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Rio de Janeiro
Setembro 2016
Barbosa, Luis Felipe Chilicaua
E por fim, a todos os amigos que ao longo dos anos somam à minha vida.
Obrigado a todos.
i
RESUMO
O objetivo deste projeto é analisar e definir a melhor opção de um ciclo de
refrigeração por compressão a vapor utilizando como fluido refrigerante o dióxido de
carbono (CO2, R744) para um estabelecimento de carga térmica já estipulada.
Inicialmente, será apresentada a evolução histórica da aplicação do CO2 como
refrigerante, até o contexto tecnológico e de impactos ambientais da atualidade. Serão
esclarecidos os pontos operacionais positivos do refrigerante que justificam a
motivação para o atual crescimento de instalações bem como as diversas maneiras de
operação e comportamento do fluido no ciclo de refrigeração. Duas diferentes
configurações serão comparadas por cálculos manuais e simuladas em softwares para
que conclua-se qual desses ciclos é o mais viável para implantação no supermercado
considerando eficiência térmica para, posteriormente, serem selecionados os
principais equipamentos mais adequados, utilizando catálogos ou softwares de
fabricantes, e por fim comparação de consumo e custo energético do sistema.
ii
ABSTRACT
The objective of this project is to analyze and define the best option of a vapor
compression refrigeration cycle using carbon dioxide as the refrigerant (CO2, R744) for
a thermal load of establishment already stipulated. Initially, the historical evolution of
the application of CO2 as a refrigerant will be presented to the technological context
and environmental impacts of today. Positive operating points of the refrigerant will be
clarified to justify the motivation for the current growth of plants and the various ways of
operation and flow behavior in the refrigeration cycle. Two different configurations will
be compared by manual calculations and simulated in software to the conclusion which
of these cycles is the most feasible for implementation in the supermarket considering
thermal efficiency for later major equipment best suited to select, using catalogs or
software of manufactures, and finally comparison of energy consumption and cost of
the system.
iii
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
iv
6.3 Cálculo do coeficiente de performance (COP) ...................................................... 28
9 – CONCLUSÃO ....................................................................................................... 47
v
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 - Consumo de CFCs no Brasil de 1992 até 2014 (eCycle, 2015) ................ 4
Figura 2.2 - Consumo de HCFCs no Brasil de 1992 até 2014 (eCycle, 2015) ............... 4
Figura 3.1 - Tensão superficial do CO2 comparativo com outros fluidos (Ladeira,
Filho, 2005)................................................................................................................... 9
Figura 4.1 - Diagrama Pxh do CO2 (Souza, Antunes, Filho, 2012) .............................. 13
Figura 7.1 - Compressor para R134a com maior capacidade frigorífica no software
BITZER ....................................................................................................................... 30
vi
Figura 7.4 - Compressor para R404a com maior capacidade frigorífica no software
BITZER ....................................................................................................................... 33
Figura 7.6 – Válvula selecionada pelo ExV da Carel para R134a ............................... 39
Figura 7.7 – Válvula selecionada pelo ExV da Carel para R744 ................................. 40
Figura 8.1 – Configuração ciclo subcrítico cascata CO2 no PACK CALCULATION .... 42
Figura 8.3 – Sistema de bandeira tarifárias de energia no Brasil (CPFL, 2016) .......... 45
vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 - Cronograma de eliminação do CFC no Brasil (MMA, 2014) .................... 5
Tabela 8.4 – Sistema de bandeira tarifárias de energia no Brasil (CPFL, 2016) ......... 45
viii
1 – INTRODUÇÃO
A necessidade de controlar as condições do ambiente ocupado para realização
de atividades restritas a determinada temperatura ou para conforto foi a motivação
para a aplicação e desenvolvimento do ciclo de refrigeração por compressão a vapor.
1
2 - ASPECTOS AMBIENTAIS
Com as constantes preocupações com impactos ambientais e climáticos
intensificaram-se discussões para reduzir a degradação no planeta, nesse contexto
foram estabelecidos acordos em congressos para diminuir a destruição da camada de
ozônio e o aumento do aquecimento global que visaram restringir utilização de
refrigerantes sintéticos contribuintes com qualquer um dos dois problemas citados ou
ambos no mundo inteiro. Devido às exigências estabelecidas, iniciaram-se e
retomaram-se estudos para que fluidos refrigerantes CFC’s, HCFC’s e HFC’s com
elevadíssimos ODP e GWP possam ser substituídos por refrigerantes naturais com
menor potencial de impacto ambiental. A seguir serão esclarecidos os dois protocolos
que regem o processo de preservação ambiental do planeta quanto à fluidos de
refrigeração.
2
2.2 Aquecimento Global e efeito estufa
3
Figura 2.1 - Consumo de CFC’s
CFC no Brasil de 1992 até 2014 (eCycle, 2015)
4
Tabela 2.1 - Cronograma de eliminação do CFC no Brasil (MMA, 2014)
SDOs Linha base 01/07/1999 01/01/2002 01/01/2003 01/01/2005 01/01/2007 01/01/2010 01/01/2015
CFC 1995-1997 Congelada 50% 85% 100%
Halon 1995-1997 Congelada 50% 100%
Brometo de metila 1995-1998 Congelada 20% 100%
Meticloroformo 1998-2000 Congelada 30% 70% 100%
Tetracloreto de carbono 1998-2000 85% 100%
5
Figura 2.3 - Ciclo de Chapman
6
Figura 2.5 - Ciclo do cloro (MMA, 2014)
7
3 - HISTÓRICO DE APLICAÇÃO
Apesar da atual crescente de projetos, aplicações e estudos envolvendo o
dióxido de carbono, CO2 ou R744, a utilização do mesmo como fluido refrigerante vem
desde 1850 quando o inventor britânico Alexander Twining propôs usa-lo em um ciclo
de refrigeração de compressão a vapor. Seu auge de utilização foi nas décadas de 20
e 30 do século XX e era muito comum em grandes embarcações. Com o surgimento
dos CFC’s e depois os HCFC’s como refrigerantes considerados mais seguros na
época, a rápida perda de capacidade térmica e os altos valores de pressão em altas
temperaturas eram argumentos para a redução e substituição do R744. Após estudos
revelarem os crescentes impactos ambientais no planeta e os acordos mundiais com
exigências que desencadeiam a busca por alternativas naturais, ressurge então a
proposta de aplicação do R744 como fluido de refrigeração através do Professor
Gustav Lorentzen em aplicações subcríticas e transcríticas em um cenário mais
avançado tecnologicamente e mais responsável com o planeta. (Silva, 2009)
No que diz respeito à parte operacional o CO2 possui alta densidade de vapor
comparada com outros refrigerantes, possui capacidade volumétrica de refrigeração a
0ºC de 22545 kJ/m³ (expressa o potencial de refrigeração em 1m³ aspirado pelo
compressor), o que possibilita que equipamentos, tubulação e componentes sejam
fisicamente menores, destacando-se os compressores que ao succionarem maior
quantidade de vapor em um espaço menor irão trabalhar com maior eficiência
operacional e energética e menor quantidade de carga total de refrigerante do sistema
8
utilizando o R744 ao invés de um refrigerante com menor capacidade volumétrica
(Souza, Antunes, Filho, 2012).
Sistemas com CO2 operam com altas pressões de trabalho, bem maiores que
os refrigerantes sintéticos e foi um dos motivos para cair em desuso por falta de
segurança na década de 40. Porém com o avanço tecnológico e estudos já existem
alternativas para equiparar as pressões com alguns fluidos padrões no mercado, como
o R410a, além de também termos disponíveis atualmente uma maior variedades de
equipamentos, componentes e mecanismos de segurança para suportar elevadas
pressões incentivando mais ainda a aplicação deste fluido natural na refrigeração.
9
Dentro do contexto ambiental, considerando suas propriedades e
características, CO2 já seria uma ótima alternativa para refrigeração e isso se enfatiza
mais ainda por seu comportamento operacional no ciclo de refrigeração por
compressão a vapor totalmente favorável à aplicação, superando os refrigerantes
sintéticos na atualidade.
Todas as substâncias que existem nos estados sólido, líquido e vapor possuem
um ponto onde a determinada temperatura e pressão esses três estados coexistem.
Este ponto é chamado de ponto triplo. No R744 este ponto está a pressão 5,2 bar e a
temperatura -56,6ºC, valores de temperatura e pressão mais elevados do que os
demais refrigerantes. Outro ponto importante é o ponto crítico equivalente a pressão
de 73,6 bar e temperatura de 31ºC onde as densidades de vapor e líquido têm valores
bem aproximados. Acima desse ponto não é possível distinguir líquido e vapor pois
possuem a mesma densidade e aparência, situação representada graficamente na
figura 3.2 (Silva, 2009).
10
acordo com sua temperatura e pressão. As curvas apresentadas determinam os
pontos onde coexistem 2 fases, exceto para o ponto triplo. Nesse mesmo diagrama
podemos determinar a fase com os valores de temperatura e pressão do CO2 através
de sua localização. Também é possível explicar graficamente o fenômeno bastante
conhecido de sublimação do CO2 em estado sólido, chamado de “gelo seco” e
formado em pressão atmosférica de 1,0 bar e abaixo de temperatura de -78,4ºC, no
qual este último passa direto para estado de vapor.
3.3 Segurança
O R744 trabalha com temperaturas muito baixas, tão baixas que podem causar
queimaduras no contato com a pele. Se houver um acidente desse tipo, deve-se
aquecer a área da queimadura criogênica muito bem com água na temperatura
próxima a do nosso corpo. Para reduzir a possibilidade desse tipo de acidente é
recomendável que não haja contato com válvulas e tubulações do circuito que se
encontrem muito frias.
11
um espaço fechado será uma ameaça ao processo respiratório por deslocamento do
O2 na mesma proporção de inserção do gás.
É imprescindível o uso de EPI pela equipe de O&M, tanto para executar serviço
quanto para inspeção técnica, além de a realização de avaliação preliminar de risco
(APR) que mapeará os possíveis eventos, acidentes ou incidentes bem como suas
freqüência, conseqüências, probabilidade, sequência e risco calculado.
12
4 - CICLOS DE REFRIGERAÇÃO
UTILIZANDO CO2
As instalações que utilizam o R744 podem operar com 2 tipos de ciclos. Quando
o ciclo trabalha com a pressão de compressão ótima acima dos pontos triplo e crítico,
na fase supercrítica, é chamado de transcrítico e o ciclo que opera com suas pressões
entre os pontos crítico e triplo denomina-se subcrítico. Na figura 4.1 é possível
visualizar as fases e a zona supercrítica do R744.
Neste ciclo o refrigerante R744 é comprimido até uma pressão ótima acima do
ponto crítico denominada zona supercrítica, onde é impossível realizar a condensação
do fluido sendo possível apenas resfriá-lo. A pressão no lado de alta (HP) chega a
valores entre 10 Mpa e 15 Mpa e por esta razão são necessários equipamentos, como
compressores e trocadores de calor, fabricados e projetados especificamente para
suportar essas pressões bem elevadas. A pressão no lado de baixa (LP), também é
13
elevada, chega à 7 Mpa e não menos importante é a necessidade de equipamentos,
evaporadores por exemplo, que também suportem esse nível de pressão. (Silva, 2009)
14
Figura 4.3 - Ciclo transcrítico do CO2 (CoolPack)
Neste ciclo o R744 é comprimido até uma pressão ótima abaixo do ponto crítico,
diferentemente do ciclo transcrítico, e acima do ponto triplo. As características do
refrigerante são diferentes do ciclo que opera com alta pressão na zona supercrítica.
Mesmo com pressões de operação mais elevadas do que ciclos convencionais de
simples estágio, possui relação de pressão menor no compressor o que contribui para
a eficiência mecânica e energética do sistema.
15
carga do sistema poderá ser perdida e portanto é aconselhável adotar para
instalações grandes onde a eficiência deve superar o potencial de perda de gás (Silva,
2009).
16
5 - CARGA TÉRMICA
Para possibilitar o seguimento do trabalho escolheremos o cenário e carga
térmica considerando a tabela 1 do artigo de Silva, Euzébio, 2013, “Uma visão geral
da experiência obtida da aplicação do CO2 na refrigeração de supermercados no
Brasil” representada a seguir com diversos supermercados do Brasil em que existem
ou existirão sistemas de refrigeração em que o dióxido de carbono será ou é aplicado
como refrigerante. A tabela disponibiliza diversas cargas térmicas para os estágios de
média temperatura e baixa temperatura além de outras informações.
17
6 – CICLOS PARA ANÁLISE
Conforme apresentado anteriormente o ciclo subcrítico é o mais utilizado em
instalações para supermercados e também é o sugerido para a carga térmica proposta
para a análise, portanto foi escolhido com o intuito de resultados mais próximos da
realidade.
18
6.1 - Ciclo 1; R134a – R744
Neste ciclo o R744 será o fluido que realiza a absorção de calor do ambiente
interno nos evaporadores de média e baixa temperaturas e o R134a será o fluido
responsável pela rejeição de calor para o ambiente externo através dos
condensadores. Calor este que é transferido de um refrigerante para o outro através
do trocador de calor cascata que une os circuitos e terá função de condensador para o
R744 e de evaporador para o R134a.
Para explicar todo o circuito do CO2 tomarei como ponto inicial a saída do fluido
do trocador de calor cascata. O CO2 sai do trocador cascata subresfriado de 10K
19
(ponto 1) depois de rejeitar calor para o circuito primário encarregado de trocar a
energia térmica com o ambiente externo, e sua vazão se divide, não igualmente, parte
para atender a demanda térmica do evaporador de média temperatura (ponto 2) e
parte para atender a demanda térmica do evaporador de baixa temperatura (ponto 3).
Para o evaporador de média existe uma bomba para o CO2 que irá circular a vazão
mássica de fluido necessária para atender a demanda térmica da média temperatura,
absorvendo o calor desse primeiro ambiente. Para atender a demanda térmica da
baixa temperatura, a outra parcela da vazão do CO2 segue para válvula de expansão
termostática responsável por reduzir apropriadamente pressão e temperatura do fluido
através do processo de expansão. Com sua pressão reduzida (ponto 4) e em estado
bifásico (líquido + vapor) o refrigerante segue para o separador de líquido (tanque de
baixa ou tanque de flash) onde o mesmo se encarrega de garantir que apenas CO2 no
estado líquido saturado armazenado no equipamento na temperatura de evaporação
vá para os evaporadores de baixa temperatura através de uma bomba de circulação
de CO2 (ponto 5), pela chamada linha de sucção úmida, onde absorverá o calor do
ambiente pela evaporação do fluido e sairá do equipamento como vapor saturado
retornando ao tanque de baixa (ponto 6). O papel do separador de líquido para os
evaporadores é preencher a tubulação apenas com líquido o que consequentemente
aumenta a eficiência térmica deste trocador reduzindo o efeito “flash gás” e assim
proporcionar o chamado evaporador inundado. Pela absorção por evaporação possuir
uma capacidade muito grande de absorção de calor, a quantidade de refrigerante para
manter o efeito de resfriamento é reduzida drasticamente (Silva, 2009). Outra
vantagem do separador de líquido é garantir a não entrada de refrigerante líquido nos
compressores, o que comprometeria a mecânica do equipamento, substituindo assim
o processo de superaquecimento que também impede a entrada de líquido no
compressor. O vapor saturado é succionado do separador de líquido para o
compressor pela linha de sucção fisicamente instalada acima do nível de líquido por
segurança (ponto 7). No processo de compressão o CO2 tem pressão e temperaturas
elevadas até seus respectivos valores de condensação (ponto 8) para após a
descarga do compressor seguir o circuito se unindo com a parcela de fluido que deixa
o evaporador de média temperatura na mesma pressão de condensação (ponto 9).
Por fim o fluido segue para realizar a transferência de calor no trocador cascata para o
fluido do circuito responsável por trocar o calor com ambiente externo (ponto 10) e
depois o R744 reiniciará todo o processo (ponto 1).
20
apresentados a seguir. Ambos foram gerados a partir dos resultados da simulação no
software COOLPACK.
R744
Ponto T [ °C ] P [ bar ] h [ KJ/Kg ]
1 -20,00 26,50 154,95
2 -20,00 26,50 154,95
3 -20,00 26,50 154,95
4 -35,00 26,50 154,95
5 -35,00 12,05 123,43
6 -35,00 12,05 436,11
7 -35,00 12,05 436,11
8 17,09 26,50 469,31
9 -10,00 26,50 435,16
10 -5,00 26,50 440,44
= ℎ − ℎ
21
= 0,45 Kg/s
ℎ + ℎ = ! ℎ! + " ℎ"
= " ; ! =
ℎ" − ℎ = ! ℎ − ℎ! =
! = 0,07 Kg/s
= $ = 0,08 Kg/s
& = + $
& = 0,53Kg/s
'" = 2,72
( '" = 152,72 KW
22
6.1.2 R134a no ciclo 1 ( Tc = 40ºC ; Te = -5ºC )
23
Tabela 6.2 - Estados do R134a no ciclo 1
R134a
Ponto T [ °C ] P [ bar ] h [ KJ/Kg ]
1 40,00 13,18 256,16
2 -5,00 2,43 256,16
3 -5,00 2,43 193,42
4 -5,00 2,43 394,28
5 -5,00 2,43 394,28
6 55,37 13,18 429,23
( '" = '&$ , = $ ℎ − ℎ$
$ = 0,76 Kg/s
ℎ + ℎ = $ ℎ$ + ! ℎ!
$ = ; ! =
ℎ! − ℎ = $ ℎ − ℎ$ = '&$ ,
= 1,11 Kg/s
'&$ , = ! ℎ − ℎ!
'&$ , = 38,66
24
Pela primeira lei da termodinâmica podemos então encontrar o calor dissipado
para o ambiente externo:
( '&$ , = 191,38 KW
25
6.2 Ciclo 2; R404a – R744
26
6.2.1 R404a no ciclo 2 ( Tc = 45 ºC ; Te = -15ºC )
R404a
Ponto T [ °C ] P [ bar ] h [ KJ/Kg ]
1 34,77 20,45 254,29
2 -14,91 3,64 254,29
3 -14,91 3,64 178,71
4 -14,91 3,64 359,65
5 -14,91 3,64 159,65
6 51,60 20,45 394,15
( '" = * , = $ ℎ − ℎ$
27
$ = 0,84 Kg/s
ℎ + ℎ = $ ℎ$ + ! ℎ!
$ = ; ! =
ℎ! − ℎ = $ ℎ − ℎ$ = ' * ,
= 1,45 Kg/s
' * , = ! ℎ − ℎ!
' * , = 50,03
( * , = 202,75 KW
/01 = 3,63
28
6.3.2 Cálculo COP R404a – R744
/01 = 2,84
29
7 - SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS
7.1 Compressores
7.1.1 R134a
30
Figura 7.2 – Compressor para R134a selecionado pelo software BITZER.
7.1.2 R744
31
Figura 7.3 – Compressor para R744 selecionado pelo software BITZER.
7.1.3 R404a
32
Figura 7.4 – Compressor para 404a com maior capacidade frigorífica no
software BITZER.
7.2 Evaporadores
33
para cada seção de acordo com o capítulo 5 é para LT igual a 23 KW e para MT igual
a 127 KW.
• 10 câmaras de congelados;
• 15 câmaras de resfriados.
34
evaporador é de –35ºC. Logo, de acordo com a tabela 7.1 serão necessários dez
evaporadores da série Mi modelo 031 com capacidade frigorífica de 2,692KW.
Com 15 câmaras de resfriados com carga térmica total de 127 KW, individual
de 8,467 KW e temperatura de evaporação do refrigerante em cada evaporador de
–10ºC serão necessários quinze evaporadores da série Mi modelo 094 com
capacidade frigorífica de 9,421 KW de acordo com a tabela 7.1.
7.3 Condensador
Onde:
35
A tabela 7.2 permite acharmos o valor de FRS entrando com os dados do
refrigerante de temperatura de evaporação, 40ºC, e temperatura de condensação,
-5ºC. Sendo assim FRS = 1,3.
DT = 40 ºC – 30 ºC
DT = 10 ºC
36
Tabela 7.3 – Catálogo comercial MIPAL
O fator < é relativo ao refrigerante. Então para o R134a < = 1,01 segundo a
tabela 7.4.
56 = 246,26
Para entrada de nível de ruído a 10m a correção é feita de acordo com o valor
do nível sonoro máximo admissível e adotaremos 56 Dba a 15m para nosso cenário.
Assim, seguindo a tabela 7.7 do fator de correção teremos:
37
Nível de ruído a 10m = Nivel de ruído a 15m – 4
38
7.4 – Válvulas de expansão
Figura 7.6 - Válvula selecionada pelo ExV selection da Carel para R134a
39
7.4.2 VExp para R744
Além dos dados de entrada comuns à seleção anterior, para o caso específico
do R744 é adicionada a entrada para grau de subresfriamento. Utilizando como dados
de entrada no aplicativo os valores do refrigerante R744 no ciclo 1 a válvula de
expansão selecionada será de modelo E2V24 para desempenhar uma queda de
pressão de aproximadamente 15 bar.
Figura 7.7 - Válvula selecionada pelo ExV selection da Carel para R744
40
7.5 – Trocador de calor
Para trocador de calor cascata, que atua como condensador para o R744 e
evaporador para o R134a, a melhor opção é utilizarmos o trocador tipo placa devido às
altas pressões de operação do ciclo subcrítico do CO2 além de também possuírem
maior eficiência térmica do que um trocador casca e tubo, por exemplo.
41
8 - CONSUMO ENERGÉTICO
O cálculo do consumo energético das instalações será realizado pelo software
PACK CALCULATION que nos possibilitará também chegar a valores de custo
energético por estimativa de preço da concessionária fornecedora regional e ainda a
economia de consumo comparando os dois ciclos.
Para isso são necessários dados de entrada como arranjo do ciclo, refrigerante,
temperatura de evaporação do fluido secundário em LT e MT, temperatura de
condensação do fluido primário, localização geográfica, cargas térmicas de LT e MT e
diferencial de temperatura no trocador cascata. Porém o mais importante é o modelo e
quantidade de compressores a serem utilizados conforme seleção no capítulo 7, já
que esses são os responsáveis pelo maior consumo energético no ciclo de
refrigeração.
42
Tabela 8.1 – Relação de equipamentos na configuração
ciclo subcrítico CO2 no PACK CALCULATION
Nº Equipamento
1 Compressores
2 Trocador de calor interno
3 Válvula de expansão
4 Compressores
5 Trocador de calor interno
6 Válvula de expansão
7 Evaporador LT
8 Bomba de succção separador de líquido
9 Separador de líquido (tanque flash)
10 Evaporador MT
11 Bomba circulação CO2 para MT
12 Trocador de calor tipo placas
13 Bomba de succção separador de líquido
14 Separador de líquido (tanque flash)
15 Condensador
43
Tabela 8.2 - Consumo energético PACK CALCULATION
44
Tabela 8.3 - Tarifa de fornecimento de energia elétrica
(AES Eletropaulo, 2016)
45
Tabela 8.5 - Economia anual
Ciclo 2 Ciclo 1
(R404a - R744) (R134a-R744)
Consumo de energia total no ano (KWh) 370012 297002
Tarifa de energia (R$/KWh) 0,32928 0,32928
Custo de energia total no ano (R$) 121837,55 97796,82
Economia anual de consumo de energia (KWh) 73010,00
Economia anual de custo de energia (R$) 24040,73
Economia anual (%) 19,73%
46
9 – CONCLUSÃO
Inicialmente apresentamos e explicamos as questões ambientais legais
abrangidas pelo Protocolo de Kyoto e Protocolo de Montreal que motivaram o retorno
da utilização de refrigerantes naturais substituindo refrigerantes com alto potencial de
degradação da camada de ozônio (ODP) e potencial de aquecimento global (GWP).
Também relatamos o histórico de aplicação do CO2 para refrigeração junto com suas
características, propriedades e comportamento que justificam o retorno na aplicação
como fluido refrigerante no contexto tecnológico e ambiental atual. Em seguida
esclarecemos os dois possíveis ciclos de refrigeração utilizando R744, subcrítico e
transcrítico, ilustrando graficamente no diagrama P x h e apresentando as principais
características operacionais de cada um visando a escolha do ciclo mais adequado.
47
Referências Bibliográficas
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Parte1: Projeto das Instalações. Rio de Janeiro, RJ;
48
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SILVA A., EUZEBIO M., 2013, “Uma visão geral da experiência obtida da aplicação do
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49
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SWEP, Catálogo Trocador de calor tipo placa modelo B400, disponível em:
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50