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Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
1.2 Constitucionalismo
1.3 Neoconstitucionalismo
Neste período pós conflito, houve uma reaproximação entre o direito e a moral,
tendo em vista que, durante o conflito armado, o positivismo vigorava e tornava
o direito um fim em si mesmo, não se admitindo nenhuma espécie de influência
externa, pois o direito deve ser puro.
1
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Editora Saraiva, 2006.
2
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2015.
As leis constitucionais, por sua vez, são todas aquelas normas inscritas na
Constituição, mas que não têm a natureza de decisão política fundamental.
Estas só se tornam constitucionais em virtude do documento em que estão
inseridas. As matérias tratadas por elas poderiam ser disciplinadas pela
legislação ordinária.
Em seu livro “Teoria Pura do Direito”, Kelsen afirma que a Constituição é norma
pura, é um dever, não havendo fundamento sociológico ou político, é pura
norma. Neste enfoque, há dois sentidos à palavra constituição:
GABARITO COMENTADO:
Comentário:
ALTERNATIVA: C
3. PODER CONSTITUINTE:
Assim, é o povo que delega os seus poderes aos órgãos especiais do Estado
(Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário). Importante ressaltar que SIEYÈS
distinguiu o Poder Constituinte do Poder Constituído. O primeiro se trata do
poder de elaborar a estrutura do Estado, dividir o poder e garantir os direitos
individuais. O segundo consiste nos poderes reconhecidos pela Constituição
Federal: Legislativo, Executivo e Judiciário.
3
BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p.
167.
GABARITO COMENTADO:
GABARITO COMENTADO:
5
RE 466.343, julgado em 2008 e relatado pelo Ministro Cezar Peluso.
6
MS nº 23.452, julgado no ano 2000 e relatado pelo Ministro Celso de Mello.
Os direitos políticos são os instrumentos por meio dos quais a CRFB garante o
exercício da soberania popular. A constituição adotou a democracia semidireta
ou participativa, caracterizada pela participação popular no poder por meio de
um processo (plebiscito, referendo, iniciativa popular e por meio da ação
popular).
Comentário:
Mais tarde, nos séculos XVII e XVIII, no bojo do movimento conhecido como
Iluminismo, começou-se a se desenvolver a ideia de necessidade de impor
limites ao exercício do poder, de forma a evitar abusos. A partir dessa
premissa, Charles de Montesquieu publicou a obra “Do Espírito das Leis”, que
combatia o absolutismo e defendia o exercício do poder por órgãos distintos e
autônomos entre si.
7
Não confunda. A CPI não pode determinar interceptação telefônica e quebra de sigilo de
correspondência, mas pode quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, ou seja,
extrato de conta).
8
NOVELINO, Marcelo. Curso de direito constitucional. Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
Depende.
Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime
fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação.
Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que
houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do artigo
55, III e parágrafo 3 da CF/88.
Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto
ou semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo.
O Plenário da Câmara ou Senado irá deliberar, nos termos do artigo 55,
parágrafo 2, se o condenado deverá ou não perder o mandato. STF: 1 Turma,
AP 694/MT (Info 863) STF: 1 Turma, AP 863/SP (Info 866)
GABARITO COMENTADO:
9
NOVELINO, Marcelo. Curso de direito constitucional. Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
GABARITO COMENTADO:
Caso a Constituição nada fale a respeito, é porque aquela matéria pode ser
tratada por lei ordinária. Consequentemente, se há uma lei complementar com
uma parte que trata de matéria de lei ordinária, neste ponto a lei será
formalmente lei complementar, mas materialmente lei ordinária, de modo que
poderá ser revogada por esta, dada a inexistência de hierarquia entre essas
espécies normativas como já citado. Também é importante destacar que a
constituição estadual só pode exigir lei complementar para as mesmas
matérias que a Constituição Federal exige.
GABARITO COMENTADO:
8. PODER EXECUTIVO
10
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 488.
11
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 488.
12
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 498.
No que diz respeito aos crimes comuns, observa-se que são infrações penais
previstas no Código Penal ou em leis especiais penais. Nesses crimes o
Presidente será processado pelo STF, após autorização da Câmara dos
Deputados.
9. PODER JUDICIÁRIO
9.1 Disposições gerais
A Constituição Federal, no art. 101, prevê que o STF é composto por 11 (onze)
ministros, escolhidos dentre os cidadãos com mais 35 anos (trinta e cinco) e
menos de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, além de possuir notável saber
jurídico e reputação ilibada. Para assumir uma vaga no STF é necessário ser
brasileiro nato. A nomeação do ministro do STF é competência do Presidente
da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. O STF
13
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.p. 587.
14
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.p. 586
15
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.p. 587
16
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 586.
17
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.p. 634.
18
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.pp. 649-650.
GABARITO COMENTADO:
GABARITO: D
10.2 Intervenção
INTERVENÇÃO PROVOCADA:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos,
a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36 § 3º, CF. Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto
limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
Quanto aos efeitos, a regra é que a decisão tenha eficácia inter partes. A
posição tradicional do STF sempre foi a de que, no modelo difuso, suas
decisões produziriam efeitos inter partes até que o Senado Federal, por meio
de resolução irrevogável, atribuísse caráter erga omnes (art. 52, X, CF/88).
A decisão definitiva, por sua vez, terá efeitos vinculantes para os demais
órgãos do Judiciário e da Administração Pública (não alcança o Legislativo!)
e terá efeitos erga omnes e ex tunc, ou seja, será aplicada para todos de forma
retroativa. No entanto, o STF, pela decisão de 2/3 dos seus membros, poderá
fazer uma modulação temporal dos efeitos da decisão. Os efeitos
repristinatórios também poderão ocorrer, na mesma forma como dito alhures.
Por fim, merece ser ressaltado que, de acordo com o STF, se a lei impugnada
é alterada antes do julgamento da ADI, o requerente deverá aditar a petição
inicial, com a indicação de que a nova redação dada ao dispositivo também
viola a Constituição da República, sob pena de o pedido ser julgado
prejudicado em razão da perda superveniente do objeto (STF, Plenário, ADI
1.931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 7/2/2018).
Em relação à decisão da tutela provisória, por sua vez, caso seja procedente,
irá suspender os processos em curso que dependam da análise de
constitucionalidade da lei objeto da ADC, no período máximo de 180 dias.
Importante destacar, ainda, o caráter ambivalente da ADI e da ADC, isto é,
caso existam duas destas ações com o mesmo objeto, a procedência de uma
acarreta na improcedência da outra.
Em relação aos seus efeitos, o STF adotava até 2007 a posição não
concretista geral, em que apenas declarava a mora do poder omisso. Contudo,
desde 2007 a Corte vem mudando seu entendimento, admitindo uma posição
mais concretista. No julgamento da ADI 3682, por exemplo, que tinha
conteúdo de ADO, foi fixado o prazo de 18 meses para que o Congresso
editasse a norma, enquanto que na ADO 25 trouxe alternativas caso a
elaboração da lei não fosse cumprida, como a aplicação analógica de outras
leis.
Essa ação tem caráter subsidiário, ou seja, somente será cabível quando não
for possível o ajuizamento das demais ações do controle concentrado, razão
pela qual pode ter como objeto leis municipais, leis distritais de natureza
municipal, normas pré-constitucionais e normas infralegais, como portarias e
circulares. Sua decisão será com efeitos erga omnes, vinculantes e ex tunc,
com possibilidade de modulação temporal. Os legitimados são os mesmos
das demais ações do controle concentrado.
QUESTÃO INÉDITA
Assinale a alternativa correta
Gabarito: D
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
A) higienista
B) da situação irregular.
C) penal indiferenciado.
D) da proteção integral.
E) da institucionalização para a proteção.
R: C.
QUESTÃO 1:
PARADIGMAS Pessoal, a resposta exigia certo conhecimento doutrinário
DO DIREITO DA sobre as fases do direito da criança e do adolescente. Este
CRIANÇA E DO é o comecinho do estudo da matéria e, como vocês vêem,
ADOLESCENTE não podemos negligenciar.
FASES
1) Absoluta Indiferença – não havia previsão dos direitos
da criança e do adolescente!
2) Imputação Criminal - Ordenações (Filipenas/
Afonsinas); Código Criminal do Império (1930) e Código
Penal.
3) Tutela (menor em situação irregular)- Código Melo
Matos (1927) e Código de Menores (1979).
4) Proteção Integral - CF/88 e ECA (1990).
NORMAS INTERNACIONAIS:
R: C
Princípios:
Direitos:
1
Vejam a diferença: na doutrina da situação irregular, o menor era OBJETO DE DIREITOS; já,
na doutrina da proteção integral, a criança é SUJEITO DE DIREITOS. Por isso, antes, na
doutrina da situação irregular, falava-se em ‘menor’, o que, atualmente, na doutrina da proteção
integral, não se considera mais adequado.
GABARITO: B.
Natureza jurídica: ato jurídico em sentido estrito. É irrevogável, ainda que feito
em testamento (art. 1610, do CC/02).
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos
pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que
seja a origem da filiação. (original sem destaque).
Para solucionar a controvérsia, o STJ assim decidiu que: “Ao menor sob
guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte
mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela
Lei nº. 9.528/97 na Lei nº. 8.213/91. O artigo 33, § 3º do ECA deve prevalecer
sobre a modificação legislativa promovida na lei geral da previdência, em
- Modalidades de adoção:
Conjunta: é indispensável (regra geral) que seja realizada por pessoas
casadas ou em união estável, independente de se tratar de casal hétero ou
homossexual. Porém, excepcionando a regra do art. 42, o STJ já autorizou
que dois irmãos adotassem conjuntamente uma criança, levando em conta as
peculiaridades do caso e o melhor interesse da criança.
Unilateral: quando o cônjuge ou companheiro decide adotar o filho de seu
parceiro. É unilateral, pois o poder familiar permanece com um dos pais e
altera em relação ao outro. Importante destacar que, nesta modalidade, é
essencial a autorização do genitor que irá perder o poder familiar, salvo nos
casos de falta, quando não é possível consentir. Consiste em uma das formas
em que pode ser desconsiderado o cadastro de adotantes.
Outra exceção foi quanto ao maior de idade que sofreu abandono afetivo e
assim entendeu o STJ: Ante o abandono do adotando pelo pai biológico e
o estabelecimento de relação paterno-filial (vínculo afetivo) entre
adotante e adotando, a adoção de pessoa maior de idade não pode ser
refutada sem apresentação de justa causa por parte do pai biológico.
Adoção à brasileira: quando a pessoa registra filho que não é seu, como se
fosse tendo plana consciência do ato. Normalmente, era utilizada como forma
de proteção, diante das peculiaridades da gravidez. Sobre o tema, decidiu o
STJ que: É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação
do registro de nascimento na hipótese em que isso for pleiteado pelo filho que
foi registrado conforme prática conhecida como “adoção a brasileira”.
Caracteriza violação da dignidade humana cercear o direito de conhecimento
da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade
psicológica de se conhecer a verdade biológica.
“Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho
para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça
da Infância e da Juventude.
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da
Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária,
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à
rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período.
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade
judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e
determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento
familiar ou institucional.
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os
genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre
a entrega.
§ 6o (VETADO).
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para
propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do
estágio de convivência.
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou
perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento,
a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da
Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento
e oitenta) dias.
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o
“Art. 100
Parágrafo único.
X - Prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e
do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que
promovam a sua integração em família adotiva;
JURISPRUDÊNCIA
GABARITO: B
GABARITO: B.
Procedimento verificatório:
GABARITO: E.
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Lei do Sinase.
Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos seguintes
princípios:
SÚMULAS
JURISPRUDÊNCIA
COMUNIDAD
APURAÇÃO DE ATOS INFRACIONAIS, RECURSOS, IMPUGNAÇÕES E
EXECUÇÃO
Quanto à competência, o ECA, em seus arts. 146 c/c 147, I e II, prescreve que
esta será do domicílio dos pais ou responsável, ou, em sua falta, no lugar em
que se encontre a criança ou o adolescente. Trata-se de competência de
natureza absoluta.
Nas demais hipóteses de apreensão, o auto pode ser substituído por boletim
de ocorrência circunstanciado.
- Promover o arquivamento;
- Conceder remissão;
- Representar à autoridade judiciária, para a aplicação de medida
socioeducativa.
A defesa tem o prazo de 3 dias para realizar a defesa prévia, oferecendo o rol
de testemunhas, contado da audiência de apresentação.
- A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita à
apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se
tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação ao adotando.
SÚMULAS
JURISPRUDÊNCIA
GABARITO: B
CONSELHO TUTELAR
JURISPRUDÊNCIA
LEI 13.436/2017: Altera o art. 10, IV, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), para garantir o direito a
acompanhamento e orientação à mãe com relação à amamentação (VI -
acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações
quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente).
SÚMULAS
Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação
de alimentos em proveito de criança ou adolescente independentemente do
exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar nas
situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou
eficiência da Defensoria Pública na comarca.
Caro(a) Aluno(a),
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INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
1.1 CONCEITO
“O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que tem por objeto as regras
e os princípios aplicáveis à atividade administrativa preordenada à satisfação
dos direitos fundamentais.” OLIVEIRA, RAFAEL CARVALHO REZANDE.
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. São Paulo, MÉTODO, 2017. p.3.
O Direito administrativo, assim como todo o direito pátrio, tem passado por
profundas mudanças e seguido determinadas tendências. Podemos citar
algumas delas:
Constitucionalização e o princípio da juridicidade: com a conseqüente
normatividade primária dos princípios constitucionais (juridicidade) e a
centralidade dos direitos fundamentais.
Relativização de formalidades e ênfase nos resultados: a efetivação de
direitos fundamentais tem relativizado formalidades desproporcionais.
Publicização do Direito Civil e privatização do Direito Administrativo:
tendência de transferir atividades do setor público para o setor privado.
Justificativas:
a) CORRETO. O decreto está abrangido no conceito de
lei em sentido amplo. A lei em sentido amplo é fonte
primária do Direito Administrativo. Portanto, o decreto é
fonte primária do Direito Administrativo.
b) ERRADO. O Chefe do executivo possui a
prerrogativa de instituir decretos para a fiel execução da
lei. Em caso de conveniência e oportunidade é possível
revogá-lo.
c) ERRADO. O Poder Judiciário não pode revogar atos
administrativos. A revogação é feita por questões de
conveniência e oportunidade (mérito administrativo) só
podendo ser feita pela própria administração pública. O
Poder judiciário poderá anular o ato administrativo em
caso de ilegalidade.
d) ERRADO. Não existe qualquer previsão da referida
vedação.
e) ERRADO. A expedição de decretos é ato
discricionário.
Alternativa correta: A
A vedação ao nepotismo não alcança cargos providos por concurso público
– STF, ADI 524/ES, 2015.
A Súmula Vinculante 13, que trata sobre o nepotismo, não se aplica aos
cargos políticos – STF, Rext 579.951/RN, informativo n. 516.
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de
assessor de controle externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio
(parente em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de
gabinete de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo
de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a
prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não
dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito
administrativo. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
15/10/2014 (Info 763).
Justificativas:
a) CORRETO. O princípio da intranscendência
subjetivadas sanções vêm sendo consagrado pelo
STF. Por ele, impede-se a aplicação de sanções aos
entes federados por atos de gestões anteriores.
b) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
c) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
d) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
e) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
Alternativa correta: A.
Órgãos Autônomos:
São os subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm grande
autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos
diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das
atividades que constituem sua área de competência.
Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão.
São os Ministérios e Secretarias, bem como a AGU (Advocacia-Geral da União),
Ministério Público, Defensoria Pública e as Procuradorias dos Estados e
Municípios.
Órgãos Superiores:
Possuem poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua
competência específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos
independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos,
Divisões, etc.
Órgãos Subalternos:
São aqueles que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores
de decisão, exercendo principalmente funções de execução, como as realizadas
por seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria, zeladoria, seções
de expediente, etc.
Órgãos Independentes:
Representam os Poderes do Estado. Não são subordinados hierarquicamente e
somente são controlados uns pelos outros. Ex.: Congresso Nacional, Câmara
dos Deputados, Senado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes e
Tribunais de Contas.
SEMELHANÇAS:
Empresa Pública (EP) = Sociedade de Economia Mista (SEM):
Objeto: prestação de serviço público (ex.: Correios) ou exploração de
atividade econômica (ex.: Petrobrás);
São pessoas jurídicas de direito privado;
Regime jurídico híbrido, ou seja, possuem regras mescladas do direito
público e do direito privado;
Regime de pessoal: CLT, empregados públicos;
Não se sujeitam à falência;
Não são paraestatais;
Contratam por concurso público e compram por meio de licitações.
DIFERENÇAS:
Empresa Pública (EP) x Sociedade de Economia Mista (SEM):
As empresas públicas somente admitem capital público, ao passo que as
sociedades de economia mista admitem a conjugação de capital público e
privado, desde que o ente instituidor mantenha a maioria do capital votante;
As empresas públicas podem ser constituídas sob qualquer forma prevista
em direito, enquanto as sociedades de economia mista admitem apenas a
forma de sociedade anônima (S.A.).
No âmbito federal as empresas públicas federais possuem foro na justiça
federal, ao passo que as sociedades de economia mista federais possuem
foro na justiça estadual. Lembrando que essa é a regra, mas que é
excepcionada por alguns casos específicos, como as competências das justiças
especializadas (exemplo: causas trabalhistas dos empregados públicos, das
duas entidades, são resolvidas na justiça do trabalho.
Para encerrarmos esse ponto, alertamos que a nova lei das estatais pode ser
objeto de questionamentos por parta da banca examinadora, por se tratar de
matéria legislativa nova. Por isso, recomendamos a leitura da Lei 13.306/2016.
Consórcio Público
O consórcio público é uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de
executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes
consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, no todo em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução
dos serviços transferidos.
A figura dos consórcios públicos no Direito Administrativo brasileiro surgiu com
a Emenda Constitucional nº 19/98, que alterou o art. 241 da Constituição da
República Federativa do Brasil, dando-lhe a seguinte redação:
"A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio
de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos."
A lei 11.107/2005 - ou lei do consórcio público - portanto, supostamente
apoiada pelo artigo 241, cria, por via transversa, uma nova entidade da
administração indireta, ao lado da autarquia e da sociedade de economia mista
instituída por lei. E ainda inventou uma nova expressão.
“Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de
objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica
de direito privado (...)
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a
vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra
a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.”
Portanto, o consórcio público será uma entidade associativa, que tanto pode
ser de direito público como de direito privado, o que ofende o significado
jurídico da palavra consórcio no direito pátrio, significado este que devem ter tido
em vista os redatores do Art. 241 supracitado.
GABARITO COMENTADO:
A) INCORRETA. Tais entidades estão sujeitas ao controle
do tribunal de contas.
B) INCORRETA. Tais entidades não estão diretamente
submetidas à obrigatoriedade da realização de concurso
público e licitação (STF, RE 789.874/DF), o que não exclui
o dever de agirem de forma proba, devendo criar processos
seletivos e de contratação que estejam de acordo com os
princípios da impessoalidade, moralidade e da eficiência.
C) CORRETA. Artigo 24, XXIV da Lei 8.666/93.
A execução dos atos vinculados está definida em lei, de modo que não admitem
juízo de oportunidade e conveniência por parte do administrador público. Trata-
se de um dever que obriga ao agente público a se portar rigorosamente em
conformidade com os parâmetros legais.
1
O CESPE considerou correta a seguinte assertiva: (Cespe – CNJ 2013) O exercício do poder discricionário
pode concretizar-se tanto no momento em que o ato é praticado, bem como posteriormente, como no
momento em que a administração decide por sua revogação.
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30
mesmo tempo, a escolha deve obedecer aos princípios administrativos explícitos
e implícitos.
Atenção ainda para o controle judicial dos atos discricionários: sabemos que, em
virtude do princípio da inafastabilidade da jurisdição (adotamos o sistema inglês),
os atos podem ser levados à apreciação do poder Judiciário. Porém, o juízo de
mérito acerca da oportunidade e conveniência do ato administrativo não pode
ser apreciado pelo Judiciário, de modo que o controle judicial se restringe aos
aspectos vinculados do ato.
2
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 122.
3
Sobre o tema, devemos ter em mente que deve haver um vínculo especial para que o particular seja
penalizado por meio do poder disciplinar. Vejamos uma questão do CESPE em que fica caracterizado o
vínculo específico entre o poder público e o particular, de modo a ensejar a punição:
(TCE-PE, CESPE, 2017) Uma aluna de um colégio estadual, maior de dezoito anos de idade, foi flagrada
depredando o mobiliário da escola. Em razão disso, o diretor do colégio aplicou a ela uma penalidade de
suspensão por três dias, na forma do regimento da instituição. A respeito dessa situação hipotética, julgue
os itens que se seguem, considerando os poderes da administração pública e os princípios de direito
administrativo. O ato do diretor do colégio é exemplo de exercício do poder disciplinar da administração
pública.
Gabarito: Correto.
31
É certo que o poder disciplinar da Administração Pública é distinto do poder
punitivo estatal, o qual tem o claro objetivo de reprimir crimes, contravenções
e demais infrações de natureza cível e penal previstos em lei. Isso porque, o
poder punitivo estatal incide sobre todos que infrinjam a lei e incidam nas
tipificações legais. Enquanto isso, o poder disciplinar, conforme dissemos,
incide tão somente em face daqueles que possuem vínculo jurídico específico
com a Administração Pública
Por fim, não esqueçamos que a aplicação de sanções deve ser motivada e é
imprescindível que se garanta o devido processo legal.
4
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016., p. 120.
5
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 120 e
121.
32
qualquer tempo, transfere-se o mero exercício de uma competência, de modo
que a sua titularidade permanece com a autoridade delegante6. Há, ainda,
competências indelegáveis, a exemplo dos atos políticos.
6
Sobre o assunto, devemos nos atentar ainda para a Súmula 510, STF: praticado o ato por autoridade,
no exercício de competência delegada, contra ela cabe mandado de segurança ou a medida judicial.
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33
de uma anuência prévia por parte da Administração para utilizar bens ou exercer
tarefas, sendo formalizado por licença7 ou autorização8. O instrumento formal
pode ser alvará, carteira, declaração, certificado, dentre outros.
Por sua vez, o poder de polícia repressivo ocorre quando se aplica sanção
administrativa a particulares que descumpram normas de ordem pública. A título
de exemplo, devemos considerar: multas administrativas, interdição de
estabelecimentos comerciais e demolição de construções irregulares.
Atenção ainda para o ciclo de polícia! É formado por quatro fases e consiste em
uma sequência de atividades, quais sejam: legislação, consentimento,
fiscalização e sanção. A legislação é a fase que institui os limites e
condicionamentos ao exercício de atividades privadas, o consentimento é a
anuência da Administração para a prática de atividades (licenças e
autorizações), a fiscalização, por sua vez, caracteriza-se por ser a atividade em
que a Administração verifica se o particular está cumprindo as regras e, por fim,
em caso de infração à ordem de polícia ou aos requisitos consubstanciados na
licença ou autorização, aplica-se a sanção (medida repressiva), nos limites da
lei de regência. Devemos nos lembrar ainda que a legislação e a fiscalização são
as únicas fases que sempre existirão no ciclo de polícia.
Alertamos que poderá haver decreto autônomo tão somente nos casos previstos
no art. 84, VI, CF.
7
Ato administrativo VINCULADO e DEFINITIVO, de modo que ao preencher os requisitos para usufruir
determinado direito, a Administração deve reconhecer o direito ao particular, a exemplo da Carteira
Nacional de Habilitação e licença para o exercício de profissão.
8
Ato administrativo DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO, no qual a Administração autoriza o particular a exercer
determinada atividade de seu interesse, a exemplo do uso especial de bem público, interdição de rua para
festividades e o porte de arma de fogo.
34
30
Sugerimos ainda a leitura do art. 84, §único, que apresenta a possibilidade de
delegação dessa competência para os Ministros de Estado, Procurador Geral da
República ou Advogado-Geral da União. Pela leitura desses dispositivos
constitucionais, podemos perceber claramente que a competência para editar
decretos autônomos pode ser delegada, enquanto que a competência para
editar decretos de execução não pode sofrer delegação.
5.1. CONCEITO
A extinção dos atos administrativos, poderá ser ocasionada por vício na sua
formação, desnecessidade e inoportunidade ou inconveniência e imposição de
ato sancionatório em que o particular descumpriu as condições para a
manutenção do ato. Nesse sentido temos a revogação, anulação e cassação.
a) Anulação: decorre de vício relativo à legalidade ou legitimidade do ato.
Consiste em um controle de legalidade do ato, não controle de mérito. É
um pode-dever da administração. Produz efeito ex tunc, todavia,
resguarda-se os efeitos produzidos à terceiros de boa-fé. Pode ser feita
pela própria administração pública ou pelo Poder Judiciário. O art. 54, da
Lei 9.784/99 estabelece o prazo de 5 (cinco) anos para a realização da
anulação, salvo comprovada a má-fé. Caso a anulação afete interesse
do administrado desfavoravelmente, deve ser instaurado procedimento
administrativo com as garantias de contraditório e ampla defesa. Todavia,
tal garantia não precisa ser observada no julgamento, por parte do TCU,
Segundo o STJ, quando o ato depende, para sua edição, da reunião de vontades
de mais de um órgão da Administração (ato complexo), a revogação só será
possível com a concordância de todos os órgãos envolvidos na prática do ato
(MS 14.731/DF).
Além dos atos vinculados, são insuscetíveis de revogação: atos
consumados, atos que geraram direitos adquiridos e atos que integram
procedimento administrativo.
QUESTÃO INÉDITA
São determinações de caráter geral, por meio das quais o Estado impõe a
proprietários indeterminados obrigações positivas (ex.: imposição de limpeza de
terreno), negativas (ex.: limitação na construção de um determinado número de
andares de um prédio) ou permissivas (ex.: para sujeitar as propriedades à
função social. É salutar mencionar que diversas limitações administrativas
possuem origem em leis e atos de natureza urbanística, como, por exemplo, os
arts. 182 e 183 da CF e a Lei nº 10.257 (Estatuto da Cidade). Dentre essas
limitações, é válido destacar o direito de preempção municipal, pelo qual é
assegurada ao Município a preferência para aquisição de imóvel urbano objeto
de alienação onerosa entre particulares (art. 25 do Estatuto da Cidade), direito,
este, que será exercido diante das necessidades dispostas no art. 26 da
mencionada lei.
6.5. TOMBAMENTO
Através deste que o Poder Público visa proteger o patrimônio cultural brasileiro,
podendo recair sobre bairros, cidades, bens imóveis ou bens móveis. Encontra-
se expressamente previsto no art. 216, §1º, da CF. O tombamento pode ser
voluntário ou compulsório, provisório ou definitivo. O tombamento
voluntário ocorre quando o proprietário consente com o tombamento, enquanto
que o compulsório ocorre quando o Poder Público realiza o tombamento com
a resistência do proprietário. Por sua vez, o tombamento provisório ocorre
6.6. DESAPROPRIAÇÃO
Procedimento pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de
terceiro, em razão de utilidade pública (conveniência do Estado), necessidade
pública (situações de emergência) ou de interesse social (relativo à função
social da propriedade), mediante, via de regra, o pagamento de indenização¸
vide art. 5º, XXIV, da CF.
QUESTÃO INÉDITA
Intervenção do
Toda a atuação estatal que, consoante lei, vise ajustar a
Estado na
propriedade aos moldes da sua função social.
Propriedade
Privada
7. AGENTES PÚBLICOS
DO PROVIMENTO
Segundo o artigo 5º da Lei nº 8.112/90, a qual dispõe sobre o regime jurídico
dos Servidores Públicos Civis Federais, são requisitos básicos para investidura
em cargo público:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
Vale lembrar que há 20% (vinte por cento) de reserva de vaga para portadores
de deficiência, bem como que a investidura em cargo público ocorrerá com a
posse.
São formas de provimento de cargo público (Art. 8º):
Nomeação
Promoção
Readaptação
Reversão
Aproveitamento
Reintegração
Recondução
- Da Posse e do Exercício
A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes
ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. Só poderá ser
empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do
cargo.
A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover
o servidor.
Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo
ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses,
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
desempenho do cargo, observados os seguintes fatores (art. 20 da Lei nº
8.112/90):
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V- responsabilidade.
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se
estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no
parágrafo único do art. 29. Vale salientar que, segundo a Súmula nº 686 do
STF, só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato
a cargo público.
- Da Estabilidade
Conforme o art. 41 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 4-6-1998, “são estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público”. Segundo a Súmula nº 20 do STF, o servidor estável só
perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
Readaptação
Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. Se julgado
incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
Reversão
Reversão, segundo o art. 25 da Lei nº 8.112/90, é o retorno à atividade de
servidor aposentado:
I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria;
II – no interesse da administração
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a
aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua
transformação, e não poderá reverter o aposentado que já tiver completado
70 (setenta) anos de idade.
Aproveitamento
O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante
aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado (art. 30 da Lei nº 8.112/90).
O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato
aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos
órgãos ou entidades da Administração Pública Federal (art. 31 da Lei nº
8.112/90).
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
junta médica oficial (art.32 da Lei nº 8.112/90).
Reintegração
A reintegração, segundo o art. 28 da Lei nº 8.112/90, é a “reinvestidura” do
servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de
sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
Recondução
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado e decorrerá de (art. 29):
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.
DA VACÂNCIA
Art. 33 (Lei nº: 8.112/90): A vacância do cargo público decorrerá de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
IV – readaptação;
V – aposentadoria;
VI – posse em outro cargo inacumulável;
VII – falecimento.
A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Sendo, de ofício (art.34):
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido.
A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança
dar-se-á (art.35):
I – a juízo da autoridade competente;
II – a pedido do próprio servidor.
DA REMOÇÃO
Remoção, de acordo com o art. 36 (Lei nº: 8.112/90): é o deslocamento do
servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
mudança de sede.
Modalidades de remoção:
I – de ofício, no interesse da Administração;
II – a pedido, a critério da Administração;
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da
Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional,
DA REDISTRIBUIÇÃO
Redistribuição segundo o art. 37 (Lei nº: 8.112/90): é o deslocamento de cargo
de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal,
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
I – interesse da administração;
II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das
atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais
do órgão ou entidade. A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos
casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade (em que
o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até
seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31).
DA SUBSTITUIÇÃO
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os
ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no
regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo
dirigente máximo do órgão ou entidade.
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do
cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de
Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares
do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o respectivo período.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de
direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos
afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias
consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que
excederem o referido período.
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO
Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei.
VANTAGENS
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
Indenizações, Gratificações e Adicionais.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para
qualquer efeito, enquanto as gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Indenizações: ajuda de custo, diárias, vale-transporte, auxílio-moradia.
Gratificações e adicionais: Retribuição pelo exercício de chefia, gratificação
natalina, adicional insalubre, adicional pela prestação de serviço extraordinário,
adicional noturno, adicional de férias, gratificação por encargo de curso ou
concurso, outros (relativos ao local ou natureza do trabalho).
FÉRIAS
O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias, que podem ser acumuladas,
até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Para o primeiro
período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício, e é
vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço (art. 77 da Lei nº
8.112/90).
As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública e o pagamento
da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
respectivo período.
DEVERES DO SERVIDOR
Os deveres consistem em um conjunto de regras comportamentais impostas.
São obrigações pessoais inafastáveis de fazer aquilo que se deve. O art. 116 da
Lei 8.112/90, estabelece que são deveres do servidor:
- o zelo e a lealdade;
- a observação das normas e regulamentos;
- o cumprimento de ordens superiores (desde que não ilegais);
- a atuação com presteza; a comunicação de irregularidades ao superior; o zelo
pelo patrimônio público;
- o sigilo sobre assuntos das repartições; a assiduidade e a pontualidade; a
conduta compatível com a moralidade administrativa;
- e a representação contra ilegalidade e abuso de poder, e o tratamento urbano
com as pessoas.
PROIBIÇÕES AO SERVIDOR
As proibições são justamente o oposto, ou seja, o dever de não agir. São normas
que prescrevem a proibição da prática de determinadas condutas.
Todavia, as duas formas normativas têm a mesma essência, pois são aplicadas
quando há o descumprimento de uma obrigação. Por sua vez, o art. 117 da Lei
8.112/90, enumera as proibições ao servidor público:
- se ausentar durante o expediente e tirar documentos da repartição, sem
autorização;
- praticar usura (avareza, mesquinhez);
- receber propina em razão de suas atribuições;
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
- aproveitar-se do cargo para ganho ou proveito;
- participar de gerencia ou administração de empresa privada, na forma da lei;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;
- acumular, remuneradamente, vários cargos públicos.
ACUMULAÇÃO
Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos. A proibição de acumular estende-se a cargos,
RESPONSABILIDADES
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de
suas atribuições (art. 121 da Lei 8.112/90).
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Tratando-se de dano
causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra
eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao
servidor, nessa qualidade. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. As
sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
. PENALIDADES
São penalidades disciplinares: advertência, suspensão, demissão, cassação
de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão,
destituição de função comissionada.
Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade
da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público,
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
A Seguridade Social visa dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor
e sua família, isto é, os beneficiários, tendo as seguintes finalidades (art. 184, da
8.112/90):
Garantir os meios de subsistência diante dos eventos: doença, velhice,
acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
É como um seguro, pois cobre alguns riscos;
Proteção à maternidade, adoção e paternidade;
Assistência à saúde.
AGENTES PÚBLICOS
AGENTES POLÍTICOS:
Membros de Poder; detentores de mandato eletivo; auxiliares do Chefe do
Poder Executivo nas três esferas de governo (Ministros de Estado,
Secretários Estaduais e Municipais)
MEMBROS DE CARREIRAS ESPECIAIS:
Magistrados; Membros do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da
Defensoria Pública, da Advocacia Geral da União, dentre outros.
AGENTES ADMINISTRATIVOS:
a) Servidores Estatutários (efetivos ou comissionados) — ocupam cargo
público — seguem o Estatuto dos Servidores Públicos
b) Empregados Públicos — ocupam emprego público — seguem o
regime trabalhista, CLT
9
Adota-se como referência o procedimento na modalidade de concorrência, que é a mais
complexa.
10
Caso o vício seja sanável, a autoridade competente não homologará e devolverá o processo
à comissão para a correção das falhas. Por outro lado, se tratar de vício insanável o
procedimento será anulado, pelo menos a partir o ato ilegal.
68
(MPE-AC | 2014 | CESPE): Segundo entendimento do STJ,
deve-se reconhecer a nulidade, em processo licitatório, do
F julgamento de recurso administrativo por autoridade
incompetente, ainda que tenha havido posterior homologação
do certame pela autoridade competente.
(MPE-MA | 2014): Na contratação dos serviços de publicidade,
faculta-se a adjudicação do objeto da licitação a mais de uma
V agência de propaganda, sem a segregação em itens ou contas
publicitárias, mediante justificativa no processo de licitação;
Por sua vez, o leilão é destinado a qualquer interessado, para a venda, a quem
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, de bens móveis
inservíveis para administração; produtos legalmente apreendidos ou
penhorados; e bens imóveis da administração pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (art. 22, § 5º,
da Lei 8.666/93).
Ademais, a Lei também alterou a redação do art. 26, parágrafo único, inc. I, para
prever que o processo de dispensa deverá ser instruído com a caracterização do
grave e iminente risco à segurança pública (trecho incluído pela Lei
13.500/17) que justifica a dispensa.
8.2.1. INTRODUÇÃO
11
Devem, a princípio, ser executados pelos contratados, não se admitindo a livre
subcontratação.
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74
(MPE-PR | 2016): O instrumento de contrato somente é
obrigatório nos casos de concorrência, de tomada de preços e
convite, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas
F modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis,
tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de execução de serviço;
(MPE-PA | 2014 | FCC): É dispensável a formalização do ajuste
por instrumento de contrato, em contratações cujo valor não
exceda o limite máximo para realização da modalidade convite,
V podendo ser substituído por outros instrumentos hábeis, tais
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização
de compra ou ordem de execução de serviço.
A inclusão das empresas no CEIS decorre do fato de estas terem sido punidas
pela Administração, e não tem o condão de impedi-las de participar de licitação
e contratar. O impedimento é decorrente da sanção aplicada, e não do fato de a
empresa constar no CEIS.
12
Formas ordinárias de extinção.
81
QUESTÃO INÉDITA
9. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Enriquecimento Ilícito
Os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito estão
elencados no art. 9º da Lei nº 8.429/92 e consistem naquelas condutas
comissivas que resultam na obtenção de vantagem patrimonial indevida, ilícita,
em razão do cargo, mandato, função ou emprego público ou da função pública
em geral.
Neste diapasão, o art 4º da Lei nº 8.429/92 estipula que todos aqueles que atuam
em nome da Administração estão obrigados a seguir, no desempenho de suas
atribuições, os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
10.1 INTRODUÇÃO
5.1. INTRODUÇÃO
Serviço público é a atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, sob
regime total ou parcial de direito público, com vistas à satisfação de
necessidades essenciais e secundárias da coletividade.
10.2 PRINCÍPIOS
Importante anotar que, conforme entendeu o STF, não há direito líquido e certo
do concessionário à renovação do contrato de concessão.
QUESTÃO INÉDITA
JURISPRUDÊNCIA
Justificativas:
a) ERRADO. Não cabe indenização sob o fundamento de
que deveria ter sido investido em momento anterior.
b) ERRADO. A relação estabelecida entre o Estado e o
Detento é decorrente de um dever específico de cuidado.
É cabível a responsabilidade objetiva do estado em caso
de suicídio de detento. É possível a utilização por parte
do estado das excludentes de ilicitude (teoria do risco
administrativo).
c) ERRADO. É possível que haja alguma conduta punível
administrativamente fora do enquadramento penal. É
preciso verificar se há alguma questão remanescente
para ser analisada na seara administrativa.
d) CORRETA. A jurisprudência do STJ firmou-se no
sentido de que a prescrição contra a Fazenda Pública é
quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez
que é regida pelo Decreto 20.910/32, norma especial que
prevalece sobre lei geral.
ALTERNATIVA CORRETA: D
12.1 Conceito
13
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 368.
14
O controle interno tem o dever de comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade ou
ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade SOLIDÁRIA (vide art. 74,
§1º, CF).
102
Por subordinação: entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica,
realizado por órgão hierarquicamente superior.
Por vinculação: realizado pela Administração Direta em relação às entidades
descentralizadas.
Quanto à iniciativa:
Controle de ofício: independe da provocação da parte interessada.
Controle provocado: realiza-se a partir da provocação da parte interessada.
15
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 396.
103
condutas abusivas da Administração Pública, a denúncia deve ser feita por
REPRESENTAÇÃO. Para manifestar discordância com relação a ato
praticado
pela Administração que afete diretamente o interesse individual, o
administrado deve se utilizar da RECLAMAÇÃO.
Classificação:
CONTROLE DA Quanto à natureza do órgão controlador:
ADMINISTRAÇÃO Controle legislativo: art. 70, CF.
PÚBLICA Controle judicial;
Controle administrativo: decorrência do poder de
autotutela da Administração Pública. Vide Súmula 473,
STF.
Quanto à extensão do controle:
Interno;
Externo.
Quanto ao âmbito de atuação:
Por subordinação;
Por vinculação.
Quanto ao momento do exercício:
Prévio;
Concomitante;
Posterior.
Quanto à iniciativa:
Controle de ofício;
Controle provocado.
Competência do TCU: art. 71, CF.
GABARITO COMENTADO:
(A) INCORRETA: Conforme mencionado em momento
oportuno, o ordenamento brasileiro adotou o sistema de
jurisdição uma (sistema inglês), de forma que as decisões
administrativas podem ser revisadas pelo Poder
Judiciário (princípio da inafastabilidade da jurisdição).
(B) CORRETA: Expressa o entendimento previsto na
Súmula 473, STF.
(C) INCORRETA: A assertiva trata do controle finalístico,
o qual é admitido pelo ordenamento jurídico brasileiro.
(D) INCORRETA: é desnecessário o prévio esgotamento
da via administrativa para que um ato da Administração
Pública seja apreciado pelo Poder Judiciário, salvo nos
casos expressamente previstos no ordenamento jurídico.
16
Apesar disso, o STJ entende que a Lei 9.784/1999 pode ser aplicada subsidiariamente aos estados e
municípios que não disponham de legislação própria sobre processo administrativo. No Distrito Federal,
a Lei Distrital 2.834/20014 afirma que serão aplicadas neste ente federativo, no que couber, as
disposições da Lei Federal 9.784/1999.
109
Pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
Pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência
adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
processo.
A comunicação dos atos processuais será feita por intimação (art. 28 da Lei).
Quando exigido o comparecimento do interessado, a intimação deve ocorrer
obedecendo a antecedência mínima de três dias úteis (art. 26, §2º). Além disso,
importante notar que o art. 27 da Lei afasta a possibilidade de a Administração
considerar como verdadeiros os fatos pelo simples motivo de o interessado
desatender a intimação. Sendo assim, não há preclusão do direito de defesa. A
instrução processual destina-se a averiguar e comprovar os dados necessários
à tomada de decisão, realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias (art. 29 da Lei).
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.2. Fase da teoria dos atos de comércio: Também conhecido como sistema
francês, teve início na Revolução Francesa, tendo como principal legislação o
Código Comercial Francês de 1808 (Código Comercial Napoleônico). Passou a
utilizar um sistema objetivo, considerando o indivíduo como comerciante não
em razão de seu registro, mas da atividade por ele exercida (se exercer ato de
comércio, a pessoa será comerciante, independentemente de ser registrado
em determinada corporação).4
1
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 33.
2
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p.14.
3
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 33.
4
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. pp. 2-3.
5
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 32-36.
2. EMPRESÁRIO E EMPRESA
O Código Civil de 2002, em seu art. 966, caput, nos traz o conceito de
empresário como sendo aquele que exerce, profissionalmente, atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços. A essa atividade exercida se dá o nome de “empresa”. Assim, é
possível concluir que a empresa (ou atividade empresarial), para o direito
brasileiro, é entendida como aquela atividade econômica (busca o lucro)
exercida de forma profissional (com habitualidade) e organizada (mediante
organização dos fatores de produção) e direcionada à produção ou à
circulação de bens ou serviços.
Os fatores de produção que acarretam a organização da atividade empresária
são capital, insumos/matéria-prima, mão de obra e tecnologia. A ausência
de qualquer um desses fatores implica dizer que a atividade não é organizada
e, por consequência, não pode ser considerada empresa (será, pois, atividade
civil).8
Evidente, pois, que, desse somatório de elementos exsurge a ideia de
habitualidade na prática desta função, podendo-se afirmar que somente a
atividade praticada com certa constância pode ser reconhecida como de
natureza profissional. (REsp 1.539.154 de 25/11/2015)
A expressão empresário pode ser concebida em sentido amplo para abarcar o
empresário pessoa física (empresário individual) e o empresário pessoa
jurídica (sociedade empresária ou empresa individual de responsabilidade
limitada - EIRELI). Em sentido estrito, empresário é a pessoa física que exerce
empresa.
Importante salientar que a própria sociedade é empresária, e não os seus
sócios. Sócio de sociedade empresária não é considerado empresário.
Certas pessoas, como membros do MP e magistrados, não podem ser
empresários individuais, mas podem ser sócias de sociedade empresária,
6
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 36-40.
7
FAZZIO JUNIOR, WALDO. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas, 2017. p.10
8
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. pp. 18-19.
4. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Trata-se de pessoa natural que exerce empresa, tendo responsabilidade
ilimitada (todo o seu patrimônio responde por todas as obrigações, tenha ou
não relação com o exercício da atividade). O fato de ser pessoa natural não
impede que o empresário individual seja inserido no Cadastro Nacional das
Pessoas Jurídicas - CNPJ para fins tributários.
IDADE MÍNIMA
EMPRESÁRIO 16 anos para iniciar (causa de emancipação). Não há
INDIVIDUAL idade mínima para continuar. Deve estar representado
ou assistido
SÓCIO OU TITULAR Não há idade mínima. O menor deve estar
DE EIRELI representado ou assistido, não pode ser administrador,
todo o capital da sociedade deve ser integralizado. Se
o menor for emancipado, tem plena capacidade de ser
sócio.
IDADE MÍNIMA
Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil [os que não forem incapazes] e não forem legalmente
impedidos [falido não reabilitado, magistrados, membros do MP, etc.].
A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se
a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de
lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do
juiz, um ou mais gerentes. Por exemplo, caso um menor de 16 anos herde a
empresa antes exercida por seus pais e o seu tutor seja impedido de exercer
empresa (por ser ele um Promotor de Justiça, por exemplo), ele deverá, com
aprovação do juiz, nomear gerente. Do mesmo modo, será nomeado gerente
em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente. Contudo, a
aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do
interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
9
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p.31.
8. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O Código Civil de 2002 conceituou estabelecimento empresarial como o
complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou
por sociedade empresária. A alienação do estabelecimento empresarial ocorre
pelo contrato de trespasse, implicando mudança de titularidade. O trespasse
não se confunde com a cessão de cotas sociais, já que a cessão de cotas não
tem o condão de alterar o titular do estabelecimento empresarial (que continua
sendo a mesma sociedade empresária, só que passa a ser constituída por
outros sócios).
Com relação a terceiros, o trespasse só produzirá efeitos depois de averbado à
margem da inscrição do empresário na Junta Comercial e de publicado na
imprensa oficial.
8.1. Aviamento
É possível que se ofereça pela empresa valor superior ao simples somatório
dos bens que a integram, estimando a importância que se dá à organização do
complexo de bens e à forma como é empregada na busca do lucro 10. Assim,
entende-se por aviamento (ou fundo de comércio) a aptidão do
estabelecimento de gerar lucros. É o seu valor organizacional, o seu capital
intelectual. O estabelecimento empresarial e o seu aviamento são institutos
atávicos, ou seja, são elementos indissociáveis.11
10
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 240.
11
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016.
p.54.
12
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016.
p.55.
13
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 242.
14
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 289.
10. ESCRITURAÇÃO
O Código Civil trata da escrituração do empresário, da EIRELI e da sociedade
empresária entre os seus artigos 1.179 e 1.195.
Escrituração nada mais é do que é o processo pelo qual se lançam
cronologicamente, em livros próprios, conjunto de fichas, conjunto de folhas
contínuas ou microfilms, todas as operações do empresário, fazendo um
balanço geral de seu ativo e passivo.15
Os agentes fiscais e previdenciários têm livre acesso aos livros empresariais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação (súmula 439 do Supremo
Tribunal Federal).
O processo de escrituração fica a cargo de um contabilista legalmente
habilitado, a menos que na localidade da empresa não exista nenhum, ocasião
na qual o empresário deverá contratar profissional que entenda competente
para a tarefa de escrituração de seus livros.16
O empresário deve seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não,
com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o
de resultado econômico.
Os livros empresariais podem ser facultativos ou obrigatórios. Os livros
obrigatórios podem ser comuns (obrigatórios a todos os empresários, sendo
que atualmente o único livro obrigatório comum é o livro diário) ou especiais
(obrigatórios apenas para determinada atividade ou tipo societário).
O empresário não sofrerá sanção pela não escrituração dos livros facultativos,
uma vez que funcionam apenas como instrumentos para auxílio daqueles que
exercem atividade empresária.
Os livros empresariais devidamente autenticados servem como instrumento de
defesa do empresário, servindo como meio de prova. Nesse sentido, temos o
art. 418 do Código de Processo Civil, ao prever que os livros empresariais que
15
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 209.
16
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p.37.
O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser
conservado na firma social. Se houver óbito, exclusão ou retirada de sócio cujo
nome civil integrava a firma, esta precisa ser alterada, sob pena de o espólio ou
o ex-sócio continuar a ter a mesma responsabilidade pelas obrigações sociais
que tinha quando era membro do quadro social.
Se a sociedade for formada por irmãos ou parentes com o mesmo sobrenome,
e a forma social contiver tal patronímico (sobrenome), o óbito de um deles não
obriga a sua modificação, salvo se o de cujus deixou manifestação expressa
em contrário. Nas hipóteses de óbito, exclusão ou retirada do fundador de uma
sociedade anônima, seu nome não precisará ser suprimido da firma social,
desde que ele não tenha oferecido oposição e que a sociedade resolva manter
inalterada a denominação.18
O art. 1.166, p. ú, do CC, prevê que pode-se atribuir proteção a nível nacional
ao nome empresarial se registrado nos termos da lei especial. Ocorre, todavia,
17
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016.
p.70
18
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 68.
19
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. pp. 56-58.
20
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016.
p.68.
21
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 67.
II – DIREITO SOCIETÁRIO
1. INTRODUÇÃO
As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado, nos termos do art. 44,
II, do Código Civil. Conforme art. 981 do Código Civil, celebram contrato de
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados.
As sociedades simples têm como ato constitutivo um contrato social (art. 997
do CC) e têm a sua inscrição requerida ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas
nos trinta dias subsequentes a sua celebração (art. 998 do Código Civil), com
vistas ao nascimento de sua personalidade jurídica. Embora contem com
regime próprio (arts. 997 a 1.038 do Código Civil), as sociedades simples
podem adotar tipos societários empresários, exceto os tipos por ações
(conforme arts. 983 e 982, parágrafo único, do Código Civil).
22
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 80.
Havendo contribuição com bens, será necessária uma avaliação dos sócios ou
de terceiros, para que possam ser valorados. Nesse caso, pela exata
estimação atribuída aos bens entregues para a formação do capital social,
responderão solidariamente todos os sócios, pelo prazo de 5 anos, a contar da
data do registro da sociedade.
O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros
se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial,
os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a
cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,
23
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 91.
Regulamentada pelos arts. 280 a 284 da Lei nº 6.404/76 e pelos arts. 1.090 a
1.092 do Código Civil, trata-se de uma sociedade empresária personificada,
com capital social dividido em ações. É uma sociedade de capital, sendo livre o
ingresso de terceiros estranhos ao seu quadro social. Portanto, há livre
circulação de ações.
Tem como ato constitutivo um estatuto social, sendo formada por duas
classes de sócios. Os sócios diretores são os que exercem cargo de
administração, respondendo de forma subsidiária (dado o benefício de ordem)
e ilimitada pelas obrigações sociais, e os sócios comuns, que não exercem
cargo de administração e respondem de forma limitada pelas obrigações
sociais.
A sociedade anônima deverá contar com, no mínimo, dois sócios, salvo nos
casos de subsidiária integral (sociedade anônima formada por um único sócio,
sendo este uma pessoa jurídica) ou de pluralidade não reconstituída no prazo
legal.
A dissolução das companhias, tratada nos arts. 206 e 207 da Lei nº 6.404/76,
pode ser total ou parcial. A dissolução total pode ocorrer nos casos de fim do
prazo de duração, por decisão judicial (na falência) ou por decisão de
autoridade administrativa. Na cisão total, na incorporação (em relação à
empresa incorporada) e na fusão (em relação às duas empresas fundidas). A
dissolução parcial nas sociedades anônimas, a priori, ocorreria apenas na
hipótese de reembolso de acionista dissidente. Entretanto, a moderna
jurisprudência do STJ tem entendido como possível a dissolução parcial de
sociedades de capital, uma vez presentes nestes atributos próprios das
sociedades de pessoas. É o que ocorre, a título de exemplo, com as
sociedades anônimas de capital fechado de cunho familiar.
Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia
contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que
contratou pela sociedade.
Sociedades personificadas
Contrato social
Sócios comanditados e sócios
Sociedade em Comandita comanditários
simples Falecimento do comanditado: dissolução
parcial da sociedade
Falecimento do comanditário: sem
dissolução
Contrato social
Sociedade de pessoas ou de capital
Sociedade limitada Autoriza a entrada de terceiros estranhos à
sociedade por meio da venda de quotas
Apenas o patrimônio social responde
Estatuto social
Sociedade em comandita por Sócios diretores: exercem administração
ações Sócios comuns: respondem de forma
limitada
Só sócio acionista pode ser administrador
Estatuto social
Sociedade de capital
Sociedade Anônima Casa sócio responde pelo preço da
emissão das ações que adquiriu.
Valores mobiliários: títulos de
investimentos emitidos pela S.A
(debêntures, partes beneficiadas, bônus de
24
FAZZIO JUNIOR, WALDO. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 147.
GABARITO COMENTADO:
Como fora abordado, na sociedade limitada todos
os sócios respondem solidariamente pela
integralização do capital social. Não há motivo para
excepcionar o condômino de cota indivisível, motivo
pelo qual a alternativa “A” e a alternativa “B” estão
incorretas. A alternativa “C” está correta, nos termos
do art. 1.039 do Código Civil. O sócio, admitido em
sociedade já constituída, não se exime das dívidas
sociais anteriores à admissão, nos moldes do art.
1.025 do Código Civil, pelo que a alternativa “D”
está incorreta. A distribuição de lucros ilícitos ou
fictícios acarreta responsabilidade
solidária dos administradores que a realizarem e
dos sócios que os receberem, conhecendo ou
devendo conhecer-lhes a ilegitimidade, nos moldes
do art. 1.009 do Código Civil, motivo pelo qual a
alternativa “E” está incorreta.
(Delegado/ PE – 2016 – CESPE) Assinale a opção
que apresenta, respectivamente, as espécies
societárias que somente podem ser consideradas, a
primeira, como sociedade empresária e, a segunda,
como sociedade simples, em razão de expressa
imposição legal.
1. INTRODUÇÃO
O rol dos títulos de crédito é taxativo (numerus clausus) e está definido em lei
(princípio da tipicidade), embora haja a possibilidade de criação de títulos de
crédito atípicos e inominados.
25
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 140.
3.1.3. Aval: O pagamento de título de crédito pode ser garantido por aval, que
é uma garantia cambial firmada por um avalista (que pode ser um terceiro
estranho ao título ou mesmo alguém a este já atrelado) ao avalizado (pessoa
cuja obrigação é garantida), garantindo o pagamento do título.
O aval será escrito na própria letra ou em uma folha anexa e, se não indicada a
pessoa por quem se dá, ou seja, em prol de quem se presta o aval (aval em
branco), entende-se que foi dado a favor do sacador (aval em branco = aval
em favor do sacador). Chama-se aval em preto o que indica o favorecido.
AVAL FIANÇA
É vedado o endosso parcial, ou seja, aquele que diga respeito apenas a uma
parte do valor constante do título. Se lançada cláusula nesse sentido, será
nula. Com o endosso, ocorre a transferência integral do crédito contido no
título.
26
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 155.
27
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 156.
O cheque também poderá ser garantido, no todo ou em parte, por aval. O único
que não pode ser avalista é o sacado. O aval poderá ser em branco ou em
preto. O aval em preto é aquele que indica o avalizado. O aval em branco é
aquele que não o indica e, neste caso, considerar-se-á avalizado o emitente.
Neste sentido, para que seja possível a sua execução, deverá estar
acompanhada do comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação
dos serviços (art. 15, Lei 5.474/68).
TÓPICO SÍNTESE
ACEITE X - - X
ENDOSSO X X X X
AVAL X X X X
TÍTULO À X X - X
ORDEM
ORDEM DE X - X X
PAGAMENTO
ABSTRAÇÃO X X X -
IV - DIREITO FALIMENTAR
3.1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS E PRINCÍPIOS
Em síntese, podemos conceituar a falência como uma forma especial de
execução, onde todos os credores deverão se concentrar em um único
processo para promover a execução conjunta do devedor. Almeja, pois,
Entende o STJ que tal expressão pode significar: a) o centro vital das principais
atividades do devedor; b) o local onde o devedor mantém suas atividades
principais e seu principal estabelecimento; ou c) o local onde a atividade se
mantém centralizada. Nesse sentido, também é o Enunciado 465 do CJF.
a) Execução frustrada;
b) Realiza ou, inequivocamente, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou
da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento
de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) Ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) Deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.
34
4.8. DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA
Caso o pedido de falência seja julgado procedente e não tenha sido realizado
o depósito elisivo (consistente no depósito, em juízo, do valor da dívida
reclamada no pedido falimentar, devidamente corrigido e acrescido de juros e
honorários) será decretada a falência do devedor. A respeito da natureza
jurídica dessa sentença declaratória, a doutrina majoritária defende a sua
natureza constitutiva, vez que é ela que constitui o devedor em estado
falimentar e instaura o regime de execução especial.
Por fim, outro ponto relevante sobre a sentença que versar sobre o pedido de
falência consiste acerca de qual será o recurso cabível: contra a sentença que
decretar a falência, caberá agravo; já aquela que denegar o pedido, caberá
apelação.
3.2. A PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO PROCESSO DE
Por seu turno, são subjetivamente ineficazes todos aqueles que sejam
praticados com a intenção de prejudicar os credores, devendo haver a prova
de tal intenção. Entretanto, diferentemente dos atos objetivos, aqueles não
podem ser declarados de ofício pelo magistrado, devendo haver a
propositura de ação nesse sentido, a Ação Revocatória, a qual poderá ser
proposta por qualquer credor ou pelo Ministério Público, no prazo de 3 (três)
anos contados da decretação da falência.
Além desse, são consideradas verbas extraconcursais, devendo ser pagas com
antecedência de qualquer outra:
QUESTÃO INÉDITA
Sobre o Processo de Falência, Recuperação Judicial e Recuperação
Extrajudicial, marque a alternativa correta:
A) O foro competente para o processamento da falência é o do domicílio do
devedor.
B) O proprietário fiduciário encontra-se sujeito aos efeitos da Recuperação
Judicial.
C) O pedido de homologação da recuperação extrajudicial é ato obrigatório,
acarretando em nulidade a inobservância desse procedimento.
D) Os créditos trabalhistas estritamente salariais, vencidos nos últimos 3 (três)
meses anteriores à decretação de falência, até o limite de 5 (cinco) salários
mínimos por trabalhador, deverão ser pagos tão logo haja disponibilidade
pecuniária.
Comentários:
Alternativa A: Incorreta, pelo fato de o foro competente para o processamento
da falência ser o do principal estabelecimento, e não o do domicílio do
devedor;
Alternativa B: Incorreta, já que, por expressa previsão legal, o proprietário
fiduciário é excluído dos efeitos da Recuperação Judicial;
Alternativa C: A homologação da Recuperação Extrajudicial é mera
faculdade, e não obrigatoriedade do devedor, não havendo nulidade alguma
se não houver o seu pedido;
Alternativa D: Correta, conforme previsto no art. 151 da Lei 11.101/05.
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
I – PARTE GERAL:............................................................................................ 4
1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS: .................................................................. 4
1.1. Conceito: .................................................................................................. 4
1.2. Natureza Jurídica: .................................................................................... 4
1.3. Princípio da Intervenção Mínima: ............................................................. 4
1.4. Princípio da Adequação Social: ............................................................... 5
1.5. Princípio da lesividade: ............................................................................ 5
1.6. Princípio da legalidade: ............................................................................ 6
1.7. Princípio da Humanidade das Penas: .................................................... 10
1.8. Princípio da Intranscendência: ............................................................... 11
1.9 Princípio da Insignaficância:.................................................................... 12
A LEI PENAL: .................................................................................................. 15
2.1 Hermenêutica e Interpretação ................................................................. 15
2.2 Lei Penal no Tempo ................................................................................ 16
2.3 Concurso aparente de Normas Penais ................................................... 17
2.4 Tempo do Crime ..................................................................................... 18
2.5 Lugar do Crime ....................................................................................... 19
2.6 Lei Penal no Espaço ............................................................................... 19
2.7 Extraterritorialidade ................................................................................. 20
2.8 Princípios Aplicáveis na Solução do Aparente Conflito Internacional de
Normas ......................................................................................................... 21
TEORIA GERAL DO CRIME: .......................................................................... 23
3.1 Relação de Causalidade (art. 13, do CP) ................................................ 23
3.2 Tentativa: ................................................................................................ 27
3.3 Culpabilidade: ......................................................................................... 27
3.4 Erro de Tipo e Erro de Proibição: ............................................................ 29
3.4.1 Descriminantes putativas .................................................................. 29
3.5 Concurso de Pessoas: ............................................................................ 32
3.5.1 Teorias sobre a autoria ..................................................................... 33
3.5.2 Teorias da acessoriedade: punição do partícipe............................... 34
TEORIA JURÍDICA DO DELITO: ILICITUDE E CULPABILIDADE ................ 36
1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS:
1.1. Conceito:
1
STJ, Súmula 502: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em
relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a
conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
CRFB, art. 5º, XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal”.
CP, art. 1º: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal”.
E é bem verdade também que, em razão da reserva legal (CRFB, art. 5º,
XXXIX e CP, art. 1º) e da lex populi (CRFB, arts. 22, I c/c 84, IV) Medida
Provisória não pode criar tipos penais, somente lei em sentido estrito pode.
DPF | 2002 | CESPE: Por ter força de lei, não viola o princípio da
F legalidade a medida provisória que define crimes e comina sanções
penais
2
Compete privativamente ao Poder Legislativo Federal dispor sobre direito penal
(CRFB, art. 22, I) e privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e
fazer publicar as leis penais (CRFB, art. 84, IV).
Mas atenção: segundo o STF, é possível que Medida Provisória trate de norma
penal não incriminadora. No RE 254.818-PR, a Corte considerou válida a MP
1.571/97 que permitiu o parcelamento de débitos tributários e previdenciários
como efeito extintivo da punibilidade.
c) Lei Escrita / Lex Scripta: nosso Direito Penal pertence à família do “civil
law”, e não à do “commom law”, isto é, entre nós o que vale é o Direito Penal
escrito, especialmente aquele relativo a normas penais incriminadoras. Ou
seja, ninguém pode ser punido por algo que não está escrito na lei penal. Por
esta razão, não se admite que um costume possa fundamentar a punição de
alguém3. Pegadinha de concurso: confundir os termos “lex stricta” (lei estrita)
ou “lex scripta” (lei escrita).
3
Mas isto não significa que os costumes não possam ser utilizados como fontes formais
secundárias. Ex: termos do Código Penal como "ato obsceno" e "repouso norturno"
são retirados dos costumes do local em que foi praticado o delito.
Ninguém pode responder pela sanção penal aplicada ao outro, pois não há que
se falar em responsabilidade solidária, subsidiária ou sucessiva no Direito
Penal. Mas isso não significa que, em caso de morte do culpado, os efeitos
civis da sentença condenatória não possam atingir a herança deixada por ele.
CRFB, art. 5º, XLV: “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido”.
Atenção: condenação à pena de multa (CP, art. 49) não se confunde com
efeitos civis da condenação penal!
PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL DO FATO / PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA IMPRÓPRIO
Infração Bagatelar Própria. Infração Bagatelar Imprópria.
Sem previsão legal CP, art. 59, in fine
Exclui-se a tipicidade material Exclui-se a punibilidade
Ex: furto de uma fruta Ex: pagamento do tributo nos crimes
contra a ordem tributária torna a pena
desnecessária
Questão Inédita
Assinale a alternativa que corresponde com as lacunas:
I. O pai de um adolescente não pode responder pelo crime praticado pelo filho
em razão do princípio _______.
II. Aquele que confessa a um policial que está indo cometer um crime, ainda
não pode ser punido em razão do princípio _______.
III. Aquele que furar uma fila de banco não pode ser punido criminalmente em
razão do princípio _______.
IV. Aquele que é flagrado vendendo um DVD “pirata” não poderia ser punido
criminalmente em razão do princípio _______.
V. Aquele que, pela primeira vez, subtrai um pacote de miojo de um
supermercado não pode ser punido em razão do princípio _______.
VI. O agente que ultrapassar sinal vermelho, incorrendo na contravenção do
art. 32 da LCP, não deve sofrer sanção penal, mas sim administrativa (multa),
em razão do princípio _______.
Ocorre quando há duas ou mais leis penais que tratam da mesma matéria de
forma distinta e se sucederam no tempo. Dessa forma, se faz necessário
estabelecer em qual lei o caso concreto deverá ficar acomodado, ou seja, se
Ex: art. 132 do CP. Já a subsidiariedade tácita, é aquela quando um tipo penal
é previsto como elementar ou circunstância legal de outro crime. Ex: art.311
CTB.
Princípio da Consunção: decorre quando um crime é meio necessário ou
normal fase de preparação ou de execução de outro crime, ou nos casos de
antefato e pós-fato impuníveis. Assim, compreende-se sempre9 que se
apresentar, entre os atos praticados pelo agente, a relação consuntiva, isto é,
de meio e fim, ou seja, consumação absorve a tentativa e esta absorve o
incriminado ato preparatório, o crime de lesão absorve o correspondente crime
de perigo, etc.
Princípio da Alternatividade: voltado para as infrações penais de ação
múltipla, também denominados de crimes plurinucleares, ou seja, aqueles tipos
penais que possuem diversos núcleos (verbos), separados pela conjunção
“ou”. Ex: art. 33 da Lei 11.343/06.
ATENÇÃO: a teoria adota pelo Código Penal é a ATIVIDADE. Para você que
vai detonar a banca do concurso para Delta da PF, memorize a Súmula 711 do
STF. “A Lei Penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.”
4
Recomenda-se muito a leitura desse HC, pois certamente a banca do seu concurso, no qual você irá
ser aprovado, cobrará esse novo entendimento.
Define o art. 5º, caput, do CP, “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no
território nacional”. Pela redação do mencionado artigo, constata-se que no
Brasil não se optou por uma teoria absoluta da territorialidade, mas uma teoria
conhecida como Temperada, visto que o Estado, mesmo soberano, em
determinadas situações abre mão da aplicação da sua legislação, em virtude
de convenções, tratados etc.
ATENÇÃO:
DESTAQUE:
A Territorialidade é a regra e sua definição está art. 5º, caput, CP (lei aplicável
é a brasileira). Extraterritorialidade é a exceção, prevista no art.7º, CP (lei
aplicável é a brasileira). Intraterritorialidade também é exceção, prevista no
art.5º, caput, CP (lei aplicável é a lei estrangeira. Ex: Imunidade diplomática).
2.7 Extraterritorialidade
É forma pela qual se aplica a lei brasileira às infrações penais cometidas além
de nossas fronteiras. É dividida em duas espécies:
11
a) Extraterritorialidade Incondicionada: se aplica a lei brasileira,
independentemente de qualquer condição, topograficamente estão
localizadas no inciso I do art.7º do Código Penal.
Você tem que lembrar – apesar de existir claro “bis in idem” no trato da
extraterritorialidade incondicionada, no entanto, esse passa a ser tolerado pelo
ordenamento como exceção, fundamentado na soberania dos países.
GABARITO COMENTADO:
Importante destacar que nos crimes de mera conduta jamais haverá resultado
naturalístico, razão pela qual se subtrai a relação de causalidade, enquanto nos
crimes formais o resultado naturalístico pode ocorrer, mas não é necessário
para a consumação.
Por fim, para a teoria da imputação objetiva, desenvolvida por Claus Roxin, o
sistema finalista, ao limitar o tipo objetivo à relação de causalidade, de acordo
com a teoria da equivalência dos antecedentes, não resolve todos os
problemas inerentes à imputação. Veja o exemplo apresentado por Claus
Roxin: imaginemos que “A” venda heroína a “B”. Os dois sabem que a injeção
de certa quantidade de tóxico gera perigo de vida, mas assumem o risco de
que a morte ocorra. “A” o faz porque o que lhe interessa é principalmente o
dinheiro, e “B”, por considerar sua vida já estragada e só suportável sob estado
de entorpecimento. Deve “A” ser punido por homicídio cometido com dolo
eventual, na hipótese de “B” realmente injetar o tóxico e morrer? A causalidade
de “A” para a morte de “B”, bem como o seu dolo eventual, encontram-se fora
de dúvida. E se considerarmos a causalidade suficiente para a realização do
tipo objetivo, tem-se que concluir pela punição de “A”. Desta forma, para
resolver o caso narrado, a teoria da imputação objetiva insere duas novas
elementares – criação de um risco proibido e realização do risco no
resultado – no tipo objetivo. Então, para esta teoria, a relação de causalidade
só estaria caracterizada quando ultrapassada três etapas: 1ª) teoria da
equivalência dos antecedentes; 2ª) imputação objetiva; e 3ª) dolo ou culpa.
O risco criado deve ser proibido pelo Direito: nem toda ação perigosa
é proibida pelo Direito. A doutrina aponta como causas de exclusão do
risco proibido: comportamento exclusivo da vítima em situação de
perigo; as contribuições socialmente neutras (exemplo de Jakobs:
padeiro vende o pão ao autor, consciente de que este o usará para
envenena alguém); os comportamentos socialmente adequados
(princípio da adequação social); proibição de regresso (não haveria
criação de um risco proibido nos casos em que a ação não dolosa de
alguém precedesse a ação dolosa de um terceiro. Exemplo: aquele que
esquece a sua arma, que vem a ser encontrada por outrem
posteriormente e utilizada para a prática de um crime de homicídio, não
seria responsabilizado).
CORRETA: Letra A.
INCORRETAS:
- Teorias
3.3 Culpabilidade:
- Teorias
CULPABILIDADE
FATO TÍPICO ILICITUDE (TEORIA
PSICOLÓGICA)
1. CONDUTA ___________ 1.IMPUTABILIDADE
2. RESULTADO (PRESSUPOSTO)
3. NEXO CAUSAL 2. DOLO NORMATIVO
4. TIPICIDADE OU CULPA
CULPABILIDADE
FATO TÍPICO ILICITUDE (TEORIA
PSICOLÓGICA)
1.CONDUTA ___________ 1.IMPUTABILIDADE
2. RESULTADO 2. DOLO OU CULPA
3. NEXO CAUSAL 3. EXIGIBILIDADE DE
4. TIPICIDADE CONDUTA DIVERSA
- Natureza jurídica
A) a motivação do crime.
B) a intensidade do dolo.
C) o iter criminis percorrido pelo agente.
D) a periculosidade do agente.
CORRETA: Letra C.
CORRETA: Letra A.
INCORRETAS:
CORRETA: Letra A.
- Conceito
- Requisitos
A doutrina ainda aponta duas outras teorias: dualista e mista. Para a teoria
dualista, no caso de pluralidade de agentes e de condutas diversas,
provocando um mesmo resultado, há dois crimes distintos: um para o
coautores e outro para os partícipes. E para a teoria mista, “o delito concursal
é uma soma de delitos singulares, cada um dos quais pode ser chamado delito
em concurso. Entre o delito em concurso e o concursal, há a mesma diferença
que existe entre a parte e o todo. E o traço característico do primeiro reside
em que ele não constitui uma entidade autônoma, mas elemento de um delito
complexo que é o concursal” (Francesco Carnelutti).
O CP, em seu art. 29, caput, adotou a teoria restritiva, no prisma objetivo-
formal, diferenciando autor e partícipe. Porém, tal teoria deve ser
complementada pela teoria da autoria mediata.
A conduta do partícipe tem natureza acessória, pois ele não realiza o núcleo do
tipo penal e há diversas teorias acerca da acessoriedade, formuladas com base
em seus graus, senão vejamos:
CORRETA: Letra D.
Há, no estado de necessidade, uma colisão entre dois bens jurídicos distintos,
e um prevalecerá sobre o outro, mediante a efetivação de um juízo de
ponderação perante o caso concreto. Não há valores preestabelecidos para os
aludidos bens jurídicos.
A legítima defesa não pressupõe uma colisão entre bens jurídicos, mas sim um
direito de repelir agressão injusta contra estes, em razão da impossibilidade de
atuação tempestiva e onisciente do Estado.
4.2.1. Imputabilidade:
Questão Inédita
Assinale a alternativa INCORRETA:
Comentário:
5. SANÇÃO PENAL:
Art. 33 - (...)
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
De acordo com o texto original da Lei nº 8.072/90, que dispõe sobre os crimes
hediondos, a pena prevista para os crimes hediondos e equiparados (tortura,
tráfico de entorpecentes e drogas afins e terrorismo) deveria ser cumprida
integralmente em regime fechado, conforme art. 2º, §1º, independentemente
da quantidade da pena fixada na sentença. Entretanto, o Plenário do STF
reconheceu a inconstitucionalidade desse artigo (HC 82.959/SP). O legislador,
então, editou a Lei nº 11.464/07 para dar nova redação ao art. 2º da Lei n.
8.072/90, prevendo que a pena será cumprida inicialmente em regime
fechado. O STF, em controle incidental, declarou a inconstitucionalidade da
nova redação do art. 2º, §1º, dada pela Lei 11.464/07. Assim, atualmente, o
regime inicial pode ser diverso do fechado.
A Lei 9.455/97, que define os crimes de tortura, por sua vez, estabelece que o
condenado por crime de tortura, ressalvada a hipótese do §2º do art. 1º, iniciará
o cumprimento da pena em regime fechado (art. 1º, §7º). No entanto, o STF
decidiu pela inconstitucionalidade da obrigatoriedade de regime inicial
fechado para os crimes hediondos e equiparados.
- Pena-base (1ª fase): o juiz fixará a pena-base dentro dos limites legais e
segundo as circunstâncias judiciais.
Os antecedentes, por sua vez, são os dados atinentes à vida pregressa do réu
na seara criminal. Todos os fatos e acontecimentos que envolvem o seu
passado criminal, bons ou ruins. Todos os demais fatores que envolvem a vida
pretérita do agente, que não os indicados na folha de antecedentes, devem ser
analisados no âmbito da conduta social. A Súmula 444 do STJ assim dispõe:
“É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena-base”. Desta forma, exige-se o trânsito em julgado da
condenação, em respeito ao princípio constitucional da presunção de não
culpabilidade. Para a caracterização dos maus antecedentes basta a existência
de uma condenação penal definitiva, pouco importando o momento de sua
concretização, ou seja, embora exista um crime anterior, o trânsito em julgado
da condenação pode ser anterior ou posterior à prática do novo delito, no qual
será considerada a circunstância judicial desfavorável.
Por fim, o comportamento da vítima diz respeito à sua atitude, que tem o
condão de provocar ou facilitar a prática do crime. Cuida-se de circunstância
judicial ligada à vitimologia, ou seja, ao estudo da participação da vítima e dos
males a ela produzidos por uma infração penal.
Conduta social: “O fato de o réu ser usuário de drogas não pode ser
considerado, por si só, como má-conduta social para o aumento da pena-base.
A dependência toxicológica é, na verdade, um infortúnio. (STJ. 6ª Turma. HC
201.453-DF, j. 02/02/2012).
“Lucro fácil” não pode ser usado como argumento para aumentar a pena
da concussão: “Em caso de condenação do réu por concussão, não pode
aumentar a pena-base sob o argumento de que o réu tinha por objetivo o lucro
fácil. O lucro fácil, argumento utilizado pelo magistrado para aumentar a pena
base, é sempre existente na concussão e consiste na própria “vantagem
indevida”, que é uma das elementares do tipo”. (STF. 2ª Turma. RHC 117488
AgR/RJ, j. 01/10/2013).
Circunstâncias agravantes
Circunstâncias atenuantes
Na aplicação da pena,
CORRETA: Letra A.
INCORRETAS:
Por sua vez, o art. 197, parágrafo único, da Lei. 9.279/96 (crimes contra a
propriedade industrial) autoriza a redução da pena de multa em até 10 vezes,
dependendo das condições pessoais do agente e da vantagem auferida no
caso concreto.
CORRETA: Letra B.
5.4.1 Concurso formal (ou ideal): é aquele em que o agente, mediante uma
única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Da leitura do art.
70, caput, do CP, destacam-se dois requisitos: unidade de conduta (uma só
ação ou omissão) e pluralidade de resultados (dois ou mais crimes).
O art. 70, em seu parágrafo único, dispõe que “não poderá a pena exceder a
que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código”. O concurso formal
próprio ou perfeito, no qual se adota o sistema da exasperação para aplicação
da pena, foi criado para favorecer o réu, afastando o rigor do concurso material
nas hipóteses em que a pluralidade de resultados não deriva de desígnios
autônomos. Assim, quando o sistema de exasperação for prejudicial ao
acusado, deve ser excluído, para o fim de incidir o sistema do cúmulo material.
CORRETA: Letra D.
INCORRETAS:
5.6 Prescrição
- Espécies
A medida se segurança, qualquer que seja sua espécie, pode ser aplicada aos
inimputáveis (art. 26, caput, do CP), ou aos semi-imputáveis (art. 26, parágrafo
único, do CP), quando comprovada a periculosidade e o condenado necessitar
de especial tratamento curativo. Submetem-se, em qualquer hipótese, ao
instituto da prescrição.
- Prescrição e ECA
- Prescrição da multa
A pena de multa ocorrerá (art. 114, CP): I – em 2 anos, quando a multa for a
única cominada ou aplicada; II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição
da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. Esse dispositivo é
aplicado quando a sanção pecuniária ainda não transitou em julgado
(prescrição da pretensão punitiva). Ademais, incidem as causas impeditivas e
interruptivas previstas no arts. 116, I e II, e 117, I a IV, CP.
CORRETA: Letra C.
INCORRETAS:
A prescrição retroativa,
CORRETA: Letra E.
II – PARTE ESPECIAL:
Assim como a Parte Geral, vamos abordar os pontos que mais foram cobrados
nas últimas provas
.
1. Crimes contra a Pessoa (arts. 121 a 154-B, do CP)
Não confundir com a atenuante prevista no art. 65, III, “c” do CP (sob a
influência de violenta emoção). Domínio pressupõe imediatidade (reação logo
em seguida). Isso não tem na influência. “Logo em seguida” é incompatível
com premeditação. Domínio é aplicado na segunda fase (causa de diminuição
de pena); influência é aplicada na terceira (atenuante).
Importante destacar aqui a Lei 13.434 de 2017 que veda o uso de algemas em
mulheres grávidas durante o parto e em mulheres durante a fase de puerpério
imediato.
Sujeito ativo e sujeito passivo
Se a mãe, influenciada pelo estado puerperal e logo após o parto, mata outra
criança acreditando ser seu filho, responderá por infanticídio (infanticídio
putativo); se, porém, nas mesmas condições, matar um adulto, o crime será de
homicídio.
Anencefalia
67
Se a mãe, sob o estado puerperal, praticar alguma conduta visando a morte do
filho, nascente ou recém-nascido, acometido por anencefalia, estará
caracterizado crime impossível, em razão da impropriedade absoluta do objeto
material, nos termos do art. 17, do CP, conforme entendimento do STF no
julgamento a ADPF nº 54/DF.
O art. 128 do CP traz duas situações em que o aborto não será punido: i) se
não há outro médio de salvar a vida da gestante; ii) se a gravidez resulta de
estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de deu representante legal. Prevalece que são duas causas
especiais de exclusão da ilicitude. Em ambas, o aborto deve ser praticado
por médico. Ademais, é desnecessária autorização judicial para o aborto.
Aborto eugênico ou eugenésico
O homicídio privilegiado
CORRETA: Letra A.
INCORRETAS:
B) No caso seria injusta PROVOCAÇÃO da vítima (art.
121, §1º, CP) e não agressão.
C) só pode incidir em qualificadora de ordem objetiva.
D) É competência do Tribunal do Júri.
E) Não é crime hediondo.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum), porém se for
funcionário público, e o fato for cometido no exercício de suas funções,
responderá por abuso de autoridade, nos termos dos arts. 2º e 3º da Lei
4.898/65. Por sua vez, sujeito passivo do delito de constrangimento ilegal
também pode ser qualquer pessoa, mas desde que dotada de capacidade de
autodeterminação.
Lei de tortura: resta configurado o crime de tortura (art. 1º, §4º, III da Lei
9.455/97) quando o sequestro é cometido com o fim de obter informação,
declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, para provocar ação
ou omissão de natureza criminosa ou em razão de discriminação racial ou
religiosa.
CORRETA: Letra C.
A assertiva está de acordo com o art. 149, do CP.
INCORRETAS:
Consumação
No STF e no STJ prevalece a teoria da amotio (ou apprehensio), na qual a
consumação do furto se dá com a posse de fato da res furtiva, ainda que por
breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada do bem.
Roubo qualificado pela morte ou latrocínio (art. 157, §3º, parte final)
CORRETA: Letra B.
INCORRETAS:
Com o advento da Lei 12.015/2009, houve uma fusão, em um único delito, dos
crimes em comento. O tipo penal do estupro fora ampliado. Assim, atualmente,
CORRETA: Letra B.
INCORRETAS:
Nos delitos de perigo, é importante deixar claro que não é necessária a efetiva
lesão do bem jurídico, bastando apenas sua exposição a uma situação
perigosa, evidenciada pela provável ocorrência de dano.
O sujeito ativo do delito de incêndio pode ser qualquer pessoa (crime comum),
inclusive o proprietário do bem incendiado, desde que a conduta resulte perigo
comum, pois não há crime na conduta de danificar o próprio patrimônio. Por
sua vez, o sujeito passivo é a sociedade (crime vago), bem como as pessoas
diretamente atingidas pelo incêndio, as quais tiveram seus bens jurídicos
ameaçados ou até mesmo ofendidos.
Aumento de pena
Estão previstas no art. 288, parágrafo único do CP, quais sejam: associação
armada ou se houver participação de criança ou adolescente.
No que diz respeito à associação armada, a lei não faz restrição quanto ao tipo
de arma, ou seja, incidirá o aumento da pena tanto na hipótese de arma própria
(revólver, pistola, etc.) quanto no caso de arma imprópria (barra de ferro, taco
de beisebol, etc.). A arma branca (faca, espada, machado, etc.) também vai
ensejar o aumento da pena.
Porém, não basta somente memorizar essas tabelas, mas sim, para completar
seu estudo é necessário compreender as seguintes peculiaridades inerentes
aos Crimes hediondos. Assim, citaremos os seguintes tópicos:
Crimes Hediondos e equiparados: trata-se do famoso 3T, ou seja,
Tortura, o Tráfico de Drogas e o Terrorismo são equiparados a crimes
hediondos, isto é, embora não estejam no rol taxativo do art.1º, terão o mesmo
tratamento dos crimes hediondos.
Anistia, Graça e Indulto: de acordo com o art.5º XLIII, CF/88, é vedada a
concessão de anistia e graça aos crimes hediondos e equiparados. A Lei
8.072/90 vai além para vedar também a concessão de indulto. Parcela
minoritária da doutrina entende que vedar o indulto é inconstitucional. No
entanto, prevalece o entendimento de que essa proibição é constitucional, pois
a diferença básica entre a graça e o indulto é aquela que se refere a um
indivíduo em específico, enquanto que esta é de natureza coletiva.
Direito de apelar em liberdade: não existe nenhuma limitação a esse
direito, a regra é o direito de responder em liberdade, a não ser quando
estejam presentes os pressupostos e requisitos da prisão preventiva.
5
https://www.conjur.com.br/2017-out-30/opiniao-figura-equiparada-porte-arma-uso-restrito
naohedionda
6
http://meusitejuridico.com.br/2017/10/28/lei-13-49717-torna-hediondo-o-crime-de-posse-ou-
portede- arma-de-fogo-de-uso-restrito/
Nesse contexto, cabe destaque ao art.28 da referida lei que não prevê pena
privativa de liberdade ao usuário, inovando ao tratar o consumo pessoal de
drogas mais como um problema de saúde pública, apesar de ainda criminalizá-
lo.
A Lei de Drogas, não apresenta no seu tipo penal um conceito de drogas, trata-
se de uma norma penal em branco, pois o seu preceito secundário é completo,
mas o preceito primário exige complemento por outra lei, decreto, portaria etc.
A lei define ao todo dezoito condutas típicas, não sendo possível em nenhuma
dessas condutas a aplicação do princípio da insignificância. Cabe ainda
destacar, que se trata de crime do tipo misto alternativo, pois o agente que no
mesmo contexto prática mais de uma conduta prevista no tipo penal responde
apenas por um crime. Note que essa lei não exige a intenção de lucro para sua
caracterização.
Da pena
Dessa forma, com esse dispositivo e com o art. 43, o juiz fixará o montante da
pena privativa de liberdade e o número de dias-multa de acordo com os
critérios ali mencionados, sendo evidente, portanto, que a pessoa presa ao
vender uma pequena porção de maconha deve sofrer uma punição muito
menor que aquela flagrada na posse de uma tonelada de cocaína.
Aqui, no entanto, atente-se, pois, o art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, asseverou o
regime inicial para o crime de tráfico deve ser necessariamente o fechado,
independentemente do montante da pena aplicada e de ser o réu primário ou
reincidente. Acontece que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em 27 de
junho de 2012, declarou, por oito votos contra três, a inconstitucionalidade
deste art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, por entender que a obrigatoriedade de
regime inicial fechado para penas não superiores a 8 anos fere o princípio
constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI, da Constituição
Federal).
Trata-se de crime formal, que se consuma com a mera união dos envolvidos,
ou seja, no momento em que se associam. Desta forma, ainda que sejam
detidos antes da prática do primeiro tráfico de entorpecentes, já estarão
incursos no tipo penal. Por sua vez, haverá concurso material com o crime de
tráfico quando, após a associação, vierem efetivamente a cometer qualquer
dos crimes dos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei. Em relação aos sujeitos,
temos o sujeito ativo qualquer pessoa e o sujeito passivo que é coletividade.
Esse tipo penal asseverado pelo art.37 da lei de drogas, o informante não é
integrante da associação, mas colabora com o grupo, organização ou
associação voltados para o tráfico. Ex: O fogueteiro que avisa a chegada dos
policiais. No entanto, se o informante for integrante de um grupo, com atuação
específica visando com seus atos reiterados praticar conduta que seja mais
que a mera informação, corroborando nas atividades desse grupo criminoso na
empreitada criminosa, esse responderá por associação ao tráfico, pois trata de
conduta mais gravosa.
Atente-se a que esse delito, apesar de previsto na Lei n. 9.455/97, não constitui
crime de tortura. Saliente-se, por fim, que, pelo fato de a pena mínima não
exceder um ano, é, em tese, cabível o benefício da suspensão condicional do
processo, desde que presentes os demais requisitos do art. 89 da Lei n.
9.099/95.
Esse tipo penal surgiu a partir do compromisso assumido pelo Brasil no plano
internacional, ao firmar a Convenção de Viena, a Convenção de Palermo (art.
6º) e a Convenção de Mérida (art. 14). A Lavagem de Dinheiro pode ser
definida como atividade de desvinculação ou afastamento do dinheiro da sua
origem ilícita para que possa ser aproveitado. A criação desse tipo penal parte
do pressuposto de que o agente que busca proveito econômico na prática
criminosa precisa disfarçar a origem dos valores, ou seja, desvincular o
dinheiro da sua procedência delituosa e conferir-lhe uma aparência lícita a fim
de poder aproveitar os ganhos ilícitos, considerado que o móvel de tais crimes
é justamente a acumulação material.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, podendo ser cometido pelo mesmo agente
que praticou o crime anterior ou por outra pessoa
Sujeito Passivo: de forma primária, a coletividade ou o Estado. Secundário,
eventual pessoa que possa ter sofrido prejuízo.
Já no STF, não há, ainda, posição firmada a respeito do tema (STF, Inq. 2.471,
Lewandowski, Pl., 29/09/2011). Ao contrário do crime do caput, que é material,
o delito do § 1º é formal, como resulta claro pelo emprego da expressão para
ocultar ou dissimular. Trata-se de um tipo antecipado, que se consuma mesmo
que não ocorra efetiva ocultação ou dissimulação, bastando para a
Espécies de Captação
Trata-se da captação de conversa feita por um
Interceptação terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que
Telefônica depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII
do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n.
9.296/1996.
Gravação A gravação Clandestina consiste em uma gravação
Clandestina ambiental, pessoal ou telefônica feita por um dos
interlocutores sem o conhecimento dos demais.
Escuta telefônica é a captação de conversa feita por
Escuta Telefônica um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos
interlocutores.
a)Interceptação Ambiental: é captação da
Comunicação comunicação do próprio ambiente sem consentimento
ambiental é aquela dos interlocutores
realizada b) Escuta ambiental: seria a captação da conversa
No que tange, os sujeitos ativo e passivo, o primeiro pode ser qualquer pessoa
que possua arma de fogo. Caso não possua registro da arma, responde
também pelo tipo do art.12. Já o segundo, seria a coletividade e o menor de 18
anos ou pessoa portadora de deficiência mental que se apodere de arma de
fogo.
É um crime que possui tipo misto alternativo, ou seja, aquele no qual o agente
pratica mais de uma conduta no mesmo contexto, porém responde por um
único crime. Destarte, trata-se de crime de perigo abstrato, isto é, a lei presume
de forma absoluta que a mera conduta de portar arma de fogo coloca em risco
a incolumidade pública, motivo pelo qual é desnecessário comprovar que o
agente praticou outra conduta que tenha sido capaz de colocar em risco a
integridade corporal ou a vida de alguém em perigo.
São exemplos de armas restritas: armas de fogo com longas rajadas, cuja
munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a mil libras. Vide o
fuzil 7.62.
O art.17 é composto por alternativo misto, isto é, quem pratica mais de uma
conduta prevista no tipo penal responde apenas por um crime. Trata-se de
crime próprio, pois somente pode praticar o crime o sujeito que está no
exercício de atividade comercial ou industrial.
Esse tema, deve merecer atenção especial futuro Delta federal. Assim, saiba
que o objeto jurídico tutelado aqui é a incolumidade pública, no sentido de
evitar o comércio internacional de armas de fogo, acessórios ou munições.
No que tange aos sujeitos, o ativo pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime
comum. Se o delito for cometido por qualquer das pessoas elencadas nos arts.
6º, 7º e 8º da Lei, a pena será elevada em metade. Não se tratando de uma
dessas pessoas, mas sendo o agente funcionário público, responderá também
por crime de corrupção passiva, caso tenha recebido alguma vantagem para
facilitar a entrada ou saída da arma no território nacional. Já o sujeito passivo é
a coletividade.
Essa Lei apresenta como objeto jurídico primário a paz pública; e de forma
secundária o bem atingindo pela organização criminosa. O sujeito ativo pode
ser qualquer pessoa, o passivo é coletividade. E as condutas tipificadas são o
promover, constituir, financiar e integrar. O elemento subjetivo é o dolo, e a
consumação ocorre por se tratar de crime formal, com prática de qualquer uma
das condutas típicas (tipo misto alternativo), não exigindo a produção de um
resultado material. Haverá de acordo com art.2º, caput, concurso material entre
a pena desse crime com a dos crimes efetivamente cometidos.
LEI Nº12.850/13
Colaboração premiada: é o acordo celebrado entre o investigado ou acusado
e o Estado, no qual o agente delituoso se compromete a prestar informações
relevantes em troca de um benefício (perdão judicial, redução da pena ou
substituição da pena privativa de liberdade
Beneficiário: integrante da organização criminosa objeto de investigação ou
ação penal.
Perdão Judicial: Trata-se de ação declaratória da extinção da punibilidade
vide Súmula 18 do STJ
Colaboração posterior à sentença: geralmente, a colaboração é feita na
fase de investigação ou durante a ação penal. Porém existe a possibilidade da
colaboração após a sentença, hipótese em que os benefícios poderão ser:
redução da pena até metade ou progressão do regime.
Ação Controlada: denominada também de flagrante retardado, diferido ou
postergado, consiste na possibilidade de a autoridade policial não prender em
flagrante o agente que se encontra nessa situação, a fim de intervir em outro
momento mais oportuno, com o objetivo de prender mais integrantes.
Infiltração de agentes: consiste no ingresso de um policial em organização
criminosa, com o objetivo de conhecer melhor o seu funcionamento e
corroborar nas investigações.
Responsabilidade pelos excessos: a infiltração de agente não é um
passaporte para cometimento de infrações penais. Sendo assim, qualquer
excesso que constitua infração penal será punida. Atenção ao parágrafo único
do art.13 que possui a excludente de culpabilidade por inexigibilidade de
conduta diversa.
Deve ser lembrado que o Estado arrecada para cumprir certas finalidades, de
interesse coletivo, nomeadamente a concretização de políticas públicas que
demandam recursos financeiros.
Em relação aos sujeitos do crime, temos o sujeito ativo que pode ser qualquer
pessoa, pois os crimes contra a ordem tributária são considerados comuns,
uma vez que não é exigida a qualidade de contribuinte ou responsável (CTN,
art. 121) do sujeito ativo do delito. Assim, muitas vezes, o delito é cometido no
âmbito de uma pessoa jurídica, que é a contribuinte, mas a responsabilidade
penal recairá sobre os seus administradores.
A Lei Maria da Penha define que todo o caso de violência doméstica e intra
familiar é crime, deve ser apurado através de inquérito policial e ser remetido
ao Ministério Público. Esses crimes são julgados nos Juizados Especializados
de Violência Doméstica contra a Mulher, criados a partir dessa legislação, ou,
nas cidades em que ainda não existem, nas Varas Criminais. Essa lei também
torna típico as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas
pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão
e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim
como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de
assistência social. A Lei n. 11.340, publicada em 7 de agosto de 2006, passou
a ser chamada Lei Maria da Penha em homenagem à mulher cujo marido
tentou matá-la duas vezes e que desde então se dedica à causa do combate à
violência contra as mulheres.
O art.5º da referida lei apresenta em seus incisos algumas palavras chaves
a saber:
Por fim, os crimes descritos na lei 11.340/06 ficam excluídos das medidas
despenalizadoras como a composição civil dos danos, transação penal,
representação e suspensão condicional do processo. Assim, também cabe
destaque a Súmula 542 do STJ “ A ação penal relativa ao crime de lesão
corporal resultado de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada”.
Crimes hediondos:
Lei de Drogas:
Lavagem de Dinheiro
Estatuto do Desarmamento
Comentários:
a) Conforme foi estudado, é pacífico na jurisprudência que
não implica a prática das condutas típicas de
desobediência dispostas nos artigos 330 ou 359 do Código
Penal no caso de não cumprimento de medida protetiva na
lei 11.340/06.
b) Não, pois houve o realinhamento da posição
jurisprudencial, contrariando a Súmula 512 do STJ,
asseverando que tráfico privilegiado não constitui crime de
natureza hedionda.
c) Não existe jurisprudência nesse sentido, pois essa
jurisprudência corresponde ao crime de furto.
d) Como já citado, apesar da divergência entre STF e STJ
quanto ao tanto do valor a ser considerado no crime de
descaminho como insignificante, ambos admitem a
aplicação desse princípio. Lembrando STF entende ser
significante até o valor de 20 mil reais e STJ até 10 mil
reais.
e) Apesar de toda divergência doutrinária e jurisprudencial
acerca do tema, ainda se constitui crime, ou seja, não
ocorreu a despenalização e muito menos a sua supressão
do Código Penal.
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
5.1 IMPOSTO:............................................................................................... 34
5.2 TAXAS: ................................................................................................... 34
5.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: .......................................................... 34
5.4 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: ............................................................. 35
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS .......................................................................... 36
Pois bem, essa definição nos interessa bastante, ao passo que introduz o
assunto da limitação ao poder de tributar. Ora, é dizer que o direito tributário
não cuida apenas de representar o poder do Estado, mas, também, o dever de
respeito a certos limites.
Ótimo. Para ajudar a se organizar seus estudos, vamos dividir esse assunto em
duas partes: primeiro, os princípios do direito tributário e, depois, os casos de
imunidades. Partiu?
1.2 PRINCÍPIOS
Outra questão importante: o conceito de lei trazido pela CF/88 no inciso acima
mencionado é no sentido amplo ou estrito? Estrito. Apenas pode haver
instituição ou majoração de tributo mediante lei strictu senso, pegou?
Acerca dos impostos residuais, a Constituição dispõe que a União poderá criar
novos impostos, ainda não previstos na Constituição, mediante Lei
Complementar, “desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador
ou bases de cálculos próprios dos discriminados na Constituição”.
Só para ver se você está ligado: essa parte destacada acima, em itálico, serve
para quê? Para se evitar o fenômeno do bis in idem. Beleza? Deixa esse
celular de lado e continua aqui comigo!
Medida Provisória
Atenção aqui que isso pega muita gente! Pode haver aumento de tributo por
MP? Críticas doutrinárias a parte, após a EC 32 de 2001 a resposta é que, em
alguns casos, pode sim!
Essa previsão está contida no novo art.62, §2º, da CF, mas depende
essencialmente de dois critérios: urgência E relevância. Note que não basta
haver a presença de um dos critérios: é uma exigência cumulativa.
Vou só te fazer mais uma perguntinha para saber se você está atento: pode o
Estado aumentar tributo por meio de Decreto quando presentes a urgência e a
relevância? Não pode! Você leu Medida Provisória, não Decreto. Se liga!
Impostos Extrafiscais
Em primeiro lugar: você já sabe o que são os impostos extrafiscais? Ainda
não? Então memoriza! Os impostos dessa natureza são aqueles cuja principal
função não é propriamente a arrecadação, mas sim uma função econômica,
mais ligada às atividades mercantis, ou seja, de intervenção do estado na
medida de incentivar ou desestimular determinados comportamentos.
A exceção aqui mencionada reside no art. 153, §1º da CF. De acordo com
esse dispositivo, é facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas dos
impostos extrafiscais (os listados acima). Atenção: esse permissivo
constitucional vale apenas para alteração (para mais, inclusive) das
alíquotas e não para a instituição de impostos.
Candidato, vamos focar aqui! Se você largar esse celular, pegar a sua
Constituição Federal e abrir no art. 150, III, “a”, você vai encontrar o princípio
da anterioridade tributária ali positivado.
Veja a seguinte situação que pode constar na sua prova: o Ente Federativo X
aumentou, em julho de 2017, o Imposto Y (que já havia sido instituído há vários
anos) por meio da Lei Z. Esse imposto poderá ser cobrado em agosto? Olhe,
olhe! Ele poderá ser cobrado em agosto sim, mas a alíquota aplicada deverá
ser a antiga, não a majorada. Entendeu? Cuidado com a forma com que a sua
questão vai aparecer!
O mesmo art. 150, agora em seu §1º já é bem claro quanto às exceções: “A
vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, IV e V; e 154, II”. E meu futuro Promotor, para facilitar sua vida, os
tributos mencionados são os seguintes:
(Art. 153, I, II, IV e V) – II, IE, IPI e IOF. Pessoal, também tem haver com a
extrafiscalidade característica desses tributos!
(Art. 154, II) – Imposto extraordinário guerra, nos termos da CF: “na
iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.” A
Perceba que o dispositivo não se resume a isso: sua parte final afirma que,
ademais, deve ser respeitada a regra da alínea “b”, qual seja, a regra da
anterioridade tributária, em relação ao exercício fiscal! Esses dois últimos
princípios que vimos, portanto, andam quase sempre de mãos dadas, mas há
exceções! Significa dizer que haverá casos em que o tributo se sujeitará à
apenas uma das anterioridades, bem como casos em que não respeitará
nenhuma, por isso, analise caso a caso.
Sabemos que esse princípio vem positivado, em nossa Constituição, antes das
duas faces da anterioridade, posto que presente ainda na alínea a, do inciso
III do Art. 150. No entanto, achamos mais fácil te explicar, primeiro, os dois
princípios retro. Vamos ver o motivo da nossa escolha!
Ora, se a autoridade tributária não pode te cobrar o tributo, via de regra, dentro
de um prazo de no mínimo 90 dias, mais todo aquele restante para o final do
exercício fiscal, como ela poderia ter cobrar um tributo com base em um fato
gerador que ocorreu antes da publicação da Lei que criou ou majorou o
determinado tributo? Essa possibilidade não faz sentido, certo?
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito (ou seja, retroage):
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; (primeira
exceção)
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado (segunda exceção):
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta
de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente
ao tempo da sua prática (grifo nosso).
Saiba uma coisa: a grande maioria das tuas questões de princípios vai estar
relacionada aos que vimos acima. Não arrisque, se garanta! Vamos ver mais
alguns princípios que podem derrubar teus concorrentes, mas não você!
O princípio acima se encontra no art. 150, V, CF. Veja como esse art. 150 é
recorrente. Se eu fosse você começava a colar uns post it pela casa com a
redação desse dispositivo.
Essa definição está no art. 152 e decorre do princípio federativo. Sua função é
acabar com as chamadas Guerras Fiscais ou tributárias. Nesse passo, não é
legítimo à entidade política prever quaisquer elementos discriminatórios,
→ Imunidade: CF
→ Isenção: Lei
QUESTÃO INÉDITA
Analise as assertivas abaixo:
I – Em respeito ao princípio da legalidade tributária, não pode o Presidente
majorar tributo por meio de Decreto;
II – Em atenção ao princípio da anterioridade, o instrumento legal que majore
alíquota de IPI somente pode ser aplicado no exercício fiscal seguinte;
III – De acordo com o princípio da capacidade contributiva, as modalidades
tributárias são cobradas sempre de forma proporcional ao poder aquisitivo do
contribuinte;
IV – As imunidades tributárias relacionadas aos valores culturais, protegidos
e tutelados pela CF, se estendem aos livros, CDs de DVDs de produções
originais de artistas estrangeiros;
V – A imunidade tributária conferida às instituições de assistência social
também vale para aquelas que cobram valores populares de seus assistidos.
Quais das alternativas acima estão corretas?
A) Apenas os itens I e IV;
B) Apenas os itens I, II e V;
C) Nenhuma das alternativas;
D) II, III e IV;
E) Apenas o item I.
Comentários:
I – Verdadeira. Pessoal, a exceção é por medida provisória! De fato, o
Presidente não pode majorar tributo por Decreto.
II – Falsa. Lembra do nosso quadrinho? O IPI é uma exceção ao princípio da
anterioridade fiscal, ele só respeita a nonagesimal.
III – Falsa. Apesar da ideia poder até ser essa, na prática, vários impostos não
seguem esse princípio, como o exemplo do qual falamos: o ICMS.
IV – Falsa. Cuidado! Em relação aos livros, não há qualquer distinção entre
autores nacionais ou estrangeiros. Já no caso de CDs e DVDs há sim!
V – Falsa. O entendimento jurisprudencial nos diz que não pode haver
cobrança aos assistidos, para que se tenha direito à imunidade.
Observe algumas matérias que devem ser tratadas por Lei Complementar:
A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para que
os entes políticos o façam por meio de leis próprias. Assim, podemos definir a
competência tributária como o poder constitucionalmente atribuído de editar
leis para a instituição de tributos. O exercício do poder atribuído é uma
faculdade, não uma imposição constitucional.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITCMD
Competência
para legislar É CONCORRENTE da União, Estados e Distrito Federal.
sobre direito
tributário
PRIVATIVA: de cada ente para a instituição dos impostos
previstos na CF/88.
COMUM: taxas e contribuição de melhoria
Justificativas:
RESPOSTA: C
3. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Dispõe o CTN que os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador
seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação (art. 130,
CTN).
QUESTÃO INÉDITA
Diante das assertivas abaixo, indique a verdadeira.
A) As obrigações tributárias principais e acessórias decorrem de fatos
geradores distintos, que podem ser de ordem jurídica ou fática, e, por isso, a
obrigação acessória jamais pode se transformar em obrigação principal:
B) Ao comprar um imóvel “X”, em 2017, com débitos de IPTU relativos ao
exercício de 2016, o adquirente não é responsável pela quitação desse débito
com o fisco.
C) O exercício de atividade comercial clandestina por uma pessoa jurídica “A”,
diante da qual não se pagou devidamente o ICMS, pode gerar
responsabilidade por infração aos seus sócios-administradores, mas, em
nenhuma hipótese, aos seus contadores.
D) A denúncia espontânea do contribuinte, quando realizada antes de
qualquer procedimento investigativo por parte da autoridade fiscal sobre
aquele determinado tributo e quando acompanhada de pagamento adequado,
afasta a figura da responsabilidade de terceiro.
Comentários:
a) Pessoal, a questão está errada por um detalhe que não pode passar batido.
Conforme já visto, a obrigação acessória pode sim vir a se transformar em
principal. Falsa.
b) Preste atenção! Está-se diante de caso de responsabilidade de sucessor e,
portanto, o ITPU será devido pelo novo proprietário. Falsa.
c) Essa questão comete um erro ao afastar, por completo, a possibilidade de
responsabilidade do contador. Já foi visto que isso sim é possível, havendo,
por exemplo, o dolo. Falsa.
4. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A base legal para esse assunto está compreendida entre o art. 142 e o art. 150
do CTN. Perceba que saímos um pouco da CF, tão presente no assunto
anterior, agora nosso foco é o Código Tributário Nacional (CTN).
DEpósito;
MOratória;
REclamações e recursos;
LIMinares;
PARcelamento de débito;
4.2.1. MORATÓRIA
GERAL INDIVIDUAL
I - Pessoa jurídica de
direito público
competente para instituir
o tributo;
4.2.3. PARCELAMENTO
4.3.1. PAGAMENTO
Candidato(a), você vai encontrar esse assunto no seu CTN, entre os artigos
156 e 174, vai lá, abre seu Código e vamos juntos!
É de se destacar que alguns autores chamam atenção para o fato deque esse
rol possa ser meramente exemplificativo, diante da existência de outras figuras
de extinção de obrigações, no CC, como o caso da confusão.
Transação (art. 171, CTN) – No direito tributário, pode ocorrer apenas após
iniciado o litígio e nos limites legais. A transação, de fato, é uma série de
concessões, de ambas as partes, para dirimir a questão (art. 171, CTN).
REMISSÃO ANISTIA
Extinção Exclusão
Após o lançamento Antes do lançamento
Penalidade já aplicada Penalidade ainda não aplicada
4.4.1. ISENÇÃO
4.4.2. ANISTIA
Regulada pelos artigos 180, 181 e 182, do CTN, a anistia é uma causa de
exclusão do crédito tributário, consistente no perdão legal das penalidades
pecuniárias antes da ocorrência do lançamento da multa.
Não pode ser concedida anistia: i) aos atos qualificados em lei como crimes ou
contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com
dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele; ii) salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio
entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
QUESTÃO INÉDITA
A) Remissão
B) Moratória
C) Anistia
D) N.D.R
Comentários:
5. TRIBUTOS:
5.2 TAXAS:
Podemos assinalar as taxas como um dos tributos de maior pertinência para a
sua prova, principalmente pela vasta jurisprudência existente. Diz-se que as
taxas são cobradas ao destinatário de uma atividade estatal de polícia
(fiscalização, por exemplo) ou de algum serviço público específico e divisível.
(art. 145, CF e art. 77, CTN).
QUESTÃO INÉDITA
Sobre as diversas espécies tributárias, aponte a resposta correta:
A) Os impostos, enquanto tributos não-vinculados, são exclusivamente
aqueles previstos no texto da Constituição Federal, mesmo que, em certos
casos, possam vir a ser regulados por leis de outros entes. Assim, ademais, os
impostos só podem ser cobrados por quem tem competência para os
instituírem.
B) As taxas são tributos vinculados e, para sua cobrança, deve haver,
ademais, a divisibilidade dos serviços prestados ou, ao menos, postos à
disposição do contribuinte.
C) São exemplos de taxas cujas instituições são abalizadas pelo entendimento
do STF: taxa de coleta de resíduos sólidos; taxa de iluminação pública e
pedágio.
D) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja integral identidade entre uma base e outra.
Comentários:
a) Perceba que a questão estava correta até a segunda oração. Lembre que
os impostos de competência da União, quando houver previsão de repasse de
verbas provenientes desse imposto para outros entes, eles podem ser
cobrados pelos respectivos entes. Falsa.
b) Questão correta e também de acordo com jurisprudência pacífica dos
tribunais. Correta.
c) Cuidado, pessoal! Iluminação pública e pedágio não podem ser
consideradas espécies de taxas, pelas jurisprudências já colacionadas,
beleza? Falsa.
d) Atenção: coloquei essa questão para que você não escorregue em uma
casca de banana na hora da prova. É constitucional, contanto que a base de
cálculo não seja integralmente igual, é o teor da Súmula Vinculante 29. Falsa.
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
O Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte, por isso não se confunde com as taxas. Nessa esteira, segundo o
Art. 18 do CTN Compete:
Em resumo:
Nessa esteira, volte ao Item 1.2.1 e reveja o princípio da pecúnia non olet.
Ademais, a base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. E o seu contribuinte é o
titular da disponibilidade da renda e/ou proventos.
Por fim vamos aos tributos Municipais e do Distrito Federal, agora você
entende a natureza híbrida do DF né mesmo? Vamos lá!
Por sua vez, o fato gerador não ocorre sobre registro em cartório de hipoteca,
compromisso de compra e venda simples e usucapião.
Por fim a base cálculo do ITBI é o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos e não do preço do negócio celebrado. XIII. Imposto sobre
Serviços de qualquer natureza (ISS)
Atenção! A locação não gera ISS, pois não possui o objeto essencial a
prestação de serviços.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Impostos Federais, Estaduais, Distritais e Municipais
Os tributos
Os Tributos Imposto de Exportação (IE);
Imposto de Importação (II);
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
Imposto de Renda (IR);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
Impostos sobre Operações Financeiras (IOF);
Impostos sobre Grandes Fortunas (IGF);
Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS);
Impostos sobre a Propriedade de Veículos AutomotoIPVA);
Impostos sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações
(ITCMD)
Impostos sobre a Propriedade Territorial Urbana;
Impostos sobre a Transmissão Inter vivos de bens
imóveis (ITBI);
Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
01 Direito Tributário Conceito de Tributo e Espécies
Tributárias Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão:
TRE-RJ Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária
Gabarito: Letra A
Gabarito: Letra D
Comentário:
Gabarito: Certo
Gabarito: Letra C.
Comentários:
Gabarito: Letra D
Comentários:
Gabarito: Letra B
Gabarito: Letra D.
Comentários:
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR
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profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
1
SUMÁRIO
2
REEXAME NECESSÁRIO: ........................................................................... 50
COISA JULGADA E QUESTÕES PREJUDICIAIS: ....................................... 50
LIQUIDAÇÃO: ............................................................................................... 51
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ARTIGOS 513 a 538) ............................ 52
DOS RECURSOS ............................................................................................ 56
TEORIA GERAL DOS RECURSOS: ............................................................. 56
DA TÉCNICA DE JULGAMENTO EM ACÓRDÃO NÃO UNÂNIME: ............ 57
RECURSOS EM ESPÉCIE: .......................................................................... 58
AÇÃO RESCISÓRIA: ...................................................................................... 71
RECLAMAÇÃO ............................................................................................... 74
EXECUÇÃO: .................................................................................................... 75
3
DIREITO INTERTEMPORAL
O começo do estudo de um novo código deve ser feito sempre de trás para
frente, pois é essencial saber as disposições finais e transitórias. Sendo assim,
abaixo serão expostos os principais artigos marcos à aplicação do Novo
Código.
Artigo 1046. A norma processual quando entra em vigor atinge todos os atos
vigentes.
Com relação aos recursos, de acordo com o STJ, a lei vigente à época da
prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
4
Publicar a sentença é torná-la pública, de forma que não se confunde
publicação com intimação. Neste sentido, a publicação ocorrerá em audiência,
quando a decisão é proferida neste ato. No processo físico, a publicação ocorre
quando a decisão é juntada aos autos e, no caso de processo eletrônico, a
decisão é considerada publicada quando disponibilizada na plataforma do PJE.
Por fim, com relação ao acórdão, sua publicação se dá na sessão de
julgamento.
GABARITO COMENTADO
INCORRETAS:
5
b) Incorreta, pois nos termos do artigo 1047, às provas requeridas antes da
entrada em vigor do NCPC, será aplicado o CPC/73.
6
especial do contencioso administrativo, sendo julgados por tribunais
administrativos. Há, assim, no sistema francês, dois tipos distintos de
jurisdição: a jurisdição administrativa e a jurisdição comum.
Como dito, para que se possa dizer o direito aplicável a um determinado caso,
é necessário que a jurisdição seja provocada, ou seja, é necessário que o
conflito seja levado por uma das partes ao juízo competente. E quais os
requisitos para que alguém possa levar o conflito à apreciação jurisdicional? No
NCPC, são dois: a legitimidade e o interesse. Preste atenção, pois o CPC
antigo, além destas duas condições, elencava também a possibilidade jurídica
do pedido, a qual no NCPC, como se verá tornou-se matéria meritória, e não
condição da ação.
Isto parece um pouco complicado, mas nós vamos passar à análise dos
conceitos de interesse e legitimidade e depois trabalharemos com exemplos,
de modo que a matéria ficará mais clara.
Legitimidade para a causa (ad causam): para que alguém se afigure legítimo
para uma causa, é necessário, em regra, que seja ele titular do direito deduzido
em juízo e diretamente envolvido na relação conflituosa. Quando as partes
legítimas para a causa forem diretamente envolvidas no conflito posto à
apreciação jurisdicional, teremos caso de legitimação ordinária para a causa.
7
Por exemplo, se Juca celebra um contrato de compra e venda de um carro com
Beto, paga o preço, mas Beto não lhe entrega o carro no prazo acordado, caso
Juca decida levar o conflito à análise do Poder Judiciário, serão legítimos para
a causa Juca (como autor) e Beto (como réu). Não há dificuldade neste ponto,
certo? Haverá legitimidade ordinária, ainda, nos casos em que houver
representação ou assistência processual, pois o assistente ou representante,
nestes casos, atuam em juízo defendendo direito alheio em nome alheio, ou
seja, atuam em nome de outrem.
8
há qualquer correlação entre a relação jurídica deduzida em juízo e o pedido
jurisdicional realizado.
Por fim, é necessário que a via judicial eleita seja adequada. A adequação
significa que a via judicial deve ser aquela prevista por lei para a solução da
demanda. Por exemplo, suponha que, no exemplo do empréstimo de Beto a
Maria, o contrato de empréstimo tenha sido assinado pelo devedor e por duas
testemunhas, configurando-se um título executivo extrajudicial (art. 784, III, do
CPC). Assim, Beto, em vez de ajuizar a devida ação de execução de título
extrajudicial, ajuíza uma ação de mandado de segurança (ação constitucional
prevista para os casos em que há violação de direito líquido e certo do
impetrante, praticado pelo Poder Público ou por quem lhe faça as vezes.). Ora,
a via judicial eleita é completamente inadequada, de modo que deve ser o feito
extinto sem resolução do mérito.
a) Márcio foi flagrado por um radar eletrônico trafegando em seu veículo acima
do limite de velocidade. Foi notificado para que pudesse apresentar defesa,
mas optou por não fazê-lo. Tempos depois, recebeu a correspondência em sua
casa que determinava o pagamento de uma multa de trânsito. Inconformado
com a multa, Márcio ingressa em Juízo, por meio de uma ação anulatória,
pleiteando a nulidade da multa, afirmando que não estava acima do limite de
velocidade e que não foi notificado para apresentar defesa. A ação de Márcio
pode ser conhecida em Juízo? Estão atendidos os requisitos do interesse e da
legitimidade para agir? A resposta para ambas as perguntas é SIM!!!
Observe: Márcio não está com a razão, sua ação provavelmente será
IMPROCEDENTE, mas será, sim, conhecida, pois estão atendidos os
requisitos da legitimidade (já que ele está diretamente relacionado ao conflito,
sendo a multa impugnada a ele imputada) e interesse de agir (o provimento
jurisdicional é necessário, o pedido realizado é útil a resolver o problema
9
deduzido em juízo e a via processual eleita é adequada). Isto porque as
condições para o exercício do direito de ação estão atendidas na petição inicial
b) Agora, imagine que foi a Dona Rosane, mãe de Márcio, que trafegou acima
do limite de velocidade. Notificada para apresentar defesa, ela deixou
transcorrer o prazo. Após, recebeu a correspondência que determinava o
pagamento da multa. Márcio, então, inconformado, decide ajuizar uma ação
para sua mãe não ter que pagar a multa. Ajuíza, assim, uma ação de habeas
corpus.
Há o atendimento dos requisitos legais para que a ação seja conhecida? NÃO!!
Márcio não é parte legítima para a ação, já que quem figura na relação jurídica
é sua mãe, a Dona Rosane. Ademais, a via processual eleita afigura-se
completamente inadequada, já que não há violação ou ameaça à liberdade
apta a ensejar o habeas corpus.
DA COMPETÊNCIA:
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processo tanto pode ser conhecido por autoridade brasileira, quanto por
estrangeira.
11
“E se a decisão estrangeira foi homologada no Brasil? É possível intentar a
mesma ação aqui no Brasil?” Aí não, porque a decisão de homologação gera
coisa julgada emanada de autoridade judiciária brasileira. Ademais, se dois
processos iguais tramitam, um perante juiz brasileiro e outro no
estrangeiro, e este acaba primeiro, a existência de processo pendente no
Brasil sobre a matéria impede a homologação, pelo STJ, da decisão
daquele? NÃO!! Será possível a homologação normalmente!!!
Pois bem, vimos que existem causas que serão, obrigatoriamente, julgadas
pela jurisdição brasileira, causas que podem ou não serem julgadas pela
jurisdição brasileira e causas que não serão julgadas por autoridade judiciária
brasileira. Quanto àquelas que serão julgadas no Brasil, seja porque é
competência exclusiva, seja porque a parte assim o quis, devemos estudar em
que ponto ou tribunal do território nacional a causa será julgada. É o estudo,
assim, da competência interna.
DA COMPETÊNCIA INTERNA:
Estes são, com efeito, critérios utilizados para definir a competência para uma
determinada causa. A competência em razão da matéria é aquela que leva em
consideração, para a sua caracterização, a natureza do direito material
discutido em juízo. Assim, se o conflito versar sobre direito indígena, por
exemplo, a competência será da Justiça Federal (art. 109, XI, da CF). Ou se
opedido versar sobre a inconstitucionalidade abstrata de uma lei ou de um ato
normativo, a competência será do STF (art. 102, I, a, da CF).
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Ainda no tema da competência em razão da pessoa ou da função, devemos
ressaltar o caso das Ações de Improbidade Administrativa, por ser o tema
muito relevante para fins de concurso de Promotor de Justiça. Para o STJ, os
agentes políticos, com exceção do Presidente da República, estão sujeitos à
ação de improbidade administrativa, ainda que também respondam por crime
de responsabilidade.
13
Não obstante, temos casos de competência em razão do valor da causa que
são classificados como competência absoluta. É o caso dos Juizados Especiais
Federais. A ação cujo valor da causa esteja no limite dos JEF’s deverá perante
estes serem propostas, não podendo ser proposta perante a Justiça Federal
Comum.
DA MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
Conexão: há conexão entre duas ou mais causas quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir. Ou seja, quando qualquer dos elementos objetivos
14
da demanda, ou ambos, forem comuns a duas causas, entre elas darse- á o
fenômeno da conexão. Exemplo de causas conexas: Parte do teto de um
estabelecimento comercial desabou, gerando danos a 10 pessoas, as quais
ajuizaram, isoladamente, ações contra o estabelecimento, pleiteando, todas,
indenização. No caso, as ações comungam do mesmo pedido (indenização) e
da mesma causa de pedir (danos gerados em virtude do desabamento). Para
evitar que existam decisões conflitantes, causadoras de insegurança jurídica,
as ações conexas são reunidas para julgamento conjunto.
15
lado, primeiro é proposta a ação contida (menor) e, depois, é ajuizada a ação
continente (mais ampla), as ações serão reunidas para julgamento conjunto.
Nota-se, assim, que a existência de conexão ou continência entre ações é
capaz de alterar a competência, atraindo-se o processo para determinado
juízo. Mas esta atração para julgamento conjunto se dará sempre, em qualquer
caso? NÃO! Guarde bem isso: a competência relativa é que se altera pela
vontade das partes, conexão ou continência. Esta modificação de
competência não existe no caso de competência absoluta.
E você poda estar questionando neste momento: “entendi que as ações são
reunidas para julgamento conjunto, em caso de conexão ou continência
(quando a ação continente é proposta posteriormente), mas elas vão ser
reunidas onde? Perante que juízo?”. Elas vão ser reunidas perante o juízo
prevento!! Juízo prevento é aquele em que houve o primeiro registro ou o
primeiro juízo para o qual foi distribuída a ação. Seguimos no tema da
competência: suponha que Lauro possui uma imensa propriedade rural, que se
inicia no Estado de Pernambuco e se estende até o Estado da Bahia. Em que
juízo será proposta a ação que tiver por objeto esta propriedade? E o juiz de
um estado vai poder exercer jurisdição sobre território do outro? Ou o Juiz da
Bahia vai julgar a causa que envolver a parte da Bahia, e o de Pernambuco vai
julgar a causa que envolver a parte pernambucana? O CPC deu uma simples
solução ao caso: qualquer dos juízos será competente para julgar a causa, e a
jurisdição do juízo prevento se estenderá para a totalidade da área do imóvel,
ainda que situada em outro Estado.
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Por fim, analisaremos, agora, o caso da INCOMPETÊNCIA. A incompetência
se configura quando há um desrespeito às normas legais de competência. Se é
transgredida uma norma atinente à competência absoluta, aincompetência é
absoluta. Se o caso é de violação a uma norma de competência relativa, a
incompetência é relativa.
A incompetência relativa, por sua vez, é de ordem privada: não pode ser
conhecida de ofício pelo juiz e deve ser alegada pelo réu em preliminar de
CONTESTAÇÃO ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir no
feito. Não arguida oportunamente a incompetência relativa, haverá preclusão
e, consequentemente, prorrogação de competência (o juízo que era, antes,
incompetente, passa a ser competente).
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competência deverá ser suscitado pelo juiz que declinou o recebimento dos
autos, perante o tribunal competente, segundo os ditames constitucionais.
Questão inédita:
Comentários:
I. FALSA. O foro competente para a ação possessória é o foro da
situação da coisa, e esta competência é absoluta.
II. VERDADEIRA. Art. 55, §3º, do CPC.
III. FALSA. A sentença será de extinção SEM resolução do mérito, já
que o conteúdo da ação contida já será julgado quando do
julgamento da ação continente, anteriormente ajuizada.
IV. FALSA. Nos casos de ação real imobiliária, a regra é que a causa
seja proposta no foro de situação da coisa.
Gabarito: Alternativa E.
18
próprio, direito próprio) ou extraordinária (quando
se pleitear, em nome próprio, direito alheio)
19
TUTELA PROVISÓRIA
Agora, trataremos sobre um tema fundamental no Novo CPC e que tem caído
reiteradamente em provas, tendo em vista sua importância fulcral na prática
jurídica e a profunda modificação introduzida pelo tema com o CPC/2015.
CONCEITO:
3.1. CONCEITO
Comecemos, então, conceituando o instituto da Tutela Provisória. Tutela
provisória é a tutela jurisdicional, fruto de uma cognição sumária, dotada
de precariedade, que visa a resguardar o direito deduzido em juízo ou que
objetiva conferir o direito em litígio a quem demonstre possuí-lo.
É jurisdicional, pois deriva de uma decisão judicial, é proferida por um Juiz, que
deve ser competente e imparcial. Ressalte-se, neste ponto, que a tutela
provisória é, via de regra (mas não sempre), decidida por decisão
interlocutória, de modo a ser recorrível por agravo de instrumento (art. 1015,
I, CPC). Contudo é possível, sim, que a decisão sobre tutela provisória seja
proferida na Sentença, quando será recorrível por apelação, que, neste caso,
não terá efeito suspensivo (art. 1012, §1º, V). Ademais, sendo uma decisão
judicial, está submetida ao princípio da motivação das decisões judiciais, de
modo que a sua concessão, revogação, modificação ou o seu indeferimento
devem ser motivados (art. 298, CPC).
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Por fim, ressalte-se que a efetivação da tutela provisória seguirá as normas do
cumprimento provisório da sentença, sendo lícito ao juiz determinar as medidas
que considerar adequadas à efetivação. Mencione-se, ainda, que o
cumprimento da tutela provisória corre por conta e risco do requerente, de
modo que este responde OBJETIVAMENTE (ou seja, independentemente de
culpa) pelos danos causados em razão da efetivação da tutela provisória.
CLASSIFICAÇÃO:
3.2. CLASSIFICAÇÃO
Neste ponto, cabe adentrar na classificação das tutelas provisórias, algo
relevantíssimo no NCPC. Peço que você, caro aluno, se concentre neste ponto,
pois tem sido recorrente sua cobrança em provas.
2. Zezinho litiga com Juquinha por uma garrafa de vinho caríssima, fruto de
uma safra especial que, segundo estudos, só ocorrerá de novo em 70 anos. A
garrafa de vinho é, assim, neste caso, um bem infungível. A garrafa de vinho
está com Juquinha, que se nega a devolver a garrafa. Juquinha, inclusive,
pretende beber o vinho em um jantar com toda a sua família dentro de 10 dias.
Zezinho, ao saber das intenções de Juquinha, ajuíza ação pleiteando a
devolução do bem, junta aos autos documentos que sugerem ser ele o
proprietário da garrafa e pleiteia que o Juiz sequestre a garrafa objeto de litígio.
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O Juiz defere o pedido e a garrafa fica sob custódia judicial. Há, aí, típico caso
de Tutela de urgência CAUTELAR.
Ressalte-se que, por ser pleiteada por simples petição, a tutela de urgência
(antecipada ou cautelar, tanto faz) requerida em caráter incidental independerá
do pagamento de custas, tendo em vista já ter havido pagamento de custas
quando da propositura da ação.
TUTELA DE URGÊNCIA:
3.3. TUTELA DE URGÊNCIA
Como mencionado, a tutela de urgência é aquela que exige, além da
demonstração da probabilidade do direito, um juízo de perigo de dano, ou de
risco ao resultado útil do processo, caso a medida pleiteada não seja efetivada.
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causa para que decida se é razoável proferir, desde logo, a decisão,
independentemente de manifestação da parte contrária. A possibilidade de
concessão da tutela de urgência liminarmente está prevista, ainda, no art. 9º,
parágrafo único, I, do CPC.
Apesar disto, não houve a extinção da distinção entre tutela antecipada e tutela
cautelar. Com efeito, o pedido, a forma de tutela pleiteada, ainda será hábil a
determinar se a tutela é ANTECIPADA ou CAUTELAR. Destaque-se, ainda,
que esta classificação não é meramente teórica, de modo que a classificação
ensejará uma mudança no procedimento de requerimento da tutela provisória
requerida em caráter ANTECEDENTE.
23
Note-se que, em ambos os casos, busca-se uma antecipação dos efeitos da
própria sentença. É uma antecipação do próprio pedido. Consigne-se, no
entanto, que a tutela de urgência de natureza antecipada NÃO poderá ser
concedida quando houver perigo de irreversibilidade da decisão (art. 300,
§3º, do CPC). Como assim? Isso significa que, apesar de sua natureza
satisfativa, se o retorno da parte ao estado de coisas vigente antes da prolação
da decisão interlocutória for impossível ou muito difícil, a tutela não poderá ser
concedida. Exemplo: Imagine que João publica em rede social uma notícia
sobre Maria, a qual sente sua honra violada pela publicação. Maria, então,
ajuíza a ação competente, pleiteando a concessão do benefício da justiça
gratuita, e requerendo tanto a exclusão da postagem quanto a indenização por
danos morais no valor de R$10.000,00 (dez mil reais). Antecipadamente,
pleiteia a retirada imediata da publicação da rede social E o pagamento integral
do valor pleiteado. Ora, é razoável exigir-se a retirada provisória da publicação
na pendência do processo? Sim! Esta decisão é irreversível? Não! Caso a
sentença seja de improcedência total, basta o retorno da publicação à rede
social. E quanto ao pedido do pagamento do valor? Há, no caso, clara
possibilidade de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Ora, Maria é
beneficiária da justiça gratuita, não possui condição de prestar caução real ou
fidejussória ao juízo e, caso receba os R$10.000,00 e a sentença seja de
improcedência, será muito difícil o retorno da quantia ao réu. Assim, no caso, a
tutela de urgência de natureza antecipada apenas poderia ser parcialmente
concedida.
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complementação da petição inicial, o processo será extinto sem resolução do
mérito.
Neste momento, você se pergunta: mas, professor, como assim não faz coisa
julgada, se esta decisão será estável e só pode ser revista por ação autônoma,
não mais cabendo recurso em face da decisão? Respondemos: não faz coisa
julgada!!! A coisa julgada só pode ser atacada pela via da Ação Rescisória, que
tem procedimento próprio e é julgada por tribunal. A ação autônoma de que
trata o artigo 304, do CPC, não é ação rescisória, e será julgada perante o juízo
que concedeu a tutela antecipada.
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Procedimento da Tutela Cautelar Requerida em Caráter Antecedente
26
sem resolução de mérito. E, ocorrendo qualquer destas situações, será vedado
à parte renovar o pedido cautelar, salvo sob novo fundamento.
TUTELA DE EVIDÊNCIA:
Por isso, somente nos casos dos incisos II e III, supracolacionados, admite-se
a tutela de evidência liminar.
Por fim, traz-se à baila uma questão relevante: é cabível a tutela de evidência
requerida em caráter antecedente? Esta questão tem sido debatida na doutrina
processual, tendo-se uma inclinação para considerar impossível a tutela de
27
evidência em caráter antecedente, principalmente em razão de dois motivos,
quais sejam: 1) ausência de urgência: como se disse, a tutela de evidência não
requer a demonstração da urgência, e as tutelas de urgência (antecipada ou
cautelar) requeridas em caráter antecedente foram pensadas para atender à
urgência na tutela ou na proteção do direito. 2) ausência de previsão legal, não
tendo sido previsto qualquer procedimento próprio neste sentido.
Questão inédita:
28
Comentários:
a) FALSA. São espécies de tutelas de urgência a tutela antecipada e a tutela
cautelar.
b) FALSA. Não existe esta limitação no CPC, o juiz pode tomar qualquer
medida indutiva, coercitiva, mandamental ou sub-rogatória que considerar
adequada ao caso.
c) CORRETA. Art. 303, do CPC.
d) FALSA. A decisão que se estabiliza se dela não for interposto o respectivo
recurso é a concessiva de tutela de urgência de natureza antecipada, nunca a
de natureza cautelar.
e) FALSA. Apenas em algumas hipóteses poderá ser concedida em caráter
liminar. Nos demais casos, a própria concessão da tutela de evidência depende
de atuação da parte contrária.
Gabarito: Alternativa C.
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processo que se encontre sob o risco
de perecimento
Exige apenas um requisito para a sua
Tutela Provisória De Evidência concessão, qual seja: a demonstração
da probabilidade do direito, nos
termos legais. Pode ser concedida em
caráter liminar.
LITISCONSÓRCIO
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de litisconsórcio necessário simples, a decisão proferida sem a citação de
todos será ineficaz em relação ao que não participa do processo.
O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da ação, o juiz deve decidir
o mérito de maneira uniforme para todos os litisconsortes. Os litisconsortes
serão considerados litigantes distintos, salvo no caso de litisconsorte unitário,
caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas
poderão beneficiá-los.
Importante alteração foi quanto a não haver mais prazo em dobro por
litisconsortes representados por procuradores diferentes quando os autos
forem eletrônicos, conforme § 2o, do artigo 229. O STJ já vinha se
manifestando nesse sentido, de forma que, se colocarem na prova que tal
dispositivo vem em contradição com antigo entendimento do STJ, estará
errado.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
a. Assistência
Ocorre quando um terceiro intervém de forma voluntária no procedimento
quando possui interesse jurídico no julgamento da causa.
- Assistência simples: atua, por não estar defendendo direito próprio, como
um simples assistente da parte. Se o assistido for revel ou de qualquer modo
omisso, o assistente será considerado seu substituto processual.
- Assistente litisconsorcial: está em juízo defendendo direito próprio. Será
considerado assistente litisconsorcial sempre que a sentença puder interferir na
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
b. Denunciação da lide
A denunciação da LIDE deixa de ser obrigatória, sendo admissível nas
hipóteses previstas no artigo 125, quais sejam:
Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da
evicção lhe resulta.
Aquele que estiver obrigado por lei ou por contrato a indenizar em ação
regressiva o prejuízo. A alteração quanto à desnecessidade da denunciação
fica mais clara no parágrafo primeiro, do artigo 125, que expõe que o direito
regressivo será exercido em ação autônoma quando a denunciação for
indeferida. Outra modificação expressiva é quanto à proibição da denunciação
sucessiva, permitida apenas uma denunciação da lide quanto ao sucessor
imediato; proibida, portanto, a denunciação “per saltum”.
Súmula 537 STJ: em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada,
se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada,
direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização
devida à vítima, nos limites contratados na apólice.
Se o pedido for procedente, pode o autor, se for o caso, requerer o
cumprimento de sentença também contra o denunciado, nos próprios autos da
31
demanda principal. Se o denunciante for vencido, o juiz passará a julgar a
denunciação da LIDE.
No que tange às verbas de sucumbência, se o denunciante for vencedor, a
denunciação da LIDE fica prejudicada, mas não haverá prejuízo da
sucumbência em favor do advogado do denunciado. Se o denunciante for
vencido e a denunciação da LIDE for acolhida, quem arca com a sucumbência
é o denunciado.
c. Chamamento ao processo
Quanto ao tema, não houve mudança significativa. O presente instituto é
cabível, quando o réu, devedor solidário e citado, chama ao processo os outros
devedores. É permitida também quando o réu for fiador e chama o devedor
principal ou outro fiador para que componha a relação de coobrigados.
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792, parágrafo terceiro, é a do executado originário, e não aquela prevista para
o incidente de desconsideração da personalidadejurídica.
Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu
nas hipóteses em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da
demanda principal.
e. Amicus Curie:
33
Questão nº01: LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIRO
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra C. A alternativa se refere à hipótese em que a lei permite, no
caso de litisconsórcio facultativo, que o juiz limite o número de sujeitos que o
formam, quando há excessividade que possa comprometer o bom andamento
do processo, primando pelo princípio da razoável duração. Nestes casos, o
litisconsórcio é conhecido como multitudinário e a declaração da limitação tem
o efeito de interromper o prazo para manifestação ou resposta para todos os
sujeitos. É o teor do artigo 113 do CPC:
"Art. 113 do CPC. § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto
ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou
na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar
a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou
resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar."
INCORRETAS:
A) O incidente processual da desconsideração da personalidade jurídica foi
regulamentado pelo CPC como uma das formas de intervenção de terceiros. O
erro da questão está em afirmar que o Ministério Público será parte legítima em
todo e qualquer procedimento de desconsideração da personalidade jurídica.
Isto porque a legitimidade do órgão ministerial está limitada às hipóteses em
que participa como autor, não lhe sendo oportuno requerer o incidente quando
atua como fiscal da lei. Sobre o tema: "Art. 133 do CPC. O incidente de
desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo."
34
B) A questão aborda a temática sobre o amicus curiae, outra hipótese em que
a Lei 13.105/15 incluiu expressamente uma nova modalidade de intervenção
de terceiros. O "amigo da corte" possui extrema relevância em casos que
justifiquem a sua intervenção, pois possuem o propósito de melhorar a
qualidade da tutela jurisdicional, ampliando o conhecimento dos magistrados
que, em não raras hipóteses, precisam de auxílio técnico específico para
analisar determinado tema. O erro da alternativa está em afirmar que a figura
do amicus curiae está restrita às ações que tramitem no tribunal, já que a lei
expressamente previu a figura tanto em primeira instância, quanto no âmbito
dos tribunais: "Art. 138 do CPC. O juiz ou o relator, considerando a relevância
da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão
social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou
admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias
de sua intimação."
D natureza do litisconsórcio é relevante para saber se a ausência da parte gera
a nulidade ou a ineficácia da decisão. Caso a demanda tenha como partes
litisconsortes unitários, será nula a decisão proferida sem a presença de todos.
Porém, se for simples, a falta de um dos litisconsortes gera a ineficácia da
decisão em relação a este, tornando-se plena e eficaz em relação aos outros
sujeitos que participaram do procedimento em contraditório. Sobre o tema: "Art.
115 do CPC. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
PROCEDIMENTO COMUM
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4) Nas ações que tenham por objeto revisão de obrigação decorrente de
empréstimo de financiamento ou de alienação do bem, é dever do autor,
pena de inépcia da petição inicial, quantificar o valor incontroverso.
5) A petição inicial será indeferida quando: for inepta; faltar-lhe pedido ou
causa de pedir; quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as
hipóteses legais em que se permite pedido genérico; quando da
narração dos fatos não decorrer conclusão lógica; quando tiver pedidos
incompatíveis entre si.
6) A impossibilidade jurídica do pedido deixou de ser condição da ação;
não sendo mais, portanto, hipótese de inépcia da petição inicial.
7) Do indeferimento da petição inicial, é cabível o recurso de apelação,
podendo o juiz se retratar no prazo de cinco dias.
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D) O pedido deve ser certo, nele estando compreendidos os juros legais, a
correção monetária e as verbas de sucumbência, mas a fixação de honorários
advocatícios depende de pedido expresso.
E) Indeferida a petição inicial, o autor poderá interpor agravo de instrumento,
facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se.
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra A, conforme expressa previsão do artigo 332, I do CPC;
INCORRETAS:
B) Após a citação, desde que haja consentimento do réu, poderá o autor aditar
o decisão de saneamento, conforme menciona o artigo 329, II do CPC;
C) De fato, não preenchidos os requisitos da petição inicial, o juiz intimará o
autor para que a emende ou complete. O erro da questão foi informar que o
prazo para o aditamento será de 10 dias, já que, conforme o artigo 321 do
CPC, o prazo é de 15 dias.
D) A fixação dos honorários será determinada, independente de pedido
expresso na petição inicial, nos termos do §1º, do artigo 322, do CPC.
E) Do indeferimento da petição inicial é cabível o recurso de apelação, por se
tratar de sentença terminativa, expressa no inciso I, do artigo 485 do CPC, que
deve ser lido conjuntamente com o artigo 331, do mesmo código.
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de sua realização. Fiquem atentos, pois se trata de assunto recorrentemente
cobrado em prova!
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra E, nos termos do artigo 166, §2º, em preservação ao
princípio da confidencialidade, exposto no caput do referido artigo, devendo os
mediadores e conciliadores manter sigilo acerca dos atos realizados.
INCORRETAS:
a) O não comparecimento do réu à audiência de conciliação não importa na
aplicação dos efeitos da revelia, tendo em vista que o prazo para contestar
apenas começa a contar após a realização da audiência ou do protocolo da
petição de desistência do ato. Neste sentido, o não comparecimento à
audiência, importa em ato atentatório à dignidade da justiça, sancionado com
multa de até 2%, nos termos do §8º do artigo 334 do CPC.
b) As hipóteses em que não será realizada a audiência de conciliação estão
previstas no §4º, do artigo 334, havendo dois erros na alternativa. O primeiro
se refere ao termo “ou”, que muitas vezes é colocado na questão para
confundir o candidato desatento. Conforme comentado acima, a audiência não
será realizada se ambas as partes manifestarem o desinteresse. Além disso, o
mesmo parágrafo complementa as hipóteses de não realização da audiência,
ao afirmar que não será possível quando se tratar de direito que não permite a
autocomposição.
c) A conciliação é o método usado, preferencialmente, quando as partes não
possuam um vínculo afetivo anterior ao litígio, podendo o conciliador buscar,
junto a elas, a melhor solução ao caso. Assim, tendo em vista que nas ações
de divórcio há vínculo afetivo anterior entre as partes, o método adequado é o
da mediação (artigos 165, §§ 2º e 3º).
38
d) A alternativa trouxe as atribuições conferidas ao conciliador, já que,
conforme §3º do artigo 165, ao mediador compete o auxílio às partes para que
estas compreendam as questões litigiosas e busquem juntas uma solução
satisfativa. O mediador não propõe solução à LIDE.
39
CONTESTAÇÃO:
RECONVENÇÃO
REVELIA
40
Houver pluralidade de réus e um deles contestar a ação;
O litígio versar sobre direito indisponível;
A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considera
indispensável à prova do ato;
As alegações formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com a prova por ele produzida.
GABARITO COMENTADO:
41
(Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor Público)
GABARITO: A.
I. 2. Cabe apelação, com a possibilidade de juízo de retratação.
42
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo
de instrumento.
III 1. Não há recorribilidade imediata, devendo a questão ser objeto de
preliminar de apelação.
Trata-se de uma decisão de natureza interlocutória, conforme disposição dos
seguintes artigos:
43
Da decisão que julga parcialmente o mérito, caberá o recurso de agravo de
instrumento, nos termos do parágrafo 5º, do artigo 356, do CPC, cumulado
com o artigo 1.015, II, do mesmo código.
GABARITO: B
44
DECISÃO DE SANEAMENTO:
PROVAS:
ÔNUS DA PROVA:
45
a prova do fato constitutivo de seu direito e ao réu, a existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor), o parágrafo primeiro
inovou ao possibilitar a distribuição dinâmica do ônus da prova.
O juiz irá avaliar qual parte está em melhores condições de produzir a prova e,
por decisão fundamentada, decidirá o ônus. Outra possibilidade é a inversão
convencional da prova, que será admitida quando o direito recair sobre direito
disponível e que não gere à outra parte uma prova diabólica, ou seja,
excessivamente difícil de ser produzida.
46
instrução e julgamento, por meio de carta com aviso de recebimento. A carta
deverá ser juntada aos autos, em um prazo máximo de três dias antes da
audiência. A juntada é importante, pois a intimação da testemunha poderá ser
feita judicialmente quando ela tiver sido intimada nos moldes acima descritos,
mas não compareceu ao ato.
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra A, nos termos do §1º, do artigo 373, que determina ao juiz a
obrigação de possibilitar a parte de se desincumbir do ônus da prova que lhe
foi conferido, sempre que este for atribuído de modo diverso.
INCORRETAS:
B) A distribuição do ônus da prova por convenção das partes não possui a
obrigatoriedade de ser realizada durante o processo, pois, de acordo com o
artigo 373, §§ 3º e 4º, a convenção poderá ser realizada tanto antes, quanto
durante o processo.
C) De fato, houve a extinção da ação cautelar de produção antecipada de
provas, mas ainda há a possibilidade de as provas serem produzidas em
caráter antecedente ao processo principal, por procedimento expresso nos
artigos 381 a 383, do CPC.
D) Por mais que o NCPC tenha trazido a possibilidade de distribuição dinâmica
do ônus da prova, esta não foi a regra exclusiva trazida pela legislação
47
processual. É importante que o candidato saiba que a distribuição estática do
ônus da prova ainda é a regra no processo civil, sendo a dinâmica
possibilitada, em determinados casos, por decisão fundamentada do juiz ou por
convenção das partes.
E) A utilização de prova emprestada é ato expressamente autorizado pelo
NCPC, conforme previsão do artigo 372. O erro da alternativa foi em afirmar
que o juiz deve conferir à prova emprestada o mesmo valor conferido ao
processo original. Isto porque, a prova emprestada apenas se torna possível se
garantido a parte o direito ao contraditório, sendo que o juiz deverá dar a ela o
valor que considerar adequado, não se vinculando ao processo original.
SENTENÇA:
48
A fundamentação sucinta não se confunde com a ausência de fundamentação
e não acarreta a nulidade da decisão se forem enfrentadas todas as questões
cuja resolução, em tese, influencie a decisão da causa.
GABARITO: D.
Vamos, primeiramente, estudar os conceitos de sentença abordados na
questão.
a) ERRADO. Art. 492, Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que
resolva relação jurídica condicional.
b) ERRADO. A alternativa definiu a sentença ultra petita.
c) ERRADO. A alternativa definiu a extra petita.
d) CERTO. O juiz não está vinculado aos fundamentos usados pelo autor.
e) ERRADO. Hipóteses de pedido implícito:
49
REEXAME NECESSÁRIO:
50
materializam quando o réu contesta o fundamento jurídico do pedido. Neste
caso, compete ao juiz apreciá-las e decidir, com base nestas alegações, como
deverá julgar o mérito.
Sobre a questão prejudicial, o candidato deve saber que, mesmo que ela seja
decidida de forma incidental à sentença, haverá a aplicação do artigo 503, do
CPC, de maneira que será julgado o mérito da prejudicial, se:
LIQUIDAÇÃO:
Liquidação da sentença
A liquidação será feita quando a sentença condenar a parte sucumbente ao
pagamento de quantia ilíquida, podendo ser requerida tanto pelo credor quanto
pelo devedor.
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO
51
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ARTIGOS 513 a 538)
52
voluntário, haverá o acréscimo de multa no valor de 10%, bem como de
honorários advocatícios, também em 10%.
l) O mandado de penhora e avaliação independe do requerimento da
parte, podendo o juiz determinar o ato de ofício.
m) Passados os 15 dias para o pagamento voluntário inicia-se o prazo,
independente de nova intimação, também de 15 dias, para que o
executado apresente impugnação ao cumprimento de sentença.
O artigo 525 lista o rol de matérias que podem ser arguidas em impugnação ao
cumprimento de sentença, rol bastante amplo que deve ser conhecido pelo
candidato.
53
JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS
Súmula 318, STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor
tem interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida.
Súmula 344, STJ: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença
não ofende a coisa julgada.
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(Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público)
GABARITO: C. Letra da lei. A seguir, vocês devem ler os artigos do CPC que
explicam todas as alternativas.
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§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a
periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou
justa causa para o descumprimento.
§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo
ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em
julgado da sentença favorável à parte.
DOS RECURSOS
56
que tenha repercussão geral conhecida ou daquele objeto de recurso
extraordinário ou especial repetitivos.
57
técnica se o acórdão reformar a decisão e se a decisão julgar o mérito da
demanda.
RECURSOS EM ESPÉCIE:
- APELAÇÃO
• Previsão legal: artigo 1009 a 1014 do CPC.
• Prazo de interposição: 15 dias.
• Cabimento: da sentença cabe apelação.
• Efeito: suspensivo ope legis, salvo as hipóteses previstas no §1º do artigo
1.012, sendo a mais cobrada em prova a decisão que condena ao pagamento
de alimentos (inciso II).
58
A teoria da causa madura (artigo 1013, §3º) permite que o tribunal julgue o
mérito do processo, se este estiver em condições de imediato julgamento
quando:
Reformar sentença fundamentada no artigo 485, do CPC;
Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com o pedido ou
a causa de pedir;
Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo;
Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação;
II – AGRAVO DE INSTRUMENTO
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O agravo de instrumento será interposto diretamente ao tribunal, com as peças
que formarão o instrumento, nos termos do artigo 1.017, do CPC, salvo no
caso de autos de processo eletrônico, pois já acompanham o ato.
Por ser recurso cabível contra decisão proferida por relator, alguns artigos
passam a ser muito importantes para a análise do cabimento do referido
recurso. Um deles é o artigo 932, pois especifica os poderes do relator, sendo
também relevante o incido I, do artigo 1.019, diante da competência conferida
ao relator de atribuir efeito ao agravo de instrumento.
60
• Quando o agravo interno for manifestamente inadmissível ou manifestamente
improcedente, o que será reconhecido em votação unânime da câmara, poderá
ser aplicada multa, no valor de 1% a 5% do valor da causa, sendo o depósito
da multa indispensável para a interposição de outros recursos.
• De acordo com o STJ, não será aplicável a multa do agravo interno, se esse
recurso foi utilizado com o objetivo de exaurir a instância ordinária, para fins de
interposição de RE e RESP.
IV – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
•Previsão legal: artigo 1.022 A 1.026 do CPC.
61
matéria alegada pela parte. Isto porque, para fins de interposição de RE e
RESP, é necessário que a matéria tenha sido analisada pela instância
ordinária.
V – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
VI – RECURSO ORDINÁRIO
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Injunção, que tenham sido decididos pelos em única instância pelos tribunais
superiores, quando denegatória a decisão.
ROC para STJ:
I – É cabível quando o Mandado de Segurança for decidido em única instancia
pelos tribunais regionais federais ou tribunais estaduais quando a decisão for
denegatória.
II – Em processos nos quais forem partes, de um lado estado estrangeiro ou
organismo internacional e da outra parte município ou pessoa residente no
país.
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Compete ao STJ, - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.
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RE E RESP REPETITIVOS (artigos 1.036 a 1.041): Existindo no Tribunal de
Justiça multiplicidade de recursos com fundamentos em uma mesma questão
de direito esses recursos serão julgados com base nos recursos repetitivos. O
Tribunal Local irá selecionar dois ou mais recursos, que serão os recursos
representativos da controvérsia ou paradigmas, para que sejam encaminhados
ao STF ou ao STJ, suspendendo todos os processos correspondentes ao
tema, no Estado ou na região.
65
AGRAVO EM RE E RESP (artigo 1.042 do CPC)
JURISPRUDÊNCIA
66
RECURSOS. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. NOVO CPC: O prazo de 5 dias
previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos casos
em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou
de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse
dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os
fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria
necessária a complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
STF. (Info 829).
110
RECURSOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS
SUCUMBENCIAIS: É possível condenar a parte sucumbente em honorários
advocatícios na hipótese de o recurso de embargos de declaração, interposto
perante Tribunal, não atender os requisitos previstos no art. 1.022 e tampouco
se enquadrar em situações excepcionais que autorizem a concessão de efeitos
infringentes. Obs: a doutrina entende que, mesmo com o novo CPC, não
cabem honorários advocatícios no julgamento de embargos de declaração,
seja em 1ª instância, seja nos Tribunais STF. (Info 829).
67
municipais. Diante disso, suscitou-se que o recurso estava prejudicado. O STF
reconheceu que, na prática, realmente havia uma prejudicialidade do recurso
tendo em vista que as eleições se encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu
superar a rejudicialidade e atribuir repercussão geral à questão constitucional
discutida dos autos. Isso significa que o STF admitiu o processamento do
recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do pedido, ou seja, se
podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil. Entendeu-se que o mérito
do recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e
política. STF. Plenário. ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 5/10/2017 (Info 880)
Importante!!!
68
Turma. REsp 1679909/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/11/2017.
SÚMULAS
SÚMULA 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na
pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o
resultado anterior. (CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2016, DJe
01/08/2016)
Súmula 641, STJ: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só
um dos litisconsortes haja sucumbido.
Súmula 484, STJ: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil
subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento
do expediente bancário.
RECURSOS.
GABARITO COMENTADO
69
CORRETA: Letra E, nos termos do artigo 1.015, XI. Conforme exposto, quando
do estudo do Agravo de Instrumento, é recorrente a cobrança de questões
sobre a literalidade do rol de cabimento do recurso, sendo indispensável o
conhecimento da integralidade do artigo.
INCORRETAS:
A) Nesta alternativa, o examinador tentou confundir o candidato, pois dispôs da
hipótese do artigo 1.015, II, contudo, utilizando termos que demandam uma
interpretação mais ampla. Isto porque deve o candidato saber que a decisão
que diminui objetivamente a demanda é parcial de mérito, pois, se fosse
integral, haveria a extinção do processo por sentença terminativa, ou seja, sem
resolução de mérito.
B e D: Em que pese entendimentos contrários, a maior parte da doutrina e
jurisprudência entende ser o rol do artigo 1.015 taxativo, informação que deve
ser levada pelo candidato, ao menos, em provas objetivas. Assim, como não há
previsão expressa sobre o cabimento de Agravo de Instrumento de decisão
sobre a competência absoluta ou relativa, bem como sobre a decisão que
rejeita a prova pericial, as alternativas são incorretas.
C) Quando as decisões interlocutórias proferidas no processo não são
impugnáveis por meio de Agravo de Instrumento, não haverá preclusão sobre a
discussão da matéria, que deverá ser apresentada como preliminar de
apelação, na eventualidade de ser interposto o recurso ou, em contrarrazões,
se prejudicial à parte que não recorreu, conforme artigo 1.009, §1º do CPC.
GABARITO: E
CPC Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo
relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao
recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público,
pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do
caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
70
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que
versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
AÇÃO RESCISÓRIA:
71
a. A decisão, mesmo que terminativa, impeça nova propositura da demanda;
b. Que a decisão impeça a admissibilidade do recurso correspondente.
O órgão competente para o julgamento das ações rescisórias são os Tribunais,
devendo a petição a ele ser dirigida. A petição inicial deve cumprir os requisitos
expostos no artigo 319 do CPC, devendo o autor:
Cumular o pedido da rescisão e, se for o caso, o de novo julgamento do
processo;
Depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que se converterá em
multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente.
72
de ação rescisória própria, nos termos do artigo 485, V do CPC, observado o
respectivo prazo decadencial.
Não cabe ação rescisória de acórdão que à época de sua prolação, estiver
em conformidade com a jurisprudência dominante do STF.
Havendo conflito de coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último,
enquanto não desconstituída mediante ação rescisória.
O falido tem capacidade para propor ação rescisória para desconstituir a
sentença transitada em julgado que decretou sua falência.
O princípio da irrepetibilidade das verbas de natureza alimentar não é
absoluto e, no caso, deve ser flexibilizado para viabilizar a restituição dos
honorários de sucumbência já levantados, tendo em vista que, com o
provimento parcial da ação rescisória, não mais subsiste a decisão que lhe deu
causa. Devem ser aplicados os princípios da vedação ao enriquecimento sem
causa, da razoabilidade e da máxima efetividade das decisões judiciais.
A ação rescisória, quando busca desconstituir sentença condenatória que
fixou honorários sucumbenciais, deve ser proposta não apenas contra o titular
do crédito principal formado em juízo, mas também contra o advogado em
favor de quem foi fixada a verba honorária.
Nos casos em que se admite a relativização da Súmula 343 do STF, não é
cabível a propositura da ação rescisória com base em julgados que não sejam
de observância obrigatória. Não há como autorizar a propositura de ação
rescisória – medida judicial excepcionalíssima – com base em julgados que
não sejam de observância obrigatória, sob pena de se atribuir efeito vinculante
a acórdão que, por lei, não o possui.
Nas ações julgadas pelos Tribunais de Justiça e Tribunais Federais, após o
advento do CPC/15, foi eliminada a figura do revisor em caso de ação
rescisória. Porém, processadas e julgadas originariamente no STJ, mesmo
pós o advento do CPC/15, continua existindo a figura do revisor. Isso porque,
existe previsão específica no artigo 40, I da Lei nº. 8.038/90, que continua em
vigor.
Súmula 401 STJ: O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando
não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial.
Súmula 514 STF: Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em
julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotados todos os recursos.
Súmula 515 STF: A competência para a ação rescisória não é do Supremo
Tribunal Federal, quando a questão federal, apreciada no recurso
extraordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada
no pedido rescisório.
Súmula 249 STF: É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação
rescisória quando, embora não tenha conhecido do recurso extraordinário, ou
avendo negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal
controvertida.
Súmula 252 STF: Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que
participaram do julgamento rescindendo.
Súmula 264 STF: Verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da
ação rescisória por mais de cinco anos.
73
RECLAMAÇÃO
74
reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega
tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” Julgada
procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão e determinará que outra
adequada seja proferida.
A reclamação não tem caráter preventivo, de modo que não serve para impedir
a eventual prática de decisão judicial ou ato administrativo. O ajuizamento da
reclamação pressupõe a existência de um ato que efetivamente já tenha
usurpado a competência do Tribunal, violado a autoridade de alguma de suas
decisões que possua efeito vinculante ou incidido em alguma das outras de
suas hipóteses de cabimento.
EXECUÇÃO:
O artigo 784, do CPC, lista o rol de títulos executivos extrajudiciais, trazendo
como novidades os incisos X e XI, devendo o candidato ter atenção especial a
eles. Neste sentido, também são considerados títulos executivos extrajudiciais:
os créditos referentes às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício e a certidão expedida por serventia notarial ou de registro
relativa a valores de emolumentos e demais despesas.
A existência de título executivo extrajudicial não impede que a parte obtenha,
por meio de processo de conhecimento, o título judicial (artigo 785, do CPC).
Para o reconhecimento de fraude à execução, a parte interessada deverá
averbar a execução no registro do bem objeto, constituindo a averbação
premonitória. Isto porque, com o NCPC, a responsabilidade de pesquisa
relativa à constrição de bens, passa a ser da parte adquirente, de maneira que,
havendo averbação, há presunção relativa de fraude à execução, sendo ônus
do adquirente do bem a comprovação de que não agiu de má-fé.
No processo de execução, instruindo o exequente a petição inicial com os
documentos exigidos pelo artigo 798, ao despachar a inicial, o juiz determinará,
desde logo, o pagamento de honorários advocatícios em um montante de 10%.
Porém, caso o devedor pague integralmente o valor da dívida, em um prazo de
três dias, o valor dos honorários será reduzido pela metade (artigo 827).
75
constará a ordem de penhora e avaliação, a ser efetivada se não cumprido o
pagamento no prazo legal, conforme artigo 829.
Arresto executivo: ocorrerá quando o oficial de justiça não encontrar o
executado para que seja promovida a citação, podendo arrestar tantos bens
quanto forem necessários à garantia da execução. Formalizado o arresto nos
10 dias subsequentes, o oficial procurará o executado por duas vezes e,
havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa.
Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo para pagamento, o arresto
converter-se-á em penhora, independente de termo.
Nas execuções para a entrega de coisa, o executado será citado, para, em 15
dias, satisfazer a obrigação, podendo o juiz fixar multa por dia de
descumprimento.
É exceção à impenhorabilidade de verbas salariais (artigo 833) a dívida de
natureza alimentar ou quando o montante recebido pelo devedor é superior a
50 salários mínimos, podendo ser penhorada a importância excedente a esta.
Uma importante alteração no NCPC ocorreu sobre a ordem de penhora, pois
o §1º, do artigo 835, estabelece a prioridade da penhora em dinheiro.
Neste sentido, havendo dinheiro a ser penhorado, o juiz deve necessariamente
formalizá-la, de maneira que poderá alterar a ordem de preferência apenas
com relação às demais espécies de penhora.
De acordo com o artigo 854, será permitido que o juiz, a requerimento do
exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determine que as
instituições financeiras tornem os valores indisponíveis. Trata-se de ato anterior
a penhora, que visa à eficiência da medida, sendo o executado ouvido
posteriormente.
O executado, independente da garantia do juízo, poderá propor embargos à
execução, no prazo de 15 dias contados da data da juntada do mandado 68 de
citação aos autos, sendo expresso no artigo 917 as matérias passíveis de
serem alegadas. Nos termos do §1º, artigo 919, poderá a parte requerer ao
juízo o efeito suspensivo aos embargos, desde que comprovado o
preenchimento dos requisitos previstos no artigo 300, do CPC, bem como
efetivada a garantia do juízo.
Moratória legal: no prazo dos embargos, poderá o executado depositar 30%
do valor da execução, acrescidos de custas e honorários advocatícios, e
requerer que o restante seja pago em até seis prestações, acrescido de juros
de 1% ao mês, bem como correção monetária. A informação mais importante
com relação ao artigo 916 é a de que a moratória legal apenas é cabível ao
processo de execução, não sendo possível quando se tratar de cumprimento
de sentença.
Em execução de título extrajudicial, o credor deve ser intimado para opor fato
impeditivo à incidência da prescrição intercorrente antes de sua decretação de
ofício. Esse dever de prévia intimação do credor para a decretação da
prescrição intercorrente não era previsto expressamente no CPC/73, sendo
aplicado pelo STJ com base na incidência analógica do artigo 40, §§4º e 5º, da
Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). O CPC/15, contudo, resolve a questão e
prevê expressamente a prévia oitiva das partes: Art. 921 (...) §5º O juiz, depois
de ouvidas as partes, no prazo de 15 dias, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição de que trata o §4º e extinguir o processo.
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Arrematado bem imóvel, o Juízo da execução que conduziu a arrematação
não pode determinar o cancelamento automático de constrição determinados
por outros juízos de mesma hierarquia e registrados na matrícula do bem,
mesmo que o edital de praça e o auto de arrematação tenham sido silentes
quanto à existência dos referidos gravames.
A sentença que declara a insolvência civil do devedor tem eficácia imediata,
produzindo efeitos na data de sua prolação, tanto para o devedor como para o
credor, independente do trânsito em julgado. A declaração de insolvência faz
com que a execução dos débitos que o insolvente possua tenha que ser feita
por meio de concurso universal de todos os credores, inclusive com garantia
real, não sendo possível a propositura de ações de execução individual.
A execução dos créditos deverá ser realizada perante o juízo da insolvência.
Diante disso, é nula a arrematação de bens do devedor realizada em ação de
execução proposta por credor individual, após a declaração de insolvência civil
do devedor, em foro diverso do juízo universal da insolvência.
Em se tratando de conta-corrente conjunta solidária, na ausência de
comprovação dos valores que integram o patrimônio de cada um, presumese a
divisão do saldo em partes iguais, de forma que os atos praticados por demais
correntistas.
Na fase de cumprimento de sentença, é incabível a rejeição do seguro
garantia judicial pelo exequente, salvo por insuficiência, defeito formal ou
inidoneidade da salvaguarda oferecida.
77
APRESENTAÇÃO
Caro(a) Aluno(a),
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame
profissional, de modo, a partir do processamento dos dados coletados, oferecer
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
Ademais, o art. 405, §§1º e 2º, do CPP, permite que os atos processuais sejam
registrados apenas por meio audiovisual, sem necessidade de transcrição.
Por sua vez, o princípio da identidade física do juiz revela que o juiz que
preside a instrução do processo, colhendo as provas, é o que deverá julgar o
feito (art. 399, §2º, do CPP).
Este princípio significa que o ofendido não pode escolher contra qual agente
oferecerá ação privada. Somente tem aplicação na ação penal privada, na qual
prevalece o princípio da oportunidade. O STF tem entendimento no sentido de
que a ação penal pública é regida pelo princípio da divisibilidade, pois o MP
poderia até a sentença final incluir novos agentes delitivos por meio do instituto
do aditamento à denúncia ou até mesmo oferecer contra estes nova ação
penal, caso já tenha sido proferida a sentença.
1.4 Princípio da comunhão ou aquisição da prova
A prova, uma vez produzida, pertence ao juízo, podendo ser utilizada por
qualquer das partes e pelo juiz, ajudando na busca da verdade real, ainda que
tenha sido requerida por apenas uma das partes. Por força deste princípio, o
art. 401, §2º do CPP, que permite que a parte desista da oitiva da testemunha
por ela arrolada, deve ser lido com cautela, pois se a parte contrária insistir no
seu depoimento, a referida testemunha terá que ser ouvida.
1.5 Princípio do impulso oficial
Uma vez iniciada a ação penal, o juiz tem o dever de promover seu andamento
até a sua etapa final, de acordo com o procedimento previsto em lei, proferindo
decisão.
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra D.
Sobre o tema dissertou Gustavo Badaró: 'toda
violação da regra de correlação entre acusação e
sentença implica um desrespeito ao princípio do
contraditório. O desrespeito ao contraditório poderá
trazer a violação do direito de defesa, quando
prejudique as posições processuais do acusado, ou
estará ferindo a inércia da jurisdição, com a
correlativa exclusividade da ação penal conferida ao
Ministério Público, quando o juiz age de ofício. Em
suma, sempre haverá violação do contraditório, sejam
INCORRETAS:
INQUÉRITO POLICIAL
2.1. Conceito
Segundo conceituação de Rogério Sanches Cunha, trata-se de “procedimento
administrativo que tem por objetivo reunir elementos necessários à apuração
da prática de uma infração penal e sua autoria a fim de propiciar a propositura
da denúncia ou queixa”.
Sobre o tema, remetemos o aluno à leitura do art. 7º, XIV, XXI e §§ 10, 11 e 12
do Estatuto da OAB.
A instauração do inquérito policial, nos moldes do art. 5º, do CPP, poderá ser
feita: de ofício; mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo;
a. Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada
Quando estivermos diante de um crime de ação penal pública incondicionada,
a autoridade policial instaurará o inquérito policial de ofício, ocasião em que
será inaugurado através da lavratura de uma Portaria. Poderá ainda ser
instaurado mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público. Nesses
casos, a própria requisição servirá como peça inaugural do procedimento
investigativo.
1
1 CUNHA, Rogério Sanches. Código de Processo Penal e Lei de Execução penal comentados
por artigos / Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista Pinto – Salvador: JusPodivm, 2017: pág.
23.
Por fim, poderá o inquérito policial ser instaurado através do Auto de Prisão
em Flagrante (APF), ocasião em que a peça inaugural é o próprio APF.
2.8. Indiciamento
a. Conceito e sua atribuição
O indiciamento consiste em apontar alguém como provável autor de um delito,
ou seja, havendo indícios de que determinada pessoa perpetrou o crime objeto
da investigação, caberá ao delegado de polícia proceder ao indiciamento.
b. Momento do Indiciamento
Segundo entendimento sedimentado no STF e STJ, o indiciamento é ato
típico de inquérito policial. Com base nessa premissa, a jurisprudência tem
caminhado no sentido de que, uma vez recebida a denúncia e iniciada a ação
penal, não é mais cabível a sua realização (HC 293623/SP, STJ).
Preso Solto
Código de Processo 10 dias (*) 30 dias (**)
Penal (artigo 10)
(*) Entende-se que esse prazo de dez dias não pode ser prorrogado.
(**) Em se tratando de indivíduo solto, esse prazo pode ser prorrogado
sucessivamente, respeitada a razoável duração da investigação, tema já
enfrentado oportunamente.
b. Destinatário dos autos do IP: Segundo dicção do art. 10, §1º, do CPP, os
autos do procedimento investigativo são enviados ao Poder Judiciário. Aqui,
nos cabe chamar a atenção acerca de entendimento jurisprudencial sobre a
hipótese: Segundo o STF, é INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja
tramitação DIRETA do inquérito policial entre a polícia judiciária e o membro do
parquet (STF, ADI 2886/RJ, informativo 741).
2.10. Arquivamento de Inquérito Policial
a. Fundamentos do Arquivamento
O inquérito policial poderá ser arquivado por: a) ausência de pressupostos
processuais ou condições da ação; b) falta de justa causa (lastro probatório
mínimo quanto à prática do delito); c) atipicidade formal ou material da conduta
delituosa; d) existência de manifesta excludente da ilicitude; e) existência de
2
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum
(*) Atenção a esta última hipótese (arquivamento com base em causa extintiva
da punibilidade), porque aqui reside uma exceção: diz respeito à hipótese de
decisão que extingue a punibilidade fundamentada na morte do agente e
baseada em certidão de óbito falsa: Tanto o STF quanto o STJ já se
manifestaram pela possibilidade, haja vista que tratar-se-ia de decisão
inexistente.
3
Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-ago-18/academia-policia-delegado-
aplicarprincipio-
insignificancia. acessado em 05 de set de 2017.
investigação
GABARITO COMENTADO:
GABARITO COMENTADO:
3. AÇÃO PENAL
Importante, ainda, ressaltar, o teor do art. 5º, LIX da CR/88, que prevê que será
admitida ação privada nos crimes de ação púbica, se esta não for intentada no
prazo legal. É a chamada ação privada subsidiária da pública, também
denominada de ação penal acidentalmente privada, cujo cabimento está
condicionado à inércia do Ministério Público.
3.2 Ação penal pública condicionada
3.2.1 Natureza jurídica da representação
Em regra, a representação funciona como uma condição específica da ação
penal, ou seja, a lei impõe o implemento dessa condição para que o Ministério
Público possa promover a ação penal. Desta forma, caso o processo penal
ainda não tenha tido início, e a atuação do MP dependa de representação, esta
funcionará como condição específica de procedibilidade, sem a qual não é
possível a instauração do processo. Caso, porém, o processo já esteja em
andamento e a lei venha a condicionar seu prosseguimento à representação,
esta funcionará como condição de prosseguibilidade. Foi o que ocorreu em
relação ao art. 91 da Lei 9.099/95 nos processos relativos aos crimes de lesão
corporal leve e culposa que estavam em andamento quando a Lei dos Juizados
Especiais Criminais entrou em vigor (26/11/1995), tendo esta condicionado o
prosseguimento do feito à representação no prazo de 30 dias, sob pena de
decadência.
Ocorre quando o MP ingressa com ação penal pública mesmo em relação aos
crimes sujeitos à ação penal privada, desde que divise um interesse público.
Isso é permitido no ordenamento jurídico alemão. Quando isso ocorrer, o
ofendido poderá constituir-se em parte acessória, acusador subsidiário ou
acusador acessório, equivalente ao instituto brasileiro do assistente do MP,
como se fosse uma ação penal acessória ou uma ação penal adesiva.
Ocorre quando a lei estabelece uma ação penal para determinado crime,
porém, em virtude do surgimento de circunstâncias especiais, passa a prever,
secundariamente, uma nova espécie de ação penal para essa infração. Ex:
crime contra a honra que, em regra, é ação penal de iniciativa privada (art. 145,
CP), porém se cometido crime contra a honra de injúria racial (art. 140, §3º, do
CP), a ação penal será pública condicionada à representação (art. 145,
parágrafo único, CP).
- Lugar da infração penal como regra geral (art. 70 CPP) Teoria do resultado
(local do resultado).
Se, porém, for incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência será estabelecida pela
prevenção, art. 70, § 3°, do CPP (temos aqui, a adoção excepcional da teoria
da ubiquidade ou mista ou eclética -local da ação ou omissão ou local do
resultado -), e aplicável também no caso de infração continuada ou
permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, art. 71 do CPP
4
De acordo art. 70, § 2 °, CPP, quando o último ato de execução for praticado fora do território
nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, mesmo que parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado
5
Incidente de deslocamento de competência (também conhecido como federalização dos
crimes envolvendo direitos humanos) tem como objetivo assegurar e preservar a competência
da JF (competência absoluta) para processar e julgar crimes que envolvam grave violação a
direitos humanos (ex. chacina) previstos em tratados internacionais dos quais o Brasil seja
signatário, caso os magistrados e delegados de polícia estaduais não declinem de ofício,
respectivamente, de sua competência e atribuição ou não reconheçam (os juízes) a
procedência da exceção de incompetência do juízo oferecida pela parte. Quem pode suscitar
esse incidente é apenas o Procurador-Geral da República, perante exclusivamente ao STJ e
pode ser suscitado em qualquer fase do inquérito ou do processo. Caso o STJ acate o pedido
formulado, a causa tramitará perante a Justiça Federal.
6
16 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Lembre-se que o simples fato de um réu ser servidor público federal (delegado
da polícia federal, p.ex.) não atrai a competência da Justiça Federal, já que
para fins de definição desta competência, é preciso, além disso, que o crime
viole bens, serviços ou interesses da União e de suas autarquias públicas ou
empresas públicas, conforme Informativo nº 430 do STJ.
Outras Súmulas do STJ importantes sobre esse tema são as Súmulas nº 62,
73, 104, 140, 147, 165, 200, 208 ("Compete à Justiça Federal processar e
julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas
perante órgão federal"), 209 ("Compete à Justiça Estadual processar e julgar
prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio
municipal"), 522, 528; e os informativos 527 e 744 e a SV nº 36 do STF.
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
7
"Compete à justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades".
8
É o mesmo posicionamento do STF, firmado no julgamento do RE n° 398.041/PA, embora, no
julgamento do RE n° 459510/MT (Informativo n° 573), o relator Ministro Cezar Peluso tenha se
manifestado em sentido contrário, estando o julgamento deste recurso suspenso.
A) Foro onde foi cometida a infração mais grave (art. 78, lI,"a", CPP).
B) Foro onde foi cometido o maior número de infrações (art. 78, lI, "b", CPP): é
aplicada caso a gravidade das infrações seja a mesma.
C) Foro residual estabelecido pela prevenção (art. 78, lI, "c", CPP): na hipótese
de a gravidade e o número de infrações serem os mesmos.
A Súmula n° 704 do STF diz: "Não viola as garantias do juiz natural, da ampla
defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do
processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados". Agora, segundo a doutrina (TÁVORA; ALENCAR, 2016, p. 223),
se os dois agentes possuírem foro por prerrogativa de função previsto na CF
deveria ocorrer à disjunção do feito. Mas o STF (Informativo n° 529) entende
diferente, onde nesta hipótese, ambos os agentes devem ser julgados por um
órgão da jurisdição superior. Assim, se um Governador (foro por prerrogativa
de função no STJ) comete crime em concurso com um magistrado federal (foro
por prerrogativa de função no TRF), ambos deverão ser julgados no STJ. E se
um Governador (foro por prerrogativa de função no STJ) comete crime em
concurso com um Senador (foro por prerrogativa de função no STF), ambos
deverão ser julgados igualmente no STF. A posição do STF é a que deve
prevalecer.
O STF em julgado mais recente, entendeu que compete a este tribunal decidir
quanto à conveniência de desmembramento de procedimento de investigação
ou persecução penal, quando houver pluralidade de investigados e um deles
tiver prerrogativa de foro perante a Corte (Informativo nº 750). Por exemplo, se
um agente com prerrogativa de função prevista na CF cometer um crime de
competência do Júri em concurso com quem não tem prerrogativa ocorrerá à
disjunção (JSTF 175/346).
4. Jurisdição comum e especial (art. 78, IV, CPP): A jurisdição comum tem
competência residual. A especial (eleitoral e militar) tem competência expressa.
No caso de concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalece a
especial. Se houver um crime eleitoral e um crime comum, ambos serão
Situações podem ser arguidas pelas partes ou reconhecidas de ofício pelo juiz:
1. Separação facultativa em caso de tempo ou lugar diferenciado (art. 80, 1ª
parte, CPP)
2. Separação facultativa em virtude do excessivo· número de acusados (art. 80,
2ª parte, CPP)
3. Separação facultativa em face de motivo relevante (art. 80, 3ª parte, CPP).
4.8 PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO - PERPETUATIO JURISDICTIONIS
(ART. 81 CPP)
9
A situação em que o réu não pode ser julgado à revelia é a “crise de instância”. É a hipótese
p revista, p.ex., no art. 366 do CPP, onde o réu revel citado por edital que não comparecer aos
autos nem constituir advogado não poderá ser julgado, devendo o processo ficar suspenso; a
impossibilidade de julgamento no plenário do Tribunal do Júri de réu preso, salvo se ele e seu
defensor pedirem a dispensa da presença daquele (art. 457, § 2°, do CPP).
Assim, sendo criada uma nova vara criminal em uma determinada comarca, os
processos que versem sobre infração penal que passa a ser de competência
da nova vara não devem ser remetidas para esta, permanecendo na vara
anterior. É bom fazer a leitura do informativo nº 783 do STF, galera!
Se praticou uma infração penal antes de exercer o cargo, terá direito a ser
julgado pelo foro por prerrogativa de função, e se, a ação penal for ajuizada em
1º grau, os autos deverão ser encaminhados ao foro por prerrogativa de
função, sendo válidos todos os atos processuais praticados naquele juízo,
incluído o recebimento da denúncia, não necessitando de ratificação desses
atos no novo juízo criminal (informativo nº 556 do STJ), mas ao encerrar o
cargo, os autos devem retornar ao juízo singular.
Sempre que a autoridade que possua foro por prerrogativa de função praticar
infração penal, ainda que esteja fora da jurisdição territorial do respectivo
tribunal, deverá ser julgada pelo tribunal de origem. É o caso, p.ex., de um Juiz
de Direito do Estado de Minas Gerais que pratica crime na Bahia - será julgado
pelo TJMG.
(ARTS. 88 A 91 CPP)
6. PROVA
6.1. Introdução
As provas objetivam demonstrar a realidade dos fatos, denotando um tríplice
significado: prova como atividade probatória; prova como resultado; e por fim,
prova como meio. O primeiro consiste no complexo de atos tendentes a formar
a convicção do juiz da causa sobre a existência ou não dos fatos em
discussão; a segunda diz respeito exatamente a convicção formada pelo
magistrado sobre os fatos que lhes foram postos. Por último, a prova é tida
como instrumento probatório para formar a pretendida convicção.
Precisamos, nesse primeiro momento, realizar a distinção do que vem a ser
prova e o que seria “elementos de convicção”.
Na esteira do art. 155 do CPP, prova seria aquela em regra produzida em juízo,
sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, supervisionada pelo
magistrado. Já os elementos informativos são aqueles colhidos na fase
investigatória, inexistindo contraditório e ampla defesa, só existindo a atuação
do magistrado quando for efetivamente provocado. Estes têm por finalidade
subsidiar medidas cautelares e auxiliar na convicção do titular da ação penal
sobre a opinio delicti.
Os elementos informativos isoladamente considerados não podem
fundamentar uma decisão condenatória. No entanto, podem acrescer à prova
produzida em juízo e servir como mais um elemento de formação da convicção
do juiz.
6.2. Exceções à prova produzida em juízo
Nosso ordenamento jurídico prevê três possibilidades de provas que
dispensam reprodução sob o crivo do contraditório. São aquelas que, por sua
natureza, são produzidas extrajudicialmente (na maioria das vezes, no inquérito
policial): provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
As provas cautelares são aquelas em que há um risco de desaparecimento do
objeto da prova em razão do decurso do tempo, em relação às quais o 58
contraditório será diferido. Assim, uma vez realizadas, resta impossibilitado de
realização mais adiante, em juízo. Exemplos: busca e apreensão,
Interceptação telefônica.
As provas não repetíveis são aquelas que não têm como ser coletadas ou
produzidas novamente em razão do desaparecimento da fonte probatória. Sua
reprodução não depende de prévia autorização judicial, sendo
determinada pela própria autoridade policial. O contraditório também será
diferido. Temos aqui a hipótese, v.g., do exame pericial em relação às infrações
penais cujos vestígios possam desaparecer.
Muito cuidado com esse julgado, pois numa leitura apressada pode-se levar à
conclusão equivocada de que o STF teria entendido no sentido de que a mera
possibilidade de esquecimento dos fatos poderia justificar a antecipação da
prova testemunhal. Não é isso que diz o julgado. No caso, O STF entendeu
que haveria, além do decurso do tempo, outros dados concretos a fundamentar
a decisão, tais como dificuldade de localização das testemunhas e ausência de
endereços residenciais. Portanto, não houve mudança de entendimento por
parte da Suprema Corte, pois a decisão estaria fundamentada em dados
concretos.
Por sua vez, prova atípica diz respeito àquela que não tem seu procedimento
previsto em lei. É o caso, v.g., da reconstituição, disposta no art. 7º do CPP. Já
a prova anômala é aquela utilizada para fins diversos daqueles que lhe são
próprios. Aqui, há ofensa ao contraditório e a ampla defesa, eis que não
obedece aos meios legais à obtenção de tal elemento. Há preterição da prova
típica em favor do meio anômalo de obtenção. Do mesmo modo, a prova irritual
é aquela colhida sem a observância do modelo previsto em lei, tratando-se,
pois de prova ilegítima, passível de reconhecimento de sua nulidade.
A prova ilegal é gênero do qual sobressaem duas espécies: provas obtidas por
meios ilícitos e provas obtidas por meios ilegítimos. Nesse sentido, “a prova é
ilegal toda vez que sua obtenção caracterize violação de normas legais ou de
princípios gerais do ordenamento, de natureza processual ou material. Quando
a proibição for colocada por uma lei processual, a prova será ilegítima (ou
ilegitimamente produzida); quando, pelo contrário, a proibição for de natureza
material a prova será ilicitamente obtida”11.
11
GRINOVER, Ada Peregrini et AL. As nulidades no processe penal, RT: São Paulo, 1995, p.
115.
Muito embora o §2º do art. 157 do CPP traga expressa menção à teoria da
fonte independente, o conceito ali inserido, na verdade, é o da “Teoria da
Descoberta Inevitável”.
“CRIME ACHADO”: Fiquem atentos a esta expressão, que é utilizada pelo Min.
Alexandre de Morais em seu Curso de Direito Constitucional e encontrada em
recente decisão, trazida no informativo 869. “Crime achado” nada mais é que
serendipidade ou encontro fortuito das provas. “[...] O Colegiado afirmou que
a hipótese dos autos é de crime achado, ou seja, infração penal
GABARITO COMENTADO:
(A) INCORRETA: O réu tem o direito de conversar
reservadamente com seu advogado antes de seu
interrogatório. No entanto, tal possibilidade não está
contemplada em nossa legislação quando se tratar da
inquirição de testemunhas. Nesse sentido, já foi decidido
pelo STF, no julgamento do HC 112.225/DF – informativo
711.
(B) CORRETA: Muito cuidado aqui, meus amigos! O
ofendido não é ouvido na qualidade de testemunha, mas
sim de declarante. Assim, não responderá pelo crime de
falso testemunho, mas, a depender do caso, pelo crime de
denunciação caluniosa. Nesse sentido, STJ - AgRg no
REsp 1125145/RJ. Inclusive, prevalece o entendimento
segundo o qual a testemunha tem direito ao silêncio.
(C) INCORRETA: o interrogatório é ato dividido em duas
fases: a primeira destina-se a perguntas que dizem
GABARITO COMENTADO:
GABARITO COMENTADO:
(A) CORRETA: quando tratamos de ação penal, vimos que
no procedimento ordinário, o número máximo de
testemunha é de 08 (oito). No entanto, na hipótese de
coautoria, o número de testemunhas será fixado de acordo
com a quantidade de acusados, bem como pela
7 PRISÃO
Pessoal, importante a leitura de todos os artigos referentes a prisão. Aqui,
destacaremos alguns aspectos.
7.1 CONCEITO
A prisão é o cerceamento da liberdade de locomoção, é o encarceramento.
Pode advir de decisão condenatória transitada em julgado, que é a chamada
prisão pena, regulada pelo CP, com o respectivo sistema de cumprimento, que
é verdadeira prisão satisfativa, em resposta estatal ao delito ocorrido, tendo por
título a decisão judicial definitiva. Mas, no transcorrer da persecução penal, é
possível que se faça necessário o encarceramento do indiciado ou do réu,
mesmo antes do marco final do processo.
O sujeito passivo é aquele que foi detido em situação de flagrância, pode ser
qualquer pessoa. As exceções são:
a) o Presidente da República somente poderá ser preso com o advento de
sentença condenatória transitada em julgado;
b) os diplomatas estrangeiros podem desfrutar da possibilidade de não ser
presos em flagrante, a depender dos tratados e convenções internacionais12;
12
O diplomata estrangeiro, em território nacional, não pode ser sujeito passivo da prisão em
flagrante. A imunidade dos diplomatas obsta a aplicação da lei brasileira, em homenagem à
soberania do seu país de origem (Estado acreditante). A imunidade se estende aos familiares
do diplomata que com ele convivam e desde que não sejam nacionais do estado acreditado.
No que concerne aos seus funcionários, que tenham nacionalidade do país de origem
(empregados natos), haverá limitação da jurisdição brasileira toda vez que tal implicar
interferência demasiada no “desempenho das funções da Missão”. O cônsul tem imunidade
restrita aos crimes funcionais no exercício de suas atribuições consulares (TÁVORA;
ALENCAR, 2016, p. 1301).
Espécies:
- Liberdade provisória obrigatória: Suplantada pela Lei nº 12.403/2011, a
liberdade provisória obrigatória constituía-se em direito incondicional do infrator
nos crimes em que a lei previa que ele “se livrasse solto”.
- Liberdade provisória permitida: É admitida quando não estiverem presentes
os requisitos de decretação da preventiva, e quando a lei não vedar
expressamente e terá seu cabimento de acordo com a reforma do CPP (Lei nº
12.403/11).
- Liberdade provisória vedada: É vedada quando couber prisão preventiva e
nas hipóteses que a lei estabelecer expressamente a proibição.
Agora, em tese, todo delito é afiançável. Só não o será nas hipóteses da
seletividade expressa de proibição para sua concessão, como ocorre em
alguns crimes (racismo, tortura, tráfico, terrorismo, hediondos, delitos
cometidos por grupos armados civis ou militares e contra o Estado Democrático
de Direito – art. 323, CPP) ou nos caso em que, embora não haja previsão de
inafiançabilidade, o não cabimento da fiança decorre de impedimento legal a
sua concessão, seja por motivos de quebra da fiança, de prisão civil ou militar,
seja quando presentes os requisitos da preventiva (art. 324, CPP).
8. PROCEDIMENTO
DIZER O DIREITO
Anulação da pronúncia por excesso de linguagem
A sentença de pronúncia deve ser fundamentada. No entanto, é necessário
que o juiz utilize as palavras com moderação, ou seja, valendo-se de termos
sóbrios e comedidos, a fim de se evitar que fique demonstrado na decisão que
ele acredita firmemente que o réu é culpado pelo crime Se o magistrado
DIZER O DIREITO
9. SENTENÇA
9.1 Emendatio Libelli
De acordo com o art. 383, do CPP, o juiz, sem modificar a descrição do fato
contida a denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa,
ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. Da mesma
forma, o art. 418 do CPP, aplicável a pronúncia, dispõe que o juiz poderá dar
ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado
fique sujeita à pena mais grave.
Na emendatio libelli, o juiz apenas corrige uma classificação mal formulada, ou
seja, altera a capitulação feita pelo autor quando da inicial acusatória,
mantendo inalterada a base fática da imputação.
Há três formas de emendatio libelli:
a) Por defeito de capitulação: o juiz profete sentença condenatória ou
decisão de pronúncia em conformidade exata com o fato descrito na peça
acusatória, porém reconhecendo a subsunção do fato delituoso à classificação
distinta daquela que constou na inicial.
b) Por interpretação diferente: a imputação fática constante da peça
acusatória também não é alterada por ocasião da sentença ou pronúncia,
porém o juiz faz interpretação diversa daquela feita pelo MP ou pelo querelante
acerca da tipificação do fato delituoso. Ex. MP entende que é estelionato; juiz
entende ser furto qualificado pela fraude.
DIZER O DIREITO
Nulidade da intimação por edital de réu preso. Preso o réu durante o curso
do prazo da intimação por edital da sentença condenatória, essa intimação fica
prejudicada e deve ser efetuada pessoalmente. Se o réu está preso durante o
prazo do edital, ele deverá er intimado pessoalmente da sentença
condenatória, na forma do art. 392, I, do CPP, restado prejudicada a intimação
editalícia. (STJ. 6ª Turma. RHC 45.584/PR. 2016. Info 583).
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra B, responde também à alternativa
C. A questão correta trouxe a literalidade do artigo
67 do CPP, que assim dispõe:
INCORRETAS:
A) A questão é incorreta e viola, inclusive, o texto de
súmula vinculante. Isto porque, a sentença que
homologa a transação penal não faz coisa julgada,
conforme afirma a alternativa. “Súmula Vinculante
35: A homologação da transação penal prevista no
artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se
a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal
mediante oferecimento de denúncia ou requisição
de inquérito policial.”.
D) No processo penal a defesa técnica é
indispensável, sob pena de nulidade absoluta.
Nestes termos: “Súmula 523 STF: No processo
É direito de todas as partes a escolha do defensor que irá formular sua defesa
técnica. Neste sentido, é dever do juízo intimar o acusado sempre que o seu
defensor renunciar ao mandato, sob pena de violação ao direito de escolha.
Esse é o teor da Súmula 708 do STF: “É nulo o julgamento da apelação se,
após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi
previamente intimado para constituir outro.”.
Em que pese a redação original do art. 581, algumas ressalvas merecem ser
feitas. Inicialmente, o termo “despacho” é equivocado, já que como dito acima o
RESE é cabível contra decisões interlocutórias e, eventualmente, contra
sentenças. Além disso, alguns dos incisos do artigo citado não mais são
impugnáveis por meio do referido recurso, pois as decisões proferidas no
âmbito da execução penal são atacáveis por meio de agravo em execução.
Dessa forma, foram revogados pela Lei de Execução Penal os incisos: XI, XII,
XIII, XIX, XX, XI, XX, XXIII e XIV.
INCORRETAS:
A) Conforme mencionado no tópico do recurso de
apelação, as matérias impugnadas no âmbito do
procedimento do tribunal do júri se limitam ao recurso
apresentado. Por este motivo a alternativa está
incorreta, pois afirmou não haver limitação. Neste
sentido é a Súmula 713 do STF: “O efeito devolutivo
da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos
fundamentos da sua interposição.”.
B) A regra geral é que prevalece o interesse da parte
que7 manifestou a vontade de recorrer, pois, se a
defesa técnica entendeu por bem apresentar o
recurso este será conhecido, independente do
desinteresse da parte que o aproveita. Neste sentido
é a Súmula 705 do STF: “A renúncia do réu ao direito
de apelação, manifestada sem a assistência do
defensor, não impede o conhecimento da apelação
por este interposta.”
C) A nomeação de defensor dativo não supre a falta
de intimação do denunciado, é o teor da Súmula 707
do STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do
denunciado para oferecer contra-razões ao recurso
interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a
nomeação de defensor dativo.”.
Ainda, vale frisar que as penas de prestação de serviço à comunidade não são
consideradas como trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não
podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
A jornada de trabalho normal não será inferior a seis horas e nem superior a
oito, com descanso aos domingos e feriados. Porém, se o preso, ainda que
sem autorização do juízo ou da direção do estabelecimento prisional,
efetivamente trabalhar nos domingos e feriados, esses dias deverão ser
considerados no cálculo da remição da pena.
Comportamento adequado;
Cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
A autorização será concedida por prazo não superior a sete dias, podendo ser
renovada por mais quatro vezes durante o ano, ou seja, no total, regra geral,
poderá ser concedida cinco saídas temporárias ao ano, sendo o limite mínimo
de dias, entre uma e outra, de quarenta e cinco dias. A informação é
importante, pois da leitura do artigo o candidato pode achar que são quatro
saídas ao ano, mas percebe-se que a lei é clara ao dizer “mais quatro vezes”,
acrescida da primeira.
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo
remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da
data da infração disciplinar. A prática de falta grave impõe a decretação da
perda de até 1/3 dos dias remidos, devendo a expressão “poderá”, contida no
artigo 127 da LEP, ser interpretada como verdadeiro poder-dever do
Súmula 441 STJ: a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do
livramento condicional.
Súmula 535 STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para
fim de
Súmula 715 STF: a pena unificada para atender ao limite de trinta anos
de cumprimento, determinado pelo artigo 75 do Código Penal, não é
considerada
INCORRETAS:
B) No mesmo sentido exposto na alternativa A que
justifica o erro da B.
C) O erro está na generalidade da questão, pois a lei
afirma que haverá a revogação da autorização do
trabalho externo quando houver o cometimento de
crime, não computando, portanto, as contravenções
penais. Assim dispõe o artigo 37, parágrafo único:
"Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
definido como crime, for punido por falta grave, ou
tiver comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo."
D) O objetivo do examinador na presente alternativa
foi confundir os institutos da execução penal, pois
muitas são as frações apresentadas na lei que
definem o quantum de pena deverá ser cumprido
para a obtenção de determinado benefício. No caso
do trabalho externo, o apenado deverá cumprir 1/6 da
pena, não 1/3 como afirmou o examinador. Além
disso, vale lembrar a jurisprudência de que este
quantum de pena se aplica apenas aos presos em
regime fechado, podendo os presos em regime
aberto ou semiaberto trabalhar imediatamente.
E) O erro está no limite exposto, já que a lei
estabelece como limite máximo de presos de 10%
dos trabalhadores da obra: "Art. 36. (...) § 1º O limite
máximo do número de presos será de 10% (dez por
cento) do total de empregados na obra.".
OS ESPECIAIS:
Os atos processuais são públicos e podem ser praticados em qualquer dia
da semana ou em horário noturno, conforme as normas de organização
judiciária do estado.
Não será cabível a citação por edital. Logo, caso o réu não seja encontrado,
os autos serão encaminhados à justiça comum, para que haja o regular
prosseguimento do feito.
Composição civil dos danos: Nos casos em que a vítima tenha sofrido
prejuízos com o delito praticado pelo infrator, pode haver uma indenização
mediante o pagamento de determinada quantia em dinheiro. A composição é
sempre possível nos delitos em que a lei exige representação ou queixa da
vítima.
Caso não haja audiência preliminar a composição civil dos danos, será
oportunizado ao ofendido o direito de representar pelo crime. O não
oferecimento da representação na audiência não implica decadência, mas
deverá ser apresentada no prazo de seis meses, sob pena de decair no
direito.
A sentença proferida no juizado criminal não possui efeitos civis, de forma
que cabe ao interessado, se desejar, acionar o juízo cível.
No rito sumaríssimo, quando não houver a aplicação de pena por ausência
do autor do fato, o Ministério Público oferecerá ao juiz a denúncia oral, no caso
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra A. Os tribunais superiores
entendem plenamente aplicável, por analogia, à
suspensão condicional do processo, o artigo 64 do
Código Penal, na medida em que nele lei penal
comum considerou ser o intervalo de cinco anos, a
partir do trânsito em julgado da condenação
anterior, capaz de apagar o estigma desta. Este foi
o entendimento do STF no HC 86646SP:
INCORRETAS:
B) A alternativa é incorreta, por expressa disposição
da Lei 9.099/95, que impede a concessão do
benefício mesmo nos casos em que o acusado
esteja sendo processado por outro delito, assim
dispõe: “Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima
cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena.”
C) A alternativa está incorreta, pois na hipótese
relatada não se trata de uma opção do magistrado,
mas consiste em caso de revogação obrigatória do
benefício. Neste sentido, é o parágrafo terceiro do
artigo 89 da Lei 9.099/95: “§ 3º A suspensão será
revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a
ser processado por outro crime ou não efetuar, sem
motivo justificado, a reparação do dano.”
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o
acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
D) Um pequeno detalhe tornou a alternativa
incorreta, devendo o candidato ter atenção a este
tipo de alternativa. Isto porque não se trata de
hipótese de interrupção, mas sim de suspensão do
prazo prescricional, nos termos do artigo 88,
parágrafo 6º: Não correrá a prescrição durante o
prazo de suspensão
do processo.
E) O Superior Tribunal de Justiça não entende que a
concessão do sursis é direito subjetivo do acusado.
De acordo com a Corte Cidadã, o Ministério Público,
Caro(a) Aluno(a),
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aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.
Francisco Penante
CEO Ad Verum Suporte Educacional
SUMÁRIO
1. Introdução ao Direito Civil ........................................................................... 5
1.1 Vigência da Lei.......................................................................................... 5
1.1.1 Vigência Extraterritorial da Lei Brasileira ............................................ 6
1.1.2 Princípio da Obrigatoriedade da Lei ou da Não Ignorância da Lei ...... 6
1.1.3 Hipóteses de Cessação de Vigência das Leis (art. 2º da LINDB) ....... 6
1.2 Integração e Interpretação da Lei ............................................................. 7
1.3 Conflito das Leis no Tempo....................................................................... 8
1.4 Eficácia da Lei no Espaço ......................................................................... 9
2. Parte Geral .................................................................................................. 10
2.1 Da pessoa natural: .................................................................................. 10
2.1.1 DA PERSONALIDADE JURÍDICA .................................................... 10
2.1.2 CAPACIDADE DE DIREITO E DE FATO E LEGITIMIDADE ............ 11
2.1.3 EMANCIPAÇÃO ............................................................................... 13
2.1.4 EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL ................................................ 14
2.1.5 DA AUSÊNCIA.................................................................................. 15
2.1.6 DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ........................................... 17
2.1.6.1 Características dos Direitos da Personalidade ........................... 18
2.1.6.2 Classificação dos Direitos da Personalidade .............................. 19
2.2 Da Pessoa Jurídica: ................................................................................ 25
2.3 Teoria Geral do Negócio Jurídico:........................................................... 28
2.3.1 FATOS JURÍDICOS.......................................................................... 28
2.3.2 ATOS JURÍDICOS ............................................................................ 29
2.3.3. DO NEGÓCIO JURÍDICO................................................................ 30
2.3.3.1. Elementos Constitutivos do Negócios Jurídicos ........................ 30
2.3.3.2. Vícios ou Defeitos do Negócio Jurídico ..................................... 33
2.3.3.3. Teoria das Nulidades do Negócio Jurídico ................................ 37
2.4 Da Prescrição e da Decadência: ............................................................. 42
2.4.1 DA PRESCRIÇÃO ............................................................................ 42
2.4.1.1 Requisitos e Espécies ................................................................ 43
2.4.1.2 Pretensões Imprescritíveis ......................................................... 44
2.4.1.3 Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição ........... 45
2.4.1.4. Das Causas que Interrompem a Prescrição .............................. 46
Desse conceito pode-se extrair que a vigência está delimitada por um lapso
temporal, isto é, por um “prazo de validade” da norma jurídica. Esse prazo
inicia-se com a sua publicação (ou com o término do período da vacatiolegis) e
se encerra com a revogação da lei ou com o término do prazo/condição
estipulado na legislação (leis temporárias/excepcionais). Vale dizer que toda lei
(sentido lato) é criada, promulgada, publicada e entra em vigência até a sua
extinção pela revogação.
Diante do exposto, importante observar o que diz o Art. 1o. DA LINDB: “Salvo
disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”
Desse modo, a menos que a própria lei estabeleça outro termo para início de
sua vigência, ela passa a vigorar depois de transcorridos quarenta e cinco dias
da data de edição do Diário Oficial em que ela foi publicada.
“Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação. “Importante salientar também que se a
lei já está em vigor e ocorre alteração do seu texto, considera-se lei nova. Ou,
nas palavras de Costa Machado: “Implica existência de lei nova que revogará a
anterior, incorreta”2.
1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8. Ed. São Paulo: Saraiva,
2010, Vol. 1. P. 59.
2
Costa Machado, Código Civil Interpretado, ed. Manole, 5ª ed. pág. 4.
“Não se destinando a vigência temporária, a Lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue. “A revogação de uma lei (perda da obrigatoriedade)
pode ser:
1.Total: todo o texto da lei é revogado (ab-rogação)
2. Parcial: Parte do texto da lei é revogado (derrogação)
Além disso, existem duas maneiras de se processar a revogação das leis:
1.Revogação Expressa: Lei nova declara expressamente a revogação da
antiga;
2.Revogaçao Tácita: A lei nova é incompatível com a anterior OU a lei nova
regula toda a matéria tratada na lei anterior.
3
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil 1, 28 ed.
Lembre-se, ainda, que a simples criação de uma lei com o mesmo assunto de
uma já existente não revoga a eficácia da lei antiga, Art. 2º. § 2º: “A lei nova,
que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior. “A Lei Geral é a que traz disposições
genéricas sobre determinado instituto. Por exemplo: contrato de compra e
venda. Já a Lei Especial é a que também enfoca um instituto tratado na lei
geral, mas adiciona elementos novos. Por exemplo: O Código de Defesa do
Consumidor trata do contrato de compra e venda porém aplicado às relações
de consumo.
Para entender o que é a repristinação, imagine que existam três leis: A,B e C.
A lei “B” revogou a Lei “A” e depois surgiu a Lei “C” que revogou a “B”.
Entretanto a Lei “C” além de revogar a “B”, diz: “fica restaurada a vigência da
Lei “A”. Nesse caso, a Lei “A” volta a vigorar (exceção), pois há uma
determinação expressa que a ordene (repristinação).
Lembrando que o fato da Lei “C” revogar a Lei “B”, isso por si só não faz com
que a Lei “A” volte a vigorar (Princípio da Não Repristinação, que é a regra). No
exemplo mencionado acima, a Lei “A “só voltou a vigorar pois houve uma
determinação expressa nesse sentido (repristinação).
Uma lei após ser criada deve aplicada. Ocorre que, muitas vezes, ela pode não
trazer as soluções para os casos concretos. Portanto, a função do juiz será a
de preencher as lacunas através da Integração Normativa, que é um conjunto
de técnicas que visam suprir eventuais lacunas do texto da Lei. Pois o juiz não
pode se recusar a analisar e julgar uma causa alegando a omissão da lei. É o
que se depreende da leitura do artigo 4º da LINDB: “Quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais do direito”.
Os meios de integração que devem ser utilizados pelo juiz estão expressos no
artigo 4º da LINDB, e devem ser utilizados na ordem hierárquica prevista na
norma, qual seja:
“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Da leitura do artigo temos que lei nova tem efeito imediato e geral, atingindo
somente os fatos pendentes e os futuros realizados sob sua vigência, não
abrangendo fatos passados.
Da leitura do dispositivo legal temos que a lei deve ser aplicada ao mesmo
tempo em todo o território nacional (Sistema da Obrigatoriedade Simultânea ou
Sincrônica). Ou seja, quando uma lei é criada, ela passa a ter validade
obrigatoriedade dentro do território nacional (Princípio da Territorialidade).
Ademais, importante registrar que a LINDB tem como base a “lei do domicílio”,
sendo assim, são por ela regidas as regras sobre começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (art.7º); as regras
quanto aos bens móveis trazidos ou destinados ao transporte para outro
lugar(art. 8º § 1); sucessões (art.10) e a competência da autoridade
judiciaria(art.12).
2. PARTE GERAL
Capacidade não pode ser confundida com legitimidade, dizer que uma pessoa
tem legitimidade para exercer tal ato só é possível se seu ato e esta pessoa
estiverem de acordo com o ordenamento jurídico, assim sendo um pai que
herda uma herança de sua mulher não pode vende-la se não fizer antes um
inventário com seus filhos, logo aquele mesmo pai que tem capacidade
jurídica de fato e de direito, passa a não ter legitimidade nesta sua ação.
Incapacidade Absoluta:
Incapacidade Relativa:
Tais situações foram substituídas pela nova redação do inciso III, ou seja,
considerar-se-ão relativamente incapazes aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir a sua vontade. Isso significa que, não
podendo exprimir a sua vontade, não poderão praticar os atos da vida civil
(verart. 6º Lei nº 13.146/2015).
2.1.3 EMANCIPAÇÃO
A menor idade cessar ao dezoito anos completos salvo alguns casos em que
poderá ocorrer se o agente tiver atingido a idade de dezesseis anos, porém é
importante ressaltar que a emancipação não exclui os pais da responsabilidade
solidária.
Casos da Emancipação de acordo com o Art. 5º, Parágrafo único, Incisos: I, II,
III,IV e V, CC/02.
O entendimento de exercício em cargo público não quer dizer que tal pessoa
seja necessariamente um funcionário público concursado, basta que ele
mantenha um vínculo público efetivo a hipótese de emancipação já deve ser
considerada, porém dificilmente encontra-se concursos aos menores de
dezoito anos, então essa hipótese é vagamente utilizada (Art. 5º, Parágrafo
único, Inc. III,CC/02).
Colação de grau em curso de ensino superior, com amparo legal no(Art. 5º,
Parágrafo único, Inc. IV, CC/02), esta modalidade dificilmente será utilizada,
uma vez que exceto os excepcionais, dificilmente alguém concluirá um curso
superior antes dos dezoito anos completos.
Além disso é preciso que esta relação de trabalho seja por meio de assinatura
na CTPS (carteira de trabalho), assim sendo os contratos não são
reconhecidos como ato significante para emancipação. Em caso de
rompimento do trabalho e jovem que assinou sua CTPS não retorna a condição
de dependente.
Porém temos alguns casos que a declaração de morte presumida não depende
da situação de ausência, como prevista no Art. 7º, Inc. I e II, CC/02,vejamos:
2.1.5 DA AUSÊNCIA
Ainda partindo do pressuposto que o ausente não está falecido o legislador deu
garantias de que seus bens permanecerão como ele deixou, dessa forma aos
que interessarem a posse provisória dos bens só far-se-á mediante pagamento
de garantias de valor igual ao bem que for tutelado para si (Art. 30, CC/02).
Caso o ausente seja declarado como morto durante a posse provisória, esta
será convertida em definitiva, considerando-se aberta na data comprovada, em
favor dos herdeiros que o eram àquele tempo (Art. 35, CC/02).
A sucessão definitiva acontece uma vez que não existe mais esperança de
que o ausente esteja vivo, para isso são esperados dez anos após o início da
sucessão provisória (Art. 37, CC/02), ou ainda, em casos que o ausente
tenha oitenta anos de idade e cinco anos sem dar notícias (Art. 38,
CC/02),poder-se-á requerer a abertura da sucessão definitiva de imediato,
desde que de cinco anos datem as suas últimas notícias.
Absolutos;
Gerais;
Extrapatrimoniais;
Indisponíveis;
Imprescritíveis;
Impenhoráveis;
Vitalícios.
Direito à vida: Não existe muito o que se escrever sobre o direito à vida,uma
vez que é entendido como fundamental e faz parte da personalidade humana,
sendo inclusive garantido aos nascituros.
Temos o caso trazido pelo Art. 15, CC/02 que diz: "Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com o risco de vida, a tratamento médico ou
intervenção cirúrgica", o código é claro, salvo em casos que apresenta risco
iminente de vida, o médico não poderá obrigar o paciente a passar por
procedimento médico, como exemplo temos o caso das pessoas que se
recusam a receber sangue através da transfusão por convicção religiosa ou
filosófica.
Direito à voz: Fica assegurado também o direito a voz, esta surge como parte
fundamental da personalidade da pessoa assim como a imagem.
Lícitos
Ilícitos
Os Fatos Jurídicos Lícitos são os que a lei defere os efeitos almejados pelo
agente. Praticados conforme determina o Ordenamento Jurídico, produzindo
efeitos voluntários, queridos pelo agente. Denominados pela Professora Maria
Helena Diniz (2003, p. 246) de voluntários (lícitos) e involuntários (ilícitos).
Todas as ações das pessoas que são juridicamente relevantes para o Direito
são consideradas como Fatos Jurídicos e, por isso, são também denominados
Fatos Jurídicos em sentido amplo.
Caio Mário da Silva Pereira clarifica que dois fatores constituem o fato jurídico:
um fato, isto é uma eventualidade que atue sobre o direito subjetivo; e uma
declaração da norma jurídica que confere efeitos jurídicos àquele fato. Maria
Helena Diniz (2003, p. 248) salienta: “É o acontecimento, previsto em norma
jurídica, em razão do qual nascem, se modificam, subsistem e se extinguem
relações jurídicas.”
Ordinários
Extraordinários
É o que diz Maria Helena Diniz, (2003, 267) acerca do ato jurídico: “Ato Jurídico
strictu sensu que surge como mero pressuposto de efeito jurídico, preordenado
pela lei, sem função e natureza de auto regulamento”.
Diante disso, o ato jurídico pode ser entendido como sendo na verdade um
acontecimento oriundo da vontade de uma pessoa física ou jurídica, que
produz efeitos de ordem jurídica.
Mas é importante frisar que para tal aplicação da vontade se faz imprescindível
que tenha-se a ocorrência de um acontecimento lícito fundado em direito, que
não esteja em desacordo com o nosso então ordenamento jurídico.
O ato ilícito produz efeitos jurídicos, sendo estes por sua vez não desejados
pelo agente, mas impostos pela lei, conforme os artigos 186 e 187 do CC/2002:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
Contudo, não causam direitos, mas sim deveres, como o dever de reparar o
dano: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Vale frisar que boa parte da nossa doutrina vigente não recepciona como
jurídico o ato ilícito, por se apresentar de forma contraria ao dispositivo
normativo, embora este produza efeitos que ensejam responsabilidade civil.
Porém, hoje se admite que estes atos integrem a categoria dos atos jurídicos,
tomando como base os efeitos que eles geram ou produzem.
Elementos Naturais:
Elementos Acidentais:
- Erro ou Ignorância
- Dolo
- Coação
- Lesão
- Estado de perigo
- Erro ou Ignorância
O erro consiste falsa ideia da realidade, do real estado ou situação das coisas.
A pessoa supõe que é uma coisa, mas na verdade se trata de outra, podendo
tornar o negócio anulável. Neste caso, o agente erra sozinho, não sendo
induzido a errar, pois se fosse, caracterizar-se-ia como dolo.
A atual codificação, diz em seu artigo 138, que são anuláveis os negócios
celebrados com erro, desde que este seja substancial. Nesse sentido, o erro é
Um exemplo simples de erro é quando uma pessoa vai a uma relojoaria com o
intuito de comprar um relógio de ouro, mas ao chegar à loja não especifica, não
diz à vendedora que deseja e um relógio de ouro. Então compra um relógio
acreditando que é de ouro maciço, mas que na verdade é folheado a ouro.
- Dolo
Quanto aos tipos de dolo, o código civil trata de duas classificações: dolo
principal e dolo acidental. Entretanto, no artigo 145 do CC, diz que o negócio
jurídico só é anulado por dolo quando este for a sua causa, isto é, o negócio só
é anulável se este foi celebrado em consequência de que o agente foi induzido
pela outra parte.
Dolo Acidental: como diz o artigo 146 do Código Civil de 2002: “O dolo
acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo”. Portanto, defines
como aquele dolo que não é causa daquele ato (dolus incidens). Neste caso, o
agente realizaria o negócio em benefício próprio e independente da ação
maliciosa de outrem, porem o comportamento desta outra pessoa acaba
Dolo por Terceiro: é outro tipo de dolo, mas não muito importante, que ocorre
quando a parte que se aproveitar da outra tiver ciência ou não dos fatos. Se o
autor do dolo tinha conhecimento acerca dos fatos, o negócio torna-se
anulável, mas se não tiver conhecimento, o negócio não é anulável, entretanto
aparte prejudicada poderá requer perdas e danos.
- Coação
Coação absoluta: que surge quando há violência física, isto é, o coator utiliza
de força física para obrigar uma pessoa a realizar certo ato ou negócio jurídico,
e, portanto, não possui nenhum consentimento da vítima, tornando o negócio
ou ato nulo, invalido.
- Estado de Perigo
- Lesão
A lesão está preconizada, no Código Civil de 2002, em seu artigo 157.Para que
haja a lesão numa relação jurídica, é preciso que existam dois requisitos,
sendo um objetivo e o outro subjetivo.
“É todo artificio malicioso que uma pessoa emprega com intenção de transgredir
direito ou prejudicar interesses de terceiros” (Venosa, 2004, p. 49).
É importante deixar claro que insolvente, é aquela pessoa que já não possui
patrimônio, condições econômicas de adimplir, de pagar o que deve. Dessa
forma, caracteriza-se pelo fato de o devedor, de um ou mais credores, que
assume obrigações com estes, mas não tem como cumprir a prestação, ou
quando possui condições, se desfaz de seu patrimônio, tornando-se insolvente,
e, portanto, não tendo como cumprir com a prestação que lhe cabe.
Observa-se então que existem dois requisitos, sendo o primeiro a má-fé do
devedor, ou seja, a malícia, o fato deste manifestar a sua vontade com o
planejamento de causar prejuízo para com o credor. O segundo requisito, diz
respeito à intenção do devedor de prejudicar o credor, tendo a consciência
de que está produzindo um dano. Esses requisitos, como se pode ver, são
ambos de ordem subjetiva.
- Da Simulação
Esta espécie de vicio social do negócio jurídico, está estabelecida noartigo 167
do Código Civil Brasileiro de 2002, que diz:
Ato jurídico inexistente é aquele que contém grau de nulidade tão relevante,
que nem chega a entrar no mundo jurídico, independendo de ação para ser
declarado como tal; é inconvalidável.
Ato jurídico ineficaz é o ato jurídico perfeito, válido somente entre as partes,
mas que não produz efeitos perante terceiros (ineficácia relativa) ou então não
produz efeito perante ninguém (ineficácia absoluta).
4
Teoria Geral do Fato Jurídico. Disponível em:<https://fborsonaro.wordpress.com/2016/06/15/teoria-geral-do-fato-
juridico/> Acesso em: 29 de Dezembro de 2017.
5
Direito Civil – Negócio Jurídico. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=bImvWWt8HOA> Acesso em: 29
de Dezembro de 2017.
6
Invalidade do negócio jurídico. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.
com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8611> Acesso em: 29 de Dezembro de 2017.
A prescrição está elencada entre os artigos 189 e 206 do Código Civil. É tida
como uma das formas de extinção de direitos. Na concepção de Maria Helena
Diniz (2003, v.1: 335):
“[...] este instituto foi criado como medida de ordem pública para proporcionar
segurança às relações jurídicas, que seriam comprometidas diante da
instabilidade oriunda do fato de se possibilitar o exercício da ação por prazo
indeterminado [...]”.
O Superior Tribunal de Justiça adota a teoria da actio nata, pela qual prazo
deve ter início a partir do conhecimento da violação ou lesão ao direito
subjetivo. A Súmula 287 do mesmo STJ diz: O termo inicial do prazo
prescricional, na ação indenizatória, é a data em que o segurado teve ciência
inequívoca da incapacidade laboral. No artigo 27 do Código de Defesa do
Consumidor, pelo qual, havendo acidente de consumo, o prazo prescricional
de cinco anos tem início do conhecimento do dano e de sua autoria.
Espécies de Prescrições:
De acordo com Maria Helena (Curso de Direito Civil, 2003, p. 341) as causas
impeditivas da prescrição se fundam no: status da pessoa, individual ou
familiar, atendendo razões de confiança, amizade e motivos de ordem moral.
Segundo Maria Helena (Curso de Direito Civil, 2003, p. 339) as causas que
interrompem a prescrição são: as que inutilizam a prescrição iniciada, de
modo que o seu prazo recomeça a correr da data do ato que a
interrompeu ou do último ato do processo que a interromper.
A lei admite que tal efeito se alcance ainda que a citação seja ordenada por juiz
incompetente. A regra não beneficia alguém que de última hora queria se
salvar da prescrição que está quase consumada, devido a sua negligência,
requerendo que a prescrição seja interrompida perante o primeiro juiz que
achar. A citação deve interromper a prescrição que se revista de validade
intrínseca, pois a prescrição não se interrompe com a citação nula por vício
deforma ou por achar perempta a instância ou a ação. A terceira hipótese que
interrompe a prescrição é através do protesto nas condições do primeiro inciso
(CC, art.202, II). Quando a lei diz: “nas condições do inciso anterior”, entende-
se que o legislador está se referindo ao protesto judicial e não o protesto
comum de título cambial. Esta solução, no começo, incerta na Jurisprudência,
foi contestada em julgado unânime da 1ª Turma do Suprem Tribunal Federal.
O artigo 203 mostra que a prescrição pode ser interrompida por qualquer
interessado, sendo que o 204 do CC determina que a interrupção da prescrição
por um credor não aproveita aos outros; e a interrupção operada contra o
codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos coobrigados.
2.4.2. DA DECADÊNCIA
A origem da palavra decadência vem do verbo latino cadere, que significa cair.
A decadência atinge diretamente o direito em razão também da desídia do
titular durante certo lapso temporal. Portanto, a decadência é a extinção do
direito pela inércia do titular, quando a eficácia desse direito estava
originalmente subordinada ao exercício dentro de determinado prazo, que se
esgotou, sem o respectivo exercício. O tempo age, no caso de decadência,
como um requisito do ato.
Espécies de Decadência:
Legal - Quando é prevista em lei, sendo reconhecida de ofício pelo juiz, ainda
que se trate de direitos patrimoniais; de acordo com o arts. 210 do Código Civil
de 2002. Lembrando que o prazo decadencial legal é irrenunciável, segundo o
art. 209 do Código Civil de 2002.
Convencional - Estipulada pelas partes, somente a parte beneficiada poderá
alegá-la, sendo vedado ao juiz de Direito suprir a alegação da parte, consoante
o art. 211 do Código Civil de 2002. O prazo decadencial convencional pode ser
renunciado, a teor do art. 209 do Código Civil de 2002, a contrário sensu.
Segundo Maria Helena Diniz (Curso de Direito Civil Brasileiro, 2003, p. 364)a
diferenças básicas entre decadência e prescrição são as seguintes:
7
Prescrição e Decadência. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/11047637/> Acesso em: 29 de Dezembro de
2017.
Nesse momento, é importante que você faça uma leitura integral do Código
Civil, no que diz respeito às regras das modalidades das obrigações, pois, aqui,
só iremos tratar dos aspectos mais importantes. Portanto, passem um pente
fino na lei e vamos em frente!
3) Consequências do inadimplemento:
OBRIGAÇÃO DE DAR
SEM CULPA COM CULPA
RESOLVE A VALOR EQUIVALENTE
PERDA OBRIGAÇÃO PARA AS + PERDAS E DANOS
PARTES
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
SEM CULPA COM CULPA
PERDA RESOLVE A VALOR EQUIVALENTE
OBRIGAÇÃO PARA AS + PERDAS E DANOS
PARTES
DETERIORAÇÃO CREDOR RECEBE A VALOR EQUIVALENTE
COISA NO ESTADO EM OU ACEITAR A COISA
QUE SE ENCONTRAR COM ABATIMENTO DO
PREÇO + PERDAS E
DANOS (em qualquer
dos casos)
QUESTÃO INÉDITA
Sobre direito das obrigações, assinale a alternativa correta:
A) Nas obrigações solidárias, sub-roga-se o devedor quando do pagamento da
dívida a qualquer um dos credores.
B) Nas obrigações de dar coisa incerta, não poderá o devedor, antes da
escolha, alegar a perda ou deterioração da coisa, exceto se por força maior ou
caso fortuito.
C) Havendo acordo de entregar determinado bem a João, Maria, de forma
negligente, causou a perda do bem objeto de prestação. Nesse caso, João
não terá direito a nada, pois, até a tradição, a coisa perece para o credor.
D) Caso João acorde com Maria em entregar um celular da marca X, não
poderá entregar celular de marca Y, ainda que mais valiosa, em razão do
Princípio da Equivalência das Prestações.
Comentário:
a) FALSO – a sub-rogação ocorrerá nas obrigações indivisíveis, assim, haverá
É ato jurídico lícito, realizado entre duas ou mais pessoas, que cria, modifica ou
extingue relações jurídicas de natureza patrimonial. Possui repercussão
pessoal e socioeconômica, visam a atender desejos ou necessidades
individuais ou coletivas, em busca da satisfação pessoal, assim promovendo
dignidade humana.
É um negócio jurídico que requer, para que seja válido, a observância dos
requisitos legais: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em
lei (artigo 104 do Código Civil).
Doação pura: nada é exigido do donatário, que recebe o bem doado sem
qualquer condição ou encargo.
Doação condicional: subordinada a evento futuro e incerto, ou seja, ao
implemento de condição, que pode ser suspensiva ou resolutiva.
Doação com encargo: sujeita o donatário à realização de certa tarefa, para
que lhe seja transferido o bem. O donatário é obrigado a cumprir os encargos
da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse
geral.
Doação inoficiosa: atinge a legítima dos herdeiros necessários. Será nula
aparte da doação que ultrapasse a metade dos bens do de cujos, sendo
possível o ajuizamento de ação de redução, no prazo de 10 anos. Importante
frisar que, de acordo com o STJ, a análise sobre o excesso da doação é
apurada levando-se em conta o patrimônio do doador ao tempo da doação, e
não na data da abertura da sucessão.8
O ato será feito por meio de escrito público ou particular, mas será permitida
adoção verbal, quando a coisa a ser doada se tratar de bem móvel de pequeno
valor.
8
STJ. AR 3.493 - PE36
Ainda sobre o tema, insta frisar que não estão sujeitas à revogação as doações
remuneratórias, as indenizatórias, as feitas para determinado casamento, bem
como as que tiveram objetivo de cumprir obrigação natural.
É inválida a doação realizada por meio de procurador se o instrumento
procuratório concedido pelo proprietário do bem não mencionar o donatário,
sendo insuficiente a declaração de poderes gerais na procuração.
A cláusula de incomunicabilidade imposta a um bem transferido por doação
ou testamento só produz efeitos enquanto viver o beneficiário, sendo que, após
morte deste, o cônjuge sobrevivente poderá se habilitar como herdeiro do
referido bem, observada a ordem de vocação hereditária.
Na hipótese em que o autor da herança tenha promovido em vida a partilhada
integralidade de seus bens em favor de seus descendentes e herdeiros
necessários, por meio de escritura pública de doação nas quais ficou
consignado o consentimento de todos eles e, ainda, a dispensa de colação
futura, a alegação de eventual prejuízo à legítima em decorrência da referida
partilha deve ser pleiteada pela via anulatória apropriada.
O filho do autor da herança tem direito de exigir de seu irmão a colação dos
bens que receberam via doação a título de adiantamento da legítima, ainda que
sequer tenha sido concebido ao tempo da liberalidade.
O herdeiro que cede seus direitos hereditários possui legitimidade para
pleitear a declaração de nulidade inoficiosa (artigo 549 do Código
Civil)realizada pelo autor da herança em benefício de terceiro.
No regime de comunhão parcial de bens, não integra a meação o valor
recebido por doação na constância do casamento – ainda que inexistente
cláusula de incomunicabilidade – e utilizado para a quitação de imóvel
adquirido sem a contribuição do cônjuge não donatário.
GABARITO COMENTADO
CORRETA: Letra C.
5. RESPONSABILIDADE CIVIL
O ato ilícito, de acordo com o art. 186 do CC é “Aquele que, por ação
ouomissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causardano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Assim, deacordo com Tartuce, é o ato praticado em desacordo com a ordem
jurídica,violando direitos e causando prejuízos a outrem. O abuso de direito,
por suavez, conforme o art. 187 do CC, se caracteriza como uma espécie de
ato ilícito,pela qual um titular de um direito, ao exercê-lo, excede
5.2.2.1. DANO:
Podemos dividir o dano em dois grandes grupos: tradicionais (materiaise
morais) e contemporâneos (estéticos, morais, coletivos, sociais e perda deuma
chance).
Por fim, cabe destacar que, de acordo com o entendimento do STJ, aSúmula
403 é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada afato
histórico de repercussão social (STJ, 3.ª Turma, REsp 1.631.329-RJ, Rel.Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, j. 24/10/2017).
QUESTÃO INÉDITA
Marque a alternativa correta:
A) Aresponsabilidade civil independe sempre da criminal e, em razão
disso,não se pode mais questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
quemseja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
Comentário:
a) FALSO – em regra, não há vinculação de instâncias, assim, elas
sãoindependentes.
b) FALSO – a culpa concorrente não exclui a responsabilidade, havendo
aaferição proporcional em relação a conduta do outro sujeito.
c) VERDADEIRO – em caso de defenestramento o morador da casa será
oresponsável pelos danos decorrentes dos objetos jogados, porém, se
ocorrerem condomínio, se não for possível identificar de qual apartamento
foilançada, a responsabilidade dele será subsidiária.
d) FALSO – regra geral, a responsabilidade é subjetiva. Assim, apenas
emcasos específicos na lei é que a responsabilidade será objetiva, ou
seja,independentemente da comprovação da culpa.
O Código Civil de 2002 adotou, em seu art. 1.196, a Teoria objetiva deRudolf
von Iheringpela qual basta que um indivíduo disponha fisicamente dacoisa ou
tenha a mera possibilidade de exercer esse contato, que a posseestará
constituída, assim, dispensa-se a intenção (animus) de ser dono. Ainda,a
posse NÃO É UM DIREITO REAL, pois, conforme explicado acima, o rol
dosdireitos reais é taxativo. Desta forma, a posse é a exteriorização
(iuspossessionis) da propriedade em razão de ser titular de algum dos
poderesda propriedade (GOZAR, REAVER, USAR E DISPOR).
6.2.1. CLASS
4) Quanto ao tempo
4.1) Nova – menos de 1 ano e 1 dia (até um ano);
4.2) Velha – pelo menos 1 ano e 1 dia;
6.3.2. CLASSIFICAÇÃO
6.3.3.1. USUCAPIÃO:
QUESTÃO INÉDITA
Julgue as seguintes assertivas:
I. São espécies de direitos reais: propriedade, superfície, servidão,
uso,habitação, direito do promitente comprador, concessão de uso especial
parafins de moradia, concessão de direito real de uso, posse, penhor,
hipoteca,anticrese e laje, entre outros.
II. A classificação da posse em de boa-fé ou má-fé, justa ou injusta, não
trazconsequências práticas para as relações de direito real, sendo apenas
umaexplicação meramente doutrinária. Assim, havendo o esbulho, entende-
seque o titular poderá ingressar com qualquer tipo de ação que vise retomar
asua posse.
7. DIREITO DE FAMÍLIA
3) Igualdade: a) Entre filhos (art. 227, §6º, CF/88 c/c art. 1596, CC) –
juridicamente, todos os filhos são iguais perante a lei, mesmo quedecorrentes
de relações matrimoniais ou não. Esse regramento sedifere do previsto no
ordenamento anterior, que privilegiada aqueleshavidos dentro do casamento;
b) Entre cônjuges e companheiros (art.226, §5º, CF/88 c/c art. 1511, CC) – há
igualdade em relação àsociedade conjugal e à convivência. Assim, é
equivocado falar empátrio poder, devendo ser chamado de poder familiar, pois
a chefiada família pode ser de qualquer uma das partes;
8) Boa-fé objetiva – pois não basta a mera intenção das partes (boa-
fésubjetiva), devendo haver a lealdade entre as partes;
O regime obrigatório (art. 1641, CC) será aplicado sempre que: casarem sob
causas suspensivas, com pessoa maior de 70 anos ou dependerem de
suprimento judicial para casar. Ainda, incide o teor da Súmula 377 do STF a
qual determina que “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os
adquiridos na constância do casamento”, formando, assim, duas massas
patrimoniais no mesmo sentido que no regime de comunhão parcial.
7.3.1. ESPÉCIES
Sobre essa ação, duas súmulas são muito importantes: Súmula 301 do STJ:
“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de
DNA induz presunção juris tantum de paternidade” e Súmula 277 do STJ que
“Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a
partir da citação”.
3) Efeitos patrimoniais (arts. 1689 a 1693, CC) – cabem aos pais o uso e
administração dos bens do menor, sendo desnecessária a prestação de
contas. Porém, apesar disso, não poderão se apropriar de todos os
rendimentos do filho, a não ser que necessária para despesas comuns da
família em prol do melhor interesse do filho. Ainda, é um direito concedido a
ambos os pais, em conjunto, e, em caso de divergência de vontade, será
possível o suprimento judicial. Ressalta-se que os valores recebidos e os bens
adquiridos pelo filho maior de 16 anos são reservados, ou seja, caso tenham
sido obtidos por meio de atividade laboral adequada, não se sujeitarão à
administração dos genitores.
3.1) Vedação (art. 1691, CC) – os pais não poderão alienar ou gravar ônus os
imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem
os limites da simples administração, salvo se interesse da prole através de
autorização judicial;
3.2) Exclusão (art. 1693, CC) – bens adquiridos pelos filhos extramatrimoniais
antes do reconhecimento, valores aferidos pelos filhos maiores de 16 anos, no
exercício da atividade profissional e bens deles decorrentes, os bens que foram
deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos ou
administrados pelos pais e os bens que cabem aos filhos por herança, quando
os pais tiverem sido excluídos (atos de indignação ou deserdação) da
sucessão;
7.4.1. TUTELA (ARTS. 1728 a 1766 DO CC) E CURATELA (ARTS. 1767 a 1783 DO CC)
7.5.4. EXONERAÇÃO
QUESTÃO INÉDITA
Marque a alternativa correta:
A) para o ingresso de ação de execução de alimentos com pedido de prisão
civil por inadimplemento de pensão alimentícia só poderá ser requerido após o
inadimplemento de três parcelas pelo alimentante.
B) doação de sêmen de um terceiro, desde que tenha concordância do
cônjuge, de modo que o doador é anônimo e se afasta da paternidade. Assim,
gera uma presunção absoluta de filiação.
C) de acordo com Código Civil, aquele idoso que tiver 65 anos, nos termos do
Estatuto do Idoso, deverá utilizar-se do regime obrigatório de bens, sendo
necessário que haja a feitura do pacto antenupcial em razão de ter sido
escolhido regime diverso do regime de comunhão parcial de bens;
D) com o advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência, passou-se a admitir
nova espécie de direito assistencial de família: toma de decisão apoiada.
Nesse caso, o juiz determinará duas pessoas idôneas e de sua confiança para
acompanhar a pessoa com deficiência nos atos da vida civil, auxiliando-o nas
decisões que vier a tomar, de modo que sua ausência implicará nulidade de
tais atos.
Comentário:
a) FALSO – Premissa 6, Jurisprudência em Teses do STJ/16: “o atraso de
uma só prestação alimentícia, compreendida entre as três últimas atuais
devidas, já é hábil a autorizar o pedido de prisão do devedor, nos termos do
art. 528, §3º do NCPC”, e, em caso de devedor contumaz, também não há
necessidade de completar os três meses de inadimplemento.
b) VERDADEIRO – pois o pai registral terá conhecimento de que o filho não
tem sua origem biológica, prevalecendo a teoria da socioafetividade.
c) FALSO – o regime de separação total será obrigatório para aquele acima
de 70 anos e prescinde de pacto antenupcial ante à prescrição legal.
d) FALSO – a tomada de decisão apoiada é FACULTATIVA, assim, não cabe
ao juiz decidir ou impô-la.
Com primeiro princípio, visa evitar que o patrimônio do de cujus fique sem
titular por muito tempo, assim, estabelece a imediata transferência ficta de
pleno direito dos bens do falecido, para seus herdeiros com capacidade
sucessória, quando da abertura da sucessão. Nota-se, portanto, que dispensa
qualquer manifestação de vontade acerca da aceitação da herança. Conforme
visto anteriormente em capítulo próprio, o Código Civil veda o Pacto de
Corvina, contrato realizado com objeto herança de pessoa viva.
1.3) Separação de bens – nesse caso, não existe meação, uma vez que só
há bens particulares, assim divide-se por cabeça todo o patrimônio do de
cujus.
a) Separação Obrigatória de bens – atenção à Súmula 377 do STF que no
regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância
do casamento. Assim, produz efeito da sucessão com base no regime de
comunhão parcial de bens.
1.4) Participação final dos aquestos – se assemelha à comunhão parcial, de
modo que haverá a meação dos bens comuns e sucessão dos bens
particulares.
Vejamos:
1.1) Público (art. 1864 a 1867, CC) – é sigiloso, pois somente é aberto com o
falecimento do testador, possui fé-pública e só pode ser revogado por outro
testamento. Ainda, com o falecimento do testador, o juiz notificará todos os
cartórios da circunscrição para se manifestarem acerca da existência ou não do
instrumento.
Assim, é solene, devendo preencher os seguintes requisitos:
a) Escrito por tabelião ou seu substituto legal no livro de notas;
b) Lavado instrumento, que deve ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador
e duas testemunhas, de uma só vez, ou então pelo testador, se o quiser, na
presença das testemunhas e do oficial do tabelionato;
c) Assinatura do instrumento por todos os envolvidos na lavratura do
testamento;
1.2) Cerrado (místico) (art. 1868 a 1875, CC) – é secreto, pois não se sabe
qual o seu conteúdo, que permanece em segredo até a morte do testador. Ele
permanece na posse deste, cabendo ao tabelião, unicamente, declarar sua
autenticidade. Pode ser escrito ou à rogo, desde que assinado, possuindo,
inclusive, forma híbrida. É aberto perante o juiz que irá verificar as cláusulas e
divisão de bens;
2) Especiais (art. 1886, CC) – são casos especificados em lei que dizem
respeito a acontecimentos emergenciais, que sujeitam pessoas à situações de
perigo. Trata-se de rol taxativo, conforme preceitua o art. 1887 do CC e estão
sujeitos à prazos de caducidade, findo os quais perderão sua eficácia.
2.2) Militar (art. 1893 a 1896, CC) – é uma faculdade concedida não só aos
militares, mas também a todas as pessoas que estejam à serviço das Forças
Armadas. Pode ser levado nos moldes do testamento público, cerrado ou
nuncupativo, desde que não beneficie aquele que realiza o testamento
(superior direto). Possui validade de 90 dias, deve ser realizado em caso de
guerra, interrompidas as comunicações e se não houver tabelião ou afim.
QUESTÃO INÉDITA
Marque a alternativa correta:
A) no ordenamento jurídico brasileiro, no que se refere às disposições
sucessórias, a sucessão entre irmãos sempre será feita de forma igualitária,
em razão do Princípio da Igualdade que permeia a ordem constitucional e
familiar, visto que não se podem haver discriminações quanto a origem de
filiação;
Comentário:
a) FALSO – quando se tratar de irmão bilateral e unilateral, de modo que o
primeiro receberá o dobro que caberá ao segundo não há necessidade de
completar os três meses de inadimplemento e, de acordo com a doutrina
majoritária, esse dispositivo não viola qualquer nuance da igualdade de filiação
pois, quando se fala em sucessão, trata-se de tratamento proporcional ao
vínculo de parentesco (“irmão duas vezes);
b) VERDADEIRO – Informativo 864 do STF
c) FALSO – a renúncia atinge direito de representação, assim, os filhos do
renunciante não poderão reingressar na sucessão para obter quotas
equivalentes ao que o renunciante poderia receber antes do ato.
d) FALSO – é vedada o Pacta de Corvina, sendo as disposições contratuais
consideradas NULAS.