You are on page 1of 5

VIVENDO NA LUZ

1- O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que
contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da
vida.

2- A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida


eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.

3- Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão
conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.

4- Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa.

5- Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva
alguma.

6- Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não
praticamos a verdade.

7- Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.

8- Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não
está em nós.

9- Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos
purificar de toda injustiça.

10- Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua
palavra não está em nós.

1 João 1:6-10

1 João 1:1-10

INTRODUÇÃO

Hoje pela manhã, na EBD, tratamos sobre a missão da Igreja para com Deus (Missão Vertical),
aprendemos que essa missão está pautada em fatores como adoração, lealdade e submissão. E
no que tange ao fator lealdade falamos muito sobre o evangelista João e de sua perspectiva
peculiar e incisiva: Ele deixa claro que só existem duas opções.

Quando falamos sobre o tema viver na luz, expressão usada na exortação de João em sua
epístola, não estamos nos referindo a luz do sol ou a luz elétrica, mas, estamos nos referindo ao
aspecto espiritual de uma pessoa.

É importante sabermos que no âmbito espiritual só existem dois estados: trevas ou luz.

Existem pessoas que fisicamente, materialmente, ou seja, na perspectiva natural, tem a luz (do
sol, elétrica), mas que espiritualmente estão vivendo em trevas (pecado) “O povo que
caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte
raiou uma luz.” (Isaias 9:2). Porém, o ser humano não foi feito para viver em trevas, pois toda a
obra criada de Deus surge a partir da criação da luz em Gênesis 1:3.
Em Êxodo 10:23 “Moisés estendeu a mão para o céu, e por três dias houve densas trevas em
todo o Egito. Ninguém pôde ver ninguém, nem sair do seu lugar durante três dias. Todavia,
todos os israelitas tinham luz nos locais em que habitavam.” quando Deus envia a nona praga
sobre todo o Egito, conta-nos o texto bíblico que por três dias houve densas trevas sobre todo
o país e que ninguém pôde ver ninguém, nem sair do lugar, porém os israelitas tinham luz nos
locais em que eles habitavam.

Assim como os cristãos hoje, que vivem em uma geração mergulhada em trevas, mas que
segundo(João 8:12) “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas
terá a luz da vida" possuem a luz do mundo que é Jesus.

No texto bíblico de nosso sermão, mais precisamente no (v.5a) o apóstolo João escreve: “Esta
é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês…” João estava compartilhando algo
que ele havia aprendido com Jesus, não estamos sendo exortados por palavras humanas, mas
sim pelo próprio Jesus. Por isso, com esta mensagem queremos pela graça de Deus resgatar a
compreensão de que nossa vida precisa estar na luz, diante de Deus, dos nossos irmãos e irmãs
em Cristo e de toda a humanidade. Sendo assim, o texto bíblico nos aponta algumas implicações
práticas de quando vivemos na Luz!

Toda a vida necessita de luz, todo o plantio necessita de luz, então é logico que todo cultivo é
dependente de luz, não é verdade?

QUANDO VIVEMOS NA LUZ CULTIVAMOS...

I – A comunhão com Deus (v. 5)

“Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva
alguma.”

Ao iniciar o v.5 entre outras afirmações, João diz que Deus é luz e que em Deus não há treva
alguma e que(v.6) se alguém afirma ter comunhão com ele não anda em trevas “Se afirmarmos
que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a
verdade.” Para Deus não existe meio termo, ou somos ou não somos, ou nascemos de novo ou
não nascemos, ou estamos nas trevas ou estamos na luz.

Gostaria de refletir com os irmãos sobre a expressão do v.6: “Se afirmarmos que temos
comunhão com ele…”.

Com toda certeza, um dos pontos centrais da mensagem de Jesus é o resgate da comunhão do
ser humano com Deus. No (v.3b) João afirma que nossa comunhão é com o Pai e com o seu filho
Jesus Cristo “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” . Aqui a palavra
comunhão vem do grego koinonia que literalmente significa comum, comunhão, sociedade. Essa
expressão trata da mais intima relação com Deus.

Podemos dizer que viver na luz de acordo com João é ter comunhão com Deus, e que ter
comunhão com Deus é viver uma vida de santidade, compromisso, transparência, adoração,
busca e principalmente de abandono das práticas pecaminosas não condizentes com a nova vida
em Cristo (2 Coríntios 5:17) “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”

Quando temos comunhão com Deus, não andamos nas trevas e sim na luz, pois os que não
conhecem a Deus e não cultivam comunhão com ele, amam mais as trevas do que a luz, pois
suas obras são más e procuram não se aproximar da luz para que suas obras não sejam
manifestas “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e
não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima
da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas.”(João 3:19-20).

Um exemplo é o de Adão e Eva que pecaram por comerem do fruto do conhecimento do bem e
do mal, o qual Deus os havia orientado a não comerem. O que eles fizeram? Por terem pecado
(trevas), eles se esconderam da presença do Senhor (Gênesis 3:8).

Quando estamos vivendo na ignorância e no erro (trevas) não conseguimos cultivar comunhão
com Deus (luz).

Deus é santidade, pureza, verdade absoluta, não se pode viver, portanto, em pecado e estar em
comunhão com ele.

Como em Gênesis, inconscientemente tentamos nos esconder de Deus, mesmo estando na


igreja tentamos nos esconder de Deus. Só em Jesus podemos ter comunhão com Deus, pois
quem segue a Jesus nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida, pois Jesus é a luz do mundo
“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida"
(João 8:12), e tendo a luz da vida podemos nos aproximar de Deus e nos tornarmos filhos dele,
filhos da luz “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito
de se tornarem filhos de Deus...” e “Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem
filhos da luz” (João 1:12; 12:36) e desfrutar a presença e comunhão do Pai celestial.

QUANDO VIVEMOS NA LUZ CULTIVAMOS...

II – A comunhão uns com os outros (v.7)

“Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”

A vida na luz nos abre uma nova dimensão: Fazemos parte de uma família, da família de Deus
“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e
membros da família de Deus” (Efésios 2:19), da família dos filhos da luz “Vocês todos são filhos
da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas.”(1 Tessalonicense 5:5) onde nos
relacionamos uns com os outros e onde só temos comunhão se andamos na luz como Jesus (v.7).

Paulo enfatiza o procedimento dos filhos da luz e nos exorta a sermos verdadeiros com os nossos
irmãos, “Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu
próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.”(Efésios 4:25) e que se ficarmos
irados com nossos irmãos (v.26), não devemos pecar, mas apaziguar nossos sentimentos, de
nossa boca não deve sair palavras torpes, mas sim palavras de edificação aos outros “Nenhuma
palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros,
conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.”(v.29), não devemos
cultivar mais amargura, indignação, ira, gritaria, calunia e maldade “Livrem-se de toda
amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.”(v.31), devemos
ser bondosos, compassivos uns para com os outros, sempre nos perdoando mutuamente como
Cristo nos perdoou “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se
mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo.”(v.32).

Qual a importância de cultivarmos comunhão uns com os outros? O Salmo de número 133 nos
responde:
“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união! É como óleo precioso
derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes.
É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a
bênção da vida para sempre.”

Aqui vemos uma declaração profética da comunhão (conviver em união). Aqui vemos o óleo
representando a unção de Deus, vemos Deus derramando sua bênção na comunhão uns com os
outros. Mas porque Deus derrama sua bênção? Pois se estamos na luz, há comunhão e se há
comunhão, há exortação, há fortalecimento espiritual, há transparência, há compartilhar, há a
bênção de Deus.

Em “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da
luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade;”(Efésios 5:8-9) somos
orientados de nossa nova situação, não somos mais trevas e sim luz do Senhor, e devemos viver
como filhos da luz, que consiste em toda bondade, justiça e verdade. Se toda a igreja estiver
vivendo na luz como de fato Deus está na luz com toda certeza, vamos nos relacionar
verdadeiramente, sem máscaras, sem hipocrisias, vamos agir com honestidade e transparência
uns com os outros, porque na luz tudo se torna visível “Mas, tudo o que é exposto pela luz
torna-se visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas.” (Efésios 5:13).

Um exemplo claro foi à exortação do Apóstolo Paulo em Pedro, quando eles estavam em
Antioquia e Pedro não foi autêntico em alguns aspectos de sua vida cristã, na relação com os
judeus e gentios (Gálatas 2:11-21), por estarem na luz, por terem comunhão, houve
transparência, aconselhamento e exortação, atitudes presentes na vida daqueles que vivem na
luz como Jesus (Colossenses 3:16-17; Tiago 5:16).

Muitas vezes não dimensionamos a importância da comunhão, da unidade, do estar junto e do


compartilhar. Que possamos olhar para os nossos irmãos e irmãs em Cristo, para a pessoa que
está ao nosso lado, na frente, atrás, aqui no culto e em nossa EBD, tendo a disposição de
cultivarmos comunhão uns com os outros como a igreja de “Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.” e “louvando a Deus e tendo a simpatia
de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.”Atos 2:42
e 47.

QUANDO VIVEMOS NA LUZ CULTIVAMOS...

III – Uma vida de confissão (vv.8-10)

“Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está
em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados
e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de
Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.”

Creio que a pior situação que pode ocorrer na vida de um cristão é ele incorrer no erro de não
perceber mais o pecado em sua vida, no sentido de ficar anestesiado para o pecado ou se
considerar quase que perfeito, esquecendo que todos pecaram e carecem da glória de Deus
(Romanos 3:23).

Interessante que o Apóstolo João enfatiza que nossa vida está na luz e que devemos andar na
luz, porém no v.8 mesmo nós que andamos na luz não podemos dizer que não temos pecado,
pois estaremos mentindo, no v.10 ele salienta que se afirmamos que não temos cometido
pecado, fazemos de Deus mentiroso e a sua palavra não está em nós. Quando confessamos
estamos reconhecendo que Deus é a verdade e que sua palavra está em nós.

Mas o que isso tem a ver com a sua e a minha vida?

Mesmo tendo uma nova vida em Cristo Jesus, mesmo tendo uma experiência de conversão, nós
lutamos diariamente contra nossa carne e contra nossa vontade, a milícia da carne contra o
espírito (Gálatas 5:16-18). Por isso em 1 João 1:9 somos exortados a confessar nossos pecados
na certeza de que o Senhor é fiel e justo para nos perdoar o pecados e nos purificar de toda
injustiça. Confessar é reconhecer que falhamos, é reconhecer que necessitamos da graça e da
misericórdia de Deus, pois onde abundou o pecado superabundou à graça de Deus (Romanos
5:20-21).

O cristão que vive na luz, como filho da luz tem a consciência clara de sua possibilidade em pecar,
não como estilo de vida, mas como um acidente de percurso, pois Jesus se manifestou para tirar
nossos pecados, em Jesus não há pecado, no v.6 João afirma que todo aquele que está em Jesus
não está no pecado, porém quem está no pecado nunca o conheceu. Uma coisa é estar em Cristo
e pecar, outra é estar no pecado e pecar.

Quando estamos em Cristo confessamos nossos pecados, pois a glória de Deus é tão reluzente
que nos portamos como o profeta Isaías que no recebimento do seu chamado reconhece ser
um homem de lábios impuros “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios
impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor
dos Exércitos" (Isaías 6:5) ou como o rei Davi que constrangido pela presença de Deus na
exortação de Natã (Davi havia adulterado com Bate-Seba e cometido um homicídio mandando
matar Urias) reconheceu seu pecado (2 Samuel 12:13). Ao cultivarmos uma vida de confissão
diária somos curados, fortalecidos por Deus, e isso faz com que a luz de Cristo brilhe em nós
cada dia mais “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à
plena claridade do dia.” (Provérbios 4:18).

Conclusão

– Ao concluir este sermão nos lembramos de 1 Pedro 2:9 onde diz que somos “geração eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as suas grandezas, as
grandezas daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Nesta noite vimos
que as implicações práticas disso é que temos comunhão com Deus, com os nossos irmãos e
temos a graça de confessarmos a Deus nossos pecados e sermos perdoados por ele. .

– Mas, ao concluir este sermão afirmo que estamos vivendo na luz para sermos luz do mundo
como Jesus (Mateus 5:14-16).

“Os discípulos também recebem a descrição de luz ou luzeiros, sendo que a tarefa deles é passar
adiante a luz divina que receberam. Aquilo que ouvem em particular devem proclamá-lo com
destemor na luz. Como missionários de Cristo, devem resplandecer no mundo, não com sua
própria luz, mas sim com a mesmíssima luz do próprio céu, pois a luz, no NT, se associa com a
habitação de Deus, ou até com o próprio Deus, de onde raia sobre este mundo”

– Que Deus nos abençoe e nos ajude a vivermos todos os dias de nossa caminhada nesta terra
na luz e como luz do Senhor. Em nome de Jesus, Amém!

You might also like