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É comum falar que a coleta de dados na pecuária de corte é uma atividade diária
extremamente importante. Afinal, é por meio destes dados que é possível conhecer a
eficiência do rebanho em relação às situações produtivas, reprodutivas e sanitárias,
podendo, assim, estimular metas em curto, médio e longo prazo dentro da atividade.
No entanto, estes dados resultam em uma infinidade de números que, por si só, não têm
quase nenhum efeito prático, e não medem a eficiência do sistema para o produtor. O
que fazer, então?
A resposta é simples, e sua ação não é nada complicada. Para que tais dados tenham
relevância dentro da porteira, é essencial que eles sejam usados para calcular os índices
zootécnicos, que guiam o produtor no entendimento da capacidade produtiva,
reprodutiva e sanitária de seus animais, dando suporte para o correto entendimento da
eficiência da fazenda.
Os índices zootécnicos são variados, e cada criador pode escolher os que melhor se
adequam às suas necessidades, mas alguns deles são essenciais para qualquer sistema de
produção que tenha a pecuária de corte como atividade central:
Ao formular uma dieta, tanto para o pasto quanto para animais confinados, é preciso,
sempre, estabelecer uma meta, ou seja, definir o quanto o animal deve engordar por dia.
Com o índice zootécnico, é possível mensurar e monitorar a relação dieta/consumo do
animal, verificando se ela está dentro dos padrões previamente estabelecidos.
Taxa de mortalidade
A função do índice é criar uma referência padrão, para que, quando o cálculo da taxa de
mortalidade superar essa referência, seja possível entender (inclusive com o auxilio de
outros índices zootécnicos) qual é o motivo das mortes.
Rendimento de carcaça
O rendimento de carcaça é um dos índices zootécnicos calculados quando o animal é
abatido no frigorifico. Ele é determinante sobre o custo de produção e sobre a
rentabilidade da atividade de engorda, seja ela finalizada a pasto ou em confinamento –
já que o bom rendimento de carcaça é que trará o lucro desejado para o criador.
O frigorífico sempre paga pela carcaça, assim, esse índice é definido pela relação entre
os pesos da carcaça no frigorífico e o do animal vivo, expresso em porcentagem.
Definir qual é o índice de rendimento da carcaça ideal é difícil, já que diversos são os
fatores que interferem neste cálculo, como a raça e genética, tipo de dieta, tempo de
jejum antes do abate e categoria animal. Dessa forma, cabe ao criador e ao técnico
responsável saber qual é a capacidade genética e alimentar de seus animais para, então,
definir o índice de rendimento de carcaça considerado ideal.
Portanto, é possível afirmar que quanto melhor for a conversão alimentar para uma
mesma dieta, menor será o custo da engordada e maior o lucro do criador.
Índices reprodutivos
Quando pensamos na pecuária de corte, a reprodução, sem dúvida, é uma característica
imprescindível. Dessa forma, a performance reprodutiva precisa ser periodicamente
avaliada e interpretada, conseguindo, dessa forma, maximizar a fertilidade sob um
determinado conjunto de condições ambientais e de manejo.
A taxa de prenhez (TP) representa o número de fêmeas prenhes em relação às que foram
introduzidas no programa reprodutivo da propriedade.
No entanto, hoje em dia, a taxa de prenhez está longe de ser um dos índices
zootécnicos mais importantes, isso porque de nada adianta ele ser bom, se o intervalo
entre partos e/ou a mortalidade forem altos.
É consenso entre as fazendas que o ideal é que os animais atinjam um IEP médio de 12
meses, já que período de gestação dura em torno de nove meses e o de puerpério
(período de involução e recuperação uterina para uma nova concepção) 45 dias,
restando, assim, mais 45 dias para esse animal emprenhar, atingindo a meta de um
bezerro por ano.
A principal falha deste índice é a demora na sua obtenção, visto que, para ser calculado,
a vaca precisa ter parido, no mínimo, 2 vezes. Assim, quando é observado um problema
por meio deste índice, ele certamente aconteceu no passado (com a vaca demorando a
emprenhar, por exemplo), impossibilitando ações corretivas.
É claro que esses são apenas alguns dos índices de importância dentro da pecuária de
corte, mas compreendê-los é o primeiro passo para conquistar uma melhor
produtividade na sua propriedade rural.
https://blog.bovcontrol.com/pt/conheca-os-principais-indices-zootecnicos-para-
melhorar-a-produtividade-da-pecuaria-de-corte.html dia 12/11 às 11:00
eficiência das estratégias utilizadas. Este é o momento de ajuste onde deverão ser corrigidos
os desvios ocorridos, e as estratégias poderão ser substituídas.
Ponto principal da escrituração zootécnica é a coleta dos dados para gerar a informação
para ser analisada, portanto, o primeiro passo é a identificação de todo o rebanho e armazená-
lo em banco de dados. A identificação pode ser por tatuagem, brinco, a fogo frio ou quente, e
chip, o que importa é a geração das informações (Borges et al, 2005). O método de
identificação (letras e/ou números) tem que atender a quantidade de animais atual na
propriedade e seu crescimento futuro. O método a ser usado tem que facilitar a identificação do
animal, para que seja empregada nas fichas de controle zootécnico da propriedade.
Devido ao crescimento das pastagens e sua qualidade na estação seca do ano ser bem
menor, torna-se necessário assumir estratégias caso não ocorra nenhuma venda de animais
no final da estação das águas. Caso contrário, a propriedade não terá pastagem o suficiente
para a demanda. Estas estratégias podem ser:
Utilizar pastagem diferida, isto é, vedar parte dos pastos na época das águas para sua
utilização na seca;
Suplementações volumosas com silagens, capineiras ou cana-de-açúcar;
Suplementações com proteinados e rações concentradas.
No planejamento nutricional de sistemas mais intensivos com taxas de lotações acima de 2,0
UA por hectare deve-se considerar a necessidade de utilização de tecnologias como rotação e
adubação de pastagens, suplementação volumosa, suplementação concentrada e em algumas
situações irrigação de pastagens e/ou culturas.
Um dos maiores desafios na produção de carne é conciliar a produtidade com boas práticas
na gestão da sanidade animal, bem como as questões ambientais, trabalhistas e de bem estar
animal.
Com a escrituração zootécnica do rebanho é possível programar as atividades sanitárias
(vacinas, medicamentos, operações sanitárias de manejo, exames laboratoriais), acompanhá-
las e avaliar os índices encontrados (mortalidade, prevalência de doenças, re-incidência de
doenças, causas de mortalidade, etc.). Com o histórico da propriedade, a médio prazo, têm-se
as taxas sanitárias que servirão para avaliar os pontos críticos da criação e comparar o
planejado com o realizado. Caso ocorra uma elevada taxa de mortalidade, por exemplo, é sinal
que a estratégia planejada não está funcionando, sendo assim, está deverá ser mudada (troca
de um princípio ativo, por exemplo), desde que tenha certeza que a sua aplicação (dose, via de
aplicação, etc.) esteja correta.
Para definir qual será o planejamento genético é fundamental a escrituração zootécnica dos
animais (dados produtivos e genealogia), bem como saber os objetivos produtivos e
econômicos dos animais envolvidos e quais características a serem avaliadas. Os critérios de
escolha devem ser baseados nas características a serem mensuradas para fazerem parte de
um índice de seleção, além disso, devem apresentar peso econômico significativo e
herdabilidade de moderada a alta (Borges at al., 2005).
Com o monitoramento das informações genéticas geradas estas podem ser analisadas em
conjunto com a parte financeira e verificar o impacto (positivo ou negativo) de novos touros,
vacas ou sêmens nas características produtivas e qual a sua influência bio-econômica no
sistema de produção.
Exemplo:
O planejamento da infra-estrutura deve ser feito de acordo com cada sistema de produção,
respeitando divisão de áreas, topografia, localização de aguadas, capital financeiro disponível,
etc. O investimento inicial para o confinamento é elevado ficando em R$ 364,25/ boi instalado
(Quadro 1). As instalações e equipamentos possuem vida útil que varia de 10 a 20 anos, e
ainda, a capacidade estática do confinamento é para 2.000 bois, portanto podem ser feitos no
mínimo dois ciclos diluindo os custos fixos deste empreendimento. Para isto ocorrer a fazenda
deve ter quantidade de animais para engorda suficiente, volumosos e recurso financeiro para
todos os insumos.
INSTALAÇÕES R$ Total
SUBTOTAL 248.000,00
02 tratores 75 HP 150.000,00
SUBTOTAL 97.000,00
TOTAL 728.500,00
Sistema
Índices Sistema Tecnologia Média Metas
Melhorado
Como mostra a tabela 1, os pecuaristas devem atingir o sistema com média tecnologia, e
aqueles já atigiram, devem melhorar estes números para maximizar a produtividade na
propriedade buscando as metas listadas.
3.7.1 Níveis de tecnologias no sistema de produção
Reprodutivas
Estação de Monta B M B
Controle Mamada M M M
Exame Andrológico M A B
Avaliação Ginecológica M A B
Nutricionais
Suplementação mineral B B B
Suplementação de proteinados M M M
Suplementação de concentrados A M A
Confinamento A A A
Correção de pastos M M B
Genética
Inseminação Artificial M A M
Touros Provados M A M
Biotecnologias – FIV / TE A A A
Sanidade
Medicamentos, Vacinas B M B
Práticas de manejo B M B
Administrativas e Gerenciais B A B
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
"Muitos pecuaristas resistem à ideia de fazer registros zootécnicos e, se o fazem, não são
disciplinados e não dão a devida importância aos dados e, muitas vezes, sequer sabem o
que fazer com eles", informa o zootecnista Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor da
FAZU – Faculdades Integradas de Uberaba, MG, e do curso Como Aumentar a
Rentabilidade na Pecuária de Corte, elaborado pelo CPT – Centro de Produções
Técnicas.
O especialista reforça que esses dados são de fato indispesáveis para a boa
administração da propriedade, pois são referências que ajudam o pecuarista a aferir o grau
de eficiência do manejo de cada fase da bovinocultura. Esses índices são: taxa de
prenhez; taxa de natalidade; período de serviço; intervalo entre partos; idade de
entouramento das fêmeas; idade ao primeiro parto; taxa de desmama; mortalidade média
(1 – 2 anos, 2 – 3 anos, 3 – 4 anos, vacas); idade de venda dos machos (bois gordos);
relação touro: vaca (cobertura a campo); taxa de reposição (reforma anual de touros e
vacas ); taxas de descartes (touros e vacas) e taxa de desfrute.
Para entendê-los, Aguiar aponta três aspectos: a definição deles, os valores de referência
e a relação que têm com o gerenciamento e os resultados da pecuária. Além disso, o
especialista sugere que os indíces se tornem metas com prazos realistas e que elas se
desdobrem em projetos, cujo objetivo central seja a melhoria dos resultados econômi cos.
"É fundamental considerar que de nada adianta atingir excelentes índices zootécnicos, se
não forem acompanhados por excelentes resultados econômicos", explica.
Mas, antes de iniciar essas ações, é preciso conhecer os índices zootécnicos. O curso
CPT
O manejo das pastagens interfere nos outros fatores que favorecem a produtividade do rebanho
traz a devifiniação de cada um dos que foram citados acima. Abaixo seguem alguns
exemplos para que você comece sua preparação para ess e modelo de trabalho em sua
fazenda, confira algu:
Período de serviço
É o espaço de tempo entre o parto e uma nova concepção. Pode ser obtido na ficha, livro
ou software de controle, observando-se a data do parto e a data da cobertura, na qual foi
diagnosticada a concepção. Para que a pecuária seja rentável, o número deve ser o menor
possível, preferencialmente, entre 75 e 80 dias. Mais uma vez vale destacar que uma vaca
vazia é como um motor elétrico funcionando, mas sem função (só há gasto de energia,
sem trabalho). Percebendo um período de serviço muito alto, o pecuarista deve esmiuçar
seus dados e as técnicas de manejo utilizadas, na busca pelas falhas que estão
determinando a baixa eficiência reprodutiva, se genética, nutricional, sanitária, etc.
Taxa de desmama
http://www.revistaveterinaria.com.br/2011/07/06/saiba-como-o-manejo-alimentar-do-gado-
de-corte-pode-aumentar-a-rentabilidade-do-produtor/ dia 12/11 18:45