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MATERIAL DIDÁTICO
FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA ......................... 7
1.1 Estruturalismo e funcionalismo....................................................................... 10
1.2 Psicologia da forma (Gestalt) ......................................................................... 12
1.3 Behaviorismo.................................................................................................. 13
1.4 Psicanálise ..................................................................................................... 16
UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA PERSONALIDADE .................................... 19
UNIDADE 3 – PROCESSOS GRUPAIS .............................................................. 22
3.1 Grupo ............................................................................................................. 22
3.2 Equipe e trabalho em equipe.......................................................................... 26
UNIDADE 4 – LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS
INTERPESSOAIS ................................................................................................ 30
4.1 Liderança........................................................................................................ 30
4.2 Motivação ....................................................................................................... 33
4.3 Gestão de conflitos interpessoais ................................................................... 37
UNIDADE 5 – COMUNICAÇÃO E CRIATIVIDADE ............................................. 42
5.1 Comunicação ................................................................................................. 42
5.1.1 Comunicação verbal .................................................................................... 43
5.1.2 Comunicação não-verbal............................................................................. 44
5.2 Criatividade .................................................................................................... 45
UNIDADE 6 – CONCEITUAÇÃO E CAMPO DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
ORGANIZACIONAL ............................................................................................ 47
UNIDADE 7 – ÉTICA ........................................................................................... 56
7.1 Ética e moral .................................................................................................. 56
7.2 Ética em Psicologia ........................................................................................ 57
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 64
3
INTRODUÇÃO
1.3 Behaviorismo
O behaviorismo se destacou pela realização de experimentos que
buscavam compreender o comportamento humano. Antes de estudar o homem,
os experimentos foram realizados com animais. Dentre os nomes de destaque
nesta escola citamos Pavlov e Skinner (BERGANIMI, 2005).
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1.4 Psicanálise
De acordo com Maia (2008, p.16), “Psicanálise – nasceu com Freud, na
Áustria, a partir da sua prática médica. Postula o inconsciente como objeto de
estudo. Enfatiza que determinados impulsos instintivos seriam de origem sexual”.
Ao contrário das escolas psicológicas da época que enfatizavam o estudo
do consciente, Freud propôs um novo ponto de vista ao considerar a importância
do inconsciente na dinâmica da personalidade e no surgimento das neuroses.
Além disso, postulou que a sexualidade é o cerne de grandes conflitos
inconscientes.
3.1 Grupo
A Psicologia Organizacional compreende o estudo das funções que
podem ser desempenhadas pelo psicólogo que trabalha em instituições e lidam
com os funcionários das mesmas, tais como empresas e hospitais. As instituições
são formadas por grupos de indivíduos, mas o que é um grupo?
ambas. A partir desse ponto de vista, convém ressaltar que o trabalho em equipe
é o tipo que deve ser buscado nas organizações.
Grupo é um conjunto de duas ou mais pessoas que interagem entre si de
tal forma que cada um influencia e é influenciada pela outra (WAGNER III;
HOLLEMBECK, 1999, p.210).
Equipe, para eles, é um tipo especial de grupo (WAGNER III;
HOLLEMBECK, 1999, p.223) em que, entre outros atributos, evidencia-se elevada
interdependência na execução das atividades (FIORELLI, 2006, p.168).
pessoas, o que pode ser um grande diferencial para a organização como um todo
e os colaboradores – se forem considerados isoladamente.
Na maioria das vezes, elucidam-se as vantagens do trabalho em equipe,
porém não se pode deixar de admitir que o mesmo também pode apresentar
algumas desvantagens, conforme explícito na tabela a seguir:
4.1 Liderança
Weil (2002) afirma que, ao contrário do que possa aparecer, o simples
fato de possuir um título que remete à autoridade – como, por exemplo, Chefe,
Diretor ou Mestre – não é, por si só, garantia de que o grupo irá automaticamente
obedecer pelo fato de que esse indivíduo é atribuído de autoridade. A questão da
liderança é complexa e merece ser investigada.
Antes de voltarmos nosso enfoque à organização em si, torna-se
relevante compreender aspectos mais relacionados à Psicologia Social. As
sociedades precisam de regras, as quais são denominadas regras sociais e
caracterizam-se como padrões de conduta que influenciam as pessoas de
diversas maneiras de forma a indicar qual comportamento seria adequado em
determinada situação. Como mencionamos anteriormente, os indivíduos são
influenciados pelos grupos. Uma forma de influência social é a conformidade, que
consiste no fato de se alterar o próprio comportamento ou opiniões para que
combinem com o comportamento e as opiniões das pessoas ao redor de
determinado indivíduo. As pessoas também são submissas, ou seja, concordam
em fazer coisas que os outros pediram. Disso também, pode-se afirmar que as
pessoas influenciam o comportamento das outras, muitas vezes apenas pedindo
que as mesmas façam alguma coisa. Além disso, as pessoas são obedientes, ou
seja, se dispõem a seguir ordens dadas por uma figura de autoridade
(GAZZANINGA; HEATHERTON, 2005).
Tendo em vista as definições de normas sociais, conformidade,
submissão e obediência – condições que são presentes no funcionamento de
todos os grupos e da sociedade como um todo – restringiremos nosso foco às
organizações. Disso, é possível concluir que, nas organizações – subgrupos
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4.2 Motivação
Dentre as funções da liderança, elucidamos que é de suma importância
que o líder procure motivar sua equipe. Mas, o que é motivar? Por que a
motivação é tão importante para o grupo e a organização? Pretendemos discorrer
brevemente sobre esse assunto a seguir.
manter no ambiente de trabalho e buscar dar cada vez o melhor de si (visto como
acontece com as pessoas que trabalham por comissão ou precisam “bater
metas”), mas aparece como fator essencial que mantém os indivíduos vivos e
garante a perpetuação das espécies:
instinto de conservação;
instinto maternal (expresso pelo cuidado e carinho);
instinto combativo.
Observa-se que, ao contrário do que muitos possam pensar, o dinheiro
não é a única motivação que entra em jogo nos ambientes de trabalho. Há
também situações inerentes ao ser humano, tais como os instintos, que também
foram apontados por Gazzaninga e Heatherton (2005) como fontes motivacionais.
Weil (2002) complementa que, no trabalho social, esses instintos, quando
mal aproveitados, podem desintegrar a equipe. Como exemplos, podemos
mencionar a ambição desenfreada, o forte instinto combativo, a excessiva
necessidade de aprovação (que pode levar, de forma consciente ou inconsciente,
ao ciúme), dentre outros. Os instintos podem ser compreendidos como
componentes primitivos da mente dos indivíduos, porém, quando canalizados de
forma inteligente, podem tornar o trabalho em grupo mais harmonioso. Voltando
ao papel do líder, esse se faz de suma importância, pois ele pode reconhecer,
harmonizar e aproveitar os instintos dos indivíduos que compõem o grupo de
forma a maximizar o rendimento do grupo e criar um ambiente no qual as
relações interpessoais que nele ocorram sejam saudáveis.
mesma seja possível, faz-se necessário que ambas as partes tenham condições
de saber comunicar (falar, ouvir, perguntar); não entrar em clima de competição
acirrada; buscar a colaboração; saber como evitar o conflito (mas, quando o
mesmo já ocorreu, não negá-lo e buscar a solução do mesmo); saber lidar com a
acomodação (de forma que alguns indivíduos acomodam-se tanto que chegam a
concordar em ceder todas as vezes, o que também não é vantajoso). O mais
importante é denominado pelos autores supracitados como compromisso e
consiste num padrão médio de assertividade e cooperação, ou seja, uma das
partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos, levando-se a distribuir o
resultado entre ambas as partes.
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5.1 Comunicação
O que é comunicar? É apenas a troca de palavras ou mensagens? A
citação a seguir define brevemente o que é comunicação:
Ou, ainda:
5.2 Criatividade
É comum, em anúncios de recrutamento e seleção de pessoal que, dentre
as características do candidato à vaga esteja incluída a criatividade. Buscam-se
pessoas criativas nas organizações, que tenham a capacidade de criar situações
e estratégias novas ou adaptar aquelas que já estão disponíveis, de forma a
otimizar o processo. Utilizamos o termo “criatividade” pelo senso comum, mas
agora se torna importante definirmos corretamente o tema.
A B
C D
UNIDADE 7 – ÉTICA
seja, pensar naquilo que se faz, repensar os costumes, normas e regras vigentes
na sociedade (MEDEIROS, 2002, s.p.).
A ética consiste no trabalho de reflexão filosófica e científica acerca da
moral, ou seja, pode-se viver uma moral sem se realizar uma reflexão ética.
Também pode-se definir a moral como as regras que valem para as relações
privadas (por exemplo, comportamentos familiares), enquanto que a ética
relaciona-se às normas que regem o espaço público (LA TAILLE, 2006).
Art. 9º
– É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional (CFP, 2005).
sua prática profissional não está determinada pela subárea ou pelo local que
trabalha” (BASTOS; YAMAMOTO; RODRIGUES, 2011, p.48).
Uma questão ética que não pode ser deixada de lado no contexto da
Psicologia Organizacional diz respeito às relações de poder. De acordo com o
Princípio Fundamental VII (CFP, 2005, p.7),
psicológica deve ser guardado pelo profissional responsável por um prazo mínimo
de cinco anos.
Resta a reflexão de que o psicólogo deve ter sempre claro em seu
trabalho o objetivo de se realizar uma avaliação, o que pode acontecer, como já
mencionamos, não a partir da demanda do próprio avaliando, mas a partir da
solicitação de pessoas e instituições, como no caso das organizações em geral,
em processos seletivos, por exemplo. A questão da avaliação é tão séria que o
resultado obtido através da mesma pode ser responsável por ocasionar
modificações profundas na vida do avaliado, tais como mudar o destino de uma
pessoa, de uma família, o desenvolvimento de uma criança ou uma decisão
judicial.
A realização da avaliação psicológica implica em uma devolutiva para
quem solicitou a mesma e para o testado. Esses tipos de documentos – laudos,
atestados, pareceres, dentre outros, são padronizados e também obedecem a
padrões éticos.
A Resolução 07/2003 do CFP é um Manual de Elaboração de
Documentos Decorrentes de Avaliações Psicológicas e discorre sobre as
questões éticas envolvidas na redação desse tipo de documento. O psicólogo
organizacional precisa segui-las criteriosamente:
REFERÊNCIAS
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Fonseca. A comunicação como instrumento do enfermeiro para o cuidado
emocional do cliente hospitalizado. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n.
02, p. 292-297, 2004. Disponível em www.fen.ufg.br
PACANARO, Silvia V.; ALVES, Gisele A. C; RABELO, I. S.; LEME, I. F. A.;
AMBIEL, R. A. M. Panorama atual dos testes psicológicos de 2003 a 2011. In:
AMBIEL, Rodolfo A. M.; RABELO, Ivan Sant’Ana; PACANARO, Silvia Verônica;
ALVES, Gisele Aparecida da Silva; LEME, Irene F. Almeida de Sá (orgs).
Avaliação psicológica: guia para a consulta de estudantes e profissionais de
psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011, p.29-48.
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano (8ª
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PELLINI, Maria Cristina Barros Maciel; LEME, Irene F. Almeida de Sá. A ética no
uso de testes no processo de Avaliação Psicológica. In: AMBIEL, Rodolfo A. M.;
RABELO, Ivan Sant’Ana; PACANARO, Silvia Verônica; ALVES, Gisele Aparecida
da Silva; LEME, Irene F. Almeida de Sá (orgs). Avaliação psicológica: guia para a
consulta de estudantes e profissionais de Psicologia. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2011, p.162-.179
RABELO, Ivan Sant’Ana; BRITO, Leila; REGO, Maria Gabriel da Silva.
Padronização e normatização de testes psicológicos: simplificando conceitos. In:
AMBIEL, Rodolfo A. M.; RABELO, Ivan Sant’Ana; PACANARO, Silvia Verônica;
ALVES, Gisele Aparecida da Silva; LEME, Irene F. Almeida de Sá (orgs).
Avaliação psicológica: guia para a consulta de estudantes e profissionais de
Psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011, p.129-161.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia moderna.
São Paulo: Cultrix, 1992.
SILVA BAPTISTA, Marisa Todescan Dias da. A regulamentação da profissão
Psicologia: documentos que explicitam o processo histórico. Psicol. cienc. prof.,
Brasília , v. 30, n. spe, p. 170-191, 2010 .
STERNBERG, Robert. Psicologia Cognitiva. 5. ed. São Paulo: Cenage Learning, 2010.