You are on page 1of 96

POLUIÇÃO DO AR

Poluição do Ar

Poluição atmosférica
• É a presença um ou mais poluentes na
atmosfera em quantidades e duração que
possam ser nocivos para os seres
humanos, plantas ou animais, ou para os
materiais, ou que possa interferir com a
qualidade de vida ou as actividades
económicas.

António Gonçalves Henriques 1


POLUIÇÃO DO AR

Composição da atmosfera
Percentagens das principais componentes
(ar seco e ao nível do mar):
Componente Volume percentual
Azoto (N2) 78,084
Oxigénio (O2) 20,946
Árgon (Ar) 0,934
Dióxido de Carbono (CO2) 0,037
Néon (Ne) 0,001818
Hélio (He) 0,000524
Metano (CH4) 0,0002
Kripton (Kr) 0,000114
Hidrogénio (H2) 0,00005
Óxido Nitroso (N2O) 0,00005
Xénon (Xe) 0,000009

Pressão atmosférica (mbar)


0 200 400 600 800 1 000
120
Temperatura
110 Pressão
100 Termosfera

90
Mesopausa
80
Mesosfera
Altitude (km)

70

60 Estratopausa
50
Estratosfera
40

30 Tropopausa

20 Camada de ozono

Troposfera
10
Pressão ao nível do mar
0
–80 –40 0 40 80 120 1 000 mbar
Temperatura (˚C)

António Gonçalves Henriques 2


POLUIÇÃO DO AR

Refinaria de Sines

Refinaria de Matosinhos

António Gonçalves Henriques 3


POLUIÇÃO DO AR

Cimenteira de Souselas

Cimenteira de Alhandra

António Gonçalves Henriques 4


POLUIÇÃO DO AR

Alhandra

Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro (Gondomar)


3 grupos de 50 MW = 150 MW a carvão e fuelóleo (desactivada em 2004)

António Gonçalves Henriques 5


POLUIÇÃO DO AR

Central Termoeléctrica do Pego (Abrantes)


2 grupos de 300 MW = 600 MW a carvão betuminoso

Central Termoeléctrica do Pego (Abrantes)


2 grupos de 300 MW = 600 MW a carvão betuminoso

António Gonçalves Henriques 6


POLUIÇÃO DO AR

Central termoeléctrica de Sines


4 grupos de 314 MW = 1256 MW, com um consumo unitário de 116 t/h à carga nominal com carvão de 27600 kJ/kg

Central de ciclo combinado do Ribatejo


3 grupos de 392 MW = 1176 MW a gás natural em ciclo combinado com rendimento de 57,5%

António Gonçalves Henriques 7


POLUIÇÃO DO AR

Siderurgia Nacional - Seixal

Siderurgia Nacional - Seixal

António Gonçalves Henriques 8


POLUIÇÃO DO AR

Incineradora de resíduos da Valorsul – São João da Talha

Incineradora de resíduos da Valorsul – São João da Talha

António Gonçalves Henriques 9


POLUIÇÃO DO AR

Incineradora de resíduos da Valorsul – São João da Talha

Rotunda do Marquês de Pombal - Lisboa

António Gonçalves Henriques 10


POLUIÇÃO DO AR

Rotunda do Marquês de Pombal - Lisboa

António Gonçalves Henriques 11


POLUIÇÃO DO AR

Congestionamento na Via do Infante - Algarve

Beijing - China

António Gonçalves Henriques 12


POLUIÇÃO DO AR

Acesso a S. Paulo - Brasil

Poluentes primários

CO CO2
Poluentes secundários
SO2 NO NO2
SO3
Hidrocarbonetos
HNO3 H2SO4
Partículas em suspensão
H2O2 O3 HAPs
NO–3 SO42 –
Fontes Naturais
Estacionárias

Móveis

António Gonçalves Henriques 13


POLUIÇÃO DO AR

ACTIVIDADES
HUMANAS

PRESSÕES ESTADO IMPACTES RESPOSTAS

Saúde Humana
Normas legais,
Emissões Qualidade do Ar taxas,
informação,...
Ecossistemas e
Vegetação
Planos e
Programas de
Redução de
Materiais Poluição

QUALIDADE DO AR

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 14


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR

Forçadores Substâncias Substâncias


Partículas
do clima acidificantes eutrofizantes

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Substâncias Substâncias


Partículas
do clima acidificantes eutrofizantes

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 15


POLUIÇÃO DO AR

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Substâncias Substâncias Ozono ao


Partículas
do clima acidificantes eutrofizantes nível do solo

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Ozono ao
do clima nível do solo

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 16


POLUIÇÃO DO AR

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Substâncias Substâncias


Partículas
do clima acidificantes eutrofizantes

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores
Partículas
do clima

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 17


POLUIÇÃO DO AR

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Ozono ao
Partículas
do clima nível do solo

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Partículas

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 18


POLUIÇÃO DO AR

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Partículas

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

SAÚDE
CLIMA ECOSSISTEMAS HUMANA

IMPACTES

QUALIDADE DO AR

Forçadores Substâncias Substâncias Ozono ao


Partículas
do clima acidificantes eutrofizantes nível do solo

EMISSÕES

SO2
HAP
NOx COV Metais
NH3
CO pesados

Partículas
primárias

António Gonçalves Henriques 19


POLUIÇÃO DO AR

Principais poluentes atmosféricos


Classe Exemplos

Óxidos de carbono Monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2).

Óxidos de enxofre Dióxido de enxofre (SO2) e trióxido de enxofre (SO3).

Óxidos de azoto Óxido nítrico (NO), dióxido de azoto (NO2) (NO e NO2
são frequentemente considerados conjuntamente sob a
forma de NOX), óxido nitroso (N2O).

Compostos orgânicos voláteis (COVs) Metano (CH4), propano (C3H8), clorofluorcarbonetos


(CFCs).

Material particulado em suspensão (MPS) Partículas sólidas (poeira, fuligem, amianto, chumbo,
nitratos e sulfatos), gotículas líquidas (ácido sulfúrico,
bifenilos policlorados – PCB, dioxinas e pesticidas).

Oxidantes fotoquímicos Ozono (O3), peróxidos de acetilnitrato (PANs), peróxido


de hidrogénio (H2O2), aldeídos.

Substâncias radioactivas Radão-222, iodo-131, estrôncio-90, plutónio-239.

Poluentes perigosos, que têm efeitos na Tetracloreto de carbono (CCl4), clorometano (CH3Cl),
saúde humana, designadamente porque clorofórmio (CHCl3), benzeno (C6H6), brometo de
são cancerígenos, provocam mal- etileno, EDB (C2H2Br2), formaldeído ou metanal
formações nos nascituros e afectam o (CH2O2).
sistema nervoso.

Principais poluentes do ar exterior


Monóxido de Carbono (CO)

Descrição: gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito perigoso devido à sua
grande toxicidade. É produzido pela queima em condições de pouco oxigénio
(combustão incompleta) e/ou alta temperatura de carvão ou outros materiais ricos em
carbono, como derivados de petróleo.
(2 C + O2 2 CO).

Principais fontes humanas: fumo do tabaco, combustão incompleta de combustíveis.


Cerca de 77% (95% nas cidades) tem origem nos gases de escape dos veículos
automóveis.

Efeitos sobre a saúde: Reage com a hemoglobina nas hemácias e reduz a


capacidade do sangue para transportar oxigénio para as células e tecidos corporais, o
que prejudica as funções de percepção e o pensamento; retarda os reflexos, provoca
dores de cabeça, sonolência, tonturas e náuseas, e pode provocar ataques cardíacos e
angina, danos no desenvolvimento de fetos e crianças pequenas, agrava a bronquite
crónica, enfisema e anemia. Em níveis elevados provoca o colapso, coma, danos
celulares irreversíveis do cérebro e a morte.

António Gonçalves Henriques 20


POLUIÇÃO DO AR

Principais poluentes do ar exterior


Dióxido de enxofre (SO2)
Table 20-2
Page
Descrição: Incolor, irritante, formado 438
principalmente a partir da combustão de
combustíveis fósseis que contêm enxofre, tais como carvão e petróleo (S + O 2  SO2),
na atmosfera pode ser convertido em ácido sulfúrico (H 2SO4), um componente principal
da acidificação da atmosfera.

Principais fontes humanas: a combustão de carvão e óleos pesados em centrais


termoeléctricas (88%) e processos industriais (10%) e a combustão de gasóleo
rodoviário.

Efeitos na saúde: problemas respiratórios para as pessoas saudáveis, e a restrição


das vias aéreas nas pessoas com asma; a exposição crónica pode causar uma
condição permanente semelhante à bronquite. Segundo a OMS, pelo menos 625
milhões de pessoas estão expostas a níveis perigosos de dióxido de enxofre pela
queima de combustíveis fósseis.

Efeitos ambientais: reduz a visibilidade; a deposição de H2SO4 pode provocar danos


na vegetação, em particular árvores, no solo e na vida aquática em lagos.

Danos materiais: O SO2 e o H2SO4 podem provocar a corrosão de metais e a


degradação da pedra em edifícios, estátuas e monumentos; o SO 2 pode danificar as
pinturas, o papel e o couro.

Principais poluentes do ar exterior


Dióxido de azoto (NO2)

Descrição: Gás de cor acastanhada ou castanho-avermelhada, de cheiro forte e


irritante, muito tóxico, é um poderoso oxidante que, nas reacções na atmosfera pode
dar origem a ácido nítrico, bem como a nitratos orgânicos que contribuem para
fenómenos com elevado impacto ambiental, como as chuvas ácidas e a eutrofização de
lagos e rios (HNO3).

Principais fontes humanas: queima de combustíveis fósseis em veículos automóveis


(49%) e instalações termoeléctricas e industriais (49%).

Efeitos na saúde: irritação pulmonar e danos; agrava a asma e bronquite crónica,


aumenta a susceptibilidade a infecções respiratórias, como
constipações e gripes (especialmente em crianças pequenas e idosos).

Efeitos ambientais: reduz a visibilidade; a deposição ácida de HNO3 pode danificar a


vegetação, em particular árvores, solo e a vida aquática em lagos.

Danos materiais: a deposição de HNO3 pode provocar a corrosão de metais e a


degradação da pedra em edifícios, estátuas e monumentos; o NO 2 pode danificar
tecidos.

António Gonçalves Henriques 21


POLUIÇÃO DO AR

Acidificação
• Causas principais:
– dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de azoto (NOX) provenientes da
combustão de combustiveis fosseis;
– amoníaco (NH3) proveniente da agricultura.
• Principais efeitos:
– mortalidade de plantas e peixes provocada pela maior acidificação do
ambiente;
– danos causados nos materiais de construção;
– poluentes tais como os metais pesados e os nitratos são mais
facilmente libertados para as águas subterraneas.

Efeito das chuvas ácidas nas florestas

António Gonçalves Henriques 22


POLUIÇÃO DO AR

Efeito das chuvas ácidas nos materiais


CaCO3 (s) + H2SO4 (aq) CaSO4 (aq) + CO2 (g) + H2O (l)

Limites de tolerância à acidez de alguns grupos de peixes,


anfíbios e invertebrados

6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0

Trutas
Robalos
Percas
Sapos
Salamandras
Bivalves
Lagostins
Caracóis
Efémeras
(insectos)

António Gonçalves Henriques 23


POLUIÇÃO DO AR

Principais poluentes do ar exterior


Table 20-2
Material particulado em suspensão (MPS)

Page
Descrição: A variedade de partículas 438
e gotículas (aerossóis) suficientemente pequenas
e leves para permanecerem suspensas na atmosfera por curtos períodos (partículas
maiores) ou por períodos mais longos (partículas mais pequenas) provocam fumos
poeiras e bruma seca.

Principais fontes humanas: combustão de carvão em centrais termoeléctricas e


instalações industriais (40%), queima de gasóleo e outros combustíveis em veículos
automóveis (17%), cimenteiras, agricultura (“queimadas”), estradas de terra, actividades
de construção.

Efeitos na saúde: irritação no nariz e garganta, danos nos pulmões, e bronquite;


agrava bronquite e asma; reduz a vida; as partículas tóxicas (tais como chumbo,
cádmio, PCBs (bifenilos policlorados, C12H10nCln) e dioxinas (dibenzodioxinas
policloradas) e furanos) podem causar mutações, problemas reprodutivos e cancro.

Efeitos ambientais: reduz a visibilidade; a deposição de gotículas de H 2SO4 pode


provocar danos à vegetação , em particular às árvores danos, solos, e à vida aquática
em lagos.

Danos materiais: corrosão de metais, manchas e descoloração de edifícios, roupas,


tecidos e tintas.

Partículas Partículas Partículas


ultrafinas finas grosseiras

Núcleos de sal marinho

Cinzas volantes

Negro de fumo
Pigmentos de tintas Polens

Fumo de tabaco

Poeira de cimento

Farinha de trigo
Partículas da combustão Poeira de carvão
Fumo do petróleo

Pó e fumos da metalurgia

Smog fotoquímico

Poeiras de insecticidas

0.001 0.01 2.5 10.0 100.0


Diametro médio das partículas (micrometros)

António Gonçalves Henriques 24


POLUIÇÃO DO AR

Principais poluentes do ar exterior

Chumbo (Pb)
Table 20-2
Page
Descrição: metal sob a forma simples ou como438
compostos, sólidos em condições
normais, tóxicos, emitido para a atmosfera como partículas.

Principais fontes humanas: Pintura de edificações antigas, fundições (refinarias de


metal), fabricação de chumbo, baterias, a gasolina com chumbo (que foi eliminada nos
países desenvolvidos).

Efeitos na saúde: acumula-se no organismo provocando danos no sistema nervoso


central com atraso mental (especialmente em crianças); problemas de saúde digestivos
e outros, alguns produtos químicos contendo chumbo causar cancro.

Efeitos ambientais: Pode prejudicar a vida selvagem.

Principais poluentes do ar exterior


Ozono (O3)
Table 20-2
Page
Descrição: gás altamente reactivo, 438
irritante, com cheiro desagradável que se forma na
troposfera constituindo o componente principal do nevoeiro fotoquímico.

Principais fontes humanas: reacção química com compostos orgânicos voláteis


(COVs, emitidos principalmente por veículos automóveis e instalações industriais) e
óxidos de azoto para formar o smog fotoquímico.

Efeitos na saúde: problemas respiratórios, tosse, irritação nos olhos, nariz, garganta e
agrava doenças crónicas, como asma, bronquite, enfisema e doenças do coração;
reduz a resistência a gripes e pneumonia; pode acelerar o envelhecimento do tecido
pulmonar.

Efeitos ambientais: O ozono pode danificar plantas e árvores e pode reduzir a


visibilidade.

Danos materiais: Danos na borracha, tecidos e tintas.

* compostos orgânicos que em condições normais de pressão e temperatura têm alta


pressão de vapor, vaporizam significativamente e entram na atmosfera. Uma grande
variedade de moléculas a base de carbono, tais como aldeídos, cetonas, e outros
hidrocarbonetos leves são COVs.

António Gonçalves Henriques 25


POLUIÇÃO DO AR

Smog = Smoke + fog


Radiação
Smog fotoquímico é a poluição do ar, sobretudo
solar
em áreas urbanas, por ozono troposférico e
outros compostos originados por reações
fotoquímicas, reações químicas causadas pela
Radiação ultravioleta luz solar. O efeito visível é uma camada roxa
acinzentada na atmosfera.
NO
Óxido nítrico
O2
H2 O NO2 O
Oxigénio
Água Dióxido Oxigénio
molecular
de azoto atómico

hidrocarbonetos

CxHyO3 + NO2 → CxHyO3NO2

PANs
Peróxidos de
HNO3
acetilnitratos O3
Ácido Aldeídos
CH3CO3NO2 Ozono
nítrico (e.g., formaldeído)

Smog fotoquímico

40 25

35

Estratosfera 20
30
Altitude (milhas)
Altitude (km)

25 Ozono estratosférico
15

20

10
15

10
Troposfera 5
5
Ozono fotoquímico
0 0
0 5 10 15 20
Concentração de ozono (ppm)

António Gonçalves Henriques 26


POLUIÇÃO DO AR

Nova Iorque

Beijing

António Gonçalves Henriques 27


POLUIÇÃO DO AR

Londres
(filmagem de “Sherlock Holmes and the
Case of the Silk Stocking” recriando o
ambiente do final do século XIX)

Londres
(Claude Monet – 1904 “Londres, le Parlement. Trouée de soleil dans le brouillard“)

António Gonçalves Henriques 28


POLUIÇÃO DO AR

Cidade do México

Cidade do México

António Gonçalves Henriques 29


POLUIÇÃO DO AR

Poluição do ar no Sudoeste Asiático (1997)

Poluição provocada pelos fogos sobre o Bornéu (Outubro de 2006)

António Gonçalves Henriques 30


POLUIÇÃO DO AR

Poluição sobre a China (Outubro 2002)

Poluição provocada pelos fogos em Kuala Lumpur (Setembro de 2006)

António Gonçalves Henriques 31


POLUIÇÃO DO AR

Poluição provocada pelos fogos em Kuala Lumpur (Agosto de 2005)

Poluição provocada pelos fogos em Singapura (Outubro de 2006)

António Gonçalves Henriques 32


POLUIÇÃO DO AR

Fogos nos poços de petróleo no Kuwait, durante a Guerra do Iraque (Março de 2003)

Qualidade do ar nas zonas urbanas

António Gonçalves Henriques 33


POLUIÇÃO DO AR

Dispersão atmosférica

Eixo da pluma
de poluição
Perfis
Perfisde
de
concentração
concentração
da
dapoluição
poluição
Direcção
do vento
He a x3

He a x 2

He a x 1
Hs Hs – altura da chaminé

He – altura efectiva da chaminé


He = Hs + Δh

Δh – elevação da pluma

António Gonçalves Henriques 34


POLUIÇÃO DO AR

Camada de ar mais quente

Camada de inversão térmica


altitude

Camada fria

Montanha Montanha

Vale

Temperatura decrescente

António Gonçalves Henriques 35


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Nos espaços interiores:
• o desenvolvimento de microorganismos,
• o uso de produtos de limpeza,
• a existência de materiais e equipamentos poluentes,
• a própria ocupação humana e
• a deficiente ventilação e renovação do ar,
são alguns dos contributos para que tanto o número de poluentes
como a sua concentração sejam, em geral, muito mais elevados
do que no ar exterior.
Por estas razões, tem-se verificado uma atenção crescente para
os problemas da qualidade do ar interior.

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Mas, afinal, em que consiste a qualidade do ar interior?
Não se trata somente da existência (e concentração) de
poluentes:
• dióxido de carbono,
• monóxido de carbono,
• partículas,
• compostos orgânicos voláteis,
• radão,
• entre muito outros,
mas também do nível de conforto (humidade relativa e
temperatura) e da percepção que cada um faz da qualidade do ar
que se respira.
Os níveis de humidade relativa, temperatura e mesmo a presença
de certos compostos orgânicos voláteis (perfumes) podem ser
considerados “confortáveis” para alguns ocupantes, e
“desconfortáveis” para outros.

António Gonçalves Henriques 36


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Embora seja mais eficaz (e menos oneroso) prevenir os
problemas de qualidade do ar interior do que resolvê-los, através
de medidas como:
• a utilização de produtos, materiais e equipamentos pouco
poluentes,
• a localização correcta das entradas de ar nos edifícios longe de
focos de poluição exterior,
• a proibição de fumar,
• o correcto dimensionamento dos sistemas de climatização,
• entre outras,
muitas situações requerem simples soluções, como por exemplo:
alterações nos hábitos dos ocupantes,
• substituição de alguns materiais utilizados na decoração ou de
produtos utilizados na limpeza, ou
• um ajustamento das taxas de ventilação dos espaços
interiores.

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 37


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Para-diclorobenzeno
Desinfectante
Percloroetileno
Clorofórmio (casas de banho, armários).

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Para-diclorobenzeno
Desinfectante
Percloroetileno
Clorofórmio (casas de banho, armários).

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Susceptível de provocar irritação da pele,
Formaldeído
dos olhos e do sistema respiratório,
podendo levar ao desenvolvimento de asma
e rinite pela exposição continuada.
Potencialmente cancerígeno, afectando os
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno
rins e o fígado, embora não genotóxico.
Recomendado que não seja comercializado
nem utilizado em instalações sanitárias Estireno
públicas e residenciais na UE (ECHA 2012).
Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 38


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Percloroetileno
Para-diclorobenzeno Produto de limpeza a seco.
Clorofórmio Desengordurante de metais

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Percloroetileno
Para-diclorobenzeno Produto de limpeza a seco.
Clorofórmio Desengordurante de metais

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias

Toxicidade aguda e irritação dos olhos e Formaldeído


das vias respiratórias durante o uso de
máquinas de limpeza a seco e toxicidade
reprodutiva após a exposição a materiais
Óxidos de azoto que foram limpos a seco. Benzo(a)pireno
Toxicidade pela exposição continuada
durante as operações de limpeza a seco e Estireno
desengorduramento de metais.
Proposta de valores limite de exposição
Fumo de tabaco
continuada e valores limite biológicos bem
Amianto como de medidas de gestão do risco, na UE
(ECHA 2011). Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 39


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
bactérias
1,1,1-Tricloroetano
Solvente, limpeza de Formaldeído
metais, limpeza de
filmes fotográficos,
insecticida, corrector
de escrita em papel.
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
bactérias
1,1,1-Tricloroetano
Solvente, limpeza de Droga depressora do sistema nervoso Formaldeído
metais, limpeza de central, provoca tonturas, confusão,
filmes fotográficos,
insecticida, corrector
inconsciência e morte.
de escrita em papel. É teratogénica.
Óxidos de azoto Substância banida pelo Protocolo de Benzo(a)pireno
Montreal a partir de 1996 para os países
desenvolvidos Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 40


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído
Materiais de construção,
mobiliário de madeira
(colas), tratamento de
têxteis, carpetes e
Óxidos de azoto tapeçarias,
Benzo(a)pireno
desinfectante e biocida.
Fumo do tabaco.
Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
bactérias
1,1,1-Tricloroetano
Formaldeído
Irritação dos olhos, nariz, garganta e vias Materiais de construção,
respiratórias, lacrimejamento, tosse, mobiliário de madeira
(colas), tratamento de
sibilância. têxteis, carpetes e
Óxidos de azoto Cancerígeno. tapeçarias,
Benzo(a)pireno
Substância que suscita elevada desinfectante e biocida.
Fumo do tabaco.
preocupação (ECHA 2012) Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 41


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno


Fumo do tabaco, de
lareiras e de
Estireno
grelhados

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno


Cancerígeno (aparelho respiratório, pele, Fumo do tabaco, de
bexiga e rins) e mutagénico. lareiras e de
Estireno
grelhados
Desregulador endócrino.
Dermatite e bronquite.
Fumo de tabaco
Substância que suscita elevada
Amianto preocupação (ECHA 2012)
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 42


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno
Pásticos, borracha
artificial, isolamentos,
Fumo de tabaco fibra de vidro,
tubagens, embalagens
Amianto de comida, esferovite

Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno
Exposição continuada a níveis elevados de Pásticos, borracha
estireno provoca efeitos adversos no sistema artificial, isolamentos,
fibra de vidro,
nervoso (mudanças na visãoFumo de tabaco
colorida, tubagens, embalagens
Amianto cansaço, letargia, sensação de embriaguez, de comida, esferovite
lentidão no tempo de reacção, dificuldade de Radão-222
concentração, verigens e perda de equilíbrio).
Monóxido de carbono
Carcinogénico suspeito. Diclorometano
Toxina suspeita de afectar os sistemas
respiratório, gástrico e hepático, entre outros.

António Gonçalves Henriques 43


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano
Solvente, decapante,
desengordurante, cola, agente
propulsor de aerossóis.

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Exposição por inalação aguda pode provocar Formaldeído
neuropatia óptica e da hepatite.
O contacto prolongado com a pele pode
resultar em irritação da pele ou queimaduras
químicas.
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno
Pode provocar irrtação nos olhos e na pele,
fraqueza, cansaço, tonturas, sonolência,
Estireno
dormência, formigamento nos membros e
náuseas.
Pode ser cancerígeno, afectando
Fumoos
de pulmões,
tabaco
fígado e pâncreas.
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano
Solvente, decapante,
desengordurante, cola, agente
propulsor de aerossóis.

António Gonçalves Henriques 44


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto
produto de combustão.
Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
O dióxido de azoto é tóxico por inalação. No entanto é acre,
Formaldeído
tem cor acastanhada e é facilmente detectável pelo cheiro em
baixas concentrações, pelo que a exposição por inalação
pode ser evitada.
Óxidos de azoto A baixas concentrações provoca a anestesia do nariz, criando
Benzo(a)pireno
produto de combustão. um risco potencial de sobreexposição. Os sintomas de
envenenamento (edema pulmonar), tendem a aparecer várias
horas após a inalação de uma dose baixa, mas Estireno
potencialmente fatal.
A exposição prolongada aoFumo
dióxido de azoto em
de tabaco
concentrações acima de 40-100 g/m3 pode diminuir a função
Amianto
pulmonar e aumentar o risco de sintomas respiratórios.
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 45


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
produto de combustão. Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio
Muito perigoso devido à elevada toxicidade.
Forma com a hemoglobina do sangue um composto mais
estável, podendo levar à morte por asfixia. Vírus e
1,1,1-TricloroetanoConcentrações abaixo de 400 ppm no ar causam dores de
bactérias
cabeça e acima deste valor são potencialmente mortais, tanto
Formaldeído
para plantas e animais quanto para alguns microrganismos.
A exposição a doses relativamente elevadas em pessoas
saudáveis pode provocar problemas de visão, redução da
capacidade de trabalho, redução da destreza manual,
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno
diminuição da capacidade de aprendizagem, dificuldade na
resolução de tarefas complexas e a morte.
Estireno
O monóxido de carbono está associado ao desenvolvimento de
doença isquémica coronária, devido à interferência com a
oxigenação do miocárdio e do aumento
Fumo da adesividade das
de tabaco
plaquetas e dos níveis de fibrinogénio o que ocorre
Amianto
particulamente com os fumadores.
Radão-222
Monóxido de carbono
produto de combustão. Diclorometano

António Gonçalves Henriques 46


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Fibrocimento,
revestimentos, Radão-222
isolamentos Monóxido de carbono
térmicos e Diclorometano
acústicos,
condutas.

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio
• Asbestose: lesões do tecido pulmonar causadas por um
ácido produzido pelo organismo na tentativa de dissolver as
fibras. As lesões podem tornar-se extensas ao ponto
Vírus ede não
1,1,1-Tricloroetano permitirem o funcionamento dos pulmões. O tempo de
bactérias
latência é geralmente 10 a 20 anos. Formaldeído
• Mesotelioma: cancro do revestimento mesotelial (pleura) do
pulmão pela exposição ao amianto. O período de latência do
pode ser de 20 a 50 anos e a maior parte dos doentes morre
Óxidos de azoto em menos de 12 meses após o diagnóstico. Benzo(a)pireno
• Cancro do pulmão, do tracto gastrointestinal, dos rins e e da
laringe. O período de latência é muitas vezes 15 a 30 anos.
Estireno
• Placas pleurais e espessamento pleural difuso:
espessamento de parte daFumopleura
de visível
tabaco por meio de
radiografias em indivíduos expostos ao amianto, geralmente
Amianto
Fibrocimento,
assintomática, embora posa causar perda de capacidade
revestimentos, respiratória se a extensão for grande. Radão-222
isolamentos
• Verrugas
Monóxido de carbono
produzidas quando fibras aguçadas se alojam na
térmicos e Diclorometano
acústicos, pele sendo recobertas por esta causando crescimentos
condutas. benignos semelhantes a calos.

António Gonçalves Henriques 47


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Clorofórmio reacção
do cloro usado como
desinfectante com a Para-diclorobenzeno Percloroetileno
matéria orgânica.

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Clorofórmio reacção
do cloro usado como
desinfectante com a Para-diclorobenzeno Percloroetileno
matéria orgânica.

• Irritação dos olhos e da pele, tonturas, hebetismo (torpor,


Vírus e
1,1,1-Tricloroetanoletargia) mental, confusão, náuseas, dores de cabeça,
bactérias
fraqueza; hipertrofia do fígado. Formaldeído
• Potencial cancerígeno do fígado e rins.
• Os vapores de clorofórmio são depressores do sistema
nervoso central e podem ser fatais imediatamente.
• Respirar cerca de 900 ppm para um curto período de tempo
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno
pode causar tonturas, fadiga e dores de cabeça.
• A exposição ao clorofórmio crónica pode causar danos ao
Estireno
fígado (onde é metabolizada em clorofórmio fosgénio) e aos
rins.
• Algumas pessoas desenvolvemFumo deferidas
tabacoquando a pele está
imersa em clorofórmio
Amianto
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 48


POLUIÇÃO DO AR

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Para-diclorobenzeno Percloroetileno
Clorofórmio

Vírus e
1,1,1-Tricloroetano bactérias
Formaldeído

Óxidos de azoto Benzo(a)pireno

Estireno

Fumo de tabaco
Nicotina, alcatrão,
Amianto monóxido de carbono,
e milhares de outras
substâncias.
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

QUALIDADE DO AR INTERIOR
Doenças associadas ao tabagismo :
• várias formas de cancro, particularmente
Para-diclorobenzeno do pulmão, dos
Percloroetileno
Clorofórmio
rins, da laringe;
• há evidências de aumento do risco de leucemia, cancro de
pele, do fígado, do colo uterino, dos intestinos, da vesícula
Vírus e
biliar, adrenal, além da correlação com tumores infantis.bactérias
1,1,1-Tricloroetano
• doenças cardiovasculares;
Formaldeído
• acidentes vasculares cerebrais;
• doença vascular periférica;
• distúrbios respiratórios, como bronquite, doença pulmonar
obstrutiva crónica e enfisema;
Óxidos de azoto Benzo(a)pireno
• tromboangeite obliterante;
• Impotência sexual;
• catarata; Estireno
• redução da memória e dificuldade de aprendizagem em
tabagistas adolescentes. Fumo de tabaco
Nicotina, alcatrão,
Amianto monóxido de carbono,
e milhares de outras
substâncias.
Radão-222
Monóxido de carbono
Diclorometano

António Gonçalves Henriques 49


POLUIÇÃO DO AR

Clorofórmio reacção Para-diclorobenzeno


do cloro usado como Desinfectante
desinfectante com a (casas de banho, armários). Percloroetileno
matéria orgânica. Produto de limpeza
a seco.

1,1,1-Tricloroetano
Solvente, limpeza de
metais, limpeza de Formaldeído
filmes fotográficos, materiais de construção
insecticida, corrector cosméticos, texteis.
de escrita em papel. Benzo(a)pireno
Óxidos de azoto combustão da lenha.
produto de combustão. fumo de tabaco,
grelhados.
Estireno
Polímeros (plásticos,
borracha sintética,
Fumo de tabaco tubagens, esferovite).
Nicotina, alcatrão,
Amianto monóxido de carbono,
Fibrocimento, e milhares de outras
revestimentos, substâncias.
Radão-222
isolamentos Monóxido de carbono Detecção de fugas,
térmicos e Diclorometano medição de velocidade
produto de combustão.
acústicos, Solvente, decapante, de escoamento.
condutas. desengordurante, agente
propulsor de aerossóis.

António Gonçalves Henriques 50


POLUIÇÃO DO AR

Soluções

Fontes estacionárias de poluição do ar

Prevenção Dispersão ou limpeza

Queima de carvão Dispersão das


com baixo teor emissões acima da
de enxofre camada de inversão
Dessulfurização térmica usando
do carvão chaminés altas
Conversão do carvão
combustível líquido
ou gasoso Remoção dos poluentes
depois da combustão

Mudança para
combustíveis Aplicação de taxas
menos poluentes de emissão

António Gonçalves Henriques 51


POLUIÇÃO DO AR

Gás limpo
Eléctrodos

Descarga de partículas
Gás sujo
Precipitador electroestático.

Gás limpo Gás sujo

Água
limpa

Gás
húmido

Água suja
Limpeza húmida

António Gonçalves Henriques 52


POLUIÇÃO DO AR

Soluções
Poluição do ar
Prevenção Limpeza

Melhorar a eficiência energética Redução da pobreza.


para reduzir o consumo de
combustíveis fósseis. Distribuir fogões para cozinhar
mais eficientes e mais baratos
Substituir o carvão e o fuel por às famílias mais pobres dos
gás natural, menos poluente. países em desenvolvimento.

Substituir os combustíveis Restringir ou proibir fumar nos


fósseis por energias espaços interiores.
renováveis (especialmente
painéis fotovoltaicos, vento e Desenvolver testes simples e
hidrogénio produzido através baratos para detectar poluentes
da energia solar. do ar interior, especialmente
partículas, radão e formaldeído.
Transferir as tecnologias mais
avançadas, com melhor
eficiência energética e menos
poluentes para os países em
desenvolvimento.

Soluções

Poluição de veículos automóveis

Prevenção Limpeza
Transporte colectivo

Modos suaves de transporte Equipamentos de


Controlo de emissões
Motores menos poluentes

Combustíveis menos poluentes

Melhorar a eficiência dos motores Inspecções das emissões de


gases de escape dos veículos
Retirar os veículos antigos
da circulação

Redução das taxas sobre os


veículos menos poluentes e
mais eficientes Normas de emissão
mais estritas

Restrição do trânsito em áreas poluídas

António Gonçalves Henriques 53


POLUIÇÃO DO AR

Soluções
Poluição do ar interior

Prevenção Limpeza
Forrar os tectos e as condutas de ar
Usar ventiladores de ar fresco nos
para prevenir a libertação de
espaços de trabalho
partículas.
Aumentar as entradas de ar exterior
Proibição de fumar nos espaços
interiores ou limitar a espaços bem
Renovar o ar frequentemente
ventilados
Circular o ar interior através de
Definir normas estritas de emissão de
jardins e estufas na cobertura do
formaldeído de carpetes e tapeçarias,
edifício.
mobiliário e materiais de construção.
Utilizar sistemas de extracção de ar
Prevenir as emissões de radão
forçada para os fornos e
equipamentos de queima de gás.
Localizar os equipamentos de
escritório (fotocopiadoras e
Instalar chaminés eficientes para as
impressoras) em locais bem
lareiras e aparelhos de queima de
ventilados
lenha.
Usar substitutos menos poluentes
para os produtos de limpeza, tintas e
desodorizantes.

Boas práticas
Poluição do ar interior

• Testar a presença de radão e formaldeído no interior das habitações e dos


locais de trabalho e tomar medidas correctivas quando necessário.
• Não comprar móveis e outros produtos que contenham formaldeído.
• Tirar os sapatos antes de entrar em casa para reduzir a entrada de poeira,
chumbo e pesticidas.
• Testar os níveis de fibras de amianto e os materiais resultantes do amianto
em desintegração, se o edifício foi construída antes de 1980.
• Não viver em edifícios construídos antes de 1980 sem verificar a presença
de amianto e chumbo no ar interior.
• Não armazenar gasolina, solventes ou outros produtos químicos perigosos
voláteis dentro de casa ou numa garagem anexa.
• Se fumar, fazê-lo no exterior ou em num quarto ventilado para o exterior.
• Certificar-se de que o fogão e lareiras a lenha, querosene e gás de queima
de aquecedores foram instalados correctamente, ventilado, e mantidos
adequadamente.
• Instalar detectores de monóxido de carbono em todas as áreas de dormir.

António Gonçalves Henriques 54


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Internacional

Qualidade do Ar

Convenção sobre a Poluição Atmosférica


Transfronteiriça a Longa Distância

Convention on Long-Range Transboundary Air Pollution


(CLRTAP) da UNECE (CEE/ONU)
• Adoptada em Genebra em 1979.
• Entrou em vigor em 1983
• Partes da Convenção

António Gonçalves Henriques 55


POLUIÇÃO DO AR

Convenção sobre a Poluição Atmosférica


Transfronteiriça a Longa Distância

A Convenção visa proteger o ambiente contra os efeitos


negativos da poluição do ar e prevenir e reduzir
gradualmente a degradação da qualidade do ar e os seus
efeitos, incluindo a precipitação ácida, a acidificação das
massas de água e dos solos e a eutrofização.

Convenção sobre a Poluição Atmosférica


Transfronteiriça a Longa Distância
Foram adoptados oito protocolos adicionais:
• Protocolo Relativo ao Financiamento a Longo Prazo do Programa Comum de
Vigilância Contínua e de Avaliação do Transporte a Longa Distância dos
Poluentes Atmosféricos na Europa (EMEP) (Genebra, assinado em 1984, em
vigor desde 1988).
• Redução das emissões de enxofre (Helsínquia, 1985/1987).
• Redução das emissões de óxidos de azoto (Sófia, 1988/1991).
• Redução das emissões de compostos orgânicos voláteis (Genebra,
1991/1997).
• Redução das emissões de enxofre (metas adicionais) (Oslo, 1994/1998).
• Metais pesados (Aarhus, 1998/2003).
• Compostos orgânicos persistentes (Aarhus, 1998/2003), emendas de 2009.
• Protocolo Relativo à Redução da Acidificação, Eutrofização e Ozono
Troposférico (Gotemburgo, 1999/2005).

António Gonçalves Henriques 56


POLUIÇÃO DO AR

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
Os poluentes orgânicos persistentes (POPs) são substâncias químicas
orgânicas, isto é, à base de carbono, que, uma vez libertadas no
ambiente:
• são persistentes, isto é, permanecem intactas por períodos
excepcionalmente longos de tempo (vários anos);
• disseminam-se amplamente no ambiente como resultado de
processos naturais que envolvem as águas, os solos e,
principalmente, o ar;
• acumulam-se no tecido adiposo dos organismos vivos, incluindo os
seres humanos, e são encontrados em concentrações mais
elevadas nos níveis mais altos da cadeia alimentar; e
• são tóxicos para os seres humanos e os animais.

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
Como resultado das emissões para o ambiente nas últimas décadas
devido principalmente às actividades humanas, os POPs estão
amplamente disseminados em vastas regiões, incluindo aquelas em
que nunca foram usados, e, em alguns casos, podem ser encontrados
em todo o mundo.
A vasta contaminação das diferentes componentes ambientais e dos
organismos vivos, incluindo muitos que são alimentos, resultou na
exposição continuada de muitas espécies, incluindo os seres
humanos, ao longo de períodos de tempo abrangendo por vezes várias
gerações, de que resultaram efeitos tóxicos tanto agudos como
crónicos.

António Gonçalves Henriques 57


POLUIÇÃO DO AR

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
Além disso, os POPs podem concentrar-se nos organismos vivos
através de um processo de bioacumulação. Apesar de não serem
solúveis em água, os POPs são rapidamente absorvidos pelo tecido
adiposo, em que as concentrações podem ser ampliadas até 70.000
vezes os níveis de fundo.
Os peixes, aves predadoras, mamíferos e seres humanos, que
ocupam as posições de topo na cadeia trófica, absorvem os POPs com
maiores concentrações. Quando migram, esses organismos
transportam os POPs , que podem ser encontrados em seres humanos
e animais em regiões que distam milhares de quilómetros de qualquer
fonte de POPs importante, como o Ártico.

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)

Os efeitos específicos dos POPs podem incluir cancros,


alergias e hipersensibilidade, danos aos sistemas nervoso
central e periférico, distúrbios reprodutivos, e perturbação
do sistema imunitário.
Alguns POPs também são considerados desreguladores
endócrinos, isto é, provocam alterações do sistema
hormonal que podem danificar os sistemas reprodutivo e
imunológico e ter efeitos teratogénicos, afectando
nomeadamente o desenvolvimento fetal e dos recém
nascidos e provocando cancros.

António Gonçalves Henriques 58


POLUIÇÃO DO AR

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
POPs regulados pela Convenção
Anexo A (Eliminação): As partes devem adoptar medidas para eliminar e reduzir a
produção e o uso dos químicos, podendo ser concedidas isenções específicas às
partes que registem essas isenções.
 Aldrina  Bifenilos policlorados (PCB)  Clordano
 Clordecona  Dieldrina  Endossulfão e isómeros relacionados
 Endrina  Éter hexabromodifenílico e éter heptabromodifenílico
 Éter tetrabromodifenílico e éter pentabromodifenílico  Heptacloro
 Hexabromobifenilo   Hexaclorobenzeno (HCB)
 Hexaclorociclo-hexanos, incluindo lindano  Mirex
  Pentaclorobenzeno  Toxafeno
 Uso agrícola (fitofármaco)
 Uso industrial

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
POPs regulados pela Convenção
Anexo B (Restrição): as partes devem tomar medidas para restringir a produção e o
uso dos químicos, de acordo com determinadas finalidades aceitáveis ou isenções
listadas.
 DDT
 Ácido perfluorooctanossulfónico e seus derivados (PFOS), e perfluorooctanesulfonil
flúor
 Uso agrícola (fitofármaco)
 Uso industrial

António Gonçalves Henriques 59


POLUIÇÃO DO AR

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes


Orgânicos Persistentes (2001)
POPs regulados pela Convenção
Anexo C (Produção não intencional): as partes devem tomar medidas para reduzir as
emissões não intencionais dos químicos com o objectivo de minimizar continuamente
e, quando for viável, a eliminação total.
 Hexaclorobenzeno (HCB)  Dibenzodioxinas policloradas (PCDD)
 Dibenzofuranos Policlorados (PCDF)  Pentaclorobenzeno
 Bifenilos Policlorados (PCB)
 Uso agrícola (fitofármaco)
 Uso industrial

POPs regulados pelo Protocolo de Aarhus (1998)


mas não regulados pela Convenção
de Estocolmo (2001)
Eliminar as descargas, emissões e perdas.
 Hexaclorobutadieno (HCBD)  Naftalenos policlorados (PCN)
 Parafinas cloradas de cadeia curta (SCCP)
 Uso industrial

António Gonçalves Henriques 60


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia

Qualidade do Ar

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


QUALIDADE DO AR
• Estratégia temática sobre a poluição atmosférica (Comunicação da Comissão
Europeia COM(2005) 446 , de 21/09).
• Um ar mais limpo na Europa (Directiva 2008/50/CE, de 21/05).
POLUENTES ATMOSFÉRICOS
• Valores-limite nacionais de emissão de determinados poluentes atmosféricos
(Directiva 2001/81/CE , de 23/10).
• Convenção de Genebra sobre a poluição atmosférica transfronteiriça a longa
distância (Decisão 81/462/CEE , de 11/06).
• Protocolo relativo aos metais pesados da Convenção de Genebra
(Decisão 2001/379/CE, de 4/04).
• Convenção de Estocolmo relativa a poluentes orgânicos persistentes (POP)
(Decisão 2006/507/CE, de 14/10).

António Gonçalves Henriques 61


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


INDÚSTRIA
• Emissões industriais.
• Prevenção e controlo integrados da poluição (até 2013).
• Grandes instalações de combustão.
• Emissões provenientes das instalações de incineração de resíduos.
• Redução das emissões de compostos orgânicos voláteis (COV).
ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS
• Recuperação de vapores de gasolina resultantes do armazenamento.
• Recuperação de vapores de gasolina durante o reabastecimento de veículos.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


VEÍCULOS TERRESTRES A MOTOR
Todos os veículos
• Emissões dos veículos pesados (Euro VI): regras de certificação.
• Veículos “verdes”: uma estratégia europeia.
• Redução das emissões poluentes dos veículos ligeiros.
• Qualidade da gasolina e do combustível para motores diesel: enxofre e chumbo.
• Estratégia da UE no domínio dos biocombustíveis.
• Veículos a motor: uso de biocombustíveis.
Veículos rodoviários
• Redução das emissões de dióxido de carbono dos veículos comerciais ligeiros.
• Redução das emissões de CO₂ dos automóveis novos de passageiros.
• Veículos de transporte rodoviário não poluentes e energeticamente eficientes.
• Tributação dos automóveis.
• Informações sobre o consumo de combustível e as emissões de CO2 dos automóveis novos.
• Emissões provenientes de sistemas de ar condicionado.
Veículos não rodoviários
• Emissões de gases poluentes por máquinas móveis não rodoviárias.
• Emissões de gases poluentes dos tractores agrícolas ou florestais.

António Gonçalves Henriques 62


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


OUTROS TRANSPORTES
• Aviação e alterações climáticas.
• Clean Sky.
• Estratégia de redução das emissões dos navios de mar.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Um ar mais limpo na Europa
Directiva 2008/50/CE relativa à qualidade do ar ambiente e a um ar mais limpo na Europa
estabelece medidas destinadas a:
• definir e fixar objectivos relativos à qualidade do ar ambiente, destinadas a reduzir os
efeitos prejudiciais na saúde e no ambiente;
• avaliar, com base em métodos e critérios comuns, a qualidade do ar ambiente nos
Estados-Membros;
• reunir informações sobre a qualidade do ar ambiente a fim de acompanhar as
tendências a longo prazo;
• garantir que as informações sobre a qualidade do ar ambiente sejam postas à
disposição do público;
• manter a qualidade do ar ambiente, quando é boa, e melhorá-la nos outros casos;
• promover uma maior cooperação entre os Estados-Membros para reduzir a poluição
atmosférica.
Os Estados-Membros designam as autoridades e os organismos responsáveis pela
avaliação da qualidade do ar ambiente, aprovação dos sistemas de medição, garantia da
precisão das medições, análise dos métodos de avaliação e cooperação com os Estados-
Membros e a Comissão.

António Gonçalves Henriques 63


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Um ar mais limpo na Europa
Avaliação da qualidade do ar
• A directiva estabelece um regime de avaliação da qualidade do ar ambiente no que se
refere aos seguintes poluentes: dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto,
partículas em suspensão, PM10 e PM2,5, chumbo, benzeno, monóxido de carbono e
ozono.
• Os Estados-Membros procedem ao zonamento do território em quatro tipos – urbano,
suburbano, rural e rural de fundo – e à avaliação e gestão da qualidade do ar.
• A directiva fixa os limiares de avaliação por poluente, os critérios relativos ao método de
avaliação (nomeadamente a aplicação de pontos de amostragem), os métodos de
medição de referência, os valores-limite para a protecção da saúde humana e do
ambiente, o objectivo e a obrigação de reduzir a exposição da população às partículas
em suspensão PM2,5, os limiares de informação e de alerta, os níveis críticos para a
protecção da vegetação e a lista das informações a incluir nos planos de acção para a
melhoria da qualidade do ar ambiente.
Cada Estado-Membro instala, pelo menos, uma estação de medição, podendo, mediante
acordo com Estados-Membros vizinhos, instalar uma ou várias estações de medição comuns.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Um ar mais limpo na Europa
Gestão da qualidade do ar e planos de acção
• No caso dos níveis de concentração dos poluentes no ar ambiente serem inferiores
aos valores-limite fixados pela directiva, os Estados-Membros devem manter os níveis
desses poluentes abaixo desses valores-limite e esforçar-se por preservar a melhor
qualidade do ar ambiente compatível com o desenvolvimento sustentável.
• No caso dos níveis de concentração de qualquer dos poluentes no ar ambiente numa
determinada zona excederem o valor-limite ou o valor-alvo estabelecidos, bem como
as respectivas margens de tolerância, os Estados-Membros asseguram a elaboração de
planos de qualidade do ar para essas zonas e aglomerações a fim de respeitar aqueles
valores-limite ou o valores-alvo predefinidos.
• No caso de excedência dos valores-limite em relação aos quais já tenha expirado o
prazo para a consecução dos objectivos, os planos de qualidade do ar estabelecem
medidas adequadas para que o período de excedência possa ser o mais curto possível
e podem, adicionalmente, incluir medidas específicas tendentes à protecção dos
grupos sensíveis da população. Podem ser consideradas medidas idênticas às previstas
no âmbito dos planos de acção a curto prazo.

António Gonçalves Henriques 64


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Um ar mais limpo na Europa
Gestão da qualidade do ar e planos de acção
• No caso de existir o risco de o nível de poluentes exceder os limiares de alerta indicados,
os Estados-Membros devem estabelecer planos de acção que indiquem as medidas a
tomar a curto prazo, a fim de reduzir esse risco e limitar a sua duração. Estes planos de
acção podem, por exemplo, suspender actividades que contribuam para o risco de
excedência (circulação dos veículos a motor, trabalhos de construção, utilização de
instalações industriais, etc.). Esses planos de acção podem igualmente incluir medidas
específicas que visem a protecção dos grupos sensíveis da população, incluindo as
crianças.
• No caso de serem excedidos limiares devido a um transporte transfronteiriço de
poluentes atmosféricos, os Estados-Membros em causa devem colaborar e coordenar-se
a fim de porem termo à excedência desses valores.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Um ar mais limpo na Europa
Informação do público
Os Estados-Membros asseguram que o público e as organizações relevantes são sistemática
e devidamente informados sobre as concentrações no ar ambiente de poluentes abrangidos
pela presente directiva. Em caso de excedência dos limiares de alerta e dos limiares de
informação, os Estados-Membros devem publicar:
• informações sobre as excedências observadas (localização, tipo de limiar, hora de início e
duração, concentração mais elevada observada);
• previsões para as horas e dias seguintes;
• informações sobre o tipo de população afectada, os possíveis efeitos na saúde e o
comportamento recomendado;
• informações sobre acções preventivas e as medidas destinadas a reduzir as emissões.
Os Estados-Membros colocam igualmente à disposição do público relatórios anuais relativos
a todos os poluentes abrangidos pela presente directiva.

António Gonçalves Henriques 65


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Concentrações de arsénio, cádmio, mercúrio, níquel e
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
Directiva 2004/107/CE relativa às concentrações de arsénio, cádmio, mercúrio,
níquel e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos no ar ambiente
Alterada pelo Regulamento (CE) nº 219/2009.
Estabelecer um valor-alvo para as concentrações de arsénio, cádmio, níquel e
benzo(a)pireno no ar ambiente para evitar, prevenir ou limitar os efeitos nocivos do arsénio,
cádmio, níquel e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos na saúde humana e no ambiente
na sua globalidade;
Assegurar, em relação àquelas substâncias, que a qualidade do ar ambiente seja mantida
nos casos em que é boa, e melhorada nos outros casos;
Estabelecer métodos e critérios comuns para a avaliação das concentrações daquelas
substâncias no ar ambiente;
Assegurar a obtenção de informações adequadas sobre as concentrações daquelas
substâncias no ar ambiente, bem como a sua colocação à disposição do público.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
A estratégia temática sobre a poluição atmosférica visa “atingir níveis de qualidade
do ar que não impliquem efeitos negativos nem riscos significativos para a saúde
humana e o ambiente”.
A poluição atmosférica é muito nociva para a saúde humana e o ambiente:
perturbações respiratórias, mortes prematuras, eutrofização e degradação dos
ecossistemas devido aos depósitos de azoto e de substâncias ácidas são algumas
das consequências deste problema simultaneamente local e transfronteiriço.
Os poluentes mais preocupantes em termos de saúde à pública são o ozono
troposférico e sobretudo as partículas (em especial as partículas finas ou PM 2,5).
A estratégia temática define objectivos em matéria de saúde e ambiente através,
nomeadamente, da redução das emissões dos principais poluentes. Estes
objectivos serão atingidos por fases e permitirão proteger os habitantes da UE da
exposição ao ozono e a partículas em suspensão no ar e proteger melhor os
ecossistemas europeus das chuvas ácidas, do excesso de nutrientes azotados e do
ozono.

António Gonçalves Henriques 66


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
Em relação à situação prevalecente em 2000, a estratégia fixa os seguintes
objectivos a atingir em 2020:
• Redução de 47% da perda de esperança de vida devido à exposição a partículas.
• Redução de 10% dos casos de mortalidade aguda devidos à exposição ao ozono.
• Redução da deposição de ácidos em excesso nas zonas florestais e nas águas
doces de superfície de 74% e 39%, respectivamente .
• Redução de 43% das zonas em que os ecossistemas estão sujeitos a
eutrofização.
A realização destes objectivos implica uma redução das emissões de SO2 de 82%,
de NOX de 60%, de compostos orgânicos voláteis (COV) de 51%, de amoníaco de
27% e de PM2,5 primárias (as partículas emitidas directamente para a atmosfera) de
59%.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
A implementação da estratégia implicará um custo adicional progressivo
relativamente aos custos associados às medidas actuais. Esse custo adicional
deverá atingir um montante anual de 7 100 milhões de euros a partir de 2020.
Em termos de saúde, os benefícios que se esperam obter estão avaliados em
42000 milhões de euros por ano. O número de mortes prematuras deveria passar
de 370 000 em 2000 para 230 000 em 2020 (em comparação com 293 000 em
2020 na ausência da estratégia).
Relativamente ao ambiente, não existe metodologia reconhecida para estimar os
benefícios, em termos monetários, resultantes de evitar a degradação dos
ecossistemas. Contudo, as repercussões positivas devem ser importantes devido
à redução das chuvas ácidas e dos nutrientes azotados, o que permite
designadamente proteger melhor a biodiversidade.

António Gonçalves Henriques 67


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
Melhoria da legislação europeia sobre a qualidade do ar
A estratégia inclui a proposta de revisão da legislação relativa à qualidade do ar que
prevê a fusão da directiva-quadro, das primeira, segunda e terceira directivas
derivadas e da decisão relativa ao intercâmbio de informações.
A legislação sobre partículas é completada com a fixação, para as partículas finas
(PM2,5), de um valor-limiar de 25 µg/m³ e de um objectivo intermédio de redução
de 20% a atingir entre 2010 e 2020.
A estratégia prevê igualmente a revisão da legislação sobre valores-limite nacionais
de emissão, a prorrogação, em condições rigorosas, de determinados prazos de
aplicação das disposições legislativas, a modernização da comunicação de dados e
o reforço da coerência com as outras políticas ambientais.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
Integração das questões ambientais nas políticas sectoriais: energia.
O sector da energia pode contribuir para a redução das emissões nocivas.
Os objectivos fixados em matéria de produção de energia e electricidade a partir
de fontes renováveis (respectivamente de 12% e 21% até 2010) ou de
biocombustíveis são contribuições importantes para a redução da poluição
atmosférica.
A estratégia prevê um possível alargamento do âmbito da directiva PCIP e da
directiva sobre o rendimento energético dos edifícios a instalações de combustão
de pequena dimensão.
Está igualmente a ser considerada a elaboração de normas para instalações de
aquecimento de pequena dimensão no âmbito da nova directiva sobre os
produtos que consomem energia.
A estratégia prevê igualmente a análise de modos de redução das emissões de
COV nas estações de abastecimento de combustível.

António Gonçalves Henriques 68


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
Integração das questões ambientais nas políticas sectoriais: transportes.
No domínio dos transportes, a estratégia prevê novas reduções das emissões
provenientes de automóveis ligeiros e pesados, de passageiros e de carga, novos.
Considera, além disso, procedimentos de homologação de veículos e outras
medidas relativas à tarifação diferenciada e aos veículos rodoviários antigos.
Através de medidas de redução do impacto da aviação nas alterações climáticas
prevê-se que sejam também reduzidas as emissões de poluentes que afectam a
qualidade do ar.
A estratégia prevê igualmente, no domínio dos transportes marítimos, a
prossecução das negociações no âmbito da Organização Marítima Internacional,
a promoção da utilização da rede eléctrica terrestre quando os navios se
encontram ancorados no cais, bem como a tomada em consideração das
questões relativas à poluição atmosférica no caso de financiamentos de
programas como o Marco Polo.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Estratégia temática sobre a poluição atmosférica
Integração das questões ambientais nas políticas sectoriais: agricultura.
A estratégia visa a promoção de medidas que incidam na redução da utilização de
azoto na alimentação animal e nos adubos.
As regras e propostas relativas ao desenvolvimento rural prevêem, além disso,
possibilidades de redução das emissões de amoníaco de origem agrícola,
nomeadamente pela modernização das explorações.
A reforma em curso das regras relativas aos instrumentos de coesão inclui
igualmente elementos que favorecem a realização dos objectivos da presente
estratégia.

António Gonçalves Henriques 69


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
Directiva 2001/81/CE relativa ao estabelecimento de valores-limite nacionais de
emissão de determinados poluentes atmosféricos.
A directiva abrange as emissões de quatro poluentes resultantes das actividades
humanas no território dos Estados-Membros e nas respectivas zonas económicas
exclusivas :
• dióxido de enxofre (SO2);
• óxidos de azoto (NOX);
• orgânicos voláteis (COV); e
• amoníaco (NH3).
Estes poluentes são responsáveis pelos fenómenos de acidificação, eutrofização e
formação de ozono troposférico, independentemente das fontes de poluição.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
NOX
Gg (1000 ton)

Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
República Checa
Dinamarca
Estónia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Letónia
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Países Baixos
Polónia
Portugal
Roménia
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Suécia
Reino Unido

Total nacional para a totalidade do território (2010)

% das emissões UE 27 % dos tectos UE 27

António Gonçalves Henriques 70


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
SO2
Gg (1000 ton)

Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
República Checa
Dinamarca
Estónia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Letónia
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Países Baixos
Polónia
Portugal
Roménia
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Suécia
Reino Unido
Total nacional para a totalidade do território (2010)
% das emissões UE 27 % dos tectos UE 27

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
COVNM
Gg (1000 ton)

Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
República Checa
Dinamarca
Estónia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Letónia
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Países Baixos
Polónia
Portugal
Roménia
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Suécia
Reino Unido

Total nacional para a totalidade do território (2010)


% das emissões UE 27 % dos tectos UE 27

António Gonçalves Henriques 71


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
NH3
Gg (1000 ton)

Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
República Checa
Dinamarca
Estónia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Letónia
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Países Baixos
Polónia
Portugal
Roménia
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Suécia
Reino Unido
Total nacional para a totalidade do território (2010)
% das emissões UE 27 % dos tectos UE 27

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Valores-Limite Nacionais de Poluentes Atmosféricos
Índice 100 -> 1990
PORTUGAL
120

100
Tecto NH3 = 142,5
80
Índice

60

40

20

0
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010

SO2 Tecto SO2 NOx Tecto NOx


COVNM Tecto COVNM NH3

António Gonçalves Henriques 72


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões industriais
Directiva 2010/75/UE relativa às emissões industriais.
Objectivo: evitar ou minimizar as emissões poluentes para a atmosfera, água e
solo, assim como os resíduos provenientes de instalações industriais e agrícolas,
visando atingir um elevado nível de protecção do ambiente e da saúde.
• Define as obrigações que as actividades industriais com um maior potencial de
poluição devem respeitar.
• Estabelece um procedimento de autorização (licenciamento).
• Fixa requisitos em termos de emissões.
Abrange as actividades industriais com um maior potencial de poluição,
designadamente, indústrias energéticas, produção e transformação de metais,
indústria mineira, indústria química, gestão de resíduos, pecuária, em particular:
• instalações de combustão (≥ 50 MW);
• instalações de incineração ou coincineração de resíduos;
• algumas instalações e actividades que utilizam solventes orgânicos;
• instalações que produzem dióxido de titânio.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões industriais
Directiva 2010/75/UE relativa às emissões industriais.
As instalações industriais abrangidas têm de respeitar determinados requisitos
fundamentais:
• adoptar medidas de prevenção contra a poluição;
• aplicar as melhores técnicas disponíveis (MTD);
• não produzir nenhuma poluição significativa;
• limitar, reciclar ou eliminar os resíduos da forma menos poluente;
• maximizar a eficiência energética;
• prevenir os acidentes e limitar o seu impacto;
• deixar o lugar de exploração em condições após o término das actividades.

António Gonçalves Henriques 73


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões industriais
Directiva 2010/75/UE relativa às emissões industriais.
A licença das actividades industriais deve prever as medidas necessárias para
assegurar o cumprimento dos requisitos fundamentais do operador e das normas
de qualidade ambiental. Estas medidas incluem:
• valores limites de emissão para as substâncias poluentes;
• prescrições para garantir a protecção do solo, da água e do ar;
• medidas para o controlo e gestão dos resíduos;
• requisitos respeitantes ao método de medição das emissões, à frequência e ao
procedimento de avaliação;
• obrigação de comunicar à autoridade competente, pelo menos uma vez por ano, os
resultados do controlo;
• requisitos respeitantes à manutenção e ao controlo dos solos e das águas subterrâneas;
• medidas a adoptar em circunstâncias excepcionais (fugas, avarias, paragens temporárias
ou definitivas, etc.);
• disposições que visam minimizar a poluição a longa-distância ou transfronteiriça;
• condições que permitam avaliar o cumprimento dos valores máximos de emissões.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Prevenção e controlo integrados da poluição
Directiva 2008/1/CE relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.
As actividades industriais e agrícolas com elevado potencial de poluição só
podem iniciar o funcionamento após a obtenção de uma licença ambiental, que
tem de ser revista e renovada periodicamente.
Para concessão da licença apenas devem ser respeitadas determinadas
condições ambientais, por forma a que as empresas assumam a
responsabilidade pela prevenção e redução da poluição que possam provocar.
Estão abrangidas pelo regime as actividades industriais e agrícolas, novas ou
existentes, com elevado potencial de poluição, definidas na directiva (indústrias
do sector da energia, produção e transformação de metais, indústria mineral,
indústria química, gestão de resíduos, criação de animais, etc.).

António Gonçalves Henriques 74


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Prevenção e controlo integrados da poluição
Directiva 2008/1/CE relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.
Para obterem uma licença, as instalações industriais ou agrícolas devem
satisfazer determinadas condições fundamentais, nomeadamente:
• utilização de todas as medidas úteis que permitam lutar contra poluição,
designadamente o recurso às melhores técnicas disponíveis (as que
produzem menos resíduos, utilizam substâncias menos perigosas, permitem
a recuperação e reciclagem das substâncias emitidas, etc.);
• prevenção de qualquer poluição importante;
• prevenção, reciclagem ou eliminação o menos poluente possível dos
resíduos;
• utilização eficaz da energia;
• prevenção dos acidentes e limitação das suas consequências;
• reabilitação dos sítios após a cessação da actividade.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Prevenção e controlo integrados da poluição
Directiva 2008/1/CE relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.
O licenciamento implica um determinado número de exigências concretas,
incluindo nomeadamente:
• valores-limite de emissão para as substâncias poluentes (excepto para os
gases com efeito estufa se o sistema de comércio de licenças de emissão for
aplicado);
• eventuais medidas de protecção do solo, da água ou da atmosfera;
• medidas de gestão dos resíduos;
• medidas relativas a circunstâncias excepcionais (fugas, problemas de
funcionamento, interrupções momentâneas ou definitivas, etc.);
• minimização da poluição a longa distância ou transfronteiriça;
• monitorização dos resíduos;
• e qualquer outra exigência pertinente.
A Directiva é substituída pela Directiva 2010/75/UE em janeiro de 2014.

António Gonçalves Henriques 75


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes de grandes instalações de combustão
Directiva 2001/80/CE sobre a limitação de emissões para a atmosfera de
determinados poluentes provenientes de grandes instalações de combustão.
Objectivo: limitar as emissões anuais de dióxido de enxofre, óxidos de azoto e partículas
sólidas das grandes instalações de combustão, estabelecendo valores limite de emissão de
acordo com a data de início de funcionamento.
Aplica-se a instalações de combustão (instalações em que os combustíveis são oxidados, de
modo a utilizar o calor produzido), independentemente do combustível utilizado (sólido,
líquido ou gás), com potência térmica igual ou maior a 50 MW. Incentiva a produção
combinada de calor e electricidade (cogeração).
Até 31 de dezembro de 2015, as instalações existentes que funcionam menos de 20 000
horas por ano podem não cumprir os limites de emissão e não participar no programa
nacional de redução de emissões.
São previstas excepções relativamente aos valores-limite de emissão para as instalações
que usam certos tipos de combustível.
São definidos métodos de análise, frequência de amostragem e de registo das emissões
poluentes.
A Directiva é revogada em 1 de janeiro de 2016 pela Directiva 2010/75/UE.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes de grandes instalações de combustão
Combustível Poluentes em 2009
Potência Outros
Localização Comb Partículas
Designação da instalação térmica Biomassa combustíveis Gás natural Outros gases SO2 NOx
líquidos sólidas
sólidos
MWth TJ TJ TJ TJ TJ t t t
Celulose Beira Industrial, SA Figueira da Foz 90 364,3 0 478,8 165,6 0 9 52 14
Central Termoeléctrica Biomassa Figueira Foz Figueira da Foz 95 1737,826 0 0 21,176 0 15 149 9
Portucel Cacia (caldeira biomassa) Cacia 99 843,794 0 77,185 46,7 0 4,5 163 44,7
Portucel Setúbal (caldeira biomassa) Setúbal 134 2444,95 0 0 69,376 0 0,016 0,306 0,094
Central de Cogeração da Gás Natural - SPCG Setúbal 211 0 0 0 1646,292 0 0 0,081 0,001
Portucel/Soporcel (caldeira biomassa) Figueira da Foz 89 1365,3 0 64,9 0 0 34 97 19
Portucel/Soporcel (caldeira fuel) Figueira da Foz 89 0 0 104 0 0 17 14 0,3
Portucel Viana Viana do Castelo 89 0 0 0 2413,4 0 0,2 65 10,1
Central Termica Sines - 7a Sines 1540 0 40784,6 116,2 0 0 2828 8203 63
Central Termica Sines - 7b Sines 1540 0 41221,9 103,2 0 0 2885 9477 132
Central Termica Setúbal (Ch 1) Setúbal 1250,5 0 0 1172,9 0 0 400 294 9
Central Termica Setúbal (Ch 2) Setúbal 1250,5 0 0 770,4 0 0 256 315 8
Central Termica Carregado (Ch 1) Carregado 636,66 0 0 63,1 0 0 42 21 8
Central Termica Carregado (Ch 2) Carregado 636,66 0 0 12,8 0 0 10 5 0,3
Central Termica Carregado (Ch 3) Carregado 636,66 0 0 13,5 5,5 0 19 8 0,5
Central Termica Barreiro Barreiro 223 0 0 3265,4 0 0 1207 1186 86
Central Termica Ribatejo (Ch 1) Carregado 681,66 0 0 0 12378,2 0 0 343 0,8
Central Termica Ribatejo (Ch 2) Carregado 681,66 0 0 0 12438,8 0 0 302 0,8
Central Termica Ribatejo (Ch 3) Carregado 681,66 0 0 0 13363,9 0 0 195 0,8
Cogeração Energin Loures 76,5 0 0 0 3518,8 0 0 116 0,3
Cogeração Soporgen (Ch 1) Figueira da Foz 89 0 0 0 2118,2 0 0 119 0
Cogeração Soporgen (Ch 2) Figueira da Foz 89 0 0 0 2177,3 0 0 122 0
Cogeração Carriço Carriço 78,49 0 0 0 2167,5 0 0 102 6
Central Ciclo Combinado Tapada do Outeiro (Ch 1) Gondomar 349 0 0 0 11122,1 0 0,3 788 0,2
Central Ciclo Combinado Tapada do Outeiro (Ch 2) Gondomar 268 0 0 0 8557,3 0 0,2 531 10,1
Central Ciclo Combinado Tapada do Outeiro (Ch 3) Gondomar 384 0 0 0 12220,9 0 0,3 470 0,4
Central Termoelétrica do Pego Abrantes 1632 0 30070,5 471,4 0 0 1345 2218 90
Central Termoelétrica de Tunes Tunes 554 0 0 2,2 0 0 0,2 0,2 0
Repsol ACE Sines 387 0 0 2045,3 95,5 867,4 678 470 67
Refinaria do Porto (Ch 4001) - 12a Porto 228,8 0 0 2277,4 33 1133,3 1391 534 64
Refinaria do Porto (Ch 4002) - 12b Porto 114,4 0 0 1176,3 39,5 1383,6 747 346 20
Refinaria de Sines (Caldeiras 1,2 e 3) Sines 334,32 0 0 1703,5 532,4 217,8 1398 403 103
Refinaria de Sines (Caldeira 4) Sines 135,28 0 0 1082,6 0 1001,1 720 235 23

António Gonçalves Henriques 76


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes das instalações de incineração de resíduos
Directiva 2000/76/CE relativa à incineração de resíduos, alterada pelo
Regulamento (CE) n.º 1137/2008.
A incineração de resíduos perigosos e não perigosos pode ocasionar emissões de
substâncias que poluem a atmosfera, a água e o solo e com efeitos nocivos na
saúde humana. Para limitar estes riscos, a Directiva estabelece condições de
exploração e requisitos técnicos rigorosos para as instalações de incineração e de
co-incineração de resíduos.
Instalação de incineração é uma unidade técnica dedicada ao tratamento térmico
de resíduos, com ou sem recuperação da energia térmica gerada pela combustão.
Esta definição inclui a incineração de resíduos por oxidação e outros processos de
tratamento térmico, como a pirólise, a gaseificação ou processos de plasma, na
medida em que as substâncias resultantes do tratamento sejam
subsequentemente incineradas.
Instalação de co-incineração é uma unidade técnica que tem como principal
finalidade a geração de energia ou a produção de materiais e que utiliza resíduos
como combustível regular ou adicional, ou na qual os resíduos são sujeitos a
tratamento térmico com vista à respectiva eliminação.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes das instalações de incineração de resíduos
Directiva 2000/76/CE relativa à incineração de resíduos, alterada pelo
Regulamento (CE) n.º 1137/2008.
Estão excluídas do âmbito de aplicação da directiva as instalações experimentais
destinadas a melhorar o processo de incineração que tratem menos de 50
toneladas de resíduos por ano, bem como as instalações que tratem apenas:
• resíduos vegetais provenientes da agricultura e da silvicultura;
• resíduos vegetais provenientes da transformação de produtos alimentares, se o calor
gerado for recuperado;
• alguns resíduos vegetais fibrosos provenientes da produção de pasta de papel e do
papel, se forem co-incinerados no local de produção e o calor gerado for recuperado;
• alguns resíduos de madeira;
• resíduos de cortiça;
• resíduos radioactivos;
• carcaças de animais;
• resíduos resultantes da exploração de petróleo e de gás e incinerados em instalações off-
shore.

António Gonçalves Henriques 77


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes das instalações de incineração de resíduos
Directiva 2000/76/CE relativa à incineração de resíduos, alterada pelo
Regulamento (CE) n.º 1137/2008.
Licenças
Todas as instalações de incineração ou de co-incineração devem dispor de uma
licença que especifica as categorias e as quantidades de resíduos que podem ser
tratados, a capacidade de incineração ou de co-incineração da instalação e os
procedimentos de amostragem e medição dos poluentes do ar e da água que vão
ser utilizados.
Para garantir a combustão total dos resíduos, todas as instalações devem manter
os gases resultantes da incineração e da co-incineração a uma temperatura mínima
de 850 °C durante pelo menos 2 segundos. No caso de resíduos perigosos, com um
teor de substâncias orgânicas halogenadas, expresso em cloro, superior a 1 %, a
temperatura deve atingir 1100 °C durante pelo menos 2 segundos.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Emissões provenientes das instalações de incineração de resíduos
Directiva 2000/76/CE relativa à incineração de resíduos, alterada pelo
Regulamento (CE) n.º 1137/2008.
Valores-limite de emissão e monitorização.
São estabelecidos valores-limite das emissões para a atmosfera de metais pesados,
dioxinas e furanos, monóxido de carbono (CO), poeiras, carbono orgânico total
(COT), cloreto de hidrogénio (HCl), fluoreto de hidrogénio (HF), dióxido de enxofre
(SO2) e os óxidos de azoto (NO e NO2).
São definidas disposições especiais para os fornos de cimento e para as instalações
de combustão onde se realiza a co-incineração de resíduos.
É obrigatória a instalação de sistemas de medição para controlar os parâmetros de
exploração e as emissões pertinentes. As emissões são medidas contínua ou
periodicamente, com frequência definida em função dos poluentes.
A Directiva é substituída pela Directiva 2010/75/UE em janeiro de 2014.

António Gonçalves Henriques 78


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Redução das emissões de compostos orgânicos voláteis (COV)
Directiva 1999/13/CE relativa à limitação das emissões de compostos orgânicos
voláteis resultantes da utilização de solventes orgânicos em certas actividades e
instalações.
Objectivo : prevenir ou reduzir os efeitos directos e indirectos das emissões de compostos
orgânicos voláteis (COV) no ambiente e nos seres humanos através do estabelecimento de
limites de emissão para estes compostos e condições de funcionamento das instalações que
utilizam solventes orgânicos.
Os operadores industriais tem duas possibilidades de cumprir as reduções de emissões
requeridas:
• cumprir os valores-limite de emissão e os valores das emissões evasivas, ou os valores
limite de emissões totais, através da instalação de equipamentos adequados para reduzir
as emissões
• aplicar um processo de redução de forma a obter um nível de emissão equivalente,
nomeadamente através da substituição de produtos convencionais com elevadas
quantidades de solventes por produtos sem solventes ou com quantidades reduzidas.
As substâncias ou misturas que podem ter efeitos graves de saúde devido ao seu conteúdo
de COV (classificado cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução) deve ser
substituídas por substâncias menos nocivas ou misturas.
A Directiva é substituída pela Directiva 2010/75/UE em janeiro de 2014.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Recuperação de vapores de gasolina durante o armazenamento
Directiva 94/63/CE relativa ao controlo das emissões de compostos orgânicos
voláteis (COV) resultantes do armazenamento e da distribuição de gasolina desde
os terminais até às estações de serviço.
Objectivo: reduzir as emissões de compostos orgânicos voláteis resultantes da
evaporação de gasolina em todas as fases da cadeia de armazenamento e de
distribuição.
Estabelece especificações técnicas harmonizadas para a concepção e a exploração:
• das instalações de armazenamento dos terminais;
• dos equipamentos de carga e descarga dos depósitos móveis nos terminais;
• dos depósitos móveis;
• dos equipamentos de carga das instalações de armazenamento das estações de
serviço.

António Gonçalves Henriques 79


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Recuperação de vapores de gasolina durante o reabastecimento
Directiva 2009/126/CE relativa à fase II da recuperação de vapores de gasolina
durante o reabastecimento de veículos a motor nas estações de serviço.
Objectivo: reduzir a quantidade de vapores de gasolina emitidos para a atmosfera
durante o reabastecimento de veículos a motor nas estações de serviço.
Todas as estações de serviço novas ou que foram objecto de uma renovação
substancial devem ser equipadas com um sistema de fase II de recuperação de
vapores de gasolina se:
a) O caudal efectivo ou previsto exceder 500 m3/ano; ou
b) O caudal efectivo ou previsto exceder 100 m3/ano e se estiverem integradas
em edifícios utilizados como locais permanentes de habitação ou de trabalho.
As estações de serviço existentes cujo caudal exceda 3000 m3/ano devem ser
equipadas com aquele sistema até 31 de Dezembro de 2018.
A eficiência da captura de vapores de gasolina daqueles sistemas deve ser igual ou
superior a 85 %

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor
Emissões dos veículos pesados (Euro VI): regras de certificação
Regulamento (CE) n.º 595/2009 relativo à homologação de veículos a motor e de motores no
que respeita às emissões dos veículos pesados ​(Euro VI) e acesso à informação sobre a
reparação e manutenção de veículos.
Veículos “verdes”: uma estratégia europeia
Comunicação da Comissão COM (2010) 186 final – Uma estratégia europeia para veículos
não poluentes e energeticamente eficientes.
Redução das emissões poluentes dos veículos ligeiros
Regulamento (CE) n.º 715/2007 relativo à homologação dos veículos a motor no que
respeita às emissões dos veículos ligeiros de passageiros e comerciais (Euro 5 e Euro 6) e ao
acesso à informação relativa à reparação e manutenção de veículos.
Regulamento (CE) n.º 443/2009 que define normas de desempenho em matéria de
emissões dos automóveis novos de passageiros como parte da abordagem integrada da
Comunidade para reduzir as emissões de CO2 dos veículos
Qualidade da gasolina e do combustível para motores diesel: enxofre e chumbo
Directiva 98/70/CE relativa à qualidade da gasolina e do diesel, modificada pelas Directivas
2000/71/CE e 2003/17/CE, pelo Regulamento (CE) n.º 1882/2003 e pelas Directivas
2009/30/CE, 2011/63/EU.

António Gonçalves Henriques 80


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor
Estratégia da UE no domínio dos biocombustíveis:
Comunicação da Comissão COM (2006) 34 final , “Estratégia da UE para os biocombustíveis”.
Os biocombustíveis, obtidos a partir de biomassa, são uma fonte de energia renovável
alternativa às fontes de energia fósseis utilizadas pelo sector dos transportes,
principalmente baseadas no petróleo.
A estratégia visa três objectivos: promover uma maior utilização de biocombustíveis na
União Europeia e nos países em desenvolvimento, preparar o uso em grande escala dos
biocombustíveis e desenvolver a cooperação com os países em desenvolvimento para a
produção sustentável de biocombustíveis.
Veículos a motor: uso de biocombustíveis:
Directiva 2009/28/CE relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes
renováveis, que :
• estabelece um quadro comum para a promoção de energia proveniente das fontes
renováveis,
• fixa objectivos nacionais obrigatórios para a quota global de energia proveniente de
fontes renováveis no consumo final bruto de energia e para a quota de energia
proveniente de fontes renováveis consumida pelos transportes,
• estabelece critérios de sustentabilidade para os biocombustíveis e biolíquidos.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Redução das emissões de dióxido de carbono dos veículos comerciais ligeiros:
• Regulamento (UE) nº 510/2011 que define normas de desempenho em matéria de
emissões dos veículos comerciais ligeiros novos.
As emissões médias de CO2 dos veículos não deve exceder
175 g/km, a partir de 2017 (esta exigência será introduzido progressivamente a partir de
2014) e 147 g/km a partir de 2020.
• Regulamento (CE) n.° 443/2009 que define normas de desempenho em matéria de
emissões dos automóveis novos de passageiros.
As emissões específicas de CO2 de cada automóvel novo de passageiros são determinadas
com base nas seguintes fórmulas:
a) De 2012 a 2015:
Emissões específicas de CO2 = 130 + 0,0457 × (M – 1372),
em que M é a massa do veículo em quilogramas (kg)
b) A partir de 2016:
Emissões específicas de CO2 = 130 + 0,0457 × (M – M0),
em que M é a massa do veículo em quilogramas (kg),
M0 o valor fixado nos termos do nº 2 do artigo 13º

António Gonçalves Henriques 81


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Redução das emissões de dióxido de carbono dos veículos ligeiros:
• Regulamento (UE) nº 510/2011 que define normas de desempenho em matéria de
emissões dos veículos comerciais ligeiros novos.
As emissões médias de CO2 dos veículos não deve exceder
175 g/km, a partir de 2017 (esta exigência será introduzido progressivamente a partir de
2014) e 147 g/km a partir de 2020.
• Regulamento (CE) n.° 443/2009 que define normas de desempenho em matéria de
emissões dos automóveis novos de passageiros.
As emissões específicas de CO2 de cada automóvel novo de passageiros são determinadas
com base nas seguintes fórmulas:
a) De 2012 a 2015:
Emissões específicas de CO2 = 130 + 0,0457 × (M – 1372),
em que M é a massa do veículo em quilogramas (kg)
b) A partir de 2016:
Emissões específicas de CO2 = 130 + 0,0457 × (M – M0),
em que M é a massa do veículo em quilogramas (kg),
M0 o valor fixado nos termos do nº 2 do artigo 13º

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Veículos a motor – uso de biocombustíveis:
Directiva 2009/28/CE relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes
renováveis, que :
• estabelece um quadro comum para a promoção de energia proveniente das fontes
renováveis,
• fixa objectivos nacionais obrigatórios para a quota global de energia proveniente de
fontes renováveis no consumo final bruto de energia e para a quota de energia
proveniente de fontes renováveis consumida pelos transportes,
• estabelece critérios de sustentabilidade para os biocombustíveis e biolíquidos.

António Gonçalves Henriques 82


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Veículos de transporte rodoviário não poluentes e energeticamente eficientes:
Directiva 2009/33/CE relativa à promoção de veículos de transporte rodoviário não
poluentes e energeticamente eficientes :
• Visa promover e incentivar o desenvolvimento de um mercado de veículos não
poluentes e energeticamente eficientes através da obrigação das autoridades públicas
e outros operadores de considerar, nas aquisições de veículos, o impacto do uso do
veículo durante a sua vida em termos de consumo de energia, emissões de CO2 e
contaminantes atmosféricos.
• Aplica-se a contratos para a compra de veículos de transporte rodoviário por
autoridades ou entidades públicas e por operadores de serviço público.
• As autoridades ou entidades públicas e os operadores, no âmbito de um contrato de
serviço público, na compra de veículos de transporte rodoviário devem em conta a
energia e os impactos ambientais de veículos durante a sua vida útil, nomeadamente:
 O consumo de energia;
 As emissões de CO2;
 As emissões de NOx, hidrocarbonetos não metânicos partículas.
• A directiva prevê uma metodologia de cálculo do custo do consumo de energia,
emissões de CO2 e poluentes ao longo da vida de um veículo.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Informações sobre o consumo de combustível e as emissões de CO2 dos automóveis
novos:
Directiva 99/94/CE relativa às informações sobre a economia de combustível e as emissões
de CO2 disponíveis para o consumidor na comercialização de automóveis novos de
passageiros, alterada pela Directiva 2003/73/CE:
Visa garantir que os consumidores disponham de informações sobre o consumo de
combustível e as emissões de CO2 dos automóveis novos de passageiros para venda na
Comunidade. Este sistema de informação aos consumidores tem quatro aspectos:
• localização no veículo de uma etiqueta de consumo de combustível e emissões de CO 2;
• desenvolvimento de um guia sobre a economia de combustível e emissões de CO 2;
• cartazes nos locais de exposição;
• dados que indicam consumo de combustível e as emissões de CO 2 no material
promocional.

António Gonçalves Henriques 83


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos rodoviários
Emissões provenientes de sistemas de ar condicionado:
Directiva 2006/40/CE relativa às emissões provenientes de sistemas de ar condicionado
instalados em veículos a motor:
Visa diminuir as emissões de gases fluorados com efeito de estufa (hidrofluorocarbonetos
(HFC), perfluorocarbonetos (PFC) e hexafluoretos de enxofre (SF6) referidos no Protocolo
de Quioto e preparações que contenham essas substâncias) utilizados nos sistemas de ar
condicionado dos veículos a motor.
Num primeiro tempo, a aplicar aos novos tipos de veículos a partir de 21 de Junho de 2008
e aos veículos novos a partir de 21 de Junho de 2009, a directiva prevê o controlo das fugas
dos sistemas de ar condicionado concebidos para conter gases com efeito de estufa cujo
potencial de aquecimento global seja superior a 150. Uma medida transitória proíbe,
portanto, os referidos sistemas de ar condicionado, a não ser que a taxa de fuga não
ultrapasse os limites máximos admissíveis.
Num segundo tempo, a aplicar aos novos tipos de veículos a partir de 1 de Janeiro de 2011
e a todos os veículos novos a partir de 1 de Janeiro de 2017, a directiva prevê a interdição
total dos sistemas de ar condicionado concebidos para conter gases fluorados cujo
potencial de aquecimento global seja superior a 150.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos não-rodoviários
Emissões de gases poluentes por máquinas móveis não rodoviárias:
Directiva 97/68/CE relativa a medidas contra a emissão de poluentes gasosos e de
partículas pelos motores de combustão interna a instalar em máquinas móveis não
rodoviárias, alterada pela Directiva 2001/63/CE, Directiva 2002/88/CE, Directiva
2004/26/CE, Directiva 2006/105/CE, Regulamento (CE) nº 596/2009, Directiva 2010/26/UE
e Directiva 2011/88/EU.
Define as normas de emissão e procedimentos de homologação dos motores a instalar em
máquinas móveis não rodoviárias. As normas de emissão são definidas para os seguintes
poluentes: monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de azoto e partículas.
São máquinas móveis não rodoviárias quaisquer máquinas móveis, equipamentos
industriais transportáveis veículos com ou sem carroçaria, não destinado ao transporte
rodoviário de passageiros ou de mercadorias por estrada, em que está instalado um motor
de combustão interna, por exemplo, tractores e outras máquinas de construção,
locomotivas e embarcações de navegação interior.
Os motores e combustão interna incluem os motores de ignição por compressão (gasóleo)
e motores de ignição por faísca (gasolina), que não são usados ​nas máquinas móveis,
incluindo locomotivas e embarcações de navegação interior.

António Gonçalves Henriques 84


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Veículos terrestres a motor – veículos não-rodoviários
Emissões de gases poluentes dos tractores agrícolas ou florestais:
Directiva 2000/25/CE relativa às medidas a tomar contra as emissões de gases poluentes
e de partículas poluentes provenientes dos motores destinados à propulsão dos
tractores agrícolas ou florestais, alterada pela Directiva 2005/13/CE, Directiva
2006/96/CE, Directiva 2010/22/EU, Directiva 2011/72/EU e Directiva 2011/87/UE .
Estabelece as normas relativas às emissões dos tractores de agricultura e florestais. Em
particular, define os procedimentos de autorização de acordo com o tipo de motor
utilizado para os tractores, bem como a definição dos procedimentos de homologação
para cada tipo de veículo, de acordo com as emissões dos poluentes gasosos
considerados: monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de azoto e partículas

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Outros veículos
Clean Sky:
A Iniciativa Tecnológica Conjunta (ITC) «Clean Sky» (Céu Limpo) insere-se no âmbito do
Programa Específico «Cooperação» do 7.º Programa-Quadro de Investigação e de
Desenvolvimento Tecnológico – 7.º PQ.
A iniciativa, que se mantém em actividade até 2017, tem como objetivos principais:
• acelerar o desenvolvimento de tecnologias adaptadas a uma geração de transportes
aéreos menos poluentes;
• garantir uma coordenação eficaz da investigação aeronáutica à escala europeia;
• permitir a criação de um sistema de transporte aéreo inovador e competitivo;
• melhorar a geração de conhecimentos, bem como a exploração dos resultados da
investigação.
A Iniciativa «Clean Sky» visa reduções, até 2020, de 50 % das emissões de CO2, de 80 %
das emissões de NOx e de 50 % da poluição sonora.

António Gonçalves Henriques 85


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Outros veículos
Estratégia de redução das emissões dos navios de mar:
Directiva 2005/33/CE relativa ao teor de enxofre dos combustíveis navais.
Aplica-se a todos os combustíveis líquidos derivados do petróleo utilizados pelos navios
que naveguem nas águas dos Estados-Membros. Prevê
• a supressão das isenções existentes aplicáveis ​ao gasóleo,
• a implementação de um limite de 1,5% de teor de enxofre nas zonas de controlo de
emissões de enxofre definidas pela Organização Marítima Internacional,
• limitar a aplicação a todos os navios de passageiros em serviços regulares de e para
os portos da Comunidade,
• a exigência de que os navios no porto utilizem um combustível com um teor máximo
de enxofre de 0,1%,
• A aplicação de tecnologias reduções de emissões aprovado como alternativa aos
combustíveis com baixo teor de enxofre.

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Outros veículos
Estratégia de redução das emissões dos navios de mar:
Estratégia da União Europeia para reduzir as emissões atmosféricas dos navios de mar
[COM (2002) 595 final].
Os objectivos desta estratégia são os seguintes:
• Redução das emissões de SO2 dos navios que contribuam para a melhorar as cargas
críticas de acidificação e afectam a qualidade do ar ao nível local.
• Redução das emissões de NOX dos navios que contribuem para ultrapassar as cargas
críticas de acidificação e eutrofização e os níveis de ozono troposférico e que afectam
a saúde e o ambiente.
• Redução das emissões de partículas primárias quando afectam a qualidade do ar a
nível local.
• Redução dos níveis de emissão de COV quando contribuem para que os níveis de
ozono à superfície afectem a saúde e o ambiente.
• Redução das emissões de CO2 dos navios.
• Eliminação das emissões das substâncias que destroem a camada de ozono de todos
os navios que navegam em águas da UE.

António Gonçalves Henriques 86


POLUIÇÃO DO AR

Legislação da União Europeia sobre qualidade do ar


Outros veículos
Estratégia de redução das emissões dos navios de mar:
Estratégia da União Europeia para reduzir as emissões atmosféricas dos navios de mar
[COM (2002) 595 final].
Para atingir os objectivos, são propostas várias medidas, designadamente:
• Coordenar a posição dos Estados membros da UE, na Organização Marítima
Internacional (OMI) para tomar medidas rigorosas para reduzir as emissões de navios.
A entrada em vigor do Anexo VI da MARPOL, que estabelece normas sobre a
prevenção da poluição do ar por navios, é um elemento chave da estratégia.
• Excluir antes de 2010 as excepções que permitem autorizar o uso de halon de navios
mercantes que navegam nas águas da UE.
• Desenvolver um sistema de instrumentos económicos para reduzir as emissões
atmosféricas dos navios para além do que é exigido por lei.
• Implementar um sistema de preços que incentive as empresas de transporte que
respeitem o ambiente.
• Financiar a investigação em áreas que facilitam a redução das emissões dos navios.
• Organizar seminários sobre as melhores práticas no domínio de tecnologias para
reduzir as emissões dos navios.

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de setembro
estabelece o regime da avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente, transpondo para
a ordem jurídica interna a Diretiva 2008/50/CE e a Diretiva 2004/107/CE relativa às
concentrações de dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto, partículas em
suspensão, PM10 e PM2,5, benzeno, monóxido de carbono e ozono, chumbo, arsénio,
cádmio, mercúrio, níquel e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos no ar ambiente;
Decreto-lei n.º 173/2008, de 26 de agosto
estabelece o regime jurídico relativo à prevenção e controlo integrados da poluição,
transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva 2008/1/CE;
Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de agosto
transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva 1999/13/CE, relativa à limitação das
emissões de compostos orgânicos voláteis resultantes da utilização de solventes
orgânicos em certas actividades de instalações;
Decreto-Lei n.º 181/2006, de 6 de setembro
transpõe a Directiva 2004/42/CE, de 21 de Abril, relativa à limitação do teor de COV em
determinadas tintas decorativas e vernizes, destinadas a edifícios, e em produtos de
retoque de veículos e prevê a elaboração de um programa de controlo relativo ao
cumprimento das obrigações decorrentes do decreto.

António Gonçalves Henriques 87


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de abril,
estabelece o regime legal da incineração e co-incineração de resíduos, transpondo para a
ordem jurídica interna a Directiva 2000/76/CE;
Decreto-Lei n.º 178/2003, de 5 de agosto
estabelece limitações às emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de
grandes instalações de combustão (GIC), transpondo para a ordem jurídica nacional a
Directiva 2001/80/CE;

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de setembro
Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva 2008/50/CE relativa aos poluentes
dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto, partículas em suspensão, PM 10 e
PM2,5, benzeno, monóxido de carbono e ozono, chumbo, arsénio, cádmio, mercúrio,
níquel e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos no ar ambiente.
O Decreto-Lei estabelece os objectivos de qualidade do ar tendo em conta as normas, as
orientações e os programas da Organização Mundial de Saúde, destinados a preservar a
qualidade do ar ambiente quando ela é boa e melhorá-la nos outros casos.
Sempre que os objectivos de qualidade do ar não forem atingidos, são tomadas medidas
da responsabilidade de diversos agentes em função das suas competências, que podem
estar integradas em planos de acção de curto prazo ou planos de qualidade do ar,
concretizados através de programas de execução.
Atendendo aos objectivos da estratégia temática sobre poluição atmosférica, no que
respeita à redução da mortalidade e morbilidade devido aos poluentes, foram adoptados
objectivos de melhoria contínua quanto à concentração no ar ambiente de partículas
finas (PM2,5).

António Gonçalves Henriques 88


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 193/2003, de 22 de agosto
transpõe para o direito nacional a Directiva 2001/81/CE que estabelece a obrigação de
desenvolver um programa nacional para a redução das emissões dos poluentes dióxido
de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOX), compostos orgânicos voláteis não metânicos
(COVNM) e amónia (NH3), com o objectivo de atingir, o mais tardar no ano 2010, os
tectos de emissão nacionais que foram atribuídos por negociação.

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 193/2003, de 22 de agosto

António Gonçalves Henriques 89


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de abril
O Decreto-Lei estabelece o regime legal relativo à prevenção e controlo das emissões
atmosféricas fixando os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia de
protecção do ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operadores das
instalações abrangidas, com vista a evitar ou reduzir a níveis aceitáveis a poluição
atmosférica originada nessas mesmas instalações.
Abrange todas as fontes de emissão de poluentes atmosféricos associados a instalações
que desenvolvam actividades de carácter industrial, produção de electricidade e/ou
vapor, instalações de combustão integradas em estabelecimentos industriais, comerciais
e/ou de serviços, entre os quais os de prestação de cuidados de saúde, de ensino e
instituições do estado, bem como actividades de armazenamento de combustíveis, de
pesquisa e exploração de massas minerais e de manutenção e reparação de veículos.
São excluídos do âmbito de aplicação as instalações de combustão com uma potência
térmica nominal igual ou inferior a 100 kWth, geradores de emergência, sistemas de
ventilação e instalações ou parte delas utilizadas exclusivamente para I&D.
O regime instituído no Decreto-Lei não prejudica o disposto em legislação especial.

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


O Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, é regulamentado através dos seguintes diplomas legais:
Portaria n.º 286/93, de 12 de março
fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em
suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias
para o ozono;
Portaria n.º 1387/2003, de 22 de dezembro
introduz medidas de segurança e controlo relativas ao uso do coque do petróleo pela indústria;
Portaria n.º 263/2005, de 17 de março
fixa novas regras para o cálculo da altura de chaminés e define as situações em que devem para esse
efeito ser realizados estudos de poluentes atmosféricos;
Portaria n.º 80/2006, de 23 de janeiro
fixa os limiares mássicos máximos e mínimos de poluentes atmosféricos, alterada pela Portaria n.º
676/2009, de 23 de junho, que substitui a tabela n.º 3 do anexo ;
Portaria n.º 675/2009, de 23 de junho
fixa os valores limite de emissão de aplicação geral (VLE gerais) aplicáveis às instalações abrangidas
pelo Decreto-Lei (Declaração de Rectificação n.º 62/2009, de 21 de agosto);
Portaria n.º 677/2009, de 23 de Junho,
fixa os valores limite de emissão (VLE) aplicáveis às instalações de combustão abrangidas pelo
Decreto-Lei.

António Gonçalves Henriques 90


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Para definir e harmonizar os procedimentos de todos os intervenientes na aplicação do
Decreto-Lei n.º 78/2004, a nível nacional, a Agência Portuguesa do Ambiente elaborou
diretrizes relativas à descarga de poluentes na atmosfera e à monitorização das emissões
atmosféricas.
A Agência Portuguesa do Ambiente é a entidade competente para o acompanhamento
dos resultados da monitorização em contínuo das emissões para a atmosfera, e para
estes estabelecimentos, recebe igualmente os resultados das caracterizações pontuais.
A monitorização em contínuo das emissões de poluentes atmosféricos é obrigatória nas
situações em que:
• caudal mássico de emissão de determinado poluente ultrapasse o respectivo limiar
mássico máximo fixado na Portaria n.º 80/2006, de 23 de janeiro;
• ocorra consumo de coque de petróleo;
• requisitos de legislação específica sobre grandes instalações de combustão e de
incineração e co-incineração de resíduos;
• requisitos impostos no licenciamento ambiental.
Os resultados desta monitorização são enviados à Agência Portuguesa do Ambiente, que
analisa os resultados da monitorização em contínuo e pontual e elabora relatórios
referentes a cada ano civil sobre a evolução das concentrações médias anuais emitidas e
dos respectivos Valores Limite de Emissão (VLE).

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Qualidade do ar interior
Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril
Aprova o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos
Edifícios (SCE), transpõe para o ordenamento jurídico nacional a Directiva 2002/91/CE,
relativa ao desempenho energético em edifícios, e introduz, a nível nacional, objectivos
de qualidade do ar interior nos edifícios. Com efeito, enquanto que a Directiva apenas se
refere à necessidade de garantir conforto térmico no interior dos edifícios,
especificamente através de técnicas de arrefecimento que contribuam para melhorar a
qualidade do clima interior dos edifícios, o SCE define, para além dos requisitos de
conforto térmico (temperatura, humidade e velocidade do ar), as condições mínimas que
garantem a qualidade do ar interior nos edifícios, nomeadamente no que diz respeito à
concentração de poluentes, microorganismos, radão, assim como taxas mínimas de
renovação de ar.
O SCE é regulado por dois diplomas:
Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril - Regulamento dos Sistemas Energéticos de
Climatização em Edifícios (RSECE);
Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de Abril - Regulamento das Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) - (Aplicado apenas à certificação
energética da competência da DGEG).

António Gonçalves Henriques 91


POLUIÇÃO DO AR

Legislação Nacional sobre qualidade do ar


Qualidade do ar interior
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é a entidade responsável pela supervisão do
SCE, no que respeita à qualidade do ar interior (QAI).
A APA tem ainda a responsabilidade de aprovar os Planos de Acções Correctivas da QAI,
submetidos pelos proprietários de edifícios existentes, no caso de incumprimento dos
requisitos, no âmbito das auditorias periódicas de QAI.
Os edifícios (ou fracções autónomas) sujeitos a auditorias QAI no âmbito do RSECE
incluem:
• Edifícios de habitação novos e grandes intervenções de reabilitação com novos
sistemas de climatização com ventilação mecânica com potência instalada de
aquecimento ou arrefecimento P>25kW.
• Todos os edifícios de serviços existentes .
Os edifícios novos estão sujeitos a auditorias QAI na fase de projecto, para obter licença
ou autorização de construção. Nesta fase é emitida uma Declaração de Conformidade
Regulamentar. Posteriormente, após construção, é realizada uma auditoria QAI para
obter licença ou autorização de utilização, sendo emitido um Certificado QAI.
Durante o funcionamento dos edifícios de serviços (edifícios existentes), estes são
sujeitos a auditorias periódicas com periodicidade variável em função do tipo de
ocupação.

O estado do Ambiente em
Portugal
Qualidade do Ar

António Gonçalves Henriques 92


POLUIÇÃO DO AR

Índice de qualidade do ar
O índice de qualidade do ar é uma ferramenta que permite uma classificação simples
e compreensível do estado da qualidade do ar. Foi desenvolvido para
• traduzir a qualidade do ar, especialmente de algumas áreas industriais e cidades,
• permitir um fácil acesso do público à informação sobre qualidade do ar, através da
consulta directa ou através dos órgãos de Comunicação Social,
• dar resposta às obrigações legais
Os valores do índice são disponibilizados diariamente em www.qualar.org. com base
em:
– Médias horárias de NO2, SO2, O3
– Médias octohorárias de CO
– Médias diárias de PM10
São fornecidos diariamente dois valores:
• O valor provisório do índice calculado para o próprio dia, que se reporta ao
período de dados medidos entre as 00h00 e as 15h00 e está disponível a partir das
18h00.
• O valor definitivo do índice, que pode ser consultado a partir das 14h00 do dia
seguinte.

Índice de qualidade do ar
O cálculo do índice numa determinada zona/ aglomeração obriga à verificação das
seguintes condições:
• Deve existir pelo menos um sensor para os poluentes NO2, O3 e PM10 na zona/
aglomeração para a qual se quer calcular o índice. Não é obrigatório a medição de
CO e SO2 para o cálculo do índice, no entanto, caso este for medido, os valores das
concentrações são utilizadas para o cálculo.
• A eficiência da medição tem de ser a seguinte:

António Gonçalves Henriques 93


POLUIÇÃO DO AR

Índice de qualidade do ar
A classificação da qualidade do ar é dada no quadro seguinte, de acordo com o valor
médio da concentração de cada.
É possível consultar os intervalos de variação dos valores do índice para os anos
compreendidos entre 2001 e 2010.
Classificação do Índice de Qualidade do Ar (IQar) para o ano 2012
Concentração em µg/m3
CO NO2 O3 PM10 SO2
Classificação
Min Máx Min Máx Min Máx Min Máx Min Máx
Mau 10000 ----- 400 ----- 240 ----- 120 ----- 500 -----
Fraco 8500 9999 200 399 180 239 50 119 350 499
Médio 7000 8499 140 199 120 179 35 49 210 349
Bom 5000 6999 100 139 60 119 20 34 140 209
Muito Bom 0 4999 0 99 0 59 0 19 0 139

O IQar é definido de acordo com o poluente que apresentar pior classificação,


independentemente de quaisquer factores de sinergia entre diferentes poluentes
(ex: valores médios registados numa dada área: SO2 - 35 µg/m3 (Muito Bom), NO2 - 180 µg/m3
(Médio); CO - 6000 µg/m3 (Bom), PM10 - 15 µg/m3 (Muito Bom) e O3 - 365 µg/m3 (Mau), o IQar
assume a classificação “mau” devido às concentrações observadas para o ozono).

Tempo Conselhos de saúde


Anticiclone com vento fraco; Todos os adultos devem evitar esforços físicos ao ar livre.
Estabilidade prolongada; Os grupos sensíveis (crianças , idosos e indivíduos com
Depressão do norte de África com uma problemas respiratórios) devem permanecer em casa
Mau corrente de SE no continente transportando com as janelas fechadas e utilizando de preferência
poeiras do deserto; sistemas apropriados de circulação/refrigeração do ar.
Ozono: forte radiação / tempo quente
contínuo.
Anticiclone com vento fraco; As pessoas sensíveis (crianças , idosos e indivíduos com
Situações de transição do estado do tempo; problemas respiratórios) devem evitar actividades físicas
Estabilidade; intensas ao ar livre. Os doentes do foro respiratório e
Depressão do norte de África com uma cardiovascular devem ainda respeitar escrupulosamente
corrente de SE no continente transportando os tratamentos médicos em curso ou recorrer a cuidados
Fraco poeiras do deserto; médicos extra, em caso de agravamento de sintomas. A
Ozono: forte radiação / temperaturas elevadas população em geral deve evitar a exposição a outros
associadas a dias de céu limpo. factores de risco, tais como o fumo do tabaco e a
exposição a produtos irritantes contendo solventes na
sua composição.
Diversas situações meteorológicas com As pessoas muito sensíveis, nomeadamente crianças e
Médio características de tempo agradáveis. idosos com doenças respiratórias devem limitar as
actividades ao ar livre.
Passagem de frentes com actividade moderada; Nenhuns
Bom Outras situações meteorológicas com ventos
moderados.
Vento moderado a forte; Nenhuns
Muito Temperaturas frescas;
Bom Ocorrência de precipitação;
Passagem de frentes com actividade moderada.

António Gonçalves Henriques 94


POLUIÇÃO DO AR

Delimitação de zonas e aglomerações em Portugal

Cobertura geográfica

António Gonçalves Henriques 95


POLUIÇÃO DO AR

Valores do IQar em Lisboa

Média anual de O3, PM10, NO2, SO2, C6H6 e CO

António Gonçalves Henriques 96

You might also like