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Faculdade Campos Elíseos

AEE - Atendimento Educacional Especializado


Maria Luiza de França
Maria Isabel Grizoli Gil

CONCEPÇÕES ACERCA DA IMPORTANCIA DO ATENDIMENTO


EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA.

Birigui/SP
2017
Maria Luiza de França
Maria Isabel Grizoli Gil

CONCEPÇÕES ACERCA DA IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO


EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA.

Monografia apresentada a Faculdade Campos Elíseos


como exigência parcial à obtenção do título de
Especialista em AEE – Atendimento Educacional
Especializado.
Orientadora: Fatima Ramalho Lefone.

Birigui/SP
2017
CONCEPÇÕES ACERCA DA IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA.

FRANÇA, Maria Luiza de1


GIL, Maria Isabel Grizoli2
Orientadora: Fatima Ramalho Lefone3

RESUMO

O presente artigo tratou de analisar as concepções dos docentes das escolas públicas
municipais acerca do atendimento educacional especializado e qual o papel e a
importância do professor na prática pedagógica inclusiva. Foram entrevistados nove
professores das escolas públicas municipais do município de Araçatuba/SP. Trata-se de
uma pesquisa qualitativa que contou com revisão bibliográfica, tendo como suporte a
leitura e análise de livros, artigos, teses que tratavam da temática, além de entrevistas
que foram realizadas dentro de dez escolas municipais públicas da cidade de
Araçatuba/SP. As entrevistas contaram com roteiro pré-definido, composto por
perguntas abertas que deram oportunidade aos entrevistados de relatar suas concepções
a respeito da temática. Os resultados apontam que o atendimento educacional
especializado é uma modalidade de ensino que visa eliminar as barreiras para a plena
participação do aluno com deficiência. O professor tem como função facilitar o
processo em que aluno busca conhecimento, além disso, tem como dever organizar e
oferecer oportunidades de desenvolvimento para o aluno deficiente, de acordo com suas
limitações, sendo assim o professor é de suma importância para a Inclusão Escolar de
pessoas com deficiência, além de ajudar o aluno a se desenvolver na vida escolar,
pessoal, social.
Palavras-chave: AEE, Deficiente, Escola.

ABSTRACT

The present article sought to analyze the conceptions of the teachers of the municipal
public schools on the specialized educational service and what the role and importance
of the teacher in the inclusive pedagogical practice. nine teachers from municipal public
schools in the city of Araçatuba/SP were interviewed. It is a qualitative research that
had a bibliographical revision, having the support of the reading and analysis of books,
articles, theses that deal with the subject, as well as interviews that were carried out in
ten municipal schools of the city of Araçatuba/SP. The interviews had a predefined
itinerary, composed of open questions, that gave the interviewees the opportunity to
report their conceptions about the subject. The results indicate that the specialized
educational service is a teaching modality that aims to eliminate barriers to the full
participation of students with disabilities. The objective of the teacher is to facilitate the
process in which the student seeks knowledge, in addition, has the duty to organize and

1
Acadêmica do Curso de Pós-Graduação da Faculdade Campos Elíseos – Birigui/SP
2
Acadêmica do Curso de Pós-Graduação da Faculdade Campos Elíseos – Birigui/SP
3
Mestre em Educação
offer development opportunities for the disabled student, according to their limitations,
so that the teacher is of the utmost importance for the student. School Inclusion of
people with disabilities, besides helping the student to develop in school life, personal,
social.
Keywords: AEE, Deficient, School

1. O QUE É AEE (Atendimento Educacional Especializado)

Com a intenção de garantir a inclusão de alunos com deficiência nas escolas,


foram criados Leis e documentos para que garantisse a oferta de atendimento
educacional especializados na rede regular de ensino.

De acordo com Mousinho (2010):

O panorama no Brasil também não é diferente historicamente,


onde leis e documentos foram criados na intenção de garantir o
sucesso da inclusão. Assim, a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1998 garante a oferta do atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. A constituição,
art. 208, inciso III, o Plano Decenal de Educação para todos,
1993 – 2003, e os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1999
são exemplos de documentos que defendem e asseguram o
direito de todos à educação. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) nº 9394 de 20 de dezembro de 1996
define, no capítulo V, que a educação para alunos com
deficiência deve ser oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, assegurando aos mesmos currículos,
técnicas, recursos educativos específicos para atender às suas
necessidades, métodos dentre outros recursos e adaptações

A inclusão desses alunos com deficiência é dever do Estado, onde seu direito é
assegurado por Lei.

Segundo Mantoan (2000, p. 56):

[...] a inclusão não é simplesmente inserir uma pessoa na sua


comunidade e nos ambientes destinados à sua educação, saúde,
lazer, trabalho. Incluir implica acolher a todos os membros de
um dado grupo, independentemente de suas peculiaridades, é
considerar que as pessoas são seres únicos diferentes uns dos
outros, e, portanto, sem condições de serem categorizadas.

O AEE é uma modalidade de ensino que visa eliminar as barreiras para a plena
participação do aluno com deficiência. De acordo com SEESP/MEC:

O atendimento educacional especializado tem como função


identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento
educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas
na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização.
Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação
dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e
fora dela. (SEESP/MEC, p.10, 2007).

Segundo Sartoretto (pag. 02):


O atendimento educacional especializado é uma modalidade de
ensino que perpassa todos os níveis, graus e etapas do percurso
escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as
necessidades e possibilidades do aluno com deficiência,
elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à
participação no processo de escolarização em escolas comuns,
atender o aluno com deficiências no turno oposto àquele em
que ele frequenta a sala comum, produzir e/ou indicar materiais
e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno
com deficiência aos conteúdos curriculares, acompanhar o uso
desses recursos em sala de aula, verificando sua
funcionalidade, sua aplicabilidade e a necessidade de eventuais
ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos
utilizados pelo aluno.

Este serviço veio para garantir a participação dos alunos que possui necessidades
especificas, para que possa usufruir de seu direito garantido por Lei, um sistema
educacional inclusivo.

De acordo com a Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015:


Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com
deficiência, assegurado sistema educacional inclusivo em todos
os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
O atendimento educacional especializado deve estar presente no processo de
escolarização, tendo início imediato, desde a educação infantil e ter permanência ao
longo de todo processo, como ressalta Sartoretto (pag 02) “Ao longo de todo processo
de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do
ensino comum”

O AEE se destina aos alunos da escola que apresenta alguma deficiência, que
pode ser realizado em grupos ou individualmente, que pode acorrer em horário diferente
em que o mesmo frequenta a classe comum, já que o atendimento oferecido não
substitui o prestado em sala de aula.

Segundo Sartoretto (pag 03):

O atendimento educacional especializado destina-se


normalmente aos alunos da escola que apresentam algum tipo
de deficiência, mas pode estender-se também aos alunos de
escolas próximas, nas quais esse tipo de serviço ainda não
esteja organizado. Pode ser realizado individualmente ou em
pequenos grupos, em horário diferente daquele em que
frequentam a classe comum.

O atendimento oferecido não é obrigatório, só ocorrerá se o deficiente ou seu


responsável aceitar e deverá ocorrer de forma que complemente a educação básica.

O atendimento oferecido não substitui o prestado em sala de


aula (ensino regular), o AEE só poderá ocorrer mediante
aceitação da pessoa com deficiência ou de seu responsável o
qual não é obrigado a aceitar esse atendimento. Esse
atendimento não constitui um sistema paralelo de ensino, com
seus níveis e etapas próprias. A educação especial deve estar
sempre presente, complementando a educação básica e superior
para os alunos com deficiência que dela necessitam.
(SOARES; SANTOS, p.5, 2016)

Sendo assim, o atendimento deve ser complementar, voltado exclusivamente


para a peculiaridade de cada indivíduo, onde deve-se proporcionar a superação e o
desenvolvimento do mesmo, diferenciando também na forma de metodologia do
professor.

O atendimento educacional especializado não deve ser uma


atividade que tenha como objetivo o ensino escolar especial
adaptado para desenvolver conteúdos acadêmicos, tais como a
língua portuguesa, a matemática dentre outros [...] o
atendimento educacional especializado pode desenvolver o
conhecimento que permite ao aluno a leitura, a escrita e a
quantificação, conforme a necessidade e interesse de cada um,
sem o compromisso de sistematizar essas noções, como é o
objetivo da escola. (BATISTA & MANTOAN, 2006, p. 126
apud SANTOS; SOARES).

2. O PAPEL DO PROFESSOR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA


INCLUSIVA?

Tomando como base a proposta da escola inclusiva, a educação


para todos, o professor deve ser considerado uma peça
fundamental desse movimento, já que é por intermédio de suas
ações educativas que a inclusão pode ser efetivada. Então,
torna-se imprescindível aliar a ideologia da inclusão à prática
docente, levando em consideração alguns aspectos, como
capacitação profissional, melhorias das condições de trabalho,
aumento de recursos e de infra-estrutura e implantação de
ações políticas proativas que têm como objetivo o bem-estar
físico e mental dos profissionais de educação. (FACION, José
Raimundo, pág. 158, 2008).

O professor do Atendimento Educacional Especializado é de suma importância


para a Inclusão Escolar de pessoas com deficiência, além de ajudar o aluno a se
desenvolver na vida escolar, pessoal e social.

Esse professor é um grande contribuinte neste processo


educacional, pois o mesmo desenvolverá junto ao professor
regular, didáticas para colocar em prática as metodologias
propostas pelo sistema. Observar-se ainda que não basta fazer
modificações estruturais, mas é de fundamental importância
fazer-se uma modificação da estrutura humana para que se
possam ter resultados eficazes. (TORRES; MORAIS;
MEDEIROS, p. 02)

O professor ao exercer uma prática pedagógica inclusiva deve estar preparado


para desenvolver atividades que sejam significativas ao aluno.

Na escola que assume a perspectiva inclusiva, todo professor


deverá buscar despertar e desenvolver competências e propor
conteúdos compatíveis com as experiências vividas pelos
alunos para que atribuam significado aos conteúdos,
objetivando participação ativa nos processos. (OLIVEIRA,
pág. 13, 2015)

O educador tem que entender que cada aluno possui suas dificuldades, mas isso
não o torna incapaz de aprender e estar disposto a criar e elaborar atividades que
desenvolvam as habilidades do aluno deficiente, sejam elas: motoras, cognitivas, físicas
ou sociais. Facilitando o processo de aprendizagem de acordo com as limitações do
aluno de maneira que o mesmo entenda e execute a atividade proposta, para que haja
assim, desenvolvimento das habilidades.

O papel do professor em uma escola que se pauta nos


princípios de uma educação inclusiva é de facilitador no
processo de busca de conhecimento que parte do aluno. O
professor é quem organiza situações de aprendizagem
adequadas as diferentes condições e competências, oferecendo
oportunidades de desenvolvimento pleno para todos os alunos.
(OLIVEIRA, pág. 14, 2015)

É preciso compreender que a criança com deficiência mesmo diante suas


dificuldades e limitações, possui capacidade de aprender.

A criança com deficiência exige do profissional da educação


um olhar sensibilizado, compreensivo e adaptador acerca das
atividades e convívio social. Cada deficiência possui suas
particularidades e singularidades, mas isso não torna o aluno
um ser inerte, ele pode aprender, ensinar, e desenvolver as suas
habilidades. (NUNES; NEGÓCIO pág. 6)

O professor tem como finalidade ensinar o aluno a ter autonomia, e junto à equipe
educativa mostrar que não é devido a uma deficiência que o aluno seja incapaz de
alcançar um nível superior, conseguir um trabalho e ter uma vida comum como
qualquer outro.

Desmistificar o pensamento propagado na sociedade de que os


deficientes não possuem a capacidade de desenvolver suas
habilidades e competências em sala de aula, e
que, quando realizam algo grandioso, como boas notas e
aprovação universitária, eles tiveram uma ‘’forcinha’’ dos
professores ou das políticas públicas, como as cotas, é crucial
para desenraizar o mito de que o deficiente não pode estudar ou
conviver socialmente, e tornar de conhecimento público que o
jovem com deficiência é tão capaz quanto qualquer
outro fora dessa condição. (NUNES; NEGÓCIO pág. 4).

É necessário haver um trabalho colaborativo, afinal o professor regular deve


saber o que o professor de AEE desenvolve com o aluno, para que haja uma
continuidade ao conteúdo, reforço e estímulo de ambas as partes, para que juntos
atinjam o objetivo almejado.

Não podemos esquecer do diálogo que deve existir entre o


professor da sala regular e o do AEE, que devem trabalhar em
sintonia, desenvolvendo ações em parceria para beneficiar os
alunos. Precisamos ter clareza de que esse tipo de atendimento
especializado não é atribuição apenas do professor
especializado nessa área. (OLIVEIRA, pág. 14, 2015)

Segundo Oliveira (2015): “O professor do AEE é parte fundamental na


inclusão, mas de modo algum é o único responsável por efetivá-la”.

É preciso compreender que dentro no âmbito escolar, o professor do AEE


necessita de apoio e suporte de toda equipe, para que todos juntos exerçam seus
trabalhos alcançando o objetivo de tornar esses alunos cidadãos autônomos e inclusos
no meio social.

[...] o professor do AEE é parte fundamental na inclusão, mas


de modo algum é o único responsável por efetivá-la. É preciso
que a cultura escolar esteja aberta para práticas escolares e que
as ações pedagógicas reforcem diariamente a atuação desse
profissional, dando apoio e suporte pedagógico. (OLIVEIRA,
pág. 16, 2015)

3. A IMPORTÂNCIA DA AEE PARA ALUNOS DEFICIENTES.

O professor de uma escola regular, ao se deparar com uma sala numerosa junto à
um ou mais alunos com deficiência, depara -se com um desafio, e muitas vezes não
conseguem proporcionar um ensino significativo aos seus alunos deficientes.

A sala de atendimento especializado funciona como mediador


da relação de aprendizado em sala de aula regular e
desenvolvimento das competências, sendo assim um recurso
da educação especial na rede regular de ensino. É verdade que
os professores, na realidade escolar brasileira de salas lotadas,
muitas vezes, não tem condições ou oportunidades de ter esse
olhar sensibilizado a respeito dos alunos deficientes. (NUNES;
NEGÓCIO pág. 6)

Tendo como base essa implicação surgiu-se a necessidade de capacitar os


docentes e formar professores específicos para a área, surgindo então os professores
do AEE, que como dito anteriormente tem a função de trabalhar a particularidade de
cada aluno fornecendo ao mesmo um ensino pleno e desenvolvimento de suas
habilidades decorrente de suas avaliações e atividades propícias.

É nessa etapa que se encaixa o AEE, possibilitando essa


atenção especial ao aluno, atendendo às suas necessidades.
elaboração e execução do plano de AEE e promover a inclusão
do aluno no âmbito educacional. Estudar o caso de deficiência
de cada aluno é fundamental para o desenvolvimento do
trabalho do professor do AEE, pois é um modo de investigação
e avaliação. (NUNES; NEGÓCIO p. 6)

Porém, é importante destacar que a formação continuada para os educadores é de


suma importância devendo acontecer cada vez mais, para que o trabalho seja melhor e
mais eficiente.

O professor do AEE precisa não somente conhecer esses


pressupostos, como ter uma formação que lhe permita atuar
como professor da inclusão, caso contrário, todo o discurso da
inclusão ficará apenas na teoria e teremos apenas uma
integração de alunos com NEE nos espaços escolares. Essa
formação deve ser tanto de forma inicial como continuada.
Sem uma formação que prepare e capacite os professores para
a realização de práticas de ensino inclusivo, todo o discurso
legal não será executado e ficará apenas na legalidade.
(OLIVEIRA, p. 14, 2015)

Além de uma formação específica para o docente, é preciso da sala de


recursos multifuncionais para que seja elaborado um trabalho mais significativo e com
um aproveitamento maior.

A existência da sala de recursos multifuncionais e do professor


do AEE na escola, permite um trabalho mais significativo com
maior aproveitamento para a sala de aula comum e para a
sociedade como um todo. Visto que é esperado que o professor
especializado em Atendimento Educacional Especializado,
realize um estudo de caso de todos os seus alunos para conhecer
o diagnóstico de cada criança, suas dificuldades, potencialidades
e receptividades, para assim planejar sua atuação
adequadamente. (OLIVEIRA, p. 15, 2015)

O professor de AEE possui uma sala de recursos multifuncionais, que possui


diversos materiais para desenvolver um trabalho mais significativo, podendo ser
realizada individualmente ou de forma coletiva.

Na sala de AEE deve-se também, dar atenção especial para a


formação das turmas, as quais devem ser heterogêneas, pois a
aprendizagem cooperativa é essencial para novas descobertas
dos alunos, entretanto, diferenciam-se as patologias, porém a
faixa etária deve ser a mesma. (BATISTA & MANTOAN,
2006, p apud SANTOS; SOARES).

O professor de AEE, tem que trabalhar com os alunos deficientes em horário


oposto ao regular, auxiliar na formação continuada dos professores regulares, elaborar
materiais para utilizar em suas aulas, prestar orientação à família.

O trabalho exercido por esse profissional não se limita somente dentro da escola,
mas também fora.

É previsto o trabalho direto com o aluno em período de


contraturno; o trabalho colaborativo para subsidiar as ações e a
formação do professor da sala regular; a elaboração de
materiais específicos para uso dos alunos nas salas de aula; a
orientação à família; e a articulação com setores e profissionais
externos à escola que possam colaborar para o atendimento às
necessidades especiais dos alunos. Chama-nos atenção a
responsabilização que é imputada a esse profissional que não
se direciona apenas ao ensino, mas a várias atividades
organizativas e articuladoras dentro do espaço escolar e,
possivelmente, fora dele. Nesse sentido, por meio do programa
da SRM, o mesmo professor pode trabalhar com várias áreas.
(PERTILE; ROSSETO, p. 4)
A importância do AEE para os alunos deficientes é fundamental, pois é esse
atendimento que dá respaldo às reais necessidades do aluno, tendo um profissional
capacitado para efetuar um estudo de caso onde será analisado suas dificuldades,
particularidades e similaridades para que a partir disso seja desenvolvido um plano de
AEE que resultará em elaborações de atividades cujo vise ao mesmo desenvolver-se
socialmente, intelectualmente de maneira que o aluno adquira autonomia para conviver
de forma comum no meio social.

A partir desse estudo do caso, o professor, atribuído de um


olhar sensibilizado sobre aquele aluno deficiente, conhecerá os
aspectos cognitivos, afetivos, motores, sociais e construir um
perfil do aluno. Para, assim, ser elaborado um plano de AEE
que atenda as especificidades de cada deficiência e contribua
na aprendizagem a partir do pressuposto de união e parceria
entre professor da sala regular e professor do AEE. O plano de
AEE é construído pelo professor da sala de atendimento
educacional especializado ao concluir o estudo do caso.
(NUNES; NEGÓCIO, p. 6)

Vale ressaltar que o trabalho do AEE é feito de forma coletiva, envolvendo toda a
equipe multidisciplinar em favor do deficiente, trabalhando e lutando para que o mesmo
tenha total garantia de seus direitos e sejam incluídos na sociedade.

Os professores, junto com a escola, devem entender que esse


aluno não é um ser limitado e sim com habilidades
diferenciadas, que devem ser analisadas de forma singular,
exemplo de educação, que deveria existir nas escolas, onde o
professor realiza o processo de inclusão do aluno na condição
de deficiente com os demais alunos, respeitando e adaptando as
atividades a cada condição dos alunos, que variam de acordo
com a deficiência. (NUNES; NEGÓCIO pág. 4)

4. METODOLOGIA

O nosso trabalho se configura numa pesquisa qualitativa.


A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte
direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento. [...] a pesquisa qualitativa supõe contato direto e
prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que
está sendo investigada, via de regra através do trabalho
intensivo de campo. (LÜDKE; ANDRÉ, p. 11, 1986)

Utilizamos para a construção do trabalho a revisão bibliográfica, que consistiu


na seleção, leitura e análise de livros, artigos, teses que tratavam da temática.

Utilizamos, ainda, como instrumento de coleta de dados, entrevista composta de


perguntas abertas. A entrevista contou com roteiro pré-definido e foi aplicada em nove
professores das escolas públicas municipais do município de Araçatuba/SP.

Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar as concepções dos


docentes das escolas públicas municipais acerca do atendimento educacional
especializado e qual o papel e a importância do professor na prática pedagógica
inclusiva.

5. RESULTADOS: apresentação e análise

Para os fins dessa pesquisa, entrevistamos 9 (nove) professores, cujas


identidades serão preservadas, mas serão identificados com números de 1 (um) a 9
(nove).

As professoras entrevistadas foram questionadas sobre a sua concepção sobre o


que é atendimento educacional, a professora 1 relata que o AEE é um serviço que
auxilia o aluno com algum tipo de deficiência, a Professora 2 afirma que o AEE é um
serviço realizado por um profissional nas escolas.

O professor 3 diz que:

“O AEE tem como objetivo trabalhar atividades e recursos


pedagógicos adaptados aos alunos que possuem algum tipo de
necessidades especiais. Auxiliando o educando em seu
desenvolvimento pleno, eliminando barreiras que possam
dificultar seu ensino e aprendizagem”

As professoras 4, 5, 6, 7 e 9, apresentaram a mesma ideia do Professor 1,


embora houvesse poucas variações nas respostas.

A professora 8 relata que:

“O AEE - Atendimento Educacional Especializado é um


serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade, que elimina as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as
necessidades específicas dos alunos público alvo, ainda
complementar e/ou suplementar os conteúdos do ensino
regular.”

Ao serem questionadas sobre a importância da AEE para alunos deficientes,


em seu relato a professora 1 diz que o mesmo é responsável por planejar atividades para
os alunos com deficiência, auxilio para acompanhar a turma, recursos e acessibilidade.
Inclui-lo na sociedade.

A professora 2 e 6 afirmam que é importante, pois ajuda o aluno com


deficiência a se desenvolver na vida escolar, pessoal e social e favorece na inclusão
social.
A professora 3 relata que é de suma importância pois é um atendimento que
trabalha pontualmente as necessidades do educando. Buscando recursos e materiais
pedagógicos e de acessibilidade para eliminação de barreiras.
A professora 4 destaca que é importante pois oferece diversos materiais de
ensino adaptados, que favorecem e estimulam a aprendizagem e desenvolvimento dos
alunos dentro de suas limitações.
A professora 5 relata que o AEE tem como fundamento a orientação para os
professores da rede regular, como trabalhar com as diferentes deficiências dentro da sala
de aula, incluindo e não incluindo este aluno.

A professora 7 afirma que a importância do AEE é atender as necessidades ou


dificuldades dos alunos.

A professora 8 relata que:


“O AEE é realizado nas escolas em Sala de Recurso
Multifuncional (SRM) - Sendo este de grande importância para
o bom desempenho das competências e habilidades das pessoas
com deficiências. Este trabalho contribui para melhorar o
desempenho dos alunos com deficiência em sua aprendizagem
e autonomia, para sua vida escolar, social e familiar.”

A professora 9 considera que:

“O aluno que frequenta o AEE tem a oportunidade de trabalhar


com recursos diferenciados onde será estimulado nas
habilidades que ele tem e assim ir trabalhando de forma
individual com as dificuldades que mesmo apresenta. É um
serviço de apoio que é oferecido e faz a diferença para os que
ele frequenta.”

Referente ao papel do professor na prática pedagógica inclusiva, a professora 1


diz que a função é fazer com que o aluno deficiente participe junto com os outros alunos
de jogos e atividades.
A professora 2 relata que o professor deve estudar a deficiência do aluno e
proporcionar atividades de acordo com a necessidade dele.
A professora 3 diz que o papel do professor é desenvolver atividades que vão
de encontro com as necessidades do aluno, adequando o seu material e recursos
pedagógicos, facilitando o processo de ensino e aprendizagem, levando em
consideração as habilidades e dificuldades de seus educandos, elaborando sua
metodologia e plano de aula de modo que o discente participe efetivamente das
atividades propostas.
A professora 4 diz que o professor deve estimular, motivar e se especializar
cada vez mais nesta área para poder oferecer o melhor para seus alunos.
A professora 5 destaca que o professor tem o papel de trabalhar com
dinamicidade, buscar este aluno, despertar o interesse de forma lúdica.
A professora 6 acredita que o professor regular junto com o professor do AEE
deve juntos discutir as práticas pedagógicas implantadas para o deficiente, afim de que
haja um trabalho conjunto.
A professora 7 acredita que o professor deve proporcionar para os alunos com
limitações a mesma oportunidade que proporciona para os outros aprenderem,
respeitando suas limitações e particularidades. A educação deve ser para todos,
incluindo sala de aula.

A professora 8 relata que:


“O aluno com deficiência requer muitas vezes ações
pedagógicas diferenciadas, pensando nas especificidades da
criança decorrentes de sua necessidade motora e de
comunicação no AEE. O trabalho do professor do AEE é
basicamente propor situações para que o aluno possa interagir e
ao mesmo tempo sair de uma posição passiva diante da
aprendizagem e passe para uma postura dinâmica de
apropriação do saber.”

A professora 9 considera que:


“O professor de AEE é o apoio tem um papel fundamental de
descobrir as habilidades que a criança tem e desenvolver um
plano de trabalho para atender as dificuldades que o aluno
apresenta. Também tem o papel de orientar e trabalhar em
parceria com o professor da sala regular visando o melhor
desempenho da criança e orientação a família de acordo com as
necessidades que cada indivíduo apresenta.”

Questionamos sobre como deve ocorrer o AEE, e em seu relato a professora 1,


diz que deve ocorrer em sala especializada, o professor deve ser capacitado para o
trabalho. Atendimento duas vezes por semana com duas horas de duração. Porém pode
variar conforme a quantidade de alunos.
A professora 2, relata que o AEE deve ocorrer em uma sala específica.
A professora 3, afirma que o AEE deve ocorrer no contra turno escolar em
salas de recursos especiais ou em instituições especializadas. Levando em consideração
que para atuar como professor do AEE necessita-se de formação especializada.
A professora 4 diz que o AEE deve ocorrer em escolas regulares, no período
oposto das aulas regulares dos alunos.
A professoras 5 considera que o AEE deve ocorrer em uma sala específica e ser
uma prática conjunta com o professor de sala regular. Devem ser aplicadas atividades
que ajudem a criança a se desenvolver.
As professoras 6 e 7 apresentaram a mesma ideia da professora 4, embora
houvesse poucas variações nas respostas.
A professora 8 relata que:
“O atendimento de AEE deve ser feito a alunos público alvo -
DV, DA, DI, TEA, superdotação e altas habilidades, sendo o
atendimento duas vezes na semana no mínimo, uma hora cada
atendimento. Também pode atender em grupo de até 3 (três)
alunos de até uma hora e meia. Os atendimentos são feitos no
contra turno escolar.”

A professora 9 apresenta a mesma ideia da professora 1, embora houvesse


poucas variações nas respostas.
As entrevistadas, ao serem questionadas sobre os tipos de recursos
disponibilizados na sala de AEE para mediar o ensino do aluno, a professora 1 não teve
uma resposta para a questão.
A professora 2 diz que os recursos utilizados são de acordo com a deficiência
do indivíduo.
A professora 3 afirma que:
“As salas são dotadas de mobiliário, materiais didáticos e
pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos
específicos para o atendimento aos alunos, em turno contrário
ao que frequentam a escola comum. Exemplos de materiais:
alfabeto adaptado, tecnologia assistiva, materiais e vídeos em
libras (língua brasileira de sinais), materiais em Braille, jogos
adaptados, entre outros…”

A professora 4, afirma que as salas de AEE possuem recursos tecnológicos,


sendo computadores, tablet, jogos online, plataformas. Recursos concretos, sendo jogos,
atividades manuais, entre outros
As professoras 5, 6 e 7 apresentaram a mesma ideia da Professora 4, embora
houvesse poucas variações nas respostas.
A professora 8 relata que as salas de recurso multifuncional possuem
mobiliários, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e
equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são público alvo da
educação especial e que necessitam do AEE no contra turno escolar.
A professora 9, afirma que:
“São disponibilizados recursos de alta e baixa tecnologia,
softwares educacionais, jogos pedagógicos, recursos de
acessibilidade materiais confeccionados, orientações a
atividade de vida diária aulas específica de acordo com a
deficiência aula de libra uso do braile.”

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi analisado, entendemos que o atendimento educacional


especializado é uma modalidade de ensino que visa eliminar as barreiras para a plena
participação do aluno com deficiência.

Acreditamos que professor tem como função facilitar o processo em que aluno
busca conhecimento, além disso, tem como dever organizar e oferecer oportunidades de
desenvolvimento para o aluno deficiente, de acordo com suas limitações.

Partilhamos da mesma opinião da professora 3 que acredita que o papel do


professor é desenvolver atividades que vão de encontro com as necessidades do aluno,
adequando o seu material e recursos pedagógicos, facilitando o processo de ensino e
aprendizagem, levando em consideração as habilidades e dificuldades de seus
educandos, elaborando sua metodologia e plano de aula de modo que o discente
participe efetivamente das atividades propostas.

Entendemos que o professor é de suma importância para a Inclusão Escolar de


pessoas com deficiência, além de ajudar o aluno a se desenvolver na vida escolar,
pessoal, social.

Concordamos com os professores 2 e 6 que afirmam que é importante o AEE,


pois ajuda o aluno com deficiência a se desenvolver na vida escolar, pessoal e social e
favorece na inclusão social.
Uma outra questão importante que a professora 4 destaca que o AEE é
importante, pois oferece diversos materiais de ensino adaptados, que favorecem e
estimulam a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos dentro de suas limitações
Acreditamos que o AEE deve ocorrer em sala especializada, com um professor
capacitado para melhor atender o aluno. Além disso deve ocorrer em períodos opostos
as aulas regulares, com atividades que ajudem o aluno a se desenvolver.

Os tipos de recursos disponibilizados na sala de AEE para mediar o ensino do


aluno, deve ser de acordo com a deficiência do indivíduo, com recursos tecnológicos,
sendo computadores, jogos online, plataformas ou recursos concretos, sendo jogos,
atividades manuais, entre outros.

Assim como relata a professora 3:

“As salas são dotadas de mobiliário, materiais didáticos e


pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos
específicos para o atendimento aos alunos, em turno contrário
ao que frequentam a escola comum. Exemplos de materiais:
alfabeto adaptado, tecnologia assistiva, materiais e vídeos em
libras (língua brasileira de sinais), materiais em Braille, jogos
adaptados, entre outros…”

REFERÊNCIAS

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Educação Inclusiva. Disponivel em:
http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf. Acesso em:
15 de dezembro de 2017.

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