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A apaixonante
mulher
de uma
KAROL LADD
Autora de A mulher que preciso ser e Amor infalível
Sumário
(Fp 2 ,1 -1 1 ) 75
(Fp 3 .1 2 -2 1 ) 133
10. M ude sua forma de pensar e transforme sua vida (Fp 4 .1 -9 ) 147
N otas 201
INTRODUÇÃO
Ô B iiò c j x íx A q p z f í c ^ i d a Á e y
m x z x x n iy u x n x io y c J I q j^ / lá x v
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum
até ao Dia de Cristo.
Filipenses I.IO
M uitas vezes, podemos scr atraídas pela caça à felicidade. Pense no dinheiro,
no tempo e na energia que gastamos ao longo da nossa existência buscando os
intrigantes “se” da vida. Você sabe a que me refiro: “Se eu..., então, seria feliz”.
10.
UAcarula/ j^e-íxcxcícuic. ey encímt/iaruiQy a£c^/iiw
um cabelo bonito
coxas mais finas
braços tonificados
menos rugas
menos barriga
um nariz diferente
II
Introdução
carta aos filipenses, Paulo (sim , da cela de uma prisão) descreveu uma alegria
duradoura, um a satisfação consistente e uma paz que excede todo entendimen
to. Diferente da borboleta que voava de flor em flor, Paulo ensinou aos cristãos
primitivos como experimentar a verdadeira satisfação da alma.
Deus chama-nos a buscarmos a felicidade ou Ele e os Seus propósitos para
a nossa vida? N a carta aos Filipenses, Paulo cria para nós um a nova perspectiva
acerca da vida. Ele desafia-nos a viver e a pensar de maneira diferente do mundo
à nossa volta. Se este presidiário pôde escrever sobre como ser “cheio de ale
g ria”, então, acho que ele tem algo a ensinar-nos sobre um tipo de satisfação
significativa e um tipo de deleite mais profundo, que estão além das circunstân
cias e das pessoas.
Por último, Paulo incentiva-nos a buscar o que é eternamente satisfatório;
um a busca que não nos decepcionará. Por isso, convido você a juntar-se a mim
em uma empolgante jornada enquanto percorremos juntas a alegre carta de
Paulo aos filipenses. Você nunca mais verá os desafios da vida da mesma m a
neira, e acredito que encontrará um tipo de satisfação da alma que proporciona
satisfação duradoura.
A apaixonante busca de uma m ulher é sobre sentir uma alegria que não vai em
bora; é sobre encontrar a verdadeira satisfação e um propósito eterno para nossa
vida enquanto descobrimos as verdades que Paulo apresentou em sua carta aos
seguidores de Cristo em Filipos.
Você pode apreender as verdades deste livro de muitas maneiras: ao usá-lo
como leitura pessoal, em um clube de leitura com as vizmhas ou em um grande
grupo de estudos bíblicos. Além disso, ao final de cada capítulo, há uma seção
chamada Busca pessoal. Leia-a para obter mais maneiras de aplicar em sua vida o
que você acabou de aprender em cada capítulo. E no final do livro, há um guia
de estudo com perguntas para debates a serem usadas em estudos bíblicos ou
em grupos de leitura.
E com grande alegria que ofereço este livro a você, porque a poderosa
mensagem de Filipenses está impregnada em m inha vida. Embora eu seja conhe
cida como a “M ulher Positiva”, devo ser sincera: não sei se eu seria tão positiva
se não fosse a obra transformadora que Deus realizou em minha vida. N ão sei
se você costuma ser uma pessoa negativa, ou se tende a ser positiva, mas sei que
as verdades apresentadas em Filipenses podem proporcionar-lhe alegria, inspi
ração e força, que irão ajudá-la em tudo que enfrentar.
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AxLacLe, e, qx\xjqxÁajcxx\Àxi/<
13
C A P ÍT U L O 1
^ l l m o L / (L e £ cv c A p c A a n ^ a /
p x i / u v cx in v a ^ cL ò y p z À x íA ^
£V *—-''omeços ruins nem sempre determinam como será o final. Tive alguns
começos difíceis em minha vida, e tenho certeza de que você também já os
teve. Tomemos, por exemplo, a única maratona de que participei nos tempos de
faculdade, na Baylor University. São 4 2 ,1 6 km para aquelas que não são exata
mente entusiastas da corrida.
Ao posicionar-me na linha de partida dessa marcante competição, de algu
ma forma, não percebi que milhares de pessoas me acompanhariam. Acho que
supus que poucas pessoas nesta terra escolheriam correr os 4 2 ,16 quilômetros.
Bem, perm ita-m e dizer-lhe que havia tanta gente, que eu sequer conseguia ver as
bandeiras que marcavam a linha de partida. Comecei a corrida bem, bem, bem
C apítulo i
16
lim a . èjz fa e ó jie s ia n ç a pxuxa came^aA.- puxiò.
Ao seguir a orientação de Deus para a sua vida, você não tende a pensar que tudo
deveria ser fácil? Pessoalmente, muitas vezes, suponho que quando estou seguindo
a Deus, Ele me recompensará com circunstâncias boas e agradáveis, e não com
estradas esburacadas e acidentadas. Contudo, a vida nem sempre opera como uma
pequena equação matemática: Obediência + Boas Obras = V ida Tranquila.
Paulo e Silas estavam fazendo, de maneira certa, as coisas certas, afinal,
buscavam a direção e a orientação de Deus ao longo de sua viagem missionária.
Lemos em Atos 16 que Paulo e seus companheiros se mantiveram afastados de
certos lugares porque o Espírito de Deus ordenou que não fossem para lá. E
logo quando ponderava sobre para onde deveria ir em seguida, Paulo teve um
sonho com um homem da M acedôm a que suplicava: “Venham à M acedônia
ajudar-nos!” Paulo, Silas, Lucas e o restante do grupo imediatamente fizeram as
malas e partiram para a M acedônia. Sem dúvida alguma, eles estavam seguindo
as instruções de Deus com sinceridade.
Ao chegarem às margens da M acedônia, os companheiros de Paulo viaja
ram para o interior, até uma grande cidade chamada Filipos. R io abaixo, eles
encontraram algumas mulheres que se reuniram para orar. Isso provavelmente
significava que não havia homens judeus suficientes naquela cidade para inicia
rem um a sinagoga.
Lídia, uma vendedora de caros tecidos púrpura, ouviu a mensagem de
Paulo, e Deus abriu seu coração para o evangelho. Ela creu e foi batizada, jun
tamente com sua fam ília. N ão é lindo perceber que, naquele tempo, quando
as mulheres tinham pouco status social, Deus perm itiu que a prim eira conver
são na Europa foi de uma mulher? Ao longo do Novo Testamento, vemos que
Deus usou mulheres que desempenharam im portantes papéis no crescimento da
Igreja primitiva. L ídia abriu sua casa para Paulo e Silas, em um grato gesto de
hospitalidade, e tudo parecia correr bem para os missionários.
Para mim, é impressionante como as circunstâncias podem rapidamente
mudar. Paulo e seus amigos estavam a caminho do local de oração quando
encontraram uma jovem endemoninhada. Ela era uma vidente que conseguia
bastante dinheiro para os seus senhores. Se ela podia ou não, de fato, prever
o futuro, não temos certeza. M uitos teólogos acreditam que os demônios não
podem prever o futuro, mas sabemos que eles conseguem enxergar o reino es
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C apítulo i
piritual c que sua natureza é enganadora, então, obviamente eles davam algum
tipo de percepção a essa jovem.
Ela seguia o grupo de Paulo, gritando: “Esses homens são servos do Deus
altíssimo e vieram anunciar-lhes a salvação”. Isso acontecia dia após outro. Você
pode estar tentada a pensar que a proclamação da jovem não era, de todo, ruim,
porque ela estava corroborando Paulo e sua mensagem; no entanto, o apóstolo
não precisava da confirmação de demônios. Pense em um candidato político
que tem o apoio de um eleitorado cujos valores são diferentes do seu. Ele pode
não querer um tapinha nas costas desse grupo em particular. Paulo estava irri
tando-se com os anúncios gritantes da jovem, e então, ele fez o que parecia bom
e agradável: expulsou os demônios que estavam naquela garota.
Foi aí que a situação começou a desandar. [Sem os demônios,] os senhores
daquela jovem não poderiam mais lucrar com ela, e eles enlouqueceram! Por isso,
esses homens prenderam Paulo e Silas, levaram-nos à praça, à presença das auto
ridades, e acusaram os apóstolos de causar todo tipo de perturbação. O tumulto
formou-se rapidamente, e os oficiais ordenaram que Paulo e Silas fossem açoita
dos. Não havia punição leve. Eles foram severamente fustigados, e em seguida,
lançados em uma prisão, onde suas pernas foram presas por grilhões. Seu eu fosse
Paulo ou Silas, estaria pensando: “O que aconteceu? Como estávamos falando de
Jesus e fomos espancados e lançados na masmorra? Deus não nos chamou para
este lugar? Não estávamos simplesmente fazendo a coisa certa? E agora?”
Você alguma vez já pensou estar seguindo a orientação ou a ordem de
Deus c encontrou-se em uma situação realmente confusa? Isso pode fazer com
que você tenda a duvidar de Deus e questionar Sua obra em sua vida. “Será que
realmente segui a direção do Senhor? Ele realmente se im porta com a minha
situação? Por que Ele perm itiu que isso acontecesse comigo, se estou seguindo a
Sua vontade?” Essas perguntas são válidas, mas logo veremos que Deus, muitas
vezes, perm ite dificuldades em nossa vida para um propósito maior. Ele não nos
deixará em meio aos nossos problemas. Portanto, é importante aprender a reagir
às situações e aos desafios com fé, e não com medo.
Reação de fé
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«IL „ a eô pe/Lu (u^u pu/ía a im c ^ o í jp i.
reajo bem nem quando meu marido quer saber o que tem para o jantar. E ai
dele se me perguntar quando pretendo passar o aspirador de pó novamente! Ah,
e tenho certeza de que se eu fosse presa por fazer algo bom, eu iria chorar, res
mungar e choramingar, e então, todo mundo saberia da minha condição miserá
vel. Eu poderia até entrar em pânico e berrar. È claro que eu gostaria de poder
dizer-lhe que eu reagiria com dignidade e esperança em qualquer situação difícil
e desesperadora, mas esse não é exatamente meu padrão consistente. E você?
Como Paulo e Silas reagiram? Eles oraram e louvaram a Deus! Sim, você
leu certo. Eles ficaram lá com seus grilhões, orando e adorando ao Senhor. A
Bíblia relata amda que os outros prisioneiros ouviam tudo com atenção. Os en
carcerados que os observavam, provavelmente, não tinham m uitas outras coisas
para ver naquela masmorra escura, mas posso imaginá-los sinceramente surpre
sos com a maneira como Paulo e Silas agiram. Essa, com certeza, foi uma reação
estranha à tortura cruel e ao tratamento injusto que sofreram. Tenho certeza de
que Paulo e Silas chamaram a atenção dos guardas e dos demais prisioneiros.
Agora, eis aqui uma im portante lição a ser aprendida por todas nós —
como reagimos a qualquer situação pode ter impacto sobre o resultado. Uma
história bobinha que encontrei recentemente ilustra meu argumento:
A Sra. M onroe é mãe de oito preciosas crianças. Certo dia, ao voltar do
mercadmho, ela ficou encantada ao ver cinco dos seus filhos brincando direiti-
nho, em círculo no chão da sala. Depois de guardar todas as compras, ela deci
diu dar um a olhada no círculo, para ver o que estava prendendo a atenção das
crianças de uma maneira tão terna. Foi aí que ela percebeu que não se tratava da
situação doce que ela havia imaginado, pois viu que cada criança segurava um
fofo filhote de cangambá!
E claro que a Sra. M onroe reagiu como qualquer mãe com respeito pró
prio fana: ela gritou a plenos pulmões: “Corram, crianças, corram !” Os filhos
assustaram-se tanto com o grito da mãe, que fugiram imediatamente, mas não
sem pegarem seus preciosos filhotes de cangambá e segurá-los com força en
quanto cornam ! Bem, acho que podemos dizer com segurança que a reação
dessa mãe produziu um resultado fedorento.1
Podemos não ser capazes de escolher as circunstâncias, mas certamente
escolhemos como reagimos a elas. Como vimos com a Sra. M onroe, a maneira
como escolhemos reagir pode surtir um efeito positivo ou negativo no que
acontecerá em seguida. Paulo e Silas tinham uma escolha em relação ao modo
. 19 .
C apítulo i
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ÍTLCL L L eA plyrnn^a pü/LCL t o m a d a j^eiaA*
a força de que precisaremos para persistir e perseverar nos momentos não tão
perfeitos de nossa vida.
Resgate dramático
.2 1
C apítulo i
A im portante questão
Deus transforma desespero em esperança. Ele fez isso na vida de M ary, e pode
mos vê-lo agindo assim também na vida de Paulo e Silas. Eles estavam na prisão
mais profunda e escura, em circunstâncias que pareciam não ter esperança, mas
agora, a situação mudou. Paulo e Silas foram libertos, e o carcereiro está deses
perado.
Ao acordar, o guarda viu as portas da prisão abertas e supôs que todos ha
viam fugido. Se os presos escapassem, era costume torturar os carcereiros com a
mesma punição que os prisioneiros deveriam receber. Então, o carcereiro achou
que a única opção era o suicídio.
Porém, Deus sempre proporciona a verdadeira esperança! Paulo rapida
mente chamou o carcereiro e confirmou que todos os presos estavam presentes.
O guarda ajoelhou-se diante dos apóstolos e fez a pergunta mais im portante
que alguém nessa terra poderia fazer: Senhores, que é necessário que eu ja ça para me
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salvar? Em uma dramática mudança de circunstâncias, o carcereiro questionou
aos presos como ser livre. Percebendo ou não, aquele homem fez a pergunta que
todos nós devemos fazer em algum momento da vida: como posso livrar-me da
culpa por meu erro? Quando o carcereiro fez essa im portante pergunta, Paulo e
Silas sequer hesitaram em responder. Eles não mostraram diversas maneiras de
ser salvo e deixaram-no escolher qual funcionaria para ele. Não, a resposta deles
foi bem clara e incontestavelmente direta. A resposta final àquela im portante
pergunta foi (e amda é): C rê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.
A decisão foi clara, e o carcereiro aceitou a Cristo. M as esse não o fim da
história. O guarda acreditou, e sua vida foi transformada. Em Atos 16, lemos
que Paulo e Silas com partilharam a verdade acerca de Jesus Cristo com o car
cereiro e com todos que moravam em sua casa. Então, ele lavou as feridas dos
servos de Cristo. Imagine só! Aquele que estava do lado dos que açoitaram os
prisioneiros, agora, cuida das fendas destes e faz-lhes curativos. A Bíblia relata
ainda que o carcereiro foi batizado juntam ente com todos os seus parentes. En
tão, a fam ília convidou Paulo e Silas para o seu lar, alimentou-os e alegrou-se,
pois todos criam em Deus.
A fé em Cristo fez a diferença na vida dele. Esse não era mais o mesmo
carcereiro que lançou os missionários feridos e m altratados na prisão e que
colocou grilhões em seus pés. Ele foi transformado em um homem bondoso e
alegre, e já não era mais desesperado. Assim, quando uma pessoa deposita sua
fé em Cristo, ela não é mais a mesma. Paulo escreveu aos coríntios: Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fe z novo.4
Q uando seguimos a Cristo, Deus começa uma nova obra em nós. Seu Espírito
habita em nós e dá-nos poder e força para reagirm os de modo diferente do
restante do mundo.
E você? A fé em Jesus fez a diferença em sua vida? Ou, ainda mais importan
te, você já se perguntou: “O que devo fazer para ser salva?” Hoje é o dia da deci
são. N ão espere até que sua vida esteja desmoronando ou que chegue ao ponto de
extremo desespero, como nosso amigo carcereiro. Cristo torna tudo novo!
Porém, o que significa crer em Cristo? Significa acreditar que Deus amou o
mundo de tal maneira que nos deu a vida de Seu único Filho, Jesus, como oferta
para pagamento sacrifical por nossos pecados na cruz. Significa crer que Jesus
ressuscitou dentre os mortos. Assim, todo aquele que crê nele não perecerá, mas
terá a vida eterna.
.2 3 .
C apítulo i
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1 [m u eApe/ian^a- p anxx t a t n ^ o A j^’LoA
Busca pessoal
• Confie no amor de Deus por você e em Seu propósito para a sua vida.
• Creia que Deus pode usar situações difíceis e desafiadoras para o bem.
• Ore a Deus e louve a Ele em meio aos seus desafios.
• Escolha reagir às circunstâncias inesperadas com fé, e não com medo.
• Seja smcera quanto à sua dor. Lamente sua perda e perm ita que Deus
console-a.
• Lembre-se de que outras pessoas estão observando como você reage
às dificuldades.
• Creia no Senhor Jesus, e você será salva.
Coloque as fichas em vários locais, nos quais você sabe que as verá durante
a sua rotina (perto do espelho do banheiro ou na lavanderia, na cozinha ou no
carro), para ajudá-la a lembrar-se continuamente de reagir da mesma maneira
de Paulo e Silas na prisão. Você pode acrescentar um versículo bíblico na parte
debaixo da ficha. Talvez, o Salmo 6 2 .1 ,2 seja uma boa passagem para ser usada:
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C apítulo i
A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação. Só ele é a minha
rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei grandemente abalado.
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C A P IT U L O 2
ê ô t x u n o ^ e m o J L ta A /
Porque somos feitura sua , criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus
preparou para que andássemos nelas.
Efésios 2.10
Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Asia,
pois que fom os sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo
tal que até da vida desesperamos. Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de
morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
0 qual nos livrou de tão grande morte e livrará; em quem esperamos que também
nos livrará ainda, ajudando-nos também vós, com orações p or nós, para que, pela
m ercê que por muitas pessoas nosf o i feita, por muitas também sejam dadas graças
a nosso respeito . 1
.2 8
íí)cACu£p -d a t/um6 fij/ULO. ê-^tarn<iô s>ni. o k/uxô
Você leu isso? Ele desesperou-se até de viver! Acho que podemos dizer
com segurança que a vida de Paulo não era fácil; pelo contrário, era uma bagun
ça, embora a beleza surgisse em meio às dificuldades. Ele disse que seus desafios
aconteciam para que ele e seus companheiros confiassem em Deus, e não em
si mesmos. Ele depositava sua esperança no Senhor. Paulo acreditava que Deus
era capaz de cuidar dele, porque o Senhor já havia livrado o apóstolo anterior
mente. Assim, sua fé foi fortalecida por causa dos contratempos desafiadores
em sua vida. Ele não parou quando a situação ficou complicada, nem desistiu
de Deus ou dos outros. Pelo contrário, ele ficou mais forte, aperfeiçoou-se, e
sua fé aumentou.
N o início de sua carta aos filipenses, vemos que Paulo quer que esses cris
tãos reconheçam que também estão em construção e que o Senhor continuará
completando a obra que começou na vida deles. A obra de Deus naqueles cris
tãos começou com a fé salvadora em Cristo, continua à m edida que Ele edifica
a fé c a esperança deles, e não estará completa até que vejam Cristo face a face.
O mesmo ocorre em nossa vida cristã. Estar em obras nem sempre é algo
bonito, mas, à medida que são leitos progressos e reformas, começamos a ter
um vislumbre daquilo que o arquiteto está fazendo, e nossa fé cresce nesse
processo.
Um belo progresso
H enrietta M ears via o melhor das pessoas que Deus colocava na vida dela.
Apesar de sua visão física ter começado a deteriorar-se bem cedo, deixando-a,
por fim, cega, seu entendimento acerca das Escrituras e seu talento para ver o
potencial das pessoas fortaleceram-se ao longo de sua vida.
N ascida em 1890, H enrietta amava a Palavra de Deus desde criança. Ela
sempre implorava aos seus pais que a deixassem ir à classe de adultos da Escola
D om inical de sua igreja, para que pudesse aprender verdades mais profundas
sobre a Bíblia, e ministrou sua primeira aula de Escola D om inial aos 11 anos de
idade. Quando formou-se no Ensino M édio, seu oftalm ologista alertou a jovem
a não continuar os estudos, pois isso forçaria o pouco de visão que lhe restara.
N o entanto, H enrietta não perm itiu que as ordens médicas a parassem.
Ela estava determ inada a usar sua vista até perdê-la completamente, e esforçava-
29
C a p ít u lo 2
-se ao máximo para ouvir as aulas, a fim de dim inuir sua necessidade de ler. Ao
formar-se na faculdade, ela prosseguiu dando aulas de quím ica no colégio, mas
seu principal amor era o ensmo bíblico na igreja. Suas classes aumentavam de ta
manho à m edida que ela ensinava a Palavra de Deus com criatividade e precisão.
Depois, ela foi convidada para ser diretora de educação cristã em uma
igreja presbiteriana em Hollywood, C alifórnia. H enrietta aceitou o cargo, e logo
começou a escrever um novo currículo para substituir as antigas lições que lhe
entregaram. Ela escreveu lições de Escola D om inical para crianças do primeiro
ao últim o ano, o que mais tarde deu início à Gospel Light Publishers.
Os universitários também eram seu grande amor, e ela fielmente lecionava
para a classe deles todos os anos. Os alunos amavam-na, porque as lições dela
eram divertidas, dinâmicas e criativas. H enrietta ajudava-os a sonhar alto e a
entender a visão do que Deus poderia fazer na vida deles. Centenas de seus
alunos tornaram-se ministros cristãos em tempo integral, inclusive Bill Bright,
fundador da Campus Crusade M inistries. H enrietta plantou m uitas sementes,
as quais Deus regou e cultivou até se tornarem grandes e frutíferas árvores. Ela
também fundou um acampamento de jovens na Califórnia, que hoje é conheci
do como Forest Home Conference Center.
Certo ano, H enrietta convidou um jovem evangelista para pregar no acam
pamento Forest Hom e Camp à juventude. O jovem pregador sentia dificuldades
em acreditar na inerrância da Bíblia. Henrietta, então, conversou e orou por ele.
M ais im portante ainda: ela não desistiu dele, mas reconheceu que Deus estava
realizando uma grande obra na vida daquele rapaz e sabia que o Senhor a com
pletaria. O pregador fez uma longa caminhada pela floresta até cair de joelhos,
declarando ao Senhor que defenderia a Bíblia como a verdade de Deus, ainda
que nem tudo fizesse sentido para ele. O jovem Billy voltou naquela noite para
pregar uma das mensagens mais poderosas que H enrietta jamais tm ha ouvido.
M uitos jovens converteram-se a Cristo naquela noite. Billy Graham pregou em
sua prim eira cruzada logo após essa experiência na Forest Home.
Billy Graham disse que H enrietta M ears foi uma das mulheres mais in
fluentes cm sua vida depois de sua mãe e sua esposa. Você não fica feliz porque
H enrietta via seus alunos como obras em construção? Ela não desistiu deles ou
concentrou-se em seus erros, mas, em vez disso, m inistrou a eles e nutriu-os no
Senhor. Ela lembra Paulo. H enrietta não estava presa por ter sido acorrentada
por um guarda, mas por causa de sua cegueira física. N o entanto, assim como
30
^ e A c u f| ie o. tio/w io/mn. ê i tan m ô em oJí/iaA
o apóstolo, ela não perm itiu que suas dificuldades impedissem -na de edificar
outras pessoas e motivá-las a ser tudo aquilo que Deus queria que fossem. Ela
viu o potencial, não os problemas.
T ire um momento para pensar na últim a vez em que você sinceramente enco
rajou outra pessoa. Pode ter sido por meio de um telefonema, de um e-m ail ou
de um abraço. Pode ter sido uma palavra amiga que você deu para alguém du
rante um a conversa rápida. Espero que você não precise voltar muito no tempo
para lembrar-se de algum a oportunidade em que colocou alguém para cima. É
fácil incentivar outra pessoa quando as coisas estão indo bem, mas imagine se
sua vida estivesse desmoronando. Você continuaria sendo um a fundação que
transborda alegria, força e conforto para os outros? Ouso dizer que a maioria
de nós quer receber encorajamento, mas não concedê-lo, durante os momentos
de fraqueza.
Imagine Paulo acorrentado a dois guardas prisionais, incapaz de ir e vir
conforme gostaria. Porém, lá estava ele, escrevendo carta após carta para incen
tivar outras pessoas. Sinceramente, fico comovida com a bondade e com a afei
ção desse homem acorrentado, as quais fluem às pessoas com quem, de modo
tão carinhoso, ele importava-se.
Entende-se que existe na vida o princípio geral de que, quando encora
jamos outras pessoas, nós mesmos somos encorajados. Paulo, com certeza,
demonstrou esse princípio em suas palavras e em suas ações. Ele sinceramente
amava os cristãos para quem escrevia, e acredito que suas palavras motivadoras
não apenas levaram grande alegria para eles, mas também a Paulo.
Antes de lermos o restante da carta de Paulo aos filipenses, vamos, prim ei
ro, dar um a breve olhada em sua atenciosa saudação. Se você é como eu, minha
tendência é ignorar essas pequenas frases, mas quero entregar-lhe uma pequena
joia, que nos fala da obra que Deus estava realizando nos filipenses. Paulo inicia
sua carta com essas palavras:
Paulo c Timóteo; servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão
em Tilipos, com os bispos e diáconos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai,
e da do Senhor Jesus Cristo.2
31
C a p ítu lo z
Sei que pode parecer uma coisa pequena, mas acho interessante observar
que Paulo estava escrevendo aos cristãos em Filipos, com os bispos e diáconos. Lembre -
-se, essa igreja teve um começo ínfimo (um carcereiro, sua fam ília e algumas
mulheres); no entanto, aqui vemos que havia pessoas suficientes para terem
bispos e diáconos. Estima-se que carta de Paulo aos filipenses tenha sido escrita
dez anos após sua prim eira visita a eles. Então, nesse curto espaço de tempo, as
coisas estão desenvolvendo-se, o povo está congregando, e essa igreja está bem
organizada! Eles já não são mais só um eclético grupo de cristãos. Quero apenas
que você perceba o progresso que eles fizeram desde seu início conturbado. Co
ragem! O início deles não foi muito amoroso e pacífico, mas Deus estava apenas
começando a obra neles.
Em seguida, quero que você veja o quanto os filipenses estavam amorosa e
continuamente nos pensamentos e nas orações de Paulo. Olhe como ele enco
rajou esses cristãos:
D ou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre cotn
alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa cooperação no evange
lho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós
começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo ,3
Pense no que essas palavras devem ter significado para esses cristãos pri
mitivos. Paulo agradecia a Deus por esses irmãos toda vez em que se lembrava
deles. E quanto às pessoas em sua vida? Você agradece ao Senhor por elas toda
vez em que se lem bra delas? N ão estou falando apenas de pessoas queridas e
fáceis de amar, mas também das mais difíceis. Sejamos honestas. Quando pen
samos em certas pessoas, m uitas vezes, lembramo-nos do quanto elas magoam-
-nos ou perturbam -nos, e aí, pensamos no que há de errado com elas e fazemos
comparações injustas. Então, agradecer a Deus por elas? N ão sei se meu coração
e m inha mente estão sempre tão cheios de gratidão. E você?
E se mudássemos nosso pensamento negativo sobre as pessoas à nossa
volta (tanto as amáveis como as com plicadas) para viver com o contínuo ato
de gratidão por elas? Como nossos relacionamentos mudariam? Se tirarm os os
olhos das características negativas e incômodas, e começarmos a procurar (sim,
será necessário procurar com mais afinco em algumas pessoas do que em outras)
características positivas, poderemos, então, começar a interagir com essas pesso
3 2.
êàítUTUlâyí
. 33 .
C a p ít u lo 2
na sua vida. Isso fará diferença para elas, mas fará principalm ente em você. Ao
começar a substituir raiva e dor por gratidão e alegria, você será transformada
em uma pessoa rica em relacionamentos e cheia de amor.
Além disso, devemos reconhecer que muitas vezes pessoas difíceis estão feri
das por dentro. Talvez elas sejam chatas, cruéis ou exigentes porque estão lidando
com dores e mágoas passadas. M uitas pessoas têm a alma ferida, e por isso, de
vemos lembrar-nos de enxergar o que está além das máscaras ou das aparências
ásperas, e assim, visualizaremos uma pessoa que precisa do amor de Deus.
Assim, ao lidar com uma pessoa difícil, peça ao Senhor que lhe dê Sua
perspectiva. Todos nós somos obras em andamento, e precisamos de graça e
de amor. Que possamos ser generosas ao derramar-nos para as pessoas que o
Senhor coloca em nossa vida.
Trish não pôde acreditar quando seu marido informou-lhe que eles se m uda
riam outra vez. Ela não achava que duas mudanças em três anos fossem a situ
ação perfeita para criar seus filhos, mas, se era para que seu marido crescesse na
vida profissional, então, toda a fam ília se m udaria com ele. Trish entristecia-se
ao pensar que seus filhos seriam forçados a fazer novos amigos por onde fossem,
mas as crianças pareciam adaptar-se bem rápido aos novos ambientes. N a verda
de, foi Trish quem sofreu uma dor pessoal com a mudança de relacionamentos.
Em cada cidade, Trish m al tinha tempo de conhecer as mães dos outros
meninos do time de futebol do bairro, pois já estava na hora de fazer as malas
e mudar-se. Ela ansiava por uma profunda conexão com um a amiga com quem
pudesse almoçar ou ligar para contar sobre a últim a liquidação. Ela queria al
guém com quem pudesse conversar sobre as questões da vida, algo além do papo
superficial, mas ela não sabia onde encontrar esse tipo de amiga, e achava que
isso seria impossível com sua vida nômade.
U m a velha conhecida recomendou que Trish procurasse algumas igrejas
locais em sua nova cidade, o que ela fez. Durante toda a sua vida, Trish ouviu
falar de Jesus, mas nunca chegou ao ponto de compreender o que Ele havia feito
na cruz. U m dia, enquanto ouvia um sermão, parecia que ela estava ouvindo a
mensagem do evangelho pela prim eira vez. Então, ela passou a entender tudo,
34
ií)oA xu ilp A a t/u uiá -to A jiiii (P â.ícuna á. c jt v axuiaA.
como Jesus ofereceu Sua própria vida como pagamos pelos pecados dela e como
Ele ressuscitou, dando-lhe a promessa de uma vida eterna. N aquele dia, Trish
fez um a oração de fé, crendo no Filho de Deus como seu Salvador. Logo toda
a sua fam ília também passou a crer.
Trish passou a frequentar um estudo bíblico local para aprender mais so
bre o Deus que a ama. Enquanto isso, ela começou a criar um vínculo afetivo
com as outras mulheres do estudo. Aquele era o laço mais forte que ela jamais
havia experimentado, pois era a verdadeira comunhão que há entre irmãs em
Cristo. A Bíblia diz que, quando cremos em Cristo, tornam o-nos parte de Sua
família, e o Espírito de Deus passa a habitar em nós.4 Trish descobriu que agora
tinha irmãs que orariam com ela, a encorajariam e a fortaleceriam, e que ela
também poderia fazer o mesmo por elas. Além disso, ela não rinha mais medo
da próxim a mudança, pois sabia que, aonde quer que fosse, encontraria outras
irmãs em Cristo com quem form aria laços.
Como cristãos, temos uma conexão em comum por sermos membros da
fam ília de Deus e coerdeiros da Sua graça. F íá um a comunhão m uito mais
profunda entre nós. Nossa aliança cristã deveria ser muito mais que um nome,
pois temos um vínculo de alma e de coração. As comunidades de cristãos devem
estar cheias de pessoas amorosas que transbordam graça umas às outras. Porém,
infelizmente, a amargura, a mesquinhez ou a fofoca podem, com facilidade,
mfiltrar-se em círculos de cristãos e logo destruir a unidade que pode ser des
frutada no corpo de Cristo.
Paulo, no entanto, oferece o exemplo puro de um amor sincero entre cris
tãos. A m edida que continuamos lendo a carta de Paulo aos filipenses, sua afei
ção começa a transbordar. Com certeza os cristãos de Filipos já haviam sentido
que o apóstolo importava-se com eles por causa de suas palavras de gratidão
e de sua confiança no progresso deles, mas agora, ele fala do fundo do seu ser.
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração,
pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na
minha defesa e confirmação do evangelho. Porque D eus me é testemunha das saudades
que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.5
Paulo sentia uma verdadeira afinidade por seus irmãos em Cristo, e levava-os
em seu coração, porque compartilhavam igualmente da graça de Deus. O apóstolo
35
C a p ít u lo 2
Maravilhoso amor
Sendo, pois, justificados pela fé , temos paz com D eus por nosso Senhor Jesus Cristo;
pelo qual também temos entrada pela f é a esta graça, na qual estamos firm es; e nos
36
e A c u í jxe* o. V i a n A h ^ u x c u ê . v i x m u j « ' m v o iv ta A .
gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos glo
riamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a
experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto
o amor de D eus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos fo i
dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas algucm morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém
ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores.&
Thelm a W ells, minha preciosa irm ã em Cristo, ora com poderoso fervor. Ela
derrama seu coração diante do Senhor de tal maneira, que me leva às lágrim as e
enche-me de alegria. Suas orações apaixonadas transbordam de seus sentim en
tos por Deus e de amor por Seu povo. Ela tem um coração como o de Paulo
para com o povo de Deus, pois dedica seu tempo e seu talento para incentivar,
37
C a p ít u lo 2
por meio de seus livros e de suas pregações, cristãos do mundo todo. N a ver
dade, ela até já escreveu um livro intitulado God Is Not Finisbed witk Me Yet [D eus
ainda não term inou de tratar comigo, tradução livre]. Parecem as palavras de Paulo aos
filipenses, não é mesmo?
Conhecida afetuosamente como “M am a T ”, T helm a já teve sua cota de
decepções, frustrações e dificuldades na vida, mas sua fé em Deus é inabalável.
O sorriso que há em seu rosto, enquanto ela atinge e toca pessoas com Seu
amor, é m uito verdadeiro e sincero. Independente de estar falando em um púlpi
to para milhares de pessoas ou orando com poucos amigos íntimos, sua paixão
por Cristo brilha com tanta intensidade, que você precisa de óculos escuros para
olhar para ela!
Como ela faz isso? Como ela experimenta tamanha alegria em tempos
difíceis eamor sem lim ite pelos outros? T helm a seria a prim eira a dizer que não
é ela, mas o Espírito Santo que opera nela. Sua fé e seu amor são fortalecidos
enquanto ela busca Deus para suprir suas necessidades. Ela diz:
Vencer não tem a ver com genialidade ou inteligência. Tem a ver com
humilhar a si mesmo diante da poderosa mão de Deus, confiar nele
de toda alma e de todo pensamento, perdoar a nós mesmos e aos
outros por tudo que nos fizeram e buscar o perdão por tudo que
fizemos a eles. Tem a ver com manter nossa mente cm Jesus, andar em
justiça, entender a verdade de Deus, orar com toda sinceridade, estar
preparado com a Palavra de Deus em nosso espírito e estar cobertos
por uma fé inabalável em Cristo.9
38.
CACUtp * Qy X/uxxvtAxinx\xu v9AÍmn<iôy <urrvoxt/iaòj
E peço isto: que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e cm todo o conheci
mento. Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo
algum até ao Dia de Cristo, cheios defru to s de justiça, que são por Jesus Cristo, para
glória e louvor de D eus.K)
Paulo começou orando para que o amor deles aumentasse mais e mais.
Esse é o tipo de oração que Deus gosta de responder! O Senhor deseja que
Seu povo cresça em amor não apenas por Ele, mas também uns pelos outros.
Com certeza, a m aior oração que podemos fazer por alguém é para que cresça
no amor. Observe o que está im plícito no amor que Paulo menciona em sua
oração: ele quer que o amor dos irmãos aumente mais e mais em ciência e em
conhecimento. Esse é muito mais que um amor fofinho baseado em sentim en
tos. Não, o apóstolo estava orando por um amor mais profundo, baseado em
ciência e em conhecimento.
Recentemente nos noticiários, um casal de celebridades passou por uma
grande e conturbada separação. Que desastre! O marido foi entrevistado em um
program a de entretenimento e disse que já não amava mais sua esposa. Em vez
disso, apaixonou-se por sua “alma gêmea”. Ele ainda acrescentou: “Você não
escolhe por quem se apaixona”. Sério? E como se o amor fosse algo de que você
acidentalmente entra e sai, sem poder evitar. Acho que ele pensa que o amor
é simplesmente algo que nos prende em algum a estúpida espécie de cativeiro
emocional.
Por outro lado, o amor verdadeiro baseia-se em conhecer o objeto de nos
so amor, e não simplesmente, dependendo do como nos sentimos, flutuar para
dentro e para fora do amor. N a Bíblia, somos ordenadas a amar o Senhor nosso
Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com toda a nossa
mente e com todas as nossas forças. Assim, para crescermos no amor por Deus,
39
C a p ít u lo 2
precisamos conhecê-lo por meio da meditação no que a Bíblia tem a dizer sobre
Ele. N o entanto, para crescermos no amor pelo próximo, precisamos ter um
interesse genuíno nas pessoas. Desse modo, m uitas vezes, devemos deliberada
mente parar de pensar em nossas próprias coisas para prestarmos atenção às
necessidades dos outros. Todas nós lutam os contra tendências egoístas, e por
isso, precisamos intencionalmente dar um passo para fora dos nossos próprios
interesses para vermos as verdadeiras necessidades das pessoas.
Quando tiramos um tempo para conhecer as pessoas que fazem parte da
nossa vida, nosso amor alcança um nível mais profundo. Passamos a saber o
que é im portante para elas. Então, a verdadeira pergunta é: o quanto eu e você
conhecemos as pessoas que dizemos amar?
Posso ser brutalm ente sincera aqui? M uitas vezes, nos relacionamentos,
quero que as pessoas conheçam-me e gostem de mim, todavia, tenho vergonha
de adm itir que, com frequência, não tiro um tempo para aprender mais sobre
as pessoas que digo amar. E claro que gosto do alegre sentimento que surge
quando uma pessoa me ama. Oh, como meu amor é egocêntrico e superficial!
Por causa das palavras de Paulo, tenho certeza de que preciso fazer um esforço
para amar as pessoas conhecendo-as, bem como seus interesses, suas paixões e
seus anseios. Vejo por que o apóstolo orou para que os filipenses amassem com
ciência e conhecimento, pois o amor superficial surge com m uita naturalidade.
SenJvoA ., iijtu lu -tw A ki iu n ii\ 11 n.' aaA o u t'u '.' co m Oe/u:ladet/ixi p /a> ju n d id u -
. 4 0 .
^J)cAíiuipe q. taswnt feàtamoA effl/aê^ux^
£ 2 u «A u ia /§ e s ifio / L j
Que poderosa oração a ser feita por quem amamos, e também por nós
mesmas! Todas nós precisamos dessa oração. Que Deus perm ita que nosso
amor por Ele e pelos outros aumente mais e mais em ciência e em todo o co
nhecimento. A m edida que oramos por outras pessoas e passamos a conhece-las
melhor, nosso amor por elas se aprofundará e crescerá.
Você está tendo dificuldade para amar alguém? Ore por essa pessoa, e não
apenas para que ela mude. Conheça-a m elhor e destaque sua melhor qualidade
ao fazer um a oração como a que acabamos de ler. Todas nós estamos em obras;
e por isso, Deus pode conceder-nos paciência e compreensão durante a fase de
construção.
0 poder do perdão
Nunca mais diga a si mesma: “Ah, eu sou um fracasso”, nem sussurre sobre outra
pessoa: “Ah, ela não tem jeito. Ela nunca vai consertar”. N ão desista das outras
pessoas nem de si mesma. Em vez disso, veja cada pessoa como uma obra em
.4 1
C a p ít u lo 2
Não julgueis, c não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e
soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordan
do vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão
de novo.11
O amor é sojredor, é benigno; 0 amor não é invejoso; 0 amor não trata com levianda
de, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não
.42.
o* Í a í h i ô .to /m o * C O o tx im o /i e m a í L m i r
se irrita, não suspeita mal; nãofolga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo
sofre; tudo cré ' ímJo cspmi, fWo suporta. O amor nunca falha; mas, havendo pro
fecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá}2
Para que o amor que temos uns pelos outros aumente mais e mais, deve
mos começar com um espírito que continuamente perdoa os outros. Todavia,
perdoar não significa convidar alguém a passar por cim a de você ou fazer-lhe
algo terrível novamente. Por isso, pode ser necessário estabelecer lim ites saudá
veis se um a pessoa estiver tirando vantagens de você. Devemos perdoar conti
nuamente a fim de vivermos livres da amargura e do rancor. Por fim, o Amado
de nossa alma, o perfeito Perdoador pode dar-nos do que necessitamos para
amar e perdoar outras pessoas com sinceridade. Olhe para Ele e agradeça-o por
perdoar você, e peça-lhe que a ajude e dê-lhe forças para perdoar outras pessoas.
Busca pessoal
.43
C a p ít u lo 2
.4 4 .
C A P ÍT U L O 3
2 )u u r u u i t e A y | x )/ L n ix ic lo A
n o A d t^ L C Æ ifd u A ^
46 .
rum dt£tcu£claxldá
Brilho radiante
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para
maior proveito do evangelho. D e maneira que as minhas prisões em Cristo foram
manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; e muitos dos
irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam fa la r a palavra
mais confadamente, sem temor. 1
Sejamos francas e diretas aqui. As vezes, é muito difícil enxergar algo bom
em meio a situações não tão boas. Pode ser que não tenhamos vontade de
4 7.
C a p ít u lo 3
48
■raiA d tfic u fíla d e ô
.4 9
C a p ít u lo 3
Onde Deus colocou você? Pode não ser o lugar em que você gostaria — ou
planejava — de estar, mas quero assegurar-lhe de que não foi por acidente, mas
por um propósito. N ão im porta como chegou ou onde está, Deus pode fazer
coisas poderosas por seu intermédio. Portanto, em vez de reclamar, discutir ou
frustrar-se, peça que o Senhor mostre-lhe como Ele pode usá-la no lugar em
que a colocou. Volte seus olhos para o Deus da esperança, desviando, assim, o
olhar das decepções. Ainda que você tenha cometido um erro ou tomado uma
decisão imprudente, o Senhor pode usar isso.
Curiosamente, se Paulo não tivesse apelado a César, ele teria sido libertado
mais cedo e não teria seguido para Roma. O apóstolo poderia ter se remoído em
arrependimento por apelar a César, mas, em vez de encarar seu apelo como um
erro, ele concentrou-se na bênção. E você? Você pode estar nessas circunstâncias
por causa de um a má decisão ou de um erro. Todavia, agradeça a Deus porque
Sua obra está além de nossos erros e de nossas limitações. Olhe com esperança
e expectativa para aquilo que, por meio das suas experiências, Deus pode fazer
para abençoar e fortalecer outras pessoas.
50
l ruxôy d ^iU x iu ix u x clcA
51
C a p ít u lo 3
outras pessoas. Pelo que você é apaixonada? O que a motiva e comove seu coração?
Em oração, considere dar um passo em busca da paixão que Deus concedeu-lhe e
em fazer uma diferença positiva na vida de outra pessoa.
Goste ou não, nossa vida serve de exemplo para outras pessoas. Elizabeth
Fry saiu de sua zona de conforto, e, por causa de seu exemplo, um a nação inteira
foi inspirada a amar e a respeitar os oprimidos. Paulo proclamava a Cristo sa
bendo plenamente que poderia enfrentar a prisão, porém, isso inspirou muitos
irmãos em Cristo que encaravam perseguições parecidas.
E você? O que Deus colocou em seu coração para fazer? Pode não ser fácil,
e pode ser necessária coragem. Também pode ser preciso esperar uma estação
inteira, mas comece buscando a orientação de Deus para fortalecê-la, prepará-
-la e orientá-la para exercer sua paixão no lugar em que o Senhor colocou você.
Você nunca saberá o quanto sua coragem pode inspirar outras pessoas a
seguir a Cristo.
Sr. Positivo
52
3) LamoívtsA jxi/unaÂaA^ n(xò clcIacufelad
mesmo tipo de lição que aprendi com m inha amiga. Ele escreveu o seguinte em
sua carta aos seus amigos de Filipos:
Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa
mente; uns por amor, sabendo que f u i posto para defesa do evangelho; mas outros,
na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar
aflição às minhas prisões. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de
toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei
ainda . 4
Paulo regozijava-se porque Cristo estava sendo anunciado apesar das m oti
vações erradas ou das discordâncias básicas. Esse sim é o Sr. Positivo! M ais uma
vez, ele preferiu olhar pelo lado bom e manteve os olhos no objetivo que era
propagar o evangelho. Fico impressionada com o quanto nós, cristãos, podemos
estabelecer pequenas questões sem im portância, discutindo sobre suposições e
motivos, ou discordando de coisas que, no grande contexto da vida, não im por
tam. Precisamos pegar a dica de Paulo e abandonar isso.
Aparentemente alguns cristãos estavam tentando usar a prisão do apóstolo
em benefício próprio, bem como usar seus m inistérios para motivos egoístas e
para acabar com a reputação de Paulo.
N o entanto, Paulo não queria que a concorrência entre ministérios se tor
nasse um problema. Para ele, a causa de Cristo era a única questão que importava.
Portanto, vamos parar de criticar outros ministérios só porque concorrem ou
são diferentes do nosso. Em vez de trabalharem uns contra os outros para atrair
um maior número de membros ou seguidores, não seria maravilhoso se todas as
igrejas e todos os ministérios trabalhassem para incentivar todo mundo a chegar a
Cristo? O amor entre os cristãos e o propósito de unidade para o Corpo de Cristo
seria um belo exemplo da aparência deste para o restante do mundo.
Ê interessante observar que, quando esteve na terra, Jesus discutiu a mesma
questão com Seus discípulos. Deixe-me contextualizá-la. Os discípulos esta
vam discutindo quem deles seria o maior [no Reino de Deus], U m a pequena
superioridade orgulhosa estava ganhando espaço entre o grupo. Você consegue
im aginar cada discípulo vangloriando-se do quanto deveria ser o m aior no R ei
no de Deus, e fazendo isso bem na frente de Jesus? Cristo, então, decidiu ter
um conversa franca com eles sobre essa questão, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o
.5 3
C a p ítu lo 3
primeiro, será 0 derradeiro de todos e 0 servo de todos.3 Bem, isso é um pouco diferente da
nossa norm al maneira de pensar.
Jesus, então, trouxe uma criança e disse-lhes: Q ualquer que receber uma destas
crianças em meu nome a mim m e recebe,6 Ele estava ensinando-lhes sobre a im portân
cia de alcançar os pequeninos, e não somente aqueles a quem a sociedade atribui
im portância e significância; e esta é uma lição crucial para todos nós. Todavia, o
M estre ainda não havia term inado a lição.
João, o discípulo amado, informou: Mestre, vim os um que, em teu nome, expulsava
demônios, 0 qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Os discípulos ain
da não haviam superado o problema da concorrência! Se os discípulos lutavam
com seus interesses próprios a esse ponto, que esperança resta para nós? Todas
nós precisamos ouvir as palavras do M estre e refletir continuamente no que é
im portante. Em seguida, Jesus respondeu à pergunta de João: Não lho proibais,
porque ninguém há que fa ça milagre em m eu nome e possa logo fa la r m al de mim. Porque quem
não é contra nós é p or nós.7
Embora precisemos de discernimento, não temos de perder tempo julgan
do ou falando m al umas das outras. Outros grupos, ministérios ou organizações
podem ser diferentes dos nossos, mas Deus deu dons, talentos e personalidades
distintos a cada um. Se a verdade de Cristo está sendo pregada, evitemos falar
negativamente.
Serei a prim eira a dizer-lhe que não gosto de algumas coisas cristãs que
vejo na televisão. Questiono seus motivos e métodos; mas admito que já conheci
m uitas pessoas que, quando estavam nas profundezas do desespero, ligaram a
televisão no meio da noite, ouviram um pregador e abraçaram a fé salvadora em
Cristo. Então, ouço mais um a vez as palavras de Paulo: “O mais im portante é
que, independente da maneira e se a motivação é certa ou errada, Cristo está
sendo anunciado. E por isso me alegro”. O foco está em Cristo, e não na pessoa.
Após dizer tudo isso, quero acrescentar mais uma palavra de precaução:
devemos ter discernimento e cuidado acerca de quem ajudamos financeiramen
te e quem apoiamos. H á pessoas que enganam e cujo m inistério é corrupto;
portanto, seja prudente. Jesus alertou Seus seguidores a prestarem atenção aos
lobos em pele de ovelha e àqueles que podem aparentar retidão por fora, mas,
por dentro, são corrompidos.
Vamos regozijar-nos quando Cristo for pregado, mas também vamos res
guardar-nos contra enganadores, golpistas e quem usa o evangelho para encher
54
rru xcla A ncus d i i VCÁí X  jo jQA^
os bolsos. Antes de contribuir, sempre pesquise para garantir que sua doação
será usada em prol do Reino de Deus, e não para propósitos pessoais. U m a
boa fonte para descobrir a integridade financeira do m inistério é o Evangelical
Council for Financial Accountability [Conselho Evangélico para Prestação de
Contas]. Para mais informações, acesse www.efca.org [em inglês],
É seguro dizer que todas nós tendemos a desperdiçar tempo demais julgando e
condenando outras pessoas quando deveríamos estar fazendo o que Deus cha
mou-nos para realizar. Paulo não estava proclamando que motivações não são
importantes ou que não há problemas em prosseguir por ambição própria, mas
estava mandando-nos manter os olhos no que im porta mais e deixar todo ju l
gamento para Deus. Sei que preciso organizar-me todos os dias para ter certeza
de que estou focada nas coisas mais importantes. È muito fácil distrair-se com
suposições, preocupações, vanglorias e comparações que, no grande contexto da
vida, são coisas sem importância.
A m edida que apaixonadamente buscamos a Cristo, devemos deixar de
lado as distrações. Como um atleta em uma corrida, que deve livrar-se de qual
quer coisa que possa im pedi-lo de correr bem, também devemos livrar-nos tan
to do pecado como das distrações que nos impedem de correr com vitória e re
sistência. O autor de Flebreus fala sobre a corrida da vida que nos está proposta.
Ele orienta-nos a largar tudo que nos atrasa e a mantermos os nossos olhos no
que é mais importante.
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de tes
temunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos,
com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consu-
mador da fé , o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando
a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que
suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais,
desfalecendo em vossos ânimos,8
55
C a p ítu lo 3
Busca pessoal
56
^uxnxasdjL & yÇoA jruuíaàyncui cUjicuiclacle^
Escolhas:
.57 .
C A P ÍT U L O 4
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são
da terra.
Colossenses 3.1,2
m orrer é ganho. Mas, se 0 viver na carne me derfr u to da minha obra, não sei, então,
0 que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e
estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por
amor de v ó s,fca r na carne. E, tendo esta confança, sei quefc a r e i e permanecerei com
todos vós para proveito vosso e gozo da fé , para que a vossa glória aumente por mim
em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.1
60
'C l v^tímla com p u tx ü a e p A a p aí lio
A vida de Paulo era definida por Cristo, afinal, para ele, viver era Cristo!
Jesus deu sentido e propósito à vida do apóstolo. Seu único motivo de viver era
levar a alegria de Cristo a outras pessoas. Porém, Paulo também se contentava
em morrer pela causa do evangelho. N a verdade, ele ansiava estar no céu com
Jesus como a melhor opção, e não se apegava às coisas desta vida porque não
se apegava a ela de modo geral. Todavia, não me entenda m al; Paulo não era
depressivo nem suicida, mas apenas vivia com foco na eternidade, sabendo que
a melhor parte de sua vida estaria no céu, com Deus. Por isso, seu motivo para
desejar permanecer neste mundo era continuar a obra de propagar o evangelho
e encorajar os cristãos.
Jenmfer tem um longo caminho pela frente antes de term inar a faculdade de
medicina. Como está para graduar-se, ela já passou por m uitas exaustivas horas
de estudo, mas continua com olhos voltados para o seu objetivo. Jennifer tra
balhou durante todas as férias, adm inistrou suas despesas e permaneceu disci
plinada, pois sabe que dias melhores virão. Ela sabe que sua vida de estudante é
temporária, e vive ansiando pelo dia em que poderá vestir um jaleco branco no
qual orgulhosamente estará escrito “D outora”.
Paulo vivia com o mesmo anseio, mas, em vez de um jaleco de médico,
ele ansiava as vestes brancas da justiça que os que creem em Cristo, um dia,
receberão no céu. Por compreender o caráter temporário da vida aqui na terra,
o apóstolo podia viver de mãos abertas. Assim, em vez de apegar-se a coisas que
proporcionam apenas satisfação passageira, ele apegou-se a Cristo, seu tudo em
todos. Todavia, é engraçada nossa tendência de acreditar que certas pessoas ou
situações são a chave para a nossa felicidade, quando, na verdade, essas coisas
não proporcionam a duradoura e verdadeira satisfação.
Paulo não se prendia às coisas desta vida (reputação, bens, pessoas) com
parcimônia, mas, em vez disso, tinha-as de mãos aberta. O apóstolo era grato
pelo que o Senhor lhe havia concedido, mas não dependia nem se dedicava a
isso. Paulo não vivia afeiçoado a este mundo, mas, sim, atraído pelo mundo que
há de vir. Como seria a nossa vida se fôssemos apenas gratos pelas pessoas e
pelos objetos deste mundo, porque vivemos a pleno vapor por Cristo, com o
coração e a mente voltados para a eternidade?
61
C a p ít u lo 4
O que você acrescentaria a essa lista? Pense em como seria este mundo se
nós, mulheres que seguem a Cristo, tivéssemos uma vida sem apego. Em vez
de retermos com força as bugigangas que este mundo tem a oferecer, seríamos
sábias em soltá-las e viver na liberdade e na alegria de nossa cidadania celestial.
M uitas vezes, imagino as simplices arm adilhas para macacos usadas pelas
tribos primitivas. Sabe, aquelas que são apenas um jarro com uma pequena
abertura e uma banana dentro. Quando o pobre e desavisado macaco chega
e toma o jarro para pegar a banana, ele é capturado, porque não solta a isca.
Pessoalmente, devo pensar no que seguro tão forte e sem soltar ao ponto de
colocar-me em uma arm adilha. Enquanto escrevo este capítulo, torno-me con
victa de áreas em m inha vida as quais estou muito apegada. O que você está
segurando com a mão tão fechada?
cjue acja/i/iafulo/e ci. u Ii/li/l a i m ão^ pxx/ux ti-, eon.jVuiulo em. t i Ca/-
cfAuzs ix o m cl m ciíxo /i, Qj A cl
62
v v J j i n A a c o m p x L L x x íx is e/ p / u m o A cto^
Nosso Senhor não acha que nossos desejos são muito fortes, e sim
muito fracos. Somos criaturas desmotivadas, brincando com bebidas,
sexo e ambição, quando nos é oferecida a alegria infinita; como uma
criança ignorante que quer fazer tortas de lama em uma favela porque
não consegue imaginar o que é passar férias à beira do mar. Nós nos
contentamos facilmente.''
Se fossem escrever uma biografia sobre você, qual título melhor descreveria a
sua história? Você já pensou nisso? Eu gostaria que m inha vida fosse descrita
com palavras divertidas e otimistas, em um título como: Afascinante c alegre vida
de K arol Ladd ou Aventuras de uma vida vivida ao máximo: Uma história sobre K arol Ladd.
Hmmm... N ão sei quantos exemplares isso venderia. Talvez minha fam ília c
alguns amigos mais chegados comprariam um livro, e olhe lá.
No entanto, você consegue im aginar o título de sua biografia sendo A
Chance to D ie: The Life and Legacy o f Amy Carmichael [U m a chance de morrer: a vida e
o legado de Amy Carmichael, tradução livre], Uma chatice de m orrer não é um a da
.6 3 .
C a p ít u lo 4
queles títulos chamatívos e bonitinhos que adoraríamos ter para descrever nosso
período de vida; entretanto, trata-se de um livro repleto de histórias fascinantes
e de aventuras sobre uma m ulher que viveu com singular foco e paixão por C ris
to. Amy Carm ichael era devotada ao Senhor, dedicada à oração e comprometida
com servir a Cristo, ajudando os necessitados. Era uma mulher com uma pro
funda percepção e um desejo de viver para Deus onde quer que Ele a chamasse.
N ascida em 1867, na Irlanda do N orte, Amy desenvolveu compaixão pe
las pessoas quando ainda era muito jovem, e tinha uma verdadeira sensibilidade
às causas sociais. Aos 17 anos, ela começou a dar aula de Escola D om inical
para as jovens que trabalhavam no moinho local, em Belfast; e a turm a logo
aumentou para mais de 5 0 0 moças. Porém, aos 2 4 anos, Amy sentiu que Deus
estava chamando-a para o campo m issionário no exterior. Ela começou sua obra
m issionária no Japão com o ardente desejo de ganhar almas para Cristo, mas,
depois de 15 meses, teve de ir embora por motivos de doença.
Assim como Paulo, Amy não perm itiu que qualquer interrupção impe-
disse-a de propagar o evangelho. Posteriormente, sua obra m issionária levou a
jovem à índia, e foi ali que ela soube da terrível condição das jovens que eram
vendidas para prostituição no templo. Amy logo ficou conhecida como Amma
( “mãe”, cm tâm il), porque ela corajosamente começou a acolher e a proteger
crianças que eram vendidas para prostituição infantil.
Em seus últim os anos, Amy levou um tombo muito grave, o qual a incapa
citou de retomar suas atividades normais. Embora estivesse fisicamente lim ita
da, seu m inistério continuou a crescer. Ela escreveu diversos livros durante esse
período de sua vida em que não conseguia locomover-se. Deus usou poderosa
mente esta mulher para inspirar dezenas de outras pessoas a aproximarem-se de
Cristo e a viverem para Ele. Elisabeth Elliot foi uma dessas mulheres cuja vida
foi im pactada pelo exemplo de Amy. Foi a partir do livro I f [Se, tradução livre]
que Elisabeth começou a entender a grande mensagem da cruz e o que Amy
chamava de am or do Calvário.
Elisabeth acabou escrevendo a biografia de Amy, A Chance to D ic. (Eu reco
mendo m uito a sua leitura.) N a introdução, Elisabeth escreveu:
6 4 .
0 l v W u l a c q f n p c l u c c Lq s c/ p A a j i a A x t a
Conhecemos o am or nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida
pelos irmãos. Quantas vezes penso nesse devemos. Sem sentimentos melosos aqui.
Somente um severo eglorioso som de trombeta: DEVEMOS. Mas as palavras podem
descrever a alegria enterrada no interior? A minha, não. Ela diverte-se das palavras.
. 65 .
C a p ít u lo 4
A verdadeira paixão
Quando você pensa na definição da palavra paixão, o que vem à sua mente? Cos
tumo pensar em um sentimento, uma afeição ou uma emoção fortes por algo
ou por alguém. U m a m ulher apaixonada entrega-se de todo o coração por uma
causa, uma pessoa ou um a experiência. Porém, se você procurar a palavra paixão
no dicionário, encontrará uma definição surpreendente. N o [dicionário de lín
gua inglesa] Webster’s N ew World D ictionary, a definição original é “sofrimento ou
agonia, como a de um m ártir”. Em seguida, lê-se: “a agonia e os sofrimentos
de Jesus durante a Crucificação ou durante o período seguinte à U ltim a C eia”.'
Pare um pouco. Calm a aí! Eu achava que paixão era uma palavra alegre,
como zelo ou animação. Devo adm itir que fiquei surpresa ao ler a definição da
palavra paixão e perceber que, na verdade, refere-se à agonia. A raiz dessa pala
vra vem do latim passus, que significa “suportar” ou “sofrer”. Vemos o mesmo
radical em palavras como paciência e, é claro, compaixão (com sofrimento). E por
isso que a representação do caminho de Cristo até a cruz chama-se “A Paixão
de C risto”. Agora eu entendi!
. 6 6 .
v j v b i x \ A a / c o m p a . u c ã x i e p / u ijiQ ^ t t o .
O que Jesus fez por nós na cruz define paixão. Ele voluntariamente deixou
a glória dos céus e veio a esta terra para oferecer Sua vida por nós. Cristo sofreu
e suportou a dor porque tinha um propósito m aior: morrer em nosso lugar.
Que nunca desprezemos isso! Assim, quando falarmos de alguém que vive com
paixão, deveremos referir-nos a quem está disposto a suportar e sofrer pelo
propósito para o qual foi chamado. Nesse ponto, você pode estar pensando que
gostaria de deixar este livro de lado (ou jogá-lo fora) e gritar: “Desisto! N unca
serei um a m ulher que busca a Cristo apaixonadamente, porque não quero so
frer!”
Sinceramente, e quem quer? Até Jesus, quando estava no jardim do
Getsêmani, pediu ao Pai que afastasse dele aquele cálice. N o entanto, Ele tam
bém orou: Pai, se queres, passa de m im este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas
a tua.&U m a busca apaixonada por Cristo leva-nos ao ponto de pedirm os: “Pai,
eu quero o que o Senhor quiser”. Todavia, você pode sentir-se inadequada ou
incapaz de orar dessa maneira. Eu também me sinto assim.
O apóstolo Pedro constantemente lutava com essas mesmas questões. É
curioso, pois parece até que ele queria sua vontade para Jesus, e o sofrimento
não fazia parte dos seus planos. Você lembra-se de quando o M estre proclamou
aos discípulos que iria sofrer e morrer, e foi Pedro quem o chamou de lado e
repreendeu o Cristo. Pedro tinha uma ideia diferente sobre quem Jesus deveria
ser; o apóstolo o via como um rei glorioso, e não um homem de dores. Cristo,
entretanto, usou palavras fortes para responder a Pedro: R etira-te de diante de mim,
Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos hom ens9
Pedro não era tão diferente de você e de mim. Ele apenas preferia evitar o
sofrimento. Lembra que ele negou Jesus não uma, nem duas, mas três vezes? No
entanto, ele era um a obra em progresso, assim como nós. Deus começou Sua
obra em Pedro, e Ele perm itiu que essa obra crescesse e florescesse em uma vida
de paixão por Cristo. Q ual era o seu segredo? Acho que encontramos o cerne de
sua paixão ao lerm os o início de uma das cartas dele. Ele escreveu:
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo
conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos
tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes
da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no
mundo.10
67
C a p ít u lo 4
Foco singular
Deus não pede que você faça a entrega perfeita por sua própria força
ou pelo poder de sua vontade; Deus quer trabalhar em você. Não le-
.6 8
T3i^2«nda- cajn* p a i x ã o ; vp A xtjiá á A Ín s
m o s : porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar; segundo a sua
boa vontade? E é isso que devemos buscar — prostrar o rosto diante de
Deus, até que nosso coração aprenda a crer que o próprio Pai todo-
-poderoso virá para mudar o que está errado, para vencer o que é mal
e para efetuar o que é agradável aos Seus benditos olhos. O próprio
Paulo não tentou açucarar a vida cristã. Ele foi sincero, honesto e verdadeiro
com os filipenses, proporcionando-lhes encorajamento aos encararem tempos
difíceis pela causa de Cristo. Ele ofereceu-lhes algumas palavras de fortaleci
mento para quando passassem por algumas das dificuldades pelas quais Paulo
já havia passado. Ele disse o seguinte:
.6 9
C a p ítu lo 4
Não importa 0 que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho
de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em
minha ausência, fiq u e eu sabendo que vocês permanecem firm es num só espírito,
lutando unânimes pela f é evangélica, sem deform a alguma deixar-se intimidar por
aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês de
salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocêsf o i dado 0 privilégio de, não apenas crer
em Cristo, mas também de sofrer por ele, já que estão passando pelo mesmo combate
que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento . 13
Q uando Paulo diz Não importa 0 que aconteça, isso me lembra de que não
temos garantias sobre o rumo que nossa vida tomará. N ão temos o conforto
de saber se nossas circunstâncias serão felizes e radiantes. N ão possuímos uma
vida de luxo ou de diversão, mas temos o conforto de saber que Deus estará
conosco e nos dará o que precisamos. Apesar das circunstâncias, com a ajuda de
Deus, podemos portar-nos de maneira digna do evangelho de C risto ; mas o que isso
significa, no sentido prático? Para mim, significa perm itir que o amor e o perdão
de Cristo sejam derramados de meu coração e abençoem outras pessoas. Signi
fica não viver com medo, mas confiar na força e na sabedoria de Deus durante
as mmhas lutas. Como proclamou Davi: Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria m al algum, porque tu estás comigo; a tua vara e 0 teu cajado m e consolam ,u
O que nos conforta é a presença de Deus ao longo de nossas lutas. Não
tenha medo. O bom Pastor está bem ao seu lado. Ele não a deixará em meio às
águas profundas ou às tempestades da vida.
N a verdade, Paulo usou um a palavra bem estranha para que os filipenses
soubessem que, provavelmente, atravessariam algumas lutas. Ele disse que lhes
foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas de também sofrer em
favor dele. No entanto, quando uma pessoa recebe algum privilégio, norm al
mente, é algo bom. Por exemplo, quando um estudante é privilegiado com uma
bolsa de estudos, é um presente maravilhoso. Quando um a organização sem
fins lucrativos é privilegiada com um a grande doação, é uma grande bênção.
Quando um cidadão tem o privilégio de reunir-se com o presidente, é uma
oportunidade tremenda. M as ter o privilégio de sofrer? Eu não usaria a palavra
privilégio dessa maneira.
O sofrimento pode ser considerado uma dádiva de Deus? Talvez, seja m ui
to difícil pensar nele dessa maneira. Grande parte da crueldade e da dor que
70
V Lvlerulo CO,íJV pCUxÕo/ Qyp/ldpÁòxtoy
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a
prova da vossa f é produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita,
para que sejais perfeitos e completos, sem fa lta r em coisa alguma. L'., se algum de vós
tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em
rosto; e ser-lhe-á dada}3
71
Busca pessoal
• Volte seus olhos para a eternidade, e não para os atrativos deste mundo.
• Seja grata pelas pessoas e pelas coisas que Deus concedeu a você.
• Peça para o Senhor ajudá-la a reconhecer as áreas de sua vida às quais
você tem se apegado com toda força.
• Busca Sua ajuda para reter essas coisas, porém, de mão aberta.
• Conheça o Senhor intimam ente passando um tempo a sós com Ele
em oração.
• Busque a Jesus apaixonadamente e aproxime-se dele.
• Receba o sofrimento com alegria, reconhecendo que Deus está fazen
do um a grande obra em você.
• Busque a sabedoria, a direção e a orientação de Deus durante o sofri
mento.
Assim, sugiro que você leia o Evangelho de João de modo lento e constan
te, um trechinho por dia. Estude as afirmações de Jesus a respeito de si mesmo
e aprenda como Ele tratava as outras pessoas e como agia e vivia. Não im porta
há quanto tempo você segue a Cristo; é uma boa ideia estudar o Evangelho de
João, lendo alguns versículos de cada vez. Comece um diário sobre Jesus, para
relatar o que aprendeu sobre Ele em cada passagem, e também escreva suas
próprias orações nele.
73
C A P ÍT U L O 5
O òã J L q /v ô w x jj/ L a ^ n c líín h ím d n ta
Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto. Sabei que o
SENHOR é Deus; f o i ele, e não nós, que nosfe z povo seu e ovelhas do seu pasto.
Salmo 100.2,3
jogar bingo com os amigos de meus avós nas noites quentes de verão. Eu tam
bém adorava a com ida caseira de m inha avó, que era, m uitas vezes, preparada
com frutas e vegetais tirados diretamente de seu jardim.
Embora as tortas dela fossem especialmente deliciosas, devo adm itir que
havia um a que eu recusava. Era a de ruibarbo. N ão sei por que, mas a ideia de
comer ruibarbo não me apetecia. Esse nome parecia, para mim, algum tipo de
arame farpado usado em cercas. Além disso, você já viu um maço deles? Parece
aipo, porém, vermelho. N em nos meus sonhos mais loucos eu poderia im aginar
que algo parecido com aipo pudesse ficar gostoso em uma torta! Sei que é bo-
beira, mas eu era criança e não sabia de nada.
Só depois dos 3 0 anos que fui corajosa e dei um a chance à torta de rui
barbo. Sim , você adivinhou. Eu provei, e gostei! Tem um gosto singular, é doce
e azedo. Gostei tanto, que comecei a fazer tortas, pães e m ujfins de ruibarbo.
E engraçado como algo pode parecer-nos assustador e impressionante an
tes de o conhecermos de verdade e vermos que não era algo ruim. Para mim, a
hum ildade sempre pareceu um conceito assustador. Era um dos princípios da
Bíblia pelos quais eu meio que passava por cima e no qual não me concentrava
ao ler as Escrituras. Eu certamente não queria orar pedindo humildade, porque
tinha medo do que Deus poderia fazer para ensinar-me suas mais belas qualida
des. E por isso que eu também não orava pedindo paciência!
N o entanto, após ler como Paulo descreveu a hum ildade aos filipenses, já
não me parece mais tão assustadora assim. N a verdade, parece ser algo bonito,
uma qualidade que, de fato, quero ter em m inha vida.
Quando você pensa na palavra humildade, o que vem à sua mente? Como m u
lheres, às vezes, estamos propensas a pensar na hum ildade como um modo de
colocar-nos para baixo ou como uma forma de ódio de nós mesmas, dúvida
de nós mesmas ou depreciação de nós mesmas. Perceba quantas vezes usei nós
mesmas para descrever esse errôneo conceito acerca da humildade.
O fato é que a hum ildade não tem a ver com a pessoa em si, mas tudo a
ver com Deus e com a ideia que fazemos dele e o reconhecimento que temos de
Seu amor e soberania. A hum ildade também tem a ver com pensar nos outros
7 6.
0 àxxJuVL'AAiAp/uiemlGnÍ£meJtt«/íic£uLÚwui ulii to .x ía da. Kiimi£daÁe.'
sem focar em nós mesmas. Se você já se questionou: “Estou sendo hum ilde o
bastante?”, você fez a pergunta errada, e seus olhos estão na direção oposta. A
hum ildade olha para cima e para fora, e não para dentro, e ela começa a crescer
quando nos concentramos em amar a Deus e o próximo.
Paulo exortou os filipenses a terem uma atitude hum ilde; no entanto, ele
estabeleceu um pequeno alicerce antes de instituir-lhes essa responsabilidade.
Ele gentilmente mudou seu direcionamento para falar sobre a hum ildade dessa
maneira:
Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor;
alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem
a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor; um só espírito e
uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus
interesses, mas também dos interesses dos outros.1
Observe que Paulo começa o trecho com a palavra Se. N ão quero que per
camos essas verdades que servem de base para uma atitude humilde.
Se você tem alguma:
1. Sou motivada por estar em Cristo, e sou fortalecida por Sua presença
em m inha vida?
2. Estou pessoalmente experimentando a exortação de Seu amor a cada
dia?
7 7
C apítulo s
78.
0 A a I L v L S W L p / i & e r u L e j i t e m e n t e . d .e fcc ca e * i d a U ^ i í a d a í í u m i íc la d e
Buscando o outro
79
C a p ít u lo 5
80
/Axi^p^eenxieníerrtent^ d e iic jx iò a s da to/iixL da. Rumí-fxlaxíe
glamourousa. Devo adm itir que, mesmo quando faço algo bom para os outros,
secretamente desejo algum reconhecimento. Smto que com você acontece o mes
mo. Todavia, querer um tapinha nas costas não é uma coisa necessariamente ruim
(embora não queiramos que este seja nosso principal motivo), mas isso pega a
contramão quando tentamos rebaixar outras pessoas para conseguir o que que
remos ou causamos desunião porque a nossa motivação é a nossa própria glória.
Nossas motivações podem não ser 100% puras, mas é isso que nos man
tém em uma posição de dependência em relação a Deus — uma posição de hu
m ildade. Sempre haverá tensão entre nossa motivação pessoal e nosso desejo de
glorificar a Deus em tudo que fazemos. N ão acredito que chegaremos ao ponto
de dizer: “Agora eu consegui controlar esse orgulho e esse egocentrismo. N unca
mais terei dificuldade nessas áreas”. Você não concorda que falta um pouquinho
de hum ildade nessa afirmação? Reconhecer nossa luta pessoal contra o ego
centrismo coloca-nos de joelhos diante de um Deus amoroso e incentiva-nos a
buscar Sua ajuda para amarmos os outros e para honrá-lo.
A hum ildade tem a ver com o coração. A condição do nosso coração pode
fortalecer nossa capacidade de combater a infecção do orgulho que dom ina tão
facilmente nossos pensamentos e nossas ações. Todavia, quando uso o termo
coração, refiro-me ao nosso foco e à nossa paixão, e não apenas ao nosso reconhe
cimento intelectual. Três condições do coração para pendermos à humildade:
um coração que ora, um coração grato e um coração compassivo. Quando essas
atitudes permeiam nossa vida, começamos a pensar e a agir de modo diferente.
Assim, começamos a viver menos centradas em nós mesmas, e desenvolvemos
um amor pelos outros que é sincero e centrado em Deus.
Oração
U m a pessoa autossuficiente diz: “Eu consigo fazer isso sozinha”. Já a humilde
diz: “Eu preciso de Deus”. Pedro, que aprendeu uma ou duas lições sobre de
pender de Deus, escreveu:
[...] Revesti-vos de hum ildadeporque D eus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da pote?:te mão de Deus, para que; a seu
tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade; porque ele tem cuidado
de vós 4
. 81 .
C a p ítu lo 5
(Jompaixão
Quando Paulo disse aos filipenses: humildemente considerem os outros superiores a si
mesmos, ele não estava instruindo-os a rebaixarem-se, mas estava mandando que
eles erguessem as outras pessoas. Paulo também não estava, de modo algum,
dizendo que os filipenses deveriam pensar nos outros de modo intrometido,
mas atencioso e amoroso. Ele prosseguiu instruindo-os a terem um interesse
genuíno pelas outras pessoas, e não a pensarem apenas em seus próprios inte
resses. N ós todas precisamos ser lembradas disso, porque é muito fácil sermos
consumidas por nossa própria vida e pelo que está acontecendo apenas conosco.
Devemos fazer um esforço deliberado para sairmos de nosso mundinho
c para estendermos a mão para alcançar outras pessoas e sentirmos a dor de
las. Quando tiramos um tempo para não nos concentrarmos mais apenas nas
nossas necessidades, nossos olhos começam a ser abertos para as necessidades
à nossa volta. A cada dia, vamos determ inar que levaremos o brilho do sol para
.82.
0 .'alio/i.mí*l j V u u 'tu [n 1 nuJti í e tív ilc ií.^ o da. to/í-íti d a íium dxludy
0 exemplo perfeito
D e sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
que, sendo em form a de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas ani
quilou-se a si mesmo, tomando aform a de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
e, achado na form a de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte
e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome
. 83 .
C a p ít u lo 5
que é sobre todo 0 nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é 0
Embora Jesus fosse o próprio Deus por natureza, Ele não usurpou ser
Deus. N o entanto, ao usar a palavra usurpação, Paulo não quis dizer que Jesus não
conseguiria alcançar ou assumir Seus direitos celestiais. Assim, essa palavra seria
melhor com preendida como “apegar-se” ou “agarrar com a mão fechada”. Jesus
tinha todos os direitos de igualar-se a Deus, mas ele não se apegou aos Seus
direitos merecidos nem os agarrou de mão fechada, e por isso, veio ao mundo
em forma humana. Cristo era plenamente Deus e plenamente homem. Isso dá
um nó na cabeça, não é?
A questão é que Cristo demonstrou hum ildade sem apelar ou apegar-se ao
que justamente merecia. E possível que esse seja um dos conceitos mais difíceis
de aplicar às nossa vida. Nós, m uitas vezes e diferentes de Jesus, focamos em
nossos direitos e apegamo-nos ao que achamos que merecemos, sem abrir mão
deles, devido ao medo de deixá-los escapar. Contudo, aqui está um a lista com
alguns dos direitos que acreditamos merecer:
U m a vida feliz.
O direito de vingar-se de alguém.
Ser mais bem tratada que meus subordinados no trabalho.
G ritar com meus filhos, porque eles merecem isso.
U m marido amoroso que ganhe bem.
.84.
0 úxxhan &UAji/ie4ncLejit<uneJit& (1eixc i o."a d a t o ^ t a d a . f í u m d T u l y
Ficar com esse dinheiro que veio a mais em meu pagamento, porque
eu mereço.
Fazer um aborto, porque o corpo é meu.
Depois de tudo que fiz por ele, mereço coisa melhor.
Trabalho aqui há muito tempo; tenho o direito de pegar isso.
Já dei muito dmheiro a esta organização; mereço ser ouvida.
Eles têm mais do que precisam; então, também tenho o direito de ter.
Flá vezes em que exigimos até nossos direitos para com Deus:
• Vou à igreja todo domingo, e por isso, tenho direito a um a vida boa.
• Jejuei e orei, por isso, mereço que esta oração seja respondida como
eu quero.
• D izim o meus ganhos, por isso, mereço ser abençoada financeiramente.
• Sempre fui generosa com os pobres e necessitados, por isso, não m e
reço perder o emprego.
A lista poderia continuar, mas a questão é que todas nós tendemos a pedir
do nosso jeito em vez de, em oração e em hum ildade, abrir mão de certos direi
tos. No entanto, quando exigimos nossos direitos ou focamos no que achamos
que merecemos, vivemos em frustração, rancor, amargura e derrota. Porém, se
estivermos dispostas a abrir mão de nossos direitos, abençoaremos e proporcio
naremos paz aos outros e a nós mesmas. Experimentamos um a grande alegria
quando desistimos daquilo que achamos que merecemos para ajudar ou aben
çoar outros. Provavelmente, o direito mais difícil de abdicar é o de usar algo
contra outra pessoa.
Perdão significa: “Abro mão do direito de usar essa ofensa contra outra
pessoa”. Cristo deu-nos esse exemplo na cruz quando disse: Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que ja z em [Lc 2 3 .3 4 ], Por toda a Bíblia, nós, cristãs, somos ordenadas
a perdoar como o Senhor perdoou-nos. Sim, perdoar é a m aior forma de hum il-
85 .
C a p ít u lo 5
N ão existe outro. Cristo foi exaltado ao lugar mais alto. Ele veio em humildade
e servidão e disposto a oferecer Sua vida, e agora, senta-se à destra de Deus, em
8 6 .
0 '' ‘iÍu!/í ,Mí/i.j;/L(’vtul0nK'fní’lif. itelxclUAo tiu ta/ila lLl íuun ijxlad e
um lugar de honra e poder. E Ele quem deu a vida e quem todos confessarão
como Senhor. Todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra se dobrará dian
te dele. Ao lermos a descrição sobre a hum ildade de Cristo, não ignoremos a
im portante mensagem, professada com eloquência, sobre Sua autoridade. Con
sidere as verdades sobre Cristo que aparecem na mensagem de Paulo sobre a
humildade:
Aos ponderar essas proclamações, não se pode evitar esta pergunta: você
crê nisso? O nome de Cristo está acima de todo nome. Ele foi exaltado ao
lugar mais alto, e não há outros. Confessaremos que Jesus Cristo é o Senhor
e o Salvador, seja antes ou depois, do D ia do Juízo. Agora temos a escolha de
voluntariamente confessar Cristo como o Senhor. No entanto, também temos
a dolorosa opção de sermos forçadas a reconhecer Sua divindade quando esti
vermos diante do julgamento. A palavra grega para confessar (exsm ologeo) significa
“professar ou reconhecer abertamente; afirmar ou concordar”. Paulo escreveu
aos romanos: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que D eus
o ressuscitou dos mortos , serás salvo ,6
Você já chegou a um momento de sua vida em que confessou e reconheceu
que Jesus Cristo é o Senhor? Em Apocalipse, há uma passagem que me faz pen
sar nas palavras de Paulo aos filipenses. È uma imagem de algo vindouro, quan
do toda a criação proclamará que Jesus Cristo é o Senhor. Eis algumas palavras
que o apóstolo João escreveu sobre a revelação de coisas vindouras:
E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos;
e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares, que com grande voz
diziam: Digno é o Cordeiro, quef o i morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria,
. 87
C apítulo s
e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi a toda criatura que está no céu,
e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há,
dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças,
e honra, e glória, e poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém! E
os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre. ‘
. 8 8 .
o da. taAÍa d a fu m ix ix la d y
veis condições de vida, sem dinheiro para comprar remédios ou comida, deu-lhe
sua últim a moeda, confiando que Deus mais um a vez cuidaria de suas necessida
des. N o dia seguinte, o jovem ganhou um par de luvas de presente, e dentro de
uma delas, havia uma moeda que valia quatro vezes mais a que ele havia doado.
H udson precisou ter esse tipo de fé para ingressar no campo m issioná
rio na China. Ele seria desencorajado a crer, se a sua fé não estivesse em um
Deus grandioso. O povo chinês não o aceitou prontamente, porque H udson
não falava nem era como eles. O m issionário pregou o evangelho durante meses,
porém, sem resultados. A sociedade m issionária que deveria enviar-lhe dinheiro
raramente fazia isso. Imagino se as palavras de Pedro ajudaram-no a atravessar
esse período: D eus resiste aos soberbos:, mas dá graça aos humildes. H um ilhai-vos, pois, de
baixo da potente mão de D eus; para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. H udson continuou lançando a rede e orando
pela provisão do Pai. M ais tarde, ele disse: “Creia nisso: na obra de Deus, feita
à maneira de Deus, nunca faltará a provisão de D eus”.9
H udson percebeu que sua aparência distraía os chineses, por isso, com
prou vestes chinesas, pmtou seu cabelo de preto e até prendeu um a trança atrás
da cabeça. Aquele povo passou a respeitá-lo, porque o m issionário fez tudo
aquilo para relacionar-se com ele.
A m aioria dos missionários daquela época não adotaria a aparência das
pessoas com quem trabalhavam, mas a atitude de H udson remete-me ao que
Jesus fez ao vir semelhante a nós à terra. O m issionário compadeceu-se do povo
da China, e por isso, desistiu de seu direito de vestir-se do modo que lhe era
fam iliar e andou a segunda milha, unicamente para alcançar os chineses com
sua aparência.
H udson casou-se com uma moça inglesa que trabalhava em um a escola
m issionária também na China. Quando ele ficou doente, ele e sua fam ília foram
forçados a voltar à Inglaterra por um tempo. N o entanto, sua doença não o im
pediu de pensar no querido povo chinês. Assim, enquanto esteve na Inglaterra,
ele traduziu a Bíblia para o chinês, term inou seu estágio em medicina e conti
nuou orando para que Deus enviasse mais missionários. O Senhor respondeu às
suas orações, e posteriormente, a China Inland M ission [M issão no interior da
China, tradução livre] foi fundada, e enviou muitos novos missionários para lá.
Em certa ocasião, comentaram com H udson Taylor: “Em algum momen
to, o senhor deve ser tentado, Sr. Taylor, a orgulhar-se do maravilhoso modo
89
C apítulo s
como Deus o tem usado. Duvido que algum outro homem vivo tenha tido ta
manha honra”. Ele, no entanto, respondeu de form a graciosa e hum ilde: “Pelo
contrário, muitas vezes, acho que o Senhor deve ter procurado alguém pequeno
e fraco o suficiente para usar, e então, Ele encontrou-me”. De todas as manei
ras, H udson Taylor tinha um hum ilde coração cheio de gratidão a Deus por
tudo que Ele havia feito. Em Zacarias 4.6, lemos: Não p or força , nem p or violência,
mas pelo m eu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. Podemos ser fracas, mas Deus é
forte e pode fazer um a obra poderosa por nosso intermédio.
Conta-se outra história sobre um rapaz de 18 anos que vinha de um a abas
tada fam ília chinesa e que desejava estagiar como enfermeiro no China Inland
M ission H ospital, de Hudson. H su Chu vestia-se de modo pomposo e era o
modelo da nobreza daquela país.
Depois de alguns dias de estágio no hospital, uma superintendente soube
de um problema com H su Chu. Quando pediram -lhe que limpasse umas botas
enlameadas, o jovem recusou com indignação, dizendo que era um cavalheiro
e um erudito, e que não fazia essas tarefas servis. Primeiro, a sábia superinten
dente olhou para as botas, e então, limpou-as. Hsu Chu observou taciturno sua
demonstração de humildade.
Então, ela levou o rapaz ao seu escritório e pediu que ele lesse as palavras
de Jesus encontradas em João 13.14: Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei 05 pés, vós
deveis também lavar os pés uns aos outros. A face dele corou, e seus olhos encheram-se
de lágrimas. H su Chu colocou a Bíblia na mesa de sua chefe e disse: “Que Jesus
perdoe-me. Ele também fez um a tarefa servil”. Daquele dia em diante, H su Chu
alegremente passou a lim par botas, a esfregar o chão e a realizar outras tarefas
servis.10
Vamos todas seguir os passos de Jesus, que abdicou de Seus direitos e
serviu ao próximo com alegria.
Busca pessoal
.90.
0 âofui/LAu/Lpaeeruientemente defleco-õü- da-ttí/tta da luum!'du<ie
Escolhas:
• Louve continuamente a Deus por quem Ele é e pelo que Ele é capaz
de fazer em sua vida.
• Seja motivada pela presença de Deus em sua vida.
• Seja exortada pelo amor de Deus.
• Seja fortalecida pela comunhão no Espírito de Deus.
• Seja cheia de afeição e de compaixão pelo próximo.
• N ão se rebaixe; em vez disso, ocupe-se com encorajar outras pessoas.
• Dedique-se à oração, lançando seus cuidados sobre Ele.
• Viva com um coração grato, agradecendo a Deus com sinceridade.
• Pense nas necessidades e nos interesses de outras pessoas, e não apenas
nos seus.
• Tenha a mesma atitude que Cristo teve: esteja disposta a abrir mão dos
seus direitos.
• Sirva a cada um com amor e alegria.
• Confesse que Jesus Cristo é o Senhor e reconheça que Seu nome está
acima de todo nome.
H á alguém que você possa alcançar com cuidado e preocupação neste momen
to? Podemos começar com os membros de nossa fam ília, e então, pensar em
pessoas de nossa vizinhança e de nosso bairro. Como você demonstra cuidado
e compaixão para outra pessoa? Você pode começar com um cartão, um tele
fonema, um e-m ail ou uma visita para demonstrar a alguém que você tem uma
preocupação genuína por ele. Separe um momento para orar e pedir que o
Senhor leve-a a uma pessoa que precisa de seu cuidado. As vezes, é difícil saber
quem precisa ser ajudado, mas podemos pedir sabedoria ao Senhor sobre como
demonstrar c]ue realmente nos importamos. Em seguida, precisamos partir para
a ação. Escreva no espaço abaixo o nome da pessoa que você encorajou e que
passos você deu para cuidar dela:
91
C A P ÍT UL O 6
0 l jz A ji £ a r L A jz x ^ a / c o m o / o a Í / l o A íx o j m u n A oy
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5.16
East Texas, M organ Ashbreck (um a levantadora dos principais torneios regio
nais), mergulhou para pegar a bola, não foi algo tão surpreendente. N o entanto,
quando ela começou uma convulsão e não se levantou, todos perceberam que
algo estava terrivelmente errado.
Com uma poça de sangue saindo de sua cabeça, técnicos e assistentes logo
vieram ajudá-la. Sua mãe correu da arquibancada e ficou ao lado dela só para
ouvir a filha sussurrar: “Estou morrendo?”. Felizmente, o socorro chegou rá
pido, e quando M organ foi colocada na ambulância, seu time reuniu-se no
vestiário e orou por sua preciosa annga e colega de equipe.
Se você fosse a técnica, o que fana em seguida? Continuaria jogando,
ignorando o que aconteceu há pouco, ou abandonaria o jogo e a chance de ser
campeã regional? Uma das meninas disse: “N ossa colega de time está com pro
blema. E se ela está com problema, precisamos ficar com ela”. E assim, cada uma
delas decidiu ficar com M organ, desistindo da chance de vencer o campeonato.
Para saírem do prédio, as meninas passariam pelo gmásio, e logo se impres
sionaram com a visão do que estava acontecendo no meio da quadra: todas as
pessoas que estavam no jogo — familiares e amigos dos dois times, mais o time
da Summit, — reuniram-se para, em uma só voz, orar por M organ.
Já não se tratava mais de placar; tratava-se de uma jovem que precisava de
oração. N a verdade, assim que M organ começou a ter convulsões, as meninas
do time rival reuniram-se para, de joelhos, orar. M ais tarde, a treinadora do
Sum m it foi inform ada de que East Texas havia abandonado a partida; então,
seria fácil aceitar a vitória por W.O. N inguém as teria culpado, afinal, seria a
prim eira oportunidade desse time brilhar nas finais. M as a treinadora rival co
nhecia muito bem suas meninas. Elas recusaram o abandono, e, em vez disso,
propuseram uma nova partida.
N o hospital, amigos e parentes de M organ começaram a lotar o local, en
chendo a sala de espera com abraços, lágrim as e orações. Depois de um exame
cuidadoso, constatou-se que M organ teve uma concussão cerebral e que precisa
ria usar grampos para fechar a ferida na parte de trás da cabeça. Suas colegas de
time ficaram com M organ até ela sair do hospital, a uma hora da manhã, com a
garantia do médico de que ela ficaria bem nos próximos dias. A única parte tris
te foi que os médicos disseram que ela não poderia jogar a partida que decidiria
o jogo nem poderia fazer a longa viagem de ônibus para o evento.
. 9 4 .
«A p ixim le^a/ co-irto/ aôi/uiA nu, m u n d tx
95
C apítulo 6
Em Cristo,
Morgan1
96.
f i w i p í u i i í l e ^ a e a m a .a & ta a â ru i m u n d o
difícil, mas a treinadora manteve tudo sob controle. Ela disse: “Nosso prim ei
ro objetivo quando começamos a temporada era glorificar a Deus. Parte disso
estaria no modo como tratamos nossas jogadoras, nossos torcedores e nossos
funcionários. Então, olhando para trás, sim, queríamos ir longe. M as tivemos
uma ótim a temporada. E M organ está bem.”2
Acho que você concordará que as meninas que representavam os dois ti
mes resplandeceram como astros naquela temporada!
Coloque em prática
D e sorte que, meus amados; assim como sempre obedecestes, não só na minha presença,
mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação
com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vÓ5 tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade,3
M uitos podem ler esta passagem e serem tentados a pensar que Paulo
estava falando sobre ganhar nossa salvação. N ada poderia estar mais longe da
verdade. N a verdade, ao olhar essa passagem dentro do contexto do restante
dessa carta, lemos logo em seguida (no capítulo 3 de Filipenses) Paulo falando
de maneira dura e severa com os que tentam afirmar que os cristãos deveriam
realizar certas obras para tornarem-se justos. Em nossa passagem de hoje, o
apóstolo manda-nos operar a nossa salvação, e não operar p or ela. Obviamente,
ele pressupunha que o leitor já havia alcançado a salvação por intermédio de
97
C a p ít u lo 6
Cristo, pois ele a chamou vossa salvação. Então, o que ele quis dizer com operai a
vossa salvaçãol
Pense dessa maneira: se eu lhe dissesse que estou saudável e em forma, você
poderia perguntar-me: “O que você faz para manter a forma?” Porém, e se eu
lhe respondesse: “Bem, eu só gosto de ir à academia, porque isso me faz sentir-
-me em forma, mas eu não malho de verdade”, é provável que você risse e fosse
embora pensando: “T á bom, com certeza ela está m aluca”.
Se digo que dou im portância à boa forma, então, isso precisa estar eviden
te em m inha vida. M inha afirmação sobre a boa forma deve ser demonstrada
em minhas ações. Da mesma maneira, é fácil dizer que sou cristã. Posso até ir
à igreja e enturmar-me, mas a verdadeira questão é como minha fé é praticada
durante a semana. Paulo manda-nos operar a nossa salvação — ou seja, praticá-
-la naquilo que fazemos e dizemos. Nossa fé em Cristo deve ser continuamente
ativa, vibrante e crescente.
O pastor e teólogo John M acA rthur comenta sobre essa passagem, dizen
do que ela refere-se a uma “busca ativa pela obediência durante o processo de
santificação”.4 Como cristãs, nosso trabalho é o ativo e contínuo esforço de se
guir a Cristo e viver em obediência a Ele. Em outras palavras: como beneficiárias
da graça de Deus, nossa salvação não deve ficar estagnada. Precisamos ser frutí
feras em obediência e proativas em aprender mais sobre Ele e em aproximarmo-
-nos dele. Como cristãs, não somos chamadas para vivermos acomodadas, mas,
pelo contrário, para buscarmos a Cristo com paixão. N ão somos convidadas a
sentarmo-nos em um a confortável cadeira intitulada Salva, mas, sim, a vivermos
em hum ildade e em benevolência para com o próximo.
Todavia, cuidado aqui! N ão estou sugerindo que você deva m cluir em sua
vida mais atividades cristãs ou coisas de igreja para ser um a crente melhor, mais
forte e mais importante. Essa passagem encoraja-nos a continuarm os ativamen
te seguindo a Cristo, e não a acrescentarmos mais reuniões e responsabilidades
da igreja à nossa vida. Aproximarmo-nos de Deus por meio da oração pessoal e
o conhecermos mais por meio da meditação em Sua Palavra é como começamos
a operar a nossa salvação. E assim que temos comunhão com Cristo e aprende
mos a andar cm obediência a Ele.
E fácil pensar que o cristianismo é unicamente inclusões exteriores à nossa
vida, como ir à igreja todo domingo, participar de estudos bíblicos, integrar
uma viagem missionária, cantar no coral da igreja ou trabalhar na equipe de
.9 8 .
p íliu itíe c a c im i o cLtA/iait iu )' f m m d a
Você acha impressionante pensar que Deus tem um bom propósito para você?
Sei que acho. Em m inha pequena percepção sobre o Senhor, naturalm ente su
ponho que Ele seja ocupado demais para planejar um bom propósito para mim.
Porém, ao longo das Escrituras, Seus planos e Seus propósitos são confirmados.
Algumas pessoas têm dificuldade em crer que os propósitos de Deus sejam
bons. Elas tendem a pensar nele como um capataz cruel ou em um supervisor de
escravos com um chicote, pronto para levar-nos à vida mais difícil que podemos
imagmar. Paulo não disse que Deus opera em nós o querer e o efetuar de Seu
plano maligno, o estalar de Seu chicote ou Suas exigências infinitas.
Não, Deus opera em nós o querer e o efetuar segundo a sua boa vontade. Essa
pequena expressão pode ser interpretada como a boa intenção ou o bom prazer
de Deus. Ele não apenas sabe o que é bom e agradável, mas também tem a inten
ção ou a decisão de trabalhar em prol desse bem. Vemos este mesmo termo no
99
C a p ít u lo 6
primeiro capítulo de Efésios: Em am or nos predestinou para serm os adotados como filh os
p o r meio de Jesus Cristo, conform e o bom propósito da sua vontade . Logo depois, encon
tramos mais uma vez essas palavras no mesmo capítulo: E nos revelou o m istério da
sua vontade; de acordo com o seu bom p rop ósito que ele estabeleceu em Cristo.6
Paulo escreveu em sua segunda carta aos tessalonicenses: Conscientes disso,
oramos constantemente p or vocês, para que o nosso D eus os fa ça dignos da vocação e, com poder}
cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé .' Isso também lem bra a amada
passagem de Romanos: Sabemos que D eus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam , dos quefo ra m chamados de acordo com o seu p rop ósito .8
Ao ler esses versículos, você sente que Deus tem um plano e um propósito
intencionais para nós, e que são bons? O Senhor está chamando-nos a segui-lo e
a andarmos com Ele, por causa de Seu bom plano e de Seu propósito intencio
nal. Deus quer que andemos segundo Seus caminhos e também quer ajudar-nos
a fazer isso, porque Ele tem boas intenções para nós. O Senhor quer que conhe
çamos a alegria de viver por Ele e de andar humildemente em obediência a Ele.
È engraçado como m uitas tentações deste mundo parecem oferecer um
prazer bom, mas elas deixam-nos cada vez mais insatisfeitas. Seja morar junto
sem ser casada, depender de álcool e drogas para estim ular o prazer ou cobiçar
mais bens, as pessoas buscam, e, muitas vezes, ficam só na vontade. M as Deus
tem um bom propósito e um a boa intenção para nossa vida, e isso se encontra
nele. N inguém pode tirar Seu prazer e Sua boa intenção.
Embora a Bíblia diga-nos que Deus tem bons planos para nós, isso não
significa que nossa vida será um passeio legal, agradável e tranquilo o tempo
todo. O Senhor fala-nos que as coisas podem ficar difíceis, mas Ele ainda tem
boas intenções para nós. Vemos isso a partir da vida de homens e de mulheres
de fé do Antigo Testamento. Abraão, José, D aniel e Jonas enfrentaram dificulda
des, mas Deus tinha um bom propósito e uma boa intenção para eles, o que foi
demonstrado de maneira lm da na vida deles. Como Sua filha e coerdeira de Sua
graça, Ele também tem um a boa intenção para você. Apesar das dificuldades,
não fique desencorajada, mas confie em Seu bom propósito para você.
Em Jeremias, lemos que o profeta recebeu um a mensagem para os israeli
tas. Ele disse que se preparassem, porque ficariam cativos na Babilônia por 70
anos. 70 anos! O quê? Isso é terrível! Deus tinha mesmo um a boa intenção para
eles? Sim, Ele tinha. Eis o que o profeta disse aos israelitas:
100
lndej^cL carrhQy aAt/iaàsna, irum cloy
101
C a p ít u lo 6
Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis
e sinceros, filhos de D eus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa,
entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para
que, no Dia de Cristo, possa gloriar-m e de não ter corrido nem trabalhado em vão.
E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa f é , folgo e
me regozijo com todos vós. E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto
mesmo}1
Percebo que é difícil dizer tal coisa. Também não gosto disso! Ah, espere.
Isso conta como murmuração? Porcaria! De qualquer modo, continue comigo.
Paulo está ajudando-nos em nossa busca por Cristo, e à m edida que pro
gredimos, ele incentiva-nos a deixarmos alguns maus hábitos pelo caminho.
Pense nisso: se buscarmos o interesse de outras pessoas, se nada fizermos por
ambição egoísta ou por vaidade, se abrirmos mão de nossos direitos pelo bem
de outras pessoas e se ativamente operarmos a nossa salvação sem orgulho, en
tão, simplesmente não haverá espaço para murmuração ou contenda. E quando,
de fato, cremos que Deus ama-nos e tem um propósito para nossa vida, os res-
mungos, as reclamações e as picuinhas também tendem a desaparecer.
Agora, quando penso em murmuração e contenda, para mim, torna-se
inevitável pensar no adorável exemplo dos israelitas que lemos no Antigo Testa
mento. Ah, é tão fácil julgá-los, não é mesmo? Deus milagrosamente os libertou
dos grilhões e da brutal escravidão no Egito, perm itiu que atravessassem o mar
Vermelho, proveu-lhes alimento e água diariamente e deixou-os bem às portas
da Terra Prometida. M as eles lam uriaram e contenderam. Eles não criam que
Deus poderia fazer o que disse que faria. O Senhor disse aos israelitas que os
levaria a um a terra boa, onde manava leite e mel. Infelizmente, eles focaram na
altura do povo que habitava aquela terra, em vez de focar no tamanho do Deus
10 2 .
p ía n c t ^ c L ca m x x oa Lt o a ík i. in u n d o .
Também desprezaram a terra aprazível; não creram na sua palavra. Antes, m urm u
raram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do SENHOR. Pelo que levantou
a mão contra eles, afirmando que osfa ria cair no deserto; que humilharia também a
sua descendência entre as nações e os espalharia pelas terras.12
1. Volte seus olhos para o alto e agradeça ao Senhor por Sua boa in
tenção para você. U m dos maiores antídotos contra a reclamação e
a lam úria é tirar o foco da frustração e, no lugar disso, olhar para o
Deus que nos ama. Ao sinceramente agradecermos ao Pai por Seus
bons propósitos e Sua boa intenção, começamos a perceber que Ele
pode cuidar de nossa situação e que não precisamos despejar nossos
problemas em cima das outras pessoas.
2. Ore pela situação. Toda vez que estivermos prestes a murmurar, de
vemos fazer-nos a seguinte pergunta: “Orei a respeito disso?” Busque
a orientação e o fortalecimento do Senhor. Ao buscar a sabedoria de
Deus para lidar com a situação, peça-lhe também que ajude você a
amadurecer em meio a ela. 0 cpxc. a. § eniui/v ij uqa mô-trui/i-- tne, pI' * nutia
dvA&aA (ÚAxiuti&jÁne.La&? Quando oramos, começamos a ver nossas preo
cupações diminuírem. E quando levamos nossas dificuldades primeiro
a Deus, não damos à preocupação a oportunidade de estabelecerem-se.
Assim como a lenha alim enta o fogo, a preocupação e a ansiedade
103 .
C a p ít u lo 6
N a outra noite, após eu passar o dia escrevendo este capítulo, meu marido
pediu que eu fizesse um favor simples após o jantar: ele queria que eu esvaziasse
algumas caixas de livros meus que estavam há dias no canto da sala de estar, e
mais, que os colocasse na estante para tirar as caixas do caminho. Bem, eu bufei.
Ele não sabia que eu estava m uito ocupada escrevendo este livro, e que não tinha
tempo para tarefas triviais como aquelas? Eu murmurei, reclamei e disse-lhe que
mais tarde tiraria. Então, caiu a ficha. De repente, lembrei-me do assunto sobre
o qual eu estava escrevendo.
A princípio, é claro, ponderei de modo tendencioso a simplesmente reti
rar a seção sobre murmuração do capítulo. N o entanto, reconheci que, como
escritora cristã, não seria certo escrever apenas sobre as partes boas e felizes da
Bíblia e deixar de fora as coisas complicadas das quais não gosto, apenas porque
não queria tirar meus livros das caixas. Então, mantive essa parte do capítulo e
esvaziei as caixas. Quando term inei de desempacotar os livros — o que levou,
ao todo, cinco minutos — aprendi uma im portante lição de vida: norm alm en
te, gasta-se menos tempo e energia fazendo a tarefa do que reclamando dela.
Guarde essa pepita com você por alguns dias e veja o quanto isso afeta sua
reclamação.
Sendo clara, não estou sugerindo que ignoremos nossos sentimentos.
Quando nos livrarmos da reclamação, não significa que viramos a Poliana e que
dizemos apenas coisas legais e felizes. Haverá vezes em que diremos aos nossos
amigos e parentes: “Isso é difícil, e estou com dificuldade”.
104.
p í u t u l f ^ u c o j i u ) . a .' i a a ô ivo n u u i d o
Recentemente, uma amiga m inha contou-me que seu irmão estava voltan
do para a quimioterapia. Ele pensava que a mancha em seu fígado havia desapa
recido e que, assim, estava livre da quím io; porém, infelizmente, apareceu outra
mancha em seu pâncreas. As palavras dele para a irm ã foram: “N ão sou um
murmurador, mas isso está ficando muito d ifícil”. Portanto, há diferença entre
reclamar e expor seus sentimentos. Devemos ser sinceros, honestos e verdadei
ros; portanto, há momentos em que devemos lam entar e entristecermo-nos, e
não estou tentando dim inuir a im portância desses momentos.
Reclamar é diferente de com partilhar suas dificuldades ou seus sentim en
tos quando a ajude ou o encorajamento de um amigo são necessários. Reclamar
é uma goteira constante de murmuração e reclamação; significa contar seus pro
blemas várias vezes, sem, necessariamente, tentar encontrar um a solução para
eles. M urm uradores costumam usar as palavras sempre ou nunca em um bombar
deio de decepções:
E a contenda? Paulo não manda apenas fazer tudo sem m urm urar; ele também
mencionou fazer tudo sem contenda.
Com certeza, há momentos em que devemos fazer um pedido ou uma re
quisição sábia; mas, assim como Ester, devemos fazer isso com amor, paciência
105
C a p ít u lo 6
106
[xmdct^u. comü/ ctâ-t/uxò i\Gs n u uu L o'
O apóstolo disse que mesmo que ele fosse derramado como libação, seria alegre
e se regozijaria com os filipenses. O quê? E ele diz mais: eles também deveriam
estar felizes e regozijando-se. Essa é uma bagunça no modo como enfrentamos
nossas dificuldades: com alegria e regozijo! Paulo viu a fidelidade e a redenção
de Deus por meio de seu sofrimento quando esteve na prisão em Filipos, e
agora, ele novamente as vê na prisão em Roma. O apóstolo poderia regozijar-
-se não apenas por causa das circunstâncias difíceis, mas também por causa da
consolação e do cuidado de Deus durante as dificuldades.
Como fazemos tudo sem murmuração nem contenda? De que maneira
resplandecemos como astros no mundo? Como ativamente vivemos por Cristo?
Tudo começa com hum ildade — nos momentos humildes, silenciosos e sozi
nhos com Ele, no lugar secreto de oração, buscando Aquele que opera em nós
tanto o querer como o efetuar, segundo Sua boa vontade para conosco.
Busca pessoal
107
C a p ít u lo 6
108 .
C A P ÍT U L O 7
CcLÍTLQ/ Qy CL ^j m Á l i A q J u l CL C X iriò X L ^ A X L ^ Õ u y ?
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra
uns aos outros. Não sejais vagarosos no cuidado; sedefervorosos no espírito, servindo
ao Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade.
Romanos 12.10-13
própria vida e desafiava os alunos a fazerem o mesmo. Seu modo gentil e sábio
de lidar com as pessoas e de conduzir-nos pelo caminho de Deus mostrou-me o
que significa viver por Cristo e segui-lo. O exemplo dela inspirou-me a tornar-
-me professora.
M eu pai foi outro forte exemplo em minha vida. Seu modo entusiasta e
positivo de olhar para as circunstâncias da vida ensinou-me a voltar meus olhos
para a esperança, e não para o desespero, independente do que acontecesse. M eu
pai im porta-se de verdade com as pessoas, e, ao observar seu amor em ação, sou
inspirada a estender a mão e a ser atenciosa e sensível com quem Deus coloca
em m inha vida.
Em uma escala maior, mulheres como Amy Carmichael, Corrie ten Boom,
Elizabeth Fry e Joni Eareckson Tada são grandes exemplos de mulheres que
viveram com paixão e propósito apesar das dificuldades que enfrentaram. As
histórias delas tocaram m inha vida e inspiraram-me em m inha jornada como
seguidora de Cristo. Posso olhar para trás e agradecer ao Senhor pelas pessoas
que Ele usou para influenciar-me, e assim, desenvolver certas características em
mim. A poderosa imagem de pessoas que vivem por Cristo com coragem e sem
medo pode servir para incendiar uma nova geração de cristãos. N o entanto, isso
não é, necessariamente, o que eles dizem que im porta. È como vivem. Os heróis
de minha vida exemplificam vidas transformadas. Eles são pregações colocadas
em prática.
As palavras de alguém podem influenciar-nos, mas seu exemplo de vida
tem o poder de tomar-nos, inspirar-nos, orientar-nos e transformar-nos. En
quanto eu crescia, meu pai, m uitas vezes, citava um poema de Edgar Guest
intitulado “Sermons W e See” [Sermões Que Vemos, tradução livre], Este é o
verso que ainda ressoa em m inha mente: “Os melhores pregadores de todos são
os que vivem segundo o que acreditam, pois ver o bem em prática é algo de que
todas as pessoas precisam ”.
Assim, as pessoas em nossa vida podem ser pessoalmente fortalecidas pela
maneira como nos veem colocando o bem em prática. Nossos filhos aprendem a
falar de maneira bondosa e a perdoar ao verem o modo como lidamos com nos
sos vizinhos. Incrédulos podem ser levados a Jesus por observarem um dedicado
seguidor de Cristo estender a mão e ajudar genuinamente um necessitado. A
senhora atrás de nós na fila pode ser incentivada a ser mais paciente ao observar
1 10
L íiín o í a vle/ulíicjt? Ía.u. c a n & a ^ ia ^ ã o ?
Vivendo e cuidando
Ao retomar nosso estudo, vemos que Paulo coroa sua exortação aos filipenses
acerca da hum ildade falando sobre dois homens sensacionais que viveram de
acordo com esse princípio. Tim óteo e Epafrodito priorizavam o interesse das
outras pessoas em vez dos seus próprios. Epafro... o quê? Você provavelmente
não ouviu falar muito sobre esse homem. Ele não escreveu um livro da Bíblia,
e também não teve algo escrito sobre si. No entanto, ele foi um influenciador
secreto e um herói importante. Deus usou esse homem na Igreja prim itiva para
importantes propósitos do Reino, e veremos que ele era m uito amado pelos
cristãos de Filipos.
E im portante notar que os heróis de nossa vida não são, necessariamente,
pessoas famosas e conhecidas por toda a comunidade cristã. Deus pode usar
uma de nós como uma professora de Escola D om inical que serve ao Senhor e
que demonstra o amor de Cristo em um a igreja do interior. O Senhor também
pode usar uma de nós como exemplo de uma seguidora fiel de Jesus para nossos
colegas de trabalho, enquanto trabalhamos em um cubículo de uma grande
corporação. Deus pode usar uma de nós como enfermeira, vizinha ou cliente de
lavanderia. N ão precisamos ser estrelas do rock para fazer a diferença na vida de
outras pessoas. Basta sermos fiéis. Os verdadeiros heróis são aqueles que vivem
em uma busca apaixonada por Deus, independente de serem ou não reconheci
dos pelo mundo.
III
C a p ítu lo 7
Assim Paulo destaca Tim óteo e Epafrodito, dois homens cujas vidas fi
zeram grande diferença, porque deram o exemplo de seguir a Cristo de todo o
coração. Dois caras que não desistiram quando as coisas ficaram difíceis. Dois
caras que honraram e cuidaram de outras pessoas antes de pensarem em si
mesmos.Paulo aponta a vida deles como exemplos do bem sendo colocado em
prática. Ele começa com Tim óteo:
E espero, no Senhor Jesus, que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu
esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. Porque a ninguém tenho de igual
sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; porque todos buscam 0 que é seu
e não 0 que é de Cristo Jesus. Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu
comigo no evangelho, como filho ao pai. D e sorte que espero enviá-lo a vós logo que
tenha provido a meus negócios. Mas confio no Senhor que também eu mesmo, em
breve, irei ter convosco .1
Podemos aprender mais sobre Tim óteo com outras passagens do Novo
Testamento. N o livro de Atos dos Apóstolos, descobrimos que Paulo, em sua
prim eira viagem missionária, conheceuTim óteo em Lista, sua cidade natal. A in
da em Atos dos Apóstolos, aprendemos também que a mãe de Tim óteo era
112
C tím ü c a C cyiclaíictaa cmi.M itj/iacão ?
uma judia crente e que seu pai era grego. Os cristãos da região falavam muito
bem de Tim óteo, e isso motivou Paulo a levado em sua missão, embora tivesse
acabado de rejeitar outro jovem, João M arcos. N o entanto, temos aqui a maior
demonstração do comprometimento de Tim óteo em com partilhar o evange
lho: ele concordou em ser circuncidado, pois não queria que sua m ista criação
grego-judaica causasse problema nas viagens missionárias. Isso mostra seu total
comprometimento!2
Tim óteo seguiu viagem com Paulo de cidade em cidade, encorajando ir
mãos em Cristo. Aprendemos outros fatos sobre ele a partir da cartas que Paulo
enviou-lhe (I e 2 Tim óteo):
Quão belo é ver que a fé de sua mãe e de sua avó foi passada para T im ó
teo. Sc você é mãe ou avó, nunca subestime o poder de seu exemplo! Tim óteo
prosseguiu para fielmente servir ao lado de Paulo, espalhando a mensagem de
Jesus Cristo. O apóstolo tinha tanta confiança no jovem, que lhe ordenou ficar
em Efeso para liderar a igreja de lá.6
Pessoalmente, ao olhar para Timóteo, lembro que Deus prepara-nos para
a obra que devemos fazer e que Ele opera além de nossas fraquezas. Ninguém
é o exemplo “perfeito”, senão o próprio Cristo. Todas nós temos imperfeições,
falhas e defeitos, mas Deus é forte em nossa fraqueza. Assim, Tim óteo tornou-
-se um influente exemplo para outros cristãos, apesar de ser jovem e tím ido. Ele
queria servir a Cristo e ao Seu povo de todo o coração, e isso significou suportar
a circuncisão, a viagem e a prisão, bem como aprender a sair de sua zona de con
forto e cuidar dos outros genuinamente. Significou não pensar em sua imagem e
interesses, mas nos de Jesus Cristo. Esse, sim, é um exemplo poderoso!
Tim óteo compartilhava do mesmo apaixonado propósito de Paulo: pro
clamar a mensagem do evangelho. Seus olhos estavam em Cristo, e não em si
mesmo. Ele não visava ser destacado e parabenizado como um grande exemplo,
mas apenas viveu por Cristo com todo o seu ser. Portanto, nosso objetivo não
deve ser crescer para sermos o melhor exemplo que podemos ser, mas, sim,
113 .
C a p ít u lo 7
tornarm o-nos mais parecidas com o M estre. E, para isso, precisamos estar mais
com Jesus. Ao passarmos tempo com Ele — Jiabitando nele ao longo do dia,
lendo Sua Palavra e permanecendo com Ele em oração — , nossa vida refletirá
o que significa seguir a Cristo. Seu amor abnegado em nós irá transbordar e
alcançar a vida de outras pessoas.
Tende-o em honra
Epafrodito, por sua vez, dá-nos outro exemplo de como tornar-se mais parecido
com Cristo. Eis o que Paulo escreve sobre ele:
114
C d nu» e a 0jz/iAojÍ âiâacl ca n ^0 ^ 10^00/?
N ão tente ser um bom exemplo. Você ficou um pouco surpresa por eu dizer isso?
Bem, é sério. Não tente ser um tipo de exemplo magnífico de cristã para outras
pessoas. Eu digo isso porque ser um exemplo não deveria ser o nosso objetivo.
Esse não era o objetivo de vida de Tim óteo, nem o de Epafrodito. A verdade é
que esses dois homens entregaram a vida a Cristo, e como consequência, a vida
115
C a p ít u lo 7
deles tornou-se um exemplo maravilhoso a ser seguido por outras pessoas. Não
foram suas ações que os tornaram grandes, mas, sim, os seus corações voltados
para Cristo e o profundo desejo que tmham de viver apaixonadamente por Ele,
independente do que isso custasse. A dedicação que tinham à obra de Cristo
surgiu de sua consagração e de seu amor pelo próprio Cristo.
A essência de um a vida consagrada não é a aparência externa. Afinal, é fácil
ser enganado pelas aparências. Podemos olhar para alguém que jejua sete vezes
por ano e pensar: “Essa, sim, é um a pessoa consagrada a D eus”. Podemos olhar
outra pessoa que passa a m aior parte de seu tempo alimentando moradores de
rua e pensar que sua consagração supera a nossa. E, com certeza, alguém que
estudou em um seminário e obteve pós-doutorado em teologia é, com m uita
sinceridade, consagrado a Deus. Certo? Bem, não necessariamente. A consagra
ção ao Senhor pode manifestar-se em muitos desses modos, mas precisamos
tom ar cuidado ao classificarmos a aparência de um a vida consagrada, pois, às
vezes, a verdadeira evidência de um relacionamento sincero com Deus ocorre
em um lugar hum ilde e silencioso.
Francisco de Sales, escritor do século 16, que posteriormente se tornou
bispo de Genebra, escreveu de modo extensivo sobre os m istérios da vida espi
ritual. Ele tinha o talento de usar metáforas e imagens cotidianas para retratar
profundas verdades espirituais. Como prolífico escritor, seus pensamentos exer
ceram grande influência sobre a Igreja. Em uma de suas obras, intitulada Intro-
duction to the D evout Life [.Filotéia , edição brasileira], ele escreveu sobre a diferença
entre uma vida verdadeiramente devotada a Cristo e uma que apenas aparenta
ser. Ele começa referindo-se a um renomado artista de sua época e usa seu exem
plo para ilustrar a vida visível versus a interior.
116 .
( ? a m d e- a 'i e / i d a d e in a ' c a n A a ^ / i a ^ ã o y ?
117.
C a p ítu lo 7
Amigas, à m edida que avançamos na epístola aos Filipenses, espero que vocês
sejam capazes de ver uma imagem nova de Deus. Ele é o amoroso Pai celestial
que permanece de braços bem abertos, convidando você a desfrutar de Seu
aconchegante abraço. Sm ta Sua consolação e Sua graça, que fluem de um amor
perfeito, e não de um amor humano.
Oro para que você experimente Seu amor sincero, o amor que ultrapassa
todo entendimento.
Susie Jennmgs poderia facilmente ter desistido de confiar em Deus e nas pes
soas quando seu marido, com quem estava casada havia nove anos, saiu pela
porta sem dizer-lhe para onde ia. 30 dias depois, seu corpo foi encontrado a
centenas de quilômetros de casa, nas montanhas de Oklahoma, para onde ele
foi suicidar-se.
Após um período de tristeza, Susie sabia que não poderia viver com raiva
de Deus. Ela seria a prim eira a dizer-lhe que escolheu a alegria no lugar da tris
teza, e assim, ela clamou ao Senhor para conduzi-la e mostrar-lhe o que deveria
fazer de sua vida. Trabalhando em tempo integral como enfermeira de grande
hospital do centro da cidade, ela dirigia por moradores de rua todos os dias.
Ela sentia Deus incom odá-la a alcançar os mendigos que via na rua, no entanto,
Susie ignorava aquilo.
Para ser bem sincera, Susie, na verdade, não gostava de moradores de rua.
Veja, durante sua infância, ela foi criada nas Filipinas, a mãe dela frequentemen
te convidava moradores de rua à sua casa para cuidar deles, que comiam sua
com ida e pareciam invadir sua casa, e por isso, Susie não gostava deles. Entre
tanto, agora, ela sentia Deus incom odá-la para levar-lhes cobertores! A diretiva
de Deus ficou tão nítida cm sua mente, que ela recolheu dinheiro de seus colegas
médicos e enfermeiros, comprou uma grande pilha de cobertores e os entregou
aos moradores de rua que encontrava a caminho do trabalho. Ela continuou
fazendo isso, e logo ficou conhecida entre os mendigos.
U m a coisa levou à outra; e hoje, Susie organiza a m aior festa de N atal para
moradores de rua do mundo. M ilhares e milhares vêm das cidades vizinhas, e
fam ílias desabrigadas vêm com seus filhos. Homens e mulheres tanto de abrigos
118
L o m o e u -.V/aludiM/ia eon^utj/iu^ão ■
locais como das ruas são levados de ônibus ao centro de convenções de Dallas
para que possam participar de uma celebração em homenagem a Jesus.
Ali, ela fornece-lhe comida, sapatos, cobertores, artigos de higiene pessoal,
Bíblias, cortes de cabelo, transformações de visual, telefonemas gratuitos, amor
e cuidado; além de consultoria de emprego, de habitação, de educação e outros
serviços sociais são oferecidos aos moradores de rua, e eles são até reunidos com
suas famílias. M ilhares de voluntários participam todos os anos. Susie recebe
doações e donativos para prover o que só pode ser descrito como um dom de
amor. I 7
Susie Jennings é literalm ente uma das pessoas mais alegres que já conheci.
Ele é uma guerreira de oração que irradia o amor de Cristo e que se alegra em
servir ao próximo. Quando não sabe o que fazer, ela ora. Quando não sabe de
onde virão as doações, ela ora. Quando tem problema com alguém, adivinhou,
ela ora! Susie é sinceramente consagrada a Deus, e sua confiança está nele. Ela
ama o Senhor de todo o coração, e você consegue ouvir isso em suas palavras,
quando ela fala sobre Jesus. M ais im portante que suas palavras, vemos sua con
sagração a Deus transbordar em suas ações de caridade e de amor ao próximo.
Assim como Tim óteo e Epafrodito, Susie demonstra o que significa ter uma
vida completamente engajada em uma busca apaixonada por Deus.
Busca pessoal
• Ame ao Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, alma, pensamento
e força.
• Deus preparou cada uma de nós com dons e talentos singulares.
• Viva com sabedoria e coragem.
• Honre outras pessoas servindo-as.
• Tenha um interesse genuíno no bem-estar do próximo.
• Trabalhe sinceramente para o Senhor, e não para homens.
119
C a p ít u lo 7
120
C A P ÍT U L O 8
^ A À / U X n Á x iy - ÀC/ d o íxíC Q y pO / td /
a c L p i x / u / t Q/ c p x e a u r u z A Í jjr \ Á ^ Q ^ y
Quanto a mim, não vou me orgulhar de nada a não ser a cruz do nosso Senhor
Jesus Cristo. Por causa daquela cruz, f u i crucificado aos olhos do mundo, libertado
da atmosfera sufocante da necessidade de agradar os outros e me encaixar nos padrões
mesquinhos ditados por eles. Percebem que esta é a questão principal? Não é o que
fazemos, como submeter-se à circuncisão ou rejeitá-la. E o que Deus está fazendo, e
ele está criando algo novo, uma vida livre!
Gálatas 6.14,15 A M ensagem
£
“O veneno mais eficaz em levar o homem à ruína é gloriar-se de si
mesmo, de sua própria sabedoria e de seu poder.”
João Calvino
criou um blog com dicas sobre como viver com menos. Fazer compras era mais
que uma tarefa para ela; era uma aventura e uma montanha a ser escalada!
N o mercado, Lindsay costumava passar um bom tempo escolhendo com
cuidado as marcas certas de acordo com seus cupons de desconto. U m dia,
após um a compra especialmente satisfatória, ela aproximou-se da nla do caixa
com um sorriso confiante, sabendo que economizaria mais de cem dólares em
compras para a casa e em diversos itens sortidos. Depois que a caixa term inou
de passar todos os itens, o inesperado aconteceu. Enquanto Lindsay pegava
seu envelope cheio de cupons, a caixa disse algo que acabou com a festa dela:
“Desculpe, mas não poso aceitar nem seu dinheiro nem seus cupons para estas
compras”. O quê? Depois de todo o trabalho que ela teve e de todos os cálculos
excessivos, a loja não aceitaria seu dinheiro nem seus cupons:
Lindsay sentiu o coração palpitar e estava prestes a explodir como o vulcão
Vesúvio, quando a caixa sorriu para ela e disse-lhe calmamente: “Suas compras
já foram pagas pelo novo dono do mercado. Ele quer criar bons relacionamen
tos com os clientes; por isso, decidiu escolher aleatoriamente algumas pessoas
que estavam aqui hoje e pagar as compras delas. Hoje é o seu dia de sorte!”
Você pensaria que Lindsay deu pulinhos e gritou: “U -huh! N ão acredito.
Eu me dei bem!” M as, vejam só, a vida dessa mulher era dedicada a contar os
centavos e a recortar os cupons. Além disso, ela tinha uma reputação a zelar
com os leitores de seu blog, e não podia simplesmente ganhar tudo. Então, na
quele momento e local, Lindsay disse à caixa: “Obrigada, mas não aceito”, e
saiu do mercado, deixando para trás sua cesta conquistada arduamente. Ela logo
encontrou outro mercado na mesma rua que valorizava seus cupons e entendia
o cuidadoso planejamento que ela havia feito para sua experiência de compras.
Nesse ponto, você provavelmente está pensando: “Bem, essa é a história
mais m aluca que já ouvi. N ão pode ser verdadeira”. E você tem razão. Sim, eu
inventei essa história boba sobre a Lindsay, que vive, respira e morre em função
de recortar cupons. E, é claro, não conheço um mercado que ofereça compras
grátis a clientes aleatórios.
N o entanto, eu quis ilustrar o quanto é ridículo recusar um presente só
porque você esforçou-se m uito para consegui-lo. Lindsay ignorou o precioso
presente do dono porque estava muito apegada ao valor de seus cupons e de seu
empenho. Da mesma maneira, os líderes religiosos da época de Paulo não con
seguiam desapegar-se do que já haviam conquistado. Eles tinham tanto orgulho
122
oL l C suiru ix is-á JZ ' cLos 'Llxxl/pxxaxl axlcjxu/ua.' Qy cptui- <Lu x € A Í u n o * ie £
123
C a p ít u lo 8
Observe que Paulo começa essa seção dizendo Finalmente, o que significa
que ele estava mudando o assunto do trecho anterior da carta. Podemos obser
var uma mudança em seu tom quando ele passa do elogio a Tim óteo e a Epafro-
dito como heróis na fé para um alerta aos irmãos em Cristo sobre os inimigos
da fé. Embora o apóstolo esteja prestes a pegar pesado com os judaizantes, ele
começa essa seção com uma ordem positiva: regozijem -se no Senhor. As palavras-
chaves aqui são no Senhor. Ele queria que seus amados filipenses se lembrassem
de que há grande alegria no Senhor, e não nas circunstâncias, nas conquistas ou
nas pessoas. Nossa salvação vem de Deus, e há alegria em encontrar esperança
e satisfação nele. Aparentemente, os filipenses precisavam de uma advertência,
porque eles eram uns do que tentavam roubar a alegria de sua salvação ao reali
zarem certas obras a fim de serem salvos.
Paulo também lhes disse que não via problema em alertá-lo de novo: apa
rentemente, ele já havia mencionado essa preocupação antes. O apóstolo sabia
que seu alerta merecia ser repetido como m edida de segurança, para que eles
não fossem enganados por falsas doutrinas e ideias. Assim, a repetição não é
uma coisa ruim . Ainda consigo ouvir meus pais dizerem certas lições de vida,
porque eles repetiam m uitas vezes essas verdades, e ainda bem que eles fizeram
isso. Perturbar nosso m arido não é uma boa forma de repetição, mas repetir
12 4 .
, V"l Ut ui t > - k'/ ti o f!i x o - pxtyra o  i ^ U l/ U A . O /C ^JU ií Q. L t u L A Í u n A ^ e . ^ '
verdades im portantes que nossos filhos precisam aprendam pode algo ser bom
quando falamos com amor e sabedoria.
O alerta que Paulo fez aos filipenses era para que cuidassem daqueles cães,
ou seja, de homens que praticam o mal. A m aioria dos teólogos concorda que
ele provavelmente se referia aos judaizantes. Ao chamá-los de cães e de esses que
praticam o mal, Paulo estava atingindo o âmago dos corações judeus presos à lei.
Eles orgulhavam-se de sua justiça absoluta, considerando-se distantes do mal e,
certamente, não semelhantes a cães sujos e nojentos.
O orgulho espiritual era o cerne da motivação judaizante. Eles haviam
construído sua vida e sua reputação em observar a lei e os ritos cerimoniais.
Com certeza aqueles cupons dourados deveriam valer algum a coisa! Os judai
zantes não poderiam abrir mão de sua confiança nesses elementos, e pensavam
que poderiam ganhar pontos para a salvação. Para eles, era complicado demais
compreender que a salvação é um dom gratuito de Deus, que pode ser recebi
do por meio da fé. Em vez de ver as boas obras e os atos de justiça como um
resultado de sua fé em Cristo, eles consideravam isso como um requisito para
a salvação, e por isso, exigiam que os gentios cristãos também seguissem as leis
judaicas.
A circuncisão era um a das maiores questões judaizantes, pois eles não
poderiam im aginar que Deus perm itiria que pessoas incircuncisas fizessem par
te de Seu Reino. Observe que Paulo nem chama isso de circuncisão, mas, em
vez disso, alerta contra a fa lsa circuncisão, que é um term o usado em referência a
pagãos e a profetas de Baal que mutilavam o corpo em rituais frenéticos. Dessa
forma, Paulo deixa claro que a circuncisão não é um requisito para a salvação.
Assim como os judaizantes queriam acrescentá-la ao pagamento pela salvação,
Paulo destacou que ela era inútil.
Para piorar a situação, Paulo começou a enumerar as conquistas em sua
própria vida pelas quais ele poderia gloriar-se. Ele poderia vangloriar-se não
apenas por ser israelita, mas também por pertencer à estim adíssim a tribo de
Benjamim, e também por ser fariseu, ou seja, cheio de zelo. Em m atéria de jus
tiça legalista, ele era inculpável! Se alguém podia gabar-se de seus esforços, esse
alguém era Paulo; contudo, ele exagerou para garantir que todos entendessem
que as coisas externas não im portam para Deus. È o relacionamento íntimo
com Cristo que im porta. Desse modo, devemos perguntar a nós mesmas: “Con
fio m inha salvação a Cristo, ou confio a coisas externas, como no fato de ter
125
C a p ít u lo 8
nascido em um a fam ília cristã, frequenta uma escola cristã, de contribuir com
ministérios ou no fato de que levo uma vida praticamente perfeita?”
O desempenho exterior não pode substituir o compromisso interior com
Cristo, pois há m uitas pessoas “brincando de igreja” que não o conhecem ver
dadeiramente. N unca seremos boas o bastante nem capazes de conquistar o que
somente Deus pode dar-nos. Nossos cupons não têm valor em Seu mercado. O
dono pagou tudo. A liberdade da culpa pelo pecado e a promessa de vida eterna
nos foram oferecidas por meio do sangue de Cristo. Ele pagou nosso resgate, e
nossa parte é apenas receber esse dom por meio da fé. A verdadeira justiça vem
de Deus.
A contabilidade nunca foi meu forte, mas eu entendo os termos lucro e
perda. Paulo usou esses dois termos contábeis para ajudar-nos a entender o valor
de nossas obras comparado ao valor de conhecer a Cristo. Ele escreveu assim:
Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do co
nhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, p or cuja causa perdi todas as coisas. Eu as
considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a
minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a f é em Cristo, a
justiça que procede de D eus e se baseia na fé . Quero conhecer a Cristo, ao poder da
sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua
morte para, de alguma form a, alcançar a ressurreição dentre os mortos.2
126
A-(-Oauu*Iu-acda íi.Vi’ pu/ul ailtjUf/u/La tjuc c Lnc^tmiáO^f
na coluna de perdas. A palavra tudo abrangeria pessoas que ele conhecia, bens
que ele tinha e lugares em que morou.
Acho que Paulo estava dizendo que todas essas coisas são uma perda e que
elas não fazem de mim quem eu sou. Ele despiu-se de todas as coisas que po
deriam dar-lhe im portância e, em vez disso, encontrou seu propósito e salvação
somente em Cristo. Enquanto escrevo isso, chego ao ponto de examinar minha
própria vida e penso: “O que é meu tudo ?” Estou disposta a entregar tudo em
que estou propensa a encontrar propósito e colocar isso em minha coluna de
perda? Sou capaz de dizer: “E Cristo quem me dá valor?”
Todos esses cupons dourados que acumulei ao longo de anos realizando
boas obras e construindo meu status e minha reputação não me deixam em paz
com Deus. Eles não garantem salvação, não me dão mais amor de Deus, nem
satisfazem os profundos anseios de minha alma. Tentar encontrar meu valor em
conquistas exteriores e em status apenas me deixará decepcionada e frustrada.
Somente Cristo! N ele eu vivo, movo e existo. Ele não me decepciona. O Senhor
ama todo o meu ser, e por intermédio dele, posso ser chamada filha de Deus
e coerdeira de Sua graça. Que segurança há em saber que meu valor vem dele!
Em sua breve vida aqui na terra, Francês Havergal teve sua cota de decepções,
mas também experimentou as gloriosas riquezas de conhecer a Cristo de uma
maneira profunda e permanente.
N ascida em 1836, na Inglaterra, Francês teve o que os vitorianos chama
vam de “saúde frágil”. Durante grande parte de sua vida, ela suportou doenças
e dor física, contudo, seu espírito estava cheio da alegria do Senhor, a qual ela
expressava por meio de sua poesia e de seus hinos. Como talentosa compositora,
suas letras eram devocionais por natureza, levando os cristãos a uma caminhada
mais íntim a com Cristo. Conhecida como a “poetisa da consagração”, Francês
exemplificava a beleza de viver por Jesus ao sempre estender a mão para ajudar
quando via alguém com alguma necessidade espiritual ou física, apesar de suas
próprias incapacidades.
A letra de um de seus mais amados hmos, “Take my Life and Let It Be”,
demonstra seu dedicado coração por Cristo e sua motivação em ajudar outras
pessoas.
127 .
C a p ít u lo 8
128
\' l O t u k ’ d w Í í x j Q. p x i / u x clÁ í ^ u Í / l í a .' Qy t|U (i í i/iest f t m a O T
rim entar o tipo de poder que ressuscitar um homem? M as Paulo não parou por
aqui; ele também queria conhecer a comunicação das aflições de Cristo. Epa!
Bem, talvez eu não chegue a esse ponto. Posso facilmente dizer sim ao conheci
mento da virtude da ressurreição de Cristo. Deixe-me voltar sobre com partilhar
de Seus sofrimentos.
Tenho vergonha de admitir, mas m inha lealdade parece ser superficial, e
acho que você também sente o mesmo. Como Paulo chegou ao ponto de querer
o conhecimento e as aflições de Cristo? E amor. E um relacionamento de amor.
Os votos de casamento fazem-nos lembrar desse tipo de amor. Por meio deles,
ouvimos um casal prometer que se amará “N a riqueza e na pobreza, na saúde e
na doença, até que a m orte nos separe”.
O verdadeiro amor permanece tanto nas partes boas como nas ruins. Em
sua carta aos Efésios, Paulo comparou os votos m atrim oniais ao seu relaciona
mento com Cristo quando escreveu: Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se
unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande ê este mistério; digo-o, porém, a respeito de
Cristo e da igreja.4 Assim como uma noiva adora seu marido e está disposta a viver
os tempos bons e os tempos ruins com ele, assim também devemos adorar nos
so Senhor. Paulo estava disposto a suportar a aflição, porque conhecia e amava
a Cristo. Francês Havergal foi capaz de ser feliz apesar das dificuldades, porque
seu coração estava centrado em Cristo, e ela adorava a Ele mais do que a qual
quer outra coisa. Quando é a Cristo que veneramos, tudo o mais perde a graça.
0 chamado
Deus sempre nos chama a conhecê-lo. Lemos sobre Jeremias levando uma men
sagem do Senhor aos israelitas no Antigo Testamento:
Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sáhio na sua sabedoria, nem se glorie ofo rte
na sua força ; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se
nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, quefa ço beneficência, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR .s
Oh, gloriosa vaidade! N ossa glória não deve ser baseada no que fazemos,
mas em conhecer e compreender quem Ele é. Você e eu buscamos conhecer a
1 29 .
C a p ítu lo 8
Cristo com sinceridade e de modo contínuo? N ão apenas saber sobre Ele, mas
conhecê-lo e ter um relacionamento com Ele, vivenciando Sua presença nas
atividades corriqueiras de nossa vida? A oração é uma das maneiras pelas quais
aprofundamos nosso relacionamento com o Senhor. È uma conversa constante
com Ele, e não deve reservar-se apenas às refeições e aos cultos. Nossa conversa
com Deus desse ser experimentada continuamente ao longo do dia. Gosto do
modo como H enri Nowen refere-se à sua intim idade com o Senhor colocando
em prática a Sua presença.
130
oLüi'uinda.'-à.e/clcL'Cuta^pa/ux aAxyjJvujv o cp.u’ q m eJ iíju n cu ía t?
Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé , no vosso
coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor; poderdes pefeitam ente
compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e
a profundidade e conhecer o amor dle Cristo, que excede todo entendimento, para que
sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fa z er tudo
muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder
que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para
todo o sempre. Améml&
Busca pessoal
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C a p ít u lo 8
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C A P ÍT UL O 9
t s ò O^VQJ^VL Q y p a â A a c l Q y Cy p/ U lòA Ã X jX V
Nao sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só
leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
I Coríntios 9.24
à vezes, olho para trás e arrependo-me por ter assentido em fazer algu
ma coisa. M ais recentemente — não sei o que me deu — •, concordei em partici
par de uma corrida de 5 km com minha filha. Como fui uma grande corredora
na época da faculdade, você poderia achar que ainda sou. Bem, nem tanto. N a
verdade, parei de correr depois da faculdade (há 20 e tantos anos), porque meus
joelhos já não gostavam mais disso. M as, quando m inha filha sugeriu que cor
rêssemos juntas, eu pensei: “N ão deve ser tão difícil?”
Deixe-me dizer o quanto foi difícil. N ão que eu esteja reclamando — por
que abandonei a murmuração após escrever o capítulo seis — mas quero que
C apítulo g
você saiba que, quando comecei a treinar para a corrida, meus joelhos doeram,
eu m al conseguia respirar, e meus músculos doeram sem parar por 2 4 horas.
Porém, eu não queria deixar m inha filha chateada, então, continuei treinando
para o grande evento. Pouco antes de a corrida começar, incentivei minha filha a
prosseguir e a correr em seu próprio ritmo, sem preocupar-se em correr comigo.
Ela aceitou minha graciosa oferta e correu à frente nos primeiros 4 0 0 metros.
Eu, no entanto, arrastei-me. Sinceramente, é assim que descrevo meu ritmo:
rastejante. Ofegante, lenta como um a lesma, rastejei até a linha de chegada.
Ê engraçado como algumas palavras ou frases vêm à mente quando você
está correndo. A palavra prossiga ficou circulando pela m inha mente, sobretudo
quando encarei uma gigantesca colina pouco antes da linha de chegada. Por que
eles colocaram a lmha de chegada no alto de uma colina? Prossiga era só o que
conseguia pensar. Eu tinha um objetivo em mente, e este era prosseguir e cruzar
a linha de chegada. Digamos que eu não era a imagem do preparo físico e da
agilidade; por isso, senti um grande alívio quando meu pé cruzou aquela linha.
E claro, m inha filha já estava lá esperando por mim. Ela teve tempo de sobra
para esperar-me, e já tinha se refrescado e pegado algo para beber. N ão sei se
eu chamaria essa corrida de vitória, mas aprendi um pouco sobre perseverança e
sobre prosseguir para um objetivo.
Paulo usou a analogia de um atleta em um a corrida para transm itir a ima
gem de sua própria busca pessoal para ser como Jesus. Em nosso últim o capítu
lo, lemos sobre o profundo desejo de Paulo de conhecer a Cristo, ao poder da
Sua ressurreição e a participação em Seus sofrimentos. O apóstolo considerava
tudo que podia trazer-lhe orgulho ou glória como esterco se comparados à
excelência de conhecer a Cristo e até de tornar-se como Ele em sua morte. No
entanto, Paulo também usou a corrida para ilustrar a perseverança necessária
na vida cristã à m edida que nos aproximamos da linha de chegada. O apóstolo
tinha acabado de dizer que queria tornar-se como Cristo em sua m orte e, pos
teriormente, alcançar a ressurreição dos mortos. Todavia, ele assegurou aos seus
leitores que ainda não estava pronto para obter o prêmio do céu. Paulo escreveu
desta maneira:
Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo
para o quef u i também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que
o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás
134.
cjutL^a. a pxiôAadti/ Q p/ta&ô t ija pxx/ui cn^uxia t^iLe eà-ta. p o/i v'i/L
^/íaim e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.1
Paulo não estava na glória ainda, mas estava indo nessa direção. Ele pla
nejava prosseguir para a lm ha de chegada. Assim como m inha corrida, a jornada
pode não ter sido fácil, mas ele tinha o objetivo final em mente, e perseveraria
até o fim. Paulo não queria que seu passado o atrapalhasse. Por isso, ele olhava
para frente — e não para trás! Seus olhos estavam no prêmio, no dia em que
ouvirá as palavras: Bem está serv o bom efiel.
A corrida
Como Paulo passou grande parte de seu m inistério na Grécia, é possível que
ele tenha tido a oportunidade de assistir aos Jogos O lím picos. O apóstolo usou
ilustrações de atletas em muitos de seus textos, o que me faz pensar que ele ti
nha muito interessado em esportes. Se os homens são tão obcecados por espor
tes, talvez, isso não seja tão ruim de todo; talvez, eles estejam apenas imitando
o apóstolo Paulo!
Os Jogos Olímpicos foram criados na Grécia em 77 6 a.C., mas muitas
outras disputas atléticas também começaram com os Jogos Olímpicos. Um a
delas chamava-se Jogos Istmicos, os quais eram realizados em Corinto. Quando
algumas passagens das cartas aos coríntios são lidas, tem-se a sensação de que
Paulo estava assistindo a esses Jogos.
Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um
só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de
tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma
incorruptível. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando
aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a fica r reprovado.2
135
C a p ítu lo 9
W ilm a Rudolph poderia ter desistido várias vezes de ir atrás de seus sonhos.
Como a vigésima de 2 2 filhos, ela nasceu em 1940 com poliom ielite, e também
tinha ataques de pneumonia e de escarlatina. Embora alguns dissessem que ela
provavelmente nunca andaria, a amorosa fam ília de W ilm a fez de tudo para
garantir que ela recebesse o tratam ento médico e a fisioterapia de que precisava.
W ilm a começou a usar muletas aos cinco anos de idade. No entanto, um
dia, aos 11 anos, ela decidiu que bastava de muletas. Então, abandonou-as e an
dou pelo corredor da igreja, e nunca mais as usou de novo. Aos 13 anos, W ilm a
começou a jogar basquete e a praticar corrida na escola. Seu preparo melhorou
ao ponto de ela começar a vencer corridas, e assim, ela foi convidada a participar
de um campo de treinamento no estado do Tennessee. Ali, ela treinou com Ed
Temple, que se tornou uma das pessoas mais influentes em sua vida.
Em 1956, no segundo ano do Ensmo M édio, W ilm a competiu em suas
primeiras O lim píadas, em M elbourne, Austrália. Embora não tenha se classifi
cado na competição de 2 0 0 metros, sua equipe de revezamento ganhou medalha
de bronze. A persistência e o entusiasmo de W ilm a levaram-na a treinar ainda
mais duro. Ela voltou às O lim píadas em 1960, quebrando o recorde olímpico
nos 2 0 0 metros. Nas O lim píadas de Roma, ela tornou-se a prim eira americana
a ganhar três medalhas de ouro (1 0 0 metros rasos, 2 0 0 metros rasos e reveza
mento 4 x1 0 0 metros), e foi homenageada no primeiro desfile m ter-racial de sua
cidade natal. W ilm a chegou a receber diversas homenagens e prêmios, inclusive
o Sullivan Award, para atletas amadores dos Estados Unidos, além de sua inclu
são no Black Sports H all o f Fame, no U.S. Track and Field H all o f Fame, no
U.S. O lym pic H all o f Fame e no N ational W omens H all of Fame.
136 .
C9AXJXICX^O, Q, pXIAAXuloy Cyp/lOAÔXC^a pXLXa CU^Utlia ^U£ eô-ta/ pa/l/ sli/L/
137.
C a p ít u lo 9
Esquecer-se das coisas que ficaram para trás não sugere a impossível
façanha de uma ginástica mental e psicológica, por meio da qual ten
tamos apagar os pecados e os erros do passado. Significa apenas que
rompemos o poder do passado quando vivemos para o futuro. Não
podemos mudar o passado, mas podemos mudar seu significado. Elá
coisas no passado de Paulo que poderiam tê-lo atrasado, mas elas
acabaram inspirando-o a acelerar. Os acontecimentos não mudaram,
mas a sua compreensão sobre eles foi o que mudou.'1
Uma coisa
Todas as questões da vida podem ser estreitadas a uma coisa ? Paulo disse: mas uma
coisa fa ço, e é que, esquecendo~me das coisas que atrás fica m e avançando para as que estão diante
de mim, prossigo para 0 alvo, pelo prêm io da soberana vocação de D eus em Cristo Jesus. Existem
diversas outras passagens da Bíblia em que lemos uma coisa, e estas são similares
ao que Paulo diz. Lembro-me de M aria sentando-se aos pés de Jesus enquanto
M arta estava preocupada na cozinha. Quando esta ficou irritada e pediu para
Jesus m andar M aria ajudá-la, Ele respondeu: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada
138 .
êó O- paAAíuio e.- pAtíA&tmi pa/ui a-^ui í*j i^ue eaia* poA/ ■iÁyi,
com muitas coisas, mas um a só é necessária; e M aria escolheu a boa parte, a qual não lhe será
tirada.4 E qual foi a coisa que M aria escolheu? Estar com Cristo.
Davi escreveu nos Salmos: Uma coisa pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa
m orar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a form osu ra do
SENHOR e aprender no seu tem plo2 A coisa que Davi desejava era a presença de
Deus. Jesus curou um cego, que, ao ser interrogado pelas autoridades, respon
deu: um a coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo [Jo 9 .2 5 ], Esse homem não en
tendia tudo, mas sabia uma coisa: ele havia conhecido Jesus e experimentado o
toque da cura divina, e sua vida nunca mais seria a mesma. Q ual é a sua uma coisa ?
Paulo reduziu o amplo escopo de sua vida a uma coisa — buscar ser se
melhante a Cristo. A coisa que o impulsionava era conhecer a Cristo e ser mais
parecido com Ele; ser conforme a imagem de Jesus era seu objetivo. Embora
fosse impossível de atingir isso na terra, o apóstolo sabia que, um dia, alcançaria
o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Paulo não estava satisfeito em
apenas ficar como estar e viver em complacência como um seguidor de Cristo.
Ele desejava prosseguir com uma atitude agressiva e enérgica.
Romanos 8.29 lembra-nos: Porque 05 que dantes conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a f m de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Tornar-se como Cristo não é um chamado somente para Paulo, mas também para
todo cristão. Alguns podem apontar para os super-heróis cristãos e dizer: “Bem,
isso é para eles. Com certeza sou cristão, mas isso não me consome”.
N o entanto, como seguidoras de Cristo, nossa jornada não para em apenas
crermos nele. Confiar em Jesus é onde nossa fé inicia, mas nossa jornada conti
nua à m edida que buscamos ser mais como Ele. È claro, temos diferentes dons,
talentos e capacidades, além de diferentes funções que Deus deu-nos. Todavia,
não im porta o que fazemos por vocação, somos chamadas para conhecer a Cris
to e tornarm o-nos mais como Ele.
Paulo escreveu aos colossenses: E, quanto fz e r d e s p or palavras ou p o r obras, fa z ei
tudo em nome do Senhor Jesus, dando p or ele grafas a D eus Pai.6 E depois, na mesma carta:
E, tudo quanto fizerdes, fa z ei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que
recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor; servis 7 Quando reco
nhecemos que nosso maior chamado é sermos conforme à imagem de Cristo em
tudo o que fizermos, encontramos alegria em nosso trabalho, porque o fazemos
para Cristo, e não para homens. A grande vocação de sermos mais parecidos
com Ele tira nossos olhos das outras pessoas e direciona-os ao Senhor.
139
C a p ít u lo 9
Superando o passado
Que tipo de futuro existe para uma menina que foi abandonada, m altratada
e que ouvia todos os dias que era feia e que ninguém gostava dela? Dorie Van
Stone pode dizer-lhe, por experiência própria, que há esperança no amor de
Deus. Ela proclama a seguinte mensagem ao mundo: “N ão há ferida que o Pai
não possa curar”.
A história dessa m ulher começou quando ela era um a m enininha vivendo
em pobreza. Sua mãe não podia cuidar dela e da irmã, por isso, elas foram
mandadas para um orfanato. As adm inistradoras da instituição eram cruéis e
batiam em Dorie se ela não comesse toda a refeição, chorasse ou fosse pega
lendo quando deveria estar fazendo tarefas domésticas.
140
êâcjim ço/ Q j paAAxxdtx e paAti c u y x i ^ a s c^í u ^ eàtá/ po/t ‘i J u v
Apesar de terem sido sete terríveis anos no orfanato, havia uma luz. U m
grupo de universitários foi até lá, contou uma história bíblica para as crianças e
com partilhou com elas a mensagem sobre o amor redentor de Jesus. Deus tocou
o coração de Dorie, e ela soube que Cristo é real. Ela orou: “Eles dizem que o
Senhor me ama. N inguém mais me ama. Se o Senhor me ama, eu sou S ua”.9 Ela
instantaneamente conheceu a paz e a presença de Deus. M uitas semanas após a
menina ter feito aquela oração, uma mulher chegou para trabalhar no orfanato e
passou a levar Dorie à igreja aos domingos. Ela até lhe deu um Novo Testamen
to de presente em seu aniversário de 13 anos. Esse foi o primeiro presente que
ela recebeu em sua vida, e por ele, começou a entender mais sobre Jesus.
O orfanato acolhia crianças de até 12 anos de idade, e assim, D orie e a
irm ã foram encaminhadas a uma fam ília adotiva. A partir daí, as coisas foram
de m al a pior. Ela foi abusada física, sexual e emocionalmente naquela casa. Ela
achou que haveria esperança quando se mudasse para outro lar, mas o abuso foi
pior ainda. N o entanto, apesar das horríveis condições, Dorie apegou-se ao que
conhecia: ao amor de Deus e à Sua presença na vida dela. Por fim, alguém na
escola deu queixa dos machucados, e Dorie foi enviada a um lar em que recebeu
cuidados e não mais foi m altratada. Durante o Ensino M édio, ela morou com
a fam ília de um médico, a qual percebeu seu talento para desenho e para arte, e
incentivou a jovem a ir para uma escola de artes.
Dorie conseguiu um emprego como desenhista de equipamentos em uma
companhia aérea. Durante todo o tempo, seu amor pelo Senhor e seu conhe
cimento sobre Ele só cresceram. U m dia, ela ouviu um m issionário pregar em
sua igreja, e ela sentiu em seu coração o desejo de ser missionária. N o entanto,
ela ficou dividida entre continuar com um bom emprego e um a renda estável,
o que ela jamais teve no passado, e escolher uma vida de trabalho missionário,
retornando à situação de ter muito pouco materialmente. Ele decidiu m atri-
cular-se no curso bíblico. Foi ali que ela conheceu e casou-se com Lloyd Van
Stone. A m aioria das mulheres que vivenciaram um passado cheio de abuso tem
dificuldades em amar e confiar em outras pessoas, mas Deus encheu o coração
de D orie com o amor que vem dele. Ambos logos se tornaram m issionários na
Nova Guiné.
Deus estendeu Seu amor ao povo da Nova Guiné por intermédio de Dorie.
M esm o sendo pessoas não civilizadas e sujas, que nunca haviam tomado ba
nho, aquela m ulher ignorou o exterior e viu corações que precisavam de Cristo.
141
C a p ít u lo 9
Ela mesma havia sido rejeitada e ridicularizada pelas crianças da escola, porque
chegava todos os dias suja e m altrapilha; e assim, Deus usou seu passado negati
vo para o bem, ajudando-a a ter compaixão pelo próximo. Quando os filhos de
Dorie chegaram à idade escolar, a sociedade missionária exigiu que as crianças
frequentassem um a escola m issionária que ficava a quilômetros de distância.
Seu filho mais novo sofreu com a distância e com a separação, por isso, Dorie e
Lloyd oraram e decidiram deixar o campo missionário.
Só porque Deus muda nossas circunstâncias não significa que Ele term i
nou de espalhar Sua mensagem por nosso intermédio. Depois que Dorie e sua
fam ília voltaram aos Estados U nidos, ela começou a pregar em igrejas e falava
a outras pessoas sobre o amor redentor do Senhor. Ao contando como Deus
curou suas mágoas e amarguras do passado, o testemunho daquela missionária
era poderoso. Quando seus filhos cresceram, ela viajou pelo mundo, dizendo
aos povos de todas as partes: “Quando ninguém mais amar você, Deus amará.
Ele sempre estará nas horas boas e nas ruins. N ão há consolo como esse. Ele
ama com um amor que nunca abandonará você”.10
Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma
coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos,
andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo. Sede também meus imitado
res, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim
andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo,
142
f u a ^ c v a ' p Á iA A a A c L C/ p/LüA Aiija pa/ia/ a^puxla/ cjxlc e&ia/ p x is v QÀa s
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles
é o ventre; e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas
terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, donde tamhém esperamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o
seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim
firm es no Senhor, amados.11
1 43 .
C apítu lo g
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para
que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas; agora, sois povo de Deus; que não
tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, peço-
-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais,
que combatem contra a alma, tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que,
naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia
da visitação, pelas boas obras que em vós observem.12
Busca pessoal
144
fe ô x m & ç íL Qy p a A á a d a . c p s m ú ú i c j a . p a / i a a x p ú l a C|ue e à.tú p a / v Oj/i-
145
C A P ÍT U L O 1 0
9 l l u ^ u a x lc l/ p j / i r n u s d cy p jz n / ) x i/ t
< 2 y t^ cL n A ^ a / u jh O y A u a y Q ã Á c v
E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.
Romanos 12.2
Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também
a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo
no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no
livro da vida}
Ai! Era realmente necessário mencionar o nome delas, sabendo que a carta
seria lida na frente de todos? Acho que, às vezes, as pessoas precisam ser cha
148 .
9 I U * M iasjxiA Jna da, penAa/i/Os t/icu\6jxiAJiui ò tux \!ÀAxv
madas pelo nome, mas será que ele não poderia ter lhes enviado um bilhete
pessoal ou algo assim? Paulo era uma pessoa m uito intensa e alguém que re
solvia problemas. Portanto, ele, obviamente, achava que essa situação precisava
de um a atenção específica e que era im portante ao ponto de todos precisarem
ouvir sobre ela e ajudarem a resolvê-la. È claro, não sabemos os detalhes das
discussões entre essas duas mulheres, mas isso deve ter causado um problema
significativo, pois Paulo tomou ciência da situação lá em Roma e escolheu tratar
isso de maneira aberta e ousada.
Você não fica estarrecida pelo fato de essas mulheres discordarem na igre
ja? Você não fica feliz porque, na igreja atual, todos se dão tão bem? Tudo bem,
então talvez também possamos aproveitar a admoestação de Paulo. É essencial
para o Corpo de Cristo que também convivamos bem. Os de fora saberão que
somos cristãos por causa do nosso amor. Paulo preocupava-se com a unidade
da Igreja e com a reputação dos cristãos, e assim, rogou — observe que ele não
sugeriu ou pediu — para que as duas mulheres sentissem o mesmo no Senhor.
M ais uma vez, as palavras-chave são no Senhor. Quando tiramos os olhos do
problema para colocá-los no Senhor, nossa perspectiva fica um pouco diferente.
Podemos, às vezes, concordar em discordar. Podemos ter discussões ou mal-
-entendidos, mas é preciso esforçar-se rumo ao objetivo de sentir o mesmo no
Senhor, deixando o problema aos cuidados dele.
Contudo, há momentos em que podemos sentir que é preciso lutar por
nossos direitos ou pelo que consideramos certo. N o entanto, devemos ser gra
ciosas e bondosas ao lidarm os com os nossos diferentes pontos de vista, man
tendo Cristo sempre em evidência. Como aprendemos no capítulo cinco, que
é sobre a humildade, às vezes precisamos estar dispostas a morrer para a nossa
vontade. Jesus, o m aior exemplo de alguém que desistiu do que era Seu por
direito, pode conceder-nos força, sabedoria e bondade enquanto buscamos con
cordar com os outros no Senhor. As discussões irão ocorrer, mas precisamos
aprender a lidar com elas de maneira prudente e adequada no Corpo do Cristo,
sempre tendo em mente que, como cristãs, não devemos guerrear entre nós
mesmas.
Assim como todos os sistemas do corpo humano devem trabalhar em con
cordância para tudo funcionar apropriadamente, o Corpo de Cristo também
deve funcionar em harmonia. O câncer ignora o funcionamento e o desenvolvi
mento norm al do corpo e começa a m ultiplicar-se por conta própria, lutando
149 .
C apítu lo io
Se você fosse aconselhar alguém sobre como resolver um conflito em seu rela
cionamento, qual a prim eira coisa que você lhe diria? De improviso, eu prova
velmente diria: “Então, moças, vamos ouvir os dois lados da discussão. Evódia,
você primeiro. Descreva o problema segundo a sua perspectiva e diga-nos como
você sente-se em relação a isso. Em seguida, Síntique, agora nos conte o seu lado
da discussão”.
Bem, acho que agora você consegue perceber porque não tenho meu pró
prio program a de entrevistas no rádio! Paulo, por outro lado, tinha a solução
perfeita. N a verdade, o apóstolo aplicou três golpes bem fortes -— porém, pací
ficos — para ajudar os filipenses a não resolverem apenas conflitos com outras
pessoas, mas também e mais importante, conflitos internos. Veja, ter paz com
150
9 l L d e òlUL^aASna. d e p^fíAaA, e. tAxinc^a-xm«. i u a - •!u la
outras pessoas começa com a paz que sentimos em nosso coração e mente. Eis
o que Paulo escreveu:
151
C apítulo io
Amabilidade conhecida
A segunda parte do pacífico conselho que Paulo deu aos cristãos para que estes
superem seus m al-entendidos foi seja a amabilidade de vocês conhecida p or todos. Sim, as
pessoas estão observando. Elas observam como lidamos com uma situação frus
trante com um colega de trabalho, com um estresse com uma criança descon
trolada ou com um inconveniente para-choque arranhado. Nossa am abilidade
é conhecida? Am abilidade não denota sinal de fraqueza; na verdade, é um sinal
de força interior. G ritar e perder as estribeiras são sinais de fraqueza e de falta
de controle. U m a m ulher forte, no entanto, é amável.
152
9llude iua juAma, de pjinAu/l t/Lan&^a/une^iux Oida
Em meio às frustrações que a vida traz, podemos ser amáveis. Podemos ser
amáveis quando precisamos lutar pelo que é certo. E sim, é possível ser amável
até quando ensinamos, educados e disciplinamos nossos filhos. Sua amabilidade
será m uito mais eficaz na solução de um problema do que a ira e a raiva jamais
conseguirão ser.
Todavia, o que exatamente é amabilidade? Ela é um fruto do Espírito de
Deus. Lpieikes, a palavra grega usada aqui, pode ser traduzida como “tolerância”.
Ou seja, é uma espécie de razoabilidade doce. Eu gosto dessas palavras! Quero
ser razoável, e quero defender o que é correto quando necessário, mas também
quero manter um espírito doce quanto a isso. Observe como a mesma palavra
para am abilidade é usada nas passagens a seguir:
Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacifica, amável, com -
preensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera.
Tiago 3.17 NVI
153
C apítulo io
braços cruzados, gritando para que sejamos amáveis. Pelo contrário, Ele está
amavelmente presente em nossa vida, lembrando-nos de Sua bondade e tolerân
cia para conosco, bem como concedendo-nos o poder de refletir Seu gracioso
amor às outras pessoas.
Pense em uma situação em que você, talvez, não tenha sido m uito amável
com alguém. Agora pense naquele que, de modo voluntário e sacrificial morreu
por você, está ao seu lado, não com raiva, mas como um lembrete gentil de Sua
am abilidade para com todos. Perto está o Senhor. M edite sobre esta verdade e
m antenha-a em primeiro plano ao lidar diariamente com as pessoas. Peça para
Ele, que está com você agora, conceder-lhe um espírito amável e gracioso ao in
teragir com outras pessoas. Perm ita que seu coração seja cheio de gratidão pela
paciência e pela tolerância que Ele demonstra a você em todos os momentos
de cada dia. Que pensamento belo e poderoso —- perceber que o Senhor está
perto! Ele vê o que você está passando, conhece suas necessidades e é capaz de
conceder-lhe força.
Onde você deposita sua tensão? Você sabe do que estou falando, aquela sensa
ção fam iliar que surge quando há coisas demais acontecendo, quando você está
estressada ou quando se esforçou além do que achava que conseguiria suportar.
No meu caso, começo a sentir dores nos ombros e no pescoço. [Por exemplo,]
no N atal passado, achei que tinha chegado ao meu lim ite. Todas nós sabemos
que as festas de fim de ano podem ser estressantes, mas, acrescente a isso pla
nejar o casamento da minha filha, escrever um livro, dirigir por nove horas até
M em phis, para um enterro inesperado na semana anterior ao N atal, dirigir de
volta dias depois e servir a ceia em nossa casa tanto na véspera como no dia de
N atal. È óbvio que comecei a sentir uma pontada de ansiedade correr pelo meu
corpo.
Quando estou estressada, não sou uma companhia muito agradável. As
festas de fim de ano devem ser um tempo de alegria, e por isso, não há espaço
para mães ranzinzas. Algo precisava mudar. E certo que há muitas coisas em m i
nha agenda lotada que preciso cortar , mas eu não queria abrir mão de passar um
tempinho lendo a Palavra de Deus todos os dias. Eu sabia que precisava disso!
154
m iu A eAiui |tí/ima de penAaA/e ÍAttnA^o/urte/.iAitt- sLixlti
Com a minha voz clamei ao SENHOR; com a minha voz ao SENHOR supliquei.
Derramei a minha queixa perante a sua fa ce; expus-lhe a minha angústia. Quando
o meu espírito estava angustiado em mim, então, conheceste a minha vereda. No
caminho em que eu andava, ocultaram um laço}
Essa foi a passagem perfeita para esta pobre m ulher pateticamente sobre
carregada! Era exatamente disso que eu precisava ler para lembrar que Deus
convida-me a depositar meus problemas, meus cuidados e minhas preocupações
nele. Quando estou sobrecarregada, meu marido, mmhas filhas e meus amigos
podem não ser capazes de ajudar-me, mas Deus é. Ele pode mostrar-me para
onde devo ir, o que devo fazer e o que não devo também. Ele pode ajudar-me a
ver com o que vale a pena perder tempo e com o que não vale. N ada é pequeno
demais. O Senhor quer que derramemos todas as nossas queixas diante dele.
Quero que você saiba que naquele dia fiz um lançamento. Lancei meus cui
dados, minhas preocupações e minhas ansiedades sobre o Senhor e, em troca,
pedi-lhe Sua paz, Sua sabedoria e Sua alegria. Quer saber? Ele concedeu-me
tudo isso!
Eu contei-lhe essa pequena situação porque às vezes tendo a esquecer-me
de que Deus verdadeiramente cuida de minhas necessidades. Acho que Satanás
adoraria que todas nós esquecêssemos esse fato. Quando outras pessoas olham
para os cristãos e veem-nos consumidas pela preocupação e pelo medo, o mun
do recebe a mensagem de que não acreditamos que Deus cuida de nossas neces
sidades. Por outro lado, se lançamos nossos cuidados sobre o Senhor e andamos
em Sua paz, demonstramos ao m undo que sabemos que nosso Deus ama-nos
e im porta-se conosco. È por isso que as palavras de Paulo não são apenas uma
boa sugestão, mas, sim, um a instrução: Não andem ansiosos p or coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas; e com ação de graças; apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas m entes em Cristo Jesus.4
155
C apítulo io
156
S J IL u l e i u a j a /una. d e pxiiiAxj/t e l/uxító j a / u n e . <5u a v lid a /
Quando os médicos disseram a D ick e Judy H oyt que para o filho deles, Rick,
havia poucas esperanças de viver como uma criança normal, eles consideraram
isso um desafio. Por falta de oxigenação no cérebro de R ick na hora do parto,
ele foi diagnosticado com tetraplegia espástica e paralisia cerebral.
N o entanto, em vez de se concentrarem no que R ick não poderia fazer,
D ick e Judy começaram a buscar o que ele poderia fazer. Eles perceberam que,
embora não pudesse andar ou falar, R ick parecia ser bem astuto, e os olhos dele
acompanhavam os pais enquanto andavam pelo recinto. Assim, eles começaram
a ensinar-lhe o alfabeto e palavras básicas, e tentaram am pliar as experiências
dele levando-o para andar de trenó e nadar.
A medida que começaram a reconhecer as capacidades intelectuais de R ick
e seu potencial para aprender, D ick e Judy souberam que precisariam encontrar
uma maneira de ajudar R ick a comunicar-se verbalmente. Assim, um grupo
de engenheiros da Tufts University construiu um com putador interativo para
o menino. A tela do com putador exibia as letras do alfabeto com um cursor
que destacava cada letra. R ick podia usar a cabeça para mexer um capacete que
estava conectado à sua cadeira de rodas, e assim, clicar e selecionar as letras que
queria. Suas primeiras palavras, aos 12 anos de idade, não foram “Oi, mãe!”
nem “Oi, pai! : foram: "Go, Bruins!” O time Boston Bruins estava na final da
Stanley Cup na epoca. e. daquele momento em diante, ficou óbvio que R ick
adorava esportes e estava acompanhando os jogos havia algum tempo.
Você não e £rata pelo fato de que D ick e Judy concentraram-se no po
tencial de Rick. e n io em sua deficiência? M as a história não acaba aqui. R ick
term inou o Ensino M edio e formou-se em educação especial pela Boston U n i
versity em 1993. N o entanto, uma parte significativa de sua história começou
quando ele tinha. 15 anos de idade e disse ao pai que queria participar de uma
corrida beneficente de cinco milhas em prol de um jogador de lacrosse que
ficou paralítico d e p c * de um acidente. D ick não era um corredor de longas
distâncias, mas comraaiiio»! em em purrar R ick em sua cadeira de rodas durante a
corrida. Eles rri1iiiM imru quase em último lugar. Você e eu provavelmente terí
amos ficadc desni»o®Taiijck roas não aquele jovem. N a mesma noite, ele disse ao
pai: “Pai. quando fia oonno. parece que não sou deficiente”.
T<7
C apítulo io
158
y i U k A lia, j^a/imcLd e ^jmba/v e t/um â^a/im eA ua/ \Uda
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor; nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.7
Devo adm itir que fico tão sintonizada a uma característica ou a uma di
ferença na personalidade de alguém que, às vezes, isso é tudo que vejo naquela
pessoa; contudo, quando aceito o conselho de Paulo e começo a ver o que é
correto e de boa fama em uma pessoa, passo a vê-la sob uma perspectiva di
ferente. Todo mundo tem qualidade excelentes e dignas de louvor. As vezes, é
preciso um olhar um pouco mais profundo ou um pouco de criatividade, mas
garanto que as boas qualidades estão lá. Também é fácil fazer suposições acerca
da motivação das pessoas. No entanto, mais uma vez Paulo ordena pensar no
que é bom e amável. Assim, jogue fora as suposições e concentre-se no que você
sabe que é verdade. Quando mudamos nosso pensamento em relação às pessoas,
tornam o-nos encorajadoras, em vez de desencorajadoras. A paz é construída
entre pessoas que buscam o m elhor das outras, já contendas e desespero resul
tam de focar nas piores coisas nas outras pessoas.
Busque o melhor das pessoas e das suas circunstâncias. O que está acon
tecendo na sua vida agora? Tenho certeza de que você tem algumas dificuldades
e decepções, mas também algumas coisas boas. Acredito também que algumas
coisas deixam-na frustrada e com raiva, no entanto, há bênçãos. Por isso, faça
exatamente o que Paulo mandou os filipenses fazerem: pense no que é verda
deiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama; em que tem alguma virtude,
algum louvor. Pare um momento, pense nas bênçãos que estão ocorrendo em
sua vida e pare de pensar nas coisas ruins. Anote algumas das coisas que têm
alguma virtude ou algum louvor que vierem à sua mente:
159 .
C apítulo io
Se você perguntasse à fam ília H oyt se eles veem algo de bom como resultado
das deficiências de Rick, eles com partilhariam uma grande lista de bênçãos. As
vezes, é difícil enxergar algo bom em um a situação difícil. Pode levar tempo até
que uma decepção resulte em algo positivo, mas aguente firme. Continue bus
cando. M antenha os olhos voltados para a esperança e pergunte: “O que Deus
pode fazer por meio dessa dificuldade?”
Estejamos determinadas a enxergar cada obstáculo da vida como uma
oportunidade de confiar em Deus. A vida não precisa ser tão feia. M udar de
perspectiva é um desafio, eu sei, mas é possível. Comece concentrando-se no que
está indo bem (no que você escreveu anteriormente nas linhas acim a). Agradeça
ao Senhor pelas circunstâncias nobres e admiráveis de sua vida neste momento.
Ao agradecê-lo constantemente pelo bom, você começará a desenvolver um
olhar para o que é verdadeiro, honesto e justo até mesmo nas cosias difíceis. Em
qualquer circunstância, a m aioria das pessoas tende a ceder aos pensamentos
negativos, e por isso devemos treinar nossos olhos para focarem o que é puro,
amável e de boa fama. Olhe atentamente para suas bênçãos, e a quantidade de
desgostos e dificuldades diminuirá.
Busca pessoal
160
' fu h ' i ; ü j o / u n u d e p e n ô a / í e V ia n ü ^ a s i m / Z '& u w v ^ x l«
161
C A P ÍT U L O 11
O Q jz n A a A o lr L O y ò ç j ^ / l q Á q j d o / c ^ Q r t t o j n í x x m J i n t o
E D eus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo
sempre, em tudo, toda s u f ciência, superabundeis em toda boa obra.
2 Coríntios 9.8
«7 «
'o cê sabia que um em cada 20 americanos não consegue controlar o
impulso de comprar? E verdade. Estima-se que 17 milhões de americanos sejam
viciados em compras, gastando ao ponto de prejudicar seu casamento, sua fa
m ília e suas finanças. Infelizmente, gastar muito tornou-se uma prática aceitável
em nossa cultura produtiva, mesmo em tempos de crise econômica. Os espe
cialistas do Bankrate.com dizem: “N a terra do consumo conspícuo, a compra
compulsiva é o vício bem-aceito, o alvo de inúmeros seriados e comédias, um
dos poucos distúrbios dos quais ainda se pode rir”.1
Por que as pessoas gastam demais? Psicólogos apresentam diversos m oti
vos pelos quais as pessoas tornam -se viciadas em compras, os quais variam de
carência emocional na infância, passando pela necessidade de estar no controle,
até o desejo de preencher um vazio. Entretanto, eu acrescentaria “falta de con
tentam ento” à lista. Sendo completamente honestas, concordaríamos que um
C apítulo ii
M inha cadela Bentley deve ser a criatura mais descontente do mundo. Se está
do lado de dentro, quer sair, e se está do lado de fora, fica arranhando a porta
para entrar em casa. Enquanto eu escrevia este parágrafo, já a deixei entrar e sair
três vezes. Ele é um gigante precioso e amável, mas não sabe o que realmente
quer, e isso está enlouquecendo-me. Onde está o Encantador de Cães quando se
precisa dele? O descontentamento não é bonito nem em cães nem em pessoas,
nem é um a qualidade cativante para ninguém.
Paulo era um executor, um empreendedor, um dínamo, o tipo de cara
que nunca-fica-em-um-mesmo-lugar, no entanto, ele também era contente. Ele
abordou sua capacidade de contentar-se em qualquer situação quando escreveu
da prisão esta carta aos filipenses. Gosto do que ele escreve aqui. Até incentivei
minhas filhas a memorizarem parte dessa passagem quando eram pré-adoles-
centes e estávamos prestes a fazer uma longa viagem em fam ília. J á aprendi a
contentar-m e com o que tenho é um a frase que todo adolescente deveria memorizar,
você não acha? Bem, acho que não faria mal se os adultos também a decorassem.
1 6 4 .
0 v ü /a lm d ('.(/lo .>e x j/w A n cio c c .it f e ii- t a t r u / í ií o .
Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente; reviver a vossa lembrança de mim;
pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como
por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido
e sei também ter abundância.1
Ele era contente mesmo quando estava em necessidade? Como isso era
possível? Se estou em necessidade, consequentemente eu ficaria, de modo na
tural, descontente? Por isso, devemos perguntar-nos: “São as coisas que possuo
que me tornam contente, ou meu coração contenta-se mesmo quando estou em
necessidade?” A lição transform adora que aprendemos com Paulo nesta passa
gem é que o contentamento, assim como a humildade, vem do coração. Pode
mos ter necessidades externas, mas, ainda assim termos um coração contente e
um a atitude pacífica em relação à vida.
H á muito exemplos de pessoas que não têm muitos bens, mas que são ricas
em alegria e contentamento. U m exemplo em particular que observei destaca-se
com clareza em m inha mente. M uitos anos atrás, nossa fam ília foi a um a área
desfavorecida de Dallas para distribuir ceias para m uitas famílias que trabalha
ram em um program a extracurricular cristão. N ós nem estávamos fornecendo a
comida; estávamos apenas usando nosso carro para ajudar a entregá-la. Nosso
trabalho era ir até a porta [da casa], entregar a ceia, cantar algumas canções de
natal (o que era meio assustador, porque nossa fam ília não é m usical), orar por
aquela fam ília e sair.
Ao entrarmos em casas bem necessitadas, éramos recebidos com sorrisos
incrivelmente gentis e alegres. Cada uma das famílias recebeu-nos em sua casa
de m aneira muito atenciosa. O cenário em geral foi esse: cantávamos um de
plorável repertório de duas canções de natal para a fam ília (que sorria e ouvia
amavelmente), conversávamos um pouco com ela, e então alguém daquela casa
se oferecia para orar. As orações eram sinceras e cheias de gratidão. Pelo que
me lembro, cada fam ília orou mais ou menos assim: “O, maravilhoso e glorioso
Pai celestial, obrigado pelas Suas muitas bênçãos. Somos imensamente gratos por
tudo que o Senhor fez por nós. Alegramo-nos em ti. O Senhor deu-nos tudo
de que precisávamos, e principalmente, deu-nos salvação por intermédio de Seu
Filho, Jesus. Nunca poderemos agradecer o suficiente pelo amor e bondade que
165
C apítulo ii
tem para conosco, querido Senhor. Obrigado por estas pessoas queridas e por esta
ceia que elas trouxeram. Oramos para que o Senhor abençoe essa gente e ajude-a
a ter um bom Natal.”
U au! Que oração! Como era linda e graciosa! Estou dizendo-lhe sincera
mente que cada casa era consistente com a seguinte — as orações eram reple
tas de alegria, gratidão e contentamento. Veja bem, todos eles viviam em casas
simples e com pouquíssimos bens materiais, no entanto, eram a imagem do
contentamento no Senhor, da satisfeitos nele.
Q uando nossa fam ília embarcou no carro e voltou à descontente região
norte de D allas, aprendemos uma valiosa lição. O contentamento não se baseia
naquilo que temos ou no bairro em que moramos; trata-se de uma questão do
coração. É reconhecer o amor de Deus e ser grato por Seu cuidado. Algumas
das pessoas mais descontentes que conheço também são as mais ricas. E verda
de que existem pessoas descontentes em todas as classes sociais e em todos os
países. Você pode visitar uma cultura empobrecida na Africa e encontrar tanto
pessoas contentes como descontentes nas mesmas circunstâncias. Portanto, é
uma escolha de atitude.
Vemos o conceito do contentamento ao longo do Novo Testamento. N a
primeira carta de Paulo a Timóteo, lemos: Mas êgran de ganho a piedade com contenta
mento. Porque nada trouxemos para este m undo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo,
porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes .3 Gosto dessa atitude!
Gosto de estar cercada por pessoas com esse tipo de pensamento. Tenho medo
de olhar no espelho e pensar no quanto sou falha nisso.
Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele
disse: Não te deixarei, nem te desampararei. £, assim, com confiança, ousemos dizer:
O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem.4
166
0 Q^a A o A tuuixi/ ô e x y u u l ( v- d o c o n t ( m f u m e n [ o
167.
C apítulo ii
Como uma ovelh, que depende do cuidado de seu pastor, você esta dis
p o * a colocar seus desejos uas mãos de Deus e confiar em Seu a ^ o r por vo ;
Podemos não entender por que Ele não torna nossa V ida do modo como qu
remos mas podemos confiar em Seu amoroso cuidado p or nos. Como um bom
pastor que carinhosam ente cnlda das suas ovelhas, Deus, com gentileza, cu.da
de nos sustenta-nos e conduz-nos pelo cammho que devemos seguir.
Com nossos olhos fitos nele, vamos, em voz alta, dizer |untas: J w * «
f J u r á ' Você fez isso? Falou em voz alta? E bom, nao e mesmo: c voce cs iver
em um a lanchonete neste momento, aposto qne as pessoas em volta podem
pensado que você é nm pouco d o id a , Tudo bem! Apenas fique a, com um sorri
so de contentamento no rosto; isso vai enlouquece-los.
0 segredo
Alguns anos atras, um livro chamado O entrou para a lista dos mais ven
didos A autora, R honda Byrne, alegava ter descoberto um antigo segredo pa
conseguir o que qniser na vida. As crenças dela eram baseadas em um a mistura
de ideias religiosas e filosóficas. N o entanto, no lado oposto, lemos que Pau
também descobriu segredo“, contudo, não se trata do mesmo que By
proclamava em seu livro. Al,ás, o conceito do de Paulo era bem diferente. Em
vez de encontrar o segredo para conseguir, de modo ego.su, tu o o q u e J
quer, o segredo de Paulo baseava-se em estar contente independente
não o que você quer.
Eis o que ele escreveu ao filipenses:
fortalece ,6
Oue tal esse segredo? Imagine estar contente em qualquer situação, porque
Cristo fortalece-nos! É provável que você já tenha ouv.do a frase Tudo posso naquti
,u , m p m t a c , e também que a ouviu seudo aplicada a tudo qne existe debaixo
do sol mas Paulo não escreveu ,sso par» inspirar você a subir na carreira p
fissional, a pular de h»V c ,« ,rV, a comprar uma casa enorme ou a cultivar um
„ovo passatempo. Se mantivetmos essa frase uo contexto, entenderemos que
168
0 'vc/líluíl.tu/ill 01'(j/IÁ'í!l! ílt! l’tl 11U ’l 11a I! Ivt 11ü
estava falando de força para contentar-se. Não que essas coisas que mencionei
sejam erradas, mas estou apenas dizendo que a frase Tudo posso, muitas vezes,
é m al empregada. Já vi essa sentença sendo usada e abusada em formas como
autoajuda, pensamento positivo, e em vários livros e mensagens motivacionais.
A verdade é que Cristo pode fortalecer-nos quando lutam os com a insa
tisfação ou o descontentamento. Podemos ser fortalecidas quando estamos em
uma situação na qual achamos impossível continuar. Nosso bom Pastor pode
sustentar-nos e ajudar-nos quando estamos em necessidade.
Paulo disse que aprendeu a contentar-se na fartura ou na escassez. Preci
samos realmente aprender a contentar-nos quando temos muito? Talvez sim. É
estranho, mas também pode ser um desafio contentar-se quando se tem muito
dinheiro e coisas disponíveis. Vou dar-lhe um exemplo sobre comida (m eu tipo
favorito de exemplo): imagme que você está um bufê livre. Sc há m uita com i
da boa à sua frente, você diz: “Vou pegar só o necessário”? Não. Se você for
como eu, vai pegar o que quiser e um pouco mais! Sim, é difícil lim itarm o-nos e
contentarmo-nos quando há fartura disponível.
Tenho uma amiga muito rica que me disse uma vez: “E difícil criar filhos
contentes em um lar rico, porque eles sempre podem ter mais. Você nunca pode
dar a desculpa: ‘Não, você não vai ganhar isso, não tenho dinheiro’. N ão há
lim ites claros sobre quando devemos parar de comprar e declarar que já é o
suficiente”. Eu nunca havia parado para pensar nos desafios de contentar-se sob
esse ponto de vista. Talvez, você gostaria de ter a oportunidade de descobrir
como é ter esse tipo de desafio! N o entanto, a questão é: não im porta se você
tem de sobra ou se passa necessidade, Cristo pode ser a sua âncora, proporcio-
nando-lhe contentamento independente das circunstâncias.
H á várias situações na vida em que podemos lutar para ter um espírito
contente. Nesses momentos específicos, temos a escolha de tentar superá-los
por conta própria ou de voltar nossos olhos para o Senhor e buscar Sua força
em meio às nossas circunstâncias incertas ou indesejadas. Podemos buscar o
contentamento ou o desprezo. Podemos viver em paz e confiando em Deus, ou
podemos viver com raiva e ressentimento para com Ele e com nossa situação.
E quanto a uma mulher solteira de 38 anos? Ela pode contentar-se sem um
m ando? Tudo posso naquele que me fortalece.
E quanto a um a moça de 18 anos que acha que é a única cristã da escola?
Tudo posso naquele que me fortalece.
169
C apítulo ii
E quanto à mulher cujo m arido perdeu o emprego? Tudo posso naquele que
m e fortalece.
E quanto à jovem mãe cristã que acabou de descobrir que seu filho sofre
de um caso raro de autismo? Tudo posso naquele que m e fortalece.
E quanto aos pais que tinham grandes expectativas para o filho, mas agora,
ele está viciado? Tudo posso naquele que me fortalece.
E quanto à m ulher que não consegue parar de comer? Tudo posso naquele que
m e fortalece.
N ão im porta se é um emprego problemático, um m arido insensível ou um
desejo de competir com os vizinhos, Deus pode dar-lhe força e sabedoria para
contentar-se. Paulo buscava a Cristo em primeiro lugar, e o resultado disso era
o contentamento em sua vida.
170
0 OjmÁa tle Í/lo ' exj/ieÁa' do,' co ntentamento
171
C apítulo ii
e súplicas, e com ação de graça s, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes cm Cristo Jesus. Ele também
escreveu aos tessalonicenses: Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças,
porque esta é a vontade de D eus em Cristo Jesus para convosco.'
172 .
'hL/iÁaÁexAxv òjqj^ uqÁ cí' doyconí eniumcnío
173 .
C apítulo ii
0 , S anfw/L, a&AÁ^aAa jto/j A u í pyi*ien < ja em , naA ájx Otdu. 0 ) d - n o .' p a - errt
noÁAa co/líicã-O/-----a- pxi;y ijuc excede ÍihIo enfendunenta------aa- <xcexta/c -
n u».' a c l íu u c ã o (i LpUl L J u n o/» i/o u \ cc i c, cDenlío/i, u j u d a . - no/? a, vW l a - . iiila
p/to^4AcuiyQ yda - iioA j/ aa^ a pu/cu COn í c n ta/n n o -no.A lUn íCH; u e c|nafcpi.oA c l -
Busca pessoal
174.
úe/ulaAiU/u^áJicj/uiiios cüxv cxintc-nta-trumlo,
175 .
C A P IT U L O 1 2
q) qÀxis a / ( j ^ n ^Õjjy o s n ô j z u n u m c lo y
Sede, pois, imitadores de Deus, como Jilhos amados; e andai em amor ; como também
Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em
cheiro suave.
a
Efésios 5.1,2
v — ' magme uma jovem noiva enchendo cinco caminhões com seus belos pre
sentes de casamento, zarpando com seu recente marido e atravessando o Oceano
Pacífico para trabalharem como missionários. Em 1930, Darlene e Russell Deibler
começaram a vida de casados, tendo como primeira casa uma cabana de bambu
enquanto levavam a mensagem do evangelho à tribo dos kapaukus, que habitavam
na ilha de Nova Guiné. Darlene, de imediato, teve uma boa comunicação com os
nativos, mas, infelizmente, o trabalho deles com esse povo precioso durou pouco.
Com o avanço da Segunda Guerra M undial sobre o Pacífico, o exército japonês
invadiu a Nova Guiné, e os Deiblers foram forçados a mudarem-se para uma ilha
próxima. Eles ministraram em uma escola bíblica com outros missionários da ilha,
mas logo ficou perigoso demais continuar ali, e todos os missionários da região
tiveram de escapar para as montanhas adjacentes.
C a p ítu lo 12
Deixando para trás a maior parte de seus bens (sim , infelizmente, todos
os presentes de casamento), eles continuaram a viver no refúgio da montanha.
N o entanto, o exército japonês acabou encontrando-os, e Russell e os demais
homens foram levados a um campo de prisioneiros. Todavia, um senhor, Dr.
Jaffrey, pôde ficar com as mulheres, morando nas montanhas, durante um ano.
Sua fé inabalável ajudou a fortalecer a fé em Darlene durante esse período. Ela
passou a respeitar Dr. Jaffrey como a um pai, e era grata pelo conforto e pela
sabedoria que Deus proporcionava-lhe por interm édio dele. ^
Posteriormente, todos foram levados a um campo japonês de prisioneiros,
onde viveram em árduas condições. Os guardas tratavam as mulheres com cruel
dade e forçavam-nas a trabalhar por muitas horas com pouquíssim a comida.
Depois que Dr. Jaffrey mudou-se para outro acampamento, Darlene desesperou-
-se, imaginando quanto mais lhe seria tirado; no entanto, ela aprendeu a confiar
no consolo e no cuidado do Senhor. Deus usou essa mulher para reunir as pri
sioneiras como um grupo bem unido. Ela liderou-as na leitura bíblica e na ora
ção, concedendo força àquelas almas cansadas. O Senhor, misericordiosamente,
perm itiu que Darlene caísse nas graças do comandante, que observava o quanto
ela era respeitada e amada pelas prisioneiras. Isso me lembra da história de Jose,
no Antigo Testamento. Ele foi injustamente preso no Egito, mas Deus perm itiu
que ele caísse nas graças das autoridades, e assim, foi nomeado supervisor dos
prisioneiros. Da mesma maneira, o comandante da prisão colocou Darlene como
responsável pelo prédio em que ela e outras mulheres estavam alojadas.
Certo dia, Darlene recebeu a notícia de que Russell havia m orrido no
campo em que estava, e, por causa da piedosa influência de Darlene no campo
em que ela estava, até o comandante japonês prestou-lhe condolências e ten
tou consolá-la. Darlene, com os olhos no Senhor, pôde dizer ao comandante
que tinha esperança em Jesus, e assim, com partilhou a mensagem do evangelho
com ele, que começou a chorar. Como é irônico o fato de a pessoa que tentava
consolar e enxugar as lágrim as de outra, agora, derrama suas próprias lágrimas.
Infelizmente, os problemas de Darlene não ainda não haviam terminado.
A polícia secreta acusou a m issionária de ser espiã, e ela foi levada a um a pnsao
terrível, na qual foi espancada e só podia comer um copo de arroz por dia. Ela
ficou tão fraca e doente, que ficou com os cabelos brancos, mesmo sendo uma
jovem de 2 0 e poucos anos! É difícil im aginar como Darlene deve ter se sentido
quando foi condenada à morte, mas Deus ainda não tinha acabado Sua obra,
178
a cv n^jx^ãxL o jn ô jn v m uruLci'
pois Ele ainda tinha importantes planos para ela. Bem no momento certo, o co
mandante de seu antigo campo conseguiu convencer os oficiais da polícia secre
ta de que ela era inocente. Em um momento dramático que se assemelha a um
filme de ação, vários oficiais chegaram em seus veículos e im pediram a execução
bem na hora em que os guardas estavam desembainhando suas espadas. Ufa!
Eles levaram-na para seu antigo campo, e você pensaria que as coisas fi
caram bastante tranquilas quando ela voltou ao campo e à antiga função de
supervisora de todas as prisioneiras. N em tanto. Os bombardeiros forçaram as
mulheres a dormirem em trincheiras à noite. Seus barracões foram queimados,
fazendo com que elas vivessem com pouquíssim a com ida cm cabanas improvi
sadas na selva. Pela graça de Deus, Darlene conseguiu sobreviver até que o fapão
finalmente se rendeu.
Darlene passou três anos confinada e chegou a pesar míseros 36 quilogra
mas ao fim de toda a provação. Quando finalmente conseguiu embarcar em um
navio para voltar para casa, ela pensou que jamais ia querer voltar àquelas ilhas.
Pense: ela perdeu sua saúde, seu marido, seus bens — tudo — , e tinha apenas
2 8 anos. Contudo, ao ver os cristãos nativos correndo para a praia a fim de lhe
darem adeus, seu coração endurecido começou a amolecer-se.
Darlene voltou aos Estados Unidos, e posteriormente se casou com um
homem maravilhoso chamado Jerry Rose. Ela faleceu em fevereiro de 2 0 04 ; no
entanto, viveu de modo pleno e compartilhou a mensagem do evangelho por onde
passou. Ela escreveu um livro sobre suas experiências intitulado Evidence Not Sem
[Sem provas, tradução livre] (H arper Collms, 1990). Em um sentido muito real,
Darlene sabia que Deus era seu provedor até mesmo em tempos mais sombrios.
Ela também sabia o significado de ser um sacrifício vivo, permitindo que o Se
nhor a usasse independente das circunstâncias. O desespero foi transformado em
esperança, e a fraqueza foi substituída pela força divina. Ela entregou tudo o que
tmha, e o Senhor sustentou-a, consolou-a e concedeu-lhe provisão.
Em minha opinião, Darlene foi uma heroína. Ela viveu por Cristo, encontrou
nele seu socorro e, por meio de sua fé e esperança, levou a Ele inúmeras outras
pessoas. Sou inspirada por sua vida abençoadora c por sua confiança no Deus
179
C a p ít u lo 12
que cuida de suas necessidades. Quero que você leia o que ela escreveu sobre
uma experiência que lhe ocorreu logo após descobrir que seu primeiro marido
havia falecido. Eis as palavras dela:
180
C)<2^xv a, ujtni^LOj ojrvàJLLL mundo
Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. E bem sabeis também vós; ó
filipenses, que, no principio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja
comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também,
uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas,
mas procuro ofru to que aumente a vossa conta. Mas bastante tenho recebido e tenho
abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me fo i
enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. O meu
Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por
Cristo Jesus}
181
C a p ítu lo 12
Um cheiro de suavidade
182
c ) c ^ í i. a líín^üO/cm.'(>.umimclo
o que tenho, porque nunca sei quando posso precisar? Vou correr um risco aqui
e supor que você quer ser um aroma suave para os outros.
O termo cheiro de suavidade que Paulo utiliza em sua carta refere-se a uma
oferta de gratidão. N o Antigo Testamento, Deus instruiu Seu povo a fazer uma
oferta como expressão de ações de graça ao Senhor. Nós, cristãos, não mais
ofertamos sacrifícios como os do Antigo Testamento, um fato pelo qual sou
muito grata. N o entanto, isso não significa que não ofereçamos sacrifícios espi
rituais. N a carta aos Romanos, Paulo escreveu: Rogo-vos, pois, irmãos , pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional ,3 E o autor de Hebreus desafiou seus leitores da mesma maneira:
Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a D eus sacrifício de louvor, isto ê, o fr u t o dos lábios que
confessam o seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacri
fícios, D eus se agrada 4
U m sacrifício é um ato de adoração. É um a oferta a Deus que flui de um
coração grato e hum ilde. M ais do que isso, é uma oferta que nos custa algo.
Pode ser óbvio, mas vou afirmar assim mesmo: um sacrifício é, de modo geral,
um a ação ou algo que não é fácil conceder. A perfeita imagem de sacrifício é o
que Cristo, ao sofrer e morrer em nosso favor, fez por nós na cruz. Esse foi o
exemplo mais puro de amor.
Deus chama-nos para sermos sacrifícios vivos, oferecendo o que temos como
instrumentos a serem usados por Ele a fim de glorificá-lo. Paulo disse que as
dádivas dos filipenses eram um cheiro de suavidade e sacrifício agradável e apra
zível a Deus. Quando penso em sacrifícios aprazíveis comparados aos que não
o são, é inevitável não recordar Caim e Abel. O primeiro ofereceu o que era
fácil. Era apenas o fruto da terra, mas Deus exigia sacrifício de sangue, o qual
teria um preço. Porém, mais im portante que o sacrifício era o coração de quem
o oferecia. Caim não parecia interessado no que agradava a Deus; ele queria
oferecer o que lhe era cômodo.
Infelizmente, muitas vezes nossas ofertas não são tão diferentes da de
Caim. È fácil entregar o dinheiro ou o tempo sobresselente, mas é muito mais
desafiador esforçarmo-nos no âmbito da doação. Precisamos ser sábias e pru
dentes com nosso tempo, orçamento e talentos, mas também precisamos viver
com atitudes generosas e sacrificiais nessas áreas. Isso pode significar que preci
saremos doar além do que é fácil e conveniente. Os sacrifícios aceitáveis não são
necessariamente os confortáveis. E difícil viver de maneira generosa e sacrificial,
183
C a p ítu lo 12
mas isso proporciona alegria e bênçãos. Veja o que isso pode significar em ter
mos práticos:
• Levar um jantar para um a amiga que está doente, mesmo que ela more
do outro lado da cidade.
• Abrir seu lar para um a conhecida que precise de um lugar para ficar.
• Ser legal com a menina com quem ninguém conversa.
• N ão aproveitar o silêncio na conversa para fofocar sobre outra pessoa.
• Abrir mão de seu almoço para ajudar outra pessoa em necessidade.
• T irar um tempo para escrever um a carta para um soldado, prisioneiro
ou alguém que precise de encorajamento.
• O fertar mais do que o dizim o para ajudar o ministério.
• Fazer algo legal por alguém que foi rude com você.
• Sinceramente orar por seus inimigos.
• Edificar alguém com seu sorriso mesmo quando não sentir vontade
de sorrir.
• Falar gentilmente com alguém que você acha que não merece sua bon
dade.
• Emprestar a alguem sem esperar algo em troca.
O filho honrará 0 pai, e 0 servo), ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde esta a minha
honra? E, se eu sou Senhor, onde está 0 meu temor? — diz 0 SENHOR dos Exér
citos a vós, ó sacerdotes, que desprezais 0 meu nome e dizeis: Em que desprezamos
nós 0 teu nome? Ofereceis sobre 0 meu altar pão imundo [...] Pois maldito seja 0
184.
o V j a a. (l ê n ç ã o e m o tu I m u n i l o
Eta! Eu diria que Deus não gostou muitos de os israelitas estarem desper
diçando sacrifícios. Que possamos oferecer sacrifícios aprazíveis por meio de
nosso tempo, talentos e tesouros. Vamos parar de dar a Deus somente as sobras.
Paulo disse aos colossenses: E, tudo quanto fizerdes, fa z ei-o de todo o coração, como ao
Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo,
o Senhor, servis b
Agora, faço um alerta a qualquer uma de minhas preciosas leitoras que
curtem um sentimento de culpa: não adquiram um a m entalidade legalista do
tipo: “Eu preciso fazer algo para Deus”. O perfeito sacrifício por nossos peca
dos já foi pago por Jesus Cristo. Não podemos merecer o favor de Deus além
do que Cristo já fez na cruz. Ele é o Cordeiro perfeito e imaculado que tira o
pecado do mundo. Portanto, nossos sacrifícios espirituais são atos de adoração
ao Senhor. Vamos honrá-lo com dádivas e cheiros de suavidade, e não com chei
ros desagradáveis a esmo.
Quero ainda destacar uma últim a fala de Paulo. Além de dizer aos fili-
penses que suas dádivas eram cheiros de suavidade e sacrifícios aceitáveis, o
apóstolo acrescentou que eles estavam agradando ao Senhor. Os sacrifícios só
puderam ser aprazíveis a D eus porque foram ofertados com a atitude correta.
Assim como vivemos de maneira generosa e sacrificial, vamos também viver em
gratidão. Que tenhamos uma atitude grata toda vez que doarmos.
0 fi/iXLjadas, Seníux/Lj pxvi/t ild a s cjxie/iruiy cleAte^ 0 j^e/ie^XJy- te. m cw tempo/ cjjjtlqz
p/cedente/ Oê/u^acla^ §enJia/^ pjzfaAy
cjxte/ »rte <umceíleAÍe< âue/iQ/ Eo-UaIo/i. an/§ejr^n/i/yXÃ2ÍAÍ^Áiindxi/-i^ 0 {z/úaxxAct/,
Sen Jxa/ v, p.e£a/ Í a íc n t o / cpxe. m e. d e ò te j Q x ííu n ia / iia jn ^ jtte y Qy ct|e/Lex^3y a tv , pxiAxv
tSaw gpÈo/Ltcu
185
C a p ít u lo 12
Se estivermos fazendo algo apenas para agradar aos outros, provavelmente nos
frustraremos.
N o entanto, sejamos 100% transparentes aqui: é raro doarmos ou fazer
mos algo por outras pessoas por motivos completamente puros. Apesar disso,
ainda podemos ter a atitude correta ao servir, sacrificar e ofertar. Tudo é uma
questão de escolher ser grata e de voltar os olhos ao louvor e à adoração a Deus
por meio de nossa oferta. Fazendo isso, nosso foco muda, e nossa atitude é
transformada, ficamos alegres ao ofertar, e como sabemos, Deus ama quem dá
com alegria!
186 .
mas também oportunidades vocacionais. Os especiais membros da D R I apren
deram a fazer sabão, loções, chocolates e molhos que vendem por todo o país.
Os funcionários ajudam a descobrir o que os assistidos podem fazer, sem preo
cuparem-se com o que não podem fazer. Eles até começaram um coro de sinos,
perm itindo que os membros ofereçam o dom da música ao público. Recente
mente tive a oportunidade de ver e ouvir o coro de sinos apresentar-se, e cheguei
a chorar com a música produzida por essas amáveis pessoas.
Enquanto assistia à apresentação, lembrei-me das diversas maneiras como
Deus prepara-nos para ofertar. Todas nós temos algo para oferecer. Os mem
bros da D R I descobriram o que poderiam fazer e como poderiam doar isso
aos outros. O Senhor concedeu dons e talentos a cada uma de nós — e não
im porta o tamanho — para que sejam com partilhados com as pessoas deste
mundo. Assim, nunca devemos falar que não temos o que oferecer. Permita que
Deus use você da maneira como Ele equipou-a. Estenda a mão ao próximo com
o que você tem.
A beleza de ser uma bênção é que você recebe bênção. Você não sai para
buscá-la, mas, em geral, ela vem até você de alguma forma ou maneira. Quando
você serve outras pessoas que estão necessitadas, segue a isso um sentimento de
euforia. Quando você demonstra misericórdia, você recebe-a de volta. Lembre-
-se das palavras de Jesus: Dai' e ser-vos-á dado; boa medidai, recalcadai} sacudida e transbor
dando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.7
A qui Jesus não estava falando sobre dinheiro, mas sobre atos de amor, bondade
e perdão.
Paulo oferece um belo lembrete aos seus amigos filipenses: Deus supriria
as necessidades deles de acordo com as Suas gloriosas riquezas. O professor de
Bíblia W arren W. W iersbe comentou: “Deus não prometeu que supriria todas
as nossas ganâncias. Quando o filho de Deus está de acordo com a Sua vontade,
servindo para a gloria dele, então, todas as suas necessidades serão supridas”.8
as gloriosas riquezas de Deus são insondáveis. Ele é Senhor de tudo. A Bíblia
lembra-nos de que Ele é capaz de ja z er tudo m uito mais abundantemente além daquilo
que pedim os ou pensam os:1 Se você já se sentiu inadequada, incapaz, despreparada ou
oprim ida quando se trata de abençoar outras pessoas, deixe-me reafirmar que
Deus lhe dará tudo o que você precisa.
O medo impede voce de usar seus talentos e suas habilidades para ser uma
bênção para outras pessoas? Seja fortalecida pelas palavras de Paulo: O meu Deus,
187.
C a p ít u lo 12
segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória. Talvez você esteja
tendo dificuldade em perdoar, achando que simplesmente não consegue fazer
isso. Deus suprirá as suas necessidades segundo Sua glória. Aliás, Suas riquezas
são transbordantes e abundantes quando se trata de perdão. Talvez você tenha
problemas em abençoar alguém que está emocionalmente carente e chato. Peça
para Deus conceder-lhe sabedoria para estabelecer limites prudentes, mas tam
bém um amor genuíno por essa pessoa, para que você possa ser um cheiro de
suavidade. Assim como uma fragrância agradável pode superar um cheiro ruim ,
nosso dom de amar pode embelezar uma pessoa problemática.
Deus irá equipa-la com o que você precisa para abençoar outras pessoas.
N ão tenha medo. N ão se detenha. Busque-o para receber dele o que você precisa
a fim de ser um presente para as pessoas que Ele coloca em sua vida. Lembre-
-se de que você não precisa suprir todas as necessidades, mas pode fazer algo
para alegrar outra pessoa. Peça para o Senhor guiá-la e orientá-la para onde
você deveria doar e ajudar pessoas. Pode não ser em um m inistério; Deus pode
orientá-la a estender a mão ao seu vizinho, à pessoa que trabalha no cubículo ao
lado do seu ou a uma colega de escola que pareça solitária. N inguém é inútil.
Todos têm algo a oferecer a este mundo. Seja a benção!
Busca pessoal
188
G )e jX L a / í z & t u ^ c u i' e ii v ò j l w t n u n x L a s
Agora que fez uma pequena avaliação de fragrância, considere o que você
fará para dar um passo em frente a fim de ser aquele aroma agradável.
189
CONCLUSÃO
C_^S*_-<lando minha filha decidiu que queria estudar na Texas A& M U ni-
versity, não ficamos muito animados. Como ex-alunos da Baylor University,
eu e meu marido não tínhamos boas lembranças dos Aggies, porque eles eram
obstinados torcedores com tradições exageradas. Pensamos: “Quem gostaria de
estudar em uma universidade em que não im porta o contexto, eles dão um grito
toda vez que o nome da faculdade é mencionado — até no culto?”
N o entanto, aos poucos, acostumamo-nos à ideia. Bem, eu imediatamente
me acostumei quando levei m inha filha à ao campus, mas C urt precisou de um
semestre e meio para conformar-se com um a Aggie na fam ília. Contudo, devo
adm itir que, como passar dos anos, chegamos a amar a faculdade, e ficamos
muito impressionados com a qualidade dos alunos que conhecemos.
Uma coisa que você precisa saber é que os alunos não apenas frequentam a
Texas A& M ; a vida deles é transformada. A m aioria dos alunos, inclusive minha
filha, participa de uma pescaria antes de começar o primeiro ano. Eles entram
C onclusão
192
Ja À c u a jiX L L X À in c u U v
pinto, o qual Ele concedeu-nos. Ele nunca nos deixará nem nos abandonará. Ele
ama-nos com amor eterno, e é compassivo e misericordioso, tardio para irar-sc c
grande em amor. Oh, que alegria é conhecê-lo! Ele redime-nos, transforma-nos,
amadurece-nos e ama-nos.
Paulo term ina sua carta com um lembrete e uma saudação final:
Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém! Saudai a todos
os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos
vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.3
Voltemos nosso coração para o alto, e que nossas palavras e ações pro
clamem: A nosso D eus e Pai seja dada glória para todo o sempre! Sim, vale a pena viver
e ofertar nossos dons quando fazemos isso para a glória de Deus Pai. E não é
maravilhoso chamá-lo de nosso Pai? Que privilégio! Que alegria é ser filha de
Deus e fazer parte de Sua família. As palavras de Paulo soam como uma sauda
ção fam iliar entre irmãos e irmãs. È isso que somos. Vamos encorajar uns aos
outros a prosseguir com rompantes de amor e de boas obras!
Depois de passear pelas páginas deste livro, espero sinceramente que você
venha a conhecer a essência da mensagem de Paulo a seus irmãos em Cristo de
Filipos. M ais importante, espero que você tenha experimentado um mover em
seu espírito para viver e respirar sua fé em Cristo de um modo mais profundo e
mais sincero. Buscar a Cristo apaixonadamente é uma jornada de fé com o obje
tivo de não apenas conhecê-lo melhor, mas também experimentar Seu poder em
nossa vida. Alegria, paz e contentamento são os belos frutos de nossa caminha
da com Ele. Em essência, buscamos a Deus porque Ele buscou-nos primeiro.
Que o conhecimento de Seu abundante amor e a força de Seu Espírito deem-lhe
asas para planar sobre as nuvens da vida.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!4
193 .
COMECE U M A POSITIVE
WOMAN CONNECTION
eA tu cia y
Use as perguntas para estudo a seguir, listadas por capítulo, para discussão em
grupo. Sc você for a líder, visite meu site e baixe gratuitam ente orientações para
líderes que a ajudarão a liderar os debates em grupo. Que Deus abençoe-a e
conduza-a enquanto você irradia Sua luz em sua comunidade.
. 196.
Ç P e / u j i i n t a A . pa/ta. còjtucla/
197.
Comece uma Positive Woman Connection
Qapítulo 9 — £squeça o passado e prossiga para aquilo que está por vir
1. Houve um momento em sua vida em que você precisou prosseguir
m ental ou fisicamente durante suas dificuldades?
2. Por que permanecer no passado tende a derrotar-nos?
3. Por que é tão fácil remoer sofrimentos passados? Deque maneiras
práticas podemos parar isso?
4. Releia Hebreus 12.1,2. Quais são os pesos de sua vida que você precisa
deixar de lado para buscar a Cristo?
5. Para você, o que significa ser semelhante a Cristo?
198
e / u f u n t c iA / p x x /ia s e A Í u d a s
199
Introdução — Buscando felicidade e encontrando alegria
1. B L A N C H A R D , John. M ore Gathered Cold: Treasury o f Q uotations tor C hristians. H ertfordshire,
2. Salm o 2 3 .6 .
2. 2 C orin tio s 4 .7 -9 .
2. Filipenses 1.1,2.
3. Filipenses 1.3-6.
5. Filipenses 1.7,8.
6. João 1 3 .3 4 ,3 5 .
8. Rom anos 5 .1 -8 .
shers, 2 0 0 9 . p. 39.
11. Lucas 6 .3 7 ,3 8 .
4. Filipenses L I 5 - 18.
5. M arcos 9.3 5 .
6. M arcos 9 .3 7 .
7. M arcos 9 .3 9 ,4 0 .
8. H ebreus 1 2 .1-3.
2. Salm o 103.5 ,8 .
3. L E W IS, C .S. Weight o f G lory. Nova York, N Y : H arperO ne, 2 0 0 1 . p. 26 .
5. Ibid. p. 16.
6. Ibid. p. 2 4 1 ,2 4 2 .
7. W ebster’s N ew World D ictionary, C ollege Edition. Nova York: T h e W orld Publishing, 1 9 6 6 . p. 1 069.
8. Lucas 2 2 .4 2 .
9. M arcos 8.3 3 .
13. Filipenses 1 .2 7 -3 0 N V I.
14. Salm o 2 3 .4 .
1 5 .T ia g o 1.2-5.
202
véu d c u m a imiUu>A
2. Salm o 3 4 .1 .
5. Filipenses 2 .5 - 1 1.
6. R om anos 10.9.
7. A pocalipse 5 .1 1-1 4 .
8. Se você quiser conversar pessoalm ente com alguém sobre dar um passo de fé e crer em C risto,
ligue p ara I-8 8 8 -N e ed H im .
2.S H E R R IN G T O N , Kevin. "C lass Acts: C om petitive S p irit Gives W ay to C aring A fter Vol-
leyb al P layers Injury . D allas M orning M ews, 0 6 de novembro de 2 0 0 9 .
3. Filipenses 2 .1 2 ,1 3 .
6. Efésios 1.9 N V I.
7. 2 Tessalonicenses I .I I N V I.
8. R om anos 8 .2 8 .
9. Jeremias 2 9 .1 0 ,1 1 N V I.
10. R E D M A N , Rob. “Crowded Kindness". The H igh C alling o f O u r D a ily Work. 2 1 de o utu
bro de 2002. D isponível cm: < h ttp :/ / w w w .th eh igh calling.org/ L ibrary/ V iew L ib rary.
asp ?L ib raryID = 2 5 7 >.
I I . Filipenses 2 .1 4 -1 8 .
12. Salm o 1 0 6 .2 4 -2 7 .
1 3 .T iag o 1 .19 ,2 0 .
.2 0 3 .
N otas
2. A tos 16.1 -5 .
3. I T im ó teo 4 .1 2 .
4 . 2 T im ó teo 1.7.
5. 2 T im ó teo 1.3-5.
6. I T im ó teo 1.3,4.
7. Filipenses 2 .2 5 -3 0 .
8. SA LE S, Francisco de. Introduction to the D evout Life. Garden C ity, N Y : Image, 1 96 6 .
9. C olossenses 3.1 ,2 .
11. M ateus 2 2 .3 7 .
12 Publicado com a perm issão de Susie Jenning. Para m ais inform ações sobre a O peration Care,
2 0 0 9 . p. 15 9 - 16 1.
4 . Efésios 5 .3 1 ,3 2 .
5. Jerem ias 9 .2 3 ,2 4 .
8. Efésios 3 .1 6 -2 1 .
Capítulo 9 — Esqueça o passado e prossiga para aquilo que está por vir
1. F ilipenses 3 .1 2 -1 4 .
2. I C orín tio s 9 .2 4 -2 7 .
3. W IE R SB E , W arren W . B e J o y fu l. C olorado Springs, C O : D avid C. C ook, 2 0 0 8 . p. 114.
4. Lucas 1 0 .4 1 ,4 2 .
.20 4 .
C lL a p x ic x o r u m íe / (z u á x x x . d & u m a . m u tík e / i
5. Salm o 2 7.4 .
6. C olosscnses 3.1 7 .
7. Colosscnses 3 .2 3 ,2 4 .
8. 2 C oríntios 3 .1 8 — 4.1.
10. B R O W N , Joyce Vollm er. C orageous C hristians. Chicago, IL: M o o d y Press, 2 0 0 0 . p. 140.
12. I Pedro 2 .9 -1 2 .
2. Filipenses 4 .4 -7 N V I.
3. Salm o 14 2 .1-3.
4. F ilipenses 4 .6 ,7 .
5. Salm o 34 .4.
6. Team H oyt, the H oyt Foundation. “A bout Team H o y t”.T eam H oyt. D isponível em: <www.
2. filip en ses 4 .I 0 - I 2 .
3. I T im ó teo 6 .6 -8 .
4. H ebreus 13.5,6.
5. Salm o 23 .
8. T iag o 5 .1 6 N V I.
205
N o tas
2. Filipenses 4 .1 4 -1 9 .
3. Rom anos I 2 .F
4. H ebreus 1 3 .1 5 ,1 6 .
6. C olossenses 3 .2 3 ,2 4 .
7. Lucas 6.38.
8. W IE R SB E , W arren W. Be J o y fu l. C olorado Springs, C O : D avid C. C ook, 1 9 7 4 . p. 146.
9. Efésios 3.20.
blishers, 2 0 0 9 . p. 185.
3. Filipenses 4 .2 0 -2 2
4. Filipenses 4 .2 3 .
206
a a u to /L a
Repleto de inspiradoras histórias da vida real, passos práticos e questões para es
tudos, este livro é perfeito tanto para momentos pessoais de calmaria como para
estudos bíblicos em grupo. Comece sua apaixonada busca pessoal por Cristo e
apaixone-se intensamente por Ele e pela Sua Palavra, entenda Seus planos para a
sua vida e encontre-se dizendo: “Pai, quero o que tu queres”.
A
K a r o l La d d
Conhecida como A mulher positiva, devido ao seu trabalho como líder feminina e pales
trante, ela já publicou mais de 25 livros e é recordista em vendas nos Estados Unidos. Seus
best-sellers incluem The Power of a Positive Mom, e The Power of a Positive Woman.