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Módulo 4
PLANEAMENTO TURÍSTICO
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Turismo e técnicas de gestão
Índice
Apresentação e objectivos…………………………………………….………………………………....….2
1. Planeamento Turístico………………………………………………………………………………………..3
1.1. Noção………………………………………………………………………………………….3
1.2. Etapas…………………………………………………………………………………….…..4
1.2.1. Análise da procura………………………………………………..………………..5
1.2.2. Análise da oferta……………………………………………………………………10
1.2.3. Previsão da procura………………………………………………………….15
1.2.4. Custos de financiamento e implementação do plano…………………21
1.2.5. Monitorização e avaliação…………………………………………………….…24
2. Conceito de plano………………………………………………………………………………………….26
2.1. Realidades………………………………………………………………………………………….…26
2.2. Objectivos…………………………………………………………………………………….…26
2.3. Implementação………………………………………………………………………………..27
3. Estágios do plano de turismo…………………………………………………………………..………..31
3.1. Estabelecimento de objectivos………………………………………………………………..31
3.2. Incorporação dos objectivos……………………………………………………………32
3.3. Formulação de políticas……………………………………………………………………….32
3.4. Programa de implementação………………………………………………………………..33
3.5. Mecanismo de monitorização………………………………………………………………….34
3.6. Processo de revisão………………………………………………………………………….35
Bibliografia………………………………………………………………………..……………………………………37
Apresentação
Objectivos de Aprendizagem
Reconhecer a importância do planeamento no âmbito do turismo;
Identificar as realidades e os objectivos do planeamento turístico;
Definir plano turístico;
Caracterizar as etapas que constituem o plano turístico;
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1.Planeamento turístico
1.1− Noção
Actualmente, não deixa de gerar surpresa o elevado nível de rendimento por habitante
que auferem as regiões, cuja especialização é a actividade turística, destacando-se das
outras actividades produtivas.
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Turismo e técnicas de gestão
1.2− Etapas
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Turismo e técnicas de gestão
1.2.1.Análise da procura
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Note-se que, embora seja relativamente fácil obter dados quantitativos, desde que
existam estatísticas locais sobre o turismo, só um inquérito de terreno (junto dos clientes)
permitirá recolher informações qualitativas.
Análise quantitativa
Convém distinguir os “turistas” (clientes com estadia de pelo menos uma noite) e os
“excursionistas” (visitantes de um dia).
Conhecer a repartição das dormidas e das chegadas ao longo do ano permite determinar
as altas e as baixas estações e saber a que momento se deve melhorar a oferta e a
comercialização, a fim de utilizar os estabelecimentos e equipamentos turísticos o mais
tempo possível ao longo do ano. É aconselhável comparar estes números num período
mais longo para observar a evolução do sector turístico local.
Análise qualitativa
Com efeito, estes últimos são mais difíceis de estudar porque, não pernoitando, não ficam
registados nos locais de alojamento.
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Pode-se, por exemplo, efectuar esta anotação nos parques automóveis dos restaurantes e
dos centros de recreação ou na proximidade de locais muito frequentados. Pode-se
aproveitar igualmente para interrogar os ocupantes dos veículos (idade, sexo, número de
filhos, etc.).
Todavia, esta fórmula não pode ser considerada como complementar de outros inquéritos
para não se incorrer no risco de interpretações subjectivas e erróneas.
Podem ser efectuados inquéritos individuais junto da clientela, desde que não lhes
tomem muito tempo. Note-se que é possível, muitas vezes, beneficiar de uma ajuda em
termos de metodologia e de realização deste tipo de inquérito no âmbito de uma
cooperação com uma universidade ou um estabelecimento de ensino superior.
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1.2.2.Análise da oferta
Elementos indispensáveis
Antes de mais, a análise da oferta turística local deverá possibilitar o levantamento dos
elementos seguintes:
Factores naturais:
> Situação geográfica e extensão do território
> Situação geológica e condições climáticas
> Planos de água (mar, rios, lagos, etc.)
> Paisagens, fauna e flora
Factores socioeconómicos:
> Estrutura económica (importância dos diversos sectores de actividade, etc.)
> Estrutura sociodemográfica (pirâmides etárias, saldo migratório, repartição
socioprofissional, etc.)
> Estrutura político-administrativa
Factores culturais:
> História
> Tradições/produtos artesanais locais
> Configuração dos locais
> Monumentos e curiosidades
> Locais a visitar, visitas com guia
> Distracções, acontecimentos culturais, etc.
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> Golfe,
> Outras actividades desportivas e de lazer
Oferta: alojamento
> Capacidade global
> Repartição da oferta de camas e de estabelecimentos de alojamento segundo a
capacidade de alojamento
> Repartição da oferta de camas e de estabelecimentos de alojamento segundo o
tipo de alojamento
> Repartição local dos estabelecimentos de alojamento
> Qualidade e tarifas
> Possibilidades de férias na quinta, casas rústicas
> Campismo, caravanismo
> Desenvolvimento da oferta de alojamento
Oferta: restauração
> Capacidade global
> Repartição local dos restaurantes
> Qualidade e preço
População local
> A população está sensibilizada para o turismo?
> Quais são as suas aspirações?
> Como poderá contribuir para o seu desenvolvimento?
> Já existe um plano de desenvolvimento turístico?
> Quem pode desempenhar o papel de “locomotiva” e empreender os primeiros
projectos?
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Comercialização turística
> Qual é a política seguida quanto à oferta e ao preço?
> Quais são os canais de distribuição utilizados?
> Quais são os instrumentos de comunicação utilizados (publicidade, relações
públicas, vendas)? Quais são as suas qualidades e os seus defeitos?
> Quais são as estratégias de comercialização previstas?
Formação turística
> Qual é o nível de qualificação das pessoas que trabalham no turismo?
> Quais são os défices em matéria de formação?
> Quais são as possibilidades de formação profissional, inicial e contínua a nível
local e regional?
> Quais são os programas de formação que considera necessários mas que não
existem localmente?
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Para analisar a oferta, torna-se muitas vezes útil para as duas partes uma cooperação com
as universidades e as escolas do ensino superior.
1.2.3.Previsão da procura
Análise da concorrência
Elementos essenciais
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Esta iniciativa, que supõe, naturalmente, um conhecimento preciso dos seus próprios
produtos turísticos, visa responder às questões seguintes:
> Quais são os principais territórios concorrentes?
> Que produtos colocam no mercado?
> Quais são os seus pontos fracos e os seus pontos fortes?
> Como explorar utilmente as informações recolhidas sobre a concorrência?
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Regra geral, basta uma investigação documental para obter as informações que permitam
analisar a concorrência. Podem-se utilizar como principais fontes de informação as
publicações dos concorrentes (relatórios turísticos, brochuras diversas).
A sua publicidade inserida em jornais, revistas especializadas, etc. Permite detectar, por
exemplo, a sua estratégia promocional (conceito, mensagem, slogan, suportes
publicitários escolhidos, etc.).
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Escusado será dizer que é muito difícil prever as tendências futuras exactas, sobretudo
num contexto de interpenetração crescente das culturas e da mundialização dos
mercados.
Pode-se, apesar de tudo, mencionar algumas tendências gerais que, se forem tidas em
conta, poderão facilitar a tomada de decisão:
> A liberalização dos transportes aéreos, que engendrou uma baixa das tarifas,
provoca um forte aumento das deslocações, embora não se possam identificar
peremptoriamente preferências vincadas para destinos precisos;
> Efeitos de “moda” ou acontecimentos de natureza geopolítica podem ter um
impacto muito importante na frequentação turística deste ou daquele território;
> Num contexto de internacionalização da concorrência e de expansão do sector
(entrada de um número considerável de novos operadores no mercado), assiste-se
a uma multiplicação dos produtos turísticos;
> A abolição total dos controlos nas fronteiras internas da União Europeia e a
introdução da moeda única são outros tantos factores que deveriam facilitar as
viagens;
> Em contrapartida, se a procura vier a estagnar, assistir-se-á a um
recrudescimento da concorrência em toda a Europa.
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É possível, por exemplo, organizar um debate que reúna turistas e profissionais locais do
turismo, bem como uma amostra representativa da população.
No primeiro encontro, pede-se aos participantes a elaboração de uma lista dos pontos que
lhes pareçam mais pertinentes em termos de:
> Tendências na sociedade (novos modos de vida, comportamentos mais
“individualistas”, gosto por uma alimentação mais sã, etc.);
> Tendências em matéria de turismo (férias “natureza”, férias “activas”, etc.);
> Mudanças perceptíveis na zona (aumento do consumo de produtos locais,
frequentação mais importante deste ou daquele sítio, etc.).
Para ser mais eficaz, o debate pode assumir a forma de discussão de grupo (uma dezena
de participantes, no máximo).
Implementação
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Desta forma, o conselho deverá ser composto por representantes do poder público
(sectores do turismo, obras públicas, segurança, educação, cultura, etc.), do sector
turístico (hoteleiros, agentes de viagens, restaurantes, transportadoras, organizadores de
eventos, empresários do sector do entretenimento, entre outros), bem como da
comunidade local (Organizações não governamentais, associações de moradores,
associações de trabalhadores e profissionais liberais, etc.)
Tem também a função de se constituir como um meio de comunicação mais rápido entre
os vários agentes envolvidos com o plano. Para isso, é necessário que os representantes
dos vários segmentos componentes do conselho sejam verdadeiramente representativos
dos seus sectores, de forma a que as resoluções desse conselho possam chegar mais
efectivamente aos agentes envolvidos no processo.
Financiamento
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Para além dos incentivos financeiros geridos e co-geridos pelo Turismo de Portugal, I.P.,
destacam-se outros instrumentos de apoio, igualmente aplicáveis a empresas do sector do
turismo, nomeadamente:
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Garantia Mútua
Mecanismo privado, mutualista, de apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas para a
prestação de garantias financeiras facilitadoras no acesso ao crédito e a apoios financeiros
estatais em vigor.
Capital de Risco
Participação de capital minoritária e temporária no capital social de sociedades do sector
do turismo, como forma de reforço financeiro associado aos respectivos negócios.
Fundos Imobiliários
Operações de aquisição e de arrendamento de imóveis afectos à actividade turística,
permitindo a separação entre a propriedade dos activos imobiliários e a gestão hoteleira,
de modo a que o esforço dos empresários se concentre no core business do negócio.
1.2.5.Monitorização e avaliação
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Estes elementos são alguns exemplos de informações que permitem medir os impactos do
turismo. Certamente, o acompanhamento de informações externas à localidade também é
importante. Os dados referentes ao comportamento dos mercados emissores é de maior
importância para o planeamento dos produtos e serem oferecidos localmente.
2.Conceito de plano
2.1− Realidades
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2.2− Objectivos
Antes dos objectivos ficarem explícitos, ninguém pode ter a certeza que eles serão
partilhados pelas pessoas para quem foram planeados; nem é possível de forma racional
preferir um plano a outro plano.
Contudo, a selecção de metas, objectivos e indicadores não é uma tarefa fácil, pois o
problema surge da integração de programas individuais (municípios) num plano coerente
(regional/nacional).
Esta questão levanta-se não só ao nível do que está contido no seio do documento de
planeamento, mas também no que respeita à estrutura organizacional e aos valores
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2.3− Implementação
Por seu lado, a coordenação é uma actividade política e será por causa disso que a
coordenação se traduz numa extrema dificuldade, especialmente, na indústria do turismo,
em que são em grande número as partes envolvidas no processo de tomada de decisão.
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Para além disso, este processo pode estabelecer maior cooperação entre os vários
stakeholders no suporte às metas e aos objectivos das organizações do turismo; pode
também criar as bases para responder, de forma mais eficiente às mudanças.
A avaliação consiste num qualquer processo que permita ordenar preferências. Para
outros autores, a avaliação confina-se a avaliar o que acontece após a implementação da
política/medida.
Avaliar o programa, em termos dos seus objectivos originais”, pode revelar que a política
não está ser correctamente aplicada e que não conduzirá ao efeito planeado.
O sucesso ou insucesso das políticas pode resultar de muitos dos aspectos relacionados
com a sua elaboração (ambiguidade dos objectivos e das intenções), da implementação,
da política (burocracia e forças incontroláveis) ou de forças imprevistas (económicas,
políticas e sociais) e, ainda, da criação de mudanças nas necessidades públicas.
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É assim entendido como relevante que mais estudos se devem realizar para que a
investigação em planeamento estratégico de destinos turísticos possa contribuir para o
desenhar e seleccionar de estratégias mais sustentáveis para os destinos.
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No caso dos últimos, estes devem ser definidos em função dos resultados obtidos pelo
diagnóstico das variáveis analisadas, isto é, para as infra-estruturas, para os recursos,
para os produtos e para a procura (os segmentos de mercado actuais e potenciais).
O grau de ambição do plano deve estar de acordo com a realidade social e económica do
destino, da fase do ciclo de vida em que ele se encontra e dos recursos técnicos e
financeiros que possui pelo que, o processo de planeamento tem que assegurar a sua
auto-sustentabilidade.
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condicionadas pelas limitações técnicas, humanas e financeiras da região, bem como são
potenciadas pelas qualificações, inovações e fontes de financiamento disponíveis.
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As acções definidas no plano possuem uma correlação que precisa que as mesmas
ocorram de forma coordenada. Assim, a sua implementação deve contar com um órgão
centralizador que permita fazer a coordenação das acções que se encontram disseminadas
por vários agentes, inúmeros espaços geográficos e períodos temporais diversos.
Por essa razão, no processo de planeamento, não basta simplesmente listar as acções
necessárias. É preciso definir quem são os responsáveis pela sua implementação, devendo
as acções a ser implementadas levar em consideração a governabilidade de cada uma
delas.
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Desta forma, a monitorização constante do plano irá permitir, a cada instante, a correcção
ou desvio de alguns aspectos, podendo mesmo conduzir a uma revisão profunda, se se
considerar que as políticas formuladas não conduziram aos objectivos estabelecidos.
Bibliografia
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Webgrafia
Turismo de Portugal
http://www.turismodeportugal.pt
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