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Japurá-PR
2011
FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES
NA ÁREA DE LICENCIATURA EM ARTE
Japurá-PR
2011
ALESSANDRO ODILIO CAFERRO
Banca Examinadora
Prof.(a) ................................................................................................
Prof.(a) ................................................................................................
AGRADECIMENTOS
Aos familiares
Pelo empenho e esforço no período de nossos estudos
Mostrando que as dificuldades da vida somente servem para tornar a vitória
mais brilhante.
À todos professores que nos acompanharam desde o início do curso
Fernando Pessoa
DEDICO
Peny Mc Lean
RESUMO
Este estudo objetivou apontar o contexto social dos alunos na disciplina de Arte e
sua contribuição no processo educativo de alunos freqüentadores da Educação de
Jovens e Adultos – EJA - da Escola Estadual Emilio de Menezes no Município de
Japurá, no Estado do Paraná. Por meio de revisão bibliográfica, buscou-se a
contribuição de diversos autores que tratam acerca do assunto, destacando-se os
fundamentos históricos da Arte no Brasil, bem como a legislação educacional e o
ensino de arte. Ainda por meio de revisão bibliográfica foi elencado a linguagem das
artes visuais como a escultura, a colagem, o desenho, a pintura e o cinema, dentre
outras e descrição sobre aulas de Arte na escola. A pesquisa revelou como se
configura a Arte na escola observada, tecendo considerações acerca dos resultados
da pesquisa na escola. Concluiu que, a Arte não está dissociada do contexto
cultural, pois os depoimentos mostraram que desde a infância, os elementos
artísticos estão muito presentes e significativos não apenas no ambiente escolar
aonde os alunos chegaram a freqüentar, mas em todo contexto social e familiar em
que se inseriam.
This study aimed to point out the social background of students in the discipline of
Arts and its contribution to the educational process of students who attend the Youth
and Adult Education - adult education - the State School Emilio de Menezes in the
city of Japurá, State of Parana. Through literature review, we sought the input of
many authors who treat on the subject, highlighting the historical foundations of Art in
Brazil, as well as legislation on education and teaching of arts. Yet through literature
review was cast with a language of visual arts such as sculpture, collage, drawing,
painting and cinema, among others, and description of art classes in school. The
research revealed how it configures the Art school observed, with considerations on
the results of research in school. Concluded that the art is not divorced from the
cultural context, because the testimony showed that from childhood, the artistic
elements are very present and significant not only in the school environment where
students came to attend, but in all social and family context in which were inserted.
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09
2.5 O CINEMA.......................................................................................................... 22
ARTÍSTICOS........................................................................................................ 23
VISUAIS............................................................................................................ 24
3 MÚSICA.............................................................................................................. 26
EMÍLIO DE MENEZES........................................................................................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 43
INTRODUÇÃO
A Arte vai muito além das salas de aula. Pode fazer parte da vida do aluno.
Quando o aluno se sensibiliza pelo prazer da Arte, trabalha com motivação e altivez.
A Arte não tem importância para o homem somente como elemento capaz de
desenvolver sua criatividade, sua percepção, mas tem importância em si mesma,
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Dessa forma, acredita-se que o contexto social causa impacto quanto aos
gostos diferenciados e quanto o fenômeno do “vê sem ver” a Arte, já mencionados.
Pela metodologia da revisão bibliográfica e análise da amostragem da pesquisa de
campo com três alunos, três representantes familiares e três professores, esta
pesquisa pretende corroborar ou refutar as hipóteses levantadas até aqui. Esse é o
caminho pretendido para o desenvolvimento da pesquisa em questão.
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Uma análise comparativa breve permite observar que a LDB 9394/96 dispõe
novo direcionamento ao objetivo da Arte. Esse ponto é significativo visto que as
disposições da Lei anterior direcionavam para uma Educação Artística com
finalidades utilitaristas, de caráter positivista e a legislação atual indica que a
disciplina Arte promova o “desenvolvimento cultural dos alunos”. Tal objetivo foi
explicitado pela Lei 12.287 de 13 de julho de 2010, que altera o parágrafo do artigo
26 da LDBEN 9394/96 indicando a obrigatoriedade do ensino de Arte nos currículos
de ensino fundamental e médio “especialmente em suas expressões regionais”.
Pode-se dizer que nos anos 70, do ponto de vista da arte, em seu ensino e
aprendizagem foram mantidas as decisões curriculares oriundas do ideário
do início a meados do século 20 (marcadamente tradicional e
escolanovista), com ênfase, respectivamente, na aprendizagem reprodutiva
e no fazer expressivo dos alunos (PCNs ARTE, 1997).
Neste sentido, a Arte não pode ficar restrita às paredes da sala de aula ou ao
espaço do pátio escolar, mas deve permear a vida do aluno, relacionar-se com sua
realidade e apresentar significado capaz de favorecer o aluno um constante
identificar-se com as práticas artísticas.
Nas nossas escolas, muitas vezes o ensino da Arte é utilizado como produto
e/ou instrumento para outros ensinos ou fazeres, apesar do Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, tratar de Arte e colocar como objetivos
para as crianças de 0 a 3 anos, a ampliação do conhecimento de mundo por meio
da manipulação de diferentes objetos e materiais, explorando suas características,
estabelecendo contato com formas diversas de expressões artísticas, e destaca a
importância da utilização de diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes
superfícies, ampliando as possibilidades de expressão e comunicação.
2.1 A ESCULTURA
Quando se olha para uma obra de Arte, vê-se um filme, lê-se um livro,
observa-se uma pintura ou escultura, cria-se na mente uma série de pensamentos
que podem ser diferentes a cada vez que se repete a mesma atividade de ver e
observar a obra de Arte. O ato de observar e produzir pensamentos novos pode ser
chamado de Leitura de Imagem. A leitura de imagem de uma obra de Arte pode ser
desenvolvida e incrementada permitindo que o observador consiga uma série de
informações e significados enriquecendo seus conhecimentos (ORLANDI, 1993, p.
101).
2.2 A COLAGEM
2.3 O DESENHO
2.4 A PINTURA
Além dessas, são consideradas ainda como artes visuais: [...] a moda, a
decoração e o paisagismo. Buoro (2003, p. 25) destaca que “conceituar arte não é
tarefa fácil” e lembra também que “ela é vida, e por meio dela o homem interpreta
sua própria natureza, construindo formas, ao mesmo tempo em que (se) descobre,
inventa, figura e conhece”.
A pintura pode ser utilizada como recurso didático em qualquer faixa etária.
Na Educação de Jovens e Adultos, por exemplo, o professor pode propor atividades
como pesquisa do significado das cores e sua influencia no organismo humano, a
cromoterapia, sobre as texturas e ainda sobre a teoria das cores, estudos estes que
remontam da antiguidade quando o ser humano começou a estudar as cores, como
Aristóteles, na Grécia antiga.
2.5 O CINEMA
A computação gráfica é um recurso, por exemplo, que pode ser utilizado por
diversas áreas do conhecimento. Para além do aprendizado da Arte propriamente
dito, com recursos da computação gráfica, a interação entre os sujeitos, na busca de
melhores resultados e mesmo na socialização do belo, é um dos benefícios que se
pode verificar em trabalhos pedagógicos com a informática aplicada.
Criações com vídeo, músicas, movimentos, fazem parte desse novo olhar
sobre a arte, pelas novas gerações.
Olhar para uma obra de Arte e não ver além da imagem significa que não se
está olhando com os olhos da sensibilidade, não conseguindo imaginar a situação
em que a obra foi produzida, quem é esse pintor, escultor, em que tempo viveu o
que ele está tentando nos dizer. Quem dá vida à obra depois dela pronta, somos nós
quando a contemplamos e esse é um exercício que precisamos praticar e ensinar
aos nossos alunos, pois olhar para uma obra ou um ponto qualquer e ver além dele,
configura-se como a diversidade do olhar, onde cada um faz a sua própria leitura do
que é apresentado.
3. MÚSICA
Na atualidade, Kandler e Chiarelli, (2011, p.21) apontam que “no dia a dia
estamos em contato com a música sob diferentes formas, ouvindo-a através do
radio, aparelhos de mp3, celular, assistindo apresentações musicais” e afirmam
ainda que “esse contato, que pode ser considerado como uma educação informal,
também promove a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento dos esquemas
de percepção”.
ou seja, fazendo com que a criança interaja com os demais a sua volta e com o
mundo, por ela conhecido.
A música tem raízes fortes para a cultura do povo brasileiro, pois quando
chegaram ao nosso continente os colonizadores já encontraram tribos com tradições
fortes na música e dança, especialmente aquelas ligadas a rituais de caça e de
festa, que ainda hoje estão presentes nas civilizações indigenas que preservaram
suas tradições. A expressao corporal é um componente forte das tradições
indigenas.
Nesta perspectiva, o ensino da Arte nas escolas tem como um dos objetivos
sensibilizar as crianças para o contato com as mais diferentes manifestações
artísticas. Viver a Arte desperta para o desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem da criança e assim o professor pode sensibilizar a criança para o
contato e o respeito com as linguagens artísticas, deixando o lúdico aliar-se às
regras, fazendo um exercício constante de criatividade e favorecendo contatos com
diferentes atividades, de expressão cênica, visual, musical e de movimento.
Neste contexto, o professor exerce importante papel, pois é o sujeito que vai
intermediar os conhecimentos que o aluno já possui e oportunizar momentos de
descoberta de novos conceitos, novos materiais, novas texturas, novas cores, enfim,
um universo no extenso mundo das Artes.
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Nesse sentido, a escola tem o papel de oferecer condições para que o aluno
conheça e vivencie essa Arte que retrata a vida.
destes textos que podemos perceber que a Arte é uma importante ferramenta
pedagógica na escola.
Sendo assim, a Arte deixa de ser vista como algo imaginário ou como
entretenimento passando a ser realmente concreta dentro da vida das pessoas.
se preocupe com que lhe acontece ao redor fazendo-o conhecedor de sua função e
participação na construção de um mundo melhor.
Nesse sentido, é possível considerar que, por meio da Arte a criança pode
apropriar-se psicologicamente da trajetória humana e seu legado. Na Arte e pela
Arte o sujeito pode em suas produções discutir aspectos de sua família, escola, de
sua comunidade. Portanto, a Arte deve ser entendida como uma forma de interação
social e também como elemento capaz de trazer significado ao contexto social em
que o sujeito está inserido.
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No que se refere ao ensino de Arte, foi possível observar que a escola busca
assegurar aos educandos uma formação condizente com a realidade social em que
está inserida, e busca ainda assegurar que os aspectos institucionais estejam
adequados às exigências legais, sociais e educativas. Assim, a manutenção das
regras e normas educacionais estão claramente dispostas em documentos que
norteiam o funcionamento a escola e as atividades pedagógicas.
Nesta perspectiva, o ensino de Arte tem papel expressivo, pois a Arte deve ser
entendida não apenas numa visão reducionista (estética, lazer, prazer), mas sim
contribuir para o desenvolvimento da cidadania como um todo.
Quanto a educação inclusiva, a instituição aqui relatada tem por decisão, que
não será atribuição de uma disciplina, mas os professores de uma maneira geral,
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Nesse sentido, a Arte vem agregar sua contribuição, pois valorizar o ensino
da Arte na prática da inclusão de alunos com deficiência atende aos anseios de
despertar para a sensibilidade, para o reconhecimento de uma obra de arte e para o
desenvolvimento do senso crítico e da cidadania a que todos temos direito.
os alunos relacionam a Arte com a vida, mesmo que muitas vezes não consigam
sistematizar essa relação.
Um terceiro depoimento, este vindo de uma mãe, (M. L. L) que também atua
como professora, destaca que entende por Arte a “criação cultural historicamente
construída pela humanidade”. Tal concepção se aproxima mais das tendências
progressistas e indica a Arte como possibilidade de intervenção do ser humano na
historia, como sujeito atuante e critico.
Uma terceira e última questão proposta foi: Que benefícios você acredita que
obterá com o aprendizado em Artes?
Uma mãe de aluno (S.M.M.) respondeu que nunca havia pensado nisso, e
que deixou de estudar a muito tempo, mas pensando na pergunta, achava que a
“Arte enfeita a vida” porque “sem as cores, sem pinturas, sem músicas, tudo seria
muito triste”.
exemplo, o que determinado pintor queria expressar com tal obra ou o que inspirou
tal compositor a compor uma obra prima.
Pode-se observar ainda, com base em tais depoimentos, que um dos desafios
no ensino da Arte é acentuar o desenvolvimento da sensibilidade artística em suas
diversas áreas – música, dança, teatro, artes visuais – possibilitando maior
familiaridade com o universo da Arte que rodeia naturalmente a vida das pessoas,
no dia a dia.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1970. 3 ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003
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BARBIERI, Cibele Prado. Lygia Clark, da vida à arte e de volta a à vida. Estudos
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BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação: conflitos e acertos. São Paulo: Max Limond,
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DUARTE JR, João Francisco. O que é beleza. Experiência estética. 3 ed. São
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LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo, Editora Mestre Jou, 1977.
STERN, Arno. Uma nova compreensão da arte infantil. Lisboa: Livros Horizonte,
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______, Psicologia da Arte. Tradução Paulo Bezerra. Sâo Paulo: Martins Fontes,
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