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 Aprendendo Sânscrito - Primeiros Passos (1)

Introdução
Introdução
Guia de Pronúnc
Breve história da língua Sânscrita
Noções de Sand
Códigos a serem usados para Transliteração
Noções gramati
O Sânscrito e as Filosofias Indianas
Citações Sânscri
O Sânscrito e as suas ligações com o Yoga
Informação adic
O alfabeto Sânscrito

Introdução
Esta é uma página introdutória. Não tem como intenção
apresentar o Sânscrito, Yoga etc. em profundidade, mas sim
dar a você uma visão geral do universo sânscrito. Começa
com uma breve história da língua sânscrita, e então aborda
diferentes aspectos filosóficos e gramaticais, bem como
transliteração e pronúncia, e, por último, termina com um
conjunto de algumas citações sânscritas famosas. Bem, eu
espero que você a desfrute, realmente!

Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento


do inglês/espanhol para o português brasileiro.

Ao início

Breve história da língua Sânscrita


O Sânscrito é uma língua muito antiga. Embora não haja
prova definitiva, acredita-se que o Sânscrito venha de uma
língua mais primitiva chamada de indo-europeu. O Indo-
Europeu é uma língua construída por meio de extrapolações,
e não existe prova escrita. Os estudiosos dizem muitas coisas
que se opõem umas às outras, mas eles concordam em um
ponto: o Sânscrito é uma língua muito antiga.
As antigas tribos arianas migraram para a Índia, mas o seu
ponto de partida ainda é controverso. Nos dois últimos
séculos, os linguistas disseram muitas coisas. Primeiramente,
o ponto de partida localizava-se na Europa, depois na Báctria
e em Sogdiana (Ásia Central); contudo, recentemente, de
acordo com as pesquisas mais recentes, a zona é identificada
como sendo a Anatólia oriental. Existe a mesma incerteza em
relação à idade do Sânscrito, falando de 1200 a.C. (os mais
conservadores) a 6000 a.C. Segundo algumas pesquisas
modernas, a data seria intermediária, por volta de 3000 a.C.
Por sua vez, a data na qual esses arianos --indo-europeus--
partiram situa-se em aproximadamente 4500 a.C.
Em outra época se acreditou que o Sânscrito viesse do antigo
fenício, mas havia muitos fatores contraditórios em relação a
essa teoria. O fator mais importante foi o seguinte: o
Sânscrito era uma língua altamente sofisticada e filosófica,
mas o fenício tinha notáveis características comerciais, já que
os fenícios eram excelentes comerciantes. Bem, apesar de
tudo, a teoria que agora prevalece --aparentemente-- diz que
o Sânscrito tem como origem uma antiga língua chamada de
proto-indo-europeu.
O complexo estudo linguístico que foi realizado de modo a
especificar as datas; e o modo como as línguas indo-
europeias, além do Sânscrito, desenvolveram-se não são
tópicos a serem analisados aqui, nesta breve história da
língua sânscrita. A coisa mais importante é que o Sânscrito
tem conexões, de certa forma, com a maioria das línguas que
conhecemos; e que, apesar de algumas pessoas acharem que
é uma língua morta, o Sânscrito ainda está muito vivo.
Ao início
que se opõem umas às outras, mas eles concordam em um
ponto: o Sânscrito é uma língua muito antiga.
As antigas tribos arianas migraram para a Índia, mas o seu
ponto de partida ainda é controverso. Nos dois últimos
séculos, os linguistas disseram muitas coisas. Primeiramente,
o ponto de partida localizava-se na Europa, depois na Báctria
e em Sogdiana (Ásia Central); contudo, recentemente, de
acordo com as pesquisas mais recentes, a zona é identificada
como sendo a Anatólia oriental. Existe a mesma incerteza em
relação à idade do Sânscrito, falando de 1200 a.C. (os mais
conservadores) a 6000 a.C. Segundo algumas pesquisas
modernas, a data seria intermediária, por volta de 3000 a.C.
Por sua vez, a data na qual esses arianos --indo-europeus--
partiram situa-se em aproximadamente 4500 a.C.
Em outra época se acreditou que o Sânscrito viesse do antigo
fenício, mas havia muitos fatores contraditórios em relação a
essa teoria. O fator mais importante foi o seguinte: o
Sânscrito era uma língua altamente sofisticada e filosófica,
mas o fenício tinha notáveis características comerciais, já que
os fenícios eram excelentes comerciantes. Bem, apesar de
tudo, a teoria que agora prevalece --aparentemente-- diz que
o Sânscrito tem como origem uma antiga língua chamada de
proto-indo-europeu.
O complexo estudo linguístico que foi realizado de modo a
especificar as datas; e o modo como as línguas indo-
europeias, além do Sânscrito, desenvolveram-se não são
tópicos a serem analisados aqui, nesta breve história da
língua sânscrita. A coisa mais importante é que o Sânscrito
tem conexões, de certa forma, com a maioria das línguas que
conhecemos; e que, apesar de algumas pessoas acharem que
é uma língua morta, o Sânscrito ainda está muito vivo.
Ao início
Códigos a serem usados para Transliteração
A língua Sânscrita utiliza um alfabeto de símbolos
denominado Devanāgarī. Esse alfabeto pode ser aprendido,
mas leva-se muito tempo para aprendê-lo. É por isso que um
alfabeto de Transliteração foi criado, que usa caracteres
romanos fáceis de ler, sem que seja necessário conhecer
símbolos. No entanto, como o Sânscrito tem 20 letras a mais
que o alfabeto latino, foi necessária a criação de 20 novos
caracteres --pelo menos-- com marcas diacríticas (hifens,
pontos, etc.). Por exemplo, em Sânscrito existem três tipos
de "n": o primeiro é praticamente como o nosso, como o "n"
em "natureza"; o segundo é como o "n" em "carne"
(pronuncia-se enrolando-se a língua levemente para trás); e
o último é como o "n" em "ângulo" (pronuncia-se
nasalmente).
Então, surge um problema: como representar esses dois
últimos "n", que não existem no alfabeto latino tradicional?
Portanto, foi criado um Alfabeto Internacional de
Transliteração Sânscrita (sigla em inglês: IAST), no qual um
ponto (marca diacrítica) abaixo do "n" foi escolhido de modo
a indicar um enrolamento da língua; e um ponto acima do "n"
para indicar nasalização. Usando o Unicode você tem o seu
problema resolvido, mas alguns caracteres com marcas
diacríticas não vão aparecer corretamente nos navegadores.
Portanto, também é preciso implementar uma fonte especial.
No meu caso específico, " Andika" é a fonte de Unicode que eu
escolhi para solucionar o problema.
Tabela de Transliteração
Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscri
Āā
Īī O "a", o "i" e o "u" com um hífen em cima indicam
Ūū
Tabela de Transliteração
Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscri
Ṛṛ "r" com um ponto em baixo (vogal)
Ṝṝ "r" com um ponto em baixo e um hífen em cim
Ḷḷ "l" com um ponto em baixo (vogal)
"l" com um ponto em baixo e um hífen em cim
Ḹ  ḹ 
--raramente usado, por isso eu geralmente não o incluo n
Ṁṁ
O ponto em cima de uma letra indica nasalização ("m" e "n" c
Ṅṅ
Ḥḥ "h" com um ponto em baixo indica a vogal chamad
Ṭ ṭ Ṭh ṭh
As consoantes que são pronunciadas enrolando-se a língua levement
Ḍ ḍ Ḍh ḍ h
ponto em baixo ("t", "th", "d", "dh", "n" e "s", todas com
ṆṇṢṣ
Śś O "s" com um acento agudo em cima é lido como o "c
Ao início

O Sânscrito e as Filosofias Indianas


A maioria das filosofias indianas são em Sânscrito, ou seja,
possuem uma literatura, na maior parte, Sânscrita. A
literatura indiana é a maior literatura do mundo; e, para dar
um exemplo: o tamanho do sagrado Mahābhārata é de
aproximadamente 14 Odisseias (de Homero). A literatura
Sânscrita não tem rivais em todo o mundo, contudo, apesar
dos esforços de muitos indivíduos, as pessoas --
especialmente no meu país, a Argentina-- não são
propriamente informadas sobre o assunto.
Existem seis filosofias tradicionais na Índia, mas não são as
únicas, já que várias filosofias "não-tradicionais" também são
muito importantes. Pela palavra "tradicional" eu me refiro ao
fato de que esses 6 sistemas filosóficos aceitam a autoridade
dos quatro livros sagrados chamados de Veda-s (Ṛk, Sāma,
Yajus e Atharva), tendo-os, portanto, em sua literatura. Os
sistemas tradicionais são os seguintes:
-NYĀYA: Esta palavra curta significa "raciocínio lógico". Foi
fundado por Gautamarṣi, ou seja, o sábio chamado Gautama.
É um sistema de lógica e ocupa-se com os meios de se
adquirir conhecimento correto. Também é conhecido como
Ānv īkṣik ī e Tarka. Mantém uma filosofia de raciocínio lógico. A
grande contribuição dessa escola foi a criação de ferramentas
de indagação e a sua formulação da técnica de
argumentação.
-VAIŚEṢIKA: Esta longa palavra significa "excelência ", pois,
de acordo com os seus seguidores, essa filosofia é superior
aos outros sistemas filosóficos. Também significa
" particularidade", pois esse sistema desenvolve a teoria da
particularidade. Descrever essa teoria vai além do escopo
destas páginas. Esse ponto de vista (darśana) foi fundado por
Kaṇādarṣi, e caminha praticamente de mãos dadas com o
Nyāya. Classifica todo o conhecimento do mundo subjetivo
em nove realidades básicas: terra, água, luz, ar, éter, tempo,
espaço, alma e mente . Discute como as combinações distintas
dessas realidades básicas dão nascimento a todas as coisas.
Esse movimento foi, em seu momento, toda uma "onda
verde" que revolucionou os conceitos tradicionais.
-SĀṄKHYA: Este termo significa "enumeração". Esse sistema
é chamado assim pois enumera vinte e cinco tattva-s ou
categorias de Manifestação Universal, que não são derivadas
de nove realidades básicas, mas sim de duas, Puruṣa e
Prakṛti. Precisamos de mais conhecimento para entender a
explicação exata; só vou dizer que eles podem ser chamados
de "espírito" e "matéria". Essa é uma aproximação. Sāṅkhya
também significa "conhecimento discriminativo" pois dá o
conhecimento necessário para discriminar entre Puruṣa e
Prakṛti, o que é essencial para se obter Libertação espiritual
de acordo com esse ponto de vista ou darśana. As nove
realidades básicas pertencentes ao sistema anterior não são,
contudo, descartados aqui. Somente mostra que não são
realidades finais, da mesma forma que a decomposição do
átomo em elétrons e prótons não descartou a existência do
átomo, mas somente mostrou não ser a última redução
possível da matéria. O Sāṅkhya mostra que tudo evoluiu a
partir da Prakṛti, exceto o Eu ou Puruṣa, que não evolui de
nada e é sempre existente e incriado. Esse fenômeno das
filosofias incluírem-se umas nas outras é uma característica
constante na maioria dos sistemas. Talvez os seguidores
discutam entre si, mas não as próprias filosofias.
-YOGA: Por essa palavra, um tipo de Yoga é especificamente
indicado, o "Yoga Óctuplo". Muito cuidado! Esse termo
significa "união", e é derivado da raiz sânscrita "yuj" (unir,
 juntar). É chamado assim pois une a alma individual com a
Alma Universal. Foi fundado por Maharṣi Patañjali, ou seja, o
Grande Sábio (Maharṣi) chamado Patañjali. É o aspecto
prático da doutrina Sāṅkhya. No Yoga, o principal interesse
está no meio pelo qual o indivíduo pode controlar a sua
mente, e, assim, conhecer a Realidade do seu Eu por
experiência direta. São utilizados para isso diversos métodos,
divididos em oito etapas. Esse sistema trabalha em harmonia
com o anterior, podendo-se falar inclusive de um "Sāṅkhya-
yoga".
-PŪRVAMĪMĀṀSĀ: "Pūrva" significa "a primeira parte",
referindo-se aqui à primeira parte dos antigos Veda-s,
chamada de Mantra. "Mīmāṁsā" significa "indagação ou
interpretação". Então, a tradução completa seria " uma
interpretação ou indagação sobre a primeira parte ou porção
dos antigos Veda-s, chamada de Mantra". Foi fundado por
Jaiminirṣi (o sábio Jaimini).
Esse sistema investiga principalmente os ritos védicos e seus
usos. O seu principal objetivo é estabelecer a autoridade dos
Veda-s. A Libertação da escravidão é, de acordo com essa
escola, uma libertação da ação atuando de forma
desapegada. Nele, predominam os rituais ou ações adequadas
para se atingir o objetivo desejado. Em suma, os rituais são
as ações adequadas para se atingir a Libertação.
-VEDĀNTA: Também é conhecido como Uttaramīmā ṁsā. A
palavra "uttara" significa "a parte final", ou seja, a parte final
ou porção Upaniṣad dos antigos Veda-s. O termo "m īmāṁsā"
significa "indagação ou interpretação". Logo, a tradução
completa seria "uma interpretação ou indagação sobre a
 parte final ou porção Upani ṣad dos antigos Veda-s". Por sua
vez, o termo Vedānta significa "o final (anta) dos Veda-s
(veda)". Esse significado admite duas interpretações, isto é:

1) O mais exaltado, o melhor dos Veda-s.


2) A última parte dos ditos Veda-s, ou seja, a porção
conhecida como Upaniṣad --que lida predominantemente com
conhecimento, enquanto a primeira porção dos Veda-s lida
com os rituais--.
Essa filosofia é dividida em três sistemas autônomos:
a) Não-dualismo ou Advaita
b) Não-dualismo Qualificado ou Viśistādvaita
c) Dualismo ou Dvaita
Não entrarei em detalhes, porque seria um processo muito
longo que não cabe dentro das aspirações desse estudo. Só
direi que os fundadores desses três sistemas são
Śaṅkarācārya, Rāmānuja e Madhvācārya, respectivamente.
Os três sistemas Vedânticos, que integram um só sistema,
estão de acordo com que não se devem "descartar as
descobertas do Sāṅkhya". Entretanto, sustentam que há
somente uma Última Realidade. Analisam o Processo de
Manifestação Cósmica de uma maneira muito similar ao
Sāṅkhya. Os três Vedānta-s afirmam a existência de um
Único Deus, mas a Sua natureza e a relação que Ele tem com
o ser humano são explicadas de maneiras diferentes.
Existem filosofias "não-tradicionais" que não têm os quatro
Veda-s na sua literatura. Por exemplo: filosofias Tântricas. No
Tantra, há vários sistemas: Trika, Kaula, Krama, etc. Ao falar-
se de Tantra, a maioria, por causa da ignorância, "logo" o
associa a práticas sexuais. Mas, como o Tantra tem dois
ramos principais, isso não é completamente verdade. Os
ramos são os seguintes:
1) Tantra da mão direita, baseado em meditação formal.
2) Tantra da mão esquerda, baseado em várias práticas para
atingir a Iluminação, nas quais estão incluídas as práticas
sexuais.
Minha especialidade é o Trika ou Shaivismo não-dual da
Caxemira (que pertence ao Tantra da mão direita, logo não
tem nada a ver com práticas sexuais). Não obstante, direi
algumas palavras sobre o Tantra da mão esquerda: Hoje em
dia, esses ensinamentos sagrados destinados a ajudar o
homem a evoluir por meio da vida sexual têm sido mal-
compreendidos em sua maior parte. Essas práticas foram
designadas para que o chefe de família ou dona de casa
atingissem a dita Iluminação, a qual, antigamente, só se
obtinha indo para a floresta e abandonando tudo. O sexo, que
não podia ser abandonado por pessoas com uma família, era
usado em algumas práticas como um meio para o
crescimento espiritual. Tudo isso está muito longe de algumas
práticas sexuais realizadas hoje em dia, que só mostram
ignorância e perversão. Mais uma vez, a mente do homem,
apesar das boas intenções e da pureza existentes
inicialmente, transformou tudo em impureza.
-TRIKA: Em relação ao Trika ou Shaivismo não-dual da
Caxemira, tenho a dizer que:
Eu o tenho ensinado por muitos anos. Basicamente, traz
pontos de vista revolucionários que afetam profundamente a
vida de quem os analisa. Por exemplo: são muito marcantes o
conceito de unidade entre todas as coisas e o de
independência. Esse sistema afirma que todos nós temos
tesouros, mas não os desfrutamos por mera ignorância. Em
suma, faz com que o ser humano perceba a vida tola que ele
leva, cheia de medo e ignorância, e lança-o até o seu próprio
Ser Interior, até o seu próprio Espírito. Não é uma mera
"filosofia de poltrona" postulando várias teorias que nada têm
a ver com os fatos concretos das nossas vidas. Pelo contrário,
é predominantemente prática e muda a vida de qualquer um
que entre em contato com ela.
A sua análise da Criação é simplesmente magnífica e
certamente muito completa. Nele, podem-se ver claramente
as conexões entre toda a Manifestação. Outra característica é
que ele não postula o "abandono do mundo". Pelo contrário,
afirma que o verdadeiro problema não é o mundo, mas sim o
ponto de vista pobre que se tem em relação ao mundo. Além
disso, dá-nos um ponto de vista novo e "feliz" para analisar o
mundo.
Eu gosto muito do Shaivismo Não-dual da Caxemira, mas, é
claro, não estou dizendo: "Este é o melhor sistema filosófico".
Pelo contrário, os sistemas filosóficos aos quais me referi são
todos muito bons. Todo o ser humano tem a sua própria
maneira, e a sua própria filosofia. Esses sistemas filosóficos
são enormes, então, eu tive que escolher pelo menos um
sistema para estudar profundamente. Sabe, o meu tempo de
vida é curto, e eu escolhi o Trika, já que supria as minhas
necessidades filosóficas e práticas. Portanto, você deve
sempre escolher a filosofia que combine melhor com você.
Isso deve ser completamente entendido.
Os outros sistemas que mencionei --Kaula e Krama-- são
intimamente relacionados ao Trika, apesar de possuírem
características próprias. A análise do Sânscrito feita pelo
Kaula, que atribui sons para cada uma das 36 etapas do
Processo de Criação indicados pelo Trika, é muito
interessante. Por sua vez, o Krama também contém várias
análises profundas sobre essas etapas, mas relaciona-as a
várias deusas. Em suma, um verdadeiro tesouro disponível
para todos.
Com certeza, esqueci de alguns sistemas, mas acho que já é
o bastante. O importante aqui é entender o seguinte: Nós
temos muitas ferramentas disponíveis para entender nossas
vidas e a vida em geral. Se o meu esforço for suficiente para
dar essa sabedoria a pelo menos uma pessoa, minha missão
estará cumprida.
Mais uma coisa, veja as Citações Sânscritas, já que essas
citações de escrituras estão fortemente relacionadas com as
filosofias meramente delineadas aqui. Além disso, cada
citação conta com uma explicação minha abaixo.
Ao início

O Sânscrito e as suas ligações com o Yoga


Primeiramente, definamos o que chamamos de "Yoga". A
palavra "Yoga", como já sabemos, significa "união". União
com quem?: união com algo Superior. Bem, há um Yoga
tradicional --mencionado anteriormente-- ouYoga de
Patañjali, chamado assim porque foi fundado pelo sábio
Patañjali. Note que acentuo o "o" de "Yoga". Uso o acento
para ajudar as pessoas a pronunciar corretamente.
Esse Yoga também é conhecido como Aṣṭāṅgayoga ou Yoga
Óctuplo, devido às suas 8 etapas postuladas. A primeira
etapa é Yama ou Abstenções (não-violência, verdade, não
roubar, continência e abstinência de avareza), e a segunda
é Niyama ou Observância (limpeza, contentamento,
austeridade, estudo/recitação das Escrituras, e devoção a
Deus). A terceira etapa é Āsana ou Postura; nele, se fala
somente de posturas para meditação. A quarta etapa
é Prāṇāyāma ou Percepção da Energia Vital; nela, diferentes
formas de respirar fazem com que se tome consciência da
Energia Vital. A quinta etapa é Pratyāhāra ou Retiro; nela,
retira-se a atenção dos sentidos externos, alcançando
interiorização. A sexta etapa é Dhāraṇā ou Concentração; em
que se fixa a mente em um único ponto por um momento. A
sétima etapa é Dhyāna ou Meditação; nela, a Concentração é
muito mais longa, até que se atinja a oitava etapa, chamada
de Samādhi, em que se alcança a Consciência Total em
relação ao objeto da meditação.
Bem, isso foi somente um sumário. Além desse Yoga
tradicional (védico), há também outros Yoga-s: o famoso
HAṬHAYOGA (o conhecido sistema baseado em posturas
corporais); BHAKTIYOGA (Yoga Devocional), JÑĀNAYOGA
(Yoga do Conhecimento), KARMAYOGA (Yoga da Ação),
MANTRAYOGA (Yoga dos Mantra-s ou Palavras Sagradas),
etc. Todos esses Yoga-s também são relacionados a filosofias,
algumas das quais foram delineadas previamente, de modo
que o universo de conhecimento é imenso. E é tudo em
Sânscrito, e, até agora, nem tudo foi traduzido, já que é
muito extenso e poucos conseguem traduzir corretamente.
Por isso, as ligações entre o Yoga e o Sânscrito são notáveis.
Por exemplo, a literatura tradicional do Haṭhayoga está em
Sânscrito (Haṭhayogapradīpikā, Haṭharatnāval ī, etc.), e os
nomes das posturas, respirações, selos, etc., também são em
Sânscrito, embora tenham sido inventados alguns nomes
ocidentais para algumas posturas. Essa breve análise mostra
a tremenda importância da língua Sânscrita no mundo do
Yoga. Sem o Sânscrito, o Yoga não poderia existir.
Devemos entender, por último, que a palavra "Yoga" (usada
muito frequentemente hoje em dia) não significa somente
"posturas, respiração, etc.", mas várias práticas em múltiplos
níveis (emocional, intelectual, sonoro, etc.). Portanto, Yoga
não é sinônimo de Haṭhayoga; Haṭhayoga é uma porção do
Yoga como um todo. Esse é um erro comum aqui na
Argentina, pois as pessoas geralmente confundem o Yoga
inteiro com algumas posturas, respirações e por aí vai. Não,
isso é Haṭhayoga, que é uma pequena porção de inúmeros
métodos: meditação, repetição de mantra-s, atos
devocionais, estudo de Escrituras, etc. Em suma, Yoga são
todos os Yoga-s (Haṭhayoga, Bhaktiyoga, Jñānayoga,
Mantrayoga, Rā jayoga, etc.) e não somente o Haṭhayoga.
Para obter mais informações sobre o assunto, veja
as Citações Sânscritas.
Ao início

O alfabeto Sânscrito
O principal alfabeto utilizado pelo Sânscrito é conhecido como
Devanāgarī, e pode ser dividido em várias partes de acordo
com diversos critérios. Então, vamos ver o alfabeto e, na
próxima seção, aprenderemos como pronunciar as letras.
Mais uma coisa, a vogal " ḹ " não será considerada aqui, por ser
uma vogal teórica e raramente usada. Por "teórico", quero
dizer que foi inventada para manter os pares curto/longo:
a/ā, i/ ī, etc., de modo que esse " ḷ" não fique sem o seu
correspondente longo.
Alfabeto Sânscrito
Letras
Vogais
अ  आ  इ  ई  उ  ऊ  ऋ  क  ऌ 
a ā i  ī u ū ṛ ṝ ḷ
Alfabeto Sânscrito
Letras
Consoantes
Primeiro Grupo
Surdas
Subgrupos Não-
Aspiradas
aspiradas as

Guturais
  ख 
ka kha

Palatais
च  छ 
ca cha
Cerebrais (Cacuminais ou ट  ठ 
Retroflexas) ṭa ṭha

Dentais
त  थ 
ta tha

Labiais
ऩ  प 
pa pha
Segundo Grupo

Semivogais
म  य 
ya ra
Terceiro Grupo

Sibilantes
श 
śa ṣ
Quarto Grupo

Sonora Aspirada
ह 
ha

Uma das coisas notáveis sobre o Sânscrito é que as suas


consoantes são silábicas, isto é, vêm acompanhadas da vogal
"a". Sem "a" elas não podem ser pronunciadas, pois o "a" é a
letra suprema. A maioria das vogais (exceto o Anusvāra " ṁ" e
o Visarga "ḥ") podem ser pronunciadas sozinhas, sem a
necessidade de consoantes ou outras vogais, mas nenhuma
consoante pode ser pronunciada sem uma vogal. Isso
claramente fala de todo um modelo filosófico escondido
nesses simples caracteres. As vogais e os seus sons têm a ver
predominantemente com o que é superior e independente,
enquanto as consoantes (principalmente as do primeiro e do
segundo grupos) têm a ver predominantemente com etapas
inferiores da Criação. Esse tópico é, sem dúvida, muito mais
extenso. Isso foi só uma "dica" de uma característica peculiar
do Sânscrito: é uma língua extremamente elaborada em total
concordância com uma ciência que se esconde atrás dela.
Esse é o maravilhoso dessa língua. Por último, a vogal " ṁ"
(denominada Anusvāra), como o próprio nome indica, sempre
vem após uma vogal que lhe dê suporte (no alfabeto formal
se usa, é claro, um "a" para dar-lhe apoio). A vogal " ḥ"
(denominada Visarga) também precisa do suporte vocálico,
sendo representada no alfabeto unida a um "a".
Mais uma coisa: Além desses caracteres que compõem o
Alfabeto formal, há uma série de símbolos "híbridos",
formados a partir da combinação de dois ou mais caracteres
formais. Por exemplo:

त  (tta) म  (dya) ग  (ṅga), etc. Veja Conjuntos para mais


informação.
Ao início

Guia de Pronúncia
Baseando o meu estudo na Tabela acima, tentarei fazer o
meu melhor para explicar a pronúncia das diferentes letras.

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