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INTRODUÇÃO
A nutrição mineral é essencial para o crescimento e o desenvolvimento das plantas,
tendo importância capital, tanto na ciência básica como na ciência aplicada.
Impressionante progresso tem sido feitos nesta última década, no entendimento dos
mecanismos de absorção dos nutrientes e suas funções no metabolismo das plantas.
Paralelamente, houve grandes progressos no aumento da produção das culturas pelo
suprimento mais racional dos nutrientes minerais às plantas.
A agricultura brasileira atravessa uma fase na qual, mais do que em qualquer época,
torna-se justificável todo e qualquer esforço para a verticalização da produção, objetivando
atingir ganhos em produtividade que permitam tornar o processo produtivo mais rentável, a
fim de que os agricultores continuem em suas atividades.
Neste contexto, entre outros fatores, as praticas da calagem e adubações assumem
lugar destaque, sendo responsáveis por cerca de 50% dos ganhos de produtividade das
culturas, necessitando, assim, serem feitas do modo mais eficiente possível. Para que esse
objetivo seja atingido, cabe ao agricultor a aplicação de conceitos básicos que envolvem a
eficiência dos fertilizantes e corretivos agrícolas e o comportamento desses no sistema solo
– planta – atmosfera, com o intuito de maximizar os retornos sobre os investimentos pelo
uso desses insumos.
Os vegetais, partindo do C, H e O retirados do ar e água e de nutrientes do solo,
com auxílio da luz solar, realizam a fotossíntese, formando, celulose, amido, açúcares,
gorduras, proteínas e vitaminas. Mas, se no processo fotossintético, faltar o suporte de
nutrientes, o resultado será a produção deficiente de uma série de compostos, resultando
em um mau desenvolvimento da planta, e conseqüente perda na qualidade de produção e
na produtividade.
Para dar o suporte necessário às plantas, para o seu perfeito desenvolvimento o elo
da cadeia produtiva que mais facilmente pode ser controlado e monitorado, já que foi
amplamente estudado é o dos nutrientes no solo, como a água, e os demais nutrientes
minerais, que são a forma em que são absorvidos pelas plantas.
Os nutrientes vegetais podem ser agrupados sob diferentes pontos de vista. Do
ponto de vista quantitativo os nutrientes são classificados como macronutrientes e
micronutrientes. Os nutrientes podem ser classificados de acordo com a função que
desempenham na planta, podendo ter uma função estrutural ou regulatória (Peres, s/d).
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Alguns macronutrientes possuem um papel estrutural e os micronutrientes estão mais
relacionados à ativação de certas enzimas, sendo esse um papel regulatório.
As plantas e os demais seres vivos são constituídos por alguns dos 89 elementos
químicos existentes na natureza (lembrar que dezesseis dos 105 elementos que constam na
Tabela Periódica são sintéticos). Apesar de mais de 60 desses elementos químicos já terem
sido encontrados nos vegetais, somente pouco mais de uma dezena é realmente essencial
para os mesmos. Contudo, faz se necessário saber o que torna um elemento químico
essencial para os vegetais. Podemos dizer que um elemento é essencial quando perfaz dois
critérios:
1) Faz parte de uma molécula que por si mesma já é essencial;
2) O vegetal não consegue completar seu ciclo de vida (que é formar semente
viável) na ausência desse elemento.
A demonstração da essencialidade desses 17 elementos foi gradual. Por volta de
1900, fisiologistas vegetais como Knop e Sachs estabeleceram que as plantas não
requeressem necessariamente partículas do solo, matéria orgânica ou microrganismos para
completarem seu ciclo de vida. Esses pesquisadores já sabiam que as plantas podiam
crescer em água com saís dissolvidos contendo N, P, K, S, Ca, Mg e Fe. Em 1923 já se
sabia que além dos macronutrientes e do Fe, quatro nutrientes a mais (Cu, Mn, Zn e B)
aumentavam o crescimento das plantas quando adicionados em pequenas quantidades. Em
1939, Arnon & Stout demonstraram que o Mo é essencial para plantas. Em 1954, com o
avanço das técnicas de purificação de sais e de cultivo hidropônico, descobriu-se a
essencialidade do Cl.
Quando analisamos a quantidade dos nutrientes minerais nos tecidos vegetais,
observamos que alguns deles estão presentes em maiores proporções que os outros. Essas
proporções dividem os nutrientes minerais em duas categorias:
· macronutrientes ou nutrientes necessários em grandes quantidades.
· micronutrientes ou aqueles necessários em pequenas quantidades.
A divisão entre micro e macronutrientes não tem correlação com uma maior ou
menor essencialidade. Todos são igualmente essenciais, só que em quantidades diferentes.
Uma conseqüência da essencialidade por igual dos nutrientes é a chamada "Lei do
mínimo" de Liebig.
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É necessário salientar, entretanto, que o uso eficiente desses insumos exige uma
diagnose correta de possíveis problemas de fertilidade do solo e nutrição de plantas antes
da ação da adubação ou correção do solo, de “per si”. Nesse contexto, a utilização das
seguintes “ferramentas” de diagnose é o primeiro passo para determinar o uso inteligente
dos fertilizantes e corretivos agrícolas. Análise de solos, análise foliar, teste de tecidos,
sintomas de deficiência de nutrientes, fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes e
históricos da área.
3. NUTRIENTES
Segundo a Legislação:
Nutriente: elemento essencial e/ou benéfico para o crescimento e produção dos vegetais;
Macronutrientes primários: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K);
Macronutrientes secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S);
Micronutrientes: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn),
Molibdênio (Mo), Zinco (Zn), Cobalto (Co) e Silício (Si).
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3.1 Macronutrientes Primários
Nitrogênio
• Faz parte da molécula de clorofila, indispensável à fotossíntese. Promove a coloração
verde das folhas.
• É integrante das proteínas vegetais.
• Auxilia na formação da folhagem.
• Favorece o rápido crescimento da planta.
Fósforo
• Faz parte dos compostos essenciais ao metabolismo vegetal (adenosinas, fosfolipídeos,
ácidos nucléicos, etc.), que participam de fenômenos importantes como respiração,
fotossíntese e comunicação genética.
• Estimula o crescimento e formação de raízes.
• Auxilia na floração e na formação das sementes.
• Acelera a maturação.
• Favorece o desenvolvimento das bactérias do solo.
• Melhora o valor dos alimentos e forrageiras.
Potássio
• Ativa as enzimas que atuam na fotossíntese, respiração, etc.
• Auxilia na formação de amidos e açúcares.
• Dá vigor às plantas, aumentando-lhe a resistência.
• Melhora a qualidade dos frutos.
• Promove maiores colheitas e melhor desenvolvimento dos grãos e sementes.
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Magnésio
• Faz parte da clorofila, sendo indispensável para a fotossíntese.
• Auxilia na formação de óleos e gorduras.
• Auxilia a absorção de outros nutrientes, principalmente o fósforo.
Enxofre
• Faz parte dos aminoácidos (metionina, cistina, etc.), que integram as proteínas vegetais.
• Entram na constituição de vitaminas, enzimas, etc.
• Colabora na formação do sistema radicular e da parte aérea de plantas.
• Permite melhor atuação dos elementos nitrogênio e fósforo.
• Estimula a maturação e o desenvolvimento das sementes.
• Promove melhor nodulação das leguminosas, aumentando a fixação simbiótica do
nitrogênio.
3.3 Micronutrientes
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Boro
• Essencial para o tecido em crescimento ativo na fase jovem.
• Necessário para a viabilidade do pólen e boa formação da semente.
• Fixa o cálcio na parede da célula.
Cobre
• Constituinte principal de uma enzima necessária na fotossíntese.
• Muito importante durante o estágio reprodutivo da planta.
Ferro
• Promove a formação da clorofila.
• Age como carregador de oxigênio na formação de sistemas respiratórios.
Manganês
• Faz parte de importantes enzimas envolvidas na respiração e na síntese de proteínas.
Molibdênio
• Essencial para a fixação de nitrogênio pelas bactérias dos nódulos de leguminosas.
• Essencial para a realização da redutase do nitrogênio.
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Zinco
• Importante como catalisador para reguladores de crescimento em plantas e no
aproveitamento de outros nutrientes.
• Afeta a maturidade da planta.
Cobalto
• Tem papel importante como integrante da vitamina B12.
• Fixação do N atmosférico.
Cloro
• Essencial para o crescimento das plantas.
• Atua na absorção de fósforo pelas plantas.
Silício
O silício foi recentemente incluído na Legislação brasileira de fertilizantes como um
micronutriente. Entre os principais benefícios destacam-se: aumento da tolerância ao
estresse abiótico (hídrico e fitotoxidez) e bióticos (ataque de pragas e doenças).
4. Nutrientes Orgânicos.
Constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal ou animal. É
importante distinguir-se bem a capacitação dos fertilizantes minerais e orgânicos. Isso fica
facilitado utilizando-se o conceito de melhorador ou condicionador do solo: são produtos
que promovem a melhoria das propriedades físicas (porosidade, aeração, capacidade de
retenção de água) ou físico-quimicas (capacidade de retenção de cátions) do solo.
Exemplo: serragem, vermiculita. Portanto, a função de melhorar as características químicas
(conteúdo de nutrientes) fica reservada aos fertilizantes. E comparando-se os conceitos de
fertilizante e de condicionador, verifica-se que os materiais orgânicos se enquadram muito
melhor no segundo, pois sua ação é muito mais eficaz no aumento da porosidade, aeração,
retenção de água, atividade microbiana e capacidade de retenção de cátions, do que como
fornecedor de nutrientes. Isto porque os materiais orgânicos contêm nutrientes vegetais em
baixíssimas concentrações, necessitando-se de grandes quantidades desses produtos para
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funcionarem como fertilizantes. E isso fica limitado pela disponibilidade do produto e pelo
custo, principalmente do transporte.
Assim, são evidentes que os produtos orgânicos desempenham muito mais as
funções de condicionador ou melhorador do solo e muito poucas as funções de fertilizante,
enquanto os produtos minerais desempenham efetivamente as funções de fertilizante.
Essa distinção é muito importante porque é incorreta a comparação dessas duas
classes de produtos como fertilizantes: os produtos orgânicos certamente estarão
prejudicados, e poderão ser conduzidos a um errôneo descrédito, quando na verdade deve-
se fazer uso de todo o material orgânico de que se puder dispor devido à sua função de
condicionador e ao aumento na eficiência dos fertilizantes minerais. Por outro lado, essa
distinção de funções serve também para desmistificar o caráter de agrotóxico que, por pura
ignorância, não raro é atribuído aos fertilizantes minerais, o que certamente tem sido
bastante negativo à agricultura brasileira.
Vantagens no uso da adubação orgânica
Efeitos condicionadores.
- Aumenta a CTC: A matéria orgânica acha-se em estado amorfo e exibe uma
superfície muito maior do que a argila, consequentemente, uma capacidade de troca muito
superior a das argilas.
- Melhora a agregação do solo: atua como agente cimentante de partículas do solo,
formando agregados bastante estáveis. A matéria orgânica pode reter de 4 a 6 vezes mais
água do que seu próprio peso, diminuindo a erosão.
- Diminui a plasticidade e coesão: a matéria orgânica diminui o efeito negativo da
consistência plástica e pegajosidade dos solos argilosos molhados.
- Temperatura: devido a propriedade de armazenar água, a matéria orgânica é ma
condutora de calor, diminuindo as oscilações de temperatura durante o dia.
Efeitos sobre os nutrientes
- Disponibilidade: A matéria orgânica é fonte de nutrientes, pois, durante o
processo de decomposição, vários elementos vão sendo liberados, principalmente o N, S, e
P. Contudo esta liberação, geralmente, não supre a necessidade das plantas a menos que
seja aplicada em grande quantidade. A matéria orgânica também aumenta a retenção de
água nos solos e é responsável, em grande parte, pelo aumento da CTC do solo.
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- Fixação do P: Diminui a fixação. Os colóides orgânicos são predominantemente
eletronegativos. Os ânios orgânicos formam Fe(OH)2 com o ferro e Al(OH)2 com o
Alumínio, complexos imóveis , com o Fe e Al imobilizados pela M.O. aumenta a
disponibilidade do P.
Efeitos sobre microrganismos
A maioria dos microrganismos associados à M.O. é benéfica às plantas, exercendo
importantes funções, mantendo o solo em estado de constante dinamismo.
Composição dos adubos orgânicos
Quantidade de nutrientes em estercos animais (kg/15t)
5. Adubação foliar
Soluções contendo um ou mais nutrientes são amplamente utilizadas para fornecer
micronutrientes às plantas, forma de aplicação que pode ser vantajosa em algumas
situações. Segundo Mortvedt (1985), as vantagens são as seguintes: as doses aplicadas são
muito menores que as fornecidas via solo; a distribuição uniforme é fácil de ser obtida; a
resposta ao nutriente aplicado é mais imediata, e, conseqüentemente, as deficiências podem
ser corrigidas no mesmo ciclo da cultura; a suspeita de deficiência pode ser facilmente
diagnosticada com uso desta técnica. O mesmo autor, entretanto, enumera as seguintes
desvantagens: a demanda de nutrientes é geralmente alta quando as plantas são pequenas e
a superfície (área) foliar é insuficiente para a absorção foliar; quando a concentração salina
é elevada pode ocorrer queima das folhas; pode ser muito tarde para corrigir a deficiência e
ainda obter produção elevada; o efeito residual é pequeno; muitas vezes são necessárias
várias aplicações, o que representa custos extras.
Uma das conclusões do 2° Simpósio Brasileiro de Adubação Foliar, realizado na
UNESP – Botucatu, SP, é que a aplicação foliar de micronutrientes é um recurso efetivo e
econômico no controle de deficiências em citrus, café e frutíferas, podendo ser
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recomendada em programa de adubação, desde que haja controle das necessidades das
plantas e sejam utilizados produtos específicos (ANDA, 1987).
Maior eficiência da adubação foliar pode ser obtida levando-se em conta os
seguintes aspectos: a presença de uréia nas soluções, cria condições para a “difusão
facilitada”, e maior absorção; uso de surfactantes que promovam maior grau de aderência
da solução nas folhas; efetuar as pulverizações no período da manhã ou final da tarde;
quando em combinação com pesticidas, utilizar micronutrientes na forma de quelatos;
quando possível, utilizar pesticidas que contenham micronutrientes; não misturar, dado o
alto grau de incompatibilidade, sais de zinco com óleos minerais e nem sais de cobre com
sulfato de magnésio, ácido bórico ou boratos; para soluções com alta concentração, ajustar
o pH entre 5,5 e 6,5; quando misturar fertilizantes contendo micronutrientes com pesticidas
(inseticidas, fungicidas, nematicidas, herbicidas e outros) fazer o “teste da proveta” para
verificar possíveis problemas de incompatibilidade.
6. Os solos
Os solos também possuem características físicas importantes para os vegetais
As principais características físicas do solo são a textura, estrutura e consistência. A
textura de um solo diz respeito à proporção entre as quantidades de três partículas: areia,
silte e argila. Os solos arenosos retêm pouca água e possuem baixa CTC. Por outro lado, os
solos argilosos possuem tendência à compactação. Nesse caso, a textura desejável seria a
textura média, ou seja, uma proporção intermediária entre essas três partículas. A estrutura
é a forma como as partículas de areia, silte e argila se organizam no solo, ou seja, ela pode
ser granular, em blocos, laminar, prismática, etc. A porosidade e densidade dos solos
dependem da estrutura. Assim, solos bem estruturados são porosos e a água infiltra-se
facilmente em seu perfil, evitando o escoamento superficial causador de erosão. Sabe-se
que a erosão compreende três etapas: degradação, transporte e deposição. O transporte de
grandes volumes de solo de um local e deposição em outros locais são os efeitos visíveis
da erosão (formação de voçorocas). Os chamados terraços e plantios em curvas de nível
são recursos para evitar essas duas etapas da erosão. No entanto, a causa da erosão é a
degradação, ou seja, a quebra da estrutura do solo devido à falta de cobertura vegetal e à
utilização excessiva de máquinas (trator, arado). A consistência de um solo é função da
quantidade de água que ele possui. Desse modo, um solo pode ser pastoso, friável ou
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quebradiço. As arações e outras práticas que alteram a estrutura dos solos devem ser evitas,
mas se forem imprescindíveis, as mesmas devem ser realizadas quando o solo se encontra
com consistência friável.
7. NITROGENIO (N)
O nitrogênio é, depois do C, H e O é o elemento mais demandado pelos vegetais.
Parte da quantidade de N requerido pelas culturas pode ser suprida pelo solo, no entanto,
em muitas situações o solo é incapaz de atender toda a demanda por N, tornando-se
necessária a fertilização nitrogenada.
É um dos macronutrientes primário sendo o mais utilizado, mais absorvido e mais
exportado pelas culturas; nutriente de obtenção mais cara; é o mais lixiviado nos solos,
requerendo cuidados especiais em seu manejo pelos riscos de contaminação do lençol
freático.
Apresenta acentuado dinamismo no sistema solo devido a sua grande variação do
número de oxidação (-3 até +5) isto é grande variedade de combinações. Apresenta
diversas formas gasosas (N2, NO, NO2, N2O, NH3) o que ocasiona trocas constantes,
elevada solubilidade das formas inorgânicas, principalmente da forma nítrica (NO2, NO3)
extremamente móveis no solo. Sofre transformação em reações mediadas por
microorganismos.
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A fixação biológica do N2 é realizada por alguns microrganismos, como bactérias,
cianobactérias e actinomicetos, os quais têm a capacidade de fazer através de um processo
conhecido como fixação biológica de nitrogênio (FBN).
Alguns destes microorganismos vivem em associações com plantas,
principalmente, leguminosas, em relações simbióticas, enquanto outros organismos não
simbiontes fixam N2, o qual é liberado na forma de mineral somente através da
decomposição da biomassa dos micróbios após sua morte.
Mineralização de N orgânico
A decomposição microbiana de resíduos de plantas e animais no solo libera
nitrogênio mineral, nitrato e amônia, formas de N que as plantas podem absorver da
solução do solo.
Adição de fertilizantes e matéria orgânica: Fertilizantes sintéticos, entre eles
amônia, nitrato de amônia e uréia, têm sido propostos desde os tempos de Von Liebig, mas
tornaram-se disponíveis após o desenvolvimento do processo de fixação sintética de
nitrogênio pelo processo Haber-Bosch .
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intermediário de inúmeras reações catalisadas por enzimas como pode ser observado
abaixo”.
Características da Toxidez
Um aumento no teor de nitrogênio não somente decresce a senescência e estimula o
crescimento, mas também altera a morfologia da planta de maneira típica, principalmente
se a disponibilidade do nitrogênio é alta no meio radicular durante o início do
desenvolvimento.
Como conseqüência do aumento no teor de nitrogênio na planta pode-se citar:
- Aumento na relação do peso e do comprimento da parte aérea/sistema radicular da
planta (planta anual e perene). Isto afeta a absorção de nutrientes e água do solo.
- Aumento do comprimento, largura e redução na espessura da folha, podendo
tornar as folhas com grande inclinação com relação ao caule, afetando, assim, a
interceptação da luz.
- Aumento da predisposição ao acamamento.
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Principais fertilizantes
Fertilizantes nitrogenados
Características:
- Aumentam a acidez do solo;
- Possuem um índice salino relativamente elevado;
- Apresentam alta solubilidade em água;
- São isentos de macronutrientes secundários;
- Tem baixa retenção nos solos e são altamente dinâmicos.
Basicamente o nitrogênio é encontrado nos fertilizantes nas formas:
- Nítrica (N-NO3):
Nitrato de sódio(NaNO3 - 16% N), Nitrato de potássio (KNO3 - 13%N) e Nitrato
de cálcio (CaNO3 - 15,5% N e 26% CaO).
Nesta forma são facilmente lixiviados, sendo uma boa opção seu uso em adubação
de cobertura. Nesta forma deve-se evitar seu uso em condições inundadas pela facilidade
de ocorrerem perdas por lixiviação e desnitrificação.
- Amoniacal (N-NH4+):
Sulfato de amônio [(NH4)2SO4 - 21% N e 24% S]
Indicado para solos pouco ácidos e pobres em enxofre ou para culturas mais
exigentes em enxofre.
- Fosfatos de amônio:
MAP (NH4H2PO4 - 10 a 11% N e 50 a 55% P2O5)
DAP [ (NH4)2 HPO4 - 16 a 18% N e 46% P2O5].
- Orgânica:
Tortas oleaginosas – algodão, soja, amendoim, mamona - (6 - 7% N), estercos de
Curral (0,5% N), estercos de galinha (2% N). Quando na forma orgânica deve ocorrer a
mineralização dos compostos nitrogenados, para formas assimiláveis, entretanto algumas
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vantagens são decorrentes desta forma de fertilizante. São indicados para culturas perenes,
pois tem liberação lenta de N, são também fonte de micronutrientes, favorecem as
condições químicas, físicas e microbiológicas dos solos.
- Outras formas:
Amônia Anidra (NH3 - 82% N) apresentada na forma gasosa. É injetado no solo
(10cm de profundidade) com equipamentos adequados.
Amônia hidratada (NH3 + H2O) possui aproximadamente 30% N, sendo utilizada
na fabricação de fertilizantes líquidos. Solução nitrogenada (mistura de uréia + NH4NO3)
usada em adubação líquida, é de fácil e homogênea aplicação, sendo usada em
fertirrigação.
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do nitrogênio do solo. Esse fenômeno é observado durante a decomposição de folhas e
ramos.
Aplicação
A mais importante aplicação comercial do nitrogênio é na obtenção do gás
amoníaco, que é usado, para a fabricação de fertilizantes e ácido nítrico.O nitrogênio
líquido, obtido pela destilação do ar líquido, é usado em criogenia, já que na pressão
atmosférica condensa a -196ºC, sendo usado como fator refrigerante, para o congelamento
e transporte de alimentos, conservação de corpos e células reprodutivas sexuais, ou outras
amostras biológicas.
8. FÓSFORO (P)
O fósforo é um dos dezessete elementos essenciais para a sobrevivência das
plantas, estando presente em componentes estruturais das células, como nos ácidos
nucléicos e fosfolipídios das biomembranas, e também em componentes metabólicos
móveis armazenadores de energia, como o ATP. O abastecimento de fósforo às plantas se
dá essencialmente via sistema radicular, estando sua absorção então na dependência da
capacidade de fornecimento do substrato.
Apesar de o fósforo ser o décimo segundo elemento químico mais abundante na
crosta terrestre (Schulze, 1989), é o segundo elemento que mais limita a produtividade nos
solos tropicais. Esse comportamento é conseqüência de sua habilidade em formar
compostos de alta energia de ligação com os colóides, conferindo-lhe alta estabilidade na
fase sólida. Assim, mesmo que os teores totais do elemento no solo sejam altos em relação
aos necessários para as plantas, apenas uma pequena fração deste tem baixa energia de
ligação que possibilita sua dessorção e disponibilidade às plantas.
A maioria das análises de solo no Brasil registra menos de 10 mg kg-1 de solo, o
que é considerado baixo. Em solos sob o cerrado, os teores encontrados são
freqüentemente 1 mg kg-1 de solo, ou menos. Além da baixa disponibilidade deste
elemento no solo, o fósforo tem outro agravante que é a grande interação com os elementos
no solo (P-Fe, P-Al em solos ácidos e P- Ca em solos alcalinos), o que torna uma grande
proporção do fósforo indisponível à planta.
Diferentemente do nitrato e do sulfato, o fosfato não é reduzido nas plantas e
permanece em sua forma oxidada. Após a absorção, o fósforo permanece como fosfato
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inorgânico (Pi), ou é esterificado a grupos hidroxil na cadeia carbônica ( C-O-P) como um
simples éster fosfato ( ex. fosfato em açúcar), ou ligado a outro fosfato por ligação rica em
energia, formando o pirofosfato (P~P), como por exemplo o ATP. A taxa de troca entre Pi,
fósforo em éster e o pirofosfato é grande.
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O grupo do fósforo inorgânico pode ser separado em duas partes, o fósforo dos
minerais primários ou estrutural e o fósforo adsorvido, além do fósforo da solução do solo,
encontrado em pequenas quantidades.
O fósforo inorgânico adsorvido pode ocorrer em todos os minerais presentes no
solo por causa de sua facilidade em formar complexos de alta energia de ligação. Assim, o
fósforo inorgânico do solo pode ser encontrado ligado ao ferro, alumínio e cálcio,
adsorvido a argilas silicatadas do tipo 1:1, adsorvido à matéria orgânica do solo através de
pontes de cátions (compostos ternários) e, principalmente, adsorvido a oxihidróxidos de
ferro e alumínio (Parfitt, 1978), resultando em baixos teores na solução do solo.
As formas precipitadas de fósforo, entre as quais estrengtita (FePO4.2H2O),
variscita (AlPO4 . 2H2O), fluorapatita (Ca10(PO4)6F2), hidroxiapatita
(Ca10(PO4)6(OH)2), fosfato dicálcico dihidratado (CaHPO4.2H2O) e fosfato octacálcico
(Ca8H2(PO4)6 . 5 H2O) mantém os íons H2PO4- e HPO42- na solução do solo na faixa de
pH entre 5,0 e 7,0. Em pH baixo (menor que 5,0), há maior ocorrência do fósforo nos
minerais que contém ferro e alumínio, enquanto em pH maiores, isso acontece
preferencialmente nos com cálcio, sendo que a variação do pH pode promover a dissolução
e formação de outros compostos (Parfitt, 1978, Fixen & Ludwick, 1982).
Como visto, o fósforo inorgânico do solo pode ocorrer em várias formas,
com diferentes energias de ligação aos íons e colóides do solo, dependendo do grau de
intemperização e uso do solo. Como apenas uma pequena parte do fósforo do solo é
disponibilizada às plantas, a estimativa do fósforo total não informa sobre
biodisponibilidade do elemento e se faz necessário o conhecimento das suas formas
predominantes.
O segundo grupo é o fósforo orgânico, que pode constituir de 20 a 80% do fósforo
total do solo (Dalal, 1977) e é extremamente relevante nos solos tropicais, pois atua
ativamente na disponibilidade de fósforo às plantas (Walker & Syers, 1976; Tiessen et al.,
1984; Cross & Schilesinger, 1995). A grande variedade de compostos orgânicos no solo
faz com que mais da metade das formas de fósforo orgânico ainda não tenham sido
identificadas. As principais formas já identificadas são os fosfatos de inositol, que
compõem de 10 a 80% do fósforo orgânico total, os fosfolipídios (0,5 a 7%), ácidos
nucléicos (~ 3%) e outros ésteres fosfato (> 5%) (Dalal, 1977).
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Formas químicas absorvidas pelas plantas
A forma do fósforo que é absorvida depende predominantemente da faixa de pH do
meio (solo). Na faixa de pH entre 2 e 7, predomina a forma H2P04-, forma esta absorvida
pelo sistema radicular das plantas. A forma HP04 predomina em solos com pH na faixa de
7 a 12 (alcalinos), entretanto, a absorção é menos rápida se comparada a primeira citada.
O processo de absorção do fósforo é ativo, uma vez que a concentração do fósforo é
maior nas células radiculares (100 a 1000 vezes) do que na solução externa. Assim, o
fósforo deve entrar na célula contra o gradiente de concentração, portanto, ativamente.
Todavia, para se dizer que um determinado íon está sendo absorvido por um processo ativo
ou passivo, o componente elétrico deve ser considerado.
A presença de magnésio no meio favorece a absorção de fósforo (efeito sinérgico).
Como os teores de fósforo disponível em solos intemperizados de ecossistemas
naturais são baixos, diversos mecanismos são utilizados pelas plantas e organismos
adaptados para aumentar a eficiência de absorção de fósforo.
O solo pode se comportar como fonte quando apresentar reservas nutricionais
favoráveis às plantas e que possam ser disponibilizadas para estas, mesmo que em
quantidades insatisfatórias. Já o comportamento do solo como dreno ocorre quando ele
compete com a planta pelo nutriente, diminuindo a biodisponibilidade do elemento (Novais
& Smith, 1999).
- Transporte – a forma que o fósforo é transportado via xilema é basicamente a
mesma da absorção, ou seja, como H2P04-.
- Redistribuição – o fósforo sendo um elemento de alta mobilidade na planta é
facilmente distribuído no floema. As formas que podem ser encontradas no floema são;
fosforil colina e Pi. Em plantas bem supridas de fósforo o vacúolo armazena a maior parte
do Pi total da planta (85 a 95%). Quando há redução no suprimento de fósforo para a
planta o Pi é redistribuído principalmente das folhas velhas para as novas, apresentando
como conseqüência desta redistribuição, sintomas de deficiência inicial nas folhas velhas.
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1. Como elemento estrutural
A função do fósforo como um elemento constituinte da estrutura molecular é mais
proeminente nos ácido nucléicos (DNA e RNA). O DNA e o RNA são importantes no
armazenamento e transferência da informação genética, respectivamente. Em ambos, o
fosfato forma uma ponte entre as unidades de ribonucleosídeos para formar as
macromoléculas. O fósforo forma ligação diéster abundante nos fosfolipídios das
biomembranas, formando ponte entre um diglicerídeo e outras moléculas (aminoácidos,
amina ou álcool).
2. Armazenamento e transferência de energia
Embora os ésteres fosfato (C-P) e fosfatos de alta energia estejam em baixas
concentrações nas células eles representam a maquinaria metabólica das células. Acima de
50 compostos ésteres formados do fosfato e álcool açúcares foram identificados, acima de
10 incluindo glicose-6-fosfato e fosfogliceraldeído, estão presentes em relativamente altas
concentrações nas células. A maioria dos ésteres fosfato são intermediários na rota
metabólica da biossíntese e degradação. Sua função e formação estão diretamente
relacionadas ao metabolismo energético das células e ao fosfato rico em energia. A
energia, por exemplo, para a biossíntese do amido ou para a absorção dos íons é suprido
por intermediários ricos em energia ou coenzimas, principalmente ATP.
O ATP é o principal composto rico em energia requerido para a síntese de amido. A
energia do ATP pode ser também transferida para outras coenzimas as quais diferem do
ATP somente na base nitrogenada, por exemplo, uridina trifosfato (UTP) e guanina
trifosfato (GTP), as quais são requeridas para a síntese da sacarose e celulose,
respectivamente.
A liberação do PPi acontece nas principais rotas metabólicas. Varias enzimas
podem fazer uso do PPi, como por exemplo, a UDP-glicose fosforilase e a PPi-H+-ATPase
no cloroplasto. A fosforilação de enzimas pelo ATP, GTP e ADP é outro mecanismo pelo
qual os compostos ricos em fosfato modulam a atividade enzimática.
A fosforilação de proteínas é considerada como um fator chave na transdução de
sinais, por exemplo, em respostas mediadas por fitocromos. Em plantas C4 e MAC, a
fosforilação aumenta a atividade da PEP carboxilase e a enzima torna-se menos sensível a
retroalimentação negativa pela concentração do malato.
20
3. Função regulatória do fosfato inorgânico
Em muitas reações enzimáticas, o Pi, pode ser um substrato ou um produto final
( Ex .: ATP → ADP +Pi). Desta forma, o Pi controla algumas reações chaves de algumas
enzimas. Para isso, a compatibilidade do Pi é essencial para a regulação das rotas
metabólicas no citoplasma e cloroplastos.
4. Fósforo como reserva
As sementes e frutas podem armazenar o fósforo na forma de fitato. Os fitatos são
sais do ácido fítico (mioinositol do ácido hexafosfórico). Quando sais de cálcio e magnésio
ligam-se no ácido fítico, tem-se a fitina. O ácido fítico tem também, alta afinidade por Zn e
Fe. Em sementes de leguminosas e de cereais os principais fitatos são os sais de cálcio de
potássio. A proporção de sais associadas com o ácido fítico varia de espécie de planta e
entre diferentes tecidos nas sementes. Os fitatos contendo fósforo representam cerca de
50% do P total em leguminosas e 60-70% em grãos de cereais.
Nos estados iniciais do desenvolvimento da plântula, o embrião requer grande
quantidade de nutrientes minerais, incluindo magnésio (necessário para a fosforilação e
síntese protéica), potássio (requerido para a expansão celular) e fósforo (incorporado nos
lipídios das membranas e ácidos nucléicos).
O aumento dos níveis de Pi e éster de fosfato refletem uma intensiva respiração,
fosforilação e processos relacionados. A degradação de fitatos continua com o tempo, e
finalmente os níveis de fósforo incorporado no DNA e RNA aumentam, indicando um
aumento na síntese de proteínas e divisão celular.
21
conseqüentemente, torná-lo mais disponível na zona de crescimento das raízes. A
desvantagem, nesse caso, é que o adubo fica concentrado numa pequena área de solo e
pode, com isso, restringir o crescimento das raízes a um pequeno volume do solo.
A aplicação do fósforo não deve ser parcelada, porquanto suas perdas por lixiviação
são muito baixas, visto que o fósforo é muito pouco móvel no solo. Por outro lado, quando
se usam fosfatos insolúveis em água ou de baixa solubilidade, os melhores resultados são
obtidos com a aplicação em forma de pó ou grânulos muito pequenos, numa única
operação, a lanço, com posterior incorporação ao solo. Essa é a melhor maneira quando se
deseja maior contato do fosfato com as partículas do solo, ou quando são necessárias
grandes quantidades de fertilizante para correção de deficiência severa do elemento, ou
ainda quando se deseja completar o nível do elemento no solo. Para favorecer a
incorporação do fertilizante abaixo da superfície do solo, a aplicação deve ser feita antes da
aração.
Características da Toxidez
O requerimento de P varia de 0,3 a 0,5% da matéria seca. A toxicidade de P ocorre
quando a concentração do mesmo for superior a 1% da matéria seca.
Excessos de fósforos não são notados, porém sabe-se que inibem a absorção de
cobre, zinco, Ferro e Manganês, pois o excesso de fósforo diminui a absorção ou o
transporte para a parte aérea. Portanto, plantas com estes sintomas devem ser observadas.
22
- Baixo rendimento cultural.
Principais fertilizantes
Solubilidade em
Fertilizante % P2O5 Forma física
água1
Polifosfato de amônio 10-30-0 - Líquido
Fosfato diamônio (DAP) 18-46-0 57.5 a 10°C Sólido
Fosfato monoamônio (MAP) 10-50-0 22.7 a0°C Sólido
Ácido fosfórico 0-54-0 - Líquido
Superfosfato simples (SSP) 0-20-0 1.8 a 30°C Sólido
Superfosfato triplo (TSP) 0-46-0 1.8 a 30°C Sólido
Rochas fosfatadas 10 - 30 Zero Sólido
23
Composição dos principais fertilizantes Fosfatados
(Garantias mínimas – extraído da legislação vigente)
9. POTASSIO (K)
O potássio é o mais abundante cátion no citoplasma (100 a 150 mM) e possui
grande contribuição no potencial osmótico das células e tecidos de plantas glicofíticas. O
potássio na planta não é metabolizado e forma complexos prontamente trocáveis.
24
O potássio em termos gerais, é o segundo nutriente em exigência pelas culturas, não
sendo tão limitante no solo quanto o fósforo. Depois do fósforo, é o nutriente mais
consumido pela agricultura brasileira.
25
induzidas por luz e para o estabelecimento do gradiente de pH transmembrana para a
síntese de ATP (fotofosforilação), em analogia a síntese de ATP na mitocôndria.
O K estimula a taxa de fixação do C02. Além do controle da abertura e fechamento
estomático, o K parece melhorar a difusibilidade do C02, no mesofilo, estimula a atividade
da RuBP (manutenção do pH ótimo para a enzima), reduzindo a fotorrespiração, devido a
depleção do C02 nos sítios catalíticos da enzima Rubisco. Como o aumento no conteúdo
de K, a respiração no escuro decresce.
O carregamento e o descarregamento de fotoassimilados no floema é um processo
ativo, requerendo hidrólise do ATP pelas ATPases que estão associadas as membranas. O
K+ parece ser importante na despolarização da membrana e ativação das ATPases.
Na osmorregulação o K está diretamente envolvido na regulação do potencial
osmótico da célula, e portanto da expansão celular, abertura e fechamento dos estômatos.
No movimento estomático, na maioria das espécies, o K está associado com um
ânion e tem grande responsabilidade na alteração do turgor nas células-guarda durante o
movimento estomático. Um aumento na concentração de K nas células guardas aumenta
sua pressão osmótica, e resulta na absorção de água das células adjacentes e um aumento
correspondente no turgor nas células-guarda, abrindo os estômatos. O fechamento dos
estômatos no escuro está relacionado com o efluxo de K é um correspondente decréscimo
na pressão osmótica nas células guardas.
No balanço cátio-ânion a compensação de cargas o K é um cátion
importante para contrabalançar ânions imóveis no citoplasma, nos cloroplastos e,
freqüentemente também para ânions móveis nos vacúolos do xilema e floema.
A acumulação de ácidos orgânicos em tecidos de plantas é freqüentemente uma
conseqüência do transporte de K sem o acompanhamento de ânions dentro do citoplasma.
A função do K no balanço cátion-ânion é também refletido no metabolismo do N03 -, no
qual o K é o íon acompanhante para o transporte a longa distância no xilema bem como
para o estoque nos vacúolos. Na parte aérea, após a redução de N03 -, o K liga-se a ácidos
orgânicos (principalmente malato) que é transportado para as raízes onde servirá
novamente de íon acompanhante do nitrato.
26
Fatores que afetam a disponibilidade
Como o potássio é um íon monovalente, ao competir com elevadas concentrações
de cátions divalentes como o Ca++ e o Mg++ sofre inibição competitiva, ou seja, compete
com desvantagem pelo mesmo sítio de absorção. Entretanto baixas concentrações de cálcio
contribuem para sua absorção (efeito sinergístico).
Outros fatores que afetam a disponibilidade de potássio são:
-A textura do solo, pois em solos mais ricos em M.O e argila e com maior CTC há maior
adsorção, mais K-trocavel, e menor perda por lixiviação.
-A reação do solo, pois em solos ácidos a CTC está preenchida principalmente com H, com
isso é menor o K-trocável e ocorre maior perda por lixiviação.
-Natureza da Planta, as gramíneas absorvem mais facilmente potássio do que as
leguminosas.
Características da Toxidez
Muito potássio pode complicar a absorção de magnésio, manganês, zinco e ferro
afetando também a disponibilidade de cálcio.
27
- perda do turgor e conseqüente murchamento das folhas (sintoma típico de deficiência e
K);
- maior suscetibilidade das plantas ao frio.
A baixa sensibilidade de plantas suficientes em K á seca deve-se a muitos fatores,
entre os quais:
- função do K no estômato (controla o regime de água na planta);
- função do K no potencial osmótico no vacúolo (aumenta o conteúdo de água nos tecidos
sob condições de seca);
- a baixa suscetibilidade ao “stress” hídrico (seca) em termos de biomassa e produtividade
pode ser o resultado da maior concentração de K no estroma o que mantém maior taxa
fotossintética e redução do nível de ABA nas plantas.
Principais fertilizantes
28
Formas químicas encontradas no solo
A quantidade de cálcio varia muito depende do tipo de solo, solos calcários e áridos
possuem mais cálcio, já os recém drenados e explorados ( campo, várzeas etc), geralmente
contêm muito pouco cálcio. Os solos argilosos geralmente contêm mais cálcio que solos
arenosos. O cálcio parte da estrutura de vários minerais do solo mineral como a dolomita, a
calcita, a apatita e os feldspatos calcíticos.
29
- Forma compostos que é parte das paredes celulares. Isto reforça a estrutura das plantas.
-Ajuda a neutralizar ácidos orgânicos nas plantas.
-É essencial no crescimento de vagens.
-Diminui a acidez dos solos (carbonato de cálcio), correção do solo.
- Melhora o desenvolvimento das raízes,estimulando a atividade microbiana e aumentando
a disponibilidade de molibdênio e a absorção de outros nutrientes.
- É exigido em grandes quantidades pelas bactérias fixadoras do nitrogênio
A baixa de concentração do Ca é essencial por várias razões, tais como:
- evita a precipitação de Pi;
- competição com o magnésio por sítios de ligação;
- evitar a competição com Ca na regulação de várias enzimas.
Para manter esta baixa concentração de Ca, ele é compartimentalizado no vacúolo,
organelas (mitocôndria e cloroplasto), e também lançado para fora da célula, com o auxílio
de ATPases ou PPiase.
30
raízes. É comum observar-se sintomas de deficiência de Ca (rachadura da casca) em frutos
de maçã (“bitter pit”), de tomate (podridão apical), melancia e outros. Isto ocorre porque o
Ca é direcionado do solo para os locais de maior demanda transpiratória nas plantas que é
no caso as folhas. Como os frutos e partes novas possuem pequena superfície transpiratória
e o Ca no floema não é redistribuído, acaba por acarretar deficiência deste elemento nestes
órgãos da planta. Para sanar este problema os produtores fazem pulverizações à base de
cálcio (CaCl2) diretamente nos frutos, principalmente nas fases críticas de crescimento,
reduzindo ou evitando assim, problemas de deficiência do elemento.
O requerimento de Ca aumenta com o aumento da concentração externa de metais
pesados, alumínio, NaCl ou prótons. Este parece ser um mecanismo das plantas para
minimizar os problemas de fitotoxicidade causado por esses elementos.
A deficiência como já dito anteriormente causa principalmente:
- desestabilização da membrana plasmática e da parede celular;
- causa várias doenças como: “tipburn” em alface, coração negro (“blackheart”) em
couve-flor, apodrecimento da flor terminal em tomate e melancia e “bitter pit” em maçã.
A deficiência de Ca nos frutos aumenta as perdas causadas pela senescência
precoce dos tecidos e infecção fúngica. Também, as perdas devido ao armazenamento
aumentam, devido a menor resistência aos agentes patogênicos.
Principais fertilizantes
O cálcio pode ser fornecido de várias formas. Em decorrência da maioria dos solos
deficientes em cálcio ser ácida, um bom programa de calagem pode adicionar cálcio ao
solo, e também sempre que possível trabalhar com fertilizantes que possuam cálcio em sua
formulação.
Fontes de cálcio
Produto Ca (%)
Calcário calcítico 32
Calcário magnesiano 27
Calcário dolomítico 22
Gesso 22
Cal hidratada 46
Cal virgem 60
31
O gesso pode suprir cálcio quando o ph do solo é suficientemente e elevado para
necessitar de calagem. Tem de haver cuidado com a aplicação em excesso de cal hidratada
ou cal virgem pode esterilizar parcialmente o solo, trabalhar sempre com fontes conhecidas
como calcário calcítico, magnesiano ou dolomitico moídos, e ainda com fertilizantes que
possuem em sua fórmula cálcio.
Outras informações:
Aplicações: O calcário e o gesso são as principais fontes de cálcio e são, também,
condicionadores de solos. Além destes, existem fertilizantes que contém na sua
composição o cálcio como o superfosfato simples com 18-20% de cálcio, o superfosfato
triplo com 12%.
Cálcio na agricultura: É um dos chamados macronutrientes secundários junto com o
magnésio (Mg) e o enxofre (S). Os efeitos indiretos do cálcio são tão importantes quanto o
seu papel como nutriente. O cálcio promove a redução da acidez do solo, melhora o
crescimento das raízes, aumento da atividade microbiana, aumento da disponibilidade de
molibdênio (Mo) e de outros nutrientes. Reduzindo a acidez do solo, diminui a toxidez do
alumínio (Al), cobre (Cu) e manganês (Mn). Plantas que apresentam altos teores de cálcio
resistem melhor a toxidez destes elementos.
32
Magnésio é altamente móvel no floema e, portanto, na sua ausência, sintomas de
deficiência manifestam-se sobremodo nas folhas mais velhas, formando áreas cloróticas
tipicamente internervais que se unem e evoluem para coloração mais escura até o marrom,
enquanto as nervuras permanecem verdes. Nessa condição, há aumento nos teores de
amido e de N não-protéico.
Absorção – a absorção do magnésio da solução do solo é feita na forma de Mg2+.
Sua absorção é reduzida em altas concentrações de cátions como o Ca2+, K+ e NH4 +.
Estes cátions concorrem pelo mesmo sítio ativo de absorção (inibição competitiva),
enquanto a presença de Pi é importante para a absorção do Mg2+, e vice-versa.
Transporte – o magnésio é transportado na seiva xilemática na mesma forma
absorvida, ou seja, como Mg2+.
As fontes de magnésio
A correção dos níveis de magnésio trocável no solo ocorre sempre pela aplicação
de calcário para a correção da acidez dos solos, pois os calcários, de modo geral, possuem
magnésio, principalmente se for aplicado calcário dolomítico ou magnesiano. Mas sua
deficiência pode ser corrigida pela aplicação de sulfato de magnésio, sulfato duplo de
potássio e magnésio, termofosfato magnesiano, K-Mag (18% MgO), Hidróxido de
magnésio (69,1% MgO), Fosmag (multifosfato magnesiano - 05% MgO), Magnesita
(óxido de magnésio - 90-100% MgO) e Silicato de magnésio (40,2% MgOA).
33
polissacarídeos como o ágar. Também em contraste com o nitrogênio, o enxofre reduzido
da cisteína pode ser convertido a sulfato, forma de armazenamento nas plantas.
A oxidação de enxofre reduzido de compostos também parece ter uma importante
função como um sinal (“feedback”) negativo para a redução do sulfato.
O enxofre (S) é exigido para a formação de aminoácidos e de proteínas, para a
fotossíntese e para a resistência ao frio. É importante para a nodulação e desenvolvimento
radicular. As concentrações de enxofre nas plantas variam de 0,2 até mais de 1,0%.
Os problemas de deficiência são típicos de plantas em solos arenosos, erodidos,
com baixo teor de matéria orgânica e em períodos de precipitação intensa. Podem ocorrer
deficiências em situações de cultivo em que se procuram elevadas produtividades.
Principais fontes do enxofre.
O enxofre, junto com o hidrogênio e o oxigênio, é um dos poucos não-metais que
pode ser encontrado livre na natureza. De grande aproveitamento industrial, está presente
em compostos minerais e também em grandes depósitos de origem vulcânica, tanto no
subsolo como a céu aberto. As principais jazidas de enxofre estão situadas no México,
Japão, Finlândia, Espanha, Chile, Itália e sul dos Estados Unidos.
O enxofre no solo
A maior parte do enxofre do solo, em geral mais de 90%, encontra-se em formas
orgânicas. Isto é comprovado pelas altas correlações verificadas entre os teores de carbono
orgânico ou nitrogênio total e os teores de enxofre total ou orgânico. A estreita relação
entre o carbono orgânico e o enxofre supõe uma relação C/S relativamente constante em
solos de diferentes regiões climáticas, o que, entretanto, não é observado. Esta variação
estaria relacionada aos fatores de formação do solo.
Parte dos sulfetos formados é liberada na atmosfera (H2S), onde podem ser
oxidados a SO²4. Altas concentrações de sulfetos podem ser tóxicas aos cultivos em solos
alagados. Entretanto, estas são diminuídas pela oxidação de S2- a S0 e, posteriormente, a
SO²4 2- por algumas espécies de microrganismos, como as bactérias do gênero Beggiatoa.
A mineralização é o processo de maior importância em relação à disponibilidade
para as plantas, já que as formas orgânicas constituem a maior parte do enxofre do solo.
Muitas espécies de fungos, bactérias e actinomicetos atuam no processo de mineralização
do enxofre, utilizando a matéria orgânica como substrato para seu crescimento. Isto ocorre
tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose, tendo-se como produtos finais SO4
34
2- e H2S, respectivamente. Alguns fatores afetam a mineralização, tais como: as formas do
enxofre inorgânico, tipo de material orgânico adicionado ao solo, população microbiana,
temperatura, aeração, umidade e pH do solo. Estes fatores são influenciados pelo manejo,
sendo mais importantes os aspectos de revolvimento e cultivo do solo, adição de resíduos
orgânicos e a calagem.
Absorção – em condições aeróbicas do solo, a forma de enxofre predominante é a
do sulfato (S04 2-), e é essa forma absorvida pelas raízes das plantas. As plantas podem
absorver via foliar (via estômatos), principalmente o S02 (sulfito) atmosférico. Embora
este gás seja absorvido de forma pouco eficiente, algumas plantas podem suprir grande
quantidade do enxofre necessário ao seu desenvolvimento. Além do sulfato, a planta pode
absorver aminoácidos contendo enxofre como é o caso da cisteína e da metionina. O Cl e o
Si0²4 competem pelo mesmo sítio de absorção no sistema radicular, tornando tóxico nas
plantas quando em excesso, não possibilitando a absorção de enxofre pela raiz.
Transporte – o transporte de enxofre no xilema é predominantemente na forma de
S0²4, embora dependa da proporção de enxofre reduzido e/ou assimilado no sistema
radicular. Plantas como as ervilhas podem reduzir quantidades razoáveis de sulfato no
sistema radicular. Desta forma quantidade significativa de aminoácidos sulfurados e de
glutationa pode ser encontrada no xilema.
Redistribuição – embora o enxofre pertença à classe dos nutrientes de alta
mobilidade na planta, ele é na verdade pouco redistribuído. A sua redistribuição está
condicionada ao “status” da nutrição nitrogenada da planta.
Enxofre deficiência.
Na deficiência de S, a parte aérea é mais afetada do que o sistema radicular, e a
interrupção do suprimento de S causa, em poucos dias o decréscimo da condutividade
hidráulica, da abertura estomática e da fotossíntese líquida. A deficiência de S causa
também:
• Redução da área foliar (número e tamanho das células);
• Pode ou não decrescer o número de cloroplastos;
• Ocorre drástico decréscimo no conteúdo de clorofila das folhas;
• Redução do teor de proteínas (cisteína e metionina).
A clorose nas folhas das plantas deve-se principalmente a inibição na síntese de
proteínas (sintomas similares à deficiência de N). A planta com alta disponibilidade de N
35
apresenta sintomas de deficiência de S nas folhas novas, enquanto que a planta tendo baixa
disponibilidade de N, apresenta sintomas de deficiência de S nas folhas velhas.
O uso de enxofre na adubação não pode ser dispendado, pois:
• É um componente essencial de todas as proteínas;
• Ajuda a manter a cor verde sadia das folhas;
• Promove a nodulação nas leguminosas;
• Encoraja o crescimento vigoroso das plantas.
Principais fertilizantes.
Quando se pensa em fornecer somente enxofre às plantas há dois produtos a
considerar: o enxofre em pó (S) e o gesso (CaSO4.2H2O): o primeiro é amarelado e o
segundo se apresenta como um pó branco contendo cerca de 17% de enxofre.
O processo mais adequado para impedir o aparecimento dos sintomas de falta de
enxofre nas culturas e, portanto, evitar que as produções caiam em conseqüência disso está
no uso de adubo comum que encerram enxofre na sua composição. Esse adubo estará ao
mesmo tempo satisfazendo as exigências de enxofre da cultura, nada tendo a recear quanto
ao possível aparecimento da falta do mesmo.
Dependendo da fonte de S é fornecido no plantio ou em cobertura:
Plantio – Superfosfato simples, parcialmente acidulados, gesso, sulfato de
potássio, sulfato duplo de fosfato e magnésio, sulfato de amônio.
Cobertura – sulfato de amônio, sulfato de potássio, Quando se faz a
gessagem o produto já leva quantidades de enxofre suficientes para atender as exigências
da cultura.
Enxofre e nitrogênio a combinação perfeita
O enxofre, como o nitrogênio, é um constituinte das proteínas, assim os sintomas
de deficiência são semelhantes ao do nitrogênio. A principal diferença seria no caule das
plantas, principalmente nas culturas que o mais precisam (canola, soja etc).
Então sempre devemos ter quantidades boas de enxofre em nossos solos, se pela
análise de solo indicar deficiência do mesmo deve adicionar ao solo o mais cedo possível,
na próxima cultura, e porque não trabalhar sempre com enxofre nas formulações de NPK, e
também no próprio nitrogenada a se usar para as culturas exigentes em nitrogênio. O
nitrogênio e o enxofre estão ainda relacionados pela função do enxofre na ativação da
36
enzima de redutase do nitrato, a qual é necessária para a conversão de nitrogênio-nitrato
em aminoácidos nas plantas.
37
plasmática, por estar na forma não dissociada, portanto, comporta-se como uma molécula.
A nova classificação coloca o B como um elemento de mobilidade intermediária e não
como elemento de baixa mobilidade.
Deficiência e toxidez
A deficiência acarreta:
- redução na lignificação (menor diferenciação do xilema). Ex,: Caule oco em
couve-flor);
- reduz o crescimento das raízes (diminui AIA o que diminui o alongamento);
- aumento de substâncias pécticas e calose no floema (reduz, o transporte de
carboidratos no floema);
- diminui citocininas nas raízes;
- reduz síntese de proteínas ( em deficiência severa);
- necrose e morte do ponto de crescimento (redução na síntese de AIA);
- pecíolo foliar quebradiço.
Em nível tóxico ocorre:
- clorose e necrose dos bordos das folhas maduras;
O limite de deficiência e de toxicidade de B são muito próximos e, variam muito
entre as espécies.
Minerais fertilizantes
A turmalina é o mineral de maior relevância como fonte primária de B para os
solos ácidos de regiões úmidas. Ao contrário dos demais micronutrientes, há maior
concentração de B em granitos do que em basaltos. Comparativamente às rochas maciças,
as rochas clásticas, calcárias, folhelhos e aquelas que contêm argilas marinhas são mais
ricas em B, originando solos com maior disponibilidade do nutriente. Outros importantes
minerais que contém B são os bórax, a colemanita e a ulexita. Embora estes minerais
tenham pouca importância como fonte primária de B no solo, são utilizados como
fertilizantes. O bórax é um mineral encontrado em depósitos de evaporitos, em lagos
antigos e praias hoje secas, nas regiões áridas. Pode associar-se à halita, gipsita e nitrato de
sódio.
38
14. CLORO (Cl)
Até recentemente, o cloro (Cl) era considerado um nutriente sem importância para a
planta. Nós sabemos hoje que o Cl corrigindo deficiências e controlando organismos
causadores de doenças, pode aumentar a produção de muitas culturas principalmente
cereais e palmeiras (coqueiro, dendezeiro).
O cloro supre as plantas de várias maneiras, como por exemplo, pela reserva do
solo, água de irrigação, chuva, fertilização e poluição do ar.
39
Transporte e redistribuição – o cloro é transportado e redistribuído pela planta na
mesma forma pela qual é absorvida, ou seja, como Cl-. Como o Cl na planta, praticamente
não fica preso a compostos, ele é facilmente redistribuído no floema.
40
• Regulação estomática;
O cloro pode ter uma função essencial na regulação estomática. A abertura e o
fechamento dos estômatos são mediados pelo fluxo de K+ e ânions acompanhantes tais
como o malato e o cloro. (Cl-). O descontrole na regulação estomática em palmeiras é o
principal fator causando supressão do crescimento e sintomas de murcha em plantas
deficientes em Cloro.
Características da Toxidez
A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas localizadas
externamente na planta.
- competição com N03-;
- dano osmótico (> 20 mM de Cl na solução externa).
41
parece associado à plastocianina e à alguma outra fração protéica, e os órgãos
reprodutivos, dependendo da espécie da planta, podem acumular muito cobre (Kabata-
Pendias & Pendias, 1984). Estudos de digestibilidade in situ indicam que o cobre na parte
aérea de forrageiras está associado, principalmente, ao conteúdo celular (Emanuele &
Staples, 1990). Tiffin (1972) e Loneragan (1981) afirmam que cobre tem afinidade pelo
nitrogênio do grupo amino; compostos nitrogenados solúveis, como os aminoácidos,
parecem atuar como carregadores desse elemento no xilema e no floema. O cobre não é
prontamente móvel na planta, embora possa ser translocado das folhas velhas para as
novas, especialmente se o suprimento do elemento para a planta estiver adequado. A
mobilidade do cobre nos tecidos vegetais aumenta com o nível de suprimento do elemento.
Folhas de plantas com suprimento abundante de cobre perderam mais de 70% de seu cobre
durante a formação do grão. Entretanto, as folhas de plantas de trigo deficientes em cobre
perderam menos de 20% do cobre (Loneragan, 1975). A maior parte do cobre permanece
nos tecidos das raízes e folhas até a senescência, e os órgãos jovens são os primeiros a
desenvolver sintomas de deficiência de cobre. As maiores concentrações de cobre nos
brotos estão associados a fases de crescimento intenso e suprimento abundante do
elemento (Kabata-Pendias & Pendias, 1984).
42
Redistribuição – a redistribuição do cobre via floema é baixa, mas depende da
quantidade do elemento no tecido. Plantas bem supridas com cobre redistribuem com
maior facilidade do que plantas com deficiência deste elemento. Neste último caso, os
sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas novas.
Sintomas de toxidez
Menor crescimento; manchas aquosas e amareladas ao longo da nervura principal; e
funcionamento anormal das raízes.
44
16. FERRO (Fé)
Em sistemas aerados mantidos na faixa do pH fisiológico, a concentração de Fe3+ e
Fe2+ está abaixo de 10-15 M. No solo a forma predominante de Fe solúvel se encontra
como quelatos de Fe3+ e ocasionalmente Fe2+. O Fe, como um elemento de transição, é
caracterizado pela relativa facilidade pela qual altera seu estado de oxidação,
...e pela habilidade para formar complexos octaédricos com vários ligantes.
Dependendo do ligante, o potencial redox do Fe varia amplamente. Esta variabilidade
fornece uma importância especial aos sistemas redox. A alta afinidade do Fe por vários
ligantes (ex. ácidos orgânicos e fosfato inorgânico), é importante para o transporte a curta
distância nas plantas. Em sistemas aeróbicos, muitos quelatos de Fe de baixo peso
molecular, e o Fe livre em particular (Fe3+ e Fe2+) são mais efetivos na produção de
radicais oxigênio, hidroxila e compostos relacionados, como por exemplo:
45
incorporado em estruturas o que permite controlar reações de oxirredução reversíveis,
incluindo aquelas na proteção contra compostos oxidantes.
46
Nas folhas verdes, 80% do Fe está localizado nos cloroplastos na forma de
fitoferretina (Fe0.0H)8. Fe0.0P03H2), servindo como reserva no estroma dos cloroplastos.
Características da Toxidez
Os sintomas de excesso se caracterizam por manchas necróticas nas folhas;
A toxicidade de ferro pode ocorrer em solos hidromórficos (solos de várzeas),
desde que fiquem alagados por algumas semanas, ou com alta saturação de água.
48
Principais fertilizantes
49
Redistribuição – recentes publicações colocam o Mn como um elemento de baixa
mobilidade, como é o caso do Ca. O sintoma de deficiência do elemento ocorre primeiro
nas folhas mais novas.
Funções
As funções bioquímicas do Mn são semelhantes ao do Mg, entretanto, a
concentração do Mg é aproximadamente 100 vezes maior do que a concentração do Mn.
Sintoma de falta e toxidez.
Há baixa disponibilidade de Mn em solos com alto pH, contendo carbonatos livres,
principalmente com grande quantidade de matéria orgânica. A deficiência pode ser
corrigida pela aplicação de fertilizantes via solo, ou aplicação foliar de MnSO4, embora
esta última, seja muito limitada na prática. A quantidade de deficiência crítica do Mn varia
entre 10 a 20 mg kg-1 de matéria seca.
A deficiência causa:
- menor taxa de fotossíntese, redução de clorofila, maior suscetibilidade ao frio;
- queda no número de grãos (queda de produtividade) devido a baixa fertilidade do
pólen e baixo suprimento de carboidratos para o enchimento dos grãos; A deficiência em
dicotiledôneas é caracterizada por clorose internerval nas folhas novas. Em cereais a
deficiência caracteriza-se por manchas cinza esverdeadas nas folhas basais.
A toxicidade do Mn causa:
- precipitação do Mn na forma de MnO2 (pontos necróticos nas folhas velhas);
- induz deficiência de Fe, Mg e Ca (diminui absorção ou função a nível celular);
- perda da dominância apical aumentando a ramificação da parte aérea (diminui a
síntese de AIA).
Minerais fertilizantes
Após o ferro, o manganês é o elemento mais abundante na crosta terrestre e sua
ocorrência geológica está bastante associada à do primeiro. As rochas ígneas básicas
apresentam maior abundância do elemento. O Mn faz parte de diversos minerais, ligado
principalmente ao oxigênio e silício. Os óxidos (ex: pirolusita e manganita) e sulfetos de
manganês são as formas mais comuns nos solos. Durante o intemperismo, os compostos de
Mn são oxidados, reprecipitados e concentrados na forma de minerais secundários. A
disponibilidade do nutriente pode ser bastante variável, implicando em deficiência ou
50
toxicidade às plantas, dependendo da solubilidade dos compostos de manganês presentes
no solo.
As principais fontes de manganês no mercado são: Sulfato manganodo MnSO4
3H2O a 28% de Mn , Quelato sintético Mn EDTA 12% e Sintéticos de poliflavanoides 8%.
51
- aumento da proporção Pi/Po na planta;
- aumento de ácidos orgânicos;
- presença de “ponte de chicote” (couve-flor);
- limbo foliar perfurado (couve-flor).
A toxicidade é rara na planta. É comum ocorrer a molibdenose em animais
ruminantes que é um desbalanço entre Mo e Cu.
Minerais fertilizantes
Em minerais, o molibdênio ocorre como sulfeto (molibdenita) ou na forma de
óxidos (ilsemanita, povelita e ferrimolibdita). A maior parte do molibdênio presente no
solo está em formas oclusas, no interior de minerais primários (olivina, biotita, piroxênio e
plagioclásio) e secundários (argilominerais). O intemperismo desses minerais libera íons
molibdato, cuja solubilidade aumenta em condições alcalinas, contrariamente ao que se
observa com os outros micronutrientes metálicos (Cu, Fe, Mn e Zn). Os teores totais e
disponíveis de Mo nos solos são normalmente inferiores aos dos demais micronutrientes.
Principais fertilizantes existentes no Brasil: molibdato de sódio 39% de Mo,
Molibdato de amônio 54% e Trioxido de moliddênio 66%.
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Formas químicas absorvidas pelas plantas
Formas solúveis de zinco são prontamente absorvidas e se tem encontrado uma
correlação linear entre absorção pelas plantas e concentração do nutriente no substrato. A
velocidade de absorção do zinco difere grandemente entre as espécies e depende do meio
de cultivo. A composição da solução de nutrientes, particularmente a presença de cálcio, é
de grande importância. Não existe um consenso na literatura se a absorção do zinco ocorre
de forma ativa ou passiva. HEWITT (1966), MOORE (1972) LONERAGAN (1975)
estudaram este assunto e sugeriram que a absorção do zinco é metabólica.
A forma em que o zinco é absorvido pelas raízes também não é bem conhecida.
Existe, entretanto, uma concordância de que a forma predominante absorvida é a de Zn 2+,
podendo também o ser na de Zn- quelato.
Alguns autores consideram o zinco altamente móvel, enquanto outros atribuem a
ele uma mobilidade intermediária. De fato, quando existe um elevado suprimento de zinco
muitas espécies de plantas tem translocado quantidades apreciáveis do elemento das folhas
velhas para órgãos de crescimento, mas quando as mesmas espécies estão sob condições de
deficiência apresentam baixa mobilidade do nutriente das folhas velhas. Comumente, o
zinco se acumula nas folhas velhas.
Características da Toxidez
Ocorre em folhas novas;
- Encurtamento dos internódios e produção de folhas novas pequenas;
- Cloroses e formação de tufos na ponta de ramos de plantas perenes ou anuais.
Exemplos:
MILHO: plantas anãs; folhas mais nova esbranquiçada e com faixas roxas.
SOJA: internódios curtos; folhas amareladas e com manchas cor de ferrugem.
CAFÉ - LARANJA: folhas pequenas, estreitas e amareladas; internódios curtos;
tufos de folhinhas na ponta dos ramos; secamento de ponteiros.
ARROZ - TRIGO: menor crescimento e perfilhamento; folhas com manchas
alongadas cor de ferrugem.
54
Principais fertilizantes
56
remanescentes da rocha ou sedimento que deu origem ao solo e minerais secundários,
formados a partir de minerais pré-existentes pela ação do intemperismo. Os primeiros
compõem principalmente as frações areia e limo e os segundos a fração argila. Esta é
composta essencialmente de: silicatos hidratados de alumínios, cristalinos e amorfos, e
hidróxidos de ferro e titânio.
Nos silicatos a unidade estrutural é SiO 44− , onde o átomo deste elemento é rodeado
por quatro átomos de O, restando quatro cargas negativas a serem neutralizadas e que se
arranjam de diferentes formas, dando origem aos diferentes minerais silicatados. Os
tetraedros de silício podem se reunir com octaedros de alumínio, formando o grupo dos
filossilicatos, conhecidos como minerais de argila 2:1, ou seja, duas camadas de tetraedros
de silício e uma camada de octaedro de Al, Mg, Fe, etc. Há no solo também diferentes
formas de SiO2, sendo muito resistente ao intemperismo e praticamente insolúvel no solo.
O íon H 3 SiO 4− pode competir com o íon fosfato da solução do solo pelos sítios de
adsorção, possibilitando maior disponibilidade de fósforo. McKeaque e Cline (1963)
citado por Yassuda (1989) pesquisaram muitas substâncias com capacidade de remover
silício da solução e demonstraram que a hematita e goetita têm moderada absorção e os
minerais silicatados e solo alcalino apresentam pequena ou nenhuma capacidade de
adsorver silício.
O mecanismo de absorção do Si pelas plantas parece ainda não estar bem
esclarecido. Malavolta (1980) cita que o processo parece ser ativo, pois é sensível a
inibidores metabólicos e à temperatura e na seiva bruta do arroz o teor de Si é centenas de
vezes mais alto que na solução externa. Yassuda (1989) que relata outros autores, diz que o
Si é absorvido por fluxo de massa pelas gramíneas, por processo não seletivo. Pendias e
Pendias (1984) concluem com base em Tinker (1981) que a absorção de Si é passiva pela
maioria das gramíneas, e no arroz é preferentemente absorvido por processo ativo.
A respeito da essencialidade do Si (Malavolta, 1990) diz que deve temporariamente
ser considerado como benéfico, pois ainda não se aceita de modo geral a sua
essencialidade. Entretanto Miyake e Takahashi (1978) citados por Werner e Roth (1983)
demonstraram que na ausência de silício na solução nutritiva houve o aparecimento de
sintomas de deficiência especialmente no estágio reprodutivo do tomateiro. O sintoma de
deficiência foi uma formação anormal das folhas novas e uma falha de polinização com
conseqüente não formação de frutos em muitos casos e com o passar do tempo o sintoma
57
foi intensificado. As plantas deficientes, com teores de 200 µ g SiO2.g-1 na matéria seca
das raízes e das folhas tinham metade do peso daquelas que receberam silício na solução
nutritiva.
O sintoma típico de deficiência de silício é a necrose das folhas, que aparecem
inicialmente nas partes mais baixas da planta; o crescimento é menor e as folhas murcham,
e a taxa de transpiração é cerca de 30% mais alta nas plantas deficientes deste elemento
que nas plantas controle. Em outro estudo citado houve redução da taxa de crescimento,
mas não determinou o cessamento do crescimento.
Para alguns autores como Raij e Camargo (1973) tais efeitos benéficos tem sido
associados a diversos efeitos indiretos como: resistência que o Si confere às plantas a ação
de pragas e moléstias, influência que exerce sobre a absorção de outros elementos, efeito
no posicionamento das folhas que nas bem supridas de Si ficam menos curvadas, pois têm
maiores teores deste elemento.
O transporte de silício a longa distância é feito pelo xilema onde está presente na
forma de ácido monossilicico, e a sua distribuição na parte aérea depende da taxa de
transpiração desses órgãos. A principal forma na qual o elemento é encontrado na planta é
de sílica amorfa (SiO2. NH2O) ou na forma de polímeros, formando complexos com
polifenóis de grande estabilidade e baixa solubilidade. A maior parte do silício deposita-se
no apoplasto na forma sólida, onde se torna imóvel. Nas células epidérmicas das folhas de
arroz, abaixo da cutícula aparece uma camada de sílica, que segundo alguns autores, teriam
a função de limitar a perda de água e dificultar a penetração de fungos. Algumas células
nas folhas de gramíneas tem muito mais altos teores de sílica que as células epidérmicas
vizinhas. Estas células nas folhas são chamadas de células de sílica.
Um aspecto final citado na literatura é a respeito do sinergismo e antagonismo do
Si com outros elementos.
Pendias e Pendias (1984) citam haver antagonismo do Si na absorção de B, Mn e
Fe. Demonstra-se uma diminuição da toxidez causada pelo Mn em feijoeiro. O efeito é
somente observado nos altos teores (5,0 e 10,0 µ M) de Mn na solução.
Quanto ao efeito do Si sobre a absorção de P, em revisão de literatura Yassuda
(1989) concluiu que há trabalhos que mostram um aumento no aproveitamento de fósforo
aplicado no solo na presença de compostos contendo silício. Isso também ocorreu em
vários trabalhos quando Si e P foram fornecidos na solução nutritiva.
58
Os fatores que controlam o teor de sílica solúvel são: teor de argila nos solos
(quanto maior teor de argila maior o teor de sílica solúvel); grau de intemperismo do solo
(teores de sílica solúvel são maiores nos solos com B textural do que nos solos com
horizonte B latossólico).
No Brasil, alguns produtos já vêm sendo comercializados como fonte de Si, tais
como Silifértil, Agrosilício, MB-4, Siligran, escorias de siderúrgicas, etc., sendo o Si o
principal componente destes produtos.
59
transporte de água e nutrientes, na deposição de polissacarídeos nas paredes celulares e na
atividade de algumas enzimas.
As células das raízes de plantas estressadas por Al podem sofrer alterações
citológicas, ocasionando paralisação no seu crescimento. O Al interfere no processo de
divisão celular, principalmente na replicação do DNA, durante a interfase. Em geral, o Al
reduz os teores e interfere na absorção, no transporte e uso de vários nutrientes.
Ainda não são muito claras as modificações bioquímicas e fisiológicas, associadas
ao mecanismo de tolerância das plantas ao Al, que se relacionam com o comportamento
diferencial entre cultivares. Muitos mecanismos fisiológicos permanecem desconhecidos,
provavelmente em razão dos efeitos variados do Al nas plantas.
Algumas evidências confirmam que a tolerância de certas plantas ao Al está
relacionada com a capacidade de absorção e metabolização do P. Na presença de Al, o P é
parcialmente adsorvido/precipitado na forma de fosfato de Al, no espaço livre aparente
(ELA). A absorção do P é, pois, reduzida observando-se sintomas de sua deficiência nas
plantas. Nas células, o Al passa a interferir com o metabolismo de açúcares fosforilados,
nucleotídeos e ácidos nucléicos, inclusive DNA. O Al forma complexo com ATP e inibe as
ATPases e outras fosfatases da membrana plasmática, dificultando ou impedindo a
utilização da energia contida nas ligações do ATP pelas células. Segundo esta hipótese, as
plantas tolerantes ao Al são aquelas capazes de absorver mais o P ou utilizá-lo mais
eficientemente.
Alguns cultivares de trigo, cevada, arroz, ervilha e milho tolerantes ao Al
promovem aumento do pH da solução nutritiva ou da rizosfera, diminuindo, assim, a
solubilidade e a toxidez desse elemento. Este fato poderia ser atribuído à maior absorção
do nitrato, em detrimento do amônio. Estudos de cinética de absorção do nitrato mostram
que o Al reduz drasticamente o Vmax e aumenta o Km do transportador. Cultivares
tolerantes parece apresentar a enzima redutase do nitrato menos sensível ao Al, podendo
manter, consequentemente, maior assimilação de N. A tolerância ao Al por parte de alguns
cultivares de trigo, cevada, soja e feijão está associada à capacidade de a planta resistir à
deficiência de Ca, induzida pelo Al. Absorção de quantidades reduzidas de Ca é, em geral,
observada em plantas injuriadas pelo Al, podendo ser restaurada pelo aumento na
concentração desta. O Al reduz tanto a quantidade de Ca associada com o espaço livre
aparente quanto sua taxa de absorção pela plasmalema. Sugere-se que o Al neutraliza as
60
cargas negativas dos poros, reduzindo sua capacidade de ligar Ca. A partir disso, foi
postulado que Al deveria aumentar a capacidade do ELA de ligar ânions e a absorção total
de ânions pelas plantas. Recentemente, foi sugerido um efeito do Al sobre a proteína
chamada calmodulina (CaM). A afinidade desta proteína pelo Al é cerca de 10 vezes maior
do que pelo Ca, e a ligação do Al à molécula a CaM provoca mudanças conformacionais,
resultando em perda total de sua capacidade regulatória. Considerando a importância da
CaM para vários processos regulados pelo Ca, admite-se como certa a participação deste
sistema no mecanismo de tolerância ao Al.
A formação de complexos solúveis de ácidos orgânicos com Al pode eliminar sua
toxicidez em plantas. Estes ácidos produzidos pelas plantas funcionam como quelantes do
Al, formando um sistema de desintoxicação ou proteção. Alguns autores admitem que o
malato possa funcionar como quelante do Al no ápice radicular, evitando a toxicidez deste
elemento por exclusão. Os ácidos orgânicos, principalmente o cítrico, são capazes de
diminuir ou até eliminar totalmente os efeitos do Al sobre a fluidez da membrana e sobre a
atividade da Mg++- ATPase de frações isoladas de membrana plasmática.
A membrana plasmática é, provavelmente, um dos mais importantes locais de
ligação e injúria pelo Al. O Ca, essencial para a integridade estrutural e a permeabilidade
das membranas biológicas, apresenta-se, usualmente, ligado às cargas negativas dos
fosfolipídios, conferindo às membranas a correta fluidez, necessária ao desempenho de sua
função. O Al, em função de sua maior carga elétrica, é capaz de deslocar o Ca ou qualquer
outro cátion bivalente destes sítios negativos. A membrana na presença de Al apresenta
menor fluidez e maior permeabilidade, facilitando a perda de metabólitos essenciais para o
meio exterior. Além disso, o Al, provavelmente por modificar a interação lipídio e
proteína, causa inibição de várias enzimas localizadas nas membranas, como H+, K+, Mg+
+-ATPase e Ca++-ATPase, aumentando, consequentemente, o potencial elétrico através da
membrana.
O excesso de Al no meio de crescimento interfere em diversos processos
fisiológicos e bioquímicos nas plantas, com conseqüentes efeitos no crescimento e
desenvolvimento. Segundo Fageria et al. (1988) que citam vários autores, os mais
importantes processos afetados pelo excesso de Al são:
• Interferência na divisão celular das raízes e radículas;
• Aumento da rigidez da parede celular;
61
• Diminuição da duplicação do DNA pelo aumento da rigidez da hélice dupla
do DNA;
• Alteração da estrutura do funcionamento da membrana celular;
• Inibição da absorção e utilização de nutrientes;
• Redução do crescimento de raízes e parte aérea;
• Interferência na utilização da água pelas plantas, que resulta em colheitas
menores;
• Redução de respiração pelas raízes com conseqüente redução da absorção de
água e nutrientes;
• Precipitação de ácido nucléico pela formação de complexos;
• Anormal distribuição de ribossomos no retículo endoplasmático das células
das raízes que interferem na síntese de proteínas, etc.
O primeiro sintoma de toxidez de Al que aparece é a limitação do crescimento
radicular, havendo engrossamento as raízes que tomam a coloração marrom. A redução no
crescimento das raízes há conseqüente redução da absorção de nutrientes, sendo que o mais
afetado é o fósforo seguido do cálcio e magnésio. Devido a este motivo, o sintoma visual
na parte aérea é de deficiência de fósforo.
Devido a grande variabilidade de tolerância ao alumínio pelos vegetais e mesmo
entre cultivares, tenta-se selecionar os mais tolerantes.
Há várias revisões que tratam das causas de tolerância diferencial de plantas ao
alumínio (Furlani, 1989). Basicamente, podem ser classificados em:
A) Mecanismos de exclusão
-Imobilização de Al na parede celular
-Permeabilidade seletiva da membrana plasmática
-Barreira de pH induzida na rizosfera
-Esxudação de complexantes e/ou quelantes
B) Mecanismos de tolerância interna
-Complexação ou quelatização no citoplasma
-Compartimentação no vacúolo
-Proteínas especializadas na ligação com Al
-Evolução de enzimas tolerantes a Al.
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As evidências para os mecanismos de exclusão através de aumentos do pH na
rizosfera obtidos com monocotiledôneas, não se aplicam às dicotiledôneas, nas quais os
mecanismos de tolerância interna parecem mais plausíveis.
Correção
Na prática o uso de corretivos da acidez (calcários) diminui o efeito tóxico do Al.
Há inúmeros resultados na literatura demonstrando que pela calagem dos solos ácidos
elimina-se o alumínio trocável e aumenta-se a produção. Para detalhes consultar:
Malavolta (1985); Kaminsky et al. (1989), Raij et al. (1983) etc.
Ressalta-se ainda que há relatos na literatura demonstrando que o alumínio em
baixas concentrações no solo ou solução nutritiva estimula o crescimento (Marschner,
1986) que cita vários autores). Estas concentrações variam entre 0,2 a 0,5 mg/L para a
beterraba açucareira. Um dos problemas destes estudos é a contaminação das soluções
nutritivas supostamente isentas de alumínio, que possibilitam o crescimento de plantas que
contem 50-100 mg de alumínio/kg de MS.
As plantas cultivadas em geral têm 50-200 ppm de Al na matéria seca, sendo o chá
uma exceção, pois a concentração varia de 2000-5000 ppm (Malavolta, 1980).
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23. ANEXO
SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA (FOTOS)
Cálcio
Nitrogênio
64
Potássio
Cobre
Fósforo
65
Magnésio
Enxofre
Boro
Cloro
66
Ferro
Manganês
Molibdênio
67
Zinco
68
24. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONATO, C. M.; RUBIN FILHO, C. J.; MELGES, E.; SANTOS, V. D.; Nutrição Mineral
de Plantas. Universidade Estadual de Maringá. Maringá 1998. pag 136.
69
GIRACCA, E. M. N.; NUNES, J. L. S.;. Fertilizantes e Corretivos. Em AGROLINK
Disponível em: http://www.agrolink.com.br/fertilizantes/Adubos.aspx . Acesso em: 10 out.
2009.
KIEHL, E.J.; Fertilizantes orgânicos. Piracicaba, Editora Agronômica Ceres Ltda, 1985.
Pag 492.
KUFFEL, G. L.; Importância Do Cálcio E Do Enxofre Nas Culturas. ATC Roullier Brasil .
2003
KERBAUY, G.B. Fisiologia Vegetal. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
472p.
MALAVOLTA, E. (Ed.). ABC da adubação. 5º ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1989.
292p.
70
MOSAIC FERTILIZANTES. Macronutrientes primários. São Paulo: Mosaico fertilizantes,
2008. Disponível em: http://www.mosaicco.com.br/Default.aspx?wcmp=162. Acesso em:
15 de outubro de 2009.
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