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Prof. Esp.

Rodrigo de Freitas Amorim


 “O conhecimento é o pensamento que resulta
da relação que se estabelece entre o sujeito
que conhece e o objeto a ser conhecido. A
apropriação intelectual do objeto supõe que
haja regularidade nos acontecimentos do
mundo; caso contrário, a consciência
cognoscente nunca poderia superar o caos.”
(ARANHA; MARTINS, 1993, p. 21)”

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S O

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 Primeira manifestação de conhecimento que
se tem notícia na sociedade humana;
 Mais evidente na antiguidade e nas sociedade
“não civilizadas”;
 Exemplo: o animismo.
 Forma rúdica de explicação da realidade e
dos fenômenos;
 O pensamento mitológico: o mito explica... É
uma narrativa sobre as origens.
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“Os índios Carajás, no princípio do mundo,
viviam dentro do furo das pedras. Não
conheciam a Terra. Eram felizes e tinham
a eternidade, vivendo até avançada
velhice, só morrendo quando ficavam
cansados de viver.
Um dia, os Carajás decidiram abandonar o
furo das pedras, na esperança de descobrir
os mistérios da Terra. Apenas um deles,
por ser muito gordo, não conseguiu passar
pelo furo da pedra, ficando nele
entalado.[…]
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[…] Na Terra, que trazia uma escuridão sem fim, os
índios percorreram todos os lugares. Descobriram
frutos e comidas. Compadecidos do companheiro
que ficara entalado no furo da pedra, levaram-lhe
os mais saborosos frutos e um galho seco. Ao ver
aquele galho seco, o índio entalado observou:
“O lugar por onde vocês andam não é bom. As
coisas envelhecem e morrem. Veja este galho,
envelheceu. Não quero ir para um lugar onde tudo
envelhece. Vou voltar. E vocês deviam fazer o
mesmo!” […]
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[…] E robusto carajá voltou para dentro da pedra. Os
outros continuaram a percorrer a Terra, que se
encontrava nas trevas. Um menino carajá, junto com a
amada, percorria a Terra em busca de alimentos. Como
não havia luz, a amada sangrou as mãos nos espinhos,
quando colhia frutos. O menino, na escuridão, comeu
mandioca brava. Envenenado pela raiz, o menino carajá
deitou-se de costas, a passar mal. Vários urubus
começaram a andar em volta do seu corpo. Um dos
urubus disse:
“Ele não está morto, ainda move o corpo.”
Outro urubu replicou:
“Não, ele está morto.” […]
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[…] Todos os urubus opinavam, uns achavam que o menino estava
morto, outros achavam que não. Para que a dúvida fosse
esclarecida, foi chamado o urubu-rei, com o seu bico vermelho e
penugem rala na cabeça. Considerado o mais sábio dos urubus, a
ave imponente declarou:
“Ele está morto.”
E foi pousar na barriga do menino. Inesperadamente, o menino
carajá, que se fingia de morto, pegou o urubu-rei pelas pernas e o
prendeu nas mãos. A ave esperneou, debateu-se, mas não se
libertou das mãos do menino.
“Quero os mais belos enfeites.” Disse o menino ao urubu-rei.
A ave, para ser libertada, trouxe as estrelas no céu como enfeites
aos olhos do menino. As estrelas eram belas, mas o mundo
continuava escuro.[…]
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[…] “Quero outro enfeite.”
O urubu-rei trouxe a lua. E a Terra continuava escura.
“Ainda é noite. Quero outro enfeite, este também não serve.”
Então o urubu-rei trouxe o sol. E o mundo ficou cheio de luz.
O urubu-rei ensinou ao pequeno índio a utilidade de todas as
coisas do mundo. Feliz, o menino soltou a sábia ave. Só então o
carajá se lembrou de perguntar ao urubu-rei o segredo da
juventude eterna. No alto do céu, a ave contou-lhe aquele
segredo, mas voava tão alto, que todos ouviram a resposta, as
árvores, os animais, menos o menino. E por não ter ouvido o
urubu-rei, todos os homens envelhecem e morrem.[…]

Fonte: http://jeocaz.wordpress.com/2008/08/13/lendas-indigenas/

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 No conhecimento mitológico a relação
sujeito objeto é baseada nas emoções, na
afetividade e na intuição espontânea, sendo
seu critério de adesão a crença e não a
verdade racional;
 A relação S – O é marcada por uma
submissão passiva do S ao O do seu
conhecimento;
 Exemplo: a rigidez dos costumes.
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 Nasce na antiguidade com Tales de Mileto (VI a. C.)
Tales de Mileto (640 a.C.- 550 a.C.) foi considerado o
primeiro filósofo e fundador da Escola Jônica (a
Jônia era uma região situada no litoral da porção
asiática das colônias gregas). Foi geômetra e
astrônomo, ficou famoso por ter previsto um eclipse
solar no ano de 585 a.C.

Elaborou uma nova forma de pensar, diferente


do modelo mítico que encontrava explicações
sobre a realidade nos deuses. Suas
investigações eram baseadas na observação
das coisas, tentando buscar um princípio
(arkhé) que permanecesse, apesar do fluir das
coisas. Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim - Metodologia Científica 11
• Filosofia = do gr. Filos (amigo) + sofia (sabedoria);
• A Pitágoras (V a. C.) se atribui a invenção da
palavra filosofia;

• É um fenômeno eminentemente grego (apesar


dos outros povos terem seu conjunto de
pensamentos e explicações da realidade);
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 É uma busca de explicação da realidade com
base na observação racional (razão);
 Analisa os problemas e busca uma resposta
conclusiva mediante o uso da crítica, da
discussão, e da demonstração;
 Exige estrutura lógica do pensamento e sua
demonstração pela argumentação
convincente;
 Recusa explicações preestabelecidas;
 Tende à generalização: mostrar semelhanças
e identidades entre as coisas;
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 O pensamento filosófico: pergunta pelo ser
das coisas;
 O que é a vida?
 O que é o tempo?
 O que é o conhecimento?
 O que é a verdade?
 O que é o ser?
 Seus principais representantes: Sócrates,
Platão e Aristóteles.

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Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma
figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de
escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão
e Xenofonte, bem como as peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes.
Muitos defendem que os diálogos de Platão seriam o relato mais abrangente
de Sócrates a ter perdurado da Antiguidade aos dias de hoje.

Através de sua representação nos diálogos de


seu estudante, Sócrates tornou-se renomado
por sua contribuição no campo da ética, e é
este Sócrates platônico que legou seu nome a
conceitos como a ironia socrática e o método
socrático (elenchus).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates
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 É considerado um dos principais pensadores gregos,
pois influenciou profundamente a filosofia ocidental.
Suas ideias baseiam-se na diferenciação do mundo
entre as coisas sensíveis (mundo das ideias e a
inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).
 Em 387 a.C, fundou a Academia, uma escola de filosofia
com o propósito de recuperar e desenvolver as ideias e
pensamentos socráticos.
 Platão valorizava os métodos de
debate e conversação como
formas de alcançar o conhecimento.
Fonte: www.suapesquisa.com/platao/
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 Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade tem
influências significativas na educação e no pensamento
ocidental contemporâneo. Aristóteles é considerado o criador do
pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na
teologia medieval da cristandade.
Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos, onde
conheceu Platão, tornando seu discípulo. Passou
o ano de 343 a.C. como preceptor do imperador
Alexandre, o Grande, da Macedônia. Fundou em
Atenas, no ano de 335 a.C, a escola Liceu,
voltada para o estudo das ciências naturais. Seus
estudos filosóficos baseavam-se em
experimentações para comprovar fenômenos da
natureza. (Fonte: www.suapesquisa.com/aristoteles/)
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 No conhecimento filosófico a relação do S
com o O é marcada pela reflexão ativa e pelo
questionamento do S sobre o O;
 Porém, a preocupação não é com a relação de
causa e efeito propriamente dita, mas com a
essência dos fenômenos;
 Daí, decorre uma ação contemplativa do
filósofo diante da natureza.
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 Nasce a partir da cultura judaico cristã;
 Significa: teo (Deus) + lógos (palavra), é o
conhecimento proveniente da revelação;
 Se diferencia do mito por causa da
prerrogativa de um único Deus Criador de
todas as coisas;
 Também, pelo registro sagrado;

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 Exerceu grande influência sobre a sociedade
grega e romana;
 Prevaleceu como forma de conhecimento
básico nos períodos patrísticos (II a V d. C.) e
escolásticos (X a XIII d. C.);
 Novo Testamento;
 Teologia de Santo Agostinho;
 Teologia de São Tomás de Aquino;
 Reforma Protestante.
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 Semelhante ao mito, no conhecimento teológico o O
exerce sua influencia sobre o S, marcado pela
determinação de um código de crenças e valores que
devem ser observados e obedecidos;
 No entanto, rejeita muitos mitos da antiguidade e
procura conciliar o raciocínio filosófico à realidade de
DEUS;
 No final da Idade Média, a conciliação do
conhecimento teológico emergente com a retomada
da filosofia antiga, propiciou o surgimento do
conhecimento científico moderno.

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 Saber espontâneo;
 Transmitido culturalmente de pai pra filho;
 É ametódico;
 É assistemático;
 É empírico;
 É ingênuo e presa fácil das aparências;
 É fragmentário;
 É particular e subjetivo;
 Também é ponto de partida para o
conhecimento científico.
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 Define um objeto específico de investigação;
 Criação de métodos rigorosos para obtenção
do conhecimento;
 Ciência particular e ciência geral. Particular
enquanto delimita um campo particular e
método próprio de investigação e, geral, no
sentido de que suas conclusões devem valer
para todos;

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 Aspira a objetividade;
 Busca a regularidade dos fenômenos que
possibilitem o estabelecimento de
generalizações;
 Utiliza-se de uma linguagem rigorosa;
 Utiliza instrumentos;
 Aspira a previsibilidade;
 Faz uso de experimentos.

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 A relação do S com o O é marcada pela atuação
ativa do S que conhece sobre o O conhecido
 Positivismo = relação cartesiana do S sobre o O
(coisa e coisificação, DURKHEIM);
 Fenomenologia = reconhecesse que o O exerce
influencia sobre o S (subjetivismo, WEBER);
 Na ciência contemporânea há uma relação clara
entre: objetividade, subjetividade e
intersubjetividade; (KOCHE, 1997)
 Veja a figura a seguir…
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OBJETIVIDADE SUBJETIVIDADE

CONHECIMENTO INTER-
CIENTÍFICO SUBJETIVIDADE

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Intersubjetividade é uma característica do conhecimento científico
defendida por estudiosos que admitem a fenomenologia como opção
viável contra as inflexibilidades da corrente positivista. Na
intersubjetividade a ciência admite a coexistência da objetividade do
conhecimento científico e da subjetividade do pesquisador, num
equilíbrio que constrói uma noção de ciência não cartesiana. A
intersubjetividade é a capacidade do conhecimento científico de ser
compartilhado entre os sujeitos que fazem este conhecimento. É o
compartilhar objetivo da subjetividade dos sujeitos. Este compartilhar
só é possível porque mediados pela linguagem e pelos saberes, os
sujeitos a partir de suas subjetividades analisam a realidade objetiva e
chegam a conclusões capazes de serem comunicadas com seus pares.
Para Koche (1997), esta intersubjetividade é uma qualidade vital do
conhecimento científico para a atualidade.
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ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução
à filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1993.

CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2001.

KOCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. Teoria


da ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

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