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Instalações de antenas de Telecomunicações nos municípios e suas respectivas

regulamentações.

RUBENS SANTANA*

A instalação de antenas de telecomunicações nos municípios e sua necessária regulamentação


devem ser de iniciativa do Poder Executivo Municipal, objetivando assegurar a qualidade dos
serviços a serem prestados. Conquanto é necessário tecer alguns comentários sobre as
questões das radiações não-ionizantes em função da instalação de Estações de Rádio Base
(ERB). É importante salientar e analisar, em que ponto se encontram as discussões quanto o
grau de radiação (poluição ambiental), provocada pelas ERBs, e quais as medidas adotadas até
o presente momento para solucionar tal questão.
O Autor John Davidson ("Energia Sutil" - Ed. Pensamento - SP - 1.995) formado em Ciências
Biológicas pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, escreve sobre o assunto:

"O homem moderno é bombardeado por radiações


eletromagnéticas criadas por ele mesmo. Calcula-se que as
energias elétrica e magnética que hoje nos atingem, vinda de
linhas e cabos de força, radares de microondas e de
aparelhagens eletromagnéticas domésticas e de
comunicações, rádio e televisão, sejam duzentos milhões
mais intensas do que a que nossos ancestrais recebiam do
sol e de fontes cósmicas. O organismo e nossas energias
biofísicas são receptores, condutores e transmissores dessa
poluição eletromagnética. Se você alguma vez instalou uma
antena de rádio, deve saber quanto seu próprio corpo pode
também comportar-se como uma extensão da antena,
apenas pelo fato de você estar segurando uma ponta
exposta do fio." (...)

Algumas pessoas são melhores condutores que outras: uma


provocará um sinal de freqüência mais apagada que a outra.
Isto ocorre porque o corpo tem uma capacitação elétrica,
além de uma resistência à eletricidade e à umidade, que
varia de uma pessoa para outra. Ou seja: o corpo estoca os
elétrons que constituem o fluxo de eletricidade. Essa
armazenagem de elétrons em objetos de metal no
organismo, assim como nos ossos e na estrutura dos tecidos,
poderá provocar uma inversão nas polaridades ou a
desarmonia nos campos de energia sutil." (págs. 105/106)
Aduz este autor que estamos bem cientes dos efeitos prejudicais de certas partes do espectro
eletromagnético (raios X, microondas, raios ultravioleta), mas que existem outros aspectos que
não são tão bem documentados ou fáceis de identificar:
"Há muitos outros casos que poderiam ser citados. Acontece
que este gênero de poluição eletromagnética poderá não se
apresentar em forma de doenças graves por quinze a vinte
anos depois de ocorrido o fato. Isso já foi observado em
diversas oportunidades. Além do mais, é muito difícil
quantificar o efeito do bombardeamento contínuo pela
radiação eletromagnética de baixa intensidade, como as
emissões de rádio e televisão e as emissões dos circuitos
normais de aparelhos domésticos e comerciais." (p. 112 –
sem negrito no original)
Contudo, o significado do prolongado lapso de tempo decorrido entre a exposição a baixos níveis
de radiação e sua manifestação como doença ou câncer, segundo o mesmo autor, pode ser
facilmente compreendido:
"As células do organismo estão constantemente se
reproduzindo e destruindo ou absorvendo as velhas.
Algumas células do sangue duram apenas um dia, enquanto
células do cérebro provavelmente jamais serão substituídas
no período de uma vida inteira. Existe apenas uma boa
quantidade de células cerebrais de reserva que substituem
as que morrem, e estas são substituídas por células
gordurosas. Outras tem duração de meses ou anos. Diz-se
por exemplo, que quando se encontra uma pessoa depois de
um período de seis meses, nem uma única célula em seu
rosto será a mesma que foi vista no encontro anterior. (...)

A radiação eletromagnética e as emissões de partículas


radioativas são capazes de desarmonizar ou mesmo romper
os padrões de energia sutil e molecular. As moléculas do
DNA podem voltar a reunir-se corretamente, poderão morrer
ou reunir-se num novo padrão, com qualidades
potencialmente destrutivas. Se apenas um pequeno número
de células foi prejudicado dessa maneira, poderá levar de
quinze a vinte anos até que os filhos dessas células e toda a
sua progenitura cheguem a representar uma proporção
suficiente do total da população celular que venha a ameaçar
a saúde da pessoa. Daí os longos intervalos entre a
exposição à radiação e a manifestação da má saúde.

Além do mais, as perturbações no campo de energia sutil


poderão permanecer depois de uma exposição de baixa
intensidade, talvez em nível de informação armazenada, de
maneira a provocar a doença mais tarde, quando a
resistência natural for menor. (...)
Qualquer coisa que possa fazer com que os padrões de energia sutil ou a estrutura molecular dos
cromossomos entre em desarmonia poderá ser carcinógena. É por essa razão que também
existem produtos químicos ou vírus capazes de provocar o câncer." (págs. 112/114)

E assim, sobre o assunto, finaliza o mencionado autor:


"Diante dos campos eletromagnéticos artificiais do ambiente,
parece provável que respondamos ajustando nosso ritmos
aos desta "nuvem" eletrônica. Como resultado disso, o
complexo mente-emoção-corpo passa por uma tensão e os
processo naturais se rompem, deixando-nos suscetíveis a
doenças a que estaríamos imunes de outro modo. Foi só
depois da década de 70 que se empreendeu um gênero de
pesquisa mais ampla no Ocidente a respeito disso; na União
Soviética e na Europa oriental centenas de experiências já
demonstravam que os campos eletromagnéticos podem
provocar inúmeros problemas de saúde, como desarranjos
no sangue, hipertensão, ataques cardíacos, dores de cabeça,
disfunções sexuais, sonolência e esgotamento nervoso. O
livro Electromagnetic fields and life de A. S. Presman, do
Departamento de Biofísica da Universidade de Moscou,
descreve minuciosamente muitas dessas experiências. Ele
foi publicado pela primeira vez em russo em 1.968 e
traduzido para o inglês em 1.970." (p. 120)

A Agencia Nacional de Telecomunicações – ANATEL, órgão controlador das telecomunicações no


território federal, através de seu Conselho Diretor, deliberou adotar, como referência provisória
para avaliação da exposição humana a campos eletromagnéticos de radiofreqüência provenientes
de serviços de telecomunicações, as "Diretrizes para Limitação da Exposição a Campos Elétricos,
Magnéticos e Eletromagnéticos Variáveis no Tempo (até 300 GHz)", propostos pela Comissão
Internacional de Proteção contra Radiações não-Ionizantes.

Indubitavelmente, dispõe a Resolução CONAMA 237/97 (que normatiza os procedimentos de


licenciamento ambiental com base na Lei Federal 6.938/81 – art. 10 c/c Decreto Federal
99.274/90 – arts. 17 e 19):
"Art. 2º - A localização, construção, instalação, ampliação,
modificação e operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão
ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
legalmente exigíveis."
Embora a atividade concernente à instalação de ERBs não esteja taxativamente elencada no
Anexo I da referida Resolução, o enquadramento de tal atividade é facultado pelo parágrafo 2º do
mesmo artigo 2º da referida Resolução:
Art. 2º - (omissis)

# 2º - "Caberá ao órgão ambiental competente definir os


critérios de exigibilidade, o detalhamento e a
complementação do Anexo I, levando em consideração as
especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras
características do empreendimento ou atividade."
A questão se coloca, não respeitante à exigência do licenciamento ambiental, mas sim em que
nível deve o mesmo ser exercido. Vemos que a tendência está no nível local, vale dizer, dos
municípios, caso em tela. Porque, por evidente, trata-se de instalação de atividade que diz
respeito mais diretamente ao interesse do município. É no seu aspecto de circunvizinhança, ao
nosso ver, que mais interfere a instalação das ERBs, o que retrata uma situação tipicamente local.
Para elucidação deste aspecto cabe recorrer ao insigne Paulo Affonso Leme Machado (op. supra
cit – p. 274 e 283):
"De longa data é empregada a expressão "interesse", quanto
à mensuração da competência municipal. Antes utilizava-se
"peculiar interesse" e a Constituição federal de 1988 passou
a usar "interesse local" (art. 30, I).

Celso Bastos, José Cretella Junior, Hely Lopes Meirelles,


dentre outros de nossos publicistas eminentes, manifestam-
se no sentido de que o interesse local não se caracteriza pela
exclusividade do interesse, mas pela sua predominância.

A União e os Estados também irão legislar com base em


seus interesses – interesse nacional ou federal e interesse
estadual -, inobstante a divisão de competência entre esses
dois entes não tenha expressamente mencionado o termo
interesse."
Adiante, acrescenta:
Áreas de atuação existem, contudo, em que o "interesse
local" tem nítida predominância, por exemplo: autorizar e/ou
licenciar a construção de casas para residências
unifamiliares ou multifamiliares, ou apartamentos; autorizar a
construção e/ou localização de casas comerciais e/ou
supermercados; decidir sobre o traçado e a construção de
vias públicas e sobre os espaços verdes e/ou praças."
A localização e/ou instalação (ou construção) de estações de ERBs afigura-se-nos atividade
preponderantemente de interesse local. Conforme explicado na Informação Técnica
014/00/EERT, da CETESB, as antenas das ERBs "...são estreitas e tem cerca de 1m de
comprimento. Várias destas antenas são montadas sobre uma torre que geralmente tem 15 a 50
m de altura ou sobre edifícios." Hoje já se concebe a noção de meio ambiente urbano,
compreendendo as gradativas repercussões ambientais dos crescentes usos e atividades na zona
urbana e de expansão urbana.
Vale lembrar, por exemplo, que a Constituição do Estado do Paraná (art. 151) estabelece que a
política de desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, e visa assegurar, dentre outros objetivos:
Art. 151 – (omissis)

IV – a garantia à preservação, à proteção e à recuperação do


meio ambiente e da cultura;

VI – a utilização racional do território e dos recursos naturais,


mediante controle da implantação e do funcionamento de
atividades industriais, comerciais, residenciais e viárias."

A autora Helita Barreira Custódio ("O Município e a Preservação do Meio Ambiente" – Anais do
Curso Direito Ambiental e Urbanístico – 1.995), doutora em Direito pela Universidade de São
Paulo e renomada jurista-ambiental, discorrendo sobre a ampliação dos usos do espaço urbano,
anota:

"Neste sentido, torna-se oportuna a identificação, ainda que


de forma genérica, de algumas categorias indispensáveis ao
equilíbrio ambiental no espaço urbano, para os fins
protecionais, no interesse de todos. Dentre as diversas
categorias de usos suscetíveis no zoneamento do meio
ambiente urbano, destacam-se: (...) h) áreas para linhas de
alta tensão, canais e canalizações, rodovias e ferrovias; i)
áreas para usos habitacionais, comerciais, industriais,
equipamentos urbanos e comunitários; (...) além de outras
exigências cada vez mais pressionadoras e consumidoras de
espaços integrantes do meio urbano."
Tais estações de ERBs destinam-se a atender as comunidades locais no tocante às facilidade de
comunicação proporcionadas por esta tecnologia.

A supra mencionada Resolução CONAMA 237/97 dispõe no seu art. 6º:

"Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os


órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito
Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de
empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e
daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por
instrumento legal ou convênio."

É notório, entretanto, que, à exceção das cidades de maior porte, as cidades menores do território
mineiro na sua maioria sequer possuem órgão ambiental e/ou estrutura técnica municipal para
levar a cabo o controle ambiental de instalação de estações de ERBs.

Cabe aduzir, também, que o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão do Sistema
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA - "entidade dotada de poder regulamentar em razão de
expressa determinação legal" (cf. Paulo de Bessa Antunes, in "Direito Ambiental" – p. 63) -
incumbido, de acordo com a Lei Federal 6.938/81 (art. 6º, II) de deliberar sobre "... normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de
vida", não baixou, até o momento, nenhuma normativa sobre o assunto.

Por outro lado, entendemos também que deva-se cogitar de não deixar a população totalmente
desamparada quanto a medidas preventivas e de controle com relação aos efeitos ambientais das
estações de ERBs já instaladas ou a se instalarem, por isso a necessidade da referida lei, que
disporá sobre procedimentos a ser adotados no município.

O mesmo Paulo Affonso Leme Machado (op. supra cit. – p. 283), citando Alvaro Luiz Valery Mirra,
Juiz e Mestre em Direito Ambiental pela Universidade de Estrasburgo, acentua que:
"...é bastante freqüente, na prática, que os Municípios, ao
legislarem em tema de meio ambiente, procurem diminuir o
rigor do legislador federal ou estadual e, com isso, ampliar ou
facilitar o exercício de atividades potencialmente
degradadoras do meio ambiente em seus territórios, sem o
devido respeito às restrições já anteriormente estabelecidas
pelas normas da União e dos Estados."
Em função de todas estas informações, entendemos que há necessidade do estabelecimento na
legislação, de certos levantamentos técnicos, tais como, a distância entre a torre e a possível
presença de ocupação humana, que poderia ser colocada da seguinte forma:
Toda instalação de antenas transmissoras de radiação
eletromagnética deverá ser realizada de modo que a
densidade de potência total, considerada a soma da radiação
preexistente com a da radiação adicional emitida por nova
antena, medida por equipamento que faça a integração de
todas as freqüências na faixa prevista por esta lei, não
ultrapasse 100µW/cm2 (cem microwatts por centímetro
quadrado), em qualquer local de possível ocupação
humana."
Tal artigo visa única e exclusivamente proteger o ser humano das possíveis radiações
eletromagnéticas, pois ainda não se tem um estudo acurado sobre os efeitos de tal radiação na
população, por isso a necessidade de estabelecimento da soma das freqüências, possibilitando o
estabelecimento de uma distância mínima.

ANÁLISE DO PROJETO

Basicamente, o Projeto de Lei contempla a necessidade para o estabelecimento dos referidos


assuntos, é sucinto, exulto e trata especificamente da necessidade geral da lei, não se excedendo
em pormenores que devem ser dirimidos em um decreto ou notas técnicas.

Da análise realizada no Projeto de Lei, foi constatada a inexistência de alguns tópicos que devem
ser dispostos no diploma, e outros que devem ser alterados, tendo em vista a necessidade e
viabilidade técnica para a administração municipal, não sendo em si, obrigatórios. No entanto,
entendemos que o mesmo deve prever, no mínimo, algumas destas exigências.

Os artigos dispostos abaixo são só um exemplo de como poderá ser, em tese, a redação para
cada tipo de assunto.

Tópicos de poderiam ser dispostos na nova redação a ser dada ao projeto, e que não
constam do projeto atual.

 Apresentação de estudo de viabilidade urbanística;

O Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) será apreciado


pelo Conselho Municipal do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, (por exemplo), nos aspectos
urbanísticos e paisagísticos, vinculado ao Plano de
Instalação e Expansão de todo o sistema.

 Licenciamento junto à Secretaria Municipal de Obras;

As empresas de telefonia, após aprovação do EVU, deverão


requerer licenciamento junto ao respectivo órgão, anexando
compromisso de contratação de seguro contra terceiros e
demais documentos a serem definidos pelo Município de
Divinópolis através de Decreto.

 Controle das radiações pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

O controle das radiações eletromagnéticas não-ionizantes e


a emissão de licença ambiental serão de responsabilidade do
respectivo órgão, que exigirá medições em periodicidade a
ser estabelecida pelo Município, no mínimo, anuais.

 Penalidades pelo não cumprimento de certas cláusulas;

As penalidades aplicáveis em decorrência de procedimentos


que estiverem em desacordo com as recomendações
ambientais e sanitárias são as contidas nas Leis
Complementares nºs 12, de 07 de janeiro de 1975, 65, de 22
de dezembro de 1981, e 284, de 27 de outubro de 1992.

 Estabelecimento de limites de densidade de potência para instalação de antenas


transmissoras;

Fica ao encargo do Município, através de Decreto,


regulamentar as condições para a instalação dos
equipamentos de que trata esta Lei; o limite máximo em
densidade de potência; bem como o limite de potência
irradiada total de antenas transmissoras de radiação
eletromagnética não-ionizante, seguindo a orientação das
normas adotadas pela comunidade européia sobre a matéria.

 Exigência de laudo radiométrico;

Por ocasião da liberação para funcionamento o respectivo


órgão exigirá laudo radiométrico teórico elaborado por físico
ou engenheiro com atribuições para tal atividade com a
correspondente Anotação de Responsabilidade Técnica, no
qual deverá constar estimativa dos níveis máximos de
densidade de potência em locais onde possa haver público e
de acordo com as recomendações adotadas.

 Exigência de alvará sanitário para entrada em operação das antenas transmissoras;

Para o caso das antenas que já se encontram em operação,


o Alvará Sanitário referente ao exercício de 2002 deverá ser
requerido no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
publicação deste decreto, podendo ser apresentado o laudo
radiométrico em até 90 (noventa) dias, a partir dessa mesma
data.

O Alvará Sanitário a que se refere o artigo anterior será


renovado anualmente, devendo o responsável pela antena
transmissora formular o pedido de renovação até o dia 31 de
março de cada exercício.

 Controle pelo Departamento de Vigilância Sanitária;

As empresas e serviços de avaliação técnica somente


poderão ter laudos reconhecidos pela autoridade sanitária se
procederem ao prévio cadastramento de serviços e
responsabilidade técnica, condicionado este à comprovação
de títulos e experiência na área de radiação eletromagnética.

 Forma de cálculo das densidades das radiações;

A avaliação das radiações deverá conter medições dos níveis


de densidades de potências, com médias calculadas, em
qualquer período de 06 (seis) minutos, em situação de pleno
funcionamento da ERB, ou seja, quando estiver com todos os
canais em operação.

ATRAVÉS DE DECRETO, REGULAMENTAR CERTOS ASPECTOS TÉCNICOS:

Fica ao encargo do Município, através de Decreto,


regulamentar as condições para a instalação dos
equipamentos de que trata esta Lei, o limite máximo em
densidade de potência, bem como o limite de potência
irradiada total de antenas transmissoras de radiação
eletromagnética não-ionizante, seguindo a orientação das
normas adotadas pela comunidade européia sobre a matéria.

Prever uma normatização técnica (função que no futuro poderá ser realizada pelo Poder
Executivo), relativa à instalação de antenas transmissoras de rádio, televisão, telefonia celular,
telecomunicações em geral e outras antenas transmissoras de radiação eletromagnética, tais
como:

QUANTO A CERTAS ESPECIFICAÇÕES:


 Antena transmissora ou simplesmente antena: dispositivo, conjunto de dispositivos e
equipamentos a partir dos quais são emitidas radiações eletromagnéticas com propósito de
transmissão de informações.
 Instalação: qualquer local onde uma antena transmissora esteja permanente ou
temporariamente instalada.
 Densidade de potência total: magnitude da somatória de densidade de fluxo de energia em
um determinado ponto no espaço, em potência por unidade de área, medida em watts/m² (watt
por metro quadrado) e seus múltiplos e submúltiplos (miliwatt ou microwatt por centímetro
quadrado).
 Radiação por radiofrequência (RRF): radiação eletromagnética na faixa de 3 kHz a 300GHz
do espectro eletromagnético.
 Radiação de fundo: radiação eletromagnética preexistente à adição de uma nova antena numa
região.

QUANTO AO FUNCIONAMENTO:
 A densidade de potência total, no entorno habitável das fontes de emissão, não deve
ultrapassar a 100 µW/cm² (cem microwatts por centímetro quadrado), respeitados os limites dos
campos elétrico e magnético em zona de campo próximo, definidos pelas normas nacionais e
internacionais, e a critério da autoridade sanitária.

 Instalada uma nova antena, a radiação proveniente da mesma passa a incorporar o nível de
radiação de fundo, para a concessão do Alvará Sanitário, que deverá especificar as condições
técnicas autorizadas para seu funcionamento, no local e período em questão.

 A comprovação do atendimento ao disposto no artigo 3°, da Lei nº 9.580/97, com a redação


dada pela Lei nº 9.891/98, será feita mediante medições diretas anuais, cujos resultados serão
submetidos à apreciação da autoridade sanitária, na forma de laudos radiométricos e demais
documentos referentes às especificações técnicas de operação da antena ou conjunto de
antenas, às expensas do empreendedor.

 A concessão do Alvará Sanitário deverá ser requerida anualmente, pelo responsável pela
antena, e estará condicionada à apresentação do laudo radiométrico atualizado e dos demais
documentos constantes do Anexo X, que integra esta Norma Técnica.

 Deverá ser comunicada, de imediato e a qualquer tempo, toda alteração na configuração física
ou nos parâmetros de operação da antena, concomitantemente à apresentação de laudo que
demonstre as novas condições de instalação.
 Não será autorizada a entrada em operação de antena em local onde a radiação de fundo
produza densidade de potência total acima do limite estabelecido nesta Norma Técnica.

 Na freqüência de telefonia celular, a densidade máxima de potência é dada pela relação f/200,
onde "f" é a freqüência em MHz, e o resultado é dado em Watts por metro quadrado (W/m²).

QUANTO AO LAUDO RADIOMÉTRICO:

 As empresas e serviços de avaliação técnica somente poderão ter laudos reconhecidos pela
autoridade sanitária se procederem ao prévio cadastramento de serviços e responsabilidade
técnica, condicionado este à comprovação de títulos e experiência na área de radiação
eletromagnética.

 O laudo radiométrico deverá ser assinado por físico ou engenheiro, com conhecimento
comprovado na área de radiação eletromagnética e conter, pelo menos, os dados especificados
no Anexo II, desta Norma Técnica.

 As medidas de densidade de potência serão realizadas nos limites da propriedade da instalação


e nas edificações vizinhas, num raio de 200 (duzentos) metros, por equipamentos que meçam a
densidade de potência por integração do espectro eletromagnético entre 50 MHz (cinqüenta
megahertz) e 300 GHz (trezentos gigahertz), levando-se em conta a integração de efeitos das
fontes de emissão relevantes objetivamente verificadas.

 As medidas de campo elétrico e campo magnético serão realizadas nos limites da propriedade
da instalação e nas edificações vizinhas, num raio de 200 (duzentos) metros, com o
correspondente cálculo da densidade de potência equivalente na faixa de freqüência abaixo de 50
Mhz.
 As medições deverão ser feitas com equipamentos comprovadamente calibrados, dentro das
especificações do fabricante, sob certificação e responsabilidade técnica cadastrada, junto à
Secretaria Municipal de Saúde.

 A realização das medições deverá ser agendada com a autoridade sanitária e confirmada
mediante ofício protocolado, informando as especificações técnicas necessárias, local, dia e
cronograma dos trabalhos.

 A Secretaria Municipal de Saúde (ou outro órgão) terá 10 (dez) dias úteis para confirmar ou
reagendar a medição.
 A autoridade sanitária poderá indicar pontos adicionais de medição.

Entendemos que partes das informações ou procedimentos acima devem ser disponibilizadas na
legislação que tratará do assunto, resguardando-se a administração de eventuais problemas
legais por falta de regulamentação técnica.

Tópicos que podem ser reformulados em uma nova redação a ser dada ao Projeto, e que
precisam ser alterados no atual.

 No inciso IV do § 4º, inciso I do § 5º no que se refere ao inciso III do 2º artigo estão errados,
devendo ser corrigidos.
 O art. 10 com a seguinte redação: “Nos locais onde a densidade de potência total ultrapasse os
limites citados no artigo 3º, as emissões deverão ser imediatamente enquadradas de forma a
atender os parâmetros estabelecidos na presente lei, sob pena de ser determinada à desativação
da antena”.

o CORREÇÕES

 Não existe no art. 3º os limites alencados no respectivo artigo;


 O artigo 3º estabelece os parâmetros do ICNIRP e ANATEL para fins de
medição, o mesmo devendo ocorrer com o art. 10;

A redação que melhor se enquadra no respectivo meandro do Projeto de Lei, seria:

Nos locais onde a densidade de potência total ultrapasse os


limites estabelecidos pelo ICNIRP e ANATEL, as emissões
deverão ser imediatamente enquadradas de forma a atender
os parâmetros estabelecidos por estes órgãos, sob pena de
ser determinada à desativação da antena.

Quanto ao art. 9º, o mesmo deveria seguir a metodologia proposta no tópico acima, QUANTO AO
LAUDO RADIOMÊTRICO, sendo o mais didático e prático, podendo ter a seguinte redação:

Por ocasião da liberação para funcionamento a Secretaria


Municipal de Meio Ambiente exigirá laudo radiométrico
teórico elaborado por físico ou engenheiro com atribuições
para tal atividade com a correspondente Anotação de
Responsabilidade Técnica, no qual deverá constar estimativa
dos níveis máximos de densidade de potência em locais
onde possa haver público e de acordo com as
recomendações adotadas.
Estas são as algumas das especificações mínimas exigidas em relação a regulamentação de
antenas de telecomunicações nos municípios. Este tipo de regulamentação visa a proteção da
população e melhor administração e gerenciamento da coisa pública, atendendo os anseios da
população no que tange: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, crie condições
adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, lancem matérias ou energia em desacordo
com os padrões ambientais estabelecidos.

RUBENS SANTANA – Psicólogo; Teólogo; Especialista em


Gestão Estratégica em Recursos Humanos; Especialista em
Gestão Pública Municipal; Palestrante na área de Desenvolvimento
de Gestão Administrativa; Auditor, Consultor e Técnico da Magnus
Auditores e Consultores S/C.

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