You are on page 1of 7

Analfabetismo funcional

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo, o que co
favor, insira mais referências no texto. Material sem fontes poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Analfabetismo funcional é a incapacidade que uma pessoa demonstra ao não


compreender textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente
as letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade
de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas. Também é definido como analfabeto
funcional o indivíduo maior de quinze anos possuidor de escolaridade inferior a quatro anos letivos.

Índice

 1Níveis de alfabetização funcional


 2O problema do analfabetismo funcional no Brasil
 3Ver também
 4Referências
 5Ligações externas

Níveis de alfabetização funcional[editar | editar código-fonte]


Existem três níveis distintos de alfabetização funcional, a saber:

 Nível 1, também conhecido como alfabetização rudimentar, compreende aqueles que apenas
conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm
dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas
básicas.
 Nível 2, também conhecido como alfabetização básica, compreende aqueles que conseguem
ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem
tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes,
conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é
exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas.
 Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, compreende aqueles que detêm pleno
domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às
mais complexas).

O problema do analfabetismo funcional no Brasil[editar | editar código-


fonte]
Ver artigo principal: Educação no Brasil
Conforme dados de 2005 do IBOPE[1][2], no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da
população (30% no nível 1 e 38% no nível 2). Somados esses 68% de analfabetos funcionais com
os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o
domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4
brasileiros (25% da população) é plenamente alfabetizado, isto é, está no nível 3 de alfabetização
funcional.
O censo 2010 mostrou que um entre cinco pessoas (20,3%) são analfabetas funcionais. O
problema maior está na região Nordeste, onde a taxa de analfabetismo funcional chega a 30,8%.[3]
Em 2012, o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa divulgaram o Indicador de
Analfabetismo Funcional (Inaf) entre estudantes universitários do Brasil e este chega a 38%[4],
refletindo o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade durante a última década.
Esses índices tão altos de analfabetismo funcional no Brasil devem-se à baixa qualidade dos
sistemas de ensino, à falta de infraestrutura das instituições de ensino[carece de fontes] e à falta de
hábito e interesse de leitura do brasileiro[carece de fontes]. Em alguns países desenvolvidos e/ou com um
sistema educacional mais eficiente, esse índice é inferior a 10%, como na Suécia, por exemplo.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]


 Aprendizagem
 Dificuldades de aprendizagem
 Educação especial
 Inibição cognitiva
 Psicologia educacional
 Reuven Feuerstein
 Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural

Referências
1. Ir para cima↑ Ibope: 75% da população não sabe ler direito
2. Ir para cima↑ Brasil tem 75% de analfabetos funcionais, diz Ibope
3. Ir para cima↑ «Pnad: Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional»
4. Ir para cima↑ No ensino superior, 38% dos alunos não sabem ler e escrever plenamente
5. Ir para cima↑ O Analfabetismo

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


 Instituto Paulo Montenegro
 Cruz, Ana da. O Analfabetismo Funcional (Artigo). Recanto das Letras, 2008.
 PACI - Potencialização da Aprendizagem Contextualizada Interativa

 Portal da educação

 Portal da sociedade
Categoria:
 Alfabetização
Três em cada 10 são analfabetos
funcionais no País
Segundo estudo, esse grupo não consegue ou tem
dificuldade de se expressar por letras e números; taxa é a
mesma há dez anos
Isabela Palhares e Juliana Diógenes, O Estado de S. Paulo
06 Agosto 2018 | 03h00

SÃO PAULO - Os preços das ervas, temperos, cebolas e limões na barraca da


feirante Onorina Quixobeira da Silva, de 62 anos, são redondinhos: R$ 1, R$
2, R$3, e por aí vai. Nada de centavos. Quanto menos números, melhor. É
contando nos dedos que sai o troco do freguês. Só assim ela consegue
identificar o que está nas cédulas e fazer a venda correta. “Muitas vezes me
atrapalho e tenho de começar a contar de novo”, conta ela.

Três em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos no País – 29% do total, o


equivalente a cerca de 38 milhões de pessoas – são
considerados analfabetos funcionais. Esse grupo têm muita dificuldade de
entender e se expressar por meio de letras e números em situações cotidianas,
como fazer contas de uma pequena compra ou identificar as principais
informações em um cartaz de vacinação. Há dez anos, a taxa de brasileiros
nessa situação está estagnada, como mostram os dados do Indicador do
Alfabetismo Funcional (Inaf) 2018.
A feirante alagoana Onorina conta com a ajuda para fazer contas Foto: FELIPE
RAU/ESTADÃO

O estudo, feito pelo Ibope Inteligência, é desenvolvido pela ONG Ação


Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro. Nessa faixa de 29% de
brasileiros classificados nos níveis mais baixos de proficiência e escrita, há 8%
de analfabetos absolutos (quem não consegue ler palavras e frases). Os outros
21% estão no nível considerado rudimentar (não localizam informações em
um calendário, por exemplo).

Em 2009, 27% dos brasileiros eram considerados analfabetos funcionais – o


índice se repetiu em 2011 e 2015, últimos anos em que o Inaf foi divulgado.
Apesar do pequeno aumento no período (de 27% para 29%), estatisticamente
o movimento é de estabilidade, segundo os autores do estudo, uma vez que a
margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais. Para o trabalho, foram
entrevistadas 2.002 pessoas entre 15 e 64 anos, de zonas urbanas e rurais,
distribuídas proporcionalmente em todas as regiões do País.

Diferentemente de outras pesquisas que medem o analfabetismo, a equipe do


Inaf faz entrevistas domiciliares e aplica um teste específico, com questões que
envolvem a leitura e interpretação de textos do cotidiano (bilhetes, notícias,
gráficos, mapas, anúncios, etc) e classifica a habilidade em cinco níveis de
proficiência.

A taxa analfabetismo calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), por exemplo, mostra estagnação do analfabetismo absoluto
no País, com 7% das pessoas (11, 5 milhões) acima de 15 anos sem saber ler ou
escrever.

“O indicador tem como objetivo medir o quanto o brasileiro consegue


entender e se fazer entendido em uma sociedade letrada. Infelizmente,
estamos estagnados há muitos anos em patamar muito preocupante”, diz Ana
Lucia Lima, coordenadora do Inaf. Sobre os analfabetos absolutos, a variação
entre 2015 e este ano é de 4 para 8 – não é possível determinar que houve
aumento, dizem os autores, por estar no limite da margem de erro. Mas indica
que a curva não é mais de queda nesse grupo.

“Vemos uma mudança nessa tendência, o que é coerente com a queda de


investimentos que tivemos no País nos últimos anos na alfabetização de
adultos”, afirma Roberto Catelli Júnior, da Ação Educativa. O Plano Nacional
de Educação, de 2014, prevê erradicar o analfabetismo absoluto até 2024. "O
programa Brasil Alfabetizado [do governo federal] , que chegou a ter 1 milhão
de atendidos, tem hoje apenas 250 mil", acrescenta.
Gerações. A feirante Onorina, que começou a trabalhar na roça aos 9 anos, em
Maceió, teve de abandonar a sala de aula na 4.ª série para ajudar nas finanças
de casa. “Lá não tinha água nem energia elétrica.”

Em São Paulo, para onde se mudou há mais de 20 anos, teve 5 filhos. Todos
terminaram o ensino médio.Na feira, um deles ajuda Onorina com o controle
do caixa. Outros três cursaram Direito, Enfermagem e Física e trabalham nas
respectivas áreas. “Minha filha só conseguiu ir para a faculdade porque teve
bolsa”, diz ela, que chegou a pedir dinheiro na rua para comprar comida para
a família.

"Às vezes trazia a minha filha, na época com 9 anos, para vir trabalhar comigo
na feira. Ela dizia: 'Mãe, não quero isso para mim'. E eu dizia: 'Nem eu quero
isso para você", conta Onorina.

Desde 2001, ano em que começou o Inaf, o total de brasileiros de 15 a 64 anos


que chegaram ao ensino médio aumentou de 24% para 40%, e ao ensino
superior, de 8% para 17%.

Apesar de a população ter mais anos de estudo, o índice daqueles plenamente


capazes de se comunicar pela linguagem escrita segue igual, com só 12% no
nível proficiente (o mais alto). Entre os que terminaram o ensino médio, 13%
são analfabetos funcionais e, dos que têm ensino superior, 4%.

A pesquisa mostra ainda avanço tímido na redução de analfabetos funcionais


entre os jovens. Na faixa de 15 a 24 anos, os resultados são melhores, com 12%
de analfabetos funcionais. “Há melhora, mas ainda não pode ser comemorada
porque só 16% terminam os estudos com a plena capacidade de se comunicar”,
alerta Ana Lucia Lima.

Mudanças. "As políticas de educação de jovens e adultos no Brasil são, para


dizer o mínimo, precárias. O País não tem políticas consistentes e constantes
nessa área. Não são consistentes porque não têm condições pedagógicas. Um
exemplo disso são as salas super lotadas. Já a constância diz respeito aos
governos. Muitas políticas são interrompidas entre uma gestão e outra. E além
disso, esse tipo de educação escolar custa caro porque é um público que não
pode ser atendido em massa”, afirma Ocimar Alavarse, professora da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

A curto prazo, ele defende mudanças na política do EJA, a começar pelo


material pedagógico, diversidade de horários das aulas e investimento nos
professores. "O formato da aula precisa ser diferente da escola regular. Esses
alunos já experimentaram o gosto amargo do fracasso escolar. Têm que ser
apresentados a novas formas de aprender que sejam completamente distintas
da escola regular", diz.

MEC. O Ministério da Educação (MEC) informou, em nota, que só pode


avaliar estudos do governo federal. Disse ainda que a Educação de Jovens e
Adultos (EJA) faz parte do ensino básico e, portanto, é de responsabilidade
dos Estados e Municípios, cabendo à pasta somente fornecer "apoio
suplementar" à alfabetização.

Destacou também programas de apoio ao EJA, como o Brasil Alfabetizado e o


Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), destinado a jovens de
18 a 29 anos que não conseguiram terminar a escolarização no tempo
adequado.

You might also like