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2º Semestre de 2016
Goiânia-GO
Agosto de 2016
1
INTRODUÇÃO:
CONTEÚDO
AULA 01:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tm 2.15
Uma das razões porque não gostamos da idéia de ter que estudar para
preparar exposições bíblicas é o fato de não termos uma base bíblica sólida para
a pregação. Tornamo-nos tão pragmatistas quanto à igreja que achamos não
valer a pena o esforço. Estamos mais preocupados com técnicas eficazes que
abrimos mão de convicções sólidas.
Quando falamos em preparação de sermões precisamos entender que a
teologia vem antes da metodologia. A metodologia pode fazer de nós bons
oradores, mas bons pregadores são formados pelo martelo de uma sólida
teologia bíblica.1 Se não adquirirmos fortes convicções bíblicas a respeito da
pregação, não conseguiremos nos manter fiéis à exposição bíblica por muito
tempo, antes, logo nos desviaremos para uma metodologia que seja mais fácil de
se dominar.
Certa vez um pastor acostumado a proferir mensagens tópicas e
superficiais, avisou de púlpito à sua igreja que estudasse o capítulo 17 de
Jeremias. E assim o fez durante quatro domingos consecutivos. No quinto
domingo fez uma exposição bíblica empolgante e muito bem elaborada. Ao ser
perguntado porque não pregava assim com freqüência, respondeu resignado: “_
Não faço assim porque acho muito difícil”. Seu pastorado naquela igreja foi
bastante tumultuado, levando a igreja à estagnação.
Nossas convicções quanto à pregação determinam o tipo de ministério que
desenvolveremos numa igreja local. Se a pregação não goza de importância
fundamental em nossos ministérios, precisamos perguntar se é realmente a
Bíblia sagrada que alimenta as nossas convicções quanto ao ministério da
pregação da palavra. Para um mundo indisposto ou incapaz de escutar,
convicções são mais importantes que técnicas.2 A teologia é mais importante
que a metodologia. A homilética é serva da exegese bíblica.
Nosso objetivo nesse artigo é mostrar as bases bíblicas para a exposição
bíblica e responder à pergunta sobre quais devem ser as convicções que
fundamentam a nossa prática da pregação? Nosso intento parte de constatações
pessoais, sociais e pastorais.
Pessoal porque nos últimos quatorze anos temos nos esforçado para
aprender e praticar a exposição bíblica de tal forma a atrair e convencer os
ouvintes a respeito da verdade das Escrituras quanto à salvação e quanto a
obediência que agrada a Deus. Falhamos muitas vezes nesse intento. Certamente
a culpa não é do método em si, mas de nossa mediocridade pessoal e
pecaminosa.
1
John R. W. Stott, Eu Creio na Pregação, Vida, p.97.
2
Ibid, p.97.
4
Social porque constatamos o desinteresse crescente pela pregação fiel e
submissa aos intentos de Deus contidos e revelados nas Escrituras. Nossa
geração está dopada pela televisão, é hostil a qualquer conceito de autoridade e
está cansada de tantas palavras, que invariavelmente lhe soa como discurso
vazio e hipócrita.
Pastoral porque somente a exposição clara e eficaz das Escrituras pode
dar à igreja de Cristo crescimento saudável e em profundidade. Sem a
ministração do conteúdo das Escrituras as igrejas morrem, não florescem.
1. Os Profetas:
Deus falou por meio dos profetas e interpretou para eles o significado de
suas ações na história de Israel. Eles pregavam e escreviam as palavras de Deus
conclamando o povo ao arrependimento e o retorno à guarda da aliança. Sua
obrigação era transmitir o que Deus tinha falado.
2. Jesus e os Apóstolos.
Jesus Cristo era acima de tudo um pregador itinerante da Palavra de Deus.
Mais do que isso, ele é a própria palavra de Deus (o Verbo – Jo 1.1) revelada em
pessoa, ou seja, na sua encarnação (Hb 1.2). Nele habita corporalmente a
plenitude da divindade (Cl 1.15,19), a expressão exata do Ser de Deus (Hb 1.3).
Como pregador, era fiel à palavra de Deus já revelada e o cumprimento real de
todas as promessas messiânicas do Antigo Testamento.
Ele veio, enviado por Deus, para proclamar as boas novas do Reino (Lc
4.18,43; Mc 1.38) e testemunhar a verdade (Jo 13.13; 18.20,37). Quando
ressuscitou expôs tudo que a palavra dizia a seu respeito na Lei, Nos profetas e
nos salmos aos discípulos na estrada de Emaús (Lc 24).
Os apóstolos priorizavam o ministério da pregação (Atos 6.4). O primeiro
sermão de Pedro no dia de Pentecostes foi uma breve exposição da razão da
encarnação de Cristo e um convite ao arrependimento dos pecados. Eles tinham
sido treinados por Cristo para serem enviados a pregar (Mc 3.14) e levar o
Evangelho a todas as nações (Mt 28.18-20). As pessoas deveriam ouvir o
evangelho, mas como ouviriam se não houvesse quem o pregasse a eles? (Rm
10.14,15).
3. Os Pais da Igreja.
A Didaqué, um dos Pais Apostólicos, reproduzira instruções básicas de
como se deveriam tratar os pregadores itinerantes do evangelho e como
descobrir e disciplinar os falsos pregadores do Evangelho já no início do
segundo século. Justino Mártir, descreveu o culto cristão por volta do ano 150
ressaltando o papel central da leitura da palavra, da pregação e da ministração
dos sacramentos. As pessoas presentes ouviam a leitura e depois a “instrução”
3
John Stott. Eu Creio na Pregação. Ed. Vida, p.15-50.
5
na Palavra. Tertuliano, logo depois, explicava que o objetivo da leitura e
explicação da Palavra era nutrir a fé, animar a esperança e tornar mais firme a
confiança em Deus. Ireneu, por volta de 180, diz explicitamente que os
presbíteros de cada igreja local expunham as escrituras fielmente a fim de
preservar a fé no único Deus.
Eusébio de Cesaréia, no início do IV século, nos informa que os pregadores
itinerantes plantavam as igrejas ensinando o básico e depois eram substituídos
por outros pastores que instruíram as igrejas na doutrina, enquanto eles iriam
para mais adiante plantar novas igrejas (HE. III.37.2).
A Escola de Antioquia era totalmente comprometida com uma exposição
bíblica mais literal, contradizendo os postulados alegóricos da Escola de
Alexandria. Dali surgiu João Crisóstomo o maior expositor bíblico da igreja
antiga. Sua pregação tinha quatro características:
(1º) Era bíblica, expondo as escrituras em sequencia e relacionando os assuntos
entre si. Foi um dos primeiros pais da igreja a incentivar os membros a terem
suas próprias bíblias em casa.
(2º) Interpretação singela e direta, dando valor ao sentido original e à intenção
do escritor bíblico.
(3º) Aplicações pastorais práticas e relevantes para o seu tempo.
(4º) Destemido em suas condenações. Sua pregação provocou seu exílio por
duas vezes e a sua morte no terceiro exílio.
4. Os Reformadores.
Em função da polêmica com o catolicismo em torno da autoridade das
escrituras (Sla Scriptura) todos os reformadores eram expositores bíblicos.
Lutero afirmava: “A igreja deve a sua vida à Palavra da promessa, e é nutrida e
preservada por essa mesma Palavra” (O Cativeiro Babilônico da Igreja).4 Lutero
distinguia nove características de um bom pregador:
1ª. Ensinar sistematicamente.
2ª. Ter boa perspicácia.
3ª. Ser eloquente.
4ª. Ter uma boa voz.
5ª. Uma boa memória.
6ª. Deve saber quando chegar ao fim.
7ª. Ter certeza da sua doutrina.
8ª. Deve arriscar e envolver o corpo e o sangue, as riquezas e a honra na Palavra.
9ª. Deve se deixar zombar e escarnecer por todos.5
Calvino enfatizava que a primeira marca de uma igreja verdadeira era a
pregação fiel da Palavra (Institutas, Livro IV.1.9; 2.1). Expunha
sistematicamente os livros bíblicos do Antigo e do Novo Testamento no púlpito
da igreja de Genebra aos domingos e durante a semana. Os sermões expositivos
de John Knox na Catedral de S. Giles, em Edimburgo, eram conhecidos por
4
John Stott. Eu Creio na Pregação, Vida, p. 24.
5
Ibid, p. 25.
6
colocar o temor de Deus nos corações de seus ouvintes. Tal era o poder de suas
exposições bíblicas que o povo escocês começou a viver!
5. Os Puritanos e os Evangélicos.
A melhor designação que pode ser dada aos puritanos do século XVI e
XVII é que eram pregadores piedosos. Seu método era a exposição bíblica.
Richard Baxter se notabilizou-se por uma ênfase ministerial dupla: O
discipulado pessoal das famílias e a pregação da Palavra. Para eles, o púlpito era
para um pastor sua alegria e seu trono. Nenhum puritano, no entanto, foi mais
eficaz que Johnatan Edwards. Sua pregação era profundamente bíblica. Para ele,
o ofício pastoral da pregação deveria ser desempenhado com seriedade e
alegria.6 Nesse período, destaca-se também a pregação evangelística de George
Whiefield, um dos principais líderes do movimento evangélico metodista.
6. O Século XIX.
Charles Simeon, contemporâneo de Whitefield e Wesley, expôs as
escrituras sistematicamente, por 54 anos, do púlpito da Igreja da Satíssima
Trindade no campus da Universdade de Oxford, Inglaterra, combatendo a
soberba da sociedade inglesa desse período com a simplicidade da palavra. Ele é
modelo pastoral para todas as gerações de pastores posteriores.
Apesar do avanço do secularismo por meio das ideias de Darwin e da alta
crítica na Escola de Tubigen (Alemanha), houveram muitos expositores bíblicos
importantes nesse século: John Henry Newman (1801-1890); H. P. Liddon
(1829-1890); F. W. Robertson (1816-1853) e o príncipe dos pregadores: Charles
Haddon Spurgeon (1834-1892). Nessa época, o historiador não cristão Thomas
Carlyle apontou os pregadores como a quarta liderança mais importante na
sociedade britânica, destacando sua “coragem solitária”7 diante da comunidade.
7. O Século XX.
O otimismo e a respeitabilidade da pregação no início do século XX
foram tragicamente rivalizados pelo desespero de duas grandes guerras mundiais
no continente europeu. As duas, entremeadas pela grande Depressão de 1929.
Mas nem mesmo essas crises mundiais conseguiram abafar a pregação. Foi o
escocês James Black, o pregador usado por Deus para desafiar os novos
pregadores a levarem a sério o seu ministério. Ele desafiava aos novos pastores a
desde cedo fazerem da pregação a grande ocupação de suas vidas.8
Segundo Stott, a pregação, no mundo ocidental, entrou em refluxo nas
décadas de 1960-1980. O declínio da pregação põe em relevo o declínio da
igreja. Podemos citar como os pregadores mais influentes desse período: John R.
W. Stott, D. Martin Loyd-Jones, Billy Graham e James I. Packer.
6
Veja John Piper. A Supremacia de Deus na Pregação, Shedd Publicações. Leia o capítulo 4. Piper analisa em
detalhes a pregação expositiva de Johnatan Edwards. Nessa obra, Piper aborda 10 características da exposição
bíblica de Edwards.
7
John Stott, Eu Creio na Pregação, Vida, p.37.
8
Ibid, p.44.
7
8. Os Reavivamentos contemporâneos.
Os grandes reavivamentos da história da Igreja estão associados à
redescoberta da exposição bíblica contínua.
Neemias 8 – eles davam explicações do que estava sendo lido;
Crisóstomo (leitura em casa e seqüencial);
Reforma (Lutero, Zuínglio e Calvino);
Puritanos;
Coréia 1906 - (1 João)
Zulus 1966 – África do Sul (Atos).
10
John R. W. Stott, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, ABU, p.231.
9
salvação através da fé em Cristo somente.11 As Escrituras são claras quanto às
suas doutrinas fundamentais, mas isso não quer dizer que tudo nas Escrituras são
igualmente claros. Por isso Deus concedeu “pastores e mestres” à igreja para
ensinar-lhe as Escrituras.
Em função dessa verdade bíblica, nossa pregação demonstra o valor que
damos às Escrituras como registro das palavras do Deus vivo (1 Co 2,13)! Paulo
nos lembra que somos despenseiros e arautos de Deus ao mesmo tempo (1 Co
4.1,2).
15
Confira com Ezequiel 34.
16
John R. W. Stott, O Perfil do Pregador, SETE, p.13.
12
E ainda o pregador também não é um tagarela (At 17.18). A origem dessa
palavra tem a ver com o barulho dos pássaros que comiam sementes, como a
barulhenta gralha, depois passou a ser aplicada aos que comiam das sobras dos
outros (mendigos e moleques). Daí passou a indicar o fofoqueiro ou tagarela. O
tagarela é aquele que repassa idéias como mercadorias de segunda mão,
colhendo fragmentos e detalhes das idéias dos outros. Segundo Stott diz, “seu
sermão é uma colcha de retalhos”, visto que não somente cita descuidadamente
aos outros, mas principalmente não tem a capacidade de pensar por si. Sua
opinião é a do último pregador que ouviu ou do último livro que leu!17
O pregador é um despenseiro que administra a distribuição do alimento
contido na despensa da qual o seu senhor lhe confiou a chave. O pregador é um
arauto que anuncia publicamente a mensagem das boas novas do evangelho da
graça que lhe foi confiada. O pregador é uma testemunha do testemunho do Pai,
a respeito do Filho e através do Espírito e da igreja ao mundo, ou seja, ele é um
instrumento da verdade. O pregador é pai e servo também, pois age com
interesse e autoridade, ternura e afeto pelos seus ouvintes, servindo-lhes sem
interesses próprios, mas dependendo do poder de Deus por seu intermédio.
17
Ibid, p.19.
18
John R. W. Stott, Eu Creio na Pregação, p.133.
19
Ibid, p.133.
20
John R. W. Stott, Eu Creio na Pregação, p.134.
13
“significado claro, natural e óbvio de cada texto, sem sutilezas,21 a fim de
transpor o abismo cultural entre o “lá” da história passada e o “então” do nosso
cotidiano moderno. É preciso ter integridade e coragem para vivermos de
acordo com essa regra, pois muitos têm rejeitado sistematicamente a fidelidade
simples às Escrituras sagradas.
Os escritores bíblicos eram homens honestos que pretendiam que seus
escritos fossem compreendidos claramente, pois significavam o anúncio de uma
verdade eterna e revelatória de Deus aos homens. Eles não mercadejavam a
palavra de Deus em troca de sucesso ou reconhecimento (2 Ts 2.13).
Além disso, A Escritura nos oferece uma gama enorme de subsídios para
que um texto seja interpretado por outro, princípio que os reformadores
chamavam de “analogia da fé”. O texto tem unidade e integridade, e o papel do
pregador é ressaltar o que já está ali.
c) A exposição identifica armadilhas.
Na tentativa de ser fiel ao texto bíblico, as duas armadilhas que o pregador
pode cair são:
1. Esquecimento. Perder o sentido do texto e sair pela tangente seguindo a sua
própria imaginação.
2. Deslealdade. Forçar os significados do texto para caberem em idéias
particulares do pregador.
Expor um texto não é explorá-lo à cata de idéias interessantes ou
prediletas. Isso é manipulação vergonhosa e, segundo Stott, iníqua, que equivale
ao que Paulo chama de perverter e torcer a Palavra.22 Tratar o texto como
pretexto é o maior pecado que os pregadores cometem contra as Escrituras e
contra a própria pregação, pois tem a capa da piedade como proteção e o ferrão
do pecado como resultado.
d) A exposição nos dá confiança para pregar.
A fidelidade e a integridade na exposição das Escrituras produzem
coragem no pregador. Os pregadores realmente grandiosos não passam de
servos das Escrituras.
e) A exposição exige Sensibilidade para com o mundo moderno.
Expor as Escrituras é mais que fazer exegese. O exegeta explica o texto,
mas o expositor vai além, e aplica o texto bíblico à realidade contemporânea.23
Devemos ser fiéis ao texto (exegese) e contemporâneos em sua aplicação
(exposição). A maior crítica que é feita aos pregadores conservadores é que são
bíblicos, mas, não são contemporâneos, enquanto que os liberais são
contemporâneos sem ser bíblicos. O desafio é sermos bíblicos e contemporâneos
ao mesmo tempo!
Pregar é responder a duas perguntas cruciais:
O que o texto significou? A exegese busca o significado verdadeiro e original
do texto segundo a intenção de seu autor, que não muda.
21
Ibid, p.135.
22
John R. W. Stott, Eu Creio na Pregação, p.138.
23
John R. W. Stott, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, p.235.
14
O que o texto significa para hoje? A aplicação do texto ao nosso tempo exige
sensibilidade espiritual e pastoral para com os ouvintes. A aplicação é
baseada na exegese fiel, mas precisa ser prática, clara e contemporânea.
Conclusão:
Dissemos no início desse artigo que ao falarmos em exposição bíblica,
tratamos de nossas convicções, nossas obrigações e nossas expectativas acerca
das Escrituras:
1. Convicções têm a ver com a nossa fé, com aquilo em que cremos. O que
cremos e crermos acerca das Escrituras determinarão nossa postura na
pregação da palavra.
2. Obrigações têm a ver com o nosso trabalho. O trabalho pastoral visa formar
a pessoa de Cristo nos nossos ouvintes. Se os crentes não são edificados e os
incrédulos não são confrontados com as reivindicações do evangelho, então
nosso sal perdeu o sabor. Orare et labutare (oração e labor) era a convicção
dos reformadores sobre o sermão.
15
3. Expectativas têm a ver com nossas esperanças. O que esperamos que
aconteça após o sermão? Neemias 8.12 diz que o povo foi contristado pela
palavra, mas depois se alegrou grandemente “porque tinham entendido a
palavra do Senhor”.
AULA 02
“Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1 Co 1.21).
1) Os Métodos de Pregação:
São basicamente três: Textual, Tópico e Expositivo.
a) Textual:
A sua forma segue as partes de um texto pequeno. Toma-se um ou no
máximo três versos, usando suas frases literalmente como títulos principais do
sermão24.
Exemplos:
João 3.16: João 3.16:
A Realidade da Salvação. O Amor de Deus:
1) Deus nos amou: I. É sublime - tal maneira
A sublimidade do Amor de Deus. II. É sacrificial - deu seu filho
2) Cristo se entregou: III. É salvador - para que não pereça
O sacrifício de Cristo
3) O que nele crê, não perece:
A dádiva da vida eterna.
b) Tópico:
A sua forma resulta de palavras ou idéias contidas no assunto do texto. Eles
não resultam de um versículo (textual) ou de uma passagem (expositivo), mas de
um assunto ou tema (tópico), abordando-o “a partir de um dentre vários pontos
24
Stafford North, Pregação, Homem e Método, Vida Cristã, p.70.
17
de vista”25. Os argumentos não procedem da passagem em si, mas das
considerações do tópico escolhido em várias passagens bíblicas. É muito útil
para palestras e estudos doutrinários.
Exemplos:
João 3.16 - 21 Gálatas 5.25
Três Fundamentos da Vida Cristã. Vida No Espírito.
1) O amor de Deus V.16. I. Para Viver no Espírito é Preciso Ser
2) O julgamento de Deus V.18,19. Batizado com o Espírito (I Co 12.13).
3) A certeza da Vida Eterna V.18. II. Para Viver no Espírito é Preciso
Andar no Espírito (Gl 5.16).
III. Para Viver no Espírito é Preciso
Ser Cheio do Espírito (Ef 5.18).
1) DEFINIÇÃO:
25
Ibid, p. 83.
26
Walter Liefeld, Exposição do Novo Testamento, Do Texto ao Sermão, Ed. Vida Nova, p.17.
27
Ibid, p.13. Itálicos meus.
18
28
Ibid,, p.13.
29
Walter Liefeld, Exposição do Novo Testamento, p.15.
19
30
Ibid,, p.17.
20
Expor a verdade aumenta a confiança e a sensação de autoridade que
emerge da Palavra. Quem é fiel ao texto, é fiel à vontade de Deus, porque a
única certeza que realmente temos quanto ao sermão é que a Bíblia é a Palavra
de Deus!
31
Russel P. Shedd, Apostila de Pregação Expositiva. Curso ministrado no Seminário Betel Brasileiro, Goiânia-
GO, 7-11/12/1999, p. 1,2.
21
3. Impõe limitações à mente, pois o pregador ensina o que pensa e gosta, não
necessariamente a Palavra de Deus.
4. Os efeitos do pecado ficam evidentes na própria mensagem, provocando
ignorância da mensagem real da Palavra e introduzindo o erro na vida da
Igreja.
5. Destrói a autoridade da Bíblia, criando atitudes nos ouvintes de confiança
mais em métodos do que na Palavra de Deus.
6. Passa de largo a temas importantes das Escrituras que todos precisam
conhecer e obedecer, ainda que não sejam agradáveis aos seus ouvidos.
Além desses podemos também acrescentar:
7. Dificulta o processo de contextualização, pois ignora o contexto original da
passagem e a intenção original do autor bíblico.
8. Inibe a dimensão pastoral e missionária da Igreja, pois foge ao propósito
maior da revelação nas Escrituras, que é anunciar todo o desígnio de Deus.32
32
Hélio O. Silva, “As Vantagens da Exposição Bíblica em Série”. Em: Pregação e Interpretação, Ed. Logos,
p.24
22
AULA 03:
“Se alguém quiser fazer a vontade Dele, conhecerá a respeito dá doutrina,
se ela é de Deus ou se falo por mim mesmo.” JOÃO 7.17
1. A ESCOLHA DO TEXTO:
A escolha do texto é definida pela abrangência do ministério do pregador.
Alguns chegam a pregar até oito vezes por semana, outros, no entanto, apenas
duas ou três vezes. No primeiro caso, indica-se a leitura da seção sobre a
preparação de exposições bíblicas em série no final da apostila. Aos demais se
podem apontar os seguintes critérios:
a) Antecedência, não deixe para a última hora.
b) Procure seguir o planejamento pastoral da igreja.
c) Levando em conta as necessidades espirituais dos ouvintes.
d) Conformidade com a ocasião da apresentação da exposição (aniversários,
casamentos, congressos, retiros etc).
e) A extensão do texto; a extensão do sermão e os interesses dos ouvintes.
f) Tendo escolhido, não mude mais.
Alguns facilitadores podem ser excelentes guias:
a) Exposições em série.
b) Habilidades pessoais. Exponha textos que você estudou mais recentemente
e que conhece melhor.
c) O calendário anual. Datas comemorativas religiosas e seculares. Ex. Dia
Internacional da Mulher; Dia dos Namorados etc.
d) Acontecimentos em curso e temas do momento.
e) Símbolos de Fé, Hinários, Temas da denominação.
f) O Espírito Santo (Rm 8.5, 6, 11, 14-16).
As seguintes precauções, no entanto, são sábias:
Não evite textos familiares. Negar-se a expor textos bem conhecidos é
negar às pessoas alguns dos mais ricos tesouros das Escrituras.33
Não procure textos de significação obscura. A edificação da igreja é
mais importante que a erudição do pregador.
Não evite certos textos propositadamente.
2. A PESQUISA:
A pesquisa se divide em quatro passos básicos:
a) FAMILIARIZAÇÃO:
a.1) O Tema:
Leia o texto todo e procure certificar-se de que há um tema
dominante no parágrafo. Tente resumir em uma palavra o assunto do texto;
depois faça a seguinte pergunta: O que este texto diz sobre este assunto? Uma
33
Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p.68.
23
forma de destacar o tema é observar a repetição de palavras, frases ou idéias.
Exemplo:
Salmo 37: 1-11 Romanos 5.1-11
Que opção eu tenho à indignação? Por que a minha esperança não pode ser confundida?
v.3 Confia no Senhor v.5 Porque o amor de Deus é derramado em nossos
v.4 Agrada-te do Senhor coração pelo Espírito Santo
v. 5 Entrega o teu caminho ao Senhor v. 6 Porque Cristo morreu pelos ímpios.
v. 7 Descansa no Senhor v. 10 Porque fomos reconciliados com Deus.
34
Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p.44.
24
Observações importantes: O tempo imperativo dos verbos. A repetição
da palavra “Senhor”.
SALMO 100 >>Salmo de ações de graças>>
(1) Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
(2) Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.
(3) Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos;
somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.
(4) Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios,
com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
(5) Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre,
e, de geração em geração, a sua fidelidade.
Esboço analítico:
Fase 1: Destacar as classes gramaticais (verbos principais, substantivos e
adjetivos, preposições e conjunções).
Salmo 100 <<Salmo de ações de graças>>
(1) Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
(2) Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.
(3) Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos;
somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.
(4) Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de
louvor;
rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
(5) Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre,
e, de geração em geração, a sua fidelidade.
Exercício de homilética:
Exemplos de diagramação:
1. Filipenses 2.1-4.
1 Se há, pois,
alguma exortação em Cristo,
alguma consolação de amor,
alguma comunhão do Espírito,
se há
entranhados afetos e misericórdias,
2 completai a minha alegria,
de modo que
penseis a mesma coisa,
tenhais o mesmo amor,
sejais unidos de alma,
tendo o mesmo sentimento.
3 Nada façais
por partidarismo
ou vanglória,
mas por humildade,
considerando cada um
os outros superiores a si mesmo.
4 Não tenha cada um em vista
o que é propriamente seu,
senão também cada qual
o que é dos outros.
---------------------------------------------------------------------------------------------
2. Salmo 133.
1 <<Cântico de romagem. De Davi>>
Oh! Como
é bom
e agradável
viverem unidos os irmãos!
2 É como
o óleo precioso
sobre a cabeça,
o qual desce para a barba,
a barba de Arão,
e desce para a gola de suas vestes.
3 É como
o orvalho do Hermom,
que desce sobre os montes de Sião.
Ali,
ordena o SENHOR
a sua bênção
e a vida
27
para
sempre.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Filemon 8-20.
8 Pois bem,
ainda que eu sinta plena liberdade
em Cristo
para te ordenar o que convém,
9 prefiro, todavia,
solicitar em nome do amor,
sendo o que sou, Paulo, o velho
e, agora,
até prisioneiro de Cristo Jesus;
10 sim, solicito-te
em favor de meu filho Onésimo,
que gerei entre algemas.
11 Ele, antes,
te foi inútil;
atualmente, porém,
é útil,
a ti e a mim.
12 Eu to envio de volta em pessoa,
quero dizer,
o meu próprio coração.
13 Eu queria conservá-lo
comigo mesmo
para, em teu lugar,
me servir nas algemas
que carrego
por causa do evangelho;
14 nada, porém,
quis fazer
sem o teu consentimento,
para que a tua bondade
não venha a ser
como que por obrigação,
mas de livre vontade.
15 Pois acredito
que ele veio a ser afastado de ti
temporariamente,
a fim de que o recebas para sempre,
16 não como escravo;
antes, muito acima de escravo,
como irmão caríssimo,
especialmente de mim e, com
maior razão, de ti,
quer na carne,
quer no Senhor.
17 Se, portanto,
me consideras companheiro,
recebe-o,
como se fosse a mim mesmo.
18 E, se algum dano te fez
ou se te deve alguma coisa,
lança tudo em minha conta.
19 Eu, Paulo,
de próprio punho,
o escrevo:
Eu pagarei –
para não te alegar
que também tu me deves
até a ti mesmo.
28
20 Sim, irmão,
que eu receba de ti,
no Senhor,
este benefício.
Reanima-me o coração
em Cristo.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4. Miquéias 7.18-20.
18 Quem, ó Deus,
é semelhante a ti,
que perdoas a iniqüidade
e te esqueces da transgressão
do restante da tua herança?
O SENHOR
não retém a sua ira para sempre,
porque tem prazer na misericórdia.
19 Tornará a ter compaixão de nós;
pisará aos pés as nossas iniqüidades
e lançará todos os nossos pecados
nas profundezas do mar.
20 Mostrarás a Jacó a fidelidade
e a Abraão, a misericórdia,
as quais juraste a nossos pais,
desde os dias antigos.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
5. Salmo 150.
1 Aleluia!
Louvai a Deus
no seu santuário;
louvai-o
no firmamento,
obra do seu poder.
2 Louvai-o
pelos seus poderosos feitos;
louvai-o
consoante a sua muita grandeza.
3 Louvai-o
ao som da trombeta;
louvai-o
com saltério
e com harpa.
4 Louvai-o
com adufes
e danças;
louvai-o
com instrumentos de cordas
e com flautas.
5 Louvai-o
com címbalos sonoros;
29
louvai-o
com címbalos retumbantes.
6 Todo ser que respira
louve
ao SENHOR. Aleluia!
30
AULA 04:
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna,
e são elas mesmas que testificam de mim.” JOÃO 5.39
b) EXEGESE:
É o Estudo mais detalhado do texto e/ou palavras do texto.
Para uma boa exegese é preciso ter conhecimentos básicos de nossa
língua. No caso da exegese bíblica, ainda será preciso conhecer as línguas
originais (hebraico e grego). Saber o que é um verbo, adjetivo ou substantivo.
Noções básicas de sujeito e predicado; quando uma frase está coordenada ou
subordinada à outra; a função das preposições e das conjunções.
Uma exegese simples poderá ser feita seguindo os seguintes passos:
1) Leia o texto em voz alta, várias vezes.
2) Observe o assunto do texto a seguir e do anterior (contexto imediato)
3) Qual a estrutura do texto? (história, milagre, parábola, epístola etc.).
4) Pesquise o significado das palavras mais difíceis de entender (dicionário).
5) Anote as características do texto (palavras repetidas, contrastes, comparações,
perguntas etc.).
6) Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (Dicionário Bíblico).
7) Reorganize o seu esboço com o que descobriu nesse estudo.
c) O ESTUDO INDUTIVO:
Agora você vai descobrir o ensino do texto e preparar as argumentações.
Faça o cruzamento do seu esboço com o texto novamente e anote:
1. OBSERVAÇÃO:
c) As palavras chaves.
Em alguns textos a palavra chave salta aos olhos. Amor (I Co 13); Fé (Hb
11); Espírito (Rm 8); provação e sofrimento (I Pedro); piedade (I Timóteo).
32
Mas nem todos os textos são assim. Por exemplo, às vezes a tradução
esconde a palavra chave (Sl 37.1,7,8 – indignação, irritação e impaciência). Nem
sempre a palavra que mais se repete é a palavra chave. Em Romanos 3 somos
apresentados a um grupo de palavras importantíssimas para a compreensão de
toda a doutrina da justificação no Novo Testamento (propiciação, justificados,
redenção, justiça e tolerância). O uso de um dicionário bíblico é muito útil nessa
fase da observação.
A princípio esse caminho se mostra difícil e complicado, e é mesmo,
porém, com o tempo adquirimos mais prática. Não precisamos de pressa,
somente de perseverança.
d) Comparações e Contrastes.
As comparações mostram como as coisas se parecem e os contrastes
mostram em que são diferentes. Para observar comparações observe se há no
texto as expressões: “assim como... assim também”, “como”, semelhantemente
etc. registre todas as formas em que as comparações são feitas no texto. Paulo
faz duas comparações entre o seu ministério e o papel dos pais numa família (I
Ts 2.7,11); duas comparações sobre o retorno de Cristo em 5.1-3 (será como a
vinda de um ladrão e como as dores de parto da mulher grávida).
Os contrastes nos são dados geralmente pelas palavras: mas, porém,
contudo, no entanto, entretanto, não, nem. Quando lemos uma narrativa ou
declaração nas Escrituras, devemos considerar as coisas que são parecidas em
certos aspectos, mas diferentes em outros35. Em I Tessalonicenses há diversos
contrastes. A pregação de Paulo visava agradar a Deus e não a homens (2.4);
não devemos dormir, pelo contrário vigiar (5.6).
O livro de Hebreus freqüentemente usa comparações e contrastes
(Hebreus 7: Cristo e Melquisedeque).
35
Walter A. Henrichsen, Métodos de Estudo Bíblico, Mundo Cristão, p.70.
33
pergunte: Como essas idéias se ajuntam para formar o tema ou assunto da
passagem? Veja um exemplo em I Tessalonicenses 2:
v.2: ...tivemos ousada confiança em Deus.
v.3: ...fomos aprovados por Deus.
v. 5: ...nunca usamos de linguagem de bajulação.
v.6: ... jamais andamos buscando glória de homens.
v.7: ... nos tornamos dóceis entre vós.
v.8: ... estávamos prontos a oferecer-vos... não só o evangelho... mas,
igualmente, a nossa própria vida
v.10: Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e
irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros que credes.
v.11,12: ...a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos...
Observe que Paulo está falando do caráter dos ministros cristãos e seu
ministério.
Em II Timóteo 1 podemos ver outro exemplo dessa progressão no
pensamento do autor:
v.8: “Não te envergonhes...”
v.12; “Não me envergonho...”
v.16: “Onesíforo... nunca se envergonhou...”
Esse tipo de progressão pode ser visto também em unidades maiores de texto
com referencia a doutrinas mais complexas, como a da imputação em Romanos
3 a 8:
3.21-31: A imputação da justiça de Cristo ao pecador.
4: A imputação ilustrada na vida de Abraão.
5.12-21: A imputação do pecado de Adão à humanidade.
6-8: Projeções da imputação na vida do crente.
h) As repetições.
34
Observe repetição de palavras; frases e expressões na passagem em
estudo. Faça um gráfico das repetições. Isso nos ajuda a fazer as perguntas
certas ao texto. Veja um exemplo em I Tessalonicenses 3:
Palavra ou frase Número de repetições Versículos usados
Fé 5 2, 5, 6, 7, 10.
Tribulação 2 3, 7
j) As ilustrações.
Na Bíblia, muitos ensinos são transmitidos por meio de figuras: Jesus
chamava os discípulos de ramos de uma videira (Jo 15); pescadores de homens
(Mt 10); lavradores (Jo 4); ovelhas (Jo 10).
Exercício:
Somente em Tiago 3 há nove figuras ilustrativas quanto ao uso da língua:
(1)__________; (2)__________; (3)__________; (4)__________;
(5)__________; (6)__________; (7)__________; (8)__________;
(9)__________.
35
Em II Tm 2 aparecem 6 figuras do obreiro cristão:
(1)____________; (2)____________; (3)____________; (4)____________;
(5)____________; (6)______________.
k) As Explicações.
“Explicação é algo usado para ilustrar, esclarecer, iluminar, descrever, ou
demonstrar”36 um princípio. O tamanho de uma explicação pode variar muito,
desde parte de um versículo, até capítulos inteiros. Siga a lógica de raciocínio do
autor bíblico:
Qual o seu objetivo? De que modo ele quer atingir esse objetivo?
Como ele apresenta o assunto?
Muitas vezes uma afirmação suscita uma pergunta num versículo, que é
respondida no próximo verso ou no próximo parágrafo. Observe as ligações
entre um parágrafo e outro. Paulo faz uma conclusão em Rm 3.28 e daí (4.1-8)
ilustra sua conclusão com dois exemplos do Antigo Testamento: Abraão e Davi.
2. INTERPRETAÇÃO.
São três perguntas básicas:
a) Propósito:
36
Walter Henrichsen, Métodos de Estudo Bíblico, p.76.
36
Por que o autor bíblico levanta e trata desse assunto? Às vezes é fácil
descobrir o propósito, pois o autor no-lo dá explicitamente. Esse é o caso do
Evangelho de João. Por exemplo, (Jo 20.30,31) ou Tito (Tt 1.5). Outros livros,
porém, poderão exigir uma leitura mais atenta e pormenorizada para encontrar.
O propósito de Romanos é triplo: esclarecer sua doutrina da salvação pela fé
somente; trocar experiências pastorais com os cristãos de Roma e estabelecer
uma base de apoio para a sua missão evangelizadora à Espanha.
b) Pensamento-Chave:
É o tema ou a idéia principal do livro bíblico. É o resumo do ensinamento
do livro ou texto estudado em uma única sentença ou frase. “O propósito do
tema é enunciar a principal verdade ou o princípio espiritual tão clara e
sucintamente quanto possível”37. Cada passagem bíblica tem apenas um tema
básico e dominante. Ele poderá ser dito de formas diferentes, mas na sua
essência sempre será o mesmo. Exemplos:
Hebreus 11 Viver pela fé.
Romanos 5.1-11 A justificação pela fé.
João 8 Jesus é a luz do mundo.
Salmo 23 O Senhor é o meu pastor.
Filemon Como praticar uma comunhão eficiente.
c) Fluxo:
Como o escritor atingiu o ponto em que está? Como chegou e determinou
o seu tema? O fluxo é o movimento da argumentação, narrativa ou ensino.
Podemos sondar, num estudo sobre oração, por exemplo, como Lucas mostra a
vida de oração de Jesus em seu evangelho; e depois seus desdobramentos na
vida dos discípulos em Atos e nas Epístolas. Paulo trata da eleição de presbíteros
em I Timóteo e Tito, visto que é seu propósito treinar Timóteo e Tito na
implantação de novas igrejas e formação de sua nova liderança.
Fluxo de pensamento em II Timóteo:
3. CORRELAÇÃO.
Correlação é relacionar o que está sendo estudado, com outras porções das
Escrituras dentro do propósito do próprio texto em estudo. Desde que cremos na
origem divina e única das Escrituras, o exercício de correlacionar os ensinos e
doutrinas das Escrituras visa estabelecer a sua coerência interna e por em relevo
a sua capacidade de interpretar a si mesma.
37
Walter Henrichsen, Métodos de Estudo Bíblico, p.82.
37
Os meios básicos pelos quais aplicamos a correlação à exposição bíblica
são: Referencias bíblicas e paráfrases.
a) Referências.
Correlacionamos referencias quando comparamos uma palavra, um
versículo, uma idéia, um acontecimento ou uma história com outra porção das
Escrituras. Uma passagem ajudará a esclarecer a outra.
Referências de palavras.
Comparamos palavras importantes dentro do texto estudado, buscando no
restante da Escritura o seu uso e aplicação em outros contextos, mas
principalmente em contextos semelhantes. Exemplo: Melquisedeque é citado em
Hebreus 5.6; mas também aparece no capítulo 7. Então averiguamos que fora do
livro de Hebreus, aparece em Gn 14.18 e no Sl 110.4. Podemos fazer pesquisas
semelhantes com as palavras “piedade”, partindo de I Timóteo ou a palavra “fé”,
começando por Hebreus 11, ou ainda “justificação” no pensamento de Paulo em
Romanos 3-8.
Pesquise as expressões celebrai, júbilo e cântico nos Salmos reais (95-
100).
Cantemos ao Senhor com júbilo (95.1); Um cântico novo (96.1,
98.1); com harpa e voz de canto... (98.5,6); celebremos o rochedo da
nossa salvação (95.1); regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas
(97.1); celebrai com júbilo ao Senhor todos os confins da terra (98.4a);
celebrem eles (os povos) o seu nome (99.3) e celebrai com júbilo ao
Senhor, todas as terras (100.1).
Referências paralelas.
Trata-se de versículos ou pensamentos virtualmente idênticos. “Muitas
vezes a terminologia e o contexto são ligeiramente diversos, dando-lhe nova
compreensão do assunto que está estudando”.38 As editoras bíblicas,
freqüentemente nos dão várias passagens paralelas anotadas no rodapé das
páginas. São exemplos de passagens paralelas: Mateus 6.9-15 com Lucas 11-2-
4”. Em Mateus 6.9 Jesus fala: ‘Vós orareis assim...”, mas em Lucas 11.2, diz:
“Quando orardes, dizei...” As diferenças e as semelhanças são ricas fontes de
material para conclusões sobre o ensino de Jesus sobre a oração. Um outro
exemplo pode ser conferido na abordagem da Parábola do Semeador em Mateus
13.3-23; Marcos 4.3-20 e Lucas 8.4-15.
Referências correspondentes.
São citações do Antigo Testamento no Novo Testamento. Lucas 4.18 cita
Isaías 61.1,2. É fácil notar que Jesus parou na metade do texto de Isaías nessa
citação; isso porque o cumprimento daquela profecia não foi completo, mas
apenas uma parte se cumpriu na primeira vinda de Cristo, o restante se cumprirá
na segunda vinda. Em Romanos, Paulo cita várias passagens do AT a fim de
comprovar a sua doutrina da justificação pela fé e não pelas obras da Lei. Esse
38
Walter Henrichsen, Métodos de Estudo Bíblico, p.85.
38
método também é muito útil no estudo das epístolas acompanhado pelas
referencias históricas a elas em Atos.
Referências de idéias.
Visa captar o pensamento do autor no versículo ou parágrafo em estudo e
compará-lo com um pensamento semelhante em outro texto da Bíblia. João fala
de novo nascimento em João 3.1-8. Paulo fala de adoção em Romanos 8.15 e
Gálatas 4.1-7. Já Pedro escolhe o termo regeneração em I Pe 1.23. Termos
diferentes com sentidos idênticos. Outro fato interessante é que em João 3.1-8, o
apóstolo fala que nascemos do Espírito, enquanto que Pedro fala que nascemos
pela palavra. Porque a diferença? Porque não se pode conhecer o Deus vivo sem
as Escrituras, ambos são inseparáveis (Mt 22.29).
Referencias de contraste.
Exemplos contrastantes nos ajudam a manter equilíbrio em nossa
interpretação das Escrituras. Podemos tirar ensinamentos proveitosos
comparando, por exemplo, a atitude de Jesus frente à tentação e a atitude de
Adão.
Fazer correlação é uma forma salutar de praticarmos o “livre exame” das
Escrituras como defendiam os reformadores do século XVI. Alguns elementos
são de grande ajuda:
Uma boa concordância bíblica (Bible Works, Concordância Russel Schelp
etc).
As anotações do rodapé de muitas Bíblias.
Livros específicos sobre o assunto (enciclopédias cristãs).
O conhecimento pessoal das Escrituras (Js 1.8; Sl 1.2; Jo 7.17)
b) Paráfrase pessoal.
Redigir o conteúdo do trecho que você está estudando em linguagem
contemporânea. Fazemos isso através de um dicionário de língua portuguesa e
paráfrases já publicadas.
Romanos 12.10 – ARA39 Romanos 12.10 – BLH40 Romanos 12.10 – BV41
“Amai-vos cordialmente uns aos “Amem uns aos outros com “Amem-se uns aos outros com
outros com amor fraternal, carinho de irmãos em Cristo, e afeição fraternal e tenham prazer
preferindo-vos em honra uns aos façam tudo para honrarem uns aos em honrar uns aos outros
outros”. outros”.
39
Bíblia Almeida Revista e Atualizada – SBB.
40
A Bíblia na Linguagem de Hoje, SBB.
41
Bíblia Viva, Mundo Cristão.
39
Romanos 12.10 – ARA42 Romanos 12.10 – BJ43 Romanos 12.10 – ARC44
“Amai-vos cordialmente uns aos “Com amor fraterno, tendo carinho “Amai-vos cordialmente uns aos
outros com amor fraternal, uns para com os outros, cada um outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos considerando o outro como mais preferindo-vos em honra uns aos
outros”. digno de estima”. outros”.
Salmo 100.4 – ARA Salmo 100.4 – BLH Salmo 100.4 – ARC
Entrai por suas portas Entrem pelos portões do templo Entrai pelas portas dele
com ações de graças Com agradecimentos, com louvor
e nos seus átrios, Sim, entrem nos seus pátios e em seus átrios,
com hinos de louvor; Com louvor! com hinos;
rendei-lhe graças Louvem a Deus louvai-o
e bendizei-lhe o nome. E sejam agradecidos a ele! e bendizei o seu nome.
O que é contexto?
São todos os elementos que estão envolvidos com o texto (ao lado do
texto) que contribuem para o seu entendimento. Subdivide-se em Histórico e
Literário.
Pesquise o contexto histórico antes que o literário.45 Seja sempre seletivo
e objetivo na coleta do material pesquisado.
O contexto histórico se subdivide em geral e específico.
a) Geral:
1. Informações sobre o livro.
2. O autor bíblico. Quem escreveu?
3. Ocasião e data. O que o levou a escrever e quando?
4. O propósito do autor ao escrever o livro.
5. Informações sobre os destinatários (localização, situação etc).
b) Específico:
1. O significado e papel de pessoas, lugares e eventos mencionados na
passagem.
2. O meio sócio-cultural do autor e seus leitores.
3. Os costumes e práticas do autor e personagens presentes na narrativa.
4. O pensamento do autor e dos leitores.
Essa pesquisa deve ser seletiva, sendo considerado somente o que for
essencialmente necessário para o entendimento do parágrafo escolhido para a
exposição bíblica.
42
Bíblia Almeida Revista e Atualizada – SBB.
43
A Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulinas..
44
Bíblia Revista e Corrigida, SBB.
45
Joer C. Batista. “Exegese Para Sermão”. Em: Interpretação e Pregação, Ed. Logos, p. 64.
40
46
Joer C. Batista. “Exegese Para Sermão”. Em: Interpretação e Pregação, Ed. Logos, p. 67.
47
Veja o excelente livro de Merril C. Tenney, Gálatas, Escritura da Liberdade Cristã, Vida Nova, 3ª ed., 1983.
41
6. Leitura tópica. Buscar os assuntos principais do livro (éticos, práticos ou
doutrinários) e observar se estão presentes no texto escolhido para a
exposição.
7. Leitura analítica. Buscar inter-relacionamentos entre as frases e as palavras.
8. Leitura pastoral. Buscar o interesse original do autor e em que pontos
tocam os ouvintes atuais.
9. Leitura devocional. Buscar o alimento espiritual com atenção à voz de Deus
nas palavras por Ele inspiradas na passagem escolhida.
No caso do Salmo 100, a pesquisa mostrará que ele faz parte do Livro IV
do livro dos Salmos. Está entre os salmos reais: De 95 a 100, que exaltam a
Deus como Rei da terra e do seu povo.
Ele é o grande rei acima de todos os deuses (Sl 95.3).
Glória e majestade estão diante dele, que reina e julga as nações (Sl 96.6, 10).
O seu reinado é a alegria da terra, mas especialmente dos justos (Sl 97.1,12).
Devemos celebrar com júbilo ao Senhor porque ele vem julgar a terra com
justiça e eqüidade. Ele é o altíssimo sobre toda a terra (Sl 98).
Ele reina, tremam os povos, porque ele é o rei poderoso que ama a justiça e a
executa com eqüidade (Sl 99.1, 4).
Devemos servi-lo com alegria, porque, além de ser justo, é bom,
misericordioso e fiel às suas promessas (Sl 100).
É importante entender, por exemplo, como foi instituída a monarquia
judaica e os detalhes da aliança divina com Davi.
4. A APLICAÇÃO:
Faça a seguinte pergunta: Uma vez que o ensino do texto é este, o que
Deus espera que façamos? Então leia o texto outra vez e procure descobrir se há
exemplos de pessoas a seguir, se há ordens a obedecer; se há erros a evitar; se há
pecados a confessar e a abandonar; se há promessas a reivindicar; ou
descobertas a respeito de Deus a conhecer, etc.
Ao montar sua aplicação ou aplicações, procure fazer da seguinte forma:
Seja seletivo. Pode haver várias aplicações. Escolha algumas das que se
adequarem mais às necessidades da Igreja (dos ouvintes). Procure numerá-las
de acordo com o número de divisões do texto (uma ou duas para cada).
Seja específico. Ex. “Preciso pedir perdão”. É vago. “Preciso pedir perdão à
minha esposa por ter gritado com ela”; “Preciso pedir perdão ao meu filho
por não ter-lhe levado ao passeio como prometi”; “preciso pedir perdão a
Deus, pois sabia desse ensino e o ignorei” etc.
Seja pessoal. Troque o “nós e eles” por “você e eu”.
Faça uma aplicação por escrito, conferindo-a com o texto para ver se ela
realmente expressa seu ensinamento de forma clara.
Uma boa aplicação leva em conta também o tipo de auditório que ouve a
exposição bíblica. O puritano William Perkins identificou sete tipos de ouvintes
que comumente estão presentes na igreja para ouvir um sermão: Quatro deles
“são incrédulos (O ignorante e indócil; o ignorante, porém educável; aqueles que
têm o conhecimento, mas não se humilharam; e aqueles que já se humilharam,
42
mas ainda não foram trazidos à liberdade em Cristo) e três já foram salvos
(aqueles que acreditam; aqueles que caíram; e os “mistos” – por exemplo, pais,
jovens e crianças na graça”.48
Exercício 1:
Lendo Romanos 5.1-11 responda com as frases do texto: (a) Por que a esperança não
confunde e (b) Quem éramos quando Cristo morreu por nós?
a) _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
b) _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Exercício 2
No texto a seguir defina:
(13) Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto
dele. (14) Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar (15)
e a exercer a autoridade de expelir demônios. (16) Eis os doze que designou:
Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; (17) Tiago, filho de Zebedeu, e João,
seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer: filhos do trovão;
(18) André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão,
o Zelote, (19) e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.
Exercício2:
Leia o texto de III JOÃO 5-8 e
(1) Faça 5 observações relevantes
(2) Interpretação da frase: “Por causa do Nome foi que saíram”
(3) faça 3 correlações com outros textos bíblicos e
(4) Faça 3 aplicações.
48
Citado por Joel Beeke. Amado Timóteo, Ed. Fiel, p. 216.
43
(5)
Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e isto fazes mesmo
quando são estrangeiros, (6) os quais, perante a igreja, deram testemunho do teu amor. Bem
farás encaminhando-os em sua jornada por modo digno de Deus; (7) pois por causa do Nome
foi que saíram, nada recebendo dos gentios. (8) Portanto, devemos acolher esses irmãos, para
nos tornarmos cooperadores da verdade.
44
AULA 05:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensino, para a repreensão, para correção,
para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra.” II Tm 3.16,17
A PROPOSIÇÃO
d) A PROPOSIÇÃO
É a afirmação do assunto que você vai expor e defender. Ela é a
abreviação do sermão em uma frase. Deve aparecer no começo do sermão,
inclusa em sua introdução. Deve ser uma DECLARAÇÃO forte, sugestiva e que
desafia à atenção.
* Características:
- Ela é teológica/doutrinária (Declara um princípio divino/bíblico)
- Ela é didática (fácil de entender e decorar)
- Ela é específica (aponta direto o assunto sem rodeios).
- Ela é breve (formada com poucas palavras).
- Ela é temática (resume o texto/sermão em uma só afirmação).
Exemplo: Levítico 9
Tema: Adoração: Os Ritos da Graça.
(AT) Nosso intento, é demonstrar que os ritos da graça (PC) foram dados para
nos conduzir na prática de uma adoração verdadeira e genuína. (ST) Isso por
três razões:
I. OS RITOS DA GRAÇA NOS ENSINAM O CAMINHO DA
SANTIFICAÇÃO V. 1-7.
a) Três sacrifícios seriam oferecidos. (1) Um bezerro para oferta pelo pecado.
(2) Um carneiro para holocausto. (3) Um boi e um carneiro para oferta
pacífica.
b) Porquanto hoje o Senhor vos aparecerá.
c) Obediência aos mandamentos.
II. OS RITOS DA GRAÇA NOS CAPACITAM A TRILHAR O CAMINHO
DA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE V. 8-21.
a) O significado de cada sacrifício. (1) Purificação. (2) Consagração. (3)
Benção/Dedicação.
b) A ênfase na obediência ao rito prescrito: “Depois” e “então”.
III. OS RITOS DA GRAÇA NOS LEVAM A EXPERIMENTAR A
PRESENÇA DE DEUS ENTRE NÓS V. 22-24.
a) Arão abençoa o povo pela primeira vez.
b) A glória do Senhor apareceu a todo o povo.
c) O fogo do Senhor consumiu as ofertas.
d) Todo o povo jubilou e prostrou-se sobre o rosto. (alegria e reverência).
Conclusão.
O que vamos fazer aqui quando e enquanto cultuarmos a Deus?
1. Vamos obedecer. Pois o obedecer é melhor que o sacrificar (I Sm 15).
2. Vamos colocar nossas esperanças no fogo que Deus vai acender.
3. Vamos viver da graça de Deus e confiar nas realizações da graça em nossas
vidas.
46
AULA 06:
“Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.” I Pe 3.15.
A COMPOSIÇÃO DO SERMÃO
49
Stuart Olyott, Pregação, Pura e Simples, Ed. Fiel, p.73-76.
47
2) As Ilustrações:
As Ilustrações são exemplificações práticas da verdade ensinada no
sermão (exposição bíblica). São como as janelas de uma casa; fazem a luz
entrar, tornando-a clara. Seu objetivo é associar o ensino à prática, mostrar como
ele se aplica no dia a dia das pessoas. Como usá-las?
a) Use ilustrações que se encaixam e reforçam o ensino do texto, e não
piadinhas sem razão de ser. Se usar de humorismo, faça-o de forma a
reforçar o ensino do texto. “A coisa mais importante em uma ilustração é
que esteja em subordinação à mensagem”.50
b) As ilustrações devem ser claras de forma que seja impossível não
compreender o princípio bíblico que ilustram.
c) Breves. Ilustrações longas desviam a atenção dos ouvintes da Palavra de
Deus para elas mesmas.
d) Não use muitas ilustrações, pois, poderão tirar a objetividade de sua
exposição, confundindo em vez de esclarecendo o entendimento. Seja
equilibrado. Exemplo: No interior de Goiás, um pastor usou mais de 30
ilustrações em um só sermão. Um crente em vez de prestar atenção no
ensino contou todas elas.
e) Evite ilustrações com exageros. Você ensina a verdade, e não fantasia ou
fábulas (II Pd 1.16). Elas devem ser exatas naquilo que afirmam.51
f) Variedade. Pesquise e aprenda a utilizar formas diferentes de ilustrações.
De onde tirá-las?
a) Da própria Bíblia - Muitas verdades são exemplificadas pelos próprios
personagens bíblicos.
b) Dos jornais, revistas, livros que lê; fatos da vida da Igreja (com cautela);
experiências pessoais etc.
c) Livros de biografias cristãs (missionários e líderes da igreja do passado).
d) Manuais de ilustrações.
Exercício:
Leia o texto de III JOÃO 5-8 e:
(1) Determine um tema e seu FCD para a exposição do texto.
(2) Faça um esboço homilético simples do texto, contendo os argumentos
principais e os subtópicos extraídos do texto.
(3) Escreva uma Proposição para o sermão.
(4) Escreva uma conclusão com 3 aplicações.
(5) Escreva uma frase final impactante para o sermão.
(5)
Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e isto fazes mesmo
quando são estrangeiros, (6) os quais, perante a igreja, deram testemunho do teu amor. Bem
farás encaminhando-os em sua jornada por modo digno de Deus; (7) pois por causa do Nome
50
Stuart Olyott, Pregação, Pura e Simples, Ed. Fiel, p. 93.
51
Stuart Olyott, Pregação, Pura e Simples, Ed. Fiel, p.98.
49
foi que saíram, nada recebendo dos gentios. (8) Portanto, devemos acolher esses irmãos, para
nos tornarmos cooperadores da verdade.
50
AULA 07
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.”
Mateus 22.29
3) A Conclusão e a Introdução:
São as menores partes da exposição. O objetivo da Introdução é ganhar a
atenção, e o da conclusão é reforçar o ensino (resumindo ou recapitulando),
desafiando os ouvintes à obediência.
* A Conclusão:
Faça as seguintes perguntas ao seu texto:
a) Qual ação o texto espera de mim e dos ouvintes da exposição bíblica?
b) O que devemos fazer para que este ensino aconteça na prática?
c) Quais as aplicações práticas que posso sugerir aos ouvintes?
A conclusão deve ser clara, breve, pessoal, desafiadora, persuasiva e
prática.52 Dizer simplesmente no final da exposição: “_ Que Deus abençoe essa
mensagem” _ significa dizer: “Não tenho a mínima idéia de como vou terminar
esta pregação”.53
Tipos de Conclusões.
Dois tipos predominam:
a) Estilo imponente. O pregador salienta na escolha das palavras empregadas
que a exposição chegou ao seu clímax; resumindo, exortando e terminando a
mensagem focalizando a importância da mensagem. Sua vantagem é sua
abordagem direta.
b) Relato de interesse humano. Esse tipo tem a vantagem de envolver os
ouvintes como poucos outros métodos conseguem fazê-lo. Seus perigos são a
manipulação das emoções dos ouvintes e digressões do tema central do texto
bíblico. “As conclusões não devem produzir emoções nem evitá-las”.55
55
Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, ECC, p.270.
56
Ibid, p.270/71..
57
Ibid, p.271.
52
e) Envoltório. Retornar à introdução, com a finalidade de envolver a mensagem
num todo único e coerente. Isso comunica destreza, meditação e preparação
conscienciosa da mensagem.
f) Preparação profissional. Mais do que apelos veementes as conclusões
precisam ser palavras poderosas que induzem à ação responsiva ao conteúdo
da mensagem. Por isso, a última frase a ser dita no fim da exposição bíblica
precisa dispensar atenção especial. Deve ser uma frase vigorosa, que ecoa de
um ponto anterior da mensagem, ou de uma expressão do próprio texto
bíblico ou mesmo uma frase simples, cunhada para penetrar fundo na alma
dos ouvintes. Ela deve ser clara e distinta, feita para ficar na memória.
Assim, é preciso gastar tempo pensando sobre ela. Chapell, lembra que
não faz sentido gastar o menor tempo da preparação da exposição naquele
aspecto da pregação que detém o maior poder espiritual!58
g) Finalmente. Discute-se se deva ou não anunciar a conclusão. Contudo, o
importante é frisar que se a conclusão foi anunciada, então ela deve concluir
e a exposição chegar ao fim.
* A Introdução:
É o meio pelo qual ganhamos o direito de sermos ouvidos. Ela deve ser
chamativa a ponto de levar o ouvinte a querer saber do texto bíblico as respostas
ao tema que propomos expor. Pergunte a si mesmo:
a) Como posso propor esse assunto de forma a despertar interesse?
b) Quais os cinco acontecimentos recentes que estão na mente dos ouvintes e
que relacionam com o assunto do texto?
c) Quais as necessidades dos ouvintes que o texto toca?
d) Com qual exemplo bíblico ou histórico poderia introduzir o texto?
e) Que frases curtas que eu usar “fisgarão” a atenção dos ouvintes?
Procure escrever tanto a conclusão como a introdução inteiras, pois são
elas que lançarão o texto à vida prática das pessoas. Na introdução, você trás os
ouvintes para dentro do texto; na conclusão, você coloca o texto em seus
corações, para levá-los consigo para a vida cotidiana, que começa logo após o
culto.
58
Ibid, p.273.
59
Bill Hogan, citado por Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p.248.
53
introdução interessante “são os aspectos indicativos de que a mensagem causará
impacto na vida dos ouvintes”.60.
b) Apresentar o tema da mensagem. A função da introdução não é atrair a
atenção apenas, mas é atrair a atenção para o tema do texto da exposição
bíblica.
c) Demonstrar interesse pelos ouvintes. A introdução responde á pergunta:
“Por que deveria lhe escutar sobre o que você vai falar?” Isso é importante
porque a exposição da palavra deverá tocar suas vidas e não somente as suas
mentes.
d) Preparar para a proposição. A introdução deve ser construída de tal forma
que conduza á proposição do tema da exposição. Os elos da corrente
precisam ser relacionados. No fim das contas a introdução deverá ter a
seguinte dinâmica:
Provocar interesse.
Apresentar o tema.
Torná-lo pessoal. Indicar os motivos da exposição; o foco das necessidades
dos ouvintes e tornar cada ouvinte necessitado de ouvir a mensagem.
Vincular à Escritura.
Fixar a proposição.
Se a introdução for inconsistente o corpo da exposição ficará prejudicado.
Por uma questão de equilíbrio, proporção e coerência interna da exposição
homilética, todos os termos-chave da proposição devem resplandecer na
introdução antes de aparecerem na própria proposição.61
2. Tipos de Introduções.
a) Relato de interesse humano. Uma breve história da experiência de uma
pessoa com quem os ouvintes são compelidos a identificar-se.
b) Simples declaração. Declara simplesmente o intento do pregador com a
exposição.
c) Declaração assustadora. Pretende sacudir os ouvintes a fim de que prestem
atenção. Esse tipo de método não pode ser utilizado toda semana, pois perde
o impacto desejado.
d) Pergunta provocativa. Seu objetivo é provocar reflexão.
e) Outras opções. Citações; estatísticas; relatos bíblicos ou casuais; poesias etc.
f) Principais ofensores. Recapitulações históricas e literárias, pois se
confundem com a contextualização e quebram o interesse inicial.
60
Ibid, p.250.
61
Ibid. p.254.
54
Mantenha-se no foco.
Seja autêntico.
Seja específico. As melhores introduções começam com o específico em
vez de oferecer o óbvio.
Seja profissional. As introduções precisam ser bem preparadas e
planejadas. Por isso devem ser escritas.
4) Frases de Transição:
As transições são frases que visam costurar os componentes do esboço da
exposição Bíblica estabelecendo harmonia e progressão entre as partes.
2. Tipos de Transições
a) Declarações entrelaçadas. Caracterizada por frases do tipo: “Não só..., mas
também”, que retorna a comentários precedentes, apontam para a discussão
que se inicia e juntam os dois.
Exemplos:
“Se isto é verdade, então estas são as implicações...”
Nossa compreensão não estará completa se não considerarmos também...”
Outras expressões que estabelecem ligação: Entretanto, portanto,
consequentemente, não obstante.
b) Perguntas dialógicas. São diferentes das perguntas retóricas, que deixam as
respostas para os próprios ouvintes responderem. As perguntas dialógicas
estimulam a discussão posterior. Se o pregador está atento às perguntas que
vão surgindo na mente dos ouvintes, e faz essas perguntas em voz alta ao
texto no decorrer da exposição, está usando um instrumento retórico
eficiente. Cumular a exposição de perguntas que levam os ouvintes para
dentro do debate com o texto e o autor bíblico, estimula o interesse na
mensagem. Porém, é preciso estar ciente de que, se as perguntas não forem
adequadas e as respostas não forem claras, o suposto diálogo se tornará árido
e aumentará a desconfiança na capacidade hermenêutica do pregador.
55
c) Enumerar(1,2,3...) e listar (a, b, c...). Embora esse método seja considerado
pouco criativo, orienta os ouvintes quanto aos estágios da exposição e seu
progresso. Deve-se portanto, evitar listar além dos pontos efetivamente
principais, não descendo aos detalhes dos pontos secundários. Chapell chama
essa atitude de “insensibilidade retórica”.62 Evite dizer: “Em terceiro lugar”,
se não tiver dito antes do ponto anterior: “Em segundo lugar”.
d) Pintura de quadro. Uma ilustração isolada também pode agir como uma
transição com imagens ou relações dentro da história, com os pontos da
exposição, indicando como as seções do esboço se ligam.
e) A transição da introdução e as subdivisões dos assuntos. A área de transição
mais importante dentro da exposição é a que aparece entre a introdução e o
início da argumentação, pois função é sinalizar o que vai ser tratado na
exposição como um todo. Nesse caso específico, vale o que foi dito sobre a
construção da proposição nas seções anteriores.
Cada subdivisão deve ser precedida por uma pequena frase de transição
que liga os pontos e pontua o progresso e a direção da exposição bíblica.
5) A Finalização do Esboço:
O que você leva para a frente? Tudo escrito, algumas anotações sugestivas
para a lembrança; nada? Depende dos dons e a capacidade de memória que Deus
te deu associados ao propósito do sermão preparado; e também da ocasião e
oportunidades propostos. Deus te orientará a desenvolver o seu próprio estilo de
pregação, o qual com a prática, associada à observação de outros pregadores, te
farão amadurecer.
Lembre-se, porém, que seu estilo deve ser submisso ao texto bíblico e ser-
lhe fiel (I Co 4.1).
Você poderá escrevê-lo à mão, digitá-lo ou datilografá-lo; poderá usar
folhas de cadernos pequenos ou grandes. Isso não diminuirá sua autoridade. O
que diminui a autoridade é a infidelidade à Palavra de Deus e ao Senhor que te
dá o privilégio de ensinar a Sua Palavra.
O esboço da exposição bíblica, no entanto, precisa ter uma forma que te
ajude ao máximo a repassar o que aprendeu no estudo.
Conclusão
As técnicas nunca devem ser aplicadas mecanicamente, mas debaixo de
um certo grau de criatividade e inovação. Contudo, “nunca faça qualquer coisa
sempre”, pense e planeje o que vai falar.
Por outro lado, Chapell aconselha a lembrarmo-nos de que nenhuma soma
de habilidades homiléticas substituirão a operação do Espírito Santo. O que dá
verdadeiro êxito à exposição bíblica não se ela tem uma introdução exuberante
com uma conclusão eficaz, ornada de suaves transições, mas se ela comunica
verdades que transformam. Os sermões só funcionam quando o Espírito Santo
62
Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p.277.
56
trabalha além da perícia humana aplicando a palavra de Deus ao coração dos
ouvintes segundo a vontade e o desígnio de Deus (Is 55). Se nos esquecermos
que somos servos e arrogantemente quisermos fazer aparecer nossos nomes por
detrás do sucesso de nossos sermões, estaremos forçando a bondade daquele que
nos permite o privilégio da pregação. “Servimos melhor quando não só
dependemos do Espírito Santo para capacitar nossas palavras, mas também
quando as empregamos com a finalidade de honrá-lo”.63
TEXTO:
TEMA:
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA - AT
+
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO
DIVISÕES OU ARGUMENTAÇÃO
I - 1º Argumento
a) Subdivisão
b) Subdivisão
II - 2º Argumento
a)
b)
c)
III - 3º Argumento
APLICAÇÕES
1ª
2ª
3ª
APELO CONCLUSÃO
FRASE FINAL
63
Brian Chapell, Pregação Cristocêntrica, p.280.
57
Obs: A aplicação e/ou apelo estão inclusos na conclusão como propostas
oferecidas aos ouvintes desafiando-os à prática e/ou decisões.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Contexto:
Alguns desses imperativos divinos são encontrados nesse salmo. O Salmo 100 faz
parte do Livro IV do livro dos Salmos. Está entre os salmos reais: De 95 a 100, que exaltam a
Deus como Rei da terra e do seu povo.
Ele é o grande rei acima de todos os deuses (Sl 95.3).
Glória e majestade estão diante dele, que reina e julga as nações (Sl 96.6, 10).
O seu reinado é a alegria da terra, mas especialmente dos justos (Sl 97.1,12).
Devemos celebrar com júbilo ao Senhor porque ele vem julgar a terra com justiça e
eqüidade. Ele é o altíssimo sobre toda a terra (Sl 98).
Ele reina, tremam os povos, porque ele é o rei poderoso que ama a justiça e a executa com
eqüidade (Sl 99.1, 4).
Devemos servi-lo com alegria, porque, além de ser justo, é bom, misericordioso e fiel ás
suas promessas (Sl 100).
Proposição:
Este salmo nos ensina pelo menos quatro princípios básicos e claros da adoração
cristã, respondendo-nos a pergunta: O que é adorar a Deus no culto?
a) O que é celebrar?
Celebrar é comemorar com explosões de louvor a pessoa e a obra de Deus. É um grito
de homenagem para o único rei verdadeiro. O Salmo 95.1 nos convoca a demonstrarmos toda
alegria que a confiança em Deus produz em nossos corações. Devemos celebrar com júbilo ao
Senhor porque ele é o rei vitorioso que vem julgar a terra com justiça e eqüidade (Sl 98.4-9).
a) O que é servir?
Servir é o exercício de funções obrigatórias, e não remuneradas. Servir é para
escravos (Deus é Senhor). Quando Cristo morreu por nós na cruz, Ele estava PAGANDO o
preço da nossa salvação! Paulo argumenta em II Co 5.14-17, que uma vez que pertencemos a
Ele, devemos viver para ele. O mesmo Ele o faz em Romanos 6.
Logo, culto não é opção, é obrigação e necessidade de todo aquele que foi REMIDO
por Deus em Cristo.
1º) Obrigação.
Porque o Salmo 29.1,2 fala que devemos “Tributar a glória devida” a Deus. Adoração
e louvor são devidos a Deus. São coisas que não podemos deixar parar depois. Adorar não é
fazer um “favorzinho” para Deus se der tempo, mas é o cumprimento de nossas obrigações
como seus servos que somos.
2º) Necessidade.
Porque o Salmo 42.2, afirma que nossa alma tem sede de Deus, do Deus vivo das
Escrituras.
b) Com alegria.
Assim como a celebração, o serviço também deve refletir a nossa alegria. A pergunta
lógica e necessária de ser feita é a seguinte: Como é possível servirmos como escravos e ainda
assim sermos alegres? É só lembrar que o nosso Senhor não é mau, mas bondoso,
misericordioso e fiel (v.5). Quando conhecemos a bondade de Deus temos prazer em serví-lo.
c) Com cântico.
O Cântico é uma das principais expressões de alegria na Bíblia. A palavra hebraica
demonstra firmeza na voz. (quando o cântico não é firme é porque não há alegria em Deus).
Vozes tristes não têm firmeza quando cantam.
A servidão do Senhor é melhor que a servidão do mundo, pois é uma servidão
libertadora e que cura.
Ilustração: A Reforma do século XVI reintroduziu na liturgia da Igreja o canto
congregacional. Redescobriu-se a alegria de todos cantarem juntos a Deus mais uma vez.
Outra verdade relacionada ao cântico na adoração é o que está no Salmo 98.4-6.
Devemos celebrar com júbilo, e o nosso júbilo faz uso de muitos tipos diferentes de
instrumentos musicais. Harpa, trombetas, buzinas. O objetivo do uso desses instrumentos é
exultar perante o Senhor, que é rei, e celebrar a sua justiça, que fez notória a sua salvação
perante os povos (Sl 98.2). Não usar deses instrumentos, por escolha própria, pode implicar
em desobediência a Deus, e não em obediência a ele, pois o seu uso como parte da celebração
também é imperativo, pois os dois textos dizem: CELEBRAI!
A terceira verdade é:
III - ADORAR É SABER QUE O SENHOR É DEUS. V.3
a) Ele é Deus.
“Saber” significa ter a consciência de que adoramos a um Deus que conhecemos e
podemos continuar a conhecer. Nós o conhecemos pelos seus atributos pessoais comunicáveis
(Amor, bondade, verdade etc). Nós o conhecemos por sua revelação pessoal na encarnação e
vida de Jesus Cristo.
61
Adoramos a um Deus que é:
1) Pessoal - tem personalidade própria
2) Espiritual - transcendente.
3) Santo - não habita com o pecado.
b) Ele nos fez.
Nós adoramos ao nosso criador. Atos 17.26,28 nos ensina que fomos criados à
imagem e semelhança de Deus. Deus nos criou para o adorarmos e nos alegrarmos nele para
sempre (Pergunta nº1 do Breve Catecismo de Westminster). Portanto, nosso culto deve estar
cheio de gratidão.
c) Pertencemos a Ele.
1º) Somos o seu povo.
Deus livrou a Israel do Egito para ser o seu povo. “Vós sereis o meu povo e Eu serei o
vosso Deus” é a frase que estabeleceu a aliança, o pacto com Deus. A Igreja é o povo de
Deus, livre do pecado para viver proclamando a sua maravilhosa graça e luz (1 Pe 2.9,10).
2º) Somos o seu rebanho.
Sua relação conosco é a do pastor com as suas ovelhas. Deus cuida de nós, por isso o
adoramos em amor. Ele nos ouve e nos acode (Sl 40.1-6). Ele nos guia e protege (Sl 23).
Em João 10, o Senhor Jesus nos ensina que as ovelhas conhecem a voz do bom pastor
e o seguem. Ele deu a sua vida por nós, suas ovelhas.
a) O que é bendizer?
“Bendizer” significa elogiar, glorificar, dar louvor. (reconhecer o seu valor próprio).
Como elogiamos a Deus?
APLICAÇÃO:
Frase final:
O segredo da adoração que agrada a Deus é a obediência que encontra a sua alegria
nas ações de Deus a nosso favor. Elas mudaram e continuam mudando o rumo de nossas
vidas.
63
AULA 08:
“Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não,
corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” II TM 4. 2-4
Exemplos práticos:
I. SÉRIES QUE SEGUEM O PADRÃO DO PRÓPRIO LIVRO BÍBLICO
64
W4illian Hendriksen, Mais Que Vencedores, Editora Cultura Cristã, 1ª ed., 1987.
65
DOMINGO QUARTA*
1 1.1-8 = Apocalipse: Revelação da Soberania de 10 e 11 Introdução ao Paralelismo Progressivo em
Jesus Cristo Apocalipse
2 1.9-20 = Apocalipse: O Cuidado de Jesus Cristo 12 a 15 Ap 4-7 = Os Sete Selos
Por Suas Igrejas
3 2.1-7 = Éfeso: De Volta ao Primeiro Amor 16 a 18 Ap 8-11 = As Sete trombetas
5 2.8-11 = Esmirna: A Riqueza da Fé 19 a 21 Ap 12-14 = Cristo X O Dragão
6 2.18-29 = Tiatira: Disciplina Para Proteger o 22 e 23 Ap 15 e 16 = As Sete Taças
Testemunho
7 3.1-6 = Sardes: Uma Igreja Sem Luz! 24 a 26 Ap 17-19 = A Queda do Dragão
8 3.7-13 = Filadélfia: Pequena, Mas Fiel. 27 a 29 Ap 20-22 =
O Triunfo Final de Cristo e Sua Igreja
9 3.14-22 = Laodicéia: É Preciso Recuperar o Zelo
1. A Unidade da igreja,
(1) João 17 = Para Que Todos sejam Um.
(2) Efésios 4.1-6 = Preservando A Unidade do Espírito.
(3) Efésios 4.7-16 = Chegando À Unidade do Espírito.
(4) Filipenses 2.1-4 = Aprendendo a Ser Um.
3. Eleições:
(1) Êxodo 18.21 = O Caráter dos Homens Públicos.
(2) Juízes 9.1-21 = Os Políticos e Suas Campanhas
(3) 2 Crônicas 1 = O Cristão e seu Envolvimento Político.
(4) Romanos 13.1-7 = Obediência À Autoridades Civis. Ou ainda uma quinta
exposição de 2 Reis 5: A Relação Igreja-Estado no Episódio Naamã/Eliseu.
CONCLUSÃO:
1. O expositor bíblico não pode ser escravo do seu tempo, mas manter sua
mente cativa às Escrituras. Sua tarefa não é agradar a modismos teológicos e
ideologias, mas, como fiel despenseiro e arauto, anunciar a vontade de Deus
à pessoas.
AULA 09:
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres.. II Tm 4.16
RECOMENDAÇÕES PASTORAIS
AULA 10
Homilética Para Professores de Crianças
Não existe muita diferença entre preparar uma lição bíblica e fazer uma
exposição Bíblica (ou sermão).
Ambos trabalham com o texto bíblico.
Ambos devem ser fiéis ao que está escrito na Bíblia.
A diferença básica é o auditório (crianças), a linguagem (simples) e o
tempo (menor). O maior erro dos professores de crianças é sua total dependência
da história pronta do autor utilizado. Algumas dicas são úteis sempre:
1. Confira com a Bíblia tudo que o autor da história bíblica escreveu.
2. Procure contar a história pela Bíblia e não o contrário.
3. Conte a história seguindo um esboço homilético do texto bíblico da lição.
Ops: Esboço homilético? O que é isso?! Vamos ver um pouco sobre isso:
Esboço Homilético
Texto - Salmo 100. Tema - “O Que é Adorar a Deus?”.
APLICAÇÕES:
4) O centro do culto é Deus.
5) A expressão firme da alegria no canto é diretamente proporcional à intimidade que temos
com Deus.
Cada ponto pode ser ensinado enquanto se conta a história sem mudar o estilo de ser
uma história.
Cada ponto pode ser a afirmação do ensino para a criança salva (ECS). O ensino para
a criança não salva (ECNS) é o “plano de salvação” que pode facilmente ser apresentado na
mensagem acima.
1. Por que Deus enviou Gabriel?
Porque ele nos ama.
3. Por que era importante que Jesus fosse tudo isso?
Porque ele veio para morrer pelos nossos pecados.
3. Como eu posso receber a Cristo?
Obedecendo a palavra de Deus como Maria fez.
Conclusão:
1º) Nunca prepare sua lição bíblica sem antes ler com atenção o texto Bíblica.
2º) Corrija sua lição pelo que está escrito na Bíblia.
3º) Tenha em casa um bom livro de Teologia Sistemática.
4º) Aprenda homilética expositiva.
a) Prega a Palavra – Karl Lackler – Vida Nova.
b) Pregação Pura e Simples – Stuart Olyot – FIEL.
c) Pregação Cristocêntrica – Brian Chappell – ECC.
73
BIBLIOGRAFIA
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WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade, Ed. Vida, 1991.
BIBLIA EM AÇÃO, Pregando com os Mestres, CDROM, Vida Nova, São Paulo, 2000.
74
APÊNDICE 1
“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo.” I Tm 1.8
65
Walter A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, Mundo Cristão.
75
APÊNDICE 2
As Classes Gramaticais
APÊNDICE 3
CUIDANDO DA VOZ...
66
Por Dra Evelina Alasmar Sales - Goiânia - GO
evelinafono@hotmail.com
Esses conselhos são para todos os que fazem uso constante da voz - os
"profissionais da voz".
1. Beba muita água durante o dia, durante os cursos, atendimentos etc - O foco é a
hidratação.
2. Fale objetivamente no telefone ou no celular.
3. Repouse a voz sempre que possível - fique em silêncio.
4. Coma maçã abusadamente - maçã é o antibiótico natural da voz.
5. Fale baixo, pausado. Nunca grite ou use ataques vocais.
6. Tome laranjada ou limonada (ou esprema limão na comida).
7. Coma pouco antes das palestras - pelo menos com 2 horas de antecedência.
8. Evite doces - Especialmente as "balinhas" antes de falar.
9. Não tussa. Cuidado com pigarro para limpar a garganta, o famoso: "hamham" -
pode ser fatal para a voz - tome água.
10. Evite falar quando estiver gripado, rouco ou com sinusites.
11. Cante com moderação. Não cante alto ou gritando.
12. Faça gargarejo com água, pitada de sal, bicarbonato ou limão, três vezes ao dia
e especialmente antes e depois de palestrar.
13. Cuidado com receitas caseiras, pastilhas para garganta, remédio por conta
própria.
14. Evite o AR CONDICIONADO.
15. Fale devagar, com calma e pausadamente.
16. Evite a todo custo líquido gelado.
17. Consulte periodicamente um fonoaudiólogo para orientações.
18. Lembre-se que o mal uso da voz hoje pode conduzir a um "não uso" amanhã.
66
Recebido por e-mail em 16/09/2009 de Roberto Amorim, rnavesamorim@gmail.com.