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Administração
A Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), tem o propósito de regula-
mentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e seus disposi-
tivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A publicação da LAI significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível a
maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o acesso da socieda-
de às informações públicas permite que ocorra uma melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no art.
5º, inciso XXXIII do Capítulo I – dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos –, o qual dispõe
que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no art. 5º, inciso XIV, no art. 37,
§ 3º, inciso II e no art. 216, § 2º. São esses os dispositivos que a LAI regulamenta, estabelecen-
do requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar
e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
A LAI torna essencial o princípio da transparência máxima: o acesso é a regra, e o sigilo é a exce-
ção. Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei, todas as demais infor-
mações são consideradas públicas e, por isso, passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos.
A LAI também consolida e define o marco regulatório sobre o acesso à informação pública sob
a guarda do Estado e estabelece procedimentos para que a Administração responda a pedidos
de informação do cidadão. Para isso, a LAI estipula:
•• procedimentos, normas e prazos para o processamento dos pedidos de informação;
•• a criação de um Serviço de Informações ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do
poder público;
•• que órgãos e entidades públicas devem divulgar informações de interesse coletivo, sobre-
tudo por meio da Internet, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto
legal;
•• mecanismos de recurso em caso de negativa de acesso à informação.
A seguir, um quadro com o resumo dos conteúdos da LAI.
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Temá%ca
por
capítulo Ar%gos Principais
assuntos
Aplicabilidade
da
Lei 1
e
2 Quem
se
submete
ao
regramento.
Diretrizes
(princípios)
3 Diretrizes
do
direito
fundamental
de
acesso
a
informações.
Definições
de
expressões
básicas:
informação,
documento,
Glossário 4
informação
sigilosa,
etc.
Compromissos
e
deveres
do
Estado:
direito
de
acesso
e
de
GaranIas
do
direito
de
acesso 5,
6,
7
e
9 informar
é
regra;
não
pode
deixar
o
cidadão
no
limbo;
SIC;
Audiências
Públicas.
Transparência
aIva
-‐
divulgação
Categorias
de
informação
a
serem
divulgadas
proaIvamente;
8
proaIva Canais
e
formas
de
divulgação.
Transparência
passiva
-‐
pedidos
Exigências
para
o
pedido
(idenIficação
do
cidadão);
10
a
14
de
informação Procedimentos,
prazos
e
custo
para
o
atendimento
.
Direito
de
recurso
à
recusa
de
Procedimentos
e
prazos
para
recurso
–
ritos
legais;
15
a
20
liberação
de
informação Autoridades
responsáveis;
Pedido
de
desclassificação.
Regras
e
níveis
de
restrição
de
acesso
(classificação);
Prazos
Restrições
de
acesso
–
21
a
31 (5,
15
e
25
anos);
Controle
de
informações
sigilosas
e
Exceções
ao
direito
de
acesso
pessoais;
JusIficaIva
do
não
acesso.
Responsabilidade
dos
agentes 32
a
34 Condutas
ilícitas;
Sanções.
Disposições
gerais 35
a
47 Comissão
Mista
de
Reavaliação
de
Informações;
outras.
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Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo
LEI Nº 12.527/2011
Regula o acesso a informações previsto no inci- Parágrafo único. A publicidade a que estão
so XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 submetidas as entidades citadas no caput
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; al- refere-se à parcela dos recursos públicos
tera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; recebidos e à sua destinação, sem prejuízo
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e das prestações de contas a que estejam le-
dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de galmente obrigadas.
1991; e dá outras providências.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o destinam-se a assegurar o direito fundamental
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- de acesso à informação e devem ser executados
guinte Lei: em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes dire-
trizes:
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IV – informação pessoal: aquela relacionada II – proteção da informação, garantindo-se
à pessoa natural identificada ou identificá- sua disponibilidade, autenticidade e integri-
vel; dade; e
V – tratamento da informação: conjunto III – proteção da informação sigilosa e da in-
de ações referentes à produção, recepção, formação pessoal, observada a sua disponi-
classificação, utilização, acesso, reprodu- bilidade, autenticidade, integridade e even-
ção, transporte, transmissão, distribuição, tual restrição de acesso.
arquivamento, armazenamento, elimina-
ção, avaliação, destinação ou controle da Art. 7º O acesso à informação de que trata esta
informação; Lei compreende, entre outros, os direitos de ob-
ter:
VI – disponibilidade: qualidade da informa-
ção que pode ser conhecida e utilizada por I – orientação sobre os procedimentos para
indivíduos, equipamentos ou sistemas au- a consecução de acesso, bem como sobre o
torizados; local onde poderá ser encontrada ou obtida
a informação almejada;
VII – autenticidade: qualidade da informa-
ção que tenha sido produzida, expedida, II – informação contida em registros ou do-
recebida ou modificada por determinado cumentos, produzidos ou acumulados por
indivíduo, equipamento ou sistema; seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
não a arquivos públicos;
VIII – integridade: qualidade da informação
não modificada, inclusive quanto à origem, III – informação produzida ou custodiada
trânsito e destino; por pessoa física ou entidade privada decor-
rente de qualquer vínculo com seus órgãos
IX – primariedade: qualidade da informação ou entidades, mesmo que esse vínculo já
coletada na fonte, com o máximo de deta- tenha cessado;
lhamento possível, sem modificações.
IV – informação primária, íntegra, autêntica
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de e atualizada;
acesso à informação, que será franqueada, me-
diante procedimentos objetivos e ágeis, de for- V – informação sobre atividades exercidas
ma transparente, clara e em linguagem de fácil pelos órgãos e entidades, inclusive as rela-
compreensão. tivas à sua política, organização e serviços;
VI – informação pertinente à administração
do patrimônio público, utilização de recur-
CAPÍTULO II sos públicos, licitação, contratos administra-
tivos; e
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E
DA SUA DIVULGAÇÃO VII – informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder
resultados dos programas, projetos e ações
público, observadas as normas e procedimentos
dos órgãos e entidades públicas, bem como
específicos aplicáveis, assegurar a:
metas e indicadores propostos;
I – gestão transparente da informação, pro-
b) ao resultado de inspeções, auditorias,
piciando amplo acesso a ela e sua divulga-
prestações e tomadas de contas realizadas
ção;
pelos órgãos de controle interno e externo,
incluindo prestações de contas relativas a
exercícios anteriores.
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VII – indicar local e instruções que permi- CAPÍTULO III
tam ao interessado comunicar-se, por via DO PROCEDIMENTO DE ACESSO
eletrônica ou telefônica, com o órgão ou en-
tidade detentora do sítio; e À INFORMAÇÃO
VIII – adotar as medidas necessárias para Seção I
garantir a acessibilidade de conteúdo para DO PEDIDO DE ACESSO
pessoas com deficiência, nos termos do art.
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de Art. 10. Qualquer interessado poderá apresen-
2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Di- tar pedido de acesso a informações aos órgãos
reitos das Pessoas com Deficiência, aprova- e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por
da pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de qualquer meio legítimo, devendo o pedido con-
julho de 2008. ter a identificação do requerente e a especifica-
ção da informação requerida.
§ 4º Os Municípios com população de até
10.000 (dez mil) habitantes ficam dispen- § 1º Para o acesso a informações de inte-
sados da divulgação obrigatória na internet resse público, a identificação do requerente
a que se refere o § 2º, mantida a obrigato- não pode conter exigências que inviabilizem
riedade de divulgação, em tempo real, de a solicitação.
informações relativas à execução orçamen-
tária e financeira, nos critérios e prazos pre- § 2º Os órgãos e entidades do poder público
vistos no art. 73-B da Lei Complementar nº devem viabilizar alternativa de encaminha-
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon- mento de pedidos de acesso por meio de
sabilidade Fiscal). seus sítios oficiais na internet.
Art. 9º O acesso a informações públicas será as- § 3º São vedadas quaisquer exigências rela-
segurado mediante: tivas aos motivos determinantes da solicita-
ção de informações de interesse público.
I – criação de serviço de informações ao ci-
dadão, nos órgãos e entidades do poder pú- Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá au-
blico, em local com condições apropriadas torizar ou conceder o acesso imediato à infor-
para: mação disponível.
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§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser Art. 13. Quando se tratar de acesso à informa-
prorrogado por mais 10 (dez) dias, median- ção contida em documento cuja manipulação
te justificativa expressa, da qual será cienti- possa prejudicar sua integridade, deverá ser
ficado o requerente. oferecida a consulta de cópia, com certificação
de que esta confere com o original.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da prote-
ção das informações e do cumprimento da Parágrafo único. Na impossibilidade de ob-
legislação aplicável, o órgão ou entidade tenção de cópias, o interessado poderá soli-
poderá oferecer meios para que o próprio citar que, a suas expensas e sob supervisão
requerente possa pesquisar a informação de servidor público, a reprodução seja feita
de que necessitar. por outro meio que não ponha em risco a
conservação do documento original.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso
por se tratar de informação total ou par- Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro
cialmente sigilosa, o requerente deverá ser teor de decisão de negativa de acesso, por certi-
informado sobre a possibilidade de recurso, dão ou cópia.
prazos e condições para sua interposição,
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida- Seção II
de competente para sua apreciação. DOS RECURSOS
§ 5º A informação armazenada em formato Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a
digital será fornecida nesse formato, caso informações ou às razões da negativa do acesso,
haja anuência do requerente. poderá o interessado interpor recurso contra a
§ 6º Caso a informação solicitada esteja dis- decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da
ponível ao público em formato impresso, sua ciência.
eletrônico ou em qualquer outro meio de Parágrafo único. O recurso será dirigido à
acesso universal, serão informados ao re- autoridade hierarquicamente superior à
querente, por escrito, o lugar e a forma pela que exarou a decisão impugnada, que deve-
qual se poderá consultar, obter ou repro- rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
duzir a referida informação, procedimento
esse que desonerará o órgão ou entidade Art. 16. Negado o acesso a informação pelos ór-
pública da obrigação de seu fornecimento gãos ou entidades do Poder Executivo Federal,
direto, salvo se o requerente declarar não o requerente poderá recorrer à Controladoria-
dispor de meios para realizar por si mesmo -Geral da União, que deliberará no prazo de 5
tais procedimentos. (cinco) dias se:
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IV – estiverem sendo descumpridos prazos Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado
ou outros procedimentos previstos nesta ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser
Lei. informado sobre o andamento de seu pedido.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somen- Art. 19. (VETADO).
te poderá ser dirigido à Controladoria-Geral
da União depois de submetido à apreciação § 1º (VETADO).
de pelo menos uma autoridade hierarquica- § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Mi-
mente superior àquela que exarou a deci- nistério Público informarão ao Conselho
são impugnada, que deliberará no prazo de Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional
5 (cinco) dias. do Ministério Público, respectivamente, as
§ 2º Verificada a procedência das razões do decisões que, em grau de recurso, negarem
recurso, a Controladoria-Geral da União de- acesso a informações de interesse público.
terminará ao órgão ou entidade que adote Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que cou-
as providências necessárias para dar cum- ber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao
primento ao disposto nesta Lei. procedimento de que trata este Capítulo.
§ 3º Negado o acesso à informação pela
Controladoria-Geral da União, poderá ser
interposto recurso à Comissão Mista de Re-
CAPÍTULO IV
avaliação de Informações, a que se refere o
art. 35. DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO
À INFORMAÇÃO
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
desclassificação de informação protocolado em Seção I
órgão da administração pública federal, poderá
o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
DISPOSIÇÕES GERAIS
área, sem prejuízo das competências da Comis- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à infor-
são Mista de Reavaliação de Informações, pre- mação necessária à tutela judicial ou adminis-
vistas no art. 35, e do disposto no art. 16. trativa de direitos fundamentais.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somen- Parágrafo único. As informações ou docu-
te poderá ser dirigido às autoridades men- mentos que versem sobre condutas que
cionadas depois de submetido à apreciação impliquem violação dos direitos humanos
de pelo menos uma autoridade hierarqui- praticada por agentes públicos ou a mando
camente superior à autoridade que exarou de autoridades públicas não poderão ser
a decisão impugnada e, no caso das Forças objeto de restrição de acesso.
Armadas, ao respectivo Comando.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as de-
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de
que tenha como objeto a desclassificação justiça nem as hipóteses de segredo industrial
de informação secreta ou ultrassecreta, ca- decorrentes da exploração direta de atividade
berá recurso à Comissão Mista de Reavalia- econômica pelo Estado ou por pessoa física ou
ção de Informações prevista no art. 35. entidade privada que tenha qualquer vínculo
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões com o poder público.
denegatórias proferidas no recurso previsto no art.
15 e de revisão de classificação de documentos si-
gilosos serão objeto de regulamentação própria
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério
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lamento, sem prejuízo das atribuições dos e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu-
agentes públicos autorizados por lei. lares permanentes no exterior;
§ 2º O acesso à informação classificada II – no grau de secreto, das autoridades re-
como sigilosa cria a obrigação para aquele feridas no inciso I, dos titulares de autar-
que a obteve de resguardar o sigilo. quias, fundações ou empresas públicas e
sociedades de economia mista; e
§ 3º Regulamento disporá sobre procedi-
mentos e medidas a serem adotados para III – no grau de reservado, das autoridades
o tratamento de informação sigilosa, de referidas nos incisos I e II e das que exerçam
modo a protegê-la contra perda, alteração funções de direção, comando ou chefia,
indevida, acesso, transmissão e divulgação nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Di-
não autorizados. reção e Assessoramento Superiores, ou de
hierarquia equivalente, de acordo com re-
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as gulamentação específica de cada órgão ou
providências necessárias para que o pessoal a entidade, observado o disposto nesta Lei.
elas subordinado hierarquicamente conheça as
normas e observe as medidas e procedimentos § 1º A competência prevista nos incisos I e
de segurança para tratamento de informações II, no que se refere à classificação como ul-
sigilosas. trassecreta e secreta, poderá ser delegada
pela autoridade responsável a agente públi-
Parágrafo único. A pessoa física ou entida- co, inclusive em missão no exterior, vedada
de privada que, em razão de qualquer vín- a subdelegação.
culo com o poder público, executar ativida-
des de tratamento de informações sigilosas § 2º A classificação de informação no grau
adotará as providências necessárias para de sigilo ultrassecreto pelas autoridades
que seus empregados, prepostos ou repre- previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I
sentantes observem as medidas e procedi- deverá ser ratificada pelos respectivos Mi-
mentos de segurança das informações re- nistros de Estado, no prazo previsto em re-
sultantes da aplicação desta Lei. gulamento.
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III – ao cumprimento de ordem judicial; de ocultação de ato ilegal cometido por si
ou por outrem;
IV – à defesa de direitos humanos; ou
VI – ocultar da revisão de autoridade supe-
V – à proteção do interesse público e geral rior competente informação sigilosa para
preponderante. beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
§ 4º A restrição de acesso à informação re- de terceiros; e
lativa à vida privada, honra e imagem de VII – destruir ou subtrair, por qualquer
pessoa não poderá ser invocada com o in- meio, documentos concernentes a possíveis
tuito de prejudicar processo de apuração violações de direitos humanos por parte de
de irregularidades em que o titular das in- agentes do Estado.
formações estiver envolvido, bem como em
ações voltadas para a recuperação de fatos § 1º Atendido o princípio do contraditório,
históricos de maior relevância. da ampla defesa e do devido processo legal,
as condutas descritas no caput serão consi-
§ 5º Regulamento disporá sobre os proce- deradas:
dimentos para tratamento de informação
pessoal. I – para fins dos regulamentos disciplinares
das Forças Armadas, transgressões militares
médias ou graves, segundo os critérios neles
estabelecidos, desde que não tipificadas em
CAPÍTULO V lei como crime ou contravenção penal; ou
DAS RESPONSABILIDADES
II – para fins do disposto na Lei nº 8.112, de
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ense- 11 de dezembro de 1990, e suas alterações,
jam responsabilidade do agente público ou mi- infrações administrativas, que deverão ser
litar: apenadas, no mínimo, com suspensão, se-
gundo os critérios nela estabelecidos.
I – recusar-se a fornecer informação reque-
rida nos termos desta Lei, retardar delibera- § 2º Pelas condutas descritas no caput, po-
damente o seu fornecimento ou fornecê-la derá o militar ou agente público responder,
intencionalmente de forma incorreta, in- também, por improbidade administrativa,
completa ou imprecisa; conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de
10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
II – utilizar indevidamente, bem como sub- de 1992.
trair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar
ou ocultar, total ou parcialmente, informa- Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que
ção que se encontre sob sua guarda ou a detiver informações em virtude de vínculo de
que tenha acesso ou conhecimento em ra- qualquer natureza com o poder público e deixar
zão do exercício das atribuições de cargo, de observar o disposto nesta Lei estará sujeita
emprego ou função pública; às seguintes sanções:
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blica, o Núcleo de Segurança e Credenciamento Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a con-
(NSC), que tem por objetivos: tar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de
cada órgão ou entidade da administração públi-
I – promover e propor a regulamentação do ca federal direta e indireta designará autoridade
credenciamento de segurança de pessoas que lhe seja diretamente subordinada para, no
físicas, empresas, órgãos e entidades para âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer-
tratamento de informações sigilosas; e cer as seguintes atribuições:
II – garantir a segurança de informações sigilo- I – assegurar o cumprimento das normas re-
sas, inclusive aquelas provenientes de países lativas ao acesso a informação, de forma efi-
ou organizações internacionais com os quais a ciente e adequada aos objetivos desta Lei;
República Federativa do Brasil tenha firmado
tratado, acordo, contrato ou qualquer outro II – monitorar a implementação do disposto
ato internacional, sem prejuízo das atribui- nesta Lei e apresentar relatórios periódicos
ções do Ministério das Relações Exteriores e sobre o seu cumprimento;
dos demais órgãos competentes. III – recomendar as medidas indispensáveis
Parágrafo único. Regulamento disporá so- à implementação e ao aperfeiçoamento das
bre a composição, organização e funciona- normas e procedimentos necessários ao cor-
mento do NSC. reto cumprimento do disposto nesta Lei; e
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, IV – orientar as respectivas unidades no que
de 12 de novembro de 1997, em relação à in- se refere ao cumprimento do disposto nesta
formação de pessoa, física ou jurídica, constan- Lei e seus regulamentos.
te de registro ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará ór-
gão da administração pública federal responsável:
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão
proceder à reavaliação das informações classifi- I – pela promoção de campanha de abran-
cadas como ultrassecretas e secretas no prazo gência nacional de fomento à cultura da
máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ini- transparência na administração pública e
cial de vigência desta Lei. conscientização do direito fundamental de
acesso à informação;
§ 1º A restrição de acesso a informações,
em razão da reavaliação prevista no caput, II – pelo treinamento de agentes públicos
deverá observar os prazos e condições pre- no que se refere ao desenvolvimento de
vistos nesta Lei. práticas relacionadas à transparência na ad-
ministração pública;
§ 2º No âmbito da administração públi-
ca federal, a reavaliação prevista no caput III – pelo monitoramento da aplicação da lei no
poderá ser revista, a qualquer tempo, pela âmbito da administração pública federal, con-
Comissão Mista de Reavaliação de Informa- centrando e consolidando a publicação de in-
ções, observados os termos desta Lei. formações estatísticas relacionadas no art. 30;
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de IV – pelo encaminhamento ao Congresso
reavaliação previsto no caput, será mantida Nacional de relatório anual com informa-
a classificação da informação nos termos da ções atinentes à implementação desta Lei.
legislação precedente. Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o dis-
§ 4º As informações classificadas como se- posto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oiten-
cretas e ultrassecretas não reavaliadas no ta) dias a contar da data de sua publicação.
prazo previsto no caput serão consideradas,
automaticamente, de acesso público.
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SLIDES – LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011
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