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Teste de avaliação – 10.

o Ano
Versão 1

Nome _____________________________________________ Ano ________ Turma _________ N.o _______

Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A
Ai Deus, se sab'ora meu amigo
com'eu senheira1 estou em Vigo!
E vou namorada...

Ai Deus, se sab'ora meu amado


2
5 com'eu em Vigo senheira manho !
E vou namorada...

Com'eu senheira estou em Vigo


e nulhas gardas nom hei comigo3!
E vou namorada...

10 Com'eu senheira em Vigo manho


e nulhas gardas migo nom trago!
E vou namorada...

E nulhas gardas nom hei comigo,


ergas4 meus olhos que choram migo!
15 E vou namorada...

E nulhas gardas migo nom trago,


ergas meus olhos que choram ambos!
E vou namorada…

Martim Codax, in Graça Videira Lopes, Manuel Pedro Ferreira et al. (2011), Cantigas Medievais
Galego Portuguesas [base de dados online], Lisboa, Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA
(consultado em outubro de 2018, disponível em: http://cantigas.fcsh.unl.pt).

1
senheira: sozinha. 2 manho: do verbo maer, pernoitar; pernoito.3 e nulhas gardas nom hei comigo: e ninguém me guarda. 4 ergas: exceto, apenas..

1. Menciona a situação em que a donzela se encontra e esclarece a razão do seu descontentamento.


2. Associa o uso do ponto de exclamação de cada cobla ao sentido do refrão.
3. Procede à análise formal desta cantiga, considerando:
a) a constituição estrófica;
b) a presença do paralelismo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano 1


PARTE B

A melhor dona que eu nunca vi,


per bõa fé1, nem que oí2 dizer,
e a que Deus fez melhor parecer,
mia senhor est, e senhor das que vi,
5 de mui bom preço3 e de mui bom sem4,
per bõa fé, e de tod'outro bem
de quant'eu nunca doutra dona oí.

E bem creede, de pram5, que é 'ssi,


e será já, enquant'ela viver,
10 e quen'a vir e a bem conhocer,
sei eu, de pram, que dirá que é 'ssi.
Ainda vos de seu bem mais direi:
é muit'amada, pero que nom sei
quen'a tam muito6 ame come mim.

15 E por tod'esto7 mal dia naci,


porque lhe sei tamanho bem querer,
como lh'eu quer'e vejo-me morrer,
e non'a vej', e mal dia naci!
Mais rog'a Deus, que lhe tanto bem fez,
20 que El me guise8 com'algũa vez
a veja ced'9, u10 m'eu dela parti,

com melhor coraçom escontra mim11....

Martim Codax, in Graça Videira Lopes, Manuel Pedro Ferreira et al. (2011), Cantigas Medievais
Galego Portuguesas [base de dados online], Lisboa, Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA
(consultado em outubro de 2018, disponível em: http://cantigas.fcsh.unl.pt).

1
per bõa fé: realmente, por Deus (fórmula de juramento). 2 oí: do verbo oir, ouvi. 3 preço: fama, reputação. 4 bom sem: bom senso, sensata. 5 de pram:
decerto. 6 tam muito: tanto. 7 tod’esto: tudo isto. 8 guise: destine, proporcione. 9 ced’: brevemente. 10 u: quando. 11 com melhor coraçom escontra mim: com
mais boa vontade em relação a mim.

4. Descreve a «senhor» através de três características, fundamentando a tua resposta com elementos
textuais pertinentes.

5. Identifica e interpreta a repetição dos articuladores do discurso que exprimem certeza na primeira
e segunda estrofes.

6. Explicita o pedido feito a Deus do verso 19 ao 22.

2 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano


PARTE C

7. A poesia trovadoresca espelha as vivências da época medieval.

Escreve uma breve exposição sobre semelhanças e diferenças entre as cantigas de amigo e as de
amor.

A tua exposição deve incluir:


• uma introdução ao tema;

• um desenvolvimento no qual compares as cantigas de amigo e de amor, apresentando um


aspeto que as aproxime e outro que as distinga, fundamentando as ideias apresentadas em,
pelo menos, um exemplo significativo para cada um dos géneros;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano 3


Grupo II

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.


O site das Cantigas Medievais Galego-Portuguesas disponibiliza, aos investigadores e ao público em geral, a
totalidade das cantigas medievais presentes nos cancioneiros galego-portugueses, as imagens dos
manuscritos e a música (medieval e as versões ou composições originais contemporâneas que tomam como
ponto de partida os textos das cantigas).

O projeto Cantigas Medievais Galego-Portuguesas, sediado no Instituto de Estudos Medievais


(IEM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (FCSH/NOVA), é
resultante do projeto Littera, edição, atualização e preservação do património literário medieval
português, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
5 As cantigas trovadorescas galego-portuguesas são um dos patrimónios mais ricos da Idade
Média peninsular. Produzidas durante um período de cerca de 150 anos, genericamente entre o
final do século XII e meados do século XIV, historicamente situam-se no alvor das nacionalidades
ibéricas, sendo, em grande parte contemporâneas da Reconquista cristã, que nelas deixa numerosas
marcas. Tendo em conta a geografia política peninsular da época, muitas vezes com fronteiras
10 voláteis1 e frequentemente em luta entre si, a área cultural onde se desenvolve a arte trovadoresca
galego-portuguesa (ou seja, em língua galego-portuguesa) corresponde, latamente2, aos reinos de
Leão e Galiza, ao reino de Portugal e ao reino de Castela (a partir de 1230 unificado com Leão).
Nas origens da arte trovadoresca galego-portuguesa está, indiscutivelmente, a arte dos
trovadores provençais, movimento artístico nascido no sul de França em inícios do século XII, que
15 rapidamente se estende pela Europa cristã. Compondo e cantando já em língua falada (no caso, o
Occitânico3) e não mais em Latim, os trovadores provençais, através da arte da canso, mas também
do fin’amor que lhe está associado, definiram os modelos e padrões artísticos e culturais que se
iriam tornar dominantes nas cortes e nas casas aristocráticas europeias durante os séculos
seguintes. Acompanhando, sem dúvida, um movimento europeu mais vasto de adoção dos modelos
20 occitânicos, a arte trovadoresca galego-portuguesa assume características muito próprias que a
distinguem de forma assinalável da sua congénere4 provençal, desde logo pela criação de um género
próprio, a cantiga de amigo.
No total, e recolhidas em três grandes cancioneiros (o Cancioneiro da Ajuda, o Cancioneiro da
Biblioteca Nacional e o Cancioneiro da Biblioteca Vaticana), chegaram até nós cerca de 1680
25 cantigas profanas ou de corte, pertencentes a três géneros maiores (cantiga de amor, cantiga de
amigo e cantiga de escárnio e maldizer), de cerca de 187 trovadores e jograis. Da mesma época e
ainda em língua galego-portuguesa são também as Cantigas de Santa Maria, um vasto conjunto de
420 cantigas religiosas de louvor à Virgem e de narração dos seus milagres, atribuíveis a Afonso X.
Tendo em comum com as cantigas profanas a língua e eventualmente espaços semelhantes de
30 produção, as Cantigas de Santa Maria pertencem, no entanto, a uma tradição cultural bem distinta,
motivo pelo qual não integram a base de dados disponível no site do projeto. (…)
Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online], Lisboa, Instituto de Estudos
Medievais, FCSH/NOVA (consultado em outubro de 2018, disponível em:
http://cantigas.fcsh.unl.pt).

1
voláteis: que mudam rapidamente. 2latamente: de modo grosseiro, não exato. 3 Occitânico: antigo conjunto de línguas faladas no Sul de
França. 4 congénere: semelhante.

4 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano


1. A produção de poesia trovadoresca
(A) coincide com o nascimento das nações e com a Reconquista.
(B) situa-se numa fase precedente ao nascimento das nações europeias.
(C) é posterior ao fenómeno da reconquista, mas foi por ela influenciada.
(D) ocorre num contexto que antecede o nascimento das nações e da Reconquista.

2. Ao nível político e geográfico, o contexto de produção literária pode definir-se


(A) pelo clima de estabilidade em toda a europa cristã.
(B) pelas fronteiras bem definidas, embora houvesse conflitos permanentes.
(C) por linhas fronteiriças instáveis e em guerras frequentes.
(D) sobretudo pela convivência multicultural entre países.

3. A poesia galego-portuguesa
(A) acompanhou sempre o movimento europeu mais vasto, sem inovar.
(B) limitou-se a adotar os modelos occitânicos.
(C) não esteve alinhada com a sua congénere provençal, tendo padrões literários próprios.
(D) seguiu as tendências literárias, mas também criou modelos literários inovadores.

4. Nas linhas 23 e 24, os parênteses isolam


(A) um aparte.
(B) um comentário.
(C) uma explicação.
(D) uma enumeração.

5. Em «pelo qual não integram a base de dados disponível no site do projeto» (l. 31), temos uma
oração subordinada
(A) adverbial final.
(B) adverbial causal.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) substantiva relativa.

6. Indica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões seguintes:


a) «pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)» (l. 4);
b) «a arte dos trovadores provençais» (ll. 13-14).

7. Identifica os processos fonológicos que ocorreram na evolução da seguinte palavra:


• REGE > rei.

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Grupo III

Paixão – estado de graça ou de desgraça?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a importância da paixão e suas consequências
na vida humana.

No teu texto:
– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos,
cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer
número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o
constituam (ex.: /2018/)..

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta
palavras –, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do
texto produzido;
– um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

FIM

COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 8 16 16 16 16 104

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56

III Item único


40
TOTAL 200

6 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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