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Metod_Pesq_Cient_Pedag.

indd 1 20/1/2008 18:37:55

01 - PEDAGOGIA - 1º PERÍODO - 6ª PROVA - 20/01/2008 APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________


Pedagogia_1oPeriodo.indb 2 20/1/2008 00:20:39

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 352 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Metodologia da Pesquisa Científica

1º Período
1ª versão
Marcelo Rythowem
2ª versão
Leila Amaral
Marcelo Rythowem

Pedagogia_1oPeriodo.indb 3 20/1/2008 00:20:39

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 353 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Fundação Universidade do Tocantins MATERIAL DIDÁTICO – EQUIPE UNITINS

Reitor Organização de Conteúdos Acadêmicos


Humberto Luiz Falcão Coelho 1ª versão: Marcelo Rythowem
2ª versão: Leila Amaral
Vice-Reitor Marcelo Rythowem
Lívio William Reis de Carvalho
Coordenação Editorial
Pró-Reitor de Graduação Maria Lourdes F. G. Aires
Galileu Marcos Guarenghi
Assessoria Editorial
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Extensão Darlene Teixeira Castro
Claudemir Andreaci
Assessoria Produção Gráfica
Pró-Reitora de Pesquisa Katia Gomes da Silva
Antônia Custódia Pedreira
Revisão Didático-Pedagógica
Pró-Reitora de Administração e Finanças Marilda Piccolo
Maria Valdênia Rodrigues Noleto
Revisão Lingüístico-Textual
Diretor de EaD e Tecnologias Educacionais Ivan Cupertino Dutra
Marcelo Liberato
Revisão Digital
Coordenador Pedagógico Douglas Donizeti Soares
Geraldo da Silva Gomes
Projeto Gráfico
Coordenadora do Curso Douglas Donizeti Soares
Willany Palhares Leal Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva

Ilustração
Geuvar S. de Oliveira

Capa
Edglei Dias Rodrigues

MATERIAL DIDÁTICO – EQUIPE FAEL


Faculdade Educacional da Lapa

Diretor Acadêmico Coordenação Editorial


Osíris Manne Bastos Leociléa Aparecida Vieira

Diretor Administrativo e Financeiro Assessoria Editorial


Cássio da Silveira Carneiro William Marlos da Costa

Coordenadora do Curso Revisão


Clélia Peretti Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos

Programação Visual e Diagramação


Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
William Marlos da Costa

Empresa de Educação Continuada Ltda

Diretor Presidente
Luiz Carlos Borges da Silveira

Diretor Executivo
Luiz Carlos Borges da Silveira Filho

Diretor de Desenvolvimento de Produto


Márcio Yamawaki

Diretor Administrativo e Financeiro


Júlio César Algeri

Pedagogia_1oPeriodo.indb 4 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 354 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Dando continuidade aos conteúdos já vistos no caderno, no qual você
conheceu as diferentes modalidades do conhecimento – senso comum, conhe-
cimento teológico, conhecimento filosófico – e também o conhecimento cientí-
fico e seus principais métodos, vamos agora apresentar-lhe mais um grupo de
conteúdos fundamentais para sua formação acadêmica.

Em um curso de graduação, freqüentemente, você entrará em contato com


vários textos que têm uma linguagem completamente diferente daquela a que
estamos habituados no nosso dia-a-dia. É normal que encontre alguma difi-
culdade tanto na leitura de alguns textos, quanto na elaboração de outros.
Isso ocorre sobretudo pelo desconhecimento das normas de elaboração dos
trabalhos acadêmicos, bem como pelo despreparo para a leitura de textos

Apresentação
científicos, informativos, formativos e até mesmo dos textos literários.

Neste caderno de conteúdos e atividades, você aprenderá como registrar


e comunicar trabalhos científicos, bem como as técnicas de elaboração do
projeto de pesquisa, do artigo científico e do Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) sempre atendendo às normas da Associação Brasileira de Normas e
Técnicas (ABNT). Além disso, entrará em contato com as diferentes modali-
dades de pesquisa científica e conhecerá o instrumental de cada uma delas.

Esperamos que o presente material o auxilie na sua produção acadêmica


e científica, bem como no seu crescimento intelectual.

Profª. Leila Amaral

Prof. Marcelo Rythowem

Pedagogia_1oPeriodo.indb 5 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 355 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
EMENTA
Fundamentos da teoria do conhecimento, epistemologia, ciência, ideo-
logia, crise paradigmática e pós-modernidade. Disciplinaridade, interdiscipli-
naridade e perspectivas multidisciplinares e multirreferenciais na produção e
difusão do conhecimento científico. Métodos e técnicas de estudo. Tipos de
trabalho científicos e normas de elaboração: resenha, resumo, artigo científico
e comunicação científica.
Plano de Ensino

OBJETIVOS
• Compreender os pressupostos teórico-metodológicos básicos de
iniciação à pesquisa científica.

• Refletir sobre as diferentes abordagens metodológicas utilizadas em


pesquisa.

• Discutir a contribuição das abordagens multi e interdisciplinares na


produção e na divulgação do conhecimento científico.

• Utilizar as técnicas de elaboração do trabalho acadêmico-científico.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• A pesquisa científica: tipos e técnicas

• Tipos de registro do trabalho acadêmico: resumo, fichamento e


resenha

• Tipos de apresentação do trabalho acadêmico: seminário, painel,


comunicação

• Normas técnicas da ABNT

• O projeto de pesquisa

• O trabalho de conclusão de curso (TCC) e o artigo científico

Pedagogia_1oPeriodo.indb 6 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 356 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDRE, Marli Eliza D. A. O papel da pesquisa na formação e prática dos
professores. Campinas: Papirus, 2001. (Prática Pedagógica)
BARROS, Aidie de Jesus Paes; LEHFELD, Neide Ap. de Souza. Projeto de
Pesquisa: propostas metodológicas. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. São
Paulo: Brasiliense, 1984.
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina. Fundamentos de metodologia cientí-
fica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SEVERINO, A J. Metodologia do trabalho acadêmico. 21. ed. São Paulo:
Cortez, 2000.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: McGraw-Hill,
1977.
GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa
em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de. A metodologia científica. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática.
São Paulo: Saraiva, 2003.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
SANTOS, Antonio. R. dos. Metodologia científica: a construção do conheci-
mento. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. São Paulo:
Cortez, 2004.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  7

Pedagogia_1oPeriodo.indb 7 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 357 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 – A pesquisa científica: conceitos e modalidades......................... 9

Aula 5 – Tipos de registro e apresentação de trabalhos acadêmicos...... 25

Aula 6 – O projeto de pesquisa: normas de elaboração....................... 45

Aula 7 – Artigo e TCC: normas de elaboração.................................... 53


Sumário

Pedagogia_1oPeriodo.indb 8 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 358 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

Aula 4
A pesquisa científica:
conceitos e modalidades

Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

• identificar o conceito de pesquisa científica e os seus principais níveis;

• descrever os diferentes tipos de pesquisa.

Pré-requisitos
Para uma compreensão mais ampla dos conteúdos dessa aula, releia o
tópico sobre o conhecimento científico e suas características na aula 2. Procure
refletir sobre a maneira como se dá o processo de desenvolvimento da ciência.
Com isso, será mais bem interpretado o sentido da pesquisa científica e sua
importância para a atividade acadêmica. Sobre os tipos de pesquisa, no sítio
<http://www.sbi_web.ifsc.usp.br/metodologia_pesquisa_cientifica.pdf> você
encontrará slides identificando os principais tipos quanto aos objetivos, às
fontes de dados e aos procedimentos de coleta. É apenas uma pequena intro-
dução que o familiarizará com o tema dessa aula.

Introdução
É muito comum associarmos a pesquisa com a atividade daqueles cien-
tistas geniais, meio doidos, às vezes trancados em seus laboratórios reali-
zando experiências mirabolantes. Na verdade, a pesquisa pode ser feita por
todos aqueles que tenham a curiosidade necessária e dominem os métodos
adequados. O pesquisador individual, hoje, é um personagem em extinção.
As agências financiadoras aprovam projetos que tenham abordagem interdis-
ciplinar, com a formação de grupos de pesquisadores.

A pesquisa em rede, viabilizada pela Internet, possibilita que um mesmo


problema seja investigado por vários grupos de vários países, em intercâmbio

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  9

Pedagogia_1oPeriodo.indb 9 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 359 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

sistemático. Problemas na área ambiental, de saúde, de educação, entre outros,


que afetam o globo, em suas várias regiões, são investigados em rede. Pesquisar,
como você verá nesta aula, é algo extremamente importante para o desenvol-
vimento de habilidades cognitivas e para a produção de novos conhecimentos
necessários para a solução dos problemas que nossa sociedade enfrenta.

Os diferentes níveis de pesquisa apontam para a necessidade de distinção


entre os vários tipos de pesquisa quanto: aos objetivos, às fontes e aos proce-
dimentos da coleta de dados. É importante destacar que uma vez definido o
problema e a teoria que fundamenta a investigação, o pesquisador precisa
identificar se a pesquisa, quanto aos objetivos, será somente exploratória,
exploratória e descritiva ou exploratória e explicativa.

As pesquisas acadêmicas são, via de regra, exploratórias e descritivas,


por não buscarem explicações do problema a partir de suas raízes. Já as
explicativas situam-se em nível de pesquisa de ponta. As fontes utilizadas para
coleta de dados e informações, bem como os procedimentos da coleta, são,
conseqüentemente, selecionados a partir do problema/hipóteses levantados e
dos objetivos selecionados.

4.1 O que é pesquisa?


O termo pesquisa pode ser compreendido segundo vários significados e
autores. Vejamos alguns.

a) Significado amplo: no dicionário Aurélio (1999, p. 1556), pesquisa


significa uma “indagação ou busca minuciosa para averiguação da
realidade; investigação, inquirição”. Aplica-se a levantamento de
opinião (pesquisas de mercado, eleitoral, etc.); investigação policial,
detetive, entre outros.

b) Pesquisa escolar, acadêmica: para Santos (2002), é um levantamento


de informações sistematizadas, em, sua maior parte, já produzidas
por meio da investigação científica e publicadas nos livros didáticos,
para conhecer algo não devidamente esclarecido pelo professor/
aluno – (por interesse pessoal ou por solicitação do professor).

c) Significado restrito, propriamente científico: entre as várias definições,


citamos Gil (2002, p. 17), que define pesquisa como um procedimento
racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos. De acordo com a concepção de

10  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 10 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 360 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

Gil, utilizamos a pesquisa quando não dispomos de informação sufi-


ciente para responder às questões relacionadas a um problema que se
quer investigar; ou então, quando a informação disponível se encontra
em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacio-
nada ao problema.

Máttar Neto (2003, p. 145), por sua vez, afirma que “a pesquisa é, ao
mesmo tempo, um processo de descoberta e de invenção. Há um elemento
de criatividade, de lúdico, envolvido na atividade de investigação científica”.
Assim, a pesquisa científica é uma busca de dados e informações, por meio de
métodos específicos de cada ciência, para investigar um problema/hipóteses
com vistas a validar as respostas encontradas que, “às vezes, a pesquisa vai
confirmar suas idéias ou opiniões, às vezes vai modificá-las, mas quase sempre
vai ajudar a dar forma a seu pensamento” (MÁTTAR NETO, 2003, p. 146).

A pesquisa científica exige rigor, paciência e seriedade no tratamento dos


dados, bem como, ética na divulgação de seus resultados.

Dessa forma a pesquisa é sempre resultado da busca de solução para


algum problema. Os problemas podem ser de duas diferentes ordens de
razão: de ordem intelectual e de ordem prática. Ambas estão interligadas,
pois investigar um problema de ordem intelectual, mesmo que em sua
origem ou por curiosidade do pesquisador pode, de alguma forma, resultar
em uma aplicação.

A partir dessa concepção, é comum classificar as pesquisas de acordo


com a sua orientação final.

Teríamos a chamada pesquisa pura, ou teórica, e a pesquisa aplicada.


Na tradição intelectual ocidental, é comum colocá-las em campos opostos,
como se fossem excludentes. O que se percebe na realidade é que ambas
se complementam. Por exemplo, quando foram descobertas as propriedades
radioativas de alguns elementos químicos, logo em seguida foi possível aplicar
esse conhecimento em instrumentos até hoje utilizados pela medicina, como os
raios X, tão úteis nos hospitais. Como afirma Gil (2002, p. 18), “uma pesquisa
sobre problemas práticos pode conduzir a descoberta de princípios científicos.
Da mesma forma, uma pesquisa pura pode fornecer conhecimentos passíveis
de aplicação prática imediata”.

4.2 Níveis da pesquisa científica


Podemos distinguir dois níveis de pesquisa.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  11

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

a) Pesquisa acadêmica: na vida acadêmica, o estudante precisa realizar


uma série de trabalhos para verificar como está o andamento
de sua aprendizagem. Os estudantes recebem orientações para
iniciar as atividades de pesquisa. Elaboram e executam projetos
na área de sua formação. Santos afirma que
a pesquisa acadêmica é, pois, uma atividade pedagógica
que visa despertar o espírito de busca intelectual autônoma. É
necessário que se aprendam as formas de problematizar neces-
sidades, solucionar problemas, indicar respostas adequadas
[...]. A pesquisa acadêmica é, antes de tudo, exercício, prepa-
ração. O resultado mais importante não é a oferta de uma
resposta salvadora para a Humanidade, mas a aquisição do
espírito e método para a indagação intencional (SANTOS,
2002, p. 24).

b) Pesquisa de ponta: após a formação básica, existe a possibilidade de


ingresso em um curso de pós-graduação, mestrado, doutorado, e a
pesquisa adquire uma nova configuração. O pós-graduando adquiriu
maior grau de autonomia e é portador de uma bagagem de conheci-
mentos para realizar investigações em maior nível de complexidade
e profundidade. Entretanto, não necessariamente terá condições de
investigar no nível denominado pesquisa de ponta. O tempo dispo-
nível, muitas vezes, não permite buscar as raízes do problema. A
pesquisa de ponta refere-se a buscar respostas aos fatores fundamen-
tais do problema levantado. Em geral, é realizada pelos grupos de
pesquisa constituídos por cientistas que se dedicam exclusivamente a
essa atividade. Exemplos: pesquisas na área de biogenética, células
tronco, doenças como AIDS, entre outras. Ressaltamos, entretanto, que
quem realiza pesquisa no sentido propriamente científico, não neces-
sariamente passa pelo ensino superior. Muitas pessoas talentosas e
com espírito de investigação aguçado para investigar problemas em
busca de fatores explicativos são aceitos na comunidade científica
como capacitados para essa atividade, e podem dar importantes
contribuições na área investigada.

Agora que você já conhece os níveis da pesquisa, vamos compreender os


diferentes tipos de pesquisa científica.

4.3 Tipos de pesquisa científica


No campo da pesquisa, é possível adotar três critérios para identificação
da natureza metodológica dos trabalhos de pesquisa:

12  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 12 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 362 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

• por meio de seus objetivos: exploratórias, descritivas, explicativas;

• segundo as fontes utilizadas na coleta de dados: campo, laboratório,


bibliografia;

• segundo os procedimentos de coleta: experimental, ex-post-facto, levan-


tamento, estudo de caso, pesquisa-ação, bibliográfica, documental.

Esses critérios não são excludentes. Ao definir o objetivo de uma pesquisa,


seleciono as fontes que irei utilizar e os procedimentos que serão adotados.

4.4 Pesquisas segundo os objetivos


Definir o objetivo de uma pesquisa constitui a sua espinha dorsal. Trata-se
de explicitar: o que pretendo alcançar com a pesquisa que vou realizar?

Esse critério leva em conta o grau de aproximação do pesquisador com o


problema que irá estudar e o nível conceitual com que o pesquisador se coloca
diante do seu objeto de estudo. Nesse critério, as pesquisas podem ser classi-
ficadas em exploratórias, descritivas ou explicativas.

a) Exploratórias: via de regra, toda pesquisa tem início com a explo-


ração do problema/fenômeno que vai ser investigado. Trata-se de
responder às perguntas: o que eu sei sobre o problema que quero
investigar? O que já está publicado a respeito? Essas são informações
preliminares que o pesquisador deverá coletar que lhe permitirão deli-
mitar de forma mais objetiva o problema e construir suas hipóteses.
Do ponto de vista conceitual, você deve selecionar a melhor teoria
que irá fundamentar sua pesquisa e destacar e explicitar os conceitos
básicos que serão utilizados como referências. As fontes de coleta
de dados e informações, geralmente, envolvem o levantamento biblio-
gráfico e documental, a realização de entrevistas com pessoas que
tiveram contato ou experiências com o problema a ser pesquisado,
análise de situações que permitam uma maior compreensão a respeito
do assunto, visita a sítios da Internet, entre outros. A pesquisa explora-
tória lhe permitirá mapear o seu objeto de estudo e, muitas vezes, você
irá descobrir que o problema (ou um de seus aspectos) que pretende
investigar já foi solucionado.

Quando você respondeu à pergunta anteriormente colocada – o que


pretendo alcançar com a pesquisa que vou realizar? –, você, praticamente, já
definiu se sua pesquisa será descritiva ou explicativa. Vejamos por quê.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  13

Pedagogia_1oPeriodo.indb 13 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 363 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

b) Descritivas: seu principal objetivo é descrever as características de uma


determinada população ou fenômeno por meio do estabelecimento de
relação entre variáveis. É feita na forma de levantamento de dados siste-
maticamente organizados. As pesquisas descritivas podem visar ao estudo
das características de um grupo, obter a opinião de uma determinada
população ou investigar como se dá o atendimento do sistema público de
saúde em uma localidade, por exemplo. Em geral, a pesquisa descritiva
objetiva descrever um fenômeno por meio de seus efeitos, utilizando como
procedimento de coleta de dados a estatística, com ênfase na análise
quantitativa.

c) Explicativas: são consideradas as mais profundas porque buscam explicar


as razões ou fatores que determinam a ocorrência de determinado fenô-
meno. Como não se resumem a apenas descrever ou explorar um fenô-
meno, as hipóteses levantadas podem não ser validadas, e novas hipó-
teses serão elaboradas para novas investigações. Não se pode, aqui,
desmerecer as outras modalidades de pesquisa, tendo em vista que uma
pesquisa explicativa pode ser o desdobramento de uma pesquisa explora-
tória ou descritiva. Por exemplo, o resultado fornecido por uma pesquisa
descritiva sobre os efeitos no mercado de trabalho da não qualificação da
mão-de-obra necessária pode provocar indagações diversas que levam a
uma pesquisa explicativa: quais as razões da não qualificação da mão-de-
obra necessária a determinado tipo de trabalho?

4.5 Pesquisas segundo as fontes de dados


Uma pesquisa só é possível desde que exista a disponibilidade de fontes
de dados para que se possa coletá-los e analisá-los. Em uma analogia bastante
simples, da mesma forma que um automóvel se locomove porque queima
combustível, a pesquisa depende de dados para que possa elaborar seus
raciocínios, pois “entende-se pesquisa como atividade intelectual, como desen-
volvimento de raciocínios, cujo combustível são dados” (Gil, 2002, p. 19).
Entre as possíveis fontes de dados, três merecem destaque por serem as mais
utilizadas: a bibliografia a respeito de um tema, o campo, no qual se possa
observar os fenômenos e um laboratório em que se possa recriá-los.

a) Pesquisa de campo: geralmente é realizada por meio de observação


direta do pesquisador. Os dados são colhidos no local onde são
produzidos, por isso os dados obtidos são mais fidedignos. Sua maior
desvantagem é que os resultados podem demorar mais a aparecer.

14  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 14 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 364 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

b) Laboratório: geralmente utilizada como experimento, esta fonte de


dados é uma forma de coleta usual em áreas da biologia. Por exemplo,
as pesquisas realizadas no campo da biogenética, no campo das
doenças como a AIDS, e os estudos com grandes aplicações práticas,
como a investigação criminal. Na pesquisa de laboratório, temos duas
situações distintas: a interferência artificial em um fenômeno ou a arti-
ficialização da capacidade humana de captar os dados. No primeiro
caso, o objetivo é construir um padrão de observação que muitas
vezes é impossível na realidade fora do laboratório. No outro caso,
os mecanismos naturais de observação não permitem uma percepção
acurada do fenômeno e, então, é necessário artificializar o ambiente
e os instrumentos de observação.

c) Bibliografia: a pesquisa bibliográfica é a mais utilizada, sobretudo


no meio acadêmico. Você já deve ter ouvido aquela expressão “não
precisamos reinventar a roda”. Pois é, grande parte das pesquisas
realizadas em laboratório e/ou de campo acaba se transformando em
livros, revistas e outras formas de divulgação bibliográfica, inclusive
na Internet. Por meio da pesquisa bibliográfica, é possível acessar o
conhecimento produzido e acumulado ao longo de vários anos, como
fonte de informações para a pesquisa exploratória, explicada acima.

4.6 Outras fontes de dados


a) Dados censitários

O levantamento sistemático de dados censitários a respeito de uma popu-


lação constitui a sociometria. Os países que dispõem de um banco de dados
a respeito, sistemática e periodicamente, os atualizam e editam, possibilitando
aos pesquisadores a utilização de técnicas de amostragem sobre de como
analisar relações entre aspectos de uma população. No Brasil, temos o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Costa (2001, p. 233) cita exem-
plos de pesquisas realizadas por sociólogos, com a utilização de dados censi-
tários. Entre esses, a de Kingsley Davis, em 1963, que
[...] fez uma análise de dados censitários que procurava rela-
cionar aumento de renda per capita e aumento demográfico.
Tomando as taxas de países “desenvolvidos” (industrializados)
e “subdesenvolvidos” (não-industrializados), constatou que, nos
primeiros, à medida que crescia a renda per capita , diminui a
taxa de crescimento demográfico. Inversamente, nos países de
pequena renda per capita a taxa de crescimento demográfico
aumentava consideravelmente (COSTA, 2001 p. 233).

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  15

Pedagogia_1oPeriodo.indb 15 20/1/2008 00:20:40

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 365 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

Comenta Costa que, em termos metodológicos, Davis descobriu que a taxa


de crescimento era a variável dependente, conseqüência da renda per capita,
variável independente.

Essa autora chama a atenção para a necessidade de que os dados censitá-


rios sejam de fonte fidedigna. Ao se realizar uma pesquisa desse tipo, é preciso
testar, em uma pequena amostra, as variáveis que se quer experimentar.

b) História de vida

É outro método de pesquisa amplamente utilizado em sociologia. A história


de vida “compõe-se de relatos, depoimentos, memórias e documentos perten-
centes ao depoente” (COSTA, 2001, p. 234). É um tipo de fonte de coleta de
dados e informações que apresenta vantagens como fator importante para
recuperar interpretações “não-oficiais” sobre certos acontecimentos, e pode
revelar novos aspectos desses acontecimentos, a visão de quem viveu e teste-
munhou. Atualmente, tem-se valorizado “a análise dos valores, das tradições,
da expressão de opinião” que permitem a decifração mais apurada desses
depoimentos (COSTA, 2001, p. 234).

c) Levantamento histórico

Trata-se de realizar levantamentos de documentação para apreender o


processo de transformação de determinado fenômeno. Esses documentos cons-
tituem fonte preciosa de informação, tais como correspondências, diários,
contratos, relatos de viajantes, atas de instituições, entre tantos outros.

As fontes de pesquisa anteriormente citadas podem ser usadas de forma


combinada, dependendo do objetivo a ser alcançado e do problema a ser
desvendado.

4.7 Pesquisas segundo os procedimentos de coleta de dados


Conforme Santos (2002, p. 29-32), os procedimentos
de coleta são os métodos práticos utilizados para juntar
as informações necessárias à construção dos raciocínios
em torno de um fato/ fenômeno/processo. Na verdade,
a coleta de dados de cada pesquisa terá peculiaridades
adequadas àquilo que se quer descobrir. Mas é possível
apontar alguns procedimentos-padrão, comumente utili-
zados, aos quais se fazem as adaptações de espaço/
tempo/matéria necessárias às exigências de cada caso.

16  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 16 20/1/2008 00:20:41

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 366 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
AULA 4 • METODOLOGIA DA pESqUISA cIENTÍFIcA

a) Pesquisa experimental: parte da determinação de um objeto de estudo e


da seleção de variáveis que poderiam provocar algum tipo de influência. É
preciso, também, determinar a forma pela qual serão realizados o controle
e a observação dos efeitos produzidos por uma variável no objeto de
estudo. A pesquisa experimental, geralmente, é feita por amostragem, ou
seja, escolhe-se dentro de um universo, bastante extenso para ser esgo-
tado, um conjunto significativo de casos que comporão a amostra. Os
resultados deverão ser aplicados a todos os casos. Esse tipo de pesquisa
necessita de um bom planejamento para que a experimentação seja reali-
zada de modo a se observarem os aspectos que interessam ao estudo.
Assim, muitas vezes, escolhe-se a variável que se quer analisar e neutra-
lizam-se as demais para que se possa compreender qual a sua influência
no objeto de estudo. Esse objeto pode ser um fato, um fenômeno ou um
processo. Exemplos: pesquisa para descobrir uma vacina contra o vírus da
AIDS ou da gripe aviária.

saiba mais

Variável: “são aspectos observáveis de um fenômeno e devem apresentar variações


ou diferenças em relação ao mesmo ou a outros fenômenos [...] A variável indepen-
dente pode ser definida como aquela que afeta outra variável, mas não precisa existir
uma relação entre elas. Influencia outra variável chamada dependente. Esta pode
ser definida como aquela afetada ou explicada pela variável independente, isto é,
variará de acordo com a mudança na variável independente” (SOUZA, 1998).

b) Ex-post-facto: literalmente, significa “a partir de depois do fato”. A


pesquisa ex-post-facto é, também, uma pesquisa experimental. A diferença
fundamental entre esses dois tipos está no fato de que a pesquisa ex-post-
facto é anterior à pesquisa experimental, ou seja, ocorre sem o controle
do pesquisador. A observação se dá depois que ocorre o problema a ser
investigado. Por exemplo, compreender por que determinada campanha
publicitária não atingiu seus objetivos.

c) Levantamento: busca obter, junto a um determinado grupo, as informações


que se deseja. A partir da coleta das informações solicitadas, é elaborada
uma análise quantitativa dos dados para que se formulem as conclusões.
Muito utilizado nas pesquisas exploratórias e descritivas, é realizado em
três etapas: seleção da amostra a ser pesquisada; aplicação dos ques-
tionários; e análise estatística dos dados coletados. Entre as principais

UNITINS/FAEL • pEDAGOGIA • 1º pERÍODO 17

Pedagogia_1oPeriodo.indb 17 20/1/2008 00:20:41

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

vantagens do levantamento, estão o conhecimento direto da realidade, a


economia, a rapidez e a possibilidade de quantificação. Suas principais
limitações se devem ao caráter subjetivo da opinião dos entrevistados, o
que colabora para a perda de objetividade. Uma pesquisa para compre-
ender a preferência dos consumidores masculinos de uma determinada
faixa etária, seria um exemplo de levantamento.

d) Estudo de caso: quando se quer aprofundar o conhecimento sobre um


determinado objeto de pesquisa, é selecionado, entre eles, um específico e
que possa representar a totalidade dos demais para que se verifiquem seus
aspectos característicos. O estudo de caso costuma exigir do pesquisador
grande equilíbrio intelectual e capacidade de observação porque, ao lidar
com casos isolados, é preciso muito cuidado para se inferir generalizações
dos resultados. É comum a utilização do estudo de caso quando se trata
de reconhecer, em um caso específico, um padrão científico já delineado,
no qual possa ser enquadrado. Por exemplo, observar como se comporta
um consumidor em um determinado ambiente de consumo.

e) Pesquisa-ação: está voltada para a resolução de um problema ou suprimento


de uma necessidade. É comum a participação e o envolvimento coopera-
tivo entre os pesquisadores e a comunidade envolvida na pesquisa. Admite
que outros procedimentos, já descritos nesta aula, possam ser utilizados
como meio de coleta. Todos os envolvidos, pesquisados e pesquisadores,
podem adotar procedimentos como experimentação, pesquisa bibliográfica,
observação etc. para alcançar os resultados almejados. Por exemplo, uma
empresa que pretende resolver o problema do absenteísmo ao trabalho.

f) Bibliografia: Santos, sobre bibliografia, nos ensina que


é o conjunto de materiais escritos/gravados, mecânica ou
eletronicamente, que contêm informações já elaboradas e
publicadas por outros autores. São fontes bibliográficas os
livros (de leitura corrente ou de referência, tais como dicioná-
rios, enciclopédias, anuários, etc.), as publicações periódicas
(jornais, revistas, panfletos, etc.), fitas gravadas de áudio e
vídeo, páginas de web sites, relatórios de simpósios/ seminá-
rios, anais de congressos etc. A utilização total ou parcial de
quaisquer dessas fontes caracteriza a pesquisa como pesquisa
bibliográfica (SANTOS, 2002, p. 32).

g) Documento: Santos, sobre documento, acrescenta que


é o nome genérico dado às fontes de informação bibliográ-
ficas que ainda não receberam organização, tratamento analí-
tico e publicação. São fontes documentais: tabelas estatísticas;

18  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 18 20/1/2008 00:20:41

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 368 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

relatórios de empresas; documentos informativos arquivados


em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindi-
catos; fotografias; epitáfios; obras originais de qualquer natu-
reza; correspondência pessoal ou comercial etc. A utilização de
qualquer dessas fontes de informação caracteriza a pesquisa
como pesquisa documental (SANTOS, 2002, p. 32).

A pesquisa documental utiliza-se de documentos que não constam em


publicações oficiais. O grande forte de se utilizar documentos como planilhas,
tabelas, informativos, etc. é colaborar para a sustentação do objeto central
da pesquisa.

Os vários tipos de pesquisa apresentados nessa aula, segundo os


objetivos, as fontes e procedimentos de coleta, e a adequada seleção dos
mesmos para realização da investigação poderá facilitar e simplificar seu
trabalho, que certamente contará com o acompanhamento de um professor
orientador.

Síntese da aula
Nesta aula, você aprendeu que a ciência é um tipo de conhecimento sistema-
tizado, ou seja, planejado e organizado metodologicamente. Logo, a pesquisa
– um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos - é uma de suas principais caracte-
rísticas, na qual dois níveis fundamentais se destacam: a pesquisa acadêmica
e a de ponta. Muito do que sabemos sobre o tipo de pesquisa adequado para
analisar um fenômeno é determinado pelo próprio objeto da pesquisa. Assim
temos pesquisas segundo os objetivos que se subdividem em exploratórias,
descritivas e explicativas; temos as pesquisas segundo as fontes: pesquisa de
campo, laboratório e bibliográfica e, por fim, as pesquisas segundo os proce-
dimentos de coleta: experimental, ex-post-facto, levantamento, estudo de caso,
pesquisa-ação, bibliografia e documento. As pesquisas científicas proporcionam
o avanço desse tipo de conhecimento e, muitos de seus resultados, podem favo-
recer a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Atividades
1. A pesquisa é sempre resultado da busca de solução para algum
problema. Os problemas podem ser de duas diferentes ordens de razão:
ordem intelectual e ordem prática. Ambas formas estão interligadas, pois
investigar um problema de ordem intelectual em sua origem pode, de
alguma forma, resultar em uma aplicação. Temos, assim, dois níveis de

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  19

Pedagogia_1oPeriodo.indb 19 20/1/2008 00:20:41

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

pesquisa: acadêmica e de ponta. Elabore uma reflexão, por meio de um


texto dissertativo de 20 linhas, concordando ou não com o conteúdo das
assertivas a seguir.

a) A pesquisa acadêmica é, antes de tudo, exercício, preparação. O


resultado mais importante não é a oferta de uma resposta salvadora
para a Humanidade, mas a aquisição do espírito e método para a
indagação intencional.

b) Para a realização da pesquisa, é imprescindível a formação acadê-


mica em nível de pós-graduação.

c) A pesquisa de ponta refere-se a buscar respostas aos fatores funda-


mentais do problema levantado.

d) Na pesquisa de ponta, o sujeito do conhecimento é desafiado a


responder ao problema oferecendo respostas concretas a problemas
concretos atuais ou futuros.

2. O termo pesquisa pode ser compreendido segundo vários aspectos. Há


uma diferença fundamental entre consumir pesquisa e fazer pesquisa.
Poucos indivíduos são pesquisadores profissionais, mas todos nós já reali-
zamos alguma investigação. No entanto, todos nós, também, somos, quer
desejemos ou não, consumidores de pesquisas. Observando o significado
de pesquisa, marque as alternativas corretas.

I. A pesquisa exige rigor, paciência e seriedade no tratamento dos dados


e ética na divulgação de seus resultados.

II. A pesquisa é ao mesmo tempo, um processo de descoberta e de


invenção que exige um elemento de criatividade.

III. Para realizar uma pesquisa não são necessários conhecimentos dispo-
níveis nem a utilização cuidadosa de métodos e técnicas.

IV. A aprendizagem das metodologias de pesquisa nos ajuda a ser consu-


midores esclarecidos e, até mesmo, produtores de pesquisa.

As alternativas corretas são:

a) III, IV, II

b) I, II, IV

c) IV, I, III

d) II, III, I

20  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 20 20/1/2008 00:20:41

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

3. Elabore um pequeno texto dissertativo, de no máximo 15 linhas, descrevendo


os tipos de pesquisa segundo os procedimentos de coleta de dados exem-
plificando cada um. Para exemplificar, sugerimos que você entre no sítio
<http://www.google.com.br> e coloque o tipo de pesquisa para encontrar
os exemplos.

4. Definir o objetivo de uma pesquisa constitui a sua espinha dorsal. Ao se


adotar esse critério, leva-se em conta o grau de aproximação do pesqui-
sador com o problema que irá estudar e o nível conceitual com que o pesqui-
sador se coloca diante do seu objeto de estudo. Nesse critério, as pesquisas
podem ser classificadas em exploratórias, descritivas ou explicativas. Analise
as assertivas a seguir classificando-as em verdadeiras ou falsas.

I. Exploratórias são as pesquisas que têm início com a exploração do


problema/fenômeno que vai ser investigado. São informações prelimi-
nares que o pesquisador deverá coletar que lhe permitirão delimitar,
de forma mais objetiva, o problema e construir suas hipóteses.

II. Nas pesquisas descritivas, o principal objetivo é descrever as carac-


terísticas de uma determinada população ou fenômeno por meio do
estabelecimento de relação entre variáveis.

III. Explicativas são consideradas as mais profundas porque buscam


explicar as razões ou fatores que determinam a ocorrência de determi-
nado fenômeno.

Assinale a alternativa que corresponde à classificação correta.

a) Somente I, II e III são falsas

b) Somente I e III são verdadeiras

c) Somente I, II e III são verdadeiras

d) Somente II e III são falsas

Comentário das atividades


Na atividade 1, você observou que, para as assertivas (a) e (b), é preciso
uma releitura do tópico referente aos níveis de pesquisa. Você percebeu,
também, que a pesquisa não é um assunto tão distante de nossa vida. No
dia-a-dia, pesquisamos sobre problemas para os quais não temos uma solução
ainda. A maioria dos pesquisadores é portador de diplomas de mestrado e
doutorado, mas isso não significa que um acadêmico ou alguém que procure

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  21

Pedagogia_1oPeriodo.indb 21 20/1/2008 00:20:41

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

soluções para seus problemas não possa ser pesquisador. Nas assertivas (c)
e (d), você atentou para o fato de que a pesquisa é o cerne da formação de
um profissional qualificado, colaborando com o desenvolvimento do conhe-
cimento humano, criando novos produtos e serviços e colaborando com o
desenvolvimento de um país.

As alternativas corretas da atividade 2 são (a), (b), (d), pois para se realizar
uma pesquisa é necessário a observação cuidadosa dos métodos e técnicas
bem como dos conhecimentos disponíveis. Como instrumento de investigação
científica, a pesquisa é uma busca de dados e informações por meio de métodos
específicos de cada ciência, para investigar um problema/hipótese com vistas
a validar as respostas encontradas.

Na atividade 3, você descreveu a pesquisa experimental, a ex-post-


facto, o levantamento, o estudo de caso, a pesquisa-ação, a bibliografia e
o documento. Além disso, encontrou uma série de exemplos das mesmas no
sítio do Google.

Agora que você já conhece os tipos de pesquisa, segundo os obje-


tivos, observou que a alternativa correta na atividade 4, é a letra (c). As
três assertivas são verdadeiras, pois as exploratórias buscam iniciar uma
investigação pela exploração simples de um problema; as descritivas, ao
relatarem o que ocorre em dada situação, procuram descobrir as inter-re-
lações entre suas variáveis; as explicativas não se contentam em descrever
ou apenas explorar, mas buscam uma compreensão mais profunda dos
fenômenos.

Ao realizar as atividades propostas, você está apto a identificar o conceito


de pesquisa científica e os seus principais níveis e descrever os diferentes tipos
de pesquisa, que foram os objetivos propostos.

Referências
COSTA, C. Sociologia, introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna,
2001.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo:
Saraiva, 2003.
SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio
de Janeiro: DP & A 2002.

22  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 22 20/1/2008 00:20:41

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 372 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

SOUZA, H. M. M. R. de. Análise experimental dos níveis de ruído produzido


por peça de mão de alta rotação em consultórios odontológicos: possibilidades
de humanização do posto de trabalho do cirurgião dentista. Rio de Janeiro,
1998. Tese (Doutorado). FIOCRUZ. Disponível em: <http://portalteses.cict.
fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00010712&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 13 jul. 2006.

Na próxima aula
Você já identificou o que é conhecimento científico e quais os seus prin-
cipais métodos, bem como descreveu os diferentes tipos de pesquisa cientí-
fica. Agora você precisa se familiarizar com a linguagem acadêmica, com o
discurso científico e com os mecanismos de divulgação dos mesmos. Veremos
na próxima aula, as várias formas de registro e apresentação do trabalho
acadêmico: o resumo, o fichamento e a resenha; o seminário, o painel, a mesa
redonda, a comunicação, entre outros.

Anotações






















UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  23

Pedagogia_1oPeriodo.indb 23 20/1/2008 00:20:41

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Aula 4 • Metodologia da Pesquisa Científica

24  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 24 20/1/2008 00:20:41

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 374 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

Aula 5
Tipos de registro e apresentação
de trabalhos acadêmicos

Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

• identificar os diferentes tipos de registro e apresentação de trabalhos


acadêmicos;

• utilizar os procedimentos de elaboração e apresentação de trabalhos


acadêmicos.

Pré-requisitos
Para um melhor aproveitamento desta aula, sugerimos que você leia o
capítulo IV e V do livro Metodologia do trabalho científico de Antônio Joaquim
Severino que está na bibliografia do plano de ensino dessa disciplina no
caderno de conteúdos e atividades. A leitura do capítulo IV desse livro é impor-
tante, pois nele você encontrará as diretrizes para a realização de um semi-
nário e no capítulo V, no item 3, encontrará as formas de trabalho científico: o
resumo e a resenha. No sítio <http://www.caminhosdalingua.com/Resenha.
html>, você encontrará, também, algumas dicas que o ajudarão a produzir
textos acadêmicos.

Introdução
Ao adentrar o universo acadêmico, você lidará com uma série de leituras
de textos científicos. A linguagem desses textos é bem diferente daquela que
estamos habituados no nosso dia-a-dia: jornal, revista, texto literário. Muitos
trabalhos didáticos e científicos serão solicitados para as diversas disciplinas
com as quais você entrará em contato. Daí a importância de saber sintetizar
um texto, retirar as principais idéias de determinado autor, relacionar essas
idéias a outros autores ou textos. Ao familiarizar-se com as técnicas de

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  25

Pedagogia_1oPeriodo.indb 25 20/1/2008 00:20:41

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

elaboração de resumos, fichamentos e resenhas você encontrará menos difi-


culdade em reconhecer um texto científico, bem como em construí-lo.

Existem, também, diferentes maneiras de apresentar trabalhos acadêmicos:


seminários, mesas redondas, painéis, palestras, comunicações, conferências,
etc. Os seminários são a forma mais utilizada portanto conhecer suas técnicas
de organização é fundamental para que você compreenda como apresentar
ou divulgar um trabalho acadêmico.

5.1 A redação científica


Antes de iniciarmos as discussões sobre o registro e a comunicação
de trabalhos acadêmicos, vamos apresentar os pontos fundamentais da
redação científica que, como você verá, é bem diferente da forma como
escrevemos usualmente.

Quando pensamos em redação, quem não se lembra das sugestões de


produção textual apresentadas pelas professoras do ensino fundamental nos
primeiros anos de formação? “Minhas férias”, a “excursão”, “o passeio no
parque”, entre tantas outras. É nesse período da nossa aprendizagem que são
realizados os primeiros exercícios para o aprimoramento do vocabulário, da
ortografia, da concordância verbal e nominal, da pontuação, da colocação
pronominal e da distribuição espacial nas frases e no texto.

Na construção de textos científicos, monografias, trabalhos de conclusão


de curso, construção de relatórios, cartas e memorandos, entre outros,
você se valerá dos conceitos aprendidos em momentos anteriores de sua
formação. Porém, para essa construção, será utilizada a linguagem da
redação técnica. Para Almeida, citado por Medeiros (2000, p. 13), [...] “a
redação técnica caracteriza-se como tipo de linguagem escrita regida por
princípios de objetividade e de obediência à norma gramatical”. Na cons-
trução da redação técnica, destacam-se os relatórios, as atas, os artigos, os
trabalhos acadêmicos e teses científicas, os documentos de cunho comercial
e administrativo em geral.

Nesses textos técnicos, será utilizada uma linguagem descritiva, narra-


tiva e dissertativa. Na busca de exemplo, ilustra-se melhor a distinção entre
descrição literária, descrição técnica e descrição científica.

a) Descrição Literária. Olhavam as estrelas com cativos olhos de doçuras


para compreenderem a solidão dos longos dias passados.

26  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 26 20/1/2008 00:20:41

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

b) Descrição Técnica. Na construção do projeto fora utilizado televisor e


tela plana com 50 polegadas de alta resolução de imagem com peso
inferior a 35 kg.

c) Descrição Científica. Dentre as principais teorias de Freud devemos


destacar a do inconsciente. Essa teoria se baseia na concepção de
que todos os desejos inaceitáveis (proibidos, punidos) da infância são
afastados da consciência. Tornam-se parte do inconsciente ativo que,
embora fora da consciência, continuam a influenciar os atos pessoais.

Observe que na descrição literária a composição textual abrange detalhes


romanescos que salientam as especificidades do cerne do texto. Já a descrição
técnica evidencia-se em uma linguagem exata denotativa e que visa a definir
os mecanismos empregados. No texto que trata da descrição técnica, o obje-
tivo é esclarecer as especificações do equipamento utilizado no projeto. Na
descrição científica, há ausência de figuras de linguagem e frases compostas
por elementos supérfluos. Caso haja necessidade de se adjetivar algo, o mesmo
deverá ser feito sucintamente e limitado à essência do texto.

A redação de trabalhos acadêmicos, de artigos para periódicos cientí-


ficos, de sítios de pesquisa e outras formas de publicação científica deve se
revestir de algumas características a serem obedecidas pelo autor para que
a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do leitor sejam
eficazes. Observam-se alguns princípios básicos para a promoção de inte-
ração entre autor e leitor. Vejamos.

a) Clareza de expressões. Tudo que tiver sido escrito deve ser perfeita-
mente compreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma dificul-
dade para entender o texto. Realizar uma cuidadosa leitura do que
se escreveu, colocando-se no lugar do leitor, colaborará para evitar
dúbias interpretações acerca do texto. Na clareza de expressões,
o autor deverá realizar alguns questionamentos como: as sentenças
estão bem construídas? As idéias estão bem encadeadas? Há uma
seqüência adequada na apresentação dos seus resultados e de sua
argumentação?

b) Objetividade na apresentação. Será conveniente escolher criteriosa-


mente o material que será utilizado no texto de uma dissertação, tese
ou artigo. Nem toda observação durante a execução do trabalho ou
texto lido: na literatura referente ao tema deverá ser necessariamente
relatado ao leitor. Algumas observações talvez tenham sido importantes

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  27

Pedagogia_1oPeriodo.indb 27 20/1/2008 00:20:41

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

em uma determinada fase do projeto, mas com o aprimoramento da


idéia, perderam sua relevância. Ao final do trabalho, alguns tópicos
talvez tenham se revelado apenas como tentativas de análises ou de
experimentos, mas terminaram em becos sem saída, sem a menor signi-
ficância para a compreensão do trabalho. Quando você estiver na
etapa da seleção da informação, apresente só o que for relevante. O
leitor quer um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo, tanto das
observações como do raciocínio feito pelo autor.

c) Precisão na linguagem. Na construção de um trabalho científico, a


linguagem deverá ser, além de cunho científico, precisa e clara. Caso
seja necessário, acompanhe seu texto com figuras, gráficos, tabelas.
O uso de signos e símbolos conduzem o leitor durante a leitura. Mas
as figuras e gráficos necessitam ser decodificadas por quem lê, à
medida que este percorre o texto. Muita atenção com termos vagos
ou que podem ser mal interpretados. Para o leitor, nada deve ficar
obscuro ou subentendido. Palavras e figuras que entrarão no texto
devem ser escolhidas com cuidado para exprimir o que realmente o
autor deseja e não apenas para ilustrar ou ganhar espaço na cons-
trução do trabalho. Os vários sinônimos de uma palavra têm dife-
renças pequenas e sutis entre si.

d) Utilização correta das regras da língua. Neste item, não é necessário


perder muito tempo e espaço com recomendações, pois escrever fora
da língua padrão pode resultar da falta de conhecimento das normas
ou de desleixo. Se for por falta de conhecimento, será aproveitável a
consulta a dicionários e a textos de gramática. Se for por desleixo,
o leitor (e membro da Banca Examinadora – quando seu trabalho é
passível de avaliação) terá todo o direito de pensar que o trabalho em
si também foi feito com desleixo. Enfim, seja qual for a razão, será um
desrespeito ao leitor.

Para a construção de textos precisos, serão necessárias várias tentativas


até chegar ao esperado. Para que um texto científico venha a atender o seu
objeto final de comunicar os resultados de uma pesquisa, seu autor deve ter
passado por uma experiência de redação científica sistemática. O texto deverá
respeitar as regras gramaticais da língua e da normatização do documento.
No desenvolvimento do seu curso de graduação, acelera-se a necessidade de
investir na pesquisa e no autoconhecimento.

28  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 28 20/1/2008 00:20:41

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

5.2 Como elaborar resumos


A síntese ou resumo de um texto é um tipo especial de composição que
consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou ampla-
mente. De acordo com a ABNT (2003), resumo é a “[...] apresentação concisa
dos pontos relevantes de um texto, fornecendo uma visão rápida e clara do
conteúdo e das conclusões do trabalho”.

Dessa forma só devem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensando-


se tudo o que for secundário. Para fazer um resumo você precisa de um esquema
que o oriente. Esquematizar é colocar essas idéias essenciais em um esqueleto,
ou seja, em uma espécie de roteiro, contendo apenas palavras-chave.

Existem técnicas para ajudar você a resumir ou esquematizar um texto


conservando, de fato, as idéias do autor. Uma das mais importantes é a técnica
de sublinhar. É uma técnica indispensável não só para elaborar esquemas e
resumos, mas também para ressaltar as idéias importantes de um texto, com as
finalidades de estudo, revisão ou apreensão do assunto ou mesmo para utilizar
em citações.

O requisito fundamental para aplicar a técnica de sublinhar é a compreensão


do assunto, pois este é o único processo que possibilita a identificação das idéias
principais e secundárias, permitindo fazer a seleção do que é indispensável e do
que pode ser omitido, sem prejuízo do entendimento global do texto.

Existem certas normas que devem ser obedecidas, para que a técnica
de sublinhar produza resultados eficazes. Não se deve sublinhar parágrafos
ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave, ou quando muito, um grupo
de palavras. Isto porque, ao sublinhar uma frase inteira,
além de sobrecarregar a memória e o aspecto visual,
corre-se o risco de, ao resumir, reproduzir as frases do
autor, sem evidenciar as idéias principais, visto que o
resumo deve ser uma condensação de idéias, não de
frases ou palavras.

A técnica de sublinhar pode ser desenvolvida a partir


dos seguintes procedimentos:
• leitura integral do texto;
• esclarecimento de dúvidas de vocabu-
lário, termos técnicos e outras;
• releitura do texto, para identificar as
idéias principais;

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  29

Pedagogia_1oPeriodo.indb 29 20/1/2008 00:20:42

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

• ler e sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que conte-


nham a idéia-núcleo e os detalhes mais importantes;
• assinalar em uma linha vertical, à margem do texto, os
tópicos mais importantes;
• assinalar, à margem do texto, com um ponto de inter-
rogação, os casos de discordâncias, as passagens
obscuras, os argumentos discutíveis;
• ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido;
• reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo,
tomando as palavras sublinhadas como base (LAKATOS;
MARCONI, 2003).

Para se obter maior funcionalidade das anotações, deve-se assinalar da


seguinte forma:

• sublinhar com dois traços as idéias principais e com um traço as


idéias secundárias;

• as anotações à margem do texto recebem um traço vertical para


trechos importantes e dois traços para trechos importantíssimos.
Podem-se usar também cores diferentes ou sinais criados pelo
próprio leitor e que o remeta imediatamente a seu significado.

Agora que você já conhece a técnica de sublinhar, está pronto para


compreender melhor como elaborar um resumo. Resumir um texto é
reproduzir, com poucas palavras, aquilo que o autor disse, garantindo
cada uma de suas partes essenciais, a seqüência lógica das idéias e a
correlação entre elas e o texto como um todo. Vejamos alguns tipos de
resumo.

a) Resumo indicativo ou descritivo. Também conhecido como abstract


(resumo, em inglês), este tipo de resumo apenas indica os pontos
principais de um texto - não dispensando a leitura do mesmo - sem
detalhar aspectos como exemplos, dados qualitativos ou quantita-
tivos, etc. Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses
de filmes, novelas e outros publicados em jornais e revistas. Ali você
tem apenas uma idéia do enredo de que trata o filme.

Exemplo: No Rio Amazonas (90 minutos – Direção: Ricardo Dias)


Documentário sobre a Amazônia começa com um telejornal eloqüente que descreve a
realidade da região, com impressionantes comparações. Depois, vemos o zoólogo Paulo
Vanzolini, naturalista que há quase 50 anos faz viagens pelo Brasil, principalmente pela

30  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 30 20/1/2008 00:20:42

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 380 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

Amazônia, atrás de sapos, cobras, lagartos e outros bichos. Vanzolini é uma espécie
de mestre de cerimônias do filme: ele faz comentários, ao vivo e em off, sobre aspectos
históricos, geológicos, ecológicos e humanos da região. A viagem começa por Belém do
Pará e segue o caminho dos antigos viajantes, buscando mostrar o que ainda há de belo
e fascinante na Amazônia (BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Audiovisual.
Série A Redescoberta do Cinema Nacional, v. 4).

b) Resumo informativo ou analítico. Também conhecido em inglês como


summary, este tipo de resumo informa o leitor sobre outras caracte-
rísticas do texto. Um resumo informativo, no caso de um relatório de
pesquisa, não diria apenas de que trata a pesquisa (como seria o
caso do resumo indicativo), mas informaria também as finalidades
da pesquisa, a metodologia utilizada e os resultados atingidos. Um
bom exemplo disso são os resumos de trabalhos científicos publicados
nos anais de congressos e os resumos de artigos científicos para
publicação. A principal utilidade dos resumos informativos no campo
científico é auxiliar o pesquisador em suas pesquisas bibliográficas.
Imagine-se procurando textos sobre seu tema de pesquisa. Ao ler o
resumo, você poderá decidir sobre a conveniência de continuar ou
não a leitura de todo o artigo.

Exemplo: Pensamento crítico e cidadania


Em vez de fórmulas decoradas, a compreensão do que é ensinado e a possibilidade
de usar o aprendizado na vida prática. No lugar de uma escola que se limita a
ensinar o aluno a fazer provas, outra que estimule a sua vontade de aprender, o seu
espírito crítico, a sua capacidade de resolver problemas – enfim, que lhe indique o
caminho para se tornar uma pessoa apta a exercer sua cidadania e a participar do
mundo do trabalho. Essa é a linha mestra da reforma que o ministério da Educação
e do Desporto quer ver implantada no ensino médio – o antigo 2º grau (BRASIL.
Ministério da Educação. O Novo Ensino Médio. Brasília, 2004).

c) Resumo crítico ou analítico. Este é, provavelmente, o tipo de resumo que


você mais terá de fazer a pedido de seus professores ao longo do seu
curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sinté-
tica a importância de uma obra científica ou literária. Antes de começar
a escrever seu resumo crítico você deve, no mínimo, ter conhecimento do
autor e da obra e ter feito uma boa leitura do texto, identificando:

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  31

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

• qual o tema tratado pelo autor?

• qual o problema que ele coloca?

• qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?

• quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor


para defender sua posição?

Exemplo: O Mulato (Aluísio Azevedo)


É apontada como a obra inaugural do Naturalismo no Brasil (1881). Podem ser identi-
ficados alguns elementos naturalistas:
• a crítica social, por meio da sátira impiedosa dos tipos de São Luís: o comerciante
rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o padre relaxado e assassino, e uma série
de personagens que resvalam sempre para o imoral e para o grotesco. Já dissemos
que esses tipos são, muitas vezes, pessoas que realmente viveram em São Luís,
conhecidas pelo autor;
• anticlericalismo, projetado na figura do padre e depois cônego Diogo, devasso,
hipócrita e assassino;
• oposição ao preconceito racial, que é o fulcro de toda a trama;
• o aspecto sexual, referido expressamente em relação à natureza carnal da paixão
de Ana Rosa pelo mulato Raimundo;
• o triunfo do mal, já que, no desfecho, os crimes ficam impunes e os criminosos são
gratificados: a heroína acaba se casando com o assassino de Raimundo (grande
amor de sua vida), e o Padre Diogo, responsável por dois crimes, é promovido a
cônego.
Contudo, há fortes resíduos românticos. Escrito em plena efervescência da Campanha
Abolicionista, Aluísio Azevedo não manteve a postura neutra, imparcial, que carac-
teriza os autores realistas/naturalistas. Ao contrário, ele toma partido do mulato, do
homem de cor, idealizando exageradamente Raimundo, que mais parece o herói dos
romances românticos (ingênuo, bondoso, ama platonicamente Ana Rosa e ignora a sua
condição de homem de cor). Observe que Raimundo é cientificamente inverossímil (filho
de pai branco e mãe negra retinta, o filho tem “grandes olhos azuis, cabelos pretos
e lustrosos, tez morena e amulatada, mas fina”). A trama da narração é romântica e
desenvolve o velho chavão romântico da história de amor que as tradições e o precon-
ceito impedem de se realizar. Além disso, a história é verdadeiramente rocambolesca
(complicada, “enrolada”) (Disponível em: http//www.algosobre.com.br/assunto/ler.
asp?conteúdo=202. Acesso em: 21 jul. 2006).

As principais vantagens de se elaborarem resumos estão no fato de que


eles reduzem o texto sem destruir-lhe o conteúdo essencial, além de favorecerem

32  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 32 20/1/2008 00:20:42

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

a apreensão de informações essenciais, situação que possibilita a participação


ativa na aprendizagem.

5.3 Como elaborar um fichamento


Outra forma eficiente de registro e organização das anotações feitas a
partir das leituras é o fichamento. Evidentemente, não se ficha tudo o que se
lê, mas os livros e textos mais significativos, que, provavelmente, constituir-
se-ão em material para um trabalho posterior ou até mesmo para o trabalho
de conclusão de curso. São referências que, em virtude da sua relevância,
constituem-se em materiais que merecem ser arquivados. Os arquivos manus-
critos ou digitados tornam-se mais acessíveis, práticos e funcionais quando as
anotações são feitas em fichas.

A grande vantagem de se utilizar a técnica de fichamento para documen-


tação dos dados está na possibilidade de organizar-se e obter-se a informação
precisa, na hora exata que se fizer necessária, sem precisar voltar a ler toda
a obra ou perder-se em montanhas de papéis para localizar um resumo da
mesma, que ao final pode nem conter a informação que se deseja.

Tradicionalmente se utilizam fichas de papel, entretanto, hoje podemos


empregar diferentes softwares e editores de texto para arquivar os ficha-
mentos realizados.

A ficha digitalizada é uma excelente alternativa, desde que a pessoa orga-


nize uma pasta como banco de dados e nela crie um arquivo para as fichas
de cada tema. Quando retornar ao trabalho de pesquisa terá todas as infor-
mações catalogadas e organizadas por assunto.

Cada um tem a sua maneira própria de organizar as fichas e registrar


as informações que considera importantes. Porém, alguns dados não podem
faltar. Todos os tipos de fichas devem compreender três partes principais:

a) cabeçalho: compreende o assunto e número de classificação da ficha;

b) referência: deve sempre seguir as normas da ABNT;

c) corpo ou texto: varia conforme o tipo e finalidade da ficha. Nesse item


é importante que você crie seu próprio estilo de registrar as idéias que
são relevantes. Pode ser em tópicos, por palavras-chave, com comen-
tários, com sua interpretação etc. Outra questão importante é registrar
a página de onde você está destacando as idéias. Isso facilitará muito
a localização quando precisar retornar ao material lido.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  33

Pedagogia_1oPeriodo.indb 33 20/1/2008 00:20:42

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 383 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

5.3.1 Tipos de fichas

Digitalizadas ou manuscritas, as fichas podem receber diferentes classifi-


cações, cada tipo com um conteúdo específico. As fichas feitas com a finali-
dade de utilização posterior na produção de um artigo científico, por exemplo,
podem ser fichas de citação ou de comentário. Vejamos cada um dos tipos de
fichas e seus respectivos conteúdos:

• ficha bibliográfica: contém as informações sobre o livro, autor ou


assunto em estudo. Não aborda especificamente o conteúdo ou texto
da obra. Usada para catalogação de livros em uma biblioteca pública
ou particular e você não irá usá-la fora desse contexto;

• ficha de citações: consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças


consideradas relevantes ao estudo em pauta. Essas citações poderão
ser utilizadas posteriormente na produção de um texto (relatório de
pesquisa, artigo científico, etc.);

• ficha de resumo ou de conteúdo: é um trabalho que consiste em apre-


sentar por escrito a compreensão do texto estudado. Deve-se apre-
sentar uma redação resumida, a partir das questões levantadas na
fase de leitura e compreensão do texto. Deve ter uma introdução, o
desenvolvimento e uma conclusão;

• ficha de esboço: tem certa semelhança com a ficha de resumo ou


conteúdo, pois se refere à apresentação das principais idéias expressas
pelo autor, ao longo da sua obra ou parte dela, porém de forma mais
detalhada e com indicação das páginas em que se encontram as infor-
mações esboçadas. Pode ser de grande valia a você no início de sua
formação e aos pesquisadores em geral. É a mais extensa e detalhada
das fichas, apesar de requerer, também, capacidade de síntese, pois
o conteúdo de uma obra, parte dela ou de um artigo mais extenso, é
expresso em uma ou algumas fichas;

• ficha de comentário ou analítica: consiste na explicitação ou interpre-


tação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor. É um trabalho
que consiste, basicamente, em apresentar a “palavra do leitor”, a
sua posição frente às questões desenvolvidas. Isso exige estudos
aprofundados e, fundamentalmente, “olhos críticos” para o mundo.
O pressuposto desse modelo de ficha é o diálogo com o autor, o
questionamento de suas posições assumidas e a relação dessas com
outras abordagens.

34  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 34 20/1/2008 00:20:42

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Observe, a seguir, trechos do início e final de uma ficha analítica, aprovei-


tando para conferir a formatação, que é a mesma para todos os tipos de fichas.
PROFESSOR COMO SUJEITO DE TRANSFORMAÇÃO
INTRODUÇÃO
O professor anda perplexo com tudo que anda acontecendo com ele, com a escola
e com a sociedade. Nesta obra, Vasconcelos retrata esta perplexidade do professor,
destaca o seu papel, bem como o papel da escola neste contexto social contur-
bado. Discute ainda a importância da atuação consciente do professor como sujeito
capaz de transformar a prática pedagógica, por meio de sua ação individual (cada
professor) e coletiva (equipe escolar), ou seja, busca resgatar o professor como sujeito
histórico capaz de conseguir a transformação de muitos dos problemas hoje enfren-
tados pela educação.
(...)
CRÍTICA
Nesta obra, Vasconcelos apresenta com muita propriedade tanto os entraves quanto
às propostas de mudança na prática pedagógica destacando o professor como prin-
cipal agente dessa mudança.
Em uma primeira leitura podemos supor que há uma sobrecarga para o professor,
mas conhecendo sua obra, compreendemos que neste livro seja destacada a atuação
do professor, pois em outros, destaca o papel do coordenador, da equipe diretiva
enfim, da escola como um todo.
Sem este conhecimento poderíamos supor a referida sobrecarga, entretanto, assumir
sua tarefa como sujeito histórico de transformação não é difícil para o professor
desde que as múltiplas dimensões dos problemas sejam identificadas e trabalhadas
no sentido de superação, ou seja, não podemos resumir o processo de transformação
à atuação do professor ou a mudanças de metodologias ou técnicas de trabalho.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Para onde vai professor? Resgate do Professor
como sujeito de transformação. 8. ed. São Paulo: Libertad, 2001.

5.4 Como elaborar a resenha


No meio acadêmico, a resenha é de grande utilidade, pois facilita o
trabalho profissional ao trazer um breve comentário sobre uma obra e, também,
sua avaliação. A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro,
de sua utilidade para o estudo empreendido ou da adequação à abordagem
pretendida. Medeiros afirma que a resenha é
[...] um relato minucioso das propriedades de um objeto ou
de suas partes constitutivas [...]. Estruturalmente, descreve as
propriedades das obras (descrição física da obra), relata as
credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclu-
sões e metodologia empregada, bem como expõe um quadro
de referências em que o autor se apoiou (narração) e, final-
mente, apresenta uma avaliação da obra e diz a quem se
destina (dissertação) (MEDEIROS, citado por OLIVEIRA,
2003, p. 158-159).

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  35

Pedagogia_1oPeriodo.indb 35 20/1/2008 00:20:42

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 385 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

Complementando, segundo a NBR 6028/90 da ABNT, a resenha é o


mesmo que resumo crítico ou recensão (OLIVEIRA, 2003, p. 125). O procedi-
mento para a elaboração da resenha é, portanto, semelhante ao do resumo
acrescido de uma crítica.

O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de


informação encontrados, sem se ater aos pormenores e, ao mesmo tempo,
tecer comentários aos méritos da obra, se for caso. No entanto, mesmo que
o resenhista tenha competência na matéria, isso não lhe dá o direito de fazer
juízo ou deturpar o pensamento do autor.

Para fazer a resenha, além de ter sublinhado as idéias-chave do texto, é


preciso conhecê-lo com mais profundidade, pois ela pressupõe um aprofunda-
mento sobre o tema tratado pelo autor. A resenha tem, portanto, a função de
extrapolar a obra, ou seja, já se configura em uma pesquisa.

A estrutura básica de uma resenha deve conter os seguintes elementos:

a) referência (identificação bibliográfica): autor, título da obra, número


da edição, local de publicação, editora, ano e número de páginas;

b) credenciais da autoria: breve apresentação do(a) autor(a) ou autores, em


especial quanto ao seu currículo profissional (nacionalidade, áreas de
atuação, publicações, formação acadêmica, títulos que possui, etc.);

c) resumo da obra: expor o assunto da resenha, como ele é tratado,


metodologia ou estruturação da obra e suas idéias básicas;

d) conclusões do autor: expor com clareza os resultados alcançados pelo


autor da obra ou texto resenhado;

e) quadro de referência do autor: se observado esse aspecto, informar


qual teoria serve de apoio às idéias do autor da obra;

f) apreciação crítica do resenhista: o estilo do autor é objetivo,


conciso? As idéias são originais, claras e coerentes? O autor é idea-
lista? Realista?;

g) indicações da obra: informar a que público se destina a obra ou a quem


ela pode ser útil, como por exemplo, alunos de determinados cursos,
professores, pesquisadores, especialistas, técnicos ou público em geral.
Em que curso pode ser adotada? (OLIVEIRA, 2003, p. 126).

Além desses tópicos, podemos acrescentar mais um: as credenciais do


resenhista, ou seja, informações básicas da pessoa que elaborou a resenha.

36  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 36 20/1/2008 00:20:42

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

No sítio <http://www.encontros-bibli.ufsc.br/Edicao_15/montano_resenha.
pdf>, você encontrará a resenha do livro Terceiro setor e questão social: crítica
ao padrão emergente de intervenção social, de Carlos Montaño. Essa resenha
foi elaborada pelo Prof. Dr. Francisco das Chagas de Souza.

Esses passos delineados anteriormente podem divergir de autor para


autor. Alguns, por exemplo, afirmam que uma resenha pode ser puramente
informativa, quando apenas expõe o conteúdo do texto, ou crítica, quando se
manifesta sobre o valor e o alcance do texto analisado, ou ainda, crítico-infor-
mativa quando expõe o conteúdo e tece comentários sobre o texto analisado
(SEVERINO, 1996, p. 107).

Cabe a você, de acordo com os objetivos que pretende alcançar, definir


o tipo de texto que deseja construir, seja um resumo ou resenha. O primeiro
passo indicado nessa aula – técnica de sublinhar – deve ser o ponto de
partida para a elaboração de qualquer um desses textos. Assim você cons-
truirá textos melhor elaborados, criando um estilo próprio de escrita e cres-
cendo intelectualmente.

Agora que você já conhece algumas formas de registro do trabalho acadê-


mico, vejamos a seguir as formas de apresentação.

5.5 Como organizar um seminário


Conforme Lakatos e Marconi (2003), o semi-
nário é uma técnica de estudo que inclui diversas
fases: pesquisa (incluindo leituras e registros),
discussão e debate (na apresentação final). No
geral, o seminário é utilizado em cursos de gradu-
ação e pós-graduação. Tem como finalidade a
socialização de pesquisas em suas diversas formas.
Isso implica dizer que, quando participamos de um
seminário, devemos, a priori, realizar individual-
mente várias leituras e preparar em grupo todo um
trabalho de pesquisa e produção, a partir do tema, para depois participar do
debate sobre o mesmo com os demais participantes. Além do desenvolvimento
da capacidade de pesquisa, de análise sistemática de fatos, do hábito do
raciocínio, da reflexão, possibilita ao estudante a elaboração clara e objetiva
de trabalhos científicos. Em um seminário tem-se como meta a formação e não
somente a informação.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  37

Pedagogia_1oPeriodo.indb 37 20/1/2008 00:20:42

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

5.5.1 Componentes dos grupos para o desenvolvimento de um seminário

Em um seminário, trabalha-se em grupos que variam de cinco a oito inte-


grantes e deve conter:

• coordenador – aquele que orienta as pesquisas, preside e coordena


as sessões do seminário. Ao final, deve fazer uma apreciação geral
dos resultados, complementado alguns itens, se necessário;

• relator – aquele que expõe os resultados dos estudos referentes a um


tema específico do programa de trabalhos. A exposição pode ser feita
por um elemento, indicado pelo grupo, ou por todos;

• secretário – o estudante designado para anotar as conclusões parciais


e finais do seminário, após os debates;

• comentador (caso haja) – o aluno escolhido pelo coordenador do semi-


nário. Deve estudar com antecedência o tema a ser apresentado, com
o intuito de fazer críticas adequadas à exposição, antes da discussão
e debate dos demais participantes da classe;

• demais participantes – são todos os que participam do seminário (a


turma toda). Depois da exposição, devem participar do debate.

5.5.2 Modalidades

O seminário, na sua estrutura e funcionamento, apresenta três modali-


dades. Conheça-os a seguir.

a) Clássico: seminário clássico ou individual é aquele em que os estudos


e a exposição ficam a cargo apenas de um estudante. O estudo pode
abranger um determinado assunto ou parte dele.

b) Clássico em grupo: nesse caso, os estudos são realizados por um


pequeno grupo (cinco ou seis elementos). A exposição do tema tanto
pode ser feita por um dos membros, escolhido pelo grupo, ou repar-
tida entre eles, ou seja, cada um apresentando uma parte. Em vez
de um comentador, pode haver um “grupo comentador”. Este tipo de
seminário exige uma crítica mais estruturada.

c) Em grupo: no seminário em grupo, todos os elementos da classe devem


participar, havendo tantos grupos quantos forem os subtítulos do tema.
Primeiramente, estuda-se o tema geral, para uma visão global; depois,
cada grupo aprofunda a parte escolhida.

38  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

5.5.3 Roteiro de realização do seminário

A técnica do seminário obedece ao roteiro a seguir (LAKATOS;


MARCONI, 2000). Vejamos.

a) O coordenador propõe um determinado


estudo, indica a bibliografia mínima, escolhe
o comentador e estabelece um cronograma
de atividades. Cada grupo escolhe, por
sua vez, o relator e o secretário.

b) Formado o grupo, inicia-se o trabalho de


pesquisa, de procura de informações por
meio de bibliografias, documentos, entre-
vistas com especialistas, observações, etc. Depois, o
grupo se reúne para discutir o material coletado, confrontar pontos de
vista, formular conclusões e organizar o material, sempre assessorado
pelo coordenador. O grupo poderá seguir os seguintes passos:

• determinação do tema central que, como um “fio condutor”, esta-


belece a ordenação do material;

• divisão do tema central em tópicos;

• análise do material coletado, procurando subsídios para os


diferentes tópicos, sem perder de vista objetivos derivados do
tema central;

• síntese das idéias dos diferentes autores analisados, resumo das


contribuições, visando à exposição que deve conter os seguintes
tópicos: introdução: breve exposição do tema central (propo-
sição), dos objetivos e da bibliografia utilizada; desenvolvimento
dos tópicos em uma seqüência organizada: exposição, discussão
e demonstração; conclusão: síntese de toda a reflexão, com as
contribuições do grupo para o tema.

c) Concluídos os estudos, a classe se reúne, sob a orientação do


coordenador.

d) O relator, em plenária, apresenta os resultados dos estudos, obede-


cendo a uma seqüência lógica e ordenada.

e) O comentador, após a exposição, intervém com objeções ou subsídios.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  39

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f) A classe, a seguir, participa das discussões e debates, solicitando


esclarecimentos, refutando afirmações ou reforçando argumentos.

g) Ao final, o coordenador do seminário faz uma síntese do trabalho


apresentado. Se achar incompleto, pode recomendar outros
estudos.

5.6 Eventos para a divulgação de trabalhos científicos


Além do seminário, existem outros meios de divulgação de trabalhos
acadêmicos e pesquisas científicas como, por exemplo, os painéis, as mesas
redondas, conferências, palestras, comunicações, etc.

Os Congressos, Encontros, Semanas, Fóruns, etc., são os eventos mais


comuns para tais divulgações. Nesses eventos, os pesquisadores expõem
seus trabalhos. Normalmente, são as Instituições de Ensino Superior (IES) que
promovem esses eventos, dando o devido caráter cientifico para que os traba-
lhos sejam divulgados. Assim existem as Comissões Científicas, para a análise
e seleção dos trabalhos enviados pelos participantes, formadas por pessoas
reconhecidas no meio acadêmico/científico.

Os formatos mais comuns de apresentação, de acordo com Magossi,


disponíveis no sítio http://geocities.yahoo.com.br/wmagossi/texto.doc, são:

a) painéis: apresentações em que geralmente um


palestrante discorre brevemente sobre determi-
nado tema e duas ou mais pessoas apresentam
trabalhos referentes ao mesmo tema, abrindo
posteriormente para perguntas da platéia que
podem ser dirigidas ao palestrante ou a um
dos relatores. São também assim denomi-
nados os suportes contendo a apresentação
de trechos de trabalhos de pesquisa, feitos
por desenhos, esquemas, gráficos ou mesmo
fotos, sempre procurando explicar ao público
o objeto da pesquisa;

b) palestras: apresentações orais de trabalhos normalmente feitas pelos


próprios pesquisadores, para um público seleto;

c) mesas redondas: apresentações de trabalhos, realizadas por mais de


um participante sob a coordenação de um especialista;

40  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 40 20/1/2008 00:20:43

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

d) seminários: apresentações feitas por vários especialistas, cada um


deles se ocupando de uma parte do assunto;

e) conferências: apresentações semelhantes às palestras, mas têm um


caráter mais abrangente, de modo que o conferencista pode mesmo
apresentar um ensaio;

f) comunicações: (como espaços destinados às apresentações) este é o


modelo mais usado para a divulgação de pesquisas e demais trabalhos
concluídos ou em andamento, em Congressos ou outro evento de vulto.

Da mesma forma que muitos autores divergem sobre as formas de registro


de trabalhos acadêmicos, também divergem acerca das maneiras como esse
trabalho será apresentado. Mais uma vez, cabe a você eleger a que melhor
atenda aos seus objetivos como estudante e pesquisador.

Síntese da aula
Nesta aula, você aprendeu que a redação científica é a forma mais usual
na construção de textos acadêmicos. Ela exige clareza de expressões, objetivi-
dade na apresentação, precisão na linguagem e utilização correta das normas
gramaticais. O importante é que você leve em conta que o texto científico será
lido e que o leitor precisa compreender o que você está querendo comunicar.
Embora seja um texto técnico, deve ter uma linguagem acessível. A elabo-
ração de seus trabalhos acadêmicos: resumos, resenhas etc., será norteada
pelos parâmetros dessa redação. Os resumos, as resenhas e os fichamentos
fazem uso da técnica de sublinhar que consiste em ler o texto e destacar as
palavras-chave e as idéias principais do autor. Os resumos podem ser indica-
tivos, informativos e críticos, cada um com suas aplicabilidades específicas. A
resenha, apesar das divergências de diversos autores, é um texto que se apro-
xima muito do resumo crítico, porém mais bem elaborado, com informações
sobre o autor da obra, as teorias que utilizou e, por fim, uma argumentação a
favor ou contrária as idéias do mesmo. A resenha exige maturidade intelectual,
ou seja, capacidade de associar teorias e produzir uma crítica das mesmas.
Os trabalhos acadêmicos podem, também, ser apresentados em seminários,
painéis, conferências, palestras e comunicações. A organização de seminários
é a forma mais usual de apresentar as discussões sobre determinado assunto
ou tema, sobretudo no meio acadêmico. O seminário também exige a obser-
vação de alguns pontos fundamentais: seleção do tema, sua divisão em tópicos,
divisão de tarefas (coordenador, relator, secretário, comentador), síntese das

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  41

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Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

idéias, exposição do tema e discussão. O seminário é, também, uma técnica


de estudo, pois na sua elaboração, a pesquisa é fundamental.

Atividades
1. A seguir, estão relacionados os três tipos de resumos. A partir da numeração
dada a cada tipo, enumere a segunda coluna identificando o conceito e as
aplicabilidades de cada um.

I. Indicativo ou descritivo

II. Informativo ou analítico

III. Crítico

(  ) Avalia de forma sintética a importância da obra ou texto.

(  ) Muito usado em publicações de revistas especializadas.

(  ) Informa o leitor sobre os pontos principais do texto.

(  ) Muito usado nos relatórios de pesquisa.

(  ) Muito utilizado em textos jornalísticos.

(  ) Informa o leitor, além das partes principais do texto, suas finalidades


e outras características.

2. Maria vai organizar, pela primeira vez, um seminário e está com dúvidas
sobre os procedimentos a serem adotados. Ela resolve perguntar a você
os passos que deve seguir, se precisa dividir conteúdos, etc. Marque a
alternativa que representa a resposta metodologicamente adequada, ou
seja, aquela que esclareça a Maria os passos que deve percorrer para
organizar um seminário.

a) Formado o grupo, inicia-se o trabalho de pesquisa e busca de infor-


mações, porém não são necessárias reuniões para discutir o material
coletado.

b) Concluídos os estudos, a classe se reúne, sob a orientação do coorde-


nador, que é o único membro responsável pela apresentação dos temas.

c) A exposição deve apresentar uma introdução, ou seja, uma breve


exposição do tema; desenvolver os tópicos em uma seqüência organi-
zada e uma conclusão, uma síntese de toda a reflexão.

d) O grupo não precisa seguir um roteiro de apresentação, pois quem


apresenta é somente o relator.

42  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 42 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 392 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

3. Elabore um resumo informativo, com mais ou menos 15 linhas, de um texto


complementar da disciplina com a qual tem mais dificuldade de compre-
ensão. Utilize a técnica de sublinhar descrita nessa aula.

4. Selecione um livro da bibliografia básica de uma das disciplinas desse


semestre para fazer a leitura, já utilizando a técnica de sublinhar. Releia
as orientações para a elaboração da resenha e elabore uma.

Comentário das atividades


Agora que você observou que os resumos podem ser indicativos, infor-
mativos e críticos e que têm uma série de aplicabilidades, percebeu que a
seqüência correta de enumeração na atividade 1 é III, II, I, II, I e II. O resumo
indicativo informa o leitor sobre os pontos principais do texto. Já o informa-
tivo, é muito usado nas publicações de revistas especializadas, relatórios de
pesquisa, etc. Ele informa o leitor tanto sobre as partes principais do texto,
quanto suas finalidades e outras características. O resumo crítico avalia de
forma sintética a importância da obra ou texto e é o tipo que você mais terá
que fazer como trabalho acadêmico.

Na atividade 2, você marcou a letra (c), pois um dos passos fundamen-


tais da organização de um seminário é a exposição, na qual é preciso fazer
uma introdução, ou seja, uma breve exposição do tema, dos objetivos e da
bibliografia utilizada; logo em seguida vem o desenvolvimento dos tópicos em
seqüência organizada e, por fim, a conclusão ou a síntese de toda a reflexão.
Em um seminário é fundamental que o grupo se reúna para discutir o material
coletado e para eleger o coordenador, o relator, o secretário e, havendo, o
comentador.

Como você observou, as atividades 3 e 4 são de aplicação do que foi


desenvolvido nessa aula. Para a elaboração desses textos você releu a aula,
observando os passos para a elaboração da resenha e do resumo, e utilizou
a técnica de sublinhar.

Assim, as atividades lhe deram a oportunidade para identificar os dife-


rentes tipos de registro e apresentação de trabalhos acadêmicos e utilizar os
procedimentos de elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos.

Referências
OLIVEIRA, Jorge L. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. Brasília:
abcBSB, 2003.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  43

Pedagogia_1oPeriodo.indb 43 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 393 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 5 • Metodologia da Pesquisa Científica

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Cortez, 1996.

Na próxima aula
Agora que você já compreendeu a linguagem acadêmica e como elaborar
uma série de textos científicos, vai perceber que não é tão complicado realizar
uma pesquisa científica. Porém, como vimos na aula 4, a pesquisa científica
exige rigor e planejamento e o projeto de pesquisa é o primeiro passo para
a sua realização. A seguir, veremos como elaborar um projeto de pesquisa,
quais seus principais elementos constitutivos e a sua utilidade.

Anotações



























44  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 44 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 394 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

Aula 6
O projeto de pesquisa: normas
de elaboração

Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

• identificar os elementos básicos para estruturar um projeto de pesquisa;

• elaborar um projeto de pesquisa.

Pré-requisitos
Como pré-requisito para esta aula, sugerimos que você leia o capítulo 4,
item 3, do livro Metodologia do trabalho científico, de Antonio Joaquim Severino,
cuja bibliografia está relacionada no plano de ensino dessa disciplina. A leitura
desse capítulo é fundamental, pois nele você encontrará os principais elementos
que constituem um projeto de pesquisa. Reveja, também, o conceito e as moda-
lidades de pesquisa abordadas na aula 4. No sítio <http://www.univille.br/
arquivos/2340_LV_Guiaprojeto_2006digital.pdf>, você, também encontrará um
roteiro para construção de projetos de pesquisa.

Introdução
Como você já teve a oportunidade de aprender ao longo deste semestre,
a pesquisa é fator fundamental para a construção do conhecimento da socie-
dade. Muitas descobertas foram encontradas por mero acaso. Mas, mesmo
frente a esse “acaso” havia, por parte do observador (pesquisador), um propó-
sito científico. Podemos definir esse propósito como um projeto. Desde sua
matrícula nessa universidade ao que você deseja fazer depois de formado, a
delimitação de objetivos, metas e caminhos a serem seguidos estão contidos
no seu propósito de vida. Com as atividades acadêmicas não acontece de
forma diferente.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  45

Pedagogia_1oPeriodo.indb 45 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 395 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

6.1 Ponto de partida


Há uma série de métodos que podem ser utilizados na pesquisa, portanto,
não há, evidentemente, regras fixas acerca da elaboração de um projeto. O
desenvolvimento de uma pesquisa está muito ligado ao estilo pessoal de seus
autores bem como ao tipo de problema a ser resolvido. Porém é preciso definir
com clareza quais as etapas por que passará a pesquisa, quais os recursos
necessários para atingir os resultados e como tudo isso se processará. Outro
aspecto importante é a construção de um planejamento detalhado para que
se possa acompanhar o andamento da pesquisa e assim permitir avaliações
parciais dentro do processo.

Ao iniciar a viagem rumo à pesquisa, será


necessária a definição de um “roteiro de viagem”,
ou seja, um projeto de pesquisa. Um projeto de
pesquisa necessitará de elementos fundamen-
tais, como: tema; revisão de literatura; problema;
seleção e delimitação do problema; hipóteses;
objetivo geral e específico; justificativa; metodo-
logia; recursos; produção escrita do planejamento;
e bibliografia.

6.2 Definição do tema


O início da pesquisa surge de uma necessidade de resposta. No emara-
nhado de dúvidas, você começa a deixar claro o que deseja alcançar. Começa
aí a definição do tema.

Segundo o professor Gil (2000), o tema ideal em uma pesquisa, isto é,


aquele cujo desenvolvimento tem maior probabilidade de alcançar bons resul-
tados, deve atender a três critérios: atende ao gosto, à aptidão e ao tempo
do pesquisador, é relevante para uma sociedade, para uma ciência ou para a
escola, sobre ele é possível obter dados.

6.3 Revisão de literatura


Escolhido o tema, devem-se buscar as fontes bibliográficas a respeito do
assunto para uma primeira análise exploratória e para familiarizar-se com o
assunto. Essa primeira leitura permitirá esclarecer os aspectos centrais e os
secundários na delimitação do assunto a ser pesquisado.

46  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 46 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 396 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

6.4 Problematização
O problema é o núcleo em torno do qual se desenvolve uma pesquisa.
Sem problema não há pesquisa. Mas, o que é um problema? Geralmente é
uma necessidade humana, transformada em uma pergunta, que deverá ser
respondida pela pesquisa. Por exemplo, atualmente o mundo passa por uma
epidemia de gripe aviária. Esse é um problema real para o qual uma pesquisa
deveria responder com eficácia a perguntas que ele suscita. As dúvidas da
pesquisa seriam: como o vírus passa das aves para os seres humanos? Poderá
haver transmissão de humanos para humanos? A formulação dessas perguntas
seria o problema a ser resolvido pela pesquisa.

Uma pesquisa pode ser problematizada também a partir de um interesse


intelectual. Por exemplo, qual a influência do conteúdo de uma música com letra
de duplo sentido na formação da personalidade de crianças e adolescentes?

6.5 Seleção e delimitação do problema


Uma pesquisa pode levar em consideração duas abordagens de um
determinado problema: a extensão e a profundidade. A extensão privi-
legia uma abordagem ampla do problema levando em consideração seus
vários aspectos; a profundidade, por sua vez, procura investigar a fundo
um dos aspectos de um determinado problema, deixando de lado outros.
Falando em termos práticos, a seleção e delimitação irão escolher quais
os aspectos relevantes de um problema de pesquisa. Geralmente, deve-se
escolher um aspecto bem específico para que dele se extraia o máximo em
uma pesquisa.

6.6 Formulação de hipóteses


A hipótese é uma solução possível para um problema. É uma construção
intelectual a priori do autor da pesquisa baseada em alguns conhecimentos a
respeito do assunto. O trabalho posterior da pesquisa será confirmar ou negar
a hipótese. Podem-se caracterizar as hipóteses como individuais e particulares,
pois se propõem resolver os problemas levantados na delimitação.

A hipótese é formulada pela junção da pergunta delimitada com o conteúdo


da resposta em uma única frase. Por exemplo, à pergunta “o vírus da gripe
aviária é transmitido entre seres humanos”? Segue-se a resposta “há fortes
indícios de que isto não seja possível”. A hipótese formulada seria: “não há
indícios de que a gripe aviária seja transmitida entre seres humanos”.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  47

Pedagogia_1oPeriodo.indb 47 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 397 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

6.7 Formulação do objetivo geral


Nesta etapa, deverão ser apresentadas as expectativas do pesquisador
em relação aos resultados de sua pesquisa. Por isso, essa etapa pode ser
considerada a espinha dorsal do projeto, porque deve apresentar claramente
aquilo que se pretende com a pesquisa. Deve delimitar quais os aspectos a
serem abordados na investigação, esses aspectos sempre são formulados pela
junção de duas partes: uma ação a ser aplicada a um conteúdo. Deve-se
sempre usar um verbo no infinitivo.

6.8 Formulação de objetivos específicos


Para resolver o problema proposto pelo objetivo geral, é necessário subdi-
vidi-lo em objetivos específicos. Cada um dos objetivos específicos será uma
parte componente da redação final do texto. Portanto é necessária a organi-
zação dos objetivos específicos atendendo a quatro momentos:

a) levantamento dos componentes do problema;

b) transformação de cada um dos aspectos em um objetivo;

c) verificação da suficiência dos objetivos específicos propostos;

d) escolha da melhor seqüência lógica.

Ao atender os elementos propostos anteriormente, você estará expan-


dindo o entendimento à problemática do projeto de pesquisa. A construção
dos objetivos específicos norteia a construção do texto do seu projeto de
pesquisa.

6.9 Escolha dos procedimentos de coleta de dados (metodologia)


Neste tópico é importante listar as atividades práticas que serão reali-
zadas para a coleta dos dados com os quais serão formulados os raciocínios.
Portanto cada procedimento deve ser planejado de acordo com sua relação
com os objetivos específicos.

Deve-se apontar como será feita a coleta dos dados, se pesquisa de campo,
experiência em laboratório ou pesquisa bibliográfica. É evidente que isso fica
a cargo das opções do pesquisador.

Ao longo de sua caminhada no seio universitário, você se depara com


inúmeras oportunidades de testar seus conhecimentos. O desenvolvimento de
uma pesquisa acadêmica necessita de um projeto de pesquisa, um roteiro pré-

48  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 48 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 398 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

determinado que oriente o pesquisador durante a sua trajetória. Nesse roteiro,


destacam-se: a escolha do tema, a definição do problema, a justificativa pelo
qual passa sua pesquisa, seus objetivos e as possíveis conclusões.

6.10 Previsão dos recursos


Deve-se fazer a listagem dos recursos necessários para o desenvolvi-
mento dos procedimentos de pesquisa. É importante que, ao propor uma
determinada pesquisa, levem-se em conta os recursos já disponíveis para a
sua consecução. Caso contrário, corre-se o risco de não se alcançarem os
objetivos propostos.

6.11 Produção escrita do planejamento


Todas as fases anteriores fazem parte do planejamento intelectual. É neces-
sário registrar por escrito todos os passos até aqui pensados e, de preferência,
pedir a outras pessoas que dêem um parecer a respeito para detectar possíveis
lacunas ou equívocos.

6.12 Bibliografia
A construção e execução de um projeto de pesquisa não surgem do nada.
Pelo contrário, emanam da inquietação natural do ser em buscar respostas.
Entretanto, ao longo da pesquisa e mesmo no início, podemos nos “espelhar”
em pesquisadores que já tenham tratado do assunto. Surge aí a necessidade
de citá-los no projeto para dar sustentação científica ao que foi proposto.
Considera-se bibliografia materiais coletados em livros, revistas, Internet, leis,
anuários, jornais e uma vastidão de fontes de informação.

Síntese da aula
Como você viu nesta aula, o desenvolvimento de uma pesquisa acadê-
mica necessita de um planejamento, um projeto de pesquisa, um roteiro pré-
determinado que o oriente, como pesquisador, durante a sua trajetória em
busca de conhecimento. Nesse roteiro, destacam-se: a escolha do tema, a
definição do problema, a justificativa pelo qual passa sua pesquisa, seus obje-
tivos e as possíveis conclusões. Assim ao elaborar um projeto de pesquisa você
estará traçando o caminho que deseja seguir para alcançar as respostas que
o levaram a inquietar-se sobre determinado fenômeno.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  49

Pedagogia_1oPeriodo.indb 49 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 399 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

Atividades
1. Faça uma pesquisa no sítio do Google (www.google.com.br) sobre projetos
de pesquisa. Selecione um que se aproxime da linha de pesquisa em que
deseja desenvolver um estudo. Escreva um texto de até 15 linhas identi-
ficando, no projeto selecionado, os seguintes aspectos: tema, problema,
hipótese, objetivo geral e metodologia.

2. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda e marque a


seqüê­ncia correta.

Na construção de objetivos de um trabalho de pesquisa, o verbo indica os


diferentes graus de raciocínio, portanto:

(1) Conhecimento (  ) analisar, comparar, criticar


(2) Compreensão (  ) apontar, citar, conhecer
(3) Aplicação (  ) discutir, concluir, compreender
(4) Análise (  ) desenvolver, empregar, aplicar

A seqüência correta é

a) 1,2,3,4

b) 4,3,2,1

c) 3,2,4,1

d) 4,1,2,3

3. Utilizando o roteiro a seguir, elabore os cinco primeiros passos de um projeto


de pesquisa, a partir de um problema de relevância para seu interesse acadê-
mico: tema, problema, hipóteses, objetivo geral e objetivos específicos.

4. O problema é o núcleo em torno do qual se desenvolve uma pesquisa. Sem


problema não há pesquisa. Sobre o mesmo podemos afirmar que:

a) um problema de pesquisa não precisa responder a questionamentos


específicos como: por que? qual a causa? como acontece?;

b) em uma pesquisa científica só podemos abordar um problema em sua


extensão e nunca em sua profundidade;

c) o problema geralmente é uma necessidade humana, transformada em


uma pergunta, que deverá ser respondida pela pesquisa;

d) não há como identificar um problema de pesquisa sem antes fazer


uma revisão bibliográfica.

50  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 50 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 400 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

Comentário das atividades


Você já compreendeu os elementos fundamentais de um projeto de pesquisa.
Agora, para realizar a atividade 1, releia os tópicos da aula que tratam do
tema, do problema, das hipóteses, do objetivo geral e dos específicos. Nessa
atividade, conte com a colaboração do professor na interatividade, para a
busca de orientações e troca de idéias.

Na atividade 2, você percebeu que precisa retomar o texto dessa aula e


reler a forma de construção de objetivos gerais. A alternativa com a seqüência
correta é a letra (d), (4, 1, 2, 3), pois o verbo irá exprimir a real intenção
do pesquisador. Por exemplo, se você quer conhecer acerca de determinado
assunto, use “apontar, citar, conhecer”.

Para realizar a atividade 3, com certeza escolheu um tema relevante do


ponto vista acadêmico, profissional e social. Nessa atividade, conte com a
colaboração do professor na interatividade, para a busca de orientações e
troca de idéias.

Na atividade 4 você observou que a alternativa correta sobre o problema


de pesquisa é a (c), pois o problema é fruto de uma inquietação humana, algo
que não compreendemos e queremos estudar. Dessa forma, ele responde a
questões como: por que, qual a causa, como acontece? Além disso, podemos,
em uma pesquisa, analisá-lo em sua extensão e profundidade. O problema de
pesquisa é fruto de uma atividade intelectual e não precisa, necessariamente,
ser encontrado a partir de uma revisão bibliográfica.

Referências
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
MALDANER, Jair José et al. In: Caderno de conteúdos e atividades: curso
seqüencial em administração. Palmas, TO: UNITINS - EaD, 2005.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Cortez, 2004.

Na próxima aula
Ao final de um curso de graduação será exigido do acadêmico um trabalho
científico para demonstrar a aprendizagem alcançada ao longo do período de
estudo. A seguir, apresentaremos a você as informações necessárias para a
elaboração de trabalhos de conclusão de curso. Será apresentado um roteiro

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  51

Pedagogia_1oPeriodo.indb 51 20/1/2008 00:20:43

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 401 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 6 • Metodologia da Pesquisa Científica

sistematizado para que você se norteie na época da construção do seu trabalho


de conclusão de curso. Existem várias modalidades de trabalho de conclusão
curso como papers, resumos, monografias, artigo científico, TCC, etc. Das
modalidades evidenciadas, abordaremos as duas últimas.

Anotações



































52  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 52 20/1/2008 00:20:44

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 402 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

Aula 7
Artigo e TCC: normas de
elaboração

Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

• identificar os elementos constituintes do Trabalho de Conclusão de Curso


e do artigo científico;

• utilizar as normas da ABNT na elaboração de trabalhos acadêmicos.

Pré-requisitos
Você terá mais facilidade no acompanhamento desta aula se for capaz
de operacionalizar os aplicativos de construção de texto disponíveis em micro
computadores, como Word e Open Office. No sítio <http://www.bu.ufsc.br/
ArtigoCientifico.pdf>, você encontrará um esquema de elaboração do artigo cien-
tífico que lhe dará subsídios para melhor compreender a aula. Da mesma forma,
no sítio <http://www.unesc.net/intranet/index_camp.php?campanha=28>, o
TCC é o foco e as normas de elaboração que lá se encontram o ajudarão,
também, a ter uma compreensão antecipada dos temas desta aula.

Introdução
Ao iniciar a elaboração de trabalhos acadêmicos – artigos, monografias,
teses e dissertações – para a conclusão do curso de graduação, pós-graduação
etc., o acadêmico deverá estruturar um “projeto de pesquisa”, visto na aula 6.
Para tal, deve ter em mente um “assunto” sobre o qual deseja dissertar, assim
como um orientador que aceitará as responsabilidades e atribuições descritas
nas normas para elaboração do trabalho de conclusão de curso da Instituição
na qual o aluno está matriculado.

Não há, ainda, uma norma rígida que defina exatamente como um trabalho
deve ser formatado na Universidade. A ABNT, contudo, possui uma norma

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  53

Pedagogia_1oPeriodo.indb 53 20/1/2008 00:20:44

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 403 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

(NBR  14724) para apresentação de trabalhos acadêmicos caracterizados


como monografia, dissertação e tese. Nota-se que as normas estão em cons-
tante revisão. Antes de formatar o material produzido, verifique se há alterações
na norma, bem como faça as adequações à estrutura fornecida pela instituição
em que você está estudando. Vamos, agora, observar as normas da ABNT e,
em seguida, os passos para a elaboração do TCC e do artigo científico.

7.1 O corpo do texto


Antes de apresentar os elementos do trabalho científico, é conveniente
mencionar os padrões para a formatação dos documentos. O papel a ser
utilizado para a digitação do texto é o A4. Na construção do trabalho, reco-
menda-se usar fonte de tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para citações
longas (destacadas no texto, conforme será visto a seguir) e notas de rodapé.
Usa-se fonte 14 para os títulos de capítulos. Os títulos que aparecem na capa
e folha de rosto não devem ultrapassar o tamanho 18.

Recomenda-se o uso de fonte Arial ou Times New Roman. O importante


é que a fonte escolhida seja de fácil visualização. As margens das páginas
obedecem ao seguinte padrão: superior: 3,0 cm, inferior: 2,0 cm, esquerda:
3,0 cm e direita: 2,0 cm. Observe a imagem:

Títulos e subtítulos de seção devem ser separados do texto precedente e do


sucedente por duas entrelinhas duplas.

Na paginação do documento, deve-se seguir uma regra simples: todas as


páginas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas para a numeração
em algarismos arábicos, mas começa-se efetivamente a colocar a numeração
a partir da primeira página dos elementos textuais (introdução). No caso de
o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única

54  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 54 20/1/2008 00:20:44

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 404 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

seqüência numérica das folhas, do primeiro ao último volume. Havendo apên-


dice e anexo, as suas folhas devem ser enumeradas de maneira contínua e sua
paginação deve dar seguimento ao texto principal. A numeração é colocada
no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último
algarismo a 2 cm da borda direita da folha (NBR 14724, item 5.4).

7.2 Componentes do trabalho acadêmico


Para a apresentação dos trabalhos acadêmicos, seja ele resumo, resenha,
relatório, etc., devemos observar três requisitos lógicos estruturados: Introdução,
Desenvolvimento e Conclusão. Além deles, o autor deverá preparar uma apre-
sentação (elementos pré-textuais) e um fechamento (elementos pós-textuais) de
seu trabalho. Observe a figura a seguir:

Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met07.htm>. Acesso


em: 16 nov. 2007.

Nela você encontra os elementos pré-textuais – capa, folha de rosto, folha


de aprovação, dedicatória, agradecimento, epígrafe, resumo (em português

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  55

Pedagogia_1oPeriodo.indb 55 20/1/2008 00:20:44

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 405 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

e em inglês) e sumário; o texto – introdução, desenvolvimento e conclusão; e,


por fim, os elementos pós-textuais – referências, glossário e anexos ou apên-
dices. Alguns desses elementos são opcionais, de acordo com as necessidades
– capa, dedicatória, agradecimento, epígrafe, glossário e anexos. Outros
são obrigatórios – folha de rosto, folha de aprovação, introdução, desenvolvi-
mento, conclusão e referências.

7.3 Elementos pré-textuais


a) Capa: independentemente do nível do trabalho, a capa é obrigatória em
qualquer trabalho acadêmico, pois o identifica. Os elementos da capa são
os seguintes:

• nome da instituição em que o trabalho foi executado (opcional);

• título (e subtítulo, se houver) do trabalho;

• nome do autor;

• se houver mais de um volume, a especificação do respectivo volume;

• cidade e ano/semestre de conclusão do trabalho.

b) Folha de rosto: também conhecida como contra capa, contém informações


essenciais à identificação do trabalho e deve manter coerência de forma
com a capa. A folha de rosto deverá vir logo após a capa mostrando seu
anverso e deve conter os seguintes elementos:

• as mesmas informações contidas na capa;

• as informações essenciais da origem do trabalho;

• o nome do autor ou dos autores do trabalho.

c) Folha de aprovação: elemento obrigatório da monografia e de outros


trabalhos a serem submetidos à aprovação. Deve vir após a folha de rosto
e deve conter os seguintes elementos:

• nome do autor;

• título (e subtítulo, se houver) do trabalho;

• natureza;

• objetivos;

• nome da instituição;

• área de concentração;

56  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 56 20/1/2008 00:20:44

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 406 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

• data da aprovação;

• nome, titulação, assinatura dos componentes da banca e as institui-


ções de que fazem parte.

d) Dedicatória: elemento opcional, que vem após a folha de aprovação. Esse


elemento é de cunho bastante pessoal e, de certa forma, mostra um vínculo
de relação íntima ou de apreço.

e) Agradecimento: representa a revelação de gratidão àqueles que contri­


buíram na elaboração do trabalho. Também é um item dispensável, portanto
não existe um elemento básico normatizado; sua elaboração necessita de
criatividade e imaginação.

f) Epígrafe: também opcional. É a citação de uma frase de algum autor que


expresse, de forma consistente, o conteúdo do trabalho. A localização
fica a critério da estética do autor do trabalho. Deve vir acompanhada
do nome do autor da frase. Pode estar localizada também nas folhas de
abertura das seções primárias.

g) Resumo em língua portuguesa: elemento obrigatório em monografias, teses


e artigos científicos. Consiste em uma apresentação sucinta do conteúdo
do trabalho, permitindo uma visão rápida, clara e geral desse conteúdo
e das conclusões a que o autor chegou ao realizá-lo. O resumo deve,
portanto, permitir que o leitor decida sobre a necessidade de consultar ou
não o texto. Não possui título, sendo simplesmente indicado pela palavra
resumo, devidamente centralizada. Não é contado na numeração dos
documentos.

h) Abstract ou resumo em língua estrangeira: obrigatório em artigos cientí-


ficos destinados à publicação em periódicos especializados.

i) Sumário: conforme NBR 6027, é o último elemento pré-textual de caráter


obrigatório. Consiste na numeração das principais divisões, seções e
outras partes do trabalho com a indicação das respectivas páginas. As
divisões deverão ser elaboradas em números arábicos.

7.4 Elementos textuais


Os elementos textuais consistem no corpo do trabalho propriamente dito,
no qual o autor apresenta, desenvolve e conclui as idéias que constituem o
trabalho acadêmico apresentado. A matéria do trabalho é, portanto, exposta
pelo seu autor em três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  57

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

conclusão. Essas três partes estão logicamente encadeadas: na introdução,


anuncia-se o que se pretende fazer; no desenvolvimento, a idéia anunciada na
introdução é trabalhada sob a forma de capítulos. Na conclusão, resume-se
o que se alcançou e fecha-se o trabalho. Alguns autores defendem o uso do
termo Considerações Finais no lugar de conclusão. Veja, no sumário deste
caderno, o que destacamos neste parágrafo.

A introdução visa a contextualizar o trabalho acadêmico (transcorre sobre


que tipo de trabalho foi realizado, sua área do conhecimento e tema abor-
dado); apresentar o problema de pesquisa, cuja investigação e solução foram
tratadas ao longo do estudo; definir seus objetivos (geral e específicos) e limi-
tações (essas são opcionais); delinear o quadro teórico no qual o trabalho
foi desenvolvido; bem como apresentar uma indicação de sua importância
ou relevância, ou seja, em linhas gerais, a introdução pode ser considerada
como uma espécie de apresentação do trabalho. Não existe nenhum padrão
em termos de número de páginas, devendo a introdução ser elaborada de
maneira equilibrada em relação ao conteúdo do trabalho (ou seja, trabalhos
muito curtos não devem ser antecedidos por uma introdução muito longa.
Geralmente, os professores estipulam seu limite conforme a necessidade do
trabalho solicitado).

O desenvolvimento do trabalho é composto por tantos capítulos ou subtí-


tulos quantos se fizerem necessários para a solução do problema de pesquisa
ou trabalho. A grande maioria dos trabalhos acadêmicos exigirá a apresen-
tação de um referencial teórico, ou seja, uma revisão da literatura a respeito do
tema do trabalho, que pode ser dividido em tantos capítulos quantos se fizerem
necessários. Outro assunto a ser tratado refere-se às metodologias, nas quais
o autor classifica o trabalho de acordo com critérios previamente definidos e
apresenta os métodos e técnicas utilizadas para a coleta, análise e tratamento
dos dados da pesquisa. Mais elementos podem ser agregados de acordo com
as necessidades do trabalho. Em relação à apresentação dos capítulos do
desenvolvimento, é preciso lembrar que cada capítulo inicia uma nova página,
e que os capítulos podem ser divididos em seções. A numeração dos capítulos
e seções é progressiva e utiliza algarismos romanos ou arábicos, de acordo
com o critério estabelecido pelo autor. A numeração dos títulos deve ir até três
algarismos (1.1.1, por exemplo), não sendo aconselhável ir além disso.

A conclusão ou considerações finais consiste em um fechamento do trabalho,


em que os principais aspectos abordados são recapitulados resumidamente, e

58  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

as recomendações feitas são apresentadas sinteticamente. Aconselha-se evitar


apresentar questões que sejam polêmicas ou controversas na conclusão, expondo
somente os aspectos que possam ser considerados aceitáveis sem maiores
discussões. A conclusão do trabalho também pode apontar possibilidades de
estudos mais profundos ou outros problemas que possam vir a ser objeto de
análise pelo autor ou por outros pesquisadores, bem como as limitações do
estudo desenvolvido, caso não tenham sido apresentadas na introdução.

A NBR 14724/02 considera opcionais os aspectos referentes à impor-


tância, síntese, projeção, repercussão e encaminhamentos futuros de trabalho
na conclusão. Um aspecto que não pode ser esquecido: conclusões não
podem introduzir elementos novos no trabalho. Mesmo que corram o risco
de ser repetitivas, as conclusões devem apenas trazer o que já foi tratado
no trabalho.

7.5 Elementos pós-textuais


Os elementos pós-textuais são, na maior parte, elementos opcionais e
constituem-se de todos aqueles documentos cuja apresentação é conside-
rada, pelo autor, como importante para a compreensão do trabalho, mas
não tão fundamentais que exijam sua colocação ao longo do desenvolvi-
mento do mesmo.

a) Referências: são conhecidas até a revisão de 2000 da NBR 6023 como


referências bibliográficas. O título mais geral se deve ao fato de que,
hoje em dia, existem muito mais opções de obras que podem ser usadas
como referências, não somente os livros e textos impressos. As referên-
cias consistem em uma listagem das obras consultadas e citadas ao longo
do trabalho, apresentadas de acordo com os padrões definidos pela
NBR 6023/02, permitindo ao leitor identificar e consultar as fontes origi-
nais sobre as quais se baseou o trabalho. Veja exemplo no índice de refe-
rências bibliográficas, no início deste caderno de textos e atividades.

b) Glossário: apresenta palavras e expressões técnicas de uso restrito ou de


sentido obscuro, seguido de suas definições. As palavras devem ser apre-
sentadas em ordem alfabética, não devendo ser enumeradas.

c) Apêndices: apresentam textos ou documentos elaborados pelo próprio


autor do trabalho e complementam a argumentação desenvolvida por
ele. São identificados pela expressão APÊNDICES, por letras maiúsculas
consecutivas e por um travessão separando-os do título.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  59

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d) Anexos: são documentos não elaborados pelo autor e usados para funda-
mentar, comprovar ou ilustrar a argumentação dele. Seu sistema de identi-
ficação é semelhante ao dos apêndices.

7.6 Citações em documentos: definições e regras gerais


ABNT/NBR-10520
Citação é a menção, durante a escrita do texto, de uma informação colhida
em outra fonte. Pode ser direta, indireta e citação da citação.

a) Citação direta: compreende a citação textual de conceitos de um


autor consultado. Ex.: de acordo com as conclusões de Mattar (2003,
p.  169), “o prefácio é o primeiro elemento textual discursivo do
trabalho [...]”. Dessa forma, indicamos citações breves. Quando a
citação é longa, devemos fazê-la em outra linha, com recuo de 4 cm
da margem, na fonte 10 e sem aspas.

Ex.: Zotti (2004, p. 149) afirma que


a ênfase ao ensino dos símbolos da pátria, também, vinha ao
encontro da padronização imposta pela ditadura militar. [...] o
conteúdo do ensino primário deveria estar centrado na comuni-
dade, essa categoria mitológica pela qual a direita celebra a
coesão social e condena os diferentes e os desviantes.

b) Citação indireta: compreende a transcrição livre do autor consultado.


As citações indiretas ou parafraseadas dispensam o uso das aspas
duplas e do número de páginas.

Ex.: Os postulados ambientais mostram os princípios de que a Contabilidade neces-


sita atuar colocando os princípios contábeis no núcleo central da doutrina (NEVES;
VICECONTI, 2004, p. 245).

c) Citação da citação: configura-se em uma citação direta ou indireta de


um texto ao qual não se teve acesso no original.

Ex.: Zotti citado por Haidar (1972, p. 126-127) afirma que “a maior parte dos alunos,
após alguns anos de estudos regulares, abandonava o colégio e buscava apresentar
o ingresso nas faculdades tentando a sorte nos exames parcelados”.

60  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

Agora que você já conhece as normas técnicas da ABNT para a formatação


do trabalho acadêmico, deve observar que essas regras variam de tempos em
tempos. É preciso estar atento a essas mudanças e também, à maneira como a
sua Instituição de Ensino utiliza as normas de formatação.

7.7 O que é um Trabalho de Conclusão de Curso?


O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
constitui-se em uma atividade acadêmica que visa
à sistematização do conhecimento sobre um objeto
de estudo ou problemas relacionados com o curso
dos acadêmicos, desenvolvido mediante controle,
orientação e avaliação de um orientador. O TCC
pode ser de natureza prática ou teórica; inovador
em que pese a coleta e aplicação de dados bem
como a sua execução ou, ainda, constitui de
ampliações de trabalhos já existentes em que a
idéia central será contestada ou aprofundada. O
TCC poderá ser apresentado da seguinte forma:

a) por meio de um artigo sintético para ser publicado em algum periódico;

b) por meio de uma monografia com objetivos acadêmicos (monografia


de conclusão de curso), e de pós-graduação Lato Sensu, dissertação
de mestrado ou tese de doutorado;

c) na forma de um livro;

d) em apresentação oral.

Entre os TCCs mais usais, destacam-se aqueles exigidos para obtenção


de graus universitários Stricto Sensu, a saber, dissertação de mestrado e tese
de doutorado; para a conclusão de cursos de especialização (Lato Sensu), ou
ainda para a conclusão de curso de graduação. É comum a apresentação de
trabalhos acadêmicos também monográficos, muitas vezes chamados simples-
mente de monografias (monos = um só e graphien = escrever).

Na construção do TCC, deve ser aceitável que o acadêmico apresente um


texto que verse sobre partes de uma elaboração científica plena, tais como uma
pesquisa bibliográfica, uma pesquisa empírica, um projeto de viabilidade, um
estudo de caso, ou uma proposta ou avaliação de intervenção organizacional,
entre outras possibilidades.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  61

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7.7.1 Como escolher um assunto ou tema?

Para se chegar à elaboração do TCC, pres-


supõe-se que já se tenha definido uma idéia, um
tema ou assunto, sobre o qual será centrada a
investigação. Desde o início do TCC, deve-se
buscar harmonia com o orientador da pesquisa.
Para o sucesso da pesquisa, é conveniente
levar em consideração o interesse, preferências
pessoais, formação e conhecimentos prévios do
acadêmico, bem como originalidade e utilidade
do tema. A opinião, o conhecimento e a experi-
ência do orientador do TCC também devem ser
levadas em consideração.

O assunto ou tema do TCC pode surgir de situações pessoais, sociais, ou


profissionais. O interesse do acadêmico, por um tema que mereça ser desenvol-
vido na forma de monografia, surge das mais diferentes maneiras, entre elas:

a) interesses pessoais, experiência, ou indagação própria;

b) em função de seu trabalho;

c) momento profissional em que se encontra (mudança de emprego, por


exemplo);

d) leitura de outras obras, tais como livros e artigos de revistas especiali-


zadas de sua área de interesse;

e) consultas a catálogos de teses, dissertações e monografias em


geral, disponibilizadas de forma convencional nas bibliotecas e
via Internet;

f) troca de mensagens via Internet;

g) informações e dados obtidos em home pages/sites da Internet, sobre


livros e demais publicações disponibilizados por sites, livrarias, ou
bibliotecas acadêmicas on-line; entre outras.

Recomenda-se que o assunto, uma vez escolhido, seja delimitado para


que se possa aprofundar e aprimorar conhecimentos, aplicáveis a um pequeno
conjunto de fatores ou variáveis que compõem o campo de estudo abordado.
Ou seja, é preferível escrever de forma detalhada e consistente sobre poucas
coisas do que falar genericamente sobre muitas coisas.

62  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 62 20/1/2008 00:20:45

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7.7.2 Escolha de um assunto ou tema

Agora que você já possui as noções básicas para construir seu Trabalho
de Conclusão de Curso, gostaríamos de sugerir um modelo de fluxograma
para facilitar sua tarefa. Este modelo foi adaptado do livro Como fazer uma
monografia, escrito pelo professor Délcio Vieira Salomon:

Apesar de o fluxograma ser auto-explicativo, será oportuno destacar que:

• pesquisa empírica: é a pesquisa dedicada à análise experimental de


dados da realidade;

• pesquisa não empírica: é o raciocínio, o processamento da


informação;

• pesquisa bibliográfica: momento de coleta de informações relevantes


ao tema do TCC em livros, CD-ROM, sites, revistas e demais meios de
publicação. Note que toda pesquisa requer levantamento bibliográ-
fico para conhecer o que se pesquisou sobre o assunto;

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  63

Pedagogia_1oPeriodo.indb 63 20/1/2008 00:20:45

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• documentação: é a fase em que as informações coletadas na dife-


rentes etapas da pesquisa são registradas para balizar a construção
do saber na elaboração do TCC;

• crítica à documentação: nem todo material produzido deverá ser levado


a público na construção do saber. É a fase da crítica da documentação
que irá possibilitar a depuração da informação apreendida;

• redação e construção: é a fase de finalização de todo o trabalho de


pesquisa e levantamento de dados. Nessa fase as idéias são orde-
nadas em títulos, capítulos, gráficos, figuras, etc.

7.7.3 Sobre a revisão bibliográfica

Para a construção dos trabalhos de conclusão de curso, faz-se neces-


sária a revisão bibliográfica, ou fundamentação teórica do problema a
ser investigado.

Assim, identificada a problemática do trabalho, deve-se efetuar uma


pesquisa criteriosa sobre os diversos autores que abordaram, efetivamente,
tal temática. Essa pesquisa não se limita aos autores clássicos, devendo ser
estendida às teses e dissertações de mestrado e doutorado, bem como às
revistas técnicas e científicas, artigos de jornais e outros periódicos. A partir
da identificação desses autores, efetua-se um apanhado acerca dos limites
investigados por cada um dos autores pesquisados, apontando-se suas
conclusões, críticas e observações gerais.

Para o registro da bibliografia pesquisada, a formatação espacial está


normatizada na NBR 6023 de agosto de 2002. O arranjo das referências
deverá estar de acordo com o sistema chamado autor-data (em ordem alfa-
bética) ou numérica (em ordem numérica, como aparece no texto). Veja
alguns exemplos.

a) Quando a referência for de apenas um autor:

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasi-


leira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: J. Olympo,
1943.

b) Quando a referência for de vários autores:

COELHO, Aline Martins; REIS, Graziela; OTSUKA, José Kasuo. In:


Caderno de conteúdos e atividades: curso seqüencial em fundamentos
e práticas judiciárias UNITINS EaD. Palmas, TO, 2005.

64  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 64 20/1/2008 00:20:45

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 414 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

c) Quando a referência for de várias obras do mesmo autor citadas no


mesmo trabalho:

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasi-


leira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: J. Olympo,
1943. v. 2.

______. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural no


Brasil. São Paulo: Nacional, 1936.

A forma como o texto do trabalho de conclusão de curso vai ser estrutu-


rado já foi estabelecida anteriormente com relação às normas da ABNT.

7.8 O Artigo Científico


“Artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que
apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas
diversas áreas do conhecimento” (ABNT. NBR 6022, 2003, p. 2). A extensão
de cada artigo deverá ser de, no máximo, 20 (vinte) páginas, incluindo refe-
rências, ilustrações, gráficos, mapas e tabelas e deve obedecer à estrutura que
apresentaremos agora.

a) Identificação no alto da página incluindo:

• título do artigo – deve ser claro e objetivo, podendo ser comple-


tado por um subtítulo;

• nome(s) do(s) autor(es) – titulação máxima, instituição à qual se


vincula, e-mail (opcional), em nota de rodapé.

b) Resumo

É a apresentação sintetizada dos pontos principais do texto, desta-


cando os aspectos de maior interesse e importância. O resumo deve
apresentar, de forma concisa, os objetivos, a metodologia e os resul-
tados alcançados, não ultrapassando 250 palavras. Não deve conter
citações. “Deve ser constituído de uma seqüência de frases concisas e
não de uma simples numeração de tópicos. Deve-se usar o verbo na
voz ativa e na terceira pessoa do singular” (ABNT. NBR 6028, 2003,
p. 2). Deve, ainda, ser redigido em um único parágrafo.

c) Palavras-chave

São descritores, que identificam o conteúdo do artigo. O número de


descritores desejado é de no mínimo três e, no máximo, cinco.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  65

Pedagogia_1oPeriodo.indb 65 20/1/2008 00:20:45

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Observação: o resumo (abstract) e as palavras-chave (keywords) em


língua estrangeira moderna (inglês) devem obedecer aos mesmos
padrões de exigência em língua portuguesa.

d) Corpo do texto

O texto deve ser dividido em três partes:

• introdução: é nesse momento que serão apresentados conceitos


básicos, pontos de vista, uma breve justificativa abordando a
escolha do tema e destacando sua relevância para o que virá a
seguir no bojo do texto. É por meio da introdução que o leitor será
“seduzido” a continuar lendo o texto;

• desenvolvimento: nele está o cerne de todo o trabalho. Será


nesta etapa que os pressupostos enunciados na introdução
serão concretizados;

• considerações finais: utilizar citações somente quando forem indis-


pensáveis para embasar o estudo.

e) Referências

Devem ser organizadas e apresentadas em ordem alfabética de


acordo com o sobrenome do primeiro autor. Dessa forma, somente
as citações que figuram no texto devem ser referenciadas. Para
elaboração das referências, deve ser observada a norma NBR 6023
da ABNT, 2002.

f) Anexos e/ou apêndices

Não obrigatórios no conjunto do trabalho, mas evidenciam pontos


de referências ao logo do texto, complementam pontos de vista.
Nesta etapa, opte por incluir informações que são imprescindíveis
para o entendimento dos objetivos propostos ao longo da previsão
do trabalho.

Para concluir, as formas de elaboração do projeto de pesquisa, do TCC


e do artigo científico apresentadas nessa aula são um padrão, um modelo
legitimado por diversos autores. Porém cada Instituição de Ensino Superior
(IES) pode adotar normas próprias de elaboração do trabalho acadêmico,
mantendo algumas etapas que estão presentes aqui e elegendo outras que,
porventura, podem não estar presentes. Mais uma vez você deve estar atento
ao que a instituição adotou como modelo.

66  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 66 20/1/2008 00:20:45

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

Síntese da aula
Na nossa última aula, após compreender o que é conhecimento e suas
modalidades e perceber que o conhecimento científico é aquele característico
da sociedade moderna, você observou como, depois de cursar uma gradu-
ação, precisa apresentar como pré-requisito para diplomar-se, um trabalho de
conclusão de curso, que pode ser um TCC, um artigo e, em muitas instituições,
um projeto de pesquisa. Observou, também, que esses trabalhos científicos
devem ser formatados segundo as normas da Associação Brasileira de Normas
técnicas (ABNT), bem como as disposições reguladas pela instituição em que
você estuda. Portanto, os TCCs e os artigos científicos são trabalhos que o levam
à rotina de pesquisa e aprimoramento em assuntos pontuais inerentes ao curso
em conclusão. Todo saber aprendido e apreendido durante a carreira universi-
tária é colocado à prova durante a elaboração do TCC e do artigo científico.

Atividades
1. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) constitui-se em uma atividade
acadêmica que visa à sistematização do conhecimento sobre o objeto de
estudo ou problemas a serem investigados na sua área de conhecimento
e deve ser desenvolvido mediante controle, orientação e avaliação de um
orientador.

Sobre o TCC, é incorreto afirmar que:

a) ele é apresentado por meio de um artigo sintético para publicação em


periódicos;

b) a monografia é considerada um TCC;

c) este trabalho é de natureza apenas teórica;

d) neste trabalho existe o relatório de pesquisa.

2. O artigo científico pode receber diferentes classificações, conforme seu


conteúdo. Ele segue uma estrutura que é composta de título, autoria,
resumo, palavras-chave, introdução, corpo do artigo ou desenvolvimento,
conclusão e referências. Observando essa estrutura, preencha correta-
mente as lacunas a seguir identificando os elementos fundamentais do
artigo científico.

I. Descreve, de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente correta


a essência do artigo. É o ____________________________________.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  67

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

II. O _______________________ é uma descrição sumária da totalidade


do artigo, na qual se procura realçar os aspectos que serão deta-
lhados no desenvolvimento.

III. As _______________________________ são expressões ou termos que


indicam com maior precisão o conteúdo do artigo.

IV. A _____________________ tem a função de despertar o interesse do


leitor em ler o texto.

V. A _____________________ contém a provável resposta para o problema


proposto na introdução.

VI. O __________________________ constitui a descrição, ao longo


de vários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho
realizado.

A alternativa que corresponde à seqüência correta é:

a) introdução, desenvolvimento, conclusão, resumo, título, palavras-chave;

b) título, resumo, palavras-chave, corpo do artigo, introdução, conclusão;

c) título, resumo, palavras-chave, introdução, conclusão, corpo ou desen-


volvimento do artigo;

d) título, introdução, palavras-chave, corpo do artigo, resumo, conclusão.

3. Escolha um título e elabore, em seu caderno, com os dados da sua insti-


tuição, uma capa, uma folha de rosto, uma dedicatória e uma introdução
para o tema escolhido. Com esta atividade, você se familiarizará com os
elementos pré-textuais e textuais apresentados nessa aula e utilizando as
normas da ABNT.

4. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as assertivas a seguir.

(  ) A citação indireta é a transcrição livre do autor consultado.

(  ) A resenha será o resultado da pesquisa de campo realizada ao longo


do trabalho.

(  ) A citação da citação é utilizada para indicar que o texto entre aspas


não é de autoria do pesquisador citado.

(  ) A capa de um trabalho acadêmico deverá ser igual à folha de rosto


para melhor identificar o autor do trabalho.

68  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 68 20/1/2008 00:20:45

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Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

A opção que melhor retrata as assertivas anteriores é:

a) f, v, v, v

b) v, f, v, v

c) f, f, v, v

d) f, f, f, v

Comentário das atividades


Agora você já identificou os elementos constituintes do trabalho de
conclusão de curso, bem como do artigo científico e já aprendeu a utilizar
as normas da ABNT para estruturá-los. Você observou que, para concluir com
êxito a realização dessas atividades, foi preciso fazer uma releitura minuciosa
dos conceitos apresentados nesta aula, bem como selecionado um tema que
tenha relevância pessoal apresentado a você durante os períodos cursados.

Na atividade 1, você notou que diante das características do Trabalho de


Conclusão de Curso (TCC), vimos que o mesmo segue uma estrutura que deve
ser obedecida pelo acadêmico, vimos também que esse trabalho, além de ser
teórico, é prático.

A atividade 2 remonta aos elementos constituintes do artigo científico:


título, resumo, palavras-chave, introdução, corpo ou desenvolvimento do artigo
e conclusão.

Na atividade 3, você observou que precisa descrever os elementos pré-


textuais – capa, folha de rosto, dedicatória – e os textuais – introdução, desen-
volvimento e conclusão.

Na atividade 4, a única assertiva falsa versa sobre o conceito da resenha,


já que resenha será uma descrição minuciosa de um livro, de um capítulo de
um livro ou de parte desse livro, de um artigo, de uma apostila ou qualquer
outro documento. Assim a alternativa correta é a (b) (v,f,v,v).

Referências
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática.
São Paulo: Saraiva, 2003.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.

UNITINS/FAEL • PEDAGOGIA • 1º PERÍODO  69

Pedagogia_1oPeriodo.indb 69 20/1/2008 00:20:45

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 419 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________
Aula 7 • Metodologia da Pesquisa Científica

Anotações








































70  1º PERÍODO • PEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

Pedagogia_1oPeriodo.indb 70 20/1/2008 00:20:45

01 - PEDAGOGIA - 1º P. - 5ª PROVA - 20/01/2008 - Page 420 of 514 - APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________

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