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Materiais de Construção Civil e Princrpiôi dê O'ilíieliif

Geraldo eechella lsaia (~JF. ditor)


© 2()10 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 20

Materiais Refratáriosi e Ahras1. vos2


Saulo Roca Bragança
Carlos Pérez Bergmann
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

20.1. Introdução

Os materiais refratários abrangem uma ampla variedade de materiais de


diferentes compos ições químicas e mineralógicas, para aplicações estruturais a
elevadas temperaturas. O estudo de materiais refratários envolve conhecimentos
sobre as matérias-primas, os processos de fabricação e as propriedades antes e
durante o serviço. A descrição de suas propriedades de interesse depende da
aplicação. As matérias-primas originais são alteradas com a elevação da
temperatura, seja na produção e/ou, não raro, durante seu uso, por reações que
nem sempre se comple tam na totalidade, levando à formação de novas fases
mineralógicas, muitas das quais metaestáveis3 • Desse modo, a previsão da
microestrutura resultante do processo de fabricação, e uma eventual ~odific~çã~
durante O uso _ 0 que implica diferenças no desempenho do matenal - nao e
muitas vezes tarefa fácil.
O profissional que lida com refratários deve estar prep~d o para entend~r um
produto não trivial. Para tanto, ele deve ter pleno_ entendimento dos en ~os de
· · d efratáno s· deve saber avaliar a
mvestigação do compor tamento os r · .
· ,, · · trutura e perfazer os testes que , 1mu1am
propnedades físico-q umucas , a nucroes .. orrosão ao choque térmico,
determinada situação , como, por exemplo, frente ~iria dos ~asos. é po ível se
ao desgaste, etc. Com base nes~e.s teS tes, na m
predizer o desemp enho do re~atàf1°: d - 0 dos refratários silicoalumino o .
Os principais exempl os aqui i_nencwna os ~cação desses refratário . em geral,

servem a todas as classes de refratanos. .


f
Os princípios físicos e as propnedad~~ na razão para esta escolha é ª. ampla
·ve à maioria da aphcaçoes
. t ndendo me 1us1 t
utilização desses refratários, a e · c·Vl·l
1 Contudo, oportunamen e,
·
vinculadas aos profissionais a · d Engenh ana · · dO d
d fratários são menciona • e
s classes e re
exemplos e propriedades de outra a lica ões.
modo a atender-se a um amplo leque defrftário~ isolantes u ado nas fornalhas,

3
Carlos Ptr
Fase met.,
-----
Os mate!ia \ refratários densos e re

m
ue existe enquan10 0
"Jibrio não for alcançado
d de completo equ1
esta o
e
S. Roca Bragança e . Pérez Bergmann
620
d os rei
. ; . uindo O uso doméstico , ~ 1 geral , do tipo Jbª .
caldeiras, dutos e charrune;~l:~~ compatibilid~d~ da! cara\ escº tes proJ
icas mecânicas, di f~0 sos, rnag
.1.
s1 1coalun u·no so dad
: d a a ex . . oro as soli c1t aço es de o nor mal men t
matenrus e - d . e
qm 'nu'cas e térn ucas ess es .,,
·pamentos. 1ru ·s refr atário s sao os e to ma is baixo e altJ forllº·
encontradas nesses eqm . . ; · · . , desse face do (
- olh a" São ref rata nos sim 1 es, no sen tido de
por esse motivo, sao a p " nm erra esc ·
. dades segue quase que iretamente asd· Bll:1 al foco a
que a relação de. fases e propn:cial deve ser dada às variações provenientes rí0c
P ern° '1p do esp
especificações técmcas. Atenç~o esps a van·abilidade natural das matérias-primas pes~os os tipos q
· t se intnnseca
de diferentes fa ncan ~
b . . almente acentuadas em produto manufaturado ato . ão e elas~
e do processo de fabnco, Prmcip nta as principais propriedades e composições pefin.1Ç - N
terizaçao. ,
em larga escala. O Quadro 1 aprese carac ,, .os não-e~
desses refratários. refratál1 · cJJ
ueÍJ1la, propne
Quadro 1 - Compos1.çao
_ e propne
. dades de refratários silicoaluminosos (BROSNAN, 2004)4. depender de proIJ
Classlflcacão NBR10237 SA-4 SA-3 SA-2 SA-1
Classificação ASTM C27-98
Low-duty
T-0w 1000ªC
Medium-duty
T-•- 120 0°C
High-duty
T-~- 1400ªC
Super-duty 2011 Definiçã
T-0w 1600°C
Análise química
Al203 25,4 29,3 37,0 41,9
SI02 68,1 62,9 57,8 53,2
Fe203 1,5 2,9 1,3 2,0
TI02 1,5 2,9 2,3 2,2
Na20+K20 1,5 1,5 1,3 1,2
Propriedades tisicas
Densidade aparente, g/cm3 2,00 2,10 2,11 2,35
Porosidade aparente, % 19,0 20,5 18,0 12,5
Resistência à flexão, MPa 5,2 3,8 9,7 8,5
Resistência à compressão, 28 32 22
35
MPa
Expansão/contração pós-
-0,2 a+ 0,2
queima, %, 5h a 1400°C
Expansão/contração pós-
0,0 a-1, 2
l.9~,!llma, %, 5h a 1600ºC
Refratariedade sob carga, mm, li
'- l(em 172kPae 1,5h 0,5 a 1,5 em 1,5 a 3,0a
1350°C 1450oC
scolha dos re!h1tários. É O caso de
ifer~ntes proJetos f ~tilizando diversons>11reli~ ' ~ < H e ~~
uIIllnosos, magnes ticos, carbeto de carbo como ilic ~ 11

esse forno. no enti6ioutros, nas di=m~


Em face do exposto acima O d regffles
. . ai & • ' esenvolvnne·
nnc1p iocod a caractenzação . e com -
preensao das
nto deste
. capítulo te
ve como
esse mo ?, espera-se que o leitor possa am li Ptopnedades dos refratários
todos os tipos d~ refratários. Assim O as P ar ~~s ~onhecimentos em relaçã~
efinição e class1ficação; ii) Matéri~-pO:nto foi d~v1do apenas em três iten : i)
aracterização. No entanto, uma parte do cap~~ ft!1ca~o; e ili) Propriedad e
fratários nã~-conformados. Embora essa 1 dedicad_a separadamente ao°:•
ueima, propnedades similares a dos confo~~e e refratários. apresente. apó a
depender de propriedades fisico-químicas espeª ,ofis, es!as propnedades finai vão
ci icas a conformação in siti,.
O.1.1 Definição

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define refratan ' ·


"M · 1 " · • . o como
~t~na ceram1~0, natura 1 o~ _art1fic1a_I, co?formado ou não, geralmente não-
etalico, que retem a forma f1s1ca e a 1dent1dade química quando submetido a
altas temperaturas" (NBR 8826 -ABNT, 1997).
A referida definição não precisa o que seria "alta temperatura". Pode-. e
encontrar na literatura, como em Da Cruz (1978, p. 5) que "a refratariedade
simples mínima ou cone pirométrico equivalente mínimo para que um material
5
possa ser considerado refratário, corresponde ao CONE ORTON 15 - 1435''C".
Por outro lado, diversas normas internacionais citam que os materiais
refratários devem resistir a, no mínimo, ,.., 1500ºC, sem sofrer defonnaçõcs
termomecânicas. .
Portanto, deve-se entender como refratário todo. material cerâmi~o i:uJa
característica principal é a sua utilização como ~evest1men~o c~m pr?pncJ~ut':
· t - térm·,ca e , em determinadas aphcaçoes. d1retam1.:nh.:
, .
es tru tu rrus para pro eçao
~ l I l'd d d produto. Sobretudo, deve ser capaz de mantt:r su.1~
respo?save pe a qua ' . a e. o . de resistir a oscilações tém1ica, . Fm
O
propnedades estruturais dw ante se~ _iço e azes de atuar em lareira, . hmw,.
termos de aplicação , são os 1:1aten_a,s ~ap oximadamente 600''C. ,im. o
reatores e incineradores, ou SCJª,: ac_f ª ~ ª~:fratários de isolante, tt'nnk·o,
1
1
termo "propriedades estruturais ~ e:nc•:rocas de calor entre <lua-. ~gi""-''
usados essencialmente para _rcduçao ; s estrições de temperatura ac&ma Je
1
submetidas a temperatu ras c.J f~re! tes. s -~ · õcs térmica~ (como cidos tk
1
"'600ºC e c·1pacid '·1dc de rcsi 5llr ª osct ªç "ficação materiai a ba r d~
~ ' . . , dessa e1ass1 ..
aquecimento/resfriamento) el imina . : I' éricos. vidro'>, t1Jolo. comun,.
· • , . ., in·1tcna1s po tm
cimento comum, cal h1drnu11c.:i1 , '

20.1 2 C lass~ficação . " .


·ricados por d1\ erso~a~pccto-.. egundo
n ~ercla%1 i
OSma1cridi~ n.: f'rattírio~ potIL'I Mrnl('iO nt!Yf':lt\lffi
n..ore. <la., re..""'".- '· r -
.• c1ui; ,iio u111i1nd11~ como~
• . • ,1101\ll'll l~ll'
k , .,,,,w drlollt' I · l >r
• 1111 •/IU dU lll l •
' , ,, 11111111 1x-~11. 'º e;
S Rom Bragança t' C. Pérez Bergma1111
622

NT 2001 ) a seguir apresentados.


a NBR 10237à (AB ' r ' dos (tJ·J·olos de diversos formatos , como cunha ,
forma· coni orma
• Quant~ ' · d' . ) e não-conformados (argamassas, concretos densos e
~rco. paralelo~. rad~a~~car Jástica, de projeção e granuladas secas).
isolantes, massas d,ep fabricação: a) confor mados: queimados
• Quanto ao processo . d - ( ·h _,
·1mprcgnac1os,, qu1·m1·ca ' mente ligados ' ligados cura os ou nao pie ·e, alcatrao ,
·
resmas . e) lctrofun didos· , b) não-con formad os: soment
d e rrustura
./: dos
-
componentes, não necessitando algum processo e COil.Lorma~ao.
• Quanto ao processo de conformação: prensados, ex~da dos, eletrofund1dos
e moldados (por secagem , colagem , vib~ação ou vert~~ nto). ,, . .
• Quanto à natureza química e mineralógica dos con~t1twntes: ac~~os (sílica,
sílica-alumina), básicos (magnesiano, cromomagnes1ano, dolorruticos, etc.),
neutros (aluminosos, cromíticos, de carbono e de grafita, etc.), especiais
(carbcto de silício, cordierita, mulita) .
• Quanto à massa específica aparente (para os conformados e não-
conformados): refratários densos e refratários isolantes.
• Quanto à resistência ao ataque por ácidos: em relação ao ácido sulfúrico e ao
ácido clorídrico.
Os refratários de uso mais comum são principalmente os silicoaluminosos,
constituídos essencialmente por sílica (Si02) e alumina (A}i03) que se
classificam, conforme a Tabela 10 da NBR 10237 (ABNT, 2001), de acordo
com o percentual de Ah03de 22 a 45,99% (exemplo: classe SA-3: 28 - 33,99%
AJi03). Outras classes são também classificadas conforme o teor de compostos
mais importantes em sua constituição.
Os refratários conformados isolantes são classificados de acordo com a
3
densidade de 0,7 g/cm a 1,2 g/cm , em que se correlaciona a massa específica
3

ap~e.nte (mea) com a temperatura e a variação linear dimensional (vld). Esta


é limitada a 2% no reaquecimento do tijolo (exemplo: classe RI - 12: mea 0,85
g/cm3 vld má~imo de 2% a temperatura de 1200ºC) .
.o s refratários c~nformados podem ser encontrados queimados, com sua
nu:r~strutura prat1c:imente de~nida, ou não ~ueimados, sofrendo, durante 0
aq eciment
60 o e o serviço , as reaçoes que detemu nam a sua microe strutura final.
caso de tijolos quimic~ente }ig_ados e impregnados, cuja resistência
C::
lito é dada por resmas quurucas ou piche e alcatrão. Em aJguns
d
saç depeo e do processo de cura com a elevação da temperatura,
a~ cerca de 200ºC. '
°" ~orms~m~nt
ados como argamassas, concretos e rnass~
e com a mistura dos componentes e s
tl,!t s,tu. O tipo "por projeção" é transportad~ par
ento. Esses materiais também se dív1deJ1l
ou química à temperatura ambiente,
digação química por processo de cura
Aqualidade do m t riai fratári d
. especificainent

erviços. podem r
d

rela
min raf e~!idê::OAJ1etatiienté das matéri .
lZados em sua compo
ompatibilidade do produto. ' a refra~edadel
ionada com a compo e, ·muitas vezes as f:s!F~asº·
~rA
· · ... , cw1 em
uanto mf:ms,e. igent. forem a specificações ~rut~ao original dos materiais.
e um re ratano, mator s rá O control da com . ~as necessárias à aplicação
erem plenan1ente cont mpladas as propried d P0SIÇ~o de matérias-primas para
a es deseJadas.
0.2.1 Matérias-pri111as para re"ratários
. .,• s,·•· ,,,., .
i1couium1nosos
Os refratári~~'. silicoaluminosos são produzidos a artir de . . .
·cosem almnuuo. mncnta-sc O teor de alumina ni ~~ilas e de mme~s
os refratários aluminosos. Em geral é adicionada a chcaompotas(1ça~lpara,sealpr?dudzrr
, ·1 1 • mo arg1 a pre-c ema a)
a fraarg~ ~' p~r~ contro arl n rclraçã~) .dos produtos e facilitar a secagem. Em
re tános 1so antes. tum '>cm se m.hc1ona materiais que, ao queimarem, deixam
poros, como a serragem.
As argila são encontradas cm depósitos por todo o mundo, mas em função da
composição quí111ica e das propriedades mineralógicas, somente uma menor
porção é adequada à produção de refratários. As propriedades das argilas variam
em conseqüência das dikrcnlcs origens geológicas. Isso determina, por exemplo,
a presença de difcrentes fases mineralógicas e uma extensa variação na
quantidade da fa es e na sua distribuição granulométrica. Esses fatores vão
influenciar o comportmncnto da conforn.1ação, sec~g~m e ~ueima ,?ºs produtos;
Na indústria vale a tnriximn ··umu argila nunca e igual a outra . Portanto, e
necessário, ~lém da análise química. o uso da caracterização mineralógica,
geralmente feita por difrnçfio til' rnios X, para se ~ompr~ender o comportamento
das matérias-prima . Estas ajudam também a cxphcar diferenças na performance
dos refratários. . . . , as propriedades das argilas podem
Os principai compostos qut· d<..·tc1 nu11t-\m
ser assim enumerados:
• argilominerai ; . ·b tos foldspatos micas não hidratadas
I

• outros 1ninerais: sílica hvrl'. cai on~ · ' · ,.. · . '


(moscovita e biotitu). rompoSlos de ferro e tJtanto,
• sais solúveis e íons troL·nvt:il,; 1
s (se presentes). .
• matéria oroânica e r~síduns rni•honosl() compostos é de vital importância
º
Observa-se que além da qtmit it ,· Iode e esses '
. · , que igualmente, vru
· infl ·
uenciar
. . · · i •sses 11rntrnats ' , · N Q adro 2 são
a d1str1buição granulomdrtrn <. L , • ,, • • •sso dos refratar1os. a u '
. ... ' •l . JS dt.· j)I ()(;C, • 'l
nas propnedades e nos purtHlll H · . · . )rcsentcs nas argi as.
. . . .,·I 1111111l'1'H1S 1 '
apresentados os pnrn:tpms t1tf.l <.
S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann
624
. . ....,;,. anrilosos REED. 1995 .
Quadro 2 - Principais rrune,...., :::

Mineral Fónnula química ideal


Caolinita AJ2(Si20 sXOHµ
Haloisita Al2(SiiOsXOH)!2H20
Pirofilita AJ2(Sii0 5h(OH)i
Montmorilonita (Al1.67 Na o,33)(Si20 s)2(0Hh(AI · 57 Mg o33XSiiOs)2(0H)z
Mica AJ2K(Si , .s AI o.s0 s)2(0H)i
llita AI 2.x Mg x K ,-x~ (Si ·-~ 0.5-. 50s)2{0H}z

20.2.l.1 Impurezas nas argilas _ ,.


São consideradas "impurezas" nas argilas para a produç ao de refratanos,
principalmente os alcalinos e óxidos de ferro e de titânio que i:eagem com a sílica
formando silicatos de baixa fusibilidade. O teor total de as IIllpureza deve ser
controlado, pois são os principais limitantes da temperatura máxim a de uso dos
produtos. Outra impureza é o quartzo, que. depend endo do teor e da
granulometria, pode ser bastante prejudicial. E e efeito ~erá detalhado
posteriormente.
A norma NBR 8826 (ABNT, 1997) define as argilas utilizadas em refratário
da seguinte forma:
• argila refratária ou caulinítica: argila constituída e ~encialm ente pelo
argilomineral caolinita;
• argila refratária aluminosa: argila caulinítica contendo teor de óxido de
alumínio superior a 46%, após ser calcinada a uma temperatura da ordem de
IOOOºC;
• argila refratária silicoaluminosa: argila caulinítica contend o teor m,l~imo de
â~f 46
~~C~u mínio de %, após ser calcinada a uma temperatura da ordem
a passagem de uma estrutura à outra é ~~
!~ornin~ção polimó~~a para,co~postos. de di:têrêb~ ~ ~'
d idênttca compos1çao quuruca. Existem dois tipos de transf~
\mórficas: reconstrutiva e de inversão.
Porransfonnação reconstrutiva: na passagem de uma forma polimórfica para
outra, como no caso da tridimita para a :ristobalita, as ligações precisam ser
rompidas - :endo chama~a de transform~ç~o reconstrutiva ou de conversão. As
transformaçoes recon~trut1vas quartzo g tri?Imita g cristobalita são extremamente
st
lentas, porqu~ ne:es ~ d~ grand~ quantidade de energia de ativação, de forma
a romper as liga!oes S~-O-S1: realmh~ as unidades de coordenação de Si04'4 •
Transfonnaçao _de mversao: o p~limortismo ocorre mais facilmente quando
não ocorre o rompimento das hgaçoes, como na transformação de inversão na
passagem entre as formas de baixa temperatura (denominada alfa - a) e alta
temperatura (beta-~). Essa transformação estrutural é mais abrupta, envolvendo
apenas ângulos e comprimentos de ligação. Os intervalos de temperatura em que
as variedades cristalinas são estáveis à pressão atmosférica são apresentados,
esquematicamente, na Figura 1, de modo simplificado.
conversão com impurezas -12600C
r----- ------ ---,
87lJOC 147CJOC ..!, 17100C
~QUARTZO -:> 131+~- TRIDIMITA - :> ~CRISTOBALITA -:> LÍQUIDO

moe il l 17°-1630C ""1J~ 21S°C il


a.-QUARTZO a.l+a2- TRIDIMITA a.- CRISTOBALITA
Figura l - Inversões reversíveis e conversões dos polimorfos da sílica pura (linha cheia) e conversão real na
presença de impurezas (linha tracejada).

Com relação às conseqüências do polimorfismo na aplicação dos produtos


refratários silicoaluminosos, a maior desvantagem nos produtos que contém sílica
cristalina provém de suas variações polimórficas. As transformações de inversão
são_mais severas do que as transformações recons~ti~as, porque acontecem_mai~
r~p1damente e acompanha-se de acentuadas vana_çoes .de volu~es, devido a
diferença de densidade entre os polimorfos. Ten~oes violenta~ .sao gc~~das, e
~ssuras podem ocorrer se não forem tomados cuidados especiais. A r~1gura 2
ilustra a formação de trincas em uma peça ao sofrer um gradic~t~ de tcn:ipe!atura
elevado ao passar pela transformação polimórfica com rap1da van açao de
volume.

( ()
Figura 2 - Ilustração fi gu :11Jva do aparec1men
.
) 6 --:;;&
1o de trincas em .peça refratária contendo quart,o . ,ubrnctida ao ciclo
aquecimen10/resfnamen10.
'. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann
626

As variações polimórficas com variaç~o vol~métrica p~dem ser identificada.\


por análi e em dilatômetro. _Desta~a-se_ a mversao do quartzo-a a qu_artzo-B, com
0
ncentuada variação da d1mensao linear, a 573 C. O procedimento para
dctem1 inação da dilatação térmica linear é dad~ pel~ ~BR 6~37 (ABNT, 1995).
o percentual de cristobalita livre em re~ratár!_os s1Ji_~oalumm~sos tam~m não
pode er muito elevado, senão causará detenoraçao do t1Jolo, em c~clos _continuados
de reaquecimento e resfriamento. Nesse caso, o problema e a inversão de
l'ristobalita-a para cristobalita-13 que apresenta uma contração de 5% no
resfriamento e igual expansão no aquecimento. É interessante notar que essa reação
pode ocorrer com certo atraso, bem após o resfriamento do tijolo (Brosnan, 2004).
20.2 .1.12 Argilas refratárias
No aquecimento de uma argila à base de caolinita, ocorre inicialmente a
liber..1ção da água adsorvida a partir de 1OOºC e a queima das substâncias
orgânica . até cerca de 400ºC. Aproximadamente a 550ºC, ocorre a primeira
transformação importante, que é a desidroxilação da caolirrita formando a
metacaolinita (Al20 3 .2Si02), em uma reação endotérmica. A metacaolinita se
transfonna em espinélio, liberando a sfüca amorfa entre 950ºC e IOOOºC; acima
de 1IOOºC. ocorre a formação da mulita advinda do espinélio, uma vez que essa
é uma fase instável, sendo as reações exotérmicas. Todas essas transformações
são facilmente observáveis em uma análise térmica diferencial - DTA6 como
representada na Figura 3. '

metacaollm _.., esplnélio


2(.Alz D_i • 2Siüi )-+ "'
2Al 20 3• 3Si~ + Si~
queima de orgânicos
C+O~co2

8T
1-----.. ~
(ºC) 400 800

desidratação \ •splnéllo-. mullta


(pmdadaipa ~2Al20:i • 3Siq )-.-
adsomda)
2 ( ~ o3 • 2Slq ) + .5Siq
H20f
desldroxllação
caollnlta-. metacaollm
~20.1• 281~ • 29l O-+
AlzG.I· 28!~ + 21\ o t
Figura 3 -Análise ""-' ..a:~
.... uuca uucrencial de uma argila~-
Acrescenta- e qu aigil
orgânica. . fratári fo .
0 matenal re n nnado a partir d e ~ tefratátias.sem const i~
de mulita e. de uma ~ vítrea ~en~ estar presente também a cristobalita.; no
aso de argilas e n talmente ohníticas ou naquelas de elevado teor de q1J8ltZ9
~ submetidas a tem~ ra~ nã muito elevadas. A I3500C a composição é 30'1,
de mulita, 15% de cn tobah!B 55% de fase amorfa -vidro (Norton, 1968).
Generalizando. ~ - diz r que a proporção de fase vítrea depende do teor
de impurezas (essenc1alm~n~e as f: com cálcio, álcalis e ferro), da quantidade
de sílica liberada . da caol.mna .d~ ou~ argilominerais e da temperatura de
queima. a q~al vai det~munar a 1~ficaçao do produto. A quantidade e O tipo de
fase vítrea vao detemunar a refratartedade final. Maiores quantidades de alumina
nos argilominerais ou proveniente de hidróxidos de alumínio presentes nas
argilas refratárias vão ignificar uma quantidade maior de mulita e, portanto, um
refratário de melhor qualidade.
A mulita é a principal fase cri, talina do refratários silicoaluminosos, após a
queima do produto. A mulita pura , eria ideal como cerâmico refratário, devido a
seu ponto de fu ão elevado. baixo coeficiente de expansão térmica(::::: 5JQ-61°C),
resistência aos agente quín1ico: e capacidade de alcançar elevadas resistência
mecânica (--500MPa) e tenacidade à fratura (-4 MPa.m1'2).

2022 Fabricação de refratários silicoaluminosos

A produção de refratário conformado egue o procedimento comum às


indústrias cerâmicas. A principaL etapas ão:
• extração e beneficiamento das matérias-prima ;
• moagem e peneiramento:
• dosagem e mi tura das diversas matérias-primas e frações granulométricas:
• conformação por e ·tru ~ão. pren agem ou colagem;
• secagem e queima.
Cada indústria tem ua receita própria, ponderando as quantidades de cada
material, para melhor aproYeitar as matéria. -primas regionais. Em geral,. na
ba!el~da é utilizado predominantemente cauhm, peq~eno percentu~l de argila
plasticas (--5%), 20-40% de chamota e água. O teor de agua po_d.e vanar de acordo
com a qualidade das matérias-primas. Para prens~gem, utiliza-se --6%: para
extrusão --15%: e para colagem . - ,-q, de água. O tipo de processo depende da
quantidade de produção. acibamento uperficial, formato das peças, entre outro
fatores. Informaçõe precio as ~ão detalhadas em Reed (1995).
A temperatura de queima é geralment~ de llOOºC - 1400ºC. Depend endo?º
teor de alumina, é preci O e utilizar mruore temperaturas, ~orno para? caultm
puro, chegando a 1600ºC. Há uma relação direta entre queima, quantidade de
·g . impurezas e qualidade do produto final. Ielhore produtos aprese~tam menor
retração pós-queima e maior re i cência a quente. quando o grau. de unpure~a e
0
teor de fundente _ão reduzido . 1 ece itam. em contrapartida, de mruore
S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann
628

· p outro lado maiores resistências ao choque tér,njco


temper~ turas de queundat. s°~e maior p;rosid ade. A quantid ade de porosida de
são obtidas com pro u O •
d também da escolha do ciclo de queuna.
debn e do com as características da composição ~a batelada e do pro~esso de
.e acor - bt'dos produto s com características diferen tes.
- .. f b · - Embora Seja difícil
queuna, serao o 1
generalizar as propriedades dos produtos em re1açao a a ncaçao , enumera-se as
seguintes observações (DA CR~~' 197~).: .
• A resistência química dos tijolos s1hcoalumrnosos aumenta com ~ teor de
, ·do de alumínio o teor de chamota, a temperatura de queima e a
~~mpacidade - o qu~ resulta em baixa porosidade e baixa permeabilidade do
produto . , . ..
• A resistência à termoclase ou dano por choque terrruco dos tijolos
silicoaluminosos é melhor quando os produtos são queimados em
temperaturas não muito elevadas, apresentam ~aio.r quantidade de poros e
são constituídos de grãos grosseiros e pouca argila ligante.
• A resistência mecânica a quente desses produtos é função da quantidade e da
viscosidade da fase vítrea e da forma dos cristais de mulita, bem como da
textura. Uma vez que as tensões se concentram em "pontos" e como
resultado de a carga específica ser mais elevada, o fenômeno de
amolecimento se manifesta em temperaturas menos elevadas, quando a
porosidade é maior.
As indústrias mais modernas utilizam processo bastante automatizado, com
secadores e fomos túnel. com controle computacional e sistemas de queimadores
de alta eficiência. Destacam-se também o cuidado para evitar as contaminações.
desde o estoque até o transporte e conformação. Para produtos de melhor
qualidade, utilizam-se misturadores de alta intensidade e prensas automáticas.
com compensação da espessura dos tijolos. Além disso, faz-se uma rigorosa
?e
se!eç~o das ~~ões tamanho de pa!1ículas, com pelo menos quatro frações da
pnnc1pal maténa-pnm~ (grosso, ~éd10, ~~o e superfino). A principal vantagem
da prensagem em relaçao à extrusao, trad1c10nalmente mais utilizada é O melhor
controle da microestrutura, em particular da porosidade, com poros ~ais finos e
obtenção de melhor distribuição de tamanho de poros. Uma fina microestrutura
tl'3z benefícios e.m termos de ten~idade à fratura e resistência ao choque térmico.
o ~ é essencial para refratários de alta alumina e silicoaluminosos de alta
,,,·.=.,....,·e, gua)i.dade (Brosnan, 2004).

priedades e microestrutura & normalização e caracterização


2oJJ Considerações sobre a microestrutura
os refratários, em sua maJoria, são materiais heterogêneos, em cuja
microestrutura enc?ntram-s~ partícul~ ou grãos de diversos tamanhos, porosidade
em forma e quantidade vanada e diferentes tipos de matriz. A microestrutura é
caracterizada em lupa, microscópio ótico e microscópio eletrônico, em suas várias
versões, como por varredura, transmissão, elétrons secundários, etc. e, ainda, com
análise química simultânea.
A Figura 4 mostra, esquematicamente, os elementos que formam a
microestrutura dos refratários. Simplificadamente, têm-se partículas (ou grãos)
grandes ou agregados, como as partículas de chamota, e a matriz, composta por
partículas pequenas e a fase ligante. Esta pode ser constituída pela plasticidade de
uma argila, ou por um ligante químico, como nos refratários ligados a piche e/ou
resinas. Em concretos refratários, a ligação entre partículas é feita por um cimento
de aluminato de cálcio. Essa descrição se refere à microestrutura representada em
um refratário não queimado.

Figura 4 - Ilustração da microestrutura de um refratário. A: partículas pequenas (< 100.1O~);; B: Ligante ou cimento;
C: poros; D: agregados ou partículas grandes (>200. 10 6m) (adaptado de LANDY. 2004).

Após a queima, a matriz continua atuando como um "cime~to ou cola" ligando


as partículas mais refratárias. Ela vai ser composta por p~ 1c~las pequenas, de
mesma composição dos agregados, e diferent~s formas de hgaça~:
• uma fase -e "tr a oriunda da argila, em grande quantidade, chegando
amoua ou v 1 e . · - lí ·d )
a cerca de 50% em volume da microestrutura (smtenzaçao qm a , como
nos refratários silicoaluminosos; _ ,, . . ..
• uma ligação direta entre grãos (sinterizaçao sohda), muitas vezes auxiliada
por pequena quantidade de fase amorfa (em geral,< 5% do volume), como
-~- -
7 Ver Capítulo 11 - M1 "Utura dos Materiais Cerâmicos.
630 S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann

para refratários de alta ~urruna,


A Figura 5 mostra uma rrucro~ afia e um
ªJ
. b, icos e especiais.
As maiores
. ..
partícul as são
.
refratário comercial silJcoalununos
0
charnota
,. . . após polimento 1eve. . ( , 1
feita em lupa eletromca, , b ) e argila calcinada part1cu as mais
de caulim calcinado (particulas ran~as ontaminações de óxidos de ferro. Urn
Ie
escuras), enquanto ~s pontos escuros sao contaminação nas matérias-primas, é
fr tário dessa qualidade, com esse grau
~~ili:ado para temperaturas inferiores a 1200ºC.

Figura 5 - Micrografia de refratário silicoaJuminoso.

A previsão da microestrutura e de algumas. pro~riedades é a~ad a por meio


dos diagramas de fases ou diagramas de equihbno. Estes funcionam como _u1?
mapa, indicando as fases, a proporção das fases e a sua composição, em relaçao a
temperatura. As fases são obtidas pela misturas de compostos, pressupondo-se que
as condições de equihbrio sejam alcançadas. Deve-se salientar que o diagrama de
equihôrio aponta para o caminho das reações sem considerar as taxas das reações.
o que significa que uma fase é mostrada independente do tempo para sua
fonnação. Na prática, a proporção de fases pode ser diferente, acentuada pela
possibilidade de existirem fases metaestáveis, as quais não aparecem no diagrama.
Como exemplo, um tijolo de argila refratária contendo agregado de bauxita
eaicinada (como contaminante), tendo uma composição global de 50% de Al,Oi.
J!.lld!, apresentar co~d_?m como fase final, mesmo que no diagrama não haja essa
para tal compos1çao (BROSNAN, 2004). Outro caso é o da sílica: ela pode
lanto_na f ~ ~ ou amorfa. Por sua vez, a fase cristalina pode ser,
mistob~ta ou trid.imita (que são as fases de alta temperatura da sílica}, 0
~
qyal sofreu ~um a alteração durante o Processo de fabrico).
l!ltima observaçao da relação Si0,-A !20;,, deve-se dizer que wn
.apresentar elevado teor de fase vítrea. Nesse caso, sua
ª~ ~ da temI)el'atura denOlllinada ponto de
/8..Pltos PIPblemas, como a elevada retração de
9elit0 ~ PP1fl*6fã<, de chamOtB
.. • o~
térmicas, devido à propensão do vidro a trincar prin · ahn
da grande diferença entre o coeficiente de exp~sã o ~p . ente, em conse_qü
e amorfas. Durante o serviço, uma pequena uan ~ca entre fas~ ~s
decorrência do aquecimento do vidro) pode sei pe tid.:a de fase líqwda (
integridade mecânica do refratário. nru sem comprometer á

20.3.2 Propriedades e caracterização

~ seguir, faz-se uma disc~s~ão sobre as principais propriedades dos refratários


salien~ ~o os_as~cto s mais importantes para sua aplicação e ins ão Brev~
comentán~s sao feitos sobre a norma pertinente ao ensaio de
cada propnedade.
:i ·· -
d
e e nzaçao e

20.3.2.1 Refratariedade simples


A refratariedade de um material consiste na temperatura máxima que ele resiste
s~m. colapsar, amolecer ou de~on~ar. Difere da temperatura de fusão, que
significa a passagem ao estado líqwdo. Como os refratários, em geral, não são
c~D?-postos puros,:ºm uma temperatura de fusão definida, não faria sentido
utilizar-se esse parametro para caracterizá-los. Mais importante é a manutenção
das propriedades em temperaturas elevadas.
Uma. man~U:ª de se men!urar a ref'.ratariedade de refratários é por meio dos
cones prrometncos. Estes sao confecc10nados a partir de várias misturas de pós
de óxidos de composição padrão, conformados em formato de cone. Cada cone
padrão apresenta ponto de amolecimento conhecido. Por amolecimento entende-
se o ponto quando sob ação do calor o material deforma sobre o próprio peso. Os
cones são utilizados tanto na supervisão e no controle de fomos em processos de
queima, como na avaliação, de modo comparativo, do ponto de amolecimento de
materiais refratários pulverizados e conformados em dimensões iguais ao cone
padrão. Ao indicar a temperatura de amolecimento, o cone pirométrico dá o
trabalho realizado pelo calor, quer dizer, refere ao efeito do histórico térmico ao
qual o material foi submetido. O resultado do teste é indicado como cone
pirométrico equivalente (CPE), dado pelo número do cone padrão de referência
que apresentou igual comportamento térmico ao cone do material de análise.
Resum idamen te, os principais parâmetros que afetam o teste de ~PE ~ão as
taxas de aquecim ento, o tempo de patamar, a atmosfera do forno, seJa oxid:nite
ou redutor a, bem como a presenç a de vapores. Particularmente,_o vapor de agua
endurece a superlí cie, mascarando o teste, aumentando a refra~ edade, enquanto
vapores alcalinos diminu em a refratariedade. Devem ser consignadas a presenç a
de inchamento, a presenç a de bolhas ou a fusão de pequenas p~cul as: O teste
de cone piromé tnco e a montag em do molde para os cone~ sao descnt~s pela
NBR 6222 (AF J lT, 1995). A Figura 6 ilustra um teste realizado_ com ~ver~o s
cones pirométr,, ,~ . nostran do a deform ação dos cones de refratanedade infeno r
a 1120ºC.

..
B
S. Roca r ag(lnra
}
e e·
Pc'rez. fJcrg111a1111
632

Figura 6 - Ensn.io de h:slc rc111i1nclo li 11 'UY'C'

20.3.2.2 Densidade
A densidade de um i tema composto por partículas cc,rn,, um refratário é
definida pela massa por unidade de volume das partícul~" e ínt.crstfcíos. A
densidade vai depender do tipo de fase sólida e da porohidacfo . Efa é rcJcvant.c para
os cálculos estruturais. podendo. assim. influenciar na seleção de um refratário de
fase sólida "mais leve...

20.3.2.3 Porosidade
A porosidade pode servir como parâmetro de controle de qualidade na
fabricação e geralmente é especificada no produto final. Depende das matérías-
primas, que determinam a densidade da fase sólida, do método da fabric ação,
como o processo de moagem e a queima. Depende também da seleção de frações
granulométricas, as quais são selecionadas a fim de se aumentar ou diminuir a
porosidade final .
. Po~os fechados e isolados compõem a porosidade. Os poros abertos apresentam
ligaçao ~ma superfície externa, ou seja, são permeáveis aos fluido s, podendo ser
preenc~dos por eles. Segundo a intercomunicação dos poros, pode estar presente
~ porosidade aberta, sendo divida em transpassantc e não transpa~sante, como
ilustra a Figura 7.
Aparosidade pode s e r ~ pe)a adiçiô
mo serragem, papel, etc. É possível obler-eeM ile\le ~
co ·
de tensoattvos, e orno d terg
e e ntes • •
que ptuilniab Cllpi.Ms liitilt>& ftAL.. : . l
- • .,-..1111c1._, ~

~=:
, definida pela NBR 8826 (ABNr~ I9CJ7) COlllo"a 1 : ~apile.í ífe
~bertos. pelo volume aparente do ~ &'t81) volume d e ~
Enquanto a porosidade total é ua relação do
fechados do corpo-~e-~rov a pelo, volume 3PUeuie deste ~medi~ e
porosidade aparente e fe~ta pelo metodo de ~
JJOJ.centagem .

descrito
na NBi62:
(ABNT 1997). A porosidade total pode ser calculada pela ..i:&:
. • aJ
densidades re e aparente, cor_uonne orton 0968): - - - - wierença entre as
Poros. real(%)= l~.(dens1dade real - densidade aparente)/densidade real.
Pode-se fazer também uso do porosímetro de mercúrio que &.
. . -
di tnbmçao e d tamanh d ai' '
o e poros, em da porosidade_ esse método somente aiomece a
porosidade conectada é medida, incluindo os micro e nanoporos. A porosidade
,perece destaqu~, ~ma vez que é uma propriedade cha,e dos materiais refratários.
E uma caracte~st:lca fundamental em refratários por influenciar decisivamente
em várias propnedades, como a condutividade térmica. a resistência mecânica, o
módulo de elasticidade, a resistência à corrosão. entre outras.

20.3.2.4 Variação linear dimensional


Os materiais refratários tendem a retrair ou expandir em serviço. Além da
expansão física esperada com o aumento de temperarura. ocorrem fenômenos de
inversões cristalográficas, reações físico-químicas e _interização. Essas variações
dimensionais, sejam lineares ou volumétricas. podem ser prejudiciais à
re istência dos refratários. Os testes para medir as variaçõe dimensionais
permanentes em serviço são feitos com o produto pronto. aquecendo-o em um
forno em determinado ciclo e se calculando as novas dimensõe - chama-se de
teste retração/expansão pós-queima. É descrito na_ fBR 622.5 L.\B IT. 2001). A
variação máxima dimensional é especificada pelo fabric--dllte.
Em princípio, as tensões geradas são em ní~el ê'Strurural: por isso. a
importância da previsão desses fenômenos para_o projero das ~tas de. dilatação
~ntre os tijolos. Observa-se que alguma expansao ~ ser po_.:1~Yª: decrnndo as
Jtmtas mais apertadas e, em conseqüência.. com maior res -rencia ao ataque
químico.

20.3.2.5 Propriedades mecânicas a frio ,. , __


A principal solicitação mecânica dos refrara.:í'?5 e d.e oo~pre -ªº· como a
carga imposta pe1o peso d a pro'pria parede. .refratária_
, no
_ re esumento
, ;i _ de forno .
Em alguns f tán'·os são sobc1tados a craçao e a -~e~ao. como nas
casos, os re ra ·- - ct·d . ,
abóbadas
_ d .e • •
e 1omos, ao 1mpac . to como no :azamento
. , . _ de metaI.S
, tun . 1 o . e
. a
abra ao e - ,, 1 orno nas mdJ-5::-_as pe~unruca e Clillenterra.
O erosao por part1cu as. c , -- r • eiras e e .. e-tão ubmetidas
utra peças refratárias como tubos. vál ·alas.~ · ~• · .. · d
a d't
1 fl - tra...~ E1e ~e~c11. a IIDponanc1a a
erentes s0Iicw1ções como exao e ~ · = d - , · d
re i t"enc,a
· ' , · 1 ão e manu.:-e:r o- rerrarano .. en o
mecâr.i<., a frio está na insta aç
S Roca llmx,mro ,. (' P,•ri• /J1•1g 111,11111
634

mais importante cm serviço n resistC·ncia a quente.

20.3.2.5.I Resistência mecâni,·o ti com!Jr<?sc7o (c~Ld ~o.mpressive strength)


A resistência mecânica à compressao md1c,~ a apl1cab~ IJ~ad~ de um r,:fratário
O em uma construc·fio, sendo uma 111cd1da da res1stenc1a dos graos e do
cm us .,.. . , · ·1 · d
·stema de ligação (rnatri.1.). Dl·crn-rcnte disso, e 1a e muito ut112a a como
~~râmetro de controle de qualidud<.: e especificação do produto.
o teste de compressão é feito com uma amostra de cada peça refratária,
sendo determinada a resistência ao esmagamento em relação à direção do eixo
da amostra. O teste termina quando o material apresenta ruptura, normalmente
cm um ângulo de 45º. A NBR C>224 (ABNT, 2001) descreve o teste para
refratários densos conformados, cm que se utiliza uma barra cilíndrica ou cubo
de arestas. A NBR 10955 (ABNT, 1990) descreve o teste para refratários
isolantes, em que se utiliza um prisma reto. Salienta-se a importância da
planaridade da superfície das amostras que ficam em contato com a máquina de
ensa10.
A resistência é influenciada pela queima (temperatura e tempo), teor de
fundentes, porosidade, entre outros. Na maioria dos refratários, a resistência à
compressão a frio é, cm geral, de 10~50 MPa, o que é mais que suficiente para
suportar a compressão que se verifica nos fornos (SEGADÃES, 1997). Quando
o cilindro é esmagado diametralmente, tem-se o teste Brasil, caracterizando-se
a resistência à tração, já que a amostra fratura segundo o plano de carga.

2032.52 Resistência mecânica àJlexüo (co/d nzodulus of rupture)


A resistência a esforços de flexão é relacionada com a aplicabilidade do
refratário na construção, sendo também uma medida de controle da qualidade
do produto. Indica a resistência do sistema de ligação do produto, já que
normalmente a fratura crítica é intcrcristalina. Como é medida a frio, não
fornece nenhuma informação de como o refratário vai se comportar à
temperatura elevada. O resultado do teste de flexão é bem inferior ao de
CO!f1~ressão. Atenção deve ser dada também às características do teste.
J)nDCipalmente quanto à taxa de aplicação da carga à temperatura e à umidade.
O teste é descrito na NBR 6113 (ABNT, J99,7) para refratários densos
~ s e na NBR 10955 (ABNT, 1990) para refratários isolantes. A
diferença é a taxa de aumento de carga na operação da máquina de
Materiais Refratários e Abrasivos 635

or bo m ba rd ei o de pa rtí cu la s) te m -s e o im pa ct o alé d
P le xo q d . , m e um m ec
·
mais co m p. 1 am sm o
ue po : en vo ve r ~i cr ot rin ca m en to , fr at ur a dú ct il/ frá gi l
e de sp re nd im :n to de gr a? s :._ A ~b ra sa ~/ er os ão de pe nd e pr in ci pa lm en te da
dureza dos gr~os_e da re si st~n ci a da s lig aç õe s en tre el es . O te st e de er os ão
utiliza a pr oJ eç ao de pa rti cu la s na am os tra , de sc rit o na N BR 13185
(ABNT, 19 99 ), e O re su lta do é ex pr es so em ce nt ím et ro cú bi co de m at er ia
l
removido. O te st e de ab ra sã o é m ai s si m pl es , descrito na no rm a N BR
10247 (A BN T, 19 88 ), e o re su lta do é ex pr es so po r pe rd a de m as sa da
amostra, em gr am as .
o va lo r da re si st ên ci a à co m pr es sã o a frio é indicativo da resistência à
ab ra sã o/ er os ão , m as o co m po rta m en to do material po de va ria r ba st an te a
quente. O s re su lt~ do s do s. tes.tes .mencionados de ve m se r utilizados de
forma co m pa ra tiv a ou 1nd1cat1va, m as não fo rn ec em re su lta do s
definitivos, os qu ai s de pe nd em de te st es de erosão ou abrasão a qu en te , de
execução ba st an te co m pl ic ad a.
A di fic ul da de de ca ra ct er iz aç ão de ss as propriedades se deve ao fato de
que o vi dr o de si lic at os , pr es en te em gr an de proporção em refra!ários
si lic oa lu m in os os , ap re se nt a el ev ad a re si st ên ci a em temperatura am bi en te ,
mais en fr aq ue ce de vi do ao am ol ec im en to em temperatura m_ais el:vad_a.
Norton (1968) sa lie nt a qu e os re su lta do s de testes desse tipo nao sa o
inteiramente si gn ifi ca tiv os . O au to r re la ta o exemplo de um ; am os tra qu~
a 20ºC ap re se nt ou um a pe rd a de 0,115 g, enquanto a 1050 C a pe rd a foi
de 0,255 g, ou se ja , su pe ri or ao do br o.

o~
20 3 2 6 Pr op ri ed ad es m ec ân ic as a qu en te
~e fr at ár io s ce râ m ic os ap re se nt am normalmente comportamen~o
b· t at é m es m o em te m pe ra tu ra
frágil em te m pe ra tu ra s aro ie n es e, classes de ' material. A ausência s mais
de
elevadas, ao co m pa ra rm os co m 0 1!tr~s , um a co ns eq üê nc ia da fo rte
1
co m po rta m en to p as i, t · co do s ce raID 1c os e
d ateriais também explicada pe la
ligação iô ni ca e/ ou _covalente des~~s :e nt o de 'planos atômicos (critério
ausência do s ci nc o si st em as de es iz a ltas os materiais cerâmicos po de m
de von M is es ). Po ré m , a te m p~ r~ tu ra ~: um ; maneira geral, a influência da
apresentar co m po rt am en t? pl a? t1
temperatura po de se r v1 su ah za
~º; or meio do gráfico da Fi gu ra 8,
P
mostrado ab ai xo . te vai até ,..., 1OOOºC para os cerâmicos
A re gi ão A (F ig ur a 8) no rm al m en to frágil. N es sa região, não há
e é ca ra ct er iz ad a pe lo co11:1portam_en to da a deformação se rá no campo
movimentação de di sc or dâ nc ia s. A fi ~~ se rá liberado na fo~m_a d.e _nova
elástico e o qu e ex ce de r ao se u G rif fit h A lig ei ra d1 m m m ça o da
'
superfície de de fe ito , co m o es ta be le cedau te m pe ra tu · ra · - A ' d vi da
na r~giao , e e
resistência m ec ân ic a co m o aurne,nto qu e diminui o modulo de
O
ao aumento da vi br aç ão do s atom~J '. (Y) Fi ca mais fácil romper 0
elasticidade (E ) e a en er gi a de su pe r icie ·
material.
S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann
636

.."
..--
::::,
~ o
1~
V
T5
~• 411
e

,.,.,.o A t-
e

t-

TAB
Deformação
Temperatura
Figura 8 - Comportamento ideal da temperatura versus tensão de fratura e tensão de deformação para as
regiões A-B-C (DAVIDGE, 1979).

Na região B, a temperatura pode causar escoam ento viscos~ e/ou


crescimento de grão. O escoamento viscoso ocorre ao se tomare m flmdas as
fases intergranulares. principalmente as silicosas. Dessa forma, há certa
facilidade em se escoar um grão em relação ao outro, permitindo a
deformação e a conseqüente diminuição da tensão de serviço. Já o
crescimento de grão tem múltiplos efeitos: o grão é conside rado um defeito
em termos de comportamento mecânico à temperatura ambien te. Assim.
quanto maior for o tamanho do grão, menor será a resistên cia mecânica.
Porém, mediante a temperatura elevada, maiores grãos significam uma
maior resistência à fluência, ao choque térmico e à corrosã o. Nessa faixa de
temperatura (acima de lOOOºC ), também pode ocorrer deform ação baseado
em difusão, no mecanismo de fluência.
Na região C, os cinco sistemas de deslizamento necessários à deformação
plástica estão disponíveis. No entanto, a deformação de cerâmicos em
elevadas temperaturas não ocorre primariamente por movimentos de
discordâncias. Muito mais importante é o mecani smo de difusão. A
def~a ção de cerâmi_cos yolicris talin~s na região de fluênci a já acontece
u1tos casos por d1fusao ou mecamsmo de desliza mento no contorno de
tes que o _mecanismo de d!sc?rd~ncias esteja ativo. o Quadro 3
comparativamente, os pnnc1pais testes de caracte rização do
nto a quente do~ refratários. Posteriormente, faz- e um breve
obre cada propnedade.
Testa Var16vels ' •.
· cum . ..

·u
Carga: constante Deformaçlo x temperatura
Refratariedade sob Temperatura: varlével
carga {crescente)
dT/dt = constante
T
Tensão x defonnação
Carga: variável
Resistência a quente Temperatura: constante
é = constante ªC_
e:
Defonnação x tempo
!Fluência
Carga: constante
Temperatura: constante
é =variável ·~ t
Resistência após choque
ténnico x diferença de
Temperatura: variação temperatura no resfriamento
Choque térmico rápida (resfriamento
brusco)
ªth:_
AT

2032.6.1 Refratariedade so b carga (refractory under lo ad - RU L)


A refratariedade sob carga é definida pela NB R 8826 (ABNT,1997) como
"medida da resistência de um refratário aos efeitos combinados do aquecimento
progressivo e de uma carga constante. Geralmente é expressa pela temperatura na
qual o material sofre determinada porcentagem de deformação. A carga aplicada
é de geralmente 0,2 MPa". Difere, portanto, do teste de fluência, cuja medida
deve ser realizada em temperatura e carga constantes, cujo resultado é expresso
·os à deforma\ como deformação ao longo do tempo.
e cerâmicos: Esse teste serve para verificar o comportamento frente ao amolecimento de
rnoviment~s cerâmicos em relação à temperatura. Especialmente usado para refratários
de difusao_ utilizados como revestimento de fomos, mas não para cerâmicos de engenharia.
. "á acontc Oensaio é descrito na NBR 6223 (ABNT, 1995).
nc1a J rnr Segadães (1997) destaca que a deformação de um refratário sobre carga é
conto determinada pela composição química e pelo equilfürio de fases, os quais são os
o noO Qu~df.
vo. . açao mesmos fatore s do teste de refratariedade simples. Acrescenta que, "se a
actertZ br• quantidade de líquido fo r pequena, não oco1:e deform_ação, ~a s fratura, mais ou
u[Jl menos paralela à fo rça de compressão - esta e uma razao subJacente ao descasque
faz-se
da face quente de e '"'Se todos os revestimentos refratários". O teste sob carga vai
?ar um resultado s útil em relação à refratariedade simples, já que indica o
interv alo de temp ,ra que se pode trabalhar com segurança, sobre carga, sem
0
refratário ter so de formação significativa.
agança e e Pérez Bergmam1
638 S. Roca Br ·

6 2 Fluên cia (creep )


20 ·3· ,: . , eforma ão permanente que ocorre com os matenais
2 . . "' .
cerarrucos ao
Fluenc1a e a ?d ç estado de tensão sob temperatura elevada. Os refratários
ti~e.arem subme.
ti. os a um d . d ili.
em conseqüência da presença orrunante e s catos em suas
s11Icoalummosos, 1 I · t d .e '
. . deformam principalmente pe o amo ecnnen o a 1.ase v1trea, de
maténas-pnmas, , fi · t · ,. l
d teste de refrat ariedade sobre carga e su c1en e para carac tenza - os. Em
mo o que o , · d · d .e
·al
ge , esse e t ste carac teriza bem todos refratànos e reves tnnen to e iomo s, os
1 - ·, · · d
quais dificilmente apresentam alguma defo°:1aç.ao, Jª que, na ~aio na e casos, as
cargas impostas são baixas. O estudo de fluencia passa ~ ,s~r nnportante somente
a refratários de alta alumina, zircônia, carbeto de silic10, entre outros. Bons
~:udos sobre esses materiais são encontrados em Kingery (1976), Davidge (1979)
e Wachtman ( 1996).

203.2.63 Resistência mecânica a quente


A resistência mecânica a quente consiste no teste para determinar a resistência
mecânica do refratário em determinada temperatura, cujo ensaio se desenvolve
com carga crescente e temperatura constante. O resultado do teste fornece a tensão
máxima que um refratário suporta antes de romper, para a temperatura escolhida.
A NBR 9642 (ABNT, 1999) descreve o teste da determinação da resistência à
flexão a quente, em que é referido o tempo de patamar, a temperatura de
aquecimento e as dimensões da amostra. A resistência mecânica a quente segue o
comportamento explicado na Figura 8, apresentando uma acentuada diminuição da
resistência com acréscimo da temperatura.

20.3.2.7 Choque ténnico


Nas aplicações de refratários e de cerâmicas avançadas em elevadas
temperaturas, os materiais estão sujeitos a temperaturas que mudam através do
compo~ente e qu~ podem variar rapidamente com o tempo. É essencial se
dete ~ar a magrutude das tensões produzidas, se elas produzirão trincas e qual a
extens!o d~ ~o produzido. É comum encontrar a definição de choque térmico
;mo vanaça? brus~a de temperatura", mas essa definição é bastante imprecisa.
ChPqu~ ténruco vai ocorrer quando a tensão ténnica gerada em um ciclo térmico
uficientemente grande para causar a propagação de um dano na peça.
dano por choque ténnico ou tennoclase. Wachtman ( 1996, p.247) postula

a propagação da trinca for estável o resultado é um corpo


~ tr!ncas mais longas e ~ resistência diminui
~ t e , à medida que a severidade do choque
:nta. Se a propagação da trinca é inicialnlen~
quando a tensão é aliviada, o corpo tera
descontínua da resistência.

~~!!!.~!O-na Figura 9, na qual se


re resentam as amostras aquecidas até a tem . . •
rapidamente em água. Em (A), tem-se um ce ~ mdicada ~ resfri~
1:osidade (-1 %), como uma alumina, mostran~co de engenh~a de baixa
~) é apresenta a curva típica de um refratári omportamento mstável. Em
( ' com significativa porosidade (>1o~) o, Por exemplo, para a mesma alumina,
rnas resentada em (A) mostra uma pe11~ e cbom cornpofta;1ll~nt~ estável.~ Figura
9 rep
ai d
grado, e rests =
· t'' · ... ·
°
ª a rupta
comportamento contrasta com o representado na cnru (B) de
....,. va
res1stênc1a mecâruca .
Esse
, que mostra uma perda
~ecrc~ ~om o aumento de temperatura de choque térmico.
Es~e : º. com~ . en eseJ.ª 0 para refratários: não possuir perda abrupta de
res1stencia mecaruca, para continuar em serviço, mesmo sofrendo choque térmico.
~w
1u.
f/)
t----,

~
f/)
<> C/)

~ <>
u. ~
a:: u.
::1::
1

.6T NO RESFRIAMENTO
AT NO RESFRIAMENTO
w ~
Figura 9 - Curvas teóricas de perda de resistência (módulo de ruptura por flexão - MRf) após choque ténnico por
resfriamento em água (diferença de temperatura entre forno e água a 25°C - L1'D. (A) Cerâmicas densas. (B)
Cerâmicas porosas.

Os resultados mostrados na Figura 9 demonstram a investigação do


comportamento de detenninado material frente ao choque térmico. Já no teste
tecnológico, descrito na NBR 13202 (ABNT, 1997), informa-se o procedimento
para determinação da resistência ao choque térmico com resfriamento em água.
Nesse teste, a amostra é aquecida a 1200ºC e jogada em água em sucessivos ciclos
até a ruptura. No resultado é indicado o número do ciclo que ocorreu a primeira
trinca (A) e o número do ciclo que ocorreu a ruptura (B), expresso por: r.c.t
(resistência ao choque térmico): A/ B. Quando A ou B não forem perceptíveis até
o 20º ciclo são expressos por ">20".

203 2 .7.J Tensões térmicas


Para o caso mais crítico de tensão térmica, considera-se o cilindro rigidamente
fixo, com dilatação impedida, aquecido, como o representado na Figura 10:

,1

li
ira 10 _ Ilustração de um cilindro com dilatação impedida.
S. Roca Bragança e C. Pére:. Bergmann
640

A tensão é dada por:

a TE1t\DC~ = E.a.(ó.T ) (Equação I )

onde: E _ módulo de elasticidade; E deformação; a coeficiente de expansão


térmica: .l T - variaçã o de temper atura.
o exemplo a seguir ilustra com_o ~ fac_il~en~e ger~d~ uma te~s~o
térmica de magnitude bastant e supeno r a res1stencia mecam ca d~ ma10na
dos cerâmicos. já que uma alumin a dificilm ente chega a uma resistência à
flexão superior a 300MP a. . _
Exemplo: Para uma alumin a submet ida a uma vanaça o de temperatura
ilT = 200 K é calcula da a ten ão térmica produz ida ( cr), para os seguintes
dados da alumina: E= 400 GPa; ex= 9.10·6 / K.
rr = E. a (.lT) =400 GPa. 9.10·6 / K . 200 K = 720 MPa !
Teoricamente. um corpo i otrópic o e homog êneo não produz tensões
térmicas durante o aquecim ento/re sfriame nto se ti ver expans ão térmica
livre. Ma enfatiza- e que. em refratár ios, existe sempre um gradien te
térmico atravé da e pe ura do revestim ento, gerand o na superfície
tensões compre ivas no aquecim ento e tensões de tração no resfriamento.
porque a variaçõe de dimens ões não são permiti das. As características
do meio (tran ferênci a de calor), do material e do projeto de instalação do
revestimento vão determ inar a presença ou não de choque térmico . Quanto
mais rápida a tran ferência de calor do meio para corpo e menor a
condutividade do material do corpo, tanto maior será a tensão gerada na
superfície.

2032.72 Apontamentos finais sobre choque térmico


A ~s~stên cia a~ _choque. térmico é a proprie dade mais importa nte do
matei:iai refrata no , po1 o. choque térmico , depend endo de sua
magmtude, P?<fe alterar 1rrevers1v~Imente as proprie dades de um produto.
to!88!1do-o madequ~do" ª? serviço . A propag ação de trinca altera
a,alme nt~ a re 1 ten~1a_ mecânica, enfatiz ada anterio rmente . ma
~~enc1 ar a condut1v1dade térmica, as proprie dades elásticas. a
ilidade en~ ou~ propriedades. Sobretu do, o trincam ento pode
~ ª. re tência à corr~são do materia l. Por sua vez, ª
1

de •:pure~as na porosidade e trincas desenc adeia novo


1:era:o0 da propriedades do refratár io. Portanto. ª
~eJprem. dano _por choque térmico aument a a complexa
;.P,ropnedades que o refratár io apresentará elll
em jogo a confiab ilidade do material·
beque :tdn;wéo, sugerem-se 0
ti PNJdofelli (1989) e
2oA. Refratários não-conformados
os refratários não-conformados são definid d
(ABNT, 1997): "refratário que não possui·osfiormeacofrdí.º com a NBd'R
1'd " São tod I · a s1ca nem 1m n.~-..-·:
defi~ 1as A 6 ~staq_ue e! que diferem dos conformados ou formatado com
os tIJO os. p s a sm enzaçao, eles formam uma ú · ral ,
- 0 também denominados "monol"f 1 ,, A . ~ca peça estrutu : por 1 o
sa . . icos · pnmeira questão a se re ponder
qual upo de refratário usar: conformado ou não-conform d ? B (2004
79) responde desta forma: a o· rosnam p.

os produtos não-conformados (concretos) nivelam e at


podem exceder as propriedades físicas dos tijolos, ma
d:pendem da correta instalação, cura e pré-aquecimento. Se
ha problemas locais de tempo ou know-how, então os tijolos
~~vem ser preferidos. Em alguns tipos de fornalhas. o uso d
t1Jolos deve ser a opção para evitar danos mecânicos ou por
choque térmico, que reduziriam a vida útil da fomnlha.
Finalmente, a tradição de uso com tijolos ainda influencia a
tomada de decisões em aplicações como fomos cera.micos.
incineradores e pequenas caldeiras.

O uso crescente de refratários não-conformados deve-se a suas principais


vantagens em relação aos moldados:
• eliminação das juntas de construção/dilatação;
• translado mais fácil e sem quebra;
• facilidade e rapidez de instalação;
• reparação mais fácil.
A construção sem juntas de dilatação significa a eliminação da área de 1naior
mportante fraqueza dos tijolos - as juntas -, onde ocorrem os problemas mais crlticos de
endo de corrosão e degradação térmica e mecânica. Já a colocação de concretos e niassas
e um prod refratárias é inerentemente mais fácil e rápida, produzindo estruturas mais leves.
trinca ai Com o desenvolvitnento de concretos auto-escoantes, bombeáveis e de projeção
orment~. (shotcreting), nas décadas de 1980 e 1990, os quesitos rapidez e facilidade de
'snc, instalação tornaram-se uma vantagem incomparável em relação à montagem
s ela tijolo por tijolo, dos fonnatados.
camentor
sua ,e Por outro lado, a opção por refratários não-conformados deve ser cons~iente de
alguns reveses. A preparação para instalação e transp01te dos refratános não-
cadeia ~ conformados pode ser crítica, devido à importância de ~e n1anter a
portaPI'. homogeneidade da 1nassa. Devem-se evitar as segregações de particulados. b m
· acofllf como a impetfeita umidificação da massa, caso comum aos concretos. A cura ou
a sent3r pós-secagem pod " tambéin ser fonte de defeitos, pois, mesm<: obedecen~o a
re n1at te1:1-peraturas e p,l 1 res preestabelecidos, tensões de secagem ~a~ es~abel udas
do
ererV- e, as vezes, a m~ ude dessas tensões vem a superar a res1stencia local do
g_
1JJ
oº material, gerall(.il lf'nominadas trincas de secagem. Além disso. a saída de
642 S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann

. 1 d ·dade pode gerar defeitos no produto , embora


voláteis orgârucos 10e ~u aªumt etos refratários estejam minimi zando e e
avanços na tecno ~ u~Iiz"'.::: as fibras orgânicas e novos aditivos à. ma a.
problem a.P~~ ess:
além da oturuzaçao o d 's parâmet ros de process amento , como sugend o em

Oliveira
Refratán os (~OOO)
~t.al. ~~ormados são classificados de acordo com a NBR 10237
nao-co,w
(ABNT, 2001) (Tabela 1 - Classe quanto à forma) em:
• argamassas;
• concretos densos e isolantes;
• massa de socar;
• massas plásticas;
• massas de projeção;
• massas granuladas secas. .
A seguir, faz-se uma discussão das características e propned ades de cada
grupo.

20.4.1 Argamassas

Argamassa é um material utilizado para o assentamen!o, junção ou adesão.d~


tijolos refratários, blocos pré-conformados e produtos isolantes. A compo 1çao
consiste em agregad os finos e ligantes , que variam de acordo com a
compatibilidade ao tijolo. São fornecidas secas e "prontas para o uso", sendo de
dois tipos: a) pega por calor: endurece em temperaturas elevadas por ligação
química ou cerâmica. b) pega ao ar: endurece em temperatura ambiente por
ligação química ou hidráulica. São muito importantes, do ponto de vL ta
estrutural, a quantidade e o tipo de argamassa que se utiliza nas juntas para
fixação dos tijolos, prevendo-se a expansão ténnica do conjunto argamassa +
tijolos.

20.4.2 Massas moldáveis (plásticas e socadas)

As primeiras massas plásticas eram constituídas de granulados e argila.


misturados com água e plastificante, produzindo uma massa moldáv el. Com o
.rpo, ~urgiram massas plásticas com_ ligantes químicos como alumina em gel
nzada ou fosfato. de magnés10 (ou ácido fosfórico) (SEGAD ÃES.
l!edem 8!lr_fomec1das proo~ para o uso (pré-blocos, fatias, etc.) ou
adi~ de água o~. n:smas. A dificuldade da produção dessas
oonseguir.a trabalh abili~e necessária, conside rando-s e a elevada
tnatena l. A trabalhabilidade é ensaiad a de acordo com a NBR
). Essas massas podem ser aplicadas IDaouaJmente ou Po'
bava- . CJUe a ~ . é para a Ul8fa1açio e não para
!na-..
quo ,__ Já foi J>n>duzida na compacidade
d e ~ e cura, coJJ1
~ ~ J i g a ç l o do
produto ~u " : n d ~ e n t o " . Numa etap
dá-se a liga~ao ~ e ~ c a definitiva. A lé m
também muito utilizadas para reparos. ê j
;': !'" t::....:--_12.,.,,?."'P'':,~
Já as massas d e socar s ã o fornecidas n o e '
stado "pronto•,...,P.";ai~ra t'.'Z~
,,'l'J~s
~ d
:: '. ~
Urnifificado o u n o e s ta d o " s e c o " . N o segundo ca
· tu dOr a d á ó · s o a • tê . é éL.:dt -rirtit
uma ~ds ra 0
li e Pd s ~ p r p n o local d e insta.lação e, n o te , 0 0ns1s nc1a o u
u a J! "'
torn~ci a c o m O q m O 1tgante e m separad rceiro cas0, e la ê
re o . D if e re n te d a s m a s s a s p lá s ti c a s , e la s
P cisam d e to ta l a n c o ra m e nto ou uso d e moldes Elas també
b . . · m d ·
da tei:np.er~tura a m tente. ~ o d e m ~~r utiliza e n u re cem a c n n a
das como revestimento de fomos, e m
subsutuiçao total o u parcial d e tiJolos. S
vasos de formas arredondadas. ã o e s p e c ialmente úteis para fomos e
As massas plásticas e as socad~s requerem
cuidados especiais n a instalação e
na secagem. N e s ta , d e v e s e evitar a fo
rmação de trincas, controlando-se a
~~m~ra~~' e patamare~ d e secagem; .n
aquela, deve-se precaver d o risco d e
Ianunaçao . A s respectivas metodologias
de cada etapa devem s e r fornecidas
pelo fornecedor. Recomendações valiosas
são encontradas e m Krebs (2004) . E s s e
autor acrescenta q u e a produção de mistu
ras p o r socagem e s tá e m declínio p o r
dois motivos: a) dificuldade d e instalação
- necessidade de operador habilidoso,
para evitar, sobretudo, a laminação; b) e m
conseqüência, excesso d e ancoramento
ou moldes p a ra instalação, os quais levam
ao aumento de custo.
As p ro p ri e d a d e s fí s ic a s d e s s e s materi
ais, quando b e m a p li c a d o s , s ã o
comparáveis às d o s tijolos prensados.
P o r exemplo, u m a massa d e argila
refratária e o u tr a d e c o rí n d o n alcançam o
s seguintes parâmetros de temperatura
máxima d e u s o , resistência mecânica à c
ompressão a frio e densidade aparente
após queima, respectivamente de: 1450ºC
e 1 8 0 0 ºC , 4 0 M P a e 1 5 0 M P a , 2,35
g/cm e 3 ,07 g /c m • E s s e s parâmetros são
3 3
bastante próximos aos encontrados e m
refratários convencionais conformados.

20.43 Massas granuladas secas


As massas g ra n u la d a s s ã o projetadas p
a ra instalação s e c a p o r vibração o u
socagem, d e m o d o a o b te r u m a e le v a d a
compactação s e m auxílio d e líquidos.
Eventualmente, p o s s u e m u m a ligação
temporária (aditivos orgânicos e ~e
sinterização) , a lc a n ç a n d o a ligação c e râ
m ic a e ~ temperaturas ele~adas. S a o
principalmente u s a d a s e m aplicações
metalúrgicas, c o m o revesttmento d e
desgaste d o distribuidor, p a n e la s d e tra
nsporte ,e m fundi~ões e in:stalação d e
fornalha d e in d u çã o . S e u p ri n c ip a l inconv
emente e a formaçao d e poerras n o lo c a l
de instalação. N o rm a lm e n te , s ã o coloca
contorno d o v as o . o nd e s e rá aplicad
das e m u1;1. m o ld e, que, perfaz
o o r e f r a ~ o . A p o s , e necessario o
o t??º
aquecimento d o , ,1 d e , g a ra n ti n d o -s e o a9uectment~ d~ m a s
11
temperatura e ten . .. re co m e n d ad o s p e lo s a c onforme
fa b n c a n te . V ~ a ç o e s n a e s p e s s u ra d o
revestt·me n t . "'
t J'cas u m a v e
o poc ,r c n , z q u e esses locais re c e b e m m e n o s c a lo r,
podendo s e for mr len te u m a li g a ç ã o fr a c a e , p o r ventura, a · d
o c a s io n a r a q u e a
do refratário , an tr· d u ra n te o serviço.
644
\ /(o('(I Bragança e e. Pérez Bergmann

20AA Concrews refratários densos e isolantes


Os concretos refratários são definidos pela ~,R _8826 (~NT , 1997) como
.. roduto refratário não conformado de pega hid!aulica. Consiste na rrus~ura de
p
um ou
mai·s
.
agregad os refratários de granulometnas adequa das, com um cimento
. · d d.·
refratário que funciona como hgante. Pode conter am a a 1t2vos e comp?nentes
~ cerâmicos". Esses refratários podem ter desde formula~ao bastante simples,
nao · · - - 't t ' ti
para aplicações de baixa temperatura e solic1taçoes nao cn 1~~' a e ?rmu ações I
sofisticada~, para uso metalúrgico. São instala?os com ~ ad1çao de agua, sendo
então vibrados, vazados, bombeados ou proJetados, aJustando-se ao formato
desejado. Quanto à natu~eza química, os ~~ncretos. refratários div_i~em-~~ em
materiais à base de alum1na e agregados s11icoalummosos e matenais bas1cos,
como concretos magnesíticos e dolomíticos. Um terceiro grupo é composto de
concretos à base de cerâmicas avançadas como zircôrua, carbeto de silício, nitreto
de silício, para aplicações bastante específicas. Estes últimos grupos não serão
detalhados.

20 .4.4.1 Composição dos concretos refratários


A composição clássica de um concreto refratário é de 15-25% de cimento de
alumina, 65-85% de agregados, 10-15% de água para instalação, mais um
pequeno percentual de aditivos. Essas proporções variam de acordo com as
propriedades necessárias a cada aplicação. Utiliza-se também 5-30% de carga ou
modificadores, de fração granulométrica intermediária, que desempenham
diversas funções, como controle da expansão, ajuste da composição/mineralogia.
fortalecimento da ligação, etc.
Os agregados refratários são quimicamente compatíveis ou inertes à matriz e
de ~ulom etrias selecionadas para se obter um empacotamento denso, ou.
propositadamente, uma menor densidade, como é o caso dos concretos isolantes.
Os agregados densos são feitos principalmente de alumina ou silicoaluminosos.
~lo s destes são a argila ou o caulim calcinado, a silimaruta, a bauxita, a
alo~~ , entre outros. Os agregados densos vão contribuir decisivamente nas
~ .~i~ refratário, como na resistência a quente, resistência

e ~ ~ erosão. Já os concretos isolantes são feitos de agregados
• vemu ~~' perlita e ~teriai s expandidos. Os agregados fonn~·
;ç&queleto do concreto,Já que são as maiores partículas, de dimensao
:201111D, ~and o uma rede estruturada com a interconexão dessas
Jina ~ vir a fazer parte da matriz.
~~o é responsável pela ligação do sistema e sua
· É composto por aluminatos de cálcio q~
· de água, formando uma rede de cristaJS
da aplicação, mantendo a estrUtuJ3
· inicial do material, assún co~
~~ca & Mas estas só seJiO
• ~).A
l i ~ hidráulica começa a se perder acima de! OOVC
al~ntinato de cálcio hidratado, de modo que a tesiste .com a desidrataçãij do
nuninto em 400-1000~_, dependendo do teor de c~cta do material ~~ga ao
1. tência pode er aUXIbada por ligação qnt-.: ~nto e de aditivos. A
re. . d d Y&UUCa caso ligantes quúni .
utilizado . po en o se manter até -lOOO°C . .. . cos seJam
_·.,.nificarivamen te a partir de IIOO°C com a ~ · ~ res1stenc1a cresce
--~~n:i:tindo do componentes do cimento e dos ~rmaçao de novo! minerais,
tidade de alumina. sílica e cálci0 gregados.- A relaçao entre as
quan • . e a pureza do cimento determina a
rem~ratura max1ma de ~so. Por exemplo, chega-se até
1870 °C para teores de
-q_ n2rc ..\1:0_;. <0.5% Si02, 17-20% CaO e <0,5% de F~O caindo a 1370°C
;~~~)~6- 48% Al203, 3-9% Si02, 35-40% CaO 7-16% de Fei0 t 3

. A ~rincip_al -~ferença e°!' ~lação ao ~itnento portland é que este depende das
Jiga~0e. do. ilicato de cálc10, os quais, se presentes em concretos refratários
Ie, an:1111 à ~egradaç_ão do. m~terial co~ o calor e, mesmo em pequen~
quanndade . tomecenam sílica a compos1ção, o que reduz significativamente a
refrarariedade. O" aluminatos de cálcio são conhecidos na composição do
cimento portland.já que são utilizados como aceleradores de pega e também para
aumentar a re·istencia dos revestimentos aos sulfato da água do mar, em
aplicaçõe de ponte . píers. etc. Ligantes não cimentício têm ido desenvolvidos
e utilizado com uce o. Como exemplos, têm-se a alumina hidratada. a sílica e
alumina gel e ligante químicos, como o fosfato de monoalumínio. o ácido
fosfórico e o ilicato alcalinos.
O concreto também utilizam diversos aditivos que aju tan1 as propriedades
físicas de acordo com a aplicação. Assim, os aditivo de empenham uma série de
funcões. como no controle do escoamento e da reologia. para controle do tempo
de pega. redução do teor de água de ligação e até para controle no estoque.
Xormaimenre. o teor de aditivos não chega a 1% .
Os concreto refratários são divididos em:
• concreto comum:
• concreto de baixo cimento: teor de óxido de cálcio de 1% a 25%~
• concreto de ultrabaixo cimento: teor de óxido de cálcio de 01% a l %~
• CC!lcreto isento de cimento: teor de óxido de cálcio< 0.2~. . .
O c!ese~·:ol imento de concretos que utilizam me?or tebor_ d~ c2mednto v1__ou a
~Ii~,-.n,,. · .· simultaneamen te. a u t1tmçao o, t1Jo1o
,.. ~ IDaI exioentes e. , d ·d · · al 1ente
refratári A ~ -º d ores teores de cimento e e,1 a. pnnc!p n .
ao 1l"~t ~ ~- - u
"4V LC aue as propne
ça~ daedmenf" ·cas e a resistência mecânica e, tão diretamente
es 1s1 , di · . , b
lio,;.,A-- ·
~ u.\.:4.!) ao teor de a_
,
a ua u tiliz. d
a a. A quantidade de agua a
- da c1onru, e
·· om
lew.brar. nãc den.o~~ omente da estequiometria da readçao e cupra'·taJª toquoe
determina ,r- - .. d d O bom escoamento a ma .a. 01 n .
ae _!ambém a :rabalhabili ª ~ ~ cimento e em cimento foi po sível
raças
0
Uso
a.o c!e en\oh imento de sistema a l
c!e
0 e a.dos te aci-i, . e controlassem
:a
, ~moh1mento de concretos_ de ave~ de ligante cerâmico. e químico ,

ª reo 00
do concretos.
risco de ~egregação durante o
de água aumentam os
s /((J('(I / llfl>f(lll('fl ,. ( ', , ,,,,,•• llt•t>(///fl/111
646

• • .< .·1C 1,1(


, ·• 11 • ·c·tgem
, 1l • 11,,1 SC , do concreto, levando
, . ao, decréscimo
.
cnch11nenlo t gu '' ~ P~>J ,s
· " . ·, cc}ill t("I 1,o g o ,Is ,
• , ·iiJlt
' ,·,wõcs <los refratanos classicos,
", .,.
con-,
.
1 111 •11
da res,slc'.1t ~' 1. 1. , ',, Íi;ttil:lni ~t: a fomos atmosféricos de b~ixa temperatura
elevado IL º' < t ,11,ul, • l . •1cl'>S ,•111 contato com mctm em fusão ou
( J ~5()'1('J Jl 'IO po< <.;li< O HCI W1e ~ • "' · .
; n~liç<>es ;1c c:o,.,.os;io ,.;(,riu , Por oul ro Indo, a redução do t~~r ?e cimento significa
1 1
também ;, rcduçfío do teor ele 6xido de cifü.:io, o q.uc. co~:: ut para O ª~1:l~nto d?
rcsistênciH mecfi11ÍL'H a t,;111pl·ni111rns ell•v.1das e d1mtnu1çao da u cepttb1Itdade a
corros,io. ~ 11pone te fi
<
lk1-1cohri11 Sl' t-t .,ul >1,lil11ic,;;io do cimento . (e :,gua
) •
1 cor . . n P?
tnos
(microL·J1<:lwclon·.,). A frn,·fi<> f'i,w m1 xilia as lunçoes de ~tabalh~b1lt?ad~, ~ega_ e
endureri1rn;nto do co11rrclo. A l<>rc;H roesivél dos pós ~1Itraftno alta~a a Otlllllzaçao
da capm:idadl· dt c11d111·eci1111.:1110 do cimento pcnrntc n coloca .ªº coi:n teor. de
água rcdu1,icla . e,,., r11icrm·11cltedores síi~>compost?s de p6 de sílica (m~crosíh~a,
fumo de sílica, sílka a111orfa), alummu ultra-fma, Cr:,OJ, Z102, T102, S1~,
carhono, além de 111irwrais argilosos (alumino-silicatns), com u?1a granulometna
da ordem de O, 1 IA,111 a ) 1w1. I~ssas pur1íc11las finas ocupnm p_nrci~lmente o espaço
preem:hiclo pela :ÍJ'IIH , .. lilwrnndo" él água pnra nutras f unçocs , corno .ª de
escoamento. Eles poclc111 , 110 c11t.11110, prejudicar a resistência a quente devido à
formac;~ío de fases corno a11orlita l' gelinila (L'stüveis em - 1250- 1400ºC). Mas isso
é minimizado para l'<>lltTclos de ultra hélixo teor de cimento. devido ao inerente
baixo teor de <',xiclo de c:íkio (BANERIEE, 2004).
As fihrns sao adicionadas aos cOIIL't"Clos e desempenham diferentes funções,
dependendo de suas canu:tcrfsticas l' composi"·fio. Dcvt~-sc n~ssaltar que a
prcscn~a de f ihnitt de ve ser considerada por sua influência na mistura dos
materiais, na quantidade de {agua adidonada e na rcologia dos l'Onl'rctos.
As fihrns orgftnicus silo ímportm1tcs 110 auxflio dn scl'agcm,jti qut~. ao retraírem
e, após, volutilizurcm, uhrcrn caminhos na estrutura, ffü.'ilitnndo a saída da ,ígua.
seja cstu supcrficiul ou de hídratm_:ilo. Em gemi, a cficicncia da fibra aumenta com
o incremento do comprimento e diminuii;ão do difimctro. Pnm teores até 5% cm
peso do concreto seco, u udii;ilo de fihru m1o altera a dcnsi<ludc e n resistência do
produto.
xiHtem váríoH tÍJX>H de f1brus mctálicus, nms ns mnis utilil ndus siio as de aço
de ....25 mm de comprimento e 4 mm de difimctro, cm um totul d~ ]% do peso do
eoncreto, ua função é uumcntur u tenucidudc ia frntum n rcsist n 'ia no choque
16mtco do concreto, dJflcultundo n propugnr.:tlo de trin us "s gumndo" cm uma
o materJal trincado. m ntmoHforu oxidunt • ns fibm: d 8 , 0 ligndo Ni-Cr
Nr :xpo11ta1 acima d 1200' , nquunto qu m ndi s redutoras
at4 - 1 ~ , bs (2004) ssnltn, ainda, qu produto da
dev n ld rodo na propri ad a qu nt do concreto.
1 ffl ratui , 8 fibra l'\apflw.,j ub tituem as
ntram m di:ame1tros d (m a (fll·
8 ua
ln orporar à
20 .4,4.2 Lig~ção .
os. refratános al~mmosos e silicoaluminosos são compostos de um cimento de
nlurnma~o de c~lcio q_ue sofi:e cura ou endurecimento em um mecanismo
cxoténf!tco de ~idrataç~o. O cimento é composto principalmente das seguintes
rases mineralógicas, CUJa nomencl~tura usual é mostrada entre parênteses:
• ~aO.AI2_?3 (CA) é fase. ~ais ab~ndante e ativa do ponto de vista da
htdrataçao, a f~se que mais mfluenc1a as propriedades do produto refratário
e confere a resistência mecânica inicial do concreto;
• Ca0.2Al2Ü3 (CA2),., na presença dos outros aluminatos, reage mais
lentamente, mas e responsável pela resistência mecânica final;
• 12Ca0.7Al203 (C12A1), por ser mais reativo com a água, acelera a pega no
concreto.
A reação simplificada geral é dada por:
Cimento (CA, CA2, C, 2A7) + agregados + água "7 hidratos (CAHrn, C3AH,,,
C2AH8) + agregados + água que não reagiu + calor
Dessa forma, os concretos atingem elevada resistência à temperatura ambiente.
O mecanismo de hidratação passa por um período de indução, de baixa
velocidade de reação; após, ocorre a formação de núcleos de cristais que crescem
por um mecanismo de solução/precipitação. O calor de hidratação, se em excesso,
pode prejudicar o processo, formando fases metaestáveis e enfraquecendo a
ligação. Durante o período inicial de reação (de 15-18h), deve-se impedir a perda
de umidade, seja cobrindo ou molhando por spray a superfície.
Deve-se esperar um mínimo de 48 horas antes de começar a secagem ou o
aquecimento do material. Concretos de menores teores de cimento podem ter
tempos de espera mais reduzidos de aproximadamente 24 horas. As mudanças
sazonais de temperaturas devem ser consideradas, por exemplo, com adaptações
na massa em relação aos teores de aceleradores ou retardadores de pega. Alguns
fabricantes possuem versões de massas de inverno e verão (Krebs, 2004). A NBR
9997 (ABNT, J997) dá a determinação do tempo de pega para cimentos
aluminosos, e a NBR 13845 (ABNT, 1997), para cimentos com agregados.
O pico de desidratação ocorre a 230ºC. Se o aquecimento for muito rápido,
pode danificar a estrutura, podendo levar até a s~da de vapor por explosão. ~c!r
1
s~o, é usual se utilizar fibras orgânicas que volatilizam em !emperaturas <200 C.,
cnando caminhos para facilitar a remoção do vapor. Segadaes (1997) recomenda
taxas de aquecimento nunca superior a 50ºC/h. .
? procedimento de secagem é estabelecido pelo fomece~or d.o material.
Salienta-se, no cntant(), a necessidade de se ter pessoal de operaçao tremad~, tanto
Para controle da qu nt dade de água adicionada à massa, quanto ao procedimento
de secagem.

20,4.4.3 Instalaça
e Os .refratárim/ ( - 1'Y'l1stur
. sao u.u ados com água, manual ou
. "
mecani
·
camcnl c,
rn rn1sturadora•, , ou misturadoras de tambor. A c~ns1.st~ncia ou .º grau <.1e
escoamento são \ , aos dos concretos da construçao c1vJl. Inclus1vc, pode
·--- --~
648
S. Roca Bmgcmça e C. /liin\. lkrg111111111
..

. . tubo l'III " l J'·, ,·lt A NBR l 3320


· .. ·
e aferir a cons1stenctc a por testes ue cone·
' : " 1, llt1icll'I d. ,·rnu ,, l1 h 1·011vt·11<.:ionaisc
(ABNT.2001) de crevc a detcr1111~1U\,1l~ .l ,t C)S co11 ·rd o wl, uln1 toh l'omuns são
j

. - N
de fluência 1,vre. a corr"l'l
\.: e. cons1stc11e
•• m. ,
do 111 ,111111 d p1>1 p n ,. 1010 ou vazado e
instalados de modo convcnc1ona 1. l 1e 1110 ( l
1
moldado no local de instalaçüo. quando pos~ VL' ·. . ·IO h d,· 1,uixo <'imcnlo te
i s, 1 olvimcnlo dos com t t , vc
Paralelamente _ao ee~c ~ . , , vos m<-tnclos dt. ;w 1i1 l;u.~·: o , l>a sca<.Jos cm três
também a evoluçao t~cno 1ogtca l 1e no .
fom1as:
• vibração:
• auto-escoamento:
~~~~1~{!~imeiro pa o evolutivo. os concn:tos pussunun H HC! ' bombeados cm
bombas especialmente projetadas para cs~e rim; m:t:lernn,.lo 11•1111 1.o O .trm~spo1tc e
a instalação. Porém. a colocação por v1bnwao ameia '011 111!1 1,1 o:-; pioblcmas
intrínsecos a e a técnica. como a dificuldade de pn.ü11dlllncnl o ~ompleto,
principalmente em locais como a base das âncoras. r.~1~1 11uw..ol:ipu sc~L~~1~tc; com
o desenvolvimento de concretos aulo-cscoant<.:s. foi poM·,l Vt·l a ulJl1zaçao de
bombas de concreto comuns. disponíveis cm toda pari<.-, e eliminou-se a
necessidade de vibração. podendo se realizar a aplkac;~ío por sí,nplc:i vazamento.
A formulação desse tipo de concreto se baseou nas técnicas uc dcfloculação
empregadas na indústria cerâmica. Os concretos defloculmlos utilizam pelo
menos um detloculante e. geralmente. um mínimo de 2'14, cm peso uc partículas
ultrafinas (<lmm). como a microsílica ou aluminas reativas.
Na década de 1990. ocorreu um grande avanço na tecnologia de concretos,
propiciando um enorme ganho no tempo de instalação, graças aos concretos de
projeção shotcreting que combinam os avanços das técnicas de misturas com o
bombeamento e projeção por jatcamcnto. A c.lifcrcm;a para o bombeamento
c~nvencional está em u.m. bocal especial ao cabo da mangueira que permite a
nustura com ar coll'!pnnudo (a -0,4-0.SMPa) e pequena quantidade de um
acelerador. O reduz1d~ tempo d~ pega permite a instalação sem fôrmas.
A~ente,. o consunudor conta amda com concretos de multiviscosicJa<le que
pe~tem a mstalação por diferentes técnicas. simplesmente se alterando a água
de nustura (Krietz, 2004).

tA.5 Massas de projeção

de projeção io o materiais que. por sua facilidade e rapidez de


ª
elevada efic~ência na aplicação, vêm aumentando muito sua
•Podem ter ligação química, hidráulica ou cerâmica (plástica).
ar de alta pressão_~ equipame!*> ~
Diferente da proJeçao convenc1onal de ~ -dfã--
·eção por shotcreting, praticamente lllll .iateaine~
~'doculados, co~ transporte pressurizado de 811! 200 baroto bouà.~
d~plol. sendo aphcad?8 c?m. ar comprimido e acelerador<:" ..J:,":;
IICl!II. de
endurecerei:n logo ap<>sboatinhgirem a P~e. AJ)l'esentam ainda as vantagens de
ão produzirem poeira, a omogene1dade da mistura (em mislmadom de , )
; nenhuma ou pouca perda por "rebote". Esse fato lllerece destaque já ~
perdas por rebote do conc_reto c_on~encional podem ser estimadas' em 15%.
Ob ·erva-se que todo ~a~enal, pnnc1palmente de pega hidráulica, perdido por
rebote não pode ser reu~1hzado. Exceçao se faz às massas plásticas que, em geral,
po uem bom reaproveitamento. As desvantagens de shotcreting são os maiores
cu to devido ao porte do equipamento e à maior equipe de aplicação.
A propriedades de concretos projetados por shotcreting são superiores ao
concreto convencional e são similares aos aplicados por vibração, as quais são
típicas de concretos de baixo cimento. Por sinal, o concreto shotcreting pode ser
aplicado por vibração, sem comprometer em nada suas propriedades. Além da
produção de revestimentos de fomos, as massas de projeção podem ser aplicadas
para preencher espaços restantes entre a carcaça metálica e os tijolos e em casos
imilares a este.

20.4.6 Revestimentos (''pinturas")

Revestimentos são misturas de agregados finos e ligantes fornecidos com alto


teor de líquido, podendo ser aplicados m~u_alment: por pincel e escova.
pneumaticamente e mecanicamente por proJefª? e ate J?Or spray. Podem ter
lioante
0 químico orgânico hidráulico e/ou cerarruco. Praticamente, possuem as
mesmas características
' das
' argamassas, mas sao - ap1·1cados para proteção ·
usualmente, em camada fina de espessura de 18 mm.

20.4.7 Propriedades dos refratários não-conformados


, · -
As propriedades dos refratanos nao-co Ormados vão depender
nfi fr tán'• da escolha dos
geral "'r entanto
li
agregados e do sistema de gaçao, - como nos , re a os em
ecimento à . 1" 0
temperatura,

eles só desenvolvem sua micr~eSlrutura ªP.?:s âe:;;ivas fases mineralógicas e


~lev~a, quando ocorrem as reaçoes e ~odrmdaço - depender fortemente do ciclo
ligaçoes entre elas. Portanto, as propne a es vao
de a ·
quecunento. massas massas de pinturas e massas
As massas plásticas, massas de socar, arg~ d E~ contraste, os concretos vão
llmnuiadas secas são aplicadas como fo~eci ~~ quantidade e pela eficiência da
ter suas propriedades influenciadas~bef Pionseqüêncía , para esses cerâmicos
~fustura com a água ou líquido de ligaça~. m e procedem antes e após a5 suas
e . ndamenta1 se conhecerem as reaçoes qu
ªPlicações.
S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann

. - qulllli
' ·ca dá uma idéia das propriedades finais, mas não fornece
A compos1çao d.1 - d · E
indicação precisa sobre o desempenho nas .con y~es e s~rviço. sse. só é
contemplado conhecendo-se as alterações ~neralogicas _e rrucroestrutura1s, as
quais vão ser uma função direta do mecanismo de qu~u:1a_e te~peratura de
uso. Esse fato explica também O porquê de produtos s1m1lares de mesma
classe apresentarem desempenho diverso . ,
o comportamento de concretos não-conforma dos _e semelhant~. aos
tijolos não queimados ou curados, porque ambos dif~r~m dos tlJolos
queimados - estes são fornecidos com microestrutur ~ def1n1da. E~tretanto,
a família dos não-conformados possui ainda maior complexidade na
definição de suas propriedades, por dependerem do procedimento da etapa
de sua secagem. Além disso, dependem também de suas propriedades
reológicas que determinam a sua correta instalação.
Nos concretos comuns, a de adição de água obedece ao compromisso
entre maior trabalhabilidade, favorecida pela maior quantidade de água
adicionada (é comum o operador "querer" adicionar mais água), ou maior
resistência mecânica e química em geral, obtida com menores quantidades
de água adicionada à massa refratária (a resistência cai devido à maior
porosidade deixada pela água perdida na secagem).
Como vi~to, entre os refratários não-conforma dos, as propriedades
podem vanar bastante. Destacam-se as qualidades dos concretos
deflocul~dos (e baixo cimento) em relação aos concretos comuns:
• densidade de empacotamento maximizada·
• baixa porosidade e elevada densidade· '
• elevada resistência mecânica a quente' e maiores valores de resistência
em geral;
• melhor resistência à erosão, à corrosão e ao choqu t, · .
• menores teores de CaO· e ermico,
: dis!ribuição ~e .taman~~s de poros mais fina;
ma10r condutividade termica.
De um modo geral graças ao d 1 .
com teores de cime~to significatf~envo vimento. de concretos re!ratários
tanto refratários conformad amente_reduzidos, pode-se dizer q~e
propriedades similares Por co os c~mo nao-~onform ados vão possuir
2'l 3 são válidos a amb.as as cl~:::s~mte, os pnncípios discutidos na seção

ri.ais abrasivosª
8 bra ão, o abrasivo possui maior dureza 4téf.l d .
de0 endo a dureza definida como resistência ao /: Dllllenál sobni,; 01Qill
ª·
at 0 ·abrasivos são empregados em uma ampla ab,_!~êou.pedne~~odad.
· · 1 · d - e&a.ug nc1a e ativt es
. dustriai , me u1n o operaçoes de corte e poliment d . d
in . geral na E h . e· . o e pisos e e
·uperfície ~m . . . nge~ ana ivtl. Ao longo do tempo com a
Ji\'ersi_fi~açao e I~tenSificaç~~ das ~tividades industriais, t~mou-se
ne~essana a obtençao de m~tenais abrasivos de características controladas.
st
A: pesqui a~ ?~ e c.ampo tiv~ram os primeiros sucessos na descoberta do
1
~arbeto de s1h~ 0 (SiC). Surgua,!11~ também, os superabrasivos (diamantes
·intéticos e mtreto de boro cub1co) e os materiais cerâmicos de alta
performance. à base de óxido de alumínio (Al Q ).
2 3

20.5.2 Características dos materiais abrasivos

A: mai importantes propriedades físicas dos materiais para uso como


abrajvo ão a dureza, a tenacidade, a forma do grão (ou partícula), o
tamanho e tipo de fratura e a pureza (ou uniformidade). Não é possível
2eneralizar que. para qualquer aplicação, uma dessas propriedades é mais
importante que as outras. A escolha do abrasivo certo para determi~ada
aplicação depende da finalidade da operação e da quantidade de matenal a
er retirado.
ASO 100 - R 100 B69 - 118

Tipode= :J
abrasivo
Granulometria
do abrasivo
Dureza _ _ _ _ __
relativa

Concentração - - - - - - - -
ncretos Tipo de _ _ _ _ _ _ _ _ __
pode-5: ligante
doS vao
Profundidade
·scutidos da seção abrasiva
Figura 11 - Especificações das características de um rebolo abrasivo.

. . ·vos são granulados e presos por


r.NormaJmente, os matena1s abrasi rodas (serras e reboios), em papel e
0
/º~ntes a peças na forma de d1~cos ~ abrasivo empregada (em uma lixa
ecidos (lixas e panos) . A dens idad~ eb siva (em uma serra de corte, por
ou rebolo) e a profundidade da seçao ª rat s a serem consideradas na
exempI ) _ .f. - s importan e f' . " .
0 _o sao es ec1 1caçoe. tilizado concorre para a e 1c1encia e
Peraçao. Tamb ·111 ) tipo de ligante u
652 S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann

economicidad e na operação de abrasã?· A Figura 11 aprese nta a~


especificações dessas caract~rística s tais como padroni zadas para a
tipificação de um rebolo abras1 vo . . ;. . .
o tipo de abrasivo pode ser natura] ou smtetico, mono~n stal1no ou
policristalino, recoberto ou não re_coberto. A. granul~metna pode ser
grosseira (para desbaste grosseiro) ou frna _(ate a orde~ de
subrnicrômetro s) para polimento fino. A concentraçao pod~ ~er baixa (o
que reduz a vida útil do rebolo) ou alta, o que eleva a vida ut1~ do rebolo,
e permite a aplicação de maiores forças no desba~t~. As pr?pr~edades dos
ligantes podem ser avaliadas quanto à condutividade terrnica (o que
influencia na formação de gradientes de temperatura no rebolo , resultado
da velocidade de corte). em função da porosidade (que permite a
impregnação com um líquido de arrefecimento ), da tenacidade ou da
capacidade do rebolo em absorver impactos ou variações bruscas de
temperatura.
A facilidade ou dificuldade em desgastar um material pode ser estimada
pela combinação entre a dureza e o módulo de resiliência que é
determinado pelo quadrado da resistência mecânica à tração, dividido pelo
duplo produto do módulo de elasticidade (MOR=a2/2E ). Dureza é uma
propriedade originalmente expressa em uma escala de minerais (escala
Mohs), ordenada em função da capacidade de um mineral riscar o mineral
menos duro e ser riscado por um mineral mais duro. No topo da escala de
10 níveis está o diamante. como o material de maior dureza conhecida.
Devido à dificuldade na ordenação de materiais de interesse tecnológico
nessa ~s~a~a. mas principalmente pela carência de fundamentaçã o teórica
na defm1çao da escala de dureza Mohs. introduziu-se escalas de durezas
basea?as no tamanho de indentação provocada pelo tensionamento de
p~nteu~ sob~e uma s~perfície. Com base nesse princípio, Vickers e Knoop
sao ~01s metodos d1fere~tes empregadas para quantificar a dureza de
abrasivos. O Quadro 4 hsta a dureza Knoop para diferentes materiais
empregados como abrasivos.

Quadro 4 - Valores de ~ para alguns materiais industriais.


llatllrtal Dureza Knoop
GPa
80
45
27
25
8
os materiais mais fáceis de desgastar. Os materiais mai • •
(maior MOR) e elevada dureza, como Si N s·c 1 TJB s. ao centro e à direita
da figura 12, são materiais desenvolvid~; ~a f: 2, TiN e outros n~ ~co
abrasivas, ou serem utilizados como abrasivos. P azer frente a solicttaçoes

75 , - - - - - - - - - - - - - - - - - - .

Diamante
60 , - - - - - - - - - - - - ~

íi'
a.
~ 45,-------------_J
o
o
e
:.:
Ili
N ]O -_J
1 - - - - - - - - - - - = -~
~
Carbetos
~ cementados
Aço
ferramenta

10-3 0,01 0,1 10 100

Módulo de resiliência . MOR lJlmm


3
r11rª
Figura 12 - Dureza Knoop e módulo de resiliência de diferentes materiais abrasivos e de uso industrial
(RATI'ERMANN, 1991 ).

nteresse tec
ndamentação Segundo ainda o gráfico da Figura 12, o diamante, por ser sobejamente o
e escalas de mat~rial de maior dureza e o de maior resistência mecânica. É empregado
efetivamente para o desgaste de todo e qualquer outro material (cerâmicos
0 tensionamet. vidros, concretos, pedras naturais, e metais de elevada dureza). Entretanto, por se;
pio. Vickerse formado por carbono, pode degradar quimicamente a temperaturas alcançadas
tificar a duit durante o desgaste abrasivo de materiais ferrosos, sendo essa uma forte limitação.
diferentes nu
2053 Tipos de abrasivos
20 .5 .3 .1 Óxido de Alumínio
O óxido de alumínio (ou alumina) é um material cerâmico com muitas
aplicações em diferentes campos da Engenharia. Para seu emprego como
abrasivo, a alumina é obtida a partir da fusão da bauxita a temperaturas da ordem
de 2000ºC. O óxido de alumínio obtido é granulado e fornecido em diferentes
gran~lometrias. Os grãos são de elevada dureza, de morlologia _irregul81:. Podem
tambem sofrer adit, ,ação com Ti02 , ou Cr20 3 e Mgü, dando ongem a diferentes
abrasivos. São em .-gados no desbaste de materiais como aço de alta liga, ferro
fundido nodular , . ,-leável e também para materiais não ferrosos no caso de
aplicações com h
A alumina adit1 com óxido de zircônio apresenta arestas cortantes, elevada
654 S. Roca Bragança e C. Pérez Bergmann

resistência mecânica, dureza e te na ci da de ,~ q1:e lh e perrr a ·. ida útil rn,.·.


longa. Assim, a alumina resiste mais a va na ço es~ b.rus cas , •
r-: e 1cte, 1
·•l( lj
'
aplicações de corte rápido e desbaste pesad~ . O m udo de ~ . ª P"dTâ
líJ,mterizado ,
não fundido co m o a convencional) possut gr an ul omet r
indicado p~ a uso em materiais de . difícil re tif i:aç.ã o, er
mJcrométrica.
e pr od ut i\i ~.
f
qualidade e redução de custos necessitam se r m ax m uz adas.

20 .5 .3 .2 Ca rb et o de silício
o carbeto de silício é obtido ~d us tr i~ en t~ em fomos elétricos em
temperaturas ac im a de 20 00 ºC , a pa rti r da sílica (S10 2~ ~ coq~e petróleo na
proporção 60-40, respectivamente ..~~ nf or ~e a co m pos1ç ao quuruca (aditivaçã
?e
o
e impurezas), a co r do carbeto de s11íc10 va na de ver~e a pr eto .
Os abrasivos de carbeto de silício sã o i~ du stn al m en te empregados para
desbaste em materiais co m o ferro fundido cm ze nt o, br on ze , alumínio . latã
o.
granito, mármore, refratários, en tre outros.

20 .5 .3 .3 Di am an te
O diamante empregado co m o abrasivo po de te r or ig em natural ou ser obtido
artificialmente através de técnicas de altas pr es sõ es . Po ss ui susceptibilidad
ea
el ev ad as te m pe ra tu ra s, po de nd o de gr ad ar -s e em se rv iç o (fenômeno
de
grafitização). E o mais nobre do s materiais abrasivos e de mais amplo uso

utilizado na fo rm a desde pó s submicrômetros at é gr ão s na or de m do milímetro.
É
empregado no desbaste de materiais du ro s e frágeis, incluindo-se cerâmica
s.
pedras preciosas e semipreciosas, entre outros.

2053.4 Ni tre to de bo ro cú bi co
O nitreto de bo ro cú bi co (BNcúbico) é ob tid o artificialmente. A forma cristaliro
cúbica (estrutura cristalina se m el ha nt e ao diamante) é a qu e apresenta
3-)
propriedades de interesse pa ra o us o co m o abrasivo. Su a du re za é inferior apena
s
~ do diamante; po ré m , diferentemente de ste , nã o apresenta o fenômeno de
~ - É em pr eg ad o industrialmente co m o bi ts pa ra a usioagem de
·,ft··s ferrosos, qu e po ss ue m ca rb on o, co m o aç os te m pe ra do s e ferro.
~,....i ..... ..

, C27-!'8: Standard dassifk:atioo ri flredaJ ..S ~ ,. rid


. NBR 6225: Materiais refratmios conformados • Detenninaçlo
--;eNT, 2001. dà Varlaçlo linear dhnenalonal. Rio •
. NBR 6368: Material refratário plúdco • Determinação do índl
- . NBR 6637: Materiais rehtmios . Detennina ção da dila cede trabalbabWdade. Rio de Janeiro: ABNT, 1~
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-· "" · ne1ro: NT 2001
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Janeiro: ABNT: 1999.
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