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No slide 4
No slide 5
No slide 6
No slide 8 capítulo 1
No slide 9 capítulo 2
Slide 10 Capítulo 3
Slide de conclusão
A IMPUTABILIDADE
O artigo 123 do Código Penal estabelece uma pena variável de dois a seis anos
de detenção para a mulher que pratica o infanticídio. Verifica-se que a sanção
penal é especialmente abrandada para a puérpera, no entanto, pressupõe o
artigo de lei a existência de responsabilidade atenuada e, por via de
consequência, de culpabilidade.
Quando foi redigido o artigo 123 do Código Penal pretendeu incluir os
casos em que a mulher, mentalmente sã, mas abalada pela dor física do
fenômeno obstétrico, fatigada, enervada, sacudida pela emoção, vem a sofrer
um colapso do senso moral, uma liberação de impulsos maldosos, chegando por
isso a matar o próprio filho.
Ou seja, o legislador se ateve àquela mulher que, sob o trauma do parto
e dominada por elementos psicológicos, se defronta com o produto, talvez não
desejado e temido, de suas entranhas, vindo, por vezes, a atuar contra a vida do
infante.
Ainda nesse sentido, a influência do estado puerperal não é equivalente
à incapacidade psíquica. A lei penal, ao criar o delito autônomo de infanticídio,
estabeleceu “um caso especial de responsabilidade diminuída”, cominando uma
pena sensivelmente mitigada.
Assim, o puerpério não é condição para a tipificação da conduta da agente
sob a forma de infanticídio. Na maioria das circunstâncias, é possível que a
culpabilidade seja reconhecida, afastada ou, ao menos, diminuída. Somente
admitir-se-á a sua imputação quando, acometida por estado puerperal, a agente
mantém intacta a capacidade de conhecer o caráter ilícito dos fatos e de
autodeterminar-se de acordo com tal entendimento.