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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA DE TÓPICOS ESPECIAIS
PROFESSOR EDIOVANI A. GABOARDI
ACADÊMICA (O): ____________________________________________ DATA: ___/___/___

PROVA DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTO

Apresente a crítica a Kant e a posição assumida por Hegel, em relação ao tema do conhecimento, na introdução
da Fenomenologia do espírito. As citações a seguir podem usadas como referência.
1 – Segundo uma representação natural, a filosofia, antes de abordar a Coisa mesma – ou seja, o conhecimento efetivo do que
é, em verdade, - necessita primeiro pôr-se de acordo sobre o conhecer, o qual se considera ou um instrumento com que se
domina o absoluto, ou um meio através do qual o absoluto é contemplado. (p.63).
2 – Ora, esse cuidado chega até a transformar-se na convicção de que constitui um contra-senso, em seu conceito, todo
empreendimento visando conquistar para a consciência o que é em si, mediante o conhecer; e que entre o conhecer e o
absoluto passa uma nítida linha divisória. Pois, se o conhecer é o instrumento para apoderar-se da essência absoluta, logo se
suspeita que a aplicação de um instrumento não deixe a Coisa tal como é para si, mas com ele traga conformação e alteração.
(p.63)
3 – De fato, esse temor de errar pressupõe como verdade alguma coisa (melhor, muitas coisas) na base de suas precauções e
conseqüências; – verdade que deveria antes ser examinada. Pressupõe, por exemplo, representações sobre o conhecer como
instrumento e meio e também uma diferente entre nós mesmos e esse conhecer; mas sobretudo, que o absoluto esteja de um
lado e o conhecer de outro lado – para si e separado do absoluto – e mesmo assim seja algo real. Pressupõe com isso que o
conhecimento, que, enquanto fora do absoluto, está também fora da verdade, seja verdadeiro; – suposição pela qual se dá a
conhecer que o assim chamado medo do erro é, antes, medo da verdade. (p. 64).
4 – Essa conseqüência resulta de que só o absoluto é verdadeiro, ou só o verdadeiro é absoluto. É possível rejeitar essa
conseqüência mediante a distinção entre um conhecimento que não conhece de fato o absoluto, como quer a ciência, e ainda
assim é verdadeiro, e o conhecimento em geral, que, embora incapaz de aprender o absoluto, seja capaz de outra verdade. Mas
vemos que no final esse falatório vai acabar numa diferença obscura entre um verdadeiro absoluto e um verdadeiro ordinário;
e [vemos também] que o absoluto, o conhecer, etc., são palavras que pressupõem uma significação; e há que esforçar-se por
adquiri-la primeiro. (p.64-5).
5 – Inversamente, poderia com mais razão ainda poupar-se o esforço de tais representações e modos de falar, mediante os
quais se descarta a própria ciência, pois constituem uma aparência oca do saber, que desvanece imediatamente quando a
ciência entra em cena. (p.65).
6 – No entanto, a ciência, pelo fato de entrar em cena, é ela mesma uma aparência [fenômeno]: seu entrar em cena não é ainda
a ciência realizada e desenvolvida em sua verdade. Tanto faz neste ponto representar-se que a ciência é aparência porque entra
em cena ao lado de outro [saber], ou dar o nome de “aparecer da ciência” a esses outros saberes não-verdadeiros. Mas a
ciência deve libertar-se dessa aparência, e só pode fazê-lo voltando-se contra ela. (p.65)
7 – Já que esta exposição tem por objeto exclusivamente o saber fenomenal, não se mostra ainda como ciência livre, movendo-
se em sua forma peculiar. É possível porém toma-la, desse ponto de vista, como o caminho da consciência natural que abre
passagem rumo ao saber verdadeiro. (p.66).
8 – A consciência natural vai mostrar-se como sendo apenas conceito de saber, ou saber não real. Mas à medida que se toma
imediatamente por saber real, esse caminho tem, para ela, significação negativa: o que é a realização do conceito vale para ela
antes como perda de si mesma, já que nesse caminho perde sua verdade. (p.66).
9 – A série de figuras que a consciência percorre nesse caminho é, a bem dizer, a história detalhada da formação para a ciência
da própria consciência. (p.76).
10 – A série completa das formas da consciência não-real resultará mediante a necessidade do processo e de sua concatenação
mesma. Para fazer inteligível esse ponto, pode-se notar previamente, de maneira geral, que a apresentação da consciência não
verdadeira em sua inverdade não e um movimento puramente negativo. [...] Porém o nada, tomado só como o nada daquilo
donde procede, só é de fato o resultado verdadeiro: é assim um nada determinado e tem um conteúdo. (p.67).
11 – Entretanto, o saber tem sua meta fixada tão necessariamente quanto a série do processo. A meta está ali onde o saber não
necessita ir além de si mesmo, onde a si mesmo se encontra, onde o conceito corresponde ao objeto e o objeto ao conceito.
(p.68).
12 – Mas a consciência é para si mesma seu conceito; por isso, é imediatamente o ir-além do limitado, e – já que este limite
lhe pertence – é o ir além de si mesma. (p. 68).
13 – Pois a consciência distingue algo de si e ao mesmo tempo se relaciona com ele; ou, exprimindo de outro modo, ele é algo
para a consciência. O aspecto determinado desse relacionar-se – ou do ser de algo para a consciência – é o saber. Nós
distinguimos desse ser para um outro o ser-em-si; o que é relacionado com o saber também se distingue dele e se põe como
essente, mesmo fora dessa relação: o lado desse Em-si chama-se verdade. (p.69).

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