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Carla Oliveira

De: Notícias OA [eventos@oa.pt]


Enviado: terça-feira, 26 de Outubro de 2010 16:06
Para: eventos@oa.pt
Assunto: O Sistema do Acesso ao Direito

O SISTEMA DO ACESSO AO DIREITO

Caro(a) Colega,

Constato ao fim de longos três anos, como vogal do Conselho Geral com o
pelouro do Acesso ao Direito, em que assisti a muitos silêncios, que,
finalmente, o sistema do Acesso ao Direito e aos Tribunais passou a estar na
ordem do dia.

Tenho pena que muitos dos que agora falam, – e como falam – não tenham
dado o seu contributo construtivo nas reuniões que o Conselho Geral promoveu
com os Conselhos Distritais, com as Delegações e com os Colegas, nas mais
diversas Comarcas por esse país fora, desde Tavira, Albufeira, Montemor-o-
Novo, Cascais, Vila Franca de Xira, Loures até Lamego, Viana do Castelo ou
Braga.

Esta foi uma viagem, por vezes, solitária!


Teria sido reconfortante, na altura, ter ouvido as críticas, mas também a
defesa, com a veemência a que hoje se assiste, do actual sistema do acesso
ao direito.

O Conselho Geral deliberou no dia 20 de Outubro de 2010 criar uma comissão


para definir os fundamentos, objectivos e regulamento do futuro Instituto do
Acesso ao Direito da Ordem dos Advogados.

Fê-lo consciente de que, nesta recta final do mandato, havia algo que se
impunha ainda realizar com vista a garantir uma maior eficiência e rapidez na
resposta às preocupações, anseios e dúvidas dos Colegas que participam no

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sistema do acesso ao direito.

A gestão deste sistema é cada vez mais complexa, tendo a Ordem dos
Advogados, com as recentes alterações legislativas, um acréscimo de
competências que mais do que exigir, impõem a criação de uma estrutura que
se dedique e trate exclusivamente tais matérias.

Um dos princípios preconizados por este Bastonário e Conselho Geral foi o de


uma Ordem para todos, uma Ordem de todos e para todos os Advogados!
Foi, neste contexto, que o Conselho Geral formalizou o convite para que um
conjunto de Colegas, que noutros fóruns, se dedicaram à defesa intransigente
deste sistema de acesso ao direito, pudessem colaborar, dentro da sua Ordem
e com ela, na criação de um Instituto que corresponde a uma aspiração de
todos os participantes no sistema.

Desenganem-se contudo aqueles que julgam que este Instituto corresponde à


reedição do IAD defendido pelo Bastonário Dr. José Miguel Júdice ou pelo Dr.
João Correia.

O Instituto do Acesso ao Direito que o Conselho Geral se propõe criar não


pressupõe qualquer financiamento do Estado ou qualquer ideia de
funcionalização da advocacia e sobretudo, não traduzirá qualquer aparelho
clientelar.

O Instituto alicerçado em tais pressupostos fez correr tinta, muita tinta, há uns
anos atrás, tinha como adeptos algumas das vozes que o guardam bem vivo na
memória – e de tão bem guardado que estava, vêm agora falar nele - e
entre eles nunca estiveram, nem estão, o Bastonário e os actuais membros do
Conselho Geral.

Este Conselho Geral defende um Instituto do Acesso ao Direito constituído por


advogados que colaborem no aperfeiçoamento do actual sistema do acesso ao
direito, acompanhem as preocupações dos advogados, sugiram alterações
legislativas / regulamentares e promovam encontros, debates e conferências
com vista à dignificação e ao prestígio da figura do Defensor Oficioso.

Um Instituto marcado por trabalho voluntário, sem qualquer remuneração


para os seus membros – à semelhança do que se passa nos demais Institutos e
Comissões da Ordem dos Advogados – e cuja única compensação será o
reconhecimento do mérito do trabalho que prestam.

Desenganem-se os que julgam que o IAD que o Conselho Geral pretende criar
é o IAD do Passado, com uma estrutura megalómana, com remunerações

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milionárias, com um quadro de formadores, com recursos humanos próprios,
financiado pelo Estado e, por consequência, na sua dependência.
Esse IAD representaria a negação de todas as convicções e políticas
implementadas nos últimos três anos pelo actual Bastonário e Conselho Geral.

Gostaria de concluir, congratulando-me com a constatação de que, afinal, este


sistema do acesso ao direito – tão criticado no passado recente – é do agrado
de todos, ou quase todos, os advogados e dirigentes da Ordem dos Advogados!
Ainda bem que assim é, já que este Bastonário e Conselho Geral – que
negociaram em Janeiro e Fevereiro de 2008 a consagração do actual sistema
com o Ministério da Justiça, que lutaram sem tréguas para que fosse cumprido
o prazo de pagamento dos honorários, que se dedicaram ao seu
aperfeiçoamento, que lograram retirar a competência em matéria de despesas
aos Juízes passando-a para a Ordem dos Advogados – ficam muito mais
tranquilos com a certeza de que não anda por aí ninguém “à espreita” para
consagrar qualquer outro dos modelos conhecidos e ainda, recentemente,
propagandeados como alternativa.

Afinal, neste termo de mandato, comungamos todos da mesma vontade:


manter, aperfeiçoar e desenvolver o actual sistema do acesso ao direito e
repudiar qualquer ideia de funcionalização da advocacia, porque a nossa
advocacia é livre e independente.

Com os melhores cumprimentos,

Elina Fraga
Vogal do Conselho Geral

Lisboa, 26 de Outubro de 2010

Largo de São Domingos, 14, 1º, 1169-060 Lisboa


T: 21 882 35 50 – F: 21 886 24 03

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