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Sueli PETERMANN2
Roberta DEL VECHIO3
Rafael Jose BONA4
UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo Da Vinci, Indaial, SC
UNIFEBE – Centro Universitário de Brusque, Brusque, SC
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
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Trabalho apresentado no NP Publicidade e Propaganda, do VIII Nupecom – Encontro dos Núcleos de Pesquisas em
Comunicação, evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
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Graduada em Design de Moda pela Unifebe – Centro Universitário de Brusque, Brusque/SC.
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Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, Especialista em Moda, Mestre em Educação.
Docente do Curso de Moda, Comunicação e Marketing da Uniasselvi e do Curso de Moda da Unifebe. Professora da
pós graduação do Instituto Catarinense de Pós Graduação-ICPG e Negócios da Moda - FURB. E-mail:
rovechio@terra.com.br
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Graduado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, Especialista em Cinema e Fotografia, Mestre em
Educação. Docente da UNIASSELVI, UNIVALI e FURB em Santa Catarina. E-mail: bonafilm@yahoo.com.br
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e especialmente no cinema, área que vem tornando-se cada vez mais, grande referência
para a criação da moda.
Este trabalho se concentra nos figurinos do cinema e faz abordagem sobre o
conjunto desses elementos que nos ajudam a construir as impressões que temos acerca
de um personagem. As pessoas se expressam por meio da linguagem da roupa, para se
inserirem em um grupo ou passarem seu estado de espírito e comportamento. A
indumentária, sempre esteve presente de formas diversas em todas as sociedades e
civilizações.
Hoje a vestimenta é vista exatamente ao avesso de sua simples função de
proteger o corpo, mas sim da vontade e do fascínio de se expressar por meio do modo
de vestir, da aparência, do se fazer ver e parecer ser.
É no campo do parecer ser, que as estrelas de Hollywood causam tanto fascínio.
Seja no cinema por meio de seus personagens, ou nas propagandas por meio de sua
presença, que a relação íntima entre personagens, figurinos e forma de ser, tornam-se
mitos modernos.
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De acordo com Gaiotti (2008), hoje os maiores sucessos da moda no cinema, são
os vestidos de festa, que, como num conto de fadas, transformam a mocinha numa
mulher maravilhosa. Em 1990, Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher com figurino
criado por Marilyn Vance e, em 2002, a atriz Jennifer Lopez no filme Encontro de
Amor, com um glamouroso vestido de chifom criado pelo estilista Bob Mackie.
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O cinema brasileiro não chegou a ditar moda, mas alguns estilistas criaram para
alguns filmes. O primeiro filme nacional com figurino assinado foi Moral em
Concordata, de 1959, que mostrava para o público o trabalho de estilista Dener
Pamplona. Para o filme Dener criou saias volumosas e acinturadas para uma corista de
boate (VITRINE CAPITAL, 2008).
A estilista Zuzu Angel, que até já virou tema de filme, teve seus dias de
figurinista em O Quarto, de 1968, do diretor Rubem Biafóra. Em 1996, o estilista
Ocimar Versolato fazia parte do seleto grupo da alta-costura quando aceitou vestir
Tieta, personagem de Sônia Braga no filme homônimo dirigido por Cacá Diegues
(GAIOTTI, 2008).
O que a maioria das atrizes/atores vestiam no cinema, acabavam nas vitrines das
lojas e nas passarelas das ruas e, não é somente o modo de vestir que se era imitado; a
maquiagem, a grossura dos lábios, a tintura e o corte de cabelo e até sua postura.
(LIPOVETSKY, 1989).
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Lipovetsky (1989) afirma que, ainda mais do que a beleza, a personalidade é que
se torna o imperativo soberano da estrela. As estrelas brilham e conquistam o público
essencialmente pelo tipo de homem ou de mulher que conseguem impor na grande tela:
Greta Garbo encarnou a mulher inacessível e altiva; Marilyn Monroe, a mulher
inocente, vulnerável, mas provocante e sensual; Catherine Deneuve, a sensualidade
glacial; já Clark Gable foi o tipo exemplar do homem cínico, eficaz e duro. ‘’Mostre-me
uma atriz que não seja uma personalidade e eu lhe mostrarei uma atriz que não é uma
vedete’’, dizia Katharine Hepburn. (LIPOVETSKY, 1989).
A estrela é uma imagem de personalidade construída a partir de um
físico e de papéis feitos sob medida, arquétipo de individualidade
estável ou pouco cambiante que o público reencontra em todos os
filmes. O star system fabrica a superpersonalidade que é a griffe ou a
imagem de marca das divas da tela. (LIPOVETSKY, 1989, p.214).
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para um editorial. Nesta cena, Miranda então discorre sobre a origem do azul da malha
de lã que Andy está usando, fala que aquela cor se chama “cerúleo”, e Yves Saint
Laurent, após muitas pesquisas, a desenvolveu exclusivamente para uma coleção. Claro
que depois disso, muitos outros estilistas já a utilizaram, e com o passar do tempo ela foi
parar em roupas nos mercados de massa, e agora Andy a está usando, provavelmente
comprada numa liquidação.
Um filme que tem a moda como pano de fundo, sempre atrai muita atenção para
as roupas de seus personagens. No filme O Diabo veste Prada, o figurino está
irretocável. Cada boina, cada par de botas, cada saia, cada suéter. Todas as roupas
combinam perfeitamente com o ator/personagem que as usam.
O filme O Diabo veste Prada, recebeu o título de “guarda-roupa mais caro” dos
últimos tempos para uma produção de cinema. O figurino que foi criado pela figurinista
americana Patrícia Field (famosa por ter vestido as personagens do seriado americano
Sex and the City, série que teve uma enorme influência na indústria da moda e que
transformou Sarah Jessica Parker num grandioso ícone-fashion), ultrapassou a quantia
de US$ 1 milhão de dólares.
Entre as grifes que emprestaram suas peças para o filme (peças de mais de 100
designers apareceram no filme), a Prada é um dos destaques. Mesmo não contendo
muitas de suas peças no filme, é ela que surge no título do mesmo. De acordo com
Patrícia Field, o filme não seria o que é se o título fosse O Diabo veste Polo. Na última
década a Prada virou um símbolo de poder. O filme rendeu a figurinista Patrícia Fields,
indicações ao Oscar e ao BAFTA na categoria de melhor Figurino.
O personagem de Meryl Streep foi inspirado em Anna Wintour, mas não foi nela
que a figurinista Patrícia Field pensou ao criar o figurino da personagem. Seu figurino
foi inspirado no estilo de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo.
Entre os destaques, há bolsas de US$12 mil dólares e casacos de pele de
aproximadamente US$ 40 mil dólares. Seu personagem tem mais de 40 looks diferentes
durante o filme.
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Muitas informações e fotos aqui contidas foram extraídas dos sites: RABISCO (www.rabisco.com.br) e UOL
(www.uol.com.br). Acessos intermediários no ano de 2008.
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