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busca

A apaixonante

mulher
de uma

Criando uma vida positiva


e com propósito

KAROL LADD
Autora de A mulher que preciso ser e Amor infalível
Sumário

Introdução — Buscando felicidade e encontrando alegria 9

1. U m a bela esperança para começos feios (A t 1 6 .6 -4 0 ) 15

2. Desculpe o transtorno. Estamos em obras (Fp 1.1 -1 1) 27

3. Diamantes formados nas dificuldades (Fp 1 .1 2 -1 9 ) 45

4. Vivendo com paixão e propósito (Fp 1 .2 0 -3 0 ) 59

5. O sabor surpreendentemente delicioso da torta da humildade

(Fp 2 ,1 -1 1 ) 75

6. Resplandeça como astros no mundo (Fp 2 .1 2 -1 8 ) 93

7. Como é a verdadeira consagração? (Fp 2 .1 9 -3 0 ) 109

8. Livrando-se do lixo para adquirir o que é inestimável (Fp 3 .I -I I ) 121

9. Esqueça o passado e prossiga para aquilo que está por vir

(Fp 3 .1 2 -2 1 ) 133

10. M ude sua forma de pensar e transforme sua vida (Fp 4 .1 -9 ) 147

11. O verdadeiro segredo do contentamento (Fp 4 .1 0 -1 3 ) 163

12. Seja a bênção em seu mundo (Fp 4 .1 4 -2 3 ) 177

Conclusão — A vida apaixonada 191

Comece uma Positive Woman Connection — Perguntas para estudo 195

N otas 201
INTRODUÇÃO

Ô B iiò c j x íx A q p z f í c ^ i d a Á e y

m x z x x n iy u x n x io y c J I q j^ / lá x v

Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum
até ao Dia de Cristo.
Filipenses I.IO

“Buscar a Deus significa desejar felicidade; encontrá-lo é a própria


felicidade.”
Agostinho

u simplesmente não entendo a primavera em Dallas. Em um único dia,


podemos ter a previsão de que fará muito frio ao anoitecer, e, na tarde seguinte,
fazer 26°C graus. È uma loucura! Dizem que se você não estiver gostando do
clima em Texas, basta ficar fora por algumas horas, porque ele mudará.
Recentemente, em uma manhã de março, saí para pegar o jornal e fui
atingida por uma nevasca. Bem, pode não ter sido tão forte assim, mas foi uma
daquelas frentes frias de tirar o fôlego e que mais pareciam uma nevasca para
esta sulista de sangue fino. Porém, no meio da tarde daquele mesmo dia, eu
estava sentada no jardim lendo e desfrutando do bom sol texano.
Pessoalmente, adoro ficar ao ar livre e adoro ler; por isso, quando arrumo
tempo para fazer as duas coisas, torna-se um a tarde feliz. N aquele específico
I ntrodução

dia de primavera, m inha agenda pessoal de leitura era a epístola de Filipenses,


no Novo Testamento. Escrito pelo apóstolo Paulo enquanto estava preso em
Roma, alguém poderia achar que esta carta é deprimente. N o entanto, trata-se
de uma leitura agradável e encorajadora. De fato, o tema da alegria — vindo
desse autor improvável — meio que escorre pelas páginas.
Enquanto eu relaxava e tentava im aginar como Paulo poderia ter escrito
uma mensagem tão positiva de dentro de uma cela da prisão, desviei meu olhar
para ver uma borboleta branca dançando pelo jardim . Eu me entretive observan­
do essa trem ulante criatura tocar uma flor aqui, voar para outra flor ali, passar
rapidamente por m uitas outras flores, e então, voltar para onde começou. Como
se buscasse algo que não conseguia encontrar, a borboleta nunca ficava em um
mesmo lugar por muitos segundos. T ão rápido quanto apareceu em meu jardim,
tão rápido ela voou para o jardim de flores seguinte.
Observar a ilusória dança da borboleta branca levou-me a pensar quão ilu­
sórios os prazeres da vida podem ser. Assim como é para essa criatura voadora,
percebi como também é fácil, para mim, borboletear, agitar-me e voar de uma
atividade ou de pessoa para outra, tentando encontrar nisso o doce néctar que
satisfará meus anseios por sigmficância e alegria. Acredito que você também já
sentiu isso uma ou duas vezes, afinal, a busca pela felicidade é comum a todas
nós. A pergunta, no entanto, é: onde essa caçada termina, se é que termina?
Enganamo-nos acreditando que há algo lá fora que irá enriquecer nosso ser e
saciar a fome de nossa alma?

A caçada peia felicidade

M uitas vezes, podemos scr atraídas pela caça à felicidade. Pense no dinheiro,
no tempo e na energia que gastamos ao longo da nossa existência buscando os
intrigantes “se” da vida. Você sabe a que me refiro: “Se eu..., então, seria feliz”.

• Se eu namorasse uin cara maravilhoso


• Se eu estudasse na faculdade certa
• Sc eu tivesse um emprego melhor
• Se eu me casasse com o homem perfeito
• Se eu tivesse me casado com outro homem

10.
UAcarula/ j^e-íxcxcícuic. ey encímt/iaruiQy a£c^/iiw

• Se meus filhos fossem bem-comportados


• Se meus filhos fizessem parte de algum time ou de algum clube especial
• Se eu tivesse tempo para relaxar, dinheiro para gastar, uma casa lim pa
ou uma vida simples.

Caramba! Apenas pensar em todas essas possibilidades para ter felicidade


já é cansativo, e eu sequer mencionei as perfeições físicas que buscamos. Se eu
tivesse...

um cabelo bonito
coxas mais finas
braços tonificados
menos rugas
menos barriga
um nariz diferente

Então eu seria feliz! Certo?


Parecem borboletas brancas voando de uma flor para outra! Ah, não estou
dizendo que essas coisas não nos deixariam felizes. Elas podem muito bem gerar
sentimentos de felicidade por um tempo, mas, normalmente, depois que expe­
rimentamos um “se”, a busca pelo próximo sonho é iniciada. Assim, o ponto
principal é: sentimentos de felicidade vêm e vão.
Vance Havner escreveu isso da seguinte maneira: “A felicidade [em inglês,
happiness] do mundo deveria ser soletrada bappen-ness, pois ela depende do que
acontece [em inglês, happensY} Podemos estar felizes porque recebemos um au­
mento, porque alguém foi legal conosco, ou porque finalmente redecoramos a
cozinha; e então, a busca pelo próximo acontecimento feliz começa. A busca
por felicidade simplesmente nos leva de uma doce flor para outra.

0 que realmente importa

O que é irônico em meu encontro com a borboleta naquele diz de primavera


em Dallas é que eu estava lendo um livro que destaca as qualidades permanen­
tes que transcendem mudanças de circunstância e sentimentos fugazes. Em sua

II
Introdução

carta aos filipenses, Paulo (sim , da cela de uma prisão) descreveu uma alegria
duradoura, um a satisfação consistente e uma paz que excede todo entendimen­
to. Diferente da borboleta que voava de flor em flor, Paulo ensinou aos cristãos
primitivos como experimentar a verdadeira satisfação da alma.
Deus chama-nos a buscarmos a felicidade ou Ele e os Seus propósitos para
a nossa vida? N a carta aos Filipenses, Paulo cria para nós um a nova perspectiva
acerca da vida. Ele desafia-nos a viver e a pensar de maneira diferente do mundo
à nossa volta. Se este presidiário pôde escrever sobre como ser “cheio de ale­
g ria”, então, acho que ele tem algo a ensinar-nos sobre um tipo de satisfação
significativa e um tipo de deleite mais profundo, que estão além das circunstân­
cias e das pessoas.
Por último, Paulo incentiva-nos a buscar o que é eternamente satisfatório;
um a busca que não nos decepcionará. Por isso, convido você a juntar-se a mim
em uma empolgante jornada enquanto percorremos juntas a alegre carta de
Paulo aos filipenses. Você nunca mais verá os desafios da vida da mesma m a­
neira, e acredito que encontrará um tipo de satisfação da alma que proporciona
satisfação duradoura.
A apaixonante busca de uma m ulher é sobre sentir uma alegria que não vai em­
bora; é sobre encontrar a verdadeira satisfação e um propósito eterno para nossa
vida enquanto descobrimos as verdades que Paulo apresentou em sua carta aos
seguidores de Cristo em Filipos.
Você pode apreender as verdades deste livro de muitas maneiras: ao usá-lo
como leitura pessoal, em um clube de leitura com as vizmhas ou em um grande
grupo de estudos bíblicos. Além disso, ao final de cada capítulo, há uma seção
chamada Busca pessoal. Leia-a para obter mais maneiras de aplicar em sua vida o
que você acabou de aprender em cada capítulo. E no final do livro, há um guia
de estudo com perguntas para debates a serem usadas em estudos bíblicos ou
em grupos de leitura.
E com grande alegria que ofereço este livro a você, porque a poderosa
mensagem de Filipenses está impregnada em m inha vida. Embora eu seja conhe­
cida como a “M ulher Positiva”, devo ser sincera: não sei se eu seria tão positiva
se não fosse a obra transformadora que Deus realizou em minha vida. N ão sei
se você costuma ser uma pessoa negativa, ou se tende a ser positiva, mas sei que
as verdades apresentadas em Filipenses podem proporcionar-lhe alegria, inspi­
ração e força, que irão ajudá-la em tudo que enfrentar.

12
AxLacLe, e, qx\xjqxÁajcxx\Àxi/<

Este livro conduzirá você em um a aventura transformadora de vida rumo


a um encontro mais íntim o com o Amado da sua alma. Porém, a grande busca
não é a nossa por Ele, mas, sim, a dele por nós. Deus vem ao nosso encontro
com amor redentor e graça cheia de esperança. Oro para que este livro fortaleça
o seu coração enquanto você reconhece que é especialmente amada por Ele. Que
você possa experimentar uma alegria sem fim e um a satisfação pacífica, as quais
resultam somente de um relacionamento profundo e constante com o Criador.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida;


e habitarei na Casa do SENHOR por longos dias 2
Davi

13
C A P ÍT U L O 1

^ l l m o L / (L e £ cv c A p c A a n ^ a /

p x i / u v cx in v a ^ cL ò y p z À x íA ^

Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na


minha hoca. A minha alma se gloriará no SENHOR; os mansos o ouvirão e se
alegrarão.
Salmos 34.1,2

“Não existem lições tão proveitosas quanto as aprendidas na escola


da aflição.”
J. D. Ryle

£V *—-''omeços ruins nem sempre determinam como será o final. Tive alguns
começos difíceis em minha vida, e tenho certeza de que você também já os
teve. Tomemos, por exemplo, a única maratona de que participei nos tempos de
faculdade, na Baylor University. São 4 2 ,1 6 km para aquelas que não são exata­
mente entusiastas da corrida.
Ao posicionar-me na linha de partida dessa marcante competição, de algu­
ma forma, não percebi que milhares de pessoas me acompanhariam. Acho que
supus que poucas pessoas nesta terra escolheriam correr os 4 2 ,16 quilômetros.
Bem, perm ita-m e dizer-lhe que havia tanta gente, que eu sequer conseguia ver as
bandeiras que marcavam a linha de partida. Comecei a corrida bem, bem, bem
C apítulo i

trás da multidão, e levou, o que pareceu um a hora, só para eu cruzar as bandei­


ras da linha de partida. E claro que eu nem podia pensar em parar para amarrar
o cadarço ou olhar para trás. U m movimento em falso, e eu seria pisoteada por
milhares de tênis.
M ais tarde, a m ultidão começou a desbastar-se, mas eu dava passadas lar­
gas e com bastante confiança, até começar a enfrentar novos desafios — por
exemplo, bolhas onde eu nem imaginava que seria capaz de ter e minhas meias
que pareciam sacos de areia em volta dos meus pés. Quatro horas e meia depois,
atravessei a linha de chegada com um sorriso de vitória e uma sincera sensação
de conquista (e de alívio também). Consegui! N ão sou capaz de começar a
descrever minha empolgação por saber que estabeleci um objeto e cumpri-o.
O que quero dizer é que não tive um início glorioso na maratona, mas, com
persistência e perseverança, o resultado foi grandioso e doce. A noite, no jantar,
celebramos meu triunfo com m inha fam ília e meus amigos, e, é claro, caí no
sono em cim a do purê de batata.
Sem dúvida, é fácil para m uitas de nós ficarmos desanimadas quando
passamos por situações difíceis, principalmente se ocorrem no mício de nossa
jornada. Talvez, seu casamento tenha começado com um aspecto negativo, sua
carreira profissional tenha seguido por um mau caminho ou sua mfância tenha
sido desastrosa. Talvez você simplesmente começou mal o dia e sente-se derro­
tada, e tudo isso antes mesmo de chegar à porta da rua.
A boa notícia, entretanto, é que não im porta como começamos a jornada,
o início nem sempre determ ina o resultado final. H á tremendas possibilidades à
frente. Deus é um Deus de esperança, e Ele pode redim ir até as piores situações.
Tome como exemplo os humildes começos da igreja em Filipos. Ao sentir
a alegria brilhando nas páginas da carta aos Filipenses, você poderia pensar
que essa igreja teve um começo estrelar. N o entanto, não foi um bom início
para Paulo e Silas. N a verdade, foi extremamente terrível! Porém, Deus usou
as dificuldades de Paulo e Silas e dos filipenses para originar uma igreja forte e
vibrante. Quando olhamos a situação de Paulo e a história dos primeiros con­
vertidos em Filipos, não apenas vemos uma imagem de esperança, mas também
adquirim os maneiras sábias e prudentes de reagir quando a vida não acontece
como o planejado.

16
lim a . èjz fa e ó jie s ia n ç a pxuxa came^aA.- puxiò.

Uma grande bagunça em meio à vontade de Deus

Ao seguir a orientação de Deus para a sua vida, você não tende a pensar que tudo
deveria ser fácil? Pessoalmente, muitas vezes, suponho que quando estou seguindo
a Deus, Ele me recompensará com circunstâncias boas e agradáveis, e não com
estradas esburacadas e acidentadas. Contudo, a vida nem sempre opera como uma
pequena equação matemática: Obediência + Boas Obras = V ida Tranquila.
Paulo e Silas estavam fazendo, de maneira certa, as coisas certas, afinal,
buscavam a direção e a orientação de Deus ao longo de sua viagem missionária.
Lemos em Atos 16 que Paulo e seus companheiros se mantiveram afastados de
certos lugares porque o Espírito de Deus ordenou que não fossem para lá. E
logo quando ponderava sobre para onde deveria ir em seguida, Paulo teve um
sonho com um homem da M acedôm a que suplicava: “Venham à M acedônia
ajudar-nos!” Paulo, Silas, Lucas e o restante do grupo imediatamente fizeram as
malas e partiram para a M acedônia. Sem dúvida alguma, eles estavam seguindo
as instruções de Deus com sinceridade.
Ao chegarem às margens da M acedônia, os companheiros de Paulo viaja­
ram para o interior, até uma grande cidade chamada Filipos. R io abaixo, eles
encontraram algumas mulheres que se reuniram para orar. Isso provavelmente
significava que não havia homens judeus suficientes naquela cidade para inicia­
rem um a sinagoga.
Lídia, uma vendedora de caros tecidos púrpura, ouviu a mensagem de
Paulo, e Deus abriu seu coração para o evangelho. Ela creu e foi batizada, jun­
tamente com sua fam ília. N ão é lindo perceber que, naquele tempo, quando
as mulheres tinham pouco status social, Deus perm itiu que a prim eira conver­
são na Europa foi de uma mulher? Ao longo do Novo Testamento, vemos que
Deus usou mulheres que desempenharam im portantes papéis no crescimento da
Igreja primitiva. L ídia abriu sua casa para Paulo e Silas, em um grato gesto de
hospitalidade, e tudo parecia correr bem para os missionários.
Para mim, é impressionante como as circunstâncias podem rapidamente
mudar. Paulo e seus amigos estavam a caminho do local de oração quando
encontraram uma jovem endemoninhada. Ela era uma vidente que conseguia
bastante dinheiro para os seus senhores. Se ela podia ou não, de fato, prever
o futuro, não temos certeza. M uitos teólogos acreditam que os demônios não
podem prever o futuro, mas sabemos que eles conseguem enxergar o reino es­

17
C apítulo i

piritual c que sua natureza é enganadora, então, obviamente eles davam algum
tipo de percepção a essa jovem.
Ela seguia o grupo de Paulo, gritando: “Esses homens são servos do Deus
altíssimo e vieram anunciar-lhes a salvação”. Isso acontecia dia após outro. Você
pode estar tentada a pensar que a proclamação da jovem não era, de todo, ruim,
porque ela estava corroborando Paulo e sua mensagem; no entanto, o apóstolo
não precisava da confirmação de demônios. Pense em um candidato político
que tem o apoio de um eleitorado cujos valores são diferentes do seu. Ele pode
não querer um tapinha nas costas desse grupo em particular. Paulo estava irri­
tando-se com os anúncios gritantes da jovem, e então, ele fez o que parecia bom
e agradável: expulsou os demônios que estavam naquela garota.
Foi aí que a situação começou a desandar. [Sem os demônios,] os senhores
daquela jovem não poderiam mais lucrar com ela, e eles enlouqueceram! Por isso,
esses homens prenderam Paulo e Silas, levaram-nos à praça, à presença das auto­
ridades, e acusaram os apóstolos de causar todo tipo de perturbação. O tumulto
formou-se rapidamente, e os oficiais ordenaram que Paulo e Silas fossem açoita­
dos. Não havia punição leve. Eles foram severamente fustigados, e em seguida,
lançados em uma prisão, onde suas pernas foram presas por grilhões. Seu eu fosse
Paulo ou Silas, estaria pensando: “O que aconteceu? Como estávamos falando de
Jesus e fomos espancados e lançados na masmorra? Deus não nos chamou para
este lugar? Não estávamos simplesmente fazendo a coisa certa? E agora?”
Você alguma vez já pensou estar seguindo a orientação ou a ordem de
Deus c encontrou-se em uma situação realmente confusa? Isso pode fazer com
que você tenda a duvidar de Deus e questionar Sua obra em sua vida. “Será que
realmente segui a direção do Senhor? Ele realmente se im porta com a minha
situação? Por que Ele perm itiu que isso acontecesse comigo, se estou seguindo a
Sua vontade?” Essas perguntas são válidas, mas logo veremos que Deus, muitas
vezes, perm ite dificuldades em nossa vida para um propósito maior. Ele não nos
deixará em meio aos nossos problemas. Portanto, é importante aprender a reagir
às situações e aos desafios com fé, e não com medo.

Reação de fé

Se eu fosse injustamente açoitada e lançada na prisão mais profunda e escura,


e com grilhões prendendo meus pés, não sei quão bem eu reagiria a isso. Não

18
«IL „ a eô pe/Lu (u^u pu/ía a im c ^ o í jp i.

reajo bem nem quando meu marido quer saber o que tem para o jantar. E ai
dele se me perguntar quando pretendo passar o aspirador de pó novamente! Ah,
e tenho certeza de que se eu fosse presa por fazer algo bom, eu iria chorar, res­
mungar e choramingar, e então, todo mundo saberia da minha condição miserá­
vel. Eu poderia até entrar em pânico e berrar. È claro que eu gostaria de poder
dizer-lhe que eu reagiria com dignidade e esperança em qualquer situação difícil
e desesperadora, mas esse não é exatamente meu padrão consistente. E você?
Como Paulo e Silas reagiram? Eles oraram e louvaram a Deus! Sim, você
leu certo. Eles ficaram lá com seus grilhões, orando e adorando ao Senhor. A
Bíblia relata amda que os outros prisioneiros ouviam tudo com atenção. Os en­
carcerados que os observavam, provavelmente, não tinham m uitas outras coisas
para ver naquela masmorra escura, mas posso imaginá-los sinceramente surpre­
sos com a maneira como Paulo e Silas agiram. Essa, com certeza, foi uma reação
estranha à tortura cruel e ao tratamento injusto que sofreram. Tenho certeza de
que Paulo e Silas chamaram a atenção dos guardas e dos demais prisioneiros.
Agora, eis aqui uma im portante lição a ser aprendida por todas nós —
como reagimos a qualquer situação pode ter impacto sobre o resultado. Uma
história bobinha que encontrei recentemente ilustra meu argumento:
A Sra. M onroe é mãe de oito preciosas crianças. Certo dia, ao voltar do
mercadmho, ela ficou encantada ao ver cinco dos seus filhos brincando direiti-
nho, em círculo no chão da sala. Depois de guardar todas as compras, ela deci­
diu dar um a olhada no círculo, para ver o que estava prendendo a atenção das
crianças de uma maneira tão terna. Foi aí que ela percebeu que não se tratava da
situação doce que ela havia imaginado, pois viu que cada criança segurava um
fofo filhote de cangambá!
E claro que a Sra. M onroe reagiu como qualquer mãe com respeito pró­
prio fana: ela gritou a plenos pulmões: “Corram, crianças, corram !” Os filhos
assustaram-se tanto com o grito da mãe, que fugiram imediatamente, mas não
sem pegarem seus preciosos filhotes de cangambá e segurá-los com força en­
quanto cornam ! Bem, acho que podemos dizer com segurança que a reação
dessa mãe produziu um resultado fedorento.1
Podemos não ser capazes de escolher as circunstâncias, mas certamente
escolhemos como reagimos a elas. Como vimos com a Sra. M onroe, a maneira
como escolhemos reagir pode surtir um efeito positivo ou negativo no que
acontecerá em seguida. Paulo e Silas tinham uma escolha em relação ao modo

. 19 .
C apítulo i

como reagiriam àquelas circunstâncias inesperadas e difíceis. Eles poderiam g ri­


tar de raiva por causa das ações ilícitas que lhes ocorreram naquele dia, e, muito
provável, os guardas reagiriam açoitando-os até se calarem. M as Paulo e Silas
escolheram reagir com fé. Eles escolheram o oposto do que naturalm ente acon­
teceria. Pense nisso! Eles provavelmente não estavam com vontade de orar e de
louvar a Deus, mas, ainda assim, escolheram fazer isso. Eles escolheram reagir
com fé em meio a uma situação de medo.
Posso imagmar que eles começaram adorando a Deus por Sua soberania e
Seu poder. Eles provavelmente louvaram ao Senhor porque Ele poderia e usaria
aquela situação para Sua glória, e acredito que agradeceram ao Pai pelo privi­
légio de com partilhar dos sofrimentos de Cristo. Eles podem ter orado pelos
carcereiros e pelos outros prisioneiros. Talvez tenham orado para que Deus os
curasse e os ajudasse a atravessar aquela situação pela fé. Independente do con­
teúdo da oração, sabemos que ela causou impacto nas pessoas ao redor.
O exemplo de Paulo serve de inspiração a todas nós, para que oremos mais
e murmuremos menos. Quando lidamos com os contratempos do cotidiano —
bem menores que os grandes desafios transformadores — , eu ousaria dizer que
a m aioria de nós tem dificuldade de reagir com fé. Todavia, nossa reação é uma
escolha. M uitas vezes, criamos o confortável hábito de reagir ao problema com
chateação ou preocupação; contudo, estejamos determinadas a escolher a fé em
vez do medo, e a gratidão em vez da murmuração. Isso me lembra da carta de
Paulo aos coríntios, na qual vemos sua fé em Deus brilhando, apesar de estar
em meio a situações desafiadoras. Eis o que ele disse; Temos, porém, esse tesouro em
vasos de barro, para que a excelência do poder seja de D eus e não de nós. Em tudo somos atribu­
lados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos ."
Como Paulo e Silas conseguiram? Em meio às circunstâncias desesperado-
ras, eles imediatamente buscaram a Deus em oração e louvaram ao Senhor, ain­
da que estivessem no fundo do poço. Aqueles missionários não ignoraram nem
disfarçaram a dor que estavam sentindo, mas escolheram encará-la de modo
diferente. Eles escolheram olhar para cima, e perceberam que a capacidade para
superar as dificuldades vinha de Deus, e não de si mesmos. N ós também pode­
mos aprender a voltar nossos olhos para o alto e reagir diferente do restante do
mundo, no tocante aos desafios da vida. Somos vasos de barro com um grande
e poderoso Deus, que é capaz de criar beleza em toda situação. Ele nos dará

20
ÍTLCL L L eA plyrnn^a pü/LCL t o m a d a j^eiaA*

a força de que precisaremos para persistir e perseverar nos momentos não tão
perfeitos de nossa vida.

Resgate dramático

Deus respondeu às orações de Paulo e Silas! A meia-noite, houve um grande ter­


remoto, e os alicerces da prisão foram abalados. Todas as portas foram abertas,
e as prisões de todos, soltas. De todos os prisioneiros? Entendo por que Deus
libertaria Paulo e Silas, mas Ele realmente queria liberar todos os encarcerados?
E o que você acha que todos eles fizeram? Bem, se eu fosse um daqueles ho­
mens, teria fugido! N o entanto, aqui há algo peculiar: nenhum deles escapou.
N enhum! Elmmm, tenho de coçar a cabeça e pensar por que eles não fugiram.
Será que eles escutaram Paulo e Silas, e depois de observarem os apósto­
los orando e louvando ao Senhor, decidiram que queriam saber mais sobre o
Deus deles? Talvez, eles viram a dram ática resposta às suas orações e pensaram:
“Puxa, vou ficar ao lado desses caras. O Deus deles é D eus!” Independente do
que tenha passado pela cabeça deles, acho inacreditável o fato de prisioneiros
terem ficado lá .'
Esse é um hum ilde lembrete de que estamos sendo observados. Pessoas
que não conhecem Cristo estão vendo como reagimos às situações difíceis. Res­
pondemos diferente dos que não creem em Jesus? Os outros veem que reagimos
pela fé — e não por medo —e dizem: “Quero saber mais sobre o Deus dela”?
Ouso dizer que, se verdadeiramente vivêssemos como pessoas que creem em
Cristo, reagindo às circunstâncias com fé no coração, muitos seriam levados a
Ele.
M inha amiga M ary é um exemplo de alguém cuja resposta de fé às dificul­
dades causou impacto sobre outras pessoas. Ela recebeu o tipo de telefonema
que nenhuma esposa gostaria de receber: seu querido e amado marido, com
quem estava casada há mais de 15 anos, morreu de modo trágico em um aciden­
te de bicicleta. M ary e seus três filhos sentiram o pesar e choraram a dolorosa
perda de seu bondoso m arido e pai. Porém, mesmo em meio à dor, a fé e a
esperança de minha amiga permaneceram constantes. Ela tinha um sentimento
intenso de que Deus estava com ela, sustentando-a e seus filhos em meio ao
sofrimento.

.2 1
C apítulo i

Os colegas de trabalho de seu marido conheciam a fé dele, e ficaram im ­


pressionados e fascinados com a fé da recém-viúva. M ary, então, começou a
alcançar as pessoas da antiga empresa do marido que não conheciam ou que
queriam crer em Deus. Ela deu uma Bíblia a um colega de trabalho cujo nome
estava gravado nela (portanto, ele não poderia passar para outra pessoa), e cor­
respondeu-se com ele e com outros ex-colegas para ajudá-los em sua jornada
de fé.
Sua resposta cheia de fé à morte do marido causou um impacto na vida de
todas as pessoas afetadas pela tragédia. Sua reação não mudou o fato de que ele
se foi, mas mudou a maneira como ela lida com o sofrimento e o impacto cau­
sado em outras pessoas. M ary descobriu um senso de alegria ao levar a verdade
e o consolo do evangelho às almas sedentas. E claro, ela lamenta e chora, mas
também conhece a paz interior e a força que vêm somente quando nos voltamos
da nossa mágoa e da nossa dor para o Deus que nos ama. Ela tem visto Deus
mamfestar-se de uma maneira como ela nunca imaginou. M ary diz que apren­
deu a não viver com medo nem a preocupar-se com o que está por vir, mas a en­
tregar, em oração, suas preocupações a Deus dia após dia. Outras pessoas veem
sua fé em ação e são levadas ao seu Salvador. Continue brilhando, M ary! Brilhe!3

A im portante questão

Deus transforma desespero em esperança. Ele fez isso na vida de M ary, e pode­
mos vê-lo agindo assim também na vida de Paulo e Silas. Eles estavam na prisão
mais profunda e escura, em circunstâncias que pareciam não ter esperança, mas
agora, a situação mudou. Paulo e Silas foram libertos, e o carcereiro está deses­
perado.
Ao acordar, o guarda viu as portas da prisão abertas e supôs que todos ha­
viam fugido. Se os presos escapassem, era costume torturar os carcereiros com a
mesma punição que os prisioneiros deveriam receber. Então, o carcereiro achou
que a única opção era o suicídio.
Porém, Deus sempre proporciona a verdadeira esperança! Paulo rapida­
mente chamou o carcereiro e confirmou que todos os presos estavam presentes.
O guarda ajoelhou-se diante dos apóstolos e fez a pergunta mais im portante
que alguém nessa terra poderia fazer: Senhores, que é necessário que eu ja ça para me

22
salvar? Em uma dramática mudança de circunstâncias, o carcereiro questionou
aos presos como ser livre. Percebendo ou não, aquele homem fez a pergunta que
todos nós devemos fazer em algum momento da vida: como posso livrar-me da
culpa por meu erro? Quando o carcereiro fez essa im portante pergunta, Paulo e
Silas sequer hesitaram em responder. Eles não mostraram diversas maneiras de
ser salvo e deixaram-no escolher qual funcionaria para ele. Não, a resposta deles
foi bem clara e incontestavelmente direta. A resposta final àquela im portante
pergunta foi (e amda é): C rê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.
A decisão foi clara, e o carcereiro aceitou a Cristo. M as esse não o fim da
história. O guarda acreditou, e sua vida foi transformada. Em Atos 16, lemos
que Paulo e Silas com partilharam a verdade acerca de Jesus Cristo com o car­
cereiro e com todos que moravam em sua casa. Então, ele lavou as feridas dos
servos de Cristo. Imagine só! Aquele que estava do lado dos que açoitaram os
prisioneiros, agora, cuida das fendas destes e faz-lhes curativos. A Bíblia relata
ainda que o carcereiro foi batizado juntam ente com todos os seus parentes. En­
tão, a fam ília convidou Paulo e Silas para o seu lar, alimentou-os e alegrou-se,
pois todos criam em Deus.
A fé em Cristo fez a diferença na vida dele. Esse não era mais o mesmo
carcereiro que lançou os missionários feridos e m altratados na prisão e que
colocou grilhões em seus pés. Ele foi transformado em um homem bondoso e
alegre, e já não era mais desesperado. Assim, quando uma pessoa deposita sua
fé em Cristo, ela não é mais a mesma. Paulo escreveu aos coríntios: Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fe z novo.4
Q uando seguimos a Cristo, Deus começa uma nova obra em nós. Seu Espírito
habita em nós e dá-nos poder e força para reagirm os de modo diferente do
restante do mundo.
E você? A fé em Jesus fez a diferença em sua vida? Ou, ainda mais importan­
te, você já se perguntou: “O que devo fazer para ser salva?” Hoje é o dia da deci­
são. N ão espere até que sua vida esteja desmoronando ou que chegue ao ponto de
extremo desespero, como nosso amigo carcereiro. Cristo torna tudo novo!
Porém, o que significa crer em Cristo? Significa acreditar que Deus amou o
mundo de tal maneira que nos deu a vida de Seu único Filho, Jesus, como oferta
para pagamento sacrifical por nossos pecados na cruz. Significa crer que Jesus
ressuscitou dentre os mortos. Assim, todo aquele que crê nele não perecerá, mas
terá a vida eterna.

.2 3 .
C apítulo i

Aqui começa a alegria. Ironicamente, a alegria é encontrada aos pés da


cruz. O que parecia ser o castigo e a morte mais cruéis tornou-se a grande
fonte de esperança para toda a humanidade. Não há maior alegria que saber
que recebemos Sua graça e Seu amor. Quando depositamos nossa fé em Jesus,
tornam o-nos membros de Sua fam ília e coerdeiros de Sua graça. Assim como
o carcereiro e sua fam ília regozijaram-se por acreditarem em Cristo, também
podemos experimentar essa mais pura forma de alegria: saber que fazemos parte
da fam ília de Deus e que nossos pecados estão perdoados.

Possibilidades do tamanho de Deus

Todas encontramo-nos em reviravoltas inesperadas ao longo de nossa vida.


Pode não ser uma fétida cela de prisão, mas pode ser um casamento azeda­
do, um emprego insatisfatório, um diagnóstico infeliz ou um filho rebelde. A
inesperada visita de Paulo e Silas à prisão não era um a surpresa para Deus. O
Senhor esteve com eles durante aquela dolorosa experiência, e quero afirmar-lhe
que Ele também estará presente durante os seus momentos de dificuldade. O
Salmo 3 4 .1 8 lembra-nos de que: Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebran­
tado e salva os contritos de espírito.
Quando comecei a escrever este livro, pensei em intitular este capítulo
como: “N ão acabou até o carcereiro cantar”. Você não se alegra com o fato
de Paulo e Silas não terem desistido e reagido com ira e desespero? Em vez de
abaixarem a cabeça em derrota, eles olharam para o alto, para Deus. Aqueles ho­
mens louvaram ao Senhor porque sabiam que o Pai era m aior do que a situação
deles, e a sua fé lembrou-lhes de que o Senhor é um Deus redentor. Se Ele pode
gerar alegria a partir da terrível crucificação de Seu Filho, e se pode construir as
bases da igreja de Filipos a partir de um cárcere extremamente escuro, então, o
que Ele não pode fazer em sua vida?
Vamos escolher olhar para nossas circunstâncias com expectativa e es­
perança baseadas em nossa fé no Deus que nos ama. Vamos andar a segunda
milha e louvar ao Pai pelo que Ele tem feito e pelo que Ele pode fazer além do
que enxergamos. O Senhor pode não resolver nossa situação com um abrupto
terremoto, mas não pense que Ele não pode abalar seu mundo e proporcionar-
-lhe resultados espetaculares.

24
1 [m u eApe/ian^a- p anxx t a t n ^ o A j^’LoA

A palavra serendipity significa “prazer inesperado”. Vamos buscar momento


de serendipity, nos quais Deus surpreende-nos com novas possibilidades em situ­
ações, aparentemente, sem esperança alguma.

Busca pessoal

Leitura complementar: Atos 16 — A narrativa sobre o início da igreja filipense.


Verdade básica: Deus é um Deus redentor. Ele pode pegar um a situação ruim
e usá-la para o bem.
Escolhas:

• Confie no amor de Deus por você e em Seu propósito para a sua vida.
• Creia que Deus pode usar situações difíceis e desafiadoras para o bem.
• Ore a Deus e louve a Ele em meio aos seus desafios.
• Escolha reagir às circunstâncias inesperadas com fé, e não com medo.
• Seja smcera quanto à sua dor. Lamente sua perda e perm ita que Deus
console-a.
• Lembre-se de que outras pessoas estão observando como você reage
às dificuldades.
• Creia no Senhor Jesus, e você será salva.

Plano deliberado: Lembre-se de olhar para o alto.


Estimule seu cérebro a desenvolver um novo hábito de oração e de louvor
como sua prim eira reação às dificuldades em sua vida. Escreva as seguintes per­
guntas em diversas fichas:

1. Orei a respeito disso?


2. Louvei a Deus?

Coloque as fichas em vários locais, nos quais você sabe que as verá durante
a sua rotina (perto do espelho do banheiro ou na lavanderia, na cozinha ou no
carro), para ajudá-la a lembrar-se continuamente de reagir da mesma maneira
de Paulo e Silas na prisão. Você pode acrescentar um versículo bíblico na parte
debaixo da ficha. Talvez, o Salmo 6 2 .1 ,2 seja uma boa passagem para ser usada:

25
C apítulo i

A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação. Só ele é a minha
rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei grandemente abalado.

.2 6
C A P IT U L O 2

2 ) e A c u ijx e q f/u x n A íx i/m o u

ê ô t x u n o ^ e m o J L ta A /

Porque somos feitura sua , criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus
preparou para que andássemos nelas.
Efésios 2.10

“No amor, há dois ofícios principais; um é dar, outro é perdoar.”


John Boys

ão se pode im pedir o progresso. V á a qualquer metrópole e você


provavelmente verá diversos prédios passando por algum tipo de reforma. Você
também verá a famosa fita amarela cercando a zona de construção, e um a placa,
que informa: “Desculpe o transtorno. Estamos em obras”. È claro que obedece­
mos às instruções da placa e perdoamos ou desculpamos a inconveniência, por­
que, em geral, gostamos de um pouco de progresso aqui e ali. Ele é uma coisa
boa, mas seu lado ruim é o incômodo que causa (talvez um desvio), e realizar as
reformas desejadas gera uma grande bagunça.
Se ao menos tivéssemos com as pessoas a mesma graça que temos com
prédios em construção! O mundo não seria um lugar adorável se víssemos em
cada pessoa uma placa “Desculpe o transtorno. Estou em obras”? Esta nos lem-
C a p ít u lo 2

braria constantemente de que as pessoas estão sempre crescendo e aprendendo,


e também, precisando de compreensão. Por outro lado, não gostaríamos, de
igual modo, de ter uma plaquinha “Desculpe o transtorno. Estou em obras”
em nosso próprio coração quando necessitamos receber bondade, paciência ou
incentivo da parte dos outros?
A reforma de pessoas pode ser uma bagunça. As vezes, Deus realiza Sua
m aior obra por meio do nosso quebrantamento, da nossa fraqueza ou das nossas
dificuldades. U m dos nossos maiores desafios na vida é viver com misericórdia e
graça tanto para com os outros como para conosco mesmos, reconhecendo que,
durante nossa jornada aqui na terra, estamos em obras. Cometeremos erros.
Tropeçaremos e cairemos, mas sempre podemos aprender, amadurecer e crescer
durante o processo. Como cristãs, temos a garantia de que Deus começou uma
obra em nós, e Ele a completará até o dia de Cristo Jesus.
Ao observar seus preciosos e caros amigos em Filipos, Paulo viu a placa
“Desculpe o transtorno. Estamos em obras”. Ele estava com os filipenses quan­
do o evangelho foi enraizado e começou a crescer em seus corações, e agora, dez
anos depois, o apóstolo escreve-lhes uma carta para encorajar a força e a alegria
deles no Senhor. Até na vida do próprio Paulo houve reforma desde que ele
conheceu seus amigos de Filipos até escrever a carta que agora lemos em nossas
Bíblias. Durante aqueles dez anos, Paulo percorreu um terreno extremamente
acidentado. Podemos ver um lampejo de como era a sua vida ao ler algumas
de suas outras cartas. Aqui está outra porção de sua carta à igreja de Corinto,
provavelmente, escrita cerca de cinco anos antes da carta aos filipenses. Quero
que você leia essa passagem para sentir como era a vida de Paulo após partir de
Filipos.

Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Asia,
pois que fom os sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo
tal que até da vida desesperamos. Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de
morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
0 qual nos livrou de tão grande morte e livrará; em quem esperamos que também
nos livrará ainda, ajudando-nos também vós, com orações p or nós, para que, pela
m ercê que por muitas pessoas nosf o i feita, por muitas também sejam dadas graças
a nosso respeito . 1

.2 8
íí)cACu£p -d a t/um6 fij/ULO. ê-^tarn<iô s>ni. o k/uxô

Você leu isso? Ele desesperou-se até de viver! Acho que podemos dizer
com segurança que a vida de Paulo não era fácil; pelo contrário, era uma bagun­
ça, embora a beleza surgisse em meio às dificuldades. Ele disse que seus desafios
aconteciam para que ele e seus companheiros confiassem em Deus, e não em
si mesmos. Ele depositava sua esperança no Senhor. Paulo acreditava que Deus
era capaz de cuidar dele, porque o Senhor já havia livrado o apóstolo anterior­
mente. Assim, sua fé foi fortalecida por causa dos contratempos desafiadores
em sua vida. Ele não parou quando a situação ficou complicada, nem desistiu
de Deus ou dos outros. Pelo contrário, ele ficou mais forte, aperfeiçoou-se, e
sua fé aumentou.
N o início de sua carta aos filipenses, vemos que Paulo quer que esses cris­
tãos reconheçam que também estão em construção e que o Senhor continuará
completando a obra que começou na vida deles. A obra de Deus naqueles cris­
tãos começou com a fé salvadora em Cristo, continua à m edida que Ele edifica
a fé c a esperança deles, e não estará completa até que vejam Cristo face a face.
O mesmo ocorre em nossa vida cristã. Estar em obras nem sempre é algo
bonito, mas, à medida que são leitos progressos e reformas, começamos a ter
um vislumbre daquilo que o arquiteto está fazendo, e nossa fé cresce nesse
processo.

Um belo progresso

H enrietta M ears via o melhor das pessoas que Deus colocava na vida dela.
Apesar de sua visão física ter começado a deteriorar-se bem cedo, deixando-a,
por fim, cega, seu entendimento acerca das Escrituras e seu talento para ver o
potencial das pessoas fortaleceram-se ao longo de sua vida.
N ascida em 1890, H enrietta amava a Palavra de Deus desde criança. Ela
sempre implorava aos seus pais que a deixassem ir à classe de adultos da Escola
D om inical de sua igreja, para que pudesse aprender verdades mais profundas
sobre a Bíblia, e ministrou sua primeira aula de Escola D om inial aos 11 anos de
idade. Quando formou-se no Ensino M édio, seu oftalm ologista alertou a jovem
a não continuar os estudos, pois isso forçaria o pouco de visão que lhe restara.
N o entanto, H enrietta não perm itiu que as ordens médicas a parassem.
Ela estava determ inada a usar sua vista até perdê-la completamente, e esforçava-

29
C a p ít u lo 2

-se ao máximo para ouvir as aulas, a fim de dim inuir sua necessidade de ler. Ao
formar-se na faculdade, ela prosseguiu dando aulas de quím ica no colégio, mas
seu principal amor era o ensmo bíblico na igreja. Suas classes aumentavam de ta­
manho à m edida que ela ensinava a Palavra de Deus com criatividade e precisão.
Depois, ela foi convidada para ser diretora de educação cristã em uma
igreja presbiteriana em Hollywood, C alifórnia. H enrietta aceitou o cargo, e logo
começou a escrever um novo currículo para substituir as antigas lições que lhe
entregaram. Ela escreveu lições de Escola D om inical para crianças do primeiro
ao últim o ano, o que mais tarde deu início à Gospel Light Publishers.
Os universitários também eram seu grande amor, e ela fielmente lecionava
para a classe deles todos os anos. Os alunos amavam-na, porque as lições dela
eram divertidas, dinâmicas e criativas. H enrietta ajudava-os a sonhar alto e a
entender a visão do que Deus poderia fazer na vida deles. Centenas de seus
alunos tornaram-se ministros cristãos em tempo integral, inclusive Bill Bright,
fundador da Campus Crusade M inistries. H enrietta plantou m uitas sementes,
as quais Deus regou e cultivou até se tornarem grandes e frutíferas árvores. Ela
também fundou um acampamento de jovens na Califórnia, que hoje é conheci­
do como Forest Home Conference Center.
Certo ano, H enrietta convidou um jovem evangelista para pregar no acam­
pamento Forest Hom e Camp à juventude. O jovem pregador sentia dificuldades
em acreditar na inerrância da Bíblia. Henrietta, então, conversou e orou por ele.
M ais im portante ainda: ela não desistiu dele, mas reconheceu que Deus estava
realizando uma grande obra na vida daquele rapaz e sabia que o Senhor a com­
pletaria. O pregador fez uma longa caminhada pela floresta até cair de joelhos,
declarando ao Senhor que defenderia a Bíblia como a verdade de Deus, ainda
que nem tudo fizesse sentido para ele. O jovem Billy voltou naquela noite para
pregar uma das mensagens mais poderosas que H enrietta jamais tm ha ouvido.
M uitos jovens converteram-se a Cristo naquela noite. Billy Graham pregou em
sua prim eira cruzada logo após essa experiência na Forest Home.
Billy Graham disse que H enrietta M ears foi uma das mulheres mais in­
fluentes cm sua vida depois de sua mãe e sua esposa. Você não fica feliz porque
H enrietta via seus alunos como obras em construção? Ela não desistiu deles ou
concentrou-se em seus erros, mas, em vez disso, m inistrou a eles e nutriu-os no
Senhor. Ela lembra Paulo. H enrietta não estava presa por ter sido acorrentada
por um guarda, mas por causa de sua cegueira física. N o entanto, assim como

30
^ e A c u f| ie o. tio/w io/mn. ê i tan m ô em oJí/iaA

o apóstolo, ela não perm itiu que suas dificuldades impedissem -na de edificar
outras pessoas e motivá-las a ser tudo aquilo que Deus queria que fossem. Ela
viu o potencial, não os problemas.

Uma atitude de gratidão

T ire um momento para pensar na últim a vez em que você sinceramente enco­
rajou outra pessoa. Pode ter sido por meio de um telefonema, de um e-m ail ou
de um abraço. Pode ter sido uma palavra amiga que você deu para alguém du­
rante um a conversa rápida. Espero que você não precise voltar muito no tempo
para lembrar-se de algum a oportunidade em que colocou alguém para cima. É
fácil incentivar outra pessoa quando as coisas estão indo bem, mas imagine se
sua vida estivesse desmoronando. Você continuaria sendo um a fundação que
transborda alegria, força e conforto para os outros? Ouso dizer que a maioria
de nós quer receber encorajamento, mas não concedê-lo, durante os momentos
de fraqueza.
Imagine Paulo acorrentado a dois guardas prisionais, incapaz de ir e vir
conforme gostaria. Porém, lá estava ele, escrevendo carta após carta para incen­
tivar outras pessoas. Sinceramente, fico comovida com a bondade e com a afei­
ção desse homem acorrentado, as quais fluem às pessoas com quem, de modo
tão carinhoso, ele importava-se.
Entende-se que existe na vida o princípio geral de que, quando encora­
jamos outras pessoas, nós mesmos somos encorajados. Paulo, com certeza,
demonstrou esse princípio em suas palavras e em suas ações. Ele sinceramente
amava os cristãos para quem escrevia, e acredito que suas palavras motivadoras
não apenas levaram grande alegria para eles, mas também a Paulo.
Antes de lermos o restante da carta de Paulo aos filipenses, vamos, prim ei­
ro, dar um a breve olhada em sua atenciosa saudação. Se você é como eu, minha
tendência é ignorar essas pequenas frases, mas quero entregar-lhe uma pequena
joia, que nos fala da obra que Deus estava realizando nos filipenses. Paulo inicia
sua carta com essas palavras:

Paulo c Timóteo; servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão
em Tilipos, com os bispos e diáconos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai,
e da do Senhor Jesus Cristo.2

31
C a p ítu lo z

Sei que pode parecer uma coisa pequena, mas acho interessante observar
que Paulo estava escrevendo aos cristãos em Filipos, com os bispos e diáconos. Lembre -
-se, essa igreja teve um começo ínfimo (um carcereiro, sua fam ília e algumas
mulheres); no entanto, aqui vemos que havia pessoas suficientes para terem
bispos e diáconos. Estima-se que carta de Paulo aos filipenses tenha sido escrita
dez anos após sua prim eira visita a eles. Então, nesse curto espaço de tempo, as
coisas estão desenvolvendo-se, o povo está congregando, e essa igreja está bem
organizada! Eles já não são mais só um eclético grupo de cristãos. Quero apenas
que você perceba o progresso que eles fizeram desde seu início conturbado. Co­
ragem! O início deles não foi muito amoroso e pacífico, mas Deus estava apenas
começando a obra neles.
Em seguida, quero que você veja o quanto os filipenses estavam amorosa e
continuamente nos pensamentos e nas orações de Paulo. Olhe como ele enco­
rajou esses cristãos:

D ou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre cotn
alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa cooperação no evange­
lho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós
começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo ,3

Pense no que essas palavras devem ter significado para esses cristãos pri­
mitivos. Paulo agradecia a Deus por esses irmãos toda vez em que se lembrava
deles. E quanto às pessoas em sua vida? Você agradece ao Senhor por elas toda
vez em que se lem bra delas? N ão estou falando apenas de pessoas queridas e
fáceis de amar, mas também das mais difíceis. Sejamos honestas. Quando pen­
samos em certas pessoas, m uitas vezes, lembramo-nos do quanto elas magoam-
-nos ou perturbam -nos, e aí, pensamos no que há de errado com elas e fazemos
comparações injustas. Então, agradecer a Deus por elas? N ão sei se meu coração
e m inha mente estão sempre tão cheios de gratidão. E você?
E se mudássemos nosso pensamento negativo sobre as pessoas à nossa
volta (tanto as amáveis como as com plicadas) para viver com o contínuo ato
de gratidão por elas? Como nossos relacionamentos mudariam? Se tirarm os os
olhos das características negativas e incômodas, e começarmos a procurar (sim,
será necessário procurar com mais afinco em algumas pessoas do que em outras)
características positivas, poderemos, então, começar a interagir com essas pesso­

3 2.
êàítUTUlâyí

as de maneira diferente. M as, indo um pouco além, podemos agradecer a Deus


até mesmo pelas características negativas, pois Ele também usa essas asperezas
para realizar uma obra em nossa vida. Quando as pessoas não são tão fáceis de
amar, dependemos do Senhor para amá-las por interm édio de nós. As vezes,
o Senhor usa as “pessoas-lixas” de nossa vida para aplanar algumas de nossas
fraquezas e ajudar-nos a ser menos egocêntricas.
Devo adm itir que, em m inha própria vida, posso olhar atrás e agradecer
ao Senhor por algumas pessoas difíceis, pois elas m oldaram o meu caráter e
ajudaram-me a amar de uma forma mais profunda e enriquecedora. Tudo bem,
também tenho de adm itir que eu não era grata por elas na época — no caso,
em meu primeiro emprego, recém-formada na faculdade, como professora de
uma escola em M esquite, Texas. Fui contratada para lecionar m atem ática para
o sétimo ano e para treinar meninas. Treinei de tudo: vôlei, basquete, corrida
[comum e do tipo] cross country. Foi, no mínimo, um ano bem atarefado.
O diretor da escola tinha a fama de ser, digamos, um pouco áspero. Ele es­
tava na escola havia um “zilhão” de anos, e sua personalidade não era acolhedo­
ra e amigável. Eu, por um lado, era a “Senhorita R aio de S o l”, e ele, o “Senhor
Trovoada”. N a época, pensei que tivesse a pior situação educacional do mundo.
Eu não agradecia por aquele homem toda vez em que pensava nele. N ão mes­
mo; eu achava que Deus estava castigando-me ao fazer-me trabalhava para ele.
Todavia, anos mais tarde, posso olhar atrás e dizer: “Obrigada, Senhor,
pelo “Senhor Trovoada”, pois Tu o usaste para ajudar-me a desenvolver sensi­
bilidade, amadurecimento e reconhecer que nem todas as pessoas são fáceis de
lidar. Embora essas pessoas sejam difíceis, há alguém dentro daquele exterior
áspero que precisa do Teu amor e do Teu perdão tanto quanto eu preciso”.
Creio que eu teria tido um primeiro ano de ensino um pouco mais positivo
se tivesse agradecido pelo diretor em meios às minhas dificuldades. N a verdade,
no final daquele ano, vi evidências de um a pessoa prudente e cuidadosa dentro
daquele exterior cascudo. Ele estava ali o tempo todo, e eu só precisava de tempo
para procurar.
Quem você precisa ver por uma perspectiva diferente? U m colega de tra­
balho, um vizinho ou um parente? Pode ser até seu m ando. Vamos fazer um
esforço intencional de agradecer ao Senhor pelas pessoas à nossa volta toda vez
em que elas vierem à nossa mente, inclusive as “não-tão-fáceis-de-am ar”. A gra­
deça ao Pai pela obra que Ele está realizando tanto na vida delas como também

. 33 .
C a p ít u lo 2

na sua vida. Isso fará diferença para elas, mas fará principalm ente em você. Ao
começar a substituir raiva e dor por gratidão e alegria, você será transformada
em uma pessoa rica em relacionamentos e cheia de amor.
Além disso, devemos reconhecer que muitas vezes pessoas difíceis estão feri­
das por dentro. Talvez elas sejam chatas, cruéis ou exigentes porque estão lidando
com dores e mágoas passadas. M uitas pessoas têm a alma ferida, e por isso, de­
vemos lembrar-nos de enxergar o que está além das máscaras ou das aparências
ásperas, e assim, visualizaremos uma pessoa que precisa do amor de Deus.
Assim, ao lidar com uma pessoa difícil, peça ao Senhor que lhe dê Sua
perspectiva. Todos nós somos obras em andamento, e precisamos de graça e
de amor. Que possamos ser generosas ao derramar-nos para as pessoas que o
Senhor coloca em nossa vida.

Uma comunhão mais profunda

Trish não pôde acreditar quando seu marido informou-lhe que eles se m uda­
riam outra vez. Ela não achava que duas mudanças em três anos fossem a situ­
ação perfeita para criar seus filhos, mas, se era para que seu marido crescesse na
vida profissional, então, toda a fam ília se m udaria com ele. Trish entristecia-se
ao pensar que seus filhos seriam forçados a fazer novos amigos por onde fossem,
mas as crianças pareciam adaptar-se bem rápido aos novos ambientes. N a verda­
de, foi Trish quem sofreu uma dor pessoal com a mudança de relacionamentos.
Em cada cidade, Trish m al tinha tempo de conhecer as mães dos outros
meninos do time de futebol do bairro, pois já estava na hora de fazer as malas
e mudar-se. Ela ansiava por uma profunda conexão com um a amiga com quem
pudesse almoçar ou ligar para contar sobre a últim a liquidação. Ela queria al­
guém com quem pudesse conversar sobre as questões da vida, algo além do papo
superficial, mas ela não sabia onde encontrar esse tipo de amiga, e achava que
isso seria impossível com sua vida nômade.
U m a velha conhecida recomendou que Trish procurasse algumas igrejas
locais em sua nova cidade, o que ela fez. Durante toda a sua vida, Trish ouviu
falar de Jesus, mas nunca chegou ao ponto de compreender o que Ele havia feito
na cruz. U m dia, enquanto ouvia um sermão, parecia que ela estava ouvindo a
mensagem do evangelho pela prim eira vez. Então, ela passou a entender tudo,

34
ií)oA xu ilp A a t/u uiá -to A jiiii (P â.ícuna á. c jt v axuiaA.

como Jesus ofereceu Sua própria vida como pagamos pelos pecados dela e como
Ele ressuscitou, dando-lhe a promessa de uma vida eterna. N aquele dia, Trish
fez um a oração de fé, crendo no Filho de Deus como seu Salvador. Logo toda
a sua fam ília também passou a crer.
Trish passou a frequentar um estudo bíblico local para aprender mais so­
bre o Deus que a ama. Enquanto isso, ela começou a criar um vínculo afetivo
com as outras mulheres do estudo. Aquele era o laço mais forte que ela jamais
havia experimentado, pois era a verdadeira comunhão que há entre irmãs em
Cristo. A Bíblia diz que, quando cremos em Cristo, tornam o-nos parte de Sua
família, e o Espírito de Deus passa a habitar em nós.4 Trish descobriu que agora
tinha irmãs que orariam com ela, a encorajariam e a fortaleceriam, e que ela
também poderia fazer o mesmo por elas. Além disso, ela não rinha mais medo
da próxim a mudança, pois sabia que, aonde quer que fosse, encontraria outras
irmãs em Cristo com quem form aria laços.
Como cristãos, temos uma conexão em comum por sermos membros da
fam ília de Deus e coerdeiros da Sua graça. F íá um a comunhão m uito mais
profunda entre nós. Nossa aliança cristã deveria ser muito mais que um nome,
pois temos um vínculo de alma e de coração. As comunidades de cristãos devem
estar cheias de pessoas amorosas que transbordam graça umas às outras. Porém,
infelizmente, a amargura, a mesquinhez ou a fofoca podem, com facilidade,
mfiltrar-se em círculos de cristãos e logo destruir a unidade que pode ser des­
frutada no corpo de Cristo.
Paulo, no entanto, oferece o exemplo puro de um amor sincero entre cris­
tãos. A m edida que continuamos lendo a carta de Paulo aos filipenses, sua afei­
ção começa a transbordar. Com certeza os cristãos de Filipos já haviam sentido
que o apóstolo importava-se com eles por causa de suas palavras de gratidão
e de sua confiança no progresso deles, mas agora, ele fala do fundo do seu ser.

Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração,
pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na
minha defesa e confirmação do evangelho. Porque D eus me é testemunha das saudades
que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.5

Paulo sentia uma verdadeira afinidade por seus irmãos em Cristo, e levava-os
em seu coração, porque compartilhavam igualmente da graça de Deus. O apóstolo

35
C a p ít u lo 2

queria estar com os filipenses para encorajá-los, mas as correntes impediam-no.


Contudo, não importava a distância. Ele usou palavras de afeto para que soubes­
sem como ele sentia-se. Paulo tinha saudades deles com afeição de Cristo.
Oh, como eu gostaria que todas nós sentíssemos isso umas pelas outras
como cristãs. Pense na beleza que demonstraríamos ao mundo se amássemos
uns aos outros com sinceridade e estimássemos cada um com afeição de Cristo.
E se alegremente nos importássemos com as necessidades dos outros? E se não
brigássemos nem reclamássemos uns dos outros? E se edificássemos uns aos
outros, em vez de destruirmo-nos? Ah, como o Corpo de Cristo seria belo!
Isso me lembra das palavras de Jesus aos Seus seguidores: Um novo m anda­
mento vos dou: Q ue W5 ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos
outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois m eus discípulos, se vos amardes uns aos outros.b
Como mulheres que receberam a graça divina, com partilhamos uma comunhão
em comum umas com as outras. Fazemos parte da fam ília de Deus e devemos
ter um laço de amor umas com as outras com base no amor do Pai por nós.
Quando o mundo olha para os crentes em Cristo, ele deveria ser capaz de ver
uma imagem do Seu amor. Todavia, não sei bem o que ele vê atualmente.

Maravilhoso amor

A afeição de Cristo é uma afirmação poderosa. Pense por um momento no rico


significado do termo afeição de Cristo e o que isso representa para cada um de nós:
o amor e a paixão do M estre por nós. Esse amor maravilhoso e gracioso levou
Jesus à cruz, na qual Ele ofereceu Sua vida em nosso favor.
Como proclama a gloriosa letra do hino escrito por Charles W esley: “M a­
ravilhoso amor! Como pôde meu Deus morrer por m im !”' , você já parou para
m editar em como é o verdadeiro amor de Jesus por nós? As vezes, acho que
esquecemos o quanto somos amadas como povo de Deus. A afeição dele não
se baseia em amar-nos porque merecemos; Ele ama-nos mesmo quando não
merecemos. N o livro de Romanos, temos uma ideia da afeição de Cristo para
com Seu povo.

Sendo, pois, justificados pela fé , temos paz com D eus por nosso Senhor Jesus Cristo;
pelo qual também temos entrada pela f é a esta graça, na qual estamos firm es; e nos

36
e A c u í jxe* o. V i a n A h ^ u x c u ê . v i x m u j « ' m v o iv ta A .

gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos glo­
riamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a
experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto
o amor de D eus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos fo i
dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas algucm morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém
ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores.&

Verdadeiro amor, você diria? N ão tínhamos atrativos ou dignidade alguns


para que alguém morresse por nós, e amda éramos pecadores, mas Jesus sofreu
e entregou Sua vida por nós. Essa é a afeição de Cristo. Trata-se de uma paixão,
de um amor e de um a graça imerecidos. Deus demonstrou Seu gracioso amor
para conosco, e agora, nós, em retribuição, podemos ser um reflexo desse amor
às pessoas ao nosso redor. Ele une-nos como cristãos e brilha forte para alcan­
çar um mundo sofredor. Jesus mandou-nos amar além do amor fácil, afinal, Ele
ordenou que amássemos até os nossos inimigos. Q ualquer um pode amar quem
o ama, mas é necessário o amor transformador de Cristo para amar nossos ini­
migos e para fazer o bem aos que nos maltratam.

( í cijk^rtOs des ÇjiÀjÀái). 0 , ScíiJiq/^ cSqáX/poAla/ jxoa&xx ílQJv imv eyXJimjifoy


OÀAíiaí/ áxv pxixxão/ Aíl Cúa tos a truzAíAa que, d&niaj\aÍaolítlqa < cunasv um.
OOA' Qxd/LOÒu Q wís Qy truitubls 'Z&joy Qy C^LLQyàlc^l^lcCL SlQAjdboSV lUTlCL Cj/iXL^O, tão;
maAXL^A&vQAa- jinso tneuD cb>yaoMQy^/uLcÃxLóQ, cunasL oxáyiatu CLnaxlo.
i 1 1 1 m i < Jeu u m qa . p o / i [íite /u m u l lo de- rui&, pcLoa- cpue p a M Jim t t ó . t a a jiô Ja A . -

m íw o 11u u u l i ' Ci' ni a a | e i ^ ã a cie O c tà to .

Uma oração apaixonada

Thelm a W ells, minha preciosa irm ã em Cristo, ora com poderoso fervor. Ela
derrama seu coração diante do Senhor de tal maneira, que me leva às lágrim as e
enche-me de alegria. Suas orações apaixonadas transbordam de seus sentim en­
tos por Deus e de amor por Seu povo. Ela tem um coração como o de Paulo
para com o povo de Deus, pois dedica seu tempo e seu talento para incentivar,

37
C a p ít u lo 2

por meio de seus livros e de suas pregações, cristãos do mundo todo. N a ver­
dade, ela até já escreveu um livro intitulado God Is Not Finisbed witk Me Yet [D eus
ainda não term inou de tratar comigo, tradução livre]. Parecem as palavras de Paulo aos
filipenses, não é mesmo?
Conhecida afetuosamente como “M am a T ”, T helm a já teve sua cota de
decepções, frustrações e dificuldades na vida, mas sua fé em Deus é inabalável.
O sorriso que há em seu rosto, enquanto ela atinge e toca pessoas com Seu
amor, é m uito verdadeiro e sincero. Independente de estar falando em um púlpi­
to para milhares de pessoas ou orando com poucos amigos íntimos, sua paixão
por Cristo brilha com tanta intensidade, que você precisa de óculos escuros para
olhar para ela!
Como ela faz isso? Como ela experimenta tamanha alegria em tempos
difíceis eamor sem lim ite pelos outros? T helm a seria a prim eira a dizer que não
é ela, mas o Espírito Santo que opera nela. Sua fé e seu amor são fortalecidos
enquanto ela busca Deus para suprir suas necessidades. Ela diz:

Vencer não tem a ver com genialidade ou inteligência. Tem a ver com
humilhar a si mesmo diante da poderosa mão de Deus, confiar nele
de toda alma e de todo pensamento, perdoar a nós mesmos e aos
outros por tudo que nos fizeram e buscar o perdão por tudo que
fizemos a eles. Tem a ver com manter nossa mente cm Jesus, andar em
justiça, entender a verdade de Deus, orar com toda sinceridade, estar
preparado com a Palavra de Deus em nosso espírito e estar cobertos
por uma fé inabalável em Cristo.9

N ossa vida de oração m uda nossa maneira de enxergar a vida. Quando


oramos com sinceridade, como T helm a mencionou, nossa fé é fortalecida e
nossa preocupação é m inim izada. E quando oramos pelos outros com since­
ridade, nosso amor por eles cresce. Sim, é isso mesmo. Quando apresentamos
outras pessoas ao nosso amoroso Pai celestial e buscamos o melhor de Deus
para elas, torna-se inevitável chegar ao ponto de amá-las e perdoá-las, porque o
amor de Cristo espalha-se por nossos corações quando amamos as pessoas por
meio da oração.
Com que frequência oramos sinceramente pelos outros? Essa é um a boa
perguntar para fazermos a nós mesmas. Sim , podemos dizer que oramos pelas

38.
CACUtp * Qy X/uxxvtAxinx\xu v9AÍmn<iôy <urrvoxt/iaòj

pessoas o dia inteiro, mas isso é verdade? Estamos sinceramente apresentando-as


ao Pai celestial em oração?
Paulo orava por seus amigos filipenses com atenção e sinceridade, e não
posso deixar de acreditar que, como consequência, seu amor por eles aumentava.
O apóstolo diz-lhes exatamente como estava orando por eles. Ao ler essas pala­
vras, quero que pense nas pessoas em sua vida por quem você pode orar assim:

E peço isto: que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e cm todo o conheci­
mento. Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo
algum até ao Dia de Cristo, cheios defru to s de justiça, que são por Jesus Cristo, para
glória e louvor de D eus.K)

Paulo começou orando para que o amor deles aumentasse mais e mais.
Esse é o tipo de oração que Deus gosta de responder! O Senhor deseja que
Seu povo cresça em amor não apenas por Ele, mas também uns pelos outros.
Com certeza, a m aior oração que podemos fazer por alguém é para que cresça
no amor. Observe o que está im plícito no amor que Paulo menciona em sua
oração: ele quer que o amor dos irmãos aumente mais e mais em ciência e em
conhecimento. Esse é muito mais que um amor fofinho baseado em sentim en­
tos. Não, o apóstolo estava orando por um amor mais profundo, baseado em
ciência e em conhecimento.
Recentemente nos noticiários, um casal de celebridades passou por uma
grande e conturbada separação. Que desastre! O marido foi entrevistado em um
program a de entretenimento e disse que já não amava mais sua esposa. Em vez
disso, apaixonou-se por sua “alma gêmea”. Ele ainda acrescentou: “Você não
escolhe por quem se apaixona”. Sério? E como se o amor fosse algo de que você
acidentalmente entra e sai, sem poder evitar. Acho que ele pensa que o amor
é simplesmente algo que nos prende em algum a estúpida espécie de cativeiro
emocional.
Por outro lado, o amor verdadeiro baseia-se em conhecer o objeto de nos­
so amor, e não simplesmente, dependendo do como nos sentimos, flutuar para
dentro e para fora do amor. N a Bíblia, somos ordenadas a amar o Senhor nosso
Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com toda a nossa
mente e com todas as nossas forças. Assim, para crescermos no amor por Deus,

39
C a p ít u lo 2

precisamos conhecê-lo por meio da meditação no que a Bíblia tem a dizer sobre
Ele. N o entanto, para crescermos no amor pelo próximo, precisamos ter um
interesse genuíno nas pessoas. Desse modo, m uitas vezes, devemos deliberada­
mente parar de pensar em nossas próprias coisas para prestarmos atenção às
necessidades dos outros. Todas nós lutam os contra tendências egoístas, e por
isso, precisamos intencionalmente dar um passo para fora dos nossos próprios
interesses para vermos as verdadeiras necessidades das pessoas.
Quando tiramos um tempo para conhecer as pessoas que fazem parte da
nossa vida, nosso amor alcança um nível mais profundo. Passamos a saber o
que é im portante para elas. Então, a verdadeira pergunta é: o quanto eu e você
conhecemos as pessoas que dizemos amar?
Posso ser brutalm ente sincera aqui? M uitas vezes, nos relacionamentos,
quero que as pessoas conheçam-me e gostem de mim, todavia, tenho vergonha
de adm itir que, com frequência, não tiro um tempo para aprender mais sobre
as pessoas que digo amar. E claro que gosto do alegre sentimento que surge
quando uma pessoa me ama. Oh, como meu amor é egocêntrico e superficial!
Por causa das palavras de Paulo, tenho certeza de que preciso fazer um esforço
para amar as pessoas conhecendo-as, bem como seus interesses, suas paixões e
seus anseios. Vejo por que o apóstolo orou para que os filipenses amassem com
ciência e conhecimento, pois o amor superficial surge com m uita naturalidade.

SenJvoA ., iijtu lu -tw A ki iu n ii\ 11 n.' aaA o u t'u '.' co m Oe/u:ladet/ixi p /a> ju n d id u -

de, e o n K e citn < m f o e o (N d í u le !

Se realmente conhecemos alguém, então, é provável que sejamos capazes


de discernir o que é melhor. Isso se aplica, sobretudo, à criação de filhos. Q uan­
do tiramos um tempo para conhecer e compreender nossos filhos, passamos a
saber o que os motiva e o que os desencoraja. E esse conhecimento pode ser útil
quando se trata de discipliná-los. M uitas vezes vejo mães e pais criarem seus
filhos pelo medo, estabelecendo todo tipo de regras exageradas para protege-los
de todo m al conhecido pela humanidade. Porém, se eles fizessem o esforço de
observar e conhecer seus filhos, saberiam que tipo de regras seria necessário e
que tipos de castigo seriam efetivos. Toda criança é diferente de outra. Se você
é mãe, ame seu filho conhecendo-o e compreendendo-o, para que, como Paulo
disse em sua oração, aproveis as coisas excelentes.

. 4 0 .
^J)cAíiuipe q. taswnt feàtamoA effl/aê^ux^

Em seu best-seller As cinco linguagens do amor, o escritor Gary Chapm an lembra-


-nos da im portância de conhecer a maneira como as pessoas concedem e rece­
bem amor. Quanto m aior nosso conhecimento sobre as outras pessoas, mais
poderemos amá-las e encorajá-las com sinceridade.
A fervorosa oração de Paulo serve de modelo para nós quando orarmos
por outras pessoas. Portanto, ao orar por seus amados, considere fazer isso de
maneira parecida com a ele.

£ 2 u «A u ia /§ e s ifio / L j

: v l jx iV o / í . , p i ’/ u r u t v i j m ! o . a j n o / t <1v ____________________________p o / l i i e p e í o , ' a u V u i ò

aumente maiíL e,tn a tò em ccen-eux e-em-I o, [o o. cotiiit-CLnU1f1 1o. nxvia ijiu' J L


^ q a á e£e^ ajv u i^ e- aò, cgaao a G.xeeÊeníeA, p n / u v c j u ^ ò t í j a s ò Xrxce/ia/ d ò a t n . Q A c a n / -

cLx£q/ a í m i n v a í á s a> 3 ) Icl d e C lÍ a Í o * U qaaixH c, c^uq, _____________________________

A e^C L civoÂxi^Qyj d e ; j/UltoA/ d<2. JU a Í l^CL^ C^WÍLACLCL pQ/l C a .ía 1 o , ê cp xet-lid a/

LÒAQsÁ&jxL pxi/ux CL<JlUX ^£q/UXL £/<JcXL (xLU/lctAj mXI/LO-N^AiKaAXI/^Xt/ Cg£g^Íxcl£ ê/Tl/

n x u n e d<z c it a/ta^ CLn á n u

Que poderosa oração a ser feita por quem amamos, e também por nós
mesmas! Todas nós precisamos dessa oração. Que Deus perm ita que nosso
amor por Ele e pelos outros aumente mais e mais em ciência e em todo o co­
nhecimento. A m edida que oramos por outras pessoas e passamos a conhece-las
melhor, nosso amor por elas se aprofundará e crescerá.
Você está tendo dificuldade para amar alguém? Ore por essa pessoa, e não
apenas para que ela mude. Conheça-a m elhor e destaque sua melhor qualidade
ao fazer um a oração como a que acabamos de ler. Todas nós estamos em obras;
e por isso, Deus pode conceder-nos paciência e compreensão durante a fase de
construção.

0 poder do perdão

Nunca mais diga a si mesma: “Ah, eu sou um fracasso”, nem sussurre sobre outra
pessoa: “Ah, ela não tem jeito. Ela nunca vai consertar”. N ão desista das outras
pessoas nem de si mesma. Em vez disso, veja cada pessoa como uma obra em

.4 1
C a p ít u lo 2

andamento. O progresso é conturbado, mas Deus está trabalhando. O Senhor age


de formas misteriosas, e não trabalha do modo como pensamos que Ele deveria.
Ele não está subordinado a nós, e vê além do que podemos enxergar. Queremos
consertar as pessoas agora, mas Deus quer realizar uma obra eterna em cada co­
ração e em cada vida.
Deliberadamente se esforce para ver em cada pessoa a placa “Perdoe o
transtorno. Estou em obras”. Perdoar é uma palavra poderosa, que significa
isentar a parte culpada; absolver ou desculpar. No entanto, não é uma palavra
simples de carregar no dia a dia, afinal, perdoar uma ofensa contra você ou o
erro de alguém não ocorre necessariamente de modo natural. Como crentes em
Cristo, conhecemos a tremenda bênção de termos nossos pecados perdoados
por causa do que Jesus tez na cruz. Por meio da fé que temos nele, somos per­
doadas. E, por termos sido tão graciosamente perdoadas da punição do nosso
pecado, devemos perdoar outras pessoas. Jesus disse:

Não julgueis, c não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e
soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordan­
do vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão
de novo.11

Seja generosa em perdoar e avarenta em condenar. H á uma grande alegria


em continuamente perdoar outras pessoas, mas uma grande dor em permanecer
na amargura, na raiva e no ressentimento. Talvez você não esteja vivendo acor­
rentada como um prisioneiro, como Paulo, nem foi aprisionada pela cegueira,
como H enrietta, mas talvez, você esteja encarcerada pela falta de perdão. Q uan­
do não perdoamos os outros, colocamo-nos em uma prisão escura. N ão fique
aí. Com a ajuda de Deus, você pode romper esses grilhões de amargura que a
prendem. Pense agora mesmo se existe alguém que você precisa perdoar e bus­
que a ajuda do Pai nesse processo. Ele é especialista em perdoar.
O amor sincero e o perdão andam lado a lado. Quando penso em como
Paulo definiu o amor, vejo resplandecer a beleza do perdão. Eis a descrição que
ele fez:

O amor é sojredor, é benigno; 0 amor não é invejoso; 0 amor não trata com levianda­
de, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não

.42.
o* Í a í h i ô .to /m o * C O o tx im o /i e m a í L m i r

se irrita, não suspeita mal; nãofolga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo
sofre; tudo cré ' ímJo cspmi, fWo suporta. O amor nunca falha; mas, havendo pro­
fecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá}2

Para que o amor que temos uns pelos outros aumente mais e mais, deve­
mos começar com um espírito que continuamente perdoa os outros. Todavia,
perdoar não significa convidar alguém a passar por cim a de você ou fazer-lhe
algo terrível novamente. Por isso, pode ser necessário estabelecer lim ites saudá­
veis se um a pessoa estiver tirando vantagens de você. Devemos perdoar conti­
nuamente a fim de vivermos livres da amargura e do rancor. Por fim, o Amado
de nossa alma, o perfeito Perdoador pode dar-nos do que necessitamos para
amar e perdoar outras pessoas com sinceridade. Olhe para Ele e agradeça-o por
perdoar você, e peça-lhe que a ajude e dê-lhe forças para perdoar outras pessoas.

Busca pessoal

Leitura complementar: Romanos 5 e 8 — O grande amor de Deus por nós.


Verdade básica: Deus começou um a boa obra em cada um a de nós e ainda não
term inou de lidar conosco.
Escolhas:

• Agradeça ao Senhor por todas as pessoas em sua vida, tanto pelas


difíceis como pelas agradáveis.
• Perceba que o progresso geralmente im plica em bagunça, desafios e
transtornos.
• Lcmbre-se sempre de que todos são obras em andamento.
• Também veja a si mesma como uma obra em andamento. Deus ainda
não term inou de lidar com você.
• Ame outras pessoas com a afeição de Cristo.
• Ore pelo crescimento e pelo fortalecimento de outras pessoas no Senhor.
• Pratique a gratidão e o perdão contínuos.

Plano deliberado: Projeto Gratidão.


Escolha um período de 2 4 horas em que você deliberadam ente agrade­
cerá por todas as pessoas que vierem à sua mente. Agradeça ao Senhor pelas

.43
C a p ít u lo 2

características boas dessas pessoas e pelas qualidades que a ajudam a crescer


como pessoa. Use essa oportunidade para que todos saibam o quão grata você é
por eles. Escreva-lhes um bdhete ou um e-m ail ou telefone para dizer-lhes que é
grata ao Senhor por essas pessoas. Ao agradecer ao Senhor por outras pessoas,
peça que Ele traga à sua mente qualquer pessoa a quem você precise perdoar.
Busque a ajuda de Deus para desculpar e perdoar quem for necessário.

.4 4 .
C A P ÍT U L O 3

2 )u u r u u i t e A y | x )/ L n ix ic lo A

n o A d t^ L C Æ ifd u A ^

Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.


Salmo 71.7

“Nossos problemas sempre nos trouxeram bênçãos, e sempre trarão.


Eles são carruagens negras de uma graça brilhante.”
C.H. Spurgeon

___' V ^ a o é fácil dar aula para o Ensino Fundamental. Como ex-profes-


sora de matem ática e de ciências, eu constantemente tentava mcluir ideias criati­
vas e inovadoras para chamar a atenção de meus jovens alunos. Os experimentos
práticos sempre funcionavam bem mais do que as lições do livro-texto, por isso,
fazíamos todo tipo de experiências malucas e divertidas no laboratório.
Fizemos um a pedra de água com açúcar. Criamos cata-ventos com canu­
dinhos e papelão. Plantamos, assamos e medimos para experimentar as lições.
Provavelmente, eu não deveria mencionar a história dos ratos-do-deserto que
tínhamos à frente da sala e o terrível dia em que a mamãe rata comeu um dos
filhotes bem no meio da minha aula de matemática. Eu não sabia que meninas
do sétimo ano conseguiam gritar tão alto.
C a p ít u lo 5

Apesar da aventura canibal dos ratos-do-deserto, na verdade, tivemos al­


gumas aulas divertidas como resultado de nossas experiências científicas. Prin­
cipalmente as placas de Petri, que oferecem uma boa oportunidade de cultivar
todo tipo de coisa. O mofo, no entanto, sempre é uma das atividades favoritas
dos alunos do Ensino Fundamental.
Todavia, é claro que não é necessário estar cm uma aula de ciências para
cultivar coisas como mofo. Ele cresce rapidamente e sem problema algum nas
sobras da m inha geladeira. Sim, dado o ambiente certo, o mofo simplesmente
se desenvolve sem qualquer esforço de minha parte. Só queria que as plantas do
meu jareiim crescessem com a mesma facilidade!
É incrível perceber que, dadas as circunstâncias certas, podemos cultivar
m uitas substâncias; no entanto, existem coisas que não crescem com tanta faci­
lidade. Diamantes, por exemplo. Eu adoraria fazer uma pequena experiência que
os criaria; que tal? Eles são simplesmente cristais de carbono, e por isso, você
poderia pensar que eles são tão fáceis de surgir quanto pedras de açúcar, cristais
de sal ou mofo. Infelizmente, não é tão simples assim para um diamante surgir.
N a verdade, eles formam-se apenas em condições de intenso calor (I 2 0 4 ° C ) e
de imensa pressão (geralmente, formados entre 120 e 193 quilômetros abaixo
da superfície terrestre). Então, acho que é inútil tentar fazer um diamante na
cozinha ou na aula de ciências. M ofo, sim — diamantes, não.
Agora, se você pudesse optar entre tornar-se um diamante reluzente ou um
mofo verde, qual você escolheria? Com certeza sei a resposta a essa pergunta.
Sem dúvida, a m aioria de nós preferiria ser um adorável, brilhante e reluzente
diamante a ser um mofo feio e nojento. Ele é um verdadeiro tesouro, que não
é formado nem encontrado com facilidade. Sua aparência é sensacional, e traz
alegria a quem os usa e a quem os vê. Os diamantes também são considerados
uma das substâncias mais resistentes do mundo, e algumas brocas são feitas de
diamante e são usadas para cortar outras pedras. Vibrante, valiosa e forte, sim,
é isso que eu quero ser!
Porém, não nos esqueçamos de que os diamantes devem passar por um
intenso calor e por uma imensa pressão para formarem suas valiosas qualidades.
Assim, m uitas vezes, nossas belas qualidades são formadas por meio do calor
das provas e da dor das aflições. M as eu queria que não fosse assim! Eu adoraria
tornar-me um a m ulher forte, corajosa, sábia e piedosa por meio de experiências
pacíficas, amáveis e doces da vida. E você?

46 .
rum dt£tcu£claxldá

M as, infelizmente, as tribulações e os desafios fazem-nos crescer, ensinam-


-nos, mspiram-nos e amadurecem-nos. O mofo cresce em ambientes felizes —
já os diamantes, apenas nas dificuldades. Como aprendemos no capítulo ante­
rior, Paulo sabia o que era estar em dificuldade. Ele mesmo, por diversas vezes,
esteve prestes a morrer, mas preferia encarar suas provações como tesouros. O
apóstolo escolhia ver o bem que é gerado nos desafios, tanto em sua própria
vida como na dos outros, e nós também podemos determ inar como veremos
nossas experiências na vida. Aceitaremos os desafios, ou vamos lam entar e cho­
rar por uma vida criada em placa de Petri?

Brilho radiante

Ser um prisioneiro pode ser desconcertante. Paulo tinha um grande ministério


antes de ser mandado para a prisão, pois impactava a vida de pessoas e ajudava a
fundar igrejas por toda Àsia e Europa. Ele estava fazendo a obra de Deus, pre­
gando o evangelho por onde ia e edificando o Corpo de cristãos. Paulo não era
um malandro ou um ladrão que merecia ser preso. Entretanto, isso aconteceu
novamente com ele, e dessa vez, em Roma, quando ele ficou acorrentado à guar­
da pretoriana. Agora, se estivessem numa situação como essa, algumas pessoas
se tornariam amarguradas e começariam a lamentar-se e a murmurar.
Todavia, os olhos de Paulo não estavam em suas circunstâncias miseráveis,
mas, sim, naquilo que Deus estava fazendo apesar das dificuldades. Em vez de
desejar afastar-se da situação, Paulo preferia descobrir possibilidades de espe­
rança exatamente onde estava. Ele até quis confirmar aos filipenses que Deus
estava usando suas circunstâncias ruins para o bem. Em seguida, ele escreveu na
sua carta:

E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para
maior proveito do evangelho. D e maneira que as minhas prisões em Cristo foram
manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; e muitos dos
irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam fa la r a palavra
mais confadamente, sem temor. 1

Sejamos francas e diretas aqui. As vezes, é muito difícil enxergar algo bom
em meio a situações não tão boas. Pode ser que não tenhamos vontade de

4 7.
C a p ít u lo 3

procurar o que é bom, ou que talvez, aparentemente, nem conseguimos encon­


trar uma pontinha de algo bom em nossa difícil circunstância. Em cada caso,
precisamos da ajuda de Deus. Precisamos que Ele irradie Sua luz em nossos
momentos tenebrosos e ajude-nos a enxergar Sua presença em nossa situação.
Podemos não ser capazes de visualizar como algo bom poderia vir dessas cir­
cunstâncias, mas podemos olhar para o Deus da esperança. A situação pode
parecer inconsolável, mas Ele não nos abandonou. Com nossos olhos voltados
para Ele, começaremos a ver as coisas de modo diferente.
Veja a história de Shandra. Ela era uma executiva em uma cidade na
costa sul dos Estados U nidos. Ela estava tendo dificuldades em estar com suas
amigas e colegas de trabalho, porque era cristã, e elas não compartilhavam de
sua crença e de seu estilo de vida. Shandra sentia-se sozmha e m uitas vezes quis
desistir, mas, em vez disso, ela decidiu falar com seu sábio pastor, que lhe per­
guntou: “Onde colocamos as luzes?”
Intrigada pela pergunta boba, ela respondeu: “Colocamos nos lugares es­
curos de nossa casa”. N aquele momento, Shandra entendeu o que ele estava
tentando dizer-lhe e percebeu que Deus a colocara naqueles ambientes proble­
máticos para que ela pudesse brilhar pelo Senhor. Ela começou a sentir alegria
e coragem onde antes sentia frustração e medo. Depois de m uitas semanas, ela
chegou à igreja com um grupo de moças alegres. Sim, Deus fez uma obra m a­
ravilhosa naquela empresa por interm édio de Shandra, e m uitas de suas colegas
de trabalho conheceram a Cristo por causa de seu exemplo, de suas palavras e
de sua radiante alegria.2
“As aparências podem ser enganosas. O fato de não podermos ver o que
Deus está fazendo não significa que Ele não está fazendo coisa algum a”, diz
o grande teólogo Sinclair Ferguson.3 Paulo também estava lim itado por uma
situação tenebrosa, mas teve um lampejo de esperança e reconheceu que o Se­
nhor poderia fazer grandes coisas apesar de sua prisão. O Pai usou o tempo em
que Paulo ficou acorrentado para inspirar e encorajar outras pessoas a irradiar
corajosamente a luz de Deus.
Talvez você esteja pensando em como Paulo foi preso novamente. Toda a
aventura (e é uma história e tanto) pode ser encontrada na últim a parte do livro
de Atos dos Apóstolos, mas vou fazer um breve resumo para você. Quando
Paulo estava em Jerusalém, alguns líderes judeus não queriam que ele pregasse o
evangelho, e então, prenderam-no. Paulo, por fim, apelou a César, o que signifi­

48
■raiA d tfic u fíla d e ô

ca que ele precisou ir a Roma. Por meio de um naufrágio e de muitos tipos de


perigo, o apóstolo finalmente chegou ao seu destmo em Roma.

0 tesouro das provações

Em Dallas, há um enorme parque de diversões chamado “Six Flags over Texas”.


Eu adorava ir ao parque quando criança, e já adulta, adorava levar minhas filhas
lá. Ao longo dos anos, vimos esse lugar m udar um pouco. Depois de adulta,
m uitas vezes, arrastei minhas filhas até o grande m apa que tem uma grande seta
vermelha informando “Você está aqui”. N a m aior parte do tempo, quando eu
olhava para o mapa, percebia que o brinquedo que queríamos estava do outro
lado do parque. Então, eu olhava para a grande seta vermelha e dizia: “Não
quero estar aqui. Eu quero estar lá!”
Ás vezes, podemos querer dizer o mesmo sobre nossa vida. As circuns­
tâncias m udam em nossa vida, e m uitas vezes, acabam ficando muito longe
do que planejávamos ou esperávamos. Posso im aginar Paulo sendo tentado a
pensar: “N ão quero ficar acorrentado aqui. Quero estar lá fora, propagando o
evangelho e encorajando as igrejas”. Pelo menos, sei que eu teria pensado isso,
mas a atitude de Paulo foi diferente. Ele viu suas cadeias como uma coisa boa.
O apóstolo estava em prisão dom iciliar quando escreveu aos filipenscs — um
quadro um pouco diferente de suas experiências com as cadeias da prisão de
Filipos, sobre a qual lemos no capítulo um. [A respeito da prisão em Roma,]
lemos em Atos 2 8 .1 6 : a Paulo se lhe perm itiu m orar p o r sua conta , com o soldado que o
guardava. Apesar disso, ele ainda não vivia em liberdade.
Ele poda ditar cartas, receber visitas e até pregar as boas-novas sobre Jesus
àqueles que se reuniam em sua casa. O guarda palaciano, mencionado por Paulo
aos filipenses, também é conhecido como guarda pretoriano. Esse era um grupo
distinto de guardas imperiais, que não pertencia ao exército nem à polícia ro­
mana. Não é quase cômica a imagem de guardas tão im portantes acorrentados
a Paulo? Eles não podiam escapar! Eles não tinham como não ouvir a mensagem
sobre o amor e a graça de Deus por intermédio de Jesus Cristo, pois eram uma
plateia cativa. Que forma smgular de propagar o evangelho em Roma! Por meio
das palavras de despedida de Paulo em sua carta aos filipenses, sabemos que a
Palavra de Deus chegou até aqueles que são da casa de César, deixando im plícito que
alguns dos guardas passaram a seguir a Cristo.

.4 9
C a p ít u lo 3

Onde Deus colocou você? Pode não ser o lugar em que você gostaria — ou
planejava — de estar, mas quero assegurar-lhe de que não foi por acidente, mas
por um propósito. N ão im porta como chegou ou onde está, Deus pode fazer
coisas poderosas por seu intermédio. Portanto, em vez de reclamar, discutir ou
frustrar-se, peça que o Senhor mostre-lhe como Ele pode usá-la no lugar em
que a colocou. Volte seus olhos para o Deus da esperança, desviando, assim, o
olhar das decepções. Ainda que você tenha cometido um erro ou tomado uma
decisão imprudente, o Senhor pode usar isso.
Curiosamente, se Paulo não tivesse apelado a César, ele teria sido libertado
mais cedo e não teria seguido para Roma. O apóstolo poderia ter se remoído em
arrependimento por apelar a César, mas, em vez de encarar seu apelo como um
erro, ele concentrou-se na bênção. E você? Você pode estar nessas circunstâncias
por causa de um a má decisão ou de um erro. Todavia, agradeça a Deus porque
Sua obra está além de nossos erros e de nossas limitações. Olhe com esperança
e expectativa para aquilo que, por meio das suas experiências, Deus pode fazer
para abençoar e fortalecer outras pessoas.

Inspirado pela coragem

A coragem de Paulo enquanto estava acorrentado motivou outros cristãos a


falarem mais confiadamente. De maneira pessoal, quando vejo um exemplo
de coragem vivenciado por outras pessoas que servem a Cristo, também sou
motivada a viver com mais coragem e ousadia. Elizabeth Gurney Pry é uma
dessas inspirações para mim. Inglesa, nascida em uma fam ília rica, em 1780,
ela participava das melhores festas que a Inglaterra tinha a oferecer. Sua mãe
faleceu quando ela tm ha apenas 12 anos de idade, e a fam ília dela levava uma
vida animada, porém, superficial. Aos 17 anos, Elizabeth foi profundamente
tocada pela mensagem de um pregador chamado W illiam Savery. Inspirada e
convencida pela mensagem do evangelho, a jovem começou a abrir seus olhos às
necessidades dos pobres e dos desprezados da Inglaterra.
Aos 2 0 anos de idade, Elizabeth casou-se com Joseph Fry, e embora tivesse
seus próprios filhos (ela chegou a ter I I no total), sempre tinha tempo para
visitar as favelas de Londres e cuidar das necessidades dos pobres, enquanto
também lhes ensinava a Palavra de Deus. Depois de conhecer as terríveis condi­

50
l ruxôy d ^iU x iu ix u x clcA

ções das presidiárias, Elizabeth bravamente passou a visitar a Newgate Prxson.


A princípio, os guardas não a deixavam entrar, porque era muito perigoso. Eles
mesmos não entravam sozinhos, porque as presidiárias eram conhecidas por
como um povo selvagem. Elizabeth poderia ter facilmente desistido, mas Deus
colocou um a determinação nela.
Após receber permissão do diretor do presídio, Elizabeth corajosamente
entrou na prisão. Ali, ela viu-se cercada por 30 0 mulheres gritando e agindo
como animais, cravando as unhas, arranhando e brigando umas com as outras.
Suas condições eram deploráveis, uma vez que todas ficavam amontoadas em
quatro pequenas celas. Elas estavam sujas, e algumas, quase nuas. Havia até
filhos de presidiárias morando lá. Elizabeth sabiamente não demonstrou medo,
mas entrou naquele lugar, pegou uma das crianças e disse àquelas mulheres que
era preciso que todas fizessem algo pelas crianças que estavam entre elas.
Elizabeth poderia olhar com desgosto para aquelas mulheres, no entanto,
ela preferiu alcançá-las com amor e começou a ensinar-lhes sobre a Palavra de
Deus, começando com Isaías 53.6: Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada
um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fe z cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Ela ajudou aquelas mulheres a compreender que Cristo amava-as e veio a este
mundo para perdoar pecados. Elizabeth desejava que as presidiárias chegassem
ao ponto de sentir um amor e um respeito por Deus e umas pelas outras. Ela
ensinou-lhes a tricotar e a costurar, e começou a prover m aterial para que elas
pudessem até ganhar dinheiro.
Elizabeth foi falar à Câmera dos Comuns, começando um movimento de
reforma carcerária. Ela nunca parou de pensar nas pessoas que estavam sofren­
do. Depois de ouvir sobre um menino sem-teto que m orreu nas ruas, ela come­
çou a estender a mão e a fundar comitês a fim de criar abrigos para famintos e
moradores de rua. Ela fundou mais de 5 0 0 bibliotecas para a Guarda Costeira e
também criou uma escola de enfermagem. U au! Essa mulher nunca desistia! Ela
tinha paixão por Cristo e pelas pessoas e coragem de prosseguir com sua missão.
Você ficou inspirada pela história de Elizabeth? Sim, eu sei que você pode
ter se fatigado só em pensar em tudo que ela fez, mas, por outro lado, isso faz-nos
perceber o quanto uma mulher pode fazer quando decide viver sua paixão com
coragem. O apóstolo Paulo vivia destemidamente sua paixão por Cristo, e por
isso, inspirava muitas pessoas a pregar a Palavra de Deus de maneira mais corajosa
e intrépida. Paixão desperta coragem, e os atos corajosos inevitavelmente inspiram

51
C a p ít u lo 3

outras pessoas. Pelo que você é apaixonada? O que a motiva e comove seu coração?
Em oração, considere dar um passo em busca da paixão que Deus concedeu-lhe e
em fazer uma diferença positiva na vida de outra pessoa.
Goste ou não, nossa vida serve de exemplo para outras pessoas. Elizabeth
Fry saiu de sua zona de conforto, e, por causa de seu exemplo, um a nação inteira
foi inspirada a amar e a respeitar os oprimidos. Paulo proclamava a Cristo sa­
bendo plenamente que poderia enfrentar a prisão, porém, isso inspirou muitos
irmãos em Cristo que encaravam perseguições parecidas.
E você? O que Deus colocou em seu coração para fazer? Pode não ser fácil,
e pode ser necessária coragem. Também pode ser preciso esperar uma estação
inteira, mas comece buscando a orientação de Deus para fortalecê-la, prepará-
-la e orientá-la para exercer sua paixão no lugar em que o Senhor colocou você.
Você nunca saberá o quanto sua coragem pode inspirar outras pessoas a
seguir a Cristo.

Sr. Positivo

Recentemente, um congressista [americano] m uito famoso faleceu. Os tele-


jornais [dos Estados U nidos] interrom peram a cobertura de outras notícias
e dedicaram seu tempo para criar vídeos em homenagem à vida desse homem.
Admito, em minha mente, eu achava que ele não merecia toda essa glória e
toda essa atenção. É claro, ele trabalhou no congresso por muitos anos, mas
também teve um passado nebuloso e fez algumas coisas das quais se arrependeu
publicamente. O funeral e toda a marcha fúnebre que o acompanhou foram
transm itidos por uma grande emissora [am ericana] de televisão durante horas.
N o entanto, isso me incomodou. Então, um a amiga disse que assistiu a todo o
funeral, e, apenas de discordar da política ideológica daquele homem, Cristo foi
proclamado naquele funeral.
Para mim, isso me lembrou de que o mais im portante é a mensagem de
Cristo, não os meus pontos de vista e as opiniões. Não preciso gastar tempo
julgando os motivos. Em vez disso, preciso fazer o que Cristo chamou-me para
fazer e com partilhar a mensagem do amor de Cristo.
Ao ouvir sobre o funeral, minha mente saltou para os filipenses e para a
passagem que estive contemplando. Paulo lembrou aos seus irmãos em Cristo o

52
3) LamoívtsA jxi/unaÂaA^ n(xò clcIacufelad

mesmo tipo de lição que aprendi com m inha amiga. Ele escreveu o seguinte em
sua carta aos seus amigos de Filipos:

Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa
mente; uns por amor, sabendo que f u i posto para defesa do evangelho; mas outros,
na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar
aflição às minhas prisões. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de
toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei
ainda . 4

Paulo regozijava-se porque Cristo estava sendo anunciado apesar das m oti­
vações erradas ou das discordâncias básicas. Esse sim é o Sr. Positivo! M ais uma
vez, ele preferiu olhar pelo lado bom e manteve os olhos no objetivo que era
propagar o evangelho. Fico impressionada com o quanto nós, cristãos, podemos
estabelecer pequenas questões sem im portância, discutindo sobre suposições e
motivos, ou discordando de coisas que, no grande contexto da vida, não im por­
tam. Precisamos pegar a dica de Paulo e abandonar isso.
Aparentemente alguns cristãos estavam tentando usar a prisão do apóstolo
em benefício próprio, bem como usar seus m inistérios para motivos egoístas e
para acabar com a reputação de Paulo.
N o entanto, Paulo não queria que a concorrência entre ministérios se tor­
nasse um problema. Para ele, a causa de Cristo era a única questão que importava.
Portanto, vamos parar de criticar outros ministérios só porque concorrem ou
são diferentes do nosso. Em vez de trabalharem uns contra os outros para atrair
um maior número de membros ou seguidores, não seria maravilhoso se todas as
igrejas e todos os ministérios trabalhassem para incentivar todo mundo a chegar a
Cristo? O amor entre os cristãos e o propósito de unidade para o Corpo de Cristo
seria um belo exemplo da aparência deste para o restante do mundo.
Ê interessante observar que, quando esteve na terra, Jesus discutiu a mesma
questão com Seus discípulos. Deixe-me contextualizá-la. Os discípulos esta­
vam discutindo quem deles seria o maior [no Reino de Deus], U m a pequena
superioridade orgulhosa estava ganhando espaço entre o grupo. Você consegue
im aginar cada discípulo vangloriando-se do quanto deveria ser o m aior no R ei­
no de Deus, e fazendo isso bem na frente de Jesus? Cristo, então, decidiu ter
um conversa franca com eles sobre essa questão, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o

.5 3
C a p ítu lo 3

primeiro, será 0 derradeiro de todos e 0 servo de todos.3 Bem, isso é um pouco diferente da
nossa norm al maneira de pensar.
Jesus, então, trouxe uma criança e disse-lhes: Q ualquer que receber uma destas
crianças em meu nome a mim m e recebe,6 Ele estava ensinando-lhes sobre a im portân­
cia de alcançar os pequeninos, e não somente aqueles a quem a sociedade atribui
im portância e significância; e esta é uma lição crucial para todos nós. Todavia, o
M estre ainda não havia term inado a lição.
João, o discípulo amado, informou: Mestre, vim os um que, em teu nome, expulsava
demônios, 0 qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Os discípulos ain­
da não haviam superado o problema da concorrência! Se os discípulos lutavam
com seus interesses próprios a esse ponto, que esperança resta para nós? Todas
nós precisamos ouvir as palavras do M estre e refletir continuamente no que é
im portante. Em seguida, Jesus respondeu à pergunta de João: Não lho proibais,
porque ninguém há que fa ça milagre em m eu nome e possa logo fa la r m al de mim. Porque quem
não é contra nós é p or nós.7
Embora precisemos de discernimento, não temos de perder tempo julgan­
do ou falando m al umas das outras. Outros grupos, ministérios ou organizações
podem ser diferentes dos nossos, mas Deus deu dons, talentos e personalidades
distintos a cada um. Se a verdade de Cristo está sendo pregada, evitemos falar
negativamente.
Serei a prim eira a dizer-lhe que não gosto de algumas coisas cristãs que
vejo na televisão. Questiono seus motivos e métodos; mas admito que já conheci
m uitas pessoas que, quando estavam nas profundezas do desespero, ligaram a
televisão no meio da noite, ouviram um pregador e abraçaram a fé salvadora em
Cristo. Então, ouço mais um a vez as palavras de Paulo: “O mais im portante é
que, independente da maneira e se a motivação é certa ou errada, Cristo está
sendo anunciado. E por isso me alegro”. O foco está em Cristo, e não na pessoa.
Após dizer tudo isso, quero acrescentar mais uma palavra de precaução:
devemos ter discernimento e cuidado acerca de quem ajudamos financeiramen­
te e quem apoiamos. H á pessoas que enganam e cujo m inistério é corrupto;
portanto, seja prudente. Jesus alertou Seus seguidores a prestarem atenção aos
lobos em pele de ovelha e àqueles que podem aparentar retidão por fora, mas,
por dentro, são corrompidos.
Vamos regozijar-nos quando Cristo for pregado, mas também vamos res­
guardar-nos contra enganadores, golpistas e quem usa o evangelho para encher

54
rru xcla A ncus d i i VCÁí X  jo jQA^

os bolsos. Antes de contribuir, sempre pesquise para garantir que sua doação
será usada em prol do Reino de Deus, e não para propósitos pessoais. U m a
boa fonte para descobrir a integridade financeira do m inistério é o Evangelical
Council for Financial Accountability [Conselho Evangélico para Prestação de
Contas]. Para mais informações, acesse www.efca.org [em inglês],

Pare de julgar. Comece a viver!

É seguro dizer que todas nós tendemos a desperdiçar tempo demais julgando e
condenando outras pessoas quando deveríamos estar fazendo o que Deus cha­
mou-nos para realizar. Paulo não estava proclamando que motivações não são
importantes ou que não há problemas em prosseguir por ambição própria, mas
estava mandando-nos manter os olhos no que im porta mais e deixar todo ju l­
gamento para Deus. Sei que preciso organizar-me todos os dias para ter certeza
de que estou focada nas coisas mais importantes. È muito fácil distrair-se com
suposições, preocupações, vanglorias e comparações que, no grande contexto da
vida, são coisas sem importância.
A m edida que apaixonadamente buscamos a Cristo, devemos deixar de
lado as distrações. Como um atleta em uma corrida, que deve livrar-se de qual­
quer coisa que possa im pedi-lo de correr bem, também devemos livrar-nos tan­
to do pecado como das distrações que nos impedem de correr com vitória e re­
sistência. O autor de Flebreus fala sobre a corrida da vida que nos está proposta.
Ele orienta-nos a largar tudo que nos atrasa e a mantermos os nossos olhos no
que é mais importante.

Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de tes­
temunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos,
com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consu-
mador da fé , o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando
a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que
suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais,
desfalecendo em vossos ânimos,8

Quando nossos olhos estão em Jesus, estamos focadas no que realmen­


te im porta. Como combatemos a inveja, a ambição egoísta e a rivalidade que

55
C a p ítu lo 3

podem ocorrer no trabalho, no m inistério ou na vida? Fixando nossos olhos


em Jesus, o autor e o consumador da nossa fé. Corremos a carreira que Ele
estabeleceu para nós, deixando, assim, para trás as comparações. Esse é o nosso
incentivo e a nossa força: ver Jesus como nosso exemplo, que pela alegria colo­
cada diante dele, suportou a cruz e desprezou a vergonha desta. Agora, Ele está
assentado à destra do trono de Deus, em posição de honra e poder.
N essa carreira da vida, o que nos impede de viver para Cristo e de irradiar
Sua luz para que mundo veja? Pode ser o desejo de ser apreciada, reconhecida
ou aceita; de ter coisas caras ou de estar envolvida em um a porção de atividades.
Todas essas coisas podem tirar nosso foco de Deus. Portanto, vamos correr
nossa carreira com os olhos voltados para o Senhor. N ão se compare às outras.
Ele criou você de um a maneira única e poderosa para brilhar Sua luz e ser um
lampejo de esperança para os outros, sem im portar onde esteja, o que tenha e o
que não tenha também.
A carreira é fácil? Raram ente! A resistência e a perseverança são requeri­
das, portanto, lembre-se: diamantes não são formados em condições agradáveis,
confortáveis ou aconchegantes. Podemos não ter o luxo de escolher nossas cir­
cunstâncias, mas temos a oportunidade de determ inar nosso ponto de vista e
como vamos encará-la.
Em vez de focar em suas cadeias, Paulo concentrava-se no fato de que o
evangelho estava avançando. Em vez de remoer-se em autopiedade por causa de
seu confinamento em Roma, o apóstolo regozijava-se, porque, por seu exemplo,
outros cristãos estavam sendo incentivados a serem corajosos e a falarem sobre
a sua fé. Em vez de ser consumido pelas comparações com outros ministérios
e por julgar as motivações, Paulo preferia regozijar no fato de que o evangelho
estava sendo pregado. Ele concentrou-se no objetivo!
Onde está o seu foco?

Busca pessoal

Leitura complementar: Atos dos Apóstolos 2 4 — 28 — A jornada de Paulo até


a prisão em Roma.
Verdade básica: podemos escolher confiar em Deus e aceitar nossos desafios,
ou podemos escolher o desespero e a falta de coragem.

56
^uxnxasdjL & yÇoA jruuíaàyncui cUjicuiclacle^

Escolhas:

• Reconheça que diamantes são formados sob mtenso calor e imensa


pressão. O mofo, no entanto, é formado em ambientes perfeitos e
confortáveis.
Procure algo bom em cada situação.
Peça para Deus ajudá-la a ver coisas pelas quais você pode ser grata em
tempos difíceis.
Aprenda com os exemplos de coragem. Seja um também.
Viva com paixão por Cristo.
Sirva outras pessoas e deixe de lado as ambições egoístas.
Regozije-se quando Jesus for pregado.
Tenha cuidado com as práticas e os m inistérios enganosos.
Corra a sua própria carreira e não a compare com a de outras pessoas.
Concentre-se em Cristo, e não nas comparações e nas dificuldades.

Plano deliberado: Exemplos de coragem.


Pense em alguns dos exemplos de coragem que você tem observado ao
longo da vida. Pode ser uma avó piedosa, uma menina que defendia Cristo no
Ensino M édio ou uma colega de trabalho que sofria por fazer o que é certo.
N as linhas abaixo, escreva o nome delas e agradeça a Deus pela influência que
tiveram em sua vida.

Você pode querer estudar sobre algumas mulheres corajosas da Bíblia,


como Rute, Débora, Ana, Isabel ou M aria. Peça ao Senhor que perm ita que
você seja um exemplo para outras pessoas enquanto o busca apaixonadamente.

.57 .
C A P ÍT U L O 4

l ^ m d o / COÍTl/ jX Ü L ix ã o / Qy ^/L Q J^Á òá XxI j

Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são
da terra.
Colossenses 3.1,2

“Tudo a Jesus entregarei,


Tudo a Ele de bom grado darei;
Sempre o amarei e nele confiarei,
Em Sua presença diariamente viverei.”
Judson W. Van DeVenter

C Z ^ ^ - ^ ú a l foi a últim a vez em que você soluçou despreocupadamente en­


quanto assistia a um filme? Eu me refiro ao tipo em que você tem vergonha de
sair do cinema, porque sua maquiagem escorreu até as bochechas. A m edida
que fiquei mais velha, a lista de filmes que me comoveram ficou maior. É claro,
qualquer filme em que um cavalo ou um cachorro m orra sempre me pega. Eu
não consegui conter as lágrim as em M arley & Eu, e até chorei até no final de
K in g Kong, porque o grande macaco era tão incompreendido. H istórias de heróis
misturadas com de amor também são filmes em que eu não consigo controlar
minhas lágrim as, sobretudo se o herói morrer em favor de sua amada.
C a p ít u lo 4

No topo da lista de filmes que me fizeram berrar incontrolavelmente está,


com certeza, A paixão de Cristo, produzido por M el Gibson. Chorei tanto, que
não conseguia recuperar o fôlego, e tinha medo de fazer, bem no meio do cine­
ma, um daqueles barulhos altos de quando ficamos sem ar. O filme retratou de
maneira poderosa e visual o sofrimento e a morte de Cristo, e como Sua segui­
dora, foi inevitável ser tom ada pela emoção. A paixão de Cristo é a m aior história
de amor heroico, e é amda mais impressionante pensar no fato de que nós somos
as amadas por quem Ele morreu.
Ao sair do cinema, eu e todas as demais pessoas que tinham acabado de
assistir ao filme andamos em total silêncio. Era quase sinistro. Eu disse para
m im mesma: “Eu sempre viverei com paixão por C risto”. Nos dias seguintes
ao filme, continuei pensando nas vívidas imagens de Seu sofrimento. N o en­
tanto, semanas e meses se passaram, e as imagens começaram a apagar-se de
minha mente, e logo voltei à m inha atarefada vida cheia de atividades triviais.
Contudo, você pode im aginar como seria se vivêssemos todos os dias com o
coração cheio de gratidão pelo que Jesus fez por nós na cruz? O quanto nossos
relacionamentos seriam diferentes se focássemos no amor sacrificial de Cristo
por nós? Que ações seriam diferentes em nossa vida se estivéssemos consumidas
pelo amor de Cristo?
A verdade é: lembranças de um filme não conseguem sustentar nossa pai­
xão pessoal por Cristo. Deus certamente pode usar um filme para estim ular
nosso anseio por Ele, mas é a Sua obra em nós que nos atrai e que fortalece
nossa apaixonada busca por Ele. O apóstolo Paulo vivia com um foco singular
em Cristo, e o mesmo Espírito que vivia nele habita em todo cristão. Vamos
olhar essa declaração de fervor e refletir em como podemos aprender com sua
consagração:

Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido;


antes, com toda a confança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no
meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim 0 viver é Cristo, e 0

m orrer é ganho. Mas, se 0 viver na carne me derfr u to da minha obra, não sei, então,
0 que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e
estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por
amor de v ó s,fca r na carne. E, tendo esta confança, sei quefc a r e i e permanecerei com
todos vós para proveito vosso e gozo da fé , para que a vossa glória aumente por mim
em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.1

60
'C l v^tímla com p u tx ü a e p A a p aí lio

A vida de Paulo era definida por Cristo, afinal, para ele, viver era Cristo!
Jesus deu sentido e propósito à vida do apóstolo. Seu único motivo de viver era
levar a alegria de Cristo a outras pessoas. Porém, Paulo também se contentava
em morrer pela causa do evangelho. N a verdade, ele ansiava estar no céu com
Jesus como a melhor opção, e não se apegava às coisas desta vida porque não
se apegava a ela de modo geral. Todavia, não me entenda m al; Paulo não era
depressivo nem suicida, mas apenas vivia com foco na eternidade, sabendo que
a melhor parte de sua vida estaria no céu, com Deus. Por isso, seu motivo para
desejar permanecer neste mundo era continuar a obra de propagar o evangelho
e encorajar os cristãos.

Viva sem apego

Jenmfer tem um longo caminho pela frente antes de term inar a faculdade de
medicina. Como está para graduar-se, ela já passou por m uitas exaustivas horas
de estudo, mas continua com olhos voltados para o seu objetivo. Jennifer tra­
balhou durante todas as férias, adm inistrou suas despesas e permaneceu disci­
plinada, pois sabe que dias melhores virão. Ela sabe que sua vida de estudante é
temporária, e vive ansiando pelo dia em que poderá vestir um jaleco branco no
qual orgulhosamente estará escrito “D outora”.
Paulo vivia com o mesmo anseio, mas, em vez de um jaleco de médico,
ele ansiava as vestes brancas da justiça que os que creem em Cristo, um dia,
receberão no céu. Por compreender o caráter temporário da vida aqui na terra,
o apóstolo podia viver de mãos abertas. Assim, em vez de apegar-se a coisas que
proporcionam apenas satisfação passageira, ele apegou-se a Cristo, seu tudo em
todos. Todavia, é engraçada nossa tendência de acreditar que certas pessoas ou
situações são a chave para a nossa felicidade, quando, na verdade, essas coisas
não proporcionam a duradoura e verdadeira satisfação.
Paulo não se prendia às coisas desta vida (reputação, bens, pessoas) com
parcimônia, mas, em vez disso, tinha-as de mãos aberta. O apóstolo era grato
pelo que o Senhor lhe havia concedido, mas não dependia nem se dedicava a
isso. Paulo não vivia afeiçoado a este mundo, mas, sim, atraído pelo mundo que
há de vir. Como seria a nossa vida se fôssemos apenas gratos pelas pessoas e
pelos objetos deste mundo, porque vivemos a pleno vapor por Cristo, com o
coração e a mente voltados para a eternidade?

61
C a p ít u lo 4

Imagino que os resultados seriam estes:

• M ais amor e cuidado sinceros pelo próximo; menos egocentrismo.


• M ais encorajamento e gentileza; menos discussão e contenda por coi­
sas insignificantes.
• M ais doações para os necessitados; menos acumulação para nós mesmos.
• M ais corações em paz e calmos; menos preocupação e ansiedades.
• M ais do evangelho sendo com partilhado; menos interesse com o que
as pessoas acham.
• M ais oração; menos fofoca.
• M ais ações que honram a Deus; menos ações que agradam às pessoas.
• M ais edificação de outras pessoas na obra e no m inistério que reali­
zam; menos humilhação e ciúme.
• M ais alegria; menos murmuração.

O que você acrescentaria a essa lista? Pense em como seria este mundo se
nós, mulheres que seguem a Cristo, tivéssemos uma vida sem apego. Em vez
de retermos com força as bugigangas que este mundo tem a oferecer, seríamos
sábias em soltá-las e viver na liberdade e na alegria de nossa cidadania celestial.
M uitas vezes, imagino as simplices arm adilhas para macacos usadas pelas
tribos primitivas. Sabe, aquelas que são apenas um jarro com uma pequena
abertura e uma banana dentro. Quando o pobre e desavisado macaco chega
e toma o jarro para pegar a banana, ele é capturado, porque não solta a isca.
Pessoalmente, devo pensar no que seguro tão forte e sem soltar ao ponto de
colocar-me em uma arm adilha. Enquanto escrevo este capítulo, torno-me con­
victa de áreas em m inha vida as quais estou muito apegada. O que você está
segurando com a mão tão fechada?

0 , C^giiRoa, oÊac/ naàÁQA, aíULaiu pxiAxv cnJceA*pxm<i6 a cj.ue- a à ia m a iu a p c ^ íu i -


d a j- t io A * C '('fii/.M U lvitlíiíU ', | m e t e m 't u e n u .''c / a e o 'a lt u , a p u l e - ito^ a ò o i ?íu/L a

cjue acja/i/iafulo/e ci. u Ii/li/l a i m ão^ pxx/ux ti-, eon.jVuiulo em. t i Ca/-
cfAuzs ix o m cl m ciíxo /i, Qj A cl

n ã o y oAÍA/cu^iíiy, \n a ò EcL <! f qa Xxi£(íxxz/ - iia£ pxi/ux c v y i/ m a Á c v e^a^iicLes- ito a cv Qa A asl/


a n cloy c^âkl Qytenxp-o/La/LCOy co m n o A ò x i co/La^Õ.o QqWlíxA o pxi/ui cv eíesirvulcu La,

62
v v J j i n A a c o m p x L L x x íx is e/ p / u m o A cto^

Quando nossa paixão é buscar a Deus e conhecê-lo mais, não ficamos


decepcionadas. N ada nos satisfaz tanto quanto achegar-se a Deus e amá-lo de
modo mais profundo e verdadeiro. Todas as nossas buscas ou as nossas paixões,
mais tarde, nos decepcionarão; as pessoas vão colocar-nos para baixo; os objetos
não durarão para sempre; as drogas e o álcool apenas nos deixarão desejando
mais. Porém, nosso Deus amoroso e fiel não nos decepcionará. N o livro de
Salmos, lemos que o Senhor enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova
como a águia. O salm ista prossegue dizendo-nos: M isericordioso epiedoso é o SENHOR;
longânimo e grande em benignidade.2 Agora, você não quer conhecer esse Deus que
satisfaz nossos desejos e cujo amor é abundante?
N a mensagem chamada O peso de Glória, C. S. Lewis escreveu:

Nosso Senhor não acha que nossos desejos são muito fortes, e sim
muito fracos. Somos criaturas desmotivadas, brincando com bebidas,
sexo e ambição, quando nos é oferecida a alegria infinita; como uma
criança ignorante que quer fazer tortas de lama em uma favela porque
não consegue imaginar o que é passar férias à beira do mar. Nós nos
contentamos facilmente.''

Deus está oferecendo-nos um prazer que satisfaz nosso mais profundo


desejo — o prazer de conhecê-lo — , mas, m uitas vezes, tentamos divertir-nos
com bugigangas que não satisfazem.

Uma chance para morrer?

Se fossem escrever uma biografia sobre você, qual título melhor descreveria a
sua história? Você já pensou nisso? Eu gostaria que m inha vida fosse descrita
com palavras divertidas e otimistas, em um título como: Afascinante c alegre vida
de K arol Ladd ou Aventuras de uma vida vivida ao máximo: Uma história sobre K arol Ladd.
Hmmm... N ão sei quantos exemplares isso venderia. Talvez minha fam ília c
alguns amigos mais chegados comprariam um livro, e olhe lá.
No entanto, você consegue im aginar o título de sua biografia sendo A
Chance to D ie: The Life and Legacy o f Amy Carmichael [U m a chance de morrer: a vida e
o legado de Amy Carmichael, tradução livre], Uma chatice de m orrer não é um a da­

.6 3 .
C a p ít u lo 4

queles títulos chamatívos e bonitinhos que adoraríamos ter para descrever nosso
período de vida; entretanto, trata-se de um livro repleto de histórias fascinantes
e de aventuras sobre uma m ulher que viveu com singular foco e paixão por C ris­
to. Amy Carm ichael era devotada ao Senhor, dedicada à oração e comprometida
com servir a Cristo, ajudando os necessitados. Era uma mulher com uma pro­
funda percepção e um desejo de viver para Deus onde quer que Ele a chamasse.
N ascida em 1867, na Irlanda do N orte, Amy desenvolveu compaixão pe­
las pessoas quando ainda era muito jovem, e tinha uma verdadeira sensibilidade
às causas sociais. Aos 17 anos, ela começou a dar aula de Escola D om inical
para as jovens que trabalhavam no moinho local, em Belfast; e a turm a logo
aumentou para mais de 5 0 0 moças. Porém, aos 2 4 anos, Amy sentiu que Deus
estava chamando-a para o campo m issionário no exterior. Ela começou sua obra
m issionária no Japão com o ardente desejo de ganhar almas para Cristo, mas,
depois de 15 meses, teve de ir embora por motivos de doença.
Assim como Paulo, Amy não perm itiu que qualquer interrupção impe-
disse-a de propagar o evangelho. Posteriormente, sua obra m issionária levou a
jovem à índia, e foi ali que ela soube da terrível condição das jovens que eram
vendidas para prostituição no templo. Amy logo ficou conhecida como Amma
( “mãe”, cm tâm il), porque ela corajosamente começou a acolher e a proteger
crianças que eram vendidas para prostituição infantil.
Em seus últim os anos, Amy levou um tombo muito grave, o qual a incapa­
citou de retomar suas atividades normais. Embora estivesse fisicamente lim ita­
da, seu m inistério continuou a crescer. Ela escreveu diversos livros durante esse
período de sua vida em que não conseguia locomover-se. Deus usou poderosa­
mente esta mulher para inspirar dezenas de outras pessoas a aproximarem-se de
Cristo e a viverem para Ele. Elisabeth Elliot foi uma dessas mulheres cuja vida
foi im pactada pelo exemplo de Amy. Foi a partir do livro I f [Se, tradução livre]
que Elisabeth começou a entender a grande mensagem da cruz e o que Amy
chamava de am or do Calvário.
Elisabeth acabou escrevendo a biografia de Amy, A Chance to D ic. (Eu reco­
mendo m uito a sua leitura.) N a introdução, Elisabeth escreveu:

Vi que a chance de morrer, de ser crucificada com Cristo, não era


algo mórbido, mas, sim. o portal para a Vida. Fui atraída, de maneira
lenta, irregular (mmha reação era irregular), porém inexorável. Em

6 4 .
0 l v W u l a c q f n p c l u c c Lq s c/ p A a j i a A x t a

uma época muito mais secular e autocentrada, a visão de Amy Carmi-


chael sobre o invisível e seu fervoroso esforço para permanecer nessa
luz, fazendo qualquer sacrifício em prol disso, parece pouco crível, e
muito menos digno de imitação.4

Elisabeth Elliot passou a im itar a vida de Amy de m uitas maneiras, inclu­


sive, levando corajosamente o evangelho aos índios Acua, o povo que matou seu
marido.
“Amy Carm ichael voltou seu rosto para aquele outro País”, proclamou
Elisabeth.5 A própria Amy escreveu em uma carta:

Conhecemos o am or nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida
pelos irmãos. Quantas vezes penso nesse devemos. Sem sentimentos melosos aqui.
Somente um severo eglorioso som de trombeta: DEVEMOS. Mas as palavras podem
descrever a alegria enterrada no interior? A minha, não. Ela diverte-se das palavras.

Amy conhecia a alegria do coração que é mais profunda e indescritível,


bem como a satisfação oriunda de entregar-se inteiramente a Deus e de obede­
cer a Ele.N inguém poderia tirar essa alegria dela. Embora ela nunca tivesse se
casado nem desfrutado de muitos luxos que este mundo tem a oferecer,Amy
sentia uma satisfação imutável.
U m a prova de seu comprometimento com o evangelho é encontrada em
um documento feito por Am y e intitulado Confissão de Amor. Ela escreveu-o para
um grupo de garotas indianas que se reunia para servir a Cristo, e aqui, temos
um vislumbre do que Amy acreditava sobre buscar fervorosamente ao Senhor.

M eu voto: O que disseres a mim, por Tua graça, farei.


M eu constrangimento: Teu amor, ó Cristo, meu Senhor.
M inha confiança: Tu és capaz de cumprir aquilo que entreguei a ti.
M mha alegria: Cumprir a Tua vontade, ó Deus.
M inha disciplina: Não o que eu escolher, mas o que Teu amor indicar.
M inha oração: Que minha vontade seja conforme a Tua.
M eu lema: Amar para viver — viver para amar.

. 65 .
C a p ít u lo 4

M inha porção: O Senhor é a porção da minha herança.


Ensina-nos, bom Senhor, a servir-te como mereces; a dar sem contar
os custos; a lutar sem preocupar-me com as feridas; a esforçar-me sem
buscar descanso; a trabalhar sem buscar qualquer outra recompensa além
do saber que estamos cumprindo a Tua vontade, ó Senhor nosso Deus.6

Que bela imagem de um coração entregue a Cristo. Assim como Paulo,


Amy possuía um foco na eternidade e um propósito singular. Ela também sabia
de onde vinham sua alegria e sua satisfação. Leia sua Confissão de Amor mais uma
vez e pense em uma vida chexa de paixão por Cristo. Após ler tanto a confissão
de Amy como a oração que acompanha esta por várias vezes, decidi fazer uma
cópia para carregá-la comigo em m inha agenda, assim, tento usá-la consisten-
temente como um lembrete e como uma autoavaliação. M eu voto é fazer tudo
que Ele mandar por meio de Sua graça? M inha alegria é cum prir Sua vontade?
M inha oração é que a m inha vontade seja conforme a dele? A Confissão de Amor
de Amy é, ao mesmo tempo, convincente e motivadora. È um reflexo de uma
vida de paixão por Cristo.

A verdadeira paixão

Quando você pensa na definição da palavra paixão, o que vem à sua mente? Cos­
tumo pensar em um sentimento, uma afeição ou uma emoção fortes por algo
ou por alguém. U m a m ulher apaixonada entrega-se de todo o coração por uma
causa, uma pessoa ou um a experiência. Porém, se você procurar a palavra paixão
no dicionário, encontrará uma definição surpreendente. N o [dicionário de lín ­
gua inglesa] Webster’s N ew World D ictionary, a definição original é “sofrimento ou
agonia, como a de um m ártir”. Em seguida, lê-se: “a agonia e os sofrimentos
de Jesus durante a Crucificação ou durante o período seguinte à U ltim a C eia”.'
Pare um pouco. Calm a aí! Eu achava que paixão era uma palavra alegre,
como zelo ou animação. Devo adm itir que fiquei surpresa ao ler a definição da
palavra paixão e perceber que, na verdade, refere-se à agonia. A raiz dessa pala­
vra vem do latim passus, que significa “suportar” ou “sofrer”. Vemos o mesmo
radical em palavras como paciência e, é claro, compaixão (com sofrimento). E por
isso que a representação do caminho de Cristo até a cruz chama-se “A Paixão
de C risto”. Agora eu entendi!

. 6 6 .
v j v b i x \ A a / c o m p a . u c ã x i e p / u ijiQ ^ t t o .

O que Jesus fez por nós na cruz define paixão. Ele voluntariamente deixou
a glória dos céus e veio a esta terra para oferecer Sua vida por nós. Cristo sofreu
e suportou a dor porque tinha um propósito m aior: morrer em nosso lugar.
Que nunca desprezemos isso! Assim, quando falarmos de alguém que vive com
paixão, deveremos referir-nos a quem está disposto a suportar e sofrer pelo
propósito para o qual foi chamado. Nesse ponto, você pode estar pensando que
gostaria de deixar este livro de lado (ou jogá-lo fora) e gritar: “Desisto! N unca
serei um a m ulher que busca a Cristo apaixonadamente, porque não quero so­
frer!”
Sinceramente, e quem quer? Até Jesus, quando estava no jardim do
Getsêmani, pediu ao Pai que afastasse dele aquele cálice. N o entanto, Ele tam ­
bém orou: Pai, se queres, passa de m im este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas
a tua.&U m a busca apaixonada por Cristo leva-nos ao ponto de pedirm os: “Pai,
eu quero o que o Senhor quiser”. Todavia, você pode sentir-se inadequada ou
incapaz de orar dessa maneira. Eu também me sinto assim.
O apóstolo Pedro constantemente lutava com essas mesmas questões. É
curioso, pois parece até que ele queria sua vontade para Jesus, e o sofrimento
não fazia parte dos seus planos. Você lembra-se de quando o M estre proclamou
aos discípulos que iria sofrer e morrer, e foi Pedro quem o chamou de lado e
repreendeu o Cristo. Pedro tinha uma ideia diferente sobre quem Jesus deveria
ser; o apóstolo o via como um rei glorioso, e não um homem de dores. Cristo,
entretanto, usou palavras fortes para responder a Pedro: R etira-te de diante de mim,
Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos hom ens9
Pedro não era tão diferente de você e de mim. Ele apenas preferia evitar o
sofrimento. Lembra que ele negou Jesus não uma, nem duas, mas três vezes? No
entanto, ele era um a obra em progresso, assim como nós. Deus começou Sua
obra em Pedro, e Ele perm itiu que essa obra crescesse e florescesse em uma vida
de paixão por Cristo. Q ual era o seu segredo? Acho que encontramos o cerne de
sua paixão ao lerm os o início de uma das cartas dele. Ele escreveu:

Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo
conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos
tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes
da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no
mundo.10

67
C a p ít u lo 4

U m a vida apaixonada por Cristo é a obra de Deus em nós. Ele a começou


e a completará. Pelo Seu divino poder, o Senhor deu-nos tudo de que precisa­
mos para ter uma vida piedosa. Assim, olhamos para Deus e buscamos conhecê-
-lo com mais profundidade e pureza, e, enquanto fazemos isso, Ele guia-nos
pelos vales e faz-nos atravessar as águas profundas quando elas levantam-se. O
Senhor começará a trocar nossos fracos desejos por coisas deste m undo pelo
agradável desejo de conhecê-lo.

Foco singular

Recentemente, participei de uma conferência liderada por Anne Graham Lotz


(filha de Billy Graham). O evento chamava-se “Apenas me dê Jesus”. Anne
não deseja nada mais que ser usada por Deus para levar pessoas à cruz. Até o
próprio palanque era desprovido de decorações e de distrações; havia apenas
um único item enfeitando o púlpito, e era um a cruz de madeira. O foco da
conferência era unicamente Cristo. Tenho certeza de que a m aioria das mulheres
que compareceram ao evento foi para casa com um desejo mais profundo de
conhecer mais Jesus, entregar-lhe tudo e viver para Ele.
Só o fato de ouvir Anne Graham Lotz já foi um alívio para a alma. A men­
sagem de sua vida e seu foco singular eram claros: “somente Jesus!” Aqui está
uma m ulher que, assim como Paulo, é entregue a Cristo. Seu total desejo é ver
pessoas achegando-se ao Senhor, e por isso, ela não se distrai com ministérios
concorrentes, picuinhas, ou com tentar criar fama para si mesma. Sua alegria
está em seu Salvador. Embora a vida dela nem sempre seja fácil, seus olhos estão
em Jesus, e ela encontra forças aos pés da cruz. Assim como Amy Carmichael,
o exemplo de Anne encoraja-me e inspira-me. E o mesmo Espírito que trabalha
na vida de Anne, de Paulo e de Am y Carm ichael também trabalha na sua e na
m inha vida.
N o livro Absolute Surrender [Entrega total, tradução livre], o escritor Andrew
M urray reafirma aos cristãos que é Deus quem opera em nós. O Senhor dá-nos
o desejo de entregar, bem como a capacidade para fazer isso. Ele escreveu assim:

Deus não pede que você faça a entrega perfeita por sua própria força
ou pelo poder de sua vontade; Deus quer trabalhar em você. Não le-

.6 8
T3i^2«nda- cajn* p a i x ã o ; vp A xtjiá á A Ín s

m o s : porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar; segundo a sua
boa vontade? E é isso que devemos buscar — prostrar o rosto diante de
Deus, até que nosso coração aprenda a crer que o próprio Pai todo-
-poderoso virá para mudar o que está errado, para vencer o que é mal
e para efetuar o que é agradável aos Seus benditos olhos. O próprio

Somente por interm édio do Espírito de Deus operando em nós é que


podemos desejar viver para Cristo. Somente por interm édio de Seu Espírito
podemos viver sem distrações e com um foco singular nele. O segredo para uma
busca apaixonada é um coração hum ilde que ora:

. )(’tu mxóe/cLCQAxiixi. de. fnttn, cjue. m u p t u í o 'l, o. exitu 9 t a Qj t Qj dxLÒÀZ^Ct;


dey rricuxQAAxi/ tela cxwrtp^eixi/ como/ de^e/tux< 2 ) iòXaxvlcl/- nxe/ corri/ toda/ cjiixz.
e^otAÍe/ixcôía. slixíu/. ( ^ ajlAcu- truL a, (znVuz^u^o- te. QynvoAX/cxvux^Õx^:
dxx - írte/m-aià/ caua c/menoA de/
/m/ u m

De coração humilde, acheguemo-nos a Deus e busquemos Sua ajuda, não


apenas para termos o poder de concentrar nossa vida nele, mas também para
desejarmos isso. Deus sempre nos convida: “Venha”. D wight L. M oody disse:
“N ão conheço um a verdade em toda a Bíblia que possa acompanhar-nos com
tanto poder e ternura quanto a verdade do amor divino”.12 De braços bem aber­
tos, Deus convida-nos a reconhecer Seu grande amor por nós e Seu desejo de ter
um relacionamento profundo e duradouro conosco. Ainda mais profundo! Oh,
que nosso amor por Cristo seja ainda mais profundo.

Não importa o que aconteça

Paulo não tentou açucarar a vida cristã. Ele foi sincero, honesto e verdadeiro
com os filipenses, proporcionando-lhes encorajamento aos encararem tempos
difíceis pela causa de Cristo. Ele ofereceu-lhes algumas palavras de fortaleci­
mento para quando passassem por algumas das dificuldades pelas quais Paulo
já havia passado. Ele disse o seguinte:

.6 9
C a p ítu lo 4

Não importa 0 que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho
de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em
minha ausência, fiq u e eu sabendo que vocês permanecem firm es num só espírito,
lutando unânimes pela f é evangélica, sem deform a alguma deixar-se intimidar por
aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês de
salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocêsf o i dado 0 privilégio de, não apenas crer
em Cristo, mas também de sofrer por ele, já que estão passando pelo mesmo combate
que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento . 13

Q uando Paulo diz Não importa 0 que aconteça, isso me lembra de que não
temos garantias sobre o rumo que nossa vida tomará. N ão temos o conforto
de saber se nossas circunstâncias serão felizes e radiantes. N ão possuímos uma
vida de luxo ou de diversão, mas temos o conforto de saber que Deus estará
conosco e nos dará o que precisamos. Apesar das circunstâncias, com a ajuda de
Deus, podemos portar-nos de maneira digna do evangelho de C risto ; mas o que isso
significa, no sentido prático? Para mim, significa perm itir que o amor e o perdão
de Cristo sejam derramados de meu coração e abençoem outras pessoas. Signi­
fica não viver com medo, mas confiar na força e na sabedoria de Deus durante
as mmhas lutas. Como proclamou Davi: Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria m al algum, porque tu estás comigo; a tua vara e 0 teu cajado m e consolam ,u
O que nos conforta é a presença de Deus ao longo de nossas lutas. Não
tenha medo. O bom Pastor está bem ao seu lado. Ele não a deixará em meio às
águas profundas ou às tempestades da vida.
N a verdade, Paulo usou um a palavra bem estranha para que os filipenses
soubessem que, provavelmente, atravessariam algumas lutas. Ele disse que lhes
foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas de também sofrer em
favor dele. No entanto, quando uma pessoa recebe algum privilégio, norm al­
mente, é algo bom. Por exemplo, quando um estudante é privilegiado com uma
bolsa de estudos, é um presente maravilhoso. Quando um a organização sem
fins lucrativos é privilegiada com um a grande doação, é uma grande bênção.
Quando um cidadão tem o privilégio de reunir-se com o presidente, é uma
oportunidade tremenda. M as ter o privilégio de sofrer? Eu não usaria a palavra
privilégio dessa maneira.
O sofrimento pode ser considerado uma dádiva de Deus? Talvez, seja m ui­
to difícil pensar nele dessa maneira. Grande parte da crueldade e da dor que

70
V Lvlerulo CO,íJV pCUxÕo/ Qyp/ldpÁòxtoy

vemos neste mundo é resultado direto do pecado e do m al que jaz aqui. No


entanto, é possível olhar para o sofrimento e conceber que o Senhor perm itiu o
mesmo, e até que o perm itiu para um bom propósito.
Apesar de você pode não ver a mensagem da dádiva do sofrimento em
muitos populares livros cristãos, nem sendo proclamada em muitos púlpitos, ela
é frequentemente encontrada na Bíblia. Além disso, sejamos sinceras: não é uma
mensagem “para cim a”. Porém, ao observarmos as provações de José, os lamen­
tos de Jeremias, as dificuldades de Daniel e as perseguições a Paulo, é inevitável
ver que Deus tinha uma grande propósito ao conceder-lhes a oportunidade de
sofrer. E com certeza, a m aior imagem do sofrimento é a do Senhor Jesus, que
enfrentou uma m orte brutal na cruz para ressuscitar dos mortos, proporcionan­
do esperança e perdão a todo aquele que nele crê. Tiago escreveu:

Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a
prova da vossa f é produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita,
para que sejais perfeitos e completos, sem fa lta r em coisa alguma. L'., se algum de vós
tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em
rosto; e ser-lhe-á dada}3

Portanto, mesmo não buscando o sofrimento, quando ele acontece em


nossa vida, podemos reagir de maneira positiva. Podemos recebê-lo com alegria,
sabendo que Deus está fazendo uma grande obra em nós. M ais im portante
ainda: podemos buscar a sabedoria e a direção do Senhor sobre como crescer,
aprender e superar o sofrimento. E Ele convida-nos a pedir.
Você me acompanhará em uma busca, uma busca apaixonada, como a de
Paulo? Ele correu sua carreira com os olhos fixos em Jesus, deixando para trás
todas as coisas que atrapalhariam sua corrida. N ão precisamos tornar-nos m is­
sionárias para termos paixão por Jesus, afinal, podemos ter uma vida apaixonada
por Ele bem onde estamos. Como em qualquer corrida, devemos reconhecer
que não será fácil. As vezes, pode ser exaustiva, mas também pode ser cheia de
alegria, um a alegria eufórica que ninguém pode tirar de você. È uma carreira
que vale a pena correr, e um objetivo que vale a pena buscar.
Para que você entenda: ao cruzarmos a linha de chegada deste mundo, po­
deremos olhar para a glória da eternidade, e é lá em que habitaremos, sem mais
sofrimento ou dor. Estaremos na gloriosa presença de nosso poderoso Deus,
nosso bom Pastor, nosso Príncipe da Paz.

71
Busca pessoal

Leitura complementar: 2 Pedro I — 3 — Orientação e esperança para os se­


guidores de Cristo.
Verdade básica: Buscar apaixonadamente a Cristo pode ser difícil, mas exis­
tem grandes recompensas à m edida que perseveramos, crescemos e olhamos em
direção ao nosso futuro lar.
Escolhas:

• Volte seus olhos para a eternidade, e não para os atrativos deste mundo.
• Seja grata pelas pessoas e pelas coisas que Deus concedeu a você.
• Peça para o Senhor ajudá-la a reconhecer as áreas de sua vida às quais
você tem se apegado com toda força.
• Busca Sua ajuda para reter essas coisas, porém, de mão aberta.
• Conheça o Senhor intimam ente passando um tempo a sós com Ele
em oração.
• Busque a Jesus apaixonadamente e aproxime-se dele.
• Receba o sofrimento com alegria, reconhecendo que Deus está fazen­
do um a grande obra em você.
• Busque a sabedoria, a direção e a orientação de Deus durante o sofri­
mento.

Plano deliberado: Definida por Cristo.


Assim como a vida de Paulo era definida por Cristo, nós também devemos
considerar o que define a nossa. Se fosse descrever, de modo resumido, o que
define a sua vida neste momento, o que você diria?

À m edida que buscamos a Cristo de maneira pessoal e apaixonada, Ele


começa a definir cada vez mais a nossa vida, e as coisas deste mundo, cada vez
menos. Como buscamos ao Senhor? A partir de quando começamos conhecen­
do o próprio Jesus.
"T^Lslemia^cxLfTvpíujuúi. c-p/mjiaAAta/

Assim, sugiro que você leia o Evangelho de João de modo lento e constan­
te, um trechinho por dia. Estude as afirmações de Jesus a respeito de si mesmo
e aprenda como Ele tratava as outras pessoas e como agia e vivia. Não im porta
há quanto tempo você segue a Cristo; é uma boa ideia estudar o Evangelho de
João, lendo alguns versículos de cada vez. Comece um diário sobre Jesus, para
relatar o que aprendeu sobre Ele em cada passagem, e também escreva suas
próprias orações nele.

73
C A P ÍT U L O 5

O òã J L q /v ô w x jj/ L a ^ n c líín h ím d n ta

(hzfuLLaâxis í Í c l to / cta c ia (xufnxixlxxxlc

Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto. Sabei que o
SENHOR é Deus; f o i ele, e não nós, que nosfe z povo seu e ovelhas do seu pasto.
Salmo 100.2,3

“A humildade em cada área da vida, em cada relacionamento com


outras pessoas, começa com um conceito certo de Deus como aquele
que é infinito e eterno em majestade e santidade.”
Jerry Bridges

0 caminho de Dallas, Texas, a Pekin, Illinois, é longo, principalm ente


para as crianças que estão no banco traseiro de um carro de fam ília. Acredite em
mim, sei disso. Quando eu era criança, nossa fam ília fazia o percurso de D allas
a Pekin, pelo menos, um a vez por ano, para visitar meus avós. M esm o não apro­
veitando a longa viagem de carro, eu gostava da pequena e fam iliar atmosfera
de Pekin. Era um a mudança bem -vinda da cidade grande. Tenho lembranças de
ir ao parque fazer piqueniques e de andar de barco a remo no lago próximo ao
gigante e histórico coreto; e eu adorava visitar a feira dos 4 -H [(O rganização
não governamental do D epartamento de A gricultura dos Estados U nidos)] e
C a p ít u lo 5

jogar bingo com os amigos de meus avós nas noites quentes de verão. Eu tam ­
bém adorava a com ida caseira de m inha avó, que era, m uitas vezes, preparada
com frutas e vegetais tirados diretamente de seu jardim.
Embora as tortas dela fossem especialmente deliciosas, devo adm itir que
havia um a que eu recusava. Era a de ruibarbo. N ão sei por que, mas a ideia de
comer ruibarbo não me apetecia. Esse nome parecia, para mim, algum tipo de
arame farpado usado em cercas. Além disso, você já viu um maço deles? Parece
aipo, porém, vermelho. N em nos meus sonhos mais loucos eu poderia im aginar
que algo parecido com aipo pudesse ficar gostoso em uma torta! Sei que é bo-
beira, mas eu era criança e não sabia de nada.
Só depois dos 3 0 anos que fui corajosa e dei um a chance à torta de rui­
barbo. Sim , você adivinhou. Eu provei, e gostei! Tem um gosto singular, é doce
e azedo. Gostei tanto, que comecei a fazer tortas, pães e m ujfins de ruibarbo.
E engraçado como algo pode parecer-nos assustador e impressionante an­
tes de o conhecermos de verdade e vermos que não era algo ruim. Para mim, a
hum ildade sempre pareceu um conceito assustador. Era um dos princípios da
Bíblia pelos quais eu meio que passava por cima e no qual não me concentrava
ao ler as Escrituras. Eu certamente não queria orar pedindo humildade, porque
tinha medo do que Deus poderia fazer para ensinar-me suas mais belas qualida­
des. E por isso que eu também não orava pedindo paciência!
N o entanto, após ler como Paulo descreveu a hum ildade aos filipenses, já
não me parece mais tão assustadora assim. N a verdade, parece ser algo bonito,
uma qualidade que, de fato, quero ter em m inha vida.

Preparando-se para a humildade

Quando você pensa na palavra humildade, o que vem à sua mente? Como m u­
lheres, às vezes, estamos propensas a pensar na hum ildade como um modo de
colocar-nos para baixo ou como uma forma de ódio de nós mesmas, dúvida
de nós mesmas ou depreciação de nós mesmas. Perceba quantas vezes usei nós
mesmas para descrever esse errôneo conceito acerca da humildade.
O fato é que a hum ildade não tem a ver com a pessoa em si, mas tudo a
ver com Deus e com a ideia que fazemos dele e o reconhecimento que temos de
Seu amor e soberania. A hum ildade também tem a ver com pensar nos outros

7 6.
0 àxxJuVL'AAiAp/uiemlGnÍ£meJtt«/íic£uLÚwui ulii to .x ía da. Kiimi£daÁe.'

sem focar em nós mesmas. Se você já se questionou: “Estou sendo hum ilde o
bastante?”, você fez a pergunta errada, e seus olhos estão na direção oposta. A
hum ildade olha para cima e para fora, e não para dentro, e ela começa a crescer
quando nos concentramos em amar a Deus e o próximo.
Paulo exortou os filipenses a terem uma atitude hum ilde; no entanto, ele
estabeleceu um pequeno alicerce antes de instituir-lhes essa responsabilidade.
Ele gentilmente mudou seu direcionamento para falar sobre a hum ildade dessa
maneira:

Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor;
alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem
a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor; um só espírito e
uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus
interesses, mas também dos interesses dos outros.1

Observe que Paulo começa o trecho com a palavra Se. N ão quero que per­
camos essas verdades que servem de base para uma atitude humilde.
Se você tem alguma:

• M otivação por estar em Cristo;


• Exortação de amor;
• Comunhão no Espírito;
• Afeição e compaixão.

Ao ler essas quatro afirmações, ocorreu-me que Paulo supunha que os


cristãos já tivessem essas bênçãos em sua vida. Por isso, ele estava lembrando
aos filipenses os benefícios dos quais deveriam desfrutar. N ós também temos de
desfrutar dessas mesmas dádivas de Deus; por isso, como seguidoras de Cristo,
devemos perguntar a nós mesmas:

1. Sou motivada por estar em Cristo, e sou fortalecida por Sua presença
em m inha vida?
2. Estou pessoalmente experimentando a exortação de Seu amor a cada
dia?

7 7
C apítulo s

3. Tenho comunhão (um relacionamento significativo e vivo) em Seu


Espírito?
4. Tenho um coração cheio de afeição e de compaixão pelos outros?

Separe um momento e pense de modo honesto sobre cada um a dessas


perguntas. Essas são preciosas dádivas do Senhor, e elas pertencem a nós, segui­
doras de Cristo. N o entanto, não parece que muitos de nós, cristãos, não estão
vivendo na beleza dessas bênçãos? Pelo contrário, m uitas vezes, sentimo-nos:

• Desmotivadas pelas circunstâncias da vida, em vez de motivadas por


estarmos em Cristo;
• Amedrontadas e ansiosas, em vez de exortadas pelo Seu amor;
• Frustradas e sozinhas, em vez de em comunhão com o Espírito;
• Cheias de amargura e de rancor, em vez de afeição e de compaixão.

O que aconteceu conosco? Por que estamos tão longe de experimentar


essas boas dádivas da graça de Deus? N ão acho que existam respostas fáceis.
Talvez, tenhamos nos distraído tanto com os cuidados e com as preocupações
que este mundo oferece, que esquecemos o conforto e a alegria oferecidos por
Deus. Talvez, tenhamos nos tornado dependentes de nós mesmas ou de outras
pessoas para que nossas necessidades fossem satisfeitas, em vez de dependermos
da ajuda de Deus e da comunhão de Seu Espírito para superar nossas dificul­
dades. Talvez, tenhamos nos esquecido da afeição e da compaixão que Deus
demonstra para nós, e assim, não as refletimos em nosso relacionamento com o
próximo. Não im porta o motivo; mas acho que um passo que podemos tomar
é reconhecer o que Deus deu-nos.
Pense no exemplo de Davi, que era o homem segundo o coração de Deus,
que disse: Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuam ente na
minha boca.2 Esse rei foi um homem que viveu com uma atitude de louvor e de
gratidão a Deus, como também com a hum ilde segurança da Sua presença em
sua vida. Davi conquistou grandes coisas para o Senhor, mas também tinha um
relacionamento permanente com Ele. Ao olharmos para a vida de Davi, reco­
nhecemos com clareza que ele era:

• Constantemente motivado pela presença de Deus em sua vida;


• Exortado pelo amor divino, e encontrava sua esperança no Senhor;

78.
0 A a I L v L S W L p / i & e r u L e j i t e m e n t e . d .e fcc ca e * i d a U ^ i í a d a í í u m i íc la d e

• Fortalecido pela comunhão no Espírito Santo;


• Cheio de afeição e de compaixão para com o próximo.

Assim como Davi, vamos desfrutar dos benefícios de fazermos parte da


fam ília de Deus e de sermos coerdeiras de Sua graça. Também podemos agra­
decer e louvar ao Senhor por essas bênçãos e pedir-lhe que renove e fortaleça
alguns desses elementos de fé em nossa vida diária. Como cristãs, podemos ser
pessoas que são genuinamente motivadas por estarem em Cristo, por serem
exortadas por Seu amor, por experimentarem a comunhão no Espírito e por
serem cheias de afeição e de compaixão. Esses são os frutos que embasam nossa
vida cristã, e um genuíno estado de hum ildade flui dessas qualidades.
Paulo usou esses frutos para começar uma conversa “Sc... então”. Ele disse
aos seus irmãos em Cristo que, uma vez que estavam vivenciando esses glorio­
sos benefícios, deveriam ter um mesmo modo de pensar, um mesmo amor, um
mesmo espírito e um a mesma atitude. Quando Paulo m anda que tenham um
só espírito e um a só atitude, podemos supor que ele estivesse referindo-se ao
poderoso propósito de viver por Cristo e de conhecê-lo. Assim, quando andar­
mos sinceramente à luz do amor de Deus, com o objetivo comum de viver por
Cristo, seremos, então, um com os outros cristãos. Por quê? Porque não estamos
olhando para nossos próprios interesses, mas para os de Jesus e das pessoas que
Ele colocou em nossa vida.

0 , § eníio/L? clÍ a á i v - moa p,a/txt pe/tto/ d e LL ( 5 ji t d a - txoA a exjie^u^menta/t a


a£ecj/ua cia< Ata ^ a l^ a ^ ã o , a ma/caOt£íia d e <Jett anxo/i e a e x o / ita ^ ã o cia <juci
psuiòJinçcL <ztn naô^ci J áA cu (X n ie d t d a cjxte exp^At^nenlaxnaA/ maÀAs d e iv, cjtte
jxaAAxurtaA^ OxaLca/ <zm u n iã o , c a tn attt/iaô. e i/unãò a n v C/ct£ to , â t t e
ten ix a m a à a nxcAírux m adcx d e penAa/i^ an u òÁ j eAjxt/ulo/ e um a- òxv a t it u d e ,
(Lu&xicincLas cu cpío/iixi/ do> eOan£|c$io d e C/uaÍo/, e riao a no&ò cu p/idp/uxu

Buscando o outro

H á certas atitudes no Corpo de Cristo que podem ser destrutivas em vez de


construtivas. Paulo destaca duas atitudes que aparentemente nos afastam na hu­
m ildade, em vez de aproximar-nos dela. Ele alertou: N adafaçam p or ambição egoísta

79
C a p ít u lo 5

ou p or vaidade. Quando uma m ulher busca ser a número um e está concentrada em


sua autopromoção, provavelmente, haverá desumão na comunidade.
Particularm ente, eu costumava pensar que as mulheres não dem onstra­
vam muitas ambições egoístas nem vaidades, pois achava que essas eram caracte­
rísticas masculinas. N o entanto, descobri o quanto eu estava errada na prim eira
vez em que me inscrevi para ajudar a dar aula na Escola Bíblica de Férias em
nossa igreja. Eu não estava ciente de que algumas mulheres reivindicavam a faixa
etária à qual lecionariam e quem elas queriam em suas equipes. A competição
paralela pela sala de aula com a decoração mais extravagante, pelos jogos sensa­
cionais e pelas guloseimas para as crianças eram questões à parte.
Para mim, ficou claro que aquelas mulheres não estavam ali para ensinar o
evangelho de Cristo, mas, sim, para exibirem sua criatividade a fim de que todos
vissem o quão maravilhoso era o talento delas. Felizmente, crianças conheceram
a Cristo, e fico contente porque os pequenos não perceberam o espírito de su­
perioridade que consumia m uitas professoras, fora os sussurros de ciúme que
ocorriam nos bastidores. Eu não sabia que as mulheres da igreja poderiam ser
tão implacáveis. Todavia, a ambição egoísta surge em qualquer lugar, e não era
exceção entre o grupo de mulheres da igreja.
A raiz da ambição egoísta é o espírito de querer superar os outros para o
seu próprio interesse, e m uitas vezes, inclui colocar outras pessoas para baixo
para exaltar a si mesmo. A fofoca é uma form a sutil de ambição egoísta. Em
vez de considerar a necessidade dos outros, uma mulher com ambição egoísta
concentra-se principalm ente em suas necessidades. A vaidade é a m eia-irm ã feia
da ambição egoísta. Já o oposto de nossa vaidade ou de nossa vanglória seria a
glória de Deus.
Portanto, estamos fazendo as coisas para que as pessoas olhem para nós
e digam: “Puxa, você é m aravilhosa”, ou fazemos as coisas tendo em mente a
glória do Senhor, esperando que digam: “Puxa, Deus é maravilhoso”?
J. Oswald Sanders disse: “O mundo amda verá o que poderia acontecer se
todos perdessem o desejo de obter a glória. N ão seria um lugar maravilhoso se
ninguém se importasse em levar o crédito?”3
Em certa medida, creio que todas nós lidamos com sementes da ambição
egoísta e da vaidade. Até as mulheres que aparentemente estão sempre seguras,
na verdade, estão preocupadas demais consigo mesmas. Vamos admitir. Todas
nós temos uma natureza egocêntrica pecaminosa lá no fundo de nossa aparência

80
/Axi^p^eenxieníerrtent^ d e iic jx iò a s da to/iixL da. Rumí-fxlaxíe

glamourousa. Devo adm itir que, mesmo quando faço algo bom para os outros,
secretamente desejo algum reconhecimento. Smto que com você acontece o mes­
mo. Todavia, querer um tapinha nas costas não é uma coisa necessariamente ruim
(embora não queiramos que este seja nosso principal motivo), mas isso pega a
contramão quando tentamos rebaixar outras pessoas para conseguir o que que­
remos ou causamos desunião porque a nossa motivação é a nossa própria glória.
Nossas motivações podem não ser 100% puras, mas é isso que nos man­
tém em uma posição de dependência em relação a Deus — uma posição de hu­
m ildade. Sempre haverá tensão entre nossa motivação pessoal e nosso desejo de
glorificar a Deus em tudo que fazemos. N ão acredito que chegaremos ao ponto
de dizer: “Agora eu consegui controlar esse orgulho e esse egocentrismo. N unca
mais terei dificuldade nessas áreas”. Você não concorda que falta um pouquinho
de hum ildade nessa afirmação? Reconhecer nossa luta pessoal contra o ego­
centrismo coloca-nos de joelhos diante de um Deus amoroso e incentiva-nos a
buscar Sua ajuda para amarmos os outros e para honrá-lo.
A hum ildade tem a ver com o coração. A condição do nosso coração pode
fortalecer nossa capacidade de combater a infecção do orgulho que dom ina tão
facilmente nossos pensamentos e nossas ações. Todavia, quando uso o termo
coração, refiro-me ao nosso foco e à nossa paixão, e não apenas ao nosso reconhe­
cimento intelectual. Três condições do coração para pendermos à humildade:
um coração que ora, um coração grato e um coração compassivo. Quando essas
atitudes permeiam nossa vida, começamos a pensar e a agir de modo diferente.
Assim, começamos a viver menos centradas em nós mesmas, e desenvolvemos
um amor pelos outros que é sincero e centrado em Deus.

Oração
U m a pessoa autossuficiente diz: “Eu consigo fazer isso sozinha”. Já a humilde
diz: “Eu preciso de Deus”. Pedro, que aprendeu uma ou duas lições sobre de­
pender de Deus, escreveu:

[...] Revesti-vos de hum ildadeporque D eus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da pote?:te mão de Deus, para que; a seu
tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade; porque ele tem cuidado
de vós 4

. 81 .
C a p ítu lo 5

Então, como nos humilhamos debaixo da poderosa mão de Deus? Lan­


çando sobre Ele todas as nossas ansiedades, porque Ele tem cuidado de nós!
Quando humildemente levamos nossos pedidos a Deus em oração, reconhece­
mos que necessitamos e que dependemos dele. De semelhante modo, quando
oramos, nossa mente livra-se de nossos fardos, e podemos pensar nos outros de
modo mais aberto e honesto.

George H erbert escreveu: “Ò Tu que nos deste tanto, concede-nos misericor­


diosamente mais um coisa: um coração grato”. Ao vivermos em contínua ati­
tude de gratidão, reconhecemos que tudo que temos vem dele. N ão tomamos
a glória para nós mesmas quando fazemos algo bom, sábio ou notável, mas, em
vez disso, tornam o-nos gratas a Deus por dar-nos a capacidade e a oportunida­
de de fazer o bem. U m coração grato dá crédito onde o crédito é devido. Toda­
via, se falhamos em agradecer ao Senhor, começamos a pensar que fizemos tudo
sozinhas, e o orgulho rasteja para o nosso pensamento. Agradecer a Deus com
sinceridade é uma obra que acontece em um lugar tranquilo, somente entre Ele e
você. Isso nos leva a uma posição de força nele e tira nosso foco de nós mesmas.

(Jompaixão
Quando Paulo disse aos filipenses: humildemente considerem os outros superiores a si
mesmos, ele não estava instruindo-os a rebaixarem-se, mas estava mandando que
eles erguessem as outras pessoas. Paulo também não estava, de modo algum,
dizendo que os filipenses deveriam pensar nos outros de modo intrometido,
mas atencioso e amoroso. Ele prosseguiu instruindo-os a terem um interesse
genuíno pelas outras pessoas, e não a pensarem apenas em seus próprios inte­
resses. N ós todas precisamos ser lembradas disso, porque é muito fácil sermos
consumidas por nossa própria vida e pelo que está acontecendo apenas conosco.
Devemos fazer um esforço deliberado para sairmos de nosso mundinho
c para estendermos a mão para alcançar outras pessoas e sentirmos a dor de­
las. Quando tiramos um tempo para não nos concentrarmos mais apenas nas
nossas necessidades, nossos olhos começam a ser abertos para as necessidades
à nossa volta. A cada dia, vamos determ inar que levaremos o brilho do sol para

.82.
0 .'alio/i.mí*l j V u u 'tu [n 1 nuJti í e tív ilc ií.^ o da. to/í-íti d a íium dxludy

a vida de outros ao tirarm os um tempo para pensar nas necessidades deles e ao


demonstrar-lhes que verdadeiramente nos importamos.

0 exemplo perfeito

Recentemente, eu estava ministrando um estudo bíblico sobre hum ildade para


mulheres, no centro de Dallas. Esse estudo foi organizado para que mulheres
que trabalham fora pudessem sair de seus empregos nos arranha-céus do centro
da cidade e fossem para um local de encontro, desfrutassem de um almoço legal
e ouvissem a mensagem da Palavra de Deus.
A m edida que as mulheres chegavam, elas entravam em uma fila para se
servirem no bufê, e então, sentavam-se para ouvir a lição. Para essa lição em
particular sobre hum ildade, decidi colocar um avental e um boné e servir as m u­
lheres na fila do bufê. Algumas delas imediatamente me reconheceram, já outras
demoraram um pouco para perceber que eu estava servindo-lhes o almoço, em
vez de saudando-as na frente da sala com um a bonita “roupa de professora”.
Todo mundo parecia espantado com minha função inesperada. N a hora da aula,
fui para a frente da sala e lecionei com minha roupa de merendeira, que, para
mim, era bem mais confortável que salto alto.
M inha intenção era surpreender com m inha mudança de função e de rou­
pa. Embora aquelas mulheres de negócio estivessem acostumadas a ver-me em
roupas bonitas e formais, eu queria que elas entendessem o que é alguém assu­
m ir uma função inesperadamente. Em uma escala muito maior, foi isso o que
Cristo fez por nós. Ele poderia ter vindo a esta terra em majestade e poder,
força e glória, pompa e circunstância, mas, em vez disso, preferiu vir como
servo. Jesus foi o exemplo perfeito de verdadeira hum ildade, pois colocou a
necessidade de outras pessoas à frente das Suas. Transbordo de gratidão quando
leio o próximo trecho da carta de Paulo:

D e sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
que, sendo em form a de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas ani­
quilou-se a si mesmo, tomando aform a de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
e, achado na form a de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte
e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome

. 83 .
C a p ít u lo 5

que é sobre todo 0 nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é 0

Senhor, para glória de D eus Pai.5

Jesus é o exemplo perfeito da verdadeira hum ildade! N ele, temos a imagem


perfeita de alguém que não pensou em Suas próprias necessidades, mas conside­
rou as das pessoas mais importantes do que as Suas. Jesus não reivindicou Seus
direitos, mas voluntariamente abdicou deles.

OíLuxpada^ cVnfio/L; p x i/ c - t x c ió a síe/uiaxiei/ux íLeüe^a. da. lui -

t ni ( íí ut lr d e . u i n c v j oAmu mu f l i ' t e a £ & ! Im<jí \\d O fL iú ja d a , S enfia/í, po/l


KumÁ^emeritey a^LexieAytJua. 'lidxv ncc cAUg. esrvnaAAasjxvlasi. 0 ií/uxjaíla, S e .-
t i i l ( ) / i , p e £ o / c L u r v í i u <S u a 0 ú t i l . 1
e K / / i t u i n w Í ( e c ^ / ia t o A !

Embora Jesus fosse o próprio Deus por natureza, Ele não usurpou ser
Deus. N o entanto, ao usar a palavra usurpação, Paulo não quis dizer que Jesus não
conseguiria alcançar ou assumir Seus direitos celestiais. Assim, essa palavra seria
melhor com preendida como “apegar-se” ou “agarrar com a mão fechada”. Jesus
tinha todos os direitos de igualar-se a Deus, mas ele não se apegou aos Seus
direitos merecidos nem os agarrou de mão fechada, e por isso, veio ao mundo
em forma humana. Cristo era plenamente Deus e plenamente homem. Isso dá
um nó na cabeça, não é?
A questão é que Cristo demonstrou hum ildade sem apelar ou apegar-se ao
que justamente merecia. E possível que esse seja um dos conceitos mais difíceis
de aplicar às nossa vida. Nós, m uitas vezes e diferentes de Jesus, focamos em
nossos direitos e apegamo-nos ao que achamos que merecemos, sem abrir mão
deles, devido ao medo de deixá-los escapar. Contudo, aqui está um a lista com
alguns dos direitos que acreditamos merecer:

U m a vida feliz.
O direito de vingar-se de alguém.
Ser mais bem tratada que meus subordinados no trabalho.
G ritar com meus filhos, porque eles merecem isso.
U m marido amoroso que ganhe bem.

.84.
0 úxxhan &UAji/ie4ncLejit<uneJit& (1eixc i o."a d a t o ^ t a d a . f í u m d T u l y

Ficar com esse dinheiro que veio a mais em meu pagamento, porque
eu mereço.
Fazer um aborto, porque o corpo é meu.
Depois de tudo que fiz por ele, mereço coisa melhor.
Trabalho aqui há muito tempo; tenho o direito de pegar isso.
Já dei muito dmheiro a esta organização; mereço ser ouvida.
Eles têm mais do que precisam; então, também tenho o direito de ter.

No entanto, possivelmente, as duas reivindicações mais comuns sao:

• Tenho o direito de ficar brava c o m ____________ (insira o nome da


pessoa).
• M ereço te r _________________(insira algo que você queria).

Flá vezes em que exigimos até nossos direitos para com Deus:

• Vou à igreja todo domingo, e por isso, tenho direito a um a vida boa.
• Jejuei e orei, por isso, mereço que esta oração seja respondida como
eu quero.
• D izim o meus ganhos, por isso, mereço ser abençoada financeiramente.
• Sempre fui generosa com os pobres e necessitados, por isso, não m e­
reço perder o emprego.

A lista poderia continuar, mas a questão é que todas nós tendemos a pedir
do nosso jeito em vez de, em oração e em hum ildade, abrir mão de certos direi­
tos. No entanto, quando exigimos nossos direitos ou focamos no que achamos
que merecemos, vivemos em frustração, rancor, amargura e derrota. Porém, se
estivermos dispostas a abrir mão de nossos direitos, abençoaremos e proporcio­
naremos paz aos outros e a nós mesmas. Experimentamos um a grande alegria
quando desistimos daquilo que achamos que merecemos para ajudar ou aben­
çoar outros. Provavelmente, o direito mais difícil de abdicar é o de usar algo
contra outra pessoa.
Perdão significa: “Abro mão do direito de usar essa ofensa contra outra
pessoa”. Cristo deu-nos esse exemplo na cruz quando disse: Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que ja z em [Lc 2 3 .3 4 ], Por toda a Bíblia, nós, cristãs, somos ordenadas
a perdoar como o Senhor perdoou-nos. Sim, perdoar é a m aior forma de hum il-

85 .
C a p ít u lo 5

dade. No silêncio de seu coração deste momento, quero incentivá-la a pensar


se existem áreas em sua vida em que você esteja apegando-se aos seus direitos
ou exigindo o que acredita merecer. Você deseja soltá-los e orar para que Deus
conceda-lhe sabedoria para lidar com a questão?
E claro que na vida há sempre um equilíbrio. Existem áreas nas quais não se
deve abrir mão de seus direitos. Você tem direito a um lar seguro, portanto, se
estiver em uma situação de abuso, você precisa de ajuda. Em relação à sociedade,
você tem o direito de manifestar-se contra a injustiça, todavia, use esse direito
com cuidado, sabedoria e amor. E, como seguidoras de Cristo, o direito mais
maravilhoso que temos é o de aproximarmo-nos do trono da graça em oração e
pedirmos ajuda de nosso amoroso Pai celestial.
Cristo abdicou o tratamento majestoso que merecia para assumir a nature­
za de servo. Podemos observar Seu coração de servo durante Seu tempo aqui na
terra. U m a das imagens mais amorosas de servidão que Cristo proporcionou-
-nos foi quando Ele tirou Sua túnica, amarrou uma toalha em volta da cintura
e amorosamente lavou os pés sujos e fedorentos dos discípulos. Esse era um
serviço reservado aos servos mais inferiores, porque não era nem um pouco
agradável. N a verdade, provavelmente, era bem nojento. Aquelas sandálias de
couro não evitavam que a poeira da estrada e que a sujeira da rua entrassem
entre os dedos dos pés dos discípulos; porém, em um ato de hum ildade, Jesus
curvou-se e serviu aos Seus discípulos.
No entanto, lavar pés fedorentos nem se compara ao grande ato de servidão
que Cristo fez por nós. A morte na cruz costumava ser reservada para os crim i­
nosos mais notórios, e Jesus humilhou-se sendo obediente ao pior tipo de morte
— ser pregado em uma cruz! A crucificação era extremamente vergonhosa, e sua
dor era excruciante, mas Ele voluntariamente abriu mão de Seus direitos e morrer
dessa maneira pelos seus e pelos meus pecados. Por causa da Sua disposição em
resistir a uma morte dolorosa e vergonhosa em nosso favor, Deus exaltou Jesus ao
lugar mais alto e deu-lhe um nome que está acima de todo nome.

Cristo acima de todos

N ão existe outro. Cristo foi exaltado ao lugar mais alto. Ele veio em humildade
e servidão e disposto a oferecer Sua vida, e agora, senta-se à destra de Deus, em

8 6 .
0 '' ‘iÍu!/í ,Mí/i.j;/L(’vtul0nK'fní’lif. itelxclUAo tiu ta/ila lLl íuun ijxlad e

um lugar de honra e poder. E Ele quem deu a vida e quem todos confessarão
como Senhor. Todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra se dobrará dian­
te dele. Ao lermos a descrição sobre a hum ildade de Cristo, não ignoremos a
im portante mensagem, professada com eloquência, sobre Sua autoridade. Con­
sidere as verdades sobre Cristo que aparecem na mensagem de Paulo sobre a
humildade:

• Ele sempre existiu como Deus.


• Ele tem a mesma natureza de Deus.
• Ele tornou-se um homem humano.
• Ele voluntariamente ofereceu Sua vida na cruz.
• Deus o exaltou ao lugar mais alto.
• O nome de Cristo está acima de todo nome.
• U m dia, todo joelho se dobrará diante dele.
• U m dia, toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor.

Aos ponderar essas proclamações, não se pode evitar esta pergunta: você
crê nisso? O nome de Cristo está acima de todo nome. Ele foi exaltado ao
lugar mais alto, e não há outros. Confessaremos que Jesus Cristo é o Senhor
e o Salvador, seja antes ou depois, do D ia do Juízo. Agora temos a escolha de
voluntariamente confessar Cristo como o Senhor. No entanto, também temos
a dolorosa opção de sermos forçadas a reconhecer Sua divindade quando esti­
vermos diante do julgamento. A palavra grega para confessar (exsm ologeo) significa
“professar ou reconhecer abertamente; afirmar ou concordar”. Paulo escreveu
aos romanos: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que D eus
o ressuscitou dos mortos , serás salvo ,6
Você já chegou a um momento de sua vida em que confessou e reconheceu
que Jesus Cristo é o Senhor? Em Apocalipse, há uma passagem que me faz pen­
sar nas palavras de Paulo aos filipenses. È uma imagem de algo vindouro, quan­
do toda a criação proclamará que Jesus Cristo é o Senhor. Eis algumas palavras
que o apóstolo João escreveu sobre a revelação de coisas vindouras:

E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos;
e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares, que com grande voz
diziam: Digno é o Cordeiro, quef o i morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria,

. 87
C apítulo s

e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi a toda criatura que está no céu,
e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há,
dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças,
e honra, e glória, e poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém! E
os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre. ‘

Sim , um dia, todos nós proclamaremos Sua honra e excelência! Eu quero


estar pronta; e você?8

A humildade na vida real

N ão é difícil encontrar exemplos de orgulho tanto em toda a atual nossa so­


ciedade como em toda a história, mas muitos exemplos de hum ildade também
podem ser observados. Prefiro concentrar-me nos bons exemplos a nos maus.
U m exemplo específico de hum ildade é visto na vida de H udson Taylor.
N ascido em 1832, ele foi criado em uma fam ília piedosa e de oração. Durante
grande parte de sua juventude, ele ouviu as fervorosas orações de seu pai pelo
povo da China, que nunca tinha ouvido falar de Cristo. H udson decidiu, então,
ir para lá como missionário. N o entanto, sabendo que seu corpo frágil e doente
não se sustentaria muito bem, ele começou a exercitar-se e melhorou sua saúde
para um a jornada formidável. Ele também estudou chinês, grego, hebraico e
latim , e escolheu trabalhar como assistente de um médico, para que pudesse
aprender mais sobre medicina.
H udson Taylor certamente tinha um coração que ora, o qual, como dis­
semos antes, é uma característica de um a pessoa hum ilde. U m a história em
particular mostra sua dependência de Deus por meio da oração. O médico
para quem o jovem trabalhava era um pouco avoado, e m uitas vezes se esquecia
de pagar H udson em dia. Ele, no entanto, aproveitava essa oportunidade para
aumentar sua fé e depender do Senhor para suprir suas necessidades. Houve
m uitas vezes em que não lhe sobrou dinheiro algum. A com ida acabava, o alu­
guel vencia, mas Deus sempre supria o que ele precisava.
C erta ocasião, H udson tinha apenas um a moedinha para comprar comida,
quando um homem pobre aproximou-se dele e pediu-lhe que fosse orar por sua
esposa, que estava m uito doente. H udson foi com o homem, e ao ver suas terrí­

. 8 8 .
o da. taAÍa d a fu m ix ix la d y

veis condições de vida, sem dinheiro para comprar remédios ou comida, deu-lhe
sua últim a moeda, confiando que Deus mais um a vez cuidaria de suas necessida­
des. N o dia seguinte, o jovem ganhou um par de luvas de presente, e dentro de
uma delas, havia uma moeda que valia quatro vezes mais a que ele havia doado.
H udson precisou ter esse tipo de fé para ingressar no campo m issioná­
rio na China. Ele seria desencorajado a crer, se a sua fé não estivesse em um
Deus grandioso. O povo chinês não o aceitou prontamente, porque H udson
não falava nem era como eles. O m issionário pregou o evangelho durante meses,
porém, sem resultados. A sociedade m issionária que deveria enviar-lhe dinheiro
raramente fazia isso. Imagino se as palavras de Pedro ajudaram-no a atravessar
esse período: D eus resiste aos soberbos:, mas dá graça aos humildes. H um ilhai-vos, pois, de­
baixo da potente mão de D eus; para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. H udson continuou lançando a rede e orando
pela provisão do Pai. M ais tarde, ele disse: “Creia nisso: na obra de Deus, feita
à maneira de Deus, nunca faltará a provisão de D eus”.9
H udson percebeu que sua aparência distraía os chineses, por isso, com­
prou vestes chinesas, pmtou seu cabelo de preto e até prendeu um a trança atrás
da cabeça. Aquele povo passou a respeitá-lo, porque o m issionário fez tudo
aquilo para relacionar-se com ele.
A m aioria dos missionários daquela época não adotaria a aparência das
pessoas com quem trabalhavam, mas a atitude de H udson remete-me ao que
Jesus fez ao vir semelhante a nós à terra. O m issionário compadeceu-se do povo
da China, e por isso, desistiu de seu direito de vestir-se do modo que lhe era
fam iliar e andou a segunda milha, unicamente para alcançar os chineses com
sua aparência.
H udson casou-se com uma moça inglesa que trabalhava em um a escola
m issionária também na China. Quando ele ficou doente, ele e sua fam ília foram
forçados a voltar à Inglaterra por um tempo. N o entanto, sua doença não o im­
pediu de pensar no querido povo chinês. Assim, enquanto esteve na Inglaterra,
ele traduziu a Bíblia para o chinês, term inou seu estágio em medicina e conti­
nuou orando para que Deus enviasse mais missionários. O Senhor respondeu às
suas orações, e posteriormente, a China Inland M ission [M issão no interior da
China, tradução livre] foi fundada, e enviou muitos novos missionários para lá.
Em certa ocasião, comentaram com H udson Taylor: “Em algum momen­
to, o senhor deve ser tentado, Sr. Taylor, a orgulhar-se do maravilhoso modo

89
C apítulo s

como Deus o tem usado. Duvido que algum outro homem vivo tenha tido ta­
manha honra”. Ele, no entanto, respondeu de form a graciosa e hum ilde: “Pelo
contrário, muitas vezes, acho que o Senhor deve ter procurado alguém pequeno
e fraco o suficiente para usar, e então, Ele encontrou-me”. De todas as manei­
ras, H udson Taylor tinha um hum ilde coração cheio de gratidão a Deus por
tudo que Ele havia feito. Em Zacarias 4.6, lemos: Não p or força , nem p or violência,
mas pelo m eu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. Podemos ser fracas, mas Deus é
forte e pode fazer um a obra poderosa por nosso intermédio.
Conta-se outra história sobre um rapaz de 18 anos que vinha de um a abas­
tada fam ília chinesa e que desejava estagiar como enfermeiro no China Inland
M ission H ospital, de Hudson. H su Chu vestia-se de modo pomposo e era o
modelo da nobreza daquela país.
Depois de alguns dias de estágio no hospital, uma superintendente soube
de um problema com H su Chu. Quando pediram -lhe que limpasse umas botas
enlameadas, o jovem recusou com indignação, dizendo que era um cavalheiro
e um erudito, e que não fazia essas tarefas servis. Primeiro, a sábia superinten­
dente olhou para as botas, e então, limpou-as. Hsu Chu observou taciturno sua
demonstração de humildade.
Então, ela levou o rapaz ao seu escritório e pediu que ele lesse as palavras
de Jesus encontradas em João 13.14: Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei 05 pés, vós
deveis também lavar os pés uns aos outros. A face dele corou, e seus olhos encheram-se
de lágrimas. H su Chu colocou a Bíblia na mesa de sua chefe e disse: “Que Jesus
perdoe-me. Ele também fez um a tarefa servil”. Daquele dia em diante, H su Chu
alegremente passou a lim par botas, a esfregar o chão e a realizar outras tarefas
servis.10
Vamos todas seguir os passos de Jesus, que abdicou de Seus direitos e
serviu ao próximo com alegria.

Busca pessoal

Leitura complementar: João 13 .1 -1 4 — Lavando os pés dos discípulos.


Verdade básica: A verdadeira hum ildade significa reconhecer a grandeza de
Deus e atentar para os interesses dos outros.

.90.
0 âofui/LAu/Lpaeeruientemente defleco-õü- da-ttí/tta da luum!'du<ie

Escolhas:

• Louve continuamente a Deus por quem Ele é e pelo que Ele é capaz
de fazer em sua vida.
• Seja motivada pela presença de Deus em sua vida.
• Seja exortada pelo amor de Deus.
• Seja fortalecida pela comunhão no Espírito de Deus.
• Seja cheia de afeição e de compaixão pelo próximo.
• N ão se rebaixe; em vez disso, ocupe-se com encorajar outras pessoas.
• Dedique-se à oração, lançando seus cuidados sobre Ele.
• Viva com um coração grato, agradecendo a Deus com sinceridade.
• Pense nas necessidades e nos interesses de outras pessoas, e não apenas
nos seus.
• Tenha a mesma atitude que Cristo teve: esteja disposta a abrir mão dos
seus direitos.
• Sirva a cada um com amor e alegria.
• Confesse que Jesus Cristo é o Senhor e reconheça que Seu nome está
acima de todo nome.

Plano deliberado: Cuidando dos interesses e das necessidades de outras pessoas

H á alguém que você possa alcançar com cuidado e preocupação neste momen­
to? Podemos começar com os membros de nossa fam ília, e então, pensar em
pessoas de nossa vizinhança e de nosso bairro. Como você demonstra cuidado
e compaixão para outra pessoa? Você pode começar com um cartão, um tele­
fonema, um e-m ail ou uma visita para demonstrar a alguém que você tem uma
preocupação genuína por ele. Separe um momento para orar e pedir que o
Senhor leve-a a uma pessoa que precisa de seu cuidado. As vezes, é difícil saber
quem precisa ser ajudado, mas podemos pedir sabedoria ao Senhor sobre como
demonstrar c]ue realmente nos importamos. Em seguida, precisamos partir para
a ação. Escreva no espaço abaixo o nome da pessoa que você encorajou e que
passos você deu para cuidar dela:

Demonstrei cuidado e preocupação p o r :__________________________ .


Eu demonstrei-lhe que me importava a o ________________________________

91
C A P ÍT UL O 6

0 l jz A ji £ a r L A jz x ^ a / c o m o / o a Í / l o A íx o j m u n A oy

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5.16

“Nenhum cristão está onde deveria espiritualmente estar até que a


beleza do Senhor Jesus Cristo esteja sendo reproduzida em sua vida
cristã diária.”
A. W. Tozer

C ^ ^ ^ ^ u a n d o as circunstâncias parecem sombrias, algumas pessoas parecem


brilhar intensamente. N a cidade deTyler, no leste do Texas, dois times de voleibol
tiveram a oportunidade de demonstrar a beleza do amor e da humildade cristãos
e tornaram-se um exemplo claro e brilhante do que significa viver por Cristo.
N o entanto, quero que você saiba que os times estudantis de voleibol femi­
nino são m uito importantes aqui, no Texas, e os times da East Texas Christian
Academy e da Sum m it Christian Academy disputavam uma partida regional. A
East Texas Christian participou de nove elim inatórias consecutivas, enquanto
as meninas da Sum m it eram novatas, tanto em vitória como em elim inatórias.
Se você já assistiu a um jogo de voleibol, sabe que mergulhar para pegar a
bola é um lugar-comum para jogadores experientes, então, quando a veterana do
C a p ít u lo 6

East Texas, M organ Ashbreck (um a levantadora dos principais torneios regio­
nais), mergulhou para pegar a bola, não foi algo tão surpreendente. N o entanto,
quando ela começou uma convulsão e não se levantou, todos perceberam que
algo estava terrivelmente errado.
Com uma poça de sangue saindo de sua cabeça, técnicos e assistentes logo
vieram ajudá-la. Sua mãe correu da arquibancada e ficou ao lado dela só para
ouvir a filha sussurrar: “Estou morrendo?”. Felizmente, o socorro chegou rá­
pido, e quando M organ foi colocada na ambulância, seu time reuniu-se no
vestiário e orou por sua preciosa annga e colega de equipe.
Se você fosse a técnica, o que fana em seguida? Continuaria jogando,
ignorando o que aconteceu há pouco, ou abandonaria o jogo e a chance de ser
campeã regional? Uma das meninas disse: “N ossa colega de time está com pro­
blema. E se ela está com problema, precisamos ficar com ela”. E assim, cada uma
delas decidiu ficar com M organ, desistindo da chance de vencer o campeonato.
Para saírem do prédio, as meninas passariam pelo gmásio, e logo se impres­
sionaram com a visão do que estava acontecendo no meio da quadra: todas as
pessoas que estavam no jogo — familiares e amigos dos dois times, mais o time
da Summit, — reuniram-se para, em uma só voz, orar por M organ.
Já não se tratava mais de placar; tratava-se de uma jovem que precisava de
oração. N a verdade, assim que M organ começou a ter convulsões, as meninas
do time rival reuniram-se para, de joelhos, orar. M ais tarde, a treinadora do
Sum m it foi inform ada de que East Texas havia abandonado a partida; então,
seria fácil aceitar a vitória por W.O. N inguém as teria culpado, afinal, seria a
prim eira oportunidade desse time brilhar nas finais. M as a treinadora rival co­
nhecia muito bem suas meninas. Elas recusaram o abandono, e, em vez disso,
propuseram uma nova partida.
N o hospital, amigos e parentes de M organ começaram a lotar o local, en­
chendo a sala de espera com abraços, lágrim as e orações. Depois de um exame
cuidadoso, constatou-se que M organ teve uma concussão cerebral e que precisa­
ria usar grampos para fechar a ferida na parte de trás da cabeça. Suas colegas de
time ficaram com M organ até ela sair do hospital, a uma hora da manhã, com a
garantia do médico de que ela ficaria bem nos próximos dias. A única parte tris­
te foi que os médicos disseram que ela não poderia jogar a partida que decidiria
o jogo nem poderia fazer a longa viagem de ônibus para o evento.

. 9 4 .
«A p ixim le^a/ co-irto/ aôi/uiA nu, m u n d tx

Decepcionada, mas não desmotivada, M organ decidiu escrever uma carta


para as meninas dos dois times, no início da qual, ela disse: “Por favor, garan­
tam que as Lady Eagles e as Lady Panthers, bem como os torcedores de ambas,
recebam essa carta. Seria ótimo se ela pudesse ser lida antes do jogo. O brigada”.
Ela escreveu o seguinte:

A noite de terça-feira foi um ponto de virada em minha vida, não


por causa das eliminatórias de voleibol estudantil, mas porque foi
uma noite em que a graça de Deus esteve presente e Seu amor encheu
o pequeno ginásio da East Texas. Não há maneiras suficientes para
eu expressar o quanto minha treinadora, Diann Preston, e minhas
colegas de time significam para mim, pois sacrificariam um jogo tão
importante para que pudessem estar comigo no hospital. Elas não
estariam erradas se continuassem a partida, mas ouvi várias vezes
que isso não era importante. Então, o que é importante: Pensei nisso
várias vezes, e responderia:

• Um time que prioriza o coração em vez da vitória;


• U m a torcida que para imediatamente e cala-se, para que um
clima de tranquilidade encha o ginásio;
• Dois times que se juntam para orar;
• Auxiliares médicos na torcida que correram para ajudar ou
para segurar a cabeça ou a mão de alguém;
• Paramédicos que chegam com rapidez e profissionalismo;
• Torcedores que formaram um círculo para orar, e depois,
correram para dar apoio à fam ília no hospital;
• U m time que se recusa a aceitar um W.O. .

Lady Eagles da Summit Christian Academy, vocês estão na minha


lista de heróis. Soube que seu time e suas treinadoras uniram-se para
orar, que seus pais e seus torcedores ligaram para saber de meu estado
e que vocês não aceitaram o W.O., preferindo, no lug;ar disso, remar­
car o jogo para outro dia.
Então, quem serão as verdadeiras vencedoras nesta noite? Acho que
as verdadeiras vencedoras já foram anunciadas. Um dos times ganhará
a final, mas os dois são vencedores aos olhos de Deus e aos meus.

95
C apítulo 6

Ouviu-se um paramédico descrever o ginásio para outro mem­


bro da equipe médica no [hospital] East Texas M edicai Center. Ele
descreveu uma cena de tranquilidade e de paz, de pessoas orando e
chorando em silêncio, de pais e de equipes técnicas de mãos dadas,
sem a rivalidade esperada em uma eliminatória.
Por que as pessoas impressionam-se com isso? Porque não apren­
demos a ter essa atitude na sociedade. “Passe por cima deles, acabe
com eles”... Com certeza, não aprendemos a orar com eles, nem a
chorar com eles!
Aprendemos a prosseguir com a luta. Alison Kirby, uma querida
amiga, falou bonito na sala de emergência: “Diga a eles, Morgan, que
se eles permitissem que Deus voltasse às escolas, então, essa seria a
regra, e não a exceção”.
Então, minha missão é contar isso às pessoas. Se Deus está pre­
sente, haverá paz e amor. Duas pequenas escolas cristãs podem fazer
a diferença? Elas já fizeram. As pessoas estão curiosas e perguntando-
-se: “Por que um time invicto arriscaria abandonar uma partida? Por
que o time rival não aceitaria vencer por W.O?” O silêncio é descon­
certante.
Hoje, as Lady Panthers defenderão um título em meu nome, para
voltarem para casa campeãs. Acho que os dois times já são vencedo­
res, porque a verdadeira luta, que é a de morrer para si mesmo, já foi
vencida.

Em Cristo,
Morgan1

guando East Texas e Sum m it encontraram-se novamente, ambos os times


m um bravo esforço para vencer a partida. Sum m it ganhou por pouco, e
u para a próxim a fase; no entanto, perdeu o campeonato para o M cK inney
itian.
Para as meninas do East Texas, aquela foi uma semana repleta de emoções,
viram sua colega de equipe correr para o hospital, receberam graça do tim e
e superaram a perda da esperança de troféu. Foi um fim de temporada

96.
f i w i p í u i i í l e ^ a e a m a .a & ta a â ru i m u n d o

difícil, mas a treinadora manteve tudo sob controle. Ela disse: “Nosso prim ei­
ro objetivo quando começamos a temporada era glorificar a Deus. Parte disso
estaria no modo como tratamos nossas jogadoras, nossos torcedores e nossos
funcionários. Então, olhando para trás, sim, queríamos ir longe. M as tivemos
uma ótim a temporada. E M organ está bem.”2
Acho que você concordará que as meninas que representavam os dois ti­
mes resplandeceram como astros naquela temporada!

Coloque em prática

U m a coisa é aprender sobre as características da hum ildade •— abrir mão de


seus direitos e colocar os interesses de outras pessoas antes dos seus — ; outra
coisa é fazer isso. A história que acabamos de ler é um a bela imagem da hum il­
dade e de como uma pessoa que a pratica de modo semelhante ao de Cristo
torna-se um exemplo vivo para quem está ao seu redor. Ao continuarmos com
a carta de Paulo, vemos o apóstolo incentivando esse comportamento em nós e
desejando que os cristãos incorporem o que significa servir a jesus. Em outras
palavras: não basta apenas dizer que você serve a Cristo, isso tem de ser coloca­
do em prática! Ele escreveu isso dessa maneira:

D e sorte que, meus amados; assim como sempre obedecestes, não só na minha presença,
mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação
com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vÓ5 tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade,3

M uitos podem ler esta passagem e serem tentados a pensar que Paulo
estava falando sobre ganhar nossa salvação. N ada poderia estar mais longe da
verdade. N a verdade, ao olhar essa passagem dentro do contexto do restante
dessa carta, lemos logo em seguida (no capítulo 3 de Filipenses) Paulo falando
de maneira dura e severa com os que tentam afirmar que os cristãos deveriam
realizar certas obras para tornarem-se justos. Em nossa passagem de hoje, o
apóstolo manda-nos operar a nossa salvação, e não operar p or ela. Obviamente,
ele pressupunha que o leitor já havia alcançado a salvação por intermédio de

97
C a p ít u lo 6

Cristo, pois ele a chamou vossa salvação. Então, o que ele quis dizer com operai a
vossa salvaçãol
Pense dessa maneira: se eu lhe dissesse que estou saudável e em forma, você
poderia perguntar-me: “O que você faz para manter a forma?” Porém, e se eu
lhe respondesse: “Bem, eu só gosto de ir à academia, porque isso me faz sentir-
-me em forma, mas eu não malho de verdade”, é provável que você risse e fosse
embora pensando: “T á bom, com certeza ela está m aluca”.
Se digo que dou im portância à boa forma, então, isso precisa estar eviden­
te em m inha vida. M inha afirmação sobre a boa forma deve ser demonstrada
em minhas ações. Da mesma maneira, é fácil dizer que sou cristã. Posso até ir
à igreja e enturmar-me, mas a verdadeira questão é como minha fé é praticada
durante a semana. Paulo manda-nos operar a nossa salvação — ou seja, praticá-
-la naquilo que fazemos e dizemos. Nossa fé em Cristo deve ser continuamente
ativa, vibrante e crescente.
O pastor e teólogo John M acA rthur comenta sobre essa passagem, dizen­
do que ela refere-se a uma “busca ativa pela obediência durante o processo de
santificação”.4 Como cristãs, nosso trabalho é o ativo e contínuo esforço de se­
guir a Cristo e viver em obediência a Ele. Em outras palavras: como beneficiárias
da graça de Deus, nossa salvação não deve ficar estagnada. Precisamos ser frutí­
feras em obediência e proativas em aprender mais sobre Ele e em aproximarmo-
-nos dele. Como cristãs, não somos chamadas para vivermos acomodadas, mas,
pelo contrário, para buscarmos a Cristo com paixão. N ão somos convidadas a
sentarmo-nos em um a confortável cadeira intitulada Salva, mas, sim, a vivermos
em hum ildade e em benevolência para com o próximo.
Todavia, cuidado aqui! N ão estou sugerindo que você deva m cluir em sua
vida mais atividades cristãs ou coisas de igreja para ser um a crente melhor, mais
forte e mais importante. Essa passagem encoraja-nos a continuarm os ativamen­
te seguindo a Cristo, e não a acrescentarmos mais reuniões e responsabilidades
da igreja à nossa vida. Aproximarmo-nos de Deus por meio da oração pessoal e
o conhecermos mais por meio da meditação em Sua Palavra é como começamos
a operar a nossa salvação. E assim que temos comunhão com Cristo e aprende­
mos a andar cm obediência a Ele.
E fácil pensar que o cristianismo é unicamente inclusões exteriores à nossa
vida, como ir à igreja todo domingo, participar de estudos bíblicos, integrar
uma viagem missionária, cantar no coral da igreja ou trabalhar na equipe de

.9 8 .
p íliu itíe c a c im i o cLtA/iait iu )' f m m d a

liderança do m inistério feminino. Essas coisas são boas e proveitosas, contudo,


nossa fé é estim ulada e ativada quando habitamos no esconderijo do Altíssimo
e crescemos em nossa caminhada pessoal com Ele.
Curiosamente, Paulo usa as palavras temor e trem or para dizer-nos como de­
veríamos operar nossa salvação. Ele não está dizendo que devemos “tremer nas
bases” enquanto vivemos sob a poderosa mão julgadora de Deus, porém, mais
um a vez, ele está referindo-se a uma vida de hum ildade que tem uma sadia reve­
rência ao Senhor. O oposto de temor e tremor seria arrogância e vanglória, que
são tendências comuns às pessoas que vivem na grande exibição do cristianismo.
Porém, quando humildemente nos aproximamos de Cristo e obedecemos a Ele,
reconhecemos que só podemos fazer algo bom por Sua graça.
Nisso, há um im portante passo de nossa jornada rumo à humildade: per­
ceber que Deus está operando em nós não apenas para fazermos o que é bom,
mas também para querermos o que é bom! Isso derruba nossa atitude orgulhosa
no que diz respeito a viver e realizar coisas por Cristo. Saber que é Deus quem
opera em nós tanto o desejar como o conseguir seguir Seus caminhos mantém-
-nos hum ildes ao confiarmos nele para cumprir Seu bom propósito. N ão pode­
mos levar crédito algum.

0 bom propósito de Deus para você

Você acha impressionante pensar que Deus tem um bom propósito para você?
Sei que acho. Em m inha pequena percepção sobre o Senhor, naturalm ente su­
ponho que Ele seja ocupado demais para planejar um bom propósito para mim.
Porém, ao longo das Escrituras, Seus planos e Seus propósitos são confirmados.
Algumas pessoas têm dificuldade em crer que os propósitos de Deus sejam
bons. Elas tendem a pensar nele como um capataz cruel ou em um supervisor de
escravos com um chicote, pronto para levar-nos à vida mais difícil que podemos
imagmar. Paulo não disse que Deus opera em nós o querer e o efetuar de Seu
plano maligno, o estalar de Seu chicote ou Suas exigências infinitas.
Não, Deus opera em nós o querer e o efetuar segundo a sua boa vontade. Essa
pequena expressão pode ser interpretada como a boa intenção ou o bom prazer
de Deus. Ele não apenas sabe o que é bom e agradável, mas também tem a inten­
ção ou a decisão de trabalhar em prol desse bem. Vemos este mesmo termo no

99
C a p ít u lo 6

primeiro capítulo de Efésios: Em am or nos predestinou para serm os adotados como filh os
p o r meio de Jesus Cristo, conform e o bom propósito da sua vontade . Logo depois, encon­
tramos mais uma vez essas palavras no mesmo capítulo: E nos revelou o m istério da
sua vontade; de acordo com o seu bom p rop ósito que ele estabeleceu em Cristo.6
Paulo escreveu em sua segunda carta aos tessalonicenses: Conscientes disso,
oramos constantemente p or vocês, para que o nosso D eus os fa ça dignos da vocação e, com poder}
cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé .' Isso também lem bra a amada
passagem de Romanos: Sabemos que D eus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam , dos quefo ra m chamados de acordo com o seu p rop ósito .8
Ao ler esses versículos, você sente que Deus tem um plano e um propósito
intencionais para nós, e que são bons? O Senhor está chamando-nos a segui-lo e
a andarmos com Ele, por causa de Seu bom plano e de Seu propósito intencio­
nal. Deus quer que andemos segundo Seus caminhos e também quer ajudar-nos
a fazer isso, porque Ele tem boas intenções para nós. O Senhor quer que conhe­
çamos a alegria de viver por Ele e de andar humildemente em obediência a Ele.
È engraçado como m uitas tentações deste mundo parecem oferecer um
prazer bom, mas elas deixam-nos cada vez mais insatisfeitas. Seja morar junto
sem ser casada, depender de álcool e drogas para estim ular o prazer ou cobiçar
mais bens, as pessoas buscam, e, muitas vezes, ficam só na vontade. M as Deus
tem um bom propósito e um a boa intenção para nossa vida, e isso se encontra
nele. N inguém pode tirar Seu prazer e Sua boa intenção.
Embora a Bíblia diga-nos que Deus tem bons planos para nós, isso não
significa que nossa vida será um passeio legal, agradável e tranquilo o tempo
todo. O Senhor fala-nos que as coisas podem ficar difíceis, mas Ele ainda tem
boas intenções para nós. Vemos isso a partir da vida de homens e de mulheres
de fé do Antigo Testamento. Abraão, José, D aniel e Jonas enfrentaram dificulda­
des, mas Deus tinha um bom propósito e uma boa intenção para eles, o que foi
demonstrado de maneira lm da na vida deles. Como Sua filha e coerdeira de Sua
graça, Ele também tem um a boa intenção para você. Apesar das dificuldades,
não fique desencorajada, mas confie em Seu bom propósito para você.
Em Jeremias, lemos que o profeta recebeu um a mensagem para os israeli­
tas. Ele disse que se preparassem, porque ficariam cativos na Babilônia por 70
anos. 70 anos! O quê? Isso é terrível! Deus tinha mesmo um a boa intenção para
eles? Sim, Ele tinha. Eis o que o profeta disse aos israelitas:

100
lndej^cL carrhQy aAt/iaàsna, irum cloy

Assim diz o Senhor: “Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cum ­


prirei a minha, promessa emfa vo r de vocês, de trazê-los de volta para este lugar. Porque
sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los
prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um fu tu ro.9

Você provavelmente já ouviu essa passagem antes, mas já tm ha conseguido


perceber que isso ocorreu em um momento em que os israelitas estavam enten­
dendo que seriam cativos por 70 anos? Portanto, não temos garantias de que
tudo será agradável e cor-de-rosa, mas temos a garantia de que Deus está co­
nosco e de que Ele tem um plano maravilhoso para nós. Ao enfrentar desafios e
dificuldades em sua vida, você pode não ser capaz de entender por que algo está
acontecendo. Você pode questionar-se por que o Senhor perm itiu essa circuns­
tância em sua vida, mas o que deve ser feito é confiar em Sua boa intenção para
você. Ele tem um bom propósito e lhe dará o que você precisar para atravessar
essa dificuldade.
Quando reconheço que Deus tem boas intenções para mim, vejo a vida
por um a perspectiva um pouco diferente. Sei que posso confiar em um Deus
que me ama e que tem um plano para a m inha vida, mesmo que eu não esteja
gostando do que está acontecendo no momento. O pregador escocês do século
19, Alexandrer M acLaren, disse: “Busque cultivar um senso alegre e jubiloso
da concentrada bondade de Deus em sua vida diária”.10 Sim, quando temos
um senso de alegria acerca da bondade transbordante de Deus para conosco, a
maneira como recebemos o que vem em nossa direção muda. Que a bondade do
Senhor encha seus pensamentos a todo instante, para que possamos ver a vida
com alegria e possamos abençoar outras pessoas com o tipo de bondade que tão
graciosamente recebemos!

Sem reclamar. Mesmo?

Se eu desafiasse você a parar de m urm urar e de contender por um a semana in­


teira, você conseguiria? E por um mês? Isso, sim, seria um pouco difícil. E se eu
desafiasse você a parar de m urm urar e de contender pelo restante de sua vida?
Calma! Pare! Não jogue este livro fora! Estou falando sério. Vamos apenas dar
uma olhada nas possibilidades.

101
C a p ít u lo 6

De fato, Paulo escreveu aos filipenses e ordenou-lhes que fizessem tudo


sem murmuração ou contenda; e se vamos realmente estudar esta carta, não
podemos descartar as partes de que não gostamos. Talvez, você esteja pensando:
“N ão há momentos em que precisamos defender-nos? Com certeza, Deus não
quer que nunca falemos sobre nossas dificuldades”. Sim, há momento e local
para com partilharm os nossas preocupações, e chegaremos lá. N o entanto, va­
mos dar um a olhada no que Paulo disse para termos algum a noção:

Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis
e sinceros, filhos de D eus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa,
entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para
que, no Dia de Cristo, possa gloriar-m e de não ter corrido nem trabalhado em vão.
E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa f é , folgo e
me regozijo com todos vós. E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto
mesmo}1

Percebo que é difícil dizer tal coisa. Também não gosto disso! Ah, espere.
Isso conta como murmuração? Porcaria! De qualquer modo, continue comigo.
Paulo está ajudando-nos em nossa busca por Cristo, e à m edida que pro­
gredimos, ele incentiva-nos a deixarmos alguns maus hábitos pelo caminho.
Pense nisso: se buscarmos o interesse de outras pessoas, se nada fizermos por
ambição egoísta ou por vaidade, se abrirmos mão de nossos direitos pelo bem
de outras pessoas e se ativamente operarmos a nossa salvação sem orgulho, en­
tão, simplesmente não haverá espaço para murmuração ou contenda. E quando,
de fato, cremos que Deus ama-nos e tem um propósito para nossa vida, os res-
mungos, as reclamações e as picuinhas também tendem a desaparecer.
Agora, quando penso em murmuração e contenda, para mim, torna-se
inevitável pensar no adorável exemplo dos israelitas que lemos no Antigo Testa­
mento. Ah, é tão fácil julgá-los, não é mesmo? Deus milagrosamente os libertou
dos grilhões e da brutal escravidão no Egito, perm itiu que atravessassem o mar
Vermelho, proveu-lhes alimento e água diariamente e deixou-os bem às portas
da Terra Prometida. M as eles lam uriaram e contenderam. Eles não criam que
Deus poderia fazer o que disse que faria. O Senhor disse aos israelitas que os
levaria a um a terra boa, onde manava leite e mel. Infelizmente, eles focaram na
altura do povo que habitava aquela terra, em vez de focar no tamanho do Deus

10 2 .
p ía n c t ^ c L ca m x x oa Lt o a ík i. in u n d o .

amoroso que criou a terra e os seus habitantes. Em Salmos, lemos um resumo


dessa jornada e dessa murmuração:

Também desprezaram a terra aprazível; não creram na sua palavra. Antes, m urm u­
raram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do SENHOR. Pelo que levantou
a mão contra eles, afirmando que osfa ria cair no deserto; que humilharia também a
sua descendência entre as nações e os espalharia pelas terras.12

Quando tiramos os olhos do amor infalível de Deus e de Seu cuidado por


nós, podemos facilmente cair na murmuração e na contenda. Nosso problema
é tão importante, que passa a ocupar toda a nossa atenção, e então, nosso res­
mungo demonstra falta de fé em um Deus soberano que tem uma boa intenção
para a nossa vida. Ao murmurarmos e reclamarmos, não apenas demonstramos
quão pouco confiamos no Senhor, mas também incluímos preocupação e an­
siedade em nós mesmas e nas pessoas à nossa volta. Assim, como nos livramos
da reclamação?
Pense nos seguintes passos quando você estiver oprim ida pela necessidade
de m urm urar:

1. Volte seus olhos para o alto e agradeça ao Senhor por Sua boa in­
tenção para você. U m dos maiores antídotos contra a reclamação e
a lam úria é tirar o foco da frustração e, no lugar disso, olhar para o
Deus que nos ama. Ao sinceramente agradecermos ao Pai por Seus
bons propósitos e Sua boa intenção, começamos a perceber que Ele
pode cuidar de nossa situação e que não precisamos despejar nossos
problemas em cima das outras pessoas.
2. Ore pela situação. Toda vez que estivermos prestes a murmurar, de­
vemos fazer-nos a seguinte pergunta: “Orei a respeito disso?” Busque
a orientação e o fortalecimento do Senhor. Ao buscar a sabedoria de
Deus para lidar com a situação, peça-lhe também que ajude você a
amadurecer em meio a ela. 0 cpxc. a. § eniui/v ij uqa mô-trui/i-- tne, pI' * nutia
dvA&aA (ÚAxiuti&jÁne.La&? Quando oramos, começamos a ver nossas preo­
cupações diminuírem. E quando levamos nossas dificuldades primeiro
a Deus, não damos à preocupação a oportunidade de estabelecerem-se.
Assim como a lenha alim enta o fogo, a preocupação e a ansiedade

103 .
C a p ít u lo 6

alim entam a reclamação e a murmuração. A fé, por outro lado, diz:


“Confiarei no infalível amor de Deus durante essa dificuldade. Sei que
Ele pode dar-me sabedoria e direção para atravessar isso”.
3. Se necessário, com partilhe sua preocupação. H á momentos em que
precisamos apresentar nosso ponto de vista ou preocupação a alguém,
e podemos fazer isso sem murmurar. M as, em vez disso, podemos,
com sabedoria, paciência e bondade, apresentar nossa opinião ou
perspectiva à pessoa certa, e não a todos os nossos vizinhos, colegas
de trabalho e amigos. Exponha suas preocupações e esteja disposta a
fazer parte da solução, mas deixe Deus cuidar dos resultados. Houve
vezes em m inha vida em que percebi que o meu jeito não era o certo.
Imagine só!

N a outra noite, após eu passar o dia escrevendo este capítulo, meu marido
pediu que eu fizesse um favor simples após o jantar: ele queria que eu esvaziasse
algumas caixas de livros meus que estavam há dias no canto da sala de estar, e
mais, que os colocasse na estante para tirar as caixas do caminho. Bem, eu bufei.
Ele não sabia que eu estava m uito ocupada escrevendo este livro, e que não tinha
tempo para tarefas triviais como aquelas? Eu murmurei, reclamei e disse-lhe que
mais tarde tiraria. Então, caiu a ficha. De repente, lembrei-me do assunto sobre
o qual eu estava escrevendo.
A princípio, é claro, ponderei de modo tendencioso a simplesmente reti­
rar a seção sobre murmuração do capítulo. N o entanto, reconheci que, como
escritora cristã, não seria certo escrever apenas sobre as partes boas e felizes da
Bíblia e deixar de fora as coisas complicadas das quais não gosto, apenas porque
não queria tirar meus livros das caixas. Então, mantive essa parte do capítulo e
esvaziei as caixas. Quando term inei de desempacotar os livros — o que levou,
ao todo, cinco minutos — aprendi uma im portante lição de vida: norm alm en­
te, gasta-se menos tempo e energia fazendo a tarefa do que reclamando dela.
Guarde essa pepita com você por alguns dias e veja o quanto isso afeta sua
reclamação.
Sendo clara, não estou sugerindo que ignoremos nossos sentimentos.
Quando nos livrarmos da reclamação, não significa que viramos a Poliana e que
dizemos apenas coisas legais e felizes. Haverá vezes em que diremos aos nossos
amigos e parentes: “Isso é difícil, e estou com dificuldade”.

104.
p í u t u l f ^ u c o j i u ) . a .' i a a ô ivo n u u i d o

Recentemente, uma amiga m inha contou-me que seu irmão estava voltan­
do para a quimioterapia. Ele pensava que a mancha em seu fígado havia desapa­
recido e que, assim, estava livre da quím io; porém, infelizmente, apareceu outra
mancha em seu pâncreas. As palavras dele para a irm ã foram: “N ão sou um
murmurador, mas isso está ficando muito d ifícil”. Portanto, há diferença entre
reclamar e expor seus sentimentos. Devemos ser sinceros, honestos e verdadei­
ros; portanto, há momentos em que devemos lam entar e entristecermo-nos, e
não estou tentando dim inuir a im portância desses momentos.
Reclamar é diferente de com partilhar suas dificuldades ou seus sentim en­
tos quando a ajude ou o encorajamento de um amigo são necessários. Reclamar
é uma goteira constante de murmuração e reclamação; significa contar seus pro­
blemas várias vezes, sem, necessariamente, tentar encontrar um a solução para
eles. M urm uradores costumam usar as palavras sempre ou nunca em um bombar­
deio de decepções:

• Você nunca me ajuda.


• Eu sempre tenho de jogar fora o lixo.
• Você sempre me obriga a fazer o seu trabalho.
• Eu nunca tenho uma oportunidade de divertir-me.

Devemos examinar a nós mesmas e tomar cuidado com esses tipos de


reclamação. Em longo prazo, a murmuração pode dim inuir a nossa fé em nos­
so Deus amoroso e reduzir nossos esforços em fazermos algo positivo. Sendo
assim, consideremos o que está samdo de nossa boca. Estamos apenas compar­
tilhando, de maneira sincera, nossos sentimentos acerca das dificuldades, ou
estamos reclamando, repetidamente e sem fé, sobre nossa situação, sem orar ou
buscar uma solução possível;

Um argumento contra a contenda

E a contenda? Paulo não manda apenas fazer tudo sem m urm urar; ele também
mencionou fazer tudo sem contenda.
Com certeza, há momentos em que devemos fazer um pedido ou uma re­
quisição sábia; mas, assim como Ester, devemos fazer isso com amor, paciência

105
C a p ít u lo 6

e sabedoria. E, é claro, há momentos em que discordamos de alguém (todo côn­


juge sabe disso), mas não precisamos contender, brigar, nem ficarmos com raiva.
Podemos ter discussões sadias. E há momentos em que devemos concordar em
discordar. N o entanto, muitas vezes, contendas raivosas explodem quando exi­
gimos ser ouvidas ou quando fazemos as coisas do nosso jeito, sem considerar
o ponto de vista da outra pessoa.
Então, qual é o segredo para debater sem contender? M ais um a vez, creio
que a resposta é orar por sabedoria e pela ajuda de Deus antes de dar atenção a
um assunto. Espere o tempo certo, ore pedindo paz emocional e pondere cui­
dadosamente o que é ou não necessário dizer.
T iago oferece uma boa solução para quando se tratar de contenda: Sabeis
isto, m eus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para
se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de D eus.13 O fato de primeiro ouvimos
os outros tem um efeito tranquilizante neles e em nós. M uitas pessoas querem
apenas ser ouvidas; então, fazer o que Tiago diz sobre ser pronto para ouvir
pode dissipar uma boa quantidade de argumentos. Espere, recomponha-se, ore
antes de falar e, é claro, evite os efeitos destrutivos da ira. A ira em si é uma emo­
ção comum a todas nós, mas, em nossa ira, não podemos pecar ao magoarmos,
gritarm os ou hum ilharm os outras pessoas.
Paulo diz que há uma bela consequência para uma vida sem murmuração
ou contenda: ele manda parar de reclamar para que possamos tornar-nos filhos
de Deus irrepreensíveis e sinceros, sem culpa em meio a uma geração corrom­
pida e perversa. Ele acrescenta que resplandecemos como astros no mundo,
retendo a Palavra de vida.
Imagine só. E se todos os cristãos parassem de m urm urar e de contender?
E se fôssemos diferentes do restante do mundo, porque confiamos em Deus em
vez de murmurarmos? E se começássemos a interagir com sabedoria em vez de
contendermos raivosamente uns com os outros? O mundo ficaria espantado!
Então, ele poderia começar a ver-nos como filhos de Deus irrepreensíveis e
sinceros. Nossas luzes começariam a brilhar nas trevas, resplandecendo como
astros no mundo. Belos diamantes glorificando e honrando a Deus!
Podemos ter de morrer para alguns direitos. Podemos ter de pensar nos
interesses de outras pessoas como mais importantes que os nossos. Podemos
precisar servir em vez de exigir as coisas do nosso jeito. Paulo encerra esta se­
ção mencionando seu próprio sofrimento, não murmurando, mas com alegria.

106
[xmdct^u. comü/ ctâ-t/uxò i\Gs n u uu L o'

O apóstolo disse que mesmo que ele fosse derramado como libação, seria alegre
e se regozijaria com os filipenses. O quê? E ele diz mais: eles também deveriam
estar felizes e regozijando-se. Essa é uma bagunça no modo como enfrentamos
nossas dificuldades: com alegria e regozijo! Paulo viu a fidelidade e a redenção
de Deus por meio de seu sofrimento quando esteve na prisão em Filipos, e
agora, ele novamente as vê na prisão em Roma. O apóstolo poderia regozijar-
-se não apenas por causa das circunstâncias difíceis, mas também por causa da
consolação e do cuidado de Deus durante as dificuldades.
Como fazemos tudo sem murmuração nem contenda? De que maneira
resplandecemos como astros no mundo? Como ativamente vivemos por Cristo?
Tudo começa com hum ildade — nos momentos humildes, silenciosos e sozi­
nhos com Ele, no lugar secreto de oração, buscando Aquele que opera em nós
tanto o querer como o efetuar, segundo Sua boa vontade para conosco.

Busca pessoal

Leitura complementar: I Pedro 4 — 5 — Vivendo para Deus.


Verdade básica: Quando seguimos a Cristo e refletimos Sua hum ildade, res­
plandecemos como astros no mundo.
Escolhas:

• Busque a Cristo ativamente e não deixe sua caminhada cristã estagnar.


• Lembre-se: é Deus quem opera em nós tanto o querer como o efetuar,
segundo o Seu bom propósito.
• Busque a ajuda de Deus para ter a capacidade e o desejo de obedecê-lo.
• Busque a Cristo, e não um a porção de atividades.
• N ão perm ita que a murmuração e as reclamações tenham lugar em
sua vida.
• Afaste-se de discussões raivosas e não se imponha severamente.
• Perm ita que a luz de Cristo que há em você brilhe para que outras
pessoas possam ver a sua fé em ação e glorifiquem a Deus.
• Regozije-se com o que Deus faz mesmo em suas dificuldades.

Plano deliberado: Jejum de reclamação.

107
C a p ít u lo 6

Para seguir o desafio de Paulo, quero incentivar você a fazer um jejum de


reclamações e murmurações por três dias. Escreva bilhetes em notas autoade-
sivas para si mesma, dizendo: “Sem reclam ar!”, e cole-os pela casa, em lugares
onde você tende a murmurar. Você também pode colocá-los em seu carro e
no escritório. Busque ativamente a ajuda de Deus para encontrar satisfação e
esperança nele.
Durante seu jejum, quero m otivá-la a, todas as manhãs, passar um tempo
m editando na Palavra de Deus e em oração. Entregue seus cuidados ao Senhor e
peça Sua ajuda para guardar sua boca e sua mente da reclamação. Peça para Ele
alertá-la quando você começar a reclamar. Aviso: A falta de murmuração pode
surpreender sua família, seus amigos e seus colegas de trabalho, mas você será
uma pessoa mais feliz, e eles também! Prove, você vai gostar!

108 .
C A P ÍT U L O 7

CcLÍTLQ/ Qy CL ^j m Á l i A q J u l CL C X iriò X L ^ A X L ^ Õ u y ?

Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra
uns aos outros. Não sejais vagarosos no cuidado; sedefervorosos no espírito, servindo
ao Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade.
Romanos 12.10-13

“A consagração genuína, viva e teófila (que ama a Deus) pressupõe


amor de Deus e, portanto, é simplesmente puro amor de Deus.”
Francis de Sales

C Z ^ ^ ^ u e m são os heróis em sua vida? Separe um momento para pensar nas


pessoas que, ao longo de sua vida, têm inspirado você a ser alguém melhor ou a
encorajado a alcançar patamares mais altos. Pode ser alguém que você conheça
pessoalmente, ou um a pessoa sobre quem você leu em um livro, um a revista ou
na internet. Pode ser um ex-professor, um parente ou um amigo. A m aioria de
nós tem, pelo menos, um a pessoa para quem podemos apontar e dizer: “Ela foi
um grande exemplo para mim, e inspirou-me a ser uma pessoa m elhor”.
N o meu caso, tive muitos exemplos positivos em m inha vida. Srta. Bill-
man, m inha professora de Escola D om inical na adolescência, era a imagem da
m ulher piedosa. Ela conhecia a Palavra de Deus, refletia suas verdades em sua
C a p ít u lo 7

própria vida e desafiava os alunos a fazerem o mesmo. Seu modo gentil e sábio
de lidar com as pessoas e de conduzir-nos pelo caminho de Deus mostrou-me o
que significa viver por Cristo e segui-lo. O exemplo dela inspirou-me a tornar-
-me professora.
M eu pai foi outro forte exemplo em minha vida. Seu modo entusiasta e
positivo de olhar para as circunstâncias da vida ensinou-me a voltar meus olhos
para a esperança, e não para o desespero, independente do que acontecesse. M eu
pai im porta-se de verdade com as pessoas, e, ao observar seu amor em ação, sou
inspirada a estender a mão e a ser atenciosa e sensível com quem Deus coloca
em m inha vida.
Em uma escala maior, mulheres como Amy Carmichael, Corrie ten Boom,
Elizabeth Fry e Joni Eareckson Tada são grandes exemplos de mulheres que
viveram com paixão e propósito apesar das dificuldades que enfrentaram. As
histórias delas tocaram m inha vida e inspiraram-me em m inha jornada como
seguidora de Cristo. Posso olhar para trás e agradecer ao Senhor pelas pessoas
que Ele usou para influenciar-me, e assim, desenvolver certas características em
mim. A poderosa imagem de pessoas que vivem por Cristo com coragem e sem
medo pode servir para incendiar uma nova geração de cristãos. N o entanto, isso
não é, necessariamente, o que eles dizem que im porta. È como vivem. Os heróis
de minha vida exemplificam vidas transformadas. Eles são pregações colocadas
em prática.
As palavras de alguém podem influenciar-nos, mas seu exemplo de vida
tem o poder de tomar-nos, inspirar-nos, orientar-nos e transformar-nos. En­
quanto eu crescia, meu pai, m uitas vezes, citava um poema de Edgar Guest
intitulado “Sermons W e See” [Sermões Que Vemos, tradução livre], Este é o
verso que ainda ressoa em m inha mente: “Os melhores pregadores de todos são
os que vivem segundo o que acreditam, pois ver o bem em prática é algo de que
todas as pessoas precisam ”.
Assim, as pessoas em nossa vida podem ser pessoalmente fortalecidas pela
maneira como nos veem colocando o bem em prática. Nossos filhos aprendem a
falar de maneira bondosa e a perdoar ao verem o modo como lidamos com nos­
sos vizinhos. Incrédulos podem ser levados a Jesus por observarem um dedicado
seguidor de Cristo estender a mão e ajudar genuinamente um necessitado. A
senhora atrás de nós na fila pode ser incentivada a ser mais paciente ao observar

1 10
L íiín o í a vle/ulíicjt? Ía.u. c a n & a ^ ia ^ ã o ?

nosso comportamento paciente e gentil. U m a amiga pode, aos poucos, parar de


fofocar, à m edida que percebe nossos lábios prudentes e resguardados.
Tem gente observando! As pessoas estão notando o modo como adimos e
reagimos em várias situações da vida. Lembre-se da história de Paulo e Silas na
prisão em Filipos, sobre a qual falamos no capítulo um. Os outros prisioneiros
estavam atentamente observando Paulo e Silas reagirem com oração e louvor às
circunstâncias injustas. Por consequência, quando as cadeias caíram, eles não
fugiram, e o carcereiro veio a conhecer a Cristo. Sim, as pessoas estão reparando
como lidamos com as dificuldades e como reagimos em meio às circunstâncias
injustas. Elas estão observando como reagimos às frustrações e às tentações.
Nosso exemplo pode ajudar a jornada pessoal de alguém, em áreas como pureza
sexual, integridade, trabalho duro, disciplina, gentileza e bondade.

Vivendo e cuidando

Ao retomar nosso estudo, vemos que Paulo coroa sua exortação aos filipenses
acerca da hum ildade falando sobre dois homens sensacionais que viveram de
acordo com esse princípio. Tim óteo e Epafrodito priorizavam o interesse das
outras pessoas em vez dos seus próprios. Epafro... o quê? Você provavelmente
não ouviu falar muito sobre esse homem. Ele não escreveu um livro da Bíblia,
e também não teve algo escrito sobre si. No entanto, ele foi um influenciador
secreto e um herói importante. Deus usou esse homem na Igreja prim itiva para
importantes propósitos do Reino, e veremos que ele era m uito amado pelos
cristãos de Filipos.
E im portante notar que os heróis de nossa vida não são, necessariamente,
pessoas famosas e conhecidas por toda a comunidade cristã. Deus pode usar
uma de nós como uma professora de Escola D om inical que serve ao Senhor e
que demonstra o amor de Cristo em um a igreja do interior. O Senhor também
pode usar uma de nós como exemplo de uma seguidora fiel de Jesus para nossos
colegas de trabalho, enquanto trabalhamos em um cubículo de uma grande
corporação. Deus pode usar uma de nós como enfermeira, vizinha ou cliente de
lavanderia. N ão precisamos ser estrelas do rock para fazer a diferença na vida de
outras pessoas. Basta sermos fiéis. Os verdadeiros heróis são aqueles que vivem
em uma busca apaixonada por Deus, independente de serem ou não reconheci­
dos pelo mundo.

III
C a p ítu lo 7

Assim Paulo destaca Tim óteo e Epafrodito, dois homens cujas vidas fi­
zeram grande diferença, porque deram o exemplo de seguir a Cristo de todo o
coração. Dois caras que não desistiram quando as coisas ficaram difíceis. Dois
caras que honraram e cuidaram de outras pessoas antes de pensarem em si
mesmos.Paulo aponta a vida deles como exemplos do bem sendo colocado em
prática. Ele começa com Tim óteo:

E espero, no Senhor Jesus, que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu
esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. Porque a ninguém tenho de igual
sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; porque todos buscam 0 que é seu
e não 0 que é de Cristo Jesus. Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu
comigo no evangelho, como filho ao pai. D e sorte que espero enviá-lo a vós logo que
tenha provido a meus negócios. Mas confio no Senhor que também eu mesmo, em
breve, irei ter convosco .1

A partir desse trecho, aprendemos m uitas características importantes so­


bre Tim óteo. Leia novamente a passagem e anote tudo que aprende sobre ele.
Eis a m inha lista:

• Tim óteo é singular. N ão há outro como ele. A tradução literal é “não


há pessoa com a alma igual à dele”.
• Ele é singular porque tem um genuíno interesse pelo bem-estar dos
filipenses (enquanto os outros buscavam seus próprios interesses).
• Ele é um generoso servo de Cristo.
• Tim óteo busca, sobretudo, os interesses de Jesus Cristo.
• Tim óteo já tinha se mostrado aos filipenses.
• Ele é como um filho para Paulo. Nessa época, os gregos valorizavam
bastante o serviço que um filho fazia para o pai; portanto, Paulo está
fazendo um grande elogio a ele aqui.
• Ele trabalhava fielmente com Paulo pela obra do evangelho.

Podemos aprender mais sobre Tim óteo com outras passagens do Novo
Testamento. N o livro de Atos dos Apóstolos, descobrimos que Paulo, em sua
prim eira viagem missionária, conheceuTim óteo em Lista, sua cidade natal. A in­
da em Atos dos Apóstolos, aprendemos também que a mãe de Tim óteo era

112
C tím ü c a C cyiclaíictaa cmi.M itj/iacão ?

uma judia crente e que seu pai era grego. Os cristãos da região falavam muito
bem de Tim óteo, e isso motivou Paulo a levado em sua missão, embora tivesse
acabado de rejeitar outro jovem, João M arcos. N o entanto, temos aqui a maior
demonstração do comprometimento de Tim óteo em com partilhar o evange­
lho: ele concordou em ser circuncidado, pois não queria que sua m ista criação
grego-judaica causasse problema nas viagens missionárias. Isso mostra seu total
comprometimento!2
Tim óteo seguiu viagem com Paulo de cidade em cidade, encorajando ir­
mãos em Cristo. Aprendemos outros fatos sobre ele a partir da cartas que Paulo
enviou-lhe (I e 2 Tim óteo):

• Tim óteo era jovem."'


• Ele, provavelmente, era tím ido.4
• Sua mãe, Eunice, e sua avó, Loide, ensinaram-no sobre Deus e ajuda­
ram-no a amadurecer na fé.s

Quão belo é ver que a fé de sua mãe e de sua avó foi passada para T im ó­
teo. Sc você é mãe ou avó, nunca subestime o poder de seu exemplo! Tim óteo
prosseguiu para fielmente servir ao lado de Paulo, espalhando a mensagem de
Jesus Cristo. O apóstolo tinha tanta confiança no jovem, que lhe ordenou ficar
em Efeso para liderar a igreja de lá.6
Pessoalmente, ao olhar para Timóteo, lembro que Deus prepara-nos para
a obra que devemos fazer e que Ele opera além de nossas fraquezas. Ninguém
é o exemplo “perfeito”, senão o próprio Cristo. Todas nós temos imperfeições,
falhas e defeitos, mas Deus é forte em nossa fraqueza. Assim, Tim óteo tornou-
-se um influente exemplo para outros cristãos, apesar de ser jovem e tím ido. Ele
queria servir a Cristo e ao Seu povo de todo o coração, e isso significou suportar
a circuncisão, a viagem e a prisão, bem como aprender a sair de sua zona de con­
forto e cuidar dos outros genuinamente. Significou não pensar em sua imagem e
interesses, mas nos de Jesus Cristo. Esse, sim, é um exemplo poderoso!
Tim óteo compartilhava do mesmo apaixonado propósito de Paulo: pro­
clamar a mensagem do evangelho. Seus olhos estavam em Cristo, e não em si
mesmo. Ele não visava ser destacado e parabenizado como um grande exemplo,
mas apenas viveu por Cristo com todo o seu ser. Portanto, nosso objetivo não
deve ser crescer para sermos o melhor exemplo que podemos ser, mas, sim,

113 .
C a p ít u lo 7

tornarm o-nos mais parecidas com o M estre. E, para isso, precisamos estar mais
com Jesus. Ao passarmos tempo com Ele — Jiabitando nele ao longo do dia,
lendo Sua Palavra e permanecendo com Ele em oração — , nossa vida refletirá
o que significa seguir a Cristo. Seu amor abnegado em nós irá transbordar e
alcançar a vida de outras pessoas.

Tende-o em honra

Epafrodito, por sua vez, dá-nos outro exemplo de como tornar-se mais parecido
com Cristo. Eis o que Paulo escreve sobre ele:

julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador; e com­


panheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades; porquanto
tinha muitas saudades de vós todos e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido
que ele estivera doente. E, defato, esteve doente e quase à morte, mas D eus se apiedou
dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre
tristeza. Por isso, vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozi­
jeis, e eu tenha menos tristeza. Recebei-o, pois, no Senhor, com todo 0 gozo, e tende-o
em honra: porque, pela obra de Cristo, chegou até bem próximo da morte, nãofazendo
caso da vida, para suprir para comigo afa lta do vosso serviço.

Como podemos ver, Epafrodito — cujo nome significa “encantador” —


foi uma bênção para Paulo. Pense no que aprendemos sobre este personagem no
trecho em que o apóstolo fala dele. Eis o que entendi:

• Ele era um verdadeiro irmão, ou seja, crente em Cristo.


• Ele era um cooperador, ajudando tanto com as necessidades de Paulo
como servindo no ministério.
• Ele era um companheiro de guerra, um soldado nas batalhas espiritu­
ais que enfrentavam.
• Ele foi enviado aos filipenses como mensageiro e para cuidar das ne­
cessidades de Paulo.
• Seus sentimentos eram profundos. Epafrodito tinha saudade dos fili­
penses e ficou angustiado quando se preocuparam com ele.

114
C d nu» e a 0jz/iAojÍ âiâacl ca n ^0 ^ 10^00/?

• Ele não desistiu facilmente quando adoeceu.


• Ele arriscou a vida para ajudar Paulo e, principalmente, pela obra de
Cristo.
• Epafrodito era muito amado pelos filipenses.
• Paulo tm ha m uita consideração por ele.

Paulo estimava tanto Epafrodito, que incentivou os filipenses a honrarem


homens como ele. Em outras palavras, o apóstolo estava elogiando-o como um
grande exemplo que deveria ser honrado. Posteriormente, aprendemos nessa
mesma carta que Epafrodito também levou para Paulo um presente em dinheiro
dos filipenses, o que me mostra que ele não era apenas cuidadoso e compassivo,
mas também confiável e honesto.
E interessante que lemos a respeito de Epafrodito somente na epístola
aos Filipenses. Para mim, é evidente que ele desejava servir e sair de sua zona
de conforto pela obra de Cristo. Seu objetivo não era a própria fama, e sim, ser
usado por Deus para fazer o que Ele lhe orientasse.
O Senhor usou Epafrodito para fortalecer Paulo e para levar-lhe a ajuda
dos amados filipenses, da qual o apóstolo tanto precisava. Embora não tenha
escrito livros nem tenha se tornado um cristão famoso, de quem todo mundo
fala, ele foi essencial na obra de Cristo à m edida que servia a Paulo.
Alegro-m e com as m uitas formas como Deus usa-nos no Corpo de Cristo.
Alguns são pessoas extrovertidas, que estão pregando o evangelho, assim como
Paulo; já outros com partilham da obra do evangelho, como Tim óteo; e outros
atuam como as pessoas essenciais nos bastidores, como Epafrodito. Todavia,
todos são importantes na obra de Cristo. Todos têm um lugar significativo no
Remo.

Consagração versus movimento

N ão tente ser um bom exemplo. Você ficou um pouco surpresa por eu dizer isso?
Bem, é sério. Não tente ser um tipo de exemplo magnífico de cristã para outras
pessoas. Eu digo isso porque ser um exemplo não deveria ser o nosso objetivo.
Esse não era o objetivo de vida de Tim óteo, nem o de Epafrodito. A verdade é
que esses dois homens entregaram a vida a Cristo, e como consequência, a vida

115
C a p ít u lo 7

deles tornou-se um exemplo maravilhoso a ser seguido por outras pessoas. Não
foram suas ações que os tornaram grandes, mas, sim, os seus corações voltados
para Cristo e o profundo desejo que tmham de viver apaixonadamente por Ele,
independente do que isso custasse. A dedicação que tinham à obra de Cristo
surgiu de sua consagração e de seu amor pelo próprio Cristo.
A essência de um a vida consagrada não é a aparência externa. Afinal, é fácil
ser enganado pelas aparências. Podemos olhar para alguém que jejua sete vezes
por ano e pensar: “Essa, sim, é um a pessoa consagrada a D eus”. Podemos olhar
outra pessoa que passa a m aior parte de seu tempo alimentando moradores de
rua e pensar que sua consagração supera a nossa. E, com certeza, alguém que
estudou em um seminário e obteve pós-doutorado em teologia é, com m uita
sinceridade, consagrado a Deus. Certo? Bem, não necessariamente. A consagra­
ção ao Senhor pode manifestar-se em muitos desses modos, mas precisamos
tom ar cuidado ao classificarmos a aparência de um a vida consagrada, pois, às
vezes, a verdadeira evidência de um relacionamento sincero com Deus ocorre
em um lugar hum ilde e silencioso.
Francisco de Sales, escritor do século 16, que posteriormente se tornou
bispo de Genebra, escreveu de modo extensivo sobre os m istérios da vida espi­
ritual. Ele tinha o talento de usar metáforas e imagens cotidianas para retratar
profundas verdades espirituais. Como prolífico escritor, seus pensamentos exer­
ceram grande influência sobre a Igreja. Em uma de suas obras, intitulada Intro-
duction to the D evout Life [.Filotéia , edição brasileira], ele escreveu sobre a diferença
entre uma vida verdadeiramente devotada a Cristo e uma que apenas aparenta
ser. Ele começa referindo-se a um renomado artista de sua época e usa seu exem­
plo para ilustrar a vida visível versus a interior.

Em seus quadros, Arelius pintou todos os rostos segundo o modo


e a aparência das mulheres que amou; da mesma maneira, todos pintam
a devoção segundo suas próprias paixões e fantasias. Uma pessoa dada
ao jejum acha-se muito devota por jejuar, ainda que seu coração esteja
cheio de ódio. M uito preocupada com a sobriedade, ela não deseja mo­
lhar a língua em vinho ou até mesmo em água, mas não hesita em muito
beber do sangue de seu vizinho por meio de difamação e da fofoca.
Outra pessoa acha-se devota porque recita diariamente um vas­
to número de orações, mas depois de dizê-las, profere as palavras

116 .
( ? a m d e- a 'i e / i d a d e in a ' c a n A a ^ / i a ^ ã o y ?

mais desagradáveis, arrogantes e danosas em casa e entre os vizinhos.


Outro tira alegremente uma moeda da bolsa e entrega-a aos pobres,
mas não consegue extrair bondade de seu coração para perdoar seus
inimigos.
Outra perdoa seus inimigos, mas nunca paga seus devedores, a
menos que seja obrigada por lei. Todas essas pessoas costumam ser
consideradas devotas, no entanto, de modo algum o são. Os servos
de Saul procuraram Davi em sua casa, mas sua esposa, M ical, colo­
cou uma estátua na cama dele e cobriu-a com as roupas de Davi, e
assim, eles pensaram que ela fosse o próprio Davi que estava doente e
dormindo. Da mesma maneira, muitas pessoas vestem-se com certas
atitudes relacionadas à devoção santa, e o mundo acredita que elas são
verdadeiramente devotas e espirituais, quando, na verdade, elas são
apenas cópias e fantasmas de devoção.8

Após ler as palavras de Francisco de Sales, torna-se tentador sair por aí


tentando julgar quem tem ou não uma verdadeira consagração ao Senhor. No
entanto, devemos resguardar-nos de julgar os pensamentos e as intenções dos
outros. Em vez disso, vamos examinar a nossa própria vida e pensar no amor
que temos pelo Pai. A verdadeira consagração é um relacionamento completo
com Deus; portanto, é mais que um consentimento intelectual ou um a ação
externa. E um amor que envolve nossas afeições.
Paulo escreveu aos Colossenses: buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra 9 Como
lemos no Antigo Testamento, Deus disse aos israelitas: Amarás, pois, o SENHOR,
teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder.10 Jesus reiterou a
im portância desse mandamento quando lhe perguntaram qual era o m aior dos
mandamentos. Ele respondeu: Amarás o Senhor, teu D eus, de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todo o teu pensamento.11
Consagração a Deus significa amá-lo com todo o seu ser — desejando-
-o acima de qualquer coisa, permanecendo nele, descansando nele e habitando
nele. Todos os sinais externos de consagração fluem de uma realidade interior
de profundo amor pelo Pai.
Talvez você tenha dificuldades em aproximar-se de Deus, e pode ser
que isso aconteça porque teve um relacionamento difícil com seu pai terreno.

117.
C a p ítu lo 7

Amigas, à m edida que avançamos na epístola aos Filipenses, espero que vocês
sejam capazes de ver uma imagem nova de Deus. Ele é o amoroso Pai celestial
que permanece de braços bem abertos, convidando você a desfrutar de Seu
aconchegante abraço. Sm ta Sua consolação e Sua graça, que fluem de um amor
perfeito, e não de um amor humano.
Oro para que você experimente Seu amor sincero, o amor que ultrapassa
todo entendimento.

Ela é uma imagem viva

Susie Jennmgs poderia facilmente ter desistido de confiar em Deus e nas pes­
soas quando seu marido, com quem estava casada havia nove anos, saiu pela
porta sem dizer-lhe para onde ia. 30 dias depois, seu corpo foi encontrado a
centenas de quilômetros de casa, nas montanhas de Oklahoma, para onde ele
foi suicidar-se.
Após um período de tristeza, Susie sabia que não poderia viver com raiva
de Deus. Ela seria a prim eira a dizer-lhe que escolheu a alegria no lugar da tris­
teza, e assim, ela clamou ao Senhor para conduzi-la e mostrar-lhe o que deveria
fazer de sua vida. Trabalhando em tempo integral como enfermeira de grande
hospital do centro da cidade, ela dirigia por moradores de rua todos os dias.
Ela sentia Deus incom odá-la a alcançar os mendigos que via na rua, no entanto,
Susie ignorava aquilo.
Para ser bem sincera, Susie, na verdade, não gostava de moradores de rua.
Veja, durante sua infância, ela foi criada nas Filipinas, a mãe dela frequentemen­
te convidava moradores de rua à sua casa para cuidar deles, que comiam sua
com ida e pareciam invadir sua casa, e por isso, Susie não gostava deles. Entre­
tanto, agora, ela sentia Deus incom odá-la para levar-lhes cobertores! A diretiva
de Deus ficou tão nítida cm sua mente, que ela recolheu dinheiro de seus colegas
médicos e enfermeiros, comprou uma grande pilha de cobertores e os entregou
aos moradores de rua que encontrava a caminho do trabalho. Ela continuou
fazendo isso, e logo ficou conhecida entre os mendigos.
U m a coisa levou à outra; e hoje, Susie organiza a m aior festa de N atal para
moradores de rua do mundo. M ilhares e milhares vêm das cidades vizinhas, e
fam ílias desabrigadas vêm com seus filhos. Homens e mulheres tanto de abrigos

118
L o m o e u -.V/aludiM/ia eon^utj/iu^ão ■

locais como das ruas são levados de ônibus ao centro de convenções de Dallas
para que possam participar de uma celebração em homenagem a Jesus.
Ali, ela fornece-lhe comida, sapatos, cobertores, artigos de higiene pessoal,
Bíblias, cortes de cabelo, transformações de visual, telefonemas gratuitos, amor
e cuidado; além de consultoria de emprego, de habitação, de educação e outros
serviços sociais são oferecidos aos moradores de rua, e eles são até reunidos com
suas famílias. M ilhares de voluntários participam todos os anos. Susie recebe
doações e donativos para prover o que só pode ser descrito como um dom de
amor. I 7
Susie Jennings é literalm ente uma das pessoas mais alegres que já conheci.
Ele é uma guerreira de oração que irradia o amor de Cristo e que se alegra em
servir ao próximo. Quando não sabe o que fazer, ela ora. Quando não sabe de
onde virão as doações, ela ora. Quando tem problema com alguém, adivinhou,
ela ora! Susie é sinceramente consagrada a Deus, e sua confiança está nele. Ela
ama o Senhor de todo o coração, e você consegue ouvir isso em suas palavras,
quando ela fala sobre Jesus. M ais im portante que suas palavras, vemos sua con­
sagração a Deus transbordar em suas ações de caridade e de amor ao próximo.
Assim como Tim óteo e Epafrodito, Susie demonstra o que significa ter uma
vida completamente engajada em uma busca apaixonada por Deus.

Busca pessoal

Leitura complementar: 2 Timóteo — A carta encorajadora de Paulo a Timóteo.


Verdade básica: U m exemplo piedoso é o resultado natural de um relaciona­
mento íntim o e permanente com Cristo.
Escolhas:

• Ame ao Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, alma, pensamento
e força.
• Deus preparou cada uma de nós com dons e talentos singulares.
• Viva com sabedoria e coragem.
• Honre outras pessoas servindo-as.
• Tenha um interesse genuíno no bem-estar do próximo.
• Trabalhe sinceramente para o Senhor, e não para homens.

119
C a p ít u lo 7

• Seja sinceramente consagrada a Deus, e não apenas ocupada com ações


externas.
• Peça para Deus usá-la para afetar a vida de alguém por Cristo.

Plano deliberado: Agradeça a um herói.


Aproveite a oportunidade para escrever ou telefonar para alguém que tem
servido com um exemplo positivo e amoroso para você. Pode ser porque essa
pessoa simplesmente tem demonstrado o amor e o perdão de Deus, realizado
algum ato de bondade a você, ou talvez porque tem vivido em abnegado serviço
pelo evangelho. Seja por algo grande ou pequeno, tire um tempo para dizer a
essa pessoa que seu exemplo como seguidora de Cristo tem influenciado você.
Assim como Paulo encorajou Tim óteo e Epafrodito, todas nós precisamos de
um a palavra de encorajamento de vez em quando, para sabermos que fizemos a
diferença na vida de alguém. Ao escrever seu bilhete, você também estará tendo
um interesse genuíno no bem-estar de outra pessoa e fazendo a diferença na
vida dela, demonstrando o amor de Cristo por meio do dom de encorajamento.

120
C A P ÍT U L O 8

^ A À / U X n Á x iy - ÀC/ d o íxíC Q y pO / td /

a c L p i x / u / t Q/ c p x e a u r u z A Í jjr \ Á ^ Q ^ y

Quanto a mim, não vou me orgulhar de nada a não ser a cruz do nosso Senhor
Jesus Cristo. Por causa daquela cruz, f u i crucificado aos olhos do mundo, libertado
da atmosfera sufocante da necessidade de agradar os outros e me encaixar nos padrões
mesquinhos ditados por eles. Percebem que esta é a questão principal? Não é o que
fazemos, como submeter-se à circuncisão ou rejeitá-la. E o que Deus está fazendo, e
ele está criando algo novo, uma vida livre!
Gálatas 6.14,15 A M ensagem

£
“O veneno mais eficaz em levar o homem à ruína é gloriar-se de si
mesmo, de sua própria sabedoria e de seu poder.”
João Calvino

/indsay sentia um grande orgulho em recortar e organizar seus cupons


de desconto, ao ponto de isso quase se tornar um a obsessão. Ela acompanhava
as promoções e esperava pelos dias de cupons duplos do mercado Super Saver
M arket local. Ela cuidadosamente planejava a lista de compras de acordo com o
seu orçamento, garantindo que sobrariam alguns dólares para comprar biscoitos
açucarados com cobertura rosa e granulados como recompensa. Lindsay até
C a p ít u lo 8

criou um blog com dicas sobre como viver com menos. Fazer compras era mais
que uma tarefa para ela; era uma aventura e uma montanha a ser escalada!
N o mercado, Lindsay costumava passar um bom tempo escolhendo com
cuidado as marcas certas de acordo com seus cupons de desconto. U m dia,
após um a compra especialmente satisfatória, ela aproximou-se da nla do caixa
com um sorriso confiante, sabendo que economizaria mais de cem dólares em
compras para a casa e em diversos itens sortidos. Depois que a caixa term inou
de passar todos os itens, o inesperado aconteceu. Enquanto Lindsay pegava
seu envelope cheio de cupons, a caixa disse algo que acabou com a festa dela:
“Desculpe, mas não poso aceitar nem seu dinheiro nem seus cupons para estas
compras”. O quê? Depois de todo o trabalho que ela teve e de todos os cálculos
excessivos, a loja não aceitaria seu dinheiro nem seus cupons:
Lindsay sentiu o coração palpitar e estava prestes a explodir como o vulcão
Vesúvio, quando a caixa sorriu para ela e disse-lhe calmamente: “Suas compras
já foram pagas pelo novo dono do mercado. Ele quer criar bons relacionamen­
tos com os clientes; por isso, decidiu escolher aleatoriamente algumas pessoas
que estavam aqui hoje e pagar as compras delas. Hoje é o seu dia de sorte!”
Você pensaria que Lindsay deu pulinhos e gritou: “U -huh! N ão acredito.
Eu me dei bem!” M as, vejam só, a vida dessa mulher era dedicada a contar os
centavos e a recortar os cupons. Além disso, ela tinha uma reputação a zelar
com os leitores de seu blog, e não podia simplesmente ganhar tudo. Então, na­
quele momento e local, Lindsay disse à caixa: “Obrigada, mas não aceito”, e
saiu do mercado, deixando para trás sua cesta conquistada arduamente. Ela logo
encontrou outro mercado na mesma rua que valorizava seus cupons e entendia
o cuidadoso planejamento que ela havia feito para sua experiência de compras.
Nesse ponto, você provavelmente está pensando: “Bem, essa é a história
mais m aluca que já ouvi. N ão pode ser verdadeira”. E você tem razão. Sim, eu
inventei essa história boba sobre a Lindsay, que vive, respira e morre em função
de recortar cupons. E, é claro, não conheço um mercado que ofereça compras
grátis a clientes aleatórios.
N o entanto, eu quis ilustrar o quanto é ridículo recusar um presente só
porque você esforçou-se m uito para consegui-lo. Lindsay ignorou o precioso
presente do dono porque estava muito apegada ao valor de seus cupons e de seu
empenho. Da mesma maneira, os líderes religiosos da época de Paulo não con­
seguiam desapegar-se do que já haviam conquistado. Eles tinham tanto orgulho

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oL l C suiru ix is-á JZ ' cLos 'Llxxl/pxxaxl axlcjxu/ua.' Qy cptui- <Lu x € A Í u n o * ie £

de suas conquistas e da justiça que haviam conquistado seguindo a Lei, que,


aparentemente, não conseguiam compreender o verdadeiro tesouro da graciosa
dádiva de Deus por interm édio de Jesus Cristo.
Acho que você poderia dizer que os judaizantes (judeus cristãos que equi-
vocadamente acreditavam ser essencial o cumprimento das leis do Antigo Tes­
tamento por parte dos gentios) queriam apegar-se a seus cupons premiados na
forma de sua reputação e de seus atos de justiça. Eles estavam consumidos pelo
que acreditavam ter conseguido por méritos próprios. Seu orgulho os cegava
para o fato de que Deus oferece a salvação por interm édio de Seu Filho Jesus,
como um dom gratuito a todo aquele que o receber mediante a fé.
Podemos apontar-lhes o dedo e pensar o quão tolos eram aqueles lideres
religiosos, mas, novamente, m uitas de nós apegam-se a certos cupons, e pensam
que eles nos deixarão bem com Deus. Pertencer a certa igreja, participar de
viagens missionárias, memorizar longas passagens da Bíblia, abster-se de álcool
ou dar aula na Escola D om inical podem tornar-se motivos de vanglória na
comunidade cristã.
Todas essas conquistas são todas boas e agradáveis, mas elas não nos farão
conquistar mais do amor de Deus, nem pagam o preço da nossa salvação. Elas
também não obrigam o Senhor a responder às orações exatamente como que­
remos que Ele faça, como também não garantem sucesso no mundo. Em sua
carta aos filipenses, Paulo deixa bem claro que esses cupons dourados das boas
obras são múteis se comparados a conhecer nosso Senhor, Cristo Jesus. Inúteis.
Caramba! Quero que meus cupons de trabalho duro e de justiça valham para
alguma coisa. Agora eu pareço a Lindsay. E achávamos que a boba era ela!

Cuidado com os cães

Por eu ser dona de dois mastiffs, obviamente gostamos de cachorros em nossa


casa, mas parece que nossa atual cultura exagera quanto à adoração a animais de
estimação. H á spas com dia do cachorro e butiques especializadas surgindo por
toda a cidade. U m a loja local chama-se “R eigning Cats and Dogs”. Eu gosto
muito do nome criativo, e só consigo im aginar que todo anim al que ganha algo
dessa loja é tratado como realeza em sua casa. Sem dúvida, cães e gatos foram
elevados a um alto grau de importância, mas nem sempre foi assim. Nos tem­

123
C a p ít u lo 8

pos de Paulo, os cães perambulavam pelas ruas e eram considerados necrófagos


imundos. O termo cão era usado de modo pejorativo pelos judeus em referência
aos gentios, mas Paulo usa o mesmo para referir-se a outro grupo de pessoas.
Vamos ver com Paulo continua sua carta.

Finalmente; meus irmãos, alegrem-se no Senhor! Escrever-lhes de novo as mesmas


coisas não é cansativo para mim e é uma segurança para vocês. Cuidado com os cães,
cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão! Pois nós é que
somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em
Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne; embora eu mesmo tivesse razões
para ter tal confiança. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu
ainda mais: circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo
de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei,fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da
igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.1

Observe que Paulo começa essa seção dizendo Finalmente, o que significa
que ele estava mudando o assunto do trecho anterior da carta. Podemos obser­
var uma mudança em seu tom quando ele passa do elogio a Tim óteo e a Epafro-
dito como heróis na fé para um alerta aos irmãos em Cristo sobre os inimigos
da fé. Embora o apóstolo esteja prestes a pegar pesado com os judaizantes, ele
começa essa seção com uma ordem positiva: regozijem -se no Senhor. As palavras-
chaves aqui são no Senhor. Ele queria que seus amados filipenses se lembrassem
de que há grande alegria no Senhor, e não nas circunstâncias, nas conquistas ou
nas pessoas. Nossa salvação vem de Deus, e há alegria em encontrar esperança
e satisfação nele. Aparentemente, os filipenses precisavam de uma advertência,
porque eles eram uns do que tentavam roubar a alegria de sua salvação ao reali­
zarem certas obras a fim de serem salvos.
Paulo também lhes disse que não via problema em alertá-lo de novo: apa­
rentemente, ele já havia mencionado essa preocupação antes. O apóstolo sabia
que seu alerta merecia ser repetido como m edida de segurança, para que eles
não fossem enganados por falsas doutrinas e ideias. Assim, a repetição não é
uma coisa ruim . Ainda consigo ouvir meus pais dizerem certas lições de vida,
porque eles repetiam m uitas vezes essas verdades, e ainda bem que eles fizeram
isso. Perturbar nosso m arido não é uma boa forma de repetição, mas repetir

12 4 .
, V"l Ut ui t > - k'/ ti o f!i x o - pxtyra o  i ^ U l/ U A . O /C ^JU ií Q. L t u L A Í u n A ^ e . ^ '

verdades im portantes que nossos filhos precisam aprendam pode algo ser bom
quando falamos com amor e sabedoria.
O alerta que Paulo fez aos filipenses era para que cuidassem daqueles cães,
ou seja, de homens que praticam o mal. A m aioria dos teólogos concorda que
ele provavelmente se referia aos judaizantes. Ao chamá-los de cães e de esses que
praticam o mal, Paulo estava atingindo o âmago dos corações judeus presos à lei.
Eles orgulhavam-se de sua justiça absoluta, considerando-se distantes do mal e,
certamente, não semelhantes a cães sujos e nojentos.
O orgulho espiritual era o cerne da motivação judaizante. Eles haviam
construído sua vida e sua reputação em observar a lei e os ritos cerimoniais.
Com certeza aqueles cupons dourados deveriam valer algum a coisa! Os judai­
zantes não poderiam abrir mão de sua confiança nesses elementos, e pensavam
que poderiam ganhar pontos para a salvação. Para eles, era complicado demais
compreender que a salvação é um dom gratuito de Deus, que pode ser recebi­
do por meio da fé. Em vez de ver as boas obras e os atos de justiça como um
resultado de sua fé em Cristo, eles consideravam isso como um requisito para
a salvação, e por isso, exigiam que os gentios cristãos também seguissem as leis
judaicas.
A circuncisão era um a das maiores questões judaizantes, pois eles não
poderiam im aginar que Deus perm itiria que pessoas incircuncisas fizessem par­
te de Seu Reino. Observe que Paulo nem chama isso de circuncisão, mas, em
vez disso, alerta contra a fa lsa circuncisão, que é um term o usado em referência a
pagãos e a profetas de Baal que mutilavam o corpo em rituais frenéticos. Dessa
forma, Paulo deixa claro que a circuncisão não é um requisito para a salvação.
Assim como os judaizantes queriam acrescentá-la ao pagamento pela salvação,
Paulo destacou que ela era inútil.
Para piorar a situação, Paulo começou a enumerar as conquistas em sua
própria vida pelas quais ele poderia gloriar-se. Ele poderia vangloriar-se não
apenas por ser israelita, mas também por pertencer à estim adíssim a tribo de
Benjamim, e também por ser fariseu, ou seja, cheio de zelo. Em m atéria de jus­
tiça legalista, ele era inculpável! Se alguém podia gabar-se de seus esforços, esse
alguém era Paulo; contudo, ele exagerou para garantir que todos entendessem
que as coisas externas não im portam para Deus. È o relacionamento íntimo
com Cristo que im porta. Desse modo, devemos perguntar a nós mesmas: “Con­
fio m inha salvação a Cristo, ou confio a coisas externas, como no fato de ter

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C a p ít u lo 8

nascido em um a fam ília cristã, frequenta uma escola cristã, de contribuir com
ministérios ou no fato de que levo uma vida praticamente perfeita?”
O desempenho exterior não pode substituir o compromisso interior com
Cristo, pois há m uitas pessoas “brincando de igreja” que não o conhecem ver­
dadeiramente. N unca seremos boas o bastante nem capazes de conquistar o que
somente Deus pode dar-nos. Nossos cupons não têm valor em Seu mercado. O
dono pagou tudo. A liberdade da culpa pelo pecado e a promessa de vida eterna
nos foram oferecidas por meio do sangue de Cristo. Ele pagou nosso resgate, e
nossa parte é apenas receber esse dom por meio da fé. A verdadeira justiça vem
de Deus.
A contabilidade nunca foi meu forte, mas eu entendo os termos lucro e
perda. Paulo usou esses dois termos contábeis para ajudar-nos a entender o valor
de nossas obras comparado ao valor de conhecer a Cristo. Ele escreveu assim:

Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do co­
nhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, p or cuja causa perdi todas as coisas. Eu as
considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a
minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a f é em Cristo, a
justiça que procede de D eus e se baseia na fé . Quero conhecer a Cristo, ao poder da
sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua
morte para, de alguma form a, alcançar a ressurreição dentre os mortos.2

Ao fazer a contabilidade de todas as conquistas e referências de sua vida,


Paulo criou uma lista de ganhos e outra de perdas. A m aioria de nós colocaria
todas as grandes coisas que já fizemos na coluna de ganhos: ser um membro
ativo da liderança da igreja, visitar um amigo no hospital, falar de Cristo para
alguém do ônibus, ajudar a fazer sopa para moradores de rua — todas essas
coisas são motivos para gabar-se e contar como ganho. N o entanto, Paulo diz
que coloca esses tipos de coisa na coluna de perdas por causa de Cristo. Essa é
uma afirmação definitiva e extremamente clara. Paulo não estava acumulando o
que ele fazia pela sua própria salvação; o que conta é o que Cristo fez.
O apóstolo até dá um passo além quando considera tudo como perda. Ele
foi além de suas referências e conquistas, e colocou todas essas coisas de sua vida

126
A-(-Oauu*Iu-acda íi.Vi’ pu/ul ailtjUf/u/La tjuc c Lnc^tmiáO^f

na coluna de perdas. A palavra tudo abrangeria pessoas que ele conhecia, bens
que ele tinha e lugares em que morou.
Acho que Paulo estava dizendo que todas essas coisas são uma perda e que
elas não fazem de mim quem eu sou. Ele despiu-se de todas as coisas que po­
deriam dar-lhe im portância e, em vez disso, encontrou seu propósito e salvação
somente em Cristo. Enquanto escrevo isso, chego ao ponto de examinar minha
própria vida e penso: “O que é meu tudo ?” Estou disposta a entregar tudo em
que estou propensa a encontrar propósito e colocar isso em minha coluna de
perda? Sou capaz de dizer: “E Cristo quem me dá valor?”
Todos esses cupons dourados que acumulei ao longo de anos realizando
boas obras e construindo meu status e minha reputação não me deixam em paz
com Deus. Eles não garantem salvação, não me dão mais amor de Deus, nem
satisfazem os profundos anseios de minha alma. Tentar encontrar meu valor em
conquistas exteriores e em status apenas me deixará decepcionada e frustrada.
Somente Cristo! N ele eu vivo, movo e existo. Ele não me decepciona. O Senhor
ama todo o meu ser, e por intermédio dele, posso ser chamada filha de Deus
e coerdeira de Sua graça. Que segurança há em saber que meu valor vem dele!

Toma minha vida e faze-a

Em sua breve vida aqui na terra, Francês Havergal teve sua cota de decepções,
mas também experimentou as gloriosas riquezas de conhecer a Cristo de uma
maneira profunda e permanente.
N ascida em 1836, na Inglaterra, Francês teve o que os vitorianos chama­
vam de “saúde frágil”. Durante grande parte de sua vida, ela suportou doenças
e dor física, contudo, seu espírito estava cheio da alegria do Senhor, a qual ela
expressava por meio de sua poesia e de seus hinos. Como talentosa compositora,
suas letras eram devocionais por natureza, levando os cristãos a uma caminhada
mais íntim a com Cristo. Conhecida como a “poetisa da consagração”, Francês
exemplificava a beleza de viver por Jesus ao sempre estender a mão para ajudar
quando via alguém com alguma necessidade espiritual ou física, apesar de suas
próprias incapacidades.
A letra de um de seus mais amados hmos, “Take my Life and Let It Be”,
demonstra seu dedicado coração por Cristo e sua motivação em ajudar outras
pessoas.

127 .
C a p ít u lo 8

Toma minha vida, e faze-a consagrada, Senhor, a ti.


Toma minhas mãos, e torne-as impulsionadas pelo Teu amor.

Seu primeiro hm áno foi publicado em 1869, mas, infelizmente, a editora


foi à falência cinco anos depois, e isso deu fim a sua carreira editorial nos Es­
tados U nidos por um tempo. Apesar do prejuízo que sofreu em sua renda, ela
pôde dizer: ‘“Seja feita a Tua vontade’ não é um lamento, mas uma canção! [...]
N ão tenho medo, nem dúvida, nem preocupação, nem sombra sobre o brilho
do sol em meu coração”. Dois anos depois, houve um incêndio nos escritórios
de sua editora inglesa, levando o único exemplar completo de seu manuscrito
chamado Songs o f Grace and G lory [Canções de graça e glória, tradução livre].
Francês teve de recomeçar as letras e as músicas. Ela escreveu às suas irmãs:
“Agradeci mais a Deus do que orei a respeito. Foi isso que Ele fez comigo ano
passado, essa é outra lição aprendida” . Felizmente, Deus concedeu-lhe força, saúde
e capacidade de reescrever sua obra.
Quando Paulo escreveu considero tudo como perda, comparado com a suprema grande­
za do conhecimento de Cristo Jesus, creio que Francês entendeu a intenção dele. Uma
coisa é saber sobre Deus, mas experimentá-lo de maneira real, de modo que Ele
conceda-lhe significado, propósito, alegria e força apesar das circunstâncias, é
outra m uito diferente. Eis um a observação interessante sobre Francês: segundo
sua irm ã, “Francês havia memorizado todos os Evangelhos e as Epístolas, bem
como Isaías (seu livro preferido), os Salmos, os Profetas Menores e Apocalipse”.3
Ufa! Devo dizer que Francês foi uma pessoa que amava a Deus de todo o co­
ração e que apaixonadamente o buscava de todo o pensamento, alma e força.
A suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus é um a expressão poderosa.
Conhecimento, em grego, gnosis, usado em Filipenses 3.8, na verdade, significa
“buscar conhecer”, como em um inquérito ou em uma investigação. Im plica em
uma busca ativa. Paulo escolheu essa palavra porque significa “conhecer algo ou
alguém de modo experimental ou pessoal”. Acho que ele queria encorajar seus
irmãos e irmãs cm Cristo a irem além do conhecer a Cristo para alcançarem um
íntim o relacionamento com Ele. Uma coisa é o conhecimento intelectual sobre
alguém; outra é passar um tempo com essa pessoa, conversar com ela e tornar-
-se íntim o dela.
Paulo mencionou pela segunda vez na passagem que ele quer conhecer a
Cristo e o poder da Sua ressurreição. Eu também! Quem não gostaria de expe­

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\' l O t u k ’ d w Í í x j Q. p x i / u x clÁ í ^ u Í / l í a .' Qy t|U (i í i/iest f t m a O T

rim entar o tipo de poder que ressuscitar um homem? M as Paulo não parou por
aqui; ele também queria conhecer a comunicação das aflições de Cristo. Epa!
Bem, talvez eu não chegue a esse ponto. Posso facilmente dizer sim ao conheci­
mento da virtude da ressurreição de Cristo. Deixe-me voltar sobre com partilhar
de Seus sofrimentos.
Tenho vergonha de admitir, mas m inha lealdade parece ser superficial, e
acho que você também sente o mesmo. Como Paulo chegou ao ponto de querer
o conhecimento e as aflições de Cristo? E amor. E um relacionamento de amor.
Os votos de casamento fazem-nos lembrar desse tipo de amor. Por meio deles,
ouvimos um casal prometer que se amará “N a riqueza e na pobreza, na saúde e
na doença, até que a m orte nos separe”.
O verdadeiro amor permanece tanto nas partes boas como nas ruins. Em
sua carta aos Efésios, Paulo comparou os votos m atrim oniais ao seu relaciona­
mento com Cristo quando escreveu: Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se
unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande ê este mistério; digo-o, porém, a respeito de
Cristo e da igreja.4 Assim como uma noiva adora seu marido e está disposta a viver
os tempos bons e os tempos ruins com ele, assim também devemos adorar nos­
so Senhor. Paulo estava disposto a suportar a aflição, porque conhecia e amava
a Cristo. Francês Havergal foi capaz de ser feliz apesar das dificuldades, porque
seu coração estava centrado em Cristo, e ela adorava a Ele mais do que a qual­
quer outra coisa. Quando é a Cristo que veneramos, tudo o mais perde a graça.

0 chamado

Deus sempre nos chama a conhecê-lo. Lemos sobre Jeremias levando uma men­
sagem do Senhor aos israelitas no Antigo Testamento:

Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sáhio na sua sabedoria, nem se glorie ofo rte
na sua força ; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se
nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, quefa ço beneficência, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR .s

Oh, gloriosa vaidade! N ossa glória não deve ser baseada no que fazemos,
mas em conhecer e compreender quem Ele é. Você e eu buscamos conhecer a

1 29 .
C a p ítu lo 8

Cristo com sinceridade e de modo contínuo? N ão apenas saber sobre Ele, mas
conhecê-lo e ter um relacionamento com Ele, vivenciando Sua presença nas
atividades corriqueiras de nossa vida? A oração é uma das maneiras pelas quais
aprofundamos nosso relacionamento com o Senhor. È uma conversa constante
com Ele, e não deve reservar-se apenas às refeições e aos cultos. Nossa conversa
com Deus desse ser experimentada continuamente ao longo do dia. Gosto do
modo como H enri Nowen refere-se à sua intim idade com o Senhor colocando
em prática a Sua presença.

Acho que orar não significa pensar em Deus em oposição a pensar em


outras coisas, ou passar um tempo com o Senhor em vez de passar
com outras pessoas. Em vez disso, significa pensar e viver na presen­
ça de Deus. Logo que começamos a dividir nossos pensamentos em
pensamentos sobre Deus e pensamentos sobre pessoas e aconteci­
mentos, tiramos Deus de nossa vida diária e o colocamos em um pe­
queno nicho piedoso onde podemos ter pensamentos e sentimentos
piedosos. Embora separar um tempo exclusivo para Deus, e apenas
para Ele, seja importante, e até indispensável, para a vida espiritual, a
oração pode tornar-se incessante quando todos os nossos pensamen­
tos -— bonitos ou feios, altos ou baixos, orgulhosos ou vergonhosos,
tristes ou alegres — podem ocorrer na presença de Deus. Portanto,
converter nosso pensamento incessante em oração incessante leva-nos
de um monólogo egocêntrico para um diálogo centrado em Deus.
Isso requer que transformemos todos os nossos pensamentos em
conversa. A principal questão, então, não é o que pensamos, mas a
quem apresentamos nossos pensamentos.6

Charles Spurgeon disse: “A cura para a vanglória é gloriar-se o dia inteiro


no Senhor”.7 Ao pensarmos em todas as conquistas e realizações das quais
podemos gloriar-nos, que possamos considerá-las esterco, se comparadas à ex­
celência do conhecimento de Cristo. Aos andarmos perto dele em amorosa
oração, nossos olhos se voltarão para Ele, e nossa glória estará verdadeiramente
nele. Oh, conhecê-lo mais e mais e entender a enormidade de Seu amor! Ao
encerrarmos este capítulo, deixo-lhes a oração de Paulo por seus irmãos em
Cristo:

130
oLüi'uinda.'-à.e/clcL'Cuta^pa/ux aAxyjJvujv o cp.u’ q m eJ iíju n cu ía t?

Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé , no vosso
coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor; poderdes pefeitam ente
compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e
a profundidade e conhecer o amor dle Cristo, que excede todo entendimento, para que
sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fa z er tudo
muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder
que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para
todo o sempre. Améml&

Busca pessoal

Leitura complementar: Gálatas 3-4: Paulo defende a fé.


Verdade básica: Conhecer a Cristo e andar em um relacionamento de amor
com Ele é a maior busca da vida.
Escolhas:

• Pense nas coisas sobre as quais você tende a gloriar-se, e considere-as


esterco.
• Busque a Cristo apaixonadamente e adore-o acima de tudo.
• Deseje conhecer o poder da Sua ressurreição.
• Reconheça que o conhecer inclui a comunhão de com partilhar Suas
aflições.
• Alegre-se no Senhor, e não nas circunstâncias.
• Aproxime-se de Deus por meio da intim idade da oração.
• Experimente Sua presença por meio de pensamentos de oração o dia
inteiro.
• Encontre significância para si somente em Cristo.

Plano deliberado: Glorie-se no Senhor. Livre-se do esterco.


N o tocante à sua vida espiritual, no que você tende a gloriar-se? T ire um
momento para pensar e escreva em um pedaço de papel algumas das áreas nas
quais você tem dificuldade em relação aos “cupons” cristãos e ao direito de

131
C a p ít u lo 8

gloriar-se. Se tiver dificuldade em identificar algumas áreas de orgulho, apenas


pense por um momento sobre como você preencheria as lacunas abaixo:

Um cristão fo r te jam ais f a r i a _____________________ .


Um verdadeiro cristão deve sem p re ___________________________________ .
D eus fica ria impressionado comigo e responderia às minhas orações porque eu

Suas respostas nessas lacunas provavelmente dirão do que você orgulha-se


como cristã. Agora, pegue o pedaço de papel com as suas respostas, rasgue-o
e jogue-o fora. Essa é apenas um a maneira prática de lembrar a você que essas
coisas são esterco se comparadas a conhecer Cristo. Agora, pegue um pedaço de
papel ou um diário em branco e comece a escrever as qualidades do Senhor que
você ama e adora. Agradeça-o e louve-o enquanto escreve. Pratique conversar
com Ele ao longo do dia.

132
C A P ÍT UL O 9

t s ò O^VQJ^VL Q y p a â A a c l Q y Cy p/ U lòA Ã X jX V

pa/L O y aX |xUi£o/ CJXLC/ £ & io / pQ /l/ sltA /

Nao sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só
leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
I Coríntios 9.24

“Não cessemos que fazer o máximo, para que possamos incessante­


mente prosseguir no caminho do Senhor; e não nos desesperaremos
por causa da pequenez de nossas conquistas.”
João Calvin o

à vezes, olho para trás e arrependo-me por ter assentido em fazer algu­
ma coisa. M ais recentemente — não sei o que me deu — •, concordei em partici­
par de uma corrida de 5 km com minha filha. Como fui uma grande corredora
na época da faculdade, você poderia achar que ainda sou. Bem, nem tanto. N a
verdade, parei de correr depois da faculdade (há 20 e tantos anos), porque meus
joelhos já não gostavam mais disso. M as, quando m inha filha sugeriu que cor­
rêssemos juntas, eu pensei: “N ão deve ser tão difícil?”
Deixe-me dizer o quanto foi difícil. N ão que eu esteja reclamando — por­
que abandonei a murmuração após escrever o capítulo seis — mas quero que
C apítulo g

você saiba que, quando comecei a treinar para a corrida, meus joelhos doeram,
eu m al conseguia respirar, e meus músculos doeram sem parar por 2 4 horas.
Porém, eu não queria deixar m inha filha chateada, então, continuei treinando
para o grande evento. Pouco antes de a corrida começar, incentivei minha filha a
prosseguir e a correr em seu próprio ritmo, sem preocupar-se em correr comigo.
Ela aceitou minha graciosa oferta e correu à frente nos primeiros 4 0 0 metros.
Eu, no entanto, arrastei-me. Sinceramente, é assim que descrevo meu ritmo:
rastejante. Ofegante, lenta como um a lesma, rastejei até a linha de chegada.
Ê engraçado como algumas palavras ou frases vêm à mente quando você
está correndo. A palavra prossiga ficou circulando pela m inha mente, sobretudo
quando encarei uma gigantesca colina pouco antes da linha de chegada. Por que
eles colocaram a lmha de chegada no alto de uma colina? Prossiga era só o que
conseguia pensar. Eu tinha um objetivo em mente, e este era prosseguir e cruzar
a linha de chegada. Digamos que eu não era a imagem do preparo físico e da
agilidade; por isso, senti um grande alívio quando meu pé cruzou aquela linha.
E claro, m inha filha já estava lá esperando por mim. Ela teve tempo de sobra
para esperar-me, e já tinha se refrescado e pegado algo para beber. N ão sei se
eu chamaria essa corrida de vitória, mas aprendi um pouco sobre perseverança e
sobre prosseguir para um objetivo.
Paulo usou a analogia de um atleta em um a corrida para transm itir a ima­
gem de sua própria busca pessoal para ser como Jesus. Em nosso últim o capítu­
lo, lemos sobre o profundo desejo de Paulo de conhecer a Cristo, ao poder da
Sua ressurreição e a participação em Seus sofrimentos. O apóstolo considerava
tudo que podia trazer-lhe orgulho ou glória como esterco se comparados à
excelência de conhecer a Cristo e até de tornar-se como Ele em sua morte. No
entanto, Paulo também usou a corrida para ilustrar a perseverança necessária
na vida cristã à m edida que nos aproximamos da linha de chegada. O apóstolo
tinha acabado de dizer que queria tornar-se como Cristo em sua m orte e, pos­
teriormente, alcançar a ressurreição dos mortos. Todavia, ele assegurou aos seus
leitores que ainda não estava pronto para obter o prêmio do céu. Paulo escreveu
desta maneira:

Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo
para o quef u i também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que
o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás

134.
cjutL^a. a pxiôAadti/ Q p/ta&ô t ija pxx/ui cn^uxia t^iLe eà-ta. p o/i v'i/L

^/íaim e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.1

Paulo não estava na glória ainda, mas estava indo nessa direção. Ele pla­
nejava prosseguir para a lm ha de chegada. Assim como m inha corrida, a jornada
pode não ter sido fácil, mas ele tinha o objetivo final em mente, e perseveraria
até o fim. Paulo não queria que seu passado o atrapalhasse. Por isso, ele olhava
para frente — e não para trás! Seus olhos estavam no prêmio, no dia em que
ouvirá as palavras: Bem está serv o bom efiel.

A corrida

Como Paulo passou grande parte de seu m inistério na Grécia, é possível que
ele tenha tido a oportunidade de assistir aos Jogos O lím picos. O apóstolo usou
ilustrações de atletas em muitos de seus textos, o que me faz pensar que ele ti­
nha muito interessado em esportes. Se os homens são tão obcecados por espor­
tes, talvez, isso não seja tão ruim de todo; talvez, eles estejam apenas imitando
o apóstolo Paulo!
Os Jogos Olímpicos foram criados na Grécia em 77 6 a.C., mas muitas
outras disputas atléticas também começaram com os Jogos Olímpicos. Um a
delas chamava-se Jogos Istmicos, os quais eram realizados em Corinto. Quando
algumas passagens das cartas aos coríntios são lidas, tem-se a sensação de que
Paulo estava assistindo a esses Jogos.

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um
só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de
tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma
incorruptível. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando
aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a fica r reprovado.2

Eventos esportivos e corridas atléticas proporcionam ótimas ilustrações


quando se trata de lições de vida. D isciplina e perseverança com um objetivo em
mente são o que separam um atleta de prim eira dos demais. Paulo aplica esse
mesmo tipo de pensamento à jornada dos seguidores de Cristo. Portanto, nós

135
C a p ítu lo 9

também devemos prosseguir. A palavra grega para prosseguir denota um esforço


intenso. Originalmente, os gregos usavam esse termo como uma descrição de
um caçador que avidamente persegue sua presa. Assim, também precisamos ser
ativos em nossa busca por Cristo, e não complacentes. U m atleta não se torna um
forte concorrente sentando-se para ouvir mensagens motivacionais e estudando
histórias sobre outros grandes atletas. E preciso aceitar o desafio e sair de sua
zona de conforto, dedicando-se e atuando em sua busca pessoal por seu objetivo.

Olhando para frente

W ilm a Rudolph poderia ter desistido várias vezes de ir atrás de seus sonhos.
Como a vigésima de 2 2 filhos, ela nasceu em 1940 com poliom ielite, e também
tinha ataques de pneumonia e de escarlatina. Embora alguns dissessem que ela
provavelmente nunca andaria, a amorosa fam ília de W ilm a fez de tudo para
garantir que ela recebesse o tratam ento médico e a fisioterapia de que precisava.
W ilm a começou a usar muletas aos cinco anos de idade. No entanto, um
dia, aos 11 anos, ela decidiu que bastava de muletas. Então, abandonou-as e an­
dou pelo corredor da igreja, e nunca mais as usou de novo. Aos 13 anos, W ilm a
começou a jogar basquete e a praticar corrida na escola. Seu preparo melhorou
ao ponto de ela começar a vencer corridas, e assim, ela foi convidada a participar
de um campo de treinamento no estado do Tennessee. Ali, ela treinou com Ed
Temple, que se tornou uma das pessoas mais influentes em sua vida.
Em 1956, no segundo ano do Ensmo M édio, W ilm a competiu em suas
primeiras O lim píadas, em M elbourne, Austrália. Embora não tenha se classifi­
cado na competição de 2 0 0 metros, sua equipe de revezamento ganhou medalha
de bronze. A persistência e o entusiasmo de W ilm a levaram-na a treinar ainda
mais duro. Ela voltou às O lim píadas em 1960, quebrando o recorde olímpico
nos 2 0 0 metros. Nas O lim píadas de Roma, ela tornou-se a prim eira americana
a ganhar três medalhas de ouro (1 0 0 metros rasos, 2 0 0 metros rasos e reveza­
mento 4 x1 0 0 metros), e foi homenageada no primeiro desfile m ter-racial de sua
cidade natal. W ilm a chegou a receber diversas homenagens e prêmios, inclusive
o Sullivan Award, para atletas amadores dos Estados Unidos, além de sua inclu­
são no Black Sports H all o f Fame, no U.S. Track and Field H all o f Fame, no
U.S. O lym pic H all o f Fame e no N ational W omens H all of Fame.

136 .
C9AXJXICX^O, Q, pXIAAXuloy Cyp/lOAÔXC^a pXLXa CU^Utlia ^U£ eô-ta/ pa/l/ sli/L/

W ilm a conseguiu entrar na faculdade, e mais tarde, tornou-se treinadora


e professora, mas seus maiores orgulho e alegria eram seus quatro filhos. A his­
tória de W ilm a inspirou milhares de outras pessoas a perseverarem e a correrem
atrás de seus sonhos. Ela poderia ter desistido m uitas vezes, mas, em vez disso,
não olhou para trás, mas, sim, para frente. A atleta prosseguiu com determ ina­
ção para ganhar o ouro, e não usou suas dificuldades do passado como desculpa
para não atingir seus objetivos.
M uitas vezes, o nosso passado é o m aior responsável por nossa sensação
de derrota na vida. Podemos apegar-nos às recordações dos fracassos do passa­
do ou sufocarmo-nos com os erros passados. M ágoas, dores e decepções podem
gerar amargura, raiva e frustração, e servem para deixar-nos no banco de reserva,
em vez de no jogo. Paulo reconhecia a im portância de deixar o passado para trás
e voltar-se para o que está adiante. Ele mesmo precisava fazer isso em sua pró­
pria vida; não apenas para esquecer-se das coisas deploráveis que fizera (como
perseguir a Igreja), mas também para abandonar o orgulho das conquistas que
obtivera no passado. Tudo isso o atrasaria.
U m a das primeiras disciplinas que todos os atletas aprendem durante os
tremos é não olhar para os competidores que estão atrás deles na corrida. Esse
simples movimento pode atrasá-lo e fazer com que não vença a disputa. Da
mesma maneira, devemos manter nosso foco no que está à frente e no objetivo
de conhecer a Cristo e de amadurecer nele. Precisamos renunciar o poder que
o passado exerce sobre nós, deixando as mágoas, as derrotas, as vergonhas, os
erros passados, e até as conquistas passadas, em que tendemos a chafurdar. Viver
com os olhos voltados para trás irá apenas nos desencorajar e servir de tropeço
para nós. Além disso, lemos nas Escrituras que devemos olhar para trás apenas
em um a circunstância: para lembrarmos a bondade do Senhor e o que Ele já
fez por nós.
Agradecer a Deus por Suas bênçãos nos fortalecerá, mas relembrar as fe­
ridas, os erros e as infelicidades só serve para enfraquecer-nos. Todavia, sei que
é impossível apagar todas as memórias de nossa vida. E Paulo não estava falan­
do sobre ignorar todas as lembranças de seu cérebro, mas estava, basicamente,
dizendo que não era mais afetado nem influenciado pelo passado. U m a atleta
permanece concentrada em para onde está indo, e não em onde já esteve. Quer
estejamos sobrecarregadas de arrependimento por coisas que fizemos no pas­
sado, quer estejamos glorificando o que realizamos, é hora de seguir em frente.

137.
C a p ít u lo 9

O escrito e professor de Bíblia, W arren W. W iersbe, escreve sobre isso des­


sa maneira:

Esquecer-se das coisas que ficaram para trás não sugere a impossível
façanha de uma ginástica mental e psicológica, por meio da qual ten­
tamos apagar os pecados e os erros do passado. Significa apenas que
rompemos o poder do passado quando vivemos para o futuro. Não
podemos mudar o passado, mas podemos mudar seu significado. Elá
coisas no passado de Paulo que poderiam tê-lo atrasado, mas elas
acabaram inspirando-o a acelerar. Os acontecimentos não mudaram,
mas a sua compreensão sobre eles foi o que mudou.'1

Deus pode usar as situações do passado para tornar-nos mais sábias e


fortes. N ão permitamos que nosso passado deixe-nos incapazes, mas vamos
entregá-lo a Deus e agradecer a Ele pelas lições aprendidas. Devemos correr
para frente, prosseguindo para aquilo que o Senhor preparou para o nosso fu­
turo, pois Ele tem um plano para cada uma de nós.
N ão se enrole com o que aconteceu atrás de você. Busque a ajuda de Deus
para superar o apego ao passado que há em sua vida. N o Antigo Testamento,
a m ulher de Ló tornou-se uma estátua de sal. Por quê? Porque olhou para trás.
Da mesma maneira, perm itir que nossa mente repita as mesmas coisas o tempo
todo pode reprimir-nos e roubar nossa capacidade de seguir em frente. Por
isso, devemos proteger nossos olhos e concertar-nos no que Deus guarda para
o nosso futuro.

Uma coisa

Todas as questões da vida podem ser estreitadas a uma coisa ? Paulo disse: mas uma
coisa fa ço, e é que, esquecendo~me das coisas que atrás fica m e avançando para as que estão diante
de mim, prossigo para 0 alvo, pelo prêm io da soberana vocação de D eus em Cristo Jesus. Existem
diversas outras passagens da Bíblia em que lemos uma coisa, e estas são similares
ao que Paulo diz. Lembro-me de M aria sentando-se aos pés de Jesus enquanto
M arta estava preocupada na cozinha. Quando esta ficou irritada e pediu para
Jesus m andar M aria ajudá-la, Ele respondeu: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada

138 .
êó O- paAAíuio e.- pAtíA&tmi pa/ui a-^ui í*j i^ue eaia* poA/ ■iÁyi,

com muitas coisas, mas um a só é necessária; e M aria escolheu a boa parte, a qual não lhe será
tirada.4 E qual foi a coisa que M aria escolheu? Estar com Cristo.
Davi escreveu nos Salmos: Uma coisa pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa
m orar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a form osu ra do
SENHOR e aprender no seu tem plo2 A coisa que Davi desejava era a presença de
Deus. Jesus curou um cego, que, ao ser interrogado pelas autoridades, respon­
deu: um a coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo [Jo 9 .2 5 ], Esse homem não en­
tendia tudo, mas sabia uma coisa: ele havia conhecido Jesus e experimentado o
toque da cura divina, e sua vida nunca mais seria a mesma. Q ual é a sua uma coisa ?
Paulo reduziu o amplo escopo de sua vida a uma coisa — buscar ser se­
melhante a Cristo. A coisa que o impulsionava era conhecer a Cristo e ser mais
parecido com Ele; ser conforme a imagem de Jesus era seu objetivo. Embora
fosse impossível de atingir isso na terra, o apóstolo sabia que, um dia, alcançaria
o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Paulo não estava satisfeito em
apenas ficar como estar e viver em complacência como um seguidor de Cristo.
Ele desejava prosseguir com uma atitude agressiva e enérgica.
Romanos 8.29 lembra-nos: Porque 05 que dantes conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a f m de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Tornar-se como Cristo não é um chamado somente para Paulo, mas também para
todo cristão. Alguns podem apontar para os super-heróis cristãos e dizer: “Bem,
isso é para eles. Com certeza sou cristão, mas isso não me consome”.
N o entanto, como seguidoras de Cristo, nossa jornada não para em apenas
crermos nele. Confiar em Jesus é onde nossa fé inicia, mas nossa jornada conti­
nua à m edida que buscamos ser mais como Ele. È claro, temos diferentes dons,
talentos e capacidades, além de diferentes funções que Deus deu-nos. Todavia,
não im porta o que fazemos por vocação, somos chamadas para conhecer a Cris­
to e tornarm o-nos mais como Ele.
Paulo escreveu aos colossenses: E, quanto fz e r d e s p or palavras ou p o r obras, fa z ei
tudo em nome do Senhor Jesus, dando p or ele grafas a D eus Pai.6 E depois, na mesma carta:
E, tudo quanto fizerdes, fa z ei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que
recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor; servis 7 Quando reco­
nhecemos que nosso maior chamado é sermos conforme à imagem de Cristo em
tudo o que fizermos, encontramos alegria em nosso trabalho, porque o fazemos
para Cristo, e não para homens. A grande vocação de sermos mais parecidos
com Ele tira nossos olhos das outras pessoas e direciona-os ao Senhor.

139
C a p ít u lo 9

Assim como um corredor de prim eira permanece focado na linha de che­


gada e não nos demais atletas, nós também devemos concentrar-nos em sermos
como Cristo, e não em outros cristãos e no modo como vivem. Isso certamente
reduziria comparações e invejas, você não acha? Nosso propósito na vida não
tem a ver conosco, com o que realizamos ou mesmo com o que as outras pes­
soas estão realizando, mas, sim, com Cristo e com o que Ele realiza por nosso
interm édio quando nos entregamos a Ele. N unca seremos derrotadas enquanto
tivermos o objetivo de sermos semelhantes a Jesus, mas certamente ficaremos
desmotivadas se nossa vida estiver centrada em nossa própria glória ou em com-
parar-nos às outras pessoas.
Paulo, com eloquente beleza, escreveu à igreja de Corinto sobre a obra
transform adora que Deus realiza na vida de um cristão. Ele referiu-se aos cris­
tãos como aqueles cujo rosto foi descoberto para que pudessem enxergar. N a
verdade, essa era uma referência ao véu que M oisés usou para cobrir a face, que
ficou radiante após seu encontro com Deus. Os judeus, no entanto, ainda têm
um véu que os impede de ver Cristo. Eis a incumbência de Paulo aos coríntios e
também a todos nós: Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo>,como um espelho, a glória
do Senhor; somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor. Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nosf o i feita , não desfalecemos ,8
Perceba que ele diz que somos transformados na gloriosa imagem do Senhor
pela obra do Espírito de Deus, e diz que não desfalecemos. È a obra de Deus
que nos transforma, mas é nosso trabalho prosseguir para sermos como Jesus.

Superando o passado

Que tipo de futuro existe para uma menina que foi abandonada, m altratada
e que ouvia todos os dias que era feia e que ninguém gostava dela? Dorie Van
Stone pode dizer-lhe, por experiência própria, que há esperança no amor de
Deus. Ela proclama a seguinte mensagem ao mundo: “N ão há ferida que o Pai
não possa curar”.
A história dessa m ulher começou quando ela era um a m enininha vivendo
em pobreza. Sua mãe não podia cuidar dela e da irmã, por isso, elas foram
mandadas para um orfanato. As adm inistradoras da instituição eram cruéis e
batiam em Dorie se ela não comesse toda a refeição, chorasse ou fosse pega
lendo quando deveria estar fazendo tarefas domésticas.

140
êâcjim ço/ Q j paAAxxdtx e paAti c u y x i ^ a s c^í u ^ eàtá/ po/t ‘i J u v

Apesar de terem sido sete terríveis anos no orfanato, havia uma luz. U m
grupo de universitários foi até lá, contou uma história bíblica para as crianças e
com partilhou com elas a mensagem sobre o amor redentor de Jesus. Deus tocou
o coração de Dorie, e ela soube que Cristo é real. Ela orou: “Eles dizem que o
Senhor me ama. N inguém mais me ama. Se o Senhor me ama, eu sou S ua”.9 Ela
instantaneamente conheceu a paz e a presença de Deus. M uitas semanas após a
menina ter feito aquela oração, uma mulher chegou para trabalhar no orfanato e
passou a levar Dorie à igreja aos domingos. Ela até lhe deu um Novo Testamen­
to de presente em seu aniversário de 13 anos. Esse foi o primeiro presente que
ela recebeu em sua vida, e por ele, começou a entender mais sobre Jesus.
O orfanato acolhia crianças de até 12 anos de idade, e assim, D orie e a
irm ã foram encaminhadas a uma fam ília adotiva. A partir daí, as coisas foram
de m al a pior. Ela foi abusada física, sexual e emocionalmente naquela casa. Ela
achou que haveria esperança quando se mudasse para outro lar, mas o abuso foi
pior ainda. N o entanto, apesar das horríveis condições, Dorie apegou-se ao que
conhecia: ao amor de Deus e à Sua presença na vida dela. Por fim, alguém na
escola deu queixa dos machucados, e Dorie foi enviada a um lar em que recebeu
cuidados e não mais foi m altratada. Durante o Ensino M édio, ela morou com
a fam ília de um médico, a qual percebeu seu talento para desenho e para arte, e
incentivou a jovem a ir para uma escola de artes.
Dorie conseguiu um emprego como desenhista de equipamentos em uma
companhia aérea. Durante todo o tempo, seu amor pelo Senhor e seu conhe­
cimento sobre Ele só cresceram. U m dia, ela ouviu um m issionário pregar em
sua igreja, e ela sentiu em seu coração o desejo de ser missionária. N o entanto,
ela ficou dividida entre continuar com um bom emprego e um a renda estável,
o que ela jamais teve no passado, e escolher uma vida de trabalho missionário,
retornando à situação de ter muito pouco materialmente. Ele decidiu m atri-
cular-se no curso bíblico. Foi ali que ela conheceu e casou-se com Lloyd Van
Stone. A m aioria das mulheres que vivenciaram um passado cheio de abuso tem
dificuldades em amar e confiar em outras pessoas, mas Deus encheu o coração
de D orie com o amor que vem dele. Ambos logos se tornaram m issionários na
Nova Guiné.
Deus estendeu Seu amor ao povo da Nova Guiné por intermédio de Dorie.
M esm o sendo pessoas não civilizadas e sujas, que nunca haviam tomado ba­
nho, aquela m ulher ignorou o exterior e viu corações que precisavam de Cristo.

141
C a p ít u lo 9

Ela mesma havia sido rejeitada e ridicularizada pelas crianças da escola, porque
chegava todos os dias suja e m altrapilha; e assim, Deus usou seu passado negati­
vo para o bem, ajudando-a a ter compaixão pelo próximo. Quando os filhos de
Dorie chegaram à idade escolar, a sociedade missionária exigiu que as crianças
frequentassem um a escola m issionária que ficava a quilômetros de distância.
Seu filho mais novo sofreu com a distância e com a separação, por isso, Dorie e
Lloyd oraram e decidiram deixar o campo missionário.
Só porque Deus muda nossas circunstâncias não significa que Ele term i­
nou de espalhar Sua mensagem por nosso intermédio. Depois que Dorie e sua
fam ília voltaram aos Estados U nidos, ela começou a pregar em igrejas e falava
a outras pessoas sobre o amor redentor do Senhor. Ao contando como Deus
curou suas mágoas e amarguras do passado, o testemunho daquela missionária
era poderoso. Quando seus filhos cresceram, ela viajou pelo mundo, dizendo
aos povos de todas as partes: “Quando ninguém mais amar você, Deus amará.
Ele sempre estará nas horas boas e nas ruins. N ão há consolo como esse. Ele
ama com um amor que nunca abandonará você”.10

Seguindo com fervor para 0 futuro

Paulo reconheceu que, à m edida que crescemos e amadurecemos no conheci­


mento e em nosso relacionamento com Cristo, começamos a ver as dificuldades
por uma perspectiva diferente. Ao amadurecer no Senhor e perm itir que Ele
usasse seu passado para o bem, Dorie livrou-se do dom ínio que o passado
tinha sobre ela e prosseguiu para viver para Cristo. Por fim, essa m aturidade
no Senhor leva-nos a reconhecer que há mais para viver do que esta vida ter­
rena. Estamos prosseguindo porque sabemos que há uma vida melhor adiante.
Observe como Paulo finaliza este trecho de sua carta lembrando-nos de nossa
cidadania no céu:

Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma
coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos,
andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo. Sede também meus imitado­
res, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim
andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo,

142
f u a ^ c v a ' p Á iA A a A c L C/ p/LüA Aiija pa/ia/ a^puxla/ cjxlc e&ia/ p x is v QÀa s

chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles
é o ventre; e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas
terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, donde tamhém esperamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o
seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim
firm es no Senhor, amados.11

Como é possível prosseguir apesar das dificuldades, do sofrimento e das


lutas? Podemos prosseguir porque sabemos que este não é nosso lar final. Sabe­
mos que um dia Cristo transform ará nossos modestos corpos para que possam
ser como Seu corpo glorificado. E assim que permanecemos firmes diante do
Senhor, porque olhamos para a linha de chegada! Assim como W ilm a manteve
os olhos na m edalha de outro, nossos olhos também devem estar voltados para
o galardão celestial. Por isso, minha irmã, prossiga!
Você pode estar agora caminhando pela vida em um ritm o agradável, ou
pode estar a passos lentos por causa da dor e das dificuldades. No entanto,
mantenha seus olhos na linha de chegada, sabendo que esta não é a nossa m ora­
da final. Prossiga conhecendo o amor de Cristo e tornando-se mais como Ele.
Permaneça nele. Fortaleça-se nele. Encontre seu valor nele.
Por fim, reconheça o privilégio de ser uma cidadã do céu. Apesar das pes­
soas que Paulo chamou de inimigos da cruz (aparentemente, ele referia-se não
apenas aos judaizantes, mas também aos cristãos autoindulgentes, que continua­
vam deleitando-se em vidas imorais), o apóstolo lembrou aos filipenses que eles
eram cidadãos do céu.
N a época de Paulo, ser um cidadão romano era a m aior honra e privilégio
para alguém. É interessante observar que os cidadãos de um a colônia romana
deveriam viver de acordo com seus padrões de cidadania. Eles deveriam prom o­
ver os interesses de Roma e viver de modo a dignificar sua cidade. Nós também
devemos viver de maneira que promova nossa cidadania celestial. Em outras
palavras: viva de acordo com os padrões de nossa cidadania, andando nos cami­
nhos de Deus e vivendo segundo a Sua Palavra.
Paulo não era o único a apontar para nossa cidadania celestial; Pedro tam­
bém abordou o fato de sermos estrangeiros neste mundo porque somos cida­
dãos de outro. Eis o que ele escreveu aos “peregrinos” espalhados pelo mundo.

1 43 .
C apítu lo g

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para
que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas; agora, sois povo de Deus; que não
tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, peço-
-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais,
que combatem contra a alma, tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que,
naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia
da visitação, pelas boas obras que em vós observem.12

Como cidadãs do céu, temos a responsabilidade de viver de m aneira santa


aqui na terra, e temos a alegria de ansiar pelo nosso lar celestial. A bela verdade
sobre nossa cidadania é que temos um Deus que nos ama e que nos concedeu
Seu Espírito para capacitar-nos a viver de maneira santa. È Sua obra transfor­
madora que nos perm ite ser como Ele nesta vida e que nos prepara para a vida
futura. Vamos colocar nosso coração nas coisas que são do alto, onde Cristo
está assentado à destra do trono de Deus!

Busca pessoal

Leitura complementar: 2 Coríntios 4 e 5 — Ansiando por nossa morada celestial


Verdade básica: O Espírito de Deus está agindo em nossa vida para transfor­
mar-nos à imagem de Cristo.
Escolhas:

• Considere a uma coisa da vida que é a mais im portante para você.


• Prossiga em conhecer a Cristo e em tornar-se mais como Ele.
• N ão perm ita que erros, desmotivações, mágoas e pecados passados
derrotem você.
• N ão chafurde nem descanse em realizações do passado.
• Lembre-se da bondade, da fidelidade e das bênçãos de Deus.
• Persevere durante tempos de dificuldades, enquanto Ele transforma
você conforme a Sua imagem.
• Peça para Deus curar as antigas feridas de sua vida.
• Viva segundo os padrões de sua cidadania celestial.
• Anseie com alegria pelo seu lar celestial.

144
fe ô x m & ç íL Qy p a A á a d a . c p s m ú ú i c j a . p a / i a a x p ú l a C|ue e à.tú p a / v Oj/i-

Plano deliberado: Livrando-se do passado.


Tire um tempo para ficar sozinha, somente você e o Senhor. Peça para Ele
mostrar-lhe se há algo em seu passado que está atrasando você à m edida que
prossegue para tornar-se mais semelhante a Cristo. H á algum pecado, erro ou
mágoa do passado a ser renunciado ou perdoado? Peça para o Senhor ajudá-la
a não apenas identificar, mas também a livrar-se deles. Lance seu cuidado sobre
Deus, pois Ele tem cuidado de você. Busque Sua ajuda a fim de parar de reviver
o passado em sua mente. Livre-se do poder que essas coisas têm sobre você.
Busque a ajuda e a força de Deus para seguir em liberdade e em perdão.
Considere também se você não tem se apoiado em realizações passadas ou
em pessoas, ficando, assim, acomodada em seu crescimento na vida cristã. R e­
nove seu compromisso de prosseguir em ser mais semelhante a Cristo. Peça para
Deus renovar o vigor e o fervor que você já teve, assim como quando passou a
crer nele. N ão permaneça indiferente em relação a esse compromisso. Corra sua
carreira com perseverança, sabendo que sua cidadania está no céu.

145
C A P ÍT U L O 1 0

9 l l u ^ u a x lc l/ p j / i r n u s d cy p jz n / ) x i/ t

< 2 y t^ cL n A ^ a / u jh O y A u a y Q ã Á c v

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.
Romanos 12.2

“O segredo para uma vida de excelência é apenas uma questão de ter


pensamentos de excelência. Na verdade, trata-se de programar a nossa
mente com o tipo de informação que nos libertará.”
Charles R. Swindoll

le chegou! Ele chegou! Epafrodito chegou e tem notícias de Pau­


lo!” Imagine a animação dos cristãos em Filipos quando se juntaram para ouvir
as notícias sobre o apóstolo. Posso im aginar essa mensagem espalhando-se de
casa em casa, enquanto o povo da Igreja prim itiva deixava o trabalho de lado e
reunia-se para ouvir o que Epafrodito tinha a dizer. Pense na alegria deles ao
verem seu amigo Epafrodito vivo, bem e trazendo um a carta de Paulo que fora
escrita especificamente para eles.
C a pítu lo io

Talvez tenham se reunido na casa de Lídia, porque, no início da propaga­


ção do evangelho aos filipenses, Paulo e Silas ficaram na casa dela e realizaram
cultos ali. Com certeza o carcereiro de Filipos esteve ali. Talvez, até a jovem
(que Paulo libertara de possessão dem oníaca) estava entre os ouvintes, enquan­
to Epafrodito desenrolava o pergaminho. Os bispos e os diáconos provavel­
mente foram os primeiros a chegar, para que pudessem manter o público calmo
e garantir que todos teriam lugar para sentar. Como deve ter sido revigorante
para essa jovem igreja filipense ouvir as palavras boas e cativantes que Paulo
usou para iniciar sua carta, dizendo-lhes que estava com saudade de todos, com
entranhável afeição de Jesus Cristo.
Os seguidores de Cristo devem ter se sentido fortalecidos para enfrenta­
rem suas provas quando Epafrodito leu Paulo proclamar que, para ele, viver era
Cristo e morrer era lucro. Com certeza, eles sentiram-se desafiados quando o
apóstolo mandou-lhes ter um único pensamento, serem humildes e buscarem
os interesses do próximo. E aposto que alguns olhos percorreram o recinto
quando Paulo alertou-lhes que tomassem cuidado com os cães (os judaizantes),
que tentavam acrescentar mais regras ao evangelho. E todos devem ter se sentido
revigorados pelas palavras: prossigo para o alvo, pelo prêm io da soberana vocação de D eus
em Cristo Jesus. E isso aí, Paulo!
Então, veio a bomba. Tudo parecia ir bem à m edida que o apóstolo de­
safiava e encorajava seus irmãos filipenses, mas aí ele decidiu direcionar-se a
duas mulheres em particular, e isso não foi uma boa visão. Certamente Evódia
e Síntique quiseram ir para baixo de seus assentos quando seus nomes foram
lidos. Elas não receberam elogios como Tim óteo e Epafrodito. Pelo contrário,
elas foram admoestadas a pararem de discutir e a começarem a concordar no
Senhor. Pense em como deve ter sido para essas duas mulheres quando as se­
guintes palavras foram lidas:

Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também
a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo
no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no
livro da vida}

Ai! Era realmente necessário mencionar o nome delas, sabendo que a carta
seria lida na frente de todos? Acho que, às vezes, as pessoas precisam ser cha­

148 .
9 I U * M iasjxiA Jna da, penAa/i/Os t/icu\6jxiAJiui ò tux \!ÀAxv

madas pelo nome, mas será que ele não poderia ter lhes enviado um bilhete
pessoal ou algo assim? Paulo era uma pessoa m uito intensa e alguém que re­
solvia problemas. Portanto, ele, obviamente, achava que essa situação precisava
de um a atenção específica e que era im portante ao ponto de todos precisarem
ouvir sobre ela e ajudarem a resolvê-la. È claro, não sabemos os detalhes das
discussões entre essas duas mulheres, mas isso deve ter causado um problema
significativo, pois Paulo tomou ciência da situação lá em Roma e escolheu tratar
isso de maneira aberta e ousada.
Você não fica estarrecida pelo fato de essas mulheres discordarem na igre­
ja? Você não fica feliz porque, na igreja atual, todos se dão tão bem? Tudo bem,
então talvez também possamos aproveitar a admoestação de Paulo. É essencial
para o Corpo de Cristo que também convivamos bem. Os de fora saberão que
somos cristãos por causa do nosso amor. Paulo preocupava-se com a unidade
da Igreja e com a reputação dos cristãos, e assim, rogou — observe que ele não
sugeriu ou pediu — para que as duas mulheres sentissem o mesmo no Senhor.
M ais uma vez, as palavras-chave são no Senhor. Quando tiramos os olhos do
problema para colocá-los no Senhor, nossa perspectiva fica um pouco diferente.
Podemos, às vezes, concordar em discordar. Podemos ter discussões ou mal-
-entendidos, mas é preciso esforçar-se rumo ao objetivo de sentir o mesmo no
Senhor, deixando o problema aos cuidados dele.
Contudo, há momentos em que podemos sentir que é preciso lutar por
nossos direitos ou pelo que consideramos certo. N o entanto, devemos ser gra­
ciosas e bondosas ao lidarm os com os nossos diferentes pontos de vista, man­
tendo Cristo sempre em evidência. Como aprendemos no capítulo cinco, que
é sobre a humildade, às vezes precisamos estar dispostas a morrer para a nossa
vontade. Jesus, o m aior exemplo de alguém que desistiu do que era Seu por
direito, pode conceder-nos força, sabedoria e bondade enquanto buscamos con­
cordar com os outros no Senhor. As discussões irão ocorrer, mas precisamos
aprender a lidar com elas de maneira prudente e adequada no Corpo do Cristo,
sempre tendo em mente que, como cristãs, não devemos guerrear entre nós
mesmas.
Assim como todos os sistemas do corpo humano devem trabalhar em con­
cordância para tudo funcionar apropriadamente, o Corpo de Cristo também
deve funcionar em harmonia. O câncer ignora o funcionamento e o desenvolvi­
mento norm al do corpo e começa a m ultiplicar-se por conta própria, lutando

149 .
C apítu lo io

contra o sistema saudável do corpo. Assim, orgulho, ciúmes, murmuração e


exigir que as coisas sejam feitas do nosso jeito são tipos de cânceres emocionais
que podem destruir um corpo de cristãos. Paulo estava profundamente temero­
so de que a causa do evangelho e a saúde do Corpo de Cristo estivessem sendo
destruídas.
Aparentemente, Evódia e Síntique trabalharam com Paulo na causa do
evangelho. N o entanto, o que os desentendimentos delas causariam aos recém-
-convertidos que elas ajudaram a levar a Cristo? O que esta falta de unidade
causaria aos demais companheiros na obra do Senhor?
Paulo convocou outras pessoas a envolverem-se [na situação] e a ajudarem
essas mulheres. Pense nisso. Como mulheres que observam um conflito entre
outras duas, qual é a nossa tendência natural? E correr para ajudá-las a curar
o relacionamento desfeito e direcioná-las de volta ao Senhor? O u reagimos to­
mando partido, fofocando com outras mulheres da igreja e ficando de longe,
observando elas afastarem-se? Bem-aventurados são os pacificadores. Precisa­
mos trabalhar juntas para incentivar o amor e as boas obras entre nossos ir­
mãos em Cristo, em vez de pavimentar o caminho para seus desentendimentos.
Esteja você no meio de um conflito que precisa ser resolvido, ou esteja apenas
observando como espectadora uma contenda entre irmãs em Cristo, é preciso
estabelecer o objetivo em comum de motivar o acordo no Senhor.

A paz interior gera a paz exterior

Se você fosse aconselhar alguém sobre como resolver um conflito em seu rela­
cionamento, qual a prim eira coisa que você lhe diria? De improviso, eu prova­
velmente diria: “Então, moças, vamos ouvir os dois lados da discussão. Evódia,
você primeiro. Descreva o problema segundo a sua perspectiva e diga-nos como
você sente-se em relação a isso. Em seguida, Síntique, agora nos conte o seu lado
da discussão”.
Bem, acho que agora você consegue perceber porque não tenho meu pró­
prio program a de entrevistas no rádio! Paulo, por outro lado, tinha a solução
perfeita. N a verdade, o apóstolo aplicou três golpes bem fortes -— porém, pací­
ficos — para ajudar os filipenses a não resolverem apenas conflitos com outras
pessoas, mas também e mais importante, conflitos internos. Veja, ter paz com

150
9 l L d e òlUL^aASna. d e p^fíAaA, e. tAxinc^a-xm«. i u a - •!u la

outras pessoas começa com a paz que sentimos em nosso coração e mente. Eis
o que Paulo escreveu:

Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se! Seja a amabilidade de


vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma,
mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a
Deus. E a paz de D eu sq u e excede todo o entendimento; guardará os seus corações e
as suas mentes em Cristo Jesus.2

O primeiro golpe pacífico vem na forma de escolher alegrar-se. Paulo já


havia motivado os filipenses a alegrarem-se no Senhor anteriormente em sua
carta, e agora, ele repete isso com mais ênfase. Alegre-se! Faça essa escolha!
Paulo lembrou aos filipenses que eles tinham escolha em relação ao modo
como lidavam com as circunstâncias e com as pessoas com quem conviviam.
Eles podiam escolher alegrarem-se no Senhor, ou ficarem irados, desmotivados
e frustrados com a situação. O apóstolo era uma fonte confiável para mandar
que se alegrasse, pois ele escrevia enquanto prisioneiro em Roma. Se ele estivesse
no W aldo rf Astoria H otel, no centro de Nova York, eu provavelmente ignoraria
o que ele estava dizendo e acharia que é muito fácil alegrar-se quando se vive
no luxo. M as na prisão? Aí é outra história. A alegria não é uma questão de
circunstâncias ou de pessoas perfeitas.
Alegrar-se no Senhor significa deleitar-se em quem Deus é e no que Ele
está fazendo em sua vida, e não no modo como as pessoas tratam-na, no que
lhe deram de aniversário nem nas circunstâncias que você está enfrentando. A
alegria no Senhor baseia-se nas qualidades imutáveis e imensuráveis de Deus,
aquele que nos ama e que cuida de nosso coração. A legrar-se no Senhor significa
habitar no Rei dos céus, que tem o poder de acalmar a tempestade, ressuscitar
mortos e alim entar cinco m il pessoas. Alegrar-se no Senhor significa voltar os olhos
àquele que é onipotente, onisciente e onipresente. Alegrar-se no Senhor significa
descansar nos braços do Bom Pastor e ser consolada por Seu amor. Alegrar-se
no Senhor significa reconhecer que você não está sozinha e que o Deus soberano
sobre toda a criação inclina Seus ouvidos para escutar as suas orações.
Alegria pura está em saber que faço parte da fam ília de Deus e que sou
coerdeira de Sua graça. Imensa alegria no Senhor é saber que estou plenamente
perdoada. M eu pecado, não em parte, mas por inteiro, foi pregado na cruz.

151
C apítulo io

Alegria extrema, transbordante e abundante é reconhecer a consolação do Pai


e perseverar em tempos difíceis, sentindo Seu conforto quando ninguém mais
entende. U m rio de grande alegria borbulha em meu coração e transborda den­
tro de m im quando perdoo outras pessoas, pois reconheço que já fui perdoada
por tudo.
Paulo não queria que ficássemos sentadas esperando sentir alegria. Ale­
grar-se no Senhor é um a escolha na qual tiramos nossa atenção e nosso olhar
das frustrações para voltá-los para o Amado de nossa alma. Quando concentra­
mos nossos pensamentos em quem o Senhor é e permanecemos em Seu grande
amor por nós, é inevitável não sentirmos nosso coração ser tomado por um
maravilhoso deleite. Você entende por que o primeiro conselho de Paulo para
resolver conflitos é alegrar-se no Senhor? Com os olhos desviados do problema
e voltados para um Deus que ama e perdoa você, sua atitude para com as outras
pessoas tende a mudar. E quase impossível alegrar-se no Senhor e ficar com
raiava de outra pessoa ao mesmo tempo. A legria e ira não caminham juntas.
Você percebeu a palavra sempre quando Paulo falou em alegrar-se no Se­
nhor? Isso engloba tantos os momentos bons como os maus e os difíceis. Sem ­
pre. Alegre-se no Senhor continuamente, sem im portar onde você está ou o que
está acontecendo. Pare agora mesmo, coloque este livro de lado e separe um
tempo para apenas refletir na bondade e na m isericórdia do Senhor. Agradeça-o
por Suas bênçãos. Deleite-se em Sua excelência e em Seu poder. Confesse-lhe
seus pecados e agradeça-o por Seu perdão. Deixe rolar um sorriso. Sei que ele
surgirá, e que já tentou brotar em seu rosto há um tempo.

Amabilidade conhecida

A segunda parte do pacífico conselho que Paulo deu aos cristãos para que estes
superem seus m al-entendidos foi seja a amabilidade de vocês conhecida p or todos. Sim, as
pessoas estão observando. Elas observam como lidamos com uma situação frus­
trante com um colega de trabalho, com um estresse com uma criança descon­
trolada ou com um inconveniente para-choque arranhado. Nossa am abilidade
é conhecida? Am abilidade não denota sinal de fraqueza; na verdade, é um sinal
de força interior. G ritar e perder as estribeiras são sinais de fraqueza e de falta
de controle. U m a m ulher forte, no entanto, é amável.

152
9llude iua juAma, de pjinAu/l t/Lan&^a/une^iux Oida

Em meio às frustrações que a vida traz, podemos ser amáveis. Podemos ser
amáveis quando precisamos lutar pelo que é certo. E sim, é possível ser amável
até quando ensinamos, educados e disciplinamos nossos filhos. Sua amabilidade
será m uito mais eficaz na solução de um problema do que a ira e a raiva jamais
conseguirão ser.
Todavia, o que exatamente é amabilidade? Ela é um fruto do Espírito de
Deus. Lpieikes, a palavra grega usada aqui, pode ser traduzida como “tolerância”.
Ou seja, é uma espécie de razoabilidade doce. Eu gosto dessas palavras! Quero
ser razoável, e quero defender o que é correto quando necessário, mas também
quero manter um espírito doce quanto a isso. Observe como a mesma palavra
para am abilidade é usada nas passagens a seguir:

Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes,


estejam sempre prontos a ja z er tudo o que é bom , não caluniem a ninguém, sejam
pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.
Tito 3.1,2 NVI

Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacifica, amável, com -
preensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera.
Tiago 3.17 NVI

Deus é gracioso e perdoador para conosco, portanto, também devemos


ser assim com os outros. Deus também é paciente e tolerante conosco. Que
possamos refletir Sua bondade em todas as nossas interações. Quando somos
graciosas com outras pessoas e tratamo-las com hum ildade, refletimos a im a­
gem de Cristo. E fácil ser amável com os que são gentis conosco, mas e com os
que discordam da gente, cometem erros que nos afetam e são rudes conosco?
Que nossa amabilidade seja conhecida por todos — não apenas pelos nossos
bons amigos, pelos colegas de trabalho que gostam de você e pelos seus amigos
da igreja, mas por todos!
A am abilidade externa é resultado de um hum ilde reconhecimento que
vem de dentro. Ao encorajar-nos a perm itir que nossa am abilidade seja conhe­
cida por todos. Paulo lembra-nos: Perto está o Senhor. O conhecimento da presen­
ça do Senhor muda a maneira como falamos ou lidamos com outras pessoas?
Deveria. Reconhecer a presença de Deus em nossa vida motiva-nos a honrá-lo
tratando as pessoas do modo como Ele as trataria. O Pai não está sobre nós de

153
C apítulo io

braços cruzados, gritando para que sejamos amáveis. Pelo contrário, Ele está
amavelmente presente em nossa vida, lembrando-nos de Sua bondade e tolerân­
cia para conosco, bem como concedendo-nos o poder de refletir Seu gracioso
amor às outras pessoas.
Pense em uma situação em que você, talvez, não tenha sido m uito amável
com alguém. Agora pense naquele que, de modo voluntário e sacrificial morreu
por você, está ao seu lado, não com raiva, mas como um lembrete gentil de Sua
am abilidade para com todos. Perto está o Senhor. M edite sobre esta verdade e
m antenha-a em primeiro plano ao lidar diariamente com as pessoas. Peça para
Ele, que está com você agora, conceder-lhe um espírito amável e gracioso ao in­
teragir com outras pessoas. Perm ita que seu coração seja cheio de gratidão pela
paciência e pela tolerância que Ele demonstra a você em todos os momentos
de cada dia. Que pensamento belo e poderoso —- perceber que o Senhor está
perto! Ele vê o que você está passando, conhece suas necessidades e é capaz de
conceder-lhe força.

Um ativo lançamento diminui conflitos

Onde você deposita sua tensão? Você sabe do que estou falando, aquela sensa­
ção fam iliar que surge quando há coisas demais acontecendo, quando você está
estressada ou quando se esforçou além do que achava que conseguiria suportar.
No meu caso, começo a sentir dores nos ombros e no pescoço. [Por exemplo,]
no N atal passado, achei que tinha chegado ao meu lim ite. Todas nós sabemos
que as festas de fim de ano podem ser estressantes, mas, acrescente a isso pla­
nejar o casamento da minha filha, escrever um livro, dirigir por nove horas até
M em phis, para um enterro inesperado na semana anterior ao N atal, dirigir de
volta dias depois e servir a ceia em nossa casa tanto na véspera como no dia de
N atal. È óbvio que comecei a sentir uma pontada de ansiedade correr pelo meu
corpo.
Quando estou estressada, não sou uma companhia muito agradável. As
festas de fim de ano devem ser um tempo de alegria, e por isso, não há espaço
para mães ranzinzas. Algo precisava mudar. E certo que há muitas coisas em m i­
nha agenda lotada que preciso cortar , mas eu não queria abrir mão de passar um
tempinho lendo a Palavra de Deus todos os dias. Eu sabia que precisava disso!

154
m iu A eAiui |tí/ima de penAaA/e ÍAttnA^o/urte/.iAitt- sLixlti

Eu uso o cronograma de leitura da Bíblia de Estudo Leitura Diária', que separa


trechos diários do Antigo Testamento, do Novo Testamento, de Salmos e de
Provérbios a fim de que toda a Bíblia seja lida em um ano. Eis o que li no livro
de Salmos no dia 23 de dezembro:

Com a minha voz clamei ao SENHOR; com a minha voz ao SENHOR supliquei.
Derramei a minha queixa perante a sua fa ce; expus-lhe a minha angústia. Quando
o meu espírito estava angustiado em mim, então, conheceste a minha vereda. No
caminho em que eu andava, ocultaram um laço}

Essa foi a passagem perfeita para esta pobre m ulher pateticamente sobre­
carregada! Era exatamente disso que eu precisava ler para lembrar que Deus
convida-me a depositar meus problemas, meus cuidados e minhas preocupações
nele. Quando estou sobrecarregada, meu marido, mmhas filhas e meus amigos
podem não ser capazes de ajudar-me, mas Deus é. Ele pode mostrar-me para
onde devo ir, o que devo fazer e o que não devo também. Ele pode ajudar-me a
ver com o que vale a pena perder tempo e com o que não vale. N ada é pequeno
demais. O Senhor quer que derramemos todas as nossas queixas diante dele.
Quero que você saiba que naquele dia fiz um lançamento. Lancei meus cui­
dados, minhas preocupações e minhas ansiedades sobre o Senhor e, em troca,
pedi-lhe Sua paz, Sua sabedoria e Sua alegria. Quer saber? Ele concedeu-me
tudo isso!
Eu contei-lhe essa pequena situação porque às vezes tendo a esquecer-me
de que Deus verdadeiramente cuida de minhas necessidades. Acho que Satanás
adoraria que todas nós esquecêssemos esse fato. Quando outras pessoas olham
para os cristãos e veem-nos consumidas pela preocupação e pelo medo, o mun­
do recebe a mensagem de que não acreditamos que Deus cuida de nossas neces­
sidades. Por outro lado, se lançamos nossos cuidados sobre o Senhor e andamos
em Sua paz, demonstramos ao m undo que sabemos que nosso Deus ama-nos
e im porta-se conosco. È por isso que as palavras de Paulo não são apenas uma
boa sugestão, mas, sim, um a instrução: Não andem ansiosos p or coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas; e com ação de graças; apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas m entes em Cristo Jesus.4

' P u b lic a d a p e la ed ito ra C e n tra l G ospel.

155
C apítulo io

Quando a paz de Deus guarda nosso coração e nossa mente, começamos


a desapegar-nos do que pensamos que poderia ou deveria acontecer. Quando
confiamos no cuidado que o Senhor tem por nós, não insistimos de modo
raivoso no que acreditamos ser a melhor solução. E quando descansamos no
Senhor, não lutamos obstinadamente para que as coisas sejam resolvidas à nossa
maneira.
Além disso, a paz que excede todo o entendimento evita que nos preocu­
pemos com algo que tememos acontecer no futuro. Você percebe que, quando
deixamos nossas ansiedades aos cuidados do Senhor, m uitas das coisas que
alim entam nossas contendas desaparecem? M uitos conflitos são gerados pelo
medo: medo de não termos o que merecemos, medo do que nos espera se fizer­
mos tal mudança, medo de abrir mão do modo como sempre fizemos as coisas,
medo de deixar que outra pessoa analise por si mesma a verdade, medo do que
as pessoas vão pensar. Como um animal enjaulado, o medo leva-nos a atacar
outras pessoas.
Possivelmente, a ação mais im portante que podemos tom ar para resolver
conflitos é entregar nossas preocupações, medos e ansiedades ao Senhor. Tal­
vez você tenha medo de perdoar alguém. N o entanto, perdoe mesmo assim, e
entregue ao Pai suas preocupações em relação às consequências disso. Pode ser
que você esteja com medo de concordar com seu esposo porque não sabe o que
acontecerá se tomarem essa decisão. Em oração, lance suas preocupações sobre
Deus e confie seu futuro Aquele que a ama. Pense nos conflitos em sua vida
neste momento e no papel que o medo e a preocupação desempenham nesses
conflitos. Você está disposta a entregar esses temores ao Senhor? Que possamos
ser como Davi, que escreveu: Busquei ao SENHOR, e ele m e respondeu; livrou-m e de
todos os m eus temores.5
Gosto do que Billy Graham falou: “Feliz é o homem que aprendeu o se­
gredo de achegar-se a Deus cm oração diária. Até mesmo 15 minutos a sós com
Deus todas as manhãs, antes de começar o dia, podem m udar as circunstâncias e
mover montanhas”. Comece cada dia com um momento de alegria no Senhor e
de louvor por quem Ele é. Confesse seus pecados e agradeça-o pela am abilidade
e pela tolerância que o Pai demonstra-lhe. Peça para Ele ajudá-la a ser amável
com todos. Por fim, lance seus cuidados sobre Ele, e veja o Senhor mover mon­
tanhas enquanto você vê seus medos sumirem e sua esperança crescer.

156
S J IL u l e i u a j a /una. d e pxiiiAxj/t e l/uxító j a / u n e . <5u a v lid a /

Em que você está pensando?

Quando os médicos disseram a D ick e Judy H oyt que para o filho deles, Rick,
havia poucas esperanças de viver como uma criança normal, eles consideraram
isso um desafio. Por falta de oxigenação no cérebro de R ick na hora do parto,
ele foi diagnosticado com tetraplegia espástica e paralisia cerebral.
N o entanto, em vez de se concentrarem no que R ick não poderia fazer,
D ick e Judy começaram a buscar o que ele poderia fazer. Eles perceberam que,
embora não pudesse andar ou falar, R ick parecia ser bem astuto, e os olhos dele
acompanhavam os pais enquanto andavam pelo recinto. Assim, eles começaram
a ensinar-lhe o alfabeto e palavras básicas, e tentaram am pliar as experiências
dele levando-o para andar de trenó e nadar.
A medida que começaram a reconhecer as capacidades intelectuais de R ick
e seu potencial para aprender, D ick e Judy souberam que precisariam encontrar
uma maneira de ajudar R ick a comunicar-se verbalmente. Assim, um grupo
de engenheiros da Tufts University construiu um com putador interativo para
o menino. A tela do com putador exibia as letras do alfabeto com um cursor
que destacava cada letra. R ick podia usar a cabeça para mexer um capacete que
estava conectado à sua cadeira de rodas, e assim, clicar e selecionar as letras que
queria. Suas primeiras palavras, aos 12 anos de idade, não foram “Oi, mãe!”
nem “Oi, pai! : foram: "Go, Bruins!” O time Boston Bruins estava na final da
Stanley Cup na epoca. e. daquele momento em diante, ficou óbvio que R ick
adorava esportes e estava acompanhando os jogos havia algum tempo.
Você não e £rata pelo fato de que D ick e Judy concentraram-se no po­
tencial de Rick. e n io em sua deficiência? M as a história não acaba aqui. R ick
term inou o Ensino M edio e formou-se em educação especial pela Boston U n i­
versity em 1993. N o entanto, uma parte significativa de sua história começou
quando ele tinha. 15 anos de idade e disse ao pai que queria participar de uma
corrida beneficente de cinco milhas em prol de um jogador de lacrosse que
ficou paralítico d e p c * de um acidente. D ick não era um corredor de longas
distâncias, mas comraaiiio»! em em purrar R ick em sua cadeira de rodas durante a
corrida. Eles rri1iiiM imru quase em último lugar. Você e eu provavelmente terí­
amos ficadc desni»o®Taiijck roas não aquele jovem. N a mesma noite, ele disse ao
pai: “Pai. quando fia oonno. parece que não sou deficiente”.

T<7
C apítulo io

Depois de entender a perspectiva do filho a respeito da corrida, D ick nun­


ca mais parou. N a verdade, a Equipe H oyt chegou a completar m il corridas,
incluindo maratonas, duathlons e triátlons. Eles até pedalaram e correram pelos
Estados U nidos em 1992, completando um percurso de, aproximadamente,
seis mil quilômetros em 45 dias. Nos triátlons, D ick puxa R ick em um bote
com uma corda presa a um colete em volta da cintura. Para a parte do ciclismo,
R ick monta em uma bicicleta especial para duas pessoas, e na parte da corrida,
Dick empurra o filho em uma cadeira para corrida feita sob medida. U m a vez,
perguntaram a R ick se ele pudesse dar qualquer coisa ao pai, o que seria, e ele
respondeu: “A coisa que eu mais gostaria de fazer por meu pai seria sentá-lo na
cadeira, e, por uma vez, eu o em purraria”.6
Se quiser ver a Equipe H oyt em ação, você pode assistir a muitos vídeos
sobre eles em www.Tangle.com. M as se quiser ter uma bela choradeira, assista
ao vídeo chamado “M y Redeemer Lives — Team H oyt” [M eu Redentor vive
— Equipe H oyt, tradução livre]. Acompanhado pela música “M y Redeemer
Lives”, o vídeo m ostra D ick e R ick competindo juntos no Ironman Triathlon
e transmite o sentimento de vitória de ambos ao cruzarem a lmha de chegada.
O vídeo term ina com uma imagem de R ick sorrindo, que está com seu com­
putador, e na tela deste, está escrito: “Posso todas as coisas em Cristo, que me
fortalece”. Alerta: N ão assista ao vídeo sem um ou dois lenços por perto.
A Equipe H oyt dá-nos um excelente exemplo de como enxergar o melhor
em outra pessoa. D ick e ]udy focaram-se no que R ick era capaz de realizar e
buscaram atividades que lhe deram esperança e propósito. Por sua vez, eles
mesmos encontraram um novo propósito. Observe que não apenas Judy e Dick
acreditaram no potencial do filho, mas também o filho acreditou no potencial
dos pais. R ick acreditou que o pai era capaz de esforçar-se fisicamente para par­
ticipar de uma corrida de longa distância. A M aratona de Boston de 2 0 0 9 foi
oficialmente a milésima corrida da Equipe Hoyt. D ick logo completará 70 anos
de idade, mas nem Dick nem R ick estão prontos para a aposentadoria!
Em relação às pessoas em sua vida, em que você concentra-se? Você olha
para o que elas não podem fazer, ou vê o potencial que têm e concentra-se no
que podem fazer? Paulo continuou suas palavras de admoestação aos filipenses
mandando-os concentrarem-se no que é bom nas pessoas e na vida. Ele escreveu
assim:

158
y i U k A lia, j^a/imcLd e ^jmba/v e t/um â^a/im eA ua/ \Uda

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor; nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.7

Devo adm itir que fico tão sintonizada a uma característica ou a uma di­
ferença na personalidade de alguém que, às vezes, isso é tudo que vejo naquela
pessoa; contudo, quando aceito o conselho de Paulo e começo a ver o que é
correto e de boa fama em uma pessoa, passo a vê-la sob uma perspectiva di­
ferente. Todo mundo tem qualidade excelentes e dignas de louvor. As vezes, é
preciso um olhar um pouco mais profundo ou um pouco de criatividade, mas
garanto que as boas qualidades estão lá. Também é fácil fazer suposições acerca
da motivação das pessoas. No entanto, mais uma vez Paulo ordena pensar no
que é bom e amável. Assim, jogue fora as suposições e concentre-se no que você
sabe que é verdade. Quando mudamos nosso pensamento em relação às pessoas,
tornam o-nos encorajadoras, em vez de desencorajadoras. A paz é construída
entre pessoas que buscam o m elhor das outras, já contendas e desespero resul­
tam de focar nas piores coisas nas outras pessoas.
Busque o melhor das pessoas e das suas circunstâncias. O que está acon­
tecendo na sua vida agora? Tenho certeza de que você tem algumas dificuldades
e decepções, mas também algumas coisas boas. Acredito também que algumas
coisas deixam-na frustrada e com raiva, no entanto, há bênçãos. Por isso, faça
exatamente o que Paulo mandou os filipenses fazerem: pense no que é verda­
deiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama; em que tem alguma virtude,
algum louvor. Pare um momento, pense nas bênçãos que estão ocorrendo em
sua vida e pare de pensar nas coisas ruins. Anote algumas das coisas que têm
alguma virtude ou algum louvor que vierem à sua mente:

Dê um passo além e pense que o bom pode ser encontrado em meio às


suas dificuldades. T ire um tempo para pensar nas lições aprendidas e no amadu­
recimento que ocorre quando se persevera durante os períodos difíceis da vida.

159 .
C apítulo io

Se você perguntasse à fam ília H oyt se eles veem algo de bom como resultado
das deficiências de Rick, eles com partilhariam uma grande lista de bênçãos. As
vezes, é difícil enxergar algo bom em um a situação difícil. Pode levar tempo até
que uma decepção resulte em algo positivo, mas aguente firme. Continue bus­
cando. M antenha os olhos voltados para a esperança e pergunte: “O que Deus
pode fazer por meio dessa dificuldade?”
Estejamos determinadas a enxergar cada obstáculo da vida como uma
oportunidade de confiar em Deus. A vida não precisa ser tão feia. M udar de
perspectiva é um desafio, eu sei, mas é possível. Comece concentrando-se no que
está indo bem (no que você escreveu anteriormente nas linhas acim a). Agradeça
ao Senhor pelas circunstâncias nobres e admiráveis de sua vida neste momento.
Ao agradecê-lo constantemente pelo bom, você começará a desenvolver um
olhar para o que é verdadeiro, honesto e justo até mesmo nas cosias difíceis. Em
qualquer circunstância, a m aioria das pessoas tende a ceder aos pensamentos
negativos, e por isso devemos treinar nossos olhos para focarem o que é puro,
amável e de boa fama. Olhe atentamente para suas bênçãos, e a quantidade de
desgostos e dificuldades diminuirá.

Busca pessoal

Leitura complementar: Romanos 12 — Sacrifícios vivos.


Verdade básica: Seu padrão de pensamento pode ajudar a fortalecer relacio­
namentos e a criar oportunidades em sua vida.
Escolhas:

• Concorde no Senhor com seus irmãos em Cristo e resolva conflitos


com graça e sabedoria.
• Seja um a pacificadora para pessoas em conflito.
• Escolha alegrar-se no Senhor.
• Que a sua am abilidade seja conhecida por todos à m edida que você
reconhece que perto está o Senhor.
• Não esteja preocupada nem ansiosa. Em vez disso, sinta Sua paz ao
lançar sobre Ele seus cuidados.

160
' fu h ' i ; ü j o / u n u d e p e n ô a / í e V ia n ü ^ a s i m / Z '& u w v ^ x l«

• Procure o potencial e a capacidade de outras pessoas. Veja o melhor


lado delas.
• Concentre-se nas bênçãos de sua vida, mesmo durante as dificuldades.

Plano deliberado: Pratique o pacífico plano de Paulo.


Neste momento, há algum relacionamento difícil em sua vida? Aplique a
estratégia que Paulo deu aos filipenses. Eu a chamo de “golpe triplo de Paulo”;
no entanto, é um golpe do bem. Então, sempre que você tiver vontade de socar
alguém, tente lazer isso:

1. Alegre-se sempre no Senhor. Desvie os olhos do que é tão frustrante


e volte-os para o Pai. Escolha encontrar alegria nele e em Seu grande
amor por você. Ao concentrar-se na bondade de Deus, sua atitude para
com as pessoas de sua vida começará a mudar.
2. Que a sua am abilidade seja conhecida por todos. Sem linguajar pesa­
do, gritos, berros e fofocas. Seja amável ao falar com outras pessoas
porque você sabe que o Senhor está perto.
3. N ão esteja ansiosa por coisa alguma, mas, por meio de oração e súplica
em ações de graça, apresente seus pedidos a Deus. Antes de chatear-
-se com alguma questão ou com algo que pode acontecer no futuro,
identifique o que está deixando-a ansiosa ou com medo. Em seguida,
ore e lance seus cuidados sobre Deus. Não se esqueça de agradecer! O
Senhor lhe concederá a paz que excede todo entendimento. Quando o
temor sai do conflito, a paz começa a dominar.

Aplique esses princípios ao buscar concordar no Senhor com outra pessoa.


Que a paz e o amor de Deus transformem seu conflito em um lugar de espe­
rança e redenção.

161
C A P ÍT U L O 11

O Q jz n A a A o lr L O y ò ç j ^ / l q Á q j d o / c ^ Q r t t o j n í x x m J i n t o

E D eus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo
sempre, em tudo, toda s u f ciência, superabundeis em toda boa obra.
2 Coríntios 9.8

“Um espírito contente é um fruto da graça divina.”


George Barlow

«7 «
'o cê sabia que um em cada 20 americanos não consegue controlar o
impulso de comprar? E verdade. Estima-se que 17 milhões de americanos sejam
viciados em compras, gastando ao ponto de prejudicar seu casamento, sua fa­
m ília e suas finanças. Infelizmente, gastar muito tornou-se uma prática aceitável
em nossa cultura produtiva, mesmo em tempos de crise econômica. Os espe­
cialistas do Bankrate.com dizem: “N a terra do consumo conspícuo, a compra
compulsiva é o vício bem-aceito, o alvo de inúmeros seriados e comédias, um
dos poucos distúrbios dos quais ainda se pode rir”.1
Por que as pessoas gastam demais? Psicólogos apresentam diversos m oti­
vos pelos quais as pessoas tornam -se viciadas em compras, os quais variam de
carência emocional na infância, passando pela necessidade de estar no controle,
até o desejo de preencher um vazio. Entretanto, eu acrescentaria “falta de con­
tentam ento” à lista. Sendo completamente honestas, concordaríamos que um
C apítulo ii

espírito inquieto e um sentimento de descontentamento são comuns à m aioria


das pessoas em algum momento da vida. Independente de estarmos ou não des­
contentes conosco mesmas, com nosso marido (ou com a falta de um ), nosso
emprego, nossa casa, nossos bens ou nossas circunstâncias, todas nós estamos
propensas a querer algo melhor e a desejar algo mais. N a verdade, nossa cultura
parece lutar contra o espírito de contentamento. Além disso, como a indústria
da propaganda sobreviveria se todos nós estivéssemos completamente satisfeitos?
Contentamento não significa conformismo. N ão significa sentar-se em
uma confortável poltrona e deixar o mundo passar por você. A palavra grega
para contentamento está ligada ao conceito de suficiência ou satisfação. Portanto,
uma pessoa contente experimenta sincera satisfação, paz divina e alegria na vida
que não se baseia em pessoas ou circunstâncias. O oposto do contentamento é
inquietação, murmuração, infelicidade e um a busca infindável por completude.
A seguinte afirmação pode parecer ousada, mas acredito que o cerne do descon­
tentamento está na falta de confiança em Deus e no desprezo pelo Seu grande
amor por nós.

Por que o contentamento é tão bom?

M inha cadela Bentley deve ser a criatura mais descontente do mundo. Se está
do lado de dentro, quer sair, e se está do lado de fora, fica arranhando a porta
para entrar em casa. Enquanto eu escrevia este parágrafo, já a deixei entrar e sair
três vezes. Ele é um gigante precioso e amável, mas não sabe o que realmente
quer, e isso está enlouquecendo-me. Onde está o Encantador de Cães quando se
precisa dele? O descontentamento não é bonito nem em cães nem em pessoas,
nem é um a qualidade cativante para ninguém.
Paulo era um executor, um empreendedor, um dínamo, o tipo de cara
que nunca-fica-em-um-mesmo-lugar, no entanto, ele também era contente. Ele
abordou sua capacidade de contentar-se em qualquer situação quando escreveu
da prisão esta carta aos filipenses. Gosto do que ele escreve aqui. Até incentivei
minhas filhas a memorizarem parte dessa passagem quando eram pré-adoles-
centes e estávamos prestes a fazer uma longa viagem em fam ília. J á aprendi a
contentar-m e com o que tenho é um a frase que todo adolescente deveria memorizar,
você não acha? Bem, acho que não faria mal se os adultos também a decorassem.

1 6 4 .
0 v ü /a lm d ('.(/lo .>e x j/w A n cio c c .it f e ii- t a t r u / í ií o .

Eis a passagem completa:

Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente; reviver a vossa lembrança de mim;
pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como
por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido
e sei também ter abundância.1

Ele era contente mesmo quando estava em necessidade? Como isso era
possível? Se estou em necessidade, consequentemente eu ficaria, de modo na­
tural, descontente? Por isso, devemos perguntar-nos: “São as coisas que possuo
que me tornam contente, ou meu coração contenta-se mesmo quando estou em
necessidade?” A lição transform adora que aprendemos com Paulo nesta passa­
gem é que o contentamento, assim como a humildade, vem do coração. Pode­
mos ter necessidades externas, mas, ainda assim termos um coração contente e
um a atitude pacífica em relação à vida.
H á muito exemplos de pessoas que não têm muitos bens, mas que são ricas
em alegria e contentamento. U m exemplo em particular que observei destaca-se
com clareza em m inha mente. M uitos anos atrás, nossa fam ília foi a um a área
desfavorecida de Dallas para distribuir ceias para m uitas famílias que trabalha­
ram em um program a extracurricular cristão. N ós nem estávamos fornecendo a
comida; estávamos apenas usando nosso carro para ajudar a entregá-la. Nosso
trabalho era ir até a porta [da casa], entregar a ceia, cantar algumas canções de
natal (o que era meio assustador, porque nossa fam ília não é m usical), orar por
aquela fam ília e sair.
Ao entrarmos em casas bem necessitadas, éramos recebidos com sorrisos
incrivelmente gentis e alegres. Cada uma das famílias recebeu-nos em sua casa
de m aneira muito atenciosa. O cenário em geral foi esse: cantávamos um de­
plorável repertório de duas canções de natal para a fam ília (que sorria e ouvia
amavelmente), conversávamos um pouco com ela, e então alguém daquela casa
se oferecia para orar. As orações eram sinceras e cheias de gratidão. Pelo que
me lembro, cada fam ília orou mais ou menos assim: “O, maravilhoso e glorioso
Pai celestial, obrigado pelas Suas muitas bênçãos. Somos imensamente gratos por
tudo que o Senhor fez por nós. Alegramo-nos em ti. O Senhor deu-nos tudo
de que precisávamos, e principalmente, deu-nos salvação por intermédio de Seu
Filho, Jesus. Nunca poderemos agradecer o suficiente pelo amor e bondade que

165
C apítulo ii

tem para conosco, querido Senhor. Obrigado por estas pessoas queridas e por esta
ceia que elas trouxeram. Oramos para que o Senhor abençoe essa gente e ajude-a
a ter um bom Natal.”
U au! Que oração! Como era linda e graciosa! Estou dizendo-lhe sincera­
mente que cada casa era consistente com a seguinte — as orações eram reple­
tas de alegria, gratidão e contentamento. Veja bem, todos eles viviam em casas
simples e com pouquíssimos bens materiais, no entanto, eram a imagem do
contentamento no Senhor, da satisfeitos nele.
Q uando nossa fam ília embarcou no carro e voltou à descontente região
norte de D allas, aprendemos uma valiosa lição. O contentamento não se baseia
naquilo que temos ou no bairro em que moramos; trata-se de uma questão do
coração. É reconhecer o amor de Deus e ser grato por Seu cuidado. Algumas
das pessoas mais descontentes que conheço também são as mais ricas. E verda­
de que existem pessoas descontentes em todas as classes sociais e em todos os
países. Você pode visitar uma cultura empobrecida na Africa e encontrar tanto
pessoas contentes como descontentes nas mesmas circunstâncias. Portanto, é
uma escolha de atitude.
Vemos o conceito do contentamento ao longo do Novo Testamento. N a
primeira carta de Paulo a Timóteo, lemos: Mas êgran de ganho a piedade com contenta­
mento. Porque nada trouxemos para este m undo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo,
porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes .3 Gosto dessa atitude!
Gosto de estar cercada por pessoas com esse tipo de pensamento. Tenho medo
de olhar no espelho e pensar no quanto sou falha nisso.

G , oVnRo /V, qJjslqs meuó. d Õ i a ò , jia /iC L meuò. d e q a iq a a Ío a cju an d a tento.


e^xcortí/ixi/L a xxÍaa^cu^Õlqs em (Lmàv t ru x te / L tc u ò qal em pe&òxixxtu 0 , S e J ia/t, aiL u -
i ji u l u poc. c i i p/i.í/í n u n lu i^ i d a d e s . I c V l c í V m c u e o / u ic u o c o m a J u a pa^j

exu n a- ei Í’cíc|/ci.a d c tiò ta/i ,mi í j c ( í íi c <>m <) í’ M a in a s i.

O autor de Hebreus nos lembra:

Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele
disse: Não te deixarei, nem te desampararei. £, assim, com confiança, ousemos dizer:
O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem.4

166
0 Q^a A o A tuuixi/ ô e x y u u l ( v- d o c o n t ( m f u m e n [ o

Por sabermos que o Senhor é o nosso ajudador, [nós,] os cristãos, podem


ser diferentes do resto do mundo, e por isso, não precisamos ter medo. Podemos
confiar no fato de que não estamos sozinhas. Deus nunca nos abandonará. Con­
fiar no Senhor como nosso ajudador é a raiz do contentamento. Você realmente
crê que Ele é o seu ajudador? Sua confiança está construída sobre a sólida base
da bondade de Deus por você?
Davi tinha esse tipo de confiança e satisfação em Deus. Acho que você
conhece bem o Salmo 23, que é uma das maiores afirmações de contentamento
já proferidas: O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. O vigésimo terceiro Salmo
começa com uma poderosa afirmação de confiança e segurança no Senhor, e
você pode perceber a temática do contentamento ao longo dessa obra poética.
Vamos lê-lo juntas, e ao fazermos isso, vamos sublinhar cada frase que sugere
que nossas necessidades são supridas pelo nosso bom Pastor:

O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.


D eitar-me faz em verdes pastos, guia-m e mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-m e pelas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte; não temeria mal algum , porque
tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges a minha
cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida;
e habitarei na Casa do SENHOR por longos dias?

Davi faz o contentamento no Senhor parecer algo tão bonito e poético,


não é? O contentamento desenvolve-se em nossa vida quando confiamos nos
cuidados do Pastor. Não sei como as pessoas que não conhecem ao Senhor al­
cançam o contentamento; e do mesmo jeito, também não sei como alguém que
sinceramente confia no Senhor pode ser descontente. Quando consideramos
nosso grande Deus, Aquele que nos ama e que sabe o que é melhor para nós,
podemos depositar nossa confiança em Sua provisão. N ão im porta se estamos
passando por tempos de escassez ou de fartura, podemos continuar satisfeitas
na suficiência de Deus. M esmo quando não entendemos por que estamos pas­
sando por determinado problema, ainda podemos confiar em Seu cuidado.

167.
C apítulo ii

Como uma ovelh, que depende do cuidado de seu pastor, você esta dis­
p o * a colocar seus desejos uas mãos de Deus e confiar em Seu a ^ o r por vo ;
Podemos não entender por que Ele não torna nossa V ida do modo como qu
remos mas podemos confiar em Seu amoroso cuidado p or nos. Como um bom
pastor que carinhosam ente cnlda das suas ovelhas, Deus, com gentileza, cu.da
de nos sustenta-nos e conduz-nos pelo cammho que devemos seguir.
Com nossos olhos fitos nele, vamos, em voz alta, dizer |untas: J w * «
f J u r á ' Você fez isso? Falou em voz alta? E bom, nao e mesmo: c voce cs iver
em um a lanchonete neste momento, aposto qne as pessoas em volta podem
pensado que você é nm pouco d o id a , Tudo bem! Apenas fique a, com um sorri­
so de contentamento no rosto; isso vai enlouquece-los.

0 segredo

Alguns anos atras, um livro chamado O entrou para a lista dos mais ven­
didos A autora, R honda Byrne, alegava ter descoberto um antigo segredo pa
conseguir o que qniser na vida. As crenças dela eram baseadas em um a mistura
de ideias religiosas e filosóficas. N o entanto, no lado oposto, lemos que Pau
também descobriu segredo“, contudo, não se trata do mesmo que By
proclamava em seu livro. Al,ás, o conceito do de Paulo era bem diferente. Em
vez de encontrar o segredo para conseguir, de modo ego.su, tu o o q u e J
quer, o segredo de Paulo baseava-se em estar contente independente
não o que você quer.
Eis o que ele escreveu ao filipenses:

A rn n li » » < * à, viver c o m m m ^ t f J f m # * » , V <«•


m n f i , 1«, m i o m »to , »< r > m : d o m o d U , . H . p s so n ,v „k m

fortalece ,6

Oue tal esse segredo? Imagine estar contente em qualquer situação, porque
Cristo fortalece-nos! É provável que você já tenha ouv.do a frase Tudo posso naquti
,u , m p m t a c , e também que a ouviu seudo aplicada a tudo qne existe debaixo
do sol mas Paulo não escreveu ,sso par» inspirar você a subir na carreira p
fissional, a pular de h»V c ,« ,rV, a comprar uma casa enorme ou a cultivar um
„ovo passatempo. Se mantivetmos essa frase uo contexto, entenderemos que

168
0 'vc/líluíl.tu/ill 01'(j/IÁ'í!l! ílt! l’tl 11U ’l 11a I! Ivt 11ü

estava falando de força para contentar-se. Não que essas coisas que mencionei
sejam erradas, mas estou apenas dizendo que a frase Tudo posso, muitas vezes,
é m al empregada. Já vi essa sentença sendo usada e abusada em formas como
autoajuda, pensamento positivo, e em vários livros e mensagens motivacionais.
A verdade é que Cristo pode fortalecer-nos quando lutam os com a insa­
tisfação ou o descontentamento. Podemos ser fortalecidas quando estamos em
uma situação na qual achamos impossível continuar. Nosso bom Pastor pode
sustentar-nos e ajudar-nos quando estamos em necessidade.
Paulo disse que aprendeu a contentar-se na fartura ou na escassez. Preci­
samos realmente aprender a contentar-nos quando temos muito? Talvez sim. É
estranho, mas também pode ser um desafio contentar-se quando se tem muito
dinheiro e coisas disponíveis. Vou dar-lhe um exemplo sobre comida (m eu tipo
favorito de exemplo): imagme que você está um bufê livre. Sc há m uita com i­
da boa à sua frente, você diz: “Vou pegar só o necessário”? Não. Se você for
como eu, vai pegar o que quiser e um pouco mais! Sim, é difícil lim itarm o-nos e
contentarmo-nos quando há fartura disponível.
Tenho uma amiga muito rica que me disse uma vez: “E difícil criar filhos
contentes em um lar rico, porque eles sempre podem ter mais. Você nunca pode
dar a desculpa: ‘Não, você não vai ganhar isso, não tenho dinheiro’. N ão há
lim ites claros sobre quando devemos parar de comprar e declarar que já é o
suficiente”. Eu nunca havia parado para pensar nos desafios de contentar-se sob
esse ponto de vista. Talvez, você gostaria de ter a oportunidade de descobrir
como é ter esse tipo de desafio! N o entanto, a questão é: não im porta se você
tem de sobra ou se passa necessidade, Cristo pode ser a sua âncora, proporcio-
nando-lhe contentamento independente das circunstâncias.
H á várias situações na vida em que podemos lutar para ter um espírito
contente. Nesses momentos específicos, temos a escolha de tentar superá-los
por conta própria ou de voltar nossos olhos para o Senhor e buscar Sua força
em meio às nossas circunstâncias incertas ou indesejadas. Podemos buscar o
contentamento ou o desprezo. Podemos viver em paz e confiando em Deus, ou
podemos viver com raiva e ressentimento para com Ele e com nossa situação.
E quanto a uma mulher solteira de 38 anos? Ela pode contentar-se sem um
m ando? Tudo posso naquele que me fortalece.
E quanto a um a moça de 18 anos que acha que é a única cristã da escola?
Tudo posso naquele que me fortalece.

169
C apítulo ii

E quanto à mulher cujo m arido perdeu o emprego? Tudo posso naquele que
m e fortalece.
E quanto à jovem mãe cristã que acabou de descobrir que seu filho sofre
de um caso raro de autismo? Tudo posso naquele que m e fortalece.
E quanto aos pais que tinham grandes expectativas para o filho, mas agora,
ele está viciado? Tudo posso naquele que me fortalece.
E quanto à m ulher que não consegue parar de comer? Tudo posso naquele que
m e fortalece.
N ão im porta se é um emprego problemático, um m arido insensível ou um
desejo de competir com os vizinhos, Deus pode dar-lhe força e sabedoria para
contentar-se. Paulo buscava a Cristo em primeiro lugar, e o resultado disso era
o contentamento em sua vida.

Um caminho prático para o contentamento

Você está insatisfeita ou sentmdo-se infeliz ou descontente em algum a área de


sua vida agora? Você está inquieta ou deseja mais amor, atenção ou alguma coi­
sa? As vezes, é im portante fazer uma autoavaliação para considerar se há áreas
em que você precisa buscar a força de Cristo. Por isso, releia o Salmo 23 e passe
um tempo silencioso refletindo nas palavras O SENHOR é o m eu pastor; nada me
faltará. Ao refletir nessa frase, peça para o Pai mostrar-lhe as áreas de desconten­
tamento que precisam ser entregues a Ele. Pense nas áreas de sua vida nas quais
você encontra-se irada, infeliz ou desejando mais.
N o entanto, sejamos realistas: nem toda insatisfação é ruim. H á momen­
tos em que nossa falta de satisfação pode levar-nos a uma situação positiva. Por
exemplo, se uma pessoa está acima do peso e mantém um estilo de vida preju­
dicial à saúde, sua insatisfação com o peso pode levá-la a comer alimentos mais
saudáveis e a praticar exercícios. A frustração por causa da bagunça pode levar
um a pessoa a tom ar atitudes para reorganizar a casa.
Outro exemplo de insatisfação que se torna algo positivo é, na verdade,
algo muito relacionado a mim. M inha filha Grace, aluna da Baylor University,
sentia-se frustrada ao observar que o nível de pobreza aumentava Waco, e por
isso, ela começou a estender a mão às crianças daquele lugar. Ela começou um
projeto de artes chamado W aco Arts Initiative [Iniciativa de Artes em Waco,

170
0 OjmÁa tle Í/lo ' exj/ieÁa' do,' co ntentamento

tradução livre], que proporcionava às crianças um bom ambiente para aprender


artes e um lugar edificante para frequentar depois da aula. A W aco Arts Initia-
tive está fazendo a diferença na vida de crianças carentes daquela cidade. Com
certeza a insatisfação pode levar-nos a fazer algo positivo.
Contentamento não significa ficar parada e nunca sair do lugar. Olhe para
Paulo, que prosseguia e buscava, de maneira dinâmica, a propagação do evange­
lho. Se você sente-se frustrada em alguma área, entregue isso ao Senhor e busque
Sua orientação. Permita que Ele conduza você por um novo caminho ou por
um pasto mais verdejante. N o entanto, estou dizendo tudo isso no contexto da
obediência à Palavra de Deus. Sendo assim, encontrar um pasto mais verdejante
não se aplica a um casamento com o qual você esteja insatisfeita, por exemplo.
Portanto, acima de tudo, ao buscarmos a Cristo, devemos andar em obediência
a Ele.
Cristo pode conceder-nos força para contentarm o-nos nas situações não
tão perfeitas de nossa vida. Ao considerarmos as áreas nas quais não nos sen­
timos satisfeitas, quero conduzi-la a um caminho prático para encontrarmos
nossa força no Senhor. Aqui estão alguns passos que levarão você a um lugar
chamado contentamento.

Passo um: Louve e agraâeça ao Senhor


Sim, louve-o em meio ao seu descontentamento. Louve-o por ser seu Pai, sua
rocha e seu refúgio. Louve-o pelo poder e pela força que só Ele pode dar. Lou­
ve-o por Sua soberania. Louve-o porque Ele não se surpreende com nada nem
comete erros. Volte seus olhos para o seu Provedor e louve-o por Seu cuidado.
Fazendo isso, você começará a tirar os olhos do que deseja e olhará para aquele
que concede todas as dádivas.
Como mencionei anteriormente, o oposto da murmuração é a gratidão.
Assim, em vez de permanecer na terra do descontentamento, encontre a alegria
de agradecer a Deus até em tempos de necessidade, e sobretudo, em tempos de
fartura. Quando sinceramente agradecemos ao Senhor pelas bênçãos em nossa
vida, saímos da frustração e começamos a aceitar onde estamos, e começamos
a ver que bênçãos podem ser encontradas até mesmo nas piores circunstâncias.
Você observou, no capítulo anterior, que Paulo incluiu ser grato em meios às
preocupações e ansiedades? Não andem ansiosos p or coisa alguma, mas em tudo, pela oração

171
C apítulo ii

e súplicas, e com ação de graça s, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes cm Cristo Jesus. Ele também
escreveu aos tessalonicenses: Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças,
porque esta é a vontade de D eus em Cristo Jesus para convosco.'

rjPasso dois: Qonjesse seu pecado e converta-se


O pecado é tão insatisfatório! O lugar mais distante possível do contentamento
é quando se está em meio ao pecado. A ironia é que pensamos que o pecado
nos deixará felizes e contentes, todavia, é exatamente o oposto. Ele sempre nos
decepciona; além de ser insatisfatório, enganador e sedutor. Em últim a análise,
nossa força para sermos contentes vem de Deus, mas se fugirmos dele para viver
em pecado, interromperemos um a longa carreira rumo ao contentamento.

'Passo três: ^Peçajorça e sabedoria a JDeus


Deus convida-nos a buscá-lo e a levar nossos pedidos a Ele. O Senhor quer que
encontremos nossa força nele e que lhe peçamos sabedoria. Quando pedimos a
ajuda de Deus, damos um passo ativo para confiar nele, e não em nós mesmas.
Peça para Ele conceder-lhe uma nova perspectiva em sua situação: peça a pers­
pectiva dele. Lembre-se: confie no Senhor com todo seu coração e não se apoie
em seu próprio entendimento. Reconheça-o em todos os seus caminhos, e Ele
orientará seus passos.

'Passo quatro: ^s colha aceitar o plano de JDeus


Em vez de tentar consertar as coisas para que tudo seja perfeitamente tranqui­
lo em sua vida, considere o que Deus quer ensinar-lhe em meio às dificulda­
des. Confie em Seu amor e cuidado por você. Todavia, não estou dizendo que
não deveríamos tentar melhorar a nós mesmas nem buscar o melhor em nossas
circunstâncias, mas apenas que há situações que não podem ou que não irão
mudar, c por isso, devemos aprender a aceitá-las. Em vez de sempre tentar en­
contrar satisfação em outro lugar, devemos desfrutar do cuidado de Deus por
nós exatamente onde estamos.

172 .
'hL/iÁaÁexAxv òjqj^ uqÁ cí' doyconí eniumcnío

e.Tasso cinco: Qompartilbe sua luta


Cultive amizade com alguém que deseja buscar a Cristo como você. Peça para
ela orar a fim de que você possa apoiar-se na força de Deus na área de seu des­
contentamento. Orem uma pela outra e encorajem-se no Senhor. Reúnam-se
periodicamente para perguntarem como a outra está se saindo na questão do
contentamento. Enfrentar nosso descontentamento e com partilhá-lo com uma
amiga ajuda-nos a passar do reconhecimento para a vitória. No livro de Tiago,
lemos: Portanto , confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem
curados. A oração de um justo ípoderosa e cficaz ,8
Lana e Brett estavam passando por um momento difícil com o filho, que
tinha graves dificuldades de aprendizado e problemas disciplinares. Lana adm i­
tiu que desejava que as coisas mudassem. Ela queria que Deus curasse seu filho
e não compreendia por que Ele perm itiria esse desafio na vida deles.
U m dia, na igreja, pediu-se que toda a congregação agradecesse ao Senhor
pelas dádivas que Ele lhes havia concedido. Lana pediu para Deus orientá-la
para algo sobre o qual agradecer, e ela sentiu que o Senhor estava levando-a a
agradecer pelas dificuldades com o filho. Lana, no entanto, discutiu com o Se­
nhor, pois certamente não achava que aquilo era uma bênção Sua.
N o entanto, naquele momento, à m edida que Deus relembrava-lhe que Ele
não comete erros e que as lutas com seu filho eram um presente dele, o coração
dela começou a mudar. Lana jamais havia enxergado a sua situação como um
presente das mãos amorosas de Deus. Assim, ela logo mudou seu foco de estar
irada e descontente com sua situação para abraçá-la como uma bênção de Deus.
Essa nova perspectiva literalm ente revolucionou o modo como ela lidava com
seu filho e sua família.
Sua atitude transformada e seu estado de contentamento permeiam sua
vida desde então. Quando mudamos nossa perspectiva e começamos a ver a
soberania de Deus no contexto de nossa vida, amadurecemos para sermos m u­
lheres satisfeitas.
U m espírito contente é o reflexo de nossa confiança no amoroso cuidado
de Deus por nós. Podemos não entender por que as coisas estão da maneira que
estão, mas podemos saber que o Senhor ama-nos e que estará conosco para for­
talecer-nos durante as dificuldades. Nós honramos a Ele quando vivemos com a
satisfação de saber que o Pai cuida de nossas necessidades. O descontentamento

173 .
C apítulo ii

e a inquietação geram apenas frustração e amargura, mostrando ao mundo que


não confiamos no cuidado de nosso Pai.

0 , S anfw/L, a&AÁ^aAa jto/j A u í pyi*ien < ja em , naA ájx Otdu. 0 ) d - n o .' p a - errt
noÁAa co/líicã-O/-----a- pxi;y ijuc excede ÍihIo enfendunenta------aa- <xcexta/c -
n u».' a c l íu u c ã o (i LpUl L J u n o/» i/o u \ cc i c, cDenlío/i, u j u d a . - no/? a, vW l a - . iiila

p/to^4AcuiyQ yda - iioA j/ aa^ a pu/cu COn í c n ta/n n o -no.A lUn íCH; u e c|nafcpi.oA c l -

( u a ^ ã o . S 2 u e ItaâAíi. Oicla p aflA a /cc^ÍÁ/Íl/l a d c £ a ite ipue t e m 0/5 c fn tc ! è j Q

(Lm v^Paô to/í, c t u u l u n o c | u iiu / aí.

Busca pessoal

Leitura complementar: I Tim óteo 6.3-21 — A piedade com contentamento


é um grande ganho.
Verdade básica: O segredo para ser contente é encontrar nossa força em Cristo.
Escolhas:

• Contente-se em toda e qualquer situação.


• Lembre-se de que o contentamento vem do coração, por isso, não se
baseia no que você tem.
• Confie no amor de Deus por você e lembre-se de que Ele é o seu bom
Pastor.
• Louve a Deus por ser o seu Provedor.
• Seja grata em todas as circunstâncias.
• Confesse e converta-se do pecado.
• Examine as áreas de insatisfação em sua vida e busque a força de Deus.
• Encontre uma amiga para encorajá-la na jornada rumo ao contenta­
mento.

Plano deliberado: M em orize o Salm o 23.


Você consegue! M uitas vezes achamos que m emorizar uma passagem é
algo assustador e complicado. N o entanto, quero que você memorize o Salmo
23 como um passo poderoso e positivo rumo ao contentamento. H á lembrete
m elhor que essa passagem poética? Você recorrerá às reconfortantes palavras

174.
úe/ulaAiU/u^áJicj/uiiios cüxv cxintc-nta-trumlo,

deste salmo ao longo do dia, sobretudo quando estiver propensa a sentir-se


preocupada ou inquieta por causa das dificuldades. O Salmo 23 a fará lembrar
constantemente de que o seu Pastor cuida de você com amor. Eis algumas dicas
de memorização:

1. Anote os versículos em fichas e carregue-as com você.


2. Pratique sempre que estiver no carro, esperando em um a fila, lavando
roupa, lavando a louça ou passando aspirador. Repita os versículos à
noite, antes de dormir.
3. Se você malha, repasse os versículos enquanto se exercita. O ritmo e a
oxigenação extra do cérebro parecem ajudar.
4. Faça desenhos simples que ajudem a lem brar as palavras. Nosso cé­
rebro consegue lembrar-se mais de imagens simples do que de uma
lista de palavras. Por exemplo, desenhe um boneco feito de palitinho
como um pastor fazendo você deitar em verdes pastos, e depois, faça-o
guiando-a a águas tranquilas (um rio com uma placa Silêncio ao lado).
5. Recite os versículos em voz alta para alguém que você conheça. Tente
fazer isso em uma conversa com um parente ou um amigo.

175 .
C A P IT U L O 1 2

q) qÀxis a / ( j ^ n ^Õjjy o s n ô j z u n u m c lo y

Sede, pois, imitadores de Deus, como Jilhos amados; e andai em amor ; como também
Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em
cheiro suave.

a
Efésios 5.1,2

“Quando a obra de Deus é feita à maneira dele para a Sua glória, a


provisão do Senhor não faltará.”
Hudson Taylor

v — ' magme uma jovem noiva enchendo cinco caminhões com seus belos pre­
sentes de casamento, zarpando com seu recente marido e atravessando o Oceano
Pacífico para trabalharem como missionários. Em 1930, Darlene e Russell Deibler
começaram a vida de casados, tendo como primeira casa uma cabana de bambu
enquanto levavam a mensagem do evangelho à tribo dos kapaukus, que habitavam
na ilha de Nova Guiné. Darlene, de imediato, teve uma boa comunicação com os
nativos, mas, infelizmente, o trabalho deles com esse povo precioso durou pouco.
Com o avanço da Segunda Guerra M undial sobre o Pacífico, o exército japonês
invadiu a Nova Guiné, e os Deiblers foram forçados a mudarem-se para uma ilha
próxima. Eles ministraram em uma escola bíblica com outros missionários da ilha,
mas logo ficou perigoso demais continuar ali, e todos os missionários da região
tiveram de escapar para as montanhas adjacentes.
C a p ítu lo 12

Deixando para trás a maior parte de seus bens (sim , infelizmente, todos
os presentes de casamento), eles continuaram a viver no refúgio da montanha.
N o entanto, o exército japonês acabou encontrando-os, e Russell e os demais
homens foram levados a um campo de prisioneiros. Todavia, um senhor, Dr.
Jaffrey, pôde ficar com as mulheres, morando nas montanhas, durante um ano.
Sua fé inabalável ajudou a fortalecer a fé em Darlene durante esse período. Ela
passou a respeitar Dr. Jaffrey como a um pai, e era grata pelo conforto e pela
sabedoria que Deus proporcionava-lhe por interm édio dele. ^
Posteriormente, todos foram levados a um campo japonês de prisioneiros,
onde viveram em árduas condições. Os guardas tratavam as mulheres com cruel­
dade e forçavam-nas a trabalhar por muitas horas com pouquíssim a comida.
Depois que Dr. Jaffrey mudou-se para outro acampamento, Darlene desesperou-
-se, imaginando quanto mais lhe seria tirado; no entanto, ela aprendeu a confiar
no consolo e no cuidado do Senhor. Deus usou essa mulher para reunir as pri­
sioneiras como um grupo bem unido. Ela liderou-as na leitura bíblica e na ora­
ção, concedendo força àquelas almas cansadas. O Senhor, misericordiosamente,
perm itiu que Darlene caísse nas graças do comandante, que observava o quanto
ela era respeitada e amada pelas prisioneiras. Isso me lembra da história de Jose,
no Antigo Testamento. Ele foi injustamente preso no Egito, mas Deus perm itiu
que ele caísse nas graças das autoridades, e assim, foi nomeado supervisor dos
prisioneiros. Da mesma maneira, o comandante da prisão colocou Darlene como
responsável pelo prédio em que ela e outras mulheres estavam alojadas.
Certo dia, Darlene recebeu a notícia de que Russell havia m orrido no
campo em que estava, e, por causa da piedosa influência de Darlene no campo
em que ela estava, até o comandante japonês prestou-lhe condolências e ten­
tou consolá-la. Darlene, com os olhos no Senhor, pôde dizer ao comandante
que tinha esperança em Jesus, e assim, com partilhou a mensagem do evangelho
com ele, que começou a chorar. Como é irônico o fato de a pessoa que tentava
consolar e enxugar as lágrim as de outra, agora, derrama suas próprias lágrimas.
Infelizmente, os problemas de Darlene não ainda não haviam terminado.
A polícia secreta acusou a m issionária de ser espiã, e ela foi levada a um a pnsao
terrível, na qual foi espancada e só podia comer um copo de arroz por dia. Ela
ficou tão fraca e doente, que ficou com os cabelos brancos, mesmo sendo uma
jovem de 2 0 e poucos anos! É difícil im aginar como Darlene deve ter se sentido
quando foi condenada à morte, mas Deus ainda não tinha acabado Sua obra,

178
a cv n^jx^ãxL o jn ô jn v m uruLci'

pois Ele ainda tinha importantes planos para ela. Bem no momento certo, o co­
mandante de seu antigo campo conseguiu convencer os oficiais da polícia secre­
ta de que ela era inocente. Em um momento dramático que se assemelha a um
filme de ação, vários oficiais chegaram em seus veículos e im pediram a execução
bem na hora em que os guardas estavam desembainhando suas espadas. Ufa!
Eles levaram-na para seu antigo campo, e você pensaria que as coisas fi­
caram bastante tranquilas quando ela voltou ao campo e à antiga função de
supervisora de todas as prisioneiras. N em tanto. Os bombardeiros forçaram as
mulheres a dormirem em trincheiras à noite. Seus barracões foram queimados,
fazendo com que elas vivessem com pouquíssim a com ida cm cabanas improvi­
sadas na selva. Pela graça de Deus, Darlene conseguiu sobreviver até que o fapão
finalmente se rendeu.
Darlene passou três anos confinada e chegou a pesar míseros 36 quilogra­
mas ao fim de toda a provação. Quando finalmente conseguiu embarcar em um
navio para voltar para casa, ela pensou que jamais ia querer voltar àquelas ilhas.
Pense: ela perdeu sua saúde, seu marido, seus bens — tudo — , e tinha apenas
2 8 anos. Contudo, ao ver os cristãos nativos correndo para a praia a fim de lhe
darem adeus, seu coração endurecido começou a amolecer-se.
Darlene voltou aos Estados Unidos, e posteriormente se casou com um
homem maravilhoso chamado Jerry Rose. Ela faleceu em fevereiro de 2 0 04 ; no
entanto, viveu de modo pleno e compartilhou a mensagem do evangelho por onde
passou. Ela escreveu um livro sobre suas experiências intitulado Evidence Not Sem
[Sem provas, tradução livre] (H arper Collms, 1990). Em um sentido muito real,
Darlene sabia que Deus era seu provedor até mesmo em tempos mais sombrios.
Ela também sabia o significado de ser um sacrifício vivo, permitindo que o Se­
nhor a usasse independente das circunstâncias. O desespero foi transformado em
esperança, e a fraqueza foi substituída pela força divina. Ela entregou tudo o que
tmha, e o Senhor sustentou-a, consolou-a e concedeu-lhe provisão.

0 precioso cuidado divino

Em minha opinião, Darlene foi uma heroína. Ela viveu por Cristo, encontrou
nele seu socorro e, por meio de sua fé e esperança, levou a Ele inúmeras outras
pessoas. Sou inspirada por sua vida abençoadora c por sua confiança no Deus

179
C a p ít u lo 12

que cuida de suas necessidades. Quero que você leia o que ela escreveu sobre
uma experiência que lhe ocorreu logo após descobrir que seu primeiro marido
havia falecido. Eis as palavras dela:

Nada lançará uma pessoa no desespero com tanto rapidez quanto


supor o que poderia acontecer. Esse foi outro exemplo das preocupa­
ções do amanhã que nunca vem, roubando de nós as alegrias do hoje.
Uma pungente tristeza, tomando-me para a dor de outras pessoas,
liberou as lágrimas de mmha viuvez. Eu estava sozinha, e tinha tempo
para chorar, mas, com as lágrimas, também veio a cura.
Em meu momento de terrível solidão e tristeza por um mundo de
pessoas tão devastadas pela guerra, ouvi alguém com lmda e nítida
voz cantar o hino “Precious Name, Oh, How Sweet” [Nome precio­
so, oh, quão doce] do lado de fora da mmha cela; no entanto, estava
cantando em indonésio: “Precioso é Teu nome, um abrigo seguro!”
M eu coração explode com uma luzente esperança! O “tempo de cho­
rar” já passou; agora é “tempo de rir”.
Clamei: “Ò Senhor, perdoa-me. Este não é um jogo de suposição.
Vivo segundo a certeza de que ‘o nome do Senhor é uma torre forte:
o justo corre para ela, e é salvo’. O nome de Jesus, Teu precioso nome,
é minha torre forte de defesa contra o inimigo do desespero. E meu
abrigo seguro; eu entro nele, e estou a salvo”.
Mas quem estava cantando? Como ele poderia saber que eu preci­
sava desse hino naquele momento? E claro que ele não poderia saber,
mas com certeza, amava a Deus. Eu precisava vê-lo. Subi no travessão.
Meus olhos examinaram a luz do fim de tarde — ninguém estava à
minha porta ou no pátio, além do guarda e do vigia noturno. Os
dois estavam conversando, e eu sabia que eles não conheciam aquela
música! Ao ouvir esse hino de esperança e certeza vindo não sei de
onde, meu coração encheu-se de espanto. Silenciosamente deslizei
pelo chão e lavei minha alma na presença do meu Deus.

Darlene acrescentou essa observação: “Quando, mais tarde, contei isso


ao Dr. A. W. Tozer — o “místico m oderno”, como é chamado — ele disse:
M en in a, você já pensou que Deus pode ter enviado um anjo?’ Sim, Dr. Tozer,
de fato, pensei”. 1

180
C)<2^xv a, ujtni^LOj ojrvàJLLL mundo

N ão é maravilhoso estar em um lugar com o precioso cuidado de Deus?


Darlene soube em prim eira mão o que é ter Deus para suprir suas necessidades.
Imagino se, naqueles momentos sombrios em que experimentou aflição, espan­
camento e fome, ela pôde ter refletido nas palavras de Paulo quando ele passou
por dificuldades semelhantes. O apóstolo foi espancado algumas vezes e tinha
pouquíssim o com o que sobreviver, mas confiava que o Senhor supriria suas
necessidades em toda e qualquer situação. Deus usou os filipenses para ajudar
a suprir algumas das necessidades físicas do apóstolo; e em contrapartida, usou
Paulo para suprir as necessidades espirituais dos filipenses. A pobreza da alma é
um a das condições mais terríveis do homem, portanto, bem-aventurados são os
que proporcionam alimento espiritual para o coração faminto. Pense em como
o Senhor usou Darlene para oferecer o alimento da Palavra de Deus às mulheres
do campo prisional. Ele usou a m issionária para suprir as necessidades espiritu­
ais tantos daquelas mulheres como do comandante, cuja vida foi transformada
para sempre.
Quando Darlene não tinha mais nada a oferecer — nenhum dinheiro,
com ida ou bens — , ela ficou com apenas uma coisa: a Palavra de Deus para for­
talecer as pessoas que o Senhor colocou em sua vida. Assim como o Dr. Jaffrey
foi usado para a sua vida, ela também foi usada para a vida de outras pessoas.
O que Deus concedeu-lhe? De que maneira Ele quer que você seja uma bênção
para outras pessoas? Aos considerarmos as palavras que encerram a carta de
Paulo aos filipenses, vamos pensar na oferta de cheiro de suavidade que pode­
mos conceder a outras pessoas. Paulo começa dizendo aos filipenses o quanto
é grato pela ajuda deles, principalm ente quando outros não fizeram o mesmo.
Esta é a nota de agradecimento dele:

Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. E bem sabeis também vós; ó
filipenses, que, no principio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja
comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também,
uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas,
mas procuro ofru to que aumente a vossa conta. Mas bastante tenho recebido e tenho
abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me fo i
enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. O meu
Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por
Cristo Jesus}

181
C a p ítu lo 12

Os filipenses doaram. Eles deram dádivas independente se eram dinheiro,


comida, roupas ou as três coisas. N ão sabemos exatamente o que se tratava, mas
sabemos que foram úteis a Paulo enquanto esteve na prisão. Os filipenses até
enviaram Epafrodito como mensageiro para cuidar das necessidades de Paulo.
O apóstolo sentia-se grandemente suprido pela generosa ajuda dos filipenses, e
eles não ajudaram uma única vez. Paulo escreveu que eles enviaram o necessário
uma e outra vez, mas também destacou que outras igrejas, infelizmente, não
tinham a mesma preocupação com respeito a dar e a receber.
Essas outras igrejas escolheram não participar da oportunidade de ser uma
bênção para Paulo. Talvez, estivessem ocupadas demais ou desconhecessem as
necessidades que o apóstolo tinha na prisão. Talvez, não se importassem ou não
dessem valor a Paulo. Independente do motivo, tudo que posso dizer é, gente,
eles perderam a chance de fazer parte de algo que era maior do que eles!
Q uando doamos de modo sacrificial a outras pessoas, os únicos benefi­
ciados com isso não são apenas os que recebem, pois, quando doamos gene­
rosamente, também desfrutamos da alegria de suprir a necessidade de outras
pessoas, promovendo o evangelho por meio do m inistério e levando compaixão
a pessoas necessitadas do mundo inteiro. H á grande satisfação em saber que
desempenhamos um im portante papel ao ajudar outras pessoas. Com certeza
devemos dar com sabedoria e em oração, e ao fazermos isso, temos a oportuni­
dade de participar de algo maior que nós. Pense na animação que os filipenses
deveriam sentir por ajudarem Paulo a levar o evangelho por toda parte. E que
tristeza para as pessoas que escolheram não participar!

Um cheiro de suavidade

Você é um cheiro suave ou é fedorenta? Essa é um a pergunta simples e não é


algo ruim de perguntar a si mesma regularmente. Em outras palavras, sou uma
bênção para as pessoas à m inha volta, ou eu desencorajo-as? Eu honro a Deus
ao edificar e sinceramente amar meu próximo? Ou eu vivo para m im mesma,
tentando conseguir o que quero dos outros? Sou uma bela flor, que traz beleza
a este mundo por meio de minhas palavras e ações, ou sou um desagradável
dreno, que, reclamando e desanimando as pessoas, suga a vida dela? Eu doo
generosamente o que tenho para ajudar outras pessoas, ou sou mesquinha com

182
c ) c ^ í i. a líín^üO/cm.'(>.umimclo

o que tenho, porque nunca sei quando posso precisar? Vou correr um risco aqui
e supor que você quer ser um aroma suave para os outros.
O termo cheiro de suavidade que Paulo utiliza em sua carta refere-se a uma
oferta de gratidão. N o Antigo Testamento, Deus instruiu Seu povo a fazer uma
oferta como expressão de ações de graça ao Senhor. Nós, cristãos, não mais
ofertamos sacrifícios como os do Antigo Testamento, um fato pelo qual sou
muito grata. N o entanto, isso não significa que não ofereçamos sacrifícios espi­
rituais. N a carta aos Romanos, Paulo escreveu: Rogo-vos, pois, irmãos , pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional ,3 E o autor de Hebreus desafiou seus leitores da mesma maneira:
Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a D eus sacrifício de louvor, isto ê, o fr u t o dos lábios que
confessam o seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacri­
fícios, D eus se agrada 4
U m sacrifício é um ato de adoração. É um a oferta a Deus que flui de um
coração grato e hum ilde. M ais do que isso, é uma oferta que nos custa algo.
Pode ser óbvio, mas vou afirmar assim mesmo: um sacrifício é, de modo geral,
um a ação ou algo que não é fácil conceder. A perfeita imagem de sacrifício é o
que Cristo, ao sofrer e morrer em nosso favor, fez por nós na cruz. Esse foi o
exemplo mais puro de amor.
Deus chama-nos para sermos sacrifícios vivos, oferecendo o que temos como
instrumentos a serem usados por Ele a fim de glorificá-lo. Paulo disse que as
dádivas dos filipenses eram um cheiro de suavidade e sacrifício agradável e apra­
zível a Deus. Quando penso em sacrifícios aprazíveis comparados aos que não
o são, é inevitável não recordar Caim e Abel. O primeiro ofereceu o que era
fácil. Era apenas o fruto da terra, mas Deus exigia sacrifício de sangue, o qual
teria um preço. Porém, mais im portante que o sacrifício era o coração de quem
o oferecia. Caim não parecia interessado no que agradava a Deus; ele queria
oferecer o que lhe era cômodo.
Infelizmente, muitas vezes nossas ofertas não são tão diferentes da de
Caim. È fácil entregar o dinheiro ou o tempo sobresselente, mas é muito mais
desafiador esforçarmo-nos no âmbito da doação. Precisamos ser sábias e pru­
dentes com nosso tempo, orçamento e talentos, mas também precisamos viver
com atitudes generosas e sacrificiais nessas áreas. Isso pode significar que preci­
saremos doar além do que é fácil e conveniente. Os sacrifícios aceitáveis não são
necessariamente os confortáveis. E difícil viver de maneira generosa e sacrificial,

183
C a p ítu lo 12

mas isso proporciona alegria e bênçãos. Veja o que isso pode significar em ter­
mos práticos:

• Levar um jantar para um a amiga que está doente, mesmo que ela more
do outro lado da cidade.
• Abrir seu lar para um a conhecida que precise de um lugar para ficar.
• Ser legal com a menina com quem ninguém conversa.
• N ão aproveitar o silêncio na conversa para fofocar sobre outra pessoa.
• Abrir mão de seu almoço para ajudar outra pessoa em necessidade.
• T irar um tempo para escrever um a carta para um soldado, prisioneiro
ou alguém que precise de encorajamento.
• O fertar mais do que o dizim o para ajudar o ministério.
• Fazer algo legal por alguém que foi rude com você.
• Sinceramente orar por seus inimigos.
• Edificar alguém com seu sorriso mesmo quando não sentir vontade
de sorrir.
• Falar gentilmente com alguém que você acha que não merece sua bon­
dade.
• Emprestar a alguem sem esperar algo em troca.

Viver e ofertar de modo sacrificial significa que damos nosso melhor,


e não sobras mais ou menos. Precisamos reconhecer que, quando doamos para
outras pessoas, estamos, na verdade, ofertando ao Senhor. Em M alaquias, le­
mos sobre os sacerdotes de Israel serem admoestados (ou talvez devêssemos
dizer repreendidos) por oferecerem sacrifícios de má qualidade, deploráveis e
defeituosos. Eles ofereciam o pior para Deus, enquanto Ele exigia o melhor.
Os sacerdotes eram mesquinhos com o Senhor. Talvez pensassem que Ele não
veria ou que não se im portaria. Que tolos! Eles esqueceram quem é Deus e não
lembraram que Ele é santo e que tudo vê. Fico feliz porque nunca esquecemos
isso, certo? Enfim; eis o que o Senhor disse aos profetas no livro de M alaquias:

O filho honrará 0 pai, e 0 servo), ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde esta a minha
honra? E, se eu sou Senhor, onde está 0 meu temor? — diz 0 SENHOR dos Exér­
citos a vós, ó sacerdotes, que desprezais 0 meu nome e dizeis: Em que desprezamos
nós 0 teu nome? Ofereceis sobre 0 meu altar pão imundo [...] Pois maldito seja 0

184.
o V j a a. (l ê n ç ã o e m o tu I m u n i l o

enganador; tenáo animal no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma


coisa vil; porque eu sou grande Rei', diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome será
tremendo entre as nações,3

Eta! Eu diria que Deus não gostou muitos de os israelitas estarem desper­
diçando sacrifícios. Que possamos oferecer sacrifícios aprazíveis por meio de
nosso tempo, talentos e tesouros. Vamos parar de dar a Deus somente as sobras.
Paulo disse aos colossenses: E, tudo quanto fizerdes, fa z ei-o de todo o coração, como ao
Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo,
o Senhor, servis b
Agora, faço um alerta a qualquer uma de minhas preciosas leitoras que
curtem um sentimento de culpa: não adquiram um a m entalidade legalista do
tipo: “Eu preciso fazer algo para Deus”. O perfeito sacrifício por nossos peca­
dos já foi pago por Jesus Cristo. Não podemos merecer o favor de Deus além
do que Cristo já fez na cruz. Ele é o Cordeiro perfeito e imaculado que tira o
pecado do mundo. Portanto, nossos sacrifícios espirituais são atos de adoração
ao Senhor. Vamos honrá-lo com dádivas e cheiros de suavidade, e não com chei­
ros desagradáveis a esmo.
Quero ainda destacar uma últim a fala de Paulo. Além de dizer aos fili-
penses que suas dádivas eram cheiros de suavidade e sacrifícios aceitáveis, o
apóstolo acrescentou que eles estavam agradando ao Senhor. Os sacrifícios só
puderam ser aprazíveis a D eus porque foram ofertados com a atitude correta.
Assim como vivemos de maneira generosa e sacrificial, vamos também viver em
gratidão. Que tenhamos uma atitude grata toda vez que doarmos.

0 fi/iXLjadas, Seníux/Lj pxvi/t ild a s cjxie/iruiy cleAte^ 0 j^e/ie^XJy- te. m cw tempo/ cjjjtlqz
p/cedente/ Oê/u^acla^ §enJia/^ pjzfaAy
cjxte/ »rte <umceíleAÍe< âue/iQ/ Eo-UaIo/i. an/§ejr^n/i/yXÃ2ÍAÍ^Áiindxi/-i^ 0 {z/úaxxAct/,
Sen Jxa/ v, p.e£a/ Í a íc n t o / cpxe. m e. d e ò te j Q x ííu n ia / iia jn ^ jtte y Qy ct|e/Lex^3y a tv , pxiAxv
tSaw gpÈo/Ltcu

Experimentamos a verdadeira alegria quando nossa atitude de doação está


no lugar correto. Assim, se nossa atitude estiver voltada para o que recebere­
mos em troca, estaremos indo rumo à decepção. Se estivermos servindo para
glorificar a nós mesmas, então, só nós restará um sentimento de vazio interior.

185
C a p ít u lo 12

Se estivermos fazendo algo apenas para agradar aos outros, provavelmente nos
frustraremos.
N o entanto, sejamos 100% transparentes aqui: é raro doarmos ou fazer­
mos algo por outras pessoas por motivos completamente puros. Apesar disso,
ainda podemos ter a atitude correta ao servir, sacrificar e ofertar. Tudo é uma
questão de escolher ser grata e de voltar os olhos ao louvor e à adoração a Deus
por meio de nossa oferta. Fazendo isso, nosso foco muda, e nossa atitude é
transformada, ficamos alegres ao ofertar, e como sabemos, Deus ama quem dá
com alegria!

0 que está em suas mãos?

Lynn tem esclerose m últipla, uma doença crônica e frequentemente incapaci-


tante que ataca o sistema nervoso central. Fisicamente, ela depende da ajuda de
outras pessoas, mas ela não é um fardo, e sim, uma bênção. Seu espírito doce
m inistra a todos que estão por perto, incluindo sua família, amigos e conhe­
cidos, ou seja, quase todos que entram em contato com ela. Lynn pode não
estar por aí distribuído com ida para outras pessoas — embora fosse a ramha
do serviço e da doação antes de seu diagnóstico — , mas Lynn é um cheiro de
suavidade. Ela oferta o que pode em forma de bondade, encorajamento e boas
palavras a outras pessoas.
Todas nós temos algo a oferecer. Um menino doou cinco pães e dois pei­
xes, que eram seu almoço. M aria doou seu vaso de alabastro com perfume para
ungir os pés de Jesus. A viúva doou sua porção, Lídia cedeu sua casa. Epafrodito
ofertou seu tempo, seu coração e seu cuidado. Os filipenses doaram generosa­
mente. Paulo doou sua liberdade, sua religião e sua posição como fariseu para
que pudesse ofertar seu tempo e seus talentos para proclamar o evangelho de
Cristo. Cada uma de nós tem algo a oferecer para a obra do Reino de Deus.
Cada um a de nós pode ser uma bênção para os outros. O que você tem em suas
mãos? Com o que Deus capacitou você para realizar algo? Todas nós temos algo
a oferecer.
Os membros da D isability Resources Incorporated em Abilene, Texas, têm
algo a oferecer. A D RI é um lugar maravilhoso para adultos com deficiências
físicas e mentais, que não proporciona apenas um adorável ambiente familiar,

186 .
mas também oportunidades vocacionais. Os especiais membros da D R I apren­
deram a fazer sabão, loções, chocolates e molhos que vendem por todo o país.
Os funcionários ajudam a descobrir o que os assistidos podem fazer, sem preo­
cuparem-se com o que não podem fazer. Eles até começaram um coro de sinos,
perm itindo que os membros ofereçam o dom da música ao público. Recente­
mente tive a oportunidade de ver e ouvir o coro de sinos apresentar-se, e cheguei
a chorar com a música produzida por essas amáveis pessoas.
Enquanto assistia à apresentação, lembrei-me das diversas maneiras como
Deus prepara-nos para ofertar. Todas nós temos algo para oferecer. Os mem­
bros da D R I descobriram o que poderiam fazer e como poderiam doar isso
aos outros. O Senhor concedeu dons e talentos a cada uma de nós — e não
im porta o tamanho — para que sejam com partilhados com as pessoas deste
mundo. Assim, nunca devemos falar que não temos o que oferecer. Permita que
Deus use você da maneira como Ele equipou-a. Estenda a mão ao próximo com
o que você tem.
A beleza de ser uma bênção é que você recebe bênção. Você não sai para
buscá-la, mas, em geral, ela vem até você de alguma forma ou maneira. Quando
você serve outras pessoas que estão necessitadas, segue a isso um sentimento de
euforia. Quando você demonstra misericórdia, você recebe-a de volta. Lembre-
-se das palavras de Jesus: Dai' e ser-vos-á dado; boa medidai, recalcadai} sacudida e transbor­
dando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.7
A qui Jesus não estava falando sobre dinheiro, mas sobre atos de amor, bondade
e perdão.
Paulo oferece um belo lembrete aos seus amigos filipenses: Deus supriria
as necessidades deles de acordo com as Suas gloriosas riquezas. O professor de
Bíblia W arren W. W iersbe comentou: “Deus não prometeu que supriria todas
as nossas ganâncias. Quando o filho de Deus está de acordo com a Sua vontade,
servindo para a gloria dele, então, todas as suas necessidades serão supridas”.8
as gloriosas riquezas de Deus são insondáveis. Ele é Senhor de tudo. A Bíblia
lembra-nos de que Ele é capaz de ja z er tudo m uito mais abundantemente além daquilo
que pedim os ou pensam os:1 Se você já se sentiu inadequada, incapaz, despreparada ou
oprim ida quando se trata de abençoar outras pessoas, deixe-me reafirmar que
Deus lhe dará tudo o que você precisa.
O medo impede voce de usar seus talentos e suas habilidades para ser uma
bênção para outras pessoas? Seja fortalecida pelas palavras de Paulo: O meu Deus,

187.
C a p ít u lo 12

segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória. Talvez você esteja
tendo dificuldade em perdoar, achando que simplesmente não consegue fazer
isso. Deus suprirá as suas necessidades segundo Sua glória. Aliás, Suas riquezas
são transbordantes e abundantes quando se trata de perdão. Talvez você tenha
problemas em abençoar alguém que está emocionalmente carente e chato. Peça
para Deus conceder-lhe sabedoria para estabelecer limites prudentes, mas tam ­
bém um amor genuíno por essa pessoa, para que você possa ser um cheiro de
suavidade. Assim como uma fragrância agradável pode superar um cheiro ruim ,
nosso dom de amar pode embelezar uma pessoa problemática.
Deus irá equipa-la com o que você precisa para abençoar outras pessoas.
N ão tenha medo. N ão se detenha. Busque-o para receber dele o que você precisa
a fim de ser um presente para as pessoas que Ele coloca em sua vida. Lembre-
-se de que você não precisa suprir todas as necessidades, mas pode fazer algo
para alegrar outra pessoa. Peça para o Senhor guiá-la e orientá-la para onde
você deveria doar e ajudar pessoas. Pode não ser em um m inistério; Deus pode
orientá-la a estender a mão ao seu vizinho, à pessoa que trabalha no cubículo ao
lado do seu ou a uma colega de escola que pareça solitária. N inguém é inútil.
Todos têm algo a oferecer a este mundo. Seja a benção!

Busca pessoal

Leitura complementar: I Coríntios 12— 13 Doações e doando com amor.


Verdade básica: Deus preparou você para ser uma bênção para as pessoas à
sua volta.
Lscolhas:

• Independente das suas circunstâncias, você tem algo a oferecer ao


mundo.
• Seja um aroma agradável, e não um fedor terrível.
• Peça para Deus conceder-lhe o que você precisa a fim de ser uma
bênção.
• H á um a infinidade de maneiras de doar às pessoas que Deus coloca
em sua vida.
• Doar é um ato de adoração.

188
G )e jX L a / í z & t u ^ c u i' e ii v ò j l w t n u n x L a s

• A doação m uitas vezes requer sacrifício.


• Dê o seu melhor, não suas obras.
• Dê com uma atitude de gratidão.
• Confie que Deus suprirá suas necessidades enquanto você movimenta-
-se para ser uma bênção para outras pessoas.

Plano deliberado: Avaliação de fragrância.


De vez em quando, precisamos reconsiderar o modo como estamos afe­
tando a comunidade ao nosso redor. Podemos ler um capítulo como este e, às
vezes, não conseguir pensar em maneiras específicas de aplicar em nossa vida a
verdade contida nele (embora sempre seja fácil pensar em como ela se aplicaria
a outras pessoas). Em oração, interaja com a verdade deste capítulo e pense
no tipo de aroma que você libera para sua família, amigos, vizinhos, garçons,
pessoas da igreja, do clube do jardim, do clube do livro, do círculo de bordado,
e assim por diante. Faça a si mesma as perguntas a seguir. Se você for corajosa,
peça para alguém íntimo avaliá-la também. Ai! Talvez, isso seja um pouco assus­
tador e doloroso, no entanto, isso também pode ajudar e tornar-se uma alegria.
As perguntas são:

• De que maneira sou uma bênção preciosa às pessoas ao meu redor?


• De que maneira sou fedorenta por causa de mmhas atitudes negativas?
• Que mudanças preciso realizar para ser mais um aroma agradável e
menos um fedor?
• Estou doando a mim mesma, meus dons e meus talentos a outras pes­
soas com generosidade e alegria?

Agora que fez uma pequena avaliação de fragrância, considere o que você
fará para dar um passo em frente a fim de ser aquele aroma agradável.

189
CONCLUSÃO

Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos.


Atos 17.28

“A fé é algo vivo e agitado. Ela não pode ser inoperante.”


Martinho Lutero

C_^S*_-<lando minha filha decidiu que queria estudar na Texas A& M U ni-
versity, não ficamos muito animados. Como ex-alunos da Baylor University,
eu e meu marido não tínhamos boas lembranças dos Aggies, porque eles eram
obstinados torcedores com tradições exageradas. Pensamos: “Quem gostaria de
estudar em uma universidade em que não im porta o contexto, eles dão um grito
toda vez que o nome da faculdade é mencionado — até no culto?”
N o entanto, aos poucos, acostumamo-nos à ideia. Bem, eu imediatamente
me acostumei quando levei m inha filha à ao campus, mas C urt precisou de um
semestre e meio para conformar-se com um a Aggie na fam ília. Contudo, devo
adm itir que, como passar dos anos, chegamos a amar a faculdade, e ficamos
muito impressionados com a qualidade dos alunos que conhecemos.
Uma coisa que você precisa saber é que os alunos não apenas frequentam a
Texas A& M ; a vida deles é transformada. A m aioria dos alunos, inclusive minha
filha, participa de uma pescaria antes de começar o primeiro ano. Eles entram
C onclusão

ali um pouco ansiosos e cheios de expectativa, e saem de lá completamente


transformados em um Aggie. N ão tem como voltar atrás. Eles vivem, respiram
e morrem com as tradições da Texas A&M . O sangue deles se torna marrom
e branco, e eles imediatamente criam laços e conexões com os Aggies de todas
as gerações, coisa que os que estão de fora nunca entenderão. Os Aggies vivem
uma paixão transformadora.
Como seria viver com uma paixão centrada em Cristo? Paulo proporcio-
nou-nos um exemplo disso por meio de sua própria vida, mas também nos deu
inspiração e instrução ao longo de sua carta ao Filipenses. “Conhecer a C risto”
era o grande tema do apóstolo — e não apenas saber que Ele existe, mas viver,
respirar e m orrer tendo o M estre como o centro de sua existência. N ão dá para
errar qual universidade Paulo representava. Seu zelo por Jesus foi demonstrado
em suas palavras e ações a cada passo.
Recentemente, minha amiga Karyn deu para mim um livro chamado Fresh
Start, de Douglas Fields. A razão pela qual ela fez isso foi o fato de fazemos
juntas um program a de T V pela internet, chamado Fresh Start/ e ela achou que
seria engraçado ler um livro com o mesmo nome. A seção do livro “Determine
viver com paixão” especialmente chamou m inha atenção. Veja o que o autor tem
a dizer sobre o assunto:

A paixão é mais profunda que a empolgação. Posso ficar empol­


gado com um refrigerante e um cachorro-quente em um jogo. A em­
polgação vem e passa, mas a paixão borbulha em nossa alma. E pelo
que mais vivemos. E o que nos levanta de manhã e mantém-nos forte
a cada dia...
Para adquirir paixão, devemos tanto escolhê-la como orar para que
Deus a desenvolva cm nós. Gosto de dizer que a paixão “desperta-
-nos” quando entregamos nossa vida a Deus e começamos a entender
o que é mais importante na vida. E ela desenvolve-se quando busca­
mos o que é mais importante.2

Sim, a paixão surge e amadurece à m edida que buscamos o que é mais


importante, e o mais im portante é conhecer a Cristo de um modo autêntico.
Não há busca mais satisfatória que experimentar um relacionamento rico, real e
significativo com Cristo. Quando nossa esperança está nele, não nos decepcio­
namos. Deus derramou Seu amor em nosso coração por intermédio do Seu Es-

192
Ja À c u a jiX L L X À in c u U v

pinto, o qual Ele concedeu-nos. Ele nunca nos deixará nem nos abandonará. Ele
ama-nos com amor eterno, e é compassivo e misericordioso, tardio para irar-sc c
grande em amor. Oh, que alegria é conhecê-lo! Ele redime-nos, transforma-nos,
amadurece-nos e ama-nos.
Paulo term ina sua carta com um lembrete e uma saudação final:

Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém! Saudai a todos
os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos
vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.3

Voltemos nosso coração para o alto, e que nossas palavras e ações pro­
clamem: A nosso D eus e Pai seja dada glória para todo o sempre! Sim, vale a pena viver
e ofertar nossos dons quando fazemos isso para a glória de Deus Pai. E não é
maravilhoso chamá-lo de nosso Pai? Que privilégio! Que alegria é ser filha de
Deus e fazer parte de Sua família. As palavras de Paulo soam como uma sauda­
ção fam iliar entre irmãos e irmãs. È isso que somos. Vamos encorajar uns aos
outros a prosseguir com rompantes de amor e de boas obras!
Depois de passear pelas páginas deste livro, espero sinceramente que você
venha a conhecer a essência da mensagem de Paulo a seus irmãos em Cristo de
Filipos. M ais importante, espero que você tenha experimentado um mover em
seu espírito para viver e respirar sua fé em Cristo de um modo mais profundo e
mais sincero. Buscar a Cristo apaixonadamente é uma jornada de fé com o obje­
tivo de não apenas conhecê-lo melhor, mas também experimentar Seu poder em
nossa vida. Alegria, paz e contentamento são os belos frutos de nossa caminha­
da com Ele. Em essência, buscamos a Deus porque Ele buscou-nos primeiro.
Que o conhecimento de Seu abundante amor e a força de Seu Espírito deem-lhe
asas para planar sobre as nuvens da vida.

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!4

193 .
COMECE U M A POSITIVE
WOMAN CONNECTION

eA tu cia y

^ y \ y apaixonada busca de uma m ulher faz parte da série de estudos bíblicos da


Positive W oman Connection [Conexão da m ulher positiva, tradução livre], H á
mais de cinco anos, um grupo dc mulheres em Dallas, Texas, form ou um estudo
bíblico para a hora do almoço, o qual tinha o objetivo de incentivar a comunhão
e a alimentação. Sim, quis dizer alimentação, e não me refiro apenas a um maravi­
lhoso almoço, mas também à rica porção da Palavra de Deus.
Enquanto as mulheres do nosso primeiro estudo bíblico da Positive W o­
man Connection comiam, eu ensinava a lição, e em seguida, elas sentavam-se
em volta das mesas para uma sincera discussão do que haviam aprendido. Ago­
ra, queremos convidar você a começar seu próprio estudo bíblico da Positive
W oman Connection, que pode ser realizado em seu bairro, escritório, igreja ou
restaurante local.
Quem não quer ser um pouco mais positiva? E por isso que o nome Positive
Woman Connection é tão convidativo para as mulheres. Nossa intenção é conectar
mulheres as outras e ao conhecimento da Palavra de Deus. Realize os estudos
com mais ou menos uma hora dc duração, para que quem trabalha fora ou é
m uito ocupada também possam acompanhá-la. N a cultura apressada de hoje,
precisamos cncontrar as pessoas onde elas estão. Você pode usar este livro como
guia de estudo de 12 semanas, ou pode comprar o vídeo e o guia de discussão
para um estudo de seis semanas. Ou você pode usar os dois. Acesse meu site
< www.PositiveLife.Principles.com> [em inglês], e obtenha mais informações
sobre como começar um estudo.
Comece uma Positive Woman Connection

Perguntas para estudo

Use as perguntas para estudo a seguir, listadas por capítulo, para discussão em
grupo. Sc você for a líder, visite meu site e baixe gratuitam ente orientações para
líderes que a ajudarão a liderar os debates em grupo. Que Deus abençoe-a e
conduza-a enquanto você irradia Sua luz em sua comunidade.

(fapítulo 1 — iJma bela esperança para começos feios


1. Descreva um momento em que você teve um a fase difícil em sua vida.
2. Como Deus tirou algo bom de suas dificuldades pessoais?
3. Como a oração e o louvor a Deus em meio à sua dificuldade muda a
maneira como você lida com ela?
4. Por que é tão difícil reagir a qualquer situação com oração e louvor?
5. Reconhecendo a diferença que Cristo fez na vida do carcereiro, conte
como Ele fez a diferença na sua vida também.

(fapítulo 2 — ^Desculpe o transtorno. £stamos em obras


1. Fale sobre um tempo em que você precisou da paciência e da compre­
ensão das outras pessoas.
2. Como a atitude de gratidão para com outras pessoas muda a forma
como você interage com elas?
3. Descreva o que o term o afeição de Cristo significa para você.
4. H á, neste momento, alguém em sua vida a quem você precise demons­
trar graça e paciência? Que passo você precisa dar para “desculpar o
transtorno”?
5. Para você, qual é o segredo para ter a capacidade de desculpar o trans­
torno de uma pessoa que está “em obras”?

(fapítulo 3 — Diamantes formados nas dificuldades


1. De que maneira você precisa mudar a forma como tem encarado suas
dificuldades atuais?
2. Quem tem inspirado você a dar um passo e fazer algo corajoso?

. 196.
Ç P e / u j i i n t a A . pa/ta. còjtucla/

3. Q ual é a sua paixão nesse momento?


4. Q ual passo Deus está orientando-a a dar para seguir essa paixão?
5. Se fosse encorajar alguém a aceitar a dificuldade pela qual está passan­
do e amadurecer com cia, o que você lhe diria neste momento?

Qapítulo 4 — TÁvendo com paixão e propósito


1. Buscar apaixonadamente a Cristo significa abrir mão de tudo que você
ama?
2. Como podemos aprender a não nos apegarmos tanto às coisas deste
mundo?
3. O que lhe impressionou na história de Amy Carm ichael e em sua
Confissão de Amor ?
4. Você já sofreu pela causa de Cristo?
5. Você já experimentou a força e a perseverança de Deus durante uma
dificuldade da vida?

Qapítulo 5 — O sabor surpreendentemente delicioso da torta da humildade


1. Como uma ativa vida de oração ajuda você a manter um coração hu­
milde?
2. De que maneira você recentemente demonstrou cuidado e compaixão?
3. De que maneira o exemplo de H udson Taylor inspira você a sair e
cuidar de outras pessoas?
4. Como saber que Jesus veio como um servo humilde que abriu mão de
Seus direitos m uda você?
5. Existe algum direito ou expectativa que você precisa liberar de seu
coração e de sua mente neste momento?

Qapítulo 6 — T^esplandeça como astros no mundo


L Descreva a diferença entre operar a sua salvação e operar por sua sal­
vação.
2. Como nos tornamos preguiçosas em nosso relacionamento com Cristo?
3. O que você deveria fazer quando sabe o que é certo, mas não tem
vontade de fazê-lo?

197.
Comece uma Positive Woman Connection

4. Em que área da vida você tende a m urm urar e a contender mais?


5. De que maneira saber que Deus tem uma boa intenção e um bom pro­
pósito para você muda sua forma de enxergar as circunstâncias?

Qapítulo 7 — Qomo é a verdadeira consagração?


L Quem serve de motivação espiritual para você por meio de seu exem­
plo?
2. Você se parece mais com Tim óteo, com Paulo ou com Epafrodito? De
que maneira?
3. Como vocês descreveria alguém que é realmente consagrado a Cristo?
4. Que ligação você vê entre hum ildade e ser um bom exemplo para ou­
tras pessoas?
5. Que dons e talentos Deus concedeu-lhe para serem oferecidos a servi­
ço de outras pessoas?

Qapítulo 8 — Jrorando^se do lixo para adquirir o que é inestimável


1. O que nos faz dar tanto valor às coisas que realizamos e conquistamos?
2. Por que é difícil receber algo gratuito?
3. Quando você pensa na frase conhecer a Cristot ao poder da sua ressurreição, o
que vem à sua mente?
4. Em termos práticos, o significa para você participação em seus sofrim entos ?
5. De que maneiras você vê o poder da ressurreição de Cristo e a comu­
nhão de Seus sofrimentos demonstradas na vida de Paulo? E na sua vida?

Qapítulo 9 — £squeça o passado e prossiga para aquilo que está por vir
1. Houve um momento em sua vida em que você precisou prosseguir
m ental ou fisicamente durante suas dificuldades?
2. Por que permanecer no passado tende a derrotar-nos?
3. Por que é tão fácil remoer sofrimentos passados? Deque maneiras
práticas podemos parar isso?
4. Releia Hebreus 12.1,2. Quais são os pesos de sua vida que você precisa
deixar de lado para buscar a Cristo?
5. Para você, o que significa ser semelhante a Cristo?

198
e / u f u n t c iA / p x x /ia s e A Í u d a s

Capítulo 10 — J iu d e sua form a de pensar e transforme sua vida


1. Ao ver duas pessoas em conflito, como você costuma lidar com a si­
tuação?
2. De que maneira você pode aplicar o “golpe triplo de Paulo” para re­
solver conflitos cm seus relacionamentos atuais?
3. E possível alegrar-se sempre no Senhor? De que modo?
4. Como o medo e a ansiedade desempenham um papel nos conflitos que
você enfrenta com outras pessoas?
5. Como você pode lembrar a si mesma que precisa concentrar-se no que
é verdadeiro, honesto e correto em cada situação?

(fapitulo 11 — O verdadeiro segredo do contentamento


1. Como você descreveria uma pessoa totalmente contente?
2. De que maneira contentamento difere-se de conformismo?
3. Por que é tão difícil contentar-se na sociedade atual?
4. Em que área você acha mais difícil contentar-se?
5. Houve um momento em sua vida em que Cristo fortaleceu você para
estar contente apesar das dificuldades?

Qapitulo 12 — ^eja a bênção em seu mundo


L Com quais dons e talentos Deus equipou-a para que você fosse uma
bênção para outras pessoas?
2. Como você usa ou está planejando usar esses talentos?
3. Que características tornam uma pessoa um dreno para outras em vez
de um presente?
4. De que maneira você viu Deus suprir as suas necessidades por meio
dos dons e talentos de outra pessoa?
5. Descreva a alegria que você sentiu quando Deus a usou para m inistrar
ou ajudar outras pessoas.

199
Introdução — Buscando felicidade e encontrando alegria
1. B L A N C H A R D , John. M ore Gathered Cold: Treasury o f Q uotations tor C hristians. H ertfordshire,

Inglaterra: E vangelical Press, 1 98 6 . p. 137.

2. Salm o 2 3 .6 .

Capítulo I — Uma bela esperança para começos feios


1. HAG G AI, John. H ow to Win O ver Worry. Eugene, O R : H arvest H ouse Publisehers, 2 0 0 1 .

2. 2 C orin tio s 4 .7 -9 .

3. Publicado com a perm issão de M a ry Kenney Shave.

4. 2 C orin tio s 5 .17.

Capítulo 2 — Desculpe o transtorno. Estamos em obras


1. 2 C orin tio s I .8 - I I .

2. Filipenses 1.1,2.

3. Filipenses 1.3-6.

4. Ver João 1. 12 e Efésios 1. 1 1-14.

5. Filipenses 1.7,8.

6. João 1 3 .3 4 ,3 5 .

7. C harles W esley. “A n d C an It Be T h a t I Sh o uld G ain?”, 1 73 8 .

8. Rom anos 5 .1 -8 .

9. W E L L S , T h elm a. D o n ’t G ive I n . .. G od Wants You to Win!. Eugene, O R : H arvest H ouse P ub li­

shers, 2 0 0 9 . p. 39.

10. Filipenses 1.9 -1 1 .


N otas

11. Lucas 6 .3 7 ,3 8 .

12. I C orín tio s 13.4-8.

Capítulo 3 — Diamantes formados nas dificuldades


1. Filipenses I .1 2 -1 4 .
2. K N IG H T, W alter B. “C h ristian U n ion H erald ”. In: K night's M aster Book o f N ew Illustrations.

G rand R ap id s, M I: Eerdmans P ublishing Com pany, 1 9 56. p. 3 6 4 .

3. FE R G U SO N , Sinclair. D iscovering God's Hill. Edinburgo, Escócia: Banner of T ruth, 1 98 2 . p.

4. Filipenses L I 5 - 18.

5. M arcos 9.3 5 .

6. M arcos 9 .3 7 .

7. M arcos 9 .3 9 ,4 0 .

8. H ebreus 1 2 .1-3.

Capítulo 4 — Vivendo com paixão e propósito


1. Filipenses 1 .2 0 -2 6 .

2. Salm o 103.5 ,8 .
3. L E W IS, C .S. Weight o f G lory. Nova York, N Y : H arperO ne, 2 0 0 1 . p. 26 .

4. ELLIO T, E lisabeth. A C hance to Die. G rand R ap id s, M I: Revell Publishers, 1 987. p. 15 ,1 6 .

5. Ibid. p. 16.
6. Ibid. p. 2 4 1 ,2 4 2 .

7. W ebster’s N ew World D ictionary, C ollege Edition. Nova York: T h e W orld Publishing, 1 9 6 6 . p. 1 069.

8. Lucas 2 2 .4 2 .

9. M arcos 8.3 3 .

10. 2 Pedro 1.3,4.


11. M U R R A Y , Andrey. Absolute Surrender. C hicago, IL: M o o d y Publishers, 1 9 5 4. p. 10.

12. B L A N C H A R D , John. M ore Gathered Gold: T reasury o f Q uotations f o r C hristians. H ertfordshire,

Inglaterra: E vangelical Press, 1 9 8 6 . p. 115.

13. Filipenses 1 .2 7 -3 0 N V I.

14. Salm o 2 3 .4 .

1 5 .T ia g o 1.2-5.

202
véu d c u m a imiUu>A

Capítulo 5 O sabor surpreendentemente delicioso da torta da humildade


1. Filipenses 2 .1 -4 N V I.

2. Salm o 3 4 .1 .

3. SA N D E R S, J. O swald. Spiriital Leadership. Chicago, IL: M oody, 2 0 0 7 .


4. I Pedro 5 .5 -7 .

5. Filipenses 2 .5 - 1 1.

6. R om anos 10.9.

7. A pocalipse 5 .1 1-1 4 .

8. Se você quiser conversar pessoalm ente com alguém sobre dar um passo de fé e crer em C risto,
ligue p ara I-8 8 8 -N e ed H im .

9. W O O D BR ID G E , John D. (E d). More than Conquerors. Chicago, IL: M o o d y Press, 19 9 2 . p. 52.

10. K N IG H T, W alter B. K night's M aster Book o f 4 ,0 0 0 Illustrations. G rand R ap id s, M I: Eerdmans


Publisher, 1 9 56 . p. 3 1 5 ,3 1 6 .

Capítulo 6 Resplandeça como astros no mundo


I. Publicado com a perm issão de M o rgan Ashbreck.

2.S H E R R IN G T O N , Kevin. "C lass Acts: C om petitive S p irit Gives W ay to C aring A fter Vol-
leyb al P layers Injury . D allas M orning M ews, 0 6 de novembro de 2 0 0 9 .
3. Filipenses 2 .1 2 ,1 3 .

4. M A C A R T H U R , John. The M acA rthur Bible C om m entary. N ashville. T N : N elson Reference,


2005. p. 17 1 7 .
5. Efésios 1.5 N V I.

6. Efésios 1.9 N V I.

7. 2 Tessalonicenses I .I I N V I.
8. R om anos 8 .2 8 .

9. Jeremias 2 9 .1 0 ,1 1 N V I.

10. R E D M A N , Rob. “Crowded Kindness". The H igh C alling o f O u r D a ily Work. 2 1 de o utu­

bro de 2002. D isponível cm: < h ttp :/ / w w w .th eh igh calling.org/ L ibrary/ V iew L ib rary.
asp ?L ib raryID = 2 5 7 >.

I I . Filipenses 2 .1 4 -1 8 .

12. Salm o 1 0 6 .2 4 -2 7 .

1 3 .T iag o 1 .19 ,2 0 .

.2 0 3 .
N otas

Capítulo 7 — Como é a verdadeira consagração?


1. F ilipenses 2 .1 9 -2 4 .

2. A tos 16.1 -5 .

3. I T im ó teo 4 .1 2 .

4 . 2 T im ó teo 1.7.

5. 2 T im ó teo 1.3-5.

6. I T im ó teo 1.3,4.

7. Filipenses 2 .2 5 -3 0 .
8. SA LE S, Francisco de. Introduction to the D evout Life. Garden C ity, N Y : Image, 1 96 6 .

9. C olossenses 3.1 ,2 .

10. D euteronôm io 6.5.

11. M ateus 2 2 .3 7 .
12 Publicado com a perm issão de Susie Jenning. Para m ais inform ações sobre a O peration Care,

visite: < w w w .operationcaredallas.org>.

Capítulo 8 — Livrando-se do lixo para adquirir o que é inestimável


1. Filipenses 3 .1 -6 N V I.
2. Filipenses 3 .7 -1 1 N V I.

3. W IE R SB E , W arren W . 5 0 People E very C hristian Should K n o w . G rand R ap id s, M I: Baker Books,

2 0 0 9 . p. 15 9 - 16 1.

4 . Efésios 5 .3 1 ,3 2 .

5. Jerem ias 9 .2 3 ,2 4 .

6. N O W E N , H en ri J. M . C low n in g in Rome. Garden C ity, N Y : Image, 1 9 7 9 . p. 7 0 ,7 1 .

7. B L A N C H A R D , John. M ore Gathered Gold: Treasury o f Q uotations f o r C hristians. H ertfordshire,

Inglaterra: Evangelical Press, 1 9 8 6 . p. 115.

8. Efésios 3 .1 6 -2 1 .

Capítulo 9 — Esqueça o passado e prossiga para aquilo que está por vir
1. F ilipenses 3 .1 2 -1 4 .

2. I C orín tio s 9 .2 4 -2 7 .
3. W IE R SB E , W arren W . B e J o y fu l. C olorado Springs, C O : D avid C. C ook, 2 0 0 8 . p. 114.

4. Lucas 1 0 .4 1 ,4 2 .

.20 4 .
C lL a p x ic x o r u m íe / (z u á x x x . d & u m a . m u tík e / i

5. Salm o 2 7.4 .

6. C olosscnses 3.1 7 .

7. Colosscnses 3 .2 3 ,2 4 .

8. 2 C oríntios 3 .1 8 — 4.1.

9. V A N ST O N E , D orie; L U T Z E R , E rw in. D orie: The G irl N obody Loved. C hicago, IL: M o o d y


Press, 1 9 7 9 . p. 30.

10. B R O W N , Joyce Vollm er. C orageous C hristians. Chicago, IL: M o o d y Press, 2 0 0 0 . p. 140.

11. Filipenses 3 .1 5 — 4.1.

12. I Pedro 2 .9 -1 2 .

Capítulo 1 0 — Mude sua forma de pensar e transforme sua vida


1. Filipenses 4 .2 ,3 .

2. Filipenses 4 .4 -7 N V I.

3. Salm o 14 2 .1-3.

4. F ilipenses 4 .6 ,7 .

5. Salm o 34 .4.

6. Team H oyt, the H oyt Foundation. “A bout Team H o y t”.T eam H oyt. D isponível em: <www.

T eam H oyt.com > . U sado com perm issão.


7. Filipenses 4.8 ,9 .

Capítulo 11 — O verdadeiro segredo do contentamento


1. M A C D O N A L D , Jay. “You M ig h t Be a Sho p aho lic I f . . . ”. Bankrate.com . D isponível em:

h ttp :/ / w w w .b an k rate.co m / b rm / n ew s/ ad v ice/ 2 0 0 3 0 3 I4 aI.asp , acessado em 14 de m arço de


2003.

2. filip en ses 4 .I 0 - I 2 .

3. I T im ó teo 6 .6 -8 .

4. H ebreus 13.5,6.

5. Salm o 23 .

6. Filipenses 4 .1 2 ,1 3 N V I (ênfase da autora).

7. I Tessalom censes 5 .1 6 -1 8 (ênfase da autora).

8. T iag o 5 .1 6 N V I.

205
N o tas

Capítulo 12 — Seja a bênção em seu mundo


1. H EN RY, W illia m K. “D arlene D eibler R ose: A W om an o f F aith". D isponível em: < h ttp :/ /

darlenerose.org/m dex.htm l. U sado com perm issão> .

2. Filipenses 4 .1 4 -1 9 .

3. Rom anos I 2 .F
4. H ebreus 1 3 .1 5 ,1 6 .

5. M alaq u ias 1 .6,7 ,1 4 .

6. C olossenses 3 .2 3 ,2 4 .

7. Lucas 6.38.
8. W IE R SB E , W arren W. Be J o y fu l. C olorado Springs, C O : D avid C. C ook, 1 9 7 4 . p. 146.

9. Efésios 3.20.

Conclusão — A vida apaixonada


1. Para m ais inform ações sobre Fresh Start, acesse: < www.webtv4wom en.tv>.

2. FIELD S, D oug. Fresh Start: C o d ’s Invitation to a Great Life. N ashville, T N : T h o m as N elson P u ­

blishers, 2 0 0 9 . p. 185.

3. Filipenses 4 .2 0 -2 2

4. Filipenses 4 .2 3 .

206
a a u to /L a

\ x a r o l Ladd é conhecida como a “M ulher Positiva”. Seu talento sin­


gular para encorajar mulheres sobre as verdades da Palavra de Deus, bem como
seu entusiasmo e alegria, são evidentes em suas palestras e em seus textos.
Karol é campeã de vendas com mais de 25 livros, incluindo The Power o f a
Positive Mom [O poder de uma mãe positiva], A Woman’s Passionate P ursuit o f God [A
apaixonante busca de uma mulher] (livro e D V D ) e a Woman’s Secret to C onfident
Linving [A mulher que eu preciso ser] (livro c D VD ). Ela é uma talentosa profes­
sora de Bíblia e famosa palestrante em organizações femininas, grupos de igrejas
e eventos corporativos nos Estados U nidos. Karol também é bastante convidada
para estar em programas de rádio e de televisão, onde com partilha sempre uma
mensagem de alegria c de força encontrada no Senhor. Seu papel mais valioso é
de esposa de C urt e de mãe de Grace e Joy.
Visite seu site < www.PositiveLifePrinciples> e tenha doses diárias de en­
corajamento e mais informações sobre como começar seu estudo bíblico Posi­
tive W oman Connection.
A apaixonante
busca
de uma

mulher C ria n d o uma vida p o s it iv a


e com propósito
3 r
legria resiliente, contentamento consistente, paz indescritível.

A Explore a intrigante carta de Paulo aos filipenses com a autora best-seller


e palestrante muito conhecida Karol Ladd. Agarre a paixão e o contagi-
ante entusiasmo de Karol, aprenda a viver intencionalmente e comece a saudar os
desafios diários com:

• Alegria que não vai embora


• Contentamento apesar das circunstâncias
• Fé em vez de medo
• Paz que excede o entendimento

Repleto de inspiradoras histórias da vida real, passos práticos e questões para es­
tudos, este livro é perfeito tanto para momentos pessoais de calmaria como para
estudos bíblicos em grupo. Comece sua apaixonada busca pessoal por Cristo e
apaixone-se intensamente por Ele e pela Sua Palavra, entenda Seus planos para a
sua vida e encontre-se dizendo: “Pai, quero o que tu queres”.
A

K a r o l La d d
Conhecida como A mulher positiva, devido ao seu trabalho como líder feminina e pales­
trante, ela já publicou mais de 25 livros e é recordista em vendas nos Estados Unidos. Seus
best-sellers incluem The Power of a Positive Mom, e The Power of a Positive Woman.

PFNTRAl Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara


rn cD ci Ri0 de J a n e i r o " R J 1 CEP: 22713-001
U U o rtL PEDIDOS: (21) 2187-7 000
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