1) O documento discute o conceito de antinomia jurídica, que ocorre quando há normas válidas que se excluem mutuamente.
2) São identificados três tipos de antinomia - total-total, total-parcial e parcial-parcial - dependendo do grau de sobreposição dos âmbitos de validade das normas.
3) Critérios como hierarquia, especialidade e liberdade do intérprete podem ser usados para solucionar antinomias, dando preferência às normas superiores ou espec
1) O documento discute o conceito de antinomia jurídica, que ocorre quando há normas válidas que se excluem mutuamente.
2) São identificados três tipos de antinomia - total-total, total-parcial e parcial-parcial - dependendo do grau de sobreposição dos âmbitos de validade das normas.
3) Critérios como hierarquia, especialidade e liberdade do intérprete podem ser usados para solucionar antinomias, dando preferência às normas superiores ou espec
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1) O documento discute o conceito de antinomia jurídica, que ocorre quando há normas válidas que se excluem mutuamente.
2) São identificados três tipos de antinomia - total-total, total-parcial e parcial-parcial - dependendo do grau de sobreposição dos âmbitos de validade das normas.
3) Critérios como hierarquia, especialidade e liberdade do intérprete podem ser usados para solucionar antinomias, dando preferência às normas superiores ou espec
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Presença simultânea de normas válidas que se excluem
automaticamente.
Consistência do sistema: revogação por
incompatibilidade (norma sai do sistema - FONTES - )
1) norma que ordena fazer algo e norma que proíbe fazê-
lo (contrariedade). Ex.: Crime de responsabilidade pessoal e a lei que determina a responsabilidade do dono do jornal pela ação do repórter.
2) norma que ordena fazer e uma que permite não fazer
(contraditoriedade). Ex.: Reunião pública sem prévia comunicação e a lei que determina se comunique previamente.
3) norma que proíbe fazer e uma norma que permite
fazer (contraditoriedade). Ex.: proíbe à greve (Código Penal); Autoriza a greve (Constituição)
IDENTIFICAÇÃO DAS ANTINOMIAS
As normas devem pertencer ao mesmo ordenamento. As normas devem ter o mesmo âmbito de validade. Âmbito de validade: temporal, espacial, pessoal e material
ÂMBITO DE VALIDADE: Tempo, espaço, pessoa e
matéria
Tempo: duas normas que tratam de uma mesma coisa ao
mesmo tempo.
Espaço: duas normas que se referem ao mesmo espaço.
Se uma norma proíbe fumar no restaurante e outra permite fumar no jardim, não há incompatibilidade.
Pessoas: a que se dirigem as normas. Só haverá
antinomia se houve identidade de destinatários.
Matéria: trato diferente em relação ao mesmo conteúdo.
Antinomia: total-total, total-parcial ou parcial-parcial
(Alf Ross) Três tipos: total-total: duas normas têm o mesmo âmbito de validade. Ex.: é proibido fumar das cinco às sete. É permitido fumar das cinco às sete.
Total-parcial: uma tem âmbito de validade igual ao da
outra, porém mais restrito. Ex.: É proibido fumar. É proibido fumar somente charutos e cigarros.
Parcial-parcial: âmbito de validade em parte igual em
parte diferente. Ex.: É proibido fumar cachimbo e charuto. É proibido fumar cigarro e charuto.
ANTONOMIA DE PRINCÍPIOS
Ex. Constituição Federal – propriedade privada e Estado
intervencionista
CRITÉRIOS PARA SOLUÇÃO
1) Cronológico – fraco – lei posterior derroga a lei
anterior 2) Hierárquico – forte – a lei superior derroga a inferior 3) Especialidade – forte – a lei especial derroga a geral 4) liberdade do intérprete (normas contemporâneas; do mesmo nível; ambas gerais)
Conflito entre critérios:
Cronológico: fraco
Hierárquico e especialidade: fortes
“Revista Literária do Direito” (ano III, número 16
março/abril de 1.997), o José Roberto Egydio Piza Fontes
“Assim como dissipada pelo Judiciário a antinomia
identificada entre o princípio geral que garante o pleno acesso à educação e as normas restritivas do exercício desse direito, ocorreu a solução da antinomia diagnosticada entre o princípio geral da liberdade sindical, que encerra a vedação a qualquer interferência ou intervenção, e a exigência legal de recolhimento da contribuição sindical, historicamente alcunhada de imposto sindical. Com efeito, reza o princípio geral da liberdade sindical, consagrado expressamente pela Constituição Federal, em seu artigo 8º, caput e inciso I, in verbis: “Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”. Por outro lado, dispõe o artigo 580 da Consolidação da Leis do Trabalho, norma editada sob a égide do getulismo pelego, in verbis: “art. 580. A contribuição Sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: I – na importância correspondente à remuneração de 1 (um) dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração”. Assim, como no caso antes narrado, o simples cotejo das normas aqui transcritas revela a indisfarçável antinomia entre as suas diretrizes. De um lado, o princípio geral do direito – positivado, mesmo que despiciendamente, na Constituição Federal (artigo 8º, caput e inciso I) – garante a plena liberdade sindical; de outro lado, o Estado vem interferir e intervir na organização sindical, impondo a obrigação legal (inserta nos artigos 578 e seguintes, especialmente o artigo 580, da Consolidação das Leis do Trabalho) de desconto – na fonte, diga-se de passagem – de parcela do salário do empregado, para custear a atividade sindical, subdividindo-se o produto da arrecadação desse “imposto” na forma estabelecida pelo artigo 589 do mesmo diploma legal. Estabelece o referido dispositivo que o produto da arrecadação da contribuição sindical terá a seguinte destinação: “art. 589. (...) I – 5% (cinco por cento) para a Confederação correspondente; II – 15% (quinze por cento) para a Federação; III – 60% (sessenta por cento) para o Sindicato respectivo; IV – 20% (vinte por cento) para a Conta Especial Emprego e Salário.” “E, DA MESMA FORMA, UTILIZANDO-SE O CRITÉRIO HIERÁRQUICO SISTEMATIZADO POR BOBBIO PARA A RESOLUÇÃO DA ANTINOMIA, RESTA INDENE DE DÚVIDAS A IMPOSSIBILIDADE DE PERSISTIREM NO ORDENAMENTO JURÍDICO AS NORMAS PREVISTAS NOS ARTIGOS 578 A 591 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO, POR CONFLITAR FRONTALMENTE COM O PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO, POSITIVADO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DA LIBERDADE E AUTONOMIA SINDICAL.”
“Nesse sentido, aliás, já se posicionou o Judiciário
paulista, tanto no âmbito federal, quanto no âmbito da esfera estadual. Decidiu o meritíssimo juiz da 38ª Vara Cível da Comarca da Capital, Doutor Alberto Antonio Zvirblis, julgando o mérito da ação que buscava o reconhecimento e dissipação da antinomia aqui demonstrada, declarar “manifesta inconstitucionalidade da compulsória cobrança da contribuição sindical”.
“SINDICATO - CONTRIBUIÇÃO - SINDICAL -
DESCONTO ANUAL - INADMISSIBILIDADE - INCOMPATIBILIDADE DO ARTIGO 582 DA CONSOLIDAÇÃO DA LEIS DO TRABALHO COM A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA ATUAL, QUE CONSAGROU A LIBERDADE SINDICAL, SEM QUALQUER INTERVENÇÃO ESTATAL - RECURSO NÃO PROVIDO.” (Relator: Vallim Bellocchi - Apelação Cível n. 230.714-2 - São Paulo - 28.03.94) “Cobrança – Contribuição Sindical – Não sócio – Inadmissibilidade – Pretensão que violaria o art. 5º, XX da Constituição da República – Recurso não provido.” (Relator: Albano Nogueira – Apelação Cível 197.227-2 – Bariri – 24.11.92)