JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

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ENTÃO ESTE ESPAÇO É DEDICADO A SI!

UM DOS OBJECTIVOS DESTA PUBLICAÇÃO, É QUE ELA POSSA CHEGAR A TODA GENTE,
SEM BUROCRACIAS NEM DISCRIMINAÇÕES

PARA PODER CUMPRIR ESTE OBJECTIVO, NÃO PODEMOS TER ESPAÇO EM BRANCO!

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Parabéns Banda Filarmónica (1888- 2018) - ORGULHO DE PÍNZIO!

A Associação dos Amigos de Pínzio, deseja a Mais uma época festiva, desta vez foram as comemorações do seu aniversário…130 anos. Em 1888 foi fundada pela primeira vez. Mais
tarde nas décadas de 60 e 70 sofreu um interregno devido à forte migração dessa época. Em 1982, retomou novamente a sua atividade.
todos, um Feliz Natal e um próspero Ano 2019 Parabéns à Banda Filarmónica de Pínzio … o orgulho da nossa aldeia!
Que ele traga muita Saúde, Paz e Amor!
À CONVERSA COM… Padre Domingos Pereira 1918/2018 … um século … uma VIDA!
“Meu pai, Manuel Pereira Domingos, cresci a Chegar aos 100 anos é uma aventura…é uma
vê-lo Regedor que, ao tempo tinha a função Vida! Envelhecer assim é um privilégio! Chegar
de manter a ordem… Minha mãe, Ana aos cem anos é vencer os altos e baixos com
Vicência Ferreira, a senhora Aninha, como era certeza, e muitas histórias para contar!… Todos
conhecida no povo, foi um modelo de mãe os filhos felizes e emocionados, “agradecemos a
carinhosa e de mãos solidárias. Minhas irmãs Deus por conceder esta graça e podermos
Maria Alice, Clarinda e Rosa Maria foram as celebrar um século de vida da nossa mãe”….
companheiras do meu crescimento. Éramos Além dos filhos a aniversariante estava
uma família tradicional, muito unida. visivelmente feliz.

Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018

JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Agradecemos desde já todos os colaboradores
permanentes e às pessoas que já quiseram dar
o seu contributo.
É certo, que o jornal DIA20, só será uma
realidade, se houver pessoas que quiserem
partilhar connosco as suas vivências, crónicas,
fotos ou mesmo pequenas histórias reais ou
não. Por isso ficamos agradecidos a todos que
quiserem participar. Basta, para isso, enviarem
os vossos textos para o seguinte e-mail:
madalenajcabral@sapo.pt
ASSEMBLEIA GERAL
Madalena Cabral Sócia nº111 – Presidente
Beatriz Pina Sócia nº68 – Secretária
Rafael Fonseca Sócio nº46 – Secretário
Manuel José Dias Sócio nº37 – Suplente
José Almeida Sócio nº23 – Suplente
Victor Pina Sócio nº41 - Suplente
CONSELHO FISCAL
Luís Gonçalves Sócio nº15 – Presidente
Cidália Abrunhosa Sócia nº21 – Vogal
Luís Cabral Sócio nº33 – Vogal
Anabela Fortunato Sócia nº22 – Suplente
Susana Pires Sócia nº125 – Suplente
Abel Lopes Sócio nº69 - Suplente
DIREÇÃO
Jorge Pires Sócio nº4 – Presidente
Lisete Cardoso Sócia nº36 – Vice-Presidente
Elisabete Teixeira Sócia nº57 – Tesoureira
Ricardo Custódio Sócio nº168 – Secretário
Marisa Gonçalves Sócia nº196 – Vogal
Dina Lopes Sócia nº157 – Suplente
Luís Marques Sócio nº67 - Suplente
Márcia Parada Sócia nº56 – Suplente
Carlos Monteiro Sócio nº2 - Suplente
Ernesto Gonçalves Sócio nº62 – Suplente
CONTACTOS ÚTEIS
Número Nacional Socorro……………….……..….112
Junta Freguesia de Pínzio……………...271 947111
Posto Público de Pínzio……….……..…271 947131
GNR Pínzio ……………………………..…….271 947183
Farmácia Modena Pínzio……………..…271947257
Táxis de Pínzio…………………..………..…271947182
Pároco de Pínzio …………………….……..967924670
Correios de Pínzio …………….…….….…271 947111
Centro Saúde Pínzio………….…………. 271 947220
Credito Agrícola……………….………..….271 947850
Centro P. M Fátima (Lar)………….……271 940010
Centro de Saúde de Pinhel ……………271 413413
Câmara Municipal de Pinhel ……..….271 410000
Repartição de Finanças Pinhel…….…271 412281
Bombeiros de Pinhel …...……………….271 412211
EDP Guarda ………………………………….271 004400
ULS – Hospital Sousa Martins ……….271 200200
C.R. Seg. Social…………………….………..271 232600
PT Telecom ………………..………………..271 208300
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Nesta edição, o nosso Jornal atingiu a maioridade.
Pois é, já são 18! O que equivale a 6 anos consecutivos sem
interrupções trazendo e levando informação, recordações e
bom humor.
Nesta edição, dedicamos grande parte do nosso Jornal à nossa
Banda Filármónica que tanto nos orgulha e enaltece.
E por vários motivos: Este ano, a banda comemora 130 anos; O
Maestro Luis Mário, após 35 anos de dedicação, decidiu transferir a batuta;
Temos novo Maestro; Vai chegar ao fim o mandato do actual Presidente da
Direcção, Vitor Ferreira. Portanto, nada mais justo do que, também nós,
prestarmos homenagem.
Já na passada Feira das Tradições em Pinhel, o stand da Freguesia foi
maioritariamente dedicado ao aniversário da Banda, com direito a directo
televisivo na RTP.
Muito há a dizer acerca do Luis Mário, mas, ficou-me com a emocionante
despedida na Igreja de Pínzio, aquando do concerto e pelo facto de ele ter estado
35 anos ininterruptos na Banda. Já pararam para pensar no que são 35 anos!
Deixo uma dica aos leitores (incluindo a mim): Quando nos lamentarmos que já
fizemos muito ou que já estamos fartos e cansados, pensemos nos 35 anos do
Luis Mário.
Fica prometida para a próxima edição, uma entrevista ao novo maestro.
Em relação ao Presidente Vitor Ferreira, agradecer-lhe todo o seu empenho
durante os dois mandatos em que esteve à frente dos destinos da Banda. Sei que
deu o seu melhor, e o seu melhor foi muito! Desejo muito sucesso à próxima
direcção da Associação Cultural, pois é um trabalho que exige muita dedicação,
apesar de se pensar, muitas vezes, o contrário.
A futura Direcção, tal como a que agora cessa, poderá contar comigo e com a
ADAP para tudo o que estiver ao nosso alcance.
E voltei a ficar sem muito espaço para escrever mais!
Não percam as novidades da ADAP nas páginas centrais deste magnífico Jornal.
Votos de um Feliz Natal e próspero ano novo.
Vemo-nos novamente na décima nona edição deste Jornal DIA20 em Abril!
FICHA TÉCNICA
JORNAL DIA20
Diretor: Jorge Pires
Coordenadora: Madalena Cabral
Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral
Sede: Associação dos Amigos de Pínzio, Rua da Pontinha, nº 26, 6400-069 Pínzio
E-mail: adap.pinzio@gmail.com
Facebook : www.facebook.com/pages/Associação-dos-Amigos-de-Pínzio
Periodicidade: Quadrimestral
Design e Paginação: Ricardo Custódio
Impressão: Município de Pinhel
Tiragem: 250 Exemplares a preto e branco
Distribuição: Gratuita
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
BANDA FILARMÓNICA DE PÍNZIO – MEMÓRIAS QUE FICAM
Os anos que se seguiram foram muito diferentes, pois apesar da
inexperiência, da tenra idade para o cargo, sempre tive muito
presente na minha mente a responsabilidade que o cargo exige e
a dignificação da coletividade.
Durante estes 26 anos que dirigi a banda muito aconteceu.
Várias direções passaram, muitos músicos entraram, deram o
seu contributo e saíram já adultos, miúdos que quiseram
aprender, cresceram e entretanto já seguiram o seu rumo,
alguns como profissionais da música, dos quais muito me
orgulho e desejo os melhores sucessos.
Apesar de momentos excelentes de convívio, camaradagem,
aprendizagem, nem tudo foi fácil. A distância entre Pínzio e os
diferentes locais de trabalho que tive (vida de professor…) por
várias regiões do país foi sem dúvida uma dificuldade, muitos
quilómetros percorridos no intuito de poder acompanhar com
assiduidade o grupo que dirigia. As diferenças de idade dos
elementos que integravam na altura a banda, que por um lado é
muito saudável mas também proporcionava algumas
incompreensões. O terminar dos serviços (volta aos mordomos)
nas festas religiosas era por vezes o mais complicado e de
alguma “diversão”. Mas no dia seguinte pela madrugada, aí
estava tudo reunido à hora marcada, para mais um serviço.
Os tempos foram mudando e se, por um lado, a banda tem
melhorado a nível musical, também as dificuldades têm
aumentado. A desertificação do interior que leva cada vez mais
jovens para fora, os estudantes no ensino superior longe da
residência, os adultos obrigados a procurar emprego fora da
região e a luta constante com as novas tecnologias e interesses
externos próprios da juventude, são dificuldades com as quais
nos temos vindo a deparar com frequência.
O tempo não pára e aceleradamente chegamos a 2018, após
tantos serviços realizados com a filarmónica, primeiro como
UMA “FAMÍLIA … COM GRANDES LAÇOS DE AMIZADE!
Faço parte desta Grande Família que é a Banda
Filarmónica de Pínzio há cerca de duas décadas.
Ao longo deste tempo foram-me transmitidos
valores e conhecimentos que me ajudaram na
minha formação e no crescimento pessoal.
Por este motivo, quero agradecer publicamente
a todos os que contribuíram, ao longo destes anos, para a
continuidade da banda: membros da direção, sócios e músicos,
de uma forma geral.
Mais particularmente, agradeço ao Maestro Luís Mário, pelo
empenho, amizade e entrega total, desempenhando assim um
papel decisivo neste percurso e na articulação com a direção
desta associação. A este, ao Sr. Amadeu Fortunato, ao José
Joaquim Dinis e Vitor Ferreira, que assumiram a liderança dos
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
jovem músico e mais tarde como maestro, eis que um simples
concerto de aniversário como tantos outros, se tornou no mais
difícil de dirigir.
Por momentos, a concentração, a audição melódica e harmónica,
como que teimavam em “fugir”… para outros contextos
emocionais.
Estou convicto de que tudo o que fiz, embora nem sempre
compreendido, teve como objetivo, o crescimento da
coletividade, a promoção de um convívio saudável entre todos, a
dignificação da música, em resumo… a defesa da Banda
Filarmónica de Pínzio e de todos os que a integram.
Ficaram alguns projetos por concretizar, entre os quais destaco
dois: a gravação de CD/DVD e a construção da nova sede da
Associação Social, C. R. e Desportiva de Pínzio, que incluísse
também a construção de um auditório digno para a realização de
diversas atividades, musicais, sociais e culturais. A ausência de
um espaço deste género impossibilita o desenvolvimento de
projetos e a realização de atividades sócio culturais. Já foram
dados alguns passos e desenvolvidos esforços nesse sentido,
nomeadamente a aquisição de terreno. Aguardamos pelo apoio
e cumprimento de promessas…
Termino, agradecendo à Associação Social, C. R. e Desportiva de
Pínzio/Banda Filarmónica pela oportunidade, a todas as
direções/órgão sociais da mesma, músicos, sócios, simpatizantes
com quem tive oportunidade de colaborar e conviver. A todas as
associações e entidades que colaboram e apoiam a
continuidade, bem hajam.
Por todos estes anos e porque uma parte da minha vida foi
passada naquela sala de ensaio e/ou ao serviço da associação,
por tudo o que recebi e dei à coletividade, onde quer que esteja,
a Banda Filarmónica de Pínzio será sempre reconhecida por mim,
como a minha BANDA!
Luís Mário Gonçalves
vários mandatos, expresso o meu respeito pela coragem de
saírem das suas zonas de conforto e trabalharem em prol da
associação (à qual pertencemos), ajudando a levar mais longe a
música e o nome de Pínzio.
Agora, com a saída do Maestro Luís Mário, cabe-nos agradecer
ao novo Maestro Carlos Ferreira por aceitar este desafio,
entusiasmar os músicos e nos fazer acreditar que é possível
elevar a qualidade musical da banda e dar continuidade a este
grande projeto, fortalecendo a amizade e o espírito de
camaradagem, como se deste grupo fizesse parte também há 20
anos.
Por fim, e não menos importante, o meu bem-haja às gentes de
Pínzio por nos receberem e fazerem sentir em casa. Aqui se
criaram fortes laços de amizade e recordações que certamente
acompanharão cada um de nós para a vida.
Joaquim Miguel, percussionista da B. F. Pínzio
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BANDA FILARMÓNICA DE PÍNZIO – MEMÓRIAS QUE FICAM
A 21 de novembro de 1888 nascia em Pínzio a
coletividade em que muito provavelmente
participaram o maior número de residentes e
simpatizantes da música da freguesia e que
mudou o rumo da vida a muitos dos que por lá
passaram – Banda Filarmónica de Pínzio.
Conta já 130 anos de muita atividade, com
interregnos, com momentos bons, com períodos de dificuldade,
mas sem dúvida uma mais valia para todos os que passaram por
lá, uma escola da vida e uma entidade de grande valor para a
freguesia e região.
A minha aventura nesta coletividade e no mundo da música
começa por volta de 1983 aquando do recomeço da filarmónica,
pois tinha parado a sua atividade devido à falta de elementos,
fruto da forte emigração que se verificou algumas décadas antes.
“Pai, quero ir pra música”, foram estas as minhas palavras que
acabaram por me levar para a banda a aprender as primeiras
notas e arrastar também o meu pai para lá, pois enquanto
esperava, lá acabou também por aprender umas “notinhas” e
tocar contrabaixo (tuba em MIb) durante 25 anos, tendo
também assumido funções em várias direções da coletividade
durante os anos sequentes.
Lembro-me dos primeiros professores, duas pessoas muito
distintas, o Sr. Luís Pires Gonçalves, responsável pelo novo
arranque da filarmónica, que aprendeu um pouco das notas e
figuras musicais para nos poder transmitir, e o Sr. Manuel Abel,
senhor de idade (com a sua velhinha samarra) que tinha sido
músico e “mestre”, como se designava na altura, da filarmónica
antes da sua “pausa”. Era na pequena casinha da música, como
assim lhe chamavam, que íamos todos os fins de semana,
primeiro “rezar” o solfejo do Freitas Gazul e mais tarde começar
a soprar num instrumento.
Por esta altura estava a ser construída a IP5, que trazia muitos
trabalhadores de fora, e é entre eles que aparece o Sr. Costa,
músico da Banda de Santar, que tocava saxofone. É numa das
visitas ao nosso ensaio e no meio de uma quantidade de sons
misturados, vindos dos diferentes instrumentos, que este senhor
me chama para a rua e junto ao ribeiro, num ambiente mais
sossegado me diz: “se quiseres aprender a tocar saxofone eu
ensino-te”. Foi então que comecei a soprar para o velhinho
saxofone soprano (ainda com a palheta na boquilha virada para
cima – os entendidos, sabem o que estou a dizer) e tocar as
primeiras escalas. Recordo-me da minha primeira
cantiga/melodia que consegui tocar, “Naquela linda manhã….”
Escrita numa folha branca com pautas desenhadas com caneta e
régua (que ainda hoje guardo) pelo tal Sr. Costa, que passado
pouco tempo deixei de ver.
Pouco tempo depois, é convidado o Sr. Ângelo Margarido que
tinha dirigido durante algum tempo a extinta banda da Cabreira.
Fizemos uma pequena arruada em Pínzio e Cheiras. Foram os
primeiros desafios, ainda sem saber muito bem o que andava a
fazer. Entretanto, a notícia começa a passar pela região: “A
Música de Pínzio está outra vez a tocar” e aparece o convite para
a nossa primeira saída fora de portas, Cerdeira da Côa. Foi aí que
fizemos a arruada e procissão, com apenas duas marchas (ainda
não tínhamos tido tempo de aprender mais) Portugal tão lindo e
Deus nos Salve. Entre foguetes e mais uma batida daqui outra
dali, foi um dia importante para todos.
A banda estava a tocar e era preciso alguém com mais
conhecimentos musicais e experiência para ocupar o lugar de
“Mestre”.
É então que o Sr. Ângelo contacta o Sr. Manuel Niné para
assumir a responsabilidade do cargo e que se manteve até ao
verão de 1992.
Palavra passa palavra, e os convites para a banda tocar nas festas
religiosas surgem em grande número. Destes tempos mantenho
muitas e muitas recordações e peripécias que só nestas
coletividades acontecem e que dificilmente se apagam. Poderia
relatar imensas, no entanto, partilho algumas que já mais
esquecerei. Nesta época, festas que não tivessem foguetes não
era festa. É com estes, que acontecem algumas situações
caricatas, desde, em Cidadelhe cair um foguete num galinheiro
quando a banda passa e lá vão os galináceos em alvoroço para o
meio dos músicos. Nas Freixedas (se a memória não me falha)
uma cana de foguete cai na cabeça de um dos nossos músicos
que tocava trombone, fazendo uma pirueta, valeu o chapéu. No
Roque (Pinhel), era bombeiro o Sr. José Monteiro, quando
durante a procissão lhe rebenta o cinto das calças, e com o andar
um tanto ou quanto “esquisito” na tentativa de estas não irem
ao chão, este diz no meio de alguma risada entre os músicos
“senhor mestre, podia perder as calças, mas não perdi
pancada!”. Não me esqueço também da dupla fantástica da
“Pancadaria” – como assim lhe chamavam na época à percussão,
refiro-me ao Alberto Dinis e ao Joaquim Miguel (que
recentemente partiu) que apesar de amigos, andavam sempre
como o “cão e o gato”. Então, numa passagem musical, em que a
maceta deveria tocar no prato, quando em jeito de brincadeira
provocatória, o bombeiro, em vez de acertar no prato, aponta
mesmo ao relógio do colega, estava a confusão instalada para o
dia todo! Ato que teve a devida retaliação nos tempos seguintes!
Mais recentemente e eu já com funções de maestro, ninguém se
esquece aquando do regresso do almoço para a tarde na festa de
Algodres, o nosso velhinho autocarro resolve pregar mais uma
partida. E agora? Como vamos para a festa? Estão à nossa
espera…. É então que passa um camião de “transporte de
animais vivos” e…. não há tempo a perder! Para surpresa de
todos os que aguardavam pelo início do concerto, chega o meio
de transporte ao recinto das festas, e com espanto, de onde
normalmente ”descarregava gado”… lá estão os músicos a sair,
risada total.
Tínhamos que ser polivalentes e envolvente numa energia de um
jovem que tentava que nada falhasse nos serviços, também não
me esqueço de um dia de festa em que o motorista do autocarro
não apareceu. Preocupado e decidido a resolver, digo para todos
“aqui não ficamos, vamos embora que eu conduzo o autocarro”,
todos ficaram incrédulos, principalmente os de mais idade. Tudo
correu bem, apesar de uma travagem ou outra mais violenta.
Após a saída do maestro Manuel Niné, a direção convidou-me
para assumir novas funções. Fiquei muito surpreendido e
reticente, pois tinha começado a estudar música no
conservatório da Guarda mas não tinha formação de direção de
banda. Um pouco forçado, lá acabei por aceitar o novo desafio,
tendo feito o primeiro serviço na festa de Stº André de 1992.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
FOI EM 1888… HÁ 130 ANOS
O orgulho da nossa aldeia, está de parabéns!
Mais uma época festiva… desta vez foram as comemorações do
aniversário da Banda Filarmónica de Pínzio. Este ano comemorou
130 anos, pois foi em 1888 que ela foi fundada pela primeira vez.
Mais tarde nas décadas de 60 e 70 sofreu um interregno devido
à forte migração dessa época. Em 1982, retomou novamente a
sua atividade.
Foi um dia de um novo ciclo na vida da Banda Filarmónica de
Pínzio… Cessou funções de maestro o professor Luís Mário e
iniciou o maestro professor Carlos Ferreira.
A Associação Social Cultural Recreativa e Desportiva de Pínzio,
tem espaço próprio, no Jornal DIA20.
Transcrevemos aqui algumas passagens de edições anteriores,
homenageando a nossa tão querida Banda Filarmónica.
Luís Pires Gonçalves, um dos principais elementos que participou
e se empenhou de corpo e alma, no renascer da Banda
Filarmónica de Pínzio, salientou na 11ª edição:
“Quero aqui e agora agradecer a todos, os que comigo
colaboraram, porque a eles se deve o sucesso deste projeto.
Jovens e menos jovens que acreditaram e depositaram em mim
total confiança, numa caminhada que, para alguns, não passava
de uma fantasia do meu imaginário.
Ontem, tal como hoje, dá-se pouco valor à força da juventude e
ao saber dos mais velhos. Não tenho dúvidas, foram estes jovens
que fizeram a diferença… Nessa altura ainda não tínhamos farda
e decidimos improvisar, vestirmo-nos todos de igual, de forma a
parecer uma farda. Quem não tinha casaco, camisa ou gravata
pediu emprestado. Para as raparigas foi mais difícil, pelo que
decidimos comprar boinas e tecido azul-escuro e cada uma,
mandou fazer as calças.
Só mais tarde, com a ajuda do povo, através de donativos que
fizemos nas ações de rua, e quando recebemos um subsídio da
DGD da Guarda, para construção do campo de futebol, é que fui
ressarcido desse valor.
…. É de sublinhar o empenho, a dedicação e o esforço que estes
elementos demonstraram. Acarinhados e aceites por esta
juventude, que lhes reconhecia valor, trouxe-lhes uma nova
alegria, um novo sentido e esperança de vida.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Ao senhor Manuel Abel o meu mais profundo sentido de
gratidão. Foi, sem dúvida, de todos, aquele que mais sentiu este
projeto, completamente embriagado nesta paixão, entregou-se
de corpo e alma, mesmo com todas as suas dificuldades físicas,
acompanhava-nos para todo o lado. Era ele que preparava as
lições de solfejo, e me entregava, para eu ensinar ao grupo no
sábado seguinte. Todos os fins-de-semana me entregava uma
nova lição para eu estudar, durante a semana.
Após um ano e meio de solfejo em sala, e aproximadamente
meio ano a aprender a escala dos instrumentos, era chegada a
hora do novo passo.
Atualmente liderada pelo elemento mais jovem Luís Mário,
representando hoje, o melhor e maior cartão-de-visita, da nossa
terra... Por fim o meu maior reconhecimento é para os mais
novos e a sua indiscritível força, coragem e vontade de vencer.
…… ”
O professor Luís Mário, ex-maestro da Banda Filarmónica de
Pínzio no artigo À Conversa com… na edição nº 5 referiu: “Espero
que a Banda continue a prestar o serviço cultural que tem
prestado durante todos estes anos de atividade, levando o nome
da freguesia e concelho bem longe …é das coletividades mais
antigas e com atividade permanente do concelho de Pinhel. A
escola de música, apesar das dificuldades, continue a oferecer
um ensino gratuito ou com custos simbólicos, de forma, a
possibilitar a sua frequência a todos aqueles que queiram
aprender música sem qualquer tipo de constrangimento.
Essencialmente que continue a colaborar com as outras
instituições da freguesia e que não seja esquecida pelas
entidades competentes … Aos músicos, digo que continuem a
fazer parte deste grupo fantástico, com momentos bons e outros
menos bons como tudo na vida, paciência, sacrifício e que deem
sempre o melhor. Que acolham bem e apoiem os recém-
chegados e músicos mais novos transmitindo os nossos ideais e o
que nos carateriza. Que se divirtam através da música e do
companheirismo.
Às famílias e comunidade em geral, que apoiem os filhos e todos
aqueles que querem integrar o nosso grupo. A aprendizagem de
um instrumento musical é uma mais-valia na educação e
formação pessoal, assim como todo o desenvolvimento cognitivo
que daí advém.
Todos podem participar e colaborar, se acha que não tem “jeito”
para tocar um instrumento musical, pode integrar os órgãos
sociais da direção, participar nas atividades promovidas, etc. ”
José J. A. Dinis escreveu na 12ª edição: “Um feliz acaso revelou-
nos, há alguns anos atrás, a escritura da Sociedade Filarmónica
de Pínzio de que possuímos cópia.
Ficámos assim a saber que foi criada em 21 de novembro de
1888. Seria interessante perceber como terão sido esses anos do
final do séc. XIX para a recém-criada Sociedade Filarmónica de
Pínzio, constituída, na sua totalidade, por gente muito humilde
da nossa terra. Gente muito pobre a quem sobrava em trabalho
o que faltava em recursos ….
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FOI EM 1888… HÁ 130 ANOS BAU DAS RECORDAÇÕES

Apesar de tudo, a Banda Filarmónica de Pínzio atravessou esse
final de séc. XIX, todo o séc. XX e continua a ser motivo de
orgulho para a nossa terra. Houve um interregno de cerca de 20
anos, desde o início dos anos 60 do século XX até 1982, ano em
que viu, de novo, a luz do dia.”
Na 16 edição Jornal DIA20 o Marco Aragão referiu: “Nos dias de
hoje faz-se sentir a desertificação do nosso interior e, a nossa
banda, mais concretamente a escola de música que a ela está
afeta, ainda mais sente isso, pois os miúdos e jovens que nela
podem ingressar, cada vez são menos.
Também o ritmo de vida, que atualmente vivemos, torna cada
vez mais difícil o funcionamento de uma pequena banda
filarmónica de uma aldeia, neste caso a nossa.
É preciso boa vontade para conseguirmos levar este projeto a
bom porto, no entanto não basta, é necessário o empenho
também da nossa população para que assim se consiga levar o
nome da nossa aldeia, Pínzio, a outros locais sempre com orgulho
e com a honra de dizermos: Pínzio tem uma boa banda… é com
este espirito que nos gostamos de apresentar e sabemos que a
nossa aldeia tem orgulho na sua banda.”
Ficam aqui os sinceros parabéns a todos que os que direta ou
indiretamente e ao longo dos anos, participam e colaboram na
Banda Filarmónica de Pínzio, principalmente aos músicos que se
empenham tantos nas aulas, como nos ensaios, em concertos,
procissões, nas arruadas e em todas as atividades, muitas vezes
com sacrifícios!

Foto do ano 1950 que foi cedida pela Srª Isabel Monteiro, filha de um músico desta época,
Joaquim Monteiro. Na 1ª fila da esquerda para direta - José Oliveira no Contrabaixo; António
Lucas no Saxofone Alto; Joaquim Monteiro no Bombardino e Manuel Caramelo no Contrabaixo.
Do lado esquerdo - José Lucas no Cornetim; mais atrás à direita está José Martinho no Clarinete
(não sei qual deles é). Na 2ª fila lado direito - António Alves Moita no Bombardino (este senhor
ainda chegou a tocar na banda com o ex-maestro Luís Mário por volta de 1986), mais para trás no
Clarinete está Arnaldo Agostinho (que também tocou ainda bastante tempo depois da renovação
da banda que não sabia ler música, apenas tocava de ouvido) Na última fila tínhamos a percussão:
no bombo José Monteiro (que também tocou após a renovação em 1984 e anos seguintes) na
Caixa o Adérito e nos Pratos o Joaquim Lucas. Por último, o mestre Manuel Abel que está fora do
grupo, a tocar Requinta (junto das crianças).

FESTA DE SANTO ANDRÉ 2018

Chegou ao fim mais um ano de Festa de Santo André. A mordomia, em

primeiro lugar, quer agradecer a toda a população que esteve presente
nas festividades e que ajudou a realização da mesma! Do fundo dos
nossos corações sem vocês não seria possível.

É de facto um orgulho imenso em contribuir um pouco para o bem estar

de Pínzio ao fazermos algo que todos gostam. Desde os tradicionais
jogos de sueca, ao baile, á missa e procissão até ao lanche convívio. O
nosso objetivo sempre foi continuar a tradição e que todos sentissem
vontade de se deslocar ao pavilhão, e por isso muito obrigado a todos!
Não deixar de agradecer a nossa fantástica Banda Filarmónica que como
sempre teve um papel especial nesta festa mas também claro a todos os
artistas presentes. Hi-Fi e Batuufole.

Desejamos assim muito boa sorte para a mordomia que se segue e

queremos que saibam que estamos cá para o que for preciso, porque
Pínzio é isto, ajuda e companheirismo. O mais importante, nunca
deixemos morrer a tradição!

Para o ano, caberá aos novos mordomos, Mariana Pires, Carolina Pina,
Miguel Gonçalves, Daniel Calado, Tiago Gonçalves e Tomás Calado,
organizarem a festa, que começa na próxima fogueira de Natal. Esta foto do ano 1960, saiu do Baú da D. laurentina Bilro…. Moças com cerca de 20
Os mordomos 2018: Ângelo Santos, Sara Miguel,
anos de idade Da esquerda para a direita: Maria Lourença, Maria Paixão (a mais velha)
Diana Pereira e Luís Salomé
Fernanda, Julieta, Inácia.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018
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SEM PACHORRA PARA COISA NENHUMA!
Cá estamos de novo contribuindo para que esta
iniciativa perdure no tempo. É certo que nem
sempre bem interpretados e “amados” mas
vai-se à feira com o burro que temos.
Estamos em fase Natalícia e as palavras paz,
tolerância e amor devem sobressair muito
acima de tudo o resto.
Fazendo um zoom sobre a sociedade, verificamos que o País
atravessa uma fase conturbada.
Em Janeiro o novo e último orçamento desta legislatura entra
em vigor e há que reivindicar, bater o pé por melhores salários e
melhores regalias, mesmo sem se importarem se na casa ao lado
há, ou não, pão para por na mesa.
É caricato verificar serem as classes mais bem instaladas, as que
mais protestam. Juízes, professores, funcionários ferroviários,
forças de autoridade, oficiais de justiça, enfermeiros, médicos,
etc. etc., tudo a protestar.
Parecemos um “estaleiro” de protestos.
No fundo a vida está para aqueles que vivem à custa dos
impostos de todos os portugueses. Faltam quando querem,
metem baixa para apoio à família, pois a Lei permite até 1 mês
por ano, sem constrangimentos. Podem fazer greve sem o patrão
os pôr de ponta, no fundo podem “gozar” com a sociedade que
nenhum mal lhes bate à porta. Então e o simples cidadão que
mês a mês estica o salário para chegar, que não leva a família a
jantar fora porque não têm sequer o que por na mesa de casa,
aqueles que o almoço, na pausa do trabalho, é uma marmita que
levam de casa, não tem direito a ter uma vida digna?
Não têm direito também a reivindicar por melhores condições de
trabalho e vida. Será que a riqueza amealhada não deve ser
repartida por todos e em especial pelos mais necessitados?
Se esta teoria está errada, para que servem os peditórios da
Cáritas, do Cancro, os bancos alimentares contra a fome, etc,
etc.?
Expliquem-me como se eu fosse muito burro!
Não sou de todo contra as reivindicações mas sim contra o
“chapa ganha, chapa gasta”.
Deveríamos pensar no futuro para gradual e ponderadamente
distribuir parte da riqueza amealhada. Só assim poderemos
levantar a cabeça e seguir em frente.
Quanto àquilo de que gosto, prevejo uma vida nada fácil.
O Benfica após atravessar um período conturbado, está a
assentar. À hora de escrever estes rabiscos registo mais uma
vitória estrondosa, somando mais 3 pontos na taça da liga. Os
outros, também não estão mal e não me custa nada reconhecer
a ténue valia do Sporting com um futebol apoiado. Já o Porto,
por certo, devido às condições atmosféricas, o VAR, nos jogos
complicados, avaria. Porque será? Esperemos que os
responsáveis por estas situações, a tempo, saibam pôr ordem na
casa e portões novos no centro de estágio dos árbitros
profissionais. Só assim a verdade desportiva pode existir.
Mas descendo à terra, quero felicitar a Associação dos Amigos de
Pínzio pela festa de S. Martinho (que o ano passado referi aqui,
que deveria haver e em boa hora acataram a chamada de
atenção); Felicitar a Associação da Banda Filarmónica na pessoa
do seu novo maestro e futuro(a) Presidente a eleger
brevemente; Felicitar a Junta de Freguesia por ter tomado a
responsabilidade de promover a festa de S. Sebastião/S. António,
no último verão; Felicitar os mordomos de S. André pela
iniciativa e sucesso obtido. Isto sim são notícias boas e que nos
alegram a vida. Isto sim, é que nos enche de alegria e satisfação
de ser filhos de uma aldeia “perdida” no interior de Portugal.
Não posso escrever muito para dar espaço às prendas que irão
surgir nesta edição.
Resta-me desejar a todos os meus amigos, amigas e outros, um
feliz Natal e um ano Novo cheio de prosperidade.
Façam favor de ser felizes, como diria o Raul Solnado.
Ernesto Gonçalves
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
1918/2018 … um século…uma VIDA!
O tempo passa num ápice!
Nasceu a 15 de outubro de 1918. A bebé
chamava-se Laura Pires d`Aragão e nasceu em
Pínzio. Agora é uma “jovem” com um século de
vida!
Chegar aos 100 anos é uma aventura…é uma
Vida! Envelhecer assim é um privilégio! Chegar aos cem anos é
vencer os altos e baixos com certeza, e muita histórias para
contar!…
A D. Laura é a mais idosa “jovem” da aldeia de Pínzio. Esteve
casada 57 anos, com João Afonso e tiveram seis filhos. Neste
momento os seus cinco filhos o Luís, o António, a Maria, o José, o
Manuel, os nove netos e onze bisnetos e a população em geral,
estão todos felizes e orgulhosos!
Foi para França a salto, como era normal nessa época, onde
viveu mais de 30 anos. Trabalhou pouco tempo numa fábrica de
peças de automóveis, e o restante fez limpezas em escritórios e
em «casas das senhoras», como ela nos contou.
Regressou a Pínzio em 2010, e esteve na sua casa um ano e neste
momento é utente do Lar Mensagem de Fátima em Pínzio há
cerca de sete anos… assim os seus filhos estão mais descansados,
pois está em boa companhia!
É uma pessoa bem disposta, sempre risonha e que goza de boa
saúde. A sua cabeça está ainda lúcida … conhecia cada um que
participou na sua festa, às vezes não se lembrava era do nome. O
seu único problema é apenas falta de ouvido. Gosta de conversar
e contar as peripécias da sua vida!
Este ano houve uma grande festa em Pínzio…. E bem merecida…
A D. Laura celebrou o século da sua vida.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Para isso os filhos fizeram questão de juntar a família e os
amigos, assim como todos os seus conterrâneos. Além dos filhos
a aniversariante estava visivelmente feliz.
A sua neta Cristina disse-nos: Somos nove netos estamos todos
muito felizes por este dia …. A comemoração dos 100 anos de
vida da nossa avó Laura…. uma bela idade! São muitas histórias
reais, que ela gosta de contar e lembra cada um delas, com todos
os pormenores. Lembro-me quando a nossa avó ia visitar os
filhos e netos à Alemanha e passava as férias connosco. Ela
gostava muito de viajar, mesmo com uma idade avançada, nada
lhe metia medo! Nós adoramo-la. Costumávamos jogar as cartas
com os nossos avós ... Não esquecendo que o nosso avô João
tinha sempre um miminho para dar a cada neto, com aquele
pouco que ele tinha … era um Amor! Foi com alegria que
celebramos esta festa!
Todos os filhos felizes e emocionados referiram: agradecemos a
Deus por nos conceder esta graça e podermos celebrar um século
de vida da nossa mãe…. agradecemos também a toda a família e
a todas as pessoas amigas que quiseram estar presentes, neste
dia tão importante das nossas vidas…. Também agradecemos às
pessoas do lar, que se empenharam na organização de uma
festa. O nosso bem haja também ao Sr. Padre António Carlos, ao
Sr Padre Fonseca que fizeram questão de estar presente neste
evento. Uma festa nunca antes celebrada em Pínzio! Foi uma
festa muito bonita! Obrigado a todos!
A Associação dos Amigos de Pínzio deseja, que venha um ano de
cada vez e repleto de saúde, para que possa celebrá-lo
novamente, junto dos seus familiares e amigos.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
À CONVERSA COM…
… Padre Domingos Pereira
DIA20 - Quem é Padre Domingos?
Pe. Domingos - Meu pai, Manuel Pereira
Domingos, cresci a vê-lo Regedor que, ao
tempo tinha a função de manter a ordem, era
uma espécie de representante local do
ministério público. Todos os meses a Guarda Nacional
Republicana passava lá por casa para fazer o ponto da situação.
Minha mãe, Ana Vicência Ferreira, a senhora Aninha, como era
conhecida no povo, foi um modelo de mãe carinhosa e de mãos
solidárias. Minhas irmãs Maria Alice, Clarinda e Rosa Maria
foram as companheiras do meu crescimento. Estas duas últimas
faleceram cedo. Éramos uma família tradicional, muito unida. Em
Beja havia um sacerdote dos Trocheiros que me encaminhou
para ali, onde fiz os primeiros estudos. No grande Seminário dos
Olivais, em Lisboa, terminei os estudos teológicos.
DIA20 - Fale-nos um pouco da sua infância em Pínzio… amigos e
colegas de infância e de carteira de escola …professor da escola
primária, numa altura de vida difícil, embora inserido numa
família onde nada faltava.
Pe. D. - Sim, para os padrões do tempo, direi que na minha
família nunca faltou o essencial, mas não esqueço o esforço que
os meus pais fizeram para aguentar os estudos simultâneos dos
seus quatro filhos! A vida era difícil para muitas famílias a quem
faltava o pão e tinham de bater às portas a pedir ajuda. Quantas
vezes a minha mãe teve de socorrer quem nada tinha em casa
para dar aos filhos! Esse foi um tempo muito difícil e doloroso
para a gente da minha terra!
As terras pequenas facilitavam a aproximação das pessoas e
dispunham de circunstâncias que favoreciam a proximidade, tais
como, os fortes laços familiares, a escola, o trabalho, as
brincadeiras, os jogos na rua, etc. A escola e os recreios eram os
grandes geradores do companheirismo. O professor Manuel
Marques da Fonseca trabalhava com os rapazes no edifício já
demolido e a esposa, D. Maria dos Prazeres, era professora das
raparigas, no edifício que agora é Jardim de infância. Pouca
ligação havia entre os alunos das duas escolas a não ser quando
se aproximava a época de exames onde a D. Maria dos Prazeres
tinha um papel fundamental.
Desse tempo, como companheiros de escola, recordo os irmãos
José e Manuel Jorge que vieram a ser meus afilhados de
casamento, o António Coelho que veio a ser meu cunhado, o
José Moita, o Messias filho do senhor Joaquim Luís e Maria
Justina, o Delfim, o Amadeu do Anjos que veio do Safurdão
frequentar o quarto ano na nossa escola, o António Lucas, filho
da senhora Maria Guiomar, que veio a falecer na guerra colonial.
Outros haverá, mas dos quais já não me recordo.
DIA20 - Nessa altura muitas tradições se viviam na nossa terra…
É pena estarmos a perder a identidade !!!!
Pe. D. - Cada povo, em cada época, tem a sua vida própria,
a sua cultura que fortalece a esperança e a alegria de viver. Os
ranchos que regressavam a cantar, o descamisar o milho ao
serão ao som de vozes encantadoras, o Carnaval com as
brincadeiras da época, as festas religiosas que juntavam
familiares e amigos, os dramas do verão que levavam meses a
preparar e, finalmente, aconteciam numa noite inteira ao relento
do verão, o toque diário das trindades, o toque a defuntos e da
Missa dominical que reunia o povo e mostrava a mestria do
sineiro, a fonte que permitia o convívio de quem procurava água,
a matança do porco que juntava as famílias, os mercados do dia
vinte, etc. Muito se perdeu porque Pínzio mudou e agora é
preciso encontrar e criar novos elementos identitários.
DIA20 - Como foi ir para o seminário…quem o incentivou…
quem o apoiou?
Pe. D. - Tudo me leva a crer que minha mãe sempre gostou de
ter um filho padre. Meu pai não estaria tanto para aí virado. Mas
aconteceu e contei sempre com o apoio das minhas irmãs, do
então padre Joaquim Bernardino e, é preciso dizê-lo, da prima
Maria Teresa, minha catequista.
DIA20 - Muito longo o seu percurso académico… mas
resumidamente conte-nos desde q saiu da Pínzio…
Pe. D. - Em Beja fiz os primeiros oito anos de estudos. Os
teológicos ocorreram em Lisboa, no grande Seminário dos
Olivais. Aqui estudávamos alunos das dioceses de Lisboa, Aveiro,
Beja e Algarve. Depois o Instituto Católico de Paris deu-me a
abertura a novos mundos do saber. Decorria em Roma o Concílio
do Vaticano II e muitos dos meus professores eram peritos do
Concílio. Nos areópagos da reflexão, as ideias fervilhavam em
muitos sentidos. O Maio 1968 estava a nascer. De regresso, a
Conferência Episcopal nomeou-me Diretor do Secretariado
Nacional da Educação Cristã. Este cargo levou-me a todo o país e
ao estrangeiro em reuniões por Paris, Roma, Luxemburgo,
Londres, Bruxelas e até Angola. A licenciatura em filosofia na
Faculdade de Letras de Lisboa, o mestrado em Ciências da
Educação na faculdade de Psicologia, o ensino nesta e na
Universidade Católica, o magistério na Escola Superior de
Educação de Beja e a Direção do Instituto Politécnico, foram a
vertente laica da minha formação. Entretanto, o meu Bispo
agregou-me ao seu serviço como colaborador mais próximo, seu
Vigário Geral.
DIA20 - E o dia da grande festa “Dia da Missa Nova”… passagem
tão importante da sua vida … qual foi a sensação vivida?
Pe. D. - No dia 15 de julho de 1962 fui ordenado sacerdote, em
Beja, estando presentes meu pai e minha irmã Rosa Maria. Dia 5
de Agosto celebrei a «Missa Nova» em Pínzio. Foi uma grande
festa! Estiveram presentes muitos colegas do Seminário, todos
os sacerdotes da região e, creio bem, todo o povo de Pínzio e
muitos das anexas. Junto ao altar estavam os meus pais, os meus
padrinhos de batismo Professora D. Irene e António Moita, seu
marido, o Engº Simões Crespo, foram meus assistentes o Cónego
Dr. Manuel Nunes e o Pe. Joaquim Bernardino. Terminámos com
um almoço preparado pela grande cozinheira D. Maria
Genoveva, à sombra fechada dos muitos e frondosos
castanheiros que então cobriam grande parte do nosso quintal.
Há ocasiões saborosas que só mais tarde compreendemos no
seu alto significado.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
DE NÓS … PARA TI, MAESTRO LUIS MÁRIO….
- Foram muitos os anos a levar na cabeça, desde a escola de - Grande Luís Mário…é com grande gosto que escrevo estas
música e depois na banda, mas também foram muitas as palavras para ti, porque foste uma das pessoas que, na minha
brincadeiras, as gargalhadas e eu agradeço por tudo isso! vida, me marcou bastante e me iniciou e ajudou a progredir na
Aprendi muito na banda com tudo e todos e principalmente área musical. Agradeço imenso por todo o empenho e trabalho
contigo. Não eras só um maestro mas também és e serás um dedicado a nós músicos, e a toda a banda em geral. Grande
amigo! Tenho a certeza que todos nós vamos sentir saudades, abraço e espero que nos acompanhes sempre que possas, se não
até mesmo daqueles sermões mais chatinhos... Obrigada por for como maestro, que seja como músico. Rafael Ferreira
tudo, Luís Mário, saudações musicais. Alexandra Monteiro
- Luís Mário, a ti só te consigo agradecer tudo o que fazes por
- Um muito obrigado pelo despertar do interesse pela música mim desde sempre. Sem dúvida que és parte da minha família!
que agora tem uma importância enorme na minha vida, fazendo Obrigada. Sara Miguel
de si uma parte importante não só no músico, mas também na
pessoa que sou e que aspiro ser. Luís Salomé Há histórias que ficam na história da vida da gente… e esta é
uma delas! Foi um concerto realizado no passado dia 18 de
- Luís Mário, quando me ligaram a dizer que irias passar a batuta, novembro, onde a banda celebrou os seus 130 anos.
pensei logo que foi das decisões mais difíceis que tiveste que Queremos aqui referir também o enorme contributo do maestro
tomar na tua vida. Como partilho esse sentimento, apenas me Luís Mário que iniciou nesta banda, como músico, há 35 anos,
resta dizer que se isso aconteceu, foi porque algo mais dos quais 26 anos a dirigir como maestro… foram muitos
importante nas nossas vidas apareceu e merece o nosso tempo e ensinamentos e partilha de saberes … muitas as brincadeiras, as
dedicação. No entanto a Banda onde nasceste nunca se irá gargalhadas, a boa disposição mas também uma grande paixão,
apagar da memória. Desejo-te as melhores felicidades para o teu muita dedicação, empenho e muitos sacrifícios …
percurso… isto não acabou, porque sempre que houver festa em Todos guardarão, para sempre, boas recordações de quem lhes
Pínzio, tu estarás presente e tenho a certeza que irás ensinou os primeiros passos musicais!
disponibilizar-te para tocar saxofone e matares saudades.
Elmano Pereira Este concerto teve também um momento alto, quando a ex-
maestro professor Luís Mário passou a batuta ao novo maestro
- Obrigado Luís Mário por todo este tempo que estiveste na professor Carlos Ferreira. … Foi muito bonito, cheio de emoções e
banda comigo e pela ajuda que sempre me deste. Duarte Morais lágrimas à mistura.
- Luís Mário, já lá vão uns anos, mas parece que foi ontem que
tive a primeira aula contigo na escola de música da banda…. Um
muito obrigado por tudo, pela pessoa que és, pela amizade, pela
partilha e por toda a ajuda!! Obrigado por sempre me apoiares e
me ajudares a chegar onde cheguei!!! Um forte abraço e por
favor vem fazer umas festas connosco de vez em quando!!! Vais
deixar muita saudade! Tudo de bom maestro!! Rafael Afonso
- Obrigada por todas as vezes que disseste “só quem não toca, é
que não se engana”. Deste-me motivação para continuar… Para
sempre o meu primeiro maestro. Inês Alexandra
RECEITA DA SOFIA
“FATIAS DOURADAS EM CHÁ”
Ingredientes: Preparação:
- Pão de dois dias Põe-se a fazer o chá preto bem forte com canela
- Ovos e casca de limão ou laranja. Sempre a ferver
- Chá preto forte adoça-se com bastante açúcar. Corta-se o pão em
- Açúcar fatias, ensopar nos ovos batidos e fritar. Cada
- Canela e casca de limão ou laranja fatia dourada ao sair da frigideira, deve molhar-se
dos dois lados, no chá a ferver. Reservam-se num
prato de ir à mesa. No final verte-se a calda do
chá por cima das fatias douradas. Deixa-se
arrefecer e estão prontas a comer.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
DE NÓS … PARA TI, MAESTRO LUIS MÁRIO….
Aqui ficam as mensagens sentidas, da família Banda
Filarmónica de Pínzio, dirigida, durante 26 anos, pelo querido
maestro Luís Mário
- Bem haja Luís Mário, és uma pessoa muito especial….já
passámos muitas alegrias inesquecíveis … Obrigado por me
ajudares a ser a pessoa que sou hoje, e me teres dado a
oportunidade de entrar na Banda de Pínzio, onde aprendi muitas
coisas, além da música… são palavras sentidas do fundo do
coração… Grande abraço amigo. Joaquim Miguel
- Foram 6 anos que jamais irei esquecer… aprendi a tocar com
amor. Foram cheios de brincadeira e chatices, mas com um
objetivo bem definido, fazer música! Cresci não só como músico
mas como pessoa, aprendi a dar valor a tudo o que se passava de
mais simples a cada dia da banda. Um obrigado e até já, um
grande abraço. Miguel Morais
- Amigos, uma família que o coração escolhe. Obrigada Luís
Mário, por me dares a oportunidade de sentir este sentimento
tão verdadeiro... Farás sempre parte desta grande família que tu
próprio juntaste. Lúcia Barrancos
- Foram muitos os momentos que passámos juntos. A ti, Luís
Mário só tenho que agradecer por todos os ensinamentos e por
todos os valores que me foste transmitindo desde os meus 9
aninhos. Obrigada pela pessoa especial que és. Ana Monteiro
- A vida é feita de caminhos que se cruzam e a nossa cruzou-se
através de Música. Obrigada Luís Mário, pelo maestro, colega e
amigo que és. Margarida Neves
- Com estas poucas palavras quero agradecer tudo aquilo que
aprendi consigo, para além da música, aprendi também o
sentido de responsabilidade e companheirismo. Obrigada por
tudo isto e muito mais. Beijinhos. Carolina Pina
- Sei que as palavras se escrevem e apenas se leem... Mas o
sentimento de gratidão permanece...se hoje sei duas ou três
notas musicais devo-o a ti, e isso jamais poderei esquecer, só
tenho para te dizer um grande, obrigado por tudo, pelos
ensinamentos pelo companheirismo por tudo. Forte e sentido
abraço! Tiago Garcês
- Após esta jornada na nossa filarmónica, a sua presença ficará
para sempre na memória da nossa coletividade musical e social.
Desejo uma ótima continuação da sua carreira! Um abraço.
Hélder Carreira
- Obrigada pelo trabalho realizado para manter esta família
unida. Raquel Fonseca
- Obrigada por todos estes anos repletos de música onde me
ensinaste o verdadeiro valor da música! Inês Gomes
- 10 anos, 10 anos é o tempo que estou ligado ao mundo
musical. Durante este tempo absorvi tudo aquilo que me
ensinaram e tentei melhorar a cada dia, muita da evolução que
vivi e que presenciei vendo outros deve-se a uma pessoa, Luís
Mário. Estou certo que um obrigado não chega, mas aqui fica
está palavra de agradecimento e admiração. Emanuel Brasil
- Ao Maestro dedicado e compreensivo, obrigada. Obrigado pela
presença, obrigado pelas palavras de encorajamento. Obrigado
pela paciência. Obrigado por nos ensinares a respeitar as
diferenças e dificuldades de cada um! Obrigado por teres
repetido tantas vezes que "o tempo bem organizado dá para
tudo"! A ti Luís Mário, obrigada... Márcia Parada
- Foram muitos os momentos vividos em ambiente musical,
muitos dos quais me fizeram crescer enquanto músico e
enquanto pessoa sobretudo. Por isso deixo um grande
OBRIGADO por estes anos de companheirismo filarmónico.
Abraço! Ângelo Santos
-Um maestro como tu… Com alegria e dedicação… Um abraço do
baterista… Bem do fundo do coração! Igor Pereira
- Luís Mário, obrigado!!! Obrigado não só por teres feito de mim
um músico melhor, mas também por fazeres de mim um homem
melhor!! Um mega abraço do trombonista que de vez em
quando te fazia a vida negra! Não era por mal, mas tu sabes bem
que rebeldia é o meu nome do meio! Rodrigo Dinis
- Foi com o Luís Mário que aprendi as primeiras notas e escalas,
obrigado por tudo. Hugo Prata
- Iniciou como maestro mas tornou-se acima de tudo uma
presença constante e importante na nossa vida dentro e fora da
banda. Sofia Jorge
- Fazer grandes coisas é difícil, mas comandar grandes coisas é
ainda mais difícil. Obrigada maestro por nos teres comandado
tão bem, durante todos estes anos. Rita Lopes
- Um bom mestre é aquele que consegue conciliar o
profissionalismo, com o valor humano. Foi bom ter entrado na
banda sob a sua direção! Um abraço! Filipe Santos
- Luís Mário o maestro com mais anos na banda de Pínzio, depois
que foi reerguida… com o Luís Mário, cresceu a paixão que eu já
tinha pela música e pela banda… com ele, como maestro, tornei-
me melhor saxofonista, pois diversas tardes tive o prazer de
aprender com ele, e ele teve a paciência de me ensinar… ao
longo destes anos foi maestro, companheiro e acima de tudo
amigo, por tudo isto só tenho duas palavras a dizer: muito
obrigado…Marco Aragão
- Luís, enquanto maestro da Banda de Pínzio (o maestro de todos
nós) foste muito mais que um maestro, acompanhaste e
contribuíste não só para o crescimento musical de todos os
elementos mas, e muito mais importante, para muitos de nós,
deste o teu contributo para o desenvolvimento pessoal. Foste a
força que nos motivava a mais um ensaio, em noites geladas e a
acordar enquanto o sol ainda dormia. Durante 20 e muitos anos,
deste vida e energia a esta banda e, em fases mais difíceis foste
buscar força e motivação onde quase já não existia. Terminou
um ciclo, mas o futuro só a Deus pertence! ...!Obrigada pelo
trabalho que desenvolveste com todos nós e por teres
contribuído para levar o nome de Pínzio mais longe. Edite
Gonçalves
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
À CONVERSA COM…
DIA20 - A partir daí, nunca parou? Não se limitou a um mero
pároco de uma paróquia…sempre em constante aprendizagem
e partilhando esses conhecimentos e saberes.
Pe. D. - De facto nunca fui propriamente pároco. Como Vigário
Geral da diocese, coube-me acompanhar de perto a atividade de
todos os párocos da diocese e até substituí-los quando
necessário. Desde o início os caminhos foram-se abrindo para o
exercício de atividades extra paroquiais, dentro e fora da minha
diocese, dentro e fora do país, relativas ao ensino e à formação
de pessoas. Por estas circunstâncias, contactei com imensa
gente, com muitas culturas e ideias.
DIA20 – Sei que não se dedicou apenas à igreja. Foi professor,
coordenador e orientador, escritor….. uma pessoa muito
dinâmica.
Pe. D. - Sim, fui professor, mas nunca deixei de ser padre. Nas
escolas secundárias e sobretudo no ensino superior em diversas
escolas onde exerci mais tempo, ministrei, com satisfação, áreas
da minha especialidade. Todavia, fui sempre solicitado para
orientar cursos, animar encontros, fazer conferências para
padres, leigos comprometidos com a Igreja, catequistas de vários
níveis. Publiquei três livros para catequese de crianças e
adolescentes, escrevi para diversas revistas de especialidade. A
minha agenda estava sempre cheia de atividades solicitadas e
continua muito preenchida.
DIA20 - Dos grupos que dirigiu qual foi o que lhe deu mais gosto
…. Relembra algum episódio, que queira partilhar?
Pe. D. - Nos primeiros anos de vida sacerdotal dediquei-me
muito ao trabalho com jovens, nas aulas e fora delas. Um dia, um
jovem pediu-me para lhe dar as provas da existência de Deus. Na
verdade, São Tomás de Aquilo, diz que podemos chegar a Deus
através de provas racionais. Mas esse é um caminho que não cria
relações pessoais, é um processo pobre de chegar ao Deus da
razão. Preferi dizer-lhe que Deus não se prova. Deus
experimenta-se. Quem aceita fazer a experiência de Deus,
encontra-se com uma pessoa que nos enche a vida. Porém, digo
com prazer que toda a minha vida de professor, em particular no
ensino superior, me deu um gosto, uma alegria extraordinária.
DIA20 - Muitos anos fora de Pínzio, a estudar a trabalhar, mas
nunca perdeu as raízes e faz questão de vir frequentemente…
Pe. D. - Sempre fomos uma família muito unida. Como é normal,
ela foi aumentando com as gerações mais novas, mas a morte
dos meus pais e sobretudo a perda precoce das minhas duas
irmãs e meu cunhado António, foi um corte doloroso que
marcou profundamente os laços da família. Mesmo assim, não
deixámos de nos encontrar, embora a dispersão e o trabalho de
cada um tornem difícil este desejo. A casa continua a ser a «casa
da família» e regressar a ela, gozar do seu conforto e memórias,
é sempre reconfortante física e psicologicamente.
DIA20 - Com mais de 50 de sacerdócio, qual foi o episódio que
teve mais dificuldade em ligar?
Pe. D. - Talvez não devesse dizer isto, mas eu fui um dos vários
padres que a dita PIDE perseguiu logo após o meu regresso de
Paris. Pela minha formação e pelo meu trabalho, tinha contactos
com muita gente de pensamento próprio. Não eram as suas
ideologias que me interessavam, mas as próprias pessoas. A
liberdade de pensamento é um bem inalienável, mas sujeito a
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ser limitado por ideologias totalitárias, como foi o caso. Nessa
ocasião todas as portas se fecham porque o medo domina as
vontades. Estive quase um ano suspenso de lecionar. Tive o
apoio de muitos amigos, inclusive o meu bispo, mas foi um
tempo difícil.
DIA20 – Foram muitos com certeza, mas relate-nos um ou mais
momentos que possa dizer que foi ou foram momentos mais
altos…e que guardará para sempre.
Pe. D. - Momentos altos da minha vida foram vários e enuncio
apenas alguns: os dias da minha ordenação sacerdotal e Missa
nova, o dia em que o meu bispo me propôs a realização de
estudos superiores em Paris, o termo das licenciaturas e
mestrado, porque me abriram os caminhos por onde havia de
construir a minha vida para o serviço dos outros e da realização
pessoal.
DIA20 - Sei que gosta de visitar outras culturas, outras terras….
acha que passear é gastar dinheiro e ficar mais rico?
Pe. D. - O equilíbrio está em não ir além daquilo que se pode e é
razoável. Mas conhecer outras culturas, ver o mundo na
pluralidade da sua riqueza artística, proporcionado por
atividades a realizar nesses locais ou em passeio cultural,
enriquece a nossa vida e alarga o horizonte do conhecimento.
Como é diferente ver o Perú e a sua gente e conviver com a
cultua e a população da Índia!
DIA20 - O que poderia ser feito, para que a igreja chamasse
para si os paroquianos, tendo em conta a realidade que hoje o
mundo atravessa
Pe. D. - Está a ser difícil ultrapassar o tempo em que muitos se
batizam, fazem a 1ª comunhão, crismam, casam, dizem que têm
a sua fé, mas que não têm a fé da Igreja. Isto é, ainda se vive uma
religião sociológica de muitos anos que em nada compromete as
pessoas com Deus. Nalguns grupos paroquiais e outros, ainda
poucos, já se começa a trabalhar para uma Igreja enraizada num
intenso período de iniciação cristã em que os sacramentos
acontecem à medida que as pessoas estão profundamente
conscientes e empenhadas em crescer e viver na fé. Este
processo será muito lento e não sem algum sofrimento por parte
de quem precisa de romper com uma forma de ser cristão, que
pouco tem a ver com a Igreja de Jesus Cristo.
DIA20 - Para terminar quer deixar um apelo, uma palavra de
esperança aos jovens da nossa terra, já que, como em qualquer
povoação, eles andam muito desviados das coisas de Deus.
Pe. D. - Os jovens gostam de quem se aproxima deles, aceitando-
os como são. A aldeia deveria, mais do que criticá-los, fornecer-
lhes ocasiões de encontro pela arte, pela cultura, pelo lazer com
valores e também pela participação ativa na vida da comunidade
cristã. É preciso proporcionar-lhes verdadeiras e aliciantes
experiências de vida cristã. Também não basta reuni-los. É
preciso que sintam quanto vale a pena aderir às propostas que
lhe são feitas.
O jornal DIA20 agradece o tempo disponibilizado. Assim, os
leitores ficaram a conhecer um pouco dos muitos
conhecimentos a que se resume uma vida plena de êxitos.
Desejamos que continue com toda essa vitalidade, por muitos
anos.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
PARA LÁ DA FRONTEIRA…
Colónia … Pínzio!
Maria Pires Monteiro é emigrante há 49 anos!
O jornal DIA20 foi pedir que contasse um
pouco da sua história, desde que saiu de casa
dos pais em Pínzio.
Nasci em Pínzio em 1945. Cresci e vivi a minha juventude na
aldeia de Pínzio. Os meus irmãos todos rapazes, cresceram e
saíram de casa dos pais, mais cedo ….para a tropa ou para irem
trabalhar. Eu fiquei em casa a ajudar, pois tínhamos muita
labuta. Trabalhei muito, mesmo a ceifar, que era um trabalho
difícil. Apesar de muito trabalho, eu digo que tenho saudades da
juventude. E eramos muito felizes, mesmo com muito pouco!
Casei em Janeiro de 1969. O meu marido era emigrante há cinco
anos, na Alemanha. Ele foi passado uns dias de casarmos, e eu,
fui ter com ele, em agosto desse ano, altura que ele conseguiu
arranjar um alojamento para os dois.
Quando cheguei como não tinha trabalho, e como a língua era
difícil, pouco saía de casa. Foi complicado para mim, habituada a
não estar parada, e ter que ficar em casa, era um problema. Por
isso arranjei trabalho num restaurante. E nessa altura, mudámos
de residência e fomos viver para um apartamento no prédio do
restaurante, porque era mais fácil eu dar apoio e ir trabalhar
sempre que era necessário…. Eles gostavam muito de mim, e até
faziam questão de me darem sempre o almoço para o meu
marido levar.
Fiquei grávida e fazia pouco no restaurante, mas sempre que
possível ajudava.
Em 1970 nasceu a filha Paula Cristina. Depois da menina nascer
fiquei doente e como não podia trabalhar no restaurante,
achámos por bem irmos viver para outra casa. Depois de ficar
bem de saúde, fui pedir emprego aos correios e iniciei em 1971.
Em 1973 nasceu a filha Zita. Foi muito difícil com as duas
meninas, porque tanto eu, como o meu marido fazíamos turnos
e tínhamos que alternar os horários. A partir dos 3 anos
frequentaram a creche… mesmo assim era difícil porque a creche
fechava às 16h…. O tempo passou e elas cresceram. Eu tenho
que referir que é muito importante os bons vizinhos e eu fui
privilegiada nisso. Todos me ajudaram. Foi assim que os
problemas da língua foram ultrapassados mais facilmente.
Tive uma vizinha que foi especial, como uma segunda avó. Estava
sempre disponível para ajudar. Era uma pessoa em quem eu
confiava, e até tínhamos a chave de casa, uma da outra.
Gostei muito de trabalhar nos correios … de 1971 até 1994, até
ficar reformada … eram pessoas espetaculares. Fui muito bem
recebida e gostavam muito de mim e eu deles. Fiquei bastante
doente da coluna e quase não consegui trabalhar com as dores.
Nos correios foram tão simpáticos comigo, que até me
aconselharam e ajudaram a pedir a reforma.
E foi assim que me reformei cedo.
As filhas trabalhavam e quando me reformei fez-me falta o
contacto das pessoas, os horários, a azáfama do dia à dia e
resolvi ficar com a minha neta, que me deu muito orgulho vê-la
crescer. Assim poupámos a filha de maneira a não passar o que
nós passámos com elas, as dificuldades que tivemos quando elas
eram pequenas e nós a trabalhar.
Em tempos que já lá vão, era muito difícil ser-se emigrante e as
saudades eram imensas, pois as notícias da família chegavam
tarde, apenas cartas, ou telefonemas para o posto público,
quando era mais urgente. Felizmente que agora comunicar é
muito fácil, basta um clic e todos as novidades/noticias
aparecem, no preciso momento…é assim com os telemóveis e a
internet.
Vinha a Portugal todos os anos, à exceção de seis anos, devido à
doença do meu marido. Foi uma doença de muito sofrimento
para ele. Eu e as minhas filhas sofríamos também muito por vê-lo
sofrer e não podermos ajudar… E já lá vão dois anos que o
perdi… Enfim, Deus assim o quis! A vida prega-nos umas
partidas… e quando pensamos que tudo está a correr bem, a
nossa vida leva uma grande volta.
Vim nesta altura a Pínzio, para celebrar um facto histórico, na
nossa aldeia ... Foi para mim uma felicidade, um orgulho enorme,
uma emoção, podermos festejar com toda a família reunida, e
muitos amigos, a grande festa …o aniversário dos 100 anos da
minha mãe, no dia 16 de outubro.
Já não peço para chegar aos anos da minha mãe, - um século -
mas chegar ao fim da vida, com a cabeça dela era um bem!
Possivelmente, e o futuro não sabemos, mas as minhas filhas já
por lá ficarão, devido ao trabalho (que aqui é muito difícil) e
também às regalias que há, principalmente na assistência
médica.
Presentemente venho a Portugal com mais facilidade pois já não
há horários e já não há stress. No entanto, estou sempre atenta
às necessidades das minhas filhas e da minha neta, e sei que
também posso contar com o apoio delas.
Gosta da Alemanha porque tenho lá a minha família (filhas e
neta) mas gosto de vir a Portugal, mais propriamente a Pínzio
porque venho matar as saudades. Tenho a casa dos meus pais
remodelada, e é aqui que eu gosto de passar os dias de ”férias”,
na minha aldeia.
Maria Pires Monteiro, Colónia – Alemanha
O Jornal DIA20 agradece o tempo dispensado, para nos dar um
testemunho, de que há gente que emigrou, mas não se esquece
da aldeia que os viu nascer.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JUNTA DE FREGUESIA DE PÍNZIO
Após um ano de mandato à frente dos destinos
da Junta de Freguesia, faço um pequeno
balanço do trabalho desenvolvido, relativo a
obras de maior relevo, que foram:
calcetamento em Pínzio da Travessa de St.
André e na Rua da Escola Primária;
Pavimentação e alcatroamento na rua ao fundo
das Cheiras, junto à casa do Sr. Valdemar; Acabamentos e
alcatroamento do Largo de St.ª Barbara, seguindo-se a sua
inauguração; Alcatroamento nos Trocheiros, junto à igreja e
cemitério; Aquisição de património, com a compra de algumas
casas de habitação e outras; Desenvolvimentos na área social,
saúde e educação.
ASSOCIAÇÃO TERRAS DE SANTA BÁRBARA
O associativismo - um dos pilares da
sociedade.
O associativismo relaciona-se com
condições sociais e económicas tornando-
se, ao longo dos tempos, um elemento
dinamizador das comunidades e um
importante fator de transformação e inovação social. Como
alguém já referiu: “O associativismo é um dos pilares da
sociedade”.
Integrar uma associação e nela participar é, sem dúvida, uma
forma de partilhar ideias e de dinamizar ações cívicas. As
associações têm vindo a constituir, ao longo dos tempos, uma
força social expressiva e muito valiosa, a nível social e
económico.
No que respeita aos trabalhos desenvolvidos nas associações,
estes assentam no contributo dos seus associados que intervêm
de forma gratuita, doando o seu tempo e conhecimento. Tal
contributo evidencia implicações a nível individual, pois
pressupõe bastante disponibilidade do ponto de vista pessoal.
Assim, as associações revelam, muitas das vezes, bastantes
dificuldades em conseguir reter ou cooptar novos membros. Que
motivos levarão à desmotivação, ao desinteresse ou à forma de
participação pouco ativa? A na nossa própria experiência leva-
nos a apontar a falta de reconhecimento como a mais
importante das razões.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Estão diversos projectos em fase de execução, como: a
requalificação do largo da feira, projecto do jardim da Fonte
Aldeia, projecto do jardim dos Trocheiros e já se encontra
executado o projecto de requalificação da fachada da sede da
Junta.
Considero um ano positivo, pois estivemos em sintonia com as
diversas associações, nas diversas parcerias que levámos a
efeito.
E como estamos em época natalícia, desejo em nome de toda a
equipa da junta de freguesia, um feliz Natal e um próspero ano
2019.
Joaquim Abel Ventura Martins, Presidente
Quiçá a mais penalizadora. Pensamos que a grande maioria dos
associados não se sentem recompensados, perante a
comunidade que integram, porquanto consideram praticamente
nulo o reconhecimento da sua intervenção e da sua contribuição.
Hoje, impõe-se-nos referir a constatação de mudanças numa das
associações da nossa freguesia, a Associação Cultural de Pínzio.
O LUIS MÁRIO (como entre amigos e família é chamado) músico
da Banda desde criança e maestro nos últimos vinte anos deixa a
Banda. Tal como ele próprio referiu, não se trata de um adeus. O
Luís vai andar por aí… mas as responsabilidades não serão as
mesmas! A vida não lho permite.
Ora, em abono da verdade, teremos de dizer que ele foi um
exemplo de disponibilidade e de empenho associativo. A sua
ausência nunca poderia ser de ânimo leve e, por isso, lhe
prestamos, publicamente, a nossa homenagem garantindo-lhe
que valeu a pena, que não foi perdido o tempo que dedicou à
intervenção na banda porque, assim, ele ajudou a transformar a
sua terra.
Em jeito de conclusão, diremos, ainda, que a banda continuará
certamente e reiteramos a ideia de que as associações também
precisam de novos conhecimentos, de somar entusiasmos,
enfim, de novas ideias.
E, porque é época natalícia, um bom Natal para todos.
Fernando Capelo, Associação Terras de Santa Bárbara
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ASSOCIAÇÃO DOS CAÇADORES DE PÍNZIO
Sentado para falar de caça!
Sentado à mesa para escrever (falar) de caça o
que, de imediato, me vem à mente, nesta
época natalícia, é a ideia de desejar boas festas
a toda a gente. Começo, então, por aproveitar
o ensejo para desejar aos leitores um bom
Natal e um próspero Ano Novo.
Depois dizer que, nesta altura estamos em plena época de caça
e, ainda, acrescentar que este ano não tem corrido mal. O facto
de, repetidamente, percorrermos montes e vales é a nossa
condição. Não nos cansa, muito simplesmente, porque vamos
por gosto e não cansa quem corre por gosto ou por desporto.
Logo que finde este mês de Dezembro e entrando em Janeiro do
próximo ano reduziremos as atividades a batidas de javalis.
UM DIA FILARMÓNICO
É Domingo, mas acordas cedo... Estás de férias, mas acordas
mais cedo que nos dias de escola ou de trabalho… Todos os
outros dormem. São 6h, e à tua espera está uma farda e um
estojo.
Em poucos minutos já estás à porta de casa, fardado e com o
estojo ao ombro. Chega a boleia.
És embalado pelo motor. Os óculos de sol disfarçam as olheiras,
ouves uma ou outra conversa. Ainda é muito cedo. Não há
grande coisa a dizer.
O autocarro abranda. Lá fora, vultos de fato, visivelmente pouco
habituados à indumentária. Crachá ao peito. São os festeiros. O
autocarro pára: “Pessoal, montem os instrumentos que a
entrada é aqui. Vamos em casaco, porque ainda está fresco.”
“Está fresco, o caraças! Vamos andar quilómetros e a meio da
primeira marcha já estou todo suado…”
“Afinal vamos de camisa, porque a volta ainda vai ser grande…”
É demasiado cedo, mas o instrumento já está montado, o chapéu
na cabeça. As marchas?
“Nunca encontro o raio das partituras.”
“Vamos formar!” e, quando te apercebes, já estás a dar a volta à
capelinha. As pessoas alinham-se solenemente em frente à porta
da "igreja". Nota-se ansiedade, de ver a banda tocar.
Cumpridas as cortesias filarmónicas vem o trabalho a sério.
Arruada pela manhã e a procissão na hora de maior calor
12:00H.
O tempo passa até à hora de almoço. O sol já esquenta e
aproveitas para aliviar a gravata. Juntas a malta porreira e
procuras um tasco. A cerveja adorna as mesas, repletas de
sorrisos, anedotas, e graçolas.
A cortesia filarmónica continua. Tu pagas uma rodada, alguém te
paga a ti.
Mas quando chega o momento, o maestro levanta os braços e
sentes que está na hora de dar tudo por tudo.
Chegados a Fevereiro de dois mil e dezanove passaremos do
javali à raposa e, assim, seguiremos como se cumpríssemos um
desígnio muito nosso.
Não esqueçamos, ainda os convívios que realizaremos em cada
um dos dias de atividade. Cada uma destas repetidas jornadas
constituirá, para nós, uma festa sempre nova.
Também não queria, hoje, perder a oportunidade de saudar o
Luís Mário que deixou de ser o maestro da Banda. Daqui lhe
enviamos um abraço associativo e lhe dizemos: aparece sempre
porque será sempre um enorme prazer.
E termino, por hoje. Não se esqueçam de ser muito felizes nesta
época de Natal.
Manuel da Silva, Presidente
Não te dói nada, ou melhor, dói, mas o emblema que tens na
lapela fala mais alto. Agora é que vai começar.
Meia dúzia de pessoas já se perfila em frente ao palco (quando
não é no meio de uma rua sentados em bancos de igreja, ou de
pé e as partituras a voarem com o vento) para o concerto.
Chega o final do dia “A marcha vai ser o “Manuel Joaquim de
Almeida”. E mais uma festa termina com sucesso.
Chega a hora de atirar o instrumento para a mala do autocarro.
Nos primeiros minutos da viagem, ainda acontece a descarga da
adrenalina. Cânticos mais ou menos obscenos, gargalhadas, a
praxe aos putos mais novos.
Aos poucos tudo adormece e, como por magia, dás por ti de
novo na tua cama, a farda no chão e o estojo à espera de nova
jornada filarmónica.
Com tudo isto é um enorme orgulho pertencer a esta grande
família filarmónica e já lá vão 11 anos …Já toquei clarinete e
neste momento sou saxofonista há 5 anos! Parabéns a nós
todos… 130 anos
Lúcia Barrancos, saxofonista da B. F. Pínzio
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
HISTÓRIAS INGLÓRIAS
Falar de quê?
Talvez referir, hoje, um sítio onde a escassez de
gente constrói silêncios ímpares. Porventura
revelar uma aldeia, de rua única, onde hortas
incultas são o desboque de travessas estreitas.
Quiçá falar de um lugar bucólico que se expõe,
serenamente, à tarde fria.
Eventualmente garantir que, neste pequeno burgo, existem dois
pequenos bares aptos a aviar os sedentos de cerveja, os amantes
de bom vinho caseiro ou os viciados em café.
Tem, de facto, pouca gente o dito povoado e a pouca que tem já
está envelhecida, mesmo fazendo lembrar laboriosas formigas a
tratar de leiras, a podar fruteiras, a varejar oliveiras, a apanhar
castanhas, a amanhar talhões cismando em sementeiras.
Viver por aqui pode não ser simples mas é despreocupado. Estes
são os sítios onde o decorrer dos séculos menos modernizou as
coisas e onde a vetustez é culpada do findar de cultivos e do
epílogo da manutenção dos gados. Só já há resíduos dos muitos
rebanhos que, por aqui, deambularam subindo e descendo
montes.
Ficou a vigia dos cães e o miar dos gatos. Sobram, ainda, escassas
Galinhas e alguns burros, entretanto, promovidos a animais de
companhia. As lebres, perdizes e coelhos, outrora tão acossados,
já vão gozando de assaz tranquilidade. Do património
construído, restam algumas casas mais recentes e alguns
austeros e antigos edifícios mas sobressaem a igreja e a capela.
NÓS, OS MAIS PEQUENOS
O jardim de infância na comunidade Educativa
Os pequeninos no mundo…
Mais um ano chegou e com ele as crianças.
Para que a alegria permaneça numa aldeia é imprescindível que
haja gargalhadas, sorrisos e boa disposição dos mais pequenos.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
A igreja continua a abrir portas domingo sim domingo não. Da
capela só saem andores de dois em dois anos, nas festas de
Santa Bárbara.
Porém há imóveis que já não estão habitáveis. Alguns já se
entregam à natureza, com silvas a espreitar as janelas, árvores a
assombrar os telhados, tetos a cair, ervas a crescer nos interiores
e musgos a esverdear varandas formando um esplendido
declínio que embeleza e mata fazendo-nos sonhar com um
eventual milagre turístico/cultural.
Ainda brota água límpida e fresca do chafariz amodernado.
A Pega, a maior Ribeira deste pequeno mundo, segue entre
margens frescas e sombrias. Erguem-se, ao longo do seu leito,
alguns moinhos em absoluto desuso quando não em ruinas.
Hoje, nesta tarde parda de inverno, o pequeno povoado parece
entregar-se a monólogos não deixando de nos mostrar três dos
seus habitantes de referência. Um deles, um gato, a desdobrar-
se em cautelas para se deslocar no cume afiado de um muro
granítico. Outro, um cão, branco, enorme e afável aproxima-se
como se nos rogasse festas. Ainda o Ti Messias que nos abeira no
intuito de se dar a conversas.
Falar, então, de quê, hoje, senão deste povo e desta aldeia de
Cheiras, campesina de nascença, inserida no concelho de Pinhel
onde é sulista por condição.
Fernando Pereira Capelo
Neste ano letivo temos uma mão cheia de atividades, das quais
algumas já foram realizadas este período em conjunto com a EB1
de Pínzio, tais como: o Dia Mundial da Alimentação, o Magusto e
Saídas/visitas.
As restantes atividades realizar-se-ão ao longo do ano letivo, tais
como: as Janeiras, a Feira da tradições, Marchas populares entre
outras.
Neste ano letivo o tema do pré-escolar é “De Mãos Dadas com o
Mundo na Biodiversidade” e as atividades vão ao encontro com
o tema.
Neste contexto as crianças são felizes pois as saídas ao exterior
podem apreciar os recantos descobrindo e brincando no tapete
de folhas escurecidas pelo sol de outono.
Também neste período tivemos o privilégio de comemorar o
centenário da D, Laura, uma senhora que visitámos no Lar da
Mensagem de Fátima de Pínzio.
De mãos dadas vamos festejar o Natal que já está a chegar!
As educadoras: Teresa Vaz e Céu Abadesso
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

O NOSSO ESPAÇO O NOSSO ESPAÇO

A NOSSA CARRINHA NOVA

UNIVERSIDADE SÉNIOR
Iniciaram a aulas no nosso Pólo da Universidade Sénior de Pinhel,
este ano com caras novas. A primeira, é a coordenadora deste
projecto, uma conterrânea nossa que tem por nome Anabela
Fortunato. Aceitou o desafio e está a desempenhar um excelente
trabalho. Novos alunos, novos ensinamentos e, acima de tudo,
novas partilhas de conhecimento. Depois de passado este primeiro
rigor invernal, mais alunos se juntarão aos já muitos, novas aulas
surgirão e com professores novos.
Para além da Anabela, também contamos com a Dina Lopes, nos
ensinamentos de Informática. Fica prometido uma entrevista à
Anabela e Dina para a próxima edição deste Jornal.
EXCURSÃO A FÁTIMA
14 DE OUTUBRO DE 2018
Já há muito tempo que não íamos a Fátima, e este ano, lá calhou!
Como já vem sendo hábito, as inscrições esgotam enquanto o
“diabo” esfrega o olho!
Para além de termos assistido à missa matinal no recinto (e muito
bem composto que estava, tendo em conta que no dia anterior
tinha sido 13 de Outubro) almoçámos num excelente restaurante
em Fátima, onde não faltou de nada. À tarde visitámos as grutas
de Mire de Aire que foi, para muitos, a primeira vez. De facto um
monumento nacional a não perder. Mais uma excelente
organização a que esta Direcção nos tem vindo a habituar ao longo
dos últimos anos.
MAGUSTO 2018
11 de NOVEMBRO de 2018
Mais um magusto e uma tarde bem passada no Pavilhão de Pínzio,
onde não podia faltar a castanha, pois claro! Sopa de castanha,
carne assada com castanhas e sobremesas fizeram parte do menu
do almoço. Durante a tarde, castanhas assadas (e muito mais) para
o lanche. Este ano o S. Pedro não foi nosso amigo. O sol não
apareceu e a chuva teimou em não parar. Não sendo possível
assar as castanhas de modo tradicional, recorremos ao forno da
padaria. E estavam bem boas Para o ano há mais!
PS: Faltou dizer que também houve vinho e jeropiga da terra e por
sinal, muito boa (de fazer inveja a muitos vinhos do Porto).
Finalmente temos uma carrinha “nova”!
Meses a fio à espera de uma boa oportunidade (e foram
aparecendo algumas) mas a melhor somente surgiu em Outubro.
Dizemos a melhor porque a carrinha está bem estimada, tem
poucos quilómetros, nunca teve nenhum acidente nem incidente,
o preço foi bom (abaixo do valor de mercado) e porque tínhamos
dinheiro suficiente para a pagar.
A carrinha é uma OPEL, VIVARO, de 9 lugares, com portas traseiras
laterais de ambos os lados, de 2009, com 170.000Km, com ar
condicionado, branca, bonita, estimada….
Era um objectivo desta Direcção há já alguns anos e, apesar de já
terem surgido algumas oportunidades, nunca nos quisemos
precipitar e ficámos à espera da “tal” oportunidade. Agora,
precisamos de sorte com ela.
E ela já tem servido!
Para além das aulas de hidroginástica à quinta-feira no Hotel
Lusitânia na Guarda, tem sido usada como apoio à Universidade.
Mas esta carrinha não é só para nós!
Ela está disponível para atender a necessidades das diversas
instituições e movimentos cívicos da aldeia, desde que não seja
para interesses privados.
Publicamente, queremos reforçar a sua total disponibilidade para
a Banda Filarmónica, sempre que a necessite para as suas saídas.
Aliás, nunca é demais referir que a Associação Cultural, nos cedeu
gratuitamente, durante pelo menos 3 anos, a carrinha Nissan
deles, que muito nos honrou e jeito deu.
Portanto, uma vez mais o nosso muito obrigado!
Chegou a nossa hora de retribuir!
RECORDANDO BONS MOMENTOS
Caminhada de 2013….Nem a chuva nos fez parar … e sempre com muitos participantes…

COMUNICAÇÃO
Todos os sócios da ADAP têm vindo a receber mensagem no
telemóvel (sms) pelo menos à 3 anos. Estas mensagens visam
manter os sócios informados acerca das actividades da Associação,
mas também das reuniões de Assembleia. O remente aparece
como “adapPinzio”. É sócio e não recebe sms? Certamente não
temos o seu nº de telemóvel nos nossos registos. Faça-nos chegar
a informação e vai ver que não nos esquecemos de si.
Também a partir do próximo ano, ou seja em 2019, as referências
multibanco para pagamento das quotas, irão ser enviadas por sms.
A carta com os dados para pagamento continuará a existir para os
que a solicitarem ou para os que não temos registo do nº de
telemóvel. Tudo modernices, mas que inevitavelmente temos de
acompanhar sob pena de ficarmos irremediavelmente “obsoletos”

Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018

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O NOSSO ESPAÇO O NOSSO ESPAÇO

A NOSSA CARRINHA NOVA

UNIVERSIDADE SÉNIOR
Iniciaram a aulas no nosso Pólo da Universidade Sénior de Pinhel,
este ano com caras novas. A primeira, é a coordenadora deste
projecto, uma conterrânea nossa que tem por nome Anabela
Fortunato. Aceitou o desafio e está a desempenhar um excelente
trabalho. Novos alunos, novos ensinamentos e, acima de tudo,
novas partilhas de conhecimento. Depois de passado este primeiro
rigor invernal, mais alunos se juntarão aos já muitos, novas aulas
surgirão e com professores novos.
Para além da Anabela, também contamos com a Dina Lopes, nos
ensinamentos de Informática. Fica prometido uma entrevista à
Anabela e Dina para a próxima edição deste Jornal.
EXCURSÃO A FÁTIMA
14 DE OUTUBRO DE 2018
Já há muito tempo que não íamos a Fátima, e este ano, lá calhou!
Como já vem sendo hábito, as inscrições esgotam enquanto o
“diabo” esfrega o olho!
Para além de termos assistido à missa matinal no recinto (e muito
bem composto que estava, tendo em conta que no dia anterior
tinha sido 13 de Outubro) almoçámos num excelente restaurante
em Fátima, onde não faltou de nada. À tarde visitámos as grutas
de Mire de Aire que foi, para muitos, a primeira vez. De facto um
monumento nacional a não perder. Mais uma excelente
organização a que esta Direcção nos tem vindo a habituar ao longo
dos últimos anos.
MAGUSTO 2018
11 de NOVEMBRO de 2018
Mais um magusto e uma tarde bem passada no Pavilhão de Pínzio,
onde não podia faltar a castanha, pois claro! Sopa de castanha,
carne assada com castanhas e sobremesas fizeram parte do menu
do almoço. Durante a tarde, castanhas assadas (e muito mais) para
o lanche. Este ano o S. Pedro não foi nosso amigo. O sol não
apareceu e a chuva teimou em não parar. Não sendo possível
assar as castanhas de modo tradicional, recorremos ao forno da
padaria. E estavam bem boas Para o ano há mais!
PS: Faltou dizer que também houve vinho e jeropiga da terra e por
sinal, muito boa (de fazer inveja a muitos vinhos do Porto).
Finalmente temos uma carrinha “nova”!
Meses a fio à espera de uma boa oportunidade (e foram
aparecendo algumas) mas a melhor somente surgiu em Outubro.
Dizemos a melhor porque a carrinha está bem estimada, tem
poucos quilómetros, nunca teve nenhum acidente nem incidente,
o preço foi bom (abaixo do valor de mercado) e porque tínhamos
dinheiro suficiente para a pagar.
A carrinha é uma OPEL, VIVARO, de 9 lugares, com portas traseiras
laterais de ambos os lados, de 2009, com 170.000Km, com ar
condicionado, branca, bonita, estimada….
Era um objectivo desta Direcção há já alguns anos e, apesar de já
terem surgido algumas oportunidades, nunca nos quisemos
precipitar e ficámos à espera da “tal” oportunidade. Agora,
precisamos de sorte com ela.
E ela já tem servido!
Para além das aulas de hidroginástica à quinta-feira no Hotel
Lusitânia na Guarda, tem sido usada como apoio à Universidade.
Mas esta carrinha não é só para nós!
Ela está disponível para atender a necessidades das diversas
instituições e movimentos cívicos da aldeia, desde que não seja
para interesses privados.
Publicamente, queremos reforçar a sua total disponibilidade para
a Banda Filarmónica, sempre que a necessite para as suas saídas.
Aliás, nunca é demais referir que a Associação Cultural, nos cedeu
gratuitamente, durante pelo menos 3 anos, a carrinha Nissan
deles, que muito nos honrou e jeito deu.
Portanto, uma vez mais o nosso muito obrigado!
Chegou a nossa hora de retribuir!
RECORDANDO BONS MOMENTOS
Caminhada de 2013….Nem a chuva nos fez parar … e sempre com muitos participantes…

COMUNICAÇÃO
Todos os sócios da ADAP têm vindo a receber mensagem no
telemóvel (sms) pelo menos à 3 anos. Estas mensagens visam
manter os sócios informados acerca das actividades da Associação,
mas também das reuniões de Assembleia. O remente aparece
como “adapPinzio”. É sócio e não recebe sms? Certamente não
temos o seu nº de telemóvel nos nossos registos. Faça-nos chegar
a informação e vai ver que não nos esquecemos de si.
Também a partir do próximo ano, ou seja em 2019, as referências
multibanco para pagamento das quotas, irão ser enviadas por sms.
A carta com os dados para pagamento continuará a existir para os
que a solicitarem ou para os que não temos registo do nº de
telemóvel. Tudo modernices, mas que inevitavelmente temos de
acompanhar sob pena de ficarmos irremediavelmente “obsoletos”

Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018

JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ASSOCIAÇÃO DOS CAÇADORES DE PÍNZIO
Sentado para falar de caça!
Sentado à mesa para escrever (falar) de caça o
que, de imediato, me vem à mente, nesta
época natalícia, é a ideia de desejar boas festas
a toda a gente. Começo, então, por aproveitar
o ensejo para desejar aos leitores um bom
Natal e um próspero Ano Novo.
Depois dizer que, nesta altura estamos em plena época de caça
e, ainda, acrescentar que este ano não tem corrido mal. O facto
de, repetidamente, percorrermos montes e vales é a nossa
condição. Não nos cansa, muito simplesmente, porque vamos
por gosto e não cansa quem corre por gosto ou por desporto.
Logo que finde este mês de Dezembro e entrando em Janeiro do
próximo ano reduziremos as atividades a batidas de javalis.
UM DIA FILARMÓNICO
É Domingo, mas acordas cedo... Estás de férias, mas acordas
mais cedo que nos dias de escola ou de trabalho… Todos os
outros dormem. São 6h, e à tua espera está uma farda e um
estojo.
Em poucos minutos já estás à porta de casa, fardado e com o
estojo ao ombro. Chega a boleia.
És embalado pelo motor. Os óculos de sol disfarçam as olheiras,
ouves uma ou outra conversa. Ainda é muito cedo. Não há
grande coisa a dizer.
O autocarro abranda. Lá fora, vultos de fato, visivelmente pouco
habituados à indumentária. Crachá ao peito. São os festeiros. O
autocarro pára: “Pessoal, montem os instrumentos que a
entrada é aqui. Vamos em casaco, porque ainda está fresco.”
“Está fresco, o caraças! Vamos andar quilómetros e a meio da
primeira marcha já estou todo suado…”
“Afinal vamos de camisa, porque a volta ainda vai ser grande…”
É demasiado cedo, mas o instrumento já está montado, o chapéu
na cabeça. As marchas?
“Nunca encontro o raio das partituras.”
“Vamos formar!” e, quando te apercebes, já estás a dar a volta à
capelinha. As pessoas alinham-se solenemente em frente à porta
da "igreja". Nota-se ansiedade, de ver a banda tocar.
Cumpridas as cortesias filarmónicas vem o trabalho a sério.
Arruada pela manhã e a procissão na hora de maior calor
12:00H.
O tempo passa até à hora de almoço. O sol já esquenta e
aproveitas para aliviar a gravata. Juntas a malta porreira e
procuras um tasco. A cerveja adorna as mesas, repletas de
sorrisos, anedotas, e graçolas.
A cortesia filarmónica continua. Tu pagas uma rodada, alguém te
paga a ti.
Mas quando chega o momento, o maestro levanta os braços e
sentes que está na hora de dar tudo por tudo.
Chegados a Fevereiro de dois mil e dezanove passaremos do
javali à raposa e, assim, seguiremos como se cumpríssemos um
desígnio muito nosso.
Não esqueçamos, ainda os convívios que realizaremos em cada
um dos dias de atividade. Cada uma destas repetidas jornadas
constituirá, para nós, uma festa sempre nova.
Também não queria, hoje, perder a oportunidade de saudar o
Luís Mário que deixou de ser o maestro da Banda. Daqui lhe
enviamos um abraço associativo e lhe dizemos: aparece sempre
porque será sempre um enorme prazer.
E termino, por hoje. Não se esqueçam de ser muito felizes nesta
época de Natal.
Manuel da Silva, Presidente
Não te dói nada, ou melhor, dói, mas o emblema que tens na
lapela fala mais alto. Agora é que vai começar.
Meia dúzia de pessoas já se perfila em frente ao palco (quando
não é no meio de uma rua sentados em bancos de igreja, ou de
pé e as partituras a voarem com o vento) para o concerto.
Chega o final do dia “A marcha vai ser o “Manuel Joaquim de
Almeida”. E mais uma festa termina com sucesso.
Chega a hora de atirar o instrumento para a mala do autocarro.
Nos primeiros minutos da viagem, ainda acontece a descarga da
adrenalina. Cânticos mais ou menos obscenos, gargalhadas, a
praxe aos putos mais novos.
Aos poucos tudo adormece e, como por magia, dás por ti de
novo na tua cama, a farda no chão e o estojo à espera de nova
jornada filarmónica.
Com tudo isto é um enorme orgulho pertencer a esta grande
família filarmónica e já lá vão 11 anos …Já toquei clarinete e
neste momento sou saxofonista há 5 anos! Parabéns a nós
todos… 130 anos
Lúcia Barrancos, saxofonista da B. F. Pínzio
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
HISTÓRIAS INGLÓRIAS
Falar de quê?
Talvez referir, hoje, um sítio onde a escassez de
gente constrói silêncios ímpares. Porventura
revelar uma aldeia, de rua única, onde hortas
incultas são o desboque de travessas estreitas.
Quiçá falar de um lugar bucólico que se expõe,
serenamente, à tarde fria.
Eventualmente garantir que, neste pequeno burgo, existem dois
pequenos bares aptos a aviar os sedentos de cerveja, os amantes
de bom vinho caseiro ou os viciados em café.
Tem, de facto, pouca gente o dito povoado e a pouca que tem já
está envelhecida, mesmo fazendo lembrar laboriosas formigas a
tratar de leiras, a podar fruteiras, a varejar oliveiras, a apanhar
castanhas, a amanhar talhões cismando em sementeiras.
Viver por aqui pode não ser simples mas é despreocupado. Estes
são os sítios onde o decorrer dos séculos menos modernizou as
coisas e onde a vetustez é culpada do findar de cultivos e do
epílogo da manutenção dos gados. Só já há resíduos dos muitos
rebanhos que, por aqui, deambularam subindo e descendo
montes.
Ficou a vigia dos cães e o miar dos gatos. Sobram, ainda, escassas
Galinhas e alguns burros, entretanto, promovidos a animais de
companhia. As lebres, perdizes e coelhos, outrora tão acossados,
já vão gozando de assaz tranquilidade. Do património
construído, restam algumas casas mais recentes e alguns
austeros e antigos edifícios mas sobressaem a igreja e a capela.
NÓS, OS MAIS PEQUENOS
O jardim de infância na comunidade Educativa
Os pequeninos no mundo…
Mais um ano chegou e com ele as crianças.
Para que a alegria permaneça numa aldeia é imprescindível que
haja gargalhadas, sorrisos e boa disposição dos mais pequenos.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
A igreja continua a abrir portas domingo sim domingo não. Da
capela só saem andores de dois em dois anos, nas festas de
Santa Bárbara.
Porém há imóveis que já não estão habitáveis. Alguns já se
entregam à natureza, com silvas a espreitar as janelas, árvores a
assombrar os telhados, tetos a cair, ervas a crescer nos interiores
e musgos a esverdear varandas formando um esplendido
declínio que embeleza e mata fazendo-nos sonhar com um
eventual milagre turístico/cultural.
Ainda brota água límpida e fresca do chafariz amodernado.
A Pega, a maior Ribeira deste pequeno mundo, segue entre
margens frescas e sombrias. Erguem-se, ao longo do seu leito,
alguns moinhos em absoluto desuso quando não em ruinas.
Hoje, nesta tarde parda de inverno, o pequeno povoado parece
entregar-se a monólogos não deixando de nos mostrar três dos
seus habitantes de referência. Um deles, um gato, a desdobrar-
se em cautelas para se deslocar no cume afiado de um muro
granítico. Outro, um cão, branco, enorme e afável aproxima-se
como se nos rogasse festas. Ainda o Ti Messias que nos abeira no
intuito de se dar a conversas.
Falar, então, de quê, hoje, senão deste povo e desta aldeia de
Cheiras, campesina de nascença, inserida no concelho de Pinhel
onde é sulista por condição.
Fernando Pereira Capelo
Neste ano letivo temos uma mão cheia de atividades, das quais
algumas já foram realizadas este período em conjunto com a EB1
de Pínzio, tais como: o Dia Mundial da Alimentação, o Magusto e
Saídas/visitas.
As restantes atividades realizar-se-ão ao longo do ano letivo, tais
como: as Janeiras, a Feira da tradições, Marchas populares entre
outras.
Neste ano letivo o tema do pré-escolar é “De Mãos Dadas com o
Mundo na Biodiversidade” e as atividades vão ao encontro com
o tema.
Neste contexto as crianças são felizes pois as saídas ao exterior
podem apreciar os recantos descobrindo e brincando no tapete
de folhas escurecidas pelo sol de outono.
Também neste período tivemos o privilégio de comemorar o
centenário da D, Laura, uma senhora que visitámos no Lar da
Mensagem de Fátima de Pínzio.
De mãos dadas vamos festejar o Natal que já está a chegar!
As educadoras: Teresa Vaz e Céu Abadesso
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
PARA LÁ DA FRONTEIRA…
Colónia … Pínzio!
Maria Pires Monteiro é emigrante há 49 anos!
O jornal DIA20 foi pedir que contasse um
pouco da sua história, desde que saiu de casa
dos pais em Pínzio.
Nasci em Pínzio em 1945. Cresci e vivi a minha juventude na
aldeia de Pínzio. Os meus irmãos todos rapazes, cresceram e
saíram de casa dos pais, mais cedo ….para a tropa ou para irem
trabalhar. Eu fiquei em casa a ajudar, pois tínhamos muita
labuta. Trabalhei muito, mesmo a ceifar, que era um trabalho
difícil. Apesar de muito trabalho, eu digo que tenho saudades da
juventude. E eramos muito felizes, mesmo com muito pouco!
Casei em Janeiro de 1969. O meu marido era emigrante há cinco
anos, na Alemanha. Ele foi passado uns dias de casarmos, e eu,
fui ter com ele, em agosto desse ano, altura que ele conseguiu
arranjar um alojamento para os dois.
Quando cheguei como não tinha trabalho, e como a língua era
difícil, pouco saía de casa. Foi complicado para mim, habituada a
não estar parada, e ter que ficar em casa, era um problema. Por
isso arranjei trabalho num restaurante. E nessa altura, mudámos
de residência e fomos viver para um apartamento no prédio do
restaurante, porque era mais fácil eu dar apoio e ir trabalhar
sempre que era necessário…. Eles gostavam muito de mim, e até
faziam questão de me darem sempre o almoço para o meu
marido levar.
Fiquei grávida e fazia pouco no restaurante, mas sempre que
possível ajudava.
Em 1970 nasceu a filha Paula Cristina. Depois da menina nascer
fiquei doente e como não podia trabalhar no restaurante,
achámos por bem irmos viver para outra casa. Depois de ficar
bem de saúde, fui pedir emprego aos correios e iniciei em 1971.
Em 1973 nasceu a filha Zita. Foi muito difícil com as duas
meninas, porque tanto eu, como o meu marido fazíamos turnos
e tínhamos que alternar os horários. A partir dos 3 anos
frequentaram a creche… mesmo assim era difícil porque a creche
fechava às 16h…. O tempo passou e elas cresceram. Eu tenho
que referir que é muito importante os bons vizinhos e eu fui
privilegiada nisso. Todos me ajudaram. Foi assim que os
problemas da língua foram ultrapassados mais facilmente.
Tive uma vizinha que foi especial, como uma segunda avó. Estava
sempre disponível para ajudar. Era uma pessoa em quem eu
confiava, e até tínhamos a chave de casa, uma da outra.
Gostei muito de trabalhar nos correios … de 1971 até 1994, até
ficar reformada … eram pessoas espetaculares. Fui muito bem
recebida e gostavam muito de mim e eu deles. Fiquei bastante
doente da coluna e quase não consegui trabalhar com as dores.
Nos correios foram tão simpáticos comigo, que até me
aconselharam e ajudaram a pedir a reforma.
E foi assim que me reformei cedo.
As filhas trabalhavam e quando me reformei fez-me falta o
contacto das pessoas, os horários, a azáfama do dia à dia e
resolvi ficar com a minha neta, que me deu muito orgulho vê-la
crescer. Assim poupámos a filha de maneira a não passar o que
nós passámos com elas, as dificuldades que tivemos quando elas
eram pequenas e nós a trabalhar.
Em tempos que já lá vão, era muito difícil ser-se emigrante e as
saudades eram imensas, pois as notícias da família chegavam
tarde, apenas cartas, ou telefonemas para o posto público,
quando era mais urgente. Felizmente que agora comunicar é
muito fácil, basta um clic e todos as novidades/noticias
aparecem, no preciso momento…é assim com os telemóveis e a
internet.
Vinha a Portugal todos os anos, à exceção de seis anos, devido à
doença do meu marido. Foi uma doença de muito sofrimento
para ele. Eu e as minhas filhas sofríamos também muito por vê-lo
sofrer e não podermos ajudar… E já lá vão dois anos que o
perdi… Enfim, Deus assim o quis! A vida prega-nos umas
partidas… e quando pensamos que tudo está a correr bem, a
nossa vida leva uma grande volta.
Vim nesta altura a Pínzio, para celebrar um facto histórico, na
nossa aldeia ... Foi para mim uma felicidade, um orgulho enorme,
uma emoção, podermos festejar com toda a família reunida, e
muitos amigos, a grande festa …o aniversário dos 100 anos da
minha mãe, no dia 16 de outubro.
Já não peço para chegar aos anos da minha mãe, - um século -
mas chegar ao fim da vida, com a cabeça dela era um bem!
Possivelmente, e o futuro não sabemos, mas as minhas filhas já
por lá ficarão, devido ao trabalho (que aqui é muito difícil) e
também às regalias que há, principalmente na assistência
médica.
Presentemente venho a Portugal com mais facilidade pois já não
há horários e já não há stress. No entanto, estou sempre atenta
às necessidades das minhas filhas e da minha neta, e sei que
também posso contar com o apoio delas.
Gosta da Alemanha porque tenho lá a minha família (filhas e
neta) mas gosto de vir a Portugal, mais propriamente a Pínzio
porque venho matar as saudades. Tenho a casa dos meus pais
remodelada, e é aqui que eu gosto de passar os dias de ”férias”,
na minha aldeia.
Maria Pires Monteiro, Colónia – Alemanha
O Jornal DIA20 agradece o tempo dispensado, para nos dar um
testemunho, de que há gente que emigrou, mas não se esquece
da aldeia que os viu nascer.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JUNTA DE FREGUESIA DE PÍNZIO
Após um ano de mandato à frente dos destinos
da Junta de Freguesia, faço um pequeno
balanço do trabalho desenvolvido, relativo a
obras de maior relevo, que foram:
calcetamento em Pínzio da Travessa de St.
André e na Rua da Escola Primária;
Pavimentação e alcatroamento na rua ao fundo
das Cheiras, junto à casa do Sr. Valdemar; Acabamentos e
alcatroamento do Largo de St.ª Barbara, seguindo-se a sua
inauguração; Alcatroamento nos Trocheiros, junto à igreja e
cemitério; Aquisição de património, com a compra de algumas
casas de habitação e outras; Desenvolvimentos na área social,
saúde e educação.
ASSOCIAÇÃO TERRAS DE SANTA BÁRBARA
O associativismo - um dos pilares da
sociedade.
O associativismo relaciona-se com
condições sociais e económicas tornando-
se, ao longo dos tempos, um elemento
dinamizador das comunidades e um
importante fator de transformação e inovação social. Como
alguém já referiu: “O associativismo é um dos pilares da
sociedade”.
Integrar uma associação e nela participar é, sem dúvida, uma
forma de partilhar ideias e de dinamizar ações cívicas. As
associações têm vindo a constituir, ao longo dos tempos, uma
força social expressiva e muito valiosa, a nível social e
económico.
No que respeita aos trabalhos desenvolvidos nas associações,
estes assentam no contributo dos seus associados que intervêm
de forma gratuita, doando o seu tempo e conhecimento. Tal
contributo evidencia implicações a nível individual, pois
pressupõe bastante disponibilidade do ponto de vista pessoal.
Assim, as associações revelam, muitas das vezes, bastantes
dificuldades em conseguir reter ou cooptar novos membros. Que
motivos levarão à desmotivação, ao desinteresse ou à forma de
participação pouco ativa? A na nossa própria experiência leva-
nos a apontar a falta de reconhecimento como a mais
importante das razões.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Estão diversos projectos em fase de execução, como: a
requalificação do largo da feira, projecto do jardim da Fonte
Aldeia, projecto do jardim dos Trocheiros e já se encontra
executado o projecto de requalificação da fachada da sede da
Junta.
Considero um ano positivo, pois estivemos em sintonia com as
diversas associações, nas diversas parcerias que levámos a
efeito.
E como estamos em época natalícia, desejo em nome de toda a
equipa da junta de freguesia, um feliz Natal e um próspero ano
2019.
Joaquim Abel Ventura Martins, Presidente
Quiçá a mais penalizadora. Pensamos que a grande maioria dos
associados não se sentem recompensados, perante a
comunidade que integram, porquanto consideram praticamente
nulo o reconhecimento da sua intervenção e da sua contribuição.
Hoje, impõe-se-nos referir a constatação de mudanças numa das
associações da nossa freguesia, a Associação Cultural de Pínzio.
O LUIS MÁRIO (como entre amigos e família é chamado) músico
da Banda desde criança e maestro nos últimos vinte anos deixa a
Banda. Tal como ele próprio referiu, não se trata de um adeus. O
Luís vai andar por aí… mas as responsabilidades não serão as
mesmas! A vida não lho permite.
Ora, em abono da verdade, teremos de dizer que ele foi um
exemplo de disponibilidade e de empenho associativo. A sua
ausência nunca poderia ser de ânimo leve e, por isso, lhe
prestamos, publicamente, a nossa homenagem garantindo-lhe
que valeu a pena, que não foi perdido o tempo que dedicou à
intervenção na banda porque, assim, ele ajudou a transformar a
sua terra.
Em jeito de conclusão, diremos, ainda, que a banda continuará
certamente e reiteramos a ideia de que as associações também
precisam de novos conhecimentos, de somar entusiasmos,
enfim, de novas ideias.
E, porque é época natalícia, um bom Natal para todos.
Fernando Capelo, Associação Terras de Santa Bárbara
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
DE NÓS … PARA TI, MAESTRO LUIS MÁRIO….
Aqui ficam as mensagens sentidas, da família Banda
Filarmónica de Pínzio, dirigida, durante 26 anos, pelo querido
maestro Luís Mário
- Bem haja Luís Mário, és uma pessoa muito especial….já
passámos muitas alegrias inesquecíveis … Obrigado por me
ajudares a ser a pessoa que sou hoje, e me teres dado a
oportunidade de entrar na Banda de Pínzio, onde aprendi muitas
coisas, além da música… são palavras sentidas do fundo do
coração… Grande abraço amigo. Joaquim Miguel
- Foram 6 anos que jamais irei esquecer… aprendi a tocar com
amor. Foram cheios de brincadeira e chatices, mas com um
objetivo bem definido, fazer música! Cresci não só como músico
mas como pessoa, aprendi a dar valor a tudo o que se passava de
mais simples a cada dia da banda. Um obrigado e até já, um
grande abraço. Miguel Morais
- Amigos, uma família que o coração escolhe. Obrigada Luís
Mário, por me dares a oportunidade de sentir este sentimento
tão verdadeiro... Farás sempre parte desta grande família que tu
próprio juntaste. Lúcia Barrancos
- Foram muitos os momentos que passámos juntos. A ti, Luís
Mário só tenho que agradecer por todos os ensinamentos e por
todos os valores que me foste transmitindo desde os meus 9
aninhos. Obrigada pela pessoa especial que és. Ana Monteiro
- A vida é feita de caminhos que se cruzam e a nossa cruzou-se
através de Música. Obrigada Luís Mário, pelo maestro, colega e
amigo que és. Margarida Neves
- Com estas poucas palavras quero agradecer tudo aquilo que
aprendi consigo, para além da música, aprendi também o
sentido de responsabilidade e companheirismo. Obrigada por
tudo isto e muito mais. Beijinhos. Carolina Pina
- Sei que as palavras se escrevem e apenas se leem... Mas o
sentimento de gratidão permanece...se hoje sei duas ou três
notas musicais devo-o a ti, e isso jamais poderei esquecer, só
tenho para te dizer um grande, obrigado por tudo, pelos
ensinamentos pelo companheirismo por tudo. Forte e sentido
abraço! Tiago Garcês
- Após esta jornada na nossa filarmónica, a sua presença ficará
para sempre na memória da nossa coletividade musical e social.
Desejo uma ótima continuação da sua carreira! Um abraço.
Hélder Carreira
- Obrigada pelo trabalho realizado para manter esta família
unida. Raquel Fonseca
- Obrigada por todos estes anos repletos de música onde me
ensinaste o verdadeiro valor da música! Inês Gomes
- 10 anos, 10 anos é o tempo que estou ligado ao mundo
musical. Durante este tempo absorvi tudo aquilo que me
ensinaram e tentei melhorar a cada dia, muita da evolução que
vivi e que presenciei vendo outros deve-se a uma pessoa, Luís
Mário. Estou certo que um obrigado não chega, mas aqui fica
está palavra de agradecimento e admiração. Emanuel Brasil
- Ao Maestro dedicado e compreensivo, obrigada. Obrigado pela
presença, obrigado pelas palavras de encorajamento. Obrigado
pela paciência. Obrigado por nos ensinares a respeitar as
diferenças e dificuldades de cada um! Obrigado por teres
repetido tantas vezes que "o tempo bem organizado dá para
tudo"! A ti Luís Mário, obrigada... Márcia Parada
- Foram muitos os momentos vividos em ambiente musical,
muitos dos quais me fizeram crescer enquanto músico e
enquanto pessoa sobretudo. Por isso deixo um grande
OBRIGADO por estes anos de companheirismo filarmónico.
Abraço! Ângelo Santos
-Um maestro como tu… Com alegria e dedicação… Um abraço do
baterista… Bem do fundo do coração! Igor Pereira
- Luís Mário, obrigado!!! Obrigado não só por teres feito de mim
um músico melhor, mas também por fazeres de mim um homem
melhor!! Um mega abraço do trombonista que de vez em
quando te fazia a vida negra! Não era por mal, mas tu sabes bem
que rebeldia é o meu nome do meio! Rodrigo Dinis
- Foi com o Luís Mário que aprendi as primeiras notas e escalas,
obrigado por tudo. Hugo Prata
- Iniciou como maestro mas tornou-se acima de tudo uma
presença constante e importante na nossa vida dentro e fora da
banda. Sofia Jorge
- Fazer grandes coisas é difícil, mas comandar grandes coisas é
ainda mais difícil. Obrigada maestro por nos teres comandado
tão bem, durante todos estes anos. Rita Lopes
- Um bom mestre é aquele que consegue conciliar o
profissionalismo, com o valor humano. Foi bom ter entrado na
banda sob a sua direção! Um abraço! Filipe Santos
- Luís Mário o maestro com mais anos na banda de Pínzio, depois
que foi reerguida… com o Luís Mário, cresceu a paixão que eu já
tinha pela música e pela banda… com ele, como maestro, tornei-
me melhor saxofonista, pois diversas tardes tive o prazer de
aprender com ele, e ele teve a paciência de me ensinar… ao
longo destes anos foi maestro, companheiro e acima de tudo
amigo, por tudo isto só tenho duas palavras a dizer: muito
obrigado…Marco Aragão
- Luís, enquanto maestro da Banda de Pínzio (o maestro de todos
nós) foste muito mais que um maestro, acompanhaste e
contribuíste não só para o crescimento musical de todos os
elementos mas, e muito mais importante, para muitos de nós,
deste o teu contributo para o desenvolvimento pessoal. Foste a
força que nos motivava a mais um ensaio, em noites geladas e a
acordar enquanto o sol ainda dormia. Durante 20 e muitos anos,
deste vida e energia a esta banda e, em fases mais difíceis foste
buscar força e motivação onde quase já não existia. Terminou
um ciclo, mas o futuro só a Deus pertence! ...!Obrigada pelo
trabalho que desenvolveste com todos nós e por teres
contribuído para levar o nome de Pínzio mais longe. Edite
Gonçalves
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
À CONVERSA COM…
DIA20 - A partir daí, nunca parou? Não se limitou a um mero
pároco de uma paróquia…sempre em constante aprendizagem
e partilhando esses conhecimentos e saberes.
Pe. D. - De facto nunca fui propriamente pároco. Como Vigário
Geral da diocese, coube-me acompanhar de perto a atividade de
todos os párocos da diocese e até substituí-los quando
necessário. Desde o início os caminhos foram-se abrindo para o
exercício de atividades extra paroquiais, dentro e fora da minha
diocese, dentro e fora do país, relativas ao ensino e à formação
de pessoas. Por estas circunstâncias, contactei com imensa
gente, com muitas culturas e ideias.
DIA20 – Sei que não se dedicou apenas à igreja. Foi professor,
coordenador e orientador, escritor….. uma pessoa muito
dinâmica.
Pe. D. - Sim, fui professor, mas nunca deixei de ser padre. Nas
escolas secundárias e sobretudo no ensino superior em diversas
escolas onde exerci mais tempo, ministrei, com satisfação, áreas
da minha especialidade. Todavia, fui sempre solicitado para
orientar cursos, animar encontros, fazer conferências para
padres, leigos comprometidos com a Igreja, catequistas de vários
níveis. Publiquei três livros para catequese de crianças e
adolescentes, escrevi para diversas revistas de especialidade. A
minha agenda estava sempre cheia de atividades solicitadas e
continua muito preenchida.
DIA20 - Dos grupos que dirigiu qual foi o que lhe deu mais gosto
…. Relembra algum episódio, que queira partilhar?
Pe. D. - Nos primeiros anos de vida sacerdotal dediquei-me
muito ao trabalho com jovens, nas aulas e fora delas. Um dia, um
jovem pediu-me para lhe dar as provas da existência de Deus. Na
verdade, São Tomás de Aquilo, diz que podemos chegar a Deus
através de provas racionais. Mas esse é um caminho que não cria
relações pessoais, é um processo pobre de chegar ao Deus da
razão. Preferi dizer-lhe que Deus não se prova. Deus
experimenta-se. Quem aceita fazer a experiência de Deus,
encontra-se com uma pessoa que nos enche a vida. Porém, digo
com prazer que toda a minha vida de professor, em particular no
ensino superior, me deu um gosto, uma alegria extraordinária.
DIA20 - Muitos anos fora de Pínzio, a estudar a trabalhar, mas
nunca perdeu as raízes e faz questão de vir frequentemente…
Pe. D. - Sempre fomos uma família muito unida. Como é normal,
ela foi aumentando com as gerações mais novas, mas a morte
dos meus pais e sobretudo a perda precoce das minhas duas
irmãs e meu cunhado António, foi um corte doloroso que
marcou profundamente os laços da família. Mesmo assim, não
deixámos de nos encontrar, embora a dispersão e o trabalho de
cada um tornem difícil este desejo. A casa continua a ser a «casa
da família» e regressar a ela, gozar do seu conforto e memórias,
é sempre reconfortante física e psicologicamente.
DIA20 - Com mais de 50 de sacerdócio, qual foi o episódio que
teve mais dificuldade em ligar?
Pe. D. - Talvez não devesse dizer isto, mas eu fui um dos vários
padres que a dita PIDE perseguiu logo após o meu regresso de
Paris. Pela minha formação e pelo meu trabalho, tinha contactos
com muita gente de pensamento próprio. Não eram as suas
ideologias que me interessavam, mas as próprias pessoas. A
liberdade de pensamento é um bem inalienável, mas sujeito a
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ser limitado por ideologias totalitárias, como foi o caso. Nessa
ocasião todas as portas se fecham porque o medo domina as
vontades. Estive quase um ano suspenso de lecionar. Tive o
apoio de muitos amigos, inclusive o meu bispo, mas foi um
tempo difícil.
DIA20 – Foram muitos com certeza, mas relate-nos um ou mais
momentos que possa dizer que foi ou foram momentos mais
altos…e que guardará para sempre.
Pe. D. - Momentos altos da minha vida foram vários e enuncio
apenas alguns: os dias da minha ordenação sacerdotal e Missa
nova, o dia em que o meu bispo me propôs a realização de
estudos superiores em Paris, o termo das licenciaturas e
mestrado, porque me abriram os caminhos por onde havia de
construir a minha vida para o serviço dos outros e da realização
pessoal.
DIA20 - Sei que gosta de visitar outras culturas, outras terras….
acha que passear é gastar dinheiro e ficar mais rico?
Pe. D. - O equilíbrio está em não ir além daquilo que se pode e é
razoável. Mas conhecer outras culturas, ver o mundo na
pluralidade da sua riqueza artística, proporcionado por
atividades a realizar nesses locais ou em passeio cultural,
enriquece a nossa vida e alarga o horizonte do conhecimento.
Como é diferente ver o Perú e a sua gente e conviver com a
cultua e a população da Índia!
DIA20 - O que poderia ser feito, para que a igreja chamasse
para si os paroquianos, tendo em conta a realidade que hoje o
mundo atravessa
Pe. D. - Está a ser difícil ultrapassar o tempo em que muitos se
batizam, fazem a 1ª comunhão, crismam, casam, dizem que têm
a sua fé, mas que não têm a fé da Igreja. Isto é, ainda se vive uma
religião sociológica de muitos anos que em nada compromete as
pessoas com Deus. Nalguns grupos paroquiais e outros, ainda
poucos, já se começa a trabalhar para uma Igreja enraizada num
intenso período de iniciação cristã em que os sacramentos
acontecem à medida que as pessoas estão profundamente
conscientes e empenhadas em crescer e viver na fé. Este
processo será muito lento e não sem algum sofrimento por parte
de quem precisa de romper com uma forma de ser cristão, que
pouco tem a ver com a Igreja de Jesus Cristo.
DIA20 - Para terminar quer deixar um apelo, uma palavra de
esperança aos jovens da nossa terra, já que, como em qualquer
povoação, eles andam muito desviados das coisas de Deus.
Pe. D. - Os jovens gostam de quem se aproxima deles, aceitando-
os como são. A aldeia deveria, mais do que criticá-los, fornecer-
lhes ocasiões de encontro pela arte, pela cultura, pelo lazer com
valores e também pela participação ativa na vida da comunidade
cristã. É preciso proporcionar-lhes verdadeiras e aliciantes
experiências de vida cristã. Também não basta reuni-los. É
preciso que sintam quanto vale a pena aderir às propostas que
lhe são feitas.
O jornal DIA20 agradece o tempo disponibilizado. Assim, os
leitores ficaram a conhecer um pouco dos muitos
conhecimentos a que se resume uma vida plena de êxitos.
Desejamos que continue com toda essa vitalidade, por muitos
anos.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
À CONVERSA COM…
… Padre Domingos Pereira
DIA20 - Quem é Padre Domingos?
Pe. Domingos - Meu pai, Manuel Pereira
Domingos, cresci a vê-lo Regedor que, ao
tempo tinha a função de manter a ordem, era
uma espécie de representante local do
ministério público. Todos os meses a Guarda Nacional
Republicana passava lá por casa para fazer o ponto da situação.
Minha mãe, Ana Vicência Ferreira, a senhora Aninha, como era
conhecida no povo, foi um modelo de mãe carinhosa e de mãos
solidárias. Minhas irmãs Maria Alice, Clarinda e Rosa Maria
foram as companheiras do meu crescimento. Estas duas últimas
faleceram cedo. Éramos uma família tradicional, muito unida. Em
Beja havia um sacerdote dos Trocheiros que me encaminhou
para ali, onde fiz os primeiros estudos. No grande Seminário dos
Olivais, em Lisboa, terminei os estudos teológicos.
DIA20 - Fale-nos um pouco da sua infância em Pínzio… amigos e
colegas de infância e de carteira de escola …professor da escola
primária, numa altura de vida difícil, embora inserido numa
família onde nada faltava.
Pe. D. - Sim, para os padrões do tempo, direi que na minha
família nunca faltou o essencial, mas não esqueço o esforço que
os meus pais fizeram para aguentar os estudos simultâneos dos
seus quatro filhos! A vida era difícil para muitas famílias a quem
faltava o pão e tinham de bater às portas a pedir ajuda. Quantas
vezes a minha mãe teve de socorrer quem nada tinha em casa
para dar aos filhos! Esse foi um tempo muito difícil e doloroso
para a gente da minha terra!
As terras pequenas facilitavam a aproximação das pessoas e
dispunham de circunstâncias que favoreciam a proximidade, tais
como, os fortes laços familiares, a escola, o trabalho, as
brincadeiras, os jogos na rua, etc. A escola e os recreios eram os
grandes geradores do companheirismo. O professor Manuel
Marques da Fonseca trabalhava com os rapazes no edifício já
demolido e a esposa, D. Maria dos Prazeres, era professora das
raparigas, no edifício que agora é Jardim de infância. Pouca
ligação havia entre os alunos das duas escolas a não ser quando
se aproximava a época de exames onde a D. Maria dos Prazeres
tinha um papel fundamental.
Desse tempo, como companheiros de escola, recordo os irmãos
José e Manuel Jorge que vieram a ser meus afilhados de
casamento, o António Coelho que veio a ser meu cunhado, o
José Moita, o Messias filho do senhor Joaquim Luís e Maria
Justina, o Delfim, o Amadeu do Anjos que veio do Safurdão
frequentar o quarto ano na nossa escola, o António Lucas, filho
da senhora Maria Guiomar, que veio a falecer na guerra colonial.
Outros haverá, mas dos quais já não me recordo.
DIA20 - Nessa altura muitas tradições se viviam na nossa terra…
É pena estarmos a perder a identidade !!!!
Pe. D. - Cada povo, em cada época, tem a sua vida própria,
a sua cultura que fortalece a esperança e a alegria de viver. Os
ranchos que regressavam a cantar, o descamisar o milho ao
serão ao som de vozes encantadoras, o Carnaval com as
brincadeiras da época, as festas religiosas que juntavam
familiares e amigos, os dramas do verão que levavam meses a
preparar e, finalmente, aconteciam numa noite inteira ao relento
do verão, o toque diário das trindades, o toque a defuntos e da
Missa dominical que reunia o povo e mostrava a mestria do
sineiro, a fonte que permitia o convívio de quem procurava água,
a matança do porco que juntava as famílias, os mercados do dia
vinte, etc. Muito se perdeu porque Pínzio mudou e agora é
preciso encontrar e criar novos elementos identitários.
DIA20 - Como foi ir para o seminário…quem o incentivou…
quem o apoiou?
Pe. D. - Tudo me leva a crer que minha mãe sempre gostou de
ter um filho padre. Meu pai não estaria tanto para aí virado. Mas
aconteceu e contei sempre com o apoio das minhas irmãs, do
então padre Joaquim Bernardino e, é preciso dizê-lo, da prima
Maria Teresa, minha catequista.
DIA20 - Muito longo o seu percurso académico… mas
resumidamente conte-nos desde q saiu da Pínzio…
Pe. D. - Em Beja fiz os primeiros oito anos de estudos. Os
teológicos ocorreram em Lisboa, no grande Seminário dos
Olivais. Aqui estudávamos alunos das dioceses de Lisboa, Aveiro,
Beja e Algarve. Depois o Instituto Católico de Paris deu-me a
abertura a novos mundos do saber. Decorria em Roma o Concílio
do Vaticano II e muitos dos meus professores eram peritos do
Concílio. Nos areópagos da reflexão, as ideias fervilhavam em
muitos sentidos. O Maio 1968 estava a nascer. De regresso, a
Conferência Episcopal nomeou-me Diretor do Secretariado
Nacional da Educação Cristã. Este cargo levou-me a todo o país e
ao estrangeiro em reuniões por Paris, Roma, Luxemburgo,
Londres, Bruxelas e até Angola. A licenciatura em filosofia na
Faculdade de Letras de Lisboa, o mestrado em Ciências da
Educação na faculdade de Psicologia, o ensino nesta e na
Universidade Católica, o magistério na Escola Superior de
Educação de Beja e a Direção do Instituto Politécnico, foram a
vertente laica da minha formação. Entretanto, o meu Bispo
agregou-me ao seu serviço como colaborador mais próximo, seu
Vigário Geral.
DIA20 - E o dia da grande festa “Dia da Missa Nova”… passagem
tão importante da sua vida … qual foi a sensação vivida?
Pe. D. - No dia 15 de julho de 1962 fui ordenado sacerdote, em
Beja, estando presentes meu pai e minha irmã Rosa Maria. Dia 5
de Agosto celebrei a «Missa Nova» em Pínzio. Foi uma grande
festa! Estiveram presentes muitos colegas do Seminário, todos
os sacerdotes da região e, creio bem, todo o povo de Pínzio e
muitos das anexas. Junto ao altar estavam os meus pais, os meus
padrinhos de batismo Professora D. Irene e António Moita, seu
marido, o Engº Simões Crespo, foram meus assistentes o Cónego
Dr. Manuel Nunes e o Pe. Joaquim Bernardino. Terminámos com
um almoço preparado pela grande cozinheira D. Maria
Genoveva, à sombra fechada dos muitos e frondosos
castanheiros que então cobriam grande parte do nosso quintal.
Há ocasiões saborosas que só mais tarde compreendemos no
seu alto significado.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
DE NÓS … PARA TI, MAESTRO LUIS MÁRIO….
- Foram muitos os anos a levar na cabeça, desde a escola de - Grande Luís Mário…é com grande gosto que escrevo estas
música e depois na banda, mas também foram muitas as palavras para ti, porque foste uma das pessoas que, na minha
brincadeiras, as gargalhadas e eu agradeço por tudo isso! vida, me marcou bastante e me iniciou e ajudou a progredir na
Aprendi muito na banda com tudo e todos e principalmente área musical. Agradeço imenso por todo o empenho e trabalho
contigo. Não eras só um maestro mas também és e serás um dedicado a nós músicos, e a toda a banda em geral. Grande
amigo! Tenho a certeza que todos nós vamos sentir saudades, abraço e espero que nos acompanhes sempre que possas, se não
até mesmo daqueles sermões mais chatinhos... Obrigada por for como maestro, que seja como músico. Rafael Ferreira
tudo, Luís Mário, saudações musicais. Alexandra Monteiro
- Luís Mário, a ti só te consigo agradecer tudo o que fazes por
- Um muito obrigado pelo despertar do interesse pela música mim desde sempre. Sem dúvida que és parte da minha família!
que agora tem uma importância enorme na minha vida, fazendo Obrigada. Sara Miguel
de si uma parte importante não só no músico, mas também na
pessoa que sou e que aspiro ser. Luís Salomé Há histórias que ficam na história da vida da gente… e esta é
uma delas! Foi um concerto realizado no passado dia 18 de
- Luís Mário, quando me ligaram a dizer que irias passar a batuta, novembro, onde a banda celebrou os seus 130 anos.
pensei logo que foi das decisões mais difíceis que tiveste que Queremos aqui referir também o enorme contributo do maestro
tomar na tua vida. Como partilho esse sentimento, apenas me Luís Mário que iniciou nesta banda, como músico, há 35 anos,
resta dizer que se isso aconteceu, foi porque algo mais dos quais 26 anos a dirigir como maestro… foram muitos
importante nas nossas vidas apareceu e merece o nosso tempo e ensinamentos e partilha de saberes … muitas as brincadeiras, as
dedicação. No entanto a Banda onde nasceste nunca se irá gargalhadas, a boa disposição mas também uma grande paixão,
apagar da memória. Desejo-te as melhores felicidades para o teu muita dedicação, empenho e muitos sacrifícios …
percurso… isto não acabou, porque sempre que houver festa em Todos guardarão, para sempre, boas recordações de quem lhes
Pínzio, tu estarás presente e tenho a certeza que irás ensinou os primeiros passos musicais!
disponibilizar-te para tocar saxofone e matares saudades.
Elmano Pereira Este concerto teve também um momento alto, quando a ex-
maestro professor Luís Mário passou a batuta ao novo maestro
- Obrigado Luís Mário por todo este tempo que estiveste na professor Carlos Ferreira. … Foi muito bonito, cheio de emoções e
banda comigo e pela ajuda que sempre me deste. Duarte Morais lágrimas à mistura.
- Luís Mário, já lá vão uns anos, mas parece que foi ontem que
tive a primeira aula contigo na escola de música da banda…. Um
muito obrigado por tudo, pela pessoa que és, pela amizade, pela
partilha e por toda a ajuda!! Obrigado por sempre me apoiares e
me ajudares a chegar onde cheguei!!! Um forte abraço e por
favor vem fazer umas festas connosco de vez em quando!!! Vais
deixar muita saudade! Tudo de bom maestro!! Rafael Afonso
- Obrigada por todas as vezes que disseste “só quem não toca, é
que não se engana”. Deste-me motivação para continuar… Para
sempre o meu primeiro maestro. Inês Alexandra
RECEITA DA SOFIA
“FATIAS DOURADAS EM CHÁ”
Ingredientes: Preparação:
- Pão de dois dias Põe-se a fazer o chá preto bem forte com canela
- Ovos e casca de limão ou laranja. Sempre a ferver
- Chá preto forte adoça-se com bastante açúcar. Corta-se o pão em
- Açúcar fatias, ensopar nos ovos batidos e fritar. Cada
- Canela e casca de limão ou laranja fatia dourada ao sair da frigideira, deve molhar-se
dos dois lados, no chá a ferver. Reservam-se num
prato de ir à mesa. No final verte-se a calda do
chá por cima das fatias douradas. Deixa-se
arrefecer e estão prontas a comer.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
SEM PACHORRA PARA COISA NENHUMA!
Cá estamos de novo contribuindo para que esta
iniciativa perdure no tempo. É certo que nem
sempre bem interpretados e “amados” mas
vai-se à feira com o burro que temos.
Estamos em fase Natalícia e as palavras paz,
tolerância e amor devem sobressair muito
acima de tudo o resto.
Fazendo um zoom sobre a sociedade, verificamos que o País
atravessa uma fase conturbada.
Em Janeiro o novo e último orçamento desta legislatura entra
em vigor e há que reivindicar, bater o pé por melhores salários e
melhores regalias, mesmo sem se importarem se na casa ao lado
há, ou não, pão para por na mesa.
É caricato verificar serem as classes mais bem instaladas, as que
mais protestam. Juízes, professores, funcionários ferroviários,
forças de autoridade, oficiais de justiça, enfermeiros, médicos,
etc. etc., tudo a protestar.
Parecemos um “estaleiro” de protestos.
No fundo a vida está para aqueles que vivem à custa dos
impostos de todos os portugueses. Faltam quando querem,
metem baixa para apoio à família, pois a Lei permite até 1 mês
por ano, sem constrangimentos. Podem fazer greve sem o patrão
os pôr de ponta, no fundo podem “gozar” com a sociedade que
nenhum mal lhes bate à porta. Então e o simples cidadão que
mês a mês estica o salário para chegar, que não leva a família a
jantar fora porque não têm sequer o que por na mesa de casa,
aqueles que o almoço, na pausa do trabalho, é uma marmita que
levam de casa, não tem direito a ter uma vida digna?
Não têm direito também a reivindicar por melhores condições de
trabalho e vida. Será que a riqueza amealhada não deve ser
repartida por todos e em especial pelos mais necessitados?
Se esta teoria está errada, para que servem os peditórios da
Cáritas, do Cancro, os bancos alimentares contra a fome, etc,
etc.?
Expliquem-me como se eu fosse muito burro!
Não sou de todo contra as reivindicações mas sim contra o
“chapa ganha, chapa gasta”.
Deveríamos pensar no futuro para gradual e ponderadamente
distribuir parte da riqueza amealhada. Só assim poderemos
levantar a cabeça e seguir em frente.
Quanto àquilo de que gosto, prevejo uma vida nada fácil.
O Benfica após atravessar um período conturbado, está a
assentar. À hora de escrever estes rabiscos registo mais uma
vitória estrondosa, somando mais 3 pontos na taça da liga. Os
outros, também não estão mal e não me custa nada reconhecer
a ténue valia do Sporting com um futebol apoiado. Já o Porto,
por certo, devido às condições atmosféricas, o VAR, nos jogos
complicados, avaria. Porque será? Esperemos que os
responsáveis por estas situações, a tempo, saibam pôr ordem na
casa e portões novos no centro de estágio dos árbitros
profissionais. Só assim a verdade desportiva pode existir.
Mas descendo à terra, quero felicitar a Associação dos Amigos de
Pínzio pela festa de S. Martinho (que o ano passado referi aqui,
que deveria haver e em boa hora acataram a chamada de
atenção); Felicitar a Associação da Banda Filarmónica na pessoa
do seu novo maestro e futuro(a) Presidente a eleger
brevemente; Felicitar a Junta de Freguesia por ter tomado a
responsabilidade de promover a festa de S. Sebastião/S. António,
no último verão; Felicitar os mordomos de S. André pela
iniciativa e sucesso obtido. Isto sim são notícias boas e que nos
alegram a vida. Isto sim, é que nos enche de alegria e satisfação
de ser filhos de uma aldeia “perdida” no interior de Portugal.
Não posso escrever muito para dar espaço às prendas que irão
surgir nesta edição.
Resta-me desejar a todos os meus amigos, amigas e outros, um
feliz Natal e um ano Novo cheio de prosperidade.
Façam favor de ser felizes, como diria o Raul Solnado.
Ernesto Gonçalves
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
1918/2018 … um século…uma VIDA!
O tempo passa num ápice!
Nasceu a 15 de outubro de 1918. A bebé
chamava-se Laura Pires d`Aragão e nasceu em
Pínzio. Agora é uma “jovem” com um século de
vida!
Chegar aos 100 anos é uma aventura…é uma
Vida! Envelhecer assim é um privilégio! Chegar aos cem anos é
vencer os altos e baixos com certeza, e muita histórias para
contar!…
A D. Laura é a mais idosa “jovem” da aldeia de Pínzio. Esteve
casada 57 anos, com João Afonso e tiveram seis filhos. Neste
momento os seus cinco filhos o Luís, o António, a Maria, o José, o
Manuel, os nove netos e onze bisnetos e a população em geral,
estão todos felizes e orgulhosos!
Foi para França a salto, como era normal nessa época, onde
viveu mais de 30 anos. Trabalhou pouco tempo numa fábrica de
peças de automóveis, e o restante fez limpezas em escritórios e
em «casas das senhoras», como ela nos contou.
Regressou a Pínzio em 2010, e esteve na sua casa um ano e neste
momento é utente do Lar Mensagem de Fátima em Pínzio há
cerca de sete anos… assim os seus filhos estão mais descansados,
pois está em boa companhia!
É uma pessoa bem disposta, sempre risonha e que goza de boa
saúde. A sua cabeça está ainda lúcida … conhecia cada um que
participou na sua festa, às vezes não se lembrava era do nome. O
seu único problema é apenas falta de ouvido. Gosta de conversar
e contar as peripécias da sua vida!
Este ano houve uma grande festa em Pínzio…. E bem merecida…
A D. Laura celebrou o século da sua vida.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Para isso os filhos fizeram questão de juntar a família e os
amigos, assim como todos os seus conterrâneos. Além dos filhos
a aniversariante estava visivelmente feliz.
A sua neta Cristina disse-nos: Somos nove netos estamos todos
muito felizes por este dia …. A comemoração dos 100 anos de
vida da nossa avó Laura…. uma bela idade! São muitas histórias
reais, que ela gosta de contar e lembra cada um delas, com todos
os pormenores. Lembro-me quando a nossa avó ia visitar os
filhos e netos à Alemanha e passava as férias connosco. Ela
gostava muito de viajar, mesmo com uma idade avançada, nada
lhe metia medo! Nós adoramo-la. Costumávamos jogar as cartas
com os nossos avós ... Não esquecendo que o nosso avô João
tinha sempre um miminho para dar a cada neto, com aquele
pouco que ele tinha … era um Amor! Foi com alegria que
celebramos esta festa!
Todos os filhos felizes e emocionados referiram: agradecemos a
Deus por nos conceder esta graça e podermos celebrar um século
de vida da nossa mãe…. agradecemos também a toda a família e
a todas as pessoas amigas que quiseram estar presentes, neste
dia tão importante das nossas vidas…. Também agradecemos às
pessoas do lar, que se empenharam na organização de uma
festa. O nosso bem haja também ao Sr. Padre António Carlos, ao
Sr Padre Fonseca que fizeram questão de estar presente neste
evento. Uma festa nunca antes celebrada em Pínzio! Foi uma
festa muito bonita! Obrigado a todos!
A Associação dos Amigos de Pínzio deseja, que venha um ano de
cada vez e repleto de saúde, para que possa celebrá-lo
novamente, junto dos seus familiares e amigos.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

FOI EM 1888… HÁ 130 ANOS BAU DAS RECORDAÇÕES

Apesar de tudo, a Banda Filarmónica de Pínzio atravessou esse
final de séc. XIX, todo o séc. XX e continua a ser motivo de
orgulho para a nossa terra. Houve um interregno de cerca de 20
anos, desde o início dos anos 60 do século XX até 1982, ano em
que viu, de novo, a luz do dia.”
Na 16 edição Jornal DIA20 o Marco Aragão referiu: “Nos dias de
hoje faz-se sentir a desertificação do nosso interior e, a nossa
banda, mais concretamente a escola de música que a ela está
afeta, ainda mais sente isso, pois os miúdos e jovens que nela
podem ingressar, cada vez são menos.
Também o ritmo de vida, que atualmente vivemos, torna cada
vez mais difícil o funcionamento de uma pequena banda
filarmónica de uma aldeia, neste caso a nossa.
É preciso boa vontade para conseguirmos levar este projeto a
bom porto, no entanto não basta, é necessário o empenho
também da nossa população para que assim se consiga levar o
nome da nossa aldeia, Pínzio, a outros locais sempre com orgulho
e com a honra de dizermos: Pínzio tem uma boa banda… é com
este espirito que nos gostamos de apresentar e sabemos que a
nossa aldeia tem orgulho na sua banda.”
Ficam aqui os sinceros parabéns a todos que os que direta ou
indiretamente e ao longo dos anos, participam e colaboram na
Banda Filarmónica de Pínzio, principalmente aos músicos que se
empenham tantos nas aulas, como nos ensaios, em concertos,
procissões, nas arruadas e em todas as atividades, muitas vezes
com sacrifícios!

Foto do ano 1950 que foi cedida pela Srª Isabel Monteiro, filha de um músico desta época,
Joaquim Monteiro. Na 1ª fila da esquerda para direta - José Oliveira no Contrabaixo; António
Lucas no Saxofone Alto; Joaquim Monteiro no Bombardino e Manuel Caramelo no Contrabaixo.
Do lado esquerdo - José Lucas no Cornetim; mais atrás à direita está José Martinho no Clarinete
(não sei qual deles é). Na 2ª fila lado direito - António Alves Moita no Bombardino (este senhor
ainda chegou a tocar na banda com o ex-maestro Luís Mário por volta de 1986), mais para trás no
Clarinete está Arnaldo Agostinho (que também tocou ainda bastante tempo depois da renovação
da banda que não sabia ler música, apenas tocava de ouvido) Na última fila tínhamos a percussão:
no bombo José Monteiro (que também tocou após a renovação em 1984 e anos seguintes) na
Caixa o Adérito e nos Pratos o Joaquim Lucas. Por último, o mestre Manuel Abel que está fora do
grupo, a tocar Requinta (junto das crianças).

FESTA DE SANTO ANDRÉ 2018

Chegou ao fim mais um ano de Festa de Santo André. A mordomia, em

primeiro lugar, quer agradecer a toda a população que esteve presente
nas festividades e que ajudou a realização da mesma! Do fundo dos
nossos corações sem vocês não seria possível.

É de facto um orgulho imenso em contribuir um pouco para o bem estar

de Pínzio ao fazermos algo que todos gostam. Desde os tradicionais
jogos de sueca, ao baile, á missa e procissão até ao lanche convívio. O
nosso objetivo sempre foi continuar a tradição e que todos sentissem
vontade de se deslocar ao pavilhão, e por isso muito obrigado a todos!
Não deixar de agradecer a nossa fantástica Banda Filarmónica que como
sempre teve um papel especial nesta festa mas também claro a todos os
artistas presentes. Hi-Fi e Batuufole.

Desejamos assim muito boa sorte para a mordomia que se segue e

queremos que saibam que estamos cá para o que for preciso, porque
Pínzio é isto, ajuda e companheirismo. O mais importante, nunca
deixemos morrer a tradição!

Para o ano, caberá aos novos mordomos, Mariana Pires, Carolina Pina,
Miguel Gonçalves, Daniel Calado, Tiago Gonçalves e Tomás Calado,
organizarem a festa, que começa na próxima fogueira de Natal. Esta foto do ano 1960, saiu do Baú da D. laurentina Bilro…. Moças com cerca de 20
Os mordomos 2018: Ângelo Santos, Sara Miguel,
anos de idade Da esquerda para a direita: Maria Lourença, Maria Paixão (a mais velha)
Diana Pereira e Luís Salomé
Fernanda, Julieta, Inácia.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
BANDA FILARMÓNICA DE PÍNZIO – MEMÓRIAS QUE FICAM
A 21 de novembro de 1888 nascia em Pínzio a
coletividade em que muito provavelmente
participaram o maior número de residentes e
simpatizantes da música da freguesia e que
mudou o rumo da vida a muitos dos que por lá
passaram – Banda Filarmónica de Pínzio.
Conta já 130 anos de muita atividade, com
interregnos, com momentos bons, com períodos de dificuldade,
mas sem dúvida uma mais valia para todos os que passaram por
lá, uma escola da vida e uma entidade de grande valor para a
freguesia e região.
A minha aventura nesta coletividade e no mundo da música
começa por volta de 1983 aquando do recomeço da filarmónica,
pois tinha parado a sua atividade devido à falta de elementos,
fruto da forte emigração que se verificou algumas décadas antes.
“Pai, quero ir pra música”, foram estas as minhas palavras que
acabaram por me levar para a banda a aprender as primeiras
notas e arrastar também o meu pai para lá, pois enquanto
esperava, lá acabou também por aprender umas “notinhas” e
tocar contrabaixo (tuba em MIb) durante 25 anos, tendo
também assumido funções em várias direções da coletividade
durante os anos sequentes.
Lembro-me dos primeiros professores, duas pessoas muito
distintas, o Sr. Luís Pires Gonçalves, responsável pelo novo
arranque da filarmónica, que aprendeu um pouco das notas e
figuras musicais para nos poder transmitir, e o Sr. Manuel Abel,
senhor de idade (com a sua velhinha samarra) que tinha sido
músico e “mestre”, como se designava na altura, da filarmónica
antes da sua “pausa”. Era na pequena casinha da música, como
assim lhe chamavam, que íamos todos os fins de semana,
primeiro “rezar” o solfejo do Freitas Gazul e mais tarde começar
a soprar num instrumento.
Por esta altura estava a ser construída a IP5, que trazia muitos
trabalhadores de fora, e é entre eles que aparece o Sr. Costa,
músico da Banda de Santar, que tocava saxofone. É numa das
visitas ao nosso ensaio e no meio de uma quantidade de sons
misturados, vindos dos diferentes instrumentos, que este senhor
me chama para a rua e junto ao ribeiro, num ambiente mais
sossegado me diz: “se quiseres aprender a tocar saxofone eu
ensino-te”. Foi então que comecei a soprar para o velhinho
saxofone soprano (ainda com a palheta na boquilha virada para
cima – os entendidos, sabem o que estou a dizer) e tocar as
primeiras escalas. Recordo-me da minha primeira
cantiga/melodia que consegui tocar, “Naquela linda manhã….”
Escrita numa folha branca com pautas desenhadas com caneta e
régua (que ainda hoje guardo) pelo tal Sr. Costa, que passado
pouco tempo deixei de ver.
Pouco tempo depois, é convidado o Sr. Ângelo Margarido que
tinha dirigido durante algum tempo a extinta banda da Cabreira.
Fizemos uma pequena arruada em Pínzio e Cheiras. Foram os
primeiros desafios, ainda sem saber muito bem o que andava a
fazer. Entretanto, a notícia começa a passar pela região: “A
Música de Pínzio está outra vez a tocar” e aparece o convite para
a nossa primeira saída fora de portas, Cerdeira da Côa. Foi aí que
fizemos a arruada e procissão, com apenas duas marchas (ainda
não tínhamos tido tempo de aprender mais) Portugal tão lindo e
Deus nos Salve. Entre foguetes e mais uma batida daqui outra
dali, foi um dia importante para todos.
A banda estava a tocar e era preciso alguém com mais
conhecimentos musicais e experiência para ocupar o lugar de
“Mestre”.
É então que o Sr. Ângelo contacta o Sr. Manuel Niné para
assumir a responsabilidade do cargo e que se manteve até ao
verão de 1992.
Palavra passa palavra, e os convites para a banda tocar nas festas
religiosas surgem em grande número. Destes tempos mantenho
muitas e muitas recordações e peripécias que só nestas
coletividades acontecem e que dificilmente se apagam. Poderia
relatar imensas, no entanto, partilho algumas que já mais
esquecerei. Nesta época, festas que não tivessem foguetes não
era festa. É com estes, que acontecem algumas situações
caricatas, desde, em Cidadelhe cair um foguete num galinheiro
quando a banda passa e lá vão os galináceos em alvoroço para o
meio dos músicos. Nas Freixedas (se a memória não me falha)
uma cana de foguete cai na cabeça de um dos nossos músicos
que tocava trombone, fazendo uma pirueta, valeu o chapéu. No
Roque (Pinhel), era bombeiro o Sr. José Monteiro, quando
durante a procissão lhe rebenta o cinto das calças, e com o andar
um tanto ou quanto “esquisito” na tentativa de estas não irem
ao chão, este diz no meio de alguma risada entre os músicos
“senhor mestre, podia perder as calças, mas não perdi
pancada!”. Não me esqueço também da dupla fantástica da
“Pancadaria” – como assim lhe chamavam na época à percussão,
refiro-me ao Alberto Dinis e ao Joaquim Miguel (que
recentemente partiu) que apesar de amigos, andavam sempre
como o “cão e o gato”. Então, numa passagem musical, em que a
maceta deveria tocar no prato, quando em jeito de brincadeira
provocatória, o bombeiro, em vez de acertar no prato, aponta
mesmo ao relógio do colega, estava a confusão instalada para o
dia todo! Ato que teve a devida retaliação nos tempos seguintes!
Mais recentemente e eu já com funções de maestro, ninguém se
esquece aquando do regresso do almoço para a tarde na festa de
Algodres, o nosso velhinho autocarro resolve pregar mais uma
partida. E agora? Como vamos para a festa? Estão à nossa
espera…. É então que passa um camião de “transporte de
animais vivos” e…. não há tempo a perder! Para surpresa de
todos os que aguardavam pelo início do concerto, chega o meio
de transporte ao recinto das festas, e com espanto, de onde
normalmente ”descarregava gado”… lá estão os músicos a sair,
risada total.
Tínhamos que ser polivalentes e envolvente numa energia de um
jovem que tentava que nada falhasse nos serviços, também não
me esqueço de um dia de festa em que o motorista do autocarro
não apareceu. Preocupado e decidido a resolver, digo para todos
“aqui não ficamos, vamos embora que eu conduzo o autocarro”,
todos ficaram incrédulos, principalmente os de mais idade. Tudo
correu bem, apesar de uma travagem ou outra mais violenta.
Após a saída do maestro Manuel Niné, a direção convidou-me
para assumir novas funções. Fiquei muito surpreendido e
reticente, pois tinha começado a estudar música no
conservatório da Guarda mas não tinha formação de direção de
banda. Um pouco forçado, lá acabei por aceitar o novo desafio,
tendo feito o primeiro serviço na festa de Stº André de 1992.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
FOI EM 1888… HÁ 130 ANOS
O orgulho da nossa aldeia, está de parabéns!
Mais uma época festiva… desta vez foram as comemorações do
aniversário da Banda Filarmónica de Pínzio. Este ano comemorou
130 anos, pois foi em 1888 que ela foi fundada pela primeira vez.
Mais tarde nas décadas de 60 e 70 sofreu um interregno devido
à forte migração dessa época. Em 1982, retomou novamente a
sua atividade.
Foi um dia de um novo ciclo na vida da Banda Filarmónica de
Pínzio… Cessou funções de maestro o professor Luís Mário e
iniciou o maestro professor Carlos Ferreira.
A Associação Social Cultural Recreativa e Desportiva de Pínzio,
tem espaço próprio, no Jornal DIA20.
Transcrevemos aqui algumas passagens de edições anteriores,
homenageando a nossa tão querida Banda Filarmónica.
Luís Pires Gonçalves, um dos principais elementos que participou
e se empenhou de corpo e alma, no renascer da Banda
Filarmónica de Pínzio, salientou na 11ª edição:
“Quero aqui e agora agradecer a todos, os que comigo
colaboraram, porque a eles se deve o sucesso deste projeto.
Jovens e menos jovens que acreditaram e depositaram em mim
total confiança, numa caminhada que, para alguns, não passava
de uma fantasia do meu imaginário.
Ontem, tal como hoje, dá-se pouco valor à força da juventude e
ao saber dos mais velhos. Não tenho dúvidas, foram estes jovens
que fizeram a diferença… Nessa altura ainda não tínhamos farda
e decidimos improvisar, vestirmo-nos todos de igual, de forma a
parecer uma farda. Quem não tinha casaco, camisa ou gravata
pediu emprestado. Para as raparigas foi mais difícil, pelo que
decidimos comprar boinas e tecido azul-escuro e cada uma,
mandou fazer as calças.
Só mais tarde, com a ajuda do povo, através de donativos que
fizemos nas ações de rua, e quando recebemos um subsídio da
DGD da Guarda, para construção do campo de futebol, é que fui
ressarcido desse valor.
…. É de sublinhar o empenho, a dedicação e o esforço que estes
elementos demonstraram. Acarinhados e aceites por esta
juventude, que lhes reconhecia valor, trouxe-lhes uma nova
alegria, um novo sentido e esperança de vida.
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Ao senhor Manuel Abel o meu mais profundo sentido de
gratidão. Foi, sem dúvida, de todos, aquele que mais sentiu este
projeto, completamente embriagado nesta paixão, entregou-se
de corpo e alma, mesmo com todas as suas dificuldades físicas,
acompanhava-nos para todo o lado. Era ele que preparava as
lições de solfejo, e me entregava, para eu ensinar ao grupo no
sábado seguinte. Todos os fins-de-semana me entregava uma
nova lição para eu estudar, durante a semana.
Após um ano e meio de solfejo em sala, e aproximadamente
meio ano a aprender a escala dos instrumentos, era chegada a
hora do novo passo.
Atualmente liderada pelo elemento mais jovem Luís Mário,
representando hoje, o melhor e maior cartão-de-visita, da nossa
terra... Por fim o meu maior reconhecimento é para os mais
novos e a sua indiscritível força, coragem e vontade de vencer.
…… ”
O professor Luís Mário, ex-maestro da Banda Filarmónica de
Pínzio no artigo À Conversa com… na edição nº 5 referiu: “Espero
que a Banda continue a prestar o serviço cultural que tem
prestado durante todos estes anos de atividade, levando o nome
da freguesia e concelho bem longe …é das coletividades mais
antigas e com atividade permanente do concelho de Pinhel. A
escola de música, apesar das dificuldades, continue a oferecer
um ensino gratuito ou com custos simbólicos, de forma, a
possibilitar a sua frequência a todos aqueles que queiram
aprender música sem qualquer tipo de constrangimento.
Essencialmente que continue a colaborar com as outras
instituições da freguesia e que não seja esquecida pelas
entidades competentes … Aos músicos, digo que continuem a
fazer parte deste grupo fantástico, com momentos bons e outros
menos bons como tudo na vida, paciência, sacrifício e que deem
sempre o melhor. Que acolham bem e apoiem os recém-
chegados e músicos mais novos transmitindo os nossos ideais e o
que nos carateriza. Que se divirtam através da música e do
companheirismo.
Às famílias e comunidade em geral, que apoiem os filhos e todos
aqueles que querem integrar o nosso grupo. A aprendizagem de
um instrumento musical é uma mais-valia na educação e
formação pessoal, assim como todo o desenvolvimento cognitivo
que daí advém.
Todos podem participar e colaborar, se acha que não tem “jeito”
para tocar um instrumento musical, pode integrar os órgãos
sociais da direção, participar nas atividades promovidas, etc. ”
José J. A. Dinis escreveu na 12ª edição: “Um feliz acaso revelou-
nos, há alguns anos atrás, a escritura da Sociedade Filarmónica
de Pínzio de que possuímos cópia.
Ficámos assim a saber que foi criada em 21 de novembro de
1888. Seria interessante perceber como terão sido esses anos do
final do séc. XIX para a recém-criada Sociedade Filarmónica de
Pínzio, constituída, na sua totalidade, por gente muito humilde
da nossa terra. Gente muito pobre a quem sobrava em trabalho
o que faltava em recursos ….
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Agradecemos desde já todos os colaboradores
permanentes e às pessoas que já quiseram dar
o seu contributo.
É certo, que o jornal DIA20, só será uma
realidade, se houver pessoas que quiserem
partilhar connosco as suas vivências, crónicas,
fotos ou mesmo pequenas histórias reais ou
não. Por isso ficamos agradecidos a todos que
quiserem participar. Basta, para isso, enviarem
os vossos textos para o seguinte e-mail:
madalenajcabral@sapo.pt
ASSEMBLEIA GERAL
Madalena Cabral Sócia nº111 – Presidente
Beatriz Pina Sócia nº68 – Secretária
Rafael Fonseca Sócio nº46 – Secretário
Manuel José Dias Sócio nº37 – Suplente
José Almeida Sócio nº23 – Suplente
Victor Pina Sócio nº41 - Suplente
CONSELHO FISCAL
Luís Gonçalves Sócio nº15 – Presidente
Cidália Abrunhosa Sócia nº21 – Vogal
Luís Cabral Sócio nº33 – Vogal
Anabela Fortunato Sócia nº22 – Suplente
Susana Pires Sócia nº125 – Suplente
Abel Lopes Sócio nº69 - Suplente
DIREÇÃO
Jorge Pires Sócio nº4 – Presidente
Lisete Cardoso Sócia nº36 – Vice-Presidente
Elisabete Teixeira Sócia nº57 – Tesoureira
Ricardo Custódio Sócio nº168 – Secretário
Marisa Gonçalves Sócia nº196 – Vogal
Dina Lopes Sócia nº157 – Suplente
Luís Marques Sócio nº67 - Suplente
Márcia Parada Sócia nº56 – Suplente
Carlos Monteiro Sócio nº2 - Suplente
Ernesto Gonçalves Sócio nº62 – Suplente
CONTACTOS ÚTEIS
Número Nacional Socorro……………….……..….112
Junta Freguesia de Pínzio……………...271 947111
Posto Público de Pínzio……….……..…271 947131
GNR Pínzio ……………………………..…….271 947183
Farmácia Modena Pínzio……………..…271947257
Táxis de Pínzio…………………..………..…271947182
Pároco de Pínzio …………………….……..967924670
Correios de Pínzio …………….…….….…271 947111
Centro Saúde Pínzio………….…………. 271 947220
Credito Agrícola……………….………..….271 947850
Centro P. M Fátima (Lar)………….……271 940010
Centro de Saúde de Pinhel ……………271 413413
Câmara Municipal de Pinhel ……..….271 410000
Repartição de Finanças Pinhel…….…271 412281
Bombeiros de Pinhel …...……………….271 412211
EDP Guarda ………………………………….271 004400
ULS – Hospital Sousa Martins ……….271 200200
C.R. Seg. Social…………………….………..271 232600
PT Telecom ………………..………………..271 208300
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Nesta edição, o nosso Jornal atingiu a maioridade.
Pois é, já são 18! O que equivale a 6 anos consecutivos sem
interrupções trazendo e levando informação, recordações e
bom humor.
Nesta edição, dedicamos grande parte do nosso Jornal à nossa
Banda Filármónica que tanto nos orgulha e enaltece.
E por vários motivos: Este ano, a banda comemora 130 anos; O
Maestro Luis Mário, após 35 anos de dedicação, decidiu transferir a batuta;
Temos novo Maestro; Vai chegar ao fim o mandato do actual Presidente da
Direcção, Vitor Ferreira. Portanto, nada mais justo do que, também nós,
prestarmos homenagem.
Já na passada Feira das Tradições em Pinhel, o stand da Freguesia foi
maioritariamente dedicado ao aniversário da Banda, com direito a directo
televisivo na RTP.
Muito há a dizer acerca do Luis Mário, mas, ficou-me com a emocionante
despedida na Igreja de Pínzio, aquando do concerto e pelo facto de ele ter estado
35 anos ininterruptos na Banda. Já pararam para pensar no que são 35 anos!
Deixo uma dica aos leitores (incluindo a mim): Quando nos lamentarmos que já
fizemos muito ou que já estamos fartos e cansados, pensemos nos 35 anos do
Luis Mário.
Fica prometida para a próxima edição, uma entrevista ao novo maestro.
Em relação ao Presidente Vitor Ferreira, agradecer-lhe todo o seu empenho
durante os dois mandatos em que esteve à frente dos destinos da Banda. Sei que
deu o seu melhor, e o seu melhor foi muito! Desejo muito sucesso à próxima
direcção da Associação Cultural, pois é um trabalho que exige muita dedicação,
apesar de se pensar, muitas vezes, o contrário.
A futura Direcção, tal como a que agora cessa, poderá contar comigo e com a
ADAP para tudo o que estiver ao nosso alcance.
E voltei a ficar sem muito espaço para escrever mais!
Não percam as novidades da ADAP nas páginas centrais deste magnífico Jornal.
Votos de um Feliz Natal e próspero ano novo.
Vemo-nos novamente na décima nona edição deste Jornal DIA20 em Abril!
FICHA TÉCNICA
JORNAL DIA20
Diretor: Jorge Pires
Coordenadora: Madalena Cabral
Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral
Sede: Associação dos Amigos de Pínzio, Rua da Pontinha, nº 26, 6400-069 Pínzio
E-mail: adap.pinzio@gmail.com
Facebook : www.facebook.com/pages/Associação-dos-Amigos-de-Pínzio
Periodicidade: Quadrimestral
Design e Paginação: Ricardo Custódio
Impressão: Município de Pinhel
Tiragem: 250 Exemplares a preto e branco
Distribuição: Gratuita
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
BANDA FILARMÓNICA DE PÍNZIO – MEMÓRIAS QUE FICAM
Os anos que se seguiram foram muito diferentes, pois apesar da
inexperiência, da tenra idade para o cargo, sempre tive muito
presente na minha mente a responsabilidade que o cargo exige e
a dignificação da coletividade.
Durante estes 26 anos que dirigi a banda muito aconteceu.
Várias direções passaram, muitos músicos entraram, deram o
seu contributo e saíram já adultos, miúdos que quiseram
aprender, cresceram e entretanto já seguiram o seu rumo,
alguns como profissionais da música, dos quais muito me
orgulho e desejo os melhores sucessos.
Apesar de momentos excelentes de convívio, camaradagem,
aprendizagem, nem tudo foi fácil. A distância entre Pínzio e os
diferentes locais de trabalho que tive (vida de professor…) por
várias regiões do país foi sem dúvida uma dificuldade, muitos
quilómetros percorridos no intuito de poder acompanhar com
assiduidade o grupo que dirigia. As diferenças de idade dos
elementos que integravam na altura a banda, que por um lado é
muito saudável mas também proporcionava algumas
incompreensões. O terminar dos serviços (volta aos mordomos)
nas festas religiosas era por vezes o mais complicado e de
alguma “diversão”. Mas no dia seguinte pela madrugada, aí
estava tudo reunido à hora marcada, para mais um serviço.
Os tempos foram mudando e se, por um lado, a banda tem
melhorado a nível musical, também as dificuldades têm
aumentado. A desertificação do interior que leva cada vez mais
jovens para fora, os estudantes no ensino superior longe da
residência, os adultos obrigados a procurar emprego fora da
região e a luta constante com as novas tecnologias e interesses
externos próprios da juventude, são dificuldades com as quais
nos temos vindo a deparar com frequência.
O tempo não pára e aceleradamente chegamos a 2018, após
tantos serviços realizados com a filarmónica, primeiro como
UMA “FAMÍLIA … COM GRANDES LAÇOS DE AMIZADE!
Faço parte desta Grande Família que é a Banda
Filarmónica de Pínzio há cerca de duas décadas.
Ao longo deste tempo foram-me transmitidos
valores e conhecimentos que me ajudaram na
minha formação e no crescimento pessoal.
Por este motivo, quero agradecer publicamente
a todos os que contribuíram, ao longo destes anos, para a
continuidade da banda: membros da direção, sócios e músicos,
de uma forma geral.
Mais particularmente, agradeço ao Maestro Luís Mário, pelo
empenho, amizade e entrega total, desempenhando assim um
papel decisivo neste percurso e na articulação com a direção
desta associação. A este, ao Sr. Amadeu Fortunato, ao José
Joaquim Dinis e Vitor Ferreira, que assumiram a liderança dos
Jornal Nº18 – Dezembro 2018
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
jovem músico e mais tarde como maestro, eis que um simples
concerto de aniversário como tantos outros, se tornou no mais
difícil de dirigir.
Por momentos, a concentração, a audição melódica e harmónica,
como que teimavam em “fugir”… para outros contextos
emocionais.
Estou convicto de que tudo o que fiz, embora nem sempre
compreendido, teve como objetivo, o crescimento da
coletividade, a promoção de um convívio saudável entre todos, a
dignificação da música, em resumo… a defesa da Banda
Filarmónica de Pínzio e de todos os que a integram.
Ficaram alguns projetos por concretizar, entre os quais destaco
dois: a gravação de CD/DVD e a construção da nova sede da
Associação Social, C. R. e Desportiva de Pínzio, que incluísse
também a construção de um auditório digno para a realização de
diversas atividades, musicais, sociais e culturais. A ausência de
um espaço deste género impossibilita o desenvolvimento de
projetos e a realização de atividades sócio culturais. Já foram
dados alguns passos e desenvolvidos esforços nesse sentido,
nomeadamente a aquisição de terreno. Aguardamos pelo apoio
e cumprimento de promessas…
Termino, agradecendo à Associação Social, C. R. e Desportiva de
Pínzio/Banda Filarmónica pela oportunidade, a todas as
direções/órgão sociais da mesma, músicos, sócios, simpatizantes
com quem tive oportunidade de colaborar e conviver. A todas as
associações e entidades que colaboram e apoiam a
continuidade, bem hajam.
Por todos estes anos e porque uma parte da minha vida foi
passada naquela sala de ensaio e/ou ao serviço da associação,
por tudo o que recebi e dei à coletividade, onde quer que esteja,
a Banda Filarmónica de Pínzio será sempre reconhecida por mim,
como a minha BANDA!
Luís Mário Gonçalves
vários mandatos, expresso o meu respeito pela coragem de
saírem das suas zonas de conforto e trabalharem em prol da
associação (à qual pertencemos), ajudando a levar mais longe a
música e o nome de Pínzio.
Agora, com a saída do Maestro Luís Mário, cabe-nos agradecer
ao novo Maestro Carlos Ferreira por aceitar este desafio,
entusiasmar os músicos e nos fazer acreditar que é possível
elevar a qualidade musical da banda e dar continuidade a este
grande projeto, fortalecendo a amizade e o espírito de
camaradagem, como se deste grupo fizesse parte também há 20
anos.
Por fim, e não menos importante, o meu bem-haja às gentes de
Pínzio por nos receberem e fazerem sentir em casa. Aqui se
criaram fortes laços de amizade e recordações que certamente
acompanharão cada um de nós para a vida.
Joaquim Miguel, percussionista da B. F. Pínzio
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

É DE PÍNZIO OU TEM LIGAÇÕES A PÍNZIO?

TEM UMA EMPRESA OU UM NEGÓCIO?

ENTÃO ESTE ESPAÇO É DEDICADO A SI!

UM DOS OBJECTIVOS DESTA PUBLICAÇÃO, É QUE ELA POSSA CHEGAR A TODA GENTE,
SEM BUROCRACIAS NEM DISCRIMINAÇÕES

PARA PODER CUMPRIR ESTE OBJECTIVO, NÃO PODEMOS TER ESPAÇO EM BRANCO!

A SUA EMPRESA OU NEGÓCIO, PODE APARECER AQUI COMO PATROCINADOR OFICIAL

NÃO LHE PROMETEMOS MAIS NEGÓCIOS NEM MAIS CLIENTES

MAS PROMETEMOS DEDICAÇÃO A ESTA CAUSA

CONTACTE-NOS POR EMAIL PARA adap.pinzio@gmail.com

OU JUNTO DE QUALQUER ELEMENTO DA DIRECÇÃO
PARA CONHECER AS CONDIÇÕES
(20 amigos por ano com recibo)

Parabéns Banda Filarmónica (1888- 2018) - ORGULHO DE PÍNZIO!

A Associação dos Amigos de Pínzio, deseja a Mais uma época festiva, desta vez foram as comemorações do seu aniversário…130 anos. Em 1888 foi fundada pela primeira vez. Mais
tarde nas décadas de 60 e 70 sofreu um interregno devido à forte migração dessa época. Em 1982, retomou novamente a sua atividade.
todos, um Feliz Natal e um próspero Ano 2019 Parabéns à Banda Filarmónica de Pínzio … o orgulho da nossa aldeia!
Que ele traga muita Saúde, Paz e Amor!
À CONVERSA COM… Padre Domingos Pereira 1918/2018 … um século … uma VIDA!
“Meu pai, Manuel Pereira Domingos, cresci a Chegar aos 100 anos é uma aventura…é uma
vê-lo Regedor que, ao tempo tinha a função Vida! Envelhecer assim é um privilégio! Chegar
de manter a ordem… Minha mãe, Ana aos cem anos é vencer os altos e baixos com
Vicência Ferreira, a senhora Aninha, como era certeza, e muitas histórias para contar!… Todos
conhecida no povo, foi um modelo de mãe os filhos felizes e emocionados, “agradecemos a
carinhosa e de mãos solidárias. Minhas irmãs Deus por conceder esta graça e podermos
Maria Alice, Clarinda e Rosa Maria foram as celebrar um século de vida da nossa mãe”….
companheiras do meu crescimento. Éramos Além dos filhos a aniversariante estava
uma família tradicional, muito unida. visivelmente feliz.

Jornal Nº18 – Dezembro 2018 Jornal Nº18 – Dezembro 2018