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11a.

Tur ma

f ls. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

f unc. _ _ _ _ _ _ _ _

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO TRT/SP Nº 0003080-24.2013.5.02.0005


RECURSO ORDINÁRIO da 05ª VT DE SÃO PAULO
RECORRENTE: TIBÉRIO CONSTRUÇÕES E PARTICIPAÇÕES VI
LTDA.
RECORRIDO: JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS

EMENTA

SALÁRIO POR FORA – PROVA


TESTEMUNHAL – POSSIBILIDADE - Refuta-
se a alegação da recorrente, e no sentido de que a
prova de pagamento por fora se faz mediante recibo
e não através de testemunha, porquanto o princípio
norteador do Direito do Trabalho é o da primazia da
realidade, segundo o qual os fatos efetivamente
comprovados são mais relevantes do que os
documentos. Recurso a que se nega provimento.

RELATÓRIO

Não se conformando com a r. sentença de fls.210/216, que


julgou PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais, recorre a
reclamada, conforme razões de fls.219v/220v, pleiteando a reforma da decisão
que a condenou na integração do pagamento pago extra recibo.
Procuração a fls.71.
Contrarrazões do reclamante a fls.224v/226.
Relatados.

VOTO

Conheço do apelo, eis que preenchidos os pressupostos de


admissibilidade.

1. Pagamento “por fora”


O reclamante asseverou na inicial que recebia o valor de
R$ 400,00 mensais extra-folha e pleiteou a integração deste valor nas demais
verbas contratuais. A reclamada, por seu turno, afirmou que nenhum pagamento
foi realizado pela empresa, além daquele constante nos recibos de pagamento.
Destarte, incumbia ao autor, nos termos do art. 818 da CLT c/c art. 333, I do CPC,
comprovar sua alegação de que recebia comissões “extra recibo”, e desse encargo

PROCESSO TRT/SP Nº 0003080-24.2013.5.02.0005

Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n. 11.419/2006.
Disponibilização e verificação de autenticidade no site www.trtsp.jus.br. Código do documento: 5365356
Data da assinatura: 07/06/2016, 02:02 PM.Assinado por: ODETTE SILVEIRA MORAES
se desincumbiu a contento.
De início, refuta-se a alegação da recorrente, e no sentido
de que a prova de pagamento por fora se faz mediante recibo e não através de
testemunha, porquanto o princípio norteador do Direito do Trabalho é o da
primazia da realidade, segundo o qual os fatos efetivamente comprovados são
mais relevantes do que os documentos. Da análise da prova oral, fls.208/209, a
testemunha obreira confirmou a tese inicial, ao declarar que “recebia o valor
registrado na certeira e R$ 200,00 “por fora”, quinzenalmente; via o Reclamante
na fila de pessoas que era formada para o recebimento desse valor”. Todavia, da
análise dos recibos de pagamento acostados aos autos, fls.94 e ss., não se
vislumbra o pagamento da verba em comento.
Por outro lado, como bem observou o r. Juízo de origem, a
testemunha da empresa, Sr. José Ivonildo, embora tenha afirmado que os
empregados da ré não recebiam valores “por fora”, o fato é que trabalhou com o
demandante apenas na obra “Silvestre Calmon II em 2013” que, segundo ficha
cadastral do autor, foi de 01/06/2013 a 31/08/2013 (fls.85). E nesse período não
restou reconhecido o pagamento de valores extra recibo, de modo que também
não procede a alegação recursal de que a prova restou dividida.
Assim, entendo que o obreiro comprovou o pagamento de
valores “por fora”, motivo pelo qual faz jus ao percebimento das integrações nas
demais verbas decorrentes do contrato de trabalho, conforme decidido na origem.
Nada a reformar

Ante o exposto,

ACORDAM os Magistrados da 11ª Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª Região em: NEGAR PROVIMENTO ao recurso da
reclamada, nos termos da fundamentação do voto da Relatora. Mantido o valor
arbitrado à condenação para todos os fins.

(a) ODETTE SILVEIRA MORAES


Desembargadora Relatora
smtc

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