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QUINTA-FEIRA / 22 NOVEMBRO / 2018  WWW.ARQUIDIOCESE-BRAGA.PT

ENTREVISTA

MENSAGEM DO
PAPA FRANCISCO
Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 31952 do Diário do Minho. Não pode ser vendido separadamente.

PARA O II DIA
MUNDIAL DOS
POBRES
P. 04-05
2  IGREJA VIVA  //  QUINTA-FEIRA | 22 DE NOVEMBRO | 2018 

opinião
Breves

“A injustiça é a raiz perversa Olhares (18) - O riso dos pardais


da pobreza”, diz Papa
Francisco dais riem e gargalham no lar- Neste silêncio conve-
go, milhares de crianças sen- niente, diz Peterson, lá se
O Papa afirmou este Domingo, em Roma, que a tam-se diante da TV a ver bo- vai o “faz de conta” que aju-
pobreza radica sempre na injustiça. necos disformes e a roer as da a crianças a aprenderem,
Numa missa celebrada por ocasião do segun- unhas em lutas de monstros... a imaginarem o que querem
do Dia Mundial dos Pobres, Francisco disse que Entretanto, os pais, sossega- ser, a criar papéis. Porque,
todos os cristãos devem procurar “viver a fé em dos por tanto sossego, poisam de facto, as brincadeiras in-
contacto com os necessitados”, explicando ainda neles olhares pasteurizados. tegram muitas habilidades e
que tal “não é uma opção sociológica, uma mo- Hoje, Carlos do Carmo de- profunda aprendizagem; pro-
da de um pontificado, mas sim uma exigência ve pensar que está ultrapassa- movem vivências novas e um
teológica”. João Aguiar Campos do o seu fado, pois os putos já modo positivo de lidar com
O Papa recusou ainda limitar a noção de pobreza Padre não parecem bandos de par- as limitações. E muito mais,
à de falta de recursos financeiros, elencando uma dais à solta, mal correm atrás se deixarmos que nas suas ac-
longa lista de outros pobres, como os bebés que de uma bola de pano ou de tividades lúdicas elas tenham
não nascem, as crianças que morrem à fome, os

S
um arco na ladeira; raramen- uma importante palavra a di-
adolescentes habituados ao som das bombas, os ei que muitos leito- te atiram a esperança numa zer — ajudando que o acto
idosos sozinhos, os refugiados, entre outros. res não vão acredi- fisga e não parecem pardais de brincar as divirta e não se-
tar, mas a verdade é de calções. Pior ainda, falta- ja interpretado apenas como
que os pardais riem. -lhes o céu no olhar e, não ra- mais um exercício imposto na
E muito. ro, no fim do dia cansado, até forma e conteúdo.
Visitem os cépticos um o colo da ternura paterna. Isto vale, inclusive, para a
dos largos mais luminosos Ai o poema de Ary, que tão catequese — hoje, felizmen-
da minha aldeia e verão que profundo exame nos pede!… te, menos parada e sisuda que
até sou contido no que di- Que tão paradas estão tan- no meu tempo; como alegre-
go. Porque a verdade é que tas crianças do meu país, que mente constato neste exem-
os pardais chegam mesmo à não podem brincar, sujar-se, plo que recolho do DN de 15
gargalhada!... chorar o mimo de uma queda de Abril de 2017: “São qua-
Saídos dos ninhos quando numa corrida à desgarrada!… se 19h00 num dia de semana
o orvalho ainda lava as folhas, No passado domingo (18 de normal na Igreja de Nossa Se-
desafiam-se a ver quem sobe Novembro), o jornal “Público” nhora do Amparo, na Estra-
mais alto na fragilidade dos recolhia esta opinião de Jordan da de Benfica. À porta do cen-

Cáritas pede “compromisso”


geral contra a pobreza que
atinge crianças e famílias
A Cáritas Europa apelou ao Parlamento Europeu
e à Comissão Europeia para que “assegure a con-
tinuidade do financiamento a projetos de apoio
a famílias e crianças carenciadas”, que depen-
de da aprovação do próximo Quadro Financeiro
Plurianual.
“É preciso investir nas crianças”, frisa a Cári-
tas Europa, que realça que “o futuro das crian- ramos; ou quem melhor se Peterson: “… o primeiro peri- tro paroquial, um grupo de
ças na Europa estará em risco se os líderes eu- equilibra numa ponta de pa- go não é o que está nos apa- crianças joga à apanhada. Lá
ropeus não aprovarem o próximo plano de lha. Depois, desatam a jogar relhos electrónicos, mas como dentro, há mochilas e cader-
financiamento”. ao “apanha-me, se és capaz!”, é que estes interferem na vida nos num canto do corredor,
O secretário-geral da Cáritas Europa sublinha a inventando fintas, esconden- das crianças. Quando estão ao risos para lá de uma das por-
importância deste acordo ser assinado “antes das do-se nas telhas e espreitan- telefone, não estão a interagir tas fechadas, um miúdo pas-
eleições europeias de Maio de 2019”, e de coloca- do, de gargalhada feita, per- umas com as outras. A minha sa a correr para a casa de ba-
rem esta questão “no topo das prioridades”. seguidores desorientados... suspeita é que (o smartphone) nho. É hora de catequese e o
Um grão no chão é uma está a ocupar o espaço que po- ambiente é muito parecido
festa: parecem as crianças do deria estar ocupado por ou- com o de uma qualquer esco-
meu tempo na roda do pião, tra coisa. A interacção com as la primária. Maria Luzia Silva,
a ver quem dá mais nicas. E se máquinas vai tornar-nos mais a coordenadora da cateque-
algum foge com o que todos inteligentes, mas a questão é se, bate à porta da sala onde
repartiam, um coro de olhos com o que estão a interferir. O decorre uma aula do 1.º ano.
tristes acompanha o voo do mesmo aconteceu com a tele- "Podemos entrar?" As me-
traidor!... visão. Quando os meus filhos sas foram arrastadas para um
Muitas vezes, por entre os eram pequenos, 4 a 6 anos, pú- canto e os miúdos estão todos
versículos de Laudes, fico a nhamo-los a ver filmes da Dis- de pé. "Íamos agora mesmo
olhar os pardais. ney com outras crianças da começar um jogo", diz a cate-
Dou, então, comigo a mesma idade e não tem nada quista, no meio do alarido”.
pensar nesta lição que, por de mal, mas eles deviam ter Gostei de ler. Porque sim;
não a aprendermos, nos está brincado. Só que quando brin- porque é catequético o riso
a adoecer: enquanto os par- cam são barulhentos”. dos pardais!…
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opinião

Calçar os sapatos dos outros

vras que conservam a etimo- fundamentais: não esquecer


logia grega pathos (paixão, so- que os sapatos são dos outros!
Papa francisco frimento). Ainda que do pon-
to de vista psicológico se pres- 5. E a ecpatia? J. L. Gon-
19 DE NOVEMBRO 2018 · Não se pode tem a muitas explicações, na zález de Rivera Revuelta in-
amar somente até quando "seja conve- linguagem comum associa- troduziu esta última palavra
niente"; o amor se manifesta precisa- mos a apatia à indiferença, a porque a empatia, a disposi-
mente para além do limiar da própria simpatia e a antipatia à boa ção interior que permite en-
vantagem, quando se doa tudo sem ou má educação e a empatia trar no coração do outro, ver
reservas. à sintonia entre pessoas. Em com os seus olhos, ouvir com
comum têm o grau de im- os seus ouvidos e captar bem
Jorge Vilaça plicação emocional nos rela- o que o outro sente no seu
Padre cionamentos: a pessoa apáti- mundo interior e comunicar
D. Jorge Ortiga

1
ca aparentemente não se en- tal compreensão, deriva mui-
volve; a antipática distancia- to facilmente para a inunda-
19 DE NOVEMBRO 2018 · Somos todos -se, porventura agredindo; a ção da vida daquele que se
pedintes de luz, sentido, afecto, felici- Todos conhecemos simpática mistura-se até se propõe ajudar. Sim, é difícil
dade, misericórdia e compaixão. pessoas com “bom co- confundir; a empática envol- descalçar os sapatos do ou-
ração”, que vivem só ve-se e depois diferencia-se. tro, sobretudo se nos aproxi-
#Twittomilia #EvangelhoDiário para os outros, sentem Nitidamente preferimos ser e mamos com misericórdia. Ek-
pelos outros, “resolvem” com encontrar pessoas empáticas. -patheia, ecpatia, “sentir fora”,
empenho os problemas e dú- São raras, contudo. “voltar a calçar os seus pró-
vidas dos outros. Quando não prios sapatos”, é – segundo o
conseguem efetivamente aju- 4. A empatia é, de facto, autor – “o processo mental de
dar sentem-se mal, frequen- uma ferramenta imprescindí- exclusão ativa dos sentimen-
temente culpadas. Descentra- vel em qualquer tipo de rela- tos induzidos pelos outros”.
das, activas, simpáticas, boas cionamento. Por natureza ou Uma ferramenta, portan-
ouvintes, sensíveis, são atraí- por treino diário, a empatia é to, para compensar ou regu-
Deslizamento de terras das (mutuamente) por pes- uma atitude (cognitiva, afec- lar a empatia, para clarificar
soas e situações negativas, em tiva, comportamental) que os seus limites. Faz lembrar o
todo o tempo, momento e se caracteriza pela recusa da bom samaritano que, vendo o
Arcebispo de Évora associa- lugar. Eis algumas hipóteses
de gestão desta hipertensão
tendência paternalista (“tens
de fazer assim”), pela com-
homem caído, se aproximou
dele e o cuidou... mas depois
se “à dor e ao luto” pelas espiritual: preensão da posição dos ou- o entregou a um outro.
vítimas de Borba a) aprenderem a lidar com
isso, interiormente, através
tros e pela transmissão dessa
compreensão (misericórdia). 6. O Dia Internacional do
do sistema tentativa-erro; Não é, sublinhe-se, aprova- Voluntariado celebra-se no
O arcebispo de Évora expressou na Terça-Feira a
b) procurarem ajuda para ção do que é dito/feito mas o próximo dia 5 de Dezembro:
sua consternação pela tragédia ocorrida na anti-
compreenderem o que sen- esforço por entender o ponto só um em cada dez portugue-
ga Estrada Nacional 255, entre Borba e Vila Vi- tem e fazem e tirarem parti- de vista alheio e comunica-lo. ses faz voluntariado, uma das
çosa, onde um deslizamento de terras provocou do disso; Dito de maneira prática, “cal- médias mais baixas da Euro-
pelo menos, até à hora de fecho desta edição dois c) tornarem-se vítimas ou, çar os sapatos dos outros”, a pa... Ainda assim, mais de um
mortos já confirmados pelas autoridades. no limite, doentes; que alguém acrescentou acer- milhão de voluntários! Bons
Através das redes sociais, D. Francisco Senra
tadamente “sem se esquecer corações que calçam os sa-
Coelho associa-se “à dor e ao luto dos familiares 2. É bastante comum en- que os sapatos são dos outros” patos dos outros, os ajudam,
e amigos das vítimas” e coloca-se “ao lado de to- contrar estas pessoas simpáti- (diferenciação). Nesta última mas que devolvem os sapatos
dos os que trabalham afincadamente para mino- cas, de bom coração, em am- frase reside uma das questões ao dono.
rar o sofrimento e resolver os problemas urgen- bientes espirituais e religiosos
tes da difícil situação”. e nos mais diversos serviços
O deslizamento de terras ocorreu esta Segunda- de auxílio aos outros, sobre-
-Feira, a meio da tarde. tudo se muito necessitados.
De acordo com o Comandante Distrital de Ope- São simpáticas, envolvem-
rações de Socorro de Évora, José Ribeiro, o alui- -se, trabalham, interessam-
mento de “um grande volume de terra” ocasionou -se. Obviamente que há mui-
“a deslocação de uma quantidade muito signifi- tos modos de analisar esses
cativa de rochas, de blocos de mármore e de terra “bons corações”, numa ampli-
para o interior de uma pedreira” situada junto à tude que vai das questões do
referida via. “berço” até à efusão do Espí-
rito Santo, passando por cor-
pos abertos e fechados. Dete-
nhamo-nos hoje na definição
de algumas palavras equívo-
cas afins ao “bom coração”,
também do ponto de vista
espiritual.

3. Apatia, simpatia, anti-


patia, empatia, ecpatia: estas
são algumas das muitas pala-
4  IGREJA VIVA  //  QUINTA-FEIRA | 22 DE NOVEMBRO | 2018 

do amor do Pai, sobretudo num mundo onde frequentemente se eleva a


riqueza ao nível de primeiro objectivo e faz com que as pessoas se fechem
em si mesmas.

2. O Salmo caracteriza a atitude do pobre e a sua relação com Deus, por

MENSAGEM DO SANTO
meio de três verbos. O primeiro: “clamar”. A condição de pobreza não se
esgota numa palavra, mas torna-se um brado que atravessa os céus e
chega a Deus. Que exprime o brado dos pobres senão o seu sofrimento
e solidão, a sua desilusão e esperança? Podemos interrogar-nos: como é

PADRE FRANCISCO PARA


possível que este brado, que sobe à presença de Deus, não consiga chegar
aos nossos ouvidos e nos deixe indiferentes e impassíveis? Num Dia
como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência para
compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres.

O II DIA MUNDIAL DOS Necessitamos da escuta silenciosa para reconhecer a sua voz. Se nós
falarmos demasiado, não conseguiremos escutá-los a eles. Muitas vezes,
temo que tantas iniciativas, apesar de meritórias e necessárias, visem

POBRES
mais comprazer-nos a nós mesmos do que acolher verdadeiramente o
clamor do pobre. Se assim for, na hora em que os pobres fazem ouvir o seu
brado, a reacção não é coerente, não é capaz de sintonizar com a condição
deles. Vive-se tão encurralado numa cultura do indivíduo obrigado a
olhar-se ao espelho e a cuidar exageradamente de si mesmo, que se
considera suficiente um gesto de altruísmo para ficar satisfeito, sem se
comprometer diretamente.

3. Um segundo verbo é “responder”. O Salmista diz que o Senhor não só


escuta o clamor do pobre, mas também responde. A sua resposta – como
XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM atesta toda a história da salvação – é uma intervenção cheia de amor
(18 DE NOVEMBRO DE 2018) na condição do pobre. Foi assim, quando Abraão expressara a Deus o
seu desejo de possuir uma descendência, apesar de ele e a esposa Sara,
“Este pobre clama e o Senhor o escuta” já idosos, não terem filhos (cf. Gn 15, 1-6). O mesmo aconteceu quando
Moisés, do fogo duma sarça que ardia sem se consumir, recebeu a
revelação do nome divino e a missão de fazer sair o povo do Egito (cf. Ex
3, 1-15). E esta resposta confirmou-se ao longo de todo o caminho do povo
1. “Este pobre clama e o Senhor o escuta” (Sal 34, 7). Façamos também nossas pelo deserto: tanto quando sentia os apertos da fome e da sede (cf. Ex 16,
estas palavras do Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas 1-16; 17, 1-7), como quando caía na miséria pior, ou seja, na infidelidade à
condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, aliança e na idolatria (cf. Ex 32, 1-14).
que nos habituamos a designar com o termo genérico de “pobres”. O autor de A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção salvadora para
tais palavras não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta cuidar das feridas da alma e do corpo, repor a justiça e ajudar a retomar
directamente a pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e a vida com dignidade. A resposta de Deus é também um apelo para que
agradecimento ao Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados toda a pessoa que acredita n’Ele possa, dentro dos limites humanos, fazer
por tantas formas de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres o mesmo. O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta,
para os quais somos chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e dirigida pela Igreja inteira dispersa por todo o mundo, aos pobres de
reconhecer as suas necessidades. todo o género e de todo o lugar a fim de não pensarem que o seu clamor
caíra em saco roto. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto
Nele se diz, antes de mais nada, que o Senhor escuta os pobres da pobreza; e contudo pode ser um sinal de solidariedade para quantos
que clamam por Ele e é bom para quantos, de passam necessidade a fim de sentirem a presença activa dum irmão ou
coração dilacerado pela tristeza, a solidão e duma irmã. Não é de um acto de delegação que os pobres precisam, mas
a exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta do envolvimento pessoal de quantos escutam o seu brado. A solicitude
todos os que são espezinhados na sua dos crentes não pode limitar-se a uma forma de assistência – embora
dignidade e, apesar disso, têm a força necessária e providencial num primeiro momento –, mas requer aquela
de levantar o olhar para o Alto a fim de “atenção amiga” (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 199) que aprecia
receber luz e conforto. Escuta os que se o outro como pessoa e procura o seu bem.
vêem perseguidos em nome duma falsa
justiça, oprimidos por políticas indignas 4. O terceiro verbo é “libertar”. O pobre da Bíblia vive com a certeza de que
deste nome e intimidados pela violência; Deus intervém em seu favor para lhe devolver dignidade. A pobreza não
e contudo sabem que têm em Deus o é procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça:
seu Salvador. O primeiro elemento que males tão antigos como o homem, mas sempre pecados são, acabando
sobressai nesta oração é o sentimento enredados neles tantos inocentes com dramáticas consequências sociais.
de abandono e confiança num Pai que A acção libertadora do Senhor é um acto de salvação em prol de quantos
escuta e acolhe. Sintonizados com estas Lhe manifestaram a sua aflição e angústia. As amarras da pobreza são
palavras, podemos compreender mais quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Muitos Salmos narram
profundamente aquilo que Jesus proclamou e celebram esta história da salvação, que se verifica na vida pessoal
com a bem-aventurança “felizes os pobres do pobre: “Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre, nem
em espírito, porque deles é o Reino do Céu” desviou dele a sua face; mas ouviu-o, quando Lhe pediu socorro” (Sal
(Mt 5, 3). 22, 25). Poder contemplar a face de Deus é sinal da sua amizade, da sua
Entretanto devido ao carácter único desta proximidade, da sua salvação. “Viste a minha miséria e conheceste a
experiência, sob muitos aspectos imerecida angústia da minha alma; (…) deste aos meus pés um caminho espaçoso”
e impossível de se expressar plenamente, (Sal 31, 8b.9). Dar ao pobre um “caminho espaçoso” equivale a libertá-
sente-se o desejo de a comunicar lo da “armadilha do caçador” (cf. Sal 91, 3), a tirá-lo da armadilha
a outros, a começar pelos que montada no seu caminho, para poder caminhar sem impedimentos e
são – como o Salmista – olhar serenamente a vida. A salvação de Deus toma a forma duma mão
pobres, rejeitados e estendida ao pobre, que oferece acolhimento, protege e permite sentir
marginalizados. De a amizade de que necessita. É a partir desta proximidade concreta e
facto, ninguém palpável que tem início um genuíno percurso de libertação: “Cada cristão
se pode sentir e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço
excluído da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se
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plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o resposta adequada e plenamente evangélica, que podemos realizar, é o
clamor do pobre e socorrê-lo” (Evangelii gaudium, 187). diálogo entre as diversas experiências e a humildade de prestar a nossa
colaboração, sem qualquer espécie de protagonismo.
5. Não cessa de comover-me o caso – referido pelo evangelista Marcos (cf. 10, À vista dos pobres, não se perca tempo a lutar pela primazia da
46-52) – de Bartimeu, na pessoa de quem vejo identificados tantos pobres. intervenção, mas reconheçamos humildemente que é o Espírito quem
O cego Bartimeu era um mendigo, que “estava sentado à beira do caminho” suscita gestos que sejam sinal da resposta e da proximidade de Deus.
(10, 46); tendo ouvido dizer que ia a passar Jesus, “começou a gritar” e a Quando encontramos o modo para nos aproximar dos pobres, saibamos
invocar o “Filho de David” para que tivesse piedade dele (cf. 10, 47). “Muitos que a primazia compete a Ele que abriu os nossos olhos e o nosso coração
repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais” (10, 48). O à conversão. Não é de protagonismo que os pobres têm necessidade, mas
Filho de Deus escutou o seu brado e “perguntou-lhe: “Que queres que te faça?” de amor que sabe esconder-se e esquecer o bem realizado. Os verdadeiros
“Mestre, que eu veja!” – respondeu o cego” (10, 51). Esta página do Evangelho protagonistas são o Senhor e os pobres. Quem se coloca ao serviço é
torna visível aquilo que o Salmo anunciava como promessa. Bartimeu é um instrumento nas mãos de Deus, para fazer reconhecer a sua presença
pobre que se encontra desprovido de capacidades fundamentais, como o ver e a sua salvação. Recorda-o São Paulo quando escreve aos cristãos de
e o poder trabalhar. Também hoje não faltam percursos que levam a formas Corinto, que competiam entre eles a propósito dos carismas procurando os
de precariedade. A falta de meios basilares de subsistência, a marginalização mais prestigiosos: “Não pode o olho dizer à mão: “Não tenho necessidade
quando já não se está na plenitude das próprias forças laborais, as diversas de ti”; nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: “Não tenho necessidade de
formas de escravidão social, apesar dos progressos realizados pela vós”” (1 Cor 12, 21). Depois, o Apóstolo faz uma consideração importante,
humanidade… Como Bartimeu, quantos pobres há hoje à beira da estrada e observando que os membros do corpo que parecem mais fracos são
procuram um significado para a sua condição! Quantos se interrogam acerca os mais necessários (cf. 12, 22) e, “aqueles que parecem ser os menos
dos motivos por que chegaram ao fundo deste abismo e sobre o modo como honrosos do corpo, a esses rodeamos de maior honra e, aqueles que são
sair dele! Esperam que alguém se aproxime deles, dizendo: “Coragem, levanta- menos decentes, nós os tratamos com mais decoro; os que são decentes,
te que Ele chama-te” (10, 49). não têm necessidade disso” (12, 23-24). Ao mesmo tempo que dá um
Com frequência, infelizmente, verifica-se o contrário: as vozes que se ouvem são de ensinamento fundamental sobre os carismas, Paulo educa também a
repreensão e convite a estar calados e a sofrer. São vozes desafinadas, muitas vezes comunidade para a conduta evangélica com os seus membros mais fracos
regidas por uma fobia para com os pobres, considerados como pessoas não apenas e necessitados. Longe dos discípulos de Cristo sentimentos de desprezo
indigentes, mas também portadoras de insegurança, instabilidade, extravio dos e de pietismo para com eles; antes, são chamados a honrá-los, a dar-lhes
costumes da vida diária e, consequentemente, pessoas que devem ser repelidas e a precedência, convictos de que eles são uma presença real de Jesus no
mantidas ao longe. Tende-se a criar distância entre nós e eles, não nos dando conta meio de nós. “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais
de que, assim, acabamos distantes do Senhor Jesus, que não os afasta mas chama- pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40).
os a Si e consola-os. Como soam apropriadas a este caso as palavras do profeta
relativas ao estilo de vida do crente: “libertar os que foram presos injustamente, 8. Por isto se compreende quão distante esteja o nosso modo de viver
livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar do modo de viver do mundo, que louva, segue e imita aqueles que têm
toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo poder e riqueza, enquanto marginaliza os pobres considerando-os um
aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus” (Is 58, 6-7). Este modo de agir faz descarte e uma vergonha. As palavras do Apóstolo são um convite a
com que o pecado seja perdoado (cf. 1 Ped 4, 8), a justiça percorra a sua estrada e, dar plenitude evangélica à solidariedade com os membros mais fracos
quando formos nós a clamar pelo Senhor, Ele nos responda dizendo: Aqui estou! (cf. e menos dotados do corpo de Cristo: “Se um membro sofre, com ele
Is 58, 9). sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros
participam da sua alegria” (1 Cor 12, 26). Na mesma linha, nos exorta ele
6. Os primeiros habilitados a reconhecer a presença de Deus e a dar na Carta aos Romanos: “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os
testemunho da sua proximidade à própria vida são os pobres. Deus permanece que choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não
fiel à sua promessa e, mesmo na escuridão da noite, não deixa faltar o calor vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde” (12,
do seu amor e da sua consolação. Contudo, para superar a opressiva condição 15-16). Esta é a vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve
de pobreza, é necessário aperceber-se da presença de irmãos e irmãs que se tender constantemente é assimilar cada vez mais em nós “os mesmos
ocupem deles e que, abrindo a porta do coração e da vida, lhes façam sentir sentimentos, que estão em Cristo Jesus” (Flp 2, 5).
benvindos como amigos e familiares. Somente deste modo podemos descobrir
“a força salvífica das suas vidas” e “colocá-los no centro do caminho da Igreja” 9. Uma palavra de esperança torna-se o epílogo natural para onde nos
(Evangelii gaudium, 198). encaminha a fé. Muitas vezes, são precisamente os pobres que põem em
Neste Dia Mundial, somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: crise a nossa indiferença, filha duma visão da vida, demasiado imanente e
“Os pobres comerão e serão saciados” (Sal 22, 27). Sabemos que no templo ligada ao presente. O clamor do pobre é também um brado de esperança
de Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Esta foi uma com que manifesta a certeza de ser libertado; esperança fundada no amor
experiência que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia de Deus, que não abandona quem a Ele se entrega (cf. Rm 8, 31-39). Santa
Mundial dos Pobres, em muitas dioceses. Muitos encontraram o calor duma Teresa de Ávila deixara escrito no seu Caminho de Perfeição: “A pobreza
casa, a alegria duma refeição festiva e a solidariedade de quantos quiseram é um bem que encerra em si todos os bens do mundo; assegura-nos um
compartilhar a mesa de forma simples e fraterna. Gostaria que, também grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os bens
neste ano e para o futuro, este Dia fosse celebrado sob o signo da alegria terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los” (2, 5). Na medida em
pela reencontrada capacidade de estar juntos. Rezar juntos em comunidade que somos capazes de discernir o verdadeiro bem é que nos tornamos
e compartilhar a refeição no dia de domingo é uma experiência que nos leva ricos diante de Deus e sábios diante de nós mesmos e dos outros. É
de volta à primitiva comunidade cristã, que o evangelista Lucas descreve mesmo assim: na medida em que se consegue dar à riqueza o seu justo
em toda a sua originalidade e simplicidade: “Eram assíduos ao ensino dos e verdadeiro significado, cresce-se em humanidade e torna-se capaz de
Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. (…) Todos os crentes partilha.
viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e
distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” 10. Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os
(At 2, 42.44-45). diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres
(cf. At 6, 1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e
7. Inúmeras são as iniciativas que a comunidade cristã empreende para leigas que, nas paróquias, associações e movimentos, tornam palpável a
dar um sinal de proximidade e alívio às muitas formas de pobreza que resposta da Igreja ao clamor dos pobres, a viver este Dia Mundial como um
estão diante dos nossos olhos. Muitas vezes, a colaboração com outras momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres evangelizam-nos,
realidades, que se movem impelidas não pela fé mas pela solidariedade ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos
humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderíamos cair em saco roto esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos
realizar. O facto de reconhecer que, no mundo imenso da pobreza, a nossa todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo reciprocamente
própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que sustenta a
aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o objetivo de fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir segura no
maneira mais eficaz. Somos movidos pela fé e pelo imperativo da caridade, caminho rumo ao Senhor que vem.
mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se
propõem, em parte, os mesmos objectivos; desde que não transcuremos Vaticano, na Memória litúrgica de Santo António de Lisboa, 13 de Junho de
aquilo que nos é próprio, ou seja, conduzir todos a Deus e à santidade. Uma 2018.
6  IGREJA VIVA  //  QUINTA-FEIRA | 22 DE NOVEMBRO | 2018 

“Vigiai e orai em todo o tempo”


I DOMINGO aDVENTO

itinerário ATITUDE
Avaliar

ILUSTRAÇÃO DA ARQ. MARIA TAVARES


CONCRETIZAÇÃO: O presbitério está despido de ornamentação e as luzes/
velas da Igreja estão apagadas. Só no momento da dinâmica é que serão
colocados um círio, uma tina transparente com água e um vaso vazio.

EVANGELHO Lc 21, 25-28.34-36 “Vigiai e orai em todo o tempo” graças”. Os melhores bens que
Evangelho de Nosso Senhor Cristo O Primeiro Domingo de Advento podemos pedir neste Advento são,
segundo São Lucas (Ano C), primeiro dia do ano cristão, portanto, a vigilância do coração e a
Naquele tempo, disse Jesus aos seus exorta: “Vigiai e orai em todo o conexão com Deus “em todo o tempo”.
LITURGIA da palavra discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua
e nas estrelas e, na terra, angústia entre
tempo”. Alguns dos grandes mestres
espirituais do Oriente empenharam- Avaliar
as nações, aterradas com o rugido e a se em descobrir o seu sentido mais Assumimos o projecto litúrgico
LEITURA I Jer 33, 14-16 agitação do mar. Os homens morrerão profundo. Lembremos, por exemplo, “Cres’Ser na esperança: uma parábola
Leitura do Livro de Jeremias de pavor, na expectativa do que vai a inquietação do célebre ‘peregrino de comunhão missionária” (Comissão
Eis o que diz o Senhor: “Dias virão, em suceder ao universo, pois as forças russo’: “como podemos orar sem Arquidiocesana para a Pastoral
que cumprirei a promessa que fiz à casa celestes serão abaladas. Então, hão-de cessar, se precisamos de ter outras Litúrgica e Sacramentos). O Advento
de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, ver o Filho do homem vir numa nuvem, ocupações para assegurarmos a nossa situa-nos na “avaliação sobre a missão”
naquele tempo, farei germinar para David com grande poder e glória. Quando sobrevivência?” (cf. Relatos de um (cf. programa pastoral). Começo por
um rebento de justiça que exercerá o estas coisas começarem a acontecer, peregrino russo ao seu pai espiritual). perceber se, no meu ritmo diário, há
direito e a justiça na terra. Naqueles dias, erguei-vos e levantai a cabeça, porque A vigilância é a atitude que nos faz tempo para me conectar com o sentido
o reino de Judá será salvo e Jerusalém a vossa libertação está próxima. Tende viver abertos ao mundo, aos outros, da vida ou se, pelo contrário, me sinto
viverá em segurança. Este é o nome que cuidado convosco, não suceda que os a Deus. A sonolência, pelo contrário, sufocado pelo desgaste e pelo cansaço
chamarão à cidade: “O Senhor é a nossa vossos corações se tornem pesados é a expressão do desinteresse pelo das ocupações quotidianas. Esforço-
justiça””. pela intemperança, a embriaguez e as que está a acontecer dentro de nós e à me por implementar momentos de
preocupações da vida, e esse dia não nossa volta. Vigiar é assumir que não encontro com Deus. Em modo de
Salmo responsorial vos surpreenda subitamente como uma se quer viver em piloto automático, oração, acolho a pergunta: “Quais
Salmo 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b) armadilha, pois ele atingirá todos os que aquele sistema que dispensa a os sinais que me chamam a atenção
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a habitam a face da terra. Portanto, vigiai necessidade de um pensamento quando avalio a minha condição de
minha alma. e orai em todo o tempo, para que possais consciente sobre as nossas ações. discípulo missionário?”.
livrar-vos de tudo o que vai acontecer e Vigiar é tornar profundo cada
LEITURA II 1 Tes 3, 12 – 4, 2 comparecer diante do Filho do homem”. momento. “Significa não cair na Reflexão preparada por Laboratório
Leitura da Primeira Epístola desorientação, não se extraviar, da Fé in www.laboratoriodafe.net
do apóstolo São Paulo aos ou seja, não perder o norte […]. A
Tessalonicenses vigilância é luta contra a habituação
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e REFLEXÃO e o seu efeito anestésico. […] Esperar
abundar na caridade uns para com os o Senhor velando e orando significa
outros e para com todos, tal como nós O Senhor nos dará todos os bens fazê-lo reinar sobre o nosso hoje e
a temos tido para convosco. O Senhor e a nossa terra produzirá o seu fruto. conhecer, portanto, a sua vinda, já, aqui
confirme os vossos corações numa Salmo 84, 13 e agora” (Luciano Manicardi).
santidade irrepreensível, diante de O Advento não se circunscreve à
Deus, nosso Pai, no dia da vinda de A nossa vida e a nossa fé estão evocação do passado. São Carlos
Jesus, nosso Senhor, para com todos envolvidas pela luz e esperança que nos Borromeu lembrou que a celebração
os santos. Finalmente, irmãos, eis o vem do Deus de Jesus Cristo. Elas são deste tempo “nos ensina que o advento
que vos pedimos e recomendamos os bens divinos mais excelentes para de Cristo não foi apenas para os seus
no Senhor Jesus: recebestes de nós viver este tempo de Advento. Acolhidos contemporâneos, mas que a sua
instruções sobre o modo como deveis no coração dão-nos capacidade para eficácia nos é comunicada a todos
proceder para agradar a Deus e produzir frutos extraordinários. Surge, nós”. Disse que “se não oferecermos
assim estais procedendo; mas deveis então, uma pergunta ao iniciar este novo resistência”, Jesus Cristo está disposto
progredir ainda mais. Conheceis bem ano litúrgico: Como posso refazer o meu “a vir de novo, em qualquer hora e
as normas que vos demos da parte do projecto de vida a partir destes bens que momento, para habitar espiritualmente
Senhor Jesus. me são oferecidos por Deus? em nossas almas com abundantes
  QUINTA-FEIRA | 22 DE NOVEMBRO | 2018  //  IGREJA VIVA  7

Eucologia Viver na esperança Sugestão de cânticos


Orações presidenciais: Orações próprias do I Vamos, nesta semana, dar particular a atenção — Entrada: A Vós, Senhor, elevo a minha alma, F.
Domingo do Advento (Missal Romano, 103) ao nosso exame de consciência diário com os Santos
Prefácio: Prefácio de Advento I/A (Missal seguintes momentos: 1º Agradecer; 2º Pedir Luz; — Apresentação dos Dons: Estai preparados, Az.
Romano, 454) 3º Examinar; 4º Pedir perdão; 5º Propor. Oliveira
Oração Eucarística: Oração Eucarística V/A — Comunhão: Deus abençoou a nossa terra, M. Luís
(Missal Romano, 1158ss) — Final: Maria, fonte da esperança, M. Luís
Bênção final: Bênção solene (Missal Romano,
553)

Elementos misericórdia. R. Ámen. vem de Cristo, para que vivam a fé e a


R. Senhor, misericórdia. V. Ide, o Filho faz-nos crescer e abundar vigilância em plenitude, oremos.
celebrativos V. Cristo, por vezes não encontramos na caridade uns para com os outros.
a destacar em nós os meios para fazer com que R. Ámen. 3. Por toda a humanidade que se
germines em nós. Por isso, com esperança, V. Ide, o Espírito Santo guia-nos no desvia do verdadeiro caminho
Ser comunidade acolhedora te pedimos: (Coloca-se a tina com água caminho da santidade. e pelos que deixam endurecer o
Lucernário diante do altar, e depois prossegue-se:) R. Ámen. coração, para que Deus abra os céus
No início da celebração, todas as luzes e velas Cristo, misericórdia. e lhes revele a sua bondade, oremos.
da Igreja se encontram apagadas. Depois de R. Cristo, misericórdia. Oração Universal
apelar à vivência deste tempo de esperança V. Senhor, quantas vezes não deixamos 4. Por todos os que perderam a
em preparação do Natal, indica-se a atitude a que ilumines a nossa vida no caminho da esperança e por aqueles a quem
seguir – AVALIAR – que será afixada, neste santidade. Por isso, com humildade, te Irmãs e irmãos: Jesus acaba de nos dizer no ninguém serve de apoio, para
momento, com orientação vertical, a partir da pedimos: (Coloca-se um círio aceso diante Evangelho: “O que vos digo a vós, digo-o que Deus lhes mostre a salvação,
letra A (de Páscoa) que foi colocada no cartaz do altar, e depois prossegue-se:) Senhor, a todos: Vigiai”! Peçamos essa graça para oremos.
do Ano Pastoral. misericórdia. nós e para o mundo inteiro, dizendo (ou:
R. Senhor, misericórdia. cantando), cheios de confiança: 5. Pelos membros da nossa
Preparação Penitencial R. Senhor, fazei-nos crescer na assembleia, para que Deus seja o
No momento de preparação penitencial, Ser comunidade missionária esperança! oleiro que os modela com o seu
em cada tropo da fórmula C coloca-se um 1. Homilia/Catequese Espírito e a sua Palavra, oremos.
dos elementos do itinerário simbólico, pela . Quais os sinais que me chamam a 1. Pelas Igrejas e instituições da
seguinte ordem: vaso, água e círio aceso. atenção quando avalio a minha condição humanidade, tentadas pela rotina dos Deus de bondade infinita, que sem
V. Senhor, nem sempre estamos atentos de discípulo missionário? mesmos gestos, para que descubram os cessar Vos lembrais do vosso povo e
aos sinais que nos dás e que nos convocam novos sinais de alegria e esperança que o visitais pelos vossos mensageiros,
para te acolher e para crescermos em ti 1. Envio missionário Deus lhes dá, oremos. conservai-nos vigilantes e despertos
e contigo. Por isso, com humildade, te V. Ide, o Pai concede-nos sinais, ao longo para o dia da vinda do vosso Filho.
pedimos: (Coloca-se o vaso diante do do caminho, para estarmos vigilantes e 2. Pelos bispos, presbíteros, diáconos e Ele que vive e reina por todos os
altar e depois prossegue-se:) Senhor, para vivermos em constante oração. fiéis, enriquecidos por toda a palavra que séculos dos séculos.
8  IGREJA VIVA  //  QUINTA-FEIRA | 22 DE NOVEMBRO | 2018 

Colégio de S. Caetano inicia reflexão Agenda


sobre Casas de Acolhimento FM 101.1 Mhz
AM 576Khz.

O Colégio de São Caetano está


a organizar uma série de en- 23 NOV
contros com as Casa de Acolhi-
ESPAÇO
mento de crianças em risco das CONC
VITA

IPSS ligadas à Arquidiocese e SOLIDARERTO


IED
que têm esta valência nas suas UCRÂN ADE
actividades. IA
21H30
O objectivo passa por desen-
volver uma reflexão sobre as
dificuldades encontradas pe-
las Casas e possíveis acções a
executar. Este ano estão a ser Sexta-feira, das 23h00 às 24h00
convidadas as Casas de Acolhi-
mento do concelho de Braga. O programa Ser Igreja entrevista esta
semana o Cónego José Paulo Abreu,
“Com este encontro pretende- Vigário Geral da Arquidiocese de
-se definir o retrato actual das tes”, adiantou a organização. Braga.
Casas, perceber as necessida- O segundo encontro decorre no
des sentidas nesta área de in-
tervenção, quer a nível de ser-
dia 6 de Dezembro e o terceiro
no dia 14. Todas as sessões de-
24 NOV
Livraria
viços/respostas, quer a nível do correm à mesma hora, no Co- VIL A DO
CONDE diário do minho
HI-GO
UM DIA D
livro da
perfil das crianças e jovens de légio de São Caetano, e contam
hoje e identificar temas a serem com a presença do Arcebispo COM
DEUS
semana
tratados nos encontros seguin- Primaz, D. Jorge Ortiga.
09H18

Desporto, Ética e Transcendência em 10%


Desconto
9,90€
debate na Universidade Católica
No dia 27 de Novembro, às nidos, entre desportistas e in- Teresa
14h, realiza-se em Braga o
colóquio “Desporto, Ética e
vestigadores, vinte oradores
para aprofundarem o tema.
24 NOV power
Transcendência”, organiza- Entre eles conta-se Josep Ma-
ORIG
ESPAÇO
VITA
A Árvore
TRADIC EM
do pelo Instituto de Estudos ria Esquirol, da Universidade
de Religião da Universida- de Barcelona, vários docentes ION de Jessé
de Católica Portuguesa (UCP) da UCP e atletas como o ultra- 40 ANO AL
em parceria com o Instituto maratonista Carlos Sá, o para 2
S
1H30
Português do Desporto e Ju- límpico Bruno Valentim e Fer-
ventude e o Instituto Luso- nando Mamede (ex-Sporting). Esta obra reúne algumas histórias
-Ilírio para o Desenvolvimen- A entrada é livre, mas carece emblemáticas da Sagrada Escritura.
to Humano/Universidade dos de inscrição até dia 22 de No- Histórias escritas ao jeito que todas as
Valores. vembro. A inscrição deve ser famílias, os mais crescidos e os mais
À mesa, no Auditório Profes- realizada no site do Instituto pequeninos, as entendam. Histórias que
sor Isidro Alves, estarão reu- de Estudos de Religião. nos ajudam a perceber o amor de Deus
pela humanidade.
Um amor que adquire uma concretização
plena no Natal. Assim, a cada história está
associada uma imagem para decorar a
Árvore de Natal e torná-la num verdadeiro
Director: Damião A. Gonçalves Pereira · Coordenação: Departamento Arquidiocesano símbolo cristão: a Árvore de Jessé.
da Comunicação Social (Pe. Paulo Terroso, Pe. Tiago Freitas, Flávia Barbosa, João Pedro Quesado) Fale connosco no
Design: Romão Figueiredo · Multimédia: Ana Marques Pinheiro · Contacto: comunicacao@arquidiocese-braga.pt * Na entrega deste cupão. Campanha válida
de 22 a 29 de Novembro de 2018.

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