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idade ao primeiro parto e ao abate, taxa de natalidade e desmama, taxa de desfrute, taxa

de mortalidade, entre outros.

É comum falar que a coleta de dados na pecuária de corte é uma atividade diária
extremamente importante. Afinal, é por meio destes dados que é possível conhecer a
eficiência do rebanho em relação às situações produtivas, reprodutivas e sanitárias,
podendo, assim, estimular metas em curto, médio e longo prazo dentro da atividade.

No entanto, estes dados resultam em uma infinidade de números que, por si só, não têm
quase nenhum efeito prático, e não medem a eficiência do sistema para o produtor. O
que fazer, então?
A resposta é simples, e sua ação não é nada complicada. Para que tais dados tenham
relevância dentro da porteira, é essencial que eles sejam usados para calcular os índices
zootécnicos, que guiam o produtor no entendimento da capacidade produtiva,
reprodutiva e sanitária de seus animais, dando suporte para o correto entendimento da
eficiência da fazenda.

Os índices zootécnicos são variados, e cada criador pode escolher os que melhor se
adequam às suas necessidades, mas alguns deles são essenciais para qualquer sistema de
produção que tenha a pecuária de corte como atividade central:

Ganho de peso médio diário (GMD)


O ganho de peso médio diário é um dos índices zootécnicos mais importantes em
uma fazenda, afinal, é por meio dele que é possível mensurar a eficiência do sistema de
produção.

Ao formular uma dieta, tanto para o pasto quanto para animais confinados, é preciso,
sempre, estabelecer uma meta, ou seja, definir o quanto o animal deve engordar por dia.
Com o índice zootécnico, é possível mensurar e monitorar a relação dieta/consumo do
animal, verificando se ela está dentro dos padrões previamente estabelecidos.

Além disso, o índice que determina o ganho de peso periódico permite o


acompanhamento de possíveis problemas no manejo do gado, tais como estresse e
doenças.
O cálculo do GMD é bem simples: GMD = (peso atual – peso anterior)/(data da
pesagem atual – data da pesagem anterior).

Taxa de mortalidade
A função do índice é criar uma referência padrão, para que, quando o cálculo da taxa de
mortalidade superar essa referência, seja possível entender (inclusive com o auxilio de
outros índices zootécnicos) qual é o motivo das mortes.

O índice de mortalidade varia conforme a especificidade do sistema. Em um sistema a


pasto, por exemplo, admite-se até 2% de mortalidade dos animais na cria. Já na recria, o
índice aceitável é de 1%. Na engorda, a chance de morte é bem menor, por isso, admite-
se um índice de somente 0,5%, caso semelhante ao confinamento.

Valores de índices de mortalidade superiores devem ser entendidos como um problema,


e o criador precisa saber o motivo das mortes em excesso, buscando ações para impedi-
las.

Rendimento de carcaça
O rendimento de carcaça é um dos índices zootécnicos calculados quando o animal é
abatido no frigorifico. Ele é determinante sobre o custo de produção e sobre a
rentabilidade da atividade de engorda, seja ela finalizada a pasto ou em confinamento –
já que o bom rendimento de carcaça é que trará o lucro desejado para o criador.

O frigorífico sempre paga pela carcaça, assim, esse índice é definido pela relação entre
os pesos da carcaça no frigorífico e o do animal vivo, expresso em porcentagem.

Definir qual é o índice de rendimento da carcaça ideal é difícil, já que diversos são os
fatores que interferem neste cálculo, como a raça e genética, tipo de dieta, tempo de
jejum antes do abate e categoria animal. Dessa forma, cabe ao criador e ao técnico
responsável saber qual é a capacidade genética e alimentar de seus animais para, então,
definir o índice de rendimento de carcaça considerado ideal.

Índice de conversão alimentar


Por definição, o índice de conversão alimentar representa o consumo de ração do animal
em determinado período dividido pelo seu ganho de peso (kg MS/kg de ganho de peso).
Do ponto de vista biológico, a conversão alimentar se refere à quantidade de alimento é
ingerido pelo gado (na base matéria seca) para que ele ganhe um quilo de peso vivo.
Este índice é amplamente utilizado em animais terminados em confinamento.

O índice de conversão alimentar é um fator determinante para medir a eficiência da


atividade, principalmente na tangente econômica. Nada adianta ter um boi que ganha
100 gramas/dia a mais que outro, mas consome 30 a 40% mais alimento – isso não é
eficiência.

Portanto, é possível afirmar que quanto melhor for a conversão alimentar para uma
mesma dieta, menor será o custo da engordada e maior o lucro do criador.

Índices reprodutivos
Quando pensamos na pecuária de corte, a reprodução, sem dúvida, é uma característica
imprescindível. Dessa forma, a performance reprodutiva precisa ser periodicamente
avaliada e interpretada, conseguindo, dessa forma, maximizar a fertilidade sob um
determinado conjunto de condições ambientais e de manejo.

Neste contexto, os índices reprodutivos são ferramentas essenciais na avaliação


zootécnica, e permitem observar as consequências que o melhoramento genético
traz para a eficiência reprodutiva, que, por sua vez, tem impacto nas características
ligadas ao crescimento e à qualidade da carcaça. Os principais índices zootécnicos
relacionados à reprodução são:

Taxa de Prenhez (TP)

A taxa de prenhez (TP) representa o número de fêmeas prenhes em relação às que foram
introduzidas no programa reprodutivo da propriedade.

No entanto, hoje em dia, a taxa de prenhez está longe de ser um dos índices
zootécnicos mais importantes, isso porque de nada adianta ele ser bom, se o intervalo
entre partos e/ou a mortalidade forem altos.

Taxa de desmama (TD)

A taxa de desmame é reconhecida como um dos principais indicadores utilizados para


mensurar a eficiência reprodutiva na pecuária de corte. Esse índice representa o total de
animais desmamados em relação às vacas expostas em reprodução.

A diferença entre a TD e a TP é que a primeira representa o número de bezerros


desmamados, e são considerados os bezerros que nasceram e aqueles que tiveram
mortalidade pós-natal. Portanto, esse é um índice mais especifico sobre o manejo
reprodutivo geral da fazenda.

Intervalo entre partos (IEP)

É consenso entre as fazendas que o ideal é que os animais atinjam um IEP médio de 12
meses, já que período de gestação dura em torno de nove meses e o de puerpério
(período de involução e recuperação uterina para uma nova concepção) 45 dias,
restando, assim, mais 45 dias para esse animal emprenhar, atingindo a meta de um
bezerro por ano.

Este índice é o principal indicativo de fertilidade do rebanho. No entanto, deve ficar


claro que, para a realidade brasileira, os IEPs raramente atingem 12 meses. O criador
deve ter como meta, ano após ano, reduzir o intervalo entre partos, para, dessa forma,
deixar a atividade menos onerosa, trazendo mais eficiência ao sistema produtivo.

A principal falha deste índice é a demora na sua obtenção, visto que, para ser calculado,
a vaca precisa ter parido, no mínimo, 2 vezes. Assim, quando é observado um problema
por meio deste índice, ele certamente aconteceu no passado (com a vaca demorando a
emprenhar, por exemplo), impossibilitando ações corretivas.

É claro que esses são apenas alguns dos índices de importância dentro da pecuária de
corte, mas compreendê-los é o primeiro passo para conquistar uma melhor
produtividade na sua propriedade rural.

https://blog.bovcontrol.com/pt/conheca-os-principais-indices-zootecnicos-para-
melhorar-a-produtividade-da-pecuaria-de-corte.html dia 12/11 às 11:00

eficiência das estratégias utilizadas. Este é o momento de ajuste onde deverão ser corrigidos
os desvios ocorridos, e as estratégias poderão ser substituídas.

3 - PLANEJAMENTO DE PROJETOS PECUÁRIOS

3.1 Escrituração zootécnica

Ponto principal da escrituração zootécnica é a coleta dos dados para gerar a informação
para ser analisada, portanto, o primeiro passo é a identificação de todo o rebanho e armazená-
lo em banco de dados. A identificação pode ser por tatuagem, brinco, a fogo frio ou quente, e
chip, o que importa é a geração das informações (Borges et al, 2005). O método de
identificação (letras e/ou números) tem que atender a quantidade de animais atual na
propriedade e seu crescimento futuro. O método a ser usado tem que facilitar a identificação do
animal, para que seja empregada nas fichas de controle zootécnico da propriedade.

3.2 Planejamento Nutricional

O primeiro passo para iniciar o planejamento nutricional de um novo projeto é levantar os


recursos físicos da propriedade (benfeitorias, tipos de solos, espécies forrageiras, recursos
hídricos, tamanho da área, topografia) e as características climáticas da região. É de
fundamental importância ter a planta planialtimétrica (mapa) para os levantamentos do
inventário, de índices de produção de matéria seca das forrageiras por área, para
recomendações de correções e adubações de solos, planejamento de novas espécies
forrageiras, divisão de áreas, entre outros (Barbosa, 2004).

Após conhecer a propriedade e as particularidades da região deve-se determinar o sistema


de produção de acordo com os objetivos do proprietário, análises de mercado, recursos
financeiros disponíveis, condições ambientais, físicas e externas à propriedade.

O planejamento forrageiro deverá proporcionar quantidade anual adequada de forragem à


demanda dos animais no sistema, seja por pastagens extensivas ou, em sistemas mais
intensificados, por meio de rotação, adubação e irrigação de pastagens, ou ainda,
suplementação volumosa no cocho.
Um ponto importante a ser considerado no planejamento nutricional, que está intimamente
ligado à demanda e ao planejamento forrageiro, é a exigência nutricional do animal ao longo do
ano. Esta exigência nutricional varia em função da idade, sexo, raça, estádio fisiológico e
ganho de peso projetado. Analisando a exigência nutricional e a quantidade e qualidade da
forragem ao longo do ano defini-se qual a demanda de forragem e a necessidade de
suplementação protéica, energética, mineral e vitamínica para atender aos objetivos de ganho
de peso e/ou reprodução (Barbosa, 2004).

Devido ao crescimento das pastagens e sua qualidade na estação seca do ano ser bem
menor, torna-se necessário assumir estratégias caso não ocorra nenhuma venda de animais
no final da estação das águas. Caso contrário, a propriedade não terá pastagem o suficiente
para a demanda. Estas estratégias podem ser:

 Utilizar pastagem diferida, isto é, vedar parte dos pastos na época das águas para sua
utilização na seca;
 Suplementações volumosas com silagens, capineiras ou cana-de-açúcar;
 Suplementações com proteinados e rações concentradas.

No planejamento nutricional de sistemas mais intensivos com taxas de lotações acima de 2,0
UA por hectare deve-se considerar a necessidade de utilização de tecnologias como rotação e
adubação de pastagens, suplementação volumosa, suplementação concentrada e em algumas
situações irrigação de pastagens e/ou culturas.

A escolha de quais estratégias utilizarem no planejamento nutricional é dependente do


planejamento financeiro, isto é, deve-se analisar qual a necessidade de investimento, fluxo de
caixa, a rentabilidade e o retorno do capital investido de cada estratégia dentro do sistema de
produção. Para estas simulações de planejamento as planilhas eletrônicas e softwares são
importantes ferramentas para utilizar devido à maior agilidade na geração das informações
para que o proprietário tome a decisão de qual o projeto assumir (Barbosa, 2004).

3.3 Planejamento Reprodutivo

O planejamento reprodutivo na propriedade é de fundamental importância para o aumento


da eficiência reprodutiva de bovinos e possui impacto direto sobre a saúde financeira da
empresa rural. Este planejamento deve estar interligado aos planejamentos nutricional,
sanitário e genético.

As diferentes formas de manejo têm como principal objetivo a otimização do desempenho


reprodutivo e produtivo do rebanho, de maneira racional e econômica. Para tanto, o enfoque
reprodutivo deve estar voltado à prevenção de doenças, ao atendimento das exigências
nutricionais nas diversas fases da vida reprodutiva e à exploração do potencial genético dos
animais.

A otimização do desempenho reprodutivo e da eficiência produtiva do rebanho podem ser


obtida por meio das seguintes práticas de manejo (Barbosa e Souza, 2007):

1. Escolha da época e da duração da monta – está em função da distribuição das chuvas


e de sua quantidade que influenciará a qualidade e quantidade de forragem
disponível. Deve ser estabelecida para que as matrizes possam ter nutrientes
disponíveis para amamentarem sua cria e ciclar. Isso ocorre, normalmente, 40-60
dias após o início e manutenção das chuvas, que pode variar de outubro a janeiro,
dependendo da região. Para propriedades que nunca fizeram estação de monta
recomenda-se iniciar com 180 dias de duração e ir diminuindo para chegar em 75 a
90 dias. Para novilhas a estação pode durar 60-70 dias quando o manejo (nutricional,
sanitário e genético) está adequado.
2. Preparo de novilhas para reposição – está em função da genética, do peso e condição
ginecológica da novilha na entrada da estação de monta. Essas novilhas devem
entrar acima de 65% do seu peso quando adulta e ter atingido a puberdade (ter
ciclado) 42 a 21 dias antes do início da estação de monta;
3. Avaliação ginecológica das fêmeas – essa avaliação de 30-60 dias antes da estação
de monta proporciona diagnosticar animais em anestro e através de manejo
(nutricional e reprodutivo) dar condições para que esses animais possam ciclar o
mais rápido possível na estação;
4. Avaliação andrológica dos touros – proporciona uso de touros com maior capacidade
de fertilização, reduzindo o número de touros em relação ao número de vacas
tradicional de 1:25, podendo chegar a 1:60 ou 1:80, dependendo da região e manejo.
Pesquisas demonstraram que o uso da CAP (Capacidade Andrológica por Pontos)
em um rebanho pode elevar a produção de bezerros pelo aumento na taxa de
prenhez para o aumento no índice CAP. Além disso, pesquisadores da Escola de
Veterinária (UFMG) encontraram redução do custo do bezerro produzido em até 23%
com a redução da relação touro:vaca de 1:25 para 1:80;
5. Diagnóstico de gestação e descartes das fêmeas – a eliminação das matrizes vazias
após a estação de monta promove a seleção de animais mais férteis, precoces e
adaptadados ao manejo local;
6. Atendimento às exigências nutricionais e monitoramento da condição corporal (CC) –
quando a matriz ganha ou perde peso ela altera sua CC, e as matrizes com CC
abaixo de 5 (escala de 1 a 9) ao parto tem menor atividade ovariana e taxa de
prenhez, portanto as matrizes devem parir com CC acima de 5 para obterem
melhores taxas de fertilidade;
7. Controle sanitário do rebanho – para prevenir e eliminar doenças reprodutivas que
causam prejuízos produtivos e econômicos no rebanho;
8. Estratégias de manejo - controle de mamada, desmama precoce, mamada
interrompida – são usadas para melhorar a eficência reprodutiva das matrizes
reduzindo o número de vacas em anestro e aumentando o percentual da fertilidade
do rebanho;
9. Estratégias de protocolos de sincronização de cio – são utilizados como ferramenta
para reduzir o período de inseminação, o tempo de trabalho de detecção do cio ou
até mesmo não usá-lo nos programas de inseminação em tempo fixo (IATF). Podem
melhorar as taxas de fertilidade no início da estação de monta com redução do
período de serviço. As taxas de prenhez são variáveis em função do tipo de protocolo
hormonal, categoria animal, condição corporal e ginecológica do animal.
Normlamente, varia de 40-60% de prenhez na primeira inseminação, sendo que,
esses resultados podem aumentar na segunda IA ou repasse com touros, entretanto
deve ser analisado o custo de cada tratamento para a tomada de decisão.

O planejamento reprodutivo visa:

 Maximizar a eficência reprodutiva: elevada taxa de nascimento e desmama;


 Produzir novilhas (de alto valor genético) para reposição das vacas;
 Reduzir custos totais, diminuindo o número de matrizes vazias, que são improdutivas dentro
do sistema;
 Programar a estação de monta de acordo com a disponibilidade de forragem de qualidade –
rebanho de corte;
 Diminuir problemas de doenças transmissíveis sexualmente;

3.4 Planejamento Sanitário

Um dos maiores desafios na produção de carne é conciliar a produtidade com boas práticas
na gestão da sanidade animal, bem como as questões ambientais, trabalhistas e de bem estar
animal.
Com a escrituração zootécnica do rebanho é possível programar as atividades sanitárias
(vacinas, medicamentos, operações sanitárias de manejo, exames laboratoriais), acompanhá-
las e avaliar os índices encontrados (mortalidade, prevalência de doenças, re-incidência de
doenças, causas de mortalidade, etc.). Com o histórico da propriedade, a médio prazo, têm-se
as taxas sanitárias que servirão para avaliar os pontos críticos da criação e comparar o
planejado com o realizado. Caso ocorra uma elevada taxa de mortalidade, por exemplo, é sinal
que a estratégia planejada não está funcionando, sendo assim, está deverá ser mudada (troca
de um princípio ativo, por exemplo), desde que tenha certeza que a sua aplicação (dose, via de
aplicação, etc.) esteja correta.

O planejamento sanitário possibilita ao produtor a redução dos riscos da produção dentro da


porteira e proporciona um produto seguro ao consumidor no final da cadeia produtiva.

O primeiro passo a se fazer em um planejamento sanitário é ter o histórico da fazenda e a


prevalência das principais doenças endêmicas da região onde será implantado o projeto. O
próximo passo é adotar medidas de combate e prevenção. Nesta etapa é muito importante
definir como executar tais medidas como, por exemplo, adotar protocolos claros e objetivos.

3.5 Planejamento da seleção e melhoramento genético

Para definir qual será o planejamento genético é fundamental a escrituração zootécnica dos
animais (dados produtivos e genealogia), bem como saber os objetivos produtivos e
econômicos dos animais envolvidos e quais características a serem avaliadas. Os critérios de
escolha devem ser baseados nas características a serem mensuradas para fazerem parte de
um índice de seleção, além disso, devem apresentar peso econômico significativo e
herdabilidade de moderada a alta (Borges at al., 2005).

Os dados avalidados podem estar relacionados as características produtivas: peso à


desmama, peso ao sobreano, peso à primeira concepção, peso ao primeiro parto, ganho médio
de peso diário, etc. E relacionados também a outras características: intervalo entre partos,
peso do bezerro/peso da matriz, conformação, rendimento de carcaça, temperamento,
facilidade de parto, aprumos, resistência aos parasitas, etc.

A escolha de animais geneticamente superiores (sêmen, embrião, touros ou animais de


reposição), isto é, animais que são avaliados por um programa de melhoramento, é
recomendável, pois refletirá em ganho genético para o rebanho com a incoorporação de
características desejáveis para a particularidade do rebanho e da propriedade. Estas
características desejáveis tem que estar adequadas com o meio (instalações, nutrição e
manejo sanitário) caso contrário elas não serão expressadas na sua totalidade. Por exemplo,
não adianta importar um embrião ou um animal com elevado mérito genético se não oferecer
uma alimentação balanceada para a produção esperada, instalações adequadas para o bem-
estar do animal e manejo sanitário para a prevenção de doenças (Barbosa e Souza, 2007).

Com o monitoramento das informações genéticas geradas estas podem ser analisadas em
conjunto com a parte financeira e verificar o impacto (positivo ou negativo) de novos touros,
vacas ou sêmens nas características produtivas e qual a sua influência bio-econômica no
sistema de produção.

3.6 Planejamento da infra-estrutura

A infraestrutura (benfeitorias, área de pastagens e lavouras, área totais, etc.) define o


tamanho (escala) do empreendimento. Quanto maior o nível de intensificação maior a
necessidade de investimento e, normalmente, maior o nível de produção por área. Como
comentando anteriormente a necessidade de pastagens e de lavouras denpendem da
demanda nutricional anual do rebanho.
Por exemplo, para realizar a atividade de confinamento é fundamental que na fazenda tenha
áreas destinadas para culturas de silagens e/ou cana-de-açúcar. O tamanho da área pode ser
fundamental para a escolha de qual volumoso plantar.

Exemplo:

 Confinamento de 4.000 bois


 Produção estimada de cana-de-açúcar = 120 toneladas por hectare
 Produção estimada de silagem de milho = 45 toneladas por hectare
 Consumo médio de cana = 18 kg/cabeça/dia
 Consumo médio de silagem = 20 kg/cabeça/dia
 Dias de confinamento = 70
 Necessidade de volumoso:
1. Cana = 18 kg x 70 dias x 4.000 bois = 5.040 toneladas
2. Silagem = 20 kg x 70 dias x 4.000 bois = 5.600 toneladas
 Necessidade de área:
1. Cana = 5.040 / 120 = 42 hectares
2. Silagem = 5.600 / 45 = 124 hectares

O planejamento da infra-estrutura deve ser feito de acordo com cada sistema de produção,
respeitando divisão de áreas, topografia, localização de aguadas, capital financeiro disponível,
etc. O investimento inicial para o confinamento é elevado ficando em R$ 364,25/ boi instalado
(Quadro 1). As instalações e equipamentos possuem vida útil que varia de 10 a 20 anos, e
ainda, a capacidade estática do confinamento é para 2.000 bois, portanto podem ser feitos no
mínimo dois ciclos diluindo os custos fixos deste empreendimento. Para isto ocorrer a fazenda
deve ter quantidade de animais para engorda suficiente, volumosos e recurso financeiro para
todos os insumos.

Quadro 1 – Relação de investimentos para confinamento de 2.000 bois

INSTALAÇÕES R$ Total

Currais de confinamento 104.000,00

Curral de manejo 60.000,00

Barracão para ração – 10 x 20 m 50.000,00

Silos trincheira para silagem de capim 7.500,00

Rede de água – captação e distribuição 11.500,00

Rede Elétrica 15.000,00

SUBTOTAL 248.000,00

EQUIPAMENTOS PARA ENSILAGEM DE CAPIM (5.000 t / ANO)

01 forrageira de área total, plataforma de 1,6m 47.000,00

02 carretas ensiladoras capacidade de 20 m3 32.000,00

01 trator 120 HP 135.000,00

02 tratores 75 HP 150.000,00

01 pulverizador de barra 600 litros 8.000,00

01 adubadora-calcareadora capacidade de 5 t 11.500,00


SUBTOTAL 383.500,00

EQUIPAMENTOS – PREPARO E DISTRIBUIÇÃO RAÇÃO

01 vagão forrageiro com balança – 10 m3 45.000,00

01 fábrica de rações – 3 toneladas/hora 18.000,00

01 garra desensiladeira 8.000,00

01 silo de grãos – 50 toneladas 12.500,00

01 conjunto de moegas e elevadores – 20 toneladas/hora 7.500,00

01 silo ração pronta – 15 toneladas 6.000,00

SUBTOTAL 97.000,00

TOTAL 728.500,00

Fonte: Burgi, 2006.

3.7 Planejamento técnico

A utilização de índices zootécnicos dentro da empresa rural é uma ferramenta importante na


avaliação da capacidade produtiva do negócio. Os coeficientes dos indicadores dos diversos
fatores zootécnicos citados anteriormente não são totalmente conhecidos pelos diferentes
sistemas de produção observados no Brasil (Barbosa e Souza, 2007).

Tabela 1 – Índices zootécnicos médios do rebanho brasileiro em diversos sistemas de


produção.

Sistema
Índices Sistema Tecnologia Média Metas
Melhorado

Natalidade > 70% > 80% 80 – 90%

Mortalidade até a desmama 6% 4% < 3%

Taxa de desmama 65% 75% > 77%

Mortalidade pós-desmama 3% 2% < 1%

Idade à primeira cria 3-4 anos 2-3 anos 2 -3 anos

Intervalo de partos 18 meses 14 meses 14 meses

Idade de abate 3 anos 2,5 anos 15 a 24 meses

Taxa de abate – completo 20% 22% > 30 %

Taxa de abate – recria / engorda > 60%

Taxa de abate - engorda 99 a 100%

Peso da carcaça 220 kg 230 kg 240 kg

Lotação 1,2 cab/ha 1,6 cab/ha > 1,0 UA / ha

Produção - @/ha/ano >6@

Fonte: Adaptado de Zimer e Euclides Filho, 1997.

Como mostra a tabela 1, os pecuaristas devem atingir o sistema com média tecnologia, e
aqueles já atigiram, devem melhorar estes números para maximizar a produtividade na
propriedade buscando as metas listadas.
3.7.1 Níveis de tecnologias no sistema de produção

Os níveis de tecnologias a serem implantados dentro do sistema de produção deve levar em


consideração alguns fatores para seu sucesso, como a disponibilidade financeira, infra-
estrutura, qualificação da mão de obra técnica e operacional, mercado, particularidades
regionais entre outros (Tabela 2).

Tabela 2 – Relações entre as tecnologias e os fatores de disponibilidade financeira,


recursos humanos e de risco ao investimento.

Tecnologias Financeiro Recursos Humanos Risco

Reprodutivas

Estação de Monta B M B

Controle Mamada M M M

Exame Andrológico M A B

Avaliação Ginecológica M A B

Nutricionais

Suplementação mineral B B B

Suplementação de proteinados M M M

Suplementação de concentrados A M A

Confinamento A A A

Correção de pastos M M B

Adubação e rotação de pastos M A M

Irrigação das pastagens A A A

Genética

Inseminação Artificial M A M

Touros Provados M A M

Biotecnologias – FIV / TE A A A

Sanidade

Medicamentos, Vacinas B M B

Práticas de manejo B M B

Administrativas e Gerenciais B A B

A= Alto, M = Médio, B = Baixo.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento técnico aliado ao financeiro é uma ferramenta imprescindível para verificar a


viabilidade operacional e econômica das estratégias assumidas dentro do sistema e fornecer
com maior precisão as informações necessárias para a tomada de decisão. É necessário
mensurar e avaliar economicamente o impacto do uso das tecnologias disponíveis para o
aumento dos índices zootécnicos e produtivos nas diversas fases do ciclo de produção de
bovinos, de acordo com cada sistema em particular, para que possa ser indicado técnica e
economicamente as tecnologias. O nível de intensificação deverá ser ditado pelos índices
zootécnicos levantados inicialmente (diagnóstico), isto é, com baixos índices produtivos, as
medidas de manejo, de investimento menor, proporcionam retornos rápidos. Com o aumento
gradativo dos índices produtivos devem ser introduzidas tecnologias de investimento mais
elevado. A intensificação também está em função do capital disponível de investimento, o risco
e a taxa de retorno de cada situação. O uso das tecnologias no sistema de produção tem que
ser gradativo e coerente com os objetivos de produção, com coletas precisas dos dados para
gerar as informações necessárias, buscando o aprendizado mútuo e contínuo de todos no
sistema.

Você conhece os índices zootécnicos? E o mais importante: reconhece a importância


deles e os utiliza em sua gestão? O controle dos índices zootécnicos é fator determinante
no sucesso da produção de gado de corte. Esses dados são fundamentais para alcançar
objetivos estabelecidos para a criação de bovinos de corte, ajudando a revelar quais
aspectos precisam de maior atenção, ou seja, quais práticas devem ser mantidas,
substituídas ou aprimoradas, tanto nos cuidados com a saúde do rebanho quanto com os
demais recursos, como instalações e pastagens. As melhorias são decorrentes da
análise dos índices, pois é a partir deles que se tem uma base de comparação para os
resultados futuros, o que ajudará o pecuarista a avaliar se houve ou não rentabilidade na
produção e assim implementar mudanças na atividade.

Se você trabalha na pecuária de corte e nunca se preocupou com a interferência


dos índices zootécnicos na administração de seus negócio, saiba que, sem o
conhecimento deles, fica difícil desenvolver-se nesse setor, consolidar-se e conquistar
mercados. Em outras palavras, está na hora de mudar a forma de pensar. Esses dados
numéricos representam fatores que estão interligados na bovinocultura: manejo de
pastagens, manejo sanitário e nutrição.

"Muitos pecuaristas resistem à ideia de fazer registros zootécnicos e, se o fazem, não são
disciplinados e não dão a devida importância aos dados e, muitas vezes, sequer sabem o
que fazer com eles", informa o zootecnista Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor da
FAZU – Faculdades Integradas de Uberaba, MG, e do curso Como Aumentar a
Rentabilidade na Pecuária de Corte, elaborado pelo CPT – Centro de Produções
Técnicas.

O especialista reforça que esses dados são de fato indispesáveis para a boa
administração da propriedade, pois são referências que ajudam o pecuarista a aferir o grau
de eficiência do manejo de cada fase da bovinocultura. Esses índices são: taxa de
prenhez; taxa de natalidade; período de serviço; intervalo entre partos; idade de
entouramento das fêmeas; idade ao primeiro parto; taxa de desmama; mortalidade média
(1 – 2 anos, 2 – 3 anos, 3 – 4 anos, vacas); idade de venda dos machos (bois gordos);
relação touro: vaca (cobertura a campo); taxa de reposição (reforma anual de touros e
vacas ); taxas de descartes (touros e vacas) e taxa de desfrute.

Para entendê-los, Aguiar aponta três aspectos: a definição deles, os valores de referência
e a relação que têm com o gerenciamento e os resultados da pecuária. Além disso, o
especialista sugere que os indíces se tornem metas com prazos realistas e que elas se
desdobrem em projetos, cujo objetivo central seja a melhoria dos resultados econômi cos.
"É fundamental considerar que de nada adianta atingir excelentes índices zootécnicos, se
não forem acompanhados por excelentes resultados econômicos", explica.

Mas, antes de iniciar essas ações, é preciso conhecer os índices zootécnicos. O curso
CPT

O manejo das pastagens interfere nos outros fatores que favorecem a produtividade do rebanho

traz a devifiniação de cada um dos que foram citados acima. Abaixo seguem alguns
exemplos para que você comece sua preparação para ess e modelo de trabalho em sua
fazenda, confira algu:

Período de serviço

É o espaço de tempo entre o parto e uma nova concepção. Pode ser obtido na ficha, livro
ou software de controle, observando-se a data do parto e a data da cobertura, na qual foi
diagnosticada a concepção. Para que a pecuária seja rentável, o número deve ser o menor
possível, preferencialmente, entre 75 e 80 dias. Mais uma vez vale destacar que uma vaca
vazia é como um motor elétrico funcionando, mas sem função (só há gasto de energia,
sem trabalho). Percebendo um período de serviço muito alto, o pecuarista deve esmiuçar
seus dados e as técnicas de manejo utilizadas, na busca pelas falhas que estão
determinando a baixa eficiência reprodutiva, se genética, nutricional, sanitária, etc.

Intervalo entre partos


É dado pela soma do período de serviço e o período de gestação. Indica de quanto em
quanto tempo uma vaca irá parir uma cria. O intervalo ideal é de 365 dias, ou seja, uma
vaca deve produzir um bezerro por ano. O período de gestação é definido como o espaço
de tempo compreendido entre a concepção e o parto. Dura de 280 a 285 dias nas fêmeas
européias, e de 290 a 295 dias nas zebuinas. A data da concepção é a data
da inseminação sobre a qual foi diagnosticada a gestação. Nesse caso, a relação é
direta: um período de serviço muito grande vai determinar um maior intervalo entre partos.

Taxa de desmama

É dada pelo porcentual de bezerros que chegaram à idade de desmama em relação ao


total de bezerros nascidos em um ano. A taxa ideal é de 97,5%. No gerenciamento da
atividade pecuária, é preciso levar em contas que uma baixa taxa de desmama indica
baixa habilidade materna da vacada ou manejo incorreto das crias desde o nascimento.
Variações repentinas na taxa de desmama de um ano para outro, num mesmo rebanho,
indica problemas de manejo. Vacas com baixa taxa de desmama crônica devem ter
prioridade de descarte.

Relação touro: vaca

Se os touros são mal manejados, apresentam problemas sanitários ou deficiências físicas

Para cobertura a campo, essa relação é muito importante. O custo de manutenção de um


touro na propriedade é bastante grande. Se os touros são mal manejados, apresentam
problemas sanitários ou deficiências físicas, apresentam baixa capacidade de cobertura,
obrigando o fazendeiro a ter de adquirir e manter mais touros na propriedade, aumentando
seus custos de produção. Em geral, um touro para 30 a 40 vacas, em monta natural a
campo, pode ser considerado um bom índice.

Por Luci Silva


https://www.cpt.com.br/cursos-bovinos-gadodecorte/artigos/indices-zootecnicos-
contribuem-para-o-sucesso-da-bovinocultura-de-corte dia 12/11 às 11:00

RV - Qual a importância da nutrição no manejo de bovinos de corte?


Prof. Marcelo - Há um consenso entre técnicos de que a nutrição é um dos parâmetros de
manejo que mais interfere no desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Em outras
palavras, a precocidade ou a taxa de ganho de peso, a idade ao abate ou a idade à
primeira cria são muito sensíveis às alterações da nutrição ou do programa nutricional da
propriedade.
Além disso, a alimentação é um dos itens que mais onera os sistemas de produção, tanto
em sistema extensivos quanto em sistemas intensivos. Na avaliação financeira de
sistemas comercias de produção, a nutrição pode representar de 30% a 40% do custo total
nos sistemas extensivos, podendo ser superior a 90% nos sistemas intensivos de engorda
(confinamentos). Portanto, a conquista de maior eficiência econômica na produção
depende necessariamente da administração criteriosa do plano nutricional e dos recursos
disponíveis na propriedade.
RV - Quais os critérios devem ser considerados para se planejar o manejo
nutricional desse tipo de gado?
Prof. Marcelo - O primeiro passo é avaliar a propriedade e propor um plano nutricional
específico para cada rebanho ou cada fase de desenvolvimento (cria, recria, engorda).
Nesta avaliação, devem ser levados em consideração os seguintes itens:
- Recursos disponíveis na propriedade: insumos, maquinários, instalações, genética do
rebanho e qualidade da mão-de-obra;
- Desempenho desejado: Ganho de peso, taxa de desfrute e eficiência reprodutiva;
- Situação do mercado: Custo dos insumos, Preço da arroba, Preço da reposição.
Diversas alternativas poderão ser adotadas diante dos cenários que forem encontrados.
Exemplo: supondo que estamos fazemos a preparação de novilhas de reposição em uma
propriedade que realiza cria. A meta é transformar as bezerras desmamadas (7 meses)
com 180 kg em novilhas (16 meses) com 300 kg no início da estação de monta. Promover
ganhos de peso de 0,450 g/dia no período das águas, com animais manejados a pasto
suplementados apenas com sal mineral, é uma tarefa fácil de ser concretizada. Porém,
obter este mesmo ganho a pasto no período da seca, quando as pastagens estão com
baixo valor nutricional, torna-se uma tarefa impossível se os animais não forem
suplementados com proteinado. Se objetivo for maior que os 300 kg aos 16 meses, torna-
se necessário também realizar suplementação com alimentos volumosos com a adoção de
semi-confinamento ou confinamento.
Desta forma, é fundamental que produtores e técnicos tracem metas para os sistemas de
produção e utilizem as estratégias nutricionais de forma consciente para que esses
objetivos sejam atingidos de forma sustentável e economicamente viável. Seguem
algumas estratégias de suplementação que podem ser adotadas: Sal mineral, Sal ureado,
Sal proteinado, Suplemento energético, Pastagem diferida, Semi-confinamento,
Confinamento.
RV - Quais as vantagens da criação de gado de corte a pasto? E em confinamento?
Prof. Marcelo - O sistema de produção a pasto é considerado o mais barato e de menor
impacto negativo para o meio ambiente. Atualmente, com a adoção do manejo rotacionado
das pastagens, é possível obter altos ganhos de peso por animal e alta produtividade por
área com baixo custo de produção. Entretanto, a produtividade das forrageiras mais
utilizadas, quando não irrigadas, é concentrada em apenas seis meses do ano. Devido a
este regime sazonal presente em grande parte do Brasil, fruto da má distribuição de chuva
e variação de temperatura, a produção de carne exige dos produtores que sejam criados
manejos alternativos e formas de suplementação dos animais durante o período seco para
que a produção seja mantida.
Uma destas alternativas de suplementação dos bovinos no período seco é o confinamento.
Com a adoção do confinamento, é possível imprimir alto ganho de peso, realizar engorda e
ter animais para abate durante todo o ano, promover uma melhoria na qualidade da carne
com maior acabamento e padronização das carcaças, além de permitir que as pastagens
sejam poupadas. Apesar de todas as vantagens apresentadas, este sistema é o de maior
custo, o que aumenta o risco da atividade.
RV - A hora certa de abater um animal é determinada pelo peso ou pela idade do
animal? Qual a idade ou o peso ideal para abate?
Prof. Marcelo - O momento correto para realizar o abate dos bovinos está mais associado
ao acabamento da carcaça do que ao peso ou idade dos animais. O acabamento ou a
espessura de gordura na carcaça tem como função principal proteger a carne durante o
resfriamento. Recomenda-se que os animais apresentem no mínimo uma espessura de 3
milímetros de gordura no contrafilé, na altura da 12ª e 13ª costelas, porém, atualmente
alguns frigoríficos tem exigido um pouco mais de gordura na carcaça. Se o acabamento de
gordura for inadequado, no momento do resfriamento, a carcaça sofrerá "queimaduras"
pelo frio promovendo encurtamento dos músculos, o que compromete a maciez da carne.
Em contrapartida, promover um excesso de gordura na carcaça pode ser oneroso para o
produtor, já que para isso o manejo nutricional deve ter uma alta densidade energética
(alta proporção de concentrado) e a conversão alimentar tende a ser inferior neste
momento.
A idade do animal é outro ponto relevante para a qualidade da carne por estar diretamente
relacionado com a maciez. Diversos estados e frigoríficos têm estimulado a produção de
animais precoces e superprecoces em busca desta melhor qualidade da carcaça e para
atender mercados específicos. Entretanto, o produtor deve ter em mente que será
necessário adotar um conjunto de técnicas, como o Creep-feeding na fase de cria e
suplementação com alimentos concentrados na fase de recria, que permitam levar o
novilho ao abate com boa conformação e acabamento da carcaça com menos de 24
meses. Animais jovens quando não manejados corretamente e de forma intensiva podem
não atender a demanda do mercado consumidor por apresentar cortes cárneos de menor
tamanho e acabamento insuficiente.
Em resumo, os frigoríficos e mercado consumidor, desejam animais jovens, pesados, com
adequado acabamento de gordura, boa distribuição muscular e proporcionando bom
rendimento de carcaça.

http://www.revistaveterinaria.com.br/2011/07/06/saiba-como-o-manejo-alimentar-do-gado-
de-corte-pode-aumentar-a-rentabilidade-do-produtor/ dia 12/11 18:45

3.1. Descrição das propriedades e indicadores zootécnicos O sistema de produção é definido


como o conjunto de tecnologias e práticas de manejo, bem como o tipo de animal, o propósito
da criação, a raça e também a região onde a atividade é desenvolvida. No Brasil, de maneira
geral, os sistemas podem ser classificados como Cria, Recria e Engorda. Algumas propriedades
podem produzir os três sistemas, sendo considerada como Ciclo Completo. De todos os
sistemas, a Cria é considerada a atividade de menor rentabilidade (Euclides Filho, 2000). A
baixa rentabilidade explica em partes o fato da produção de bezerros ocorrer em áreas mais
afastadas dos centros consumidores, como na região pantaneira. Assim, de acordo com o
levantamento realizado, na região de Corumbá, a propriedade representativa do recorte de 0 a
5000 hectares é a de 3.600 hectares, com sistema produtivo de Cria. Considerando a área
total, apenas 10 hectares são de pastagem cultivada. O proprietário desta propriedade tem a
pecuária de corte como a sua única fonte de renda, dedicando-se exclusivamente a ela. Além
do seu trabalho, dois vaqueiros realizam o manejo do rebanho, a esposa de um deles é
contratada como cozinheira e não há serviço terceirizado. Um fato destacado no levantamento
é que esses produtores menores realizam um trabalho em conjunto, isto é, em período de
vacinação, por exemplo, eles fazem um mutirão entre as propriedades menores. No
ponderado anual, o rebanho é de 824 cabeças. No recorte de 5.001 a 10.000 hectares, a
propriedade representativa possui área total de 9.000 hectares, também com sistema
produtivo de Cria. Da área total, apenas 180 hectares são de pastagem cultivada. Assim como
na propriedade anterior, a atividade é a única do produtor. Seis funcionários trabalham na
propriedade, sendo uma cozinheira, um caseiro (na região, este funcionário é chamado de
praieiro) e os demais são vaqueiros. Além dos funcionários, mais 540 diárias ao ano são
prestadas por serviço terceirizado. No ponderado anual, o rebanho é de 2.444 animais. Na
sequência, na faixa de 10.001 a 20.000 hectares, o sistema produtivo também é Cria e a área
total da propriedade é 14.400 hectares. Destes, 300 hectares são destinados a pastagem
cultivada. Assim como nas faixas anteriores, esta é a única atividade do produtor e treze
funcionários são contratos. No total do ano, outros funcionários prestam serviços, totalizando
970 diárias. No ponderado anual, o rebanho é de 3.919 animais. Acima de 20.000 hectares, a
propriedade modal ficou definida com área total de 30.000 hectares, dos quais 500 hectares
são de pastagem cultivada. Os participantes do painel ressaltaram que, mesmo no caso das
propriedades maiores, os produtores tem a pecuária de corte como a sua principal atividade.
Além disso, os participantes ressaltaram que neste caso o produtor e a sua família moram em
Campo Grande ou em alguma cidade maior próxima à propriedade. Mas, apesar João Pessoa -
PB, 26 a 29 de julho de 2015 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e
Sociologia Rural disso, o produtor visita com frequência a propriedade, dormindo alguns dias,
senão semanas na propriedade. No total, 21 funcionários são contratados, destes três são
mulheres e, ao longo do ano, 1460 dias de serviço terceirizado são prestados. O rebanho anual
é de 8.951 cabeças. Os índices zootécnicos das propriedades modais estão apresentados na
tabela 1. Observa-se que na propriedade típica menor (3.600 hectares de área total) os índices
zootécnicos indicam maior produtividade do rebanho. Isto é, as taxas de mortalidade pré e pós
desmama, o intervalo entre partos, a idade da primeira cria e a idade total da vaca são
inferiores às encontradas nas demais propriedades. Já os indicadores como relação
vaca/touro, crias produzidas por vaca, taxa de natalidade e taxa de desfrute são maiores do
que nas outras propriedades. O único indicador no qual a propriedade menor é menos
produtiva refere-se à lotação em área de pasto. Em relação às propriedades intermediárias e a
de área maior, a produtividade não apresenta variações expressivas.
file:///D:/Downloads/4319.pdf 12/11 às 20:20

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