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rI

APITULO IV

Adsorção

Embora o alcance prático da adsorção tenha sido previsto de longa data,


só recentemente ela veio tornar-se uma operação unitária importante. A adsor-
ção tem características próprias extraordinárias, destacando-se o alto grau de
recuperação que propicia a partir de soluções de extrema diluição. É certo tam-
bém que, tanto em nitidês como. em eficiência, as separações por adsorção su-
peram todas as demais realizadas por transferência de massa.
A adsorção é uma operação de transferência de massa do tipo sólido-fluido
na qual se explora a habilidade de certos sólidos em concentrar na sua superfí-
cie determinadas substâncias existentes em soluções líquidas ou gasosas, o que
permite separá-Ias dos demais componentes dessas soluções. Quando diversos
componentes puderem ser adsorvidos, geralmente o sólido é seletivo, o que torna
possível fracionar a solução. A quantidade total adsorvida normalmente varia
entre 5 e 30070 do peso do sólido adsorvente, podendo chegar excepcionalmente
a 50070. Uma vez que os componentes adsorvidos concentram-se sobre a super-
.fície externa do sólido, quanto maior for a superfície externa por unidade de
peso de sólido, tanto mais favorável será a adsorção. Por esta razão, os adsor-
ventes são geralmente sólidos com partículas porosas.
Exemplos de aplicação industrial há muitos. Podem ser citados a desumi-
dificação de gases, a recuperação de vapores de solventes valiosos arrastados
pelos gases, a remoção da umidade da gasolina, o branqueamento das soluções
de açúcar, dos óleos vegetais e minerais, a desodorização do gás carbônico e
das bebidas, bem como a realização de inúmeros fracionamentos de misturas de
hidrocarbonetos leves. A recuperação de vitaminas e outros produtos valiosos
contidos em mostos de fermentação também é feita por adsorção. A separação
1i 'AI'I'I'\JI.O IV AI)HOIH;AO 1i

<lu I)lIMtlR raros, como xcnõnlo e criptônio, é realizada pOI' adsórção a buixus ntre O adsorvcntc e lIS rnolóculas adscrvldas. I\. adsorcão física de um gás ou
IÜlllpCrfllurns. I\.dcsodorização de esgotos Ou do ar aspirado pode ser feita por vapor assemelha-se à condcnsacão e, como tal, faz-se acompanhar de libera-
uJsorcão em carvão ativaclo. A desodorização de cozinhas e sanitários tarn- ção de energia. Mas difere da condensação porque ocorre igualmente quando
héu: pode ser realizada com carvão ativado. A secagem de gases por adsorcão a pressão parcial do soluto no vapor é inferior à sua pressão de vapor à tempe-
'I)) silica-gel é prática comum. O uso de carvão ativado em máscaras contra ratura considerada. Além disso, a energia liberada é um pouco superior à en-
Bl\ses também é tradicional. talpia de condensação da substância adsorvida, sendo aproximadamente igual
à sua entalpia de sublimação (1 a 10 kcal/rnol), O gás "condensa" sobre a su-
Natureza da adsorção. Tipos de adsorção perfície do sólido e, se este for poroso: penetrará também nos capilares e in-
terstícios por um processo de difusão molecular ou de Knudsen, caso consiga
abe-se da existência de forças na superfície externa dos sólidos, onde uma
molhar o sólido. O adsorbato pode ser removido do adsorvente com facilida-
parte das ligações químicas acha-se livre'". Quando as moléculas de um flui-
de, sendo suficiente aumentar a temperatura ou reduzir a pressão. O sucesso
10 que é posto em contacto com o sólido incidem nesses pontos ativos de va-
de um adsorvente industrial no campo das operações unitárias depende em gran-
lências parciais, uma força de atração mais ou menos intensa entre o sólido
de parte da facilidade com que o adsorbato pode ser retirado, seja para fins
: as moléculas do fluido pode provocar sua concentração na superfície do sóli-
de seu aproveitamento, como para regenerar o adsorvente. Adsorções físicas
.10. A intensidade das forças de atração depende da natureza do sólido (princi-
também podem ser realizadas em fase líquida. Em virtude da pequena energia
palmente das características da superfície) e do tipo das moléculas adsorvidas,
envolvida na adsorção física, o equilíbrio entre as moléculas do adsorbato e
ulém de variar com alguns outros fatores como temperatura, pressão e o pro-
da fase fluida é atingido rapidamente. Pela mesma razão pode-se concluir que
.csso empregado ná fabricação do adsorvente. A atração do sólido por certos
a adsorção física não é responsável pela aceleração de reações químicas catali-
Iipos de moléculas é tão intensa que praticamente todas as moléculas inciden-
sadas por sólidos. O baixo valor da energia posta em jogo nestes processos não
rcs ficam retidas até saturar os pontos ativos ou até que as condições da super-
permite a formação de compostos intermediários sobre a superfície do catali-
fície, como a temperatura, sejam alteradas de modo a reduzir as forças de atra-
sador. Outro fato característico da adsorção de van Der Waals é a possibilida-
ção. Outras vezes o fenômeno é irreversível.
de de haver várias camadas de moléculas adsorvidas, principalmente nas pro-
Dependendo das circunstâncias, a união entre o sólido adsorvente e o ad-
ximidades do ponto de condensação.
sorbato (a substância adsorvida) poderá ser tão forte que a adsorção apresenta
A adsorção ativada, ou quimisorção, resulta de uma inter-ação muito mais
as características de uma reação química. Mas não se deve ignorar que ela tam-
intensa entre a substância adsorvida e o sólido adsorvente. Embora a intensi-
bérn ocorre com grande intensidade em condições que impossibilitam a forma-
dade da ligação varie consideravelmente de um caso para outro, é certo que
cão de qualquer composto por reação química, como nos processos envolvendo
forças de valência têm participação nestes processos, sendo a energia posta em
ases nobres, tungstênio, paládio, platina e muitas outras substâncias quimica-
jogo da ordem de grandeza das entalpias de reação (10 a 100 kcal/rnol). Ape-
mente inativas. Este tipo de processo chama-se adsorção ativada ou quimisor-
sar disso, compostos químicos formados de acordo com o conceito usual ge-
cão. Em outras situações a união é fraca e o processo pode ser invertido com'
ralmente não têm sido identificados. Langmuír'" conseguiu evidenciar a exis-
facilidade, de modo a liberar a substância adsorvida. É evidente que só este
tência de composto químico sobre a superfície das partículas de tungstênio uti-
segundo tipo de adsorção, chamado adsorção física, interessa às operações uni-
lizadas durante experiências de adsorção de oxigênio sobre esse metal. Mas a
iárias porque pode ser desfeito. Em contraposição, só a adsorção ativada apre-
maior evidência de que forças de valência participam dos processos de quimi-
senta interesse na catálise heterogênea.
sorção é o alto valor da energia envolvida, fato que também permite concluir
A diferença entre as ligações químicas e as de adsorção ativada é tão so-
que a adsorção ativada é um processo lento a baixas temperaturas. Esta ener-
mente uma questão de.grau, Sendo todas de natureza elétrica, as forças de li-
gia de ativação é freqüentem ente da ordem de grandeza da de reações entre
gação química deverão, decorrer de grandes desvios dos elétrons externos dos
um radical livre e uma molécula, o que permite supor que a quimisorção é o
átomos reagentes de suas respectivas órbitas, enquanto as de adsorção devem
resultado da reação entre um átomo e uma molécula da fase gasosa, sendo bem
decorrer de desvios menores.
possível que a adsorção ativada provoque o estiramento das moléculas sobre
A adsorção fisica, ou de van Der Waals é um processo rápido e facilmen-
a superfície do adsorvente, provocando sua dissociação em átomos.
Ic invertível que decorre da ação de forças de atração inter-rnolecular fracas
Uma substância pode ser adsorvida fisicamente num determinado sólido
a baixas temperaturas, havendo quimisorção no mesmo adsorvente em tempe-
(.) Forças deste tipo encontram-se igualmente na superfície externa dos líquidos, de modo que a ratura mais alta. Em temperaturas intermediárias os dois processos poderão
adsorção também pode ocorrer numa interface líquido-gás. ocorrer simultaneamente.
1i ('AI'ITIII.O IV AI )S( II{(,'A( I 11'

Pura os nns visados nas operações unitárias de transferência de massa, cantam e nem podem ser centrifugados, mas sua adsorção em adsorventcs bem
"o 11 udsorcão física apresenta interesse. Em contraposição, só a adsorção ati- selecionados pode ser viável. Substâncias cristalinas solúveis podem ser purifi-
vudu é Importante nos processos catalíticos. Porém, mesmo nestes casos a ad- cadas por dissolução, evaporação e cristalização múltiplas, mas no conjunto,
NorÇl'lO física é útil, sendo empregada para determinar as propriedades dos ca- estas operações são dispendiosas, lentas, de baixo rendimento e resultado du-
tlllisuctores, como a superfície, o volume, tamanho e distribuição dos poros. vidoso. A adsorção é de longo alcance nestes casos, pois, além de permitir pu-
Por estarem fora do escopo deste livro, estes assuntos não serão abordados. rificar o produto, ainda elimina possíveis inhibidores da cristalização e produ-
~ importante observar que os estudos teóricos têm um valor muito limi- tos que prejudicam a forma ou a côr dos cristais, ou afetam desfavoravelmente
tado para o engenheiro no campo da adsorção. Os aspectos práticos sobre o o rendimento da operação.
modo de conduzir a operação, projetar os equipamentos, efetuar o eontacto
:lItre as fases com um máximo de eficiência e, ao mesmo tempo, um mínimo Principais adsorventes industriais
de perda de carga, as características dos adsorventes (granulometria, resistên- Para ser comercialmente importante, um adsorvente deve reunir uma sé-
;ia mecânica, capacidade de retenção e atividade catalítica), fatores econômi- rie de características favoráveis de eficiência, seletividade, resistência mecâni-
'OS e segurança são mais importantes para o engenheiro. ca, perda de carga, custo, aglomeração, inércia química e densidade, porém
a propriedade mais importante é a área interfacial (área externa mais área dos
Aplicações industriais poros). Muitas vezes os poros têm dimensões da mesma ordem de grandeza das
[números exemplos de operações cuja etapa fundamental é a adsorção, moléculas, resultando em conseqüência áreas de adsorção elevadíssimas. Man-
podem ser citados. Alguns são típicos de sistemas líquidos, enquanto outros telJ(2)refere-se a carvões ativos para máscaras contra gases com áreas externas
mvolvem misturas gasosas. efetivas da ordem de 1 km-/kg de carvão. Os principais adsorventes de im-
No caso de sistemas líquidos, dois modos de aplicação do adsorvente po- portância industrial são apresentados a seguir, na ordem decrescente de consu-
dem ser utilizados. No primeiro, apercolação, o adsorvente granular é manti- mo. As propriedades físicas mais importantes destes adsorventes encontram-se
do fixo sob a forma de um leito poroso através do qual o líquido a tratar sobe na literatura técnícav".
li desce. O segundo método é ajiltração de contacto, que consiste em disper- 1. Terrajuller. É o adsorvente empregado em maior quantidade. É uma argila
sur O adsorvente finamente dividido no líquido a tratar, promovendo simulta- natural (silicato de alumínio e magnésio), principalmente atapulgita ou mont-
neamente uma agitação intensa da suspensão, após o que o adsorvente é fil- morilonita, serni-plástica quando úmida, e dura como rocha quando seca.
trado. São exemplos do primeiro tipo de operação a eliminação do cheiro e Contém 40 a 600/0de água livre no estado natural. Para ser utilizada como
:Or de certas soluções, da água e outras substâncias, a retirada de um ou mais . adsorvente, deve ser moída e secada em fornos rotativos para adquirir uma
.omponentes de uma solução ou a eliminação da turbidês de certos produtos estrutura porosa, sendo finalmente moída em moinho de cilindros até atin-
líquidos contendo sólidos coloidais em suspensão. Exemplos de operações do gir uma granulometria entre 1 mm e 200 mesh Tyler. Emprega-se no bran-
segundo tipo são o branqueamento do açúcar com carvão de ossos e a clarifi- queamento, clarificação e neutralização de óleos minerais, vegetais e animais.
ação de óleos lubrificantes empregando argilas tratadas com ácidos. Graxas e gorduras também são branqueadas com terra fuller. Os produtos
O emprego da adsorção aos gases pode se exemplificado pela remoção de petróleo ficam límpidos e com suas qualidades melhoradas após o trata-
do cheiro do CO2 empregado no preparo de refrigerantes, a recuperação de mento com terra fuller, sendo mais importante a ausência quase completa
vapores de solventes valiosos ou poluentes arrastados por correntes gasosas, de compostos formadores de goma nas gasolinas e querozenes tratados, bem
fracionamento de misturas de hidrocarbonetos leves, como a produção de como a estabilidade à oxidação. A indústria do petróleo consome quase to-
asolina a partir do gás natural ou a separação de hidrocarbonetos parafínicos da a produção mundial de terra fuller. O branqueamento de óleos vegetais
e aromáticos, o controle da poluição do ar e a secagem do ar e de gases em geral. e gorduras consome apenas 2%. A regeneração é feita em cerca de 15 a 30
Os campos de algumas operações unitárias superpõem-se com o da ad- minutos em fornos rotativos operando a 450°C. A porosidade é da ordem
sorção. Outras vezes a adsorção complementa operações de separação mais co- de 55% e a densidade aparente é de 0,65 a 0,80 t/rn-.
muns. A filtração de colóides, por exemplo, não pode ser realizada pelos meios
tradicionais, mas com um leito de carvão ativo, ou com o carvão disperso na 2. Argila ativada. Certas argilas, como a bentonita, fornecem adsorventes com
solução, o resultado desejado poderá ser conseguido. A destilação de líquidos características superiores às da terra fuller quando tratadas com ácido clo-
m pontos de ebulição muito próximos é difícil e dispendiosa, sendo a adsor- rídrico ou sulfúrico. Após o tratamento a argila deve ser filtrada, lavada,
cao uma operação muito mais' favorável. Certos líquidos em emulsão não de- secada e finalmente moída até um tamanho entre 2 e 5 mm. Emprega-se pa-
IIf, \ "1'11111 ClIV "USO!tl'AO 117

I'{I hrnnqucur produlos dc pL:1rÓIL:(). A rcnrlvncão é Icitu por uquccimcnto. 0,5 e 5 mm, porosidade 50 'a 80070,densidade 0,45 a 0,5 t/m-. Para opera-
A dcusldadc é 0,85 11m'. ções de filtração por contacto a granulometria deve ser menor do que 200 mesh.
l. Hauxlta, Como a terra Iullcr, emprega-se para clarificar produtos de petró- 8. Carvão para adsorção de gases. É feito pela carbonização de materiais po-
leo, sendo ativada em temperaturas que variam de 250°C a 800°C. A quali- rosos, como casca de côco ou babaçú, diversos tipos de madeira, carvão ou
dade dos produtos depende muito da temperatura em que é feita a queima. caroços de frutas. Depois da carbonização o carvão deve ser ativado por um
A rcativação é realizada por aquecimento, sem perda sensível de eficiência. processo de oxidação parcial com ar quente ou vapor d'água. É comerciali-
Emprega-se também na secagem de gases. Granulometria entre 1 e 2 mm, zado sob a forma granular ou em "pellets" de 1,5 a 3 mm, com 50 a 60070
porosidade 35070, densidade aparente 0,85 t/rn'. de porosidade e densidade entre 0,45 e 0,58 t/rn'. ' Seu maior emprego é
4. Alumina. A ativação consiste em retirar a umidade por aquecimento, resul- na recuperação de vapores orgânicos, no fracionamento de hidrocarbonetos
tando um produto altamente poroso, granular ou em pó, e que encontra apli- gasosos e em máscaras contra gases. A reativação é feita por evaporação do
cação principalmente na secagem de gases e líquidos. As aluminas de grau adsorbato por aquecimento ou pela circulação de ar quente, vapor d'água
A são reativadaspor aquecimento em temperaturas inferiores a 180°C. As ou gases de combustão através do leito. A regeneração também pode ser con-
demais são reativadas em temperaturas que variam entre 180°C e 300°C. Gra- seguida a vácuo, em temperaturas mais baixas.
nulometria entre 2 e 20 mm, porosidade de 25 a 30070,densidade 0,80 t/m'.

. Süica-gel. É um produto granular. duro e de grande porosidade obtido por RELAÇÕES DE EQUILíBRIO DE ADSORÇÃO FíSICA
precipitação da sílica com ácidos a partir de soluções de silicato de sódio.
O gel formado é lavado e secado até conter cerca de 4,5070 a 7070de água. A grande maioria dos dados relacionando a concentração do soluto no
As aplicações industriais mais importantes são: secagem de gases, condicio- fluido com a concentração noadsorbato foi obtida experimentalmente, pois'
namento de ar, purificação de gases (COz, H2, O2, N2, CI2), fracionamen- nenhuma teoria conseguiu até hoje descrever quantitativamente a adsorção. Al-
to de misturas de hidrocarbonetos, refino de produtos destilados de petró- guns dados experimentais serão apresentados a seguir, com o intuito de escla-
leo e recuperação de vapores de solventes orgânicos diversos (acetona, ben- recer seu significado e emprego no projeto de equipamentos. Dados mais com-
zeno, thinner ou água raz, por exemplo). É muito utilizada também como pletos encontram-se na bibliografia especializadas- 3).
suporte de catalisadores. A regeneração é feita por aumento de temperatura
e vácuo, mas também pode ser realizada com ar quente, entre 150°C e 180°C. 1. Adsorção de gases e vapores puros
ncontra-se na praça em diversos tamanhos com porosidade entre 35 e 50070, As curvas de equilíbrio em termos da pressão p* do soluto na fase gaso-
densidade 0,65 a 0,85 t/m", sa em equilíbrio com o adsorbato de concentração X (kg de soluto/kg de ad-
sorvente) têm o aspecto indicado na figura IV-1. A cada temperatura corres-
6. Carvão de ossos. Os ossos são britados, moídos e queimados em temperatu- ponde uma curva de equilíbrio semelhante à curva de solubilidade de um gás
ras que variam de 600°C a 850°C. A granulometria ideal está em torno de num líquido e que se denomina isoterma de adsorção. A quantidade adsorvida
1 mm. Emprega-se principalmente no refino do açúcar. A reativação é feita aumenta com o aumento da pressão e à medida que a temperatura diminui.
por lavagem seguida de fermentação dos materiais adsorvidos, fervura com Em pressões superiores à pressão de vapor do soluto a uma dada temperatura,
soda e carbonato de sódio, lavagem com HCl diluido, secagem e queima .não haverá soluto presente no vapor. Assim sendo, concentrações acima do
a 400°C. valor correspondente ao ponto L na figura IV -2 indicam liquefação e não ne-
cessariamente adsorção do gás.
7. Carvões descorantes. Podem ser obtidos de vários modos: 1?) matéria vege- Gases diferentes são adsorvidos em proporções diferentes. Geralmente a
tal carbonizável (serragem, alga ou turfa) depositada sobre uma base inor- facilidade de adsorçãoaumenta com a massamolecular do gás e varia inversa-
gânica porosa, como pedra-pomes, terra de infusórios ou sais insolúveis, é mente com a temperatura crítica, mas a estrutura da molécula tem, um efeito
aquecida até carbonização total; 2?} mistura de materiais vegetais e inorgâ- importante (fig. IV-3). A natureza do adsorvente pode alterar de modo funda-
nicas, como cal, gesso, CaCl2 ou MgCI2, seguida de carbonização e la- mental a curva de equilíbrio. A do benzeno em silica-gel, por exemplo, é intei-
vagem para eliminar o material solúvel remanescente; 3?) carbonização di- ramente diferente daquela que se obtém com carvão ativo. A figo IV-4 mostra
reta, em condições controladas, de serragem, linhito, lixívia residual de ce- isotermas de adsorção de n-pentano em quatro adsorventes: carbono, BaS04,
lulose ou madeira, seguida de ativação com ar quente. Granulometria entre sílica e água em gotículas. Nesta figura a relação entre a pressão de equilíbrio
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X( kg adsorvidos/ kg de carvão)
Fig. IV~4- Efeito da natureza do adsorvente sobre a forma da isoterma de adsorção do n-pentano,
"ig, IV-! - Adsorção de acetona em car- Fig. IV-2 - Isoterma de adsorção,
vão ativo,

/2
p* e a pressão de vapor P? foi utilizada. É o que se denomina pressão
relativa.
Estas curvas representam condições de equilíbrio verdadeiro. Contudo,
/0 principalmente quando o adsorvente é poroso, há casos esporádicos de histere-
~ se nos quais a pressão de desorção é menor do que a de adsorção para um dado
'"E
-, valor de X , numa situação típica de irreversibilidade termodinâmica. Isto po-
c 8 de estar relacionado com a forma dos capilares do adsorvente ou com a ocor-
E
~ rência de fenômenos mais complexos de umectabilidade do sólido pelo adsor-
<> bato (figura IV_5)(19, 20).
~... 6
o" Um método muito conveniente para representar os dados de equilíbrio é
{l
<> o indicado na figoIV-6. As pressões de vapor da substância de referência que, no
~ caso da figura, é a acetona, são colocadas em escala logarítmica na absissa, onde
~ 4
também estão marcadasas temperaturas de saturação correspondentes. As pres-
<:<>
"
<:r sões de equilíbrio do adsorbato acham-se na ordenada. Cada ponto do diagra-
ma tem coordenadas' P", p* e X. Ao ponto P, por exemplo, correspondem
po =. 2000 mmHg (pressão de vapor da acetona a 88°C) e p* = 53,5 mmHg
(pressão parcial de equilíbrio com um adsorbato contendo X ,; 0,15 g de ace-
0,2 0,4 0,6 0,8 /.0 tona/g de carvão a 88°C). Observa-se que os pontos de igual concentração no
p* adsorbato formam linhas retas denominadas isósteras. Dois pontos apenas são

suficientes para traçar uma isôsteras.
Fig, IV-3 - Efeito da estrutura molecular sobre a isoterma de adsorção em cobre finamente dividido,
-,
IlU ('AI'I'I'lJLO IV AI )H( II{(.'A() 121

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450 600 1000 2000 4000 6000 10000 20000


/50 300
p=» pressão de vapor da acetona (mmHg)
p* (mm Hg)
figo IV-6 - Isósteras de adsorção da acetona em carvão ativo.
1\'111.
IV-S _ Adsorção de nitrogênio a -195°C em sólidos porosos (argila ativada e silica-gel).

Além de ser útil para correlacionar e extrapolar dados de equilíbrio, este não confundir com a entalpia integral de adsorção .:lha' que é a variação de
entalpia de 1 kg de adsorvente puro, mais a massa de vapor correspondente
diagrama ainda apresenta outra particularidade: os coeficientes angulares das
à concentração X do adsorbato, durante a adsorção completa desde X = O
NóHlcraspermitem calcular a entalpia molar de adsorção a temperatura cons-
até a concentração X. Pode ser calculada por integração gráfica a partir dos
tunrc (Mh.) em função da entalpia molar de vaporização do líquido de refe-
valores da h, obtidos de um diagrama como o da figo IV-6:
renda puro (MLhfg)(5~.Aqui M representa amassa molecular do vapor e ML
, do líquido de referência. Partindo da equação de Clapeyron-Clausius pode-
c relacionar as entalpias molares de desorção (- Mh.) e de vaporização
(M"hfg) com a temperatura e, dividindo membro a membro, tira-se diretamen-
.:lha = t h, dX (ha < O, .:lha < O) (2)

te a relação procurada:
h, = entalpia diferencial de adsorção (kcal/kg de vapor adsorvido)
dlnp* -Mha
< .:lha = entalpia integral de adsorção (kcal/kg de adsorvente puro)
--- --
RT2
(ha O)
dT O valor assim calculado é relativo ao sólido isento de adsorbato e ao "vapor
puro. Se o estado padrão for o líquido puro, ao invés do vapor, deve-se escrever:
dlnpo MLhfg
-- = --.-- RT2. .:lh~ = .:lha + X hfg .
dT (3)

dlnp* -M h, As relações seguintes justificam esta igualdade (fig. IV -7):'


(1)
.dlnpo
=
MLhfg
.:lh~ - H(adsorbato
+ sólido)
- HL - Hs
A entalpia diferencial de adsorção ha, uma quantidade negativa porque a ad- .:lha = H(adsorbato
+ sólido)
- Ho - Hs
sorção é exotérmica, é a energia liberada durante a adsorção de 1 kg de vapor Ho - HL = Xhfg (4)
num excesso de adsorvente que já contém adsorbato com a concentração X
da isóstera correspondente. É chamada entalpia diferencial de adsorção, para Observa-se que .:lh~é um número menos negativo do que .:lha.
'AI'h'IJLO IV """l .••• ;::tnn•..•Xn .,,~--

I i
gds HG • Xhg
T.mplfOfuro

=; 51mbolo
A

líquido H _ Xh,
r.ho I L -

r.h;

sólido ~ adsorbato

Fig. IV-7 - Relação entre Ah~ e Aha.

A Ilg. IV-8 permite comparar os valores da entalpia diferencial de adsorção


alculados isostericamente com os determinados calorimetricamente. A abscis-
sa é a relação entre a massa adsórvida, m, e a massa m; correspondente a "
monocamada. Observa-se que o valor de h, decresce à medida que a quanti-
dade adsorvida aumenta.
Outro método de representar os dados de equilíbrio e que, além disso,
permite melhorar as correlações empíricas é o de Goldmann e Polanyi (fig. IV-9).
Todos os dados podem ser colocados numa única curva quando se representa
po
T . log - em função de X(4). A ordenada é proporcional ao trabalho de
p*
x
g acetona / g carbono

VQi~~~ zs: ~DI':'~t,i/Jin.},"t:j;"I9B":.'6f.


raloln ,colculodO$Isosté,'ca",.ntll~lJnI'"as
Fig. IV-9 - Adsorção de acetona em carvão ativo.
feTlllhlrJ,6 -194,SJt -18:1,1 "C,
--. . compressão isotérmica reversível de 1 mol do gás considerado entre as pres-
Õ
E
<, sões p* e P", denomiriado potencial de adsorção.

!o
Adsorção de misturas de vapores
'o
15 Quando só um componente é adsorvido em quantidades apreciáveis a re-
{l
O
lação de equilíbrio entre esse componente e o adsorvente não é afetada pela
~
presença dos demais, mas convém frizar que p* é agora a pressão parcial do
.~ componente na mistura.
~
~ No caso de misturas binárias nas quais os dois componentes são adsorvi-
'ti
.~ dos apreciavelmente, a quantidade de cada um no adsorbato é afetada pela pre-
~ sença do outro e, como o sistema tem três componentes, o diagrama de equilí-
~"n brio terá que ser triangular'", Cada diagrama corresponde a uma temperatu-
-<:;0
ra e uma pressão. Diagramas típicos são apresentados na figo IV-10, em triân-
gulo equilátero (a) e retângulo (b) para o sistema N2 - O2 - carvão ativo a
1 atm e 150°06). Retas de equilíbrio como GA relacionam as concentrações
o I-'"z'% m ""''''''
!pc _i>,' •• ~l @i ·L~'
o 0,50 /,0 /,50
m/mm
(.) Não discutiremos neste ponto a construção e as propriedades deste tipo de diagrama. O leitor
Fig. IV~8 - Êntalpia díferenciál de adsorção 00 riítrogênío sobre negro de fumo. pode ler por exemplo as p. 387 a 398 da ref. 21.
U4 ('AI'I'I'UI.O IV AI)NOK('AO

O2 '/li I 1 I ,-,

fase
gasosa

(b) 2
(o) e
~
"s
~
<,
~
"~
g
N2 ".,
carvão
fração de odsorvente ""'"
(em pêso)
". ~"
Fig. IV-tO - Sistema O2 - N2 - Carvão ativado a -150°C e 1 atm.

do soluto (que é um dos componentes escolhido arbitrariamente) no gás (Y)


0,2 G 0,4 0,6 0,8
c no adsorbato (X). No caso da figo IV-10, chama-se adsortividade relativa x
do oxigênio em relação ao nitrogênio a relação

X0:2
ti"

XN2 ..,t;
(X02,N2'
Y02
(5)
t~
" e
"~
~~
YN2 ..
<o {:
.,
~-~

0,07 .•e .~.,


"
"'-"
a. ••
= 0,185
No caso da reta GA, por exemplo, tem-se I (X02,N2
0,19
1,633 ."".,, ..,~.,e
<.>

0,82
~. .•
'"
Outro tipo de diagrama de equilíbrio muito usado nos cálculos de adsor- 0,2 0,4 0,6 0,8 1.0

cão é apresentado na figo IV-11(17). Na abscissa colocam-se as frações em pe- ai=trooão em peso de C2 Hz no gos, em-
base isento de adsorvenfe(sflica-gelJ
so do componente mais fortemente adsorvido, em base isenta de adsorvente:
x para o gás e y para o adsorbato. Em ordenadas estão as frações N entre Fig. IV-H - Adsorção de acetileno em silica-gel.
o peso de adsorvente e o peso de adsorbato. Na parte inferior da figura acha-se
representado o diagrama y vs x, em tudo semelhante aos da destilação, para
ajudar a interpolar as retas de equilíbrio GA (G indica um gás de composição Adsorção em fase líquida
x e A um adsorbato de composição y). Convém observar a semelhança entre Líquido puro
este tipo de diagrama de equilíbrio e os diagramas entalpia-concentração utili- Apesar de não haver um modo eficaz de medir a extensão da adsorção
zados no método de Ponchon-Savarit para cálculos de destilação. Agora as quan- de um líquido puro no qual um adsorvente é imerso, sabe-se que a adsorção
tidades N de adsorvente por unidade de peso de gás ou adsorbato substituem acontece porque há liberação de energia. Não há variação apreciável de volu-
as entalpias daqueles diagramas. Convém observar que, para a fase gasosa, re- me do líquido para que se possa determinar a quantidade adsorvida e nem a
sulta N = O. pesagem do sólido antes e depois da adsorção é útil para esse fim porque não
I.MI 'AI'ITIJI.O I V

"..: pode diSlinguir cntr Ifq uido adsorvid que se encontra ocluíd X é u edsorcão aparente por unidade de massa de adsorvcntc dcf'lnldu segun-
uiecunlcnrncnte. do a expressão anterior. Outras unidades de concentração podem ser emprega-
das em vez de c*, como por exemplo a relação em peso Y (g de soluto/g
'oluções de solvente).
Quando a identidade do soluto é desconhecida (impurezas ou corantes,
/I odsorção do soluto de uma solução binária diluída pode ser determinada pra-
por exemplo) sua concentração poderá ser medida em unidades arbitrárias, co-
I icurncnte tratando-se um volume V da solução com a massa m de adsorven-
mo as leituras de um colorímetro, turbidímetro ou expectrofotômetro. Em pa-
I e. A concentração da solução é reduzida de Co para C*. Desprezando va-
pel log-log, os dados deverão fornecer retas se a equação de Freundlich for obe-
riações de volume, a adsorção aparente ou relativa do soluto será
decida. Os coeficientes angulares das isóterrnas fornecem diretamente o valor
de n da equação, sendo k obtido com pares de valores X, Y ao longo da reta
V
X = -m (c, - c*) (6) (fig. IV-13):

'-1' Y = k X" (8)


s dados são postos num diagrama c* vs X como o da figo IV-12(8). A ad-
sorção aparente de um soluto depende de sua natureza e concentração na solu-
Y é a leitura que mede arbitráriamente a concentração da solução em equilí-
ção, da temperatura, pressão e tipo de adsorvente. Cada curva é uma isôterma
brio com o adsorbato de concentração X. Dados típicos são os de Rogers ob-
de adsorção. Para pequenos intervalos de concentração e, em particular para
tidos durante o branqueamento de óleo lubrificante com argilas (fig. IV-14).
soluções diluídas, a equação empírica de Freundlich é útil para correlacionar
A adsorção em soluções líquidas concentradas é um processo mais com-
os dados:
plexo. À medida que aumenta a concentração do soluto na solução, também
c* k x' (7) a quantidade adsorvida aumenta. Mas o sol vente também é adsorvido e, se a
extensão de sua adsorção for mais ou menos igual à do soluto, pode acontecer
100 I , I I 1 I i:;V~ I I ;m;;;; i ~ I I

LOG

mooo! I I I

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zo0,01
l I I
! LOG
0,10 1,0 10

x = odsorção aparente (g / g adsorvente )

X (o adsnrvidas/g adsorvenle)

Fig. IV-12 - Adsorção de solutos em soluções diluídas. Fig, IV-13 - Isotermas de Freundlich,
I.\H \ 'A!'l'I'II!.1I IV AUNOIH,'AO 121J

400,,-· ,-...,..I 'T I i I i A adsorção ativada, pela maior energia que envolve, pode promover eu.-
minhos alternativos de menor energia de ativação, sendo de grande importân-
., cia industrial para acelerar reações químicas. Todavia o catalisador só é útil
'~ para esta finalidade no intervalo de temperatura em que ocorre quimisorção.
,~200 1--
-e Este assunto será diScutido com maior detalhe a seguir. Se fizermos um gráfico
~
., da quantidade adsorvida em função da temperatura iremos observar o que está
~
.g indicado na figo IV-I5. Uma vez que a energia de ativação da quimiosorção
'§ /001 1 ~ é muito maior do que a da adsorção física, o processo de adsorção ativada é
~ muito mais lento do que o de adsorção física, principalmente em baixas tempe-
,g"
o-
-2
raturas. Por outro lado,a adsorção física, pela sua semelhança com a conden-
fil sação, é rapida em temperaturas baixas e, por esta razão, a quantidade total
.g
,- adsorvida a estas temperaturas é determinada inteiramente pelo processo físi-
.g ,
co. À medida que a temperatura aumenta, a quantidade adsorvida fisicamente
:~
" decresce de acordo com a curva F de equilíbrio da adsorção física. Quando
'""" a temperatura crítica da substância adsorvida é excedida, a adsorção física
~
'-
C>
<..>
aproxima-se de um valor de equilíbrio muito baixo. Continuando a aumentar
~u
a temperatura, a adsorção ativada começa a ocorrer e adquire importância cres-
cente, passa por um máximo e finalmente começa a declinar porque a curva
de equilíbrio da adsorção ativada também é decrescente com a temperatura.
4 6 8 Ia 20
X = unidades de cor adsorvida de
A cada pressão correspondente uma curva que, porisso, constitui uma isóbara
IOOg de óleo, por. g de argila de adsorção.
Fig. IV-14 - Branqueamento de óleo lubrificante com dois tipos de argila. Já foi verificado experimentalmente que a eficiência de catalisadores só-
lidos para promover reações entre moléculas estáveis depende da quimisorção,

que, a partir de uma certa concentração, o solvente seja adsorvido preferen-


ilulmcnte. Assim sendo, a adsorção aparente do soluto diminui, podendo cair
Curva de equittbrio da
1\ zero e, em soluções mais concentradas, a quantidade ~ (c, - c*) pode adsorçâo ativada
m
j ornar-se negativa. Há uma inversão na adsortividade relativa e, para uma con-
.cntração bem definida, ela é igual a um, numa situação em tudo semelhante intervalo' util
110 azeotropismo da destilação. Este fato ocorre durante a adsorção em carvão
ativo, do benzeno existente dissolvido em etanol.
~
'-
C>

~
IMPORTÂNCIA DA ADSORÇÃO NA CATÁLlSE HETEROGÊNEA ~
~
§ I
Embora útil no campo das operações unitárias, a adsorção física não é
"""
importante nos processos químicos heterogêneos. Em virtude do baixo valor ,
dú energia envolvida na adsorção física, ela é incapaz de explicar a atividade -, curva de equilibrio da
dos catalisadorés sólidos para promover reações entre moléculas estáveis devi- F "<, adsorção física
do à impossibilidade de propiciar caminhos alternativos através de grandes re- "
duções da energia de ativação. Isto só é possível excepcionalmente no caso de
T
reações que envolvem pequenas energias de ativação, como as reações entre
ions, átomos ou radicais livres. Fig. IV-15 - Intervalo útil de um adsorvente como catalisador.
\lU 'AI'I'I'ULO IV AUS< )MC.'A() HI

sondo insignificante a contribuição da adsorção física. Com isso em vista, pode-


se concluir que o intervalo de temperatura no qual um catalisador sólido é efi-
iaz deve coincidir com o intervalo no qual a adsorção ativada de um ou mais -r-,
rcagentes é apreciável, conforme indicado na fig.IV-15. Geralmente esse inter- ::::'"

valo está entre 20°C e 500°C. As figuras IV-16 e IV-17 mostram curvas obtidas
experimentalmente. A curva da figo IV-18 apresenta dois máximos, cada um ~"
'-
o
correspondendo a um tipo de quimisorção. ~
"
~
~
.....• "
o'" -
'"
Cl
~
-, o 200 400
:r;"' T(°C)
~ j
Fig. IV-18 - Isóbaras de adsorção de hidrogênio à pressão atmosférica sobre catalisador à base
.g
'S; de ferro para síntese da amônia, mostrando máximos correspondentes a dois tipos
'-
Q de quimisorção.
~
"
~
.g
.~ 2~) As forças de valência que retêm as moléculas sobre a superfície do
.,."'" sólido diminuem rapidamente com a distância, sendo muito peque-
nas a distâncias da superfície muito superiores às usuais de ligações
-100 o 100 200 300 400 500
entre átomos. Por esta razão, a quantidade retida por quimisorção
T (OC)
não excede muito a correspondente a uma camada monomolecular.
Fig. IV-16 - Isóbara de adsorção de hidrogênio sobre catalisador à base de Mn02 e Cr203'
A importância do' emprego de catalisadores sólidos na construção de rea-
10 i i i .•• :::1
,-_ .....
j , '"', i~ •• •
tores químicos prende-se à redução do tamanho do equipamento em virtude
do aumento, por vezes extraordinário, da velocidade de reação devido à pre-
-,""
sença do catalisador. É notório, a este respeito, o pequeno volume das telas
~
.g de platina nos reatores de oxidação de amônia .
°t 6
c No campo das operações unitárias, no entanto, estamos interessados ex-
~
clusivamente na adsorção física, devido à facilidade com que o processo pode
~"
~ ser invertido, permitindo dessa forma recuperar, tanto o adsorbato, como o
~ 21 ~.
e- 19f" 1 1 I III • .
"<"'1 adsorvente, em geral mediante pequeno aumento de temperatura .

01 ,." J ' ..,.I.",! '-.1"'" ·r, ,<)


·200 -100 o 100
T IOe)
OPERAÇÕES DE ADSORÇÃO

Fig. IV-17 - Isóbaras de adsorção de hidrogênio sobre níquel a diversas pressões.


Operações industriais típicas empregando a técnica de adsorção foram
mencionadas no início do capítulo. Há diferenças importantes entre as opera-
Duas particularidades sobre a quimisorção devem ser ressaltadas mais uma
ções envolvendo líquidos ou gases. A recuperação de solutos a partir de solu-
vez, porque estabelecem a distinção nítida entre os dois tipos de processo:"
ções líquidas ou a remoção de contaminantes dessas soluções difere considera-
1~) Na adsorção ativada há transferência de elétrons entre adsorbato o velmente da recuperação de vapores de solventes arrastados pelas correntes ga-
e a superfície externa do adsorvente, isto é, forças de valência são pos- sosas, do mesmo modo que o fracionamento de líquidos por adsorçãoenvolve
tas em jogo durante o processo. técnica bem diferente da empregada para fracionar misturas gasosas de hidro-
14(, 'AI'IT\J1.0 IV 17

refluxo mtnlmo 6 dctcrrnlnado prolongando fireta de eQulllbrlo que PU6- (ll\ull'O IIIHIIII1Ic.lNduruutc
ti ouerução. As prllllolrns porções de clluontc Iíllll 0011-
",I por F até a ordenada levantada por XI)' O cruzamento é o ponto B~,ln' .cutrucão de saltita igual a zero. No instante 01 a parte superior do leito já
se encontra saturada e o restante está adsorvendo soluto, porém não há mais
Adsorvedores de leito fixo adsorventc puro no leito. Assim sendo, a concentração c, de saída, apesar
de ser muito menor do que a de entrada, já não mais é igual a zero. A maior
As adsorções com escoamento em contracorrente das fases são dispen- parte da adsorção tem lugar numa camada relativamente pouco espessa de lei-
íiosas por causa da necessidade de movimentar continuamente o sólido, o que, to, chamada zona de adsorção e na qual a concentração da solução decresce
além do mais, causa muita erosão do equipamento, quebra das partículas e pro- rapidamente desde praticamente Co até um valor bem próximo de C1• À me-
dução 'de finos. Porisso o uso de leitos fixos continua encontrando boa aceita- dida que a solução continua atravessando o leito, a zona de adsorção vai des-
ção, apesar do regime transiente que caracteriza a operação e da necessidade cendo como uma verdadeira onda que se propaga com velocidade muito infe-
de duplicação do equipamento a fim de permitir a regeneração de um leito en- rior à velocidade superficial da solução através do leito. No instante ()2 a con-
quanto o outro está em uso. centração C2 de saída ainda é bastante pequena e mais da metade do leito
Consideremos uma solução líquida ou gasosa de concentração Co atra-' já se encontra saturada. No instante ()Q a zona de adsorçãõ atinge o fun-
vessando continuamente de cima para baixo um leito poroso adsorvente ini- do do leito e a concentração de saída cQ já tem um valor apreciável. Esse ins-
cialmente isento de adsorbato (fig. IV -29). Ao penetrar no leito, o soluto é ad- tante será caracterizado como ponto de quebra. Daí em diante a concentração
sorvido rapidamente e, muito antes de sair, todo o soluto já terá sido removido de saída aumenta rapidamente até que, no instante ()R, a solução sai com
pelo adsorvente que se encontra mais abaixo. A solução sairá do leito sem so- uma concentração praticamente igual à de entrada. A parte da curva de adsor-
luto. O gráfico da parte inferior da figo IV-29 indica a variação da concentra- ção entre os instantes ()Q e ()R constitui a curva de ruptura. Sea solução con-
ção c de saída em cada instante durante a operação, com a quantidade m de tinuar passando pelo leito após o instante ()R haverá muito pouca adsorção
efluente recolhido até aquele instante. A figura mostra a situação do leito em adicional, uma vez que o leito já está praticamente em equilíbrio com a solu-
ção alimentada.
entrada Aonda de adsorçãoque percorre o leito vem acompanhada de uma onda
. C Co
Co Co Co
o de temperatura. Na adsorção de gases, situação em que o aumento de tempera-
tura é importante, -a temperatura na saída do leito servirá para indicar o ponto
de quebra. No caso de líquidos o aumento de temperatura é muito pequeno
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·····r·· :;v.rh
~I~
para servir de indício de saturação do leito.
"'.:.:.:
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:.:..:!..:. Z.A.
~1iJl t!i,ítj Diversos fatores contribuem para determinar a forma da curva de ruptu-
ra: natureza do soluto e do adsorvente, entalpia de adsorção, vazão e concen-
I' Z.A. :::/jl4-J :··::::h). tração da solução alimentada e profundidade do leito. Há curvas muito incli-
Y<~J_
·1
nadas e com pontos de quebra bem definidos, porém outras são relativamente
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i
.-:..~- tc. Z.A.
Z.A.
pouco inclinadas. O projeto de um adsorvedor de leito fixo requer a determi-
nação prévia da curva de ruptura em condições que se aproximem, na medida
C=O C, C2 C, do possível, das condições reais de operação.
saída A maior aplicação da adsorção em leito fixo é a recuperação de vapores
Co ---------- ---- --- -- --- --:;:.==
C__= CR "C o ---.::;, «: de solvente carregados pelo ar durante a secagem. O rendimento que se conse-
:~ R gue na recuperação de metanol, etanol, acetona, acetato de etila, benzeno, to-
o
VI

~ I
curva de ruptura
lueno, bissulfeto de carbono, gasolina, aguarrás, thinner, tricloroetileno, metil-
etil-cetona, metil-isobutil-cetona, hexano, acetona, xilol e muitos outros é bas-
"
'o
u
tante elevado, chegando-se até 99,8% partindo de misturas que podem ser ex-
tremamente diluídas (0,5 a 0,05070 em volume). Usa-se carvão adsorvente
, granular.
C, C3= C/O
(.."V
~f I Um equipamento típico é mostrado na figo IV-30. A profundidade do lei-
8=0 8, 8, R to é geralmente escolhida bem pequena para reduzir a perda de carga do gás
Fig, IV-29 - Adsorvedor de leito fixo: curva de ruptura. ao atravessar o leito. Valores entre 30 em e 1,0 m são comuns. A área do leito
\411 ('AI'ITULO IV

Il~
ISO/do d'v vapor d'
• com(J(jsorbo/~gUO

chuminés

WIi]~'~;Jrt~m~~~~TIm~ill-ill~-ili.·
=:
~saída de
'~,'~~m.·
gos limpo
deconfodor

A..-J CORTE A-A

Fig. IV-30 - Adsorvedor típico de.leito fixo,

é determinada pela vazão e a velocidade superficial do gás, que é mantida entre


0,10 m/s e 0,5 m/s. A temperatura de operação não deve ser elevada. Por isso
a adsorção de gases quentes deve ser precedida de um resfriamento até abaixo
de 40°C. Deve-se também filtrar o gás se houver partículas sólidas arrastadas,
a fim de evitar o entupimento do leito, o mesmo devendo ser feito se a corrente
gasosa estiver arrastando gotículas. Muitas vezes um leito de pedregulho serve
bastante bem para esta finalidade. Se a curva de ruptura for muito inclinada,
os gases que saem do leito podem ser lançados diretamente na atmosfera até
Fig. IV-31 - Instalação típica de adsorçãoem leito fixo,·
ser atingido o ponto de quebra, quando então o gás a tratar deverá ser desvia-
do para um outro adsorvedor, passando-se a regenerar o atual. Por outro la-
do, se a curva for pouco inclinada, isto significa que, quando o ponto de que-
bra é atingido, uma boa parte do leito ainda se encontra insaturada. Então con- em áreas menores e perdas maiores, para um dado volume de adsorvente, po-
vém fazer o gás que sai do leito passar através de um segundo adsorvedor colo- rém podem danificar o sólido. Velocidades entre 0,1 e 0,5 m/s constituem prá-
cado em série com o primeiro, até que o adsorvente do primeiro fique total- tica usual para leitos de carvão ativo e prof .•ndidades da ordem de 0,5 m geral-
mente saturado. A partir desse ponto deve-se utilizar um terceiro adsorvedor mente não acarretam perda de carga exagerada.
em série com o segundo, podendo-se regenerar o primeiro. Contudo, este tipo A perda de carga do fluido através do leito pode ser calculada pelas equa-
de operação não é muito comum na recuperação de vapores. Utiliza-se às vezes ções de Leva, Carrnan-Kozeny ou Ergun apresentadas no I? volumev". Um
para o tratamento de soluções líquidas. O layout simplificado de uma uni- fornecedor de carvões ativos nacionais apresenta equações simplificadas para
dade para a recuperação de vapores encontra-se na figo IV-31. Depois de estimativas de perda de carga de ar escoando através de três tipos de carvões
realizada a desorção com vapor d'água o condensado deve ser separado por para adsorção de gasesv". São denominados Carvões' Carbomafra OC, com
decantação, se a substância for insolúvel em água, ou por qualquer outra ope- - números que indicam a faixa granulométrica (mesh Tyler). Adaptadas para as
ração conveniente, como destilação ou extração líquido-líquido, se os vapores nossas unidades, estas expressões são como segue:
recuperados forem solúveis em água. .
Um modelo de leito muito conveniente para reduzir a área de implanta- OC # 6 x 10 ~P 2500 Vl,38 L
ção é o tipo cilíndrico vertical. O leito é mantido entre duas telas ou placas OC # 6 x 8 ~P 1 830 VI,42 L
perfuradas, o gás é alimentado no centro, atravessa o leito e sai pela periferia OC # 3 x6 ~p 1 060 Vl,56 L
(fig. IV-32). Este arranjo permite obter simultaneamente leitos' de grande área
e pouco espessos, além de minimizar a área de implantação. ~P = perda de carga (mrn CA)
Uma consideração importante no projeto de leitos fixos de adsorção é L = profundidade do leito (m)
a velocidade superficial dos gases no equipamento. Valores elevados resultam v= velocidade superficial do ar (m/s)
I~() ('1\1'1 I\JI.() IV AONO ()

a da água, O consumo de vapor é da ordem de 3,5 a 5 kg por litro de solvente,


vapor d'oço« que pode ser recuperado por decantação. Também se pode utilizar serpentina
boca do
visito
de aquecimento colocada no interior do leito. Neste caso deve-se passar um
gás de purga através do leito no mesmo sentido em que estava circulando a

-
gas limpo mistura gasosa, a 0,1 m/s. Os vapores são recuperados num estado de pureza
bastante grande durante a regeneração, podendo ser reaproveitados. Também
é possível realizar a desorção reduzindo a pressão do sistema. Esta técnica tem
sido utilizada em separações por adsorção nas quais o ciclo de adsorção é reali-
odsorvent e - zado a pressão elevada durante um certo tempo, sendo a desorção realizada
a vácuo em períodos que se alternam com os de adsorção. Exemplo típico é
a produção de pequenas quantidades de gás inerte a partir do ar por adsorção
do oxigênio em carvão mineral ativado, a cerca de 4 atm. O gás produzido é
constituído de nitrogênio e argônio. O ciclo de desorção é realizado à pressão
de aproximadamente 70 mmHg, sendo o gás desorvido uma mistura ,con-
tendo 35% de O2 e 65% de N2, bem como o CO2 e a água existentes no ar
alimentado.
~O;i~Od. A técnica de adsorção em leito fixo também serve para realizar a seca-

-
gos a trotar gem de gases, empregando-se geralmente sílica-gel, alumina, bauxita ou penei-
ras moleculares. Costuma-se trabalhar com leitos mais profundos, porque agora
os gases se encontram normalmente pressurizados, sendo pouco importante
J~L
______ ___ L " _
reduzir a perda de carga. Usam-se colunas contendo o adsorvente em bandejas
separadas de 1,20 mal ,50 m uma da outra para reduzir o efeito de compres-
são das partículas. A regeneração é feita com serpentinas de aquecimento e gás
de purga, com gases quentes ou ar aquecido. Vapor de 100 a 250°C e vácuo
também é prática usual.

Previsão da capacidade de um adsorvedor de leito fixo

Fig. IV-32 - Adsorvedor cilíndrico vertical. Para projetar um adsorvedor de leito fixo o engenheiro precisa conhecer
o tempo de 'quebra e e forma da curva de ruptura. Somente ensaios de usina
piloto podem fornecer estes dados de modo preciso, porém há na literatura va-
Um tipo especial de leito de adsorção para recuperação de vapores utiliza lores da retentividade de adsorventes para diversas substâncias e que se pres-
tecido feito com fibras de carvão ao invés de carvão granulado'ê". Os elemen- tam para projeto. Os dados da tabela IV-l são típicos (tabela IV-I)(l4l. As
tos filtrantes são feitos com o formato de cestos cilíndricos com a parte supe- quantidades apresentadas na tabela referem-se à capacidade de saturação
rior aberta, sendo montados na vertical, apoiados na borda superior. Quando do adsorvente. A regeneração realizada com vapor de água; ar quente ou por
um elemento vai ser regenerado, um mecanismo coloca automaticamente um redução de pressão retira apenas uma parte da quantidade adsorvida, sendo
disco sobre o topo aberto do elemento e, ao mesmo tempo, abre um outro. esta quantidade desorvida a capacidade real de trabalho do adsorvente e que
A desorção do adsorbato é realizada, na maioria das vezes, por volatili- portanto deverá ser utilizada para fins de projeto. A quantidade que permane-
zação térmica. Esta técnica acarreta uma perda de adsorvente que, no caso do ce retida após a regeneração varia com o modo de regenerar e com a intensida-
carvão pode chegar até 2 a 5070.Por isso têm-se estudado técnicas variantes de de desejada. Considerações econômicas são importantes porque a recuperação
regeneração química'ê". Geralmente a desorção é feita com vapor de baixa praticamente total do adsorbato conduz a aumentos desproporcionais do cus-
pressão e alta temperatura. Vapor de 2 kg/cm- e 130°C, circulando pelo leito to de regeneração. Além disso, por razões de segurança, deve-se deixar sempre
a uma velocidade de 0,1 m/s a 0,2 m/s pode ser considerado boa prática. Ape- um pouco de adsorbato nos poros do adsorvente. Caso típico é o de substân-
sar da entalpia de vaporização dos vapores adsorvidos ser bem menor do que
I~ 'Al'tTlJI.O IV 'lU '.. - ;1,1

<"IU/II('(l()
'fABELA IV-I
I. Carvão necessário
Retentividade de diversas substâncias em mistura com 'ar seco a 20°C e
pressão atmosférica, em carvão ativo. A acetona encontra-se presente na proporção de 1 200 ppm, ou seja, 0,120/0 em
volume, portanto
(% em peso)
Substância % Substância % acetona a ser adsorvida 0,12 (283) 273 58
0,00779 kg/s
100 ' 308 22,41
Acetona 35 Etanol 21
Acetato de amila 34 Éter etílico 15
por ciclo: 4(3600) 0,00779 = 112,2 kg
Ácido acético (vinagre) 3 Etileno 3
Ácido butírico (manteiga rança da) 35 Eti! mercaptano 23
Ácido caprílico (cheiro animal) 35 Fenol 30 - necessano
C arvao . . 112,2 295 ,3. k g 295,3 o
Ácido lático (leite azedo) 30 Formaldeído 3
= 0,38 = = 0,48 < = 615 e de leito, ou seja, apro-
Ácido nítrico 20 Hexano 16 ximadamente, 620 litros.
Ácido sulfúrico 30 Indol (excreções) 25
Ácido valeriânico (cheiro de corpo) 35 lodo 40
Acroleína (gordura fervente) 15 lodofórmio 30
2. Dimensões do leito.
Bcnzeno 24 Metanol 10
Bissulfeto de carbono 15 Meti! etil cetona (MEK) 25 Escolhendo uma profundidade de 50 em, a secção transversal do leito será:
Butanol 30 Naftaleno 30
heiro de cozinha elevada Nicotina 25
0,620 1,24 m2
heiro de esgoto
Cheiro de toilete
elevada
elevada
Octano
Óleos especiais
25
elevada
o,s =

loreto de hidrogênio 12 Piridina (fumo quéimado) 25


Cloro 15 Putrescina (carne em decomposição) 25 o que equivale a mais ou menos 0,80 m x 1,60 m em tanque horizontal como o da figo
Oióxido de enxofre 15 Sulfeto de hidrogênio 20 IV-30. Utilizaremos por segurança uma área 300/0maior, ou seja, 1,6 m2.
Oióxido de nitrogênio JO Terebentina 32
Escatol (excreções) 25 Tolueno 29
Estireno 25 Xileno 34
3. Perda de carga.
Calcularemos com a equação de Ergun'?
L 2 t
(1 - E)2
~P = 1,75 v P ~ + 150 J.lLv (38)
cias orgânicas de fácil oxidação e que devem ser adsorvidas em concentrações 3
gc E gcD; E3
elevadas. O material residual reduz o aumento de temperatura decorrente da
liberação da entalpia de adsorção e dessa forma diminui o risco de incêndio.
ou ~p = (1,75 + 150~) (1 - E)~V2p' (39)
Re s; f: Dp
A porosidade do leito é calculada· a partir das densidades:

Prn = E p' + (1 - E)p == (1 - E)p


Aplicação, 1
Uma correrite de ar encerra acetona em concentração de 1 200 ppm a 35°Ce 1 1 _ J:...rn 0,480
E
p 1 - 0,695 0,309
ata. Desta mistura a acetona deverá ser recuperada por adsorção num leito de carvão
ativo com partículas de 6 a 8 mesh (diâmetro médio 3 mm, densidade aparente do sóli-
do em pellets 0,695 t/m", densidade aparente do leito 0,480 t/mê). A vazão da mis-
tura nas condições de operação é 2,83 m3/s. A capacidade de adsorção do sólido até
o ponto de quebra é 0,38 kg de acetona por kg de carvão. Pedem-se as dimensões do
equipamento e a perda de carga através do leito, para um ciclo de operação de 4 h. (.) Ver volume I - Operações Unitárias, p. 255.(21)

t
1
"'nTI1;;~n"Y-' .,"'

I'I'ül)rlcdudcs do ~ás:
G I Yo

PM (1) (29)
p' = RT 0,082(308) = 1,15 kg/rn!

li. (a 35°C = 95°F) = 0,019 cp 0,685 kg/rn- h I?"f:w'j---'


:-::':.:::'. LI zona de adsorcão.que

Velocidade superficial de massa:


L -. : ..:~ chega ao fundo do leito
num tempo 8Q

v=~ 2,83 = 1,77 m/s


Y
Y
.onvém observar que este valor é muito elevado, sendo conveniente aumentar a área
do leito. Todavia, para fins de ilustração calcularemos a perda de carga nestas mesmas f >IV' .,(

condlções.
Número de Reynolds:

Dp v p' (3 x 10-3)1,77(3600)1,15
Re 321
li. 0,0685
lá I -T - i
m
ubstituindo em (39): mo mR
massa total de gos
~ solvent e (isento de
ilP = (1,75 + 150 1"- 0,309) (1 - 0,309)0,50(1,77)21,15 = 2972 ~ saiu to) recolhido
ate' o tempo e
3.21 9,81(0,30W 3x 10-3 m2
Fig. IV-33 - Previsão da capacidade de um adsorvedor.
isto é, 2972 mm C.A., o que é sem dúvida uma perda de carga muito elevada, mas que
poderá ser reduzida com maior área de seção transversal do leito, isto é, reduzindo a
velocidade superficial do gás através do leito para um valor entre 0,1 e 0,5 m/s. Fi- Yo concentração de soluto no gás alimentado (kg soluto/kg gás solvente)
xando 0,4 rn/s para a velocidade, o leito terá 7,08 m2 (4,7 x 1,5 m) e 8,8 em de es- YQ concentração de soluto no gás que sai do leito no instante (JQ corres-
pessura, o que é muito pouco. A perda de carga resulta 41 mmCA. Melhor será fixar pondente ao ponto de quebra (escolhe-se para YQ um valor próximo
uma área de 7,44 fi2 (aproximadamente 1,5 m x 5 m) e espessura de 0,5 m, o que de zero)
corresponde a 3,72 m3 de carvão e um cicIo de operação de 24 horas. A perda resul- YR concentração de soluto no gás que sai do leito no instante (JR corres-
ta 215 mmCA. pondente ao ponto de ruptura (exaustão do leito) e que se escolhe bem
próximo de Y,
Previsão teórica da capacidade de um adsorvedor de leito fixo S vazão de adsorvente (kg/h)
Tantos são os fatores envolvidos na situação real, que um tratamento quan- S .
S' - (kg/h-m-)
titativo unificado está praticamente fora de cogitação para fins de projeto. Um s
método simplificado foi proposto por Michaels'!" para adsorção isotérrnica de X concentração de adsorbato (soluto/kg de adsorvente puro)
misturas diluídas em leitos de grande profundidade L comparada com a altu- m massa total de gás solvente (efluente isento de soluto) recolhida até o .
ra L, da zona de adsorção, que se supõe constante. instante (J durante a operação (kg).
Sejam (fig. IV-33):
G vazão de gás solvente alimentado ao leito em regime permanente (kg/h) o efluente isento de soluto (gás solvente) recolhido até o instante (J é m (kg). Os
G· valores correspondentes aos pontos Q e R são respectivamente mQ e mR• A
G' - (kg/h-rn-) diferença é a quantidade ma recolhida entre os pontos de quebra e exaustão.
s
O tempo .,(Japara que isto ocorra e igual ao tempo necessário para a zona de
s secção transversal do leito (m-) adsorção percorrer uma distância igual à própria altura, La. É evidente que

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