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Áudio: X (20 min) 

[00:00:00] 
 
[Entrevistador]  ​   só  resumindo  a  minha  ideia.  Há  o  acesso.  Vem  pra 
—  Então,  ​ai…
universidade.  Chega  aqui,  a  única  ação  de  acolhimento  oficial  que, tantos alunos me falaram, 
quantos  os  professores,  quantos  os  técnicos  administrativos  me  disseram.  É  uma  reunião  que 
acontece  -  Não  sei  -  no  começo  do  semestre  ou  do  ano,  que  dá umas orientações gerais com 
uma  aposti…  um  folheto  ​pra  eles.  Mas  assim,  é  a  única  ação  de  acesso,  de  acolhimento  que 
​   ​ai  eu  vejo  que  eu  recebo  da  Unicamp,  né?  Aqueles  convites  assim:  quem  quer 
tem,  ​né?  E
hospedar  um  estudante  internacional  que  está  chegando.  Que  eu  vou  dizer  que  isso  aí  é  um 
​ as  acompanhamento,  acompanhamento 
tipo  de  acolhimento,  essa  ação  assim,  ​né?  M
acadêmico,  de  documentação,  sociopsicológico  é…  enfim,  tudo  quanto  é  tipo  de 
acompanhamento  não  existe.  E  sem  falar  da  questão  da  língua,  ​né?  Eu  nem  ​tô  entrando  no 
mérito  da  língua,  ​né?  E  aí,  eu  me  deparei  com  vocês,  por  quê  que eu quis entrar em contato? 
Eu  achei  muito  interessante  o  trabalho  que  vocês  fazem,  mas  ao  mesmo  tempo  me  deixou 
chocado,  porque  quem  tinha  fazer  esse  trabalho é a universidade, ​né? E eu percebo que vocês 
fazem  isso  por  iniciativa  própria,  por  camaradagem  ​pra​…  assim…  tem  toda  essa  questão  do 
intercâmbio,  das  trocas,  das  novas  amizades,  mas  isso  não é institucionalizado, ​hum? Não sei 
se  foi  essa  impressão  que  eu  tive,  se  a  impressão  que  eu  tive  foi  essa,  se  ​tá  equivocada.  Por 
isso  que eu gostaria de assim… abusando do tempo de vocês, escutar um pouquinho de vocês, 
entendeu?  Qual  a participação da universidade, ​né​? Se a universidade… que tipo de apoio que 
a  universidade  dá  para  o  trabalho  que vocês fazem, que vocês não tem obrigação nenhuma de 
fazer, ​né​? 
 
[Débora]  —  O  grupo  estudantil  surgiu  em 2015, numa conversa meio informal de um pessoal 
que  tinha  ido  fazer  intercâmbio.  Brasileiro  que  tinham  ido  para  outras  universidade, 
principalmente  ali na europa. E eles viram que lá tinha, muito forte, o movimento da Erasmos. 
Os  estudantes  das  universidade  tinham  uma  rede  de  apoio  muito  grande  e  eles  queriam  fazer 
algo  parecido  na  Unicamp.  Naquela  época,  o  escritório  internacional  tentava  fazer  o 
acolhimento  desses  estudantes  internacionais.  Só  que  na  Unicamp  a  ​gente  ​tem  um  grande 
problema  que  setores  diferentes  da  universidade  não  se  conversam.  Então,  às  vezes  vários 
setores  da  universidade  estão  fazendo  a  mesma  coisa,  mas  ninguém  se  alinha  para  se  univer 
pelo mesmo objetivo 
 
[Entrevistador] — Certo. 
 
[Débora]  —  Daí,  em  2015,  a  ​gente  foi  criado  e  a  ​gente​,  principalmente,  como  um  jeito  de 
fazer  mais  a  parte  de  integração,  da  galera  fazer  amigos, de acolher alguns intercambistas em 
repúblicas, de… enfim, fazer essa parte de aluno para aluno 
  
[Entrevistador] — ​Tá.​   
 
[Débora]  —  Só  que,  conforme  os  semestres  foram  passando,  a  ​gente  criou  uma  parceria 
institucional  com  a  universidade.  Então  a  ​gente  c​ onversou  com  o  Reitor,  a  gente  apresentou 
para  quase  todas  as  esferas  da  universidade.  A  ​gente  apresentou  ​pra  ​secretaria  de graduação, 
pra secretaria de pós-graduação e a ​gente tá ajudando​ também, agora, na calourada unificada. 
 
[00:05:00] 
 
[Débora]  —  Atualmente,  um  grande  apoio  do  escritório  internacional.  A  ​gente  ​olha  junto 
com  a  universidade  como  a  ​gente  vai  receber  o​ s  intercambistas.  Só  que  a  gente  tá,  ainda 
tentando,  entrar  no  universo  dos  alunos  regulares,  porque  na  unicamp existem vários tipos de 
alunos  internacionais,  ​né?​   Alunos  que  vem  para  intercâmbio  e  vem  ​pra  ficar um semestre ou 
dois  semestres.  Daí  vem  os  alunos  regulares,  que  vão  fazer  a  graduação  inteira no brasil. Daí 
tem  os  alunos  da  pós-graduação  que  vão  fazer  a  pós-graduação  inteira  no  Brasil.  E  tem  o 
pessoal  que  ​vai  vim  fazer  só  estágio  de  algumas  semanas.  Então  são  vários  tipos  de  alunos 
internacionais que entram na universidade por diferentes formas.  
 
[Entrevistador] — Certo. 
 
[Débora]  —  Os  intercambistas,  eles  entram  pela  DERI,  que  é  o  escritório  internacional,  que 
eles vem por convênios entre as universidades  
 
[Entrevistador] — Certo.  
 
[Débora]  —  Daí  tem  os  alunos  regulares  que…  os  alunos  da  graduação  tem  um  programa 
chamado PEC-G, ​né​? (...) 
 
[Entrevistador] — Isso​. 
 
[Débora] — (...) acho que são das universidades da américa latina, se eu não me engano (...)  
 
[Entrevistador] — ​Aham. 
  
[Débora]  —  (...)  e  alguns  vem  de  forma independente, eles fazem toda a aplicação sozinhos e 
não  vem  por  nenhum  convênio.  Só  que  esses  alunos  que  vem  sem  nenhum  convênio  e  vem 
para  ​ser  alunos  regulares,  eles  vêm  pela  diretoria  acadêmica.  Então,  é  um  outro  processo  e, 
nesse  processo,  eles  acabam  ficando  meio  abandonados,  porque  não  tinha  nenhum  grupo 
específico para acolher eles  
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Débora]  —  Entra  a  uninter  em  si  que  foi  uma  iniciativa  dos  alunos  brasileiros.  A  ​gente  t​ em 
alunos  internacionais  na  equipe  também.  E  que  agora  ​a  gente  meio que tá u​ nindo todos esses 
setores  da  universidade  que ​tavam acolhendo tipos de alunos diferentes, ​pra gente ​tentar fazer 
uma  recepção  única  e  tentar…  Ah!  E  tem  outro  tipo  de  aluno  também  que  são  os  alunos 
refugiados.  Atualmente,  a  Unicamp  tem  8  alunos  refugiados,  e  agora,  em  2019,  vão  chegar  - 
eu  acho  -  mais  2.  Então  é  um  outro  tipo  de  aluno  internacional,  que  é  um  outro  setor  da 
universidade  que  acolhe  eles.  Então,  ​tipo​,  são muitas esferas que não estavam se conversando 
​ elhorar ainda. Eu 
e  que,  em  2018,  começaram  a  se  conversar,  mas  que  tem  muita  coisa ​pra m
acho  que  os  alunos  internacionais  que  mais  são  “abandonados”  -  assim  “entre  aspas”  -  é  a 
galera  da  pós-graduação  e  a  galera  regular  da  graduação,  porque  eles  chegam  ​meio  que 
sozinhos, eles não passam pelo escritório internacional, ​né?​ Então (...) 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Débora] — ​[Fala, mas não consigo entender]​. 
 
[Entrevistador]  —  Aham.  E  essas  aglutinação…  vocÊs  foram  percebendo  que  vários  setores 
tinham  suas...  suas  ações  pontuais  e  não  se  conversavam,  ​né​?  E  ai,  vocÊs  começaram  a 
pereber  isso  a  partir  da  demanda  dos  alunos  e  começaram  a  tomar  a  iniciativa  e  chamar  a 
universiade, olha: “vamos começar a nos organizar aí!”. É isso? 
 
[Débora]  —  Sim,  é  isso.  A  ​gente ​começou a ter contato com os alunos internacionais através 
dos  alunos  de  intercâmbio,  que  era  a  galera  que  vinha  ficar  só  seis  meses  ou  um  ano, 
dependendo do convênio. 

[Entrevistador] — ​Tá.  
 
[Débora]  —  Só  que  acaba  que,  querendo  ou  não,  como  a  ​gente  ​tem  uma  comunidade 
internacional  muito  grande  em  Campinas,  acaba  que  a  galera  vai  se conhecendo e alunos que 
não  era  intercambistas  acabavam  chegando  nos  nossos  eventos  e  eles  falavam  quais  eram  as 
necessidades  que  eles  viam  ​pro  tipo de aluno internacional que ele era. Daí, conforme a gente 
ia  ouvindo  as  demandas  e  conhecendo  também  elas  -  porque  muitos  grupos  a  gente  nem 
conhecida,  nem  sabia  da  existência  de  determinado  tipos  de  alunos  internacionais  dentro  da 
universidade.  Então,  conforme eles iam falando ​pra gente​, ​a gente ​ia se adaptando e pensando 
em  ações  ​pra  ajudar.  E,  recentemente, a diretoria do escritório ​[áudio mudo 8:59 - 9:01] Ele é 
um  professor  que  é  chileno,  mas  o  nome  é  argentino  e  agora  dá  aula  na  Unicamp.  Ter  um 
diretor  do  escritório  internacional  que  também é internacional ajudou a unicamp entender que 
ela precisa melhorar essas conversas com os alunos internacionais, assim (…) 
 
[Entrevistador] — Entendi. 
 
[Débora]  —  (…)  E  agora,  em  2019  -  quer  dizer  -  de  2018  para  2019,  ​tá  ​tendo  outro 
​ odernizando  e  melhorando  o 
movimento  aqui  na  universidade  que  ela  ​tá  meio  que  m
acolhimento,  inclusive  para  os  alunos  nacionais.  Então,  agora  em  2019,  vai  ter  uma  grande 
recepção  unificada  da  universidade  inteira  e  vai  ter  um  evento  muito  grande.  A  ​gente  ​teve 
agora  o  vestibular  indígena,  então  a  Unicamp  ​tá  vendo  que  ela  precisa  integrar  melhor  e 
receber  melhor  todos  os  seus  tipos  de  alunos.  Eu  acho  que  agora,  em  2019,  as  coisas vão ser 
diferentes 
 
[00:10:00] 
 
[Arisa]  —  Tanto  que  nas  reuniões  que  a  gente  participou  da  calourada  eles  chamam  vários 
órgãos  da  entid… da universidade ​pra gente p​ oder compor: Uninter, trote da cidadania, vários 
institutos pra gente poder compor essa recepção mais integrada ​pros ​alunos que vão chegar. 
 
[Entrevistador] — Legal.​. 
 
[Arisa]  —  E  foi criado um… uma comissão ​pra integrar os próprios indígenas que virão pelo 
vestibular indígena. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Arisa] — Então, a Unicamp ta começando a pensar nessa integração de forma mais…  
 
[Entrevistador]  —  Mas  esse,  esse…  —  Hein  Arisa.  Esse  “começando  a  pensar”  ele  ​tá 
“​começando  a  pensar”  a  partir  da  demanda  dos  alunos.  Os  alunos  que  ​tão  ​começando  a  se 
movimentar.  se  organizar  e  falar:  Olha,  vamos  começar  a  fazer alguma coisa. A universidade 
mesmo não pensou uma política para isso antes? 
 
[Arisa] — Exato. Exatamente. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Débora]  —  É  que  eu  acho  que  é  uma  ​coisa  meio…  é  meio  que u​ m círculo de ações. Assim, 
não  tem  exatamente  quem  começou  primeiro  e  quem  ​tá  p​ egando  essa  demanda.  ​Tipo,  já 
existia  funcionários  dentro  da  universidade  que  ​tavam  muito  preocupado  em  acolher  esses 
alunos.  Só  que  as  pessoas  estavam  meio  perdidas,  não  sabiam direito o que tinham que fazer, 
não  sabiam  por  onde  começar  e  acabou  que  diferentes  grupos  ​tavam  ​pensando  em  ações  e, 
agora, esses diferentes grupos estão conversando e as ações estão sendo mais coesas (...) 
 
[Entrevistador] — ​Uhum. 
 
[Débora]  —  (...  )  e  unificadas.  Não  é  que  a  universidade  ,  antes,  não  fazia nada. É que antes, 
talvez,  não  tivessem  grupos  de  pessoas  -  “entre  aspas”  -  que  “soubessem”  o  que  estavam 
fazendo  e  pensando  em  ações  objetivas,  porque…  Por  exemplo,  os funcionários do escritório 
internacional,  alguns…  enfim,  nem  ​deviam  estar  lá,  mas  outros  eles estão muito empenhados 
no  que  eles  estão  fazendo  ,  eles  gostam  muito.  Então,  há  anos eles estão pensando coisas ​pra 
fazer  ,  só  que  muitas  vezes  eles  ​não  tinham  perna  ​pra  chegar  em  alguns… Porque, querendo 
ou  não,  tem  uma  barreira  institucional  em  até  que  ponto  a  universidade  pode  fazer  alguma 
coisa  pelo  aluno  e  uma  barreira  de  geração,  são  gerações  muito  diferentes.  ​Tipo,  o​ s 
funcionários  da unicamp, querendo ou não, são de uma geração não tão conectada assim e não 
entende  tanto  a  linguagem  das  pessoas  mais  jovens  assim.  Então,  tinha  uma  barreira  de 
comunicação,  uma  barreira  de  geração  e  uma  barreira  ​tipo:​   quero  ajudar,  mas  não  sei  muito 
bem  ​pra  onde  eu  estou  indo.  ​Então  foi  meio  que,  ​não  foi  exatamente  uma  demanda  só  dos 
alunos.  A  universidade  também  estava  querendo  fazer  algo,  daí  ​meio  que houve um encontro 
desses grupos e agora a coisa ​tá​ fluindo assim. 
 
[Entrevistador] — ​Tá.  
 
[Débora] — Mas​ (…)  
 
[Entrevistador]  —  Hein  Débora,  nós  estamos  falando…  você  está  falando o tempo todo de… 
é…  -  como  fala?  -  de  acolhimento,  acolhimento,  acolhimento,  ​né​?  Mas,  na  verdade,  o  que 
você  chama  de  acolhimento  acaba  virando um processo de acompanhar esses alunos ao longo 
da estadia deles aqui, não é isso? 
 
[Arisa] — Exato. 
 
[Débora] — Sim, sim.  
 
[Entrevistador]  —  Vocês  acompanham  -  porque  eu  olhei  no  ​site  d​ e  vocês.  Vocês 
acompanham  várias  demandas,  ​né?  ​Com…  desde  as  questões  pessoais,  familiares,  até 
burocráticas,  enfim  uma  série  de  outras  ações  vocês  tem para que esse aluno seja assistido no 
período que está aqui. 
 
[Raiça] — Sim.  
 
[Arisa]  —  No  começo,  quando eles chegam, a gente f​ az um acompanhamento com a DERI. E 
assim,  a  DERI  passa  algumas  informações,  ​né​?  Como  questões  burocráticas  e  aí  a  ​gente  ​tem 
um  ​[áudio  danificado  em  14:14]  ​com  eles  ​pra  poderem  fazer essas coisas que eu falei, como: 
​ arca um horário com todos os intercambistas e aí cada um via 
Polícia  Federal.  Então a ​gente m
num momento lá na… que é ali no… PB, no ciclo básico ali 
 
[Entrevistador] — ​Uhum. Tá. 
 
[Arisa] — E ​[áudio danificado em 14:31 até 15:00. Volta em 15:36]​. 
 
[00:15:36] 
 
[Arisa]  —  (...) Aí durante o semestre a ​gente t​ enta, dentro da Uninter mesmo, se organizar pra 
poder  fazer  alguns  eventos  ​pra  e​ les,  no  mínimo  uns  três  eventos  durante  o  mês.  E,  contando 
que  são  seis  meses,  cinco  meses,  têm  vários  eventos  enquanto  eles  estão  aqui.  E  aí,  porque 
uma  das  coisa  que  eu  senti  também  quando  eu  fui  fazer  intercâmbio,  é  que essas questões de 
recepção  elas  são  concentradas  muito  no  início  e  ​pra  gente  p​ oder  ​aglobar,​   inteirar  todo 
mundo, a ​gente ​ tenta fazer é… eventos durante o semestre inteiro 
 
[Entrevistador] — ​Pra​ irem acompanhando, ​né? Pra​ irem acompanhando esse… ​aham.  
 
[Arisa] — Exatamente. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Arisa]  —  E,  com  base,  quais  os  eventos  que  a  ​gente  p​ rioriza?  A  ​gente   faz  um  questionário 
quando  eles  chegam  -  de  perfil.  ​Pra  p​ oder  prever  o  que  eles  gostam  e  poder  também  entrar 
mais  nessa  questão,  porque  cada  grupo  de  intercâmbio que chega a cada semestre é diferente. 
Então,  a  ​gente  tenta  ​aglobar  os  eventos  que  eles  mais  se  interessam,  assim…  ​pra  p​ oder 
​ esmo 
chamar eles ​pra gente m
 
[Entrevistador]  —  ​Tá.  ​Então,  nós  poderíamos  dizer,  pelo  que  eu  ​tô  e​ ntendendo,  que  as ações 
de  vocês  estão  assim,  por  força  da  circunstância,  mais  voltada  para os intercambistas que são 
mais  temporários  do  que  pro  aluno  regular  da  graduação  e  da  pós-graduação.  Vocês  têm 
pouco acesso à eles ou menos acesso à eles. 
 
[Arisa] — Isso. 
 
[Entrevistador] — Tá. 
 
[Débora]  —  Então,  a  ​gente  ​não  tinha  ainda  os  contatos  com  eles,  que  eles  não  passam  pelo 
DERI, ​né? 
 
[Entrevistador] — Entendi. 
 
[Arisa]  —  Geralmente,  quando  a  ​gente   recebe  os  e-mails  -  a  DERI  passa  todos  os  e-mails 
dos intercambistas, a DERI e a DAC. ​Né Debs? 
 
[Entrevistador] — ​Uhum. 
 
[Débora]  —  Então,  é  que  o  pessoal  que  vem  fazer  intercâmbio  parece  que  eles  estão  muito 
mais  abertos  para  esses  eventos  de  integração  do  que  os  alunos  regulares,  porque, 
principalmente  a  galera  da  pós-graduação, a ​gente vê que eles estão numa outra fase de vida e 
que é muito diferente da galera que vem fazer intercâmbio. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
​ uito  mais  interessada  em  sair,  ir  ​pra 
[Débora]  —  A  galera  que  quer  fazer  intercâmbio  ​tá  m
festa,  então  a  ​gente  c​ onsegue  fazer  muito  mais coisas com eles , porque eles nessa ​coisa tipo: 
“caraca, ​preciso sair, preciso conhecer a cultura do Brasil​”. 
 
[Arisa] — E só tem seis meses ​pra i​ sso. 
 
[Débora]  —  A  ​gente    consegue  atingir  alguns  alunos  da  pós-graduação,  porque  a  ​gente 
também  não  faz  só  evento  de  festa  e  de  integração, a ​gente ​tem o café cultural, por exemplo, 
que  todo  mês  um  país fala sobre a sua cultura sobre a sua culinário, sobre a sua política. então 
muitos  alunos  da  pós-graduação  comparecem  nesses  eventos.  Só  que,  querendo ou não, é um 
galera  mais  velha,  é  um  outro  ritmo  de  vida.  Eles  passam  muito  mais  tempo  dentro  da 
universidade  fazendo  essas  pesquisa,  então  a  ​gente  ainda  não  conseguiu  -  sei  lá  -  achar  uma 
linguagem tão específica ​pra ​se integrar com eles. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. 
 
[Débora]  —  Mas  a  ​gente  sempre  ​tá  muito aberto pra conversar com eles ​pras ​dúvidas, só que 
eles,  normalmente,  só  precisam  mais  da  ​gente  q​ uando  eles  chegam,  ​né?  ​Depois  de  algumas 
semanas ou alguns meses eles já se ajeitam e já criam a sua própria rotina. 
 
[Entrevistador] — ​Tá. ​Entendi. 
 
[Débora]  —  E  a  gente  também  tem  um  programa  de  tutoria,  que  a  ​gente  ​uni  um  aluno 
brasileiro  e  um  aluno  internacional  -  daí,  ele  pode  ser  intercambista,  pode  ser  um  aluno 
regular  que  ​tá  c​ hegando  agora,  tanto  faz  -  a  ​gente  u​ ni  um  aluno  brasileiro  com  um  aluno 
internacional,  de  preferência do mesmo instituto, ​pra  tentar ajudar esse aluno ao longo da sua 
experiência no Brasil, então vai ser alguém que vai ser ​meio que  um padrinho, uma madrinha, 
que  vai  ajudar  e  tirar  dúvidas,  ensinar  as  coisas  da  universidades,  como  usar  as  bibliotecas, 
​ lunos 
restaurante  universitário.  Na  verdade,  tem  o  tutor  que  é  estrangeiro  também,  ​né?  A
regulares  mais  velhos  ajudam  os  mais  novos.  E…  não  sei,  a  galera  intercambista  comparece 
mais  nos  eventos,  mas  a  galera  da  pós-graduação…  os  nossos  eventos  são  abertos  para  eles 
também,  só  que  eu  acho  que  é,  talvez,  uma  outra  ​vibe.​   Eles  se  juntam  num  ​rolê  ​muito  deles 
assim…  
 
[Entrevistador] — ​Tendi. 
 
[Débora] — A ​gente ​ainda não conseguiu… a ​gente ainda n​ ão conseguiu chegar numa mesma 
língua ainda eu acho, porque, não sei, você como alguém do doutorado, ​né?​  
 
[00:20:00] 
 
[Entrevistador] — Isso. 
 
[Débora]  —  Então,  a  ​gente  ​perceber  que  tem  muita  diferença  quando  você  ​tá  numa 
graduação, quando você faz intercâmbio, de quando você é mais velho. 
 
[Entrevistador]  — Sim. É mais solitário, ​né​? Mestrado e doutorado é mais solitário o trabalho, 
né​? 
 
[Débora]  —  Mas  a  ​gente    tem  muito  contato  com  uma  galera,  mas  depende  muito  do  estilo 
pessoal da pessoa, ​né? ​Mas a g​ ente​ tenta ao longo do semestre inteiro assim…  
 
[Entrevistador] — ​Uhum​. 
 
[Arisa]  —  O  Uninter  é  aberto  ​pra  ​todos.  É  claro  que  nem  todos  ainda  conhecem,  porque  a 
instituição  é  muito  nova  ,  ​né?  A  ​gente  tá  e​ ntrando  em espaços agora, por exemplo: a reitoria, 
as  CCGs.  A  ​gente  c​ omeçou  a  entrar  nesses  meios  agora,  em  2018.  Então, acho que daqui em 
diante…  
 
[Fim da parte 1] 
 
 
[Parte 2: 00:00:00] 
 
[Débora]  —  O  levantamento  pra  universidade,  que  eles  não  fazem,  é  um  acompanhamento 
específico,  psicológico  e,  às  vezes,  acadêmico  com  os  alunos.  A  ​gente  fala  mais  do  aluno  de 
intercâmbio,  porque  dentro  da  Unicamp  a  ​gente    tem  o  setor  de  atendimento  psiquiátrico  e 
psicológico - O SAPPE.  
 
[Entrevistador] — ​Uhum​. 
 
[Débora]  —  O  aluno  regular  consegue  atendimento  no  SAPPE,  só  que  às  vezes  demora 
algumas  semanas  ou  alguns  meses,  dependendo  da  época  que  você  procura  o  SAPPE,  ​pra 
você  conseguir  um  atendimento.  Só  que,  por  exemplo,  alunos  vão  ficar  um  curto  período 
dentro  da  universidade  eles  não  tem  tanto  tempo  ​pra  ​esperar,  às  vezes,  um  atendimento 
psicológico  ou  acadêmico.  E  a  universidade  peca  muito  nisso,  porque  ela  não  sabe  lidar com 
umas  questões  importantes.  Na  questão  do  choque  cultural  e  de  precisar  conversar  com 
alguém  sobre  isso,  alguém profissional que não seja um aluno. Ou quando ele começa a sentir 
dificuldade  na  parte  acadêmica,  formas  de  dar  aula  diferente.  Então,  essa  é  uma  coisa  que  a 
universidade  ainda  não  ​tá  ​tão  preparada  assim  ​pra  dar  amparo  ​pra  e​ sses  alunos.  Que  é  uma 
coisa  que  a  ​gente  tá  l​ evantando  a  demanda  e  que  a  universidade  está  pensando mesmo como 
via  fazer  isso,  mas  é  porque  o  setor  que  cuida  dessa  atendimento  acadêmico  e  psicológico  é 
independente do setor internacional da universidade (...) 
 
[Arisa] — Exato. 
 
[Débora] — (...) então é aquela coisa que eu falei…. 
 
[Entrevistador] — Ele cuida tanto para os brasileiros quanto para os internacionais?  
 
[Débora] — Então, em teoria, o setor psicológico atende esses alunos internacionais, só que se 
o  aluno  internacional  é  aluno  regular  -  ou  seja,  ele  vai  fazer  a  graduação  inteira  no  Brasil  - é 
tranquilo  ​pra  e​ le  usar  o  sistema,  porque  ele  tem mais tempo pra esperar as semanas de espera 
pra a​ gendar o atendimento 
 
[Entrevistador] — ​Tá​. 
 
[Débora]  —  Agora, se é um aluno que vai ficar só um semestre, ele não consegue esperar dois 
meses, porque dali a pouco ele já vai embora, entendeu? 
 
[Entrevistador] — ​Tendi. 
 
[Débora]  —  Então  precisaria  ser  um  atendimento…  um  pronto  atendimento  de  só  um 
semestre, por exemplo. Que são os alunos que, às vezes, mais precisam de ajuda  
 
[Entrevistador] — ​Tendi. 
 
[Débora]  —  Só  que  esse  setor  de  atendimento  psicológico  e  acadêmico  ele  não  ​tá…  ​ele  não 
conversa  diretamente  com  o  setor  do  escritório  internacional.  Então,  setore  diferentes  da 
universidade  ainda  não  se  conversaram  direito  ​pra  p​ ensar  em  ações  específicas,  tipo… ainda 
mais ​pra u​ ma universidade que pensa na internacionalização. 
 
[Entrevistador] — ​Tendi. 
 
[Débora] — Enfim, foi só um exemplo. 
 
[Entrevistador]  —  ​Uhum.  ​É,  quer  dizer,  o  acesso  funciona  muito  bem,  mas  acolher  e 
acompanhar falta ainda, ​né?  
 
[Débora]  —  Sim.  Acho  que,  da  parte da saúde, dentro da Unicamp a ​gente ​tem o hospital, né/ 
E  a  ​gente  ​tem  o  setor  que  se  chama  CECOM  que  ele  atende  a  comunidade  acadêmica  com 
médicos,  então  são:  alunos,  professor  ou  funcionário  que  precise  de  um  pronto  atendimento 
médico,  um  clínico  geral,  marcar  alguma  especialidade  ele  consegue  dentro  da  universidade. 
Esses  alunos  internacionais  podem  usar  esse atendimento médico e é uma coisa bem bacana e 
a  universidade  oferece  ​pros  alunos.  Então  eles  podem  tomar  vacinas  ​de graça. ​Tem um setor 
dentro  do  hospital  que  é:  a  saúde  do  viajante.  Então  ele pode tirar dúvida sobre quais vacinas 
ele tem que tomar ​pra v​ iajar pelo Brasil (...) 
 
[Entrevistador] — ​Uhum.  
 
[Débora]  —  (...)  tem  o  setor  de  saúde  que  tem  testagem  grátis  de  assim…  HIV  e  outras 
doenças.  ​[Não  compreendi  3:59]  você  tem  o  atendimento  preventivo.  Alguns  lugares  da 
universidade  os  alunos  internacionais  conseguem  acessar  como  qualquer  outro  aluno 
brasileiro.  Então,  ​tipo,  ​não  muitas  barreiras.  Só  que  outros  serviços  precisaria  ser  mais 
especializados, como o atendimento psicológico.  
 
[Entrevistador] — ​Tá. ​Psicológico e o acadêmico, ​né​? Que você comentou, ​né?​  
 
[Arisa] — Exato. 
 
[Débora] — É 
 
[Entrevistador]  —  Olha,  muito  ​top  conversar  com  vocês,  viu?  Muito  bom!  Esclareceu  muita 
coisa,  muita  coisa.  Vocês  estão  na  graduação?  Uma  faz  pedagogia?  As  duas  fazem 
pedagogia? 
 
[Arisa] — Eu faço pedagogia. 
 
[Entrevistador] — E a Débora? 
 
[Débora] — Eu faço economia.  
 
[Entrevistador] — E a Débora economia, ​né?​ Pretendem partir ​pro ​mestrado e doutorado? 
 
[Risos] 
 
[Arisa] — Não sei se em seguida da graduação, mas vamos ver o que o futuro nos reserva. 
[Entrevistador] — Meu Deus, é 
 
[Débora] — Eu quero me formar e passar bons anos longe da academia. 
 
[00:05:00] 
 
[Entrevistador]  —  Sério!?!?!?  Mas  não  pode.  Precisa voltar, porque precisa de gente aqui ​pra 
resolver os problemas internos, gente que tem percepção deles, ​né​? 
 
[Débora]  —  Eu  descobri  que  eu  não  sirvo  para  a vida acadêmica. Eu achava que era o que eu 
queria fazer, mas não é. 
 
[Entrevistador]  — É… Olha mas foi muito bom e muito obrigado por vocês terem gastado um 
tempinho  comigo.  Se vocês não se importarem, e eu precisar bater um papinho, eu vou encher 
o  saco  de  novo,  pode  ser?  Se  eu  precisar  tirar  uma  dúvida,  mas  esclareceu  um  montão  de 
coisas  que  eu  tinha  percepção  e  vocês  esclareceram.  Só  uma  perguntinha  ​pra  c​ oncluir,  essa 
colega, essa pessoa a Lucinéia lá na DERI, vocês conhecem?  
 
[Arisa] — Sim, sim. 
 
[Débora] — ​Uhum. 
 
​   porque  eu  mandei  um  e-mail  ​pra ​ela e ela não me respondeu, ​né? 
[Entrevistador]  —  ​Ah  tá.  É
Ela  é  uma  dessas  pessoas  que  você  comentou,  Débora?  Que  a  ​gente   pode correr atrás que… 
tá na vibe? 
 
[Débora]  —  Sim,  ela acho que cuida dos e-mails de todas… eu acho que o e-mail principal da 
secretaria internacional dentro dos site deles (...) 
 
[Entrevistador] — É o dela? 
 
[Débora] — (...) é enviado ​pra e​ la. Ela é ​super gente boa 
 
[Entrevistador] — É, ​né​? 
 
[Débora]  —  Se  você  quiser  a  ​gente  ​pode  mandar  e-mail  pra  ela  falando:  “Ó  Lucineia,  você 
pode conversar aqui com o Rubens? Ele é legal… ” 
 
[Entrevistador] — Puxa… eu precisaria muito 
 
[Arisa]  —  E  é  ela  também  que  cuida  dessa  questão  de  mandar  e-mail  lá  se  precisar,  se  tiver 
alguém com vaga ​pra r​ eceber intercambista em casa…  
 
[Entrevistador]  —  Eu  precisava  muito,  vou  até  encaminhar  ​pra  ​vocês,  p​ra  ​você  Débora,  eu 
tenho  seu  e-mail,  o  e-mail  que  eu  mandei  ​pra  e​ la.  Porque  eu  tenho  autorização  do  Mariano 
pra  p​ oder  pegar  alguns  documentos  da  política  de  internacionalização  da  universidade e tals. 
E  eu queria dar uma olhada nesses documentos. Eu mandei um e-mail ​pra ​ela, mas ela não me 
​ í  eu  vou  até  mandar  uma  cópia  ​pra  t​ i,  Débora,  do  e-mail.  Se  você 
respondeu  ainda,  ​né?  A
puder  mandar  o…  porque  eu  te  mandei  o  e-mail  naquele  da  Uninter,  ​né​?  Se  você  tiver  um 
pessoal… e puder me passar. 
 
[Débora]  —  Mas  a  ​gente  ​pede  ​pra  ​ela  te  responder,  se  não  for  ela  que  é  a  responsável  por 
liberar os documentos outro funcionário te ajuda. Lá eles são bem setorizados. 
 
[Entrevistador] — ​Tá.  
 
[Débora]  —  Tem  galera  que  cuida  de  uma  parte  do  mundo,  outra  de  outro  continente.  Então 
eles são bem setorizados. 
 
[Entrevistador] — ​Tá.  
 
[00:011:00] fim. 
 
 

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