Este trabalho foi originalmente apresentado como dissertação de mestrado ao
Programa de pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Minas Gerais, em outubro de 1994, com 0 titulo "Escola e cotidiano: uma historia da educação a partir da obra de Jose Lins do Rego (1890-1920)". No geral, 0 texto original foi mantido, realizando- se poucas modificações,
Diversas pessoas contribuíram, direta ou indiretamente, no processo de sua
elaboração. Impossibilitada de agradecer a todas, nomeio algumas. Inicialmente, agradeço a orientadora do trabalho, Eliane Marta Teixeira Lopes; sem a sua presença, ele não teria sido possível!. Agradeço também as componentes da banca examinadora, Clarice Nunes e Magda Becker Soares, pela oportunidade privilegiada de interlocução.
Muitos amigos também contribuíram para que esse trabalho se realizasse.
Agradeço em especial a Madalena Assunção, Ceres Prado, Alfredo Debortoli, Flavio Oliveira, Cancionila Cardoso, Emilia Lins, Eliana Albuquerque, Katya Melo, Beth Cassimiro, Renan Barbosa e Monica Oliveira.
Não posso deixar de mencionar ta~bem minha família e, de maneira particular,
Antonio Gomes de Oliveira, avo, que, alem de me conceder a entrevista, vem me inspirando com as memórias que escreve e com a vitalidade que não esmorece, mesmo aos 98 anos.
Nomeio ainda de modo especial Leo, companhia e presenca cotidianas.
Agradeço ainda ao grupo "Historia, Sociedade e Educação na Paraíba", do
Centro de Educa~ao/UFPB, pela acolhida e pelo auxilio na localização de varias obras aqui utilizadas: em especial a Lourdinha Barreto, Graça Bandeira, Graça Loyola, Jorge Oliveira e Verônica Silva. Finalmente, gostaria de agradecer aos colegas e alunos (as) dos Centros de Educação da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco, de um modo ou de outro presentes neste trabalho. Prefacio A face das ciências sociais nos últimos anos mudou bastante. AdaHist6ria também e, nota-se, crescentemente. Desde 0 momenta em que se falou de "hist6ria- problema", do presente colocando as questões ao passado, de mentalidades, de interpretacio e narrativa, ate 0 livro de Hist6ria{s) enquanto objeto, crescentemente a face da hist6ria mudou. Como outros "ramos" dahist6ria, a hist6ria da educação tem tentado alargar seu diálogo com fontes variadas, 0 que tem possibilitado uma compreensão, cada vez maior, de processos e de praticas educativas, de personagens (ou atores?) e de' cenários do presente e do passado. 0 trabalho de Ana Maria de Oliveira Galvão, que ora a Editora da Universidade Federal da Paraíba oferece ao seu publico, enquadra-se nesses novos ventos de renovação que sopram nas hist6rias. Um dos sinais da renovação pode ser captado através da utilização de um certo tipo de fonte, que não se pretende exata, não se submete a testes de fidedignidade, mas se entrega ao gosto e ao suor do historiador para que este a transforme em outra coisa, em .,.. sangue e carne daquilo que se constituirá na sua verdade. Estou falando da literatura. A literatura e uma fonte potencialmente rica para a hist6ria e sobretudo para a hist6ria da educação; e!a pode oferecer uma chave instigante, levantar algum dado desprezado pela historiografia corrente que se vale apenas de documentos oficiais escritos como fonte. Mas, se a literatura for usada como única fonte, ou como fonte única, pode provocar alguns equivocos. Assim, 0 trabalho de producio de fontes, de sua articulação, tematiza~ ao, rearticulacio deve ser exaustivamente praticado. Nesse trabalho, nem 0 narrador, nem o autor estarao ausentes - como referencias para a construcao do objeto hist6rico - de qualquer analise de dados que, porventura, 0 texto traga. Ainterlocucio entre narrador, autor e historiador não eapenas necessaria, eindispensivel, Trata-se de, tendo como fio as questões que conduzem 0 trabalho, costurar os tempos em que foram e sao construidas as hist6rias. Alem desses (narrador, autor e historiador), e preciso que também 0 contexto esteja presente. Nao me refiro aqui apenas aideia globalizante de contexto economico, social, politico e cultural, mas ao contexto de insercio cultural do texto. Estou me referindo, sim, a outros textos com os quais os dados que se extraem de um texto Iiterario podem, e devem, ser confrontados. Edentro de uma intertextualidade que e possive! escrever uma hist6ria que tenha a literatura como fonte, pois a materia-prima dahist6ria não e outra, senao