostram-se também mais indecisos nessa intenção. Do total de alunos do I 1 0
ano que re ponderam "sim", 87% das raparigas e 80% dos rapazes pretendem
prosseguir os estudos no ensino superior, correspondendo respectivamente a
5 8% de raparigas e 42% de rapazes do número total de estudantes.
Fazendo o mesmo tipo da análise para a escolha entre o ensino universitário e o
politécnico, obtiveram-se os resultados da tabela 1 .2 1 , em percentagem de
respostas.
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítu lo 1 - Caracterização da Amostra
Ensino Básico
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Capítulo 1 - Caracterização da A m ostra
Ensino Secundário
Responderam a esta questão 2604 al unos (64%), dos quais 1 06 (2%)
responderam não saber e 1 447 (36%) não responderam. O total de casos
vál idos foi 2498 (62%) e destes, 2 1 95 (88%) indicaram 2 opções, 1 684 (67%)
indicaram 3 opções e 1 5 7 1 (63%) ind icaram 4 opções, isto é, mais do que um
curso. Os resultados, em nO de alunos que responderam por curso e respectivas
percentagens, estão registados na tabela 1 .23.
Do total da categoria "Outras engenharias", nas 4 opções ( 1 40 respostas), 27
( 1 9%) alunos referiam pretender seguir Engenharia Aeroespacial ou
Aeronáutica; na categoria "outros", 3 al unos referiam querer mudar de curso ou
dão respostas "exóticas", como por exemplo, "o curso que der mais dinheiro"
e, na categoria "Educação", 5 a lunos referi ram pretender seguir o Ensino de
Física e Química.
Na tabela 1 .24 registaram-se os resultados da análise resumida por área dos
cursos, por ordem decrescente de frequência da escolha. Os alunos pretendem,
maioritariamente, seguir cursos na área da saúde, seguindo-se cursos na área
das engenharias e cur os na área das ciências. Cerca de 1 2% dos alunos
escolhem cursos muito diversos, inclu indo cursos não contemplados no
Agrupamento I , que exigem Física e Química, como Economia, Gestão e
outros. I sto prova que entre o 1 1 ° e o 1 2° ano, da amostra de alunos do estudo,
alguns irão provavelmente mudar de agrupamento ou seguir cursos não
relacionados com a Física e a Química.
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco d a Física e d a Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 1 - Ca racterização da A mostra
Tabela 1.23. R di
- - .- - -- - - - � �� �� do 1 1 °
� � - -- - . - di 0 -' · ·
- - -. . -- -- . .. - -
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Livro Branco da Física e d a Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
Tabela 1.24. Cursos pretendidos por grandes áreas de categorias em percentagem relativa dos cursos escolhidos
. . -, - lacão ao total de cursos escolhidos nas 4 - -- -
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Capítu lo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 1 - Caracteriz ação da Amostra
Ensino Superior
Os alunos respondentes frequentavam 33 cursos d istribuídos de acordo com a
tabela 1 .27 e agrupados em 28 categorias.
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos AJu nos 2003
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
CAP Í TULO 2 MOTI VAÇ Ã O PARA O ESTUDO DA
-
F Í SICA E DA Q U Í M I C A
A maioria dos a lunos quer do 9° ano (67%), quer do I I ° ano (67%) estuda
preferencialmente nas vésperas dos testes de avaliação e dependendo da
dificuldade do assunto. Apenas uma média de cerca de 23% dos alunos
estudam com regularidade, à medida que a matéria é leccionada, embora haj a
uma evolução sensível deste ú ltimo padrão nos alunos d o 1 1 ° ano. O padrão de
métodos de estudo é muito semel hante entre os alunos dos dois níveis de
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Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Qu ímica
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítu lo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
Os rapazes do 9° ano estudam mais nas vésperas dos testes e as raparigas com
regularidade e dependendo da dificuldade dos assuntos. Os rapazes estudam
menos do que as raparigas em termos de regularidade e conforme a dificuldade
dos assuntos (tabela 2 . 3 ) .
O padrão de estudo das raparigas e dos rapazes do 1 1 ° ano (tabela 2 .4) é
idêntico ao dos alunos do 9° ano, aumentando nos rapazes (44%) e diminuindo
nas raparigas (33%), a tendência para o estudo na véspera dos testes. Há u m
aumento significativo d o estudo regular nas raparigas d o I I ° ano (30%) em
relação às do 9° ano (23%) e também aumenta a diferença desta tipologia de
estudo entre rapazes e raparigas.
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Qu ímica
têm explicações. Uma grande maioria dos alunos, cerca de 83%, demora I hora
e menos no trajecto casa - escola, mas 1 7% demoram 2 horas e mais. Outras
percentagens de resposta mais ou menos significativas, indicando a ocupação
de mais de uma hora por dia, dizem respeito à aprendizagem de uma l íngua
estrangeira (46% - I a 2 h), à prática uma modal idade desportiva (53% - 2 h e
mais) e aos j ogos de computador (4 1 % - 2h e mais).
Da anál ise por sexo, verifica-se que os rapazes ocupam mais as suas horas
extracurriculares com activ idades desportivas e j ogos de computador do que
as raparigas e estas ocupam mais o seu tempo em actividades como aprender
uma língua estrangeira. As raparigas têm, em geral, mais explicações do que os
rapazes, o que poderá signi ficar, face a outros dados de sucesso, que a
competição por melhores notas, leva os alunos a buscarem fora da escola
oficial o apoio que l hes permitirá atingir esses objectivos.
Numa questão aberta em que se pedia para especi ficarem outra ocupação do
seu tempo fora da escola, apenas 1 1 5 alunos do 9° ano (4% dos respondentes)
especi ficaram esta última, o que corresponde a cerca de 4% quer do total de
alunos, quer do de respondentes. Da anál ise de conteúdo destas respostas,
verificou-se que os alunos do 9° ano ocupam também o seu tempo com
actividades como por exemplo, a música, as artes, o teatro, a catequese, o
desporto, os computadores, ler e trabalhar e aj udar os pais em casa.
Ensino Secundário
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Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Química
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Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Quím ica
Ensino Básico
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Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Quím ica
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
Tabela 2. 9. Opinião dos alunos do 90 ano sobre os livros de Física e Química (%)
M á / M uito Razoável Boa M u ito Boa Médias
má
SOano 9°ano SOano 9°ano SOano 9°ano SOa no 9°ano SOaDo 9°ano
Física 6 8 43 39 42 43 9 10 3,50 3,52
Química 7 7 41 38 42 43 10 12 3,52 3,57
A maioria dos alunos do 9° ano tem uma opinião razoável e boa sobre os livros
de Física (83%) e de Química (82%).
Ensino Secundário
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Química
A maioria dos alunos do ensino superior avalia também como razoáveis e bons
quer os livros de Física (80%), quer os de Química (78%) que uti l izaram no
ensino secundário, embora com percentagens inferiores às dos alunos do 9° e
1 1 ° anos.
Os dados das tabelas 2 .9, 2 . 1 0 e 2 . 1 1 sugerem que a opinião dos estudantes
sobre os l ivros de Física e Química uti l izados é progressivamente menos
favoráve l : cerca de 7% dos estudantes do EB, 1 1 % do ES e 1 7% do ensino
superior têm uma opinião má ou muito má. A percentagem de alunos que
consideram razoáveis e bons os l ivros de Física e Química diminui desde o
ensino básico até final do secundário. De forma global, pode dizer-se que as
aval iações de razoável e bom são dominantes (> 8 1 % para Q e > 82% para F)
nos 9° e 1 1 ° anos e também na apreciação dos al unos do ensino superior (78%
para Q e 80% para F).
Factores de motivação
Pediu-se aos alunos que aval iassem a sua motivação para o estudo da Física e
da Química, util izando as opções de resposta: 1- sim, 2- não e 3 - assim-assim.
Ensino básico
Tabela 2. 12. Motivação para o estudo das disciplinas de Ciências dos alunos
d0 9°ano (%)
Física Quím ica M atemática Ciências da Natureza
Sim 36 44 44 57
N ão 29 24 28 17
Assim-assim 35 32 28 26
54
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Química
Tabela 2.12. Motivação para o estudo das disciplinas de Ciências dos alunos do
J JOano (1/0)
Física Química Matemática CTV
Sim 39 53 43 70
Não 25 15 22 lO
Assim-assim 36 32 35 20
À pergunta sobre o nível de motivação para o estudo das diferentes discipli nas
do 1 2° ano responderam uma média de 686 estudantes (88%) da amostra. O
número de al unos que se pronunciou sobre cada uma delas foi o seguinte: 652
(83%) sobre a Física, 703 (90%) sobre a Química, 768 (98%) sobre a
Matemática e 6 1 9 ( 79%) sobre a Biologia. A tabela 2. 1 3 apresenta a
distribuição das respostas dos estudantes para cada uma das d iscipl i nas
estudadas no 1 2° ano em percentagem.
Os a lunos sentiram-se mais motivados para estudar Biologia, seguindo-se a
Química, a Matemática e a Física. Comparando os resultados das tabelas 2. ] I ,
2 . J 2 e 2. J 3 podemos observar que há uma melhoria percentual da motivação
para o estudo das quatro disciplinas, assinalando-se um decrésci mo apreciável
( 1 4%) na discipl ina de Biologia ( 1 2° ano) em relação a CTV ( 1 1 ° ano), o que
parece corroborar estarmos perante escolhas já feitas pelos alunos que estão a
frequentar o ensino superior. Os resultados indicam também um ligeiro
aumento dos i ndicadores de motivação para o estudo da F ísica entre o EB e o
ESup, quando comparados com os das outras áreas científicas (36% no 9° ano,
39% no 1 1 ° e 49% no 1 2°).
55
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
56
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Química
Razões da desmotivação
Pediu-se aos al unos que indicassem razões da possível falta de motivação para
o estudo da Física e da Química, mesmo que apenas em certos momentos. Os
alunos podiam escolher mais do que um motivo.
Ensino Básico
Responderam 3038 al unos (99%) do 9° ano, cujos resultados foram registados
na tabela 2 . 1 7, em percentagem de respostas.
Os al unos do 9° ano apontam como razões para a sua falta de motivação no
estudo da Física e da Química, os segui ntes factores, por ordem decrescente de
importância:
• A matéria ser difíci l
• O livro adoptado não entusiasmar para o estudo da discip l ina
• Ter dificuldades em Matemática, razão signi ficativamente mais relevante
no caso da Física (27%) do que na Qu ímica ( 1 7%)
•
Não ser capaz de apl icar_ os conheci mentos teóricos na resol ução de
exercícios, factor que continua a ser mais igni ficativo na Física (24%) do
que na Química ( 1 9%)
• Os assuntos tratados serem muito desl igados da realidade e pouco
interessantes, sobretudo no caso da Física.
A Física apresenta maiores índices de desmotivação do que a Química, excepto
no que se refere às razões: (i) professores só fazerem demonstrações e não
darem oportunidade aos alunos para participarem na realização de
experiências e ( i i ) não compreenderem as experiências.
57
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
Numa questão aberta, 1 95 7 alunos (64%) assinalaram ter outras razões, mas
destes apenas 53 (2,7%) as especi ficaram, podendo resumir-se basicamente em
duas categorias: a "matéria de Física não ser interessante / não gostar da
matéria" e "falta de atenção e de estudo".
Ensino Secundário
58
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 2 - M otivação para o estudo da Física e Quím ica
Ensino Superior
Foi colocada urna questão aos a lunos do ensino superior para indicarem uma
ou mais razões que justifiquem o facto de, no J r ano, não se terem sentido
motivados para frequentar qualquer uma das disciplinas Física ou Química.
Responderam 496 al unos (64%) no caso da Física e 362 (46%) no da Química.
Relativamente à causa mais frequente, quer em Física quer em Química, o
número de respondentes foi l igeiramente mais e levado, sendo 522 (67%) no
caso da Fí ica e 373 (48%) no caso da Química. Os resultados apresentam-se
na tabela 2 .20, em percentagem de respostas.
59
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítu lo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
60
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítu lo 2 - M otivação para o estudo da Física e Química
61
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 2 - Motivação para o estudo da Física e Qu ímica
Pode concluir-se que a principal causa dos alunos do 1 2° ano não frequentarem
as disciplinas de Física e Química é o facto delas não serem consideradas
especificas nos critérios de ingresso no curso superior. No entanto, não deixa
de ser importante ter em atenção que os alunos consideram, como segunda
causa de desmotivação, não terem sido suficientemente incentivados para o
estudo da Física e que o insucesso nos exames nacionais desta discipl ina era
desmotivador, enquanto que, para a Química, era apenas o facto natural
daquela discipl ina não ser fundamental para o curso que pretendiam seguir
(estavam a seguir actualmente) no ensino superior.
62
Livro Branco da Física e da Químka - Opiniões dos AJu nos 2003
CAP Í T U LO 3 I NT E R ESSE DOS ASSUNTOS D E F Í S I C A E
-
D E QU Í M ICA
, http:www3 .oces.mces.ptldoes/relatorios
63
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítu lo 3 - Interesse dos assu ntos de Física e de Química
Ensino superior
Responderam 753 (96%) alunos do 1 0 ano do ensino superior de c iências e
engenharias e os resultados estão na tabela 3.3, em percentagem de respostas.
66
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Química
67
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I nteresse dos assuntos de Física e de Química
50%
1 0%
0%
Tal como os alunos dos 9° e 1 1 ° anos, a maioria dos alunos do ensino superior
considera os assuntos de Física (85%) e de Química (83%), do 1 2° ano,
razoavelmente interessantes e muito interessantes.
Para mais de 8 1 % dos alunos do 9° ano e de 80% dos do 1 1 0, os assuntos de
Física e de Química são considerados como razoavelmente e muito
interessantes, embora quer para uns, q uer para outros, os assuntos de Química
sejam considerados mais interessantes do que os de Física. Para os alunos do
68
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opiniões dos AJunos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assu ntos de Física e de Química
Pela análise das respostas de rapazes e raparigas quer do ensino básico, quer do
secundário, quer do superior pode concl uir-se que os rapazes se interessam
significativamente mais pela Física e as raparigas mais pela Química. No
ensino básico não há diferença significativa entre rapazes e raparigas em
relação ao interesse pelos assuntos de Química. Na transição do EB para o ES,
verifica-se uma diminuição global do interesse quer pela Física, quer pela
Química, mas parcialmente, aumenta o interesse das raparigas pela Química e
dos rapazes pela Física.
69
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 3 - I nteresse dos assuntos de Física e de Qu ímica
w 3 • E 8 Interesse da Física
VI
� 2,5 � E 8 Interesse da Química
'"
w o E S Interesse da Física
f- 2
:!: O E S Interesse da Qulmica
1 ,5
0,5
o
Sim Assim-assim Não
MOTIVAÇÃO
Apesar da grande maioria dos alunos (> 80%) do ensino superior acharem
interessantes os assuntos quer de Física, quer de Química do ensino secundário,
nem todos se sentem igualmente motivados para o estudo daquelas disciplinas,
pelas causas já apontadas na tabela 2 . 2 1 . Por exemplo, dos alunos que acham
interessantes os assuntos de Física apenas 50% estão motivados para o estudo
dessa discipl ina. Do mesmo modo, dos alunos que acham interessantes os
assuntos de Química apenas 54% se sentem motivados para o estudo desta
discipl i na e 48% da Física. Seria de esperar que uma maior percentagem de
alunos que acham interessantes os assuntos de Física e de Química, se
sentissem mais motivados para o estudo dessas discipl inas. No entanto, os
resultados do gráfico 3.2 e da tabela 3 . 7 confirmam que os alunos q ue
consideram mais interessantes os assuntos abordados em Física e em Química
são também os mais motivados para o estudo daquelas disciplinas. Este
resultado está de acordo com a investigação educacional (Schiefele, 1 99 1 ) que
refere que, se os assuntos tiverem interesse para os alunos, então as
possib i l idades de se sentirem motivados para o estudo daqueles será maior.
Deve salientar-se que, embora o interesse da Física e da Química, para os
alunos do EB e do ES, tenha tendências semelhantes, existe uma grande
diferença entre a opinião de professores e alunos relativamente a este assunto
quer no EB, quer no ES ( M artins et aI, 2002). Por exemplo, do total dos
professores dos dois níveis de ensino ( 1 472) que participaram no estudo
referenciado, apenas 5% mani festaram a opin ião que os alunos acham a Física
70
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A lu nos 2003
Capítulo 3 - Interesse dos assu ntos de Física e de Química
Gráfico 3.3. Relação entre a motivação para o estudo e o interesse dos assuntos
de Física e de Química para os alunos do ensino superior (%)
Motivação e interesse em Física e Química
(Ensino Superior)
4.5
4
3.5
rn Interesse pela Física
�
.3�
."� 2 • Interesse pela Qurmlca
1 .5
1
0.5
O
Sim Assim Não
assim
Motivação
Destes resultados, pode inferir-se que há um fosso enorme entre o interesse dos
assuntos de F ísica e de Química para os alunos e a opinião manifestada pelos
professores, relativamente à mesma questão. Eventualmente, aquilo que os
professores consideram como falta de interesse dos alunos por estas
disciplinas, mais não será do que a falta de motivação veiculada pelo facto de
considerarem que a matéria é dificil, que o l ivro adoptado não aj uda mu ito para
o estudo das disciplinas, terem dificuldades de matemática e/ou não serem
capazes de aplicar os conhecimentos, para além de outras causas, entre as
quais, os assuntos tratados serem muito desl igados da realidade. Este ú ltimo
indicador poderá ser justificado pelo tipo de metodologias que não favorecem
uma estreita e contínua relação entre a teoria e a prática.
71
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Química
72
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítu lo 3 - Interesse dos assuntos de Física e de Química
,
Astronomia, Misturas e soluções químicas, Energia, Tabela periódica, Acidas
e Bases, Movimentos e Forças, Electricidade, Velocidade de reacções
químicas e Ligações químicas.
Considerando os resultados associados às respostas "não sei/não me lembro",
"não foi leccionado" e "não responde", não se pode concluir com segurança se
os alunos gostam ou não, mas apenas que foram os assuntos menos
leccionados. No entanto, se associarmos os resultados gostou razoavelmente e
gostou/gostou muito e calcularmos a percentagem em relação ao total de a lunos
que responderam às opções - NG+G R+G/GM -, os assuntos Som e Audição,
Luz e Visão, Radiação e Ambiente, Atmosfera e mudanças de tempo,
Electrónica e Química Orgânica, parecem ser do agrado da maioria (uma
média de 88%) dos alunos do 9° ano.
Os dados relativos aos conteúdos programáticos do ES mostram que a unidade
didáctica Transferência de energia mecânica não é tão do gosto dos alunos do
ES como dos do EB, embora os conteúdos programáticos tenham
características m uito diferentes nos dois níveis de ensino. Enquanto que, entre
os al unos do EB, aproximadamente 69% declararam gostar ou gostar muito
desta unidade, apenas 44% dos alunos do ES apreciaram o tema. Estes
resultados sugerem que o carácter mais ou menos repetitivo com que a
Mecânica foi tratada ao longo dos diversos anos de escolaridade, pode não
constituir uma boa estratégia para o ensino da Física, tanto mais que se associa
a metodologias de ensino pouco estimulantes e a conceitos algo abstractos a
nível do ES.
Os alunos do ES mani festaram preferência gostam e gostam muito sobre os
- -
73
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Química
74
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I nteresse dos assu ntos de Física e de Química
Ensino superior
Foi pedido ao alunos do ensino superior para darem a sua opin ião sobre a
importância dos assuntos estudados nas di cipl inas de F ísica e/ou Química
frequentadas no 1 2° ano, para o prossegu i mento de estudos no ensino superior,
uti l izando a escala: 1- nada ou pouco importante (NI), 2- razoavelmente
importante (RI), 3- importante(J), 4- muito importante (MI), 5- não sabe ou
não se lembra(NSINL) e 6 não foram leccionados (NFL). Responderam a esta
questão, ca. 676 os al unos (87%) relativamente aos assuntos de Física e 692
alunos (89%) relativamente aos de Química. Os resultados estão resumidos nas
tabelas 3 . 1 0, tendo-se associado os resultados importante e muito importante.
75
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assu ntos de Física e de Química
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Química
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I nteresse dos assuntos de Física e de Química
Ensino superior
Foi pedido aos al unos do ensino superior que assinalassem se a preparação
dada pelas disciplinas cientificas que tinham frequentado no tronco comum no
1 r ano foi adequada para o ingresso no ensino superior, util izando as opções:
1 - sim, 2 - não e 3 - nãofrequentou. Além das disciplinas do tronco comum,
inseriram-se também, as d iscipl inas de Técnicas Laboratoriais de F ísica e de
Química para permitir comparação com o contributo destas disciplinas para
uma melhor aprendizagem das ciências (tabela 3 . 1 4). O signi ficado das iglas
nas tabela 3 . 1 1 e 3 . 1 2 é o seguinte: Técnicas Laboratoriais de F ísica - TLF;
Qu ímica - TLQ; Biologia - TLB; Geologia - TLG e Introdução às Tecnologias
de I nformação - l T I . Responderam uma média de 760 alunos (97%) e os
resultados estão na tabela 3 . 1 3 , em percentagem de respostas relativamente ao
total de alunos que responderam e no gráfico 3 .4.
Tabela 3. 1 1. Preparação adequada nas disciplinas do tronco comumfrequentadas
no Ir ano para o prosseguimento de estudos no ensino superior ('1/0)
Física Química Biologia Geologia M atemática TLF TLQ
Frequentaram 53 77 64 16 99 17 56
ão freguentaram 47 23 36 84 1 83 44
Total 1 00 1 00 1 00 1 00 1 00 1 00 1 00
45 65 49 9 77 12 44
8 12 14 7 22 5 12
As disciplinas do tronco comum mais frequentadas no 1 2° ano, pela maioria
dos alunos do ensino superior, foram a Matemática (99%), a Química (77%), a
Biologia (64%) e a Física (53%). A menos frequentada foi a Geologia ( 1 6%).
De um modo geral, a maioria dos estudantes considera que a preparação obtida
nas diver as disciplinas do 1 2° ano foi adequada para o pro seguimento de
estudo no ensino superior. Se calcularmos as percentagen de re po tas
relativamente ao número de alunos que frequentou cada uma das disciplinas
(gráfico 3.3), destaca-se a contribuição po itiva, segundo a opinião dos alunos,
da F ísica (85%), de Química (84%), de Matemática (78%) e de Biolog ia
(78%). A Geologia é a discipl ina cuja preparação para o prossegu i mento de
estudos é considerada por uma menor percentagem de al unos (56%).
78
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A lunos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Química
60 56
50
40
3D
20
10
o
FIS. QUi. BIOL GEO. MAT. TLF. TLQ.
79
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assuntos de Física e de Quím ica
80
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - Interesse dos assuntos de Física e de Quím ica
científicas. A recente reforma curricular, para além de ter extinto discipl inas de
técnicas laboratoriais, atribuiu carácter opcional à discipl ina de F ísica e
Química, a partir do 1 0° ano, contribuindo, provavelmente, para um maior
alheamento dos alunos relativamente a esta área curricular da sua formação
científica.
1 4% no ] 20). Nas engenharias, a disc ipl ina de TLF foi mais frequentada no 1 2°
ano pelos alunos das Engenharias de E lectrónica e de Computadores (33%,
Geográfica (2 1 %), Mecânica ( 1 9%) e I nformática ( 1 7%).
A disciplina de TLQ foi mais frequentada no 1 2° ano pelos alunos dos cursos
de Farmácia/C iências Farmacêuticas (85% no J 0° ano, 78 % no 1 J ° e 42% no
] 20) e os cursos de Qu ímica, B ioquímica, Química A l i mentar e Dietética (90%
no 1 0° ano, 83 % no I I ° e 2 1 % no J 2°). Apenas como curiosidade, os alunos
que frequentavam o curso de Física - Ramo Astrofisica tinham frequentado a
disciplina de TLQ, nos 1 0° e 1 1 ° anos.
Numa questão aberta pedia-se que indicassem outra disciplina técnica, no caso
de não terem frequentado qualquer uma das assinaladas na tabela 3 . 1 4.
Responderam 429 al unos (55% dos respondentes à questão objectiva), dos
quais 329 (77%) assinalaram ter frequentado Desporto (44 alunos <> 1 0%) e
Introdução às Técnicas de I n formação (285 a lunos <> 67%). Os restantes 1 00
(23%) a lunos assinalaram ter frequentado Técnicas de Tradução de I nglês,
Práticas Oficinais e Laboratoriais de Mecânica, de Electricidade e Electrónica,
de Construção Civil, de Madeiras, de E lectroquímica e ainda, Oficina de
Expressão Dramática (Teatro), Oficinas M ultimédia e Cerâmica (Agrupamento
de Artes).
81
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 3 - I n teresse dos assu ntos de Física e de Química
82
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
CAP Í T U LO 4 P E RS PECTI VAS SOBRE A
-
A P R E N D I ZA G E M DA F Í SICA E DA Q U Í M ICA
Ensino Básico
A maioria dos alunos do 9° ano (69% a 79%) que responderam a esta questão,
avaliou o seu desenvolvimento global, em todos os aspectos, entre o suficiente
e o bom. Os aspectos que consideram piores (fracos e maus) são: conhecimentos
matemáticos (22%); resolução de problemas (2 1 %); aplicação de
conhecimentos a novas situações (17%) e pensamento crítico ( 1 5%).
83
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Qu ímica
Ensino Secundário
84
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
Ensino Superior
Responderam a esta questão, 778 alunos do ensino superior (99,6%) (tabela 4.3).
85
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
86
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Quím ica
87
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Quím ica
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
A comparação entre a auto-aval iação bom e muito bom dos alunos do 1 1 0 ano
(tabela 4.2) e a avaliação dos professores do ES, tendo como base a
percentagem das respostas de ambos os grupos, ordenados dos aspectos do
melhor ao pior, relativamente aos resultados dos aluDos, está registada na
tabela 4 . 7 .
89
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Qu ímica
Ensino Básico
90
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Quím ica
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Livro Branco d a Física e d a Quím ica - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Qu ímica
92
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
93
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
Ensino Básico
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
Embora estas correlações sejam ainda mais fracas do que para os alunos do 9°
ano, as mais acentuadas são entre o interesse pelos assuntos de:
• Química e a autonomia e os métodos de trabalho e estudo;
• F ísica e os conhecimentos matemáticos, capacidades de resolução de
problemas e de raciocínio;
• Física e de Química e a capacidade de apl icar conhecimentos a novas
situações, que é superior no caso da F ísica.
95
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprend izagem da Física e da Química
Ensino Secundário
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Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
98
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opin iões dos Alunos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Quím ica
Raparigas aprendem mel hor com Rapazes aprendem mel hor com
• Resolução de exercícios (Física e • Exploração de software educativo
Química) ( Física e Química)
• Explicação do professor e estudo em • Realização de experiências
casa (Física e Química) individualmente (Física e Química)
• Expl icação do professor com • Escrita de relatórios de actividades
demonstrações experimentais experimentais (Física)
acompanhadas de questões (Química)
• Rever matéria na véspera dos testes • Planeamento e real ização de
(Química) experiências (Física e Química)
• Realização de experiências para
compreender conceitos (Física)
• Experiência orientada por ficha de
trabalho (Física)
• Exposição de um assunto preparado
com o professor (Química) *
chi-quadrado estatisticamente significativo para todos os cruzamentos, (p <0, 01),
com excepção do item assinalado com * (0, 05 <p <0, 1 0)
Os rapazes consideram que aprendem mel hor quer F ísica, quer Química com
metodologias mais práticas, colaborativas, interactivas, diversificadas e
independentes do que as raparigas, preferindo estas, metodologias mais
teóricas, sol i tárias e dependentes dos professores.
As raparigas evidenciam um padrão de aprendizagem mais conforme com as
metodologias de ensino util izadas pelos professores de Física e Química, enquanto
que os rapazes evidenciam um padrão de metodologias menos uti lizadas.
Ensino Superior
99
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Química
Motivação e aprendizagem
Motivação e aprendizagem estão de certa forma relacionadas, sobretudo para
alguns alunos. Está demonstrada na investigação educacional (de Bóo, M . 1 999,
Hobden, 1 998; Tennyson, 1 995) a necessidade de apl icação de estratégias de
ensino motivadoras de uma melhor aprendizagem dos al unos, sobretudo com o
desenvolvimento de resolução de p rob l e m as abertos, isto é, com mais de uma
solução e não apenas exercícios numéricos, que vulgarmente se identificam
1 00 ------------------------------ _________________
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítu lo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Q u ímica
A maioria dos alunos do 9° ano mais motivados para o estudo da Física aprende
melhor com metodologias como:
• Resolução de exercícios
• Ouvir a expl icação do professor e complementar com estudo em casa
• Ouv i r ex pl icação do p rofessor acompanhada de demonstrações e questões.
Pode dizer-se que um número ainda significativo de alunos (42%) refere
também aprender melhor com a realização de experiências em grupos de 2/3
alunos.
A maioria dos alunos do 9° ano mais motivados para o estudo da Química
aprende melhor com metodologias como.'
• Revisão da matéria na véspera dos testes
• Resolução de exercícios
• Ouvir a expl icação do professor e complementar com estudo em casa.
Estes resultados vêm confirmar mais uma vez que os al unos, incluindo os mais
motivados para o estudo da Física e da Qu ímica, percepcionam as
metodologias de ensino mais utilizadas pelos professores corno scndo as
"melhores metodologias para a sua aprendizagem".
----- 101
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A l u nos 2003
Capítu lo 4 - Perspectivas sobre a aprendizagem da Física e da Qu ímica
A maioria dos alunos do 1 1 0 ano mais motivados para o estudo da Física aprende
melhor com metodologias como:
• Resolução de exercícios
• Ouvir a explicação do professor e complementar com estudo em casa
• Ouvir explicação do professor acompanhada de demonstrações e questões
• Rever a matéria na véspera dos testes.
A maioria dos alunos do 1 1 0 ano mais motivados para o estudo da Química
aprende melhor com metodologias como:
• Resolução de exercícios
• Ouvir a explicação do professor e complementar com estudo em casa
• Ouvir expl icação do professor acompanhada de demonstrações e questões
• Realizar experiências em grupos de 2/3 alunos.
Relativamente à Física, os alunos do 1 10 ano evidenciam o mesmo tipo de
relação entre a motivação e as metodologias de ensino com que aprendem
102 -- ------------ ---- ------ -------- --_____________
Os métodos de ensino mais util izados nas aulas teóricas pela maioria dos
professores (entre 55% e 87%) quer do EB, quer do ES ( M artins et aI, 2002, p.
1 07) são centrados na Resolução de ExerCÍcios (86%), Explicação do professor
(67%), Exposição acompanhada de demonstrações e questões (55%) e
Correcção de testes e trabalhos de casa (54%). Apenas 27% realizam
actividades experimentais e, nas au las experimentais, as metodologias mais
utilizadas são Demonstrações comentadas (92%), Experiências para ajudar a
compreender os conceitos (91%) e Experiências orientadas por fichas de
trabalho (89%). Relativamente à metodologia Revisão da matéria na véspera
dos testes, a maioria dos alunos (58%) refere que é uma das metodologias com
que aprendem melhor e apenas 37% dos professores do EB e 29% do ES
referem util izá-la ( Martins et aI, 2002, p. 1 07 e p. 1 32).
Uma análise global dos resultados das opiniões de alunos e professores parece
indicar uma tendência para práticas pedagógicas aj ustadas ao modelo de
exames finais. Esta opção parece detemlinar as metodologias de ensino mais
frequentemente praticadas pelos professores, sobretudo no ensino secundário.
Por sua vez, os alunos preferem exactamente o modelo de aprendizagem
predominantemente centrado na exposição oral dos professores e na resol ução
de exercícios, cujo objectivo é atingir o melhor aproveitamento possível nos
exames nacionais. Trata-se de uma opção quer dos professores, quer dos
alunos, em que a aprendizagem está centrada no conhecimento factual e a
memorização assume grande preponderância. Parece pois que a preparação
intensiva antes dos testes ou dos exames é uma consequência imediata do
modelo de avaliação, condicionante do ensino e aprendizagem e podendo ter
como consequência o pri v i legiar as boas classificações em detrimento de
aprendizagens significativas e relevantes.
----- 1 03
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 4 - Perspectivas sobre a a prendizagem da Física e da Q u ímica
Resumindo:
A maioria dos al unos quer do EB, quer do ES, considera que aprendem melhor
resolvendo exercícios e ouvindo a explicação do professor, complementada
com o estudo em casa, sugerindo a preferência por um ensino
predominantemente expositivo e teórico, aquele que é vulgarmente designado
por ensino de "quadro e giz". As mesmas metodologias estão também
s ignificativamente relacionadas com a motivação para a aprendizagem. Será
esta atitude uma consequência do tipo de ensino a que estão habituados, não
l hes tendo sido proporcionado outras abordagens? Resultará esta atitude de
uma condicionante do próprio sistema, pelas tipologias de avaliação util izadas?
O formato de trabalho experimental que, na opinião dos al unos, mais favorece
a aprendizagem, é a realização de experiências em pequenos grupos. É de
salientar que as diversas metodologias de real ização de trabal ho experimental
apresentam sempre uma menor frequência no domínio da Física do que no da
Química. Sendo assim, parece provável que, ou se trata de uma metodologia
menos util izada nas aulas de Física, ou que a metodologia de real ização de
trabalho experimental uti l izada pelos profe ores não atisfaz os aluno em
termos de aprendizagem.
EXPERIMENTAIS
Grái
f co 5. J. Gosto pela realização de actividades experimentais
100%
90%
80%
70% • go ano
60% o 11° ano
50% .Esup.
40%
30%
20%
10% 6% 4 6% 5% 5% 5%
%
0%
Sim Não Não sei Nunca fez
Uma maioria signi ficativa dos alunos (82% do 90 ano, 88% do 1 J o ano e 89%
do ensino superior) gosta de realizar actividades experimentais. Apenas 6% dos
alunos do 9° ano, 4% dos do I 1 0 ano e 6% do 1 0 ano do ensino superior não
105
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A l u nos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
1 06 ------
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Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimen tais
Por exemplo, as razões que levaram os a lunos do ensino superior a gostar das
activ idades experimentais no 12° ano como, formular hipóteses para testar,
motiva para o estudo de assuntos cientificos, desenvolver capacidades e
conhecimentos, desenvolver competências de comunicação oral e escrita,
tornar as aulas mais divertidas em Física e contribuir para o desenvolvimento
de raciocínio crítico e capacidade de argumentação são mencionadas por
percentagens mais elevadas de al unos do que pelos al unos do 9° ano,
aumentando o seu peso ao longo da escolaridade. Outras razões como tornar as
aulas mais interessantes, permitir relacionar a teoria com a prática, contribuir
para o desenvolvimento de responsabilidade e autonomia, desenvolver
capacidades de observação, contribuir para uma melhor compreensão da
teoria, desenvolver capacidades de manuseamento equipamento de laboratório
e promover hábitos de cooperação e de trabalho em grupo, aumentam de peso
entre o 9° e o II ° ano e dimi nuem do I I ° para o 12° ano.
Dois dos principais papéis que as actividades experimentais devem ter, além
de, segundo Hos f tein, Lunetla (2003) proporcionarem aos estudantes as
108 ----
109
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
Ensino Básico
Duma maneira geral, pode dizer-se que a maioria dos alunos do 9° ano gosta de
activ idades experimentais de Física e de Química por algumas razões comuns,
salientando-se, entre elas:
(i) Tornarem as aulas ma is interessantes e mais divertidas
( i i ) Desenvolvimento d e capacidades e conhecimentos
( i i i ) Motivação para o estudo de assuntos científicos.
Ensino Secundário
Pode afirmar-se que todas as razões quer em Física, quer em Química, foram
referidas com valores percentuais mais elevados do que pelos alunos do 9° ano,
com excepção do desenvolvimento de competências de comunicação oral e
escrita, razão cuja percentagem diminui l igeiramente (3% em relação à
Química e 6% em relação à Física).
1 10 -------
------- 111
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
• Desenvolvem capacidades/conhecimentos
• Tornam as aulas mais divertida
• Permitem relacionar a teoria e a prática
• Desenvolvem competências de comunicação oral e escrita
• Tornam as aulas mais interessantes
• Contribuem para o desenvolvimento de raciocínio crítico e capacidade de
argumentação
As duas razões em itál ico não foram referidas pela maioria dos alunos dos 9° e
1 1 ° anos.
A maioria dos al unos do ensino superior gostou das actividades de Física e de
Química do 1 2° ano por razões muito semelhantes.
Percentual mente, verifica-se que as várias razões são mais pontuadas
relativamente à Química do que à F ísica. Comparando estas diferenças
percentuais, encontramos como principais razões de maior gosto de acti v idades
experimentai de Química do que de Física, as seguintes:
1 °. Contribuírem para uma melhor compreensão da teoria
r Desenvolverem capacidades e conhecimentos, de formular e testar
hipóteses e contribuírem para o desenvolvimento de raciocínio crítico
e capacidade de argumentação
3<>' Motivarem / interessarem mais os alunos para os assuntos cientificos
4<>. Tornarem as aulas mais divertida e permitirem relacionar a teoria e a
prática
5° Desenvolverem competências de comunicação oral e escrita.
Pediu-se aos alunos que responderam não gostar ou não saber se gostavam de
actividades experimentais que j ustificassem porquê, assinalando uma ou mais
das doze razões apresentadas e que indicassem outras não previstas.
Responderam a esta questão 860 al unos (27%) do 9° ano, 290 alunos ( 7%) do
1 1 ° ano e 49 alunos do ensino superior (6%).
Os resultados das respostas dos três n íveis, em percentagem de respostas,
apresentam-se nas tabelas 5.4 e 5.5, relativamente à física e à Química,
re pectivamente.
1 12 -----
Ensino Básico
----- 113
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
C a p ítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
As razões apontadas pelos alunos do 110 ano para não gostar de activ idades
experimentais têm percentagens muito semelhantes em Física e em Química.
Relativamente à Física, surge em 10 l ugar não aprender melhor e gostar mais/
-
3°_ perder tempo a fazer relatórios; 4°_ gostar mais de resolver problemas e
5°_ os temas propostos para trabaLho experimental não são interessantes.
Mais de 40% dos alunos do 110 ano que referem não gostar ou não saber se
gostam de actividades experimentais em Física e Química, indicam como
razões principais o considerarem que o trabalho experimental não ajuda a
aprender melhor e que aprendem melhor nas aulas de exposição do professor.
As maiores diferenças entre as razões para não gostar de aulas experimentais de
Física e de Química verificam-se relativamente a: (i) gostar mais de resolver
problemas ( 3 8% F e 31% Q); perder tempo a fazer relatórios (34% F e 3 9%
Q) e raramente obterem bons resultados (25% F e 29% Q).
Verifica�se ainda que a percentagem de respostas dos alunos do 110 ano é
signi ficativamente mais elevada do que a dos alunos do 90 ano, no que diz
respeito às razões:
1. O trabalho experimental não ajuda a aprender melhor (41% F, 42% Q
versus 19% F e 16% Q);
II. Aprendem melhor nas aulas de exposição do professor ( 4 1% F e Q versus
19% F e 20% Q), o que se enquadra no nível de maior profundidade dos
programas do ES relativamente aos do EB e também no seu maior grau de
exigência;
111. Os temas propostos não eram interessantes (28% F, 30% Q versus 15% F
e 17% Q);
IV. Gostam mais de resolver problemas (3 8% F e 31% Q versus 18% F e
15% Q).
Estes resultados evidenciam que as concepções sobre actividades experimentais,
tanto de alunos como de professores (Martins et ai, 2002), têm de ser
reconsideradas na medida em que podem estar a ser utilizadas estratégias de
ensino pouco adequadas à implementação daquele tipo de actividades.
Fez-se um cruzamento estatístico entre o gosto das actividades experimentais e
a intenção de prosseguimento de estudos dos alunos dos 90 e 110 anos. Uma
média de 75% dos alunos, que não pretendem continuar os estudos, gostam de
actividades experimentais. Dos alunos que pretendem continuar os estudos,
apenas 5% do 90 ano e 4% do 110 ano não gostam de actividades
experimentais. Dos alunos que não pretendem continuar estudos, 10% do 90
ano e 14% do 1 10 ano não gostam de actividades experimentais (chi-quadrado
estatisticamente significativo para p <0,01).
Neste contexto, o prosseguimento de estudos não parece ser influenciado pela
realização ou não de actividades experimentais, isto é, não é um dos factores
determinantes. I sto porque, 84% dos alunos do 90 ano e 89% do 110 que
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
Ensino Superior
1 16 -------
trabalhar em grupo ( 1 6%); 2°_ não ser permitido planear uma experiência
( 1 2%) e perder tempo afazer os relatórios ( 10%). Estas diferenças evidenciam
que, no caso da Química e em termos percentuais, há uma maior importância
dada à elaboração de relatórios. As outras q uatro maiores diferenças apontam
para uma tipologia de trabalho experimental util izada que não favorece a sua
aprendizagem, sobretudo em Física. As actividades experimentais só por si não
são garantia de motivação dos alunos, nem de uma melhor aprendizagem,
provavelmente pela forma como é conduzida a sua abordagem, tal como já
referimos.
Resumindo, do 9° ao 1 1° ano, aumenta a percentagem de alunos que não
gostam de actividades experimentais em F ísica, pelas razões que se indicam a
seguir, por ordem decrescente de frequência:
• Não aprendem melhor e gostam mais e aprendem melhor nas aulas de
exposição do professor
• Gostam mais de resolver problemas
• Perdem tempo a fazer os relatórios
• Os temas propostos para trabalho experimental não são interessantes
• O material existente no laboratório da escola não é adequado ou é de fraca
qualidade
• Raramente obtêm bons resu ltados nas actividades experimentais
• A real ização dos trabalhos experimentais não é devidamente considerada na
avaliação e classificação final dos al unos.
Do 9° ao 11° ano aumenta a percentagem de alunos que não gostam de
actividades experimentais, em Ouímica, pelas razões que se indicam a seguir,
por ordem decrescente de frequência:
• Não aprendem melhor
• Gostam mais e aprendem melhor com a exposição do professor;
• Gostam mais de resolver problemas
• Não compreendem o que estão a fazer
• Perdem tempo a fazer os relatórios e raramente obtêm bons resultados nas
actividades experimentais
• Os temas propostos para trabalho experimental não são interessantes
• O material existente no laboratório da escola não é adequado ou é de fraca
qualidade
• Não compreendem o que estão a fazer.
De sal ientar as diferenças que ocorrem a partir da terceira razão entre a F ísica e
a Química.
----- 1 17
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
A anál ise dos resultados descritos nesta secção baseia-se na classificação dos
procedimentos de trabalho c ientífico, segundo Tennyson ( 1 995), que os agrupa
em três categorias de conhecimentos:
o Declarativo que significa saber a informação;
o Procedimental que significa saber como usar a informação;
o Contextuai que significa saber quando, onde e porquê usar certos
conceitos e capacidades cognitivas associadas.
Neste estudo, consideraram-se como conhecimento declarativo, procedimental
e contextuai, os seguintes procedimentos inerentes à realização de actividades
experimentais:
• Declarativo ou factual Executar/realizar uma experiência, manipu lar
-
--
--- 119
Livro Branco da Física e da Quí mica - Opiniões dos Alunos 2003
Capítu lo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
1 20 ------
----- 1 2 1
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
Questão A.
Será que os alunos que se sentem motivados para o estudo da Física e da
Química gostam mais dos processos de trabalho científico que apelam ao
conhecimento declarativo (CD) ou que apelam ao conhecimento procedimental
(CP) e contextuaI (CC) ?
Para responder a esta questão de investigação fez-se uma anál ise estatística
entre os processos de trabalho c ientífico mais apreciados pelos alunos e a
motivação para o estudo da F ísica e da Química dos alunos dos 90 e 1 1 0 anos.
Pode dizer-se que a relação entre motivação para o estudo da Física e da
Química segue mais ou menos a mesma tendência que a global idade dos alunos
evidenciaram para gostarem ou não dos procedimentos descritos neste estudo
(tabela 5.6) Por outras palavras, os procedimentos considerados como
conhecimento declarativo ou factual predominam, para os alunos mais
motivados para o estudo da Física e da Química, sobre os considerados como
conhecimento procedimental e conhecimento conceptual.
Os resultados foram os seguintes (chi-quadrado estatisticamente significativo
para todos os cruzamentos com p <0, 01 ), com excepção dos processos
marcado com * em relação à Física):
Os alunos mais motivados gostam mais de:
• Executarlreal izar uma experiência - CD;
.
• Manipular materiais e equipamento - CD;
• Observar, medir e registar dados --: CD;
1 22 ------ ------------------_______________________
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
Questão B.
Será que os alunos com melhores classificações a Física e a Química gostam
mais dos processos de trabalho científico que apelam ao conhecimento
declarativo ou que apelam ao conhecimento procedimental e contextual?
Para responder a esta questão de investigação fez-se uma análise estatística
entre os processos de trabalho científico que os al unos apreciam mais e as
classificações obtidas em Ciências F ísico-Químicas (CFQ). OS resultados com
signi ficado estatístico foram registados nas tabelas 5 . 8 e 5 .9, respectivamente.
Os al unos do 9° ano com melhores classificações - n íveis 4 (bom) e 5 (muito
bom) - gostam significativamente mais dos procedimentos assinalados na
tabela 5 . 8 do que os al unos com níveis J e 2 (insuficiente) e 3 (suficiente). No
entanto, descrever protocolos experimentais, processar os dados e explicar
relações são procedimentos não apreciados pelos alunos de todos os n íveis
classi ficações, inclui ndo os de n ível bom e muito bom.
------- 123
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
0
Os al unos do 1 1 ano com mel hores classi ficações - bom e muito bom -gostam
mais dos procedimentos assinalados na tabela 5.9 do que os al unos com pi ores
classi ficações suficiente (10- J 3 valores) e insuficiente « lO valores). No
-
1 24 ------------------------_________________________
Autores como Max de Bóo ( 1 999), Paul Hobden ( 1 998) e Tennyson ( 1 995)
recomendam para os vários níveis de ensino a apl icação de estratégias
motivadoras, nomeadamente, baseadas na resolução de problemas, de forma a
promover a aquisição do conhecimento conceptual ou contextuaI.
Tennyson ( 1 995) recomenda que, para se obter uma mel horia na capacidade de
resolução de problemas (aqui entendida como problemas abertos com mais de
uma solução e não apenas exercícios numéricos com uma única solução), o
tempo de instrução seja alterado de modo a que cerca de 70% seja dedicado a
situações de aprendizagem que envolvam a aquisição de conhecimento
contextuaI ou conceptual, em vez de ser gasto nos níveis declarativo e
proced imenta l .
1 25
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003
Capít u lo 5 - Perspectivas sobre actividades experim entais
ano, 363 1 alunos (90%) do 110 ano e 495 alunos (63%) do ensino superior. Os
resultados, em percentagem de respostas, apresentam-se nas tabelas 5 . 10 e
5 . 11, tendo-se associando os resultados dos três níveis de ensino, relativamente
à Física e à Química, respectivamente.
Ensino Básico
Para 40% a 49% dos alunos do 90 ano, há pequenas diferenças entre as razões
mais invocadas para ter sucesso nas actividades experimentais em Física e em
Química, embora também se detectem semelhanças nalgumas delas.
As principais razões para ter sucesso nas actividades experimentais de Física são:
• Obter bons resultados, i.e., resultados previstos/iguais aos dos l ivros
• Compreender melhor a teoria
• Compreender bem os objectivos do trabalho e os métodos e portanto, haver
mais interesse pelo trabalho e pela escrita do relatório; e OCa) professor(a)
expl icar bem a teoria antes e depois da real ização da experiência
• Ser capaz de resolver um problema.
126 -------
As principais razões para ter sucesso nas actividades experimentais de Química são:
• Compreender melhor a teoria; e OCa) professor(a) explicar bem a teoria
antes e depois da real ização da experiência
• Obter bons resultados, isto é, resultados previstos/iguais aos dos l ivros.
Para ter sucesso num trabalho experimental quer em F ísica, quer em Química é
necessário compreender bem a teoria, mas em Física, é mais relevante obter
bons resultados, isto é, resultados previstos/iguais aos dos livros e em Química
ora) professor(a) explicar bem a teoria antes e depois da realização da
experiência.
Ensino Secundário
----- 127
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
1 28 ------------------------ _____________________
Ensino Superior
--
--- 1 29
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A l u nos 2003
Capítulo 5 - Perspectivas sobre actividades experimentais
1 30 ---------- --------__________________________
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
CAPÍTU LO 6 - AVALIAÇÃO EM FÍSICA E QUÍMICA
Aproveitamento e classificação
Foi pedido aos alunos que indicassem as últimas classificações obtidas no ano
lectivo anterior (2002 - 2003), nas disciplinas de C iências e Língua Portuguesa.
A escala escolhida tem correspondência com as uti l izadas para classificação dos
alunos: para o EB, em níveis: 1 e 2 - insuficiente; 3 - suficiente; 4 - bom e 5 -
muito bom; para o ES (incluindo o 1 2° ano), numa escala de ° a 20 valores: < 1 0
valores - insuficiente; 10- 1 3 valores - suficiente; 14 - 1 6 valores - bons e 1 7-20
valores - muito bom. Os resultados, em percentagem de respostas,
apresentam-se nas tabelas 5 . 1 e 5 . 2 .
Ensino básico
A classificação global obtida por mais de 65% dos al unos do 9° ano situa-se
entre os níveis 3 - (suficiente) e 4 - (bom), atingindo um nível médio mais
elevado em C iências da Natureza (3,6 1 ), seguido de C iências F ísico-Químicas
(3 , 1 2), Língua Portuguesa (3,07) e Matemática (2,99). A média das
classificações em Matemática situa-se no suficiente (nível 3 ) . Comparado com as
Ciências Físico-Químicas, o insucesso é maior em Matemática. As percentagens
de a l u nos com aproveitamento bom ou muito bo m em Língua Portuguesa,
M atemática e C iências F ísico-Químicas, são muito semelhantes nas três
131
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u í mica
1 32 ------
Classificação - O a 20 valores
Disciplinas
<10 1 0- 1 3 1 4- 1 6 1 7-20
Ciências da Terra e da Vida 7 36 33 24
Ciências Físico-Químicas 18 41 24 17
Matemática 25 41 20 14
Língua Portuguesa B 9 50 30 11
1 34 ------
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u í mica
Da anál ise das correlações entre as classificações e o nível de instrução dos pais
dos al unos quer do 9° ano, quer do 1 1 °, veri ficou-se que quanto mais elevado é o
nível de instrução dos pai (0,20) e da mãe (0,23), melhores são as classificações
dos alunos, ape ar destas correlações serem relativamente baixas. Relativamente
ao 1 2° ano, verificou-se também a existência de correlações significativas, mas
negativas, entre o nível de instrução dos pais dos alunos e as classificações em
Física e positiva entre aquele e as classificações em Química (ro Spearman
estatisticamente significativo para todos os cruzamentos com p<O, O J).
Ensino Superior
1 36 ------
Tabela 6.4. Discussão dos critérios de avaliação com os alunos no início do ano (%)
Sim Não Não sei Não me lem bro
Alu nos 9° ano 53 5 6 36
Alu nos 1 1 ° ano 62 4 5 30
------- 137
Livro Branco da Física e d a Química - Opiniões dos A l u nos 2003
Capítulo 6 - A vaHação em Física e Q u í m ica
Ensino Básico
À questão sobre os processo de avaliação que consideravam mais i mportantes,
responderam 244 1 alunos (80%) do 9° ano. Os resultados registaram-se na tabela
6.5, em percentagem de respostas.
1 38 ------
secundário), 63% dos professores afirmam que os util izam e são reconheci dos
como importantes ou muito importantes por 63% dos alunos!
Apesar da maioria dos alunos (58%) ter assinalado outros processos de
avaliação que consideram importantes para a sua aprendizagem, muito poucos
( 1 4) os especificaram. Por ordem decrescente de frequência, os processos mais
citados foram; aval iação do comportamento e interesses do aluno; participação
na aula; testes teóricos e comportamento; a siduidade e pontualidade, trabalhos
de grupo; testes práticos e fichas de trabal ho; processos muito ligados às
atitudes, componente não l istada na questão objectiva. Resultados semelhantes
foram obtido no questionário dos professores.
-- 1 39
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
--
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u ímica
dos alunos refere que nunca ou em poucas aulas estas actividades são aval iadas
através de testes e 59% refere que nunca ou em poucas aulas a aval iação é feita
com base nos relatórios. Os trabalhos 'de projecto também têm uma frequência
de avaliação muito baixa 5 8% dos alunos indica que a avaliação nunca é feita
-
Ensino Secundário
1 40 ------
141
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos A l u nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u ímica
Observação contínua
9 32 31 29 3 ,78
durante as aulas
Testes teóricos 20 36 18 27 3 ,46
1 42 -----------------________
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opin iões dos Alu nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u í mica
Ensino Superior
Solicitou-se aos al unos do ensino superior que mani festassem a sua opinião
acerca da importância dos processos de aval iação na aprendizagem de F ísica e
Química durante o ensino secundário. Responderam 762 alunos (98%) e os
resultados, em percentagem de re postas, apresentam-se na tabel a 6.9.
o processo de aval iação mais i mportante para os alunos do ensino superior era o
teste teórico - considerado importante ou muito importante por 74% dos alunos.
A observação do desempenho durante as aulas era importante ou muito
importante para 62% dos estudantes. Mais de 66% consideram todos os
processos de aval iação razoavelmente importantes e importantes. Mais de
metade dos al unos considera todos os processos importantes e muito
importantes, com excepção das questões orais, que é assim considerada por
apenas 4 1 % dos respondentes. Saliente-se que os trabalhos de projecto são
considerados importantes e muito importantes por 53% dos alunos. o entanto,
os professores de Ciências F ísico-Química recorrem muito pouco aos trabalbos
de proj ecto até ao final do 1 2° ano ( Martins et ai, 2002 ).
Foi colocada apenas aos alunos do ensino superior, urna questão final aberta, na
qual se pedia para escreverem resumidamente alguns Comentários/Opiniões
j ustificativos da frequência (ou não) das disciplinas de Física e Química do 1 2°
ano, bem como das dificuldades sentidas no ensino e aprendizagem destas
disciplinas ao longo dos EB e ES. Responderam a esta questão 1 58 alunos (20%) e
destes, 78 eram raparigas (49%), 68 rapazes (43%) e 1 2 não identificados (8%).
Fez- e a análise de conteúdo das respostas, das quais resultaram 1 4 grupos de
------ 1 43
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos AJu nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u í m ica
--
-- 1 45
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 6 - Avaliação em Física e Q u í m ica
1 46 ------
Os pais de cerca de 80% dos al uDos deste estudo têm um nível de instrução
compreendido entre a instrução primária completa (equivalente ao actual 4° ano
de escolaridade básica) e o equivalente ao actual 1 1 ° ano de escolaridade
secundária, isto é, uma escolaridade média de 4 a 1 1 anos. Entre estes,
prevalece uma maior percentagem relativa de allillos (29% para o EB e ES e
25% para o ensino superior) que têm pais com um nível de instrução
cOlTespondente ao actual 4° ano de escolaridade. O nível médio de escolaridade
dos pais dos al unos aumenta do ensino básico até ao superior. Apenas cerca de
1 4% dos pais e mães dos alunos do ensino básico e do ensino secundário e 24%
dos do ensino superior possuem um curso médio ou superior (bacharelatos e
l icenciaturas). Cerca de 4% dos pais e mães dos alunos do E B e ES e 5% dos do
ensino superior têm uma instrução superior ao grau de l icenciatura
(pós-graduação, mestrado e doutoramento).
A evolução observada no nível de instrução média dos pais alunos do ensino
básico até ao superior poderá, eventualmente, estar relacionada com o abandono
escolar que se verifica na transição do final do ensino básico para o ensino
secundário e deste para o superior.
1 47
Livro Branco da Física e da Qu ímica - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 7 - Conclusões
Prosseguimento de estudos
A maioria dos alunos dos 9° e 1 1 ° anos ano mani festou a intenção de prosseguir
os estudos em cursos gerais do ensino secundário e no ensino superior,
respectivamente. Sendo assim, os elevados índices de abandono escolar
veri ficados em Portugal terão outras razões que não a falta de vontade de
continuar a estudar. Dos alunos do 1 I ° ano que dizem querer prossegu ir os
estudos, 90% prefere prosseguir estudos nas Universidades e 1 0% nos I nsti tutos
Pol itécnicos. As preferências mani festadas pelos alunos correspondem a cursos
das áreas da Saúde, Engenharias e C iências.
A percentagem de raparigas do 9° e do 1 1 ° anos que mani festa a intenção de
continuar os estudos no ensino secundário e no ensino superior,
respectivamente, é signi ficativamente superior à dos rapazes, revelando-se estes
como mais indecisos nessa intenção. Os cursos frequentados pelos alunos do
ensino superior eram Engenharias e outros cursos de ciências como por
exemplo, Biologia, Física, Química, etc.
A baixa percentagem de alunos do 9° ano que indicaram o curso que pretendiam
seguir no ensino superior poderá evidenciar, não só uma vocação ainda
indefinida, como também a falta de uma adequada orientação profissional nas
escolas, no final do ensino básico. Um caso notável está relacionado com a
escolha de Cursos Profissionais e Cursos de Artes, significativamente mais
acentuada nas preferências indicadas pelos alunos que frequentavam o 9° ano do
que nos al unos que efectivamente frequentavam aqueles cursos no 1 1 ° ano.
Pode colocar-se a hipótese de que, algures entre o básico e o secundário, há uma
mudança de atitude dos al unos face aos cursos que pretendem seguir no ens i no
secundário e até no ensino superior. Duas potenciais causas acrescidas do
abandono escolar poderão também ser quer a falta de uma orientação
profissional e vocacional, quer a falta de resposta do sistema educativo às
aspirações dos alunos no final do ensino básico.
A percentagem de alunos do 9° ano ( 1 3%), com uma média de idades de 1 5
anos, que declararam no presente estudo, não pretender prosseguir os estudos é
'
superior à percentagem avançada pelo M inistério da Educação sobre os alunos
q ue abandonam o ensino no final do ensino básico: 2,7% dos indivíduos com
idades dos 1 0- 1 5 anos e 25% dos 1 8-24 anos que não concluíram o 3° ciclo e
não se encontravam a frequentar a escola. Estas percentagens são muito mais
elevadas no interior do país do que no litoral. Relativamente ao ensino
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Capít u lo 7 - Conclu sões
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Capítulo 7 - Conclusões
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Capítulo 7 - Conclusões
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Capítulo 7 - Conclusões
agravou-se nos últimos anos, uma vez que algumas instituições de ensino que
ainda exigiam a F ísica como disciplina específica deixaram de o fazer, face à
necessidade de terem uma maior procura dos respectivos cursos. Muito
provavelmente esta situação agravar-se-á nos próximos anos, colocando
também a Química numa situação idêntica à que se tem vindo a verificar nos
ú ltimos anos em relação à F ísica.
Os factores de motivação para o estudo da Física e Química aumentam ao longo
da escolaridade. No entanto, as razões da desmotivação di minuem na transição
do 9° para o 1 1 ° ano, voltando, contudo, a aumentar na transição do 1 1 ° para o
1 2° ano. Os comentários finais fOffi1U lados no final do questionário pelos alunos
do ensino superior, relativamente às suas opções no 1 2° ano, reforçam a ideia
de q ue uma das principais razões do seu al heamento, principal mente em
relação ao estudo da F ísica, não se deve ao desi nteresse pela ciência. Assim
sendo, um melhor esclarecimento dos estudantes do ens ino secundário
relativamente à importância destas discipl inas, j untamente com a Matemática,
como elementos estruturantes para o prosseguimento de estudos, nas áreas
c ientífico-tecnológicas, associado a uma indispensável revisão dos critérios de
ingresso no ensino superior seriam um bom contributo para contrariar a
desmotivação que está na origem da não inclusão da F ísica, ou da Química, nas
suas opções no ) 20 ano. Os comentários dos estudantes, relativos às vantagens
que poderiam advir da formação obtida através daquelas disciplinas, se as
tivessem frequentado no ) 20 ano, são bem expressivos. Estes comentários (que
incidem principalmente sobre a F ísica) reforçam a convicção de que através de
uma intervenção pedagógica adequada, dos diversos agentes educativos,
incluindo as Ordens Profissionais e Sociedades Científicas, seria possível
estimu lar mais al unos para o estudo quer da F ísica, quer da Química, em
determinadas fases cruc iais do seu percurso escolar. Corroboram estes
comentários as posições dos a l unos que afirmam:
(i) Reconhecer a necessidade dos conhecimentos d e Física nos cursos que
estão a frequentar;
(ii) Lamentar o facto de não terem dado um maior desenvolvimento daquela
discipl ina durante o ensino secundário;
( i i i ) Considerar (alunos que frequentaram a disciplina no ) 20 ano) ter tido
maior fac i l idade na compreensão das aulas, o que associado à real ização
de mais actividades práticas, I bes permitiu um melhor relacionamento da
teoria com a prática, possibil itando "sentir" a uti l idade dos conbecimentos
de F ísica.
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Capítulo 7 - Conclusões
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Capítulo 7 - Conclusões
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Os alunos dos três níveis de ensino consideram como bom e muito bom o seu
desenvolvimento global e os resultados revelam consciência da sua progressão
na aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências desde o 9°
até ao 1 2° ano.
Deve salientar-se a opinião comum, entre os alunos de todos os níveis de ensino,
traduzida na forte correlação entre os conhecimentos matemáticos, a capacidade
de resolução de problemas e a capacidade de raciocínio. De um modo geral, os
rapazes atribuem melhores c lassificações às diversas componentes do seu
desenvolvimento global. As componentes onde as raparigas se auto-aval iam
melhor são o domínio da Língua Portuguesa, autonomia na aprendizagem e
métodos e hábitos de trabalho e estudo.
Os estudantes dos ensinos básico e secundário avaliam o seu desenvolvimento
global de forma menos positiva nos conhecimentos matemáticos, na resol ução
de problemas, na apl icação de conhecimentos a novas situações e no
pensamento crítico. Os estudantes do ensino secundário reconhecem que os seus
hábitos de estudo e os conhecimentos matemáticos são os aspectos menos
desenvolvidos.
A tendência para uma auto-avaliação global mais positiva acentua-se l igeiramente
para os estudantes que já concluíram o 1 2° ano, embora considerem fraco o seu
desenvolvimento global relativamente aos conhecimentos de F ísica. Cerca de
8 1 % dos estudantes considera possuir conhecimentos suficientes e bons em
Matemática, destacando ainda os aspectos considerados mais desenvolvidos, como
as suas competências para a resolução de problemas, a capacidade de aplicar
conhecimentos a novas situações e a autonomia na aprendizagem.
Os resultados obtidos pelos estudantes do 1 2° ano nos exames nacionais a
Matemática, Física e Química contrariam a auto-avaliação do desenvolvimento
global. As classificações i nternas, traduzidas pela avaliação sumativa de
frequência, evidenciam que o aproveitamento dos alunos na discipl i na de
C iências F ísico-Químicas é dos mais baixos entre as discipl inas de carácter
científico, com excepção da Matemática. O insucesso no aproveitamento escolar
em Física é agravado se tivermos em consideração os resultados nacionais do
1 2° ano, os quais parecem evidenciar grandes dificuldades dos alunos
relativamente à aplicação de conhecimentos a novas situações e à resolução de
problemas. Contudo, o relativo insucesso neste domínio não é reconhecido
pelos estudantes na auto-avaliação do seu desenvolvimento global, nem tendo
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Capítulo 7 - Conclusões
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Capítulo 7 - Conclusões
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esquecer que, também uma grande maioria dos a lunos, com classificações
negativas e suficientes, menos motivados e que não acham interessantes aq ueles
assuntos, declaram gostar desse tipo de actividades.
Sal iente-se ainda que 5% de alunos, em média, de todos os níveis admitiram
nunca ter feito qualquer actividade experimental. I mporta relembrar que se trata
de alunos que frequentaram os ensinos básico e secundário e que, por razões
diferentes, e encontram em fases determinantes do seu percurso escolar e que
poderão chegar ao ensino superior sem nunca terem realizado qualquer
actividade experimental em áreas como a Física e a Química. Por um lado, os
alunos do 90 ano estão numa clara busca de vocações, numa fase de descoberta,
em que toda a motivação para o estudo das diversas disciplinas não só é
desejável como necessária. Além disso, num futuro próximo, irão enveredar por
um percur o escolar de carácter mais específico no ES, onde: (i) ou terão
discipl inas com uma vertente experimental (opção por cursos das áreas
científicas), ou (ii) nunca mais terão discipl inas com uma vertente experimental
(opção por cursos das áreas humanísticas, económicas e sociais e artísticas). Por
outro lado, mais de 50% dos alunos do 1 1 0 ano, em breve, irão enveredar por
um percurso escolar na área das engenharias e das ciências no ensino superior,
de acordo com dados deste estudo.
Perante este quadro, ressalta a importância e a necessidade de implementação
dum ensino mais experimental e com aplicações práticas que possam motivar
mais os al unos para assuntos científicos. De acordo com dados da i nvestigação
educacional (Hofstein, L unetta, 2003), vivemos numa era marcada por um
dramático desenvolvimento de novos recursos tecnológicos e novos padrões nas
ciências da educação, nos quais, o ensino por inquérito tem vindo a merecer u m
estatuto central. Sendo assim, deve promover-se a i nvestigação em áreas q ue
aj udem i nvestigadores e professores a compreender como são usados os
recursos nos laboratórios escolares, como é aval iado o trabalho dos alunos no
laboratório e como é q ue as actividades experimentais podem ser usadas pelos
profes ores dos ensinos básico e secundário de forma a atingir os objectivos
pretendidos. Outra área fundamental para a investigação educacional deve ser a
obtenção de relações objectivas entre as experiências real izadas no laboratório e
o aproveitamento dos alunos, passando pela relação fundamental entre aquelas e
a sua contribuição para uma melhor aprendizagem das ciênc ias.
Ao confrontarmos a elevada percentagem dos alunos deste estudo que gostam
de real izar actividades experimentais com as respostas dos profe sores (Martins
et a/ 2002, pp. 1 07- 1 3 1 e 1 29) sobre a frequência de real ização daquele tipo de
actividades, somos levados a concluir que o ensino experimental que se pratica
nas disciplinas de F ísica e de Química não corresponde, em geral, nem ao
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Capítulo 7 - Conclusões
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mas uma diminuição do 1 1 ° para o 1 2° ano. I sto poderá signi ficar uma maior
frequência de real ização de actividades experimentais, sobretudo de F ísica, do
ensino básico para o secundário ou estar relacionado com o facto de a discipl ina
ser específica do agrupamento escolhido pelos a lunos do ES e, portanto, mais
relacionada com conhecimentos e gostos pessoais ou ainda com a submissão do
papel das actividades experimentais aos interesses determinados pelos exames
nacionais, com carácter essencialmente teórico.
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003
Capítulo 7 - Conclusões
estudantes não é tão desfavoráve l . A razão mais considerada pel a maioria dos
alunos é que perdem muito tempo na elaboração de relatórios escritos das
actividades realizadas. Também consideram que gostam mais de aulas de
resolução de problemas e não aprendem melhor quando realizam actividades
experimentais.
G lobalmente, cerca de um terço dos estudantes refere que os temas propostos
para os trabalhos experimentais em Física e Química não são interessantes e
são desligados ou desfasados dos assuntos abordados nas aulas teóricas. No
entanto, são os estudantes do ensino superior que em maior percentagem d izem
gostar de aulas experimentais porque elas contribuem para o desenvolvimento do
raciocínio crítico, da capacidade de argumentação e de capacidades para
formular hipóteses para serem testadas, estratégias de ensino experimental pouco
util izadas pelos professores do ensino secundário (Martins et al, 2002, p. 1 32).
Os resultados obtidos permitem realçar os seguintes aspectos:
• As percentagens de respostas dos alunos valorizando positivamente a
real ização de actividades experimentais são mais elevadas relativamente à
Química do que à Física, o que pode estar relacionado com o facto do ensino
experimental ser também mais frequente nas aulas de Química do que nas de
Física;
• A importância atribuída aos adjectivos interessantes e divertidas nas aulas
experimentais de Física e Química vai dimin uindo ao longo da escolaridade
(do 9° ao 1 2° ano);
• Os a l unos do 1 1 ° ano dão re levância à promoção de hábitos de cooperação
e de trabalho em grupo e ao contributo para o desenvolvimento de
responsabil idade e autonomja nas actividades experimentais em Química;
• Os alunos do ensino superior valorizam as aulas experimentais porque e las
contribuem para o desenvolvimento de raciocínio crítico e capacidade de
argumentação e para o desenvolvimento de capacidades para formular e
testar hipóteses.
Com excepção da previsão de resultados (conhecimento procedimental), os
procedimentos científicos preferidos pela maioria dos alunos do estudo
pertencem à categoria de conhecimentos declarativos ou factuais, considerados,
simultaneamente, como os procedimentos menos dificeis.
Os alunos do ensino superior man ifestam também gostar mais do
processamento e tratamento dos dados, de fom1Ular hipóteses para serem
testadas e de analisar resultados do que os seus colegas do 9° e 1 1 ° anos.
Os procedimentos considerados como mais d i fíceis pelos al unos são:
desenvolver genera l izações, explicar relações e formu lar questões para
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Capítulo 7 - Conclusões
difíceis para os alunos eram: explicar relações, formu lar novas questões
baseadas na investigação, formu lar hipóteses para serem testadas, tomar
decisões acerca de técnicas de investigação, prever resultados e desenvolver
generalizações. Relativamente a esta área, parece existir alguma concordância
entre a percepção dos professores e dos a lunos sobre as dificuldades do trabalho
experimental . No entanto, e apesar da maioria os considerar difíceis, uma
percentagem variável, mas significativa de a lunos dos EB, ES e ESup. gosta de
prever resu l tados (em média 52%), formular novas questões baseadas na
investigação (em média 42%) e formular hipóteses para serem testadas (em
média 47%), estratégias de ensino experimental não muito util izadas pelos
professores.
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Capítu lo 7 - Conclusões
Q uestões Finais
Prosseguimento de estudos
1 . A mudança de atitude face aos cursos preferidos pelos a lunos do 9° ano -
Profissionais e Artes - poderá atribuir-se ao facto de não encontrarem
resposta no sistema educativo às suas vocações, interesses e necessidades?
Ou será que a frequência do ensino secundário os desmotiva? Ou será ainda
porque o mercado de trabalho não absorve e não valoriza socialmente os
cursos que os alunos gostariam de seguir? ão será relevante criar um
sistema de orientação profissional no final dos c iclos de estudos básico e
secundário, de forma a informar objectivamente os alunos da enorme
diversidade de carreiras ao seu alcance e de quais as disciplinas
fundamentais e básicas que devem frequentar no secundário?
M otivação e I nteresse
2. A qualidade da aprendizagem será mais influenciada pelo interesse nos
assuntos (motivação intrínseca} ou por motivações extrínsecas? O interesse
por um assunto poderá por si só aumentar o nível de aprendizagem? Como é
que as emoções afectam o interesse? Como é que os professores poderão
estimular o interesse num assunto específico para que os al unos se si ntam
motivados para o estudar?
Desenvolvimento global
4. Estarão as práticas pedagógicas orientadas para um efectivo desen
volvimento global das competências dos estudantes, ou estarão mais
dirigidas para a aquisição de conhecimento considerado como declarativo?
S ignificarão estes resultados que, apenas perante os novos desafios no
ensino superior, os estudantes se consciencializam de que efectivamente a
sua capacidade de raciocínio, os seus hábitos de trabalho e de estudo não
tiveram um desenvolvimento adequado ao longo do seu percurso escolar até
ao final do 1 2° ano? Haverá uma diferença signi ficativa entre o sistema de
avaliação de competências entre o ensino secundário e o superior que
conduza a esta mudança de opinião por parte dos estudantes em relação a
alguns aspectos do seu desenvolvimento global? Terão os alunos que j á
ingressaram n o ensino superior adquirido a noção d a necessidade de
mudança dos hábitos de trabalho e estudo para poderem corresponder às
solicitações mais exigentes neste nível de ensino?
M etodologias de ensino
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Capítulo 7 - Conclusões
Avaliação
8. S igni ficará a incongruência entre os resultados da avaliação de frequência
desde o 1 0° até ao 1 2° ano e os resultados dos exames no final do ensino
secundário que existe uma cedência táctica (inconsciente?) na avaliação
interna dos al unos? Haverá uma estratégia ponderada no modelo de
aval iação no ensino básico e secundário, conducente a um sucesso aparente?
9. Será a discordância entre a auto-avaliação dos alunos do seu desenvolvimento
global e a opin ião dos professores reveladora da uma transigência da parte
dos professores na definição de critérios de aval iação de competências onde
os estudantes reconbecem ter mais dificuldades? Não será esta opção
conducente a um sucesso aparente do desempenho dos estudantes? H averá
no modelo de ensino adoptado uma valorização da capacidade de
memorização dos algoritmos matemáticos, necessária à resol ução dos
exercícios apresentados nas provas de avaliação, sem que haja uma
correspondência efectiva com o desenvolvimento de competências
relacionadas com o raciocínio e resol ução de problemas?
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Referências bibliográficas
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