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IVAN GLÁUCIO PAULINO LIMA

Karen de Souza Guimarães1


Lucas Portes Lacerda2

De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), em seu Sistema de Currículo Lattes e informações fornecidas pelo próprio autor, Ivan
Gláucio Paulino Lima possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de
Londrina (UEL) em 2002, ao qual participou de estágios em diferentes áreas da biologia tais
como mutagênese3, citogenética vegetal e microbiologia. Suas primeiras produções científicas
foram à partir de trabalho voluntário no Laboratório de Citogenética Vegetal na Universidade
Estadual de Londrina (UEL), sob orientação dos professores Dr. Paulo Maurício Ruas e Drª.
Claudete de Fátima Ruas.
Trabalhou com o desenvolvimento de técnicas e transformações genética de fungos
filamentosos, visando aplicações em controle biológico de pragas da agricultura, onde teve a
oportunidade de participar, como colaborador voluntário, do primeiro projeto genoma do estudo
do Paraná, responsável pelo sequenciamento do genoma da bactéria Herpaspirillum
seropedicea.
Com Mestrado em Genética e Biologia Molecular pela UEL em 2005, continuou
desenvolvendo metodologias de transformação genética de fungos filamentosos, ao qual
publicou o artigo “Transformação genética do fungo filamentoso Paecilomyces fumosoroseus
mediada pela bactéria Agrobacterium tumefaciens”, publicado em periódico científico
internacional com fator de impacto 1,679.
Trabalhou em experimentos brasileiros de irradiação e microrganismos com luz
sincroton 4no Laboratório Nacional de Luz Sincroton (LNLS) em Campinas, estado de São
Paulo. O projeto foi apresentado no Astrobiology Graduate Conference (AbGradCon) em Santa

1
Bacharelanda em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-
Campus Mucuri. E-mail: karen.guimaraes10@hotmail.com .
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Bacharelando em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-
Campus Mucuri. E-mail:
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Processo pelo qual a informação genética de um organismo é alterada, resultando em uma mutação.
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Tipo de radiação muito brilhante gerada após a aceleração de partículas de elétrons. Esses elétrons são mandados para um
compartimento tubular circular com vácuo semelhante ao encontrado no espaço. A trajetória dos elétrons, para seguir essa
tubulação circular, é desviada com a ajuda de eletroímãs que atuam nas partículas quando elas estão muito próximas da
velocidade da luz. Quando são desviadas em alta velocidade, acabam gerando a chamada luz sincrotron. Essa luz é capaz de
atravessar materiais, revelando suas propriedades químicas e estruturais.
Clara, Califórnia, Estados Unidos da América, evento realizado em associação ao Astrobiology
Science Conference (AbSciCon).
A participação em determinados eventos, possibilitou uma parceria com pesquisadores
chilenos, levando à criação de um novo projeto de pesquisa no Laboratório de Radiobiologia
Molecular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, IBCCF/UFRJ, com objetivo de isolar
microrganismos provenientes de solos do deserto do Atacama, utilizando fontes artificiais de
radiação ultravioleta como pressão seletiva.
No ano de 2010 obteve o título de Doutorado em Biofísica pelo Instituto de Biofísica
Carlos Chagas Filho, da Universidade do Rio de Janeiro, com conceito 7 (máximo) da Capes5.
Foi professor colaborador no Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da UEL em 2011.
Entre os anos de 2011 a 2014 fez pós-doutorado no Centro Ames de Pesquisas National
Aeronautics and Space Administration (NASA) em Moffett Field, Califórnia, Estados Unidos,
sendo o primeiro biólogo brasileiros graduado no Brasil a desenvolver pesquisas na NASA. Foi
conselheiro da Sociedade Internacional de Astrobiologia6 (ISSOL).
É co-fundador e coordenador da Rede Brasileira de Astrobiologia (RBA) e
colaborador no Núcleo de Apoio da NASA (NAI). Também atua como cientista no Blue Marble
Space Institute of Science onde desenvolve atividades de divulgação científica e pesquisa.
Participou de expedições científicas e educacionais em ambientes extremos nos Estados Unidos
da América como o vulcão Kilauea no Hawaii, Death Valley na Califórnia, Sonoran Desert no
Arizona, Mount Saint Helens no estado de Washington, cratera meteorítica Kali na Estônia,
deserto do Atacama no Chile e no Parque Estadual Turístico Alto Ribeira, PETAR, no Brasil.
Tem experiência na área de microbiologia, engenharia genética e radiobiologia7
atuando principalmente nos seguintes temas: resistência às radiações, astrobiologia, biologia
espacial e biologia sintética.
Além disso, Ivan Gláucio possui aproximadamente vinte e um artigos e citações, três
capítulos de livros publicados e têm como títulos e prêmios: Votos de Congratulações Câmara
Municipal de Marília, São Paulo (2016); Medalha Iran Rodrigues, EMEF Iran Rodrigues de
Pirassununga, São Paulo (2016); Finalista do Primeiro Prêmio Diáspora Brasil, Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2014); Group Achievement Award, National

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior é uma fundação vinculada ao Ministério da
Educação do Brasil que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todos os estados do
país.
6
Exobiologia ou Astrobiologia é o estudo da origem, evolução, distribuição, e o futuro da vida no Universo. Ou
seja, é o estudo das origens, evolução, distribuição e futuro da vida em um contexto cósmico
7
Ramo da ciência que estuda os efeitos da luz e das radiações ultravioleta e ionizantes sobre os organismos ou
tecidos vivos.
Aeronautics and Space Aministration (2013); Conselheiro na Sociedade Internacional de
Astrobiologia, The International Society for the Study of the Origin of Life (2011); NASA
Postfoctoral Program Fellowship (NPP- ORAU), National Aeronautics and Space
Aministration (2009); Prêmio de melhor apresentação no ciclo de seminários do Departamento
de Física e Astronomia da Open University, Milton Keynes, Oxfordshire, UK (2009); UNESCO
– 49º Scientists of Tomorrow Award, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2006-
2011).

IMPORTANTES OBRAS

Uma importante pesquisa submetida por Ivan Gláucio Paulino Lima em sua tese de
doutorado está relacionada com seres extremófilos, organismos que sobrevivem em situações
extremas do ponto de vista de resistência de cadeias carbônicas. O astrobiólogo compara os
danos causados por exposição à radiação com os sintomas da desidratação. Diante disso,
percebeu-se que as consequências são semelhantes e coletou parte dessa matéria orgânica que
sobrevive em ambientes secos, sendo eles o deserto do Atacama, no Chile e o deserto de Sonora,
no Arizona. Algumas espécies de bactérias e arqueas foram encontradas e levadas para
laboratório com o intuito de expô-las à radiação e estudar como as mesmas reagem.
Os resultados oriundos dessa análise apresentaram duas espécies de células procariotas
que são capazes de suportar mil vezes mais a exposição à radiação em comparação com uma
célula humana; tendo em vista que um dos maiores empecilhos para exploração interplanetária
está relacionado com a radiação no espaço.
Como informado pelo próprio astrobiólogo na página do Earth Science-Ames,
partitipa de um projeto de pesquisa no Centro de Pesquisas Ames da NASA relacionado à
evolução da resistência à radiação, um fenótipo difundido om organismos representativos de
todos os domínios da vida. Recentemente, fatores fisiológicos demonstraram desempenhar um
papel na resistência à radiação. Em particular, uma forte correlação positiva foi identificada
entre o acúmulo intracelular de manganês (Mn) e alta resistência à radiação em diversos
modelos biológicos. No entanto, a questão da evolução da resistência à radiação nunca foi
estudada usando uma abordagem da microbiologia ambiental.
Sua pesquisa envolve coleta de amostras de solo em locais com altos níveis de
incerteza, altos níveis de radiação e/ou condições de dessecação. A acumulação de manganês
intracelular ajuda a criar resistência à radiação em vários modelos biológicos.
Atualmente realiza estudos relacionados com as estruturas de resistência de alguns
procariotos com os propósitos de conseguir passar essa capacidade para os seres humanos, ou
até mesmo materiais, visando auxiliar o processo de exploração interplanetária, relacionando
biologia sintética, um sistema conjugado de matéria orgânica, com processos industriais; tendo
em vista um dos métodos mais eficazes para a implementação de vida em outro planeta.
Pesquisas feitas pela NASA apontam alguns lugares propícios a ter vida da forma que
é conhecida. Sendo Marte por sua semelhança com o Planeta Terra, no que tange ao relevo,
inclinação do eixo de rotação sendo aproximadamente 25 graus e o da Terra ser 23,5 graus,
período de rotação e translação além de sua proximidade com a Terra, como informado por
Diógenes Henrique em sua publicação no artigo “Terra versus Marte: um comparativo resumido
(2018)”. A missão espacial na qual o pesquisador está envolvido está relacionado em tornar
Marte um planeta habitável, explorando estudos relacionados com a biologia sintética.
Nomeada EuCROPIS, Euglena: Combined Regenerative Organic Food Production in
Space é o título do projeto da NASA em parceria com uma empresa alemã (DLR) que consiste
na inicialização dos processos de experimentações, sendo responsável por testar diversas
matrizes biológica. O objetivo dos experimentos é testar protocolos básicos necessários para a
biologia sintética, tais como transformações genética, conjugação do co-cultivo microbiano
nesses três regimes de microgravidade e verificar os efeitos dessas condições através do
monitoramento da densidade óptica das culturas crescidas em placas de microcultivo.
Utilizando a placa microfluídica8 e alguns meios metabólicos vão ser observados a
influência de desenvolvimento em estruturas orgânicas quando submetias a diferentes tipos de
gravidade. Esse método está sendo realizado em um satélite que se encontra em órbita do
planeta Terra desde o ano de 2017. Essa parte experimental já teve grandes resultados e implica
que a exploração de Marte ainda está por vir.

IMPORTÂNCIA PARA A CIÊCIA E TECNOLOGIA BRASILEIRA

O Primeiro Prêmio Diáspora Brasil, ao qual Ivan Gláucio Paulino Lima foi finalista
no ano de 2014 de acordo com a Rede Diáspora Brasil (2014), é um prêmio concedido a
profissionais de destaque e tem como objetivo reconhecer os talentos brasileiros envolvidos

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De acordo com o artigo Application of Microfluidics in Chemical Engineering do Prof. Roger C. Lo a
microfluídica é definida como a ciência e tecnologia que envolve o estudo do comportamento dos fluidos,
manipulação controlada de fluidos e o design de dispositivos ou sistemas que possa executar de forma confiável
tarefas em microcanais com dimensões típicas de dezenas a centenas de micrômetros.
com ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo que contribuem para a construção de
uma imagem positiva do Brasil com o exterior e para elevar a competitividade brasileira.
De acordo com informações fornecidas pelo autor, sua meta é poder um dia contribuir
de maneira significativa para o programa espacial brasileiro, pois trata-se de uma área
estratégica que precisa ser desenvolvida no Brasil. Para tanto, o astrobiólogo faz parte da equipe
cientifica da Primeira Missão Lunar Brasileira chamada Gratéa-L e colabora também no projeto
Gratéa-ISS, como informado no site Garatéa Space (2018) atuando como coordenador, tendo a
responsabilidade técnica gerencial. O projeto tem permitido que alunos do ensino básico
enviem experimentos para a Estação Espacial Internacional, sendo liderados pelo Engenheiro
Espacial Lucas Fonseca.
Diante do que foi supracitado, pode-se inferir que Ivan Gláucio Paulino Lima contribui
com o desenvolvimento da missão espacial brasileira e é indubitavelmente um dos maiores
pesquisadores brasileiros da atualidade por sua perícia e competência no âmbito de estudos e
pesquisas astrobiológicas.

REFERÊNCIAS

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO


(CNPq). Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/8016616722755011> Acesso em: 03 de
Novembro de 2018.

NASA. Earth Science Ames. Disponível em:


<http://earthscience.arc.nasa.gov/person/Ivan_G_Paulino_Lima> Acesso em: 04 de novembro
de 2018.

GRATÉA SPACE. Disponível em: <http://www.gratea.space/projetos/gratea-iss/> Acesso


em: 04 de Novembro de 2018.

HENRIQUE, Diógenes. Terra versus Marte: um comparativo resumido. Sociedade Científica.


Disponível em: <http://socientifica.com.br/2018/02/terra-versus-marte-um-comparativo-
resumido/> Acesso em: 04 de novembro de 2018.

LO, Roger C. Application of Microfluidics in Chemical Engineering. Chemical Engineering


& Process Techniques, 1:1002, 2013. Disponível em:
<https://www.jscimedcentral.com/ChemicalEngineering/Articles/chemicalengineering-1-
1002.pdf> Acesso em 17 de dezembro de 2018.
REDE DIÁSPORA BRASIL. 1º prêmio Diáspora Brasil divulga finalistas. 2014. Disponível
em: <http://www.diasporabrasil.com.br/noticias.aspx?NoticiasID=40> Acesso em: 04 de
novembro de 2018.

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