You are on page 1of 1

296.

Substância, essência, natureza e arquétipo


Quando falamos da essência, da natureza ou da substância de uma coisa, estamos a tomar esta
por três lados diferentes. A substância para Aristóteles é aquilo que não é parte, acção ou
qualidade de um outro, portanto, é aquilo que pode ser concebido em si e por si mesmo. Mesmo
que digamos que um gato faz parte da Natureza, a sua existência pode ser concebida sem ser
como acção ou qualidade de um outro. Trata-se de um critério distintivo, e podemos dizer que a
substância é um ente individual. Podemos constatar que a substância não depende do que
pensamos dela e é sempre individual.
A essência ou a natureza é o algo que o ente é. Alguns autores usam os termos como sinónimos,
o que é aceitável fazendo uma distinção. A natureza de um ente é o que faz ele ser o que é, ao
passo que a essência designa a nossa apreensão desta natureza. É uma diferença funcional, de
acentuação. Podemos também chamar a natureza de algo de arquétipo, o que é apenas outra
acentuação: é a natureza compreendida como origem remota e primeira, é o modelo da
possibilidade do ente anterior à existência do mesmo, ou ainda, é a natureza considerada na
escala das causas. Podemos chamar esta definição de arquétipo ontológico, e o arquétipo
junguiano é uma imagem muito antiga sobre ele que a humanidade carrega desde o seu início.
α99

You might also like