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ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
CURITIBA
2016
ANDERSON DA CUNHA MEIRELES
CURITIBA
2016
Página reservada para ficha catalográfica que deve ser confeccionada após
apresentação e alterações sugeridas pela banca examinadora.
Deve ser impressa no verso da folha de rosto.
COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________
Ademir José Ludovico, Prof. Esp.
TECPUC
_____________________________________
Irionson Antonio Bassani, Prof. Dr.
PUCPR
_____________________________________
Stephan Henning Och, Prof. Dr.
PPGEM/PUCPR
A Deus, pois só Ele é digno de toda honra e toda glória, hoje e sempre.
Aos meus queridos e amados pais, Raimundo e Edna (in memoriam), que me deram,
com muito amor e esforço, as maiores heranças que um filho pode receber: caráter e
educação.
A minha noiva Suelen por sua parceria, carinho, ajuda e apoio em toda essa
caminhada.
Ao Sr. Luiz Carlos Delgado, por sua amizade e confiança depositadas em mim.
Ao Sr. Xavier Wichroski, Geólogo da Empresa Britagem Vogelsanger, por ter confiado
e apostado neste trabalho.
A empresa Britagem Vogelsanger, por ter aceitado servir como objeto de estudo deste
trabalho e apoiado a realização.
Ao meu orientador professor Key Fonseca de Lima, por sua orientação, colaborações
e por ter acreditado neste trabalho.
RESUMO
In mining and civil works, explosives are used as a tool in the process of excavation
when mechanical processes are not applicable or economically unviable. The
proximity and coexistence of these enterprises with housing units insert a problem in
the operational context, as part of the energy not absorbed from the detonations
generates vibration being propagated through the ground or through the atmosphere.
Thus, it may cause discomfort to workers and, in a few cases, severe damage to the
surrounding physical structures. Starting from this assumption was evaluated the
effects of shock waves on workers and the perception of the risk of workers, caused
by blasting rocks with use of explosives in a gneiss mining in the city of Joinville – SC.
Shockwaves were quantified using an engineering seismograph, properly calibrated.
The monitoring was held for three months and was followed by the parameters set by
national and international standards existing. With the results obtained it was found
that the shock waves from the detonation and maximum values of RPPV (2.67 mm /
s), PPV (L: 1.27 mm/s; T: 1.21 mm/s ; V: 2.35 mm/s) and sound pressure (124 dB) are
within the standards of acceptability of standards used to evaluate the data from this
study and blasting procedures are safe. The results allowed to view the security
scenario and low discomfort that the activity represents to the workers. The company
is able to continue with the realization of blasting rock activities. Preventive measures
have been proposed to avoid possible injury to workers, among them is the use of
shell-like ear protectors during the detonations and ministry training to workers.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................... 2
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 3
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 3
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 5
2.1 CONCEITOS DE VIBRAÇÃO ......................................................................... 5
2.1.1 Vibração nas Detonações de Rochas ......................................................... 5
2.2 CONCEITOS DE SOBREPRESSÃO ACÚSTICA – ONDAS SONORAS ....... 9
2.2.1 Sobrepressão Acústica nas Detonações de Rochas ................................ 9
2.2.2 Resposta Humana as Vibrações e Sobrepressão Acústica .................... 10
2.3 MONITORAMENTO SISMOGRÁFICO......................................................... 11
2.3.1 Instrumento de Monitoramento ................................................................. 12
2.4 LEGISLAÇÕES E NORMAS TÉCNICAS ..................................................... 13
2.4.1 Normas Brasileiras ..................................................................................... 13
2.4.2 Normas Internacionais ............................................................................... 17
2.5 PARÂMETROS TÉCNICOS DAS DETONAÇÕES DE ROCHAS ................ 18
2.6 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .... 21
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 23
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................. 23
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................... 24
3.2.1 Aplicação do questionário de percepção de risco .................................. 26
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 26
3.3.1 Monitoramentos Sismográficos e de Sobrepressão Acústica ............... 26
3.3.2 Questionário de Percepção de Risco ....................................................... 27
3.3.3 Comparativo dos resultados dos monitoramentos com as normas
vigentes .................................................................................................................... 29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 31
4.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
APÊNDICE A – SISMOGRAMAS ............................................................................. 36
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO AUXILIAR ........................................................... 39
ANEXO A – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO SISMÓGRAFO ....................... 41
ANEXO B – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO MICROFONE ......................... 43
ANEXO C – AUTORIZAÇÃO .................................................................................... 46
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
1.2 OBJETIVOS
Será realizada visita prévia in loco onde ocorrerão as detonações, com o intuito
de se obter dados e parâmetros para a confecção do plano de fogo da detonação.
Esses procedimentos fazem parte da etapa de planejamento da atividade, onde serão
coletadas informações das variáveis e indicadores necessários para tal confecção,
como: tipo de rocha, análise do maciço, polígono a ser desmontado, dimensão dos
equipamentos de britagem, granulometria desejada e anotação das edificações e área
habitadas ao redor. Gerando ao final da visita um relatório de planejamento com todos
os quantitativos de explosivos que serão utilizados, acessórios de iniciação e material
desmontado esperado.
Em posse dos dados contidos no relatório de planejamento, seguem-se os
tramites para realização da detonação e as medidas de segurança estabelecidas
_______________
1 Rocha metamórfica, largamente empregada como brita na construção civil e pavimentação, além do
uso ornamental.
4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
𝑃 2
𝑁𝑃𝑆 = 10. log (𝑃 ) (1)
0
sendo:
NPS – Nível de Pressão Sonora (dB);
P – Amplitude da Pressão Sonora no meio (Pa);
P0 – Pressão de Referência no Ar (2 x 10-5 Pa).
sendo:
K, b - Constantes do meio de propagação;
D - Distância entre o ponto de detonação e o ponto de monitoramento (m);
Q - Carga máxima por espera de explosivos (kg).
Esta equação foi proposta por Langefors et al. (1948) em seus estudos de
vibrações em rochas na Suécia e foi adaptada pelo USBM nas suas normativas e uma
de suas principais conclusões foi que a velocidade de partícula pico resultante
continua sendo o melhor e mais sucinto parâmetro descritor.
A Figura 2.3, permite a visualização, de forma empírica, do comportamento
particular de propagação das ondas de choque a partir da detonação de uma única
carga de explosivo. Observa-se que o sinal sísmico se propaga a partir do ponto de
12
Figura 2.3 – Ilustração da forma de propagação das ondas de choque a partir de uma fonte explosiva
de impacto.
Tabela 2.1 – Limites de velocidade de vibração de partícula de pico por faixas de frequência.
Faixa de Frequência Limite de Velocidade de Vibração de
Partícula Pico
4 Hz a 15 Hz Iniciando em 15 mm/s aumenta linearmente até
20 mm/s
15 Hz a 40 Hz Acima de 20 mm/s aumenta linearmente até 50
mm/s
Acima de 40 Hz 50 mm/s
Nota: Para valores de frequência abaixo de 4 Hz deve ser utilizado como limite o critério de
deslocamento de partícula de pico de no máximo 0,6 mm (de zero a pico)
Fonte: ABNT, 2005.
_______________
2 Decibel linear (dBL) é unidade de nível de pressão sonora inerentes a dosímetros utilizados para ruído
de impacto.
15
Figura 2.5 – Representação gráfica dos limites de velocidade de vibração de partícula de pico por
faixas de frequência.
Semelhante aos limites sonoros estipulados pela ABNT, o RI 8507 estipula uma
sobrepressão acústica de no máximo 136 dBL. Porém, recomenda por segurança,
18
não ultrapassar 133 dBL. Essa recomendação provê uma probabilidade de 95-99%
de não dano as estruturas físicas e 90-95% de aceitabilidade ao desconforto.
A Organização internacional para Padronização (ISO), publicou, em 15 de
janeiro de 1978, a norma ISO 2631 e suas atualizações em 1989, 1997 e 2003.
Esta norma foi criada tendo em vista os complexos fatores que determinam a
resposta humana à vibração e a escassez de dados consistentes sobre a percepção
e reações dos indivíduos à vibração.
A ISO 2631 de 1997, estabelece parâmetros para medição e critérios de
aceitabilidade dos humanos ao possível desconforto causado pelas vibrações,
fornecendo níveis de velocidade de partícula pico, períodos e locais de exposição
(Tabela 2.4). Porém, o escopo da norma prevê eventos com duração acima de 1
minuto de exposição e frequências de 1 a 80 Hz.
Legenda:
DF: Diâmetro do Furo A: Afastamento
E: Espaçamento α: Ângulo de Inclinação da Bancada
SF: Subfuração PF: Profundidade do Furo
TP: Tampão CF: Carga de Fundo
CC: Carga de Coluna
b. Afastamento (A)
c. Espaçamento (E)
e. Subfuração (SF)
g. Tampão (TP)
É a porção da furação que não recebe carga explosiva, com intuito de confinar
melhor o explosivo e evitar o lançamento de fragmentos e rochas. Usalmente, utiliza-
se rocha britada.
Deve-se atentar para utilização balanceada da quantidade de tampão. Pois, a
falta de material pode acarretar em lançamento de fragmentos a grandes distâncias e
sobrepressão acústica excessiva. Por outro lado, o excesso de material pode
desencadear vibrações excessivas e pobre fragmentação (ATLAS POWDER
COMPANY, 1987).
A unidade de Joinville (Figura 3.2) conta hoje com duas frentes de operação de
lavra, denominadas de: Pedreira Velha e Pedreira Nova. Ambas em operação. Porém,
escolheu-se a Pedreira Velha como objeto de estudo, devido possuir maior frequência
de detonação em relação a outra - uma por mês, em média.
24
9%
1
2
3
4
91% 5
9%
1
2
3
4
91% 5
18%
1
2
18%
3
64%
4
5
Gráfico 3.4 – Percepção de segurança dos trabalhadores com relação ao lançamento de fragmentos.
0% 0%
0%
9%
1
2
3
4
91% 5
9%
1
2
3
4
91% 5
Tabela 3.3 – Velocidade da partícula pico, frequência e pressão acústica das amostras.
VPP (mm/s) Frequência (Hz)
Detonação Data Som (dB)
L T V L T V
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GERALDI, J.L.P. O ABC das Escavações de Rocha. Rio de Janeiro. Ed. Interciência,
2011.
GERGES, S. N. Y., Ruído: Fundamentos e Controle, 2ª ed., editora NR Consultoria e
Treinamento, Florianópolis, 2000.
GOOGLE: Earth. Disponível em: <https://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/>.
Acesso em: 16 de set. 2016.
GRIFFIN, M. J. Handbook of human vibration. London. Academic press. 1996.
34
SOEIRO, N.S. Vibrações e o Corpo Humano: uma avaliação ocupacional. In: Anais
I workshop de vibrações e acústica – Tucuruí - Pará, 2011.
TANIMOTO, K. S. Proposta de um questionário destinado a avaliar a percepção
de risco relativa a um repositório de rejeitos radioativos. Dissertação de
mestrado em ciências em tecnologia nuclear. IPEN. P.75. 2011.
THOMSON, W. T. Teoria da Vibração com Aplicações. Rio de Janeiro. Ed.
Interciência ltda., 1978.
UNE-EN 458:2016. Hearing protectors - Recommendations for selection, use,
care and maintenance - Guidance document. Endorsed by AENOR in April of 2016.
VENDRAME, A. C. 2005. Vibrações Ocupacionais. Disponível em
<http://www.higieneocupacional.com.br/download/vibracoes_vendrame.pdf>. Acesso
em: 10 ago. 2016
36
APÊNDICE A – SISMOGRAMAS
37
38
39
Questionário Auxiliar
Esse questionário tem por objetivo coletar dados para auxiliar na avaliação dos
efeitos das ondas de choque e a percepção ao risco dos trabalhadores, provocadas
pelo desmonte de rochas com uso de explosivos.
Obs:. Favor preencher a caneta e com letra legível. Assinale com um “X” os itens
de 1 a 5 de cada pergunta.
Nome completo:
Cargo ou função:
Setor:
Não, Sim,
totalmente totalmente
inseguro. seguro.
ANEXO C – AUTORIZAÇÃO