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Edição Porto • Ano XXIX • n.º 10.449 • 1,20€

, • Quint -feira,
a, 2 de N vembr de 201 • Director: Manuel Carvalho Adjuntos: Amílcar Correia, Ana Sá Lope
ess, David Pontes, Tiago Luz Pedro Directora de Arte: Sónia Matos

hampions Parlamento
Devem os deputados
C Porto aprovar vacinas?A decisão é
os ‘oitavos’ polémica e não há consenso
Sociedade, 14
em Roubo de armas
rimeiro O mais recente arguido do
o grupo assalto a Tancos é conhecido
como o “Fechaduras”
Desporto, 38/39
Desp Sociedade, 13

Governo sob pressão para aplicar

regras de idoneidade no Montepio
Despacho que aplica ao Montepio o novo Código das Associações Mutualistas deve ser publicado esta
semana e pode pôr em risco eventual tomada de posse de Tomás Correia, caso seja eleito dia 7 Economia, 18
VCG/VCG VIA GETTY IMAGES

Mutações genéticas Castro Almeida pede

Já estamos no “tréguas” no PSD para
perigoso caminho evitar “suicídio colectivo”
da eugenia Para o vice-presidente do PSD, a guerra de
p2 a 4 poder dentro do partido está a impedir Rui
Rio de fazer passar para a opinião pública
as propostas de oposição ao Governo p8/9

Portugal em PSD alia-se

segundo na UE ao Governo
na descida para a reforma
do malparado da justiça
Comissão Europeia defende PCP e PEV rejeitam pacto.
avanço para a união CDS está disponível para
bancária completa p20 discutir propostas p11
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Cientista chinês terá criado os dois primeiros bebés geneticamente editados

ISNN-0872-1556
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2 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

DESTAQUE
EDIÇÃO GENÉTICA
O cientista
chinês He
Jiankui ontem na
Segunda Cimeira
Internacional
sobre Edição
do Genoma
Humano, em
Hong Kong

Ainda poderá nascer

um terceiro bebé
geneticamente editado
Cientista chinês defendeu ontem a experiência que terá resultado no nascimento dos
dois primeiros bebés geneticamente editados, com uma manipulação que pretende
conferir resistência à infecção por VIH. Assumidamente orgulhoso, disse que, além
das gémeas Lulu e Nana, há uma outra gravidez que poderá trazer um terceiro bebé
tista ainda não foram divulgados. tende torná-las resistentes à infecção ver oito casais (mas prosseguiu com apenas conferir uma vantagem em
Andrea Cunha Freitas Nem vão ser, segundo adiantou, pelo vírus do VIH. Para executar a sete após a desistência de um deles) relação a outros bebés, tornando-
revelando que só o fará quando a tarefa, o cientista terá usado uma e incluía homens com VIH e mulhe- os supostamente resistentes a uma

Q
uem esperava saber ontem
todos os pormenores
da experiência que
terá sido levada a cabo
pelo cientista chinês
He Jiankui, que reclama
ter ajudado a conceber
os primeiros dois bebés, duas
gémeas, geneticamente editados
e que nasceram este mês, só pode
estar frustrado. O pouco que He
Jiankui adiantou na conferência
internacional sobre edição genética,
que decorre em Hong Kong, só
serviu para deixar a comunidade
científica (e não só) ainda mais
confusa. Na plateia, enquanto o
orgulhoso cientista defendia o seu
trabalho, havia quem acabasse por
assumir que se sentiu fisicamente
maldisposto com a apresentação.
No palco, aguardado com enor-
me expectativa, He Jiankui só pediu
desculpa por uma coisa: pela fuga
de informação dos resultados da
sua experiência antes da revisão
por pares, especialistas da área ca-
pazes de escrutinar e validar os da-
dos apresentados. Mas, na verdade,
os pormenores do trabalho do cien-
revista científica (não disse qual) a técnica chamada CRISPR-Cas9 que res que não estavam infectadas pelo infecção por VIH.
que submeteu o artigo para publi- permite um jogo de “corta e cola” de vírus que queriam recorrer a fertili- E se até aqui a história já era capaz
cação o fizer. genes. A ser verdade, será a primeira zação in vitro. Um total de 31 embri- de arrepiar o mais liberal dos gene-
Assim, He Jiankui contou a sua vez que embriões editados nascem ões foi abrangido no procedimento, ticistas, ainda há mais. Ontem, na
versão da história que explodiu na no mundo. Até agora, as raras ex- sendo que 70% foram efectivamente conferência internacional, o cientis-
segunda-feira. Nasceram este mês periências neste campo envolveram editados. Já este ano, um dos casais ta chinês terá sido confrontado com
dois bebés, duas gémeas a que cha- apenas embriões que não são viáveis “engravidou”. He Jiankui recusa for- várias questões e críticas, às quais
ma Lulu e Nana, que foram subme- ou que são destruídos. necer detalhes que permitam identi- foi respondendo de forma evasiva e
tidas a uma edição genética que pre- A experiência começou por envol- ficar as pessoas envolvidas mas asse- com um discurso de uma ingenuida-
gura que as bebés “são saudáveis”. de pouco credível. Citada pela CNN,
Aliás, ontem durante a conferência, Jennifer Doudna, uma das responsá-
Como funciona a edição genética
disse ainda que o procedimento não veis pela invenção desta ferramen-
A técnica de edição de ADN chamada “CRISPR-Cas9” funciona como a terá provocado nenhum efeito fora ta de edição genética, admitiu ter
versão biológica da função “procurar e substituir” do programa de do alvo [no genoma] pretendido. ficado “fisicamente maldisposta”
processamento de texto Word. durante a apresentação. David Bal-
Necessário um antiácido timore, prémio Nobel da Medicina
Enzima que O risco de modificações no genoma em 1975, também estava na plateia
Célula Molécula-guia
corta ADN off-target é um dos maiores receios e também terá confessado aos jor-
da comunidade científica. Isso e pos- nalistas que teve de tomar um anti-
Cadeia síveis efeitos colaterais que uma mo- ácido para suportar a sessão.
Núcleo Cadeia de de ADN dificação no genoma pode provocar. He Jiankui ainda tentou reparar
ADN-alvo alterada
Mas mais do que as consequências danos e disse, por exemplo, que era
Cromossoma
(a ser verdade, os bebés estão aí e contra o uso da edição genética para
Introduz-se na célula A molécula-guia Uma enzima A cadeia de deverão ser cuidadosamente acom- melhorar características do ser hu-
um complexo de sintética que foi (a Cas9) corta ADN alterada
enzimas contendo: criada procura cadeia de ADN repara-se
panhados durante toda a vida) ques- mano (como a inteligência ou a cor
a cadeia de sozinha tionam-se as motivações deste traba- dos olhos). Mas depois descarrilou.
Molécula-guia
ADN-alvo lho. Porque o plano do cientista chi- “Sinto-me orgulhoso. Sinto-me or-
Enzima que nês não teve como objectivo curar gulhoso porque o pai [das gémeas]
corta ADN
uma doença ou corrigir algum tipo já tinha perdido a esperança. Não se
Fonte: Reuters PÚBLICO
de erro genético no embrião, mas trata de ‘desenhar bebés’, só uma
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criança saudável”, justificou. Quan-
do David Liu, da Universidade de
Harvard (EUA), um dos principais
responsáveis pela ferramenta de edi-
ção do genoma, o criticou durante a
conferência por realizar uma expe-
riência que não abordava uma “ne-
cessidade médica não atendida” (o
HIV é evitável e tratável), He Jiankui
argumentou que o pai seropositivo
das gémeas desejava que a técnica
lhe permitisse ter filhos que ficariam
eternamente imunes ao VIH e que
este vírus assume preocupantes
contornos na China.
Durante uma grande parte da
palestra, o cientista chinês que
tem poucos artigos publicados na
área da edição genética falou sobre
experiências anteriores realizadas
com ratinhos e macacos e embriões
humanos inviáveis. “Depois de ouvir
o Dr. He, só posso concluir que tudo
isto foi malconduzido, prematuro,
desnecessário e em grande parte
inútil”, disse a bioeticista Alta Cha-
ro, da Universidade de Wisconsin,
membro da comissão da organiza-
ção da conferência internacional.
Ainda que orgulhoso, He Jiankui
avisou que vai fazer uma pausa no
trabalho tendo em conta o que acon-
teceu esta semana. Por fim, confir-
mou que Universidade de Ciência
e Tecnologia do Sul da China, em
Shenzen, a que pertence (e que
publicou uma declaração conside-
rando que aquele trabalho consti-
tui uma “grave violação da ética e
dos padrões académicos), não ti-
nha conhecimento da experiência.
He Jiankui terá pedido uma licen-
ça por três anos em Fevereiro. Es-
ta semana, ficou a saber-se que o
pedido de ensaio clínico terá dado
entrada no registo nacional chinês
a 8 de Novembro, apresentado por
He Jiankui.
Vídeos e outras “promoções”
Esta é a versão de He Jiankui que,
diga-se de passagem, já estava a ser
preparada há várias semanas. Sabe-
se agora que o cientista terá contra-
tado uma empresa de comunicação
e relações públicas para gerir todo o
processo da divulgação do que an-
tecipou (e bem) como uma bomba.
Os vários vídeos (o primeiro da série
tem mais de 200 mil visualizações)
com um tom quase “promocional”
que publicou no domingo no You-
Tube sobre o trabalho no seu labo-
ratório estavam prontos há algum
tempo. Nos filmes curtos (em inglês)
evita a expressão “edição genética”
ALEX HOFFORD/EPA
que substitui por “cirurgia genéti-
ca”, apresenta a CRISPR-Cas9 como
um “tecnologia para curar” conside-
rando que a sua experiência “cura
uma família inteira” e, por fim, diz
estar consciente das inevitáveis crí-
ticas à experiência mas também afir-
ma estar disposto a lidar com elas
“pelas famílias”.
Fala de Lulu e Nana e chama aos pais
dos bebés Grace e Mark (nomes fic-
tícios). Lembra que também houve
pânico com Louise Brown, a primei-
ra bebé que nasceu após fertilização
“in vitro”. Por fim, diz às pessoas
que se quiserem lhe podem escrever
um email (fornecendo os endere-
ços). A ele ou a Lulu e Nana.
Em 2017 o próprio He Jiankui avi-
sou, durante uma conferência, que
se o primeiro bebé CRISPR a nascer
não fosse saudável seria um desas-
tre. “Devemos fazer isto devagar e
cautelosamente porque um único
falhanço pode matar toda a área de
investigação”, disse. Apesar disso,
avançou. E agora não é possível
sequer dizer que as únicas pesso-
as a ganhar com isto tudo foram
Lulu e Nana. Porque ainda não o
sabemos.
acfreitas@publico.pt
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 3
Os genes dos outros
Comentário
João Ramalho-Santos
O
anúncio de manipulação
genética em embriões
humanos, dando
origem a gémeas que
nasceram sem alguns
genes que “deveriam
ter” não surpreende ninguém.
Mesmo que se venha a verificar
que este caso em concreto não
é exatamente como descrito, e
se discuta se foram cumpridos
todos os preceitos ético-
legais, o fundamental é isto: a
tecnologia existe, é muito útil
em investigação, tem potencial
biomédico inegável e, mesmo que
não funcione na perfeição, será
aplicada. Por quem? Por quem
deixarem. Para quê? Por exemplo,
para remover de um embrião
genes patológicos que limitarão
de forma drástica a qualidade de
vida dos indivíduos portadores,
como os que causam as doenças
de Huntington, de Machado-
Joseph, a paramiloidose (“doença
dos pezinhos”). Ou, no caso em
discussão, retirando um gene que
ajuda à infeção pelo vírus HIV.
Mas se a tecnologia serve para
isso, também poderá servir para
alterar genes que influenciem a
cor dos olhos, a massa muscular
ou outras caraterísticas. Embora
a sociedade tenha uma imagem
errada sobre o que determina
caraterísticas complexas como
a inteligência ou o talento
musical (spoiler alert: não
sabemos quase nada), a verdade
é que o desconhecimento
nunca impediu a venda de
expectativas, um mercado que
qualquer progenitor sabe ser
infindável. E é muito curioso
notar que o sistema usado para
alterar genomas (CRISPR-Cas9)
é empregue por bactérias para
combater potenciais infeções,
2012
é o ano da invenção da técnica
CRISPR-Cas9 para corrigir e
alterar o ADN de uma maneira
muito poderosa
uma espécie de sistema
imunitário microbiano. Na
altura em que foi caraterizado
só interessava a especialistas,
e ninguém quis muito saber,
até que se tornou óbvio o seu
potencial biotecnológico.
Lembrem-se disso da próxima
vez que alguém disser que a
“investigação básica não serve
para nada” (e não deve ser
financiada), porque o que o que
interessa é só a “investigação
aplicada”. Sem os investigadores
“básicos” não tínhamos acesso a
esta poderosa ferramenta; para o
bem e para o mal.
Um ponto crucial nesta
discussão, e uma das mensagens
mais negligenciadas em ciência,
é que, se os mecanismos
tendem a ser universais, a
aplicação da tecnologia que
deles resulta não é. Basta ver
como diferentes países numa
mesma Comunidade Europeia
encaram procedimentos
tecnicamente simples como a
doação de gâmetas ou a gestação
de substituição. A ciência é a
mesma, mas o que é ilegal e
estigmatizado num sítio, será
aceite noutro.
Podemos pensar local, mas
qualquer ação eficaz tem
mesmo de ser global para ter
consequências; porque se há
paraísos fiscais, também há
infernos médico-científicos nos
quais investigadores menos
escrupulosos estarão disponíveis
para vender esperança, seja
com edição genética, seja com
células estaminais, seja com
o que quer de novo saia esta
semana nas revistas Nature ou
Science. Como sucede em muitos
outros campos (dos extremismos
aos refugiados), se não formos
nós a discutir, de forma séria e
pragmática, o que deve e pode
ser feito teremos, por inação,
exatamente o que merecemos.
Biólogo, presidente do Centro
de Neurociências e Biologia
Celular da Universidade de
Coimbra
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4 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
DESTAQUE
EDIÇÃO GENÉTICA
“É o início de um caminho perigoso para a eugenia”
Entrevista
Teresa Firmino
Lluis Montoliu Cientista
do Centro Nacional para a
Biotecnologia espanhol, usa
em animais a CRISPR-Cas9,
que “corta e cola” ADN
V
em amanhã ao Porto para
participar no seminário
“O que é a natureza
humana? — A ciência em
diálogo com a filosofia”,
organizado pelo Conselho
Nacional de Ética para as Ciências
da Vida e que decorre no Salão
Nobre do Centro de Cultura e
Congressos da Secção Regional
do Norte da Ordem dos Médicos.
O investigador barcelonês Lluis
Montoliu vem falar sobre
intervenções no genoma, o que
não podia estar mais na ordem do
dia com o anúncio na segunda-feira
de um cientista chinês que diz ter
alterado o ADN de dois bebés, que
entretanto já nasceram, usando
a técnica de edição do genoma
CRISPR-Cas9 (inventada em 2012).
Lluis Montoliu, presidente
fundador da ARRIGE — Associação
para a Investigação Responsável e
Inovação na Edição do Genoma,
criada este ano, considera que,
a ter existido tal experiência em
seres humanos, ela é “absurda e
altamente irresponsável” e que
está “horrorizado”.
Se o cientista chinês He
Jiankui fez realmente
experiências de edição do
genoma humano para gerar
bebés na China, que limites
éticos foram ultrapassados?
Na minha opinião, ultrapassaram-
se dois limites éticos nesta
experiência, partindo do
pressuposto de que ela aconteceu
realmente. Já houve antes outros
embriões humanos que foram
editados geneticamente, mas esta
é a primeira vez (que saibamos)
que foram implantados embriões
em mulheres e se desenvolveram
até ao fim da gravidez, resultando
no nascimento de bebés
geneticamente editados, duas
gémeas e mais uma criança que
nascerá em breve, segundo as
afirmações do cientista. Até ao
momento, não estão disponíveis
mais provas de que esta
experiência ocorreu.
Segundo, será a primeira vez
que ferramentas de edição do
genoma são aplicadas in vivo
em seres humanos não para fins
terapêuticos — a que a maioria
dos cientistas é potencialmente
favorável e a sociedade também
—, mas para melhorar, para
aperfeiçoar, características dos
embriões que não tinham nenhum
problema e não precisavam de
nenhuma edição do genoma.
Neste caso, ele declara que a sua
intenção era inactivar o gene CCR5
que codifica a porta de entrada que
o vírus da sida usa para infectar
os linfócitos, tornando assim estas
meninas praticamente resistentes à
infecção pelo vírus da sida.
Estas experiências (se
aconteceram) são um exemplo
claro de eugenia? Os grandes
riscos e receios da edição do
genoma humano são de facto
o reaparecimento da eugenia,
depois do que se passou
[nas experiências nazis em
seres humanos] na II Guerra
Mundial?
Na minha opinião, sim. Estamos
a seleccionar características e
a aplicar métodos para obter
embriões e, subsequentemente,
seres humanos com uma
característica específica que
foi escolhida. Podemos discutir
separadamente os benefícios ou
a utilidade dessa característica,
mas, falando formalmente, este é
o início de um caminho perigoso
para a eugenia. Depois de se
ter concordado em afinar esta
característica, por que não reparar
outra característica e outra e outra?
Que sanções podem vir a ser
aplicadas a He Jiankui, se fez as
experiências que diz ter feito?
Aparentemente, fez estas
É muito irresponsável
e imprudente ter
permitido que duas
crianças nascessem
com a incerteza
considerável que
está associada a
esta técnica. Esta
experiência nunca
devia ter acontecido
experiências sem o conhecimento,
o consentimento e as autorizações
necessárias da sua instituição e
do hospital associado, que estão
a demarcar-se deste investigador
neste momento. Vão investigar o
caso e poderão vir a processá-lo.
É espantoso como é que chegou
tão longe sem que nenhuma
autoridade ou instituição reparasse
INÉS POVEDA
e sem que alguém parasse esta
experiência absurda e altamente
irresponsável.
Depois de He Jiankui ter falado
[ontem] na Segunda Cimeira
Internacional sobre Edição do
Genoma Humano [em Hong
Kong], ficou mais convencido de
que fez essas experiências? Que
provas é que ele apresentou —
ou não apresentou — aos seus
colegas cientistas?
Ainda não vimos os dados a
sério, nem ele disponibilizou o
seu manuscrito [de um artigo
científico] à comunidade científica.
Afirma que vai publicar esse artigo
em breve. Nessa altura, poderemos
avaliar em termos reais o que
realmente fez. A partir dos slides
e do que apresentou na cimeira,
ainda há muitas incógnitas e muitas
questões a que não respondeu. Por
isso, estou tão convencido como
estava na segunda-feira, quando
vi os vídeos dele no YouTube. Esta
é uma experiência tecnicamente
possível, mas ainda difícil. Os
números apresentados não
encaixam na minha compreensão
sobre a técnica. Ou ele não nos está
a contar a história toda, ou teve
imensa sorte.
Quais são as suas impressões
sobre os vídeos em que o
cientista chinês fala da edição
do genoma de bebés?
Estou horrorizado. Ele subestima
as consequências negativas ainda
associadas à edição do genoma,
que nós não conseguimos
controlar. É por isso que estas
ferramentas são extraordinárias
no contexto académico, mas
ainda não são suficientemente
seguras para um uso clínico. É
por isso que é muito irresponsável
e imprudente ter permitido que
duas crianças nascessem com a
incerteza considerável que está
associada a esta técnica. Esta
experiência nunca devia ter
acontecido.
Que riscos enfrentam no futuro
estes bebés geneticamente
editados?
Muitos riscos. Estas meninas têm
de ser monitorizadas ao longo
de toda a vida, bem como os
seus filhos e os seus netos. Muito
provavelmente, são um mosaico,
o que significa que as suas células
não são geneticamente idênticas e
que algumas podem ter mutações
indesejáveis que podem afectar
qualquer órgão ao longo das suas
vidas. Claro que inactivar o gene
CCR5 per se também pode ter
consequências inesperadas.
Considera urgente a criação de
regulamentações internacionais
sobre a edição do genoma
humano?
As regulamentações são uma
necessidade. Esta experiência
lamentável ilustra por que
é urgente estabelecer algum tipo
mínimo de regras internacionais
para regular o que pode e o que
não pode ser feito. Creio que as
Nações Unidas são o fórum mais
apropriado para promover esta
regulamentação. Na ARRIGE —
Associação para a Investigação
Responsável e Inovação na Edição
do Genoma, que lançámos na
Europa, estamos empenhados em
envolver nesta discussão todas as
partes interessadas para que essa
discussão venha a cristalizar-se em
regulamentações reais aplicáveis a
todos os países.
teresa.firmino@publico.pt
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CONTEÚDO
PATROCINADO
Cancro do pulmão:
tratamentos personalizados
e cada vez mais eficazes
A incidência e taxa de mortalidade do cancro do pulmão não descansam
ŽƐ ĞƐƉĞĐŝĂůŝƐƚĂƐ͘ WŽƌ ŽƵƚƌŽ ůĂĚŽ͕ ŽƐ ĂǀĂŶĕŽƐ ĚĂ DĞĚŝĐŝŶĂ ƚġŵ ƉĞƌŵŝƟĚŽ
ŽĨĞƌĞĐĞƌ ĂůƚĞƌŶĂƟǀĂƐ ƚĞƌĂƉġƵƟĐĂƐ ĚŝƌŝŐŝĚĂƐ Ă ĐĂĚĂ ĚŽĞŶƚĞ ƉŽƐƐŝďŝůŝƚĂŶĚŽ
ŵĂŝŽƌ ƋƵĂůŝĚĂĚĞ ĚĞ ǀŝĚĂ ŵĞƐŵŽ ƋƵĞ ŶĆŽ ƐĞ ĐŽŶƐŝŐĂ Ă ĐƵƌĂ͘
C
ontinua a ser um dos cancros mais
incidentes na Europa e ainda que
não lidere as taxas de mortalidade,
pode ter um prognóstico mais reservado
muito devido à fase em que é detectado.
“Em Portugal, o cancro do pulmão é o quar-
to mais incidente e o segundo que mais ma-
ta, a seguir ao cancro colo-rectal”, afirma
António Araújo, médico oncologista e di-
rector do Serviço de Oncologia Médica no
Centro Hospitalar do Porto (CHP).
As estimativas da Agência Internacional
para a Investigação do Cancro (IARC), per-
tencente à Organização Mundial de Saúde,
apontam para o surgimento de mais de dois
milhões de novos casos de cancro do pul-
mão em 2018, a nível global, representan-
do quase 12% da incidência total da doença
oncológica. Ao mesmo tempo, a IARC prevê
que este tipo de cancro seja responsável por
mais de 1,7 milhões até ao final deste ano.
No mês em que se assinala a sensibiliza-
ção para o cancro do pulmão, não é demais
relembrar que o tabaco é directa ou indi-
rectamente responsável por 80% dos tumo-
res. Um dos grandes desafios da comunida-
de médica assenta no diagnóstico precoce
já que os fumadores tendem a desvalori-
zar os sintomas [tosse, falta de ar e expec-
toração] associando-os ao consumo de ta-
baco. “É por isso que a maioria dos doen-
tes já chega em estadios
muito avançados da sua
doença”, alerta António
O desenvolvimento Araújo. O facto de os ca-
sos chegarem mais tarde
de medicamentos às consultas de especia-
mais ‘amigos do lidade vai condicionar
doente’ tem-nos as opções terapêuticas
que têm de ser adequa-
permitido conferir mais das a cada caso. “Cada
quantidade com melhor doente é um doente que
qualidade de vida aos tem um tumor específi-
co que não é igual ao de
nossos doentes outro paciente”, explica
António Araújo, médico o médico.
oncologista e director do Serviço A evolução da ciên-
de Oncologia Médica no Centro cia tem vindo a permi-
Hospitalar do Porto tir identificar cada vez
mais as características
dos tumores de forma
individual. “Estamos ca-
da vez mais a individuali-
zar o tratamento do cancro do pulmão, atra-
vés do desenvolvimento de terapias dirigi-
das a alvos, de precisão, que já constituem
uma prática comum, todos os dias, em Por-
tugal”, sublinha.
Inovação a caminho do futuro
Os avanços terapêuticos e as inovações têm
sido crescentes ao longo dos anos, e se até
ao início do séc. XXI, era a quimioterapia
que liderava os tratamentos, matando célu-
las saudáveis e malignas em simultâneo, a
partir do ano 2000, foram descobertas mu-
tações genéticas nas células tumorais que
eram responsáveis pelo desenvolvimento do
tumor. “Portanto, se começássemos a utili-
zar medicamentos que bloqueassem o pro-
duto dessas mutações, iríamos travar o de-
senvolvimento do cancro, através da Medi-
cina Personalizada”, explica António Araújo.
Há cerca de cinco anos, surgiu uma mu-
dança de paradigma no tratamento do can-
cro do pulmão com a utilização de imuno-
terapia que é benéfica “para 30 a 40% dos
doentes, através da modulação do sistema
imunológico dos doentes para tratar as cé-
lulas cancerígenas”, acrescenta o médico.
Em tumores precoces, em fase muito ini-
cial, ou muito localizados, a indicação é ci-
rúrgica, garante o director de serviço do
CHP. A própria cirurgia sofreu alguma evo-
lução ao longo dos anos “com o desenvol-
vimento do que se chama ‘vídeotoracosco-
pia’, menos invasiva e com uma recupera-
ção mais fácil e rápida para os doentes”.
A quimioterapia, as terapias dirigidas a
alvos e a imunoterapia destinam-se a can-
cros do pulmão avançados ou metastizados
[aparecimento de tumores secundários], e a
indicação não é cirúrgica. “Nos tumores lo-
calmente avançados, que não são precoces
mas que também não têm metástases, não
podemos propor cirurgia, mas sim, radio-
terapia com quimioterapia concomitante.
Conseguimos depois sugerir imunoterapia
de manutenção, que pode ser para o longo
da vida, desde que o doente tolere e o tu-
mor esteja controlado”, explica o médico.
Esta medicação “para sempre” não é cura-
tiva mas permite transformar o cancro do
pulmão numa doença crónica. “O desen-
volvimento de medicamentos mais ‘ami-
gos do doente’ tem-nos permitido conferir
mais quantidade com melhor qualidade de
vida aos nossos doentes”, garante o direc-
tor de serviço.
Há que ter esperança no futuro, sugere o
médico oncologista. “A Medicina está a evo-
luir muito rapidamente e estão a ser desco-
bertos medicamentos cada vez mais eficazes
para controlar esta doença.” O futuro pode
passar por medicamentos dirigidos a alvos
terapêuticos, mais eficazes, por um lado,
e com menos efeitos colaterais, por outro.
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6 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
POLÍTICA
Governo gere dossier das
amnistias fiscais com pinças
Representantes dos inspectores e
funcionários da Autoridade Tributária
aplaudem medida que permite ao fisco
saber quem aderiu às amnistias fiscais.
Governo baixa as expectativas
OE 2019
Maria Lopes
e Pedro Crisóstomo
Terminaram ontem, 33 horas depois,
as votações do Orçamento do Estado
para 2019 na especialidade e ficou
desfeita a dúvida: em 2019, a Auto-
ridade Tributária e Aduaneira (AT)
vai ficar a saber quais foram os con-
tribuintes portugueses que aderiram
às três amnistias fiscais aprovadas
pelos governos de José Sócrates e de
Pedro Passos Coelho.
É uma informação que inspectores
tributários há muito reclamam, mas
controversa entre advogados. Há
quem considere que viola o princí-
pio da confiança no Estado, por cau-
sa da confidencialidade prevista nas
leis dos Regimes Excepcionais de Re-
gularização Tributária (RERT). Uma
reserva ventilada no Parlamento pelo
próprio secretário de Estado dos As-
suntos Fiscais, António Mendonça
Mendes, mas que não foi suficiente
para o PS travar a iniciativa.
A proposta partiu do BE e foi apro-
vada na especialidade com os votos
favoráveis dos socialistas e do PCP
(recebeu a abstenção do PSD e o voto
contra do CDS). O Banco de Portugal
fica obrigado a enviar ao fisco todas
as fichas de regularização tributária
dos contribuintes que em 2005, 2010
ou 2012 aderiram aos RERT. E com is-
so a administração fiscal ganha mar-
gem para justificar diligências duran-
te novas investigações tributárias que
ocorram a esses cidadãos.
Quem ocultou dinheiro ao fisco no
estrangeiro e aderiu aos RERT ficou a
salvo de infracções tributárias e pôde
regularizar os valores pagando um
IRS mais baixo. Hoje, por causa de
megaprocessos de investigação que
passaram pelo Departamento Cen-
tral de Investigação e Acção Penal
(DCIAP), sabe-se o nome de algu-
mas pessoas amnistiadas, entre elas
o ex-presidente do BES Ricardo Sal-
gado ou o ex-líder da PT Zeinal Bava.
O Ministério Público só conseguiu as
fichas com autorização de um juiz.
Mas essa é uma informação que o
próprio fisco desconhece de ante-
mão, porque actualmente só o Banco
de Portugal (e os bancos comerciais
dos amnistiados) é que tem acesso
às declarações.
O fisco ganha margem de manobra,
mas não poderá ir tão longe como o
Bloco de Esquerda queria. Hoje, se o
fisco for investigar algum desses con-
tribuintes, pode ficar de pés e mãos
atadas. Porquê? Não consegue saber
se o valor que está a reclamar já foi
pago ou se está em causa um novo
montante oculto. Se o contribuinte
for confrontado pela AT, pode dizer
que já regularizou o valor, mas o pró-
prio fisco, não conhecendo as decla-
rações de regularização, não conse-
gue dizer com toda a certeza se esse
montante corresponde à operação
investigada ou se está em causa um
novo valor. Foi o que aconteceu com
muitos dos cidadãos descobertos no
caso Swissleaks.
A proposta do BE salvaguarda que
as declarações não podem ser utiliza-
das contra os contribuintes amnistia-
dos como prova dos factos, mas per-
mite que a informação possa ser usa- É um ponto em que não está iso- dados com aqueles que os mesmos
da “para fundamentar diligências” lado. No Parlamento, onde ontem bancos são obrigados a comunicar
durante as investigações. Este ponto comentou a medida pela primeira ao Banco de Portugal.
da lei conseguiu luz verde do BE, PS vez, o próprio secretário de Estado O Governo decidiu introduzir uma
e PCP, e contou com o voto contra do dos Assuntos Fiscais, António Men- norma no Orçamento do Estado que
PSD e a abstenção do CDS. donça Mendes, concedeu que essa obriga o supervisor liderado por Car-
A violação do princípio da confian-
[Informação] é questão se coloca. A proposta, disse, los Costa a fazer chegar informação
ça é invocado por advogados porque muito limitada não é “tão linear” quanto tem sido discriminada por declarante, em nú-
as leis dos RERT prevêem que uma apresentada, mas considerou-a “in- mero e valor, agregada por destino e
declaração de regularização “não
do ponto de vista teressante”, apesar de ter refreado motivo da transferência.
pode ser, por qualquer modo, uti- de descobrir os ânimos em relação ao que o fisco Com uma proposta do BE, fica cla-
lizada como indício ou elemento conseguirá fazer com a nova infor- rificado na lei que o Banco de Portu-
relevante para efeitos de qualquer
esquemas do mação. “É muito limitada do ponto gal terá de entregar essa informação
procedimento tributário, criminal passado para ver de vista de descobrir esquemas do durante os primeiros seis meses de
ou contra-ordenacional”. Entre fis- passado para ver para o futuro”, 2019, e já relativamente às transferên-
calistas que receberam mal a medi-
para o futuro disse. cias comunicadas ao banco central
da está um dos secretários de Estado António Mendonça Mendes “até 31 de Dezembro de 2018”.
dos Assuntos Fiscais do Governo de Sec. Estado Assuntos Fiscais Mais dados sobre offshores
António Guterres, o advogado Rogé- Adicional do IMI agravado
rio Fernandes Ferreira, para quem a O fisco já recebe informação dos ban-
medida “viola, despudoradamente, cos sobre as transferências realizadas As medidas sobre os RERT e os da-
o princípio da confiança e da segu- pelos clientes para contas sediadas dos das transferências offshore não
rança jurídicas, enquanto pilares do em paraísos fiscais, mas a partir do foram as únicas propostas fiscais da
Estado de direito”. próximo ano vai poder cruzar esses esquerda que receberam o apoio dos
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Mendonça
Mendes falou
sobre ontem
amnistias
fiscais no
Parlamento
RUI GAUDÊNCIO
socialistas. Se na madrugada de on-
tem o PCP viu chumbada uma das su-
as bandeiras — para criar um escalão
intermédio para agravar a derrama
de IRC para as empresas com mais
lucros —, à tarde tanto o PCP como o
BE contaram com a mão do PS para
criar um novo escalão no Adicional
do Imposto Municipal sobre Imóveis
(AIMI), a “sobretaxa” que se aplica
aos contribuintes com grande patri-
mónio acima dos 600 mil euros.
A nova alteração vai agravar o
AIMI de quem tem património aci-
ma dos dois milhões de euros, fatia
que passa a ter uma taxa de 1,5%.
Uma medida que vale 30 milhões
de euros de receita, nas contas do
Governo.
O novo escalão só se aplica a pes-
soas singulares, deixando de fora o
património imobiliário detido por
empresas, salvo nos casos em que o
imóvel se destina a uso pessoal dos
IVA das touradas dividiu PS quase ao meio
A
situação não é inédita,
mas é rara sobretudo na
votação de uma proposta
de uma bancada que
apoia o Governo em funções.
O grupo parlamentar do PS
partiu-se ao meio na votação da
sua própria medida sobre o IVA
para os espectáculos culturais
(incluindo as touradas). A
proposta socialista, da iniciativa
de Carlos César, contrariava
os 13% de IVA proposto pelo
Governo para as touradas,
no âmbito do Orçamento do
Estado (OE) para 2019, e acabou
chumbada por 40 deputados
do PS e os votos contra das
restantes bancadas.
A votação decorreu em
plenário, ontem de manhã,
no âmbito das avocações
de artigos do OE, depois de
anteontem, em comissão,
o IVA ter sido reduzido para
todos os espectáculos
culturais (incluindo as touradas)
para 6%, por proposta do PSD,
CDS e PCP. Ressalve-se, no
entanto, que esta nova votação,
que foi repetida no hemiciclo,
não põe em causa os resultados
do dia anterior. Ou seja, o IVA
desce mesmo para 6%.
titulares do respectivo capital, dos
membros dos órgãos sociais ou de
quaisquer órgãos de administração,
direcção, gerência ou fiscalização ou
dos cônjuges, pais e filhos.
Chumbada descida de IMI
Em sentido contrário, todas as pro-
postas para a redução da taxa máxi-
ma do IMI foram chumbadas. O PCP
propunha que a taxa para os prédios
urbanos pudesse ter um intervalo
entre 0,3% e 0,4%, contou com o
apoio do CDS, com a abstenção do
Bloco, mas teve o voto contra do PS
e PSD. O Bloco queria que os pré-
dios urbanos destinados a habita-
ção própria e permanente fossem
tributados entre 0,3% e 0,4% e que
os restantes prédios urbanos conti-
nuassem no intervalo entre 0,3% e
0,45%, mas teve apenas o apoio do
PCP. Por seu lado, o PSD também
O que a proposta do PS
evidenciou foi uma divisão
da bancada socialista: 43
(que incluem o líder do grupo
parlamentar) votaram a favor e
40 votaram contra.
Entre os que votaram a favor
da proposta do PS estão Carlos
César, João Paulo Correia, Jamila
Madeira, Carlos Pereira, João
Soares, Jorge Lacão, Marcos
Perestrello, Idália Serrão,
Sérgio Sousa Pinto, Joaquim
Raposo, Hugo Pires, Santinho
Pacheco, e Paulo Pisco.
Entre os que votaram contra
contam-se Ana Catarina Mendes
(secretária-geral adjunta do
PS), Rocha Andrade, Filipe
Neto Brandão, Paulo Trigo
Pereira, Margarida Marques,
Caldeira Cabral, Isabel Moreira,
Pedro Delgado Alves, Antónia
Almeida Santos, Edite Estrela,
Diogo Leão, Constança Urbano
de Sousa, Isabel Santos, José
Magalhães, e Vitalino Canas.
A iniciativa de Carlos César
foi assumida pelo líder da
bancada parlamentar como uma
divergência com o primeiro-
ministro. No debate de ontem
de manhã, o PS ficou em
silêncio. Sofia Rodrigues
viu chumbada a sua intenção de
tributar os prédios urbanos entre
0,25% e 0,45%.
Novo calendário no IMI
Ainda no IMI, avança a intenção do
Governo de haver um novo calendá-
rio de pagamento do IMI, que permi-
tirá também que mais contribuintes
paguem o imposto a duas prestações.
Agora, quem tem de pagar um IMI
até cem euros paga de uma só vez,
em Maio. Quem tem de pagar IMI
com um valor superior a cem euros
e inferior a 500 paga em duas pres-
tações, em Maio e Novembro; quem
tem a pagar mais de 500 euros de
IMI entrega em três prestações, em
Maio, Agosto e Novembro. com Ro-
sa Soares
maria.lopes@publico.pt
pedro.crisostomo@publico.pt
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 7
Não estou a fazer política,
ca,
não estou a avaliar o
conteúdo da proposta
Teresa Leal Coelho
Presidente da COFMA e deputada do PSD
D
Todos contra o PS chumbaram
taxa de protecção civil
Maria Lopes,
e Pedro Crisóstomo
Ao terceiro dia de votações de al-
terações ao Orçamento do Estado
(OE) para 2019 na especialidade,
cumpriu-se o esperado: a taxa da
protecção civil, cuja aplicação o Tri-
bunal Constitucional havia rejeitado
a alguns municípios, foi também re-
jeitada pelos deputados.
Todas unidas contra o PS, as ban-
cadas do PSD, CDS, Bloco e PCP vo-
taram pela eliminação do artigo do
OE que permitia a criação da taxa.
As propostas nesse sentido foram
apresentadas por Bloco, CDS e PSD
que acabaram por ser votadas em
conjunto, deixando o PS isolado.
O longo artigo da proposta do
Governo autorizava o executivo a
“aprovar a contribuição municipal
de protecção civil, estabelecendo o
regime a que fica sujeita a incidên-
cia, a liquidação, a cobrança e o seu
pagamento” ao município.
Noutro capítulo, os comunistas
juntaram-se à direita para ajudar o
PSD a aprovar a sua proposta para
eliminar o artigo do OE em que o
Governo pretendia aumentar a con-
tribuição sobre os sacos de plástico
para 12 cêntimos. Na prática, com
A propósito desta taxa, Rui Rio
disse: “Basta de impostos!”
a aplicação do IVA, os sacos acaba-
riam por custar 15 cêntimos. Foram
ainda rejeitadas alterações ao regi-
me dos sacos propostas pelo PAN.
O compromisso do Governo com
o PAN para acabar com o tiro às aves
criadas em cativeiro (criadas exclusi-
vamente para esse fim) ficou ferido
de morte com uma outra “coliga-
ção” negativa, que juntou PSD, CDS
e PCP. Os comunistas votaram ao
lado da direita, que tinha duas pro-
postas para eliminar a proibição do
tiro a aves como o pombo, isolando
PS e Bloco, que votaram contra.
Outra proposta estava no guião
mas acabou por ser retirada pelo PS
à última hora: os socialistas não leva-
ram a votos o seu texto que alargava
a contribuição para o sector energé-
tico a centrais de renováveis atribu-
ídas por contrato — a Tejo Energia
e a Turbogás —, e acabaram por se
juntar ao PSD para chumbar a pro-
posta do Bloco no mesmo sentido. O
PS também retirou do OE o regime
do Fundo para a Sustentabilidade
do Sector Energético alegando que
o Conselho de Ministros já fez alte-
rações sobre isso.
Através de uma proposta do PCP,
os deputados aprovaram por una-
nimidade uma norma que estipula
que as subvenções públicas atribu-
ídas aos grupos parlamentares, aos
deputados únicos representantes
de um partido e aos deputados não
inscritos não serão aumentadas ape-
sar da subida do valor do Indexante
dos Apoios Sociais para 2019, a que
estão indexadas.
Depois de todas as propostas
votadas, a comissão suspendeu os
trabalhos por quase meia hora para
que a bancada do PS pudesse saber
junto das Finanças se era preciso fa-
zer uma proposta de alteração para
autorizar o Governo a aumentar o
limite de endividamento acima dos
dez mil milhões de euros previstos
no texto do OE. Mas das Finanças
veio a resposta de que, apesar do
aumento da despesa com algumas
medidas e da redução da receita es-
perada, não será preciso aumentar
esse plafond.
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8 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
POLÍTICA
Castro Almeida pede “tréguas” no PSD
para evitar “um suicídio colectivo”
Castro Almeida Vice-presidente do PSD
lança apelo a críticos de Rui Rio porque
considera que o partido vive um clima
de confrontação que não é normal
Hora da Verdade
Helena Pereira e Eunice
Lourenço (Renascença)
Manuel Castro Almeida, vice-
presidente do PSD, considera que o
“ruído” e o clima de “hostilidade”
dentro do partido estão a impedir
Rui Rio de fazer passar para a
opinião pública as propostas de
oposição ao Governo.
Em Abril, depois de assinar dois
acordos com o Governo, dizia-
-nos que a partir daí o PSD tinha
de intensificar a oposição ao
Governo. Foi isso que o PSD fez?
Manifestamente, sim. Há
um acentuar de críticas e de
formulações alternativas. Basta ver
o que se passou com este OE2019.
O PSD apresentou mais de 100
propostas alternativas às do PSD.
Apresentámos também soluções
concretas sobre o problema
demográfico, na área da economia
e finanças. É bem certo que não
há uma percepção pública das
propostas do PSD. Em boa medida,
porque há um problema que ainda
não resolvemos, que é de ruído
interno, que dificulta que as nossas
propostas passem. Quando se fala
de questões internas, não se fala de
oposição.
Pois, o que se intensificou
entretanto foi a polémica
interna. Como é que resolverá
esse ruído interno?
Quero contribuir para que as vozes
do partido falem mais sobre o
Governo e a alternativa ao Governo
do que sobre as questões internas.
Mas não vou fugir à questão,
porque ela é importante. É verdade
que hoje há um clima de divisão,
de confrontação, de divisão, de
hostilidade no interior do partido
que é excessivo, não é normal.
Quase como se houvesse um
partido na direcção e outro no
Parlamento...
Há, de facto, um clima de divisão
que prejudica a afirmação do
partido, faz ruído e não deixa o
partido afirmar as suas mensagens.
Este problema tem de ser
enfrentado e resolvido. Há dois
lados de um conflito e isto só se
resolve se os dois lados resolverem
aproximar-se. Tem de haver um
esforço de aproximação de ambas
as partes. O primeiro responsável
por garantir a unidade do partido
é o presidente e a direcção. Mas
também é necessário que do outro
lado haja a aceitação plena dos
resultados eleitorais.
Identifica esse outro lado com o
grupo parlamentar?
Não vou, de maneira nenhuma,
invocar nomes de companheiros
meus que na maior parte dos casos
estimo.
Não está a falar de Miguel
Relvas, como dizia David Justino
há dias?
Não falo de nenhum nome em
particular. Falo de companheiros
que não se revêem na actual
direcção. Têm todo o direito de não
se rever, mas têm também o dever
de contribuir para que o partido
não caia num suicídio colectivo.
Isso é dever de todos. É necessário
que haja do outro lado um período
de tréguas. Porque, se não, quem
perde é o conjunto do partido. partido? Barreiras Duarte. Acha
Mas Rui Rio parece querer Rui Rio não disse isso, disse que possível que só os deputados
afirmar-se pelo confronto e não quem tem divergências estruturais do PSD tenham presenças
pela aproximação... deve sair do partido. Então quem indevidamente marcadas no
A solução não está na tem divergências estruturais deve Parlamento? Ou tudo isto faz
confrontação, mas no diálogo, entrar no partido? Quem tiver parte da intriga interna?
cooperação entre militantes. Não
Vejo com pena a diferenças estruturais deve estar Não sei. Só posso dizer que não
há no PSD uma fractura ideológica, saída (de Santana fora, evidentemente. conheço os factos. Há um inquérito
divisões programáticas. Não há Acha que Santana Lopes teve da PGR. Espero que o apuramento
os socialistas e os liberais, não há
Lopes do PSD), divergências estruturais e que dos factos seja breve. Quanto ao
aqui os inadiáveis. Há pessoas que mas aqui não foi por isso que saiu? princípio, é tudo muito claro:
estiveram na solução ganhadora Vejo com pena a sua saída, mas qualquer deputado que falsifique
e pessoas que não estiveram. Há
houve nenhuma aqui não houve nenhuma diferença uma presença merece censura. Não
lutas de poder e afirmações de diferença estrutural ou ideológica. Foi um há desculpa para uma coisa dessas.
diferentes estilos e diferentes problema de disputa de poder. Se algum companheiro do meu
métodos. Isso torna este processo
estrutural ou Não teve o poder dentro do PSD, partido praticou factos que são
mais fácil de resolver. Tem é de ideológica. Foi foi procurar uma alternativa que imputados e que aparentemente
haver disponibilidade de ambas lhe permitisse estar no poder. Não não são verdadeiros — estou,
as partes para o compromisso,
um problema de conheço divergências ideológicas. aliás, convencido de que não são
evitando a confrontação de forma disputa de poder Como viu o caso das faltas do verdadeiros, no caso, por exemplo,
a colocarmos o partido no trilho deputado José Silvano? A seguir do deputado José Silvano —, é
que nos possa permitir afirmar as têm aparecido outros casos grave.
nossas propostas. como as falsas presenças de Há pouco, disse que o PSD não
Não diria então, como Rui Rio, Matos Rosa e Duarte Marques pode entrar num caminho de
que quem discorda deve sair do e agora o caso de Feliciano suicídio colectivo. Há já quem
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NUNO FERREIRA SANTOS
fale em riscos de desagregação e
implosão. Isso preocupa-o?
Acredito na linha ideológica do
PSD. Este partido não pode nunca
acabar. É o que tem melhores
condições de conduzir o país a um
caminho de sucesso, progresso
e justiça social e de voltar a tirar
Portugal da cauda da Europa.
Mas o país merece e precisa de
ter um PSD forte. Temos de nos
organizar internamente. Se não
fosse assim, podíamos correr o
risco de deixar que o dr. António
Costa tivesse uma maioria absoluta
nas próximas eleições. Isso seria
gravíssimo. Nestes três anos, fomos
ultrapassados por três países da
União Europeia: Estónia, Lituânia
e Eslováquia. E o dr. António Costa
anda todo bem-disposto a achar
que tem resultados fantásticos
porque o PIB cresceu 2%.
helena.pereira@publico.pt
“Se sem maioria absoluta já tem arrogância,
o que seria Costa com maioria absoluta?”
O que é que o PSD acha de
António Costa primeiro-
-ministro? Tratam-no como se
fosse um primeiro-ministro
razoável...
Vou tentar deixar o dr. António
Costa mal-disposto sem o agredir
ou insultar. Só recordo que anda
a apropriar-se de méritos que não
tem. Não é bonito. Faz crer que
tem um crescimento económico
fantástico, quando, afinal,
estamos a deixar-nos ultrapassar
por outros países europeus. Faz
crer que está a fazer um trabalho
fantástico no défice, quando fez
um trabalho mínimo, comparado
com os três mil milhões por ano
que Passos Coelho cortou — Costa
vai cortar pouco mais de mil
milhões. E apresenta-se como o
campeão das contas equilibradas.
Essa é a maior crítica que faz a
António Costa? Este PSD não é
demasiado brando com Costa?
Rui Rio, no caso da recondução
da procuradora-geral, deu
apoio a qualquer decisão
que António Costa viesse a
tomar. No caso da comissão
parlamentar de inquérito a
Tancos, disse que não devia ser
questionado...
O dr. António Costa levanta-se
todos os dias de manhã tendo
como grande preocupação
continuar a ser primeiro-ministro
logo à noite, ou seja, manter-
se no poder. Não pensa em
transformar o país, tornar o país
mais rico, pôr mais dinheiro no
bolso das pessoas. Os socialistas
não sabem fazer isso: adoram
distribuir dinheiro, mas criar
riqueza não é com eles. Acham
que a riqueza cai do céu. Está
criada uma ilusão de que as coisas
estão a correr bem porque hoje
há crescimento e mais emprego
do que há seis, sete anos. Não é
sério comparar o Portugal de 2018
com o Portugal de 2010, 2011.
Temos de comparar o Portugal de
2018 com o resto da Europa em
2018. Aí, todos os países da nossa
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 9
POLÍTICA
O primeiro-
-ministro é
um artista, é
muito talentoso
a iludir as
pessoas
dimensão cresceram mais do não estará a ser cumprido o pela aposentação. O Governo está
que nós. E se calhar vamos ficar mandato do Parlamento. Será com tiques de autoritarismo que
apenas com a Roménia, a Bulgária mau e um erro do Governo. Quero se calhar o vão recusar a sentar-
e talvez a Grécia atrás de nós. O apelar a que ambas as partes saiam -se à mesa com os professores.
dr. António Costa anda com um ar da posição de intransigência em Isso é muito mau. Se ele, sem
sorridente e bem-disposto porque que estiveram. Não é caminho. Os maioria absoluta, já está com esta
tem os portugueses iludidos. nove anos não têm que ser uma arrogância, tem o rei na barriga,
Ele contenta-se com muito vaca sagrada, nem o Governo deve parece que sabe tudo, então o que
poucochinho. Crescemos 2% e ele ficar pelos dois anos. Há caminhos seria António Costa com maioria
acha fantástico. intermédios que passam pelo absoluta? Helena Pereira
A avaliar pelas sondagens, as estatuto da carreira docente e e Eunice Lourenço
pessoas também se contentam,
porque o PS está a crescer...
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O jogo de comunicação do
Governo é muito mais poderoso
do que o dos partidos da oposição.
O PSD, por culpa nossa, não
tem conseguido explicar isto às
pessoas. Quando os portugueses
interiorizam esta realidade,
pensam duas vezes e ficam
abananados. A dívida pública subiu
19 mil milhões de euros, mas o dr.
António Costa faz crer que baixou,
porque baixou na sua relação com
o PIB. É uma forma habilidosa —
ele, de facto, é um artista, é muito
talentoso porque é um artista a
iludir as pessoas.
Como se derrota um artista?
Falando verdade. Mostrar o que
está mal e mostrar propostas
alternativas. As coisas não estão a
correr de forma fantástica mas não
está nada perdido. Só depende de
nós. Falta saber se temos pessoas
capazes de se entender para
afirmar esse caminho.
Mas quando o PSD apresentou
propostas para este OE,
também não houve pacificação,
mas até muitas críticas por
parte do grupo parlamentar...
Tenho muito orgulho na forma
como o grupo parlamentar lidou
com este OE.
Concordou com a “taxa
Robles”?
Deixe-me ser franco: não a
conheço suficientemente para
poder pronunciar-me sobre ela.
Acha que vai, de facto, haver
nova negociação entre Governo
e os professores?
Se não houver nova negociação,
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10 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
POLÍTICA
Intervenção do Estado nos media?
Debate “tem de fazer o seu caminho”
BE “acompanha” a preocupação do Presidente. PS e CDS também estão disponíveis para estudar a
questão. Comunistas defendem que o Estado deve garantir um serviço público de comunicação social
Media
Maria João Lopes
Há uma questão que está fora das
votações do Orçamento do Estado
para 2019, mas que por estes dias
junta PS, CDS e BE numa coligação
improvável: a eventual necessidade
de o Estado intervir na comunicação
social, hipótese lançada pelo Presi-
dente da República, a propósito da
“crise profunda” do sector. O líder
do grupo parlamentar do PS, Car-
los César, considera que se trata de
“uma reflexão que tem que fazer
o seu caminho”. O Bloco defende,
num texto enviado ao PÚBLICO,
que “num tempo em que os popu-
lismos se organizam na sombra, a
defesa de uma comunicação social
séria e rigorosa é uma exigência da
democracia”. E o CDS, pela voz da
deputada Vânia Dias da Silva, assu-
me: “Partilhamos a preocupação”.
Na declaração de Carlos César,
enviada ao PÚBLICO por escrito, o
socialista lembra ainda que “neste
Orçamento do Estado já foram apro-
vados apoios, designadamente pro-
postos pelo PS, com essa preocupa-
ção”. O presidente do partido refere-
se à proposta para baixar o IVA das
publicações digitais para 6%.
A centrista Vânia Dias da Silva
também garante que o CDS está
disponível para o debate. “As pa-
lavras do Presidente merecem-nos
partilha, no sentido em que partilha-
mos a preocupação sobre o estado
difícil em que vive a comunicação
social portuguesa. Estamos disponí-
veis para estudar um modelo que se
adeqúe e seja exequível. Mas temos
noção das dificuldades e que qual-
quer ingerência estatal pode fazer
perigar a liberdade e democracia. É
uma solução que pode ter riscos. Es-
tamos disponíveis para estudar um
modelo, mas ingerências são proi-
bidas”, diz ao PÚBLICO, insistindo
que não se pode “chegar a um mo-
delo que faça perigar o pluralismo
e a liberdade de imprensa”.
“Atirar dinheiro para cima do pro-
blema pode resolver a curto prazo,
mas não a longo. Há soluções que
passam por incentivos ou benefí-
cios fiscais, mas não resolvem todo
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se preocupado com a crise no sector dos media
mos à acção concreta, esbarramos
nisto”.
Já o BE, que “acompanha” a pre-
ocupação do Presidente, não tem
dúvidas: “Num tempo em que os po-
Não será possível pulismos se organizam na sombra, a
defesa de uma comunicação social
uma forma de séria e rigorosa é uma exigência da
intervenção democracia. O Estado pode e deve,
naturalmente em articulação com os
transversal, a nível órgãos de comunicação e os grupos
parlamentar, que de media, ter um papel importante
nesta defesa.”
corresponda a esse Num texto enviado ao PÚBLICO,
acordo de regime? o BE defende que tal seja feito em
três níveis: “O Estado deve garantir
Marcelo Rebelo de Sousa as condições para que a comunica-
Presidente da República ção social possa desenvolver o seu
trabalho com a maior independên-
o problema”, alerta ainda, acres- cia, respondendo à asfixia financeira
centando que “o CDS viu chumba- que vivem muitos órgãos de comu-
da neste Orçamento do Estado uma nicação social.”
proposta para pagar os incentivos Neste aspecto, lê-se, “é neces-
em falta à comunicação social regio- sário um plano para responder à
nal, através de um concurso normal crise da comunicação social local,
e outro extraordinário”. Vânia Dias conferindo-lhe condições para a sua
da Silva lança, por isso, uma crítica: subsistência e independência”: “E
“A preocupação é muita de todos os o Estado tem também a obrigação
lados, mas depois, quando chega- de apoiar condignamente os órgãos
RUI GAUDÊNCIO
de comunicação social públicos. A
situação de asfixia que se vive em
empresas do Estado como a Lusa
ou a RTP, seja pela perpetuação
da precariedade ou pela limitação
de meios e financiamento, são um
ataque ao serviço público e, com
isso, a toda a comunicação social”,
lamentam.
Em segundo lugar, prosseguem,
“o Estado deve intervir de forma a
assegurar o cumprimento da legis-
lação existente”, assegurando a sua
função regulatória. “Ao longo dos
últimos anos, os poderes públicos
nem sempre estiveram à altura desta
responsabilidade, sendo complacen-
tes, por exemplo, com operações de
concentração que procuravam limi-
tar a pluralidade”, criticam.
Em terceiro lugar, defende o BE,
“é urgente que as instituições do
Estado promovam a discussão e ar-
ticulação dos órgãos de comunica-
ção social e grupos de media, com
vista à criação de plataformas que
contraponham rigor informativo às
crescentes campanhas populistas de
desinformação”.
Por seu lado, o PCP manifestou
ao PÚBLICO a preocupação pela
concentração dos meios de comu-
nicação por grupos económicos, de-
nunciou a mercantilização da notí-
cia e insistiu na defesa dos direitos
laborais dos profissionais e na luta
contra a precariedade e os baixos
salários. “O Estado deve garantir
um serviço público de comunicação
social”, salientou a deputada Diana
Ferreira, admitindo a disponibilida-
de da sua bancada para analisar me-
didas fiscais, além da já consagrada
descida do IVA para seis por cento,
consagrada no Orçamento do Esta-
do para 2019.
“Acordo de regime”
Anteontem, Marcelo Rebelo de Sou-
sa lançou a discussão: “A grande in-
terrogação que eu tenho formulado
a mim mesmo é a seguinte: até que
ponto o Estado não tem a obrigação
de intervir?”, questionou na cerimó-
nia de entrega dos Prémios Gazeta
2017, em Lisboa. O Presidente ques-
tionou-se se “não será possível uma
forma de intervenção transversal, a
nível parlamentar, que correspon-
desse a um acordo de regime”.
Ontem, voltou ao tema para recor-
dar que há “apelos de associações
representativas” da comunicação
social dirigidos aos deputados para
fazer face à crise do sector e propos-
tas, por exemplo, no domínio fiscal,
que aguardam decisão.
O Presidente da República refe-
ria-se à Associação Portuguesa de
Imprensa e à Associação de Impren-
sa de Inspiração Cristã, que disse
terem-lhe, entretanto, encaminhado
também essas suas propostas, na se-
quência do discurso que fez anteon-
tem, alertando para a “situação de
emergência” que se vive.
Interrogado sobre se já tem alguma
ideia de como é que o Estado poderia
intervir, Marcelo Rebelo de Sousa co-
locou-se, por enquanto, de fora deste
processo: “Como isso, precisamente,
está pendente de votação no Parla-
mento, eu não quero ser de alguma
maneira interveniente nesse debate.
E espero que o tempo passe”. com
Nuno Ribeiro e Lusa
mjlopes@publico.pt
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Breves
Autarquias I
CDS anuncia moção
de censura a autarca
do PS no Montijo
O CDS-PP vai apresentar uma
moção de censura à Câmara
Municipal do Montijo e exigiu
ao secretário-geral do PS que
se demarque da decisão do
autarca socialista de abrir
as cartas dos vereadores da
oposição. Em causa está uma
decisão do presidente da
câmara, Nuno Canta, de abrir
todo o correio que entra e sai
da câmara, alegadamente
em nome da transparência,
segundo noticiou o DN, em
23 de Novembro. “Além de
violar claramente o estatuto
da oposição, [esta situação]
pode até configurar um crime.
Gostaria de anunciar que o
grupo municipal do CDS irá
apresentar uma moção de
censura”, afirmou ontem Nuno
Magalhães, líder parlamentar.
Autarquias II
Justiça arquiva
queixas da CNE por
publicidade indevida
Dos 47 processos que a
Comissão Nacional de
Eleições (CNE) remeteu
ao Ministério Público na
sequência das autárquicas
de 2017 seis já tiveram
despacho final e todos no
sentido do arquivamento das
participações da entidade que
fiscaliza os actos eleitorais. Em
causa estão, segundo a CNE,
principalmente situações
de eventual violação das
normas legais que proíbem
publicidade institucional
na fase pré-eleitoral, mas
também casos de alegado
incumprimento dos deveres
de neutralidade e de
imparcialidade das entidades
públicas. De acordo com a
CNE, foram recebidas 1403
queixas, que resultaram na
abertura de outros tantos
processos.
Sociais-democratas aliam-se
ao Governo para prosseguir
com reforma da justiça
Partidos
Leonete Botelho
e Sofia Rodrigues
PCP e PEV rejeitam pacto,
CDS reclama dianteira nas
propostas. PSD e PS ainda
não reuniram com ministra
Depois de Rui Rio ter enviado aos
líderes dos demais partidos um do-
cumento base para um pacto na jus-
tiça, o PSD decidiu recorrer ao Mi-
nistério da Justiça (MJ), com a sua
“componente institucional”, para
prosseguir a discussão, segundo a
assessoria de imprensa da direcção
social-democrata. É nesse contexto
que a ministra da Justiça Francisca
Van Dunem convocou os represen-
tantes dos partidos para os ouvir so-
bre esta matéria.
“O PSD entendeu que a melhor
forma de arrancar com a segunda
fase deste projecto (a primeira foi o
contacto já efectuado pelo líder do
PSD com os seus homónimos) seria
através da sua centralização no Mi-
nistério da Justiça. Não fazia sentido
ser um partido a convocar os outros
e a coordenar as primeiras reuniões,
sendo que o MJ tem a componente
institucional, indispensável para o
efeito”, lê-se na resposta da assesso-
ria de imprensa do PSD enviada ao
PÚBLICO sobre como é que o partido
vê a iniciativa do ministério e se esta
ronda foi previamente combinada.
Segundo a mesma nota, o objecti-
vo é “aferir se há, ou não, condições
para se poder trabalhar em conjun-
to”. Em caso afirmativo, “terá de
haver, então, a terceira fase, no sen-
tido de se começar a cruzar ideias e
soluções na busca do consenso do
regime”.
Sobre a possibilidade de celebrar
um pacto com o Governo e deixar
de fora o Parlamento, a direcção do
PSD não responde directamente, ex-
plicitando que a ideia do partido é
“colaborar para que o país possa ter,
finalmente, uma verdadeira reforma
da justiça” e que tem consciência de
que só é possível se “todos, de uma
forma despartidarizada, estiverem
disponíveis para encontrar o que os
possa unir em nome do interesse
nacional”.
Por seu lado, o ministério optou
por não responder às diferentes
questões que o PÚBLICO colocou
Francisca Van Dunem ouviu ontem três partidos
Partido de Rui
Rio recorreu a
Francisca Van
Dunem para
continuar a
discussão em
torno de questões
de justiça
sobre o significado destas reuniões
com os partidos, limitando-se a dar
uma resposta vaga: “O Governo pros-
seguiu hoje, no Ministério da Justiça,
com as audições dos partidos políti-
cos, que prevê concluir no dia 4 de
Dezembro, no tocante às propostas
contidas nos Acordos Para o Sistema
de Justiça e, por último, no Compro-
misso com a Justiça, Um Compromis-
so para Portugal, apresentado pelo
PSD.” Os acordos referidos são as
propostas entregues em Janeiro ao
Presidente da República, ao Parla-
mento e ao Governo por parte de
vários agentes da justiça resultantes
de negociações entre si.
Se o PSD convoca todos para uma
reforma da justiça como um “grande
objectivo nacional”, há alguns par-
tidos que já se colocaram de fora. O
PCP recusou “peremptoriamente”
qualquer pacto entre os partidos nes-
ta área e estranhou que a proposta
de reunião tivesse surgido por parte
do Governo sobre um documento
que é do PSD.
Apesar de ressalvar que os comu-
nistas estão “muito receptivos” às
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 11
NUNO FERREIRA SANTOS
propostas feitas pelos operadores
judiciários, o deputado António Fi-
lipe considera que essa discussão se
deve fazer no âmbito parlamentar.
Na mesma linha, o deputado de Os
Verdes José Luís Ferreira recusou
“dar para o peditório” do PSD para
promover um pacto entre os partidos
não tanto pelo conteúdo mas pela
(falta) de oportunidade e pelo timing
escolhido.
O CDS-PP mostrou-se aberto a
discutir propostas na área da justi-
ça, mas lembra que foi o primeiro
e o único partido a apresentar pro-
postas neste campo em resultado do
pacto acordado entre os agentes do
sector. As 12 iniciativas legislativas
deram entrada na Assembleia da
República em Fevereiro deste ano,
um mês depois de o pacto dos agen-
tes do sector ter sido apresentado, e
esperam até hoje por propostas dos
restantes partidos. “Estamos vários
passos à frente”, disse ao PÚBLICO
a deputada Vânia Dias da Silva, de-
pois da reunião com a ministra, on-
de esteve com o vice-presidente da
bancada Telmo Correia.
A deputada defende que o debate
deve acontecer “no âmbito parla-
mentar”, admitindo reuniões bila-
terais com o Governo por ter compe-
tência em determinadas matérias.
Em contraste com o PCP, José Ma-
nuel Pureza, do BE, mostra-se mais
aberto ao debate, mas pede mais
concretização ao PSD: “Na verdade
o que é preciso é que haja propostas,
venham as propostas.”
leonete.botelho@publico.pt
sofia.rodrigues@publico.pt
POLÍTICA
PSD à caça
de militantes
com mesmo
contacto
Partidos
Sofia Rodrigues
Secretário-geral admite
que haja participações ao
Conselho de Jurisdição
Nacional
A secretaria-geral do PSD quer de-
tectar e remeter para avaliação jurí-
dica a existência de militantes com
a mesma morada ou número de te-
lefone que não pertençam à mesma
família. O pedido para que essas si-
tuações sejam regularizadas seguiu
por carta para todas as distritais.
“Se dermos conta de militantes
com a mesma morada ou número
de telefone faremos participação ao
Conselho Nacional de Jurisdição, que
ouvirá essas pessoas”, afirmou ao
PÚBLICO o secretário-geral do PSD
José Silvano, depois de questionado
sobre a carta enviada às distritais, no
início do mês, a pedir actualização de
dados pessoais dos militantes.
Na carta por correio electrónico
que chegou a uma das distritais e à
qual o PÚBLICO teve acesso, o PSD
enviou listagens de militantes do
distrito “com o mesmo número de
telemóvel, verificando-se que em
vários casos não serão da mesma
família”, e pede a colaboração das
estruturas para a actualização da
informação. Na carta seguiam ain-
da listas de militantes “que não têm
qualquer contacto registado no par-
tido (email, telefone/telemóvel)”.
Uma situação considerada “muito
grave” porque provoca “dificulda-
des em estabelecer contacto com
esses militantes”.
Segundo José Silvano, esta ini-
ciativa, que surge na sequência de
uma reunião com os presidentes das
distritais, tem em vista aumentar o
número de militantes contactáveis
para poderem ter uma maior parti-
cipação no partido, recusando qual-
quer intenção de fazer um processo
de refiliação.
Não foi dado prazo para a conclu-
são desta actualização de informa-
ção. Esta situação de falta de dados
pessoais ou de casos irregulares
de morada assume contornos dife-
rentes dos militantes que são con-
siderados não activos por falta de
pagamento de quotas há mais de
dois anos, conforme os estatutos
do partido.
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12 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
SOCIEDADE
Juiz acusado pela Relação de violar
a lei quando ilibou terrorista
Desembargadores dizem-se perplexos com alguns dos erros de Ivo Rosa, que dirige agora a fase de instrução
da Operação Marquês. Considerou “inócuos” muitos dos indícios que lhe foram apresentados pelo MP
Justiça
Ana Henriques
É um acórdão arrasador para
o juiz Ivo Rosa aquele em que o Tri-
bunal da Relação de Lisboa analisa a
forma como o magistrado ilibou um
suspeito de terrorismo internacional.
Os desembargadores deste tribunal
superior dizem que Ivo Rosa — que
dirige actualmente, em regime de ex-
clusividade, a fase de instrução da
Operação Marquês — deitou por terra
vários indícios da culpabilidade do
marroquino que pertencerá ao Da-
esh, omitindo várias provas impor-
tantes no despacho em que arquiva
a parte mais importante do caso. Nal-
guns aspectos, concluem, a decisão
do magistrado violou a própria lei.
O caso em questão diz respeito
a Abdesselam Tazi, um homem hoje
com 64 anos que chegou a Portugal
em 2013 e conseguiu o estatuto de
refugiado, depois de alegar ter sido
alvo de perseguição no seu país.
Vinha com um compatriota seu,
mais novo, Hicham el Hanafi, e com
um passado diferente do seu: en-
quanto o primeiro era extremamente
devoto e opositor da monarquia mar-
roquina, tendo chegado a trabalhar
como polícia e aderido ao islamis-
mo, Hanafi estivera empregado nu-
ma pizaria, bebia álcool, tinha namo-
rada e não queria saber da religião.
Mais tarde, uma assistente social que
lidou com Tazi recordaria, no depoi-
mento que prestou às autoridades,
o seu impressionante nível cultural.
Os dois marroquinos entraram em
Portugal com identidades falsas, e
isso despertou a atenção das autori-
dades. Depois de terem conseguido
o estatuto de refugiados, fixaram-se
em Aveiro, primeiro numa pensão e
depois habitando em quartos parti-
culares. Circulavam à vontade por
todo o espaço Schengen e fazendo
incursões à América Latina.
Segundo a PJ, que assumiu a in-
vestigação orientada pelo Depar-
tamento Central de Investigação e
Acção Penal, o território português
servia a Tazi como placa giratória:
convencia os compatriotas a pedir o
estatuto de refugiados em Portugal
para depois os radicalizar, acenando-
SÉRGIO LEMOS
lhes com uma adesão ao Daesh paga
à razão de um salário de 1800 euros
mensais. As polícias europeias tro-
caram informações, puseram-se em
campo e Hicham el Hanafi acabou
por ser detido em França, quando se
preparava para comprar armas des-
tinadas a levar a cabo um atentado
naquele país. Em Portugal, o seu ale-
gado recrutador foi levado para a ca-
deia de alta segurança de Monsanto.
Já em fase de instrução, aquela em
que o juiz avalia se há indícios sufi-
cientes da culpabilidade dos arguidos
para os levar a julgamento, Ivo Rosa
analisa os resultados da investigação.
Decidiu que não existiam indícios su-
ficientes para que fosse julgado por
terrorismo, mas apenas por crimes
menores: falsificação de documen-
tos, nomeadamente cartões de cré-
dito e documentos de identificação,
e também de moeda. Insistindo que
todos os delitos menores cometidos
por Tazi tinham tido como objectivo
financiar o terrorismo, uma vez que
Desembargadores
apontam enganos
do colega juiz
e sublinham
violação do Código
do Processo Penal
os cartões serviam para pagar tele-
móveis, estadias e outras despesas
suas mas também das outras pessoas
que ia aliciando para a sua causa, o
Ministério Público recorreu da deci-
são do juiz de instrução criminal.
O resultado ficou a conhecer-se
anteontem. Num acórdão de mais
de cem páginas, os desembargado-
res Simões de Carvalho e Margarida
Bacelar dizem que o arquivamento
das suspeitas de terrorismo de Ta-
zi enferma de vários vícios, entre os
quais de nulidade. Razão pela qual o
despacho de não-pronúncia terá de
ser substituído por outro que man-
de julgar o arguido por este tipo de
crimes. A Relação concluiu que entre
a matéria importante que consta da
investigação e que o juiz descartou
se incluem os depoimentos presta-
Juiz Ivo Rosa dirige actualmente instrução do caso Sócrates dos aos investigadores por um irmão
e uma prima de Hicham el Hanafi.
Quer um, quer outro estiveram
em Portugal e estranharam as mu-
danças neste familiar, que se torna-
ra uma pessoa muito conservadora.
Isso e as conversas a que assistiram
entre ele e Tazi. O tema, dizem, era
sempre o mesmo: os muçulmanos
de todo o mundo deviam integrar as
fileiras dos combatentes de Alá, e o
martírio, em que só se tem uma mor-
te e ela conduz ao paraíso. Demais
a mais, o Daesh sempre pagava os
tais 1800 euros mensais. Acabaram
por perceber que Hanafi já tinha es-
tado em treinos militares na Síria.
A lista de leituras de Tazi descober-
ta pelos investigadores é elucidativa:
A Educação Jihadista e a Construção,
Em Pleno Combate e A Defesa das
Terras dos Muçulmanos são algumas
das obras pesquisadas pelo arguido
— que, neste momento, já está à espe-
ra de sentença do Tribunal de Aveiro
sobre a falsificação de moeda e de
cartões de crédito, uma vez que o
julgamento destes factos já decorreu.
“Perante os erros de julgamento
na apreciação e fixação da matéria
de facto relevante, a par com os erros
notórios na apreciação da prova, im-
punha-se que tivesse sido proferida
uma decisão instrutória diferente”,
concluem os juízes da Relação, que,
a certa altura, falam mesmo em vio-
lação do Código do Processo Penal.
Os magistrados declaram-se mesmo
perplexos com alguns dos enganos
do colega, que considerou “inócuos”
muitos dos indícios da acusação.
Não é a primeira vez que uma de-
cisão de Ivo Rosa é anulada com tal
veemência. Nas Varas Criminais de
Lisboa, o erro mais grave que lhe
apontam foi a absolvição, em 2010,
de 11 dos 12 elementos do “gang do
Multibanco”, fundamentada pela
inexistência de prova directa. Pre-
sidia ao colectivo de juízes e foi o re-
lator do acórdão. Só um membro foi
condenado por tráfico de droga. Os
juízes da Relação disseram que “é
com um misto de incompreensão
e perplexidade” que tentam enten-
der as absolvições. Em 2012, foram
condenados oito dos 12 elementos do
grupo. com Mariana Oliveira
abhenriques@publico.pt
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Lisboa foi uma das cidades palco de protestos contra o polémico acórdão
Caso do juiz das mulheres
adúlteras por decidir há um ano
Violência doméstica
Ana Henriques
Neto de Moura continua a
julgar casos de violência
doméstica. Conselho
Superior diz que ainda não
excedeu prazo legal
O caso do juiz do Tribunal da Rela-
ção do Porto que desculpabilizou a
violência doméstica praticada contra
uma “mulher adúltera” continua por
decidir: mais de um ano depois, o
Conselho Superior da Magistratura
(CSM) não só não tomou qualquer
decisão final sobre o assunto como
se recusa a explicar por que motivo
não o fez.
Desencadeou várias manifestações
de indignação o célebre acórdão as-
sinado por Neto de Moura, como
relator do mesmo, e por uma juíza
sua colega, que citava a Bíblia para
falar no apedrejamento das mulheres
infiéis aos maridos. Do presidente
do Supremo Tribunal de Justiça ao
Presidente da República, foram vá-
rios os detentores de cargos públicos
a exprimir o seu repúdio, ainda que
de forma mais velada do que os ma-
nifestantes que saíram à rua. O caso
chegou a ser noticiado na imprensa
internacional.
Lesto a abrir um inquérito con-
vertido a seguir em processo disci-
plinar, o CSM não explica por que
razão mais de um ano depois não to-
mou qualquer decisão relativamen-
te aos dois juízes, que continuam no
normal exercício das suas funções,
no âmbito das quais têm julgado ou-
tros casos de violência doméstica.
Depois de muitas insistências do PÚ-
BLICO, o órgão de disciplina dos ju-
ízes limitou-se a dizer que o relator
do processo, o juiz jubilado Gabriel
Catarino, entregou as suas conclu-
sões a um vogal deste conselho em
Setembro ou Outubro passado, de-
vendo o documento ser analisado
numa das próximas reuniões plená-
rias. Questionado sobre a demora,
o CSM respondeu que não excedeu
o prazo legal para a tramitação de
processos disciplinares na função
pública, que é de ano e meio.
Há quem não compreenda tantas
delongas. É o caso da ex-secretária
de Estado para a Cidadania e Igual-
dade e hoje deputada do PS Catarina
Marcelino. “O que o juiz escreveu é
inaceitável, vai contra a Constitui-
ção e as convenções internacionais.
E não me parece desejável a demora
do CSM em tomar uma decisão.”
Elisabete Brasil, da União de Mu-
lheres Alternativa e Resposta, fala
desta falta de resposta em tempo
útil como espelho de “uma justiça
impávida e serena, que existe para
si própria e não para as pessoas”,
RUI GAUDÊNCIO
para dizer que esta demora “não é
compreensível”.
“Já devia ter havido uma decisão”,
concorda João Massano, vice-presi-
dente do conselho regional de Lis-
boa da Ordem dos Advogados, para
quem este tipo de actuação da justiça
leva à incompreensão por parte das
pessoas. “Este protelar da actuação
só vem reforçar a desvalorização da
violência sobre as mulheres e a le-
gitimação dos agressores”, observa
por seu turno a deputada bloquista
Sandra Cunha.
Várias das organizações que em
Outubro de 2017 repudiaram o te-
or do acórdão preferem agora não
se pronunciar, caso da Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima e da
Associação Portuguesa de Mulheres
Juristas.
Já Inês Ferreira Leite, assistente da
Faculdade de Direito da Universidade
de Lisboa que se tem debruçado so-
bre esta temática, diz ser normal que
os processos disciplinares demorem
muito tempo, pela sua natureza. “As
formalidades relacionadas com os
direitos de defesa têm de ser respei-
tadas”, exemplifica. Outra opinião
terá, ressalva, se o processo “se ar-
rastar muito mais no tempo ou re-
dundar no nada”.
Em Fevereiro deste ano o CSM de-
cidiu criar um Observatório Judicial
da Violência de Género e Doméstica.
Que não saiu do papel até hoje.
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 13
Processo de
Tancos tem um
novo arguido,
“Fechaduras”
Roubo de armas
Ana Henriques
Especialista em abrir
portas alheias diz não ter
feito parte do assalto, apesar
de ter sido convidado. Está
em liberdade
O caso do roubo das armas de Tancos
tem um novo arguido: o homem que
alertou antecipadamente as autorida-
des para a possibilidade de vir a ser
furtado material militar num quartel
português. Conhecido como “Fecha-
duras”, por ter dedicado parte da sua
vida a abrir portas e portões alheios,
este homem foi quem meses antes
do furto das armas, que ocorreu em
Junho de 2017, contou a uma magis-
trada do Porto ter sido contactado
por alguém para participar num as-
salto a instalações militares. Tê-lo-á
feito no âmbito de outro inquérito,
quando estava a ser inquirido.
O ex-fuzileiro que está preso pre-
ventivamente por suspeitas de ter
sido ele a organizar a operação ti-
nha-lhe ainda perguntado qual se-
ria o material adequado para abrir as
portas que estivessem fechadas em
Tancos, para chegarem às armas dos
paióis. “Fechaduras” aconselhou-o a
ir comprar esse material a Espanha.
Como se sabe agora, apesar de a
magistrada em causa ter alertado a PJ
e a PJ Militar para o caso foram vários
os juízes de instrução que desvalo-
rizaram o assunto e o furto acabou
mesmo por acontecer. Pelo menos
Militar recebeu dinheiro para
dar informações a assaltantes
SOCIEDADE
um militar de Tancos terá recebido
dinheiro pelas informações que pres-
tou aos assaltantes.
Mas ou essas informações não se
revelaram exactas, ou os autores do
furto não estiveram tempo suficiente
dentro dos paióis para escolherem o
material que pretendiam levar. Como
negociante de armas que era, o que
o ex-fuzileiro pretendia era material
que pudesse vender para assaltos a
bancos, ourivesarias e estabeleci-
mentos comerciais congéneres, co-
mo pistolas e metralhadoras — e não
granadas ou outro material de guer-
ra, para o qual não tinha clientela.
Ouvido no Departamento Central
de Investigação e Acção Penal pelos
procuradores que têm o caso de Tan-
cos em mãos no início de Novembro,
“Fechaduras” foi constituído arguido
mas ficou em liberdade: assegura que
acabou por não participar no assalto,
apesar de ter sido convidado para tal.
O inquérito ao desaparecimento
e o inquérito à encenação do rea-
parecimento do material militar fo-
ram apensados e são agora uma só
investigação, na qual figuram, além
de “Fechaduras”, outros nove argui-
dos, entre eles o ex-fuzileiro. Todos
os restantes suspeitos são militares
ligados à encenação. Um deles é o ex-
porta-voz da Polícia Judiciária Militar
Vasco Brazão, que já voltou a ser alvo
de buscas pela segunda vez e é con-
siderado pelas autoridades um dos
cérebros da história do achamento
das armas na Chamusca. Quanto aos
restantes cúmplices do traficante de
armas, continuam à solta.
Após se demitir, em Outubro pas-
sado, o ex-ministro da Defesa Azere-
do Lopes ofereceu-se para ser ouvido
no Departamento Central de Inves-
tigação e Acção Penal, mas isso não
sucedeu ainda.
Durante a sessão de perguntas
que assinalou o terceiro ano do PS
à frente do Governo, António Costa
revelou que logo a seguir à constata-
ção do furto houve uma reunião da
Unidade de Coordenação Anti-Ter-
rorista, na qual estão representadas
as diferentes polícias e os serviços
secretos, tendo-se concluído logo aí
que “o furto nada tinha que ver com
qualquer ligação a criminalidade or-
ganizada, muito menos a actividade
de terrorismo”. Porém, na realidade
a investigação em curso continua a
ter como indiciados os crimes de
associação criminosa, terrorismo e
tráfico de armas.
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14 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
SOCIEDADE
Devem ser os deputados a aprovar
vacinas? Decisão é polémica
Vacinas são seguras e eficazes, mas alguns criticam o facto de a decisão de mexer
no Programa de Vacinação ter sido tomada no Parlamento e não pelos técnicos
Saúde
Ana Maia
O Parlamento aprovou anteontem,
com os votos contra do PS e a abs-
tenção do CDS, a proposta do PCP
que introduz no Programa Nacional
de Vacinação (PNV) as vacinas contra
o rotavírus, que é responsável por
gastroenterites, e contra a meningite
B, actualmente dada gratuitamente
a crianças em situações clínicas mui-
to graves. Para além disso, alargou a
vacina contra o Papiloma Vírus Hu-
mano (HPV) aos rapazes. Esta já faz
parte do PNV, só que apenas para as
raparigas. Mas são os deputados as
pessoas mais indicadas para aprovar
vacinas?
Se ninguém põe em causa a eficá-
cia e a segurança das mesmas, nem
todos os especialistas ouvidos pelo
PÚBLICO estão de acordo quanto a
quem deve tomar este tipo de deci-
sões. “De uma forma geral, enten-
demos que melhorar a cobertura
vacinal é algo positivo. Não está em
causa a bondade da decisão, agora
deve ser tomada sob proposta de
quem tem os dados científicos. De-
ve ser suportada por uma comissão
técnica de vacinação, que é um órgão
que existe”, afirmou Ricardo Mexia,
presidente da Associação Nacional
dos Médicos de Saúde Pública.
Para o médico, “estas são questões
técnicas, que têm de ser suportadas
do ponto de vista técnico”. “Depois,
o decisor, seja o Parlamento ou Go-
verno, pode implementar as reco-
mendações emitidas pela comissão
técnica de vacinação. Parece-nos um
precedente perigoso substituir o que
é técnico por aquilo que é político”,
salientou.
Não é a primeira vez que o facto de
os deputados pretenderem decidir
sobre fármacos dá origem a polémi-
ca. Em Outubro, o Parlamento de-
bateu (e acabou por chumbar) uma
proposta do PAN que pretendia evi-
tar o alegado consumo abusivo de
medicamentos para a hiperactivida-
de, como a Ritalina, proibindo a sua
prescrição pelos médicos a menores
de seis anos. O psiquiatra e professor
da Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de Lisboa, Pedro Afonso, foi
uma das vozes que contestaram a
iniciativa: “Está aqui a abrir-se um
precedente perigoso, o de o poder
político se meter no acto médico.”
Ontem, o bastonário dos médicos
foi igualmente crítico quanto à forma
como a decisão de alterar o PNV foi
tomada. “Acho que é uma má decisão
da Assembleia da República, por ser
feita sem ouvir a Direcção-Geral da
Saúde, e é uma falta de respeito pelos
profissionais de saúde e pela própria
Direcção-Geral da Saúde”, afirmou
Miguel Guimarães. “É fundamental
que todas as vacinas do PNV tenham
uma análise e um acordo baseados
na evidência científica.”
DGS não recomendou
Citada pela RTP, a ministra da Saú-
de sublinhou também que cabe à
Direcção-Geral da Saúde (DGS) e
à comissão técnica [que a integra]
fazer a avaliação e a recomenda-
ção” das vacinas a incluir ou não.
“A inclusão que foi feita não foi an-
tes preconizada pela DGS. Estamos
a avaliar o sentido da redacção da
norma que vai sair [do Orçamento
do Estado]. Estamos a falar de três
vacinas: para o rotavírus, meningite
B e o HPV para os rapazes. Quanto às
duas primeiras, a comissão técnica
não tinha concluído pela necessidade
da sua universalização”, disse Marta
Temido.
Embora não façam parte do PNV,
estas vacinas são recomendadas
pelos pediatras por serem eficazes
e seguras. Para o rotavírus, exis-
tem duas disponíveis no mercado,
comercializadas pela Merck Sharp
& Dohme e a Smith Kline & French
Portuguesa. Os esquemas vacinais
variam entre as três e as duas doses
e os custos totais entre os 153 os 119
euros. Também para o HPV, exis-
tem duas vacinas disponíveis. São
comercializadas pela Merck Sharp
& Dohme e pela GlaxoSmithKline.
Os valores, dependendo do número
de doses e da escolha da marca, po-
dem variar entre os 91 euros e os 436
euros. Para a meningite B, as opções
também são duas, comercializadas
pela GlaxoSmithKline e pela Pfizer.
Dependendo do número de doses e
da marca, os valores variam entre os
190 euros e os 380 euros.
É por quebrar a barreira do acesso
por causa dos custos que o pediatra
Mário Cordeiro aplaude a decisão to-
mada pelos deputados. “Os partidos
que propuseram a medida estão de
parabéns, bem como os que a apro-
varam. Esta medida impunha-se, não
só pelos benefícios de saúde pública
que tem, mas também pela diminui-
ção das desigualdades sociais.”
Para o médico, que já fez parte
da comissão técnica de vacinação,
“estas três vacinas são imprescin-
díveis”. “Esta foi uma coisa boa
que os deputados fizeram, ainda
mais que, com o concurso público
internacional [obrigatório quan-
do a DGS faz aquisição], as vaci-
nas ficam a um terço do preço de
venda ao público. Como pediatra,
acho que a comissão técnica já se
É um precedente
perigoso substituir
o que é técnico
por aquilo que é
político
Ricardo Mexia
Associação dos
Médicos de Saúde
Pública
devia ter prenunciado”, afirmou.
Questionado sobre o facto de a de-
cisão ter sido tomada no Parlamento,
Mário Cordeiro não partilha das po-
sições demonstradas por outros mé-
dicos. “Propuseram porque outros
países na Europa, com epidemiolo-
gia igual à nossa, como o Reino Uni-
do, têm vindo a tomar esta opção e
existem vários órgãos e comissões
de pediatria que aconselham. É
uma medida que tem base
científica.”
No início deste ano, a
comissão de vacinas da
Sociedade Portuguesa
de Pediatria (SPP)
fez uma actualiza-
ção das suas reco-
mendações sobre
as vacinas não
Sociedade de Pediatria
tem recomendado
as três vacinas
contempladas no PNV.
E aconselha as crianças
a fazer as três agora apro-
vadas. “O que a SPP tem
dito é que se justifica a va-
cinação a todas as crianças
a título individual”, disse Luís
Varandas, pediatra e coorde-
nador da comissão de vacinas
da SPP. Diz que está “satisfeito”
com a decisão do Parlamento,
“até por uma questão de equi-
dade”. Admitiu, contudo, que
seria mais difícil recomendar
a introdução destas vacinas no
PNV “porque não está em causa
apenas a segurança e a efectivi-
dade” das mesmas. “Está tam-
bém o custo que isso representa
para o Ministério da Saúde.”
Numa opinião pessoal, Luís
Varanda considerou que “o Parla-
mento legislou num campo que não é
dele”. “Legislarem sem consultarem
órgãos e comissões técnicas não fica
muito bem. Isto é uma medida polí-
tica. Acho que é uma medida elei-
toralista.”
Não é a primeira vez que o Parla-
mento debate a introdução de vacinas
no PNV, mas tinha-o feito através de
meras recomendações ao Governo e
não em forma de lei. Carla Cruz, de-
putada do PCP, explicou que o objec-
tivo do partido “foi melhorar a aces-
sibilidade, garantir a universalidade
e proteger a saúde da comunidade”.
“Existem vários estudos que mostram
a importância de as crianças serem
vacinadas contra estas doenças.”
Também o BE, o PEV e o PAN tinham
propostas no mesmo sentido.
Questionada sobre se tinham
contactado a comissão técnica da
DGS antes de fazer a proposta de
lei, Carla Cruz disse que não. “Sem
prejuízo da avaliação da comissão
técnica, existem vários estudos cien-
tíficos que mostram a efectividade
das vacinas e sustentam este alarga-
mento”, afirmou, salientando que
não está em causa a competência
da comissão técnica nem nenhuma
intenção de condicionar o seu tra-
balho. Mas também lembrou que
a comissão tem estas matérias em
estudo há muito tempo.
amaia@publico.pt
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GNR obriga maquinista
a fazer teste de álcool
no hospital e atrasa
circulação de comboios
Transportes
Carlos Cipriano
Patrulha chamada por
causa de suicídio na linha
obrigou maquinista a fazer
testes, como se faz em casos
de acidentes de viação
A insistência da GNR em levar um
maquinista ao hospital para que este
fizesse testes de alcoolemia e de de-
tecção de estupefacientes, depois de
o comboio em que seguia ter parado
por causa de um suicídio na linha,
próximo do Pinhal Novo, há duas se-
manas, provocou atrasos na circu-
lação de comboios. Na composição
em causa, o atraso terá sido de pelo
menos uma hora.
A situação ocorreu pelas 12h45 e
afectou o comboio que liga o Barreiro
a Setúbal. O maquinista accionou de
imediato o freio de emergência, que
faz o comboio parar no mais curto
espaço de tempo possível, mas não
conseguiu evitar a situação. Chama-
das as autoridades, uma patrulha da
GNR tomou conta da ocorrência mas,
à semelhança do que sucede com os
acidentes de viação, exigiu ao maqui-
nista que se deslocasse ao hospital
mais próximo para fazer testes de
despistagem de álcool e de estupe-
facientes.
Porém, segundo os regulamen-
tos, um maquinista não pode nunca
abandonar o comboio que conduz,
a menos que seja substituído por
outro. A composição não poderia fi-
car parada e desligada em plena via,
com os passageiros no seu interior.
Em vão, a tripulação da CP tentou
explicar aos militares da GNR que se
tratava de uma acidente ferroviário
e não rodoviário.
Mas as autoridades insistiram em
cumprir os regulamentos próprios
dos acidentes de viação e a CP não
teve outro remédio que mandar vir
outro maquinista para substituir o
colega que foi ao hospital de Setúbal
fazer testes, cujos resultados foram
negativos. Quanto aos passageiros,
estes tiveram de aguardar que viesse
outra composição do Barreiro.
Os procedimentos da GNR contra-
riam uma nota do manual da Escola
da Guarda [Nacional Republicana]
que diz que “a colisão entre uma
composição ferroviária e um veícu-
lo, aquando do atravessamento nu-
ma passagem de nível, é considera-
da acidente de viação, não estando
o maquinista sujeito aos normativos
constantes do Código da Estrada,
nomeadamente a sujeição a testes
de detecção de álcool e substâncias
psicotrópicas”. A mesma nota escla-
rece ainda que os peões colhidos por
composições ferroviárias aquando
do atravessamento de passagens de
nível ou de outro local das linhas
ferroviárias, não são considerados
acidentes de viação.
Questionada a GNR sobre este ca-
so, o seu porta-voz tenente-coronel
Helder Barros disse que as perguntas
do PÚBLICO estavam a ser estuda-
das internamente do ponto de vista
jurídico, mas não respondeu. A CP,
à qual o PÚBLICO enviou também
um conjunto de perguntas sobre es-
ta situação, limitou-se a responder
que a empresa “não comenta a actu-
ação das autoridades e cumpre a lei,
acatando as suas ordens, conforme
estabelecido para todos os cidadãos,
sob pena de incorrer em crime de de-
sobediência”. Por sua vez o Sindica-
to dos Maquinistas, contactado pelo
PÚBLICO, também não respondeu.
O PÚBLICO questionou também o
Instituto da Mobilidade e dos Trans-
portes (IMT), ao qual compete zelar
pela segurança no sistema ferrovi-
ário, mas os seus responsáveis não
fizeram comentários sobre o caso. A
circulação dos comboios obedece a
regras próprias e uma delas dita que
o maquinista não pode ausentar-se
do comboio porque isso comprome-
te a segurança da composição e dos
passageiros.
Comboio envolvido neste caso
ficou parado na linha
Rede quer promover confiança no ensino à distância, salienta reitor
Universidade Aberta
lidera rede de cursos
à distância na CPLP
Ensino superior
Samuel Silva
Estudantes vão poder
fazer, a partir de casa,
licenciaturas, mestrados
e doutoramentos
em português
Seis instituições de ensino superior
de países em que o português é lín-
gua oficial constituíram uma rede
com o objectivo criar novas ofertas
de ensino à distância em língua por-
tuguesa, que possam ser usadas em
todo o mundo. A associação é lidera-
da pela Universidade Aberta, a única
instituição pública de ensino superior
dedicada a este tipo específico de for-
mação, que está a celebrar 30 anos.
As universidades de rede estão a
começar a trabalhar para “em con-
junto” criarem cursos de ensino à
distância “que possam responder
às necessidades” dos falantes de
português, não só nos seus países
de origem, mas também junto das
respectivas comunidades emigran-
tes, explica ao PÚBLICO, o reitor da
Aberta, Paulo Dias.
Em estudo está a criação de cursos
livres, que podem ser feitos por qual-
quer pessoa, mas também formações
que confiram um grau superior: li-
cenciaturas, mestrados e até douto-
ramentos, feitos a partir de casa, com
recurso às tecnologias digitais. Além
disso, a rede de universidades lusófo-
nas pretende “promover a qualidade
e gerar a confiança social” na educa-
ção à distância, refere Paulo Dias.
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 15
SEBASTIÃO ALMEIDA
“Aqui, é o campus que vai ter com
o estudante”, ilustra o reitor da Aber-
ta. O público potencial deste tipo de
oferta tem “uma ordem de grandeza
significativa” num universo de 260
milhões de falantes de português. No
Brasil, por exemplo, estima-se que a
população que faz formação superior
à distância varie entre as 50 e as 80
mil pessoas. Em Portugal, a Universi-
dade Aberta tem 7000 inscritos.
A Associação de Educação à Dis-
tância dos Países de Língua Portu-
guesa foi formalizada em Maio e
junta a Universidade Aberta, as uni-
versidades de Cabo Verde, da Guiné
Equatorial, de São Tomé e Príncipe e
de Timor, bem como a Universidade
Eduardo Mondlane, de Moçambique,
e a CAPES, a fundação que gere os
programas de pós-graduação no Bra-
sil. A rede não está, todavia, fechada
e há outras universidades, a começar
pelas portuguesas, que podem vir a
aderir à associação.
Apesar de ter sido a Aberta a ter a
iniciativa e a liderar o processo, Portu-
gal é um dos países onde há dificulda-
des legais. O ensino à distância nunca
foi regulamentado em Portugal, ao
contrário do que acontece no Brasil,
em Moçambique e em Cabo Verde.
No início do mês, o ministro da Ci-
ência, Tecnologia e Ensino Superior,
Manuel Heitor, revelou no Parlamen-
to que o Regime Legal de Ensino a
Distância será aprovado até ao final
da legislatura. Contactado pelo PÚ-
BLICO, o governante informa que
a construção do diploma está “em
curso e em discussão”.
samuel.silva@publico.pt
SOCIEDADE
Corticeira
multada quer
despedir
operária
Assédio moral
Empresa foi multada em 31
mil euros por assédio moral
a trabalhadora reintegrada
judicialmente. Agora quer
despedi-la
A corticeira de Santa Maria da Feira
autuada em 31 mil euros pela Auto-
ridade para as Condições do Traba-
lho (ACT) por assédio moral a uma
trabalhadora reintegrada judicial-
mente avançou ontem para o seu
despedimento, revelou o sindicato
do sector. À Lusa, a empresa falou
em suspensão.
A medida surgiu depois de, na se-
gunda-feira, o Sindicato dos Operá-
rios Corticeiros do Norte (SOCN) ter
revelado que a empresa Fernando
Couto Cortiças S.A. fora autuada em
31 mil euros pela ACT na sequência de
uma de várias inspecções à situação
de Cristina Marques — que, segundo
essa estrutura sindical, estará desde
Setembro a ser “castigada” com “tra-
balho improdutivo”, “humilhante” e
sob “tortura psicológica”, depois de
o tribunal ter obrigado a empresa a
reintegrá-la nos quadros.
Agora, o SOCN comunica: “Nes-
se mesmo dia, a operária voltou ao
seu habitual ‘castigo’ — carregar e
descarregar os mesmos sacos de ro-
lhas na mesma palete, durante nove
horas — e, não satisfeita, a entidade
patronal comunicou hoje [ontem] à
trabalhadora que a mesma se encon-
tra suspensa preventivamente para a
organização de processo disciplinar
tendente ao seu despedimento com
justa causa.” Para o sindicato, isso
significa que, do inicial “despedimen-
to por extinção de posto de trabalho
— que o tribunal julgou ilícito —, se
passou agora a um despedimento
com justa causa por via disciplinar”.
Contactada pela Lusa, a adminis-
tração da empresa remeteu os escla-
recimentos sobre a situação para o
advogado Nuno Cáceres, que realça
que só ontem assumiu a responsabili-
dade pelo processo, mas explica que
a suspensão da operária visa permitir
“a condução de um inquérito sobre
uma série de factos fabricados que
ela tem vindo a propalar publica-
mente”. A expectativa é que “sejam
desmontada uma série de mentiras
que a funcionária tem andado a dis-
seminar”.
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16 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

LOCAL
Matosinhos prepara o seu novo
PDM com um atraso de 12 anos
O último Plano Director Municipal foi elaborado em 1992 e nunca mais foi revisto. Em 2009 a revisão ficou
a meio e foi agora retomada. Para Abril espera-se um novo PDM com muitas raízes no antigo
PAULO PIMENTA

Ordenamento
André Vieira
O último Plano Director Municipal
(PDM) de Matosinhos, elaborado
em 1992, continua actual — é a es-
ta conclusão que chega o executivo
camarário que, na terça-feira, se
reuniu para a primeira discussão
sobre a revisão do PDM que no fi-
nal de Abril estará concluído. Pouco
mais de 25 anos após a elaboração
do documento que servirá de base
para o novo, que incidirá sobre as-
pectos como qualificação ambiental
e urbanística, indução económica,
governança e acessibilidades, en-
tende este executivo que o mesmo
plano deve continuar a servir para
o concelho, mas com algumas afina-
ções que acompanham a evolução
do município e do seu crescimento
demográfico.
Unânime entre os vereadores da
oposição é que a revisão do PDM já
devia ter sido realizada há uma dé-
cada. Em 2009, o executivo da altura
liderado por Guilherme Pinto tentou
levar adiante a reformulação do do-
cumento. O processo ficou a meio
para ser retomado neste mandato
encabeçado por Luísa Salgueiro.
Há quase dez anos uma das alte-
rações mais significativas prendia-se
com a diminuição do índice de cons-
trução. O vice-presidente e vereador
do Planeamento e Ordenamento do Adaptar o concelho à realidade actual, apostar na contenção do perímetro urbano e qualificar o espaço rural são alguns dos objectivos
Território, Eduardo Pinheiro, afirma
que essa intenção continua a fazer de serviços. De fora do plano ficam morou a reabrir-se este dossier e Jor- Narciso Miranda, que durante a
parte deste dossier. Porém, depen-
No cerne desta uma série de previsões do PDM de ge Magalhães, eleito pelo PSD, ape- sua intervenção não se poupou a
dendo das necessidades nas diferen- revisão está a 1992 que não se concretizaram e já nas sublinhou a importância do PDM elogios ao PDM de 1992, elaborado
tes freguesias, poderá aumentar nal- não se adequam às necessidades do para o funcionamento do concelho, por Nuno Portas, quando o inde-
gumas áreas.
vontade de criar concelho. Dá como exemplo a cons- Narciso Miranda e o vereador comu- pendente era presidente da câmara,
Parte do rol de aspirações para um município trução de algumas vias de acesso que nista responsável pelo pelouro da sublinhou a necessidade de serem
o plano apresentado nos paços do estavam programadas, mas que hoje Mobilidade, José Pedro Rodrigues, aumentadas as áreas verdes, de se-
concelho pelo chefe de divisão do
com “várias já não são necessárias. chegaram-se à frente para destacar rem qualificados os núcleos urbanos
Planeamento Urbano, João Quintãs, centralidades”, O documento estará pronto no algumas preocupações. e propôs que se baixe o índice de
e pelo director do departamento do final de Abril. Até lá continuará a O último defendeu regras mais “ri- construção em 20%.
Urbanismo, Luís Berrance, é “adap-
em que os espaços ser discutido entre o executivo ca- gorosas” na coexistência de grandes Apontou o maior foco para o re-
tar o concelho à realidade actual”, de trabalho se marário e as juntas de freguesia, equipamentos estratégicos para que ordenamento da pequena indústria,
apostar na “contenção do perímetro até chegar à assembleia municipal. não se criem “convivências desfa- que considera ser um dos motores
urbano”, respeitar e qualificar o es-
misturam com os A próxima discussão está marcada sadas” ou se ponham em causa as do concelho, referindo que 95% das
paço rural e optimizar os recursos. residenciais e de para 17 de Dezembro. regras de segurança. Dá como exem- indústrias do concelho têm até dez
Diz o autarca que no cerne desta Entre os vereadores da oposição as plo a construção do Hospital da Boa trabalhadores. A revisão do PDM,
revisão está a vontade de criar um
serviços alterações ao documento foram bem Nova, que foi erigido em frente da “com um atraso de 12 anos”, diz só
município com “várias centralida- recebidas, mas com alguns reparos. refinaria da Petrogal. “Exemplos não o preocupar por ter sido basea-
des”, em que os espaços de trabalho Se o independente António Parada deste género não se podem repe- do no documento de 1992, quando
se misturam com os residenciais e apenas se queixou do tempo que de- tir”, sublinha. liderava a câmara.
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Porto está a reciclar
mais 12% do que no ano
passado
Ambiente
Patrícia Carvalho
Vereador diz que os dados
da reciclagem superaram
“as melhores expectativas”
e que objectivos para 2020
serão cumpridos
O Porto tem como objectivo chegar
a 2020 com uma taxa de reciclagem
de 30,66% e o vereador do Ambien-
te, Filipe Araújo, disse, esta terça-
feira, acreditar que o município vai
cumprir. O vice-presidente da Câma-
ra do Porto aproveitou a reunião do
executivo para fazer uma apresenta-
ção do trabalho desenvolvido pela
Empresa Municipal do Ambiente,
numa sessão em que eram votados
os contratos-programa de gestão de
resíduos urbanos e limpeza do es-
paço público entre esta entidade e
o município. As muitas críticas que
têm existido a problemas de limpeza
na cidade levaram toda a oposição
a abster-se.
Depois de ouvir Filipe Araújo, o
socialista Manuel Pizarro disse que
até reconhecia “a importância do
trabalho feito” pela empresa muni-
cipal, mas explicou que os vereado-
res do PS não tinham para oferecer
mais do que a abstenção por causa
de “um conjunto de dificuldades
em matéria de limpeza urbana”. A
mesma razão para o mesmo voto foi
apresentada por Ilda Figueiredo, da
CDU, enquanto Álvaro Almeida, do
PSD, foi mais duro. “É evidente que
a qualidade da limpeza e recolha de
lixo no último ano se degradou. Não
há nenhuma vantagem visível para
os cidadãos do Porto na criação des-
ta empresa e estamos convencidos
que nunca haverá. Foi um erro”, dis-
se, antes de anunciar também que
se iria abster.
Depois de, por diversas vezes, o
presidente da câmara, Rui Moreira,
ter reconhecido que havia um pro-
blema com a limpeza, decorrente
da transição do serviço da conces-
sionária para a empresa municipal,
pedindo paciência e apontando o
passado mês de Outubro como o de
uma prometida estabilização, desta
vez ninguém da maioria falou sobre
estas críticas. A sustentar a sua posi-
ção ficaram apenas os dados aponta-
dos pelo vereador do Ambiente.
Segundo Filipe Araújo, a taxa
Tem havido muitas críticas à limpeza na cidade
Não há nenhuma
vantagem
visível para os
cidadãos do
Porto na criação
da Empresa
Municipal de
Ambiente
Álvaro Almeida
Vereador dp PSD
de reciclagem do Porto está, ac-
tualmente, bem próxima dos 28%
(correspondendo a mais de 22.900
toneladas de resíduos), quando em
2017 mal ultrapassava os 26% (cer-
ca de 20.400 toneladas). Um cresci-
mento de 12%, que o deixa confiante
em alcançar o objectivo de chegar
a uma taxa superior a 30% daqui a
três anos. “Temos superado as me-
lhores expectativas em termos de re-
ciclagem”, disse. A recolha do indi-
ferenciado, mostram os dados apre-
sentados, também aumentou, mas
de forma muito ténue: apenas 2%.
Estes valores assentam, segundo
a informação apresentada, em três
linhas: a introdução de novas fre-
quências de recolha, a instalação de
mais e novos ecopontos e o desen-
volvimento dos programas porta a
porta. Estes programas, durante o
PAULO PIMENTA
corrente ano, abrangeram 2850 ha-
bitações, mas 2019 traz o potencial
de ainda melhores resultados, já que
a empresa municipal pretende avan-
çar com um novo porta-a-porta para
a zona oriental e um projecto-piloto
para zonas de grande densidade.
O novo ano trará a continuação
de instalação dos novos ecopontos
e uma nova frota de veículos de re-
colha, a gás natural.
Outro serviço que, segundo o ve-
reador do Ambiente, viu a sua qua-
lidade melhorar substancialmente
durante este ano foi a recolha gra-
tuita dos chamados “monstros e
verdes”. A reestruturação dos ser-
viços da Ecolinha permitiu diminuir
o tempo de resposta aos pedidos de
recolha ao domicílio de quase dois
meses — número que ainda vigorava
em Agosto deste ano — para “um pe-
ríodo inferior a cinco dias úteis”.
Filipe Araújo garantiu que as me-
didas previstas para o próximo ano,
bem como as campanhas de fisca-
lização e sensibilização que estão
no terreno desde Agosto e a esta-
bilização do quadro de pessoal (a
empresa tem 314 colaboradores) vão
permitir “melhorar ainda mais o ser-
viço”. Uma avaliação que, afirmou,
se reflecte também nos custos da
operação. Segundo os dados apre-
sentados, em 2019, o município vai
gastar menos 27% com a limpeza pú-
blica. A externalização dos serviços
de limpeza e recolha de resíduos,
entre 2014 e 2017, representava para
a câmara um custo anual de nove
milhões de euros.
patricia.carvalho@publico.pt
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 17
Ministério Público
arquiva denúncia
contra líder da bancada
municipal de Rui Moreira
Justiça
Margarida Gomes
Denúncia questionava
elegibilidade de Noronha
por ser sócio da Advogados
Telles de Abreu que fez
contratos com câmara
O Ministério Público (MP) junto do
Tribunal Administrativo e Fiscal do
Porto decidiu arquivar um processo
administrativo que tinha aberto, na
sequência de uma denúncia anóni-
ma que questionava a elegibilida-
de do deputado municipal do CDS,
André Navarro de Noronha, eleito
pelo movimento de Rui Moreira, nas
autárquicas de 2017.
Deputado municipal há cinco
mandatos, André Noronha lidera a
bancada da assembleia municipal
pelo movimento Porto, o Nosso Par-
tido e um ano após ter sido eleito foi
alvo de uma denúncia anónima no
MP que dava conta da sua ligação à
sociedade de Advogados Telles de
Abreu e Associados da qual é sócio
e com quem a Câmara do Porto fez
vários contratos, todos por ajuste
directo, no valor de 308 mil euros,
durante o primeiro mandato de
Moreira.
Diz a denúncia a que o PÚBLICO
teve acesso que “um dos contratos
estava em vigor aquando da entrega
(3 de Agosto de 2017) em tribunal
das listas candidatas aos órgãos au-
tárquicos”. Este contrato na área
da assessoria jurídica em matéria
de Ambiente foi celebrado a 5 de
Setembro de 2017. Já o outro con-
trato de 70 mil euros data de 25 de
Agosto do mesmo ano e vigorava,
segundo a denúncia, à data das elei-
ções autárquicas de 1 de Outubro do
ano passado.
A denúncia referia que, de acor-
do com a alínea c) do n.º 2 do ar-
tigo 7.º da Lei Eleitoral dos Órgãos
das Autarquias Locais, “não são
também elegíveis para os órgãos
das autarquias locais em causa os
membros dos corpos sociais e os ge-
rentes das sociedades, bem como
os proprietários de empresas que
tenham contrato com a autarquia
não integralmente cumprido ou de
execução continuada”.
Após diligências que considerou
“pertinentes e esclarecedoras”, o
MP entendeu que o deputado da
LOCAL
“Assembleia Municipal do Porto
André Navarro de Noronha não se
encontra em situação de inelegibi-
lidade, nos termos do artigo 7.º 2
al.ª c) da Lei Eleitoral dos órgãos
das Autarquias Locais (...), nem se
verifica qualquer das incompatibi-
lidades previstas no artigo 82 do
Estatuto da Ordem dos Advogados
(Lei 145/2015 de 9/9)”.
O PÚBLICO solicitou a consulta
do processo, mas o MP recusou e
apenas confirmou que o processo
tinha sido arquivado. Alega o Minis-
tério Público que “o processo ad-
ministrativo (...) não passa de um
documento de trabalho privativo
do próprio MP”. “Efectivamente,
estes processos não revestem natu-
reza pública, pelo que não se lhes
aplica o disposto no artigo 163.º do
Código do Processo Civil, e não es-
tão sujeitos ao regime previsto pe-
los artigos 82 a 85.º do Código do
Processo Administrativo e pela lei
que regula o acesso aos documentos
Deputado
municipal há
cinco mandatos,
André Noronha
lidera a bancada
da assembleia
municipal
administrativos e à informação ad-
ministrativa”. E acrescenta: “Neste
tipo de processos não é proferida
qualquer decisão que possa ser im-
posta e produza efeitos na esfera
jurídica de um terceiro por forma a
que esta pessoa ou entidade veja al-
terada, em sentido favorável ou em
sentido desfavorável, a sua situação
jurídica perante a Administração
pública”.
O email enviado ao PÚBLICO
acrescenta que “a existência des-
tes processos administrativos de
controle interno, sem natureza
pública, em nada magoa ou ofen-
de o direito ao acesso à informação
relativa à actividade do MP, que se
encontra especialmente prevista no
artigo 54 do Estatuto do Ministério
Público, sendo, aliás, amiúde emiti-
dos, conforme é do domínio públi-
co, comunicados de imprensa pela
Procuradoria-Geral da república
acerca das mais variadas matérias
respeitantes à actividade do Minis-
tério Público”.
margarida.gomes@publico.pt
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18 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
ECONOMIA
Governo sob pressão para aplicar
novas regras a Tomás Correia
Novo Código das Associações Mutualistas está à beira de ser aplicado à dona do Montepio e, desta forma,
apertar os requisitos de idoneidade aos seus novos gestores antes das eleições de dia 7 de Dezembro
Mutualismo
Cristina Ferreira
e Pedro Ferreira Esteves
Até ao final desta semana deverá ser
dado o último e decisivo passo do
processo de implementação do no-
vo Código das Associações Mutualis-
tas, com a publicação do despacho
que vai aplicar ao grupo Montepio
o novo conjunto de regras previs-
tas na legislação mutualista. Entre
as novas regras estão os requisitos
mais apertados sobre a idoneidade
dos gestores. Uma circunstância que
aumenta a pressão sobre Tomás Cor-
reia, mesmo que vença as eleições
do próximo dia 7 de Dezembro.
Segundo apurou o PÚBLICO jun-
to de fonte próxima do processo
legislativo, o Ministério do Traba-
lho e da Segurança Social deverá
publicar nos próximos dias o des-
pacho conjunto (com as Finanças)
que determina que o novo Código
se passe a aplicar à Associação Mu-
tualista Montepio Geral (AMMG),
bem como à Monaf — Montepio Na-
cional da Farmácia, ficando ambas
debaixo da supervisão da Autorida-
de de Supervisão de Seguros e Fun-
dos de Pensões (ASF). O Governo
tem estado sob pressão, não só dos
candidatos concorrentes a Tomás
Correia, mas também dos próprios
prazos do processo eleitoral, que
corre em paralelo com o legislativo
neste caso.
As listas candidatas ao Montepio
têm vindo a apelar a uma audiên-
cia com Vieira da Silva, ministro do
Trabalho e da Segurança Social, pa-
ra tratar de dois temas: a existência
de um potencial risco de fraude nas
eleições, por parte da lista A, chefia-
da por Tomás Correia: e apurar em
que fase se encontra, precisamente,
a entrada em vigor do novo código
das mutualidades.
O código entrou em vigor a 2 de
Setembro, culminando um longo
processo legislativo que passou pe-
la promulgação do Presidente da Re-
pública, Marcelo Rebelo de Sousa,
no passado dia 8 de Julho. Desde a
sua entrada em vigor correram 60
dias para a proposta de definição das
entidades abrangidas pelas novas re-
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
gras, após parecer da ASF. Algo que,
segundo soube o PÚBLICO, aconte-
ceu a 12 de Outubro. A partir daqui,
começaram a contar novos 60 dias
para a decisão final. A qual já estará
tomada, estando a sua formalização
por dias, até ao final desta semana,
o que acaba por antecipar o final do
prazo — que deveria terminar em
meados de Dezembro, já depois das
eleições para a nova liderança da do-
na do banco Montepio.
Desta forma, o Governo antecipa a
Ministério da
Segurança Social
deverá publicar
nos próximos dias
despacho que
determina que
o novo código se
passe a aplicar
à Associação
Mutualista
Montepio Geral,
bem como à Monaf
aplicação das novas regras à Associa-
ção Mutualista Montepio e aos ges-
tores que resultarem das eleições.
Em particular, Tomás Correia, visado
em vários processos de investigação
pelo Banco de Portugal (BdP) e pelo
Ministério Público, por suspeitas de
ilícitos graves da esfera regulatória e
criminal. Assim, mesmo que vença
as eleições, existe uma ameaça à sua
tomada de posse, dado que o novo
código determina que quem for alvo
de contra-ordenações do Banco de
Portugal ou de inquéritos judiciais,
por suspeita de actos ilícitos come-
tidos no âmbito da sua actividade
profissional, não pode ocupar car-
gos de gestão.
Em causa está o especificado no ar-
tigo 101.º, nomeadamente que “não
podem ser reeleitos os titulares dos
órgãos associativos que, mediante
processo judicial, tenham sido de-
clarados responsáveis por irregulari-
dades cometidas no exercício dessas
Tomás Correia é um dos três candidatos às eleições de 7 de Dezembro funções ou removidos dos cargos que
desempenhavam, bem como identi-
ficados como pessoas afectadas pe-
la qualificação de insolvência como
culposa”.
Adicionalmente, no artigo 100.º,
mais abrangente, é definido que só
são elegíveis os associados que cum-
pram os requisitos de idoneidade,
definidos como “pessoas idóneas,
nomeadamente por não terem sido
condenados, em Portugal ou no es-
trangeiro, por crime doloso contra o
património, abuso de cartão de ga-
rantia ou de crédito, usura, insolvên-
cia dolosa ou negligente, apropriação
ilegítima de bens do sector público
ou não lucrativo, falsificação, gestão
danosa, corrupção, branqueamento
de capitais, prática ilícita de gestão
de fundos de pensões, abuso de in-
formação e manipulação do merca-
do de valores mobiliários, salvo se,
entretanto, tiver ocorrido a extinção
da pena”.
Assim, o diploma estruturante pa-
ra o sector das mutualidades terá du-
as consequências imediatas, que se
cruzam: uma é de natureza política,
pois retira a pressão pública sobre a
inacção do Governo, dado que o des-
pacho que faltava está por dias e che-
gará antes do acto eleitoral na AMMG
e, sobretudo, antes da eventual to-
mada de posse (em Janeiro); outra é
que, caso vença as eleições, Tomás
Correia dificilmente poderá tomar
posse como presidente do Montepio.
Função que repetiria pela quarta vez,
mas debaixo de uma polémica acesa
sobre a sua idoneidade para o exer-
cício do cargo. E não é só sobre To-
más Correia que correm inquéritos
no BdP e no Ministério Público. Da
candidatura do actual presidente há
mais dois nomes abrangidos por in-
quéritos: Luís Almeida (BdP, sobre a
venda de Unidades de Participação
da Caixa Económica Montepio Ge-
ral), Carlos Beato (Ministério Público,
no âmbito do processo Comporta).
Os candidatos aos órgãos sociais da
AMMG terão de passar todos pelo
crivo da ASF, com a equipa de José
Almaça a ter de avaliar a sua adequa-
ção ao cargo em termos técnicos e de
credibilidade.
cristina.ferreira@publico.pt
pedro.esteves@publico.pt
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Portugal 2020:
46 empresas desistiram
de receber apoios
Fundos europeus
Luísa Pinto
Auditoria do Tribunal
de Contas alerta para falta
de fiabilidade do sistema
de recuperação de dívidas
nos apoios europeus
A Agência para o Desenvolvimento e
Coesão, a entidade que tem a coor-
denação geral dos fundos da União
Europeia que foram atribuídos a Por-
tugal no âmbito do programa 2020,
anulou 46 projectos empresariais
por incumprimento dos prazos de
execução a que estavam compro-
metidos, quer para o arranque do
projecto quer para apresentação
do requerimento final. E foram, por
isso, objecto de pedido de devolução
do apoio. A informação foi dada ao
PÚBLICO pelo Ministério do Planea-
mento e das Infra-Estruturas (MPI) e
reporta-se a 30 de Outubro.
De acordo com a mesma fonte, es-
tes casos ainda não envolveram situa-
ções de anulação por incumprimento
das metas contratualizadas, mas sim
empresas que desistiram de avançar
com os projectos a que se candida-
taram. As razões para tal acontecer
estão relacionadas com alterações de
estratégias do promotor, com falta de
capacidade financeira ou com difi-
culdade na mobilização de parceiros
para avançar com o projecto.
Os Sistemas de Incentivos do Por-
tugal 2020 são instrumentos dos
Fundos Europeus Estruturais e de
Investimento (FEEI) para o período
2014-2020, destinados a apoiar em-
presas em função de prioridades de
investimento definidas, podendo os
apoios ser concedidos a fundo per-
dido ou a título reembolsável. No
Portugal 2020, e pela primeira vez
nestes programas de financiamento
comunitário, as empresas contratua-
lizam, por exemplo, metas financei-
ras e a criação de postos de trabalho,
podendo ter de devolver os incenti-
vos caso não as cumpram. Mas, como
explicou ao PÚBLICO fonte do MPI,
uma vez que os projectos ainda não
estão contratualmente encerrados
(tal só acontece após a conclusão
financeira), ainda não houve essa
verificação no terreno.
Estes Sistemas de Incentivos são
operacionalizados pelo Compete —
Programa Operacional de Compe-
Portugal 2020 é ferramenta decisiva para recuperar os níveis de investimento na economia portuguesa
titividade e Internacionalização e
pelos Programas Operacionais Re-
gionais do continente, e tiveram uma
dotação financeira expressiva: 3965
milhões de euros, quase todos finan-
ciados pelo FEDER. Face ao total dos
sistemas de incentivos, contabiliza
o ministério, verifica-se uma taxa
de anulação de 0,7% do número de
projectos com pagamentos e de 0,3%
do valor pago.
TdC faz alertas
Hoje, o Tribunal de Contas (TdC) di-
vulgou um relatório de auditoria a
alertar para as elevadas dívidas das
empresas aos fundos comunitários,
chamando a atenção para o facto
de a Agência de Desenvolvimento e
Coesão (ADC) estar a trabalhar com
um sistema de recuperação de dívi-
das com muitas deficiências. A pior
de todas é a falta de fiabilidade das
dívidas registadas, já que o TdC en-
controu quase três vezes mais do que
aquelas que estavam no sistema. A
auditoria do TdC feita às operações
registadas até 31 de Dezembro de
2017 encontrou dívidas de 20,6 mi-
lhões de euros, enquanto a ADC ti-
nha registados apenas 7,2 milhões.
No entanto, fora desse sistema havia
já dívidas de mais de 20 milhões de
euros e nenhum processo de cobran-
ça coerciva em curso.
Por isso, a entidade fiscalizadora
das contas do Estado exorta a ADC a
apressar-se na conclusão do novo sis-
tema de informação de suporte e re-
20,6
A auditoria do Tribunal de
Contas feita às operações de
fundos comunitários até 31 de
Dezembro de 2017 encontrou
dívidas de 20,6 milhões
gisto destas dívidas, sistema esse que
foi adjudicado em 2015 e devia estar
pronto em Dezembro de 2017. Mas
que, um ano depois, ainda não está.
Estas deficiências têm vários im-
pactos negativos já que fazem aumen-
tar o risco de as dívidas não reclama-
das acabarem prescritas, potenciam
novos incumprimentos e permitem
que entidades (neste caso, empresas)
com dívidas por regularizar aos fun-
dos comunitários possam ver outros
projectos aprovados, contrariando o
que está definido por lei.
Os pagamentos às empresas são
efectuados, na maior parte dos ca-
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 19
MARCO DUARTE
sos, a título de adiantamento, numa
primeira fase, e como reembolso, nas
fases seguintes. Quando são detec-
tadas anomalias ou irregularidades,
esses apoios devem ser devolvidos,
sendo a ADC a principal responsável
por essa recuperação. Só que, pelo
facto de continuar a usar um siste-
ma de informação e reporte baseado
no anterior sistema contabilístico de
dívidas, o Tribunal de Contas alerta
nesta auditoria para vários riscos,
entre eles o da prescrição de dívi-
das (pela sua não reclamação tem-
pestiva) e o de virem a existir novos
incumprimentos e consequentes dí-
vidas a recuperar.
No relatório, percebe-se que a tipo-
logia das dívidas identificadas se rela-
ciona sobretudo com os adiantamen-
tos concedidos aos beneficiários. Dos
66 processos de dívida registados no
âmbito do programa Compete, 59
eram devidos a “anomalias”, todos
com origem em adiantamentos, e
apenas sete devidos a outras “irregu-
laridades”. O Programa Operacional
do Norte também tinha 33 processos
de dívidas com origem em “anoma-
lias”, sendo a maior parte deles (19)
relacionada com adiantamentos.
luisa.pinto@publico.pt
ECONOMIA
UE sem
combustíveis
fósseis
até 2050
Clima
Rita Siza, Bruxelas
Comissão apresentou
estratégia de longo prazo
para atingir forma neutra
em termos de emissões de
gases com efeito de estufa
A dias da abertura da Cimeira do
Clima das Nações Unidas (COP 24)
em Katowice, na Polónia, a União
Europeia (UE) apresentou as linhas
gerais da sua ambiciosa estratégia pa-
ra transformar o bloco na primeira
grande economia mundial a funcio-
nar de forma neutra para o ambien-
te em termos de emissões de gases
com efeitos de estufa. A meta da UE é
chegar a 2050 sem a necessidade de
recorrer aos combustíveis fósseis pa-
ra garantir o abastecimento eléctrico,
sustentar a sua rede de transportes
ou alimentar a produção industrial
nos seus Estados-membros.
Conseguir o impacto neutro no cli-
ma é um objectivo que exigirá uma
transformação profunda no funcio-
namento da economia e no quoti-
diano dos europeus, reconheceu o
comissário europeu para a Energia e
Acção Climática, Miguel Arías Cañe-
te. Mas o responsável não tem dúvi-
das de que, além de necessária para
“cumprir os objectivos a longo prazo
em matéria de temperatura fixados
no Acordo de Paris”, essa é uma mu-
dança possível, “com as tecnologias
actuais e com as que estão em vias de
implantação”. Além disso, acrescen-
tou, é do interesse da UE “pôr termo
às despesas com as importações de
combustíveis fósseis”. Segundo as
suas estimativas, se a UE deixasse
de comprar petróleo a países tercei-
ros, poderia poupar dois a três mil
milhões de euros de 2030 a 2050.
A ideia da Comissão Europeia é pro-
mover uma série de medidas que
facilitem a transição progressiva do
uso do carvão, do petróleo ou do
gás natural para as fontes de ener-
gia renováveis ou limpas. Uma das
metas é, por exemplo, que 80% da
electricidade consumida em 2050
seja gerada em fontes alternativas e
o restante seja de produção nuclear
— ou seja, que o abastecimento eléc-
trico seja totalmente isento de gases
com efeito de estufa.
rita.siza@publico.pt
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20 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

ECONOMIA

Malparado continua a cair na União

Europeia com Portugal em destaque
Comissão Europeia tenta passar mensagem a líderes dos governos de que, com o crédito malparado
a diminuir, é chegado o momento de avançar mais rapidamente para uma união bancária completa
MIGUEL MANSO

Banca
Sérgio Aníbal
Portugal foi, durante os últimos doze
meses, o segundo país da União Eu-
ropeia a registar uma descida mais
forte do rácio de crédito malparado
dos bancos, uma tendência que se
observou em quase todo o continen-
te e que, defende a Comissão Euro-
peia, deve servir para convencer os
países mais cépticos, como a Alema-
nha, a completar a união bancária
e a aceitar uma maior partilha de
riscos na zona euro.
Os dados são apresentados no ter-
ceiro relatório do executivo europeu
sobre os progressos na redução do
crédito malparado publicado on-
tem. No total da União Europeia, o
crédito malparado (aquele em que
o banco assume a existência de um
risco sério de não pagamento) pas-
sou a representar, no segundo tri-
mestre deste ano, 3,4% do total do
crédito concedido, uma nova desci-
da face aos 4,6% do mesmo período
do ano anterior.
No entanto — e é isto que preo-
cupa os líderes europeus — existem
muitas diferenças entre os países,
com alguns sectores bancários na-
cionais, como o português, com
níveis de crédito malparado ainda
muito elevado. A boa notícia que a
Comissão tenta passar neste rela-
tório é que, nesses países, o rácio
também voltou a descer. E Portugal
destacou-se. Elisa Ferreira sublinhou esta Para a Comissão Europeia, es- Holanda e Finlândia não se sentem vos continuam a ser feitos”. Isto, diz
Nos bancos nacionais, este indi- semana que “o problema do te relatório serve sobretudo para à vontade para assumir a responsa- a Comissão, é um contributo para as
cador passou de 15,5% no segundo malparado em Portugal está passar uma mensagem aos líderes bilidade de fazer face a futuras fa- discussões que vão ter lugar na pró-
trimestre de 2017 para 11,7% no se- contido, regulado, controlado” europeus que, em Dezembro, se lências bancárias, quando o actual xima cimeira, alertando que os pro-
gundo trimestre de 2018, uma desci- irão reunir e que terão de decidir cenário aponta para a existência de gressos rumo à conclusão da união
da de 3,8 pontos percentuais que foi que passos dar na reforma da união fragilidades importantes nos siste- bancária são “urgentes” e “devem
a segunda mais acentuada em toda preservando assim o terceiro lugar monetária, um processo que tem a mas financeiros de alguns países, ser feitos em paralelo com os pro-
a União Europeia. do ranking (atrás de Grécia e Chi- conclusão da união bancária como nomeadamente por causa do eleva- gressos na redução do risco”.
Apenas Chipre regista uma des- pre) entre os países com um rácio um elemento fundamental. do nível de crédito malparado. Grandes avanços nesta matéria
cida maior de 5,3 pontos (de 33,4% de malparado mais preocupante na A Comissão, neste relatório, tenta são contudo considerados para já
para 28,1%). Na Grécia, o país com União Europeia. Progressos “urgentes” mostrar aos diversos governos que como improváveis. Alemanha e
o valor mais elevado (44,9%), a des- Esta semana, a vice-governadora Nesta questão, os países mais re- os progressos no malparado têm si- França chegaram a acordo relativa-
cida foi de dois pontos. E na Itália, do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, ticentes em avançar em matérias do significativos, justificando que se mente a alguns temas, como a cria-
cujo sector financeiro concentra referindo-se a esta questão, defen- como a criação de um seguro de dêem passos na partilha de riscos. ção de uma garantia para o mecanis-
muitas das atenções na zona euro, deu que “o problema do malparado depósito comum a nível europeu Embora assumindo que em alguns mo de resolução, mas têm optado
o rácio do crédito malparado desceu [em Portugal] está contido, regula- têm defendido que, antes de assu- países o problema continua a ser por deixar para mais tarde decisões
de 12,2% para 10%. do, controlado”, mostrando-se con- mirem uma maior partilha de riscos, “desafiante”, o relatório defende importantes sobre o seguro de de-
A este nível, portanto, Portugal fiante de que uma resolução pode é preciso que os riscos actualmente que “a redução do risco no sector pósito comum, por exemplo.
aproximou-se do nível da Itália, mas acontecer “num período relativa- existentes sejam minimizados. Em bancário da UE continua a um ritmo
manteve-se com um rácio mais alto, mente curto”. particular, países como a Alemanha, sustentável, e progressos significati- sanibal@publico.pt
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Breves
Porto de Setúbal
Sindicato diz que
patrões já admitem
DANIEL ROCHA
precariedade
O presidente do Sindicato dos
Estivadores e da Actividade
Logística (SEAL), António
Mariano, disse ontem que
os patrões já reconhecem a
existência de precariedade no
Porto de Setúbal e aceitaram
uma integração “bem mais
significativa” do que a
inicialmente prevista. No
entanto, acrescentou, ainda não
foi aceite uma “plataforma para
um acordo colectivo”.
Transportes
Portos do continente
sofrem quebra de
3,8% até Setembro
Os portos do continente
registaram, entre Janeiro e
Setembro, uma quebra de
3,8% na carga movimentada,
fixando-se em quase 70,7
milhões de toneladas, segundo
a Autoridade da Mobilidade e
dos Transportes (AMT), citada
pela Lusa. A entidade revelou
ontem que o desempenho
representa uma diminuição de
2,76 milhões de toneladas face
a igual período de 2017.
Fitch
Economia cresce 1,5%
em 2019, abaixo das
previsões do Governo
A economia portuguesa deverá
crescer 1,5% em 2019, uma
estimativa abaixo da previsão
do Ministério das Finanças, de
2,2%, segundo a Fitch Solutions,
unidade de research da Fitch.
“Mantemos a nossa convicção
de que o crescimento real do
PIB português irá desacelerar
para o ano. Esperamos que a
economia se expanda em 1,5%
numa base anual, abaixo da
estimativa de 2,1% em 2018”,
escreveu a agência na nota.
Casas Preços aumentam 71 euros por m2 num ano
O valor médio de avaliação
bancária associada a pedidos
de crédito fixou-se em 1212
euros por metro quadrado (m2)
em Outubro, mais sete euros
face ao mês anterior. Face a
Outubro de 2017, subiu 6,2%,
ou 71 euros, revelou ontem o
Instituto Nacional de Estatística.
Nas tipologias T2 e T3 (que
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 21
Os trabalhadores das empresas do
grupo Barraqueiro que operam nos
distritos de Leiria e Santarém vão estar
em greve hoje e amanhã
perfizeram 82,6% das avaliações
de apartamentos), o valor médio
cresceu 13 euros e 14 euros por
m2, respectivamente, face a
Setembro deste ano.
ECONOMIA
Descentralização
Municipalização de
4300 km de estradas
já foi publicada
Foi publicado ontem em Diário
da República o decreto-lei
que “concretiza o quadro de
transferência de competências
para os órgãos municipais
no domínio das vias de
comunicação”, um pacote que
prevê passar 4300 quilómetros
de estradas para a esfera das
câmaras municipais, apurou
o PÚBLICO. Este quadro de
transferência foi articulado
entre o Governo e a Associação
Nacional de Municípios
Portugueses (ANMP) no âmbito
do pacote de descentralização,
que o actual executivo pôs em
marcha em vários domínios
e que queria concretizar
durante o ano de 2019. Mas a
sua redacção final revela que
não houve acordo numa das
vertentes destas transferências:
a financeira. L.P.
Banca
Danske Bank acusado
na Dinamarca por
actividade na Estónia
A Procuradoria-Geral da
Dinamarca apresentou já a
acusação preliminar contra
o Danske Bank, por alegada
violação da legislação do
país contra práticas de
branqueamento de capitais,
pelas suas actividades na Estónia.
O maior banco dinamarquês, sob
investigação desde Agosto, é
suspeito de realizar transacções
ilegais no valor de 200 mil
milhões de euros, entre 2007 e
2016, via sucursal na Estónia.
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22 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

MUNDO
Pelosi vence primeira batalha
na Câmara dos Representantes
A experiente congressista é alvo
de alguma contestação no Partido
Democrata, mas a falta de opositores e
a reconquista da maioria nas eleições
deverá garantir-lhe a vitória final
EUA
Alexandre Martins
Há muito que se fala da possível pas-
sagem à reforma da mulher mais po-
derosa de sempre da política norte-
americana, mas esse cenário parece
ter sido adiado por, pelo menos, mais
dois anos. Aos 78 anos, Nancy Pelosi
viu confirmada, ontem, a sua indi-
cação para speaker da Câmara dos
Representantes a partir de Janeiro,
depois de o seu Partido Democrata
ter reconquistado a maioria nas elei-
ções do início do mês.
Só no dia 3 de Janeiro se vai saber
se Pelosi será mesmo a próxima líder
da câmara baixa do Congresso, subs-
tituindo o republicano Paul Ryan. O
que aconteceu ontem foi uma vo-
tação dos congressistas do Partido
Democrata, que tinham a tarefa de
indicar um nome, entre eles, para
liderar os trabalhos da Câmara dos
Representantes nos próximos dois
anos, até às eleições de 2020.
Depois desta primeira fase do pro-
cesso, Pelosi terá de ser submetida
a uma votação pelos representantes
do Partido Democrata e do Partido
Republicano, marcada para o arran-
que da Câmara dos Representantes
em 2019, a 3 de Janeiro.
Nessa votação, a experiente polí-
Ocasio-Cortez, venceram as suas
eleições com a promessa de não vo-
tarem em Pelosi para líder, ou pelo
menos de não lhe darem um apoio
incondicional.
Segundo esta nova geração, o Par-
tido Democrata precisa de uma lide-
rança que reflicta a energia da sua
base anti-Trump — e uma atitude de
maior confronto em relação ao Pre-
sidente pela liderança democrata na
Câmara dos Representantes, num ce-
nário em que o Senado continua nas
mãos do Partido Republicano.
Para comprometer ainda mais a
sua possibilidade de vitória, Pelosi
viu-se também no centro de um ata-
que de outra ala do Partido Demo-
crata na Câmara dos Representantes.
Um grupo de congressistas modera-
dos, interessados em dialogar com o
Partido Republicano, apresenta-se
agora como o principal motor da vi-
tória democrata nas eleições do iní-
cio do mês, tendo contribuído de for-
ma decisiva para roubar lugares aos
republicanos em estados e distritos
onde o eleitorado é tradicionalmente
conservador.
Para não correr o risco de ser der-
rotada a 3 de Janeiro — o que seria Nancy Pelosi, 78 anos, foi a principal responsável pela aprovação do Obamacare
uma humilhação —, Pelosi tem a
dupla tarefa de acalmar progres-
sistas e centristas no seu partido.
Com o resultado da votação de
Vitória no Mississípi aumenta maioria republicana no Senado

tica terá de recolher pelo menos 218
votos entre os 435 congressistas dos
dois partidos — uma tarefa aparen-
temente simples numa Câmara dos
Representantes que terá, em 2019 e
2020, pelo menos 234 democratas e
199 republicanos (falta ainda saber o
resultado de duas eleições).
Só que as contas de Nancy Pelosi
complicaram-se nos últimos meses,
à medida que a facção mais jovem e
progressista do Partido Democrata ia
conquistando poder, contribuindo de
forma decisiva, nas eleições do início
do mês, para a reconquista da maio-
ria na Câmara dos Representantes.
Muitos destes novos congressis-
tas democratas, mulheres jovens e
mais à esquerda, como Alexandria
ontem, Pelosi mostra que está no
bom caminho: depois de semanas
de ameaças, um grupo de nove de-
mocratas moderados acabou por
anunciar o apoio à congressista da
Florida, pouco antes da votação, e
outros congressistas mais à esquer-
da foram desistindo das promessas
de luta por uma mudança, à medi-
da que os dias iam passando e que
ninguém aparecia para fazer frente
à experiente líder do Partido Demo-
crata.
Se for eleita em Janeiro, Pelosi dará
início a uma segunda vida como spe-
aker da Câmara dos Representantes,
que é o segundo cargo na linha de
sucessão do Presidente dos EUA, a
seguir ao vice-presidente.
F
altava ainda uma eleição
para fechar a composição do
Senado, depois das eleições
no início do mês em que o
Partido Republicano perdeu
a maioria na Câmara dos
Representantes para o
Partido Democrata. Já se
sabia que o partido do
Presidente, Donald
Trump, continuaria
maioritário no
Senado, mas só
agora se sabe a
dimensão dessa
maioria: 53
republicanos e
47 democratas. republicana Hyde-Smith venceu
A corrida no Mississípi, de forma clara — 53,9% contra
um estado tradicionalmente 46,1%.
republicano, acabou por Esta vitória faz de Hyde-
ser mais renhida do Smith a primeira mulher alguma
que o previsto e os vez eleita para o Congresso
dois candidatos — a pelos eleitores do Mississípi.
vencedora, Cindy Apesar disso, a campanha ficou
Hyde-Smith, e o marcada pelas questões raciais.
democrata Mike Espy — A eleição tornou-se muito
tiveram de disputar mais competitiva quando foi
uma segunda volta divulgado um vídeo, no início
depois de reunirem do mês, em que a republicana,
ambos 41% a 6 de branca, afirmava que se um
Novembro. Desta apoiante a convidasse “para
vez, e apesar de um enforcamento público”, ela
alguns percalços, a “estaria na fila da frente”.
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Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
JIM YOUNG/REUTERS
Pelosi foi speaker entre 2007 e 2011,
durante o primeiro mandato de Bara-
ck Obama, antes de o Partido Demo-
crata ter sofrido uma pesada derrota
nas eleições de Novembro de 2010. A
partir daí, e até este ano, manteve-se
à frente do Partido Democrata, no
papel de líder da minoria.
Como speaker, foi fundamental
para a aprovação do Obamacare,
em 2010, quando a proposta era
extremamente impopular entre os
republicanos e difícil de digerir para
os democratas. A lei acabou por ser
aprovada na Câmara dos Represen-
tantes por sete votos, graças à per-
sistência de Pelosi — o que lhe valeu,
até hoje, a ira dos republicanos, em
particular do movimento Tea Party
e da base de apoio a Trump.
alexandre.martins@publico.pt
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 23
Nenhum membro pode
entrar com a cabeça
coberta, nem circular
de chapéu
Regulamento da Câmara
dos Representantes
Congresso a perder feições de
homem branco de meia-idade
Ilhan Omar tinha apenas dez anos
quando os ataques contra o regime
do ditador Siad Barre se transfor-
maram numa brutal guerra civil na
Somália, em 1991.
Os quatro anos seguintes foram
passados num campo de refugiados
no vizinho Quénia, onde o pai e o
avô decidiram o futuro que queriam
dar à família: seria vivido nos Esta-
dos Unidos da América, primeiro
em Arlington, na Virgínia, e depois
em Mineápolis, no estado do Min-
nesota. Ilhan Omar tinha 14 anos.
Vinte e três anos depois, no pas-
sado dia 6 de Novembro, Omar
venceu uma eleição importante
na terra onde cresceu. Ao derro-
tar a candidata do Partido Repu-
blicano no 5.º distrito do Minne-
sota, tornou-se numa bandeira da
diversidade que marcou a grande
vitória do Partido Democrata nas
eleições deste ano para a Câmara
dos Representantes: é a primeira
norte-americana nascida na Somá-
lia a ser eleita para o Congresso, a
primeira ex-refugiada a ser eleita
para a Câmara dos Representan-
tes, a primeira mulher não branca
a representar o Minnesota na mes-
ma câmara e, em conjunto com a
palestiniana-americana Rashida
Tlaib, do Michigan, é uma das du-
as primeiras mulheres muçulmanas
eleitas para o Congresso.
A chegada de Omar à Câmara dos
Ilhan Omar é uma das duas muçulmanas eleitas para o Congresso
AS 10
NOTÍCIAS
Representantes foi tão inesperada
que os seus colegas terão ainda de
10
anular uma regra com 181 anos pa-
ra que a congressista muçulmana
DO DIA EM
possa entrar na câmara para onde
foi eleita: “Nenhum membro pode
entrar na Câmara dos Represen-
tantes com a cabeça coberta, nem
MENOS DE
circular de chapéu”, lê-se no regu-
lamento.
As vitórias de Omar e Tlaib nas
eleições do início do mês foram
MINUTOS
apenas duas das várias dezenas
que vão mudar a cara da Câmara
dos Representantes a partir de Ja-
neiro.
Ao fim de 229 anos, o rosto da
câmara baixa do Congresso nor-
te-americano começa a perder as
feições de um homem branco de
meia-idade: ao todo, foram eleitas
pela primeira vez 42 mulheres e 23 De segunda
pessoas não brancas, incluindo as a sexta às 17h
muçulmanas Ilhan Omar e Rashida
Tlaib, mas também Sharice Davis e
Deb Haaland (as primeiras mulhe-
res nativas da América do Norte) e
várias mulheres negras eleitas pela
primeira vez nos seus estados.
No total, em Janeiro de 2019 o
Congresso terá 125 mulheres em
535 lugares — 101 na Câmara dos
Representantes (88 do Partido De-
mocrata e 13 do Partido Republica-
no) e 24 no Senado (17 do Partido
Democrata e sete do Partido Repu- Este e outros programas
blicano). A.M.
em publico.pt/podcasts
ERIC MILLER/REUTERS
Disponível no
PODCASTS
O Público fica no ouvido
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24 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
MUNDO
Universitários votam para dizer
se querem viver numa monarquia
Mais de metade das universidades públicas de Espanha está a organizar referendos internos. A ideia
é que as votações sejam apenas o início de um movimento que quer obrigar os políticos a reagir
Espanha
Sofia Lorena
“Quase dois terços dos espanhóis
com direito de voto não pôde par-
ticipar no referendo de 1978 que
aprovou a Constituição espanhola e
que sustenta a monarquia.” Esse foi o
ponto de partida para um debate que
começou na Universidade Autónoma
de Madrid (UAM) e se alastrou a mui-
tas universidades por toda a Espa-
nha. Jovens eleitores, universitários,
querem ser ouvidos sobre o modelo
de Estado — como nunca ninguém
lhes perguntou, organizaram-se eles
mesmos para se questionarem.
Hoje vota-se na UAM, nas próximas
semanas vai votar-se em pelo menos
mais 25 universidades (há 50 públi-
cas no país) e em vários bairros ou
pequenas cidades, nomeadamente
da região de Madrid (Leganés, Parla
O rei Felipe VI numa parada em Madrid pouco depois de ter sucedido ao pai, em Junho de 2014
ou Vallecas). É provável que se jun-
tem mais instituições de ensino; há
duas semanas eram nove as universi-
dades que planeavam aderir à inicia-
tiva. Na Catalunha, as universidades
realizam as consultas simultâneas, a
4 de Dezembro.
De Madrid a Oviedo, Vigo ou Te-
nerife, assume-se alguma inspiração
no referendo de 1 de Outubro do ano
passado sobre a independência da
Catalunha, realizado à revelia do
Governo e da Justiça. Para Pablo,
aluno da Pompeu Fabra (Barcelo-
na) e membro da plataforma de uni-
versidades catalãs (Fora el Borbó),
esta consulta constituiu “a maior
afronta aos guardiães do regime de
78”. Pablo, que falou ao jornal in-
foLibre no encontro que juntou em
Madrid os universitários que dão
rosto à iniciativa, sublinhou que o
1 de Outubro só foi possível com o
apoio de grande parte da popula-
ção, “que defendeu as urnas e os
colégios eleitorais”.
É a esta capacidade de organização
e mobilização social que os univer-
sitários espanhóis querem ir beber.
Jorge Remacha, da plataforma Refe-
réndumUNIZAR, da Universidade de
Saragoça, vê esta consulta como uma
iniciativa com continuidade. “A ideia
é que o movimento seja um ponto
de partida para pôr a juventude a
mexer, neste caso com uma exigên-
cia democrática, mas também para
pensar que temos direito a decidir
sobre outras questões.”
Remacha, como outros estudantes,
defende a coordenação dos universi-
tários com movimentos de trabalha-
dores e associações de bairro, muito
activas em Espanha. No encontro de
Madrid esteve um delegado sindical
da Amazon, cujos trabalhadores têm
estado em greve, mas também Rosa
María García, da organização La Co-
muna, que falou da sua experiência
na cadeia durante o franquismo. “O
movimento estudantil sempre esteve
na vanguarda”, disse García.
O palco desta conversa alarga-
da foi o lugar onde tudo começou:
em meados de Outubro, no relvado
diante da Faculdade de Filosofia da
UAM, um grupo de alunos e investi-
gadores começaram a fantasiar so-
bre a possibilidade de realizar um
referendo em que se pudesse esco-
São já 26 as
universidades
públicas que
aderiram à
iniciativa e estão
a organizar
consultas
ELOY ALONSO/REUTERS
lher entre república ou monarquia.
O objectivo, nas palavras de uma
das promotoras, Lucía Nistal, era
“dar visibilidade à opinião dos jovens
sobre o facto de serem súbditos de
uma instituição anacrónica, corrupta
e ligada ao regime franquista”. Entre-
tanto, os que tinham dado início ao
debate começaram “a receber todo
o tipo de mensagens, de gente que
queria juntar-se para votar e formar
parte da organização”, na sua “maio-
ria estudantes, mas também alguns
professores que acabaram por se
envolver mais directamente”, prin-
cipalmente nas questões logísticas,
explicou ao infoLibre.
“Estás a favor de abolir a Monar-
quia como forma de Estado e instau-
rar uma República?”; “Em caso afir-
mativo, concordas que se abra um
processo constituinte para decidir
que tipo de República?” São estas as
perguntas nos boletins que hoje os
estudantes da UAM terão nas mãos.
Já na Carlos III, também de Ma-
drid, o boletim incluirá as perguntas
“Quer poder decidir sobre o modelo
de Estado?” e “Em caso afirmativo,
que modelo de Estado prefere?”. Foi
esta a decisão tomada numa assem-
bleia que juntou alunos, professores,
investigadores e pessoal administra-
tivo. As urnas estarão abertas num
horário pré-definido e, como em
todos os casos, os jovens terão de
apresentar o seu número de identi-
ficação de aluno e as mesas estarão
coordenadas para evitar fraudes e
“conseguir um resultado o mais fiel
possível sobre a realidade social exis-
tente” na universidade.
Lucía Nistal diz que nada acaba
com a contagem dos votos na UAM.
Antes pelo contrário: “Começa aí, e o
ideal era que o movimento se conse-
guisse organizar e coordenar a nível
estatal.” Num país em que os parti-
dos tradicionais (PSOE e PP) nunca
ousaram questionar nenhum aspecto
da monarquia, Nistal acredita que o
movimento “terá consequências”.
Esta acção, admite, é simbólica. Mas
“quando um debate público se insta-
la desta maneira e a exigência social
é tão maioritária, os líderes políticos
não têm remédio senão ouvir”.
slorena@publico.pt
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Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 25

MUNDO

O Banco de Inglaterra divulgou a lista de

personalidades que podem figurar na nova nota
de 50 libras. Entre elas estão Alan Turing (na foto),
d
Stephen Hawking e Margaret Thatcher
S

Breves
França
“Coletes amarelos” Buenos Aires Príncipe Saudita já chegou para o G20 e não será detido
já têm 84% de apoio
REUTERS

entre os cidadãos
São cada vez mais os franceses
que apoiam os “coletes
amarelos” e os protestos
pela redução de impostos e
reposição do poder de compra:
84%, diz uma sondagem da
Odoxa. Os eleitores da União
Nacional de Le Pen são os que
mais apoiam a contestação,
92%. Os macronistas dividem-
se: 50% apoiam, 50% não.

Estados Unidos
Baixou o número
de imigrantes em
situação ilegal
O número de imigrantes em
situação ilegal nos EUA caiu
para 10,7 milhões, o mais baixo
desde 2004, diz um novo
estudo do instituto de pesquisa
Pew, que usa estatísticas oficiais
de 2016. A quebra começou O príncipe herdeiro da Arábia cimeira do G20, que começa controvérsia devido devido ao Watch pediu que o príncipe
quando o Presidente Donald Saudita, Mohammed bin amanhã e durante o qual se assassínio do jornalista Jamal fosse detido, mas um juiz
Trump anunciou a construção Salman, chegou ontem a Buenos esperam mais de 30 protestos. Khashoggi no consulado saudita argentino avançou com medidas
de um muro na fronteira. Aires, na Argentina, para a A visita está rodeada de enorme em Istambul. A Human Rights que impedem a sua detenção.

COP25 Holanda México São Tomé e Príncipe

Brasil retira oferta
de organizar
conferência do clima
O Governo brasileiro retirou a
oferta de receber a Conferência
das Nações Unidas do Clima
(COP25), justificando com
restrições orçamentais. A
conferência deveria realizar-
-se em Novembro de 2019. A
oferta tinha sido anunciada
pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros em 2017.
Caminhos-de-ferro
indemnizam vítimas
do Holocausto
A empresa de caminhos-de-ferro
holandesa NS vai indemnizar os
sobreviventes e as famílias das
vítimas do Holocausto levados
nos seus comboios para o campo
de trânsito nazi de Westerbork,
na Holanda, e daí para campos de
extermínio. Em 2005, a empresa
pediu perdão pelo seu papel na II
Guerra Mundial.
Presidente Peña Nieto Partido vencedor
atribui condecoração das eleições escolhe
a Jared Kushner chefe de Governo
O Presidente mexicano, Enrique A Acção Democrática
Peña Nieto, que deixa o cargo Independente, vencedora das
a 1 de Dezembro, atribuiu a legislativas em São Tomé e
mais alta condecoração para Príncipe, propôs João Álvaro
estrangeiros a Jared Kushner, o Santiago para primeiro-
genro e conselheiro de Donald -ministro. O Presidente da
Trump. O partido do Presidente República, Evaristo Carvalho,
eleito, López Obrador, pediu ouviu os partidos e disse que
explicações sobre a atribuição da indigitaria esta semana o
Ordem del Águila Azteca. próximo chefe de Governo.
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26 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

CULTURA
Em 2022 o CCB ficará completo —
e terá outro “conforto financeiro”
Concurso internacional para obra que estava no papel há mais de 25 anos é hoje lançado. Espaço para um
ou dois hotéis “upper midscale”, mais lojas e escritórios, representará renda anual mínima de 900 mil euros
RUI GAUDÊNCIO

Lisboa
Joana Amaral Cardoso
Em 2022, o rosto do Centro Cultural
de Belém (CCB), e com ele a frente
ribeirinha da zona monumental de
Lisboa, vai mudar: há mais de 25
anos no papel, o novo complexo de
hotelaria e comércio do CCB estará
então construído. O concurso públi-
co internacional abre hoje, lançando
uma obra que o presidente do CCB,
Elísio Summavielle, orça entre 60
e 70 milhões de euros e que deve-
rá ter um retorno de 900 mil euros
por ano, “no mínimo”, para o CCB.
Mantra repetido por todos na con-
ferência de imprensa de ontem, esta
receita potenciará a “sustentabili-
dade” do centro cultural, permitin-
do-lhe reforçar a sua programação
internacional, mas também a sua
posição como instituição de referên-
cia a nível nacional.
O concurso que agora abrirá em
busca de propostas nacionais e in-
ternacionais — há já “meia dúzia” de
interessados, diz Summavielle — visa
os terrenos que o Estado cedeu per-
petuamente à Fundação CCB e que
esta agora entregará por 50 anos ao
vencedor. O contrato dita que no fim
desse período “os imóveis revertem
gratuitamente para a fundação”,
mas dois anos antes de o prazo ex- A ministra da Cultura e o presidente da Câmara de Lisboa juntaram-se a Elísio Summavielle para lançar a obra que ainda faltava ao CCB
pirar o CCB vai rever os termos do
acordo, deixando em aberto a sua cultura portuguesa”. A restauração rem o concurso. A renda anual mí- “progressiva sustentabilidade futu- tos do CCB vem sendo suprido com
renovação ou renegociação. funcionará como âncora, ocupan- nima que pagarão depois, ao longo ra” e da “renovação da sua missão, o aluguer dos espaços comerciais
A área hoteleira ocupará o chama- do entre 40 e 70% do espaço; o res- dos 50 anos da concessão, está fixa- autonomia e posicionamento estra- e do centro de congressos, mas o
do Módulo 5: 16.330 metros quadra- tante será para lojas de decoração, da nos 900 mil euros — valor que o tégico enquanto instituição cultural presidente conta com “o que possa
dos, dos quais 7267 serão, de facto, presentes, multimarca ou concept presidente do CCB espera que “seja de referência da cidade, do país e vir” nesta nova fase para manter a
área construída, o que permite o stores. O objectivo é “reter turistas ultrapassado”. O “conforto financei- dos circuitos internacionais”. funcionar “uma pequena cidade” e
“desenvolvimento de dois produtos e atrair residentes”. Haverá um piso ro” dessa proposta, que deve asse- Actualmente, revelou Summaviel- elevar a fasquia e a “ambição inter-
hoteleiros complementares”, lê-se de estacionamento subterrâneo e gurar “o melhor retorno [possível] le, manter o CCB custa “cerca de 8,4 nacional” da programação.
no texto de apresentação da pro- também espaço para escritórios. para a fundação”, será o principal milhões de euros por ano”, sendo a O CCB foi inaugurado em 1993 e
posta. O equipamento deverá ser de Os novos módulos terão de seguir critério de decisão do júri, com um subvenção do Estado para 2019 de está desde então por concluir. On-
quatro estrelas ou superior, com um a linha arquitectónica dos edifícios peso de 65% (as condições técnicas 7,392 milhões — o aumento de 0,5% tem, o presidente da Câmara de Lis-
“posicionamento upper midscale”, e já existentes, projectados pelo ar- do projecto valem 35%) e é a cha- em relação a 2018 enquadra-se na boa, Fernando Medina, juntou-se a
envolver “conceitos de lean luxury e quitecto Vittorio Gregotti e pelo ve para a porta que o CCB quer ver política de “reposição gradual dos Summavielle no cortejar dos “pro-
lifestyle”. Em descritivos anteriores atelier Risco (do actual vereador do abrir-se (tal como quer ver abrir-se cortes às fundações” que o Ministé- motores e construtores” que tam-
detalhava-se que teria cerca de 150 Urbanismo e da Reabilitação Urbana a ligação entre a Praça da Fonte do rio da Cultura diz querer continuar. bém preenchiam a sala, “gente que
quartos e 40 apartamentos. Manuel Salgado). Império e a frente de Belém e o rio): A ministra Graça Fonseca, presente faz a economia avançar”, nas sauda-
Para a área de comércio e servi- a da sustentabilidade financeira. na sessão, garantiu mesmo que “o ções iniciais do presidente do CCB, e
ços, no Módulo 4, estão disponí- “O melhor retorno possível” A “oferta qualificada” que o CCB projecto cultural do CCB, aconteça que, acrescentou Medina, cometerá
veis 7170 metros quadrados (4169 Onde hoje há um terreno vazio nas- trará àquela frente, enunciou Sum- o que acontecer, continuará sempre “um erro trágico” se não aproveitar
dos quais edificáveis) destinados a cerá uma “obra privada”, como a mavielle, “permitirá à fundação com o apoio do Estado.” a oportunidade para investir.
“conceitos únicos e autênticos, sem classificou Summavielle, paga pelos reforçar a necessária captação de O diferencial entre as fontes de
massificação e uma forte ligação à promotores imobiliários que vence- receitas” e cumprir a ambição da financiamento disponíveis e os cus- jcardoso@publico.pt
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Do amor por Pessoa
à descoberta de Gonçalo
M. Tavares
Livros
Isabel Coutinho,
em Guadalajara
O poeta da Tabacaria
inspirou uma editora da
Cidade do México, mas essa
não é a única paixão em
torno do país-tema da FIL
Arrefece à noite em Guadalajara,
mas quando as portas da Feira
Internacional do Livro (FIL) se fe-
cham, anima-se o palco dos concer-
tos, mesmo ali ao lado. Na noite de
terça-feira, ouviu-se fado. E não terá
sido por acaso que Camané iniciou
o concerto a cantar versos de Fer-
nando Pessoa, num concerto que
acabou com “bravos” da plateia.
Já sabíamos que o poeta portu-
guês, que foi traduzido no México
por Octavio Paz (1914-1998), suscita
paixões em todo o mundo, mas é
ainda assim uma surpresa encon-
trar num dos corredores da FIL um
stand com retratos de Pessoa, sacos
de pano e livrinhos com o seu rosto
estampado ou mesmo a sua figura
em versão boneco de pano. Aconte-
ce no espaço da Tabaquería Libros,
uma distribuidora e editora da Cida-
de do México lançada pela argen-
tina Pat Sánchez e pela mexicana
Mónica Johnes Linazasoro.
Na verdade, não têm uma loja, só
presença online, e distribuem livros
para bibliotecas e para eventos es-
pecializados, como congressos so-
bre poesia contemporânea. Estão
presentes em todas as feiras do li-
vro importantes do país. Distribuem
edições mexicanas, argentinas e es-
panholas, principalmente de chan-
celas independentes.
O fascínio por Pessoa deve-se a
Pat Sánchez, que leu o autor por-
tuguês pela primeira vez quando
era adolescente. “Talvez fosse uma
antologia, O Poeta É Um Fingidor, já
não me recordo”, conta. “Quando
somos mais jovens, começamos a
leitura pelo mais conhecido ou por
aquilo com que podemos identificar-
nos mais facilmente”, acrescenta.
Mas o seu amor por Pessoa não se
alterou com o tempo. “O que mu-
dou foi a minha abordagem da sua
obra. Comecei a interessar-me pe-
las questões ensaísticas de Pessoa,
o esoterismo, a política.”
Há um outro autor português
que também “encanta muito” Pat,
e que tem uma enorme ligação com
Pessoa: Mário de Sá-Carneiro, que
a leitora argentina encontrou mais
tarde. O que é surpreendente é que
este é um amor à distância. “Nun-
ca fui a Lisboa; tenho de ir um dia.
Estive em Espanha, mas nunca em
Portugal.” Apesar disso, Pat adora
fado e a comida portuguesa — além
de ter também uma paixão pelo
Brasil —, e diz sentir que Portugal
“é um país com uma idiossincrasia
bastante melancólica”, tal como a
Argentina.
Tabaquería ou Taquería?
O stand da Tabaquería Li-
bros tem edições mexicanas que
mostram “um certo amor a tudo o
que seja brasileiro ou português”,
explica por sua vez Mónica Johnes,
enquanto mostra um livro de en-
saios do escritor e jornalista Fran-
cisco Cervantes (1938-2005), um dos
O stand da editora Tabaquería tem Fernando Pessoa em destaque
mais importantes tradutores de lite-
ratura portuguesa no México. Logo
pega noutro de uma editora mexi-
cana que publica autores africanos,
como Mia Couto.
Há dois anos, Pat e Mónica cria-
ram uma editora própria e inicia-
ram duas colecções: Saudades, de
poesia, e Janelas, de ensaio. Que-
rem publicar mais mulheres e por
isso estão a negociar os direitos de
uma contista portuguesa, cujo nome
não podem dizer ainda. Entretanto,
com a ajuda do Instituto Camões e
da Direcção-Geral do Livro, dos Ar-
quivos e das Bibliotecas, publicaram
já Tabaquería — El Marinero, de Fer-
nando Pessoa, com tradução e notas
de Eduardo Langagne.
Quando os visitantes passam pe-
lo stand na feira, costumam achar
graça ao nome, Tabaquería, e rela-
cionar com Pessoa. Mas também há
quem pergunte: “Tabaquería por-
quê? Vendem tabaco?” Ou quem
DR
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 27
ache que o nome é Taquería, como
um estaminé de tacos, essa omni-
presente comida de rua mexicana.
“Muita gente conhece Pessoa, ou-
tros não”, conta Pat.
Bem informadas estavam Sarita
Romano DeWeik e Sharon Finkels-
tein, que vieram da Cidade do Mé-
xico para aquela que consideram
uma das feiras mais importantes do
mundo. Estão a almoçar num dos
restaurantes espalhados pelo gigan-
tesco recinto, e vão olhando para o
programa do Pavilhão de Portugal.
“Viemos aqui para comprar livros,
mas, acima de tudo, para ver o en-
tusiasmo do público, que é impres-
sionante”, comentam.
Sarita é professora de uma ofici-
na de reflexão e de criação literária
onde todos os participantes são mu-
lheres. Vieram as 12 à feira. “Lemos
um autor por semestre. Quando sou-
bemos que o país convidado era Por-
tugal, fui pesquisar quais seriam os
autores contemporâneos mais im-
portantes, e lemos Gonçalo M. Ta-
vares, que tem livros publicados no
México”, conta Sarita, ela própria
escritora, com um romance publi-
cado: Desde Malika Nasli.
“Tivemos a oportunidade de o co-
nhecer, e isso foi fantástico, porque
falámos sobre a sua obra, as suas
inquietudes, os seus interesses. Foi
muito enriquecedor para o grupo.
Ele foi muito querido — Gonçalo M.
Tavares é um amor”, ri-se. “O que
nos pareceu é que o pavilhão portu-
guês está um pouco pobre; esperá-
vamos mais traduções de outros au-
tores, sobretudo daqueles que não
conhecemos. Na livraria, fiquei com
vontade de ter mais.”
Para Sharon Finkelstein, a im-
pressão maior desta vinda à FIL é
que os livros não vão acabar. “Ver
estas montanhas de livros e stands
tão grandes dá-me esperança. Não
vai ser tudo digital”, diz esta aluna
da oficina, onde já leu Canciones
Mexicanas e Jerusalén, de Gonçalo
M. Tavares.
Entretanto, as duas levam da fei-
ra de Guadalajara todas as obras do
escritor português que conseguiram
encontrar.
isabel.coutinho@publico.pt
O PÚBLICO viajou a convite
do comissariado para a
participação portuguesa na FIL
Guadalajara 2018
CULTURA
Maribel López
é a nova
directora da
ARCOlisboa
Artes
Carlos Urroz abandona a
ARCO em Março, após a
feira de Madrid, e já não
estará em funções quando
se iniciar a de Lisboa
O galerista e gestor cultural Car-
los Urroz, que desde 2010 dirigia a
maior feira de arte contemporânea
do espaço ibérico, a ARCOMadrid,
abandonará as suas funções em Mar-
ço para se dedicar a “novos projec-
tos”, anunciou ontem o IFEMA, o or-
ganismo responsável pelas feiras da
capital espanhola. O actual director,
que foi nessas funções o responsável
pelo lançamento da ARCOlisboa em
2016, sairá do cargo no final da pró-
xima edição da ARCOMadrid, parti-
lhando até lá a direcção com Maribel
López, directora comercial e de pro-
gramas curatoriais da feira.
Urroz já não será o director da AR-
COLisboa, que se realiza em Maio,
Maribel López
era desde
2011 directora
comercial e
de programas
curatoriais da
ARCOMadrid
esclareceu ao PÚBLICO Vanessa
Nunes, da delegação do IFEMA em
Portugal.
O galerista português Pedro Cera,
que esteve seis anos no comité de
selecção, onde conheceu a nova di-
rectora, elogia a escolha: “Não gosto
de ficar sem o Carlos Urroz, que fez
um trabalho extraordinário para a
recuperação da feira, mas a Maribel
é a pessoa mais bem preparada para
lhe suceder.”
Nascida em 1972 em Barcelona,
Maribel López é licenciada em His-
tória de Arte e fez carreira como ga-
lerista. Entre 1999 e 2007 foi sub-
directora da Galeria Estrany-de la
Mota, em Barcelona, e entre 2007 e
2010 dirigiu a sua própria galeria em
Berlim, a Maribel López Gallery; pa-
ralelamente, fundou e integrou dois
colectivos de curadoria. Já na ARCO,
foi em 2011 a primeira responsável
pelo sector dedicado às novas ga-
lerias, o Opening, tendo posterior-
mente assumido as funções que de-
sempenhou até agora. PÚBLICO
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28 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
CULTURA
Nesta dança entre
Portugal e Brasil cabem
todas as violências
Dança
Maria João Monteiro
Um Encontro Provocado, de
Henrique Rodovalho, é a
nova criação da Companhia
Paulo Ribeiro. Estreia-se
hoje em Viseu
Tudo começa com o ritmo suave e
doce da canção Nada será mais co-
mo era antes, do brasileiro Silva,
acompanhada de movimentos soltos
e sorrisos no rosto dos bailarinos.
Assim que a faixa dá lugar a uma
batida carregada e pungente, a le-
veza é substituída pela tensão e os
corpos prontamente se colocam em
posição de confronto, quase como
se esse fosse o seu estado natural. E
o ciclo há-de repetir-se — ainda que
volte a tocar uma música alegre que
alivia pontualmente a desordem, es-
ta volta sempre. “O país pode estar
o caos, mas se é Carnaval, é Carna-
val”, afirma Henrique Rodovalho
sobre a realidade entranhada de
violência no Brasil que é retratada
na sua nova criação.
O coreógrafo brasileiro desenhou
a coreografia de Um Encontro Provo-
cado, espectáculo que sobe a palco
esta hoje e amanhã para encerrar
a mostra de dança New Age, New
Time (NANT), no Teatro Viriato,
em Viseu. A partir de um convite
da Companhia Paulo Ribeiro e do
trabalho com quatro intérpretes
portugueses, procurou construir
uma reflexão sobre a violência em
contextos tão diferentes como são
Portugal e Brasil. “Somos países-ir-
mãos, mas a violência é uma questão
preocupante no Brasil hoje em dia,
enquanto Portugal é um dos países
mais seguros do mundo”, reflecte,
acrescentando que “se procurou
perceber por que é que esta dife-
rença existe”.
A “relação emocional” dos brasi-
leiros com a vida é um factor estru-
turante na propagação da violência,
segundo o coreógrafo. “Acho que
a violência social e de roubo, por
exemplo, é uma consequência de al-
go que vem mais do íntimo”, opina.
A predominância da emoção sobre
a razão ajuda a perceber a ligeireza
com que a violência é tratada. “O
Nordeste é uma das regiões mais
violentas, mas é o povo mais alegre
e que mais se diverte, porque tudo
Um Encontro Provocado quer questionar a relação Portugal-Brasil
Acho que a
violência social
e de roubo [no
Brasil], por
exemplo, é
consequência de
algo que vem mais
do íntimo
Henrique Rodovalho
Coreógrafo
vem e vai”, esclarece Henrique Ro-
dovalho.
A educação é uma questão pro-
blemática que contribui para a
preponderância da dura realidade
brasileira, já que “não há espaço
para pensar o que é ou não certo”,
afirma. Em palco, sucedem-se várias
cenas de luta em que todos sofrem
e desferem golpes, criando-se uma
agonizante batalha de corpos a em-
bater no chão e uns nos outros com
grande rigor atlético e “uma técnica
que cruza a fisicalidade e a dança
contemporânea”.
São várias as leituras que po-
dem ser feitas da peça que aborda
a “violência no ser e do ser” e as
diversas ramificações de violência
que cabem dentro destas, “do mais
óbvio e carnal ao mais metafísico”,
segundo António Cabrita, que par-
ANTÓNIO CABRITA
tilha a direcção artística da Compa-
nhia Paulo Ribeiro com São Castro.
O espectáculo é uma provocação ao
pensamento que, durante uma hora,
aborda a violência social, a violência
de género e, até, a violência colonial
— há uma cena em que a forma dos
corpos parece fazer lembrar uma
caravela, aludindo aos seculares la-
ços de descoberta e dominação, não
necessariamente mútuas, que unem
os dois lados do Atlântico.
Pontualmente, o ambiente de ca-
os e hostilidade é interrompido por
ritmos energéticos e movimentos
delicados, dinâmica que equilibra
a narrativa coreográfica e incorpo-
ra, novamente, o contexto social do
Brasil. “O momento de pausa e leve-
za é a arte como momento de respi-
ração e alívio da realidade”, explica
Henrique Rodovalho, sublinhando
que “cada vez se nota mais a neces-
sidade desse escape na sociedade
brasileira”.
Depois de se estrearem à frente
da Companhia Paulo Ribeiro — com-
panhia residente no Teatro Viriato
— com Um Solo para a Sociedade,
António Cabrita e São Castro reco-
nhecem que Um Encontro Provocado
obedece à intenção de “abrir a com-
panhia a outros criadores portugue-
ses ou estrangeiros” e “desenvolver
projectos que se coadunem à mis-
são artística das duas entidades que
funcionam aqui quase em sinergia”.
O espectáculo é uma co-produção
Teatro Viriato e Teatro Nacional São
João e conta com a interpretação de
Margarida Belo Costa, Miguel Oli-
veira, Miguel Santos e Teresa Alves
da Silva.
Gulbenkian vai ser
Itinerante e espalhar as
suas colecções, a orquestra
e o coro pelo país
Artes
Joana Amaral Cardoso
Fundação lança no sábado
um programa que até 2020
porá a circular por Portugal
obras de arte do seu acervo
e os seus agrupamentos
É um programa com a marca de um
projecto histórico da fundação, o
Serviço de Bibliotecas Itinerantes,
criado em 1958 e movido nos primei-
ros anos por carrinhas Citroën que
levavam livros a todo o país. Agora,
em vez de livros, serão a escultura,
a pintura ou a música a viajar pelo
território nacional, através de uma
nova marca, a Gulbenkian Itinerante,
que entra em cena já no sábado e é
para manter até 2020.
A Gulbenkian Itinerante arranca
oficialmente com a inauguração da
exposição Corpo e Paisagem, repar-
tida entre o Centro de Arte Contem-
porânea Graça Morais (CACGM), em
Bragança, e o Espaço Miguel Torga,
em Sabrosa, e com comissariado de
Jorge da Costa, director do CACGM. O
programa que levará obras das colec-
ções do Museu Calouste Gulbenkian
e actuações do Coro e Orquestra
Gulbenkian a várias cidades portu-
guesas trabalhará sempre assim: “A
responsabilidade da curadoria foi
deixada aos programadores de cada
equipamento. Não é uma itinerân-
cia tradicional”, explica ao PÚBLICO,
por email, a presidente da Fundação
Calouste Gulbenkian, Isabel Mota.
Isabel Mota quer aproximar a
Gulbenkian do resto do país
Não existe uma estrutura especí-
fica a trabalhar a marca Gulbenkian
Itinerante, mas as equipas da fun-
dação estarão disponíveis para co-
laborar. A ideia não é pôr a circular
“exposições pré-concebidas”, expli-
ca Isabel Mota: partiu-se de uma pré-
selecção, orientada pelo tema Atra-
vessar culturas através dos tempos,
e assim um diálogo de mais de um
ano começou a dar frutos. “Ficou
sempre claro que se privilegiariam
obras em reserva e que se procura-
ria, sempre que possível, recuperar
autores hoje menos recorrentes ou
presentes”, ressalva a presidente da
fundação.
Corpo e Paisagem vai mostrar em
Trás-os-Montes obras de Almada Ne-
greiros, Paula Rego, Helena Almei-
da ou Thomas Wienberger, excertos
da Colecção Moderna e aquisições
do fundador Calouste Gulbenkian.
Depois, Lugares, Paisagens, Viagens
chegará ao Museu de Portimão a 8
de Dezembro, num projecto de “co-
curadoria”, como descreve em nota
o director do museu, José Gameiro.
Estão para já também previstas mos-
tras no Centro de Artes de Sines, no
Centro de Cultura Contemporânea
de Castelo Branco ou no Palácio da
Galeria de Tavira.
Este programa nasce num terri-
tório onde existe já o programa de
exposições itinerantes da Fundação
de Serralves, com um catálogo de
mostras especialmente concebidas
para apresentação em espaços das
autarquias fundadoras. Questionada
sobre se a Gulbenkian quer voltar a
estar mais presente no país, Isabel
Mota frisa que “esteve sempre pre-
sente”, recordando as suas várias
actividades nacionais.
A marca Gulbenkian Itinerante,
que está a ser trabalhada desde “o
sucesso” da exposição dedicada a
Almada Negreiros, em 2017, envol-
ve também a Orquestra Gulbenkian,
que em 2019 actuará nas Caldas da
Rainha, em Águeda, no Porto ou em
Coimbra. Quanto ao Coro Gul-
benkian, só tem para já agendadas
saídas internacionais.
“Assumi como prioridade uma
maior aproximação das actividades
culturais às populações mais isola-
das e distantes”, diz a presidente da
fundação, indicando que “estão pre-
vistas novas actuações nacionais”
do coro. Mas a instituição, lembra,
é “internacional” e internacional de-
verá ser também a sua itinerância.
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O que há em comum entre uma
proteína e um exoesqueleto?
Projecto com exoesqueleto controlado pelo cérebro para reparar lesões vertebro-medulares e estudo sobre
proteínas tóxicas na doença de Alzheimer são os dois vencedores dos Prémios Santa Casa Neurociências
Neurociências
Andrea Cunha Freitas
A equipa liderada por Luísa Lopes,
do Instituto de Medicina Molecular
João Lobo Antunes (em Lisboa), quer
avançar no campo da doença de Al-
zheimer com um passo atrás. Ou se-
ja, o projecto que ganhou ontem o
Prémio Mantero Belard, no valor de
200 mil euros atribuído pela Santa
Casa de Misericórdia, vai focar-se
nas etapas mais precoces de uma
proteína que acaba por se revelar
tóxica no cérebro dos doentes com
Alzheimer. O estudo de Nuno Sousa,
investigador na Universidade do Mi-
nho, que ganhou 200 mil euros com
o Prémio Melo e Castro, quer melho-
rar um exoesqueleto concebido para
reabilitação de doentes com lesões
vertebro-medulares somando-lhe a
capacidade de sentir as variações da
temperatura, além do táctil, visual e
auditivo. São os dois vencedores da
sexta edição dos Prémios Santa Casa
Neurociências 2018.
“Os ensaios clínicos e as novas te-
rapias para Alzheimer têm falhado,
99% das terapias têm falhado”, co-
meça por referir Luísa Lopes, expli-
cando que as tentativas têm estado
centradas no desenvolvimento de
anticorpos capazes de eliminar as
placas de beta-amilóide no cérebro
dos doentes, para agir na fase des-
trutiva da proteína. Assim, a equipa
deu um passo atrás.
“Já sabemos que estas proteínas
ficam tóxicas, tem que ver com pro-
blemas de processamento nas cé-
lulas ao longo do envelhecimento,
mas queremos perceber melhor o
que acontece a essas proteínas no en-
velhecimento, numa fase anterior à
doença. Queremos saber qual é a sua
função desde o desenvolvimento em-
brionário até ao envelhecimento”,
explica a investigadora ao PÚBLICO.
O projecto começou há três anos e a
equipa, que envolve também cien-
tistas do Instituto de Farmacologia
e Biologia Molecular de Valbonne
(França), já sabe que esta proteína
(chamada APP), que é precursora
da beta-amilóide (que depois for-
ma os agregados ou placas nos cé-
rebros de doentes com Alzheimer),
desempenha um papel importante
na regulação da comunicação neu-
ronal. “Sabemos que ela tem funções
sinápticas porque quando a tiramos
há desregulação. Mas não sabemos
exactamente o que faz”, diz. Mas já
existem algumas suspeitas.
O trabalho levanta a hipótese de
que a APP terá algum tipo de interac-
ção com uns receptores (chamados
NMDAR) que funcionam como uma
espécie de porta de entrada de cálcio
nos neurónios. “A nossa hipótese é
que esta proteína regula o NMDAR,
que, por sua vez, regula os níveis
de cálcio. O facto de ela estar desre-
gulada leva a alterações e a défices
cognitivos, quando está desregulada
nas áreas que são responsáveis pela
memória”, diz Luísa Lopes.
Assim, antes da sua fase tóxica, em
que mata neurónios, a proteína for-
necerá alguns sinais de desregulação
nas comunicações entre neurónios
e, especificamente, no “circuito” de
cálcio que alimenta as células. Nesse
caso, há aqui um novo alvo terapêuti-
co? Será possível agir mediante estes
alertas e antes que a proteína adquira
a sua forma tóxica? Esse é o plano.
“O nosso objectivo é perceber quan-
do é que acontece esta modificação,
quando passamos de uma disfunção
precoce para a morte do neurónio.
Achamos que aqui teremos uma ja-
nela terapêutica. Se soubermos mais
sobre este processo, que é precoce,
obviamente conseguiremos ter me-
lhores alvos terapêuticos.”
Mas para agir mais precocemen-
te é preciso um diagnóstico preco-
ce. E aí entra uma nova tecnologia
(que não foi desenvolvida por esta
equipa) que permitirá obter as “as-
sinaturas sinápticas” dos neurónios
a partir de uma simples amostra de
células de pele. Se a equipa conseguir
detectar a fase pré-tóxica desta pro-
teína, através da desregulação nas
entradas de cálcio ou outros sinais,
será então necessário pensar em
formas de agir e prevenir o pior.
Nuno Sousa desenvolve o seu
trabalho em colaboração com
outras entidades, como o Insti-
tuto Santos Dumont (no Brasil),
o Hospital Senhora da Oliveira,
em Guimarães, e a Universi-
dade Católica Portuguesa.
Conjunto de neurónios
e células circundantes
(gliais), com níveis
de cálcio normais.
Em baixo, os
investigadores
premiados Luísa Lopes
e Nuno Sousa
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 29
DR
O título da proposta vencedora é
“Exoesqueleto controlado por ac-
tividade cerebral para reabilitação
vertebro-medular”. No resumo, os
investigadores explicam que em es-
tudos anteriores a equipa já conse-
guiu “induzir a recuperação parcial
de movimentos e percepção táctil em
pacientes com lesões vertebro-medu-
lares após o treino prolongado com
um exoesqueleto controlado por ac-
tividade cerebral (medida através de
electroencefalografia) que incluía fe-
edback táctil e realidade virtual”. Nu-
no Sousa explicou ao PÚBLICO que o
exoesqueleto usado no projecto foi
desenvolvido por uma empresa e é
utilizado em programas de reabili-
tação, mas sobretudo para
a recuperação da parte
motora.
“A ideia aqui é me-
lhorar o exoesquele-
CIÊNCIA
to que pode ser controlado por sinais
de EEG, dando informação térmica
e táctil ao paciente e fazendo um es-
forço para que tenha informação sen-
sorial, combinada com informação
visual e formação auditiva e melhor
controlo dos sinais electrocefalográ-
ficos.” O peso da ajuda que o exoes-
queleto pode representar na recupe-
ração depende do tipo de lesão do
doente e não vale por si só, surgin-
do sempre como complemento num
programa mais vasto de reabilitação.
Mas Nuno Sousa refere que os resul-
tados obtidos permitem já concluir
que “há alguma recuperação plástica
do sistema nervoso, alguma recupe-
ração motora e sensorial”.
A equipa espera que a recupera-
ção parcial das lesões possa ser ace-
lerada se os sinais de feedback fo-
rem enriquecidos com informação
sobre a temperatura, coerente com
os restantes estímulos. “Gostávamos
de melhorar a incorporação dos si-
nais, fazendo com que o doente se
sentisse melhor e tivesse uma sen-
sação mais integral da sua recupera-
ção”, diz Nuno Sousa. Esta estratégia
não consegue devolver ao doente os
estímulos sensoriais que possa ter
perdido, mas contorna o défice sen-
sorial enviando sinais para zonas do
corpo acima da lesão. O upgrade vai
implicar um novo esquema de treino
com o exoesqueleto. Os investigado-
res querem, por exemplo, treinar pa-
cientes a controlar um avatar (com a
representação das suas pernas) atra-
vés da modulação do sinal de EEG
enquanto recebem feedback táctil,
visual, auditivo e térmico. Outro dos
exercícios passa por colocar doentes
de pé “durante a reabilitação com
marcha roboticamente assistida en-
quanto recebem o feedback”.
Os Prémios Santa Casa Neurociên-
cias, criados em 2013, representam
um investimento anual de 400 mil
euros, e têm como objectivo a pro-
moção de investigação científica em
duas grandes áreas da actuação da
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa:
a recuperação de lesões vertebro-me-
dulares e o tratamento de pessoas
com doenças neurodegenerativas
associadas ao envelhecimento.
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30 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

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TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível do Porto - Juiz 4
Processo: 20948/18.5T8PRT - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Requerido: Jorge Oliveira da Silva
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de
Interdição / Inabilitação em que é requerido Jorge Oliveira
da Silva, filho de José Maria Alves da Silva e de Ilda Alves
de Oliveira, nascido em 28-10-1967, natural de: Brasil, NIF
- 201038986, BI - 30257058 6, com domicílio: Rua Pedro
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO DO PORTO DO PORTO ESTE
Juízo Local Cível de Gondomar - Juiz 1 Juízo Local Cível de Gondomar - Juiz 3 Juízo Local Cível de Marco de Canaveses
Processo: 3756/18.0T8GDM - Interdição/Inabilitação Processo: 3695/18.5T8GDM - Interdição/Inabilitação Processo: 1165/18.0T8MCN - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO ANÚNCIO ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público Requerente: Ministério Público
Requerida: Rosinda Pinto Oliveira Miranda Requerido: Ruben Filipe Silva Braz Requerente: Ministério Público
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdi- Requerida: Patrícia Maria de Sousa Campos
Interdição/Inabilitação em que é requerida Rosinda Pinto ção/Inabilitação em que é requerido Rúben Filipe Silva Braz, filho Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de
Oliveira Miranda, com residência no Centro Social - Lar de Alberto Ilídio Oliveira Braz e de Carla da Conceição da Silva Interdição em que é requerida Patrícia Maria de Sousa Cam-
Ramos, nascido em 11-12-1996, natural de: Porto - Massarelos pos, com domicílio: Av.ª Manuel Pereira Soares, 619 - 3.º
Residencial, Rua Dr. Joaquim Manuel Costa, n.º 925,
(Porto), NIF - 234443308, BI - 15697348, residente na Rua Dr. Se-
Dt.º, Tras., Tuías, 4630-296 Marco de Canaveses, para efeito

4420-435 Valbom, para efeito de ser decretada a sua inter-
Hispano, 974, 3.º Dt.º, 4250-364 Porto, para efeito de ser dição por anomalia psíquica.
decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
Gondomar, 21-11-2018
CONHEÇA
veriano, n.º 257 - 1.º Esq.º - Frente - 4510-554 Fânzeres, para efei-
de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
to de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
Gondomar, 21-11-2018 Marco de Canaveses, 20-11-2018

A NOSSA
Porto, 15-10-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Susana Raquel Sousa Pereira A Juíza de Direito - Dr.ª Deolinda Rosa Machado Pereira A Juíza de Direito - Dr.ª Carla Alexandra Alves Fraga A Juíza de Direito - Dr.ª Marta Ferreira
A Oficial de Justiça - Fernanda Couto A Oficial de Justiça - Filomena Navalho O Oficial de Justiça - José Santos A Oficial de Justiça - Manuela Maria Magalhães Costa
Público, 29/11/2018 Público, 29/11/2018 Público, 29/11/2018 Público, 29/11/2018

SELECÇÃO DE FILMES E SÉRIES

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível do Porto - Juiz 4
Processo: 21059/18.9T8PRT - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Requerido: Manuel António Barros da Silva
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de
Interdição / Inabilitação em que é requerido Manuel Antó-
nio Barros da Silva, viúvo, nascido em 09-03-1942, com
domicílio: Rua das Taipas, n.º 1, 1.º Dt.º, 4050-000 Porto,
para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia
psíquica.
Porto, 15-10-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Susana Raquel Sousa Pereira
O Oficial de Justiça - Joaquim Carvalho
Público, 29/11/2018
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO DO PORTO DO PORTO
Juízo Local Cível do Porto - Juiz 3 Juízo Local Cível do Porto - Juiz 2 Juízo Local Cível de Gondomar - Juiz 2
Processo: 21182/18.0T8PRT - Interdição/Inabilitação Processo: 20947/18.7T8PRT - Interdição/Inabilitação Processo: 3793/18.5T8GDM - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO ANÚNCIO ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público Requerente: Ministério Público Requerente: Ministério Público
Requerida: Ângela Maria Gonçalves da Cunha Requerido: Arnaldo Augusto Monteiro dos Reis Requerida: Cármen Maria Barbedo Pereira Pinto
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição / Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de In- Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Inter-
Inabilitação em que é requerida Ângela Maria Gonçalves da Cunha, fi- terdição / Inabilitação em que é requerido Arnaldo Augusto
dição/Inabilitação em que é requerida Cármen Maria Barbedo
lha de Joaquim Lopes da Cunha e de Maria Rosa de Freitas Gonçalves, Monteiro dos Reis, filho de António dos Reis e de Emília de
nascida em 09-06-1974, natural de: Azurém (Guimarães), BI - 12105705, Pereira Pinto, nascida em 30-08-1959, NIF - 220567220, BI -
Jesus Monteiro, nascido em 12-01-1951, com domicílio: Lar
com domicílio: na Casa de Acolhimento Nossa Senhora do Abrigo/Obra 10723908, residente no Centro Social - Lar Residencial, Rua Dr.
Monte dos Burgos, Rua Monte dos Burgos, 116, 4100-000
Nossa Senhora das Candeias, sita na Rua de Antero de Quental, 194, Porto, para efeito de ser decretada a sua interdição por ano- Joaquim Manuel Costa, n.º 925, 4420-435 Valbom, para efeito
4050-052 Porto, para efeito de ser decretada a sua interdição por ano- malia psíquica. de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
malia psíquica. Gondomar, 23-11-2018
Porto, 12-10-2018
Porto, 16-10-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Joana Teixeira da Silva A Juíza de Direito - Dra. A. Vieira A Juíza de Direito - Dr.ª Marta Luísa da Costa Moreira
A Oficial de Justiça - Maria Graça Gomes A Oficial de Justiça - Maria Helena C. C. Correia A Oficial de Justiça - Filomena Correia
Público, 29/11/2018 Público, 29/11/2018 Público, 29/11/2018

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível de Vila Nova de Gaia - Juiz 3
Processo: 8914/18.5T8VNG - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Requerido: Agostinho Reis Ferreira
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição /
Inabilitação em que é requerido Agostinho Reis Ferreira, solteiro, nas-
cido a 30 de abril de 1974, natural da freguesia de Vilar de Andorinho,
V.N. Gaia, filho de Albino de Oliveira Domingues Ferreira e de Eva Pais
Reis Ferreira, residente na Rua de Bairros da Câmara, Bl - 9 - Ent. 2, 2.º
Dt.º, em Vilar de Andorinho, V.N. Gaia, BI - 11887761, com domicílio:
Bairro da Câmara Bl 9 Ent. 2, 2.º Dt.º, 4430-432 Vila Nova de Gaia, para
efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
Vila Nova de Gaia, 20-11-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Fernanda Wilson
A Oficial de Justiça - Quitéria Teixeira
Público, 29/11/2018
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível do Porto - Juiz 6
Processo: 21173/18.0T8PRT - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: O Digno Magistrado do Ministério Público
Requerido: Paulo Daniel Caldas Gomes
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdi-
ção / Inabilitação em que é requerido Paulo Daniel Gomes, filho
de Manuel Oliveira Gomes e de Fernanda Afonso Caldas, nascido
em 16-01-1973, natural de: Porto, NIF - 208443304, BI - 12052733,
com domicílio: Rua Conde Castelo Melhor, Bloco 35 - Ent. 20,
Casa 11, 4350-044 Porto, para efeito de ser decretada a sua inter-
dição por anomalia psíquica.
Porto, 16-10-2018
A Juíza de Direito - Dra. Cláudia Oliveira Martins
A Oficial de Justiça - Cristina Machado
Público, 29/11/2018
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível de Vila Nova de Gaia - Juiz 5
Processo: 9128/18.0T8VNG - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Requerido: Joaquim Manuel e Silva Pereira
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdi-
ção / Inabilitação em que é requerido Joaquim Manuel e Silva Pe-
reira, filho de Manuel e Sousa Pereira e de Maria José de Oliveira e
Silva, nascido em 23-08-1978, natural de Mafamude (Vila Nova de
Gaia), BI - 13106328, com domicílio na Travessa Alheira D’aquem,
221, Pedroso, 4415-150 Vila Nova de Gaia, para efeito de ser de-
cretada a sua interdição por cegueira e anomalia psíquica.
Vila Nova de Gaia, 23-11-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Isabel Carla Cardoso Vaz Vieira
A Oficial de Justiça - Elisabete Teixeira Lopes
Público, 29/11/2018
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
DO PORTO
Juízo Local Cível do Porto - Juiz 6
Processo: 20943/18.4T8PRT - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Requerido: Manuel Neves do Espírito Santo
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de In-
terdição / Inabilitação em que é requerido Manuel Neves do
Espírito Santo, filho de Damião Pereira do Espírito Santo e de
Glória Soares das Neves, nascido em 08-07-1950, natural de:
São Cosme (Gondomar), nacional de Portugal, BI - 6678871 4,
com residência em domicílio: Centro Hospitalar Conde Ferrei-
ra, Rua Costa Cabral, 1211, 4200-227 Porto, para efeito de ser
decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
Porto, 15-10-2018
A Juíza de Direito - Dr.ª Cláudia Oliveira Martins
A Oficial de Justiça - Maria Graça Gomes
Público, 29/11/2018

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA

PORTO
PORTO DO PORTO
Juízo Local Cível de Gondomar - Juiz 2
Processo: 3780/18.3T8GDM - Interdição/Inabilitação
ANÚNCIO
IRMÃ DOROTEIA MARIA ANTÓNIA Requerente: Ministério Público
Requerido: Miguel Alberto da Silva Ferreira
LEITÃO MARQUES GUERREIRO Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Inter-
dição em que é requerido Miguel Alberto da Silva Ferreira, filho
ADELAIDE NIEVES GARRIDO FERREIRA de Mário Ferreira da Cruz e de Maria Margarida Pereira da Silva,
nascido em 19-08-1987, natural de: Castelo de Paiva - Sobrado;
PEREIRA LIMA Missa de 30.º Dia de Falecimento nacional de Portugal, BI - 12963386, com residência em: Rua da
Boavista, 40, 4435-123 Rio Tinto, para efeito de ser decretada a
FALECEU sua interdição por anomalia psíquica.
Gondomar, 23-11-2018
Sua família vem por este meio participar às pessoas das suas relações e
Seu irmão, e as irmãs de Santa Doroteia participam que, A Juíza de Direito - Dr.ª Marta Luísa da Costa Moreira
amizade o falecimento da sua ente querida. O funeral realiza-se hoje dia O Oficial de Justiça - José Miguel L. Moura de Oliveira
29 novembro 2018, pelas 14:30 horas, na igreja nossa senhora da boa- no próximo sábado, dia 1 de dezembro, pelas 18 horas, Público, 29/11/2018
vista (no foco), onde o corpo se encontra em câmara ardente, seguindo
depois para o cemitério de agramonte. A Missa de 7.º Dia será celebrada
será celebrada a Missa do 30.º Dia do seu falecimento,
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA
na mesma Igreja no dia 4 dezembro 2018 pelas 19:00. Desde já se agra- na Capela do Colégio Nossa Senhora da Paz (Rua La-
dece a todos que com a sua presença honrem estas cerimónias fúnebres DO PORTO
e prestem o seu apoio à família neste período de luto. tino Coelho, Porto). Juízo Local Cível de Vila Nova de Gaia - Juiz 5
Processo: 9086/18.0T8VNG - Interdição/Inabilitação
Agência Funerária Foz Antecipadamente, agradecem a quantos puderem estar
Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222 ANÚNCIO
Serviço Funerário Permanente 24 Horas presentes nesta cerimónia. Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de
Interdição / Inabilitação em que é requerido Rui Alexandre
ANTÓNIO MANUEL LEITÃO MARQUES GUERREIRO Ribeiro da Silva Machado, com residência em: R. D. An-
tónio Ferreira Gomes N.º 167 Hab. 5., 4400-112 Vila Nova
IRMÃS DE SANTA DOROTEIA de Gaia, para efeito de ser decretada a sua interdição por
anomalia psíquica.
Vila Nova de Gaia, 21-11-2018
Funerária S. Cosme de Gondomar ®/ Ag. Funerária S. Barbosa A Juíza de Direito - Dr.ª Isabel Carla Cardoso Vaz Vieira loja.publico.pt
& Compª, Lda (Gondomar) A Oficial de Justiça - Lina Rosa Cunha Coutinho
Público, 29/11/2018 INFO: 210 111 010
OFEREÇA Fundada em 1988 pelo Professor Doutor Carlos Garcia, a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer - Alzheimer Portugal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social. É a única
HISTÓRIA organização em Portugal, de âmbito nacional, especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores. Tem cerca de dez mil associados em todo o país.
Oferece Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio domiciliário, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas da Especialidade.
Como membro da Alzheimer Europe, a Alzheimer Portugal participa ativamente no movimento mundial e europeu sobre as demências, procurando reunir e divulgar os conhecimentos mais recentes sobre a Doença de
Alzheimer, promovendo o seu estudo, a investigação das suas causas, efeitos, profilaxia e tratamentos.
Contactos: Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org • Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2, Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.:
21 360 93 00 • Lar, Centro de Dia e Apoio Domici iá io «Casa do Alecrim»: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril - Tel. 214 525 145 - E-mail: casadoalecrim@alzheimerportugal.org • Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do
Farol Nascente, n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra - Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: geral.norte@alzheimerportugal.org • Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: geral.centro@alzheimerportugal.
org • Delegação da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. 291 772 021 - E-mail: geral.madeira@alzheimerportugal.org • Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A,
MAIS INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010 2080-114 Almeirim - Tel. 24 300 00 87 - E-mail: geral.ribatejo@alzheimerportugal.org • Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel. 23 494 04 80 - E-mail: geral.aveiro@alzheimeportugal.org
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Público Classificados • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 31

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA
Nos termos e para os efeitos previstos nas alíneas b) do n.º 1 do artigo
36.º, e do artigo 63.º dos Estatutos, convoco os Senhores Associados
da Associação de Socorros Mútuos de São Bento das Peras de Rio
Tinto a reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária, no próximo dia 14
de dezembro de 2018, às 20h00m, na Sede Social desta Associação, AVISO  
  
sita na Rua da Boavista, n.º 394, na freguesia de Rio Tinto, concelho de
Gondomar, distrito do Porto, com a seguinte Procedimento concursal comum, de recrutamento de 1 (um)   
ORDEM DE TRABALHOS Técnico Superior, Licenciado em Ciências Florestais, na
Ponto um - Apreciação, discussão e votação do programa de Ação e
Orçamento para 2019 e do respetivo parecer do Conselho Fiscal.
modalidade de contrato de trabalho em funções públicas a       !"#  $  !"%
Ponto dois - Outros assuntos de interesse para a Associação. Termo Resolutivo Incerto.
A Assembleia Geral reunirá à hora marcada na convocatória estando  
   
              
Para os devidos efeitos se torna público que se encontra aberto procedi-
presentes mais de metade dos Associados efetivos com direito a voto  !"   # $ %  
  &'(
e no pleno gozo dos seus direitos associativos ou sessenta minutos de- mento concursal comum de recrutamento, na modalidade de contrato
pois, isto é, às 21h00m, com qualquer número de presenças, de acor- de trabalho em funções públicas, a Termo Resolutivo Incerto de 1 (um)
do com o n.º 1 do artigo 40.º e do n.º 1 do artigo 63.º dos Estatutos. Técnico Superior. )   '*     # (
Só podem participar e votar na Assembleia Geral, os Associados efe-
Os requisitos e condições de admissão ao procedimento concursal são
tivos, admitidos há mais de doze meses e que tenham as suas quotas   +         '    '    
pagas até ao mês de dezembro de 2018, inclusive. os definidos no artigo 17.º e n.º 1, do artigo 86.º, da LTFP e constam da
oferta publicitada no Diário da República, 2.ª Série – n.º 228, de 27 de no- para reduzir eventuais inconvenientes decorrentes desta operação, estando certa de que os possíveis
Rio Tinto, 26 de novembro de 2018.  "  ' +    ' -'   '  +     ' 
vembro de 2018, Aviso n.º 17257/2018, bem como na Bolsa de Emprego
O Presidente da Assembleia Geral Público (www.bep.gov.pt) e no sítio da Comunidade Intermunicipal do   %  '*    .      '/ (
Avelino Ferreira da Silva
Alto Tâmega (www.cimat.pt).
Observações (art.º 34.º dos Estatutos):
A Assembleia Geral é constituída por todos os Associados maiores que estejam no !     0  '/   '    111( ((
pleno gozo dos seus direitos associativos, tendo cada Associado direito a um voto.
As candidaturas devem ser apresentadas no prazo de 10 dias úteis a
Consideram-se no pleno gozo dos seus direitos os Associados admitidos há pelo me- contar da data da publicação do Aviso no Diário da República.
nos 12 meses, que tenham as suas quotas em dia e não se encontrem suspensos.
Cada Associado pode representar outros Associados ou fazer-se representar por ou- Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega
tro, cumprindo as formalidades prescritas no art.º 12.º dos Estatutos.
Os Associados deverão apresentar rec bo da quota paga relativa ao mês de dezem-
bro de 2018, acompanhado de um documento de identificação com fotografia (Car- O Presidente do Conselho Intermunicipal
tão de Associado, B lhete de Identidade, Cartão de Cidadão, Passaporte ou Carta Fernando Queiroga
de Condução).

ZELADOR (M/F) – VILA NOVA DE GAIA TÉCNICO ADMINISTRATIVO (M/F)

A CPAS pretende recrutar para o seu Empreendimento em Vila Plena – Madalena um profissional A CPAS pretende recrutar um profissional que assumirá funções administrativas transversais a várias AVISO
que assumirá funções de zelador, com o seguinte perfil:
áreas da Instituição, com o seguinte perfil:
Perfil pretendido: N.º de Registo 19874 Data 27/11/2018 Processo 2018/250.10.101/13
Perfil pretendido:
ƒ 12º ano;
ƒ
Em cumprimento do disposto na alínea a) do nº. 1 do artº.
Experiência profissional na área pelo menos de 2 anos; ƒ Licenciado;
ƒ Residência no concelho de Vila Nova de Gaia; ƒ Experiência profissional na área administrativa (pelo menos 1 ano); 19º. da Portaria nº. 83-A/2009, de 22 de janeiro, alterado
ƒ
ƒ
Boa apresentação e capacidade para comunicar com o público;
Flexibilidade horária; ƒ Boa apresentação e capacidade para comunicar com o público; e republicado na Portaria nº. 145-A/2011, de 6 de abril,
ƒ Responsabilidade, assiduidade e pontualidade; ƒ Disponibilidade horária; torna-se público que, se encontra aberto desde 28 de
ƒ Polivalência e proatividade no desempenho das suas funções; ƒ Excelente capacidade escrita e oral; novembro de 2018, pelo prazo de 10 dias utéis, proce-
ƒ Disponibilidade imediata. ƒ Excelentes conhecimentos escritos e orais de Inglês e de outra língua;
Funções a desempenhar: ƒ Sólidos conhecimentos de Microsoft Office, nomeadamente em Excel e Word;
dimento concursal comum para constituição da relação
ƒ Manutenção diária do empreendimento, das áreas comuns e arranjos exteriores (corte e ƒ Elevada capacidade de adaptação para trabalhar em equipa e de resistência ao stress; jurídica de emprego público, na modalidade de contrato
tratamento de sebes, relva, plantas, arranjos florais); ƒ Responsabilidade, assiduidade e pontualidade; por tempo indeterminado, tendo em vista o preenchi-
ƒ Verificar o funcionamento das instalações eléctricas e hidráulicas do empreendimento; ƒ Polivalência e proatividade no desempenho das suas funções; mento dos seguintes postos de trabalho: 1 Assistente
ƒ Zelar pela higiene do empreendimento; ƒ Disponibilidade imediata.
ƒ Efectuar a manutenção e limpeza das garagens, elevadores e toda a área comum; Operacional (Serviço de Educação), 1 Assistente Opera-
ƒ Assegurar a recepção e entrega de correspondência na ausência do destinatário; cional (Serviço de Cultura - CAEP) e 1 Técnico Superior
ƒ Gestão e reporte das reclamações/informações dos inquilinos do empreendimento à Oferecemos:
entidade contratante; (Serviço de Cultura), publicado no Diário da República,
ƒ Integração numa equipa consolidada;
ƒ Prevenção e resolução de problemas diários.
ƒ Contrato de trabalho por um período de 6 meses, com possibilidade de renovação;
II Série, nº. 228 de 27 de novembro de 2018.
Oferecemos:
ƒ Local de trabalho: Lisboa. O Vereador
ƒ Contrato de trabalho por um período de 6 meses, com possibilidade de renovação; João Nuno Cativo Cardoso*
ƒ Local de trabalho: Madalena – Vila Nova de Gaia. Caso preencha os requisitos poderá remeter o Curriculum Vitae para recrutamento@cpas.org.pt com
referência no assunto ADM2018. (* Despacho n.º 17/PRES/2017, de 6 novembro de 2017
Caso preencha os requisitos poderá remeter o Curriculum Vitae para recrutamento@cpas.org.pt com
e Despacho n.º 21/PRES/2017, alterado e republicado
referência no assunto ZELVNG2018.
pelo Despacho n.º 24/PRES/2017 de 24 de novembro de 2017)
Lisboa, 29 de Novembro de 2018 Lisboa, 29 de Novembro de 2018

A FAMILIAR DE GRIJÓ
- ASSOCIAÇÃO MUTUALISTA
FUNDADA EM 02-10-1892

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CANDIDATURAS ABERTAS

OFEREÇA Nos termos das alíneas b) e i) do n.º 1 do Artigo 35.º
e das alíneas b) e c) do n.º 1 do art.º 36.º, dos Esta- OPERAÇÃO 8.1.1 - FLORESTAÇÃO DE TERRAS AGRÍCOLAS E NÃO AGRÍCOLAS (2º ANÚNCIO)
CULTURA tutos, convoco os Senhores Associados a reunirem-
se em Assembleia Geral Ordinária, no próximo dia
ABERTO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:00 A 11 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 17:00
15 dezembro de 2018, às 09.00 horas, na Sede de OPERAÇÃO 8.1.4 - RESTABELECIMENTO DA FLORESTA AFETADA POR AGENTES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
A Familiar de Grijó - Associação Mutualista, no Largo OU POR ACONTECIMENTOS CATASTRÓFICOS | REGIÃO NORTE (11º ANÚNCIO)
EDIFÍCIO da Associação, n.º 85 - Grijó, com a seguinte Ordem
ABERTO DE 16 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:00 A 31 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 17:00
DIOGO CÃO de Trabalhos:
DOCA DE ALCÂNTARA 1. Apreciação, discussão e votação do Programa
NORTE, LISBOA de Ação e Orçamento para 2019 e respetivo Pa- OPERAÇÃO 8.1.4 - RESTABELECIMENTO DA FLORESTA AFETADA POR AGENTES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
(JUNTO AO recer do Conselho Fiscal; OU POR ACONTECIMENTOS CATASTRÓFICOS | REGIÃO CENTRO (12º ANÚNCIO)
MUSEU DO ORIENTE) ABERTO DE 16 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:00 A 31 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 17:00
HORÁRIO: 2. Eleição dos Órgãos Associativos para o Triénio
2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H 2019-2021.
SÁBADO: 11H – 17H OPERAÇÃO 8.1.4 - RESTABELECIMENTO DA FLORESTA AFETADA POR AGENTES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
A Assembleia Geral reunirá, à hora marcada na con-
vocatória estando presentes a maioria dos Associa- OU POR ACONTECIMENTOS CATASTRÓFICOS | REGIÃO ALENTEJO (13º ANÚNCIO)
dos ou sessenta minutos depois com qualquer nú- ABERTO DE 16 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:00 A 31 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 17:00
CENTRO mero de presenças, de acordo com o n.º 1, do art.º
COMERCIAL 40.º dos Estatutos. Nos termos do n.º 4 do artigo OPERAÇÃO 8.1.4 - RESTABELECIMENTO DA FLORESTA AFETADA POR AGENTES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
COLOMBO 38.º e do n.º 3 do artigo 63.º dos Estatutos, o perío- OU POR ACONTECIMENTOS CATASTRÓFICOS | REGIÃO ALGARVE (14º ANÚNCIO)
AVENIDA DAS ÍNDIAS do de votação decorrerá durante duas horas após a
(PISO 0, JUNTO conclusão do primeiro ponto da ordem de trabalhos ABERTO DE 16 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:00 A 31 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 17:00
À PRAÇA CENTRAL) desta Convocatória.
HORÁRIO: SAIBA MAIS EM WWW.PDR-2020.PT OU WWW.PORTUGAL2020.PT
2.ª FEIRA – DOMINGO: Grijó, 29 de novembro de 2018
10H – 24H
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
INFO: 210 111 010 Carlos Alberto Assunção Rocha
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32 • Público Classificados • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo de um estabelecimento de apoio social sem denominação
de Panorama de Ternuras, Unipessoal, Lda.
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
de um estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Panorama de Ternuras, Unipessoal, Lda.;
• está instalado em Rua da Rotunda do Quartel, n.º 30, 2200-293 Abrantes.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 222/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente CD
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo do estabelecimento de apoio social sem denominação
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
do estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Elvira Rosa Dias Correia Maricôto;
• está instalado em Rua João de Deus, n.º 97, 1.º andar, Atibá, Alcabideche.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 224/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente
Publicita-se a abertura de procedimentos de recrutamento de pes-
soal para a NOVA School of Business and Economics, aos quais
podem candidatar-se indivíduos que reúnam as condições fixadas
nos avisos disponíveis no seguinte endereço:
https://www2.novasbe.unl.pt/pt/sobre-nos/junte-se-a-nova-sbe.
Referência n.º NOVASBE/CT-0012/2018 – 1 Lugar de Técnico
Superior (m/f) para o Gabinete de Imagem e Comunicação em re-
gime de contrato individual de trabalho a termo resolutivo certo.
Referência n.º NOVASBE/CT-0013/2018 – 1 Lugar de Técnico
Superior (m/f) para o Gabinete de Imagem e Comunicação em re-
gime de contrato individual de trabalho a termo resolutivo certo.
Referência n.º NOVASBE/CT-014/2018 – 1 Lugar de Técnico Su-
perior (m/f) para a o Gabinete de Imagem e Comunicação em regi-
me de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado.
O prazo-limite para submissão das candidaturas é de 6 dias úteis a
contar da data da publicação do presente anúncio.
EMPREGO
É ALTURA DE MUDAR DE EMPREGO?
INSCREVA-SE EM EMPREGO.PUBLICO.PT
EM PARCERIA COM
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo da Casa de Repouso Natália Palmeiro
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
do equipamento de apoio social a idosos denominado “Casa de Repouso Natália Palmeiro”, com as se-
guintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e a de Centro de Dia;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Ana Maria Duarte Almeida Palmeiro;
• está instalado em Rua Cesário Verde, n.º 2, Bairro S. Jorge, Ramada.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 220/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo de um estabelecimento de apoio social sem denominação
Praceta das Hortências, Lote 2, Vale de Janelas - A-dos-Cunhados
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
de um estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Ilda Maria dos Santos Alves;
• está instalado em Praceta das Hortências, Lote 2, Vale de Janelas.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 226/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente do CD
SERVIÇOS CENTRAIS
DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS
INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P.
Recrutamento de Técnicos Superiores
Faz-se pública a abertura de procedimento concursal com vista à cons-
tituição de reservas de recrutamento na carreira e categoria de técnico
superior do mapa de pessoal do ISS, I.P. como abaixo se identifica:
Aviso n.º 17210/2018, publicado no Diário da República, n.º 228, Série II,
de 27-11-2018 - Referência DRH/TS/20/2018
A oferta encontra-se, igualmente, publicitada na BEP (www.bep.gov.pt) e
na Internet do ISS, I.P. http://www.seg-social.pt – espaço do ISS, I.P.
Lisboa, 27 de novembro de 2018
A Diretora da Unidade de Desenvolvimento e Administração
de Recursos Humanos do Departamento de Recursos Humanos
Lurdes Lourenço
Procedimento concursal de âmbito internacional para recrutamento e contratação de Invesgador Estagiário –
loja.publico.pt Projecto Smart4Health Cizen centred EU EHR exchange for personalized health (SC1 2018 826117)
Nos termos legais, torna-se público que o UNINOVA Instuto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias, por decisão da Comissão
Execuva, abre concurso internacional para contratar um Invesgador Estagiário, através de um contrato de trabalho a termo incerto,
no âmbito do Programa Comunitário de Invesgação e Inovação H2020 e no âmbito do projecto de Invesgação intulado
Smart4Health - Cizen-centred EU-EHR exchange for personalized health (SC1-2018-826117) sob a coordenação cienKfica do Prof.
Doutor Ricardo Luís Rosa Jardim Gonçalves.
O aviso integral deste procedimento estará disponível no sío electrónico da FCT: hXp://www.eracareers.pt/ e no sío electrónico do
UNINOVA/CTS: hXps://cts.uninova.pt
29 de Novembro de 2018 O vogal da Comissão Execuva, Professor Doutor Adolfo Sanchez Steiger Garção.
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo de um estabelecimento de apoio social sem denominação
sito na Av. Nossa Senhora da Esperança 234 B - Fontanelas, 2705-606 São João das Lampas
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
de um estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Maria da Graça Veiga Alves Cavaleiro e de Sandra Filipa de Carvalho Ferreira;
• está instalado em Av. Nossa Senhora da Esperança 234 B - Fontanelas, 2705-606 São João das Lampas.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 221/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo do estabelecimento de apoio social sem denominação
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
do estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a direção e responsabilidade de Maria dos Prazeres Rodrigues Pereira;
• está instalado em Rua Curry Cabral, n.º 6 - 3.º Esq., 2770-049 Paço de Arcos.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 225/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente do Conselho Diretivo
CONSELHO DIRETIVO
AVISO
Encerramento administrativo do estabelecimento de apoio social sem denominação,
sito na Rua João de Deus, n.º 87 e 87A, Vivenda Inácio, Atibá, Alcabideche
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo imediato
do estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características:
• exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas;
• com fins lucrativos;
• não estando licenciado;
• funciona sob a propriedade de Elvira Rosa Dias Correia Maricôto;
• está instalado em Rua João de Deus, n.º 87 e 87A, R/C, Vivenda Inácio, Atibá, Alcabideche.
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento através da Deliberação
n.º 223/2018, de 22 de novembro de 2018, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências
graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, represen-
tando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida.
Consequências do incumprimento da deliberação
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a respon-
sável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação
sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a proce-
dimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais.
Lisboa, 22 de novembro de 2018
Rui Fiolhais
Presidente
 Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.
Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público Classificados • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 33

 Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.
Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
34 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
SAIR
CINEMA
Porto
Cinemas Nos Alameda Shop e Spot
R. dos Campeões Europeus, 28-198. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 13h50, 17h,
21h, 24h; Beautiful Boy M16. 13h10, 16h20,
19h40, 21h40; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 14h10,
17h15, 20h30, 23h40; Viúvas M14. 21h50;
Suspiria M16. 23h50; Grinch M6. 14h,
16h30, 19h (V.Port./2D); Isto é Vida! M14.
18h40; Ralph vs Internet M6. 12h55, 15h35
(V.Port./2D), 18h25 (V.Port./3D), 21h10
(V.Orig./2D); Robin Hood M12. 13h, 16h,
21h30, 00h10
Medeia Teatro Municipal Campo Alegre
R. das Estrelas. T. 226063000
Shoplifters: Uma Família de Pequenos
Ladrões M14. 18h30, 22h
Trindade
R. Dr. Ricardo Jorge. T. 223162425
Porto/Post/Doc 15h, 17h, 19h45,
21h45; Como Fernando Pessoa Salvou
Portugal M12. 14h30, 21h; Shoplifters: Uma
Família de Pequenos Ladrões M14. 15h,
17h10, 21h30; Djon Africa M12. 19h15
Aveiro
Cinemas Nos Glicínias
C. C. Glicínias - Aradas . T. 16996
Johnny English Volta a Atacar M12. 21h50,
00h20; Assim Nasce Uma Estrela M14.
15h, 18h10, 21h20, 00h30; Bohemian
Rhapsody M12. 14h40, 17h50, 21h, 00h10;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 14h50, 18h, 21h10,
22h30, 00h15; Viúvas M14. 14h30, 21h30,
00h35; Grinch M6. 14h20, 16h50, 19h15
(V.Port./2D); Isto é Vida! M14. 18h30; Ralph
vs Internet M6. 13h50, 16h40, 19h30
(V.Port./2D); Robin Hood M12. 13h10, 16h,
18h50, 21h40, 00h25
Barcelos
Cinemax - Barcelos
Campo 25 de Abril. T. 253826571
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 21h40; Grinch M6. 15h30
(V.Port./2D)
Braga
Cinemas Nos Braga Parque
R. dos Congregados, S. Victor. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 14h10,
17h30, 20h50, 24h; Beautiful Boy M16.
13h10, 16h, 18h55, 21h50, 00h40; Bohemian
Rhapsody M12. 14h20, 17h40, 21h,
00h10; Sei Que Estás Aqui M14. 23h40;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 13h50, 17h10, 21h10,
21h40, 23h50, 00h15; Viúvas M14. 13h40,
17h, 21h20, 00h25; Suspiria M16. 00h20;
Grinch M6. 14h, 16h20, 18h50 (V.Port./2D);
Isto é Vida! M14. 20h30; Ralph vs
Internet M6. 13h, 13h30, 16h10, 19h, 21h40
(V.Port./2D), 15h40, 18h30 (V.Port./2D);
Robin Hood M12. 12h50, 15h50, 18h40,
21h30, 00h30
Cinemax - BragaShopping
Av. Central 33. T. 253208010
Beautiful Boy M16. 15h, 21h45;
Operação Overlord M16. 21h50;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 15h, 21h40; Suspiria M16.
21h35; Grinch M6. 15h (V.Port./2D); Ralph vs
Internet M6. 15h (V.Port./2D)
Cineplace - Braga
C. C. Nova Arcada, Av. De Lamas nº 100.
Johnny English Volta a Atacar M12.
15h50, 17h50; Smallfoot: Uma Aventura
Gelada M6. 16h10 (V.Port./2D); Assim
Nasce Uma Estrela M14. 18h20, 21h10;
Beautiful Boy M16. 16h50, 19h10, 21h30;
O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos M12.
15h10, 17h20, 19h30 (V.Port./2D);
Bohemian Rhapsody M12. 15h40, 18h30,
21h20; Carga M16. 21h40; Sei Que Estás
Aqui M14. 16h40; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 16h10,
21h30 (2D), 18h50 (3D); Viúvas M14. 21h10;
Suspiria M16. 21h20; Break - O Poder da
Dança M12. 19h45; Grinch M6. 15h20,
17h20 (V.Port./2D), 19h20 (V.Orig./2D); Isto
é Vida! M14. 19h10; Yardie M16. 19h50, 22h;
Ralph vs Internet M6. 15h, 17h15, 19h30
(V.Port./2D), 21h50 (V.Orig./2D); Uma Guerra
Pessoal M14. 15h15, 17h30, 21h50; Tudo a
Nu na Normandia M12. 16h50, 21h40; Robin
Hood M12. 16h30, 19h, 21h30; A Vingança
de Lizzie Borden M16. 18h40
Coimbra
Cinemas Nos Alma Shopping Coimbra
R. General Humberto Delgado, 207. T. 16996
Um Bilhete para Longe Daqui M14.
14h40, 22h10, 00h40; Beautiful Boy M16.
13h50, 17h, 21h10, 00h25; Bohemian
Rhapsody M12. 14h30, 17h30, 20h40,
23h40; Monstros Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald M12. 14h, 17h20, 20h50,
23h55; Viúvas M14. 14h50, 20h30, 23h30;
Suspiria M16. 24h; Grinch M6. 14h10,
16h40, 19h10 (V.Port./2D); Isto é Vida! M14.
17h50; Ralph vs Internet M6. 13h40, 16h20
(V.Port./2D), 19h (V.Port./3D), 21h40, 00h20
(V.Orig./2D); Uma Guerra Pessoal M14.
18h50; Tudo a Nu na Normandia M12.
13h30, 16h10, 21h30, 00h15; Robin
Hood M12. 14h20, 17h40, 21h, 23h50; Djon
Africa M12. 13h20, 15h50, 18h20, 21h20
Cinemas Nos Fórum Coimbra
Fórum Coimbra. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 13h50,
17h20, 20h40, 23h50; Bohemian
Rhapsody M12. 14h10, 17h40, 20h50,
00h10; Operação Overlord M16. 22h,
00h35; Sei Que Estás Aqui M14. 21h50,
00h25; Monstros Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald M12. 14h20, 17h50, 21h10,
00h15; Grinch M6. 14h30, 17h, 19h30
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 14h,
16h40, 19h20 (V.Port./2D); Robin Hood M12.
14h40, 18h, 21h20, 00h05
Covilhã
Cineplace - Serra Shopping
Avenida Europa, Lt 7 - Loja A102.
Bohemian Rhapsody M12. 18h50, 21h30;
Carga M16. 22h; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 16h, 18h40,
21h20; Grinch M6. 15h, 16h55 (V.Port./2D);
Ralph vs Internet M6. 15h, 17h20, 19h40
(V.Port./2D); Robin Hood M12. 14h, 16h30,
19h, 21h30
Figueira da Foz
Cinemas Nos Foz Plaza
C. C. Foz Plaza, R. Condados. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 21h;
Bohemian Rhapsody M12. 15h20, 18h20,
21h10; Operação Overlord M16. 21h35;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 15h35, 18h30, 21h20;
Grinch M6. 15h10, 17h50 (V.Port./2D); Ralph
vs Internet M6. 15h, 18h, 21h30; Ralph vs
Internet M6. 15h30, 18h10 (V.Port./2D)
Gondomar
Cinemas Nos Parque Nascente
Praceta Parque Nascente, nº 35. T. 16996
Johnny English Volta a Atacar M12. 20h50,
23h10; Assim Nasce Uma Estrela M14.
14h50, 17h50, 21h, 00h05; Bohemian
Rhapsody M12. 12h20, 15h10, 18h10, 21h10,
00h10; Sei Que Estás Aqui M14. 15h, 17h30,
22h10, 00h40; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 13h40, 16h30,
19h30, 21h30, 22h30, 00h30; Viúvas M14.
12h50, 15h30, 21h25, 00h20; Suspiria M16.
23h30; Break - O Poder da Dança M12.
19h50; Grinch M6. 13h30, 15h50, 18h30
(V.Port./2D); Yardie M16. 13h20, 16h10,
Em estreia
lazer@publico.pt
Ashram
De Ben Rekhi. Com Sam
Keeley, Hera Hilmar, Melissa
Leo, Zachary Coffin, Manoel
Orfanaki. Índia/EUA. 2018. 85m.
Drama, Thriller. M12.
Um jovem norte-americano
aventura-se até uma zona
remota dos Himalaias, depois de
receber uma estranha mensagem
da ex-namorada. Ao chegar à
Índia, percebe que, antes de
desaparecer, ela passou meses
numa comunidade religiosa
liderada por um guru com
poderes paranormais. Jamie
entra para a congregação com o
único intuito de a encontrar.
Beautiful Boy
De Felix van Groeningen.
Com Steve Carell, Timothée
Chalamet, Maura Tierney. EUA.
2018. 112m. Drama, Biografia.
M16.
O conceituado jornalista David
Sheff sente que está a viver um
bom momento na sua vida. Até
descobrir que Nic, o filho mais
velho, se debate com um grave
problema de dependência de
drogas. Determinado a não baixar
os braços, David interna-o numa
clínica de reabilitação. Mas,
apesar dos aparentes progressos,
Nic acaba sempre por voltar a
consumir.
Djon Africa
De João Miller Guerra, Filipa
Reis. Com Bitori Nha Bibinha,
Isabel Muñoz Cardoso, Miguel
Moreira, Patricia Soso. POR/
Cabo Verde/BRA. 2018. 96m.
Drama. M12.
A história de Miguel Moreira,
filho de cabo-verdianos, nascido
e criado em Portugal. Cuidado
por uma avó e sem nunca ter
conhecido o pai, viaja até Cabo
Verde, onde espera encontrá-
lo. Mas essa jornada será, acima
de tudo, um encontro consigo
mesmo.
Dovlatov
De Aleksey German. Com Milan
Maric, Danila Kozlovsky, Helena
Sujecka. RUS/Sérvia/POL. 2018.
126m. Drama. M14.
Leningrado, 1971. Seis dias na
vida do escritor e jornalista
Sergei Dovlato que, durante
anos, enfrentou a rígida política
de censura da União Soviética.
Enquanto se depara com artistas
de todas as áreas a serem
obrigados a sair do país, Dovlato
tenta levar uma vida normal
junto da mulher e filha.
Ralph vs Internet
De Phil Johnston, Rich Moore.
Com Kristen Bell (Voz), Gal
Gadot (Voz), Mandy Moore
(Voz), John C. Reilly (Voz), Alfred
Molina (Voz). EUA. 2018. 112m.
Animação, Comédia. M6.
Em tempos, Ralph foi vilão num
popular jogo de vídeo. Mas,
depois de décadas dedicadas à
malevolência, mudou de vida,
tornou-se bom e entrou no jogo
Sugar Rush, onde conheceu
Vanellope von Schweetz, uma
menina muito especial. Amigos
desde então, vêem-se agora numa
missão urgente pelos meandros
da internet para encontrar uma
peça que salvará o Sugar Rush.
Robin Hood
De Otto Bathurst. Com Taron
Egerton, Jamie Dornan, Ben
Mendelsohn, Paul Anderson,
Jamie Foxx, Eve Hewson. EUA.
2018. 116m. Acção, Aventura.
M12.
Inglaterra, século XII. Ao
regressar das cruzadas, Robin of
Loxley vê a cidade de Nottingham
atravessar uma grave crise
nas mãos do xerife local. Na
esperança de salvar a população
de toda a iniquidade, junta-se a
Little John e cria um grupo de
justiceiros, cujas capacidades
guerreiras só se poderão
comparar à sua alegria de viver.
Tudo a Nu na Normandia
De Philippe le Guay. Com
François Cluzet, François-Xavier
Demaison, Julie-Anne
Roth, Arthur Dupont,
Toby Jones. FRA.
2018. 105m.
Comédia
Dramática.
M12.
Numa localidade da Normandia
(França) que sempre dependeu
da agricultura, a crise afectou
profundamente os rendimentos
das famílias. George Balbuzard, o
presidente da Câmara, já tentou
de tudo para chamar a atenção
dos governantes, sem nunca
obter qualquer reacção. Até
que um dia ali chega um artista
mundialmente famoso pelas suas
fotografias de nus...
Um Bilhete para Longe Daqui
De Dominic Savage. Com
Dominic Cooper, Gemma
Arterton, Frances Barber. GB.
2017. 101m. Drama. M14.
Tara é casada com Mark e mãe a
tempo inteiro de Teddy e Florrie.
A sua vida é uma constante
repetição de tarefas. A cada dia
que passa, sente-se mais infeliz,
cansada e sufocada. Num dia
particularmente difícil, sai de
casa e compra um bilhete só de
ida para Paris.
Yardie
De Idris Elba. Com Antwayne
Eccleston, Fraser James, Aml
Ameen, Sheldon Shepherd. GB.
2018. 101m. Drama. M16.
Em Kingston ( Jamaica), quando
era ainda rapaz, Dennis assistiu
ao assassinato do irmão mais
velho, pelas mãos de marginais.
Dez anos depois, tornou-se
ele próprio membro de um
gangue ligado ao comércio
de estupefacientes. Agora, é
incumbido de viajar até Londres
para entregar um pacote de
cocaína. Quando percebe que o
assassino do seu irmão também
se encontra em Inglaterra, decide
que é chegado o momento de se
vingar.
Beautiful
Boy
 Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.
Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
18h20, 21h20, 23h40; Ralph vs Internet M6.
13h, 14h, 15h20, 16h20, 18h, 19h, 20h40
(V.Port./2D); Uma Guerra Pessoal M14.
19h10; Tudo a Nu na Normandia M12. 14h20,
16h40, 19h20, 22h, 00h35; Robin Hood M12.
13h10, 15h40, 18h50, 21h40, 00h25;
Ashram M12. 13h50, 16h, 18h40, 21h50, 24h
Guarda
Cineplace - Guarda
C.C. Vivaci, Av. dos Bombeiros Voluntários
Egitanienses, nº 5. T. 271212140
Bohemian Rhapsody M12. 21h20;
Carga M16. 22h; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 16h10, 18h50,
21h30; Grinch M6. 15h10, 17h10, 19h20
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 15h,
17h20 (V.Port./2D), 19h40 (V.Port./3D); Robin
Hood M12. 16h30, 19h, 21h30
Guimarães
Castello Lopes - Espaço Guimarães
R. 25 de Abril, 1 - Silvares. T. 253539390
Assim Nasce Uma Estrela M14. 21h10;
Bohemian Rhapsody M12. 13h20, 16h,
18h40, 21h20; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 13h,
15h50, 18h30, 21h30; Viúvas M14. 21h50;
Grinch M6. 13h20, 15h20, 17h20, 19h20
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 13h10,
15h40, 17h50 (V.Port./2D); Robin Hood M12.
13h30, 16h10, 18h50, 21h40
Castello Lopes - Guimarães Shopping
GuimarãesShopping. T. 253520170
Johnny English Volta a Atacar M12.
21h35; Assim Nasce Uma Estrela M14.
13h05, 15h50, 18h35, 21h20; Bohemian
Rhapsody M12. 13h15, 15h55, 18h40, 21h30;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h15;
Grinch M6. 13h10, 15h15, 17h20, 19h25,
21h25 (V.Port./2D); Ralph vs Internet M6.
13h20, 16h, 18h50 (V.Port./2D); Robin
Hood M12. 13h30, 16h10, 18h45, 21h40
Maia
Orient Cineplace - Mira Maia Shopping
Mira Maia Shopping, Estrada Real nº 95 -
Lugar das Guardeiras. T. 229419241
Carga M16. 22h; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 19h, 21h40;
Grinch M6. 15h, 17h (V.Port./2D); Ralph vs
Internet M6. 15h, 17h20, 19h40 (V.Port./2D);
Robin Hood M12. 16h30, 19h, 21h30
Matosinhos
Cinemas Nos Marshopping
IKEA Matosinhos, Av. Óscar Lopes. T. 16996
Johnny English Volta a Atacar M12. 22h50;
Assim Nasce Uma Estrela M14. 22h20;
Bohemian Rhapsody M12. 12h20, 15h10,
18h20, 21h20, 00h20; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 13h40,
16h40, 19h50, 21h30, 00h30; Viúvas M14.
19h, 22h; Grinch M6. 12h50, 15h, 17h20, 19h40
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 13h20,
13h50, 16h, 16h30, 18h40 (V.Port./2D); Uma
Guerra Pessoal M14. 13h, 15h40, 18h30,
21h40, 00h15; Robin Hood M12. 13h10, 15h50,
18h50, 21h50, 00h40 ; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. Sala IMAX ?
12h30, 15h20, 18h10, 21h, 24h
Cinemas Nos NorteShopping
NorteShopping, R. Sara Afonso. T. 16996
Um Bilhete para Longe Daqui M14. 13h10,
15h40, 21h40, 00h15; Assim Nasce Uma
Estrela M14. 18h10, 21h10, 00h10; Beautiful
Boy M16. 12h50, 16h10, 19h, 21h50, 00h30;
Bohemian Rhapsody M12. 14h, 17h30,
20h50, 23h50; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 14h30, 17h50,
21h, 21h20, 00h20; Viúvas M14. 20h40,
23h40; Suspiria M16. 24h; Grinch M6.
13h40, 16h, 18h20 (V.Port./2D); Isto é
Vida! M14. 18h50; Ralph vs Internet M6. 13h,
13h20, 15h30, 15h50, 18h30 (V.Port./2D);
Robin Hood M12. 12h40, 15h20, 18h40,
21h30, 00h25
AS ESTRELAS
DO PÚBLICO
Beautiful Boy
Bohemian Rhapsody
A Febre Ferrante
Uma Guerra Pessoal
Djon África
Dovlatov
Monstros Fantásticos...
Operação Overlord
Shoplifters
Suspiria
A Vingança de Lizzie Borden
Viúvas
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Ovar
Cinema Dolce Vita Ovar
Centro Comercial Dolce Vita. T. 960254838
Cyrano de Bergerac M12. 16h; Shoplifters:
Uma Família de Pequenos Ladrões M14. 16h
Paços de Ferreira
Cinemas Nos Ferrara Plaza
Ferrara Plaza. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 15h10, 18h10,
21h10; Bohemian Rhapsody M12. 21h; A
Rapariga Apanhada na Teia de Aranha M16.
21h50; Monstros Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald M12. 15h30, 18h30, 21h20;
Grinch M6. 15h20, 17h50 (V.Port./2D); Ralph
vs Internet M6. 16h, 18h40 (V.Port./2D);
Robin Hood M12. 15h40, 18h20, 21h40
Penafiel
Cinemax - Penafiel
Ed. Parque do Sameiro. T. 255214900
A Mulher 19h30; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 14h40,
21h40; Grinch M6. 13h, 17h40, 19h40,
21h20 (V.Port./2D); Ralph vs Internet M6.
13h, 15h20, 17h, 19h30 (V.Port./2D); Robin
Hood M12. 14h40, 17h20, 22h
São João da Madeira
Cineplace - São João da Madeira
São João da Madeira.
Bohemian Rhapsody M12. 15h40, 18h30,
21h20; Carga M16. 22h; Sei Que Estás
Aqui M14. 21h40; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 16h10, 18h50,
21h30; Grinch M6. 15h40, 17h40, 19h40
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 15h,
17h20 (V.Port./2D), 19h40 (V.Port./3D); Robin
Hood M12. 16h30, 19h, 21h30
Viana do Castelo
Cineplace - Viana do Castelo
Avª General Humberto Delgado, Orient
Cineplace . T. 258100260
Bohemian Rhapsody M12. 21h20;
Carga M16. 22h; Monstros Fantásticos: Os
Crimes de Grindelwald M12. 16h10, 18h50,
21h30; Grinch M6. 15h10, 17h10, 19h20
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 15h,
17h20 (V.Port./2D), 19h40 (V.Port./3D); Robin
Hood M12. 16h40, 19h10, 21h40
Vila Nova de Famalicão
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães. T. 252371297
Saraband M12. 21h45
Jorge
Mourinha
Luís M.
Oliveira
Vasco
Câmara
– mmmmm – 19h30; Monstros Fantásticos: Os Crimes
mmmmm – mmmmm
– mmmmm – 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./2D) ; Ralph vs
mmmmm – –
mmmmm mmmmm mmmmm
mmmmm – –
mmmmm – –
mmmmm – mmmmm
– mmmmm mmmmm
mmmmm mmmmm mmmmm
– mmmmm mmmmm
mmmmm mmmmm mmmmm
Vila Nova de Gaia
Cinemas Nos GaiaShopping
Av. Descobrimentos, 549. T. 16996
Johnny English Volta a Atacar M12. 21h50,
00h15; O Quebra-Nozes e os Quatro
Reinos M12. 13h10, 16h, 18h30 (V.Port./2D);
Bohemian Rhapsody M12. 12h40, 15h40,
18h40; Bohemian Rhapsody M12. 21h20,
00h25; Sei Que Estás Aqui M14. 22h,
00h35; Monstros Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald M12. 14h40, 17h50, 21h10,
00h20; Viúvas M14. 14h, 17h30, 20h30,
23h30; Break - O Poder da Dança M12.
21h, 23h50; Grinch M6. 13h05, 15h20,
18h10, 20h40 (V.Port./2D); Ralph vs
Internet M6. 12h45, 13h20, 15h50, 16h10,
18h20, 19h (V.Port./2D); Robin Hood M12.
13h, 15h50, 18h50, 21h40, 00h30; Robin
Hood M12. Sala 4DX - 12h35, 15h10, 18h,
20h50, 23h40
UCI Arrábida
Arrábida Shopping.
Um Bilhete para Longe Daqui M14. 13h35,
16h10, 18h40, 21h15, 00h05; Johnny
English Volta a Atacar M12. 13h55,
16h15, 00h25; Smallfoot: Uma Aventura
Gelada M6. 13h30, 16h (V.Port./2D);
Assim Nasce Uma Estrela M14. 13h35,
16h20, 19h05, 21h30, 00h25; Beautiful
Boy M16. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30,
00h15; Hunter Killer M12. 21h25, 00h40;
O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos M12.
13h50, 16h15 (V.Port./2D), 19h (V.Orig./2D);
Bohemian Rhapsody M12. 13h20, 16h10,
19h, 21h50, 00h40; O Interminável M16.
24h; A Rapariga Apanhada na Teia de
Aranha M16. 21h40, 00h25; Belleville
Cop - O Super Agente M12. 13h40,
16h20, 18h55; Operação Overlord M16.
00h35; Sei Que Estás Aqui M14. 00h45;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 14h, 17h, 21h35, 00h30;
Viúvas M14. 13h30, 16h15, 19h, 21h45,
00h30; Suspiria M16. 18h15, 21h20, 00h20;
Amor em Little Italy M12. 18h45; Break
- O Poder da Dança M12. 13h50, 16h15,
18h45; Grinch M6. 14h, 16h20, 18h40,
21h50 (V.Port./2D), 15h20 (V.Port./3D); Isto
é Vida! M14. 13h45, 16h35, 19h10, 21h50,
00h30; Yardie M16. 13h50, 16h30, 19h,
21h40, 00h15; Ralph vs Internet M6. 13h45,
16h30, 19h05, 21h30 (V.Port./2D), 17h45
(V.Port./3D); Uma Guerra Pessoal M14.
13h40, 16h20, 18h55, 21h40, 00h20; Tudo
a Nu na Normandia M12. 13h45, 16h25,
18h50, 21h25, 00h10; Robin Hood M12.
13h40, 16h20, 18h55, 21h35, 00h25; A
Vingança de Lizzie Borden M16. 00h20;
Monstros Fantásticos: Os Crimes de
Grindelwald M12. 15h, 21h15, 00h10 (2D),
18h (3D)
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 35
Vila Real
Cinemas Nos Nosso Shopping
Alameda Grasse. T. 16996
Johnny English Volta a Atacar M12. 13h50,
16h30, 22h; Assim Nasce Uma Estrela M14.
21h10; Bohemian Rhapsody M12. 14h10,
17h20, 21h20; Sei Que Estás Aqui M14.
de Grindelwald M12. 13h, 15h50, 19h, 21h50;
Viúvas M14. 19h20, 22h10 ; Grinch M6.
Internet M6. 13h10, 14h20, 15h40, 16h50,
18h20, 21h (V.Port./2D) ; Robin Hood M12.
13h20, 16h, 19h, 21h40
Viseu
Cinemas Nos Fórum Viseu
Fórum Viseu. T. 16996
Bohemian Rhapsody M12. 13h20, 16h20,
20h50; A Rapariga Apanhada na Teia de
Aranha M16. 21h40; Monstros Fantásticos:
Os Crimes de Grindelwald M12. 14h10,
17h10, 21h20; Grinch M6. 14h20, 16h40, 19h
(V.Port./2D); Ralph vs Internet M6. 13h30,
16h10, 18h50, 21h30 (V.Port./2D); Uma
Guerra Pessoal M14. 13h40, 16h10, 18h40,
21h10; Tudo a Nu na Normandia M12. 13h10,
15h45, 18h20, 21h
Cinemas Nos Palácio do Gelo
Est. Nelas, Qt. Alagoa. T. 16996
Assim Nasce Uma Estrela M14. 14h, 17h,
21h; Bohemian Rhapsody M12. 14h30,
17h30, 21h10; Sei Que Estás Aqui M14.
21h40; Monstros Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald M12. 13h30, 16h30, 20h50;
Viúvas M14. 21h20; Grinch M6. 13h40, 16h,
18h40 (V.Port./2D); Ralph vs Internet M6.
12h50, 15h30 (V.Port./2D), 18h10 (V.Port./3D);
Robin Hood M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h30
Instituto Português da Juventude de
Viseu
Portal do Fontelo.
A Morte de Estaline M12. 21h30
TEATRO
Porto
Palácio do Bolhão - ACE Escola de Artes
Rua Formosa, 342/346.
T. 222089007
Teatro (Theatre) De Zeferino Mota. Enc.
Pedro Fiuza e Zeferino Mota. Com Daniel
Macedo Pinto, João Cravo Cardoso e Sandra
Salomé. De 28/11 a 9/12. 4ª e 5ª às 19h. 6ª e
Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/14.
Teatro Nacional São João
Praça da Batalha. T. 223401900
Comer a Língua Enc. Catarina Lacerda. De
27/11 a 1/12. 3ª a 6ª às 10h e 15h. Sáb às 11h e
15h. M/6. Duração: 50m.
MÚSICA
Porto
Casa da Música
Avenida da Boavista, 604/610. T. 220120220
Giovanni Guidi Dia 29/11 às 22h.
Hard Club
Praça do Infante, 95 T. 707100021
Ramón Galarza’s Band Dia 29/11 às 21h
(Sala 2).
Aveiro
Teatro Aveirense
Rua Belém do Pará. T. 234400920
Tomara Dia 29/11 às 21h30.
Póvoa de Varzim
Cine-Teatro Garrett
Rua José Malgueira, 1/15. T. 252090000
António Chainho convida António
Zambujo Dia 29/11 às 21h30.
SAIR
FARMÁCIAS
Porto - Serviço Permanente
Prelada - R. Central de Francos, 316 - Tel. 228316769
Sanil - R. de Camões, 525 - Tel. 223389681
Vila Nova de Gaia - Serviço Permanente
Couto - Av, da Républica, 1412 - Tel. 223743841
Canidelo - Rua José Maria Aves, 303 (Canidelo) - Tel.
227810096 Arcozelo (Arcozelo) - Avenida João Paulo
II, 811 - Tel. 227621758
Matosinhos - Serviço Permanente
Veloso Ribeiro (Guifões) - Largo Padre Joaquim P
Santos 376 - Tel. 229579390
Coimbra - Serviço Permanente
Central (Santa Cruz) - R. da Sofia, 19/21 - Tel.
239822089 Coimbra - Av. Dr. Mendes Silva, nº 211-
251 (CC Coimbra Shopping) - Tel. 239912219
Braga - Serviço Permanente
Alvim (Sé) - Campo das Hortas, 37 - Tel. 253262682
Outras Localidades - Serviço Permanente
Aguiar da Beira - Dornelas , Portugal Albergaria-a-
Velha - Nova (Laginhas/Albergaria A Velha) , Oliveira
(Ribeira de Fráguas) Alfandega da Fé - Trigo Alijó
- Dr. Henrique Pereira , de Favaios (Favaios), das
Tílias (Vilar de Maçada) Almeida - Cunha , Moderna
(Vilar Formoso) Amarante - Do Arquinho Amares -
Marques Rego (Ferreiros) Anadia - Júlio Maia Arcos
de Valdevez - Da Lapa Arganil - Galvão Armamar
- Batista Ramalho , Lúcio Arouca - Santo António
(Stª Eulália - Arouca) Aveiro - Nova Baião - Queirós
Cunha (Campelo) , Rocha Barros (Eiriz) Barcelos -
De Barcelinhos Boticas - Galaico, Lda. Bragança
- Central (Izeda) Cabeceiras de Basto - Azevedo
Carvalho Caminha - Torres , Moderna (Vila Praia de
Âncora) Cantanhede - Cruz Carrazeda de Ansiães
- Rainha Carregal do Sal - Abreu , Ramos (Cabanas
de Viriato) Castelo de Paiva - Central , Pinho Lopes
(Oliveira do Arda), Marques Lopes (Santa Maria de
Sardoura) Castro Daire - Gastão Fonseca , Matias
Pereira (Mões), Costa (Parada de Ester) Celorico
da Beira - Duarte Dias Celorico de Basto - Alves
Dias Chaves - Paula Files Condeixa-a-Nova - S.
Tomé Espinho - De Anta (Anta) Esposende - Gomes
Estarreja - Leite Fafe - da Cumieira Felgueiras
- Sampaio Figueira da Foz - Soares Figueira de
Castelo Rodrigo - Bordalo Fornos de Algodres -
Castanheira Freixo de Espada à Cinta - Guerra Góis
- da Serra (Alvares) , Coroa, Frota Carvalho (Vila Nova
do Ceira) Gondomar - Central (Valbom) Gouveia
- Feliz , Central (Melo - Gouveia), Albuquerque
(Moimenta da Serra), Pedroso (Vila Nova de Tazem)
Guarda - Moderna (Guarda-Gare) Guimarães -
Hórus (São Paio) Ílhavo - Ança Castro (Praia da Barra)
Lamego - Avenida Lousã - Torres Padilha (Serpins)
Lousada - Lopes Caçola Macedo de Cavaleiros
- Central Maia - Lima Coutinho (Gueifães)
Mangualde - Feliz , Beirão (Chãs de Tavares)
Manteigas - Bráulio Monteiro Marco de Canavezes
- Nova Mealhada - Brandão Meda - Pereira Melgaço
- Gonçalves (Castro Laboreiro) , Durães, Vale do
Mouro Mesão Frio - Ferreira Mira - Matilde Soares
Miranda do Corvo - Lima Natário , Borges (Semide
- Miranda do Corvo) Miranda do Douro - Miranda
(Mirando do Douro) Mirandela - Mascarenhas
Mogadouro - Central Moimenta da Beira - Ferreira
, César (Leomil) Monção - Pereira e Barreto, Sucrs.
Mondim de Basto - Oliveira Montalegre - Canedo
Montemor-o-Velho - Natário (Verride) Mortágua
- Abreu Murça - Saúde Murtosa - Santos Leite
Nelas - Faure Oliveira de Azemeis - Gomes da
Costa Oliveira de Frades - Oliveirense Oliveira do
Bairro - Tavares de Castro Oliveira do Hospital -
Gonçalves Ovar - Instituto Pereira Zagalo Paços de
Ferreira - Moderna Pampilhosa da Serra - do Zêzere
(Dornelas do Zêzere) , Central Paredes - Ferreira de
Vales (Rebordosa) Paredes de Coura - Da Calçada
Penacova - Alves Coimbra Penafiel - Miranda
Penalva do Castelo - Silveira Penedono - Rua
Penela - Penela Peso da Régua - Moderna Pinhel -
Central , Da Misericórdia (Alverca da Beira), Moderna
(Pínzio) Ponte da Barca - Popular Ponte de Lima - Da
Vila Póvoa de Lanhoso - Da Misericórdia Póvoa de
Varzim - Central Resende - Avenida Ribeira de Pena
- De Cerva (Cerva) , Borges de Figueiredo Sabrosa -
Vieira Barata , Fraga (São Martinho de Anta) Sabugal
- Aldeia Velha (Aldeia Velha) , De S.Miguel (Cerdeira
do Coa), Higiene (Souto) Santa Comba Dão -
Carrilho , Sales Mano (S.João de Areias) Santa Maria
da Feira - Araújo Santa Marta de Penaguião - Santa
Eulália (Cumieira) , Douro (Santa Marta Penaguião)
Santo Tirso - Fernandes Machado São João da
Madeira - Laranjeira São Pedro do Sul - Dias Sátão
- Carvalho (Avelal) , Santo André (Lamas) Seia - Sena
, Popular (Loriga), Paranhense (Paranhos da Beira),
Neves Rodrigues (Pinhanços), do Alva (Sandomil),
De São Romão (São Romão) Sernancelhe -
Confiança , Mota (Vila da Ponte) Sever do Vouga
- Terra (Couto de Esteves) Soure - Soure Tábua -
Quaresma (Mouronho) Tabuaço - Nova de Tabuaço
Tarouca - Augusta (Salzedas) , Moderna Terras de
Bouro - Alvim Barroso (Covas) Tondela - Molelos
(Pedra da Vista) Torre de Moncorvo - Leite Trancoso
- Paixão , Pereira (Vila Franca das Naves) Trofa -
Trofense Vagos - Tavares Valença - Jardim Valongo
- Travagem (Ermesinde) Valpaços - Pimentel Viana
do Castelo - Nelsina Vieira do Minho - Martins Vila
do Conde - Santos (Caxinas) Vila Flor - Do Hospital
Vila Nova de Cerveira - Cerqueira, Suc. , Correia
de Sampaio Vila Nova de Famalicão - Calendário
Vila Nova de Foz Côa - Moderna Vila Nova de
Paiva - Galénica Vila Nova de Poiares - Martins
Pedro (S.Miguel de Poiares) , Santo André Vila
Pouca de Aguiar - Central Vila Real - Galeno Vila
Verde - Fátima Marques Vimioso - Barreira , Ferreira
(Argozelo) Vinhais - Albuquerque , de Rebordelo
(Rebordelo) Viseu - Confiança Vizela - Alves
(Caldas de Vizela) Vouzela - da Torre (Alcofra) , Ana
Rodrigues Castro (Campia), Teixeira Cinfães - Nova
de Cinfães Vagos - Viva Vale de Cambra - Ferreira
de Pinho Vouzela - Vieira
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36 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
FICAR
CINEMA
Mil e Uma Maneiras de Bater
as Botas
Hollywood, 21h30
Criador de ovelhas de profissão,
o desafortunado Albert foi mais
uma vez derrotado em duelo.
Irritada por ele ter dado parte
fraca, a noiva decide deixá-lo por
um homem mais arrojado e muito
mais rico. Desolado com a sua
falta de coragem, ele parece não
conseguir superar a humilhação.
É então que conhece Anna,
uma forasteira recém-chegada à
cidade que, para além de muito
atraente, se mostra disposta
a ensinar-lhe alguns truques
no manejo da arma. Satisfeito
consigo mesmo e muito motivado
por aquela bela mulher, Albert
sente crescer dentro de si um
espírito de bravura e audácia que
nunca imaginou poder sentir. Mas
o caso muda de figura quando
Clinch, marido de Anna, chega
à cidade. E este, convencido de
que Albert seduziu a sua mulher,
exige reconquistar a sua honra
com a morte da dupla traidora.
Uma comédia de e com Seth
MacFarlane.
Paixão de Marinheiro
TVC2, 22h
Dois marinheiros preparam-se
para quatro dias de licença em
Los Angeles: o primeiro com
a nova namorada; o outro,
ingénuo, a tentar impressionar
as raparigas. De George Sidney,
o filme foi o primeiro grande
sucesso de Frank Sinatra no
cinema, formando parelha com
Gene Kelly. Destaque para um
prodigioso bailado de Kelly com
o rato Jerry e para a belíssima
melodia de I fall in love too easily,
parte da banda sonora oscarizada
de George Stoll.
Arsenal
Cinemundo, 22h30
Suspense por Steven C. Miller, com
Nicolas Cage, John Cusack, Adrian
Grenier, Johnathon Schaech,
Christopher Coppola e Lydia Hull.
As histórias cruzadas dos irmãos
Lindel, Mikey (Schaech) e JP
(Grenier), que se tinham apenas
um ao outro mas que acabaram
por seguir rumos completamente
opostos. Enquanto, JP encontrou
sucesso como dono de uma
construtora, Mikey transformou-
se num pequeno criminoso.
Agora, Mikey é sequestrado pelo
implacável chefe do crime Eddie
King (Nicolas Cage) e JP vê-se
obrigado a recorrer ao velho
amigo Sal ( John Cusack) e arriscar
tudo para resgatar o irmão com
vida.
Televisão
lazer@publico.pt
RTP1
6.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça
da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.10
Sinais de Vida 15.02 Agora Nós 17.30
Portugal em Directo 18.44 Factura
da Sorte 18.52 O Preço Certo 19.52
Direito de Antena 19.59 Telejornal
21.00 Linha da Frente 21.28 Joker
22.33 5 para a Meia-Noite 0.34 Capitão
Alatriste 1.27 De Lisboa a Helsínquia
1.52 Europa Minha 2.08 Magazine RTP
Arena eSports 2.39 Sgt. Pepper’s: A
Revolução Musical 3.40 Televendas
5.59 Manchetes 3
RTP 2
6.32 Repórter África - 2.ª Edição
7.00 Espaço Zig Zag 11.03 O Bairro
11.30 Esta É a Minha Família 12.11
Magnífica Itália: Toscana - De Sorano
a Pienza 12.40 Biosfera 13.08 Bob’s
Burgers 14.00 Sociedade Civil 15.03
A Fé dos Homens 15.36 Magnífica
Itália: Piemonte - Do Desfiladeiro de
Maddalena a Monferrato 16.07 Os
Grandes Talentos da Natureza 16.59
Espaço Zig Zag 21.03 O Bairro 21.30
Jornal 2 22.11 19-2 22.59 Botticelli
- Inferno 23.56 Idiotas, Ponto 0.28
Sociedade Civil 1.32 Grandes
Quadros Portugueses: Columbano
Bordalo Pinheiro 1.58 Euronews 4.25
Portugueses pelo Mundo 5.08 Bem-
vindos a Beirais 5.49 Os Nossos Dias
SIC
6.00 Edição da Manhã 9.15 Alô
Portugal 10.00 Queridas Manhãs
13.00 Primeiro Jornal 14.35 Mar
Salgado 15.25 Coração de Ouro
16.15 Júlia 17.50 Futebol: Qarabag x
Sporting - Liga Europa 19.58 Jornal
da Noite 21.35 Casados à Primeira
Vista - Extra 21.40 Alma e Coração
22.45 Vidas Opostas 23.55 Segundo
Sol 0.55 Passadeira Vermelha 2.00
Futebol: Liga Europa - Resumos 2.10
Cartaz Cultural 2.55 Volante 3.15
Investigação Criminal: Nova Orleães
4.50 Televendas
TVI
6.30 Diário da Manhã 10.15 Você na
TV! 13.00 Jornal da Uma 14.00 SOS
24 14.35 Remédio Santo 16.15 A Tarde
É Sua 19.58 Jornal das 8 21.37 Valor
da Vida 22.42 A Teia 23.57 Love on
Top 0.52 Autores 1.56 Anjo Meu 3.32
Amanhecer 5.00 TV Shop
Os mais vistos da TV
Terça-feira, 27
Jornal da Noite
% Aud. Share
SIC 11,3 22,6
Valor da Vida TVI 10,8 22,3
Alma e Coração SIC 10,4 21,9
Casados à Primeira Vista SIC 10,0 22,1
Casados à Primeira Vista SIC 9,5 19,2
FONTE: CAEM
TVC1
10.00 A Febre das Tulipas 11.50 Ouro
14.00 O Segredo de Marrowbone 15.55
A Múmia 17.50 Alien: Covenant 19.55 47
Metros de Terror 21.30 Vida Inteligente
23.15 Star Wars: Os Últimos Jedi 1.45 A
Noite Antes do Halloween 3.10 Homem-
Aranha: Regresso a Casa 5.20 Amor em
Tempos de Guerra
FOX MOVIES
9.48 Duro de Matar 11.21 Duplo Team
12.49 Os Últimos Cavaleiros 14.38
Rambo: A Vingança do Herói 16.08
Os Falcões da Noite 17.40 Stallone
Prisioneiro 19.23 Sabata 21.15 Adeus,
Sabata 22.55 Django Mata 0.45 Rambo
III 2.19 Looper - Reflexo Assassino 4.06 O
Tempo Não Espera
CANAL HOLLYWOOD
9.20 Segmentos de Loucura 11.15
360: A Vida É Um Círculo Perfeito 13.10
Guia para Um Final Feliz 15.15 The
Homesman - Uma Dívida de Honra 17.20
Phantom - Submarino Fantasma 19.05 O
Negociador 21.30 Mil e Uma Maneiras de
Bater as Botas 23.30 Quatro Irmãos 1.25
Polícia sem Lei 3.30 Voos Loucos 5.00
Scooby-Doo 2: Monstros à Solta
AXN
13.12 Castle 15.39 300: O Início de
um Império 17.25 Mentes Criminosas
20.45 Investigação Criminal 22.30
Arma Mortífera 0.20 Jack Ryan: Agente
Sombra 2.09 Mentes Criminosas 2.54
Arma Mortífera 3.39 O Jogo de Mr. Ripley
5.26 The Blacklist
AXN BLACK
13.36 Por Um Fio 15.35 Karate Kid - A
Nova Aventura 17.19 Minha Terra 19.05
Encontro de Irmãos 21.14 Basta 23.09
Avaria no Asfalto 0.42 Elektra 2.12
Conan o Destruidor 3.51 Karate Kid - A
Nova Aventura 5.35 iZombie
AXN WHITE
13.19 O Mentalista 14.04 Get Smart -
Olho Vivo 15.55 Um Dia de Mãe 17.49
O Mentalista 19.19 A Teoria do Big Bang
21.24 Dinheiro Vivo 23.04 Paixões
Proibidas 0.53 Os Passageiros do
Tempo 3.02 Dois Homens e Meio 4.34
Os Passageiros do Tempo 5.17 Psych -
Agentes Especiais
RTP1 13,3%
RTP2 1,3
SIC 17,9
TVI
18,5
Cabo
36,7
FOX
13.06 Scorpion 13.55 Investigação
Criminal: Los Angeles 15.32 Hawai
Força Especial 17.02 C.S.I. Miami 18.45
Investigação Criminal: Los Angeles
20.24 Hawai Força Especial 23.06
Investigação Criminal: Los Angeles 0.01
Hawai Força Especial 1.44 C.S.I. Miami
3.11 Investigação Criminal: Los Angeles
5.29 CSI: Cyber
FOX LIFE
13.19 Anatomia de Grey 14.05 Perfect on
Paper 15.36 The Wrong Girl 17.13 Love
Locks 18.54 Ossos 20.36 Anatomia de
Grey 22.20 This Is Us 23.10 Descarrilada
1.29 Mr. Fiction 3.03 Rainha do Sul 4.28
Anatomia de Grey 5.54 Ossos
DISNEY
15.22 K.C. Agente Secreta 15.46
Acampamento Kikiwaka 16.31
Mickey Mouse - Edição Especial 17.16
Entrelaçados: A Série 17.40 A Lei de
Milo Murphy 18.06 Phineas e Ferb 18.30
Star Contra as Forças do Mal 19.21
Patoaventuras 19.45 Miraculous - As
Aventuras de Ladybug 20.30 Soy Luna
21.20 A Irmã do Meio 21.43 K.C. Agente
Secreta
DISCOVERY
17.30 Os Últimos Habitantes do Alasca
19.15 Curiosidades da Terra 21.00 Fast
N’ Loud 22.55 Irmãos Diesel 0.40 Fast
N’ Loud 2.15 Curiosidades da Terra 3.00
Encontros Alienígenas 4.30 Negócio
Fechado 5.00 Caçadores de Leilões
HISTÓRIA
17.14 Caça Tesouros 18.40 A Maldição
de Oak Island 19.22 Forjado no Fogo
20.03 O Preço da História 21.29 Forjado
no Fogo 0.16 Projectos Impossíveis 1.42
Tecnologia Impossível 3.03 O Preço da
História 4.05 Caça Tesouros
ODISSEIA
17.45 Zâmbia Selvagem 18.34 Cuba,
Paraíso em Risco 19.27 Patrulha Tubarão
20.16 Resgate na Praia 21.02 Perigo
Extremo 22.37 Materiais de Última
Geração 23.30 A Farmacopeia de
Hamilton 0.14 Clima Extremo Viral 0.58
Materiais de Última Geração 1.51 Perigo
Extremo 2.39 Resgate na Praia 3.25
Perigo Extremo 5.01 Mortos de Tanto Rir!
DESPORTO
Futebol: Qarabag x Sporting
SIC, 17h50
Directo. Os leões visitam Baku,
Azerbaijão, para enfrentar o
Qarabag, em jogo do grupo E
da fase de qualificação da Liga
Europa. O Sporting segura o
segundo lugar, com sete pontos; o
Qarabag está em último com três.
DOCUMENTÁRIOS
Olhares Lugares
TVC2, 17h20
A cineasta Agnès Varda e o
fotógrafo e street artist JR realizam
este divertido documentário que
arrecadou o prémio L’Oeil d’Or
no Festival de Cinema de Cannes.
Uma viagem pelas estradas
secundárias de França, onde se
vão deparando com uma enorme
variedade de pessoas e de histórias.
Os rostos delas são posteriormente
convertidos em grandes painéis
nas paredes de fábricas, muros
ou casas. E, pelo caminho, uma
amizade terna e quase mágica vai
crescendo entre os dois.
Chavela
TVC2, 20h25
Realizado por Catherine Gund e
Daresha Kyi, um documentário
sobre Chavela Vargas, uma
das maiores figuras da canção
mexicana do século XX, cuja voz
peculiar foi várias vezes incluída
em bandas sonoras de filmes de
Pedro Almodóvar.
Botticelli – Inferno
RTP2, 22h59
Os mistérios escondidos no Mapa
do Inferno de Sandro Botticelli e os
segredos do artista mais inquieto
do Renascimento. O documentário
investiga os fascinantes segredos por
detrás dos desenhos e revela facetas
surpreendentes do reconhecido
artista, famoso por pinturas plácidas
e idílicas como O Nascimento de
Vénus ou A Primavera.
INFANTIL
Bailarina (V. Orig.)
TVC3, 19h05
Paris, 1880. A viver num orfanato
desde muito pequena, Felícia, de
11 anos, sonha tornar-se bailarina.
Um dia, acompanhada por Victor,
o melhor amigo, decide fugir.
Rumam então a Paris, onde
tudo lhes parece possível. Felícia
inscreve-se na famosa escola da
Ópera de Paris. O que lhe falta em
técnica sobra-lhe na determinação
de enfrentar todas as adversidades
para chegar a prima ballerina.
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Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 37

JOGOS

CRUZADAS 10.449 TEMPO PARA HOJE

HORIZONTAIS: 1. Enfermiço. Prefixo VERTICAIS:1. Auge, clímax. Cruzeta. 2.
(afastamento). 2. Acreditei. Nome da le- Sem preparação. Moeda do Botswana.
tra F. Alguma. 3. Entidade inspiradora de Estrada Nacional. 3. Contos. 4.
um poeta. Capital da Grécia. 4. Período Atmosfera. Pode ser de chocolate. 5. Viana do Bragança
de três meses. 5. Poeira. Incumbência. 6. Comissão Europeia. Líquido pestilencial Castelo 1º 7º
Sinal, normalmente intermitente, que in- que escorre de certas úlceras ou abces- 10º 16º
Braga
dica, no ecrã do computador, o sítio onde sos. Realiza. 6. Criar fama a. Um certo. 7.
9º 16º Vila Real
vai surgir a informação pedida. Crómio Reter em seu poder. Estado das searas
(s.q.). 7. Juntar. Existência. 8. Divindade acamadas pela chuva, pelo vento, etc. 8. 14º Porto 6º 11º
dos Assírios e Fenícios. Conhecimento Alto e delgado. Na moda. 9. Gordura de 10º 15º
especulativo, puramente racional. 9. porco por derreter, que envolve os intes-
Viseu
Apagar. Centésima parte do hectare. 10. tinos. Acontecimento comovente. 10.
5º 10º Guarda
Preposição que designa posse. Zelador Gostar muito. Tombar. 11. Estabelecer as 2,5-4,5m Aveiro
3º 5º
dos regulamentos policiais. 11. Ovo que bases de. Poeta e cantor ambulante entre 10º 15º
se coloca no sítio em que se quer que as os Gregos antigos. Penhas
Douradas
galinhas ponham os ovos. Cabrito de um Coimbra 0º 8º
ano (popular). Depois do problema resolvido encon-
10º 13º
tre o título de um filme de Jean Becker Castelo
(4 palavras). Branco
Leiria 4º 10º
9º 16º

Santarém
Portalegre
Solução do problema anterior 8º 17º
5º 12º
HORIZONTAIS: 1. Mad. Sanear. 2. Batel. LENÇO. 3. Alucinar. Om. 4. Mono. Odre. 5. DÁ. Lisboa
Chau. 6. Atito. Taba. 7. Rodo. Urna. 8. Ma. APURADO. 9. Bodum. Nadar. 10. Erudito. 11.
11º 16º
Mó. Logro. Ha.
VERTICAIS: 1. Baldar. Bem. 2. Mal. Átomo. 3. Atum. Idade. 4. Decocto. URL. 5. LINHO. Setúbal
Amuo. 6. Noa. AP. Dg. 7. Ala. Ut. Unir. 8. Nero. Aurato. 9. EN. DOBRADO. 10. Açor. Anda. Évora
8º 17º
11. Romeu. Aorta.
5º 17º
PROVÉRBIO: Linho apurado dá lenço dobrado. AMANHÃ

16º Beja
Sines
BRIDGE SUDOKU 9º 17º
7º 17º

2,5-3,5m
Dador: Sul Na outra sala, o carteador optou por Problema
Vul: NS jogar o Ás de copas na segunda vaza e 8674
outra copa que cortou. De seguida… Sagres
Faro
o Valete de espadas! Em mão, Este fez Dificuldade: 12º 19º
10º 19º
NORTE e voltou outro trunfo, mas o carteador Fácil 18º
♠ AKJ10 fez para jogar outra copa cortada, Ás
♥3 e Rei de paus e pau cortado, terminou 1-2m
♦ 9843 de destrunfar e alinhou mais três vazas Açores
♣ AK102 a espadas. Técnica perfeita e cheleme Corvo
cumprido! Graciosa
OESTE ESTE Terceira
Flores
♠ 96 ♠ Q842 Oeste Norte Este Sul Solução do S. Jorge 13º 18º
♥ K964 ♥ QJ107 1♦ 1♥ ? problema 8672 13º 19º
♦ J65 ♦ 107 19º Pico
17º
♣ Q954 ♣ J86 O que marca com a seguinte mão? 3-4,5m
♠K86 ♥A8 ♦K3 ♣Q98652 Faial
SUL 14º 19º
2«-2,5m S. Miguel
♠ 753 Resposta: Marque 2 paus. Tudo normal
♥ A852 — com mais de uma dezena de pontos 14º 18º
♦ AKQ2 e um naipe de cinco cartas marque na- Ponta
♣ 73 turalmente. O parceiro, claro, não pode 18º Delgada
passar. 2-3m
Madeira Sta Maria

Porto Santo
Oeste Norte Este Sul Problema 16º 22º
1♦ 8675 20º
passo 1♠ passo 1ST
passo 3♦ (1) passo 3♥ Dificuldade:
Funchal
passo 6♦ Todos passam Difícil 1,5m 18º 23º
1,5-2m
20º
Leilão: Qualquer forma de Bridge. (1)
Forcing
Sol Lua Quarto
Nascente 7h34 minguante
Carteio: Saída: 5♦. Assumindo que os
trunfos estão 3-2, qual a melhor linha de Poente 17h16 30 Nov. 00h19
jogo? Solução do
problema 8673
Solução: Num encontro de equipas, a Marés
jogar o mesmo contrato e com a mesma
saída, os dois jogadores sentados em Leixões Cascais Faro
Sul em diferentes salas optaram por li-
nhas diferentes. Preia-mar 07h22 3,1 06h59 3,1 07h04 3,1
O primeiro tomou a primeira vaza e jo- 20h09 2,8 19h47 2,9 19h46 2,8
gou imediatamente uma espada para
o Valete. Em mão na Dama de espadas, Baixa-mar 00h55 1,1 00h32 1,2 00h18 1,1
Este insistiu em trunfo. Daqui por diante, 13h48 1,0 13h27 1,1 13h09 1,0
de pouco adiantou o carteio, pois so-
mente onze vazas passaram a estar dis- João Fanha/Pedro Morbey Fonte: www.AccuWeather.com
poníveis. Um cabide. (bridgepublico@gmail.com) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
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38 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
DESPORTO
FC Porto mostrou quem manda
em noite de estabelecer recordes
Schalke não pediu licença para entrar e despertou a fúria de
um “dragão” que decidiu o jogo e o grupo, com dois golos em
três minutos. Apuramento e triunfo no Grupo D assegurados
Crónica do jogo
Augusto Bernardino
O FC Porto vergou o Schalke 04 (3-1)
e garantiu o primeiro lugar do Grupo
D, com Sérgio Conceição a igualar
o feito de Jesualdo Ferreira ao colo-
car os “dragões” nos oitavos-de-final
da Liga dos Campeões em dois anos
consecutivos, fazendo ainda o pleno
de triunfos em casa, apenas obtido
por Vítor Pereira (2012-13). A noite
era propícia a recordes e deixou a
formação portuguesa a uma vitória
de igualar a marca de 1996-97, sob
a batuta de António Oliveira, quan-
do atingiu os 16 pontos na fase de
grupos.
À margem desta contabilidade, o
jogo arrancou com FC Porto e Schalke
a entrarem em campo qualificados,
por força da derrota do Galatasaray
em Moscovo... O que aliviou um pou-
co a carga emocional das equipas,
que passaram a estar exclusivamente
concentradas na questão da lideran-
ça do grupo. Uma vez mais, o FC Por-
to jogava com dois resultados, embo-
ra a questão financeira e o prestígio
fossem demasiado aliciantes para
deixar correr o marfim.
Os alemães, mesmo com a segun-
da linha avançada — sem o peso dos
lesionados Burgstaller, Uth e Embo-
lo — entraram pujantes, cortando o
acesso dos “dragões” à sua zona de
conforto, na tentativa de explorar
um erro que Felipe não autorizou,
repelindo as investidas do Schalke.
Daí que só depois de esgotados os
primeiros 15 minutos o FC Porto se
tenha encontrado, fruto de um acto
de puro ilusionismo de Brahimi, a
transformar a bola num punhal que
Danilo usou para tentar ferir Färh-
mann, a que o guarda-redes alemão
respondeu com a primeira de uma
mão-cheia de enormes defesas.
A partir daí, os portistas não mais
permitiram que o Schalke controlas-
se o ritmo, sucedendo-se os lances de
golo iminente. Felipe passava o teste-
munho a Danilo, que emergiu como
autêntico bombardeiro, desafiando
Färhmann, que voltou a brilhar e a
adiar ainda os festejos de Marega.
3 1
FC PORTO SCHALKE
Estádio do Dragão, no Porto
Espectadores 41.603
FC Porto Casillas, Maxi, Felipe,
Militão, Alex Telles, Danilo, Herrera
(Hernâni, 85’), Óliver, Jesús Corona
a78’ (Otávio, 79’), Marega,
Brahimi (Adrián López, 74’).
Treinador Sérgio Conceição
Schalke Farhmann, Stambouli
(Rudy, 71’ a86’), Naldo, Nastasic,
Caligiuri (Schöpf, 62’), Mascarell a28’,
Bentaleb, Konoplyanka, Mendyl, Di
Santo, Skrzybski (Harit, 46’).
Treinador Domenico Tedesco
Golos Militão 52’, Corona 55’, Bentaleb
89’ (g.p.), Marega (90+4’)
Árbitro Ovidiu Hategan (Roménia)
Positivo/Negativo
Färhmann
Retardou ao máximo o golo
do FC Porto. O Schalke
deve-lhe o facto de ter
saído do Dragão com um
resultado lisonjeiro.
Felipe
Fundamental no arranque
tímido do FC Porto,
agigantou-se e abanou
a barra com um exímio
pontapé de bicicleta.
Danilo
Pegou na equipa pelos
colarinhos, virando a lógica
dos minutos iniciais com
três remates à bomba.
Domenico Tedesco
O Schalke não tinha nada a
perder, mas foi impotente,
consentindo num jogo o
triplo dos golos desta fase,
mais uma vez frente
ao FC Porto.
O Schalke entrava em modo de
sobrevivência, consciente de que as
cinco unidades do meio-campo eram
ainda insuficientes para condicionar
a dinâmica da equipa de Sérgio Con-
ceição. Apesar de sair vencedor do
primeiro assalto, aos pontos, o FC
Porto precisava de um KO técnico,
que o Schalke procurou evitar a todo
o custo, regressando para a segunda
metade com mais um médio e menos
um avançado. Insensível às inquieta-
ções dos germânicos, o FC Porto in-
tensificou a chama e autorizou Herre-
ra a tentar a sorte no primeiro lance
de golo iminente da segunda parte. A
ameaça seria cumprida por Militão,
em estreia a marcar pelos “azuis e
brancos”, com um golpe de cabeça
a concluir um serviço de luxo de Óli-
ver, após um canto de Corona.
Para o Schalke era o toque a reunir,
com Konoplyanka a ocupar o lugar
da frente ao lado de Di Santo e a obri-
gar Casillas à primeira intervenção da
noite. Mas esse foi o canto de cisne
dos alemães, que viram esgotar-se
as probabilidades de sucesso com o
segundo dos portuenses, uma genti-
leza de Corona, que voltou a incorpo-
rar o ataque, com o mexicano a dar
expressão ao futebol irresistível do
campeão português (55’).
Até final, enquanto o Schalke se
reposicionava e debatia em busca de
um novo fôlego, mudando inclusivé
de sistema, a equipa de Sérgio Con-
ceição explorava todas as combina-
ções possíveis, com Felipe a enviar
uma bola à barra, à boleia de uma
bicicleta todo-o-terreno. A exibição
imaculada acabaria, contudo, man-
chada por um penálti involuntário de
Óliver (mão na bola), a permitir que
o Schalke, por Bentaleb (89’), crias-
se a ilusão de algum equilíbrio, que
nunca existiu.
Mas a noite só ficaria completa de-
pois de Marega igualar a marca de
Mário Jardel — quando tudo parecia
indicar que o maliano ficaria mesmo
em branco (teve um golo bem anu-
lado aos 90+3’) —, ao picar o ponto
na Champions pelo quarto encontro
consecutivo.
augusto.bernardino@publico.pt Corona, autor do segundo golo, foi uma das figuras da partida
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Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 39

63,45
milhões de euros foi quanto o FC
Porto já amealhou na presente
edição da Liga dos Campeões
— 9,5 pela chegada aos “oitavos”

FERNANDO VELUDO/LUSA

REACÇÕES PSG vence com Neymar

“No início de construção a fazer história na Europa
do adversário, no arranque
do jogo não estávamos
a fazer o que foi pedido. da porque Di María derrubou Mané

Rectificámos ao intervalo, Paulo Curado CLASSIFICAÇÃO nos descontos da primeira metade,

acabando James Milner por reduzir
os jogadores perceberam Com 15 pontos de vantagem sobre o GRUPO A
na cobrança de um penálti.
segundo classificado do campeonato Mas, antes, houve o momento do
o que havia a fazer e francês passadas apenas 14 jornadas,
Atlético de Madrid Mónaco
Borussia Dortmund-Club Brugge
2-0
0-0 lateral espanhol Juan Bernat, que
fizemos uma segunda o PSG tem na Liga dos Campeões o J V E D M-S P abriu o marcador aos 13’, depois de
parte fantástica, de grande seu verdadeiro grande objectivo da
temporada. A sorte foi madrasta em
1. Atlético de Madrid
2. Borussia Dortmund
5
5
4
3
0
1
1 9-6
1 8-2
12
10
um mau corte do central Van Dijk
na área britânica. E houve o grande
nível. Podíamos ter feito relação aos seus parceiros no Grupo 3. Club Brugge 5 1 2 2 6-5 5 momento de Neymar, que envolveu
mais dois ou três golos e C, mas o triunfo de ontem, em casa, 4. Mónaco 5 0 1 4 2-12 1
todo o trio maravilha da frente de

estamos muito felizes com frente ao Liverpool (2-1), deixou os

oitavos-de-final da grande competi-
GRUPO B
Tottenham-Inter de Milão 1-0
ataque dos franceses — o brasileiro
combinou com Mbappé, o francês
o apuramento. A facilidade ção europeia ao virar da esquina. PSV Eindhoven-Barcelona
J V E D M-S
1-2
P
cruzou de trivela, o uruguaio Cavani
Num duelo entre treinadores ale- rematou para defesa do brilhante
em interpretar o que o jogo mães, Thomas Tuchel bateu desta 1. Barcelona 5 4 1 0 13-4 13 Alisson, com Neymar a acabar por
pede e a variabilidade do vez o pé ao carismático Jürgen Klo- 2. Tottenham
3. Inter de Milão
5
5
2
2
1
1
2 8-9
2 5-6
7
7
finalizar. Tudo em velocidade, numa
processo ofensivo deixam- pp, depois da derrota em Liverpool,
por 3-2. O técnico que chegou esta
4. PSV Eindhoven 5 0 1 4 5-12 1 geometria quase perfeita. Para o cra-
que “canarinho” este golo teve ain-
me muito satisfeito” temporada a Paris — e que havia GRUPO C da um significado histórico, já que
substituído Klopp no Borussia de Nápoles-Estrela Vermelha 3-1 o tornou no melhor marcador brasi-
PSG-Liverpool 2-1
Sérgio Conceição Dortmund — não tem sido feliz nos leiro de sempre na Champions, com
J V E D M-S P
FC Porto confrontos (este foi o 14.º) com o 31 golos. Nada que belisque sequer o
1. Nápoles 5 2 3 0 7-4 9
seu compatriota. 2. PSG 5 2 2 1 13-8 8 recordista Cristiano Ronaldo.
Em dez encontros na Alemanha, 3. Liverpool 5 2 0 3 8-7 6 Nos restantes grupos em prova,
“Um golo é sempre quando orientava o modesto Mainz, 4. Estrela Vermelha 5 1 1 3 4-13 4 o Atlético de Madrid e o Borussia
especial e se ajudar a venceu apenas por uma vez, há oito
anos e meio. No Parque dos Prín-
GRUPO D
Dortmund, assim como o FC Porto
e o Schalke 04, já têm bilhetes para
equipa melhor ainda, fico cipes, alcançou o segundo triunfo,
Lokomotiv Moscovo Galatasaray
FC Porto-Schalke 04
2-0
3-1 os “oitavos” da competição, onde
feliz. [No lance] pensei logo depois de ter sido afastado por Klo-
pp nos quartos-de-final da Liga mi- 1. FC Porto
J V
5 4
E
1
D
0
M-S
12-4
P
13
também já estão o campeão Real
Madrid, a Juventus, Bayern Muni-
que o Brahimi ia devolver, lionária na temporada de 2015-16, 2. Schalke 04 5 2 2 1 5-4 8 que, Roma, Ajax, Manchester United
é o que fazemos no treino” quando assumiu o Dortmund.
Contratado para gerir desportiva
3. Galatasaray
4. Lokomotiv Moscovo
5 1
5 1
1
0
3
4
3-5
4-11
4
3
e Manchester City.

Corona e disciplinarmente uma constelação pcurado@publico.pt

FC Porto
“Foi uma exibição muito
positiva, desde os 20
minutos que começámos
a dominar e fomos
crescendo. É importante
ter o primeiro lugar
garantido porque ao irmos
a Istambul não temos essa
pressão de ganhar o jogo”
Danilo
FC Porto
de estrelas milionárias e capricho- BENOIT TESSIER/REUTERS
sas na capital francesa, Tuchel tem
dado conta do recado. Venceu os
primeiros 14 jogos da Liga interna e
conseguiu agora recuperar a equi-
pa de alguns desaires nesta fase de
grupos da Champions.
O triunfo sobre o Liverpool co-
locou o PSG no segundo posto do
grupo, a um ponto do líder Nápoles,
que bateu também ontem, em casa,
os sérvios do Estrela Vermelha, por
3-1. Na última ronda vai defrontar
precisamente a equipa balcânica,
em Belgrado, a única que deixou
de ter hipóteses de alcançar a fase
a eliminar da competição.
Uma excelente primeira parte
frente aos ingleses valeu dois golos
ao PSG, que só não foi para o inter-
valo com a partida mais encaminha- Cavani, Neymar e Mbappé festejam no Parque dos Príncipes
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40 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

DESPORTO

Poucas opções e viagem longa na

estreia europeia de Marcel Keizer
O Sporting defronta o Qarabag hoje, em Baku, no Azerbaijão, e pode garantir o apuramento para os jogos
a eliminar na Liga Europa. Para o novo técnico “leonino” será o seu quinto jogo nas provas europeias
NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

Futebol internacional
Marco Vaza
À quinta jornada do Grupo E da Li-
ga Europa, o Sporting vai ter o seu
terceiro treinador na competição.
Depois de José Peseiro ter feito os
três primeiros jogos (duas vitórias e
uma derrota) e Tiago Fernandes ter
feito a transição com um empate,
agora será a vez de Marcel Keizer
cumprir a sua estreia europeia com
os “leões” defrontando, em Baku,
o Qarabag. Uma vitória garante ao
Sporting um lugar na fase seguin-
te da competição, mas um empate
até pode servir se, no outro jogo do
agrupamento, houver empate ou
uma vitória do Arsenal, na Ucrânia,
sobre o Vroskla Poltava.
A estreia europeia de Keizer está,
no entanto, condicionada por vá-
rios obstáculos. Primeiro, porque
implica um par de viagens longas
(quase cinco mil quilómetros en-
tre Lisboa e Baku). Depois, por-
que terá de defrontar esta equipa
azerbaijana bastante limitado nas
suas opções, tendo de lidar com 11
ausentes, entre lesionados (Raphi-
nha, Ristovski, Montero e Battaglia),
castigados (Mathieu e Acuña) e os
que não foram inscritos para jogar
na Europa (Marcelo, Lumor, Bruno Marcel Keizer vai estrear-se pela qual o holandês não chegou a mas para nós é importante fazer um
Estádio Olímpico de Baku 17h55
César, Misic e Castaignos). como treinador do Sporting fazer uma época completa no Ajax. Azerbaijão SIC
bom jogo”, diz o técnico holandês,
Se as numerosas ausências fize- num jogo das competições Falhou na terceira pré-eliminatória que só tem elogios a fazer ao seu ad-
ram com que Keizer tivesse de com- europeias da Liga dos Campeões em 2017-18 Qarabag 4-2-3-1 versário de hoje e a quem o Sporting
por a convocatória com três joga- graças a dois empates com o Nice já ganhou em Alvalade por 2-0 na
dores da equipa sub-23 (o guarda- (2-2 em Amesterdão e 1-1 em França) Vagner jornada de abertura do grupo. “Am-
redes Diogo Sousa, o lateral Thierry e, depois disso, falhou no acesso à Huseynov Guerrier bas as equipas jogam para a ganhar.
Correia e o central Tiago Djaló, para fase de grupos da Liga Europa, com Guseynov Rzeznickzak Claro que conhecemos o Qarabag,
além de Miguel Luís, que já fez dois uma dupla derrota com os norue- vi três jogos, têm um futebol mui-
Michel Garayev
jogos a titular, um deles em Londres gueses do Rosenborg. to bom, moderno e com um bom
frente ao Arsenal), não deverão im- A entrar agora nas três semanas Abdullayev Ozobic contra-ataque”, explicou.
Madatov
plicar grandes mudanças no “onze” de trabalho em Alvalade, Keizer Emeghara
Ainda sem tempo suficiente pa-
em relação ao jogo da Taça de Por- continua a mostrar-se como um ra deixar a sua marca, Keizer diz
tugal frente ao Lusitano de Vilde- homem de poucas palavras e ideias que ele e os jogadores já se vão co-
moinhos e que marcou a estreia do simples, pelo menos para o exte- Bas Dost nhecendo melhor. “Claro, quando
Nani Diaby
holandês no banco “leonino” com rior. Mas a sua mensagem é a mes- B. Fernandes se trabalha mais tempo, conheço
um triunfo por 4-1. Apenas a entra- CLASSIFICAÇÕES ma desde que chegou: ganhar, jogar
Gudelj Wendel
melhor os jogadores. Aprendemos
da de André Pinto para o lugar de bem e sem pensar muito numa pos- Jefferson
uns com os outros todos os dias”,
Grupo E Bruno
Mathieu é expectável. sível ajuda do Arsenal nas contas do André Pinto Coates Gaspar frisou o holandês, dizendo que gos-
Qarabag-Sporting hoje, 17h55, SIC
Este será apenas o quinto jogo de Vorskla Poltava-Arsenal hoje, 17h55, SP-TV2
grupo. “Queremos ganhar o jogo e tou de coisas no jogo da Taça, mas
Marcel Keizer nas competições eu- J V E D G P
esperar que seja com bom futebol. Renan que há coisas a melhorar: “Falei
ropeias e não se pode dizer que o 1. Arsenal 4 3 1 0 8-2 10 Mas a primeira coisa que queremos com eles sobre o que precisamos
seu registo seja particularmente bri- 2. Sporting 4 2 1 1 4-2 7 fazer é ganhar. Estamos focados em Sporting 4-3-3 de melhorar.”
lhante. Aliás, o que fez nas compe- 3. Vorskla Poltava 4 1 0 3 4-7 3 nós. Queremos jogar bem. Se tiver-
4. Qarabag 4 1 0 3 1-6 3 Árbitro: Petr Ardeleanu Rep. Checa
tições europeias foi parte da razão mos ajuda do Arsenal, é bem-vinda, mvaza@publico.pt
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Breves
Futebol
UEFA avança com
processos contra
Ajax e AEK
A UEFA abriu ontem
procedimentos disciplinares
contra Ajax e AEK, após os
incidentes ocorridos no jogo
de terça-feira, da Liga dos
Campeões. O Ajax já estava
sob alçada da UEFA devido
a incidentes em Lisboa,
aquando da visita ao Benfica,
na ronda anterior do Grupo F
da Champions. As infracções
serão julgadas pela Comissão
de Controlo, Ética e Disciplina
da UEFA a 13 de Dezembro.
Voleibol
Benfica em vantagem
para seguir em frente
na Taça Challenge
O Benfica venceu ontem os
gregos do Iraklis por 3-0, em
partida da primeira mão dos
16 avos-de-final da Challenge
Cup. No Pavilhão n.º 2 da Luz,
os “encarnados” impuseram-
se com os parciais de 25-15,
25-23 e 25-23. A segunda
mão joga-se na Grécia, a 6
de Dezembro. Caso passe
esta eliminatória, o Benfica
encontrará nos oitavos-de-
final o vencedor do confronto
Zalau-Steaua Bucareste.
Andebol
Sporting com vitória
sofrida frente ao
Belenenses
O Sporting derrotou ontem
o Belenenses, no pavilhão
Acácio Rosa, por 30-31, depois
de ter estado a perder 30-29.
Nos últimos dois minutos, com
golos de Carlos Carneiro e do
sérvio Ivan Nikcecic, os verde-
e-brancos deram a volta e
conseguiram os três pontos no
jogo que abriu a 12.ª jornada
do Campeonato Nacional de
andebol.
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 41
Carlsen e Caruana lutaram pela coroa do xadrez Mundial
Carlsen prolonga
para sete anos o seu
reinado mundial
Xadrez
Jorge Guimarães
O norueguês renovou o
título mundial de lentas
após ter derrotado Caruana,
mas só no desempate... em
partidas semi-rápidas
O norueguês Magnus Carlsen reva-
lidou o título mundial absoluto de
xadrez ao vencer o norte-americano
Fabiano Caruana, por 3-0, no desem-
pate das partidas semi-rápidas, que
se realizou ontem, em Londres. Foi
a terceira vez que Carlsen defendeu
com sucesso o título, que detém
desde 2013 quando destronou o seu
antecessor, o indiano Viswanathan
Anand, adversário que voltaria a ven-
cer no ano seguinte — em 2016 supe-
rou o russo Sergei Karjakin, também
no desempate.
Num encontro previsto à melhor
de 12 partidas em ritmo clássico, um
novo recorde em campeonatos mun-
diais foi batido, quando nenhuma
partida terminou decisivamente. Mas
não porque a procura de desequilí-
brios não tivesse ocorrido, nem por
falta de combatividade. Aliás, o ní-
vel de complexidade de algumas das
partidas foi de tal maneira elevado
que os analistas achavam impossível
que um erro importante não surgis-
se, como aconteceu, por exemplo,
na 10.ª partida, quando nem os co-
mentadores, apoiados pelos podero-
sos programas informáticos, conse-
guiam descortinar os caminhos mais
adequados perante a confusão que
grassava no tabuleiro.
Apenas por duas vezes a possibi-
DESPORTO
FACUNDO ARRIZABALAGA/EPA
SÉRIE ESPECIAL
A EUROPA QUE CONTA
Como o
Parlamento
Europeu
e a União
Europeia
influenciam
a vida diária
dos cidadãos?
lidade de vitória se vislumbrou. Na
primeira, quando Carlsen teve uma Vamos discutir o presente e antever
o futuro da União Europeia a partir
possibilidade de desferir um golpe
de uma memória comum.
fatal, e na sexta, quando Caruana
não encontrou a continuação que E há mitos a desconstruir.
lhe poderia ter dado a vitória.
Segundo o regulamento tinha de ATÉ 10 DE MAIO
recorrer-se ao sistema de desempate
com ritmos de reflexão mais reduzi-
dos, mas aqui a superioridade teórica
de Carlsen era flagrante, pois o norte-
americano ao longo da sua carreira
nunca conseguiu ter desempenhos,
nas semi-rápidas ou nas partidas re-
lâmpago, semelhantes aos obtidos no
ritmo mais tradicional. Com apenas
25 minutos para toda a partida, com
acréscimo de 10 segundos por cada
movimento efectuado, começava-se
a série de quatro partidas de desem- Série completa em
pate e logo na primeira a mestria de publico.pt/europa-que-conta
Carlsen permitiu-lhe concretizar a
vantagem mínima com que esta se
iniciara. A diferença de mais de 150
pontos no ranking nesta variante da
modalidade, fazia-se sentir.
Na segunda partida, Caruana jo-
gou de brancas, mas cometeu uma
série de imprecisões e foi varrido do
tabuleiro em apenas 27 lances.
Caruana tinha que vencer as duas
partidas restantes, para levar a luta
para as partidas relâmpago. Mas a
Carlsen bastava agora o empate e,
jogando de brancas, aplicou nova
derrota ao norte-americano, termi-
nando a luta.
Como prémio de consolação, Ca-
ruana dividiu o prémio pecuniário
de 1 milhão de dólares (cerca de 880
mil euros) na proporção de 55%-45%
em vez dos 60%-40% que estava es-
tabelecido caso a decisão tivesse
ocorrido durante a fase clássica do
confronto.
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42 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

ESPAÇO PÚBLICO
Marcelo Rebelo de Sousa lançou a questão,
anteontem, na atribuição dos Prémios
Gazeta de jornalismo: a crise desta indústria
é também uma crise da democracia, pelo que o
Estado deve ou não deve intervir? O Presidente da
República remeteu a questão para o Parlamento,
e os partidos já responderam. PS, CDS e BE, face
à “crise profunda” do sector, são favoráveis a uma
eventual intervenção do Estado na comunicação
Marcelo Rebelo de Sousa social. Como? Eis a questão. A.C.
A mulher mais poderosa da política norte-
-americana provou mais uma vez que o
dia da sua reforma só chegará quando ela
quiser. Nancy Pelosi, 78 anos, aplacou um ataque de
alguns sectores do Partido Democrata e foi indicada
para speaker da Câmara dos Representantes
pelos seus colegas de partido. Apesar das críticas
internas, deverá confirmar a vitória a 3 de Janeiro,
quando os congressistas dos dois partidos forem
Nancy Pelosi chamados a votar. A.M.

A imprensa e o risco das ajudas do Estado

deste ponto estão condenados a
decorrer em terreno minado. Porque
se o jornalismo é uma função tão
nobre que até merece protecção
constitucional, o perigo de essa
Manuel Carvalho protecção ser exercida pelo Estado
Editorial ameaça a independência que o torna
qualidade estão garantidas pela acção
da imprensa privada. Mas, como
dizia o Presidente, acreditar que o
modelo de negócios que sustentou
a liberdade dos media no passado é
válido é um absurdo acto de fé. Os
jornais estão numa crise profunda e,
subscreverem jornais. Ou recorrendo
ao modelo do Canadá, que concede
descontos fiscais a quem assinar
jornais, incentivos a privados que
financiem os media (nota: o PÚBLICO
é propriedade do grupo Sonae) ou
criando contratos-programa para

O
Presidente da República fez
bem ao chamar a atenção para
a “situação de emergência
da comunicação social
em Portugal”, porque os
problemas da imprensa não são
apenas problemas dos jornalistas:
são, como sublinhou Marcelo Rebelo
de Sousa, “problemas democráticos,
problemas de regime”. Mas se o
diagnóstico é correcto e o apelo a
uma terapia uma necessidade, todos
os debates que se façam a partir
útil. Porque se há jornais ou canais
de televisão que obedecem à lei da
imprensa e ao código deontológico,
há outros jornais e televisões que,
tendo todo o direito a existir, se
especializaram em devassar a
vida privada ou em alimentar o
sensacionalismo.
Por definição, o jornalismo é
contrapoder e não deve depender do
Estado. Por definição, o jornalismo
é um serviço público que deve ser
financiado pelos cidadãos — a RTP e
a Lusa são excepções cuja isenção e
se os melhores hão-de sobreviver, a
perda da diversidade de visões sobre
o país e o mundo causará a prazo
danos profundos no pluralismo e na
democracia. É por isso que não se
pode excluir o Estado do problema,
desde que se lhe retire o poder de
decidir quem merece ou não merece
subvenções públicas.
E como? Pegando na sugestão
da investigadora Felisbela Lopes
e investindo mais na educação
para os media ou dando meios
a departamentos públicos para
bolsas de investigação jornalística
geridas por entidades independentes.
Se é importante colocar o problema
da crise da imprensa na agenda e
defini-la como um problema para
a democracia, era bom que, desde
o início, se determinasse que o
Estado pode e deve ter um papel
a desempenhar desde que seja
indirecto. O jornalismo dependente
da esmola do poder político jamais
poderá ser jornalismo.
manuel.carvalho@publico.pt

As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: cartasdirector@publico.pt
Telefone: 210 111 000
CARTAS AO DIRECTOR
Ana Rita Cavaco
está feliz
A bastonária da Ordem dos
Enfermeiros está contente e
feliz porque, com “absoluta
certeza”, disse ela, as mais de
2000 cirurgias que não se têm
realizado desde 22 de Novembro
em consequência da greve nos
blocos operatórios, greve essa
subsidiada não se sabe bem
por quem, não poderão ser
reprogramadas nos próximos
anos. É verdade que poderá
haver algum exagero por parte do
primeiro-ministro relativamente
à abordagem da estrutura das
carreiras dos enfermeiros, é
verdade que o direito à greve
foi uma das grandes conquistas
da Revolução de Abril, mas, por
vezes, um pouco de bom senso
na abordagem das situações e
nos comentários proferidos não
ficavam nada mal à bastonária
da Ordem dos Enfermeiros,
até porque, no final, os únicos
prejudicados são, na realidade,
as pessoas doentes.
Manuel Morato Gomes,
Senhora da Hora
Venda da Herdade
da Comporta
Este processo é uma vergonha
desde o início até ao fim. É
só mais uma história triste de
como os negócios são feitos em
Portugal. Toda a gente prestou
vassalagem ao consórcio Berda-
Amorim, que passou por cima de
tudo e de todos descaradamente:
conseguiu mandar um processo
abaixo, conseguiu que se
lançasse um novo processo,
ironicamente é o único a entrar
e ainda compra por mais barato
do que o valor proposto e
rejeitado em assembleia geral
anterior. E ninguém se indigna,
ninguém acha estranho, ninguém
contesta. E ninguém reage aos
ambientalistas. E ninguém
reage a nada... Fecham todos
os olhos alegremente. E assim
vai Portugal, como sempre, a
vender-se sem pudor aos ricos e
poderosos.
Pedro Levy Silva
Na dúvida, inquira-se
Carlos Alexandre vê-se envolvido
num processo disciplinar
instaurado pelo Conselho
Superior de Magistratura. É justo?
Bem, para se abrir um inquérito
não tem de estar em causa, em
princípio, qualquer questão
punitiva, basta que haja dúvidas.
E, de facto, as declarações do juiz
à RTP, em Outubro, levantaram
dúvidas sobre se a atribuição
da instrução da Operação
Marquês ao juiz Ivo Rosa não
teria sido “manipulada”. É isso
que vamos saber com todas as
certezas, espera-se. A chegar-
se à conclusão de que Carlos
Alexandre insinuou que há
máculas no processamento da
escolha, então isso levanta duas
outras questões. A primeira é
a de que foi legítimo à defesa
de Sócrates ter invocado o
mesmíssimo argumento quanto
à primeira atribuição a Carlos
Alexandre da fase de inquérito
do processo. A segunda é a de
que a sua posição indicia um
desejo individual — ilegítimo
porque a justiça não deve ser
administrada por impulsos
pessoais — de continuar a
conduzir o processo nas
fases seguintes. Só faltaria
que, à moda de Sérgio Moro,
também quisesse ser o juiz do
julgamento, se vier a existir.
Porquê e para quê?
José A. Rodrigues,
Vila Nova de Gaia
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Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 43

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

O despacho do Ministério do Trabalho e da O Tribunal da Relação de Lisboa atribuiu a

Segurança Social que aplica ao Montepio as
novas regras da legislação mutualista deverá
ser publicado esta semana. As novas regras podem
pôr em causa uma eventual tomada de posse de
Tomás Correia, caso este vença as eleições do
próximo dia 7, uma vez que o mesmo é alvo de vários
processos de investigação por parte do Banco de
Portugal e pelo Ministério Público. A decisão é tardia,
Vieira da Silva mas ainda assim é anterior ao acto eleitoral. A.C.
Ivo Rosa, responsável pela fase de instrução
da Operação Marquês, vários erros na
forma como ilibou um suspeito de terrorismo
internacional. Os desembargadores alegam que
Ivo Rosa considerou inócuos muitos dos indícios
apresentados pelo Ministério Público contra
Abdesselam Tazi, um marroquino sobre o qual recaía
a suspeita de pertencer ao Daesh e que se encontra
Ivo Rosa detido na cadeia de Monsanto. A.C.

ESCRITO NA PEDRA
Quando a imprensa não fala, o povo é que não fala.
Não se cala a imprensa. Cala-se o povo
Comece-se
William Blake (1757-1827), poeta e pintor por isto
SEM COMENTÁRIOS VATICANO
ETTORE FERRARI/EPA

EM PUBLICO.PT
Queremos animais a
fazerem-nos companhia
também no escritório?
Quando as empresas dão trela aos animais
dos colaboradores, a produtividade e o
bem-estar podem aumentar, dizem alguns
estudos. Em Portugal, a tendência ainda é
tímida, mas há já empresas e câmaras que
adoptaram cães e gatos — que ficam lá
dentro após o fim do dia de trabalho.
publico.pt/p3
Youtuber português lança
crítica viral à directiva
de direitos de autor
O vídeo de Paulo Borges, conhecido como
“Wuant” no YouTube, correu a Internet. Mas
é também um exemplo da complexidade
do que está em causa e um alerta para as
consequências das novas regras para o
digital que estão a ser discutidas na União
Europeia.
publico.pt/tecnologia
A Internet está de olhos postos
em Knickers, o boi que não
cabe nos matadouros
Com 1,94 metros e cerca de 1,4 toneladas,
Knickers é, provavelmente, o maior boi da
Austrália. Os seus atributos físicos fazem
com que não caiba nas celas e salvaram-
-no do matadouro. É a nova celebridade
da Internet.
publico.pt/p3
D
Miguel Esteves Cardoso
Ainda ontem
aniel Correia deixou-nos o
seguinte comentário a propósito
da poluição dos motores Diesel:
“Tenho um carro antigo a
gasóleo... se o converter para
eléctrico (sim, é mais fácil do
que parece), não há como
legalizá-lo para circular. Não
há encaixe na actual legislação.
Podia-se começar por aí.”
Saúde-se, para já, a proposta concreta por
onde começar. É fácil, é viável e é urgente.
Dizem-me que não custa mais de 10 mil
euros e que este preço tenderá a baixar
dramaticamente à medida que as conversões
forem aumentando.
Comparado com o preço dos mais baratos
carros eléctricos é muito tentador. Para
começar, como muito bem sugere Daniel
Correia, é preciso legislar para haver um
rápido enquadramento legal, de maneira a
poderem circular sem problemas.
O Estado deveria incentivar estas
conversões: cada carro diesel (ou a gasolina)
que se converte é um motor poluidor a
menos.
Mas, lá está, mesmo que não queira entrar
com nenhum, o mínimo que pode fazer é
despachar a legislação e oferecer os custos
do processo de legalização. A ideia seria
qualquer coisa como: “Electrificou o seu
automóvel? O resto é connosco.”
É estranho que o processo de conversão
seja fácil, mas que o castigo de quem teve
o cuidado e o bom senso de converter
seja andar aos caídos, de repartição em
repartição, à procura duma legalização
que se torna cada vez mais morosa e
complicada.
A conversão eléctrica é uma maneira de
aproveitar um automóvel doutro modo
obsoleto, tornando-o pronto para um longo
futuro. Comece-se já por facilitá-la.
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44 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018

ESPAÇO PÚBLICO

Foi você que pediu 90%

do Programa de Governo?
ANDRÉ RODRIGUES

N
Susana Peralta
Jano
a segunda-feira, o Governo
divulgou o documento de
balanço dos primeiros três
anos, em que afirma que
90% das 1100 medidas do seu
programa foram “iniciadas”.
A contabilidade legislativa
à peça teve o seu apogeu
no documento A Gestão do
Programa de Ajustamento: 1000
Dias, 450 Medidas Cumpridas, apresentado
pelo então secretário de Estado Carlos
Moedas com a seguinte frase memorável:
“Cumprimos mais de 400 medidas de
reforma contidas no memorando de
entendimento (...). É mais ou menos o
Governo ter a capacidade de adotar uma
média de três medidas por semana.” É
extraordinário! Três medidas por semana!
Governantes incansáveis que implementam
medidas à segunda, quarta e sexta, e
encerram para descanso do pessoal à terça
e quinta-feira.
Mas que 450 medidas são estas? Por
exemplo, “solicitar aos bancos que
apresentem, até final de Junho de 2011,
planos de financiamento específicos, que
permitam a cada instituição alcançar uma
posição de financiamento estável com base
no mercado”, mas também esta outra, em níveis de rendimento, com e sem filhos, aprovar um novo implante para corrigir como foram tratadas as doentes com
tudo diferente da anterior, e curiosamente com um ou dois adultos? Em vez de a incontinência, tendo inventado um implantes recentemente retirados do
implementada no mesmo trimestre: quantificar o progresso da justiça fiscal, o dossier clínico que dizia que não havia mercado, como o bloqueador de trompas
“Solicitar aos bancos a apresentação, Governo contentou-se pelo exercício mais dados que suportassem a segurança Essure, em 2017, ou os tristemente
até final de Junho de 2011, de planos que fácil e menos interessante de quantificar do produto e que uma em cada três famosos implantes mamários PIP, com
descrevam como tencionam atingir os legislação iniciada. mulheres teria complicações. O implante tendência para rotura, em 2012. Mas nada.
novos requisitos de capital através de No rescaldo das revelações da não era mais do que uma parte de um Tragicamente, este apelo à tranquilidade
soluções de mercado.” Temos também, no investigação The Implant Files, o Infarmed saco de supermercado. Ainda assim, três acontece uma semana depois de uma teia
3.º trimestre de 2011, “Aprovar os Estatutos apressou-se a organizações que aprovam implantes na de irresponsabilidades, desde a autarquia
do Conselho de Finanças Públicas”, Está na hora divulgar em Europa estavam preparadas para autorizar ao Governo central, ter levado à derrocada
para mais tarde, em Fevereiro de 2012,
encontrarmos “Assegurar operacionalidade
de parar de comunicado que
os portugueses
a comercialização.
O Infarmed afirma que, “na realidade
mortal de uma estrada em Borba. O que
não tranquiliza ninguém.
do Conselho de Finanças Públicas”. tratar as “podem estar portuguesa, são muito raros os problemas Isto pode parecer um detalhe, mas não
O documento-balanço desta semana
refere a “introdução de maior justiça
portuguesas e tranquilos”
relativamente a
reportados”. Mas serão raros porque não
existem ou porque não há mecanismo
é. A OCDE publicou em março de 2017 um
relatório intitulado Trust and Public Policy:
fiscal”, com, entre outras medidas, “a os portugueses implantes médicos de reporte? A segunda opção é a mais How Better Governances Can Help Rebuild
recuperação da cláusula de salvaguarda com condes- perigosos. Acontece provável. A Austrália é o único país a ter um Public Trust. Um dos fatores determinantes
do IMI, a substituição do quociente que a introdução registo nacional de implantes mamários, na relação de confiança entre a população
familiar pela dedução fixa por filho”. Mas cendência de implantes no com o objetivo de identificar problemas e o governo é a abertura (em inglês
quantas famílias foram abrangidas pela mercado obedece pós-implante no corpo das pacientes. No “openness”), que a OCDE define como “dar
salvaguarda do IMI? Que percentagem do em toda a Europa — Reino Unido, existe um site para reporte aos cidadãos informação útil acerca do que
seu rendimento representou este alívio incluindo Portugal de problemas com medicamentos e afins o governo está a fazer”. A palavra-chave
fiscal? Quantas crianças, e de que estratos — a critérios (https: aqui é “útil”. Está na hora de parar de
sociais, ganharam, e que outras perderam, bastante laxistas. O /yellowcard.mhra.gov.uk) que inclui tratar as portuguesas e os portugueses com
com a suspensão do quociente familiar? jornalista holandês explicitamente a opção “medical device condescendência.
E que tal um gráfico com o rendimento Jet Schouten adverse incident”. Na falta de um registo
bruto e líquido de famílias com diferentes tentou, em 2014, deste tipo, o Infarmed podia ter dito Professora de Economia na Nova SBE
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Um “irritante” que ainda “Queres fiado? Toma!”
sangra em Angola
N O
Nuno Pacheco
Em Público
ão se sabe bem porquê, mas a
palavra pegou. Há um problema
entre Portugal e Angola? Não,
há um “irritante”. À falta de
melhor, esta palavra começou
a designar tudo. Não como
adjectivo (o que incomoda
ou exaspera), mas como
substantivo, provavelmente
procurando o seu parente
jurídico próximo, o “írrito”, algo “sem efeito,
sem validade”, segundo os dicionários.
Por isso, se há um “irritante” (chamemos-
lhe assim), poderá ser “irritável”, ou seja,
seguindo o significado jurídico da palavra,
poderá ser anulado. Neste caso, porém, o
“irritante” é outro. Que não se interpõe na
diplomacia, mas sangra em Angola.
Trata-se do 27 de Maio de 1977, esse
período sangrento do qual ainda não se fez
o devido luto, nem se tiraram as necessárias
lições. Há livros, artigos, testemunhos,
feridas abertas que ainda não sararam,
mas a título oficial reina o mais absoluto
e incómodo silêncio. Que, como devem
ter reparado, foi quebrado por estes dias,
em Portugal, durante a visita oficial do
novo Presidente angolano, por uma jovem
cidadã angolana cuja vida está ligada a esses
trágicos acontecimentos: o pai foi fuzilado,
na sanha persecutória desses dias em
que tudo valia (torturas, espancamentos,
execuções) contra um fantasma chamado
“fraccionismo”.
Antes da visita, a jovem em causa, Ulika da
Paixão Franco, enviou uma carta à imprensa
sugerindo que alguém perguntasse ao
Presidente angolano se tencionava “pedir
desculpas aos órfãos, vítimas e familiares do
27 de Maio que foram obrigados a fugir do
seu país, deixando as suas casas e haveres
na sequência deste acontecimento”. Mas
acabou por ser ela própria a interpelar João
Lourenço, na entrevista colectiva que este
concedeu num hotel lisboeta, no dia 24 de
Novembro. Quanto uma jornalista da TSF
fez uma pergunta sobre o 27 de Maio, Ulika
levantou-se e pediu: “Posso ler o poema pela
alma do meu pai?” Um assessor interpelou-a:
“Ulika, peço desculpa mas não é o momento
certo.” O Presidente, esse, foi mais cordato.
Pediu que a deixassem falar, embora
adiantasse: “Podemos fazê-lo fora daqui.
Aqui, estão jornalistas para fazer perguntas.”
O 27 de Maio, disse o Presidente, é “um
dossier delicado” que ainda representa
“feridas profundas”. Ulika pediu, de novo,
permissão para ler o poema. “Não permito,
peço desculpa”, respondeu João Lourenço.
Que até poderá ter outro olhar sobre o 27
de Maio, porque a sua mulher, Ana Dias
Lourenço, foi detida nesse período infame,
embora tenha sido ilibada e libertada.
A história de Ulika contou-a ela,
detalhadamente, em carta enviada aos
representantes das repúblicas de Portugal
e de Angola e que também distribuiu
à imprensa. Resume-se assim: nascida
em Luanda, em 6 de Abril de 1976, veio
para Portugal com a idade de 14 meses,
“com apoio de estranhos e de forma
clandestina”, já que a mãe se encontrava
vigiada e com liberdade condicionada
após o “desaparecimento” do pai (que fora
fuzilado). Veio com problemas de saúde
graves, foi seguida por médicos, recuperou
com dificuldade e a mãe acabou por se lhe
juntar quando conseguiu um salvo-conduto,
não mais voltando a Angola. Ulika formou-
se, trabalha em Portugal, vai regularmente a
Angola (escreve que um dia lá ficará, “para
morrer no país que me viu nascer”) mas
insiste num ponto: quer “depositar lírios”
no país onde estão
as memórias e
vivências espirituais
do seu pai, quer
que a mãe ouça um
Ulika queria pedido de desculpas
formal, quer ver a
um pedido de família recuperar
desculpas e, o bom nome e
não voltar a ser
ironicamente, apelidada, quando
até teve dois. vai a Angola, como
Mas para o 27 de “a portuguesa filha
do fraccionista”.
Maio continuar Ulika da Paixão
silenciado Franco queria um
pedido de desculpas
em Angola e, ironicamente,
até teve dois.
Mas nenhum
correspondeu
ao seu desejo,
pelo contrário.
Polidamente,
afastou-se o
“irritante”. Dois dias depois, o Jornal de
Angola publicava uma entrevista com Ulika
afirmando que ela verá com esperança a
mudança operada em Angola e citando-a
em seguida: “Por isso é que tive a coragem
de falar com o comandante” (assim chamou
ao Presidente angolano). Ainda segundo o
jornal, e a par de um pedido de desculpas
aos familiares do 27 de Maio (o que
competiria ao Presidente), Ulika sugere que
“se construísse um memorial, um jardim
com os nomes dos mortos nas árvores, para
que as crianças conhecessem a história”.
Será preciso esperar muito para que em
Angola se viva um momento assim?
Jornalista. Escreve à quinta-feira
nuno.pacheco@publico.pt
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 45
ESPAÇO PÚBLICO
o meu antigo professor de Teoria da Notícia,
Sónia Sapage Nélson Traquina. Mas se está frustrado,
Visto daqui vamos deixá-lo dependente do Estado, que
hoje ainda não é populista (em Portugal),
Presidente da República está mas pode vir a sê-lo?
preocupado com a sobrevivência O argumento de que a imprensa frágil cria
da imprensa enquanto espaço fenómenos populistas não será também
de liberdade, informação e válido para manter a “mão invisível” do
democracia. Eu também. Estado (que em vários Estados europeus
O Presidente acha que há uma até já é populista) longe da comunicação
crise grave e global que está “a social? Vale a pena trocar umas ideias sobre
criar problemas já democráticos, o assunto. A operação de salvação nacional
problemas de regime”. Eu de Marcelo Rebelo de Sousa é moderada —
também. pequenas medidas como o porte pago — e
O Presidente defendeu, há dois dias e com é importante sobretudo porque lança o
todos os cuidados, um acordo de regime debate e exige uma reflexão atenta sobre a
para uma intervenção transversal do Estado democracia que, a nível mundial, não está no
na comunicação social através de pequenas seu ponto alto.
medidas. Eu agradeço-lhe o cuidado. Quanto à crise dos media, a culpa é nossa
A solução não é nova — a fórmula do acordo também, que transformámos as notícias
de regime é. Há quem defenda que o Estado pagas do papel em ofertas digitais. Que nos
tem de cumprir a função de manter viva a iludimos a pensar que podíamos oferecer
imprensa, evitando a sua dependência face no online o que os
aos poderes económicos instalados, aos leitores do papel já
interesses pessoais ou empresariais. Tudo tinham pago. Só que
porque o financiamento do sector se tornou o online evoluiu, a
uma verdadeira dor de cabeça desde o exigência aumentou,
advento da informação digital gratuita.
A intervenção do Estado — sem falar
O quarto poder muitos dos leitores
deixaram o papel
em nacionalização — surge como uma está frustrado, e passaram para as
alternativa condigna, nas palavras de Marcelo como antevia, plataformas digitais
Rebelo de Sousa. “A grande interrogação (é verdade que
que eu tenho formulado a mim mesmo é a em livro, o nunca como agora
seguinte: até que ponto o Estado não tem meu antigo se leram tantas
a obrigação de intervir?”, questionou-se
o Presidente durante uma cerimónia em
professor notícias) e deixaram
de pagar pelo nosso
que são distinguidos os melhores trabalhos de Teoria da bem essencial: a
jornalísticos (e seus autores) do ano.
É fácil concordar com isto. Se o Estado
Notícia, Nélson informação credível
que tem de ser
“investe” milhares de milhões a salvar Traquina muito mais do que
bancos, se há orçamentos que se rectificam infotainment.
só para injectar dinheiro na banca, se a troika Agora, coabitamos
autoriza “linhas de crédito” especiais para ambos — informação
impedir a falência do sistema financeiro, não credível, mais séria
pode também haver apoios do Estado para do que sexy, com
salvar os media de uma crise que tem efeitos desinformação, mais
na própria democracia? O Presidente faz a sexy do que séria —
pergunta. Eu também. no mesmo espaço sideral e grátis. Aliás, não
Mas o Presidente acrescenta que vale a coabitamos, disputamos esse espaço. E, em
pena resistir e que só ganham os que resistem. muitos casos, o sexy está a ganhar (leiam-se,
E alerta para o ponto que precisamente me a esse propósito, os trabalhos que o Diário de
causa dúvidas. Diz ele que “a erupção do Notícias tem escrito sobre o assunto). Os sites
que se chama, para simplificar, populismos de desinformação não têm falta de leitores e
e outros fenómenos do género, além de a publicidade chega para os gastos — que são
causas económicas e sociais que dão lastro poucos, porque nunca há uma verdadeira
a isso”, assenta igualmente na “presente redacção a suportá-los e cujos ordenados,
debilidade crescente da comunicação social”, por mais baixos que sejam, seria preciso
que é, no fundo, “a debilidade crescente da pagar.
democracia”. Continuava a escrever linhas e linhas sobre
Ou seja, os populismos nascem quando este assunto, mas o essencial está dito. Na
a imprensa, tal como a economia, está imprensa, devíamos ter aplicado a máxima
enfraquecida e crescem porque as verdades de Bordallo Pinheiro ou do Zé Povinho.
alternativas e a desinformação falam mais alto “Queres fiado? Toma!”
do que a verdade informativa. Certo. O quarto
poder está frustrado, como antevia, em livro, Jornalista
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46 • Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
ESPAÇO PÚBLICO
“Tenho seis meses
de vida”
V T
Rute Agulhas
ivemos a mil à hora, numa
correria sem fim. Atrasados,
sem tempo, numa vida em que
tudo é urgente, tudo é para
ontem. “Não tenho tempo” é,
seguramente, a frase que mais
ouvimos. Da nossa boca e da
boca dos outros.
E queixamo-nos que não
temos tempo para os filhos,
para a família, para os amigos. Que
andamos há meses (ou anos) para ir ao
teatro ou ao cinema. Para ver um filme que
não seja da Disney! E queríamos ter ligado a
um amigo. Visitado um familiar. Queríamos
ter viajado. Queríamos ter feito coisas
diferentes. Queríamos ter feito a diferença
neste mundo.
Mas não fizemos. Porque não temos
tempo. Depois faço... Depois digo... Depois
vou... Depois, depois...
Neste contexto, proponho fazermos um
exercício de imaginação. Onde quer que
esteja, sente-se e feche os olhos. Devagar,
tente abstrair-se de tudo o que o envolve.
Respire fundo, mas mesmo muito fundo.
Isso... Agora, de olhos fechados e com a
respiração mais lenta, vamos imaginar.
Imaginar que alguém nos diz: “Tens seis
meses de vida.” Isso mesmo, temos apenas
seis meses de vida.
Com este cenário, vamos imaginar o que
pensamos e o que sentimos. Vá, eu espero...
Devagarinho, abrimos os olhos. Voltamos
a focar-nos no ambiente envolvente. O que
pensamos? O que sentimos? Que decisões
tomamos?
Pois é... custa imaginar isto. Mas penso
que às vezes faz falta. Rever o que fazemos
da nossa vida. O que fazemos na nossa vida.
O que fazemos com a nossa vida. E com
a vida dos outros. O que mudávamos? O
que faríamos? O que não faríamos? Quais
as nossas prioridades? A vida passa a
correr, dizemos muitas vezes. E, ao mesmo
tempo, o que fazemos para sentir que a
aproveitamos ao máximo?
Num dos seus muitos sábios
ensinamentos, Snoopy (pois é, um cão!)
diz-nos que não se vive apenas uma vez.
Vive-se todos os dias. A morte, sim, essa
apenas acontece uma vez. Mas tendemos a
esquecer-nos disso.
Se eu tivesse apenas seis meses de vida...
...dizia às pessoas de quem gosto o
quanto gosto delas.
...faria aquela viagem que prometi a mim
mesmo há tanto tempo.
...integrava uma missão de voluntariado,
como sempre desejei fazer.
...arranjava espaço dentro de mim para
o amor.
...ou não fazia nada de especial. Vivia.
Respirava e sentia o ar fresco da manhã.
Ouvia o mar e o canto dos pássaros.
Cheirava as flores e a terra molhada. Sentia
a chuva e o calor do sol. Observava as mil
maravilhas que existem à minha volta.
Sentia as pessoas de quem gosto e que me
fazem bem.
Aprendia a dar valor ao que tenho e a
quem tenho. Ao que sei e ao que não sei. A
tudo o que já vivi, mesmo às coisas menos
boas. Porque também essas fazem parte de
mim e me ajudaram a crescer e aprender.
Porque são essas situações menos boas
que nos ajudam a encontrar vantagens nas
desvantagens.
Quanta vezes minimizamos os aspectos
positivos da nossa vida, maximizando os
negativos? Quantas vezes catastrofizamos,
vemos o mundo a preto e branco, ou, pior
ainda, todo negro? Distorções na forma
de interpretar a realidade, que apenas
aumentam a probabilidade de perturbação
emocional.
Pensar que podemos ter apenas seis
meses de vida ajuda-nos a relativizar. Ora
vamos lá ver o que é importante, afinal. E o
que é totalmente secundário.
Existe uma pergunta que podemos fazer a
nós próprios e que nos ajuda neste processo
de relativização. Pensarmos tão-somente:
“Daqui a cinco ou dez anos, quão importante
será isto na minha vida?” E, não raras vezes,
percebemos que estamos a valorizar (ou
hipervalorizar) situações que não são assim
tão importantes...
Não temos apenas
seis meses de vida.
Acreditamos nós. E
fazer este exercício
A vida passa a imagético pode ser
correr, dizemos doloroso e fazer-nos
chorar. Pode activar
muitas vezes. E em nós emoções
o que fazemos negativas, é certo.
Mas talvez nos
para sentir que ajude, de quando
a aproveitamos em vez, a rever as
ao máximo
nossas prioridades,
as escolhas que
fazemos e os
caminhos que
percorremos.
Talvez nos ajude
a valorizar quem
temos e quem
somos. Que pensar
assim, ainda que num mero exercício de
imaginação, nos ajude a olhar a vida de
outra forma.
Psicóloga especialista em Psicologia
Clínica e da Saúde, Psicoterapia
e Psicologia da Justiça; docente e
investigadora no ISCTE-IUL
Fluxos emigratórios
consolidam tendências
MIGUEL MANSO
José Luís Carneiro
ive a oportunidade de visitar,
há dias, a Câmara Municipal da
Lourinhã, com a qual a Direção-
Geral dos Assuntos Consulares
estabeleceu um protocolo de
cooperação, tendo em vista a
criação de um Gabinete de Apoio
ao Emigrante naquele município.
Naquela ocasião, pude referir-
-me às tendências da emigração
portuguesa nos anos mais recentes. Sendo caracterizam hoje a nossa emigração. E
este um tema importante, e complexo, temos procurado criar novas soluções de
gostaria aqui de precisar alguns destes contacto com o nosso país, em áreas como
elementos, pelo interesse de que se a emergência consular, a aprendizagem
revestem. da língua portuguesa ou os apoios ao
De acordo com o INE, num período associativismo. O reforço dos serviços
de cinco anos, entre 2011 e 2015, 586 consulares figura, contudo, como a
mil portugueses saíram do país rumo ao prioridade, em virtude da elevada afluência
estrangeiro. Destes emigrantes, 59% são aos consulados verificada em 2017, com a
classificados como emigrantes temporários— realização de 2,1 milhões de atos consulares.
ou seja, são pessoas que saíram do país Noutro nível, é sabido que para além dos
por um período inferior a 12 meses. Esse apoios públicos já consagrados, o Orçamento
indicador inclusivamente exclui cidadãos do Estado de 2019 preconiza várias medidas
que saíram do país por motivos de negócios, novas, impulsionadas pelo primeiro-
estudo ou saúde. ministro, António Costa, e destinadas
Percebemos, portanto, que naquele a estimular o regresso de cidadãos
intervalo de cinco anos Portugal terá tido portugueses ao
346 mil emigrantes temporários, enquanto nosso país.
os emigrantes permanentes foram 239 mil. Conhecemos
É importante olharmos para estes as expetativas e
indicadores, porque ajudam-nos a perceber os anseios dos
uma mudança que, não sendo de agora, se Continuaremos portugueses
tem vindo a acentuar e que se relaciona com que, a partir do
a crescente mobilidade internacional dos a trabalhar estrangeiro,
portugueses. Os cidadãos já não emigram só para que equacionam
para regressar quando alcançam a reforma,
mas vão à procura de oportunidades de
cada vez mais regressar ao país.
E sabemos bem a
trabalho e experiências de vida em períodos portugueses, importância que
mais curtos. Os portugueses procuram
muito em particular o espaço europeu (oito
de todas a nossa diáspora
tem para o país nos
dos dez principais destinos da emigração as idades, planos cultural,
são europeus, havendo a juntar, nesta possam voltar científico, social
contabilidade, Angola e Moçambique). e económico,
Analisando os anos mais recentes, e ainda e reencontrar- até pela forma
de acordo com o INE, vemos que, em 2016, se com as suas como se insere
97 mil cidadãos portugueses emigraram,
tendo o número baixado para 81 mil em 2017.
raízes nas sociedades de
acolhimento.
Relevante é também o indicador que E se é verdade
nos diz que em 2017 o saldo migratório foi que hoje Portugal
positivo. Pela primeira vez, desde há vários oferece mais
anos, Portugal recebeu mais imigrantes do oportunidades
que os emigrantes que saíram do país. de investimento,
Realizamos um acompanhamento de emprego e de
permanente da nossa diáspora nos futuro para todos,
diferentes pontos do mundo e dialogamos continuaremos a trabalhar para que cada
com as entidades representativas, como vez mais portugueses, de todas as idades,
sejam os conselheiros das comunidades ou possam voltar e reencontrar-se com as suas
o Observatório da Emigração. Nos próximos raízes, caso seja essa a sua vontade e o seu
dias, inclusivamente, iremos conhecer os projeto de vida.
dados do Relatório da Emigração referente a
2017, produzido por aquele observatório. Secretário de Estado das Comunidades
Estamos atentos aos desafios que Portuguesas
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E que política de comunicação social?
Alberto Arons de Carvalho
Não faltam matérias que
deveriam constituir uma
H
prioridade das políticas
públicas para o setor
á alguns dias, foi publicado
neste jornal um artigo
da minha autoria sobre a
desvalorização a que os
últimos governos votaram a
política de comunicação social,
demonstrada pela limitada
estrutura da administração
pública que lhe tem sido
consagrada, mesmo se
considerarmos adequada a transferência
de parte dessas atribuições para a esfera de
intervenção do regulador, a ERC.
A questão pode ser colocada de outra
forma: existindo no setor um mercado
relativamente diversificado, um regulador
específico e uma vasta legislação, necessita
o país de uma intervenção mais ativa dos
governos na política para a comunicação
social, nomeadamente mediante uma
estrutura da administração pública com
maior dimensão?
A comunicação social atravessa, há vários
anos, uma fase de grandes mudanças nos
modelos de negócio, nas tecnologias de
difusão e de consumo e inevitavelmente no
seu quadro jurídico.
Em Portugal, estas mudanças agudizaram
a crise na generalidade dos grupos de
media. Os balanços anuais confirmam-no.
A propriedade de órgãos de comunicação
social tornou-se em demasiados casos uma
forma de ganhar influência social e política
com vista à obtenção de receitas noutras
áreas da atividade económica. No entanto,
a viabilidade e a saúde económica das
empresas de comunicação social, de âmbito
nacional, regional ou local, não é apenas um
problema para as empresas e para os seus
trabalhadores. Uma comunicação social
fragilizada constitui um limite ao pluralismo
e ao direito à informação dos cidadãos.
Neste novo contexto, o poder político não
pode ficar indiferente e inativo. Não faltam
matérias que deveriam constituir uma
prioridade das políticas para o setor.
A reanálise do regime de incentivos do
Estado à comunicação social, desde 1994
limitado à comunicação social regional e
local, é uma delas. O recente anúncio da
redução do IVA para jornais e revistas em
suporte digital constitui uma boa medida,
mas insuficiente. No entanto, não deveria
também ser ponderada a criação de um
incentivo à leitura de jornais de informação
Público • Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018 • 47
ESPAÇO PÚBLICO
JOANA GONÇALVES
operadores de distribuição por cabo, num
contexto de práticas comerciais agressivas,
como o demonstra o extraordinário número
de queixas depositadas na Anacom.
As instâncias europeias acabam de
concluir o longo processo de revisão da
Diretiva dos Serviços de Comunicação
Social Audiovisual. Os Estados europeus
dispõem agora de 21 meses para adequar
a legislação nacional às regras da diretiva.
Isso imporá uma vasta revisão da Lei da
Televisão e dos Serviços Audiovisuais a
Pedido, designadamente no que respeita à
sua extensão aos serviços de plataformas
de partilha de vídeos, aos limites horários à
emissão de publicidade, à liberalização da
colocação de produto e ao reforço do papel
das entidades reguladoras.
Esta reafirmação europeia do papel
determinante dos reguladores deveria
incentivar o Governo e o Parlamento a
geral através de benefícios fiscais nas empresas que, embora com a aparência de prepararem uma revisão do quadro jurídico
assinaturas das versões digitais ou em papel, órgãos de comunicação social, não estão da ERC, pelo menos em dois aspetos: alterar
como propuseram há dias sem êxito, no devidamente registadas — pelo menos em a forma de seleção do Conselho Regulador,
próprio grupo parlamentar, três deputados Portugal... —, não dispõem de estatuto ou, pelo menos, do seu quinto elemento,
do PS? editorial, não respeitam as regras jurídicas que, pela terceira vez e desde o primeiro
Em França, há cerca de uma década, o e deontológicas do jornalismo, nem estão mandato, resultou de um acordo político no
Estado oferece a todos os jovens, quando sujeitas à regulação do setor. O combate quadro parlamentar e não de uma genuína
completam 18 anos, uma assinatura a estes conteúdos — resisto a chamar-lhes escolha por parte dos outros membros
anual de um jornal à sua escolha. Haverá órgãos de comunicação... — não constitui do conselho, como a Constituição e a lei
outras modalidades de apoio possíveis e uma tarefa simples, uma vez que, embora estabelecem; e, tendo em conta as áreas
financeiramente comportáveis? Não deveria disponham de receitas de publicidade de de intersecção regulatória acrescidas pela
ser considerado prioritário, substituindo o empresas portuguesas, estes órgãos de fake extensão do quadro jurídico audiovisual
atual incentivo à modernização tecnológica, news foram artificialmente deslocalizados às plataformas de partilha de vídeos, o
apoiar as rádios de proximidade, através da para países fora dos quadros jurídicos reforço da articulação com o regulador das
empregabilidade de jornalistas e de outros português e europeu. No entanto, este comunicações, a Anacom.
profissionais, em detrimento daquelas que combate, mais eficaz no quadro da União Não ficaria por aqui o elenco de matérias
constituem um mero retransmissor de Europeia, já começou em alguns países das políticas para a comunicação social
emissões produzidas fora desse concelho e europeus. Portugal não pode ficar inerte, exigível no imediato ao poder político. Estará
integradas numa cadeia de rádios? Como se estando igualmente em causa uma saudável este munido dos meios indispensáveis para
poderá promover concorrência com os órgãos de informação uma resposta eficaz a estes desafios? A
uma inversão sujeitos às regras jurídicas e regulatórias do desvalorização das políticas de comunicação
da tendência de nosso país. Uma das medidas a tomar seria social, iniciada em fevereiro de 2015 com a
concentração seguramente a revisão da Lei de Imprensa extinção, pelo Governo PSD.
no domínio da de 1999, manifestamente desatualizada face CDS, do Gabinete de Meios de
Em França, o radiodifusão de ao mundo dos novos media. Comunicação Social, não foi corrigida pelo
âmbito local? O acesso dos cidadãos às diversas atual Governo. Pior do que isso, apesar da
Estado oferece A concorrência formas de distribuição de conteúdos tutela do setor ter sido transferida para
a todos os dos falsos media de comunicação social, tantas vezes a responsabilidade do titular da pasta da
jovens, quando deveria constituir
também uma
dificultado por monopólios ou oligopólios
que controlam e distorcem o mercado
Cultura que, de acordo com uma opção
acertada, tem tutelado o setor nos últimos
completam prioridade. Como em seu benefício, mereceria empenhada governos do PS, permanece na Presidência
18 anos, uma tem sido divulgado
— refira-se o
atenção do poder político. A criação de uma
plataforma de televisão digital terrestre
do Conselho de Ministros a reduzida direção
de serviços que substituiu aquele gabinete.
assinatura excelente trabalho que garanta o acesso universal a um leque Os desafios para o setor da comunicação
anual de um do jornalista alargado de conteúdos gratuitos, acrescida social são importantes, exigentes e
Paulo Pena! —, os de uma oferta complementar premium, complexos, mas não existe na administração
jornal cidadãos têm hoje integrada com soluções de portabilidade e pública um departamento que possa
acesso, sobretudo utilizações híbridas, favoreceria sem dúvida, oferecer o estudo, o conhecimento, a
através das redes como sucede nos restantes países europeus, capacidade e a memória documental
sociais, a conteúdos um cenário efetivamente concorrencial indispensáveis para essa resposta e que
informativos que obrigaria à segmentação das ofertas assegure essas competências para além dos
(tantas vezes (sobretudo de Internet) e à moderação ciclos políticos.
falsos...) difundidos de preços (desde 2010 a crescer acima da
por dezenas de média europeia) hoje praticados pelos Professor universitário
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Quinta-feira, 29 de Novembro de 2018
BARTOON LUÍS AFONSO
O RESPEITINHO NÃO É BONITO
O monopólio do protesto e a xanaxização
João Miguel Tavares
A
propósito do espírito de
tolerância e compreensão
que desabou em
Portugal no final de
2015, contrariando os
quatro apocalípticos
anos anteriores, eu afirmei num
dos meus últimos textos que
“a esquerda tem o monopólio
do protesto” no país — e que é
esse monopólio que justifica
esta espécie de adormecimento
generalizado, apesar dos erros
que têm sido cometidos pelo
actual Governo. Quando a
esquerda dorme, o país ressona, e
a xanaxização da pátria tem feito
maravilhas por António Costa.
Tantas maravilhas, aliás, que na
entrevista que deu na semana
passada à Agência Lusa, o actual
primeiro-ministro voltou a repetir
um desejo muito significativo:
ainda que o PS venha a ter
uma maioria absoluta, ele está
totalmente disponível para repetir
os acordos com a esquerda.
Claro que o efeito prático desta
Esta informação não dispensa a
consulta da lista oficial de prémios
intenção é nulo. Se o PS tiver
maioria absoluta, nem o PCP
nem o Bloco de Esquerda terão
qualquer espécie de interesse
em estar a fazer pactos com o
Governo, preferindo regressar à
velha lengalenga do PS-pratica-
políticas-de-direita. Mas o ponto
não é esse. O ponto é que nem
por um momento duvido da
sinceridade de António Costa —
se dependesse dele, continuaria
a fazer acordos com a esquerda
até ao final dos tempos, porque
o preço que pagou nos últimos
três anos por ter diminuído
o nível de gritaria no país é
uma pechincha tendo em conta
aquilo que recebeu em troca.
Já houve quem contrapusesse a
esta minha opinião uma estatística
pretensamente imbatível: houve
mais greves na função pública
durante a vigência do actual
Governo do que na do anterior. Na
verdade, isso só me dá razão — o
que interessa não é o que existe,
mas aquilo que parece existir.
E greves de baixa intensidade,
sem gritarias desmesuradas,
sem grandes protestos
em frente ao Parlamento,
sem grandoladas ruidosas,
sem numerosos sindicalistas
sofredores, sem alertas sobre
o caos nos hospitais ou sem
Totoloto
desfiles na Avenida da Liberdade
ao som de Os Vampiros, não
são a mesma coisa. É evidente
que as centrais sindicais não
podem eclipsar- -se durante
quatro anos; mas é igualmente
evidente que a sua postura nada
tem a ver com os tempos em
que Passos Coelho era primeiro-
ministro. Nem José Sócrates.
Nem sequer António Guterres.
Em troca dos acordos subscritos
com a esquerda, António Costa
recebeu um silêncio que lhe valeu
muitos pontos percentuais em
popularidade.
Dir-se-á: mas se o PCP e o
Bloco diminuíram a intensidade
Ao mostrarem-se
incapazes de ocupar o
espaço que PCP e Bloco
deixaram ao abandono,
a direita ficou não só
sem governo, mas
também sem oposição
5 25 28 35 48 5 1.º Prémio
E INSPIRE-SE NA EDIÇÃO DE DEZEMBRO
dos protestos, por que é que a
direita não ocupou o seu lugar?
A resposta é simples: porque não
o sabe fazer, nem tem estruturas
para isso. Existe uma rotina de
protesto que foi constituída e
alimentada durante 40 anos de
democracia. Os sindicatos têm
milhares de funcionários cujo
trabalho não é outro senão esse,
e os meios de comunicação social
têm formas de trabalhar que são
sempre iguais: directo à porta do
protesto, conversa previamente
combinada com o sindicalista
de serviço, números de adesão
estratosféricos, jornalistas a
debitar a cassete do trabalhador
oprimido, discussão do tema nos
canais por cabo à noite, e por
aí fora. Esta coreografia está
altamente rotinada e não é nada
fácil de quebrar. Se a esquerda não
dança, a comunicação social fica
sem par — e a direita não conhece
os passos. Esta foi a grande
fragilidade de PSD e CDS nos
últimos três anos. Ao mostrarem-
se incapazes de ocupar o espaço
que PCP e Bloco deixaram ao
abandono, a direita ficou não só
sem governo, mas também sem
oposição.
Jornalista
jmtavares@outlook.com
2.000.000€
Vitória e
Vieira juntos
discutem hoje
o futuro
Benfica
Jorge Miguel Matias
Luís Filipe Vieira e Rui Vitória vão
reunir-se hoje, no Centro de Estágios
do clube, no Seixal, para discutir o
futuro, confirmou ontem o PÚBLICO
junto de fonte oficial do Benfica. Em
causa está a continuidade do treina-
dor dos “encarnados”, depois dos
recentes maus resultados da equipa
de futebol e da crescente contesta-
ção dos adeptos ao técnico.
Ontem à noite, A Bola, avançava
mesmo que a decisão já estava toma-
da e que Rui Vitória iria deixar o clu-
be, informação que o PÚBLICO não
conseguiu confirmar. No caso da sa-
ída de Vitória se consumar, será um
volte-face em relação àquilo que Fi-
lipe Vieira tem dito reiteradamente.
No dia 30 de Outubro, o líder ben-
fiquista chegou mesmo a dizer, em
entrevista à TVI: “O Rui Vitória tem
feito um trabalho fantástico. Conse-
gue ter sempre equipas fantásticas,
competitivas, nunca esquecendo a
formação do Benfica. É o homem
certo para o projecto que o Benfica
quer. Por minha vontade garanto
que ele será o treinador até ao final
do seu contrato [2020]. Só se ele
não quiser ficar”, declarou Vieira.
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50
DESCONTO
EM CARTÃO