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Livro Único

TM: Alanna
Revisão Inicial: Alanna
Revisão Final: Drika Rosas
Formatação: Fanny
Era para ser um trabalho de verão, algo para me ajudar a

fazer a transição do ensino médio para o início da faculdade. Mas

para mim, isso não era apenas um cargo de faxineira do

escritório.

Eu iria trabalhar para Zane, o homem que eu amava por

mais tempo do que queria admitir.

A única pessoa que poderia me deixar fraca nos joelhos com

apenas um olhar. O amigo do meu pai, que era muito velho para

mim, mas mais sexy do que o pecado.

Eu contratei Piper para mantê-la perto, para ajudar a

satisfazer minha necessidade por ela. Mas eu fingi1 que fiz isso

para ajudá-la a ganhar algum dinheiro antes de começar a

faculdade.

1
No original, ele usa a expressão “take it off” que pode significar: agir como se o que tivesse feito não fosse
nada de importante.
Eu era muito velho para ela.

Ela era inocente demais para mim. Ela era filha do meu

melhor amigo. Ela estava fora dos limites.

Mas eu a queria, desde que ela se tornou maior de idade, no

verão passado. Eu via o jeito que ela me olhava, o jeito que mordia

o lábio, o fato de que o pulso na base de sua garganta acelerava

quando eu estava perto. Ela sabia o quão obcecado eu estava por

ela, como eu faria qualquer coisa para manter os outros homens

longe dela?

Eu podia ver o quanto ela me queria e isso era perigoso.

Porque sua necessidade por mim, me tornava territorial,

desesperado. Tudo o que eu era, tudo que eu tinha, pertencia a

Piper.

Tudo o que ela tinha que fazer era pedir e seria dela.

Aviso: Se você gosta de homens possessivos, territoriais e


obcecados em suas leituras, este insta-love foi feito para você. Com
um herói celibatário mais velho, uma heroína virgem inocente e
todo aquele romance pegajoso que você ama. Certifique-se de ter
algo frio para beber enquanto lê este livro.
Capítulo Um

— Você está nervosa?


Eu olhei para o meu pai, que estava sentado à minha
frente na mesa, com sua velha caneca de “Melhor Pai do
Mundo” na mão. Eu tinha dado a ele aquela caneca quando
tinha seis anos de idade, e ainda era a favorita dele e estava
firme e forte.
A asa havia sido colada algumas vezes, a impressão do
lado estava desbotada pra caramba, mas ele ainda se
recusava a se livrar dela.
— O que há para ficar nervosa?
Claro, eu estava mentindo. Eu estava nervosa como o
inferno. Mas não porque este era meu primeiro emprego de
verão em período integral. Embora eu tivesse quase dezenove
anos, meu pai se recusava a me deixar conseguir um
emprego enquanto cursava o ensino médio porque queria
que eu me concentrasse em meus estudos.
Mas uma parte de mim achava que ele apenas me queria
mais em casa. Depois que minha mãe nos deixou na mão
quando eu tinha doze anos, vi uma mudança acontecer em
meu pai. Não foi uma mudança ruim, por si só, mas ele me
manteve perto, talvez preocupado que eu iria deixá-lo
também.
E eu supus que iria, de certo modo. Este seria o último
verão em que eu estaria aqui antes de começar a faculdade.
Embora a universidade estivesse a apenas uma hora de
distância, eu estaria morando em um dormitório e talvez nem
pudesse voltar para casa todo fim de semana, para grande
consternação de meu pai.
— Bem, você vai trabalhar em tempo integral e nunca
fez isso antes. Sem mencionar que você vai trabalhar para
Zane.
À menção do amigo de infância de meu pai, meu coração
acelerou. Mas permaneci calma, recolhida. Eu não queria
que meu pai visse que a simples menção de Zane fazia com
que cada parte do meu corpo se tornasse viva.
Zane Alfonso.
Rico.
Sexy.
Poderoso.
Ele era o oposto do meu pai em muitos aspectos.
Enquanto meu pai trabalhava em um canteiro de obras,
ficava sujo e suava o dia todo enquanto fazia trabalhos
manuais, Zane usava um terno e tinha reuniões de negócios.
Onde meu pai tinha que trabalhar horas extras para
pagar as contas e não tinha um bom grau de educação, Zane
tinha uma empresa de arquitetura multimilionária, ganhava
muito dinheiro e poderia se aposentar agora, se quisesse.
Mas antes de ter obtido sucesso, ele e meu pai tinham
ido juntos para a escola, cresceram no mesmo bairro de
merda, lidavam com o mesmo tipo de pais bêbados e
abusivos. E mesmo agora, apesar de estarem em lados
opostos do espectro financeiro, eles continuavam mais
próximos do que nunca.
E foi assim que consegui esse emprego. Embora fosse
apenas um trabalho como faxineira em seu escritório, não
houve entrevista, nem verificação de antecedentes. Ele me
contratou no último fim de semana quando meu pai
mencionou como eu queria trabalhar antes de ir para a
faculdade, economizar e ter alguma experiência no meu
currículo.
Mas, Deus, seria difícil estar perto dele e tentar
esconder como eu me sentia.
A recepcionista ficou em pé, o corpo perfeitamente
tonificado... obviamente. A saia lápis apertada que ela usava
mostrava quão longas suas pernas eram, e sua blusa branca
ampliava seus seios enormes.
Em outras palavras, ela era tudo que eu não era.
Eu me senti muito inadequada ao lado dela, em um par
de jeans e uma camiseta, minha roupa estava longe de ser
luxuosa nessa empresa de arquitetura.
Eu provavelmente parecia uma mendiga comparado a
ela. Ela me olhou de cima a baixo, e eu pude ver o
desinteresse em seu rosto.
Ela abriu a boca, talvez para me dizer para sair, para
me dar uma réplica esperta, mas o som de passos pesados
se aproximaram, e então o de uma garganta masculina sendo
limpa fez meu corpo inteiro ficar rígido... ficar vivo.
— Piper — disse Zane, e sua voz, tão profunda e grossa,
masculina com um toque de aspereza, fez com que todas as
partes femininas do meu corpo ganhassem vida.
Eu fiquei molhada, meus mamilos endureceram debaixo
do material fino da minha camisa. Meu coração batia forte,
minhas palmas suavam. Era a mesma reação que sempre
tinha quando estava perto dele. Nós nem sequer tínhamos
que dizer uma palavra um para o outro. Apenas um olhar
para ele e meu corpo imediatamente acendia.
Eu podia imaginar todas as coisas que ele faria comigo,
como ele usaria seu corpo muito maior para me pressionar
em seu colchão. Ele usaria as mãos para afastar minhas
coxas, sua respiração quente provocando a minha parte mais
íntima. Eu não sabia nada sobre isso, além de minhas
fantasias, atos sexuais que eram apenas coisas sobre as
quais eu tinha lido ou assistido descaradamente na internet.
Aqui estava eu, uma virgem que pensava coisas sujas e
inapropriadas sobre um homem muito mais velho, o melhor
amigo de seu pai. Minha garganta estava apertada, minha
boca seca. Eu enrolei minhas mãos ao redor da alça da
minha bolsa, sem saber o que dizer, mas com certeza não
queria parecer uma adolescente que não conseguia controlar
suas emoções.
Eu estava aqui para um trabalho, nada mais.
— Sr. Alfonzo, eu não sabia que você a conhecia. —
disse a recepcionista com uma voz muito mais feliz e
preenchida com sexo do que a que ela usou comigo.
Mas Zane a ignorou, acenando com as mãos em
despedida antes de colocar uma nas minhas costas e me
guiar pelo corredor. Eu olhei por cima do meu ombro para
ela, seus olhos estavam arregalados e sua boca ligeiramente
entreaberta.
Uma pequena parte de mim sentia-se triunfante,
mesmo que a maneira como ele agiu em relação a mim fosse
provavelmente nada mais que afeto por causa de quem eu
era, não por causa de qualquer desejo que ele sentisse por
mim.
— Aqui está — disse ele, quando entramos em seu
escritório. Eu olhei em volta, tudo estava tão limpo, tão
imaculado.
— Você precisa de uma faxineira? — eu me virei,
olhando de um lado para o outro no escritório. — Porque aqui
parece limpo pra caralho agora.
Merda. Como se eu precisasse amaldiçoar para o meu
chefe em seu escritório.
— Desculpe — eu disse e olhei por cima do meu ombro
para ele. — Mas, falando sério, esse lugar está imaculado.
Ele sorriu e encolheu os ombros. — É apenas uma
superfície limpa. Não tenho dúvidas de que você pode limpar
os lugares de difícil acesso.
Eu ri e olhei ao redor do escritório novamente. Se você
diz.
— Sr. Alfonso, seu primeiro encontro do dia está pronto
para quando você estiver — sua recepcionista disse
suavemente.
Zane não tirou o olhar de mim. — Eu vou estar lá em
um minuto.
Nós fomos deixados sozinhos novamente, e eu engoli,
sentindo meu corpo ganhar vida em sua presença.
— Há algum outro escritório que eu precise limpar,
qualquer outra coisa que você gostaria que eu fizesse?
Ele deu um passo em minha direção, uma expressão
feroz cobrindo seu rosto. — Nenhum outro escritório,
nenhum outro lugar no prédio. Você é minha, Piper.
A maneira como ele disse isso fez meus dedos se
curvarem. Eu podia imaginar que ele queria dizer isso no
sentido muito básico e literal, e sua expressão sugeria que
possivelmente esse era o caso. Mas talvez isso fosse apenas
coisa da minha cabeça?
— Basta se familiarizar com o layout.
— Você não quer que eu comece a trabalhar
imediatamente? Eu não quero nenhum tratamento especial
só porque você é o melhor amigo do meu pai — eu ri, mas
soou um pouco estranho.
— Sem pressa, Piper. Estou muito feliz por você estar
aqui e que poderei ajudá-la com este passo antes de você
iniciar sua vida.
Ele me deu um sorriso caloroso antes de virar e me
deixar sozinha em seu escritório.
Meu corpo ainda zumbia com a presença dele e ele nem
estava mais aqui.
Deus, isso provavelmente seria uma má ideia, se eu não
conseguisse me controlar com relação à Zane.
Capítulo Dois

Uma semana depois...

Uma semana.
Sete dias.
Era um tempo tão curto no grande esquema das coisas,
mas ao ter Piper aqui, trabalhando ao meu lado todos os
dias, se tornou a coisa mais difícil do mundo, especialmente
onde meu autocontrole estava em causa. O motivo de eu ter
pensado que poderia lidar com isso - lidar com ela quase
constantemente - ainda era uma incógnita.
Eu não deveria querer Piper por muitas razões.
Mas a principal razão pela qual eu deveria ter ficado
longe, era porque ela era filha do meu melhor amigo.
Ela era muito jovem para mim, o pai dela era da família.
Eu conheci Liam quase toda a minha vida, e embora não
estivesse por perto e não vi Piper crescer, eu ainda deveria
ter me mantido distante.
Aos trinta e oito, eu era quase duas décadas mais velho
que ela. Eu deveria saber melhor do que desejá-la, mas
maldição se fosse me impedir de ir atrás dela.
Eu não podia.
Então, quando eu descobri que ela estava procurando
um emprego logo no ensino médio, algo que era um
impedimento para ela decidir que carreira seguir, eu nem
sequer dei a ela uma chance de encontrar outra coisa. Eu
criei um trabalho para ela, que a manteria perto. Um que a
teria ao meu redor constantemente.
Eu poderia vê-la, ficar de olho nela.
Eu poderia me certificar de que nenhum filho da puta
tentasse dar em cima dela.
Tê-la tão perto de mim era perigoso, mas foda-se se eu
fosse mostrar algum controle.
E aqueles bastardos ficaram tentando. Eu já tinha
percebido isso há mais de um ano, desde o momento em que
a vi como minha.
Ela era linda, pequena e feminina em todos os sentidos.
Só de pensar nela ficava duro, meu coração acelerava e meu
sangue corria como fogo em minhas veias. Nenhuma outra
mulher se comparava a ela.
E foi nesse momento que eu a vi de novo depois de tanto
tempo, uma linda garota de dezoito anos que me fez sentir
vivo, que eu sabia que nenhuma outra mulher se
compararia.
Então eu me tornei celibatário, desejando apenas Piper,
precisando apenas dela.
Eu podia ouvir vozes do outro lado da porta do meu
escritório e olhei para a janela que mostrava o corredor. Eu
vi Piper com um frasco de spray e um pano, subindo na
ponta dos pés enquanto ela se esticava à prateleira de cima
para limpar algo. Sua camisa se levantou, um pouco de sua
pele ficou à mostra, e meu pau instantaneamente ficou duro.
Eu gemi e alcancei debaixo da minha mesa, agarrei meu
pau através da minha calça, e me senti como um idiota por
me tocar com apenas um pedaço de vidro nos separando.
Sua bunda, um bumbum perfeitamente em forma que me
lembrava de um pêssego maduro, estava implorando para ter
minha mão sobre ele.
Eu gemi baixinho, minha calça se tornando mais
apertada quanto mais meu pau ficava duro.
E então eu vi Brandon caminhando em direção ao meu
escritório, sua atenção em um arquivo que ele segurava. Ele
olhou para cima e parou no meio do caminho quando viu
Piper estendida como uma oferta. O sorriso que se espalhou
por sua boca fez meus olhos se estreitarem e um rosnado
baixo me deixar. Eu me encontrei de pé, me movendo em
direção à porta, possessividade batendo em mim.
Cada osso territorial do meu corpo queria arrancar
aquele olhar do rosto de Brandon, se tornar um animal e
dizer a ele que Piper era minha, que olhar para ela faria com
que seu nariz fosse quebrado depois que meu punho
encontrasse seu rosto.
Brandon se encostou na parede, seu sorriso ainda no
lugar.
— Hey — disse ele para Piper, e ela se virou e olhou por
cima do ombro para ele.
Ela sorriu para ele, mas eu poderia dizer que era um
gesto educado e não de interesse. Cada parte do meu corpo
tencionou ao som baixo de sua voz. Eu podia imaginar o que
ele disse a ela, perguntou a ela. A confraternização era um
grande porra, não no meu local de trabalho, mas no que dizia
respeito a Piper, aquilo era levado a outro nível.
Saí do meu escritório assim que Brandon começou a
falar novamente. A parte homem das cavernas em mim
queria ir até lá e chutar a bunda dele até mesmo por pensar
que poderia olhar para ela, muito menos falar com ela.
— Você está gostando desse lugar até agora?
Ela assentiu. — Sim. Eu amo trabalhar para o Sr.
Alfonso.
Ouvir Piper ser tão formal me deixava duro.
— Vai ficar mais fácil — ele disse suavemente, o sorriso
em sua voz cheio de sexo. — Sr. Alfonso pode ser um pouco
rude com os novatos, mas ele é inofensivo.
Eu apertei meu queixo. Ela riu baixinho.
Brandon se endireitou e se moveu alguns passos mais
perto.
— Se você quiser, podemos sair para beber ou jantar, e
eu posso lhe dar algumas dicas sobre como este lugar
funciona, como entrar no lado bom de Zane — ele riu
profundamente.
Eu rangi meus dentes, meu queixo doendo da força que
estava usando.
— Obrigada, mas acho que Zane pode desaprovar os
funcionários...
— Brandon, eu acho que é hora de você voltar ao
trabalho.
Brandon se endireitou e me encarou, seus olhos
arregalando levemente. Eu usei minha voz autoritária nele,
aquela que eu reservava para a sala de reuniões. Ele era
decente quando se tratava de esboçar rascunhos
prematuros, que era uma das razões pelas quais ainda tinha
um emprego depois de falar com Piper e dar em cima dela.
Ele olhou para Piper, examinando-a de cima para baixo
antes de olhar para mim.
Ele era um trunfo para a empresa, mas se mantivesse
essa merda, sua bunda estaria fora da porta mais rápido do
que ele poderia entender.
Quando se tratava de Piper e mantê-la perto, mantê-la
como minha, eu não amenizava.
Brandon deu um aceno de cabeça afiado antes de se
virar e sair. Ele era inteligente o suficiente para não dizer
nada para mim. Fiquei ali observando-o sair, e assim que ele
virou a esquina e era só Piper e eu, olhei para ela. Ela tinha
seu foco preso no chão a frente dela, seus pequenos dentes
brancos mordendo o lábio inferior.
Ela estava nervosa. Eu gostava de vê-la assim, parte
dela vulnerável e à minha mercê.
Ela levantou a cabeça e nossos olhares se encontraram.
Por longos momentos, nenhum de nós disse nada enquanto
nos encarávamos.
Eu enfiei as mãos nos bolsos da minha calça, enrolando
meus dedos em minhas palmas e cavando minhas unhas na
minha carne. Graças a Deus meu pau não era mais uma
haste de aço por trás do meu zíper. O flerte de Brandon
garantiu que minha excitação ficasse no banco de trás
enquanto minha possessividade se elevava.
— Sr. Alfonso — ela disse suavemente.
— Por mais que eu aprecie ouvir você ser formal
comigo, gosto quando você diz meu nome, Piper.
Na verdade, eu quero ouvir você gritá-lo enquanto enfio
meu pau em você, já que irei reivindicar cada parte sua,
fazendo você implorar por mais.
Levou toda a minha força de vontade para não ir até ela,
envolver minhas mãos em volta dos seus ombros e puxá-la
para perto, para pressionar seu corpo no meu. Eu queria
pressionar meus lábios na concha de sua orelha e dizer a ela
para voltar ao meu escritório, para que eu pudesse mostrar
a ela que era minha.
Farei isso. Mostrarei a Piper que ela deve ser minha.
Mostrarei a ela com palavras, com meu toque, que não há
outra mulher que se compare.
Eu vou fazer exatamente isso e muito mais.
Eu estava cansado de esperar, era incapaz de me
impedir de ir atrás dela. Tê-la tão perto era uma tortura e eu
estava pronto para me livrar da minha miséria.
Eu faria Piper perceber que, quando se tratava dela, eu
era um bastardo possessivo em todos os sentidos.
Capítulo Três

Eu coloquei meus fones de ouvido e aumentei o volume


do meu telefone, me perdendo na música enquanto dançava
no escritório de Zane. Eu tinha um espanador na mão,
limpando seus livros que cobriam totalmente as prateleiras
do chão ao teto, e que faziam a nerd em mim ficar com inveja.
Passei os dedos pelas lombadas de sua coleção de
arquitetura, apreciando o couro macio. Nas duas últimas
semanas, não consegui separar o que sentia por Zane e ser
profissional ao trabalhar para ele.
Cantarolando a música que tocava nos meus fones de
ouvido, eu corri o pano no quadro, polindo-o, tornando tudo
o mais intocado possível. Talvez eu estivesse apenas
limpando seu escritório, mas caramba, seria o escritório
mais limpo que ele já teve.
Enquanto me movia pela sala, tudo em que eu
conseguia pensar era nele, como ele parecia sentado atrás de
sua mesa com o paletó de fora. Com o material caro e sob
medida jogado sobre as costas da cadeira, suas mangas
arregaçadas, a pele tatuada, bronzeada, as veias levemente
perceptíveis sob a pele dourada de seus antebraços. Eu
adorava que ele fosse um bad boy embrulhado em um bom
terno. Ele era inteligente e determinado, bem sucedido e
honesto. E ainda por cima, pintada em sua pele estava a
tinta de outra vida, uma que era perigosa e dizia que era
muito diferente.
E Deus, a maneira como ele falava com as pessoas
quando estava em seu papel de chefe... autoritário,
determinado.
Zane era um homem acostumado a conseguir o que
queria, e isso me excitava tanto.
Parei em frente a sua mesa e olhei para o quão
imaculada estava. O vidro e o cromo não precisavam de
nenhuma limpeza, mas eu me peguei passando o pano no
topo, independentemente disso, e então usei as pontas dos
meus dedos para passar pelo mesmo lugar que eu tinha
acabado de limpar. Depois caminhei até a cadeira de couro,
as costas altas o suficiente para alcançar meus seios. Eu
deslizei meus dedos ao longo do couro, a sensação suave
acendendo meus sentidos.
Erguendo meus olhos, examinei meus arredores para
me certificar de que estava realmente sozinha. Era hora do
almoço para o escritório, e a maioria saía ou levava o serviço
de bufê para a sala de reunião. Isso geralmente acontecia
quando eu trabalhava no escritório do Zane. Tentar limpar
enquanto ele estava por perto era tão difícil quanto eu
pensava que seria.
Sorrindo ligeiramente, sentei-me na cadeira e me
inclinei para trás, o cheiro de couro e sua masculinidade me
consumindo. Fechei meus olhos e pensei em Zane.
Como de costume.
Eu me virei na cadeira e encarei a janela, descansando
totalmente contra o couro liso enquanto olhava para a
paisagem urbana. Olhei para os arranha-céus, olhei para
baixo e vi carros subindo e descendo a estrada à distância.
O sol estava escondido em um céu nublado, mas o dia
sombrio não tirava o quão incrível a vista era.
A música ainda estava tocando nos meus fones de
ouvido, então eu não ouvi Zane entrar. Mas eu com certeza
vi o reflexo dele na janela enquanto parava na porta, e
encostava na moldura com os braços cruzados. Eu vi o
sorriso em seu rosto e senti meus olhos se arregalarem
quando me virei rapidamente e me levantei, a cadeira
deslizando para longe de mim quando eu tropecei para trás.
Eu rapidamente arranquei meus fones de ouvido e os
empurrei no meu bolso, com o coração acelerado e o
embaraço me inundando. Meu rosto estava quente, sem
dúvida vermelho como um tomate enquanto eu olhava para
ele.
Deus, ele era bonito de um jeito robusto, mas lhe caía
muito bem.
— Eu sinto muito — eu me senti humilhada quando
olhei para longe, odiando o fato de meu rosto ficar tão
vermelho quando eu estava envergonhada. — Realmente não
foi profissional estar sentada em sua cadeira como se eu
possuísse o lugar.
Fechei meus olhos enquanto a humilhação continuava
a correr em minhas veias.
Ele não disse nada depois que eu falei, então olhei para
ele assim que ele se afastou do batente da porta e entrou em
seu escritório.
— Não se envergonhe — disse em uma voz tão profunda
e masculina que eu senti arrepios subindo e descendo pelos
meus braços.
Saí de trás de sua mesa ao mesmo tempo em que ele
circulava, como se estivesse se aproximando de mim. Ele
ficou ao lado de sua cadeira e eu esperei no extremo oposto,
nós dois observando um ao outro, o ar se tornando mais
espesso quando nada mais foi dito.
Respire. Fique calma.
Eu poderia olhar para esse homem o dia todo, todos os
dias, e não seria o suficiente. Ele me fazia sentir fraca dos
joelhos, fazia meu pulso acelerar e expulsava todos os
pensamentos lógicos da minha cabeça. Eu sabia que não era
certo desejá-lo, não só porque ele era o melhor amigo do meu
pai, mas porque ele era muito mais velho do que eu, e muito
bem sucedido.
Eu iria começar a faculdade em breve, inexperiente em
tudo... e eu quis dizer tudo mesmo. Mas isso não podia me
impedir de querê-lo, de amá-lo.
— Relaxe. — disse, e eu engoli, odiando o fato de que
ele poderia me ler tão facilmente. — Você está sempre tão
nervosa ao meu redor.
Ele sorriu novamente, e eu senti meu coração pular no
meu peito. Era sexy e quase perigoso.
— Bem, eu fui pega sentada na cadeira do meu chefe
quando ele não estava aqui — eu ri sem jeito. — E eu acho
que você é bastante... intimidante.
Isso o fez levantar uma sobrancelha, seu sorriso se
alargando.
— Intimidante? — sua voz ficou mais baixa e ele riu
profundamente. — No que diz respeito a você, Piper, você não
deveria se sentir nervosa ou intimidada, no mínimo.
Arrepios surgiram ao longo dos meus braços. Eu não
pude evitar a reação que tive. Estava enraizada em mim.
Apenas a visão dele, até mesmo pensar nele, fazia meu corpo
reagir. Eu podia me imaginar caminhando até ele e
colocando minhas mãos em seu peito, alisando as pontas dos
dedos sobre o seu terno caro, puxando suas lapelas para
trazê-lo para mais perto.
Nós olharíamos nos olhos um do outro, compartilhando
o mesmo fôlego, nossos lábios a apenas uma polegada de
distância. E então eu seria ousada e o beijaria, sussurraria
o quanto o amava, que o queria desde que eu sabia quais
eram meus sentimentos. Mas logo após essa fantasia, eu
também pude vê-lo me empurrando para trás, partindo meu
coração enquanto ele me dizia que nada poderia acontecer,
que eu era muito jovem e que, dada nossa história e o fato
de ele sempre ter visto meu pai como sua família, aquilo
ultrapassava os limites.
E eu não podia culpá-lo, porque ele estaria certo.
E quando meu devaneio me consumiu, percebi que ele
se afastou da mesa e agora estava na minha frente. Senti
meus olhos se arregalarem quando ele levantou a mão e
afastou uma mecha de cabelo da minha bochecha, que se
soltou do meu coque enquanto eu estava limpando.
A sensação de seu dedo ao longo da minha pele era
como fogo e gelo, tudo na mesma respiração. Meus seios
ficaram pesados, formigando, meus mamilos ultrassensíveis.
Eu apertei minhas coxas enquanto a umidade se acumulava
entre as minhas pernas, deixando-me saber que não havia
como eu me controlar quando se tratava dele.
Ele deixou seu dedo demorar na minha bochecha um
pouco mais do que o necessário, mas eu não estava
reclamando. Na verdade, eu queria que ele me puxasse para
perto, deixasse meu corpo descansar contra o dele, minha
cabeça em seu peito enquanto ouvia seu coração disparar
como o meu.
O ar estava tão denso ao nosso redor, que eu jurava que
éramos as únicas duas pessoas em todo o mundo. Esse
momento parecia sereno, parecia muito mais íntimo do que
provavelmente era. Mas certamente eu não estava cega para
o fato de que ele me observava com intensidade, de forma
quase possessiva.
E então eu o vi abaixar o olhar para minha boca. Senti
seu olhar até a minha medula e me peguei lambendo meus
lábios. Um som profundo o deixou, as vibrações de seu peito
me atingindo. Eu ouvi um suspiro, e percebi que veio de mim.
Eu estava imaginando isso?
Zane estava me olhando com desejo?
Eu abri minha boca mas nada saiu, as palavras estavam
alojadas na minha garganta. E então eu o vi se inclinar para
frente, talvez para me beijar, talvez para me dizer para sair.
Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, o som das
pessoas se aproximando interrompeu a neblina em que
estávamos atualmente.
O barulho aproximou-se, colegas de trabalho rindo,
aproximando-se do escritório para onde iriam nos ver nessa
posição muito íntima. Fui eu quem limpou a garganta e deu
um passo para trás, quebrando a conexão que estava
acontecendo entre nós.
Eu olhei para longe, minhas mãos tremendo tanto que
tive que enrolar meus dedos em minhas palmas para mantê-
las paradas. Ainda sentia seu foco em mim e levantei a
cabeça para olhar em seus olhos, vendo essa necessidade
sendo refletida de volta, que era certamente um reflexo da
minha.
— Piper — ele disse meu nome rudemente.
— Sr. Alfonso, eu tenho a papelada que você queria —
o som de uma voz feminina nos interrompeu, fez meu corpo
ficar ainda mais tenso.
Eu olhei por cima do meu ombro para a mulher que
estava na porta, seu foco na papelada que ela segurava. Eu
dei alguns passos para trás, para longe de Zane, para longe
da conexão que nós compartilhamos. Olhando para Zane, vi
que ele ainda me observava, aquele olhar ardente
inconfundível.
Ele me queria. Isso estava claro.
Antes de me fazer de idiota, eu disse:
— Me desculpe — e passei pela mulher na porta,
sentindo o meu rosto aquecer.
E o tempo todo eu senti Zane me observando.
Capítulo Quatro

Eu coloquei minha caneta na mesa e passei a mão na


parte de trás da minha cabeça, a exaustão me possuindo.
Todos tinham saído do escritório uma hora atrás, mas eu
tinha ficado para trás para terminar alguns detalhes de
último minuto.
Eu olhei para os formulários na minha frente, contratos
e especificações de construção, autorizações e sugestões de
design. Tudo estava confuso, à esse ponto. As dezesseis
horas diárias estavam começando a sugar a vida para fora
de mim, porém, eu não cheguei onde estava, com o negócio
próspero e bem-sucedido que eu havia construído, ficando
cansado e desistindo.
Recostando-me na minha cadeira, olhei para fora das
janelas que mostravam o corredor. Eu podia imaginar Piper
andando pela porta do meu escritório, seus olhos grandes e
inocentes, a vulnerabilidade saindo dela em ondas. Ela me
diria que não poderia mais manter aquilo em segredo, que
ela me amava tanto quanto eu a amava. Ela iria confessar
que ela seria minha não importa o quê, que eu seria o único
a tocá-la, a conhecer seu corpo por dentro e por fora... a amá-
la.
Fechei meus olhos e descansei minha cabeça no
assento, tentando empurrar meus pensamentos sobre Piper
para fora da minha cabeça. Porque pensar nela iria me deixar
com um pau duro.
Mas dizer que não pensaria nela era como dizer a mim
mesmo para não respirar. Isso não ia acontecer.
Eu ouvi passos e abri meus olhos, endireitando na
minha cadeira e olhando pela janela no corredor. Ninguém
deveria estar aqui. Eu podia ouvir a música abafada tocando,
como se alguém estivesse ouvindo fones de ouvido
especialmente altos. E então eu vi Piper passando pela
minha janela, seu foco em seu telefone, seus fones de ouvido
nas orelhas enquanto ela sussurrava suavemente.
Tudo no meu corpo tencionou, ficou vivo. Meu pau ficou
duro, minha boca secou. Observá-la quando ela não tinha
conhecimento disso, poderia ser classificado como estranho
pra caralho, mas vê-la sendo ela mesma, sem saber o quão
bonita era, o quão especial ela era para mim, me excitava.
Ela não estava olhando para onde estava indo e
trombou com o lado da mesa da minha recepcionista. E
embora eu soubesse que ela não estava seriamente ferida, o
meu lado protetor se ergueu.
Eu me encontrei de pé e caminhando em direção a ela.
Eu a ouvi xingar enquanto esfregava o lado de sua perna
onde o impacto tinha sido.
E então o telefone dela caiu de sua mão, fazendo-a
amaldiçoar novamente. Eu sorri para aquele lado ardente
dela.
Ela se inclinou para recuperá-lo e eu não pude deixar
de olhar para a bunda dela, para o fato de que ela tinha a
forma de um pêssego suculento, para o fato de que seu jeans
se moldavam às bochechas com perfeição.
Meu pau endureceu e eu tentei controlar o filho da puta.
A última coisa que eu queria era que ela olhasse para mim,
seu olhar pousando bem na ereção rígida pressionada contra
a minha calça. E então ela se endireitou, seu foco em seu
telefone novamente por apenas uma fração de segundo antes
que percebesse que não estava sozinha.
Ela olhou nos meus olhos e eu vi os dela se arregalarem,
a surpresa que eu estava aqui claramente óbvia em seu
rosto. Piper rapidamente puxou os fones de ouvido, sua
música explodindo através deles. Ela desligou a música, ou
tentou, mas tudo o que fez foi ter o plugue saindo de seu
telefone e a música que ela estava ouvindo guinchando pelo
alto-falante.
Seu rosto ficou vermelho e eu não pude deixar de sorrir
novamente. Ela era muito adorável. Quando ela finalmente
parou a música, olhando para mim claramente perturbada,
tudo que eu queria fazer era puxá-la para perto e tê-la
descansando a cabeça no meu peito. Eu queria dizer a ela
que poderia relaxar, que não havia nada para ela se
preocupar.
Eu queria dizer a ela que iria cuidar de tudo, que eu me
certificaria de que ela nunca quisesse nada mais.
Sim, eu queria dizer tudo isso simplesmente porque ela
estava envergonhada agora.
Ela tinha tal poder sobre mim, que pareciam ganchos
que se recusavam a me deixar ir, incorporados em meu corpo
permanentemente. Meus sentimentos por ela eram
perigosos, mas eles nunca iriam embora.
Eu a amava demais.
— Eu pensei que todo mundo tinha saído. — disse ela
rapidamente, com o rosto ainda vermelho de seu
constrangimento.
Eu coloquei minhas mãos nos bolsos da frente, puxando
o material um pouco para tentar esconder o fato de que eu
estava ostentando uma ereção agora. — Eu tive algumas
coisas de última hora para terminar antes de encerrar a
noite. Mas o que você ainda está fazendo aqui?
— Eu estava indo para casa, mas esqueci o meu
telefone, então tive que voltar — ela limpou a garganta e
olhou para longe, como se estar na minha presença a
deixasse no limite. — E eu perdi o ônibus, então estou presa
aqui até o próximo chegar — ela olhou para o telefone. — E
provavelmente deveria ir, ou eu vou perder esse também —
ela riu, um pouco sem jeito.
— Ônibus? — eu estava balançando a cabeça antes que
a palavra me deixasse. — Você pega o ônibus para chegar em
casa?
Não que eu tivesse problemas com isso. Eu o peguei
muito quando era mais jovem. Mas essa era Piper. Não era
seguro.
— Normalmente não, mas hoje eu tenho que pegar.
Meu carro está no conserto e meu pai está trabalhando fora
da cidade em um projeto — ela deu de ombros e sorriu. —
Eu posso pegá-lo para ir para casa. Sem problemas.
Eu balancei a cabeça novamente antes que ela
terminasse de falar.
— Absolutamente não. Isso não é seguro, e se eu
soubesse que iria pegar o ônibus, teria me oferecido para
levá-la, ou pelo menos conseguiria um transporte confiável e
seguro.
— Isso é gentil de sua parte, mas o ônibus é muito bom,
e é perfeitamente seguro.
— Deixe-me levá-la para casa. É o mínimo que posso
fazer por manter você aqui até tão tarde.
Ela sorriu docemente e todas as boas intenções me
deixaram.
Como diabos eu poderia me controlar, especialmente
quando ela olhava para mim desse jeito, e com a lembrança
de tê-la tão perto, de tocar sua bochecha, sentindo o aroma
floral sutil que vinha dela? Como poderia conter meus
sentimentos quando tudo o que eu queria fazer era
reivindicar cada parte dela até que ela não pudesse andar
confortavelmente no dia seguinte, até que meu esperma
escorregasse de sua boceta apertada, deixando uma mancha
molhada em sua calcinha?
Deus, meus pensamentos eram indecentes, sujos pra
caralho.
Mas eles me reivindicaram como se eu estivesse
possuído, como se não houvesse como parar o que eu sentia,
o que eu queria.
E já era hora de Piper saber disso. Tudo isso.
Capítulo Cinco

Eu estaria mentindo se dissesse que não estava muito


empolgada com o fato de estar no carro de Zane. Quando ele
disse que me levaria para casa, meu coração quase pulou
para fora do meu peito, mas eu estava orgulhosa de mim
mesma por manter o controle e não agir como uma idiota.
Eu olhei para ele, as luzes do painel lançando um brilho
sobre seu rosto masculino. Seu cabelo escuro estava
impecavelmente penteado mesmo depois de um longo dia de
trabalho. Eu podia ver a sombra de uma barba de cinco
horas cobrindo suas bochechas e mandíbula, e meus dedos
coçavam para tocá-la, para ver se era áspera ou macia.
E seus lábios, cheios e beijáveis, me faziam imaginar
atos sujos, coisas que ele poderia fazer com a boca em mim.
Virei a cabeça e olhei pela janela do passageiro, com a
garganta subitamente seca.
O que eu queria era dizer a ele para não me levar para
casa, que eu queria ficar com ele.
Meu coração estava trovejando tão forte que parecia que
iria explodir no meu peito. Ele poderia ouvir? Ele podia ver o
jeito que eu me remexia em seu assento, torcendo minhas
mãos no meu colo, e que eu estava nervosa? Eu queria ser
corajosa e ousada, queria ir atrás do que desejava, que era
ele.
Sempre ele.
Mas eu estava com tanto medo da rejeição, de que eu
seria rejeitada, humilhada.
Não, eu não arriscaria dizer nada, pelo menos não
agora. Porque se ele me mandasse embora e dissesse ao meu
pai, eu não achava que conseguiria encará-lo novamente. Eu
não conseguiria lidar com isso, pelo menos não enquanto
ainda estivesse trabalhando para ele. Talvez depois que eu
terminasse e fosse para a faculdade, eu admitisse como me
sentia. Dessa forma, se ele me rejeitasse, não seria tão ruim.
E se ele não me mandasse embora? E se ele me quisesse
da mesma maneira que eu o queria?
Eu olhei para ele e vi sua mandíbula apertada, seu
corpo inteiro tenso. Eu exalei lentamente e desviei meu foco,
sem querer que me pegasse olhando para ele.
— Você está imersa em pensamentos — sua voz rouca
rompeu o silêncio e eu olhei para ele mais uma vez. Nós
estávamos parados em um sinal vermelho, e a maneira como
me olhava, com seu olhar intenso, parecia que ele estava
olhando para dentro de mim.
— Desculpe, eu estava apenas... pensando.
Eu não queria admitir exatamente sobre o que eram
esses pensamentos, pelo menos não agora.
Senti a atmosfera mudar durante o tempo que
encarávamos um ao outro. Ficou pesada, como se o próprio
Zane tivesse algo a dizer. Era óbvio pelo jeito que ele olhava,
me observava. Pelo fato do sinal ter ficado verde, mas seu
foco ainda estar em mim.
Como estávamos fora da cidade, as estradas estavam
praticamente livres de tráfego. Era como se estivéssemos em
nosso próprio mundo, nenhum de nós se importando com o
fato de o mundo estar seguindo em frente.
Era só ele e eu.
— Piper — ele disse meu nome suavemente. Sua voz, a
forma como ele falou, estava cheia de emoção.
Eu senti meu pulso começar a bater mais forte. Eu
queria estender a mão e segurar sua bochecha, sentir sua
barba sob a palma da minha mão. Mas antes de ceder a esse
sentimento, ele desviou o olhar novamente, rompendo a
conexão que havíamos acabado de ter.
Ele acelerou, avançando mais uma vez, o silêncio
pesando fortemente entre nós. Suas mãos estavam
apertadas no volante, os nós dos dedos brancos da força. Seu
corpo estava rígido, tenso mais uma vez.
E então ele foi para o lado da estrada, manteve o motor
ligado e olhou pelo para-brisa dianteiro.
Havia uma luz vermelha piscando à frente, um
restaurante tarde da noite ainda aberto do outro lado da rua
e alguns carros estacionados aqui e ali. Além disso, não havia
vida. Era só Zane, eu e o silêncio ensurdecedor, enquanto
minha confusão crescia.
— Zane? — eu olhei para ele, minhas sobrancelhas
franzindo. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo.
Ele ainda olhava para frente, a luz vermelha piscando
preenchendo o interior com um brilho rubi.
— Zane? — olhei em volta, sem ter certeza do que
estava acontecendo. — O que você está fazendo? Por que
estamos parados?
Ele exalou devagar e eu me mexi no banco para encará-
lo completamente. Eu poderia dizer que algo estava em sua
mente, mas ele estava tão tenso, tão fechado. Finalmente, ele
também se mexeu no assento, e o som suave de couro
movendo-se contra seu terno parecia alto nos pequenos
limites de seu carro esportivo.
Enquanto ele olhava para mim, eu me perguntava o que
poderia ter sido de tão importante para ele parar o carro. Mas
quando olhei em seu rosto, pude ver que o que ele estava
prestes a dizer era sério. Isso me deixou nervosa. Estava
tudo bem?
Isso era sobre o meu pai?
Ele estava prestes a me dizer que sabia como eu me
sentia, que podia sentir isso?
Ou talvez ele estivesse prestes a me dizer como as coisas
não poderiam acontecer entre nós.
Cada “e se” passou pela minha cabeça e todo o meu
corpo tencionou. Eu tentei parecer calma, parecer que estava
controlada. A verdade é que eu não estava. Então, tudo que
fiz foi me preparar para o impacto.
— Eu não sabia como dizer isso, como fazer isso — ele
finalmente disse, sua voz profunda de emoção.
Ele não estava olhando para mim enquanto falava,
como se talvez não pudesse me olhar nos olhos quando
dissesse as palavras. A cada segundo que passava, ficava
ainda mais convencida de que ele estava prestes a mudar as
coisas entre nós.
— Mas eu não posso mais ficar de braços cruzados,
Piper. Eu não posso esconder o que sinto nem um minuto a
mais. Ter você tão perto, trabalhando ao meu lado, sabendo
que tudo o que tenho a fazer é estender a mão e tocar em
você, te puxar para perto, faz o meu autocontrole andar em
uma corda bamba — ele então olhou para mim. — E acho
que se eu não disser como me sinto, o que eu quero, vou
perder a cabeça.
Senti meus olhos se arregalarem, sabia que
provavelmente pareciam discos enormes no meu rosto. O que
Zane acabara de dizer certamente não era o que eu esperava
ouvir. Eu achava que ele nos distanciaria, que partiria meu
coração mesmo sem perceber.
Mas não, o que ele acabou de me dizer era a minha
fantasia ganhando vida. O olhar que ele me deu, o que eu
senti quando ele me tocou... tudo isso significava mais do
que o que estava na minha cabeça.
Era real.
— Zane... — essa foi a única palavra que saiu da minha
boca naquele momento. Estava tão chocada, que nem sequer
era capaz de pensar com clareza.
— Deixe-me terminar, e depois você pode me recusar.
Meu coração gaguejou com essa confissão. Eu recusá-
lo? Ele estava louco?
— Eu queria você desde os dezoito anos, Piper. É
errado, eu sei. Não apenas porque você é muito mais jovem
do que eu, mas porque você é a filha de Liam. Isso pode
causar problemas entre ele e eu, mas não posso deixar de te
querer. Eu não posso mais controlar minhas emoções.
Ele levantou a mão e esfregou os olhos, como se a
conversa o tivesse drenado. Eu sabia exatamente como ele
se sentia. Era exaustivo esconder minhas emoções, tentar
combatê-las. Até que chegou o ponto em que eu nem tentava
mais.
— Talvez se fosse apenas um desejo passageiro, eu
poderia controlar como me sinto por você — ele balançou a
cabeça lentamente enquanto olhava nos meus olhos. — Mas
isso não é uma emoção passageira. Eu te amo, Piper. Estou
apaixonado por você e não há nada e nem ninguém que
possa mudar isso.
Ficamos em silêncio, o ar tão denso que era como nadar
no pudim. Eu não conseguia respirar, mal conseguia olhar
para ele devido a intensidade de toda essa situação.
Zane me amava. Ele. Me. Amava.

***

Eu fiz isso. Disse isso. Eu mostrei minhas cartas e


estava esperando pela reação de Piper.
Ela estava olhando para mim, seus olhos grandes, seu
choque era óbvio.
— Você me ama? — ela perguntou suavemente.
Eu engoli o caroço grosso e sufocante na minha
garganta. — Eu te amo mais do que qualquer outra coisa
neste mundo, Piper. Eu nunca amei outro ser humano do
jeito que amo você. Nunca pensei que poderia me importar
com alguém do jeito que eu me importo com você. Quando
se trata de você sou possessivo, territorial e apenas o
pensamento de outro homem reivindicando você faz uma
raiva pura me cegar.
Ela estava respirando com mais força, o olhar em seu
rosto me fez ficar tenso. Eu queria ouvi-la dizer isso de volta,
queria que me dissesse que eu não deveria me preocupar,
por que mesmo se ela não me amasse de volta, as coisas
poderiam continuar as mesmas.
Eu queria que ela mentisse para mim.
A verdade era que nada seria o mesmo se ela não me
quisesse.
Mas sua reação, o jeito que ela mordia o lábio quando
eu estava perto, tudo isso me dizia o contrário.
— Diga alguma coisa — eu sussurrei. — Qualquer
coisa.
Ela respirou fundo e sorriu. Aquele aperto que eu sentia
derreteu.
— Eu queria ouvir você dizer essas palavras por anos,
Zane. Eu fantasiei sobre isso... me preocupava com isso.
Eu estendi a mão e passei meu polegar pelo seu lábio
inferior, incapaz de me conter. Ela engasgou um pouco, mas
não me afastou.
— Com o que você se preocupava?
Ela olhou para o outro lado, e o ar do carro mudou,
ficando um pouco desconfortável com a mudança de suas
emoções.
— Sobre como meu pai reagiria ao saber que eu estou
apaixonada por seu melhor amigo — ela olhou para mim,
então. — Se você me queria da mesma maneira que eu queria
você. Se você acharia que era uma paixão tola, que eu era
jovem demais para entender como me sentia.
Eu não me movi, não poderia depois que ela disse aquilo
para mim, depois da percepção de que eu iria conseguir o
que queria desesperadamente, que Piper seria minha.
Algo estalou em mim e me encontrei estendendo a mão
para ela, querendo puxá-la para o meu colo. E eu fiz
exatamente isso. Agradeci aos deuses o fato de o interior do
carro esportivo ser quase inexistente. Eu precisava sentir
Piper pressionada contra mim.
Com alguns movimentos de nós dois, e minha
necessidade por ela fazendo a adrenalina correr em minhas
veias e me deixando impaciente, eu a tinha no meu colo. Ela
estava de joelhos, suas pernas em cada lado do meu quadril,
seus seios pressionados diretamente no meu peito. Ela olhou
para mim com os olhos arregalados, a respiração irregular,
as pupilas dilatadas.
— Vamos realmente fazer isso?
Inclinei-me e beijei-a, passando a língua pelos lábios
dela, memorizando o seu sabor.
— Sim, baby, nós realmente vamos — eu rosnei contra
seus lábios, incapaz de me conter. — E eu não vou deixar
mais ninguém ter você. Nunca — ela ofegou. — Na verdade,
eu estava pronto para chutar o traseiro de Brandon por falar
com você. Ou, pelo menos, demiti-lo.
Ela riu baixinho, o som deixando cada parte de mim
mais leve.
— Ele era inofensivo — ela olhou para os meus lábios.
— Eu quero só você.
Eu gemi e a beijei novamente. Eu precisava me controlar
ou acabaria fodendo-a no meu carro, e não era isso que eu
queria. Inferno, eu queria fazer isso ser especial para ela,
levá-la para sair, exibi-la. Eu a queria no meu braço, para
que todos vissem que ela era minha, que eu tinha a mulher
mais bonita do meu lado.
Ela se afastou, mas ainda estava tão perto que nossos
lábios estavam a apenas centímetros de distância.
— Leve-me até sua casa. Me leve para a sua cama.
Meu coração parou em suas palavras.
— Eu quero você, Zane. Eu te amo. Fique comigo.
Eu reivindiquei sua boca novamente e segurei a parte
de trás de sua cabeça, puxando-a para mais perto,
precisando dela em cima de mim. Eu conseguiria chegar até
a minha casa? Eu poderia controlar minhas necessidades e
não gozar na porra da minha calça antes de tê-la nua?
— Você tem certeza? — perguntei contra sua boca.
Ela se afastou e olhou nos meus olhos, nossa respiração
se misturando, ofegante.
— Eu nunca estive tão certa de algo em toda a minha
vida.
Capítulo Seis

Nós fomos para o meu apartamento na cobertura, um


em que eu ficava quando trabalhava até tarde na cidade, e o
primeiro lugar em que eu reivindicaria Piper.
Estar com ela poderia arruinar meu relacionamento
com Liam. Ou talvez não.
Talvez meu melhor amigo pudesse ver o quanto eu a
amava, que Piper era a minha outra metade, aquela parte da
qual eu estava sentindo falta por toda a minha vida. Talvez
Liam abraçasse nosso relacionamento e dessa sua
aprovação.
Eu não suportava pensar em perdê-lo. Ele era como um
irmão para mim, minha família.
E é por isso que isso - estar com sua filha - poderia
estragar tudo.
— Você está pensando demais — ela finalmente
sussurrou, tirando-me dos meus pensamentos. Apenas Piper
poderia fazer todo o resto desaparecer até que fôssemos só
nós dois mais uma vez, até que nada mais importasse, além
de estar aqui, com a mulher que eu amava, por quem eu
desistiria de tudo.
— Estou pensando em como isso pode realmente
estragar as coisas — eu não adocei minhas palavras. Eu
queria que ela soubesse a verdade. Agora que ela estava
ciente do que estava prestes a acontecer, sobre como eu me
sentia, eu não queria esconder outra coisa dela novamente.
— Eu não quero pensar em nada disso. Deixe a
realidade ir, pelo menos por este momento.
Eu gemi e descansei minha cabeça contra a dela, meus
olhos fecharam, minha respiração estava irregular.
— Eu faria qualquer coisa por você. Tudo que você tem
que fazer é pedir, e será seu.
— Zane — ela sussurrou meu nome tão docemente, tão
inocentemente.
Deus, ela era minha.
— Você poderia me arruinar e sequer sabe disso — eu
segurei a parte de trás do seu pescoço, puxando seu rosto
perto o suficiente para que nossos lábios estivessem a um fio
de cabelo de distância.
Ela levantou as mãos e as colocou no meu peito.
— Zane. Beije-me — ela sussurrou.
E quando a vi de boca aberta, seus lábios se separando
um pouco, eu a beijei com força e profundamente. Eu não ia
parar até que ela fosse minha de todas as formas
imagináveis, até que nós dois estivéssemos tão satisfeitos,
que não poderíamos andar, quanto mais pensar claramente.
Eu não sabia se poderia parar, mesmo que quisesse,
mas parecia que não importava, porque Piper começou a me
beijar de volta. Ela espetou as mãos no meu cabelo, puxou
os fios e fez pequenos ruídos no fundo da garganta.
Eu engoli o som, precisando de mais, querendo que ela
entregasse cada parte de si mesma para mim. Ela ficava bem
em meus braços, realmente bem pra caralho. Eu sabia que
não seria capaz de deixá-la ir. Uma vez que eu a
reivindicasse, que a fodesse e a deixasse saber que ela era
minha, eu não deixaria Piper ir embora.
Eu não deixaria ninguém mais tê-la.
Ela quebrou o beijo e olhou para mim. Seus lábios
estavam inchados, vermelhos e molhados de minhas
ministrações.
— É bom, baby?
Ela assentiu com a cabeça, gemendo baixinho quando
movi meu polegar ao longo de suas bochechas. Eu a beijei
novamente.
— Isso é tão bom.
Ela ofegou contra a minha boca e eu sabia que estava
se entregando a mim finalmente.
Eu coloquei minha mão atrás de sua cabeça, agarrei a
base de seu crânio e olhei em seus olhos.
Ela me encarou por um segundo, e eu me perguntei se
ela impediria isso, se perceberia como cruzar aquelas linhas
poderiam arruinar as coisas. Mas eu não me importava com
linhas cruzadas. Eu me importava com essa mulher mais do
que qualquer outra coisa. Eu a amava mais do que a minha
própria vida.
Ela finalmente se libertou, agarrando meu cabelo ainda
mais forte e batendo sua boca na minha.
— Toda minha — eu murmurei, pegando o cabelo dela
e inclinando sua cabeça para trás. — Eu vou fazer você se
sentir bem pra caralho — eu olhei em seus olhos. — Eu vou
fazer você estremecer.
Sua boca estava entreaberta, suas pupilas dilatadas e,
quando ela lambeu os lábios, fiquei louco. Eu a beijei de novo
e de novo, com força, consumindo os suspiros que ela soltava
contra a minha boca.
Ela me beijou com mais força, com mais desespero.
Nossas línguas deslizaram uma ao lado da outra,
freneticamente, aquecidas e cheias de necessidade. Eu
estava duro, que eu esfreguei minha ereção em sua barriga
para aliviar a dor. Eu senti uma necessidade carnal por ela,
desejava desesperadamente estar enterrado profundamente
em sua vagina.
Ela pressionou seus seios contra o meu peito e
murmurou coisas incoerentes, seu desejo claramente a
conduzindo ao limite.
— Zane — ela gemeu.
Movi minha mão até chegar à bainha de sua camisa e
deslizei meus dedos por baixo do tecido. Ela arqueou as
costas para mais. No primeiro contato da minha carne nua
contra a dela, ela engasgou.
— Cristo.
Meu pau pulsou ainda mais quando peguei o mamilo
entre o polegar e o indicador e puxei a carne já inchada. Mais
e mais eu brincava com o seu mamilo, ficando mais duro a
cada segundo com cada gemido que ela dava.
Suas roupas também precisavam ir embora. Movi
minhas mãos para o cós da calça dela, mas parei e comecei
a beijá-la possessivamente mais uma vez. Eu simplesmente
não poderia me impedir quando se tratava dela. Eu queria
minhas impressões digitais em seu corpo, queria marcas de
meus dentes em sua carne.
— Eu quero estar dentro de você.
— Não pare — ela inclinou a boca para a minha e
espetou sua língua entre os meus lábios entreabertos. Eu
estava desesperado, o tipo que eu sentia até os meus ossos.
Eu queria mais.
Eu agarrei o colarinho de sua camisa e em um
movimento rápido rasguei o material em dois. Eu nunca
precisei de ninguém do jeito que precisava de Piper. Era
como fogo em minhas veias, sentia esse desejo até a minha
medula. Eu estava morrendo de vontade de reivindicar todas
as partes dela, de estar dentro dela.
— Deus, Zane.
Eu segurei seus seios, apertei os montículos até que ela
estava balançando para frente e para trás contra a minha
ereção, e sabia que eu tinha que ir mais devagar, ou gozaria
em minhas calças como um maldito adolescente.
— Eu preciso de mais — movendo minhas mãos, eu
empurrei suas calças para baixo com uma necessidade
frenética e ela chutou o material para o lado. Então eu
segurei sua bunda, sentindo os montes cheios em minhas
mãos. Eu peguei sua boca com a minha, minha língua se
movendo entre seus lábios, meu pau duro como a porra do
aço.
Eu a tive totalmente nua segundos depois, estava longe
demais em minha necessidade para dar a mínima para ir
devagar.
— Cristo. Eu estou tão duro para você, Piper — eu movi
minha boca para sua orelha e sussurrei: — Eu preciso estar
dentro de você agora. Eu preciso te foder até que só possa
pensar em mim, mesmo quando eu não estiver com você,
baby.
Ela estremeceu e me olhou nos olhos.
— Então faça. Foda-me.
E isso seria exatamente o que eu faria.
Capítulo Sete

Eu não conseguia respirar, pensar, muito menos ficar


de pé sozinha. Não quando Zane estava agindo tão feroz,
como se um animal tivesse sido libertado dele.
— Eu preciso de você na minha cama — ele disse.
Ele me colocou em seus braços, minhas pernas agora
enroladas em torno de sua cintura, com minhas costas
pressionadas contra a parede. Estava fria, e meu corpo
instantaneamente absorveu aquela frieza, esfriando a
temperatura do meu centro. Mas Deus, nada poderia apagar
totalmente o fogo dentro de mim.
Ele estava duro. Deus, ele estava tão duro para mim.
Ele moveu a mão entre nossos corpos e eu ofeguei com a
sensação.
— Você sabe que esta é a minha primeira vez? —
consegui sussurrar, precisando que ele soubesse que eu
nunca tinha feito isso antes, que eu era pura em
praticamente todo sentido sexual.
Ele gemeu e enterrou o rosto na curva do meu pescoço.
Sua respiração quente banhou minha pele enquanto ele
ofegava.
— Uma virgem — disse ele, as vibrações de sua voz se
espalhando diretamente por mim. Ele se afastou e me olhou
nos olhos, suas pupilas dilatadas, o preto devorando as íris.
— Minha virgem — ele acrescentou pressão entre minhas
coxas, seu foco nunca oscilando do meu. — Meu pau é o
único que saberá como esta boceta é apertada e quente, quão
molhada você fica.
Eu engoli, lambi meus lábios e não soube como
responder. Suas palavras me incendiaram ao ponto que eu
senti como se fosse entrar em combustão.
— Eu serei o único a reivindicar sua virgindade, a
tomá-la como minha e mostrar como isso pode ser bom.
Ele acrescentou ainda mais pressão e eu gemi, fechando
os olhos no processo. — É isso aí. Dê para mim, Piper.
— Eu preciso de você — eu implorei.
— Não se preocupe, doce menina. Você está prestes a
receber mais do que pode aguentar.
Ele se afastou de mim um segundo depois, mas não
antes de ter certeza de que eu estava firme o suficiente para
ficar de pé. Fiquei surpresa que eu poderia, neste ponto.
Ele começou a se despir, seu olhar em mim e seu corpo
tão grande, tão musculoso. Antes que eu soubesse o que
estava acontecendo, ele estava tão nu quanto eu.
E então ele estava exposto, cada centímetro duro e
glorioso dele em exibição. Seus ombros eram largos, uma leve
aspersão de cabelos cobria os seus músculos peitorais,
descendo até as colinas ondulantes de seu abdômen. E então
havia uma trilha escura começando abaixo do umbigo e indo
direto para uma enorme ereção.
Talvez isso fosse uma má ideia, mas não parecia errado.
Ele me beijou de novo e de novo, mais forte e mais
rápido do que antes, e eu sabia que não havia como parar
isso. Mas eu não queria, e sabia que se não tivesse Zane
dentro de mim, essa pressão seria demais para eu conter.
Ele pressionou contra mim mais uma vez, seu corpo
masculino duro e nu contra o meu. Ele gemeu contra o meu
pescoço, colocou as mãos na minha bunda, e sua boca voltou
para a minha para engolir o som de surpresa que veio de
mim. Era como se algo tivesse rompido dentro dele.
Arrepios surgiram ao longo da minha carne. Ele me
colocou em seus braços, e minhas pernas se envolveram ao
redor dele mais uma vez.
— Eu quero tanto você, baby — ele murmurou contra
a minha boca.
— Por favor — eu enfatizei as palavras.
Agora eu só queria senti-lo empurrando para dentro de
mim... me esticando. A visão da ereção que ele ostentava, a
que estava pressionada entre as minhas pernas, bem contra
a minha fenda, me fez gemer. Zane não era um homem
pequeno, e o pensamento de seu enorme pau dentro de mim
fez uma nova onda de umidade vir da minha boceta. Eu
queria senti-lo esticando minhas paredes internas enquanto
ele empurrava aquela ereção enorme dentro de mim, queria
me sentir tão incrivelmente cheia que não conseguiria
respirar ou assimilar tudo.
— Deus, Piper. Garota — ele gemeu. — Estou tão
pronto para isso, para você.
Ele puxou seu pau para longe, e eu respirei fundo
quando ele pressionou com mais força contra a minha fenda.
— Foda-se, você está tão molhada para mim.
Seu pau palpitou entre as minhas pernas, e senti minha
excitação deslizar da minha buceta e cobrir seu eixo. Nós
mantivemos os olhares um do outro por vários longos
segundos, e então unimos nossas bocas ferozmente.
Cabelos foram puxados, lábios foram mordidos, e
gemidos escaparam de nós dois.
— Eu quero te foder com força — disse ele em um
grunhido áspero, moendo seu pau contra mim mais e mais
rápido.
— Eu quero isso.
— Eu deveria ser gentil nesta primeira vez, no entanto
— ele gemeu.
— Eu não quero gentil. Eu quero muito louco.
Ele riu baixinho. — Feito, baby.
Eu podia nos ver juntos, podia ver como seria.
Pele molhada de suor, músculos tencionando e
relaxando, enquanto nos uníamos.
Eu fiquei mais molhada a cada segundo enquanto a
imagem passava pela minha cabeça uma e outra vez. Sem
pensar, porque neste momento tudo o que eu queria era que
ele estivesse profundamente dentro de mim até que nada
mais importasse, eu me abaixei, peguei seu enorme pau e
encaixei-o na entrada da minha boceta.
— Você tem certeza disso? — sua voz estava áspera.
Por um momento, o tempo pareceu parar. Não havia
linhas a serem cruzadas, nem preocupações de que eu iria
arruinar o relacionamento do meu pai com Zane.
Havia apenas eu e o homem que amava.
Ele sustentou meu corpo com uma mão na minha
bunda e colocou a outra na parede ao lado da minha cabeça.
A ponta do seu pau se alojou no meu corpo, e nós dois
respiramos com força. Ele abriu a boca para dizer algo, mas
eu me mexi em seus braços, fazendo com que seu pau
deslizasse para dentro mais um centímetro.
Ele grunhiu.
— Me desculpe, querida. Vai doer, mas eu vou fazer
isso ser bom pra caramba.
E então ele apertou sua mandíbula e fechou os olhos.
Ele rangeu os dentes, e o som não deveria ter sido tão erótico
como foi, mas era como se meu corpo estivesse no piloto
automático. Eu gemi contra seus lábios e apertei minha
buceta em torno de seu eixo.
A dor era intensa, minha respiração parou e meu corpo
ficou tenso. Mas apesar de tudo isso, senti prazer. Eu estava
finalmente com Zane, o homem que amava, a única pessoa
que eu desejava por mais tempo do que eu poderia lembrar.
Eu não queria que ele visse qualquer desconforto,
porque eu sabia que ele iria parar com isso, preocupado que
estivesse me machucando demais.
Eu precisava que ele continuasse. Eu precisava disso
como uma tábua de salvação.
— Você está me fazendo sentir tão cheia, Zane, e você
não está nem mesmo na metade — ele descansou a testa
contra a minha, e nós ofegamos na boca um do outro.
— Você é tão apertada. Deus, e tão malditamente
molhada e quente.
Em um movimento rápido, ele estava completamente
enterrado dentro de mim. Eu descansei minha cabeça contra
a parede atrás de mim e fechei meus olhos, a queimadura e
o alongamento tirando meu fôlego. Parecia que eu estava
sendo queimada viva; era como se ele estivesse me partindo
em duas.
— Você está bem, menina?
Eu assenti. — Sim. Não pare.
Zane começou a entrar e sair de mim, e eu não consegui
absorver a perfeição de tudo isso. A dor começou a diminuir
quando o prazer assumiu. Eu assisti o êxtase cobrir o rosto
de Zane, e tentei não deixar o prazer me levar mais uma vez.
— Zane.
Ele puxou para fora, e a cabeça de seu pau roçou um
ponto escondido e sensível dentro de mim. Um arrepio
involuntário passou através de mim. O local em que ele bateu
fez meus olhos revirarem na minha cabeça.
— Piper. Cristo, Piper, é tão bom — ele empurrou para
dentro de mim e depois tirou.
Dentro e fora.
Dentro e fora.
Ele estava tão profundamente dentro de mim que não
havia parte do meu corpo que ele não estivesse tocando. O
prazer roubou quaisquer palavras ou pensamentos coerentes
meus.
Ele enrolou os dedos na minha cintura, segurando-me
com uma força que me assustou. Ele entrou e saiu, e os sons
de nossa carne colidindo eram sujos, eróticos. Meu prazer
aumentou. A base de sua ereção esfregou contra o meu
clitóris toda vez que ele me penetrava. Zane poderia ter
começado devagar, mas a cada segundo que passava ele ia
mais rápido e mais forte, e a queimadura das minhas costas
esfregando contra a parede misturava-se com o meu prazer.
— Eu quero ver você gozar, sentir seu creme cobrir meu
pau até que nós dois alcancemos o clímax.
Deus.
E então ele estava se afastando da parede. Tudo passou
como um borrão até que percebi que estávamos no quarto,
os lençóis frios contra a minha carne superaquecida. Ele
recuou e deslizou a mão entre nós para pressionar o polegar
no feixe rígido de nervos que já estava inchado e
ultrassensível. Ele esfregou contra meu clitóris para frente e
para trás, seu pau ainda pressionado contra a minha buceta.
E então ele estava de volta em mim, empurrando todos
aqueles longos e grossos centímetros na minha boceta,
fazendo-me gritar.
Zane manteve essa pressão no meu clitóris, até que eu
estava girando meus quadris sobre ele, tentando fazê-lo ir
incrivelmente mais profundo em mim. Ele pressionou a boca
no meu ouvido, enfiou profundamente seu pau na minha
boceta e deslizou seu polegar no meu clitóris.
— Deus, eu vou gozar, Zane.
— Porra. Essa é a minha garota — ele enterrou o rosto
na curva do meu pescoço, e me fodeu como se não tivesse
mais controle, e foi quando finalmente quebrei, quando Zane
me deu a liberação de que eu precisava desesperadamente.
Meu orgasmo deslizou através de mim, tomou minha
sanidade, e se recusou a deixar ir até que eu não fosse nada
além de uma bagunça maleável pressionada na cama, o
cheiro de Zane sobre mim.
Parecia nunca acabar, e então eu senti o pau de Zane
endurecer ainda mais dentro de mim antes de ele gemer
profundamente contra a minha garganta e gozar.
Sua respiração estava quente contra a minha pele
úmida, e suas palavras duras e silenciosas foram
murmuradas contra mim. Eu não conseguia entender o que
ele dizia, mas sabia que era sujo.
Eu me agarrei a ele enquanto meu prazer crescia,
atingindo o pico, antes de lentamente voltar à realidade. Ele
se afastou e olhou para mim, o suor cobrindo seu cabelo, sua
respiração ofegante.
— Deus, Piper — disse ele e inclinou-se para me beijar,
sua respiração quente, seu corpo duro, suado. — Eu te amo.
Meu coração pulou uma batida.
— Eu te amo pra caralho. Não há nada e nem ninguém
que possa me manter longe de você.
— Eu também te amo — eu sussurrei e sorri. Há
tempos não me sentia tão feliz.
Não. Eu estou mais feliz do que jamais estive, e isso é
porque estou finalmente com o homem que amo.
Capítulo Oito

O silêncio era ensurdecedor. Eu olhei entre meu pai e


Zane, o fato de que nós dissemos a ele que estávamos juntos
fazendo com que o ar ficasse tão espesso que eu não
conseguia nem respirar.
— Pai — eu sussurrei, sentindo meus nervos
aumentarem. Ele olhou para longe, para a janela da frente,
seus pensamentos escritos em seu rosto.
Ele estava assustado.
Apreensivo.
Preocupado.
Ele não sabia o que pensar, não sabia como processar
isso.
— Você está com a minha filha? — ele olhou para Zane
então. — Em um relacionamento com ela?
— Eu estou — disse Zane instantaneamente, com
orgulho em sua voz.
— Nós estamos — eu respondi depois.
Meu pai exalou e se levantou, indo até a janela e
olhando para fora. Ele ficou em silêncio por tanto tempo que
comecei a morder meu lábio, nervosa sobre como isso iria se
desenrolar.
— Eu gostaria de conversar com Zane sozinho — meu
pai disse, seu foco no homem que eu amava, seu tom muito...
paternal.
Eu observei quando Zane se levantou, e então os dois
saíram para a varanda dos fundos. Fiquei me perguntando o
que diabos estava acontecendo, e se eu teria que parar uma
briga nos próximos cinco minutos.
Eu balancei a cabeça e fiz uma oração silenciosa para
que a merda não estivesse prestes a bater no ventilador.

***

Eu sabia que isso iria acontecer, mas também sabia que


Liam precisava saber.
Ele não disse nada enquanto andava alguns metros na
minha frente, as mãos nos bolsos da calça, o foco na
propriedade. Por longos momentos nada foi dito, mas eu
esperei até que ele falasse, porque eu sabia que ele tinha
muito mais a dizer do que o que tinha falado em casa.
— Nós somos amigos há muito tempo, Zane.
Eu olhei para os meus pés e exalei.
— Nós somos — eu olhei para ele quando ele se virou
para mim.
— E você não poderia ter dito algo para mim antes de
iniciar um relacionamento com minha filha?
Passei a mão pela minha nuca e balancei a cabeça
lentamente.
— Não foi assim, Liam — embora eu tivesse
sentimentos por Piper desde que ela completou dezoito anos,
eu os mantive sob controle... até que não consegui mais. —
O que aconteceu entre nós, nosso relacionamento, só
aconteceu. Nós não queríamos manter isso em segredo. Nós
não queríamos mentir.
Ele assentiu devagar e desviou o olhar.
— Eu a amo, Liam.
O homem que eu conhecia há anos, aquele que tinha
me visto no meu pior, quando eu não era nada mais do que
um adolescente idiota desajeitado e disfuncional, agora
estava em uma posição que eu odiava que ele estivesse.
— Sinto muito. Eu realmente sinto, mas a amo, Liam.
Eu a amo com tudo que sou.
Liam olhou para mim, o tormento em seus olhos
lentamente o deixando e sua expressão relaxou.
— E é por causa desse amor, do fato de eu não
conseguir deixá-la ir, que estou disposto a arriscar tudo para
estar com ela — senti meu coração bater um pouco mais
forte. Eu sabia que ao ir lá, ao contar tudo isso, poderia
arriscar perdê-lo, perder nossa amizade.
Mas quando se tratava de Piper, eu não me importava.
Eu não a deixaria ir, não iria embora só porque o pai dela
não aprovava.
— Ela é mais nova que você.
— Eu sei.
— Ela mal tem dezenove.
— Eu sei.
Ele se aproximou de mim. — Ela é minha filha, Zane.
Eu engoli e assenti. — Eu vou ter certeza de mantê-la
sempre feliz, que nada de ruim aconteça com ela. Vou me
certificar de que ela esteja sempre segura, de que esteja
satisfeita.
— Ela quer ir para a faculdade, ter uma carreira, a
própria vida. Ela não será impedida por ninguém, nem por
você, nem mesmo por mim.
Eu sorri.
— Sim, eu sei. Ela é durona e é isso que amo nela — eu
fiquei sério. — Eu não vou impedi-la. Vou me certificar de
que todos os sonhos dela se tornem realidade.
Liam me encarou, aproximando-se até que estivéssemos
a um passo de distância um do outro.
— Você a machuca e eu vou chutar o seu traseiro,
Zane. — Liam olhou nos meus olhos. — Eu não me importo
se nós somos amigos há muito tempo. Eu não me importo se
vejo você como família, como um irmão — ele deu outro
passo para mais perto, seu peito quase roçando o meu. —
Eu não me importo com nada disso, porque se você
machucar minha garotinha, eu vou matar você.
Eu assenti uma vez.
— Entendido — eu senti um peso sair dos meus
ombros. — Mas eu prefiro arrancar meu próprio coração do
que machucá-la. Eu a amo mais do que qualquer outra coisa.
Liam assentiu.
— Bom. É assim que deve ser. — e então ele me abraçou.
— Eu sei que você vai cuidar da minha menina, Zane. Se tem
alguém com quem eu quero que ela esteja, qualquer um com
quem eu saiba que ela estaria segura, é você.
E assim, tudo se resolveu.
Epílogo Um

Um ano depois...

— Estou prestes a surtar — eu disse, enquanto tentava


pela terceira vez consertar minha maldita gravata borboleta.
Minhas mãos tremiam e comecei a suar.
Resumindo... eu estava nervoso pra cacete.
— Você vai se sair bem — disse Liam com uma risada
em sua voz. — Coragem, homem.
Eu não pude deixar de rir do tom dele. Eu fiquei sério e
limpei a garganta, nunca em minha vida tinha me sentido
tão nervoso. Quando os abri, vi Liam sorrindo. O bastardo
achava isso engraçado.
Ele me deu um tapinha nas costas, um pouco mais forte
do que o necessário, o que me fez sorrir.
— Eu tenho certeza que Piper está mais nervosa que
você.
Não me incomodei em dizer a ele que eu não sabia se
isso era verdade. Eu estava muito nervoso agora. Eu estava
prestes a casar com a mulher que amava, a única pessoa que
significava mais para mim do que qualquer outra coisa ou
qualquer outra pessoa em todo o planeta. Sem mencionar
que seu pai estava de pé ao meu lado, indo acompanhá-la
pelo corredor e entregá-la para mim.
Eu sabia que Liam estava bem com o nosso
relacionamento, sabia que ele podia ver o quanto eu a amava,
como a protegeria e garantiria que ela permanecesse assim.
Mas esse ainda era meu melhor amigo... e eu iria casar com
a filha dele.
Era um pouco surreal, para ser honesto.
— Vamos. Vamos casar minha garotinha com meu
melhor amigo.
Eu bufei com sua farpa, algo que ele ainda fazia até hoje,
mesmo que aprovasse nosso relacionamento.
Nós dois saímos do vestiário e eu tomei meu lugar na
frente do altar. O padre estava atrás de mim, enquanto meu
padrinho estava com sua filha... que em breve seria minha
esposa.
A igreja estava lotada de convidados, de nossos
familiares e amigos que se uniram para ajudar a celebrar
nosso casamento. Eu senti o suor começar a se formar na
minha espinha. Eu enrolei minhas mãos em punhos
apertados para que elas não tremessem.
Deus, eu não conseguia respirar, e minha gravata
estava tão apertada que estava me sufocando. Eu estendi a
mão e tentei afrouxá-la, meu coração estava acelerado
enquanto olhava pelo corredor. E então a música começou a
tocar e eu me endireitei, expirando devagar e dizendo a mim
mesmo para não desmaiar. Olhei para as portas duplas
fechadas e, depois de apenas um momento, elas foram
abertas pelos porteiros.
Ali, de pé do outro lado, estava a outra metade da minha
alma. Ela começou a andar em minha direção, Liam do outro
lado segurando o braço dela. Eu não parei de sorrir, não
pude evitar que meus olhos ficassem molhados. Eu levantei
minha mão e limpei a umidade. Eu não estava envergonhado
de estar chorando, não quando a mulher que eu amava
estava andando na minha direção também chorando.
E então seu pai a beijou na bochecha quando ela chegou
até mim. Ele disse algo em voz baixa para ela, algo sobre
como a mãe dela ficaria tão orgulhosa dela, como ela era
linda e como ele estava feliz por ela ter encontrado amor.
Ela começou a chorar um pouco mais depois disso.
Graças a Deus, Liam era um pai íntegro e um homem a
quem eu poderia admirar.
Ele a entregou para mim e me deu um olhar severo que
me disse para não estragar tudo. Eu dei um aceno de cabeça,
compreendendo e prometendo sem dizer nada que eu iria
cuidar dela acima de tudo.
Piper e eu estávamos de pé naquele altar, segurando as
mãos um do outro, eu olhando nos olhos dela. Meu mundo
girou quando ela disse que seria minha esposa. E mesmo que
eu morresse agora, saberia como era o céu.
Eu sabia como era, porque certamente eu estava
experimentando-o agora.
Epílogo Dois

Cinco anos depois...

Eu caminhei para a varanda, meus pés doendo de estar


no escritório o dia todo, sentindo como tivesse areia nos
meus olhos. Abri a porta da frente e entrei, o aroma do jantar
enchendo a casa e fazendo meu estômago roncar.
— Estou em casa — eu gritei e coloquei minhas chaves
na pequena mesa no foyer. Ouvi panelas baterem na cozinha
e segui o som, vendo Zane no fogão. Ele amaldiçoou e pulou
para trás, sacudindo a mão como se a tivesse queimado.
— Você está bem? — eu perguntei e caminhei até ele.
Ele se virou e sorriu, inclinando-se e beijando-me nos lábios.
O som do riso das crianças veio da mesa da sala de
jantar. Olhei de relance para ver os gêmeos, nossa filha e
filho, Laney e Parker, jogando um no outro utensílios,
guardanapos, ou qualquer coisa em que conseguissem
colocar as mãos.
Eu sorri quando as crianças olharam para mim, seus
olhos se iluminando. Eles sorriram de orelha a orelha antes
de pular de suas cadeiras e correr para mim.
— Mamãe — as crianças disseram em uníssono antes
de atirarem seus corpos em mim. Eu tropecei para trás e
apoiei a mão no balcão, o mármore debaixo das pontas dos
meus dedos era suave e frio. — Sentimos sua falta —
disseram novamente ao mesmo tempo.
— Eu também senti falta de vocês — eu disse.
Eu abracei os dois. Eles só permitiram o abraço por um
segundo antes de correrem e voltarem para a mesa.
Os próximos minutos foram uma agitação, e Zane
trouxe o jantar para a mesa.
— Deixe-me ajudar — eu disse, mas ele balançou a
cabeça.
— Sente. Relaxe. Deixe-me cuidar de você.
Ele me beijou novamente e as crianças mostraram seu
desgosto fazendo barulhos de engasgos.
Sentei-me em frente às crianças e ri de seu desgosto por
seus pais demonstrarem afeição. Eles eram minha vida,
todos os três.
Uma vez que Zane estava na mesa e a comida foi
servida, eu fiquei sentada e observei minha pequena família.
Desde que casei com Zane, eu me tornei não apenas
uma esposa, mas uma mãe, e trabalhava em sua empresa de
arquitetura. Eu ainda tinha muito que aprender, precisava
de mais anos no meu currículo e absorver mais experiência,
antes que pudesse pensar em me tornar uma sócia, mas,
Deus, eu queria isso.
E quando eu olhei para Zane, senti meu amor por ele
crescer, eu sabia que tinha feito a melhor decisão da minha
vida ao decidir estar com ele. O medo, a preocupação e a
incerteza de como tudo iria acontecer me impediram, mas eu
finalmente afastei tudo e agora aqui estava eu. Eu olhei para
os nossos gêmeos, vi a forma como eles interagiam com seu
pai, como ele dava a eles seu amor e muito mais. Isso fez meu
coração inchar.
Era incrível estar onde eu estava, ao lado do que mais
importava na minha vida. E jamais esqueceria o quão
sortuda eu era.

Fim...
Agradecemos pela leitura ;)

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