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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
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EM QUESTÃO
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CU
DO
Rio de Janeiro
2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
AGRADECIMENTOS
Obrigada!
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DEDICATÓRIA
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METODOLOGIA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA 49
WEBGRAFIA 54
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INTRODUÇÃO
A justificativa para a escolha deste tema está na análise das programações dos
últimos quatro anos (2009, 2010, 2011 e 2012) das Reuniões da ANPEd (Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação) em que pude constatar que as
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recentes discussões sobre as relações entre a Orientação educacional e o estágio em
formação de professores perpassam, em geral, pela importância da formação docente
voltada para a atuação em situações de gestão e sobre o papel do Orientador
Educacional como estruturador e coordenador do estágio. No entanto, poucas são as
pesquisas que discutem sobre o papel do orientador educacional como interlocutor nas
relações de aprendizagem nos estágios.
Diante deste quadro, fica configurada uma lacuna teórica que torna pertinente a
realização deste estudo e evidencia as possíveis contribuições deste trabalho no meio
acadêmico, justamente por buscar investigar uma área pouco explorada.
Este estudo se faz relevante na medida em que está inserido no campo de estudos
da formação de professores no que se refere à sua parcela de formação em campo: os
estágios, problema latente analisado por diversos e expoentes autores (PIMENTA, 2001
e 2002; CANÁRIO, 2001; ZEICHNER, 2003 entre tantos outros).
De igual modo, também está inserido no campo da Orientação Educacional, o
que faz este estudo um auxiliador, através de análise teórica, na fomentação da
importância da figura do orientador educacional como colaborador e facilitador nas
relações de ensino-aprendizagem
O primeiro capítulo deste trabalho se destina a relatar o processo de construção
do objeto de estudo e tem como foco a análise teórica sobre o estágio supervisionado no
contexto da formação docente através da revisão da literatura utilizada. O segundo
capítulo apresenta o estudo teórico realizado, nesse sentido dialoga essencialmente com
as concepções de estágio referenciais para o trabalho, diferenciando estágio curricular,
estágio supervisionado e estágio pedagógico.
O terceiro capítulo representa o núcleo central do trabalho, abordando a
descrição e interpretação dos dados, ressaltando o que foi possível constatar com o
estudo. Está direcionado a natureza do trabalho do Orientador Educacional frente ao
estágio, descriminação das atribuições deste profissional e problematiza questões como
ação tutorial nos estágios, diálogo reflexivo como estratégia e a atuação do Orientador
Educacional como professor-formador.
Por fim, nas considerações finais, levanto algumas ideias que surgiram a partir
da pesquisa, não para fechar o debate, mas para abrir possibilidades de novas
discussões.
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CAPÍTULO I
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Ou seja, é preciso compreender que na mesma atividade coexistem as dimensões
teóricas e práticas da realidade na qual o professor edifica a sua identidade a partir da
alternância que se constrói entre o saber e o saber fazer.
Contudo, esse movimento deve ser assumido em uma dimensão muito mais
ampla que, ultrapassando a dimensão do tempo e do espaço físico, considera a partilha
das ideias, das experiências, das concepções, dos desafios, das estratégias, dos
contextos, entre tantos outros.
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didáticos, políticos, éticos, de conhecimento teórico, de conhecimento
prático, da experiência, de relações e autoconhecimento, a fim de que
possamos nos perceber e identificar os aspectos de nossa formação
que merecem mais atenção ou aperfeiçoamento. Para isto, faz-se
necessária uma reflexão a respeito da formação do profissional e das
políticas educacionais existentes que colaboram para este
desenvolvimento(BARBOSA-AMARAL, 2009, p. 2).
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alunos, subsidiando-os no enfrentamento dos conflitos e dilemas profissionais,
valorizando as experiências que retratam as teorias e as práticas vivenciadas.
A importância que delegamos a uma ação tutorial nas inúmeras situações que
envolvem o ato de orientação educativa, denotam a preocupação e valorização de uma
postura de constante alerta e reflexão dos professores e alunos via adoção de atitudes de
envolvimento, discernimento, clareza teórico-prática e intervenção frente à realidade
que se apresenta.
Analisando as programações dos últimos quatro anos (2009, 2010, 2011 e 2012)
das Reuniões da ANPEd (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação) pude constatar que as recentes discussões sobre as relações entre a
Orientação educacional e o estágio em formação de professores perpassam, em geral,
pela importância da formação docente voltada para a atuação em situações de gestão e
sobre o papel do Orientador Educacional como estruturador e coordenador do estágio.
No entanto, poucas são as pesquisas que discutem sobre o papel do orientador
educacional como interlocutor nas relações de aprendizagem nos estágios.
Diante deste quadro, fica configurada uma lacuna teórica que torna pertinente a
realização deste estudo e evidencia as possíveis contribuições deste trabalho no meio
acadêmico, justamente por buscar investigar uma área pouco explorada.
Este estudo se faz relevante na medida em que está inserido no campo de estudos
da formação de professores no que se refere à sua parcela de formação em campo: os
estágios, problema latente analisado por diversos e expoentes autores (PIMENTA, 2001
e 2002; CANÁRIO, 2001; ZEICHNER, 2003 entre tantos outros).
De igual modo, também está inserido no campo da Orientação Educacional, o
que faz este estudo um auxiliador, através de análise teórica, na formentação da
importância da figura do orientador educacional como colaborador e facilitador nas
relações de ensino-aprendizagem.
1.3-Revendo a literatura
A base teórica do presente estudo ancora-se nas pesquisas mais recentes sobre o
estágio curricular como promotor de uma prática reflexiva, em especial as realizadas
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por Santos Felício e Oliveira (2008) e Ana Freire (2001) que embasam e ratificam
algumas de minhas concepções. Nestes trabalhos os autores abordam especificamente a
importância da investigação no estágio.
Nesse sentido, Pimenta (2002) assinala que uma das demandas importantes dos
anos noventa, em relação à atividade docente, é, justamente, repensar a formação inicial
e continuada dos professores, a partir da análise das práticas pedagógicas docentes, ou
seja, do cotidiano escolar uma vez que "o conhecimento não se adquire 'olhando',
'contemplando', 'ficando ali diante do objeto'; exige que se instrumentalize o olhar com
as teorias, estudos". (PIMENTA, 2001, p. 120).
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contribuição foi a de ter atribuído um novo estatuto à dimensão prática do trabalho
docente, em contraposição ao modelo de aplicação técnica que reduzia as práticas
pedagógicas a um espaço de acomodação dos conhecimentos oriundos da ciência
aplicada.Na visão de Schön (2000), ser professor é refletir sobre a sua ação não apenas
durante o desenrolar do trabalho, mas também anteriormente e em seguida ao seu
término.
Nessa concepção, a prática na formação docente ganha uma nova conotação, que
se configura diretamente como eixo de ensino e aprendizagem na figura do estágio
curricular.
Segundo Lima (2001, p. 47), "a prática sempre esteve presente na formação do
professor", seja pela observação, imitação de bons modelos ou participação em
contextos escolares. Para Lima (2001, p. 67), "a prática pela prática e o emprego de
técnicas sem a devida reflexão pode reforçar a ilusão de que há uma prática sem
teoria". Contudo, continua a autora, a prática deve ser entendida como práxis, ou seja,
deve ser uma atitude teórico-prática, humana, transformadora da realidade.
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teoria foi vista de forma desarticulada da prática, e o estágio foi interpretado como uma
atividade independente, realizada em outro contexto que não o da formação e, em geral,
nas últimas etapas do curso para o cumprimento obrigatório de algumas horas.
Segundo Oliveira (2004), existe uma urgência de se garantir que a prática seja
um espaço para aprendizagem de futuros docentes. Ainda segundo ele:
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A interação que se quer construir em função da formação prática profissional
reconhece "os professores de profissão não como objetos de pesquisa, mas como
sujeitos do conhecimento" (TARDIF, 2002, p. 238). Em outras palavras, considero que
os professores que desenvolvem profissionalmente sua docência construíram, no
decorrer de suas trajetórias, saberes que nem sempre são "ensinados", como são
ensinadas as teorias. Portanto faz-se então necessário um contato direto com a prática
durante a formação docente, porque antes de tudo tornar-se-á possível o contato com
conhecimentos pertinentes diretamente com o saber fazer.
Zeichner (1993) defende que a atividade reflexiva não se pode manifestar por
uma ação isolada do sujeito. Segundo este autor, ela exige uma situação relacional para
ocorrer. A prática reflexiva deve ser considerada como uma prática eminentemente
social, portanto, só passível de ser desenvolvida como uma ação compartilhada
coletivamente.
Com relação a isso, Ana Freire (2001) afirma ainda que o estágio curricular tem
o papel de elo entre as dimensões teóricas e práticas da formação docente. Para a autora:
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O estágio pedagógico como aplicação da teoria pressupõe o uso de
práticas reflexivas com finalidades de interpretação. Finalidades de
interpretação reportam-se à imagem do professor como aquele que
toma decisões, consciente e racionalmente, acerca do seu ensino.
Interessa, por isso, especificar estas finalidades em relação àquilo que
o professor aprende, como aprende e o uso que dá ao conhecimento
(ANA FREIRE,2001, p. 6).
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Assim, a investigação integra-se na prática quotidiana dos professores
possibilitando mudanças no seu pensamento e na natureza do seu discurso e uma
postura reflexiva face à sua profissão. Constitui uma estratégia de formação inicial que
pode ajudar a desenvolver competências de contínuo questionamento da prática letiva e
dos contextos onde se insere, contribuindo para que os professores aprendam com o seu
próprio ensino, ao longo da sua carreira profissional.
Para Ana Freire (2001), a formação inicial de professores deverá atender, quer
aos estagiários, às suas concepções de ensino e ao modo como interferem com as
aprendizagens profissionais, quer às estratégias usadas, de modo a entender como se
processa a aprendizagem do ensino.
Ana Freire afirma ainda que em uma prática reflexiva com finalidades
emancipatórias, a reflexão incide sobre o saber contextual, utiliza métodos
interpretativos e tem como função a reconstrução da experiência profissional. Com
efeito, os saberes contextuais inerentes à ação constituem objeto da reflexão e podem
ser questionados, atendendo a duas dimensões distintas: uma de natureza
pedagógico/didática e, outra, de natureza social.
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aprendizagem, considerando a necessidade de formar um profissional reflexivo-crítico,
que exercite a prática investigativa, objetivando a compreensão da realidade e a
intervenção do professor em vista do desenvolvimento dos alunos.
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CAPÍTULO II
O que pode e deve acontecer é uma preparação desse futuro educador com base
em uma formação que considere a complexidade desses aspectos técnicos, didáticos,
políticos, éticos, de conhecimento teórico, de conhecimento prático, da experiência, de
relações e autoconhecimento, a fim de que possamos nos perceber e identificar os
aspectos de nossa formação que merecem mais atenção ou aperfeiçoamento.
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formar o professor na mudança por meio do desenvolvimento de
capacidades reflexivas emgrupo, e abrir caminho para a verdadeira
autonomia profissional compartilhada, já que a profissão docente deve
compartilhar o conhecimento com o contexto. Isso implica uma
mudança nos posicionamentos e nas relações com os profissionais, já
que isolados eles se tornam mais vulneráveis ao entorno político,
econômico e social (IMBERNÓN, 2006, p. 15).
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momentânea e pontual, privilegiem a análise, a atuação, a reflexão crítica, em favor de
uma formação e futura atuação profissional, numa perspectiva emancipatória.
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realizada no último ano do Curso com o objetivo de instrumentalizar o profissional
para atuar na sala de aula”.
Essa interpretação feita do estágio curricular nem sempre tem contribuído para a
efetiva formação de futuros professores. Por um lado, o estágio concentrado no último
ano do curso acaba por se caracterizar pela preocupação excessiva com os aspectos
burocráticos, como: o cumprimento de carga horária, o preenchimento de fichas, entre
outros. Por outro lado, acentua o conceito equivocado de estágio enquanto polo prático
de um curso, num relativo distanciamento da teoria estudada, ao longo do curso, pelas
demais disciplinas.
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devem fazer a leitura da realidade, o que exige conhecimento para “saber observar,
descrever, registrar, interpretar e problematizar e, consequentemente, propor
alternativas de intervenção”(PIMENTA, 2001, p. 76) e de superação.
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do projeto político-pedagógico do curso. Assim, as atividades desenvolvidas derivam de
uma concepção de professor como intelectual em processo de formação.
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educativo e o segundo está fundamentado na afirmativa de Pimenta (2004): “a
atividade docente é práxis”.
Para que o estágio surta efeito é necessário que as atividades sejam programadas
de modo que as mesmas não se distanciem da realidade. É preciso que haja
intencionalidade e reflexão sobre as atividades desenvolvidas. Segundo Paulo Freire
(1998) é na formação do professor que devemos exercitar a reflexão crítica sobre a
prática. “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar
a próxima prática” (p.43/4).
27
para compreender o sistema educacional e fazer uma futura reflexão. Segundo Vasquez
(1968):
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Atribui-se à universidade, o papel de estabelecer a relação entre ensino, pesquisa
e extensão, indissociáveis na formação docente. O estímulo e o incentivo na busca da
produção científica, numa constante atualização do que está sendo produzido na área,
tornam-se fundamentais, bem como, o incentivo à produção dos alunos, como
pesquisadores de sua prática.
Neste sentido, reforça Vaz (2000, p.97), quando diz que “todo professor ou
professora deve ter em sua atuação a dimensão investigativa, tornando os elementos de
sua prática objetos de análise e reflexão”. O estágio supervisionado, nesta perspectiva,
permite ao aluno uma formação investigativa e reflexiva estimulando o
desenvolvimento de uma práxis integradora com o ambiente escolar.
Para que o futuro professor possa relacionar mais facilmente teoria e prática no
exercício da sua profissão, é necessário que, enquanto aluno, viva esta experiência
durante o seu curso de formação.
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A ação pedagógica compreende, assim, as atividades que os professores
realizam no coletivo escolar, orientadas e estruturadas para a efetivação do processo de
ensino e aprendizagem. Este processo compreende, além dos conteúdos educativos,
habilidades e posturas científicas, sociais e afetivas que são desenvolvidas através de
mediações pedagógicas específicas.
No entanto, nem sempre o professor tem consciência dos objetivos das ações
envolvidas neste processo. Assim, é necessário que aconteça uma reflexão sobre “os
saberes de referência de sua ação pedagógica” (PIMENTA & LIMA, 2004, p.43). O
papel das teorias é, segundo essas autoras, oferecer instrumentos para análise dessas
ações do sujeito e também das práticas institucionalizadas no ambiente educativo.
A vivência dos alunos estagiários nas escolas traz elementos da realidade para
análise e reflexão. Os problemas são sempre atuais, reais, muitas vezes repetidos até que
o olhar curioso do pesquisador lance sobre eles suas indagações científicas, suas
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reflexões e estudos, e se comece a produzir conhecimento sobre os elementos da
realidade. Este movimento que a pesquisa suscita e que o estágio permite é ao mesmo
tempo teórico e prático. Este é o movimento de construção de conhecimento científico.
Nesse sentido, para Ana Freire (2001) as ações de formação devem proporcionar
um ambiente criativo e estimulante, semelhante àquele que se espera que os professores
venham a desenvolver, posteriormente, na sala de aula com os seus alunos. É também
fundamental promover a experimentação e possibilitar, a cada um, a descoberta das suas
potencialidades.
Os professores são vistos como agentes de mudança para uma nova ordem social
e, como tal, as ações de formação podem ajudar os estagiários a compreenderem, quer
os contextos sociais e políticos onde desenvolvem a sua prática, quer as implicações
sociais e políticas das suas ações, tornando-os mais críticos e reflexivos. No seu
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conjunto, as orientações pessoais e sociais pressupõem o estágio como emancipação
profissional, como define Ana Freire (2001).
Nesse sentido, o estágio pedagógico para Ana Freire deve constituir um espaço
que cria a possibilidade de surgimento de uma postura investigativa sobre as ações
desenvolvidas. Os interesses emancipatórios constitutivos do saber fundamentam o
estágio pedagógico como emancipação profissional por considerar que é importante
conhecer como as ações desenvolvidas na sala de aula podem ser impeditivas do
desenvolvimento pessoal e social dos alunos por não serem olhadas de um modo crítico.
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Assim, a investigação integra-se na prática cotidiana dos professores
possibilitando mudanças no seu pensamento e na natureza do seu discurso e uma
postura reflexiva face à sua profissão. Dessa forma, constitui uma estratégia de
formação inicial que pode ajudar a desenvolver saberes de contínuo questionamento da
prática e dos contextos onde se insere, contribuindo para que os professores aprendam
com o seu próprio ensino, ao longo da sua carreira profissional.
Para Ana Freire (2001) é importante que nos estágios pedagógicos sejam criadas
condições que possibilitem o envolvimento dos estagiários em práticas reflexivas, com
finalidades investigativas, ajudando-os na construção de conhecimento pedagógico de
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conteúdo. Ainda segundo a autora, “com efeito, a investigação constitui uma
componente importante a introduzir nos estágios pedagógicos” e elenca três exemplos
que corroboram esta afirmativa:
O desejável é que, nos cursos de formação, o estágio seja percebido como elo
entre a instituição formadora que forma professores e a escola, que também no seu
cotidiano forma os que estão em serviço. Na universidade, os estágios e as práticas
podem ser estruturados a fim de fazer compreender a organização do trabalho
pedagógico e suas condições sociais de produção.
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caminhos teóricos e metodológicos que podem ser tomados na direção de melhorias dos
trabalhos pedagógicos lá desenvolvidos.
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CAPÍTULO III
O ESTÁGIO E O TRABALHO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
Ainda sobre esta Resolução, no §1º do citado artigo fica determinado que “o
estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à
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contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida
cidadã e para o trabalho”. Com relação à Lei nº 11.788 no § 1o do Artigo 1° do
Capítulo 1 determina que “o estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de
integrar o itinerário formativo do educando”.
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3.2- Aspectos constitutivos dos estágios curriculares supervisionados
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consciência da realidade social e podem participar de procedimentos e projetos de
interesse social, como forma de ação comunitária.
Isso, por sua vez, diz respeito diretamente às apropriações, conflitos e avanços
produzidos coletivamente a partir da formação. Além disso, compreendo também a
dimensão social, política e das relações interpessoais conexas ao conjunto de ações
formativas do profissional. Contudo, do ponto de vista das pessoas como indivíduos
estão implicadas as esferas dos desejos, dos projetos formativos individuais, do cultivo
de comportamentos, hábitos, atitudes, gestos e competências que favoreçam a
consciência profissional, o pensamento, a ação e a circulação de informações,
configurados nas relações sociais e humanas naquilo que há de individual no trabalho
coletivo. Portanto, dimensões pessoais interpessoais e intrapessoais se estabeleçam na
tessitura do processo formativo.
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supervisionado, atua no campo da formação e, concomitantemente, no campo da prática
pré-profissional dos futuros professores e, portanto possui um papel determinante no
desenvolvimento dos saberes docentes, mais especialmente nos saberes voltados as
ações pedagógicas.
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b) formem os gestores pedagógicos, no caso específico, os professores responsáveis
pelos estágios supervisionados;
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atuam como orientadores/supervisores de estágios, na medida em que propõem a
compreensão dos estágios via processo que estabelece relação direta do professor
orientador com o desenvolvimento integral dos futuros professores por meio de
inúmeras aprendizagens.
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frente às orientações, envolvendo as práticas de ensino e os estágios supervisionados,
tanto no âmbito da escola como na universidade.
Esta ação exige, então, que o tutor seja, saiba e faça uma série de atividades que
exigirão o sistemático desenvolvimento de saberes e fazeres que devam ser
incorporadas no seu trabalho docente. Para isso, o professor formador tutor deve
possuir, segundo Arguis (2002) três qualidades distintas não excludentes: qualidades
humanizadoras, científicas e técnicas. Estas qualidades visam dar conta de um
profissional que não só desenvolva uma ação tutorial, mas que a partir disso, realmente
propicie a formação integral dos seus alunos.
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Ao encontro destes objetivos tutorais, Bruner (1987, p. 277) distingue seis
funções relativas à ação tutorial.
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Em vista disso, Rodriguez Espinar (1996) afirma que o processo de orientação
envolve a ideia de prevenção educativa numa ação pró-ativa, buscando a sintonia do
aluno no seu contexto sócio-histórico, numa ação sócio-interacionista de pertencer e ser
no mundo, no sentido de integrar e transformar este contexto.
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vida, apontando à clara ideia de que a intencionalidade do trabalho docente não pode
ficar reduzida, apenas, aos aspectos cognitivos de aquisição de conteúdos científicos e
pedagógicos.
Schön (1987) estabelece a interação dos professores com seus pares, com seus
alunos em diferentes instâncias tutorais por meio do diálogo/conversa reflexiva mútua
entre eles diante das situações problematizadoras. No mesmo caminho, Villar (1987)
sugere, então, para a consolidação da relação dialógica, processos que envolvam o
tutoramento por meio de relações que propiciam o dizer e escutar, o demonstrar e o
imitar:
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CONCLUSÃO
O aluno deve ser consciente dos conhecimentos que possui e que deverá possuir,
assumindo com corresponsabilidade a sua formação e aprendizagem num clima
reflexivo, desenvolvendo saberes que o auxiliem na realidade utilizando o próprio
ensino como forma de investigação.
A importância que delego a uma ação tutorial nas inúmeras situações que
envolvem o ato de orientação educativa, denota minha preocupação e valorização de
uma postura de constante alerta e reflexão dos professores e alunos via adoção de
atitudes de envolvimento, discernimento, clareza teórico-prática e intervenção frente à
realidade que se apresenta.
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Diante deste enfoque, pressupõe-se que o estágio seja entendido como um
processo abrangente de orientação educativa, que envolve uma análise sobre a prática,
no sentido de perceber seus avanços, suas dificuldades e possibilitar uma reflexão sobre
os saberes e fazeres da docência. Assim, a adoção de uma atitude tutorial dos
professores formadores frente às orientações educativas nos cursos de formação de
professores, pode vir a contribuir para a qualificação dos processos de ensino e
aprendizagem para a orientação preventiva; profissional e psicopedagógica dos próprios
professores formadores junto aos seus pares como, também, dos alunos e seus colegas.
48
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WEBGRAFIA
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