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POTENCIALIZANDO A AÇÃO DOS TRABALHADORES DO SUS EM


UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Amaral, Eliana Maria Scarelli*;
Santos, Vanessa Cristina**;
Coutinho, Raquel Machado Cavalca***;
Garcia, Rosana Aparecida****.

INTRODUÇÃO: Dentre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a mais


debatida têm sido a Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids). Trata-se de
uma epidemia que ultrapassa fronteiras geográficas e sociais, exigindo novas
formas de enfrentamento. As equipes de saúde da família em geral trabalham
realizando ações de ação integral conforme a necessidade da população local,
porém mesmo assim, nota-se um anseio por parte dos profissionais da Saúde da
família para lidar com esse tema, pois de uma maneira geral, os trabalhos de
Educação em Saúde mostram-se fragmentados, descontextualizados da
realidade dos usuários. O referencial teórico utilizado para tal comunicação é
linear, técnico e normativo visando somente uma resposta considerada adequada
pelo emissor, além do enfoque na responsabilidade individual, a culpabilização da
vitima, e a facilidade de se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis
através de uma simples mudança de atitude. Por esta razão, muitas vezes a
informação não é totalmente compreendida. Devido ao limite de atuais projetos
verticalizados voltados para DST / Aids e que pouco impactam no cotidiano dos
serviços, um estudo que se proponha a realizar uma experiência em educação e
comunicação buscando conscientizar e sensibilizar trabalhadores da saúde com
relação a uma abordagem sobre o tema mais próxima das realidades das
usuárias do serviço é sem duvida, um estudo que impacta nos serviços de saúde.
Além disto, o atual incentivo financeiro dado pelo Ministério da Saúde à projetos
voltados para a área de DST / Aids e, que muitas vezes não é utilizado pelos
serviços de saúde, também demonstra outra relevância para um estudo como
este, que se propõe instrumentalizar e criar dispositivos para que os
trabalhadores da saúde desenvolvam projetos concretos, atuando como
multiplicadores e facilitadores do tema.
*Enfermeira professora doutora do curso de enfermagem da UNIP Campinas e UFTM Uberaba.
enfermagemcampinas@unip.br
**Graduanda do 8º semestre do curso de enfermagem pela Universidade Paulista – UNIP Campinas - SP
*** Enfermeira professora doutora do curso de enfermagem da UNIP Campinas.
**** Enfermeira Sanitarista Mestre em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências médicas da Unicamp
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OBJETIVO: Identificar as dificuldades e levantar estratégias para atuação dos


trabalhadores de saúde, na realização da abordagem de DST e AIDS aos
usuários de um serviço de saúde do SUS.

MET ODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo e exploratório, pois


tomacomo pressupostos que o objeto, as questões e os objetivos da investigação
são influenciados pela posição do pesquisador e sua opção metodológica. O local
de estudo foi um Centro de Saúde no município do Estado de São Paulo, que se
estrutura com as diretrizes da Saúde da Família. Para a coleta de dados foram
realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez trabalhadores da saúde, bem
como a utilização de outros espaços de debates. Foram exemplos de espaços
construídos para tais debates: “LabiSinto da DST/Aids”; “Teatro de Fantoches”,
“Grupos Focais com artesanato”, “Jogo de Tabuleiro Humano”. Durante a
pesquisa os instrumentos de coleta de dados utilizados permitiram que os dados
pudessem ser analisados de forma mais fidedigna. As informações coletadas
foram lidas e relidas exaustivas vezes. Levou-se em consideração a ideia
proposta por Minayo, 1998 onde considera que para fazer uma análise temática
faz-se necessário descobrir os núcleos de sentido que compõe uma comunicação
cuja presença ou freqüência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico
visado. Em termos operacionais, foi realizada a leitura flutuante do material
coletado, permitindo a impregnação pelo conteúdo. Nessa fase foi identificada a
saturação dos dados coletados, e considerado como alcançado a
representividade do universo pretendido. As informações foram recortadas do
texto, e separadas em unidades de registro que foram categorizadas em quatro
unidades de significado e alguns sub-temas. RESULTADOS: A partir da leitura e
análise do material, foram extraídas a seguintes unidades de significado: o pouco
preparo técnico/afetivo da equipe de saúde, pouca utilização da rede de recursos
sociais e baixo impacto de capacitações tradicionais para o preparo
técnico/afetivo dos profissionais, entre outros. A partir das dificuldades relatadas,
um processo educativo foi iniciado em parceria com o serviço, investindo na
potência dos sujeitos envolvidos enquanto futuros facilitadores e multiplicadores
“in-locu”. Ao longo da coleta de dados, observou-se desde a seleção dos sujeitos,
até o momento final da pesquisa o fato de que causava instigação nesses
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profissionais era a inquietação de sanar uma dificuldade que perspassava da


profissional e atingia o pessoal, o íntimo de cada um. Essas difculdades que
esses trabalhadores traziam consigo trouxe uma reflexão sobre essa vontade de
fazer o trabalho de forma singular, de se apropriar daquilo que não se têm
domínio. CONCLUSÃO: O resultado do estudo confirma que a (re) invenção dos
processos de trabalho incluindo o trabalhador da saúde enquanto facilitador e
mediador deste problema de saúde impactam em intervenções humanizadas. A
capacitação de profissionais com perfil diferenciado, livre de preconceitos e pré-
conceitos fez-se necessária, pois os trabalhos de educação em saúde tem
fundamental relevância na abordagem de DST e Aids. É essencial ao profissional
de saúde não ser apenas um transmissor de informações técnicas, mas estar
disponível para criar contextos de diálogo, de trocas e de construção conjunta de
formas de compreensão e enfrentamento das questões suscitadas por doenças
como estas.

PALAVRAS CHAVES: DST E AIDS, TRABALHADORES DE SAÚDE E CAPACITAÇÃO


PROFISSIONAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BORDENAVE, J. P. Estratégias de ensino aprendizagem. Petrópolis:
Editora Vozes. 1986.
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil . Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
• CAMPINAS (SP). Portal da Saúde de Campinas. Disponível online no
endereço www.campinas.sp.gov.br/saúde. Último acesso em : 07/05/2009..
• CARVALHO, S., GARCIA, R., & ROCHA, D. C. O Ensino da Saúde Coletiva
no Curso Médico da Unicamp: experiências inovadoras junto às unidades básicas
de saúde. Interface: Comunicação, saúde e Educação , (vol.10 n.20 de jul-dez de
2006).
• FERNANDES, H., HORTA, A.L.M. Percepções de alunas de graduação em
enfermagem sobre parcerias sorodiscordantes para o HIV/Aids. Rev Latino
Americana de enfermagem, julho-agosto; 13(4):522-9. 2005.

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